dialética do iluminismo
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Dialética do iluminismo Adorno / Horkheimer
Conceito de Iluminismo A Indústria Cultural: o iluminismo como mis4ficação das massas
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ESCOLA DE FRANKFURT Grupo de intelectuais de orientação marxista não ortodoxos reunidos em torno do InsBtuto de Pesquisa Social de Frankfurt, na Alemanha, fundado em 1923. Teoria crí4ca : materialismo histórico (Marx) e da psicanálise (Freud) Sem ligações parBdárias, eram críBcos ao capitalismo e também ao comunismo Interessados na sociedade e na cultura em diversos aspectos, em especial na arte e nos meios de comunicação Em 1933, com a ascensão do Terceiro Reich, os integrantes, de origem judaica, deixam o país, dispersando por diversos países. O InsBtuto é reorganizado na Alemanha em 1950
Theodor Adorno, Max Horkheimer, Herbert Marcuse, Walter Benjamim*, Léo Löwenthal, Erich Fromm, Jürgen Habermas, Ernst Bloch
Principais integrantes :
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Theodor Adorno e Max Horkheimer
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Conceito de iluminismo
“...completamente iluminada, a terra resplandece sob o signo do infortúnio triunfal.”
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ILUMINISMO: UM PENSAR QUE FAZ PROGRESSOS
Nova mitologia
Indivíduo “em-‐si” ou exemplar da espécie
EsBgma da irracionalidade
Dominação da natureza e das outras pessoas
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“A superioridade do homem está no saber” (Francis Bacon 1561-‐ 1626)
: Pai da filosofia experimental, contra a escolásBca e a ciência especulaBva : O conhecimento deve se desenvolver visando o bem-‐estar do homem através do domínio da natureza (relação patriarcal) : Quer afastar a sombra dos mitos do homem, libertando-‐o por meio do saber : O saber pode ser de qualquer um (burguesia em ascensão) : Abandonando os mitos, o homem pode ter contato com a natureza e aprender a controlá-‐la
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“Segundo o iluminismo, as múlBplas figuras míBcas podem ser, todas elas, remeBdas a um mesmo denominador comum, elas se
reduzem ao sujeito” (p.21)
: O lógos dos filósofos gregos já representava a disBnção do homem : Os deuses do Olimpo eram os senhores dos elementos, não eles próprios como nas religiões animistas : O deus que ordena e o espírito ordenador do iluminismo são iguais enquanto senhores do mundo : Platão, renega a aproximação com a natureza pela assemelhação e impõe o domínio pelo trabalho, semelhante ao judaísmo
“Assim como os mitos já são iluminismo, assim também o iluminismo se envolve em mitologia a cada passo mais
profundamente.” (p.27)
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“Quem vai atrás das arBmanhas das sereias cai na perdição, desde que só a permanente presença de espírito arranca a existência da
natureza.”(p.51)
Reprodução: Ulisses e as Sereias, Waterhouse
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: O conceito foi trocado pela fórmula, o iluminismo abriu mão do senBdo : Dominado pelo sistema mercanBl, o homem aliena-‐se da sua ação aBva na história : O trabalho e os homens que trabalham se tornaram também mercadorias : A lógica da acumulação implica necessariamente na dominação do trabalhador pelo capitalista : O iluminismo é totalitário : O homem ganhou o si-‐mesmo próprio, para ser tornado igual a todos os outros
“Disciplinando tudo que é individual, o iluminismo deixou ao todo não conceitualizado a liberdade de abater-‐se, enquanto dominação sobre as
coisas, por cima do ser e do ser-‐consciente dos homens.”(p.61)
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“A arte começa onde o saber abandona o homem à sua sorte” (Schelling)
: Visão da arte como refúgio do pensamento : A arte mantém algo do mana como expressão do todo no parBcular, seu caráter de duplicação e não repeBção : Na arte se tolera o olhar críBco sobre o sistema, mas apenas sob o controle do capital : A reprodução colocou a arte no reino da técnica, afastando sua “aura” : A cultura, organizada em separado da economia, serve aos interesses dos dominantes, organizando também o tempo livre dos empregados
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“O saber, que para Bacon residia indubitavelmente na superioridade do homem, pode passar agora à dissolução dessa dominação. Mas, diante de semelhante possibilidade, o iluminismo a serviço do presente transforma-‐se no total
engano das massas.” (p.62)
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A indústria cultural: O iluminismo como mistificação das massas
“Sob o monopólio privado da cultura sucede de fato que ‘a Brania deixa livre o corpo e investe
diretamente sobre a alma’“
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INDÚSTRIA CULTURAL: CULTURA COMO MERCADORIA
O termo foi cunhado neste texto de 1944, publicado três anos mais tarde. Explicita o caráter ideológico dos produtos culturais, eliminando eventuais confusões com a cultura popular. Se refere à estrutura de produção cultural desenvolvida a rebote da evolução do sistema econômico e social capitalista. Atua para a homogeneização do público, manutenção do status quo educando-‐o para o consumo. A indústria cultural mantém os indivíduos sob controle também no lazer
“A cultura contemporânea a tudo confere um ar de semelhança. Filmes, rádio e semanários consBtuem um sistema. Cada setor se harmoniza em si e todos entre si.”
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: Dependente tanto da técnica quanto do capital, a cultura serve aos interesses dos dominantes : O esBlo da arte é negado e trocado pelo esBlo imposto pelo meio específico. Tudo deve ser adaptado para o formato determinado : As diferenciações entre produtos servem para classificar e organizar os consumidores e, em outra mão, dar a ilusão de escolha entre iguais : O barateamento do acesso aos produtos culturais induzem ao seu descarte
“O cinema e o rádio não têm mais necessidade de serem empacotados como arte. A verdade de que nada são além de negócios lhes serve de ideologia. Esta deverá legiBmar o lixo
que produzem de propósito.”
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: A indústria da diversão: ausência do pensamento: “rir é estar de acordo” : A imitação de um exemplo alivia a pressão da individualização : O sofrimento do herói acostuma o público a seu próprio embate com a sociedade: o trágico sob controle : Personality : adaptação a determinados padrões oferecidos pela indústria cultural
“Técnica e economicamente, propaganda e indústria cultural mostram-‐se fundidas. Numa e noutra a mesma coisa aparece em lugares inumeráveis, e a repeBção mecânica do mesmo
produto cultural já é a repeBção do mesmo slogan de propaganda. Numa e noutra, sob o imperaBvo da eficiência, a
técnica se torna psicotécnica, técnica do manejo dos homens.”
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“Mesmo os nazistas sabiam que o rádio dava forma à sua causa, como a imprensa dera à causa da Reforma.”
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Edições em português: Horkheimer, Max; Adorno, Theodor W. Conceito de iluminismo. In.: Adorno-‐ Vida e obra. São Paulo: Editora Nova Cultural, 1996. _____. A indústria cultural: O iluminismo como mis=ficação das massas. In.: Adorno, Theodor W. Indústria Cultural e Sociedade. Tradução de Julia Elisabeth Levy. São Paulo: Paz e Terra, 2002. Edição em espanhol Horkheimer, Max; Adorno, Theodor W. Dialéc=ca el iluminismo. Buenos Aires: SUR, 1970 Textos complementares: Adorno, Theodor W. A Indústria Cultural. In.: Comunicação e Indústria Cultural. Organizador Gabriel Cohn. São Paulo: Editora Nacional, 1978 _____. Televisão, consciência e indústria cultural. In.: Comunicação e Indústria Cultural. Organizador Gabriel Cohn. São Paulo: Editora Nacional, 1978