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Campo Grande, 25 a 28 de julho de 2009, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural 1 DIAGNÓSTICO DA CULTURA DA CANA-DE-AÇÚCAR NA REGIONAL DE JALES (SP) [email protected] APRESENTACAO ORAL-Ciência, Pesquisa e Transferência de Tecnologia HENRIQUE DANIEL; MARIA APARECIDA ANSELMO TARSITANO; NATALIA BARBOZA ZANON. UNESP, ILHA SOLTEIRA - SP - BRASIL. DIAGNÓSTICO DA CULTURA DA CANA-DE-AÇÚCAR NA REGIONAL DE JALES (SP) 1 DIAGNOSIS OF SUGARCANE CROP IN THE REGION OF JALES (SP) Grupo de Pesquisa: Ciência, Pesquisa e Transferência de Tecnologia RESUMO: Este trabalho teve como objetivo central avaliar questões técnicas, sociais e ambientais em sistemas de produção da cana-de-açúcar na Regional de Jales, localizada na região oeste do Estado de São Paulo. Os dados foram levantados em 2008 e início de 2009 a partir de entrevistas gravadas e da elaboração de um questionário que foi aplicado a 10 fornecedores de cana. Nesta Regional a expansão da cana-de-açúcar para indústria é recente, nos últimos 3 anos a área aumentou de 3.690 ha para 20.321 ha. Pode-se observar uma padronização no sistema de produção da cana-de-açúcar bem como nos contratos de fornecimento de cana-de-açúcar realizados junto às usinas, os quais diferiram apenas quanto à forma de pagamento e o prazo de vigência. A cana-de-açúcar produzida no EDR de Jales, no momento da pesquisa, era moída em usinas de outros EDRs, pois a única usina da Regional, localizada na cidade de Santa Albertina, foi inaugurada em 2009. Observou-se a preocupação dos fornecedores de cana com as questões ambientais e a maior parte dos entrevistados possui uma área destinada à preservação natural. Palavras-chaves: Saccharum spp, expansão da cultura, sistema de produção, produção, meio ambiente. ABSTRACT: This study aimed to evaluate technical, social and environmental issues in production systems of sugar cane in the region of Jales, located on west of São Paulo State. The data were collected in 2008 and in the beginning of 2009, based on taped interviews and by the elaboration of questionnaires which was applied to 10 sugar cane producers. In this region the expansion of sugar cane is recently, in the last 3 years the area with sugar cane increased from 3.690 ha to 20.321ha. It was possible to note a standardization of sugarcane production system as well as the supply contracts of sugarcane to the sugarcane plants, which differs only on payment methods and the period of effectiveness of the same. The sugar cane 1 Auxílio Pesquisa FAPESP.

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Campo Grande, 25 a 28 de julho de 2009,

Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural

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DIAGNÓSTICO DA CULTURA DA CANA-DE-AÇÚCAR NA REGIONA L DE JALES (SP)

[email protected]

APRESENTACAO ORAL-Ciência, Pesquisa e Transferência de Tecnologia HENRIQUE DANIEL; MARIA APARECIDA ANSELMO TARSITANO; NATALIA

BARBOZA ZANON. UNESP, ILHA SOLTEIRA - SP - BRASIL.

DIAGNÓSTICO DA CULTURA DA CANA-DE-AÇÚCAR NA REGIONAL DE JALES (SP)1

DIAGNOSIS OF SUGARCANE CROP IN THE REGION OF JALES (SP)

Grupo de Pesquisa: Ciência, Pesquisa e Transferência de Tecnologia RESUMO: Este trabalho teve como objetivo central avaliar questões técnicas, sociais e ambientais em sistemas de produção da cana-de-açúcar na Regional de Jales, localizada na região oeste do Estado de São Paulo. Os dados foram levantados em 2008 e início de 2009 a partir de entrevistas gravadas e da elaboração de um questionário que foi aplicado a 10 fornecedores de cana. Nesta Regional a expansão da cana-de-açúcar para indústria é recente, nos últimos 3 anos a área aumentou de 3.690 ha para 20.321 ha. Pode-se observar uma padronização no sistema de produção da cana-de-açúcar bem como nos contratos de fornecimento de cana-de-açúcar realizados junto às usinas, os quais diferiram apenas quanto à forma de pagamento e o prazo de vigência. A cana-de-açúcar produzida no EDR de Jales, no momento da pesquisa, era moída em usinas de outros EDRs, pois a única usina da Regional, localizada na cidade de Santa Albertina, foi inaugurada em 2009. Observou-se a preocupação dos fornecedores de cana com as questões ambientais e a maior parte dos entrevistados possui uma área destinada à preservação natural. Palavras-chaves: Saccharum spp, expansão da cultura, sistema de produção, produção, meio ambiente. ABSTRACT: This study aimed to evaluate technical, social and environmental issues in production systems of sugar cane in the region of Jales, located on west of São Paulo State. The data were collected in 2008 and in the beginning of 2009, based on taped interviews and by the elaboration of questionnaires which was applied to 10 sugar cane producers. In this region the expansion of sugar cane is recently, in the last 3 years the area with sugar cane increased from 3.690 ha to 20.321ha. It was possible to note a standardization of sugarcane production system as well as the supply contracts of sugarcane to the sugarcane plants, which differs only on payment methods and the period of effectiveness of the same. The sugar cane

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produced in the region of Jales is ground in other regions because the only sugarcane plant that have in the region of Jales, which is located in Santa Albertina city, began its activities in 2009. There was concern from the sugarcane producers about the environmental issues and most of interviewed had at least one area for environmental preservation. Key words: Saccharum spp, crop expansion, production system, production, environment. 1. INTRODUÇÃO

A produção mundial de cana-de-açúcar em 2007, foi de 1.557.665 mil toneladas, em uma área de quase 22 milhões de hectares. O Brasil é o maior produtor de cana-de-açúcar com 33% da produção mundial, seguido por Índia (22,8%) e China (6,8%).

Segundo a Companhia Nacional do Abastecimento2 - CONAB (2009), a previsão da produção de cana-de-açúcar, para a atual safra (2009-2010), indica que o volume total a ser processado pelo setor sucroenergético deverá atingir um montante de 629 milhões de toneladas. Este volume representa um aumento de 10% do obtido na safra passada, ou seja, uma quantidade de 57,2 milhões de toneladas adicionais do produto. O Estado de São Paulo é o maior produtor de cana–de-açúcar segundo dados da CONAB (2009) e deverá esmagar aproximadamente 58% da cana-de-açúcar do país (364,13 milhões de toneladas); seguido do Paraná 8,53% (53,65 milhões de toneladas); Minas Gerais 8,16% (51,32 milhões de toneladas); Goiás 7,3% e Mato Grosso do Sul 4,3%. Segundo dados do Instituto de Economia Agrícola - IEA (2009), no período de 2000 a 2008, a produção de cana-de-açúcar para indústria no Estado de São Paulo aumentou 107%, passando de 189,4 milhões de toneladas para 391,9 milhões de toneladas.

A baixa disponibilidade de terras no Estado de São Paulo, principalmente na região nordeste (maiores produtoras), deverá concentrar a produção de cana nas regiões oeste e noroeste do Estado. Na região oeste do Estado de São Paulo, a pecuária começou a ceder áreas para o cultivo da cana-de-açúcar (para fins industriais) a partir do ano 2000. A região é vista como o futuro da agroindústria sucroenergética. A grande demanda nacional e internacional por açúcar e álcool estimulou novos investimentos no oeste paulista.

A produção de cana-de-açúcar no Escritório de Desenvolvimento Rural - EDR de Jales, localizado no oeste do Estado de São Paulo, não é significativa se comparada com a dos outros EDRs da região, porém, entre 2000 e 2008, a área nova de cana-de-açúcar, teve um aumento da ordem de 6.602%, passando de 120 ha (hectares) para 8.043 ha e a área de corte teve um aumento de 2.458%, passando de 480 ha para 12.278 ha, o que resultou em um aumento na produção de 2.927%, fazendo com que a produção de 43.200 toneladas de 2000, passasse para 1.307.700 toneladas em 2008 (IEA, 2009). A previsão e estimativa para a safra do ano agrícola 2008/09, é que haja 7.025 ha de novas áreas com a cultura da cana-de-açúcar para indústria, 14.533 ha de área em produção e uma produção estimada de 1.784.160 toneladas (CASER et al., 2009).

Devido a esta grande expansão da cultura nessa região, o presente trabalho teve como objetivo central avaliar questões técnicas, sociais e ambientais em sistemas de produção da cana-de-açúcar na Regional de Jales. Especificamente, pretendeu-se: analisar a expansão da cultura da cana-de-açúcar; descrever o sistema de produção e os níveis tecnológicos que estão

2 Empresa pública vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA.

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sendo utilizados na produção da cana-de-açúcar por fornecedores (proprietários e arrendatários); e levantar e avaliar questões ambientais.

2. METODOLOGIA

Este trabalho faz parte de um projeto maior, financiado pela FAPESP, que está estudando questões técnicas, socioeconômicas, e ambientais da cultura da cana-de-açúcar na região oeste do estado de São Paulo.

A abrangência do estudo teve como referência o EDR (Escritório de Desenvolvimento Rural) de Jales, situado a oeste do Estado de São Paulo, pertencente a uma das 40 Unidades Administrativas da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral - CATI/Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (Figura 01).

Definiu-se como área de investigação a Regional de Jales, por fazer parte do Grupo de Pesquisa (Cadastrado no CNPq), que estuda o desenvolvimento rural nessa região. Além disso, nessa região, o setor sucroenergético vem crescendo ano a ano e preocupa pesquisadores de várias instituições, entre eles os da UNESP de Ilha Solteira.

FIGURA 01. Mapa do Estado de São Paulo, dividido em 40 Escritórios de Desenvolvimento

Rural (EDRs) com o EDR de Jales em destaque. Fonte: Adaptado da CATI, 2008.

Inicialmente a pesquisa consistiu em uma revisão bibliográfica sobre a cultura da

cana-de-açúcar, procurando levantar e analisar área cultivada, produção, produtividade, entre

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outros. Nessa primeira etapa foi realizada coleta de dados através de publicações da Companhia Nacional de Abastecimento – CONAB e da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

Para seleção dos fornecedores (produtores) que fizeram parte da pesquisa foram contactados os técnicos da assistência técnica da Regional de Jales, visando levantar questões gerais e de ordem logística para a realização da pesquisa. A idéia era que fossem produtores que utilizassem técnicas de cultivo distintas na cana-de-açúcar (mais ou menos intensiva em capital), que apresentassem um mínimo de organização, para que as informações pudessem ser levantadas e que tivessem interesse em participar da pesquisa.

Os dados foram levantados em 2008 e primeiro bimestre de 2009, a partir de entrevistas gravadas e da elaboração de um questionário. Neste trabalho foi utilizada a entrevista não estruturada conforme definida por Richardson (1999), por possibilitar uma análise qualitativa, por meio da captação das impressões, opiniões e comentários que o entrevistado emite a cerca das questões apresentadas pelo entrevistador.

Também foram realizadas entrevistas dirigidas através da elaboração prévia de um roteiro (questionário) contendo todos os pontos de interesse. O questionário contemplou perguntas fechadas e abertas e sua aplicação tomou um pouco mais que uma hora do tempo do interlocutor. Visando atender aos objetivos listados no projeto, inicialmente foi realizado um pré-teste, para uma melhor adequação dos mesmos. Para avaliar e comparar sistemas de produção utilizados pelos produtores que fizeram parte da pesquisa foram estimados parâmetros tecnológicos (preparo do solo, variedades utilizadas, adubação e mão-de-obra utilizada no cultivo), parâmetros sociais (tempo de trabalho na agricultura, faixa etária, nível de escolaridade e número de empregos gerados) e parâmetros ambientais (Área de Preservação Permanente - APP, Reserva Legal, destino das embalagens dos insumos, reposição de matas ciliares e conhecimento da legislação ambiental).

O número de fornecedores selecionados para participar da pesquisa dependeu das informações obtidas com os técnicos que trabalham com a cultura na região. Foram entrevistados 10 fornecedores do EDR de Jales. Após as entrevistas, os dados recolhidos foram tabulados no software Microsoft Excel for Windows e sistematizados em gráficos e tabelas.

Elaboraram-se também imagens, com base nos mapas fornecidos pelo CANASAT, que visam ilustrar a expansão que a cultura da cana-de-açúcar teve da safra 2003/04 para a safra 2008/09, tanto no Estado de São Paulo como no EDR de Jales. O projeto CANASAT é desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE e a Divisão de Sensoriamento Remoto – DSR, e visa fornecer informações sobre a distribuição espacial da área cultivada com cana-de-açúcar na região centro-sul do Brasil utilizando imagens de satélites de sensoriamento remoto.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 3.1. A expansão da cultura da cana-de-açúcar

A produção de cana-de-açúcar para o setor sucroenergético brasileiro nas safras de 2001/02 a 2009/10 cresceu 115% no Brasil, sendo a região Centro/Sul a grande responsável por esse crescimento (132%), passando de 244.218 mil toneladas de cana-de-açúcar na safra

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2001/02 para uma estimativa de produção de 565.565 mil toneladas na safra 2009/10, enquanto a região Norte/Nordeste apresentou um crescimento de 30% no mesmo período.

Nos Estados este crescimento também vem ocorrendo, destacando Goiás (423%), seguido por Minas Gerais (321%) e Mato Grosso do Sul (249%). São Paulo é o maior Estado produtor, cresceu 106% neste período, passando de aproximadamente 177 para 364 milhões de toneladas, detendo assim a maior representatividade na produção nacional, cerca de 58%.

No Estado de São Paulo os principais EDRs3 produtores de cana-de-açúcar são Barretos com participação de 8,34% do total produzido no Estado, seguido pelo EDR de Orlândia com 7,44% e o de Ribeirão Preto com 7,40%, produção relativamente concentrada na região norte/nordeste. Da região oeste, Araçatuba ocupa a 5ª posição em produção no Estado, Andradina a 8ª, São José do Rio Preto a 10ª, General Salgado a 12ª, Presidente Prudente a 13ª e Jales ocupa a 33ª posição (CASER et al., 2010).

Muito embora não seja relevante, quando comparado com outros EDRs na produção de cana-de-açúcar, o que preocupa no EDR de Jales é a grande expansão que vem ocorrendo, na área cultivada nos últimos anos, além da presença de 2 Grupos estrangeiros produzindo cana em áreas arrendadas em municípios deste EDR.

Problemas com limitações de áreas, preços altos de terras, questões ambientais e sociais, estimularam a migração da cana-de-açúcar para a região oeste do Estado, assim como para outros Estados como Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Paraná, como mostram as Figuras 02 e 03, desenvolvidas com base nos mapas disponíveis no site CANASAT (2009).

Na região oeste do Estado de São Paulo, tradicional na pecuária de corte, a área cedida por pastagem cultivada no período de 2001 a 2006, correspondeu a 62% de toda a área cedida por essa atividade no Estado de São Paulo. Entre as culturas, as que mais cederam áreas nesse período foram: a cultura do milho e as culturas alimentares básicas como o feijão, redução de cerca 55% na produção e arroz de sequeiro, redução de 61% na produção (CAMARGO et al., 2008).

O EDR de Jales é formado por 22 municípios: Aparecida D'Oeste, Aspásia, Dirce Reis, Dolcinópolis, Jales, Marinópolis, Mesópolis, Nova Canaã Paulista, Palmeira D'Oeste, Paranapuã, Pontalinda, Rubinéia, Santa Albertina, Santa Clara D'Oeste, Santa Fé do Sul, Santa Rita D'Oeste, Santa Salete, Santana da Ponte Pensa, São Francisco, Três Fronteiras, Urânia e Vitória Brasil.

Segundo dados do IEA (2009), a produção de cana no EDR de Jales é mais recente, somente o município de Pontalinda apresenta produção desde 2000, Paranapuã e Urânia desde 2001, Vitória Brasil a partir de 2002 e Aparecida D’ Oeste a partir de 2003. Nos outros municípios a produção desta cultura iniciou em 2007. A área ocupada com a cultura da cana-de-açúcar, no EDR de Jales, mostra um aumento extraordinário no período de 2005 a 2008, 1.516%, com destaque para Santana da Ponte Pensa que teve um crescimento no período de 523%, como mostra a Tabela 01. No ano de 2005, a cana-de-açúcar era cultivada para fins industriais apenas no município de Aparecida D'Oeste (240 ha), Pontalinda (900 ha) e Vitória Brasil (200 ha), já em 2008, a cultura estava presente em 17 cidades, totalizando 20.321 ha, sendo Mesópolis, Rubinéia e Pontalinda, as cidades com as maiores áreas respectivamente (Tabela 01). Ainda na Tabela 01, é possível verificar a produção total de cana no EDR, que

3 Escritório de Desenvolvimento Rural (EDR), que corresponde às 40 subdivisões do Estado de São Paulo de

acordo com a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Fonte: <www.cati.sp.gov.br>.

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aumentou das 110.000 toneladas obtidas no ano 2005, para 1.307.700 toneladas obtidas no ano 2008, ou seja, uma variação na produção de aproximadamente 1.189%. Em 2008, Mesópolis apresentou a maior produção, 910.000 t, seguida por Pontalinda com 100.000 t e Rubinéia com 80.000 t.

A produtividade média da Regional também aumentou, quando se compara o ano de 2005 com 2008, e ficou acima da produtividade média do Estado de São Paulo (85 t/ha em 2008), que teve um crescimento nesse período de 3,7%, enquanto a do EDR (107 t/ha em 2008) apresentou um crescimento de 11,5%. Os municípios de Aspásia, Nova Canaã Paulista e Santa Albertina apresentam a maior produtividade do EDR, 150 t/ha. Uma explicação para que a Regional de Jales apresente uma produtividade média maior que a do Estado de São Paulo é devido ao fato de que o EDR apresenta muitas áreas novas com a cultura da cana-de-açúcar, onde as produtividades nos primeiros cortes normalmente são maiores, aumentando a média da Regional.

Essa expansão da cultura da cana-de-açúcar no EDR de Jales também pode ser visualizada nas Figuras 04 e 05, a Figura 04 ilustra a Regional na safra 2003/04 e a Figura 05 na safra 2008/09. Nestas Figuras, também é possível observar as usinas sucroenergéticas que já existiam na safra 2003/04 ao redor da Regional (Alcoolvale, Pioneiros, Generalco e Alcoeste), e as que surgiram nos anos seguintes (Vale do Paraná, Ouroeste e Colombo III).

Apesar do aumento da área com a cultura da cana-de-açúcar, no momento das entrevistas, a Regional de Jales não possuía nenhuma usina em plena atividade (moendo cana-de-açúcar). Em 2009 entrou em funcionamento a primeira usina da Regional, na cidade de Santa Albertina, a usina Colombo III. No entanto, no ano de 2008, a usina já era responsável pela maioria da cana-de-açúcar plantada na cidade de Santa Albertina e nas cidades vizinhas, arrendando a maioria das terras na região, a fim de garantir matéria-prima para quando entrasse em funcionamento. No município de Nova Canaã Paulista a maior parte da área destinada à cultura da cana-de-açúcar é da usina Colombo III.

Essa foi uma das dificuldades encontradas para realizar as entrevistas, pois segundo os técnicos das Casas da Agricultura das cidades de Santa Albertina, Urânia e Vitória Brasil, as áreas destinadas à produção de cana-de-açúcar nestas cidades, são áreas que as próprias usinas de cidades vizinhas, pertencentes a outro EDR, arrendavam.

3.2. Caracterização dos fornecedores de cana-de-açúcar e das propriedades estudadas Durante a pesquisa, foram entrevistados 10 fornecedores de cana-de-açúcar pertencentes ao EDR de Jales, sendo 7 produtores (pessoa física - PF) e 3 empresas (pessoa jurídica - PJ).

A idade média dos 7 fornecedores PF é de 55 anos e os 10 entrevistados apresentaram uma experiência de trabalho com a cultura da cana-de-açúcar de 13 anos em média, sendo 50% deles fornecedores tradicionais, com mais de 20 anos de experiência e a outra metade um pouco menos experientes, tendo 5 anos ou menos de tempo trabalhado com a cultura. Mas essa experiência foi adquirida em outras regiões, uma vez que a Regional de Jales não é uma região tradicionalmente produtora de cana-de-açúcar e também porque 70% dos fornecedores entrevistados são arrendatários de terra, ou seja, devido à expansão da cultura na região, começaram a arrendar terras nesta Regional. Dentre os 7 entrevistados pessoa física, apenas 3 possuem o ensino médio completo, sendo que um destes é técnico em açúcar e álcool e outro é engenheiro civil. Dos 4

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entrevistados restantes, 2 possuem o ensino fundamental completo e os 2 restantes possuem o ensino médio incompleto.

FIGURA 02. Áreas com a cultura da cana-de-açúcar no Estado de São Paulo na safra

2003/04. Fonte: Adaptado do CANASAT, 2009.

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FIGURA 03. Áreas com a cultura da cana-de-açúcar no Estado de São Paulo na safra

2008/09. Fonte: Adaptado do CANASAT, 2009.

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TABELA 01. Área e Produção de cana-de-açúcar (para indústria) por município da Regional de Jales nos anos de 2005 a 2008 e a respectiva variação de crescimento nesse período.

Municípios Área (ha) Variação Produção (1.000 t) Variação

2005 2006 2007 2008 % 2005 2006 2007 2008 (%) Aparecida D'Oeste 240 1.040 950 600 250% 24 76,8 108 60 250% Aspásia - - 30 48 160% - - - 7,2 - Dolcinópolis - - - 1.100 - - - - - - Jales - - - 1.400 - - - - - - Mesópolis - - 4.000 6.500 163% - - - 910 - Nova Canaã Paulista - 350 300 530 151% - - 30 57 190% Paranapuã - - - 800 - - - - - - Pontalinda 900 2.100 2.100 2.500 278% 56 56 80 100 179% Rubinéia - - 3.000 3.000 100% - - - 80 - Santa Albertina - - 500 700 140% - - 37,5 37,5 100% Santa Fé do Sul - - - 75 - - - - - - Santa Rita D'Oeste - - 300 600 200% - - - - - Santa Salete - - - 195 - - - - - - Santana da Ponte Pensa - - 100 523 523% - - - 8 - Três Fronteiras - - 300 600 200% - - - - - Urânia - - 400 950 238% - - 20 20 100% Vitória Brasil 200 200 200 200 100% 30 21 28 28 93%

EDR de Jales 1.340 3.690 12.180 20.321 1.516% 110,00 153,80 303,50 1.307,70 1.189%

Estado de São Paulo 3.673.275 4.258.370 4.835.434 5.389.303 147% 254.809,70 284.916,70 327.683,60 391.892,10 154% Fonte: Dados básicos do IEA, 2009.

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FIGURA 04. Áreas com a cultura da cana-de-açúcar no EDR de Jales na safra 2003/2004 e a

localização das usinas próximas ao EDR. Fonte: Adaptado do CANASAT, 2009.

FIGURA 05. Áreas com a cultura da cana-de-açúcar no EDR de Jales na safra 2008/2009 e a

localização das usinas no EDR e próximas ao EDR. Fonte: Adaptado do CANASAT, 2009.

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Com relação à experiência dos fornecedores em outras atividades agropecuárias, apenas 20% dos entrevistados afirmaram que só tem experiência com a cultura da cana-de-açúcar, 80% tem experiência com culturas perenes, 70% com pecuária de corte, 30% com pecuária de leite e 20% com grãos. Já quando perguntamos se eles possuem outras atividades no momento, apenas 3 deles afirmaram que sim, trabalham também com pecuária de corte e um deles também tem cultura perene.

Com relação à pergunta “Porque mudou para a cultura da cana-de-açúcar?”, três respostas podem ser destacadas:

• "Devido à perspectiva de lucro"; • "Tudo tava difícil, por isso mudei, porque a cana tava melhor"; e • “Rentável e devido à oportunidade”.

No momento da pesquisa, em 2008, os produtores responderam que não estavam

arrependidos da mudança para produção de cana-de-açúcar. Dentre os fornecedores, 80% deles são associados a alguma Associação e/ou Cooperativa, que são elas: Cooperativa Agrícola Mista de Adamantina - CAMDA; Cooperativa dos Plantadores de Cana do Estado de São Paulo - Coplacana; Associação dos Fornecedores de Cana de General Salgado – Afocana e Cooperativa dos Cafeicultores e Citricultores de São Paulo - Coopercitrus. Dos 2 fornecedores que não são associados, um afirmou que é devido a “falta de incentivo por parte das Associações e Cooperativas” e o outro por que tinha mudado de usina e portanto, deixado de ser associado da Afocana.

Sobre os tipos de assistência técnica recebida pelos fornecedores de cana entrevistados, a maioria (60%) recebe assistência técnica das cooperativas/associações citadas acima, 20% recebe assistência técnica particular (Agrônomos) e 20% não recebe assistência técnica na propriedade.

Dentre os entrevistados, 2 fornecedores contratam empresas especializadas para realizarem as operações de preparo de solo (aração, calagem, gradagem, subsolagem), adubação de plantio, plantio, aplicação de herbicidas e adubação de cobertura, ao contrário dos 80% restantes, que só terceirizam o plantio.

Com relação à utilização de financiamentos, 50% dos entrevistados utilizaram para a implantação da cultura e todos utilizaram crédito oficial.

Quando questionados sobre as dificuldades enfrentadas com a cultura, eles ressaltaram três: disponibilidade de capital de giro; disponibilidade de mão-de-obra não especializada; e disponibilidade de mão-de-obra especializada.

Apesar das dificuldades mencionadas, todos os produtores entrevistados, no momento da pesquisa (2008), tinham como objetivo e metas para o futuro ampliar suas áreas com cana-de-açúcar, sendo que 70% pretendiam ampliar através de arrendamento. Dois produtores relataram que tinham como meta para o futuro atingir 250.000 t de cana e um produtor relatou que pretendia chegar aos 3.000 ha com cana-de-açúcar.

Das propriedades entrevistadas, 6 delas estão localizadas no município de Pontalinda e as 4 restantes estão localizadas nas cidades de Aparecida D`Oeste, Rubinéia, Nova Canaã Paulista e Palmeira D' Oeste. Pontalinda se destaca no número de produtores entrevistados por ser a cidade mais tradicional no cultivo da cana-de-açúcar no EDR de Jales.

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A área total média das propriedades que fizeram parte da pesquisa é de 327 ha, já a área média com cana-de-açúcar foi de 175 ha, sendo a menor com 18 ha e a maior com aproximadamente 830 ha e a área total com a cultura nas propriedades entrevistadas foi de 1.741 ha. Todos os produtores entrevistados possuem outras áreas com a cultura da cana-de-açúcar e a soma destas áreas totaliza 12.136 ha.

Com relação às propriedades, 70% delas são arrendadas e apenas 30% são terras próprias. Quanto à forma de pagamento do arrendamento, os fornecedores (arrendatários) afirmaram que pagam aos proprietários das terras (arrendantes), 30, 35 ou 40 t de cana/alqueire/safra, e esse pagamento pode ser mensal ou uma vez por ano, dependendo do acordado.

Dentre as culturas que antecederam a cana-de-açúcar, em 70% das propriedades foi estritamente a pastagem, em 10% foram pastagem e grãos, 10% pastagem e frutíferas e nas 10% restantes foram estritamente grãos. Portanto, em 90% das propriedades, em pelo menos uma parte, a pastagem foi a cultura que antecedeu a cana-de-açúcar. 3.3. Caracterização do sistema de produção de cana-de-açúcar no EDR de Jales (SP)

O sistema de produção da cana-de-açúcar no EDR de Jales, de acordo com os produtores entrevistados, se baseia praticamente em: sistematização da área (marcação das curvas de nível, carreadores e construção dos terraços), preparo do solo, adubação, plantio manual, controle químico, manual e/ou mecânico de plantas daninhas, controle de pragas e colheita .

3.3.1. Preparo do solo e implantação da cultura

Quanto à forma de preparo do solo, 100% dos entrevistados realizaram o preparo convencional do solo, sendo a sequência mais comum de práticas agrícolas realizadas a seguinte: dessecação, sistematização da área (marcação das curvas de nível, APPs, Reserva Legal, carreadores e construção dos terraços), gradagem, calagem, gessagem (se necessário), aração, terraceamento, grade niveladora, subsolagem (se necessário), sulcação, adubação e plantio.

Todos os fornecedores realizaram análise de solo antes do plantio. Metade dos entrevistados afirmaram que fazem análise de solo anualmente, 30% realiza a cada 3 anos e 20% a cada 2 anos. O custo médio da análise de solo básica, de acordo com os entrevistados é de R$18,00/amostra, no entanto 2 dos entrevistados afirmaram que quando a análise é feita pela própria empresa que comercializa os fertilizantes, esta análise é feita de graça. Quem interpreta as análises e faz a recomendação, de acordo com os entrevistados, são os agrônomos ou técnicos das usinas, das associações, particulares ou mesmo das próprias empresas que comercializam os fertilizantes (este é um fato interessante, uma vez que quem realiza a recomendação é a própria pessoa que irá comercializar os fertilizantes).

Todos os fornecedores realizaram adubação de plantio, sendo que a fórmula mais utilizada (50% dos entrevistados) foi a 03 – 22 – 15 na quantidade média de 600 kg/ha.

Todos os fornecedores entrevistados do EDR de Jales realizaram plantio manual da cultura e de acordo com Rapassi (2008), esse tipo de plantio também predomina nos EDRs de Araçatuba, Andradina e General Salgado. A maioria dos entrevistados (60%) utilizaram o espaçamento entre linhas de 1,4 m e o restante utilizou o espaçamento de 1,5 m, já visando se adequar para a colheita mecânica.

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A época de plantio variou de março a agosto, porém, a maior concentração ocorreu nos meses de abril, maio e junho.

A quantidade de frentes utilizadas no plantio variou de 2 a 8 frentes, com 8 a 15 trabalhadores por frente e o rendimento diário de cada frente variou de 2,4 a 4,5 ha. O mais comum foram 2 frentes com 8 pessoas cada e um rendimento de 2,4 ha por frente. O custo médio do trabalhador por dia, segundo os entrevistados, variou de R$30,00 a R$40,00.

Dos entrevistados, a grande maioria (90%) produzia a própria muda e as retiravam de cana de 1º ano e apenas um afirmou que as vezes as retira de 2° ano também. O único produtor que no momento da pesquisa não produzia a própria muda, afirmou que compra as mudas da usina e são provenientes de cana de 1° ano.

O número de variedades plantadas em uma mesma propriedade variou de 1 a 5, sendo que 60% dos entrevistados tinham ao menos 2 variedades na propriedade. Quando questionou sobre a quantidade de mudas utilizadas por área, apenas três deles souberam falar, sendo que dois falaram que utilizam de 17 a 18 gemas por metro e um utiliza de 10 a 12 toneladas de mudas por hectare. Em 100% das propriedades os toletes de cana foram dispostos no sulco na forma “pé com ponta”.

Os “Ambientes de Produção” de cana-de-açúcar foram inicialmente desenvolvidos pela Copersucar na década de 90, atual Centro de Tecnologia Canavieira - CTC, a fim de se realizar a alocação varietal, ou seja, ajudar na definição das variedades que mais se adequam aos Ambientes de Produção existentes na propriedade (manejo varietal), sendo o principal critério utilizado para a determinação desses Ambientes, o tipo de solo (CTC, 1996).

Embora 60% dos entrevistados já tenham ouvido falar sobre Ambientes de Produção, 90% deles não conheciam os Ambientes de Produção de sua propriedade e portanto o principal motivo de escolha da variedade a ser plantada nas propriedades contempladas pela pesquisa, foi a indicação das variedades pelas usinas, baseando-se no escalonamento da colheita e na disponibilidade de mudas. A principal variedade utilizada foi a RB867515 (conhecida também como “Mineirinha”), estando presente em pelo menos um talhão de 9 das 10 das propriedades estudadas. Além desta, também foram plantadas: RB835486 (presente em 30% das propriedades), RB855453 (30%), RB72454 (30%), SP81-3250(30%), SP79-1011 (10%). 3.3.2. Práticas culturais realizadas na cultura da cana-de-açúcar e mão-de-obra

Para a adubação aplicada em cobertura, realizada após o 1º corte, a fórmula mais utilizada foi a 20 – 00 – 20, na dose média de 410 kg/ha. Quanto à adubação em cobertura nos cortes subseqüentes, a pesquisa não conseguiu traçar o perfil da região, uma vez que a expansão da cultura na Regional de Jales é recente.

Dentre os entrevistados, apenas 30% realiza o monitoramento de pragas e quem faz este monitoramento são os técnicos de campo. Um destes entrevistados realiza o monitoramento da broca a cada 20 dias e para cigarrinha a cada 50 dias, o outro entrevistado afirmou que realiza o monitoramente tanto para broca como para cigarrinha a cada 10 dias e o terceiro afirmou que só faz este monitoramento uma vez por ano. As principais pragas encontradas na cultura da cana-de-açúcar, segundo os entrevistados, foram: formigas (em 70% das propriedades), broca da cana (70%), Cupim (40%), Cigarrinhas (30%) e Nematóide (10%).

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Todos os entrevistados realizaram controle químico de pragas. Dentre os produtores entrevistados, 30% realizaram controle biológico com o uso da Cotesia flavipes para o controle da broca.

As principais plantas daninhas encontradas nas lavouras foram: braquiária (em 100% das propriedades), corda de viola e capim colonião (em 90%). Para o controle de plantas daninhas, 90% realizaram o controle químico, sendo que 50% associaram o controle químico com o manual, 20% associaram o controle químico com o mecânico e 20% utilizaram os três tipos de controle.

Quando se fala em mão-de-obra na cultura da cana-de-açúcar, logo se relaciona com o plantio ou colheita manual de cana-de-açúcar, pois essas são as duas atividades que mais exigem contratações. Dentre os entrevistados, 60% relataram possuir trabalhadores com carteira assinada, sendo que 3 fornecedores possuem em média 4 trabalhadores e os 3 fornecedores restantes possuem em média 35 trabalhadores registrados. Esses trabalhadores desempenham diversas funcões dentro da propriedade, como por exemplo: plantio, tratorista, capina, catação, limpeza, caseiro, etc. Em 100% dos casos, as eventuais contratações de trabalhadores/ rurícolas são realizadas pelo próprio fornecedor, sendo essas contratações necessárias principalmente para o plantio, catação com bomba costal e controle manual de plantas daninhas. No caso de colheita manual, para a realização do corte, carregamento e transporte os trabalhadores são contratados, em 80% dos casos, pela usina a qual a cana é fornecida, sendo de sua responsabilidade o atendimento as legislações trabalhistas. Apenas um fornecedor PJ afirmou que quando a colheita é manual ele contrata os trabalhadores e às vezes contrata um empressa terceirizada para fazer o serviço.

3.3.3. Produção, colheita e comercialização

O pagamento da produção por Açúcar Total Recuperável - ATR da cana, leva em consideração a quantidade de ATR (em kg) por tonelada de cana expressando a qualidade da cana-de-açúcar. Segundo Severo (2009), a fórmula paramétrica que determina a quantidade em quilos de ATR por tonelada de açúcar leva em conta: a quantidade de sacarose aparente na cana, a perda industrial média dos açúcares em função do processo industrial e os açúcares redutores (frutose e glicose). A determiação do ATR é realizada pela amostragem realizada quando a produção entra na indústria, sendo que a média no Estado de SP é 144 kg de ATR por tonelada de cana. Todos os produtores entrevistados conhecem o pagamento por ATR e 90% deles recebem pela qualidade da cana entregue, sendo que 50% consideram esse sistema de pagamento o mais justo e os 50% restantes não souberam explicar o motivo pelo qual não consideravam esse sistema de pagamento o mais justo. A média da produtividade dos entrevistados, como já era de se esperar, foi decrescente de acordo com aumento no número de cortes realizados, caindo de 123,5 t/ha no primeiro corte, para 103,3 t/ha no segundo corte. Para os demais cortes não foi feito a média, pois apenas 20% dos entrevistados possuíam áreas neste estágio e não souberam informar a produtividade.

No momento da pesquisa, toda a cana-de-açúcar produzida no EDR de Jales não era moída no próprio EDR. Esta produção era encaminhada para usinas da região, pertencentes a outros EDRs, pois a única usina da Regional, localizada na cidade de Santa Albertina, ainda estava em construção. A distância média percorrida pela produção até chegar às usinas de destino era de aproximadamente 39 km variando de 15 a 106 km.

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A escolha do tipo de colheita da cana-de-açúcar depende de fatores diversos, como: disponibilidade de mão-de-obra, aspectos sócio-econômicos, configuração do terreno onde está implantado o canavial, sistema de carregamento a ser utilizado, entre outros (ROSSETTO, 2008). Os tipos de colheita da cana-de-açúcar realizados no Estados de São Paulo são: corte manual de cana queimada, corte manual de cana crua, colheita mecanizada de cana crua e colheita mecanizada de cana queimada.

O corte manual de cana queimada é uma prática muito comum no Brasil, ao contrário do corte de cana crua, se inicia com a queima da palhada da cana e após o corte é realizado o desponte e o enleiramento. Em seguida ocorre o carregamento que pode ser feito manualmente ou por carregadoras mecânicas (mais utilizado). Já o corte manual de cana crua, difere do anterior por não ser realizada a queima da palhada antes do corte.

Na colheita mecanizada de cana crua são utilizadas cortadoras de cana e carretas de transbordo, empregando somente mão-de-obra especializada como operadores de máquinas e tratoristas. De acordo com a Rosseto (2008), a colheita mecanizada tem como principal vantagem a rapidez na execução do trabalho, porém, se esse trabalho não for bem executado, as perdas em eficiência serão maiores. Já a colheita mecanizada de cana queimada difere da anterior apenas no fato, de que a palhada da cana é queimada antes de ser colhida pelas máquinas.

Em 7 das 10 propriedades entrevistadas a colheita é realizada com queima e corte manual, 2 já realizam colheita mecanizada, sendo uma queima e colheita mecanizada e a outra colheita mecanizada de cana crua, e em uma das propriedades foi realizado tanto queima e corte manual, como queima e colheita mecanizada e também colheita mecanizada de cana crua. Dentre os entrevistados, 70% relataram que a queima da cana é realizada no período noturno.

Segundo Rapassi, Tarsitano & Bolonhezi (2009), dos quatro tipos de colheita estudados na região oeste do Estado de São Paulo (colheita manual de cana queimada; colheita manual de cana crua; colheita mecanizada de cana queimada e colheita mecanizada de cana crua), a colheita mecanizada de cana crua foi a que apresentou o maior dispêndio, enquanto o menor custo foi apresentado pela colheita manual de cana queimada. Mesmo apresentando maior custo, as usinas estão aderindo à colheita mecanizada devido à falta de mão-de-obra, encargos sociais altos e demandas judiciais.

De acordo com a Lei Estadual 11.241, de 19 de setembro de 2002, ficou estabelecido que até no ano de 2021 todas as áreas passíveis de uso de máquina para colheita de cana não devem ser queimadas. Porém o Protocolo Agro-ambiental assinado pelos produtores, usineiros e o Governo do Estado de São Paulo visa à eliminação, até 2010, de 70% da queima e a eliminação total da queima até 2014 em áreas mecanizáveis (terrenos com declividade de até 12%). Para áreas não mecanizáveis (declividade superior a 12%), deverá eliminar 30% da queima até 2010 e prevê para 2017 a eliminação total da queima (SÃO PAULO, 2007).

No Estado de São Paulo, a evolução da colheita crua foi de 34,2 % na safra 06/07 para 49,1% na safra 08/09. Estes resultados apontam o avanço do fim da queima da cana-de-açúcar no Estado (SÃO PAULO, 2009).

Em 2008, no EDR de Jales, dos 10 produtores que fizeram parte da pesquisa, 80% deles afirmaram que as suas áreas, onde está implantada a cultura da cana-de-açúcar, permitem colheita mecanizada, no entanto, apenas 2 já estavam cumprindo a Lei Estadual e o Protocolo Agro-ambiental e 6 deles acreditam que conseguirão cumprir as exigências no prazo estipulado.

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De acordo com 80% dos fornecedores, a época de colheita é decidida pela usina e a colheita da cana variou de julho a dezembro, se concentrando nos meses de outubro e novembro.

Com relação ao Corte, Carregamento e Transporte - CCT, todos os fornecedores terceirizam esta operação, sendo que, em 80% dos casos, a própria usina que irá comprar a produção é quem realiza esta operação, e o valor referente a este serviço é descontado do pagamento da cana-de-açúcar. Nos 20% restante, quem realiza esta operação são empresas terceirizadas, especializadas neste tipo de serviço, e quem as contratam são os próprios fornecedores.

A expectativa dos entrevistados quanto a duração dos canaviais é de 5 ou 6 cortes, sendo que apenas um dos entrevistados acredita que fará o 7° corte. De acordo com um trabalho realizado por Borba & Bazzo (2009), com dados da região de Ribeirão Preto - SP, o sexto corte foi o estágio produtivo mais adequado para a reforma do canavial por proporcionar maior viabilidade econômica do empreendimento.

Entrevistando alguns proprietários de terras, que arrendam terras para usinas de Regionais vizinhas, relataram que possuem um contrato de sete anos com a usina e recebem 30 t de cana/alqueire/safra, sendo que este pagamento é parcelado, recebendo uma parte a cada 60 dias. A usina é responsável por todas as operações desde o preparo do solo, plantio, tratos culturais até a colheita.

No município de Nova Canaã Paulista, também foi encontrado uma área de 256 ha (sendo 235 ha com a cultura de cana-de-açúcar) que pertence a um Grupo estrangeiro, que arrenda terras em toda a região (Santa Fé do Sul, Nova Canaã Paulista, Ilha Solteira, etc.) e segundo o técnico agrícola do grupo, eles são responsáveis pelo fornecimento de 25% da cana-de-açúcar moída na usina Vale do Paraná, localizada no município de Suzanápolis. A duração do contrato com a usina varia de 6 a 7 cortes e recebem pela qualidade da cana, ou seja, em ATR/tonelada de cana entregue e o pagamento é feito sempre no mês seguinte ao da colheita, no quinto dia útil. A colheita é por conta do próprio grupo.

Em Rubinéia, outro Grupo estrangeiro, também fornece a produção para a usina Vale do Paraná e o contrato de compra e venda é igual ao anterior.

No município de Dirce Reis existe uma área arrendada para uma empresa agropecuária que trabalha tanto com terra própria como com terra arrendada e fornece a produção para a usina Generalco, localizada no município de General Salgado.

Na maioria das entrevistas realizadas (60%), a cana produzida é fornecida para a usina Generalco, onde o sistema de pagamento se baseia na metodologia estabelecida no Regulamento do Conselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo – CONSECANA-SP (2006). Primeiramente fixa-se uma quantidade média em quilos de ATR por tonelada de cana produzida (com base na média obtida nos últimos anos da usina). É feito então, uma previsão da produção de cada fornecedor, em toneladas, naquela safra. Após a estimativa da produção, multiplica-se pela ATR média pré-fixada e multiplica-se pelo valor acumulado em Reais da ATR até o mês que antecede o pagamento (CONSECANA-SP).

O pagamento da produção da safra pode ser feito mensalmente (em 12 parcelas), com base na previsão de produção, até a colheita. Após a colheita da cana-de-açúcar, é feito a pesagem, na balança da própria usina, para verificar o valor real da produção do fornecedor (em toneladas de cana-de-açúcar), o qual passa a receber no restante dos meses (últimos 4 a 5 meses) o valor do pagamento corrigido, seja para mais ou para menos. Outra forma de

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pagamento realizado na região de Jales, pelas usinas, é pagar 70% ou 80% da produção real até o 10º dia do mês seguinte da colheita e os restantes 20% ou 30% são pagos divididos nos 2 ou 3 meses subseqüentes.

Em Aparecida D’ Oeste ocorre algo semelhante com o que foi relatado anteriormente sobre Dirce Reis, porém a cana produzida é fornecida para a usina Pioneiros, localizada em Sud Mennucci. O contrato com a usina tem duração de 5 anos, podendo ter mais 2 anos de prorrogação, e o fornecedor recebe pela qualidade, ou seja, pela quantidade de ATR por tonelada de cana-de-açúcar entregue. O pagamento é feito da seguinte maneira: 80% do valor é dividido em doze meses e os 20% restante fica para usina, referente ao CCT (corte, carregamento e transporte) e repasse de plantio caso seja necessário. Já o contrato de parceria agrícola entre a empresa e o proprietário da terra tem duração de 5 anos, e o proprietário recebe uma porcentagem da produção que varia a cada ano.

No município de Pontalinda, um dos fornecedores entrevistados entrega sua produção para a usina Virgulino de Oliveira (Açucareira), localizada no município de Monções - SP. O contrato de fornecimento com a usina é de 3 anos, e o pagamento é feito da seguinte maneira: 70% do pagamento é feito no quinto dia útil do mês seguinte ao da colheita, e os 30% restantes é dividido em três e pago nos meses subseqüente. A colheita é por conta da usina, portanto é descontado o CCT. 3.4. Questões ligadas ao meio ambiente

As Áreas de Preservação Permanente – APPs, de acordo com a Lei Federal nº 4.771 de

15/09/1965 (alterada pela Lei Federal nº 7.803 de 1989), são áreas de grande importância ecológica, cobertas ou não por vegetação nativa, que têm como função preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem estar das populações humanas. A mata ciliar é a vegetação que ocorre nas margens do rios e mananciais e tem uma importante função na proteção dos cursos d’água do assoreamento, ficando localizada na APP. Já a Reserva Legal é uma parcela da propriedade rural que, por lei, deve ser conservada a vegetação nativa, independentemente do relevo ou da existência de água nas terras. O tamanho da área depende da localização da propriedade, por exemplo, na região sudeste deve ser conservado no mínimo 20% da áre total. A medida provisória 2.166-67 de 24/08/2001, com vigência de lei, impõe a existência de Reserva Legal em todos os imóveis rurais e a obrigatoriedade dos proprietários rurais em recompô-las até 2032. Este tamanho de área a ser conservado, entre outros, poderá sofrer alteração com o novo Código Florestal que estabelecem novas regras de responsabilidades ambientais as quais estão sendo discutidas no Congresso Nacional.

As responsabilidades na manutenção das Áreas de Preservação Permanente, bem como das áreas de Reservas Legais, recaem sobre o proprietário da terra. No entanto, estas responsabilidades resultam em benefícios para toda a sociedade, uma vez que estas áreas estão associadas à manutenção e à conservação dos serviços ambientais tais como, água, biodiversidade, carbono e beleza natural (MANFRINATO et al., 2005).

Dentre as propriedades que fizeram parte da pesquisa, 90% delas têm algum tipo de fonte de água, sendo que 60% possuem nascente ou córrego, como mostra a Figura 06. De acordo com os fornecedores entrevistados, todas as 9 propriedades que possuíam algum tipo

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de fonte de água, no momento da pesquisa, respeitavam as Áreas de Preservação Permanente, evitando plantar nestas áreas.

FIGURA 06. Fontes de água nas propriedades produtoras de cana-de-açúcar que fizeram

parte da pesquisa. EDR de Jales - SP, 2008. A grande maioria dos entrevistados (90%) relataram possuir um ou mais tipos de áreas destinada à preservação ambiental. De acordo com os fornecedores entrevisatdos, 90% possuíam APP, 70% mata ciliar e 60% Reserva Legal, como mostra a Figura 07. No momento da pesquisa um dos entrevistados afirmou não possuir nenhum tipo de área destinada à preservação ambiental.

Com relação a quantidade de forncedores que possuem Reserva Legal (60%), valor igual foi encontrado por Fernandes (2008) na Regional de Araçatuba e numa pesquisa realizada por Deleo & Mello (2005), com mais de 55 hortifruticultores brasileiros, que verificou que mais da metade dos produtores entrevistados não estavam enquadrados totalmente às normas de APP e/ou Reserva Legal.

FIGURA 07. Áreas destinadas à preservação natural nas propriedade produtoras de cana-de-

açúcar, no EDR de Jales – SP, 2008.

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Quanto às práticas conservacionistas de solo, todos os fornecedores realizaram análise de solo, terraço e plantio em nível e calagem, 30% afirmaram fazer caixas de contenção e 10% afirmaram realizar preparo mínimo do solo. A preocupação com o destino das embalagens principalmente de agrotóxicos4 no setor agrícola é recente. A obrigatoriedade da tríplice lavagem das embalagens, armazenamento adequado das mesmas e o destino final da embalagem lavada ainda são desconhecidos por muitos produtores. O produtor deve entregar, juntamente com a nota fiscal, nos postos autorizados de recebimento de embalagens vazias e se não existir no município um posto de coleta, deve entregar as embalagens na loja de revenda (agropecuária) em que o produto foi adquirido. Quando questionados sobre o destino dado às embalagens de insumos agrícolas usadas, 60% dos produtores relataram que guardam e esperam vir buscar e 40% guardam essas embalagens e depois devolvem nas agropecuárias e/ou nas associações. Os critérios e procedimentos para o armazenamento, transporte e aplicação da vinhaça, gerada pela atividade sucroalcooleira no processamento da cana-de-açúcar, no solo do Estado de São Paulo, estão estabelecidos na norma técnica P4.231- Vinhaça - Critérios e Procedimentos para Aplicação no Solo Agrícola. Sobre a legislação ambiental Estadual para queimada de cana-de-açúcar, 90% deles disseram ter conhecimento sobre as mesmas e apenas 20% deles conhecem a legislação ambiental Estadual para a aplicação de vinhaça. Em 70% das propriedades estudadas, os fornecedores entrevistados afirmaram receber visitas esporádicas de fiscalização governamental. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS No EDR de Jales, ocorreu uma grande expansão da cultura da cana-de-açúcar, sendo inclusive muito superior à expansão ocorrida no Estado de São Paulo. Esse avanço da cana-de-açúcar se deu principalmente nos últimos 3 anos e sobre áreas de pastagens.

Os resultados mostram que o sistema de produção de cana-de-açúcar no EDR de Jales, de acordo com os produtores entrevistados, se baseia praticamente em: sistematização da área, preparo do solo, adubação, plantio manual, controle de plantas daninhas e pragas e colheita manual de cana queimada. A produtividade média do 1º corte foi de 123,5 t/ha. O pagamento é realizado pela qualidade da cana, muito embora parte dos produtores não considere esta forma a mais justa.

Os produtores de cana-de-açúcar desta Regional demonstraram preocupados com as questões ambientais.

Em 2008, no momento da pesquisa, os produtores entrevistados estavam satisfeitos com a atividade e todos tinham como objetivo e metas para o futuro ampliar suas áreas com cana-de-açúcar.

4Decreto 4.074 de 04 de Janeiro de 2002 regulamenta a Lei nº7.802/89, de 11 de julho de 1989, que dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins, e dá outras providências. A Norma Técnica NBR 13.968 – Embalagem rígida vazia de agrotóxico (plásticas, metálicas e de vidro) – Procedimento de lavagem; e a NBR 14.719 – Embalagem rígida vazia de agrotóxico – Destinação Final da Embalagem lavada – Procedimento.

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5. REFERÊNCIAS BORBA, M. M. Z.; BAZZO, A. M. Estudo Econômico do Ciclo Produtivo da Cana-de-Açúcar para Reforma de Canavial, em Área de Fornecedor do Estado de São Paulo. In: XLVII CONGRESSO DA SOBER, 2009, Porto Alegre. Anais... Porto Alegre: Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural - SOBER, v.47, p.1 – 21, 2009. CAMARGO, A. M. M. P. de et al. Dinâmica e tendência da expansão da cana-de-açúcar sobre as demais atividades agropecuárias, Estado de São Paulo, 2001-2006. Informações Econômicas, São Paulo, v.38, n.3, p.47-66, mar. 2008. CANASAT. Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE e a Divisão de Sensoriamento Remoto – DSR. São José dos Campos, 2009. Disponível em: <http://www.dsr.inpe.br/mapdsr/frame.jsp>. Acesso em: 15 Fev. 2009. CASER, D. V. et al. Previsões e estimativas das safras agrícolas do Estado de São Paulo, Ano Agrícola 2008/09, 5° levantamento, Junho de 2009. Informações Econômicas, São Paulo, v.39, n.8, p.81-99, ago. 2009. CASER, D. V. et al. Previsões e estimativas das safras agrícolas do Estado de São Paulo, Ano Agrícola 2009/10, 2° levantamento, e levantamento final, Ano Agrícola 2008/09, Novembro de 2009. Informações Econômicas, São Paulo, v.40, n.2, p.60-79, fev. 2010. CENTRO DE TECNOLOGIA COPERSUCAR - CTC. Potencial de Produção. Boletim Agrícola, 1996, 44p. COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO - CONAB. Acompanhamento de safra brasileira: cana-de-açúcar, segundo levantamento, setembro/2009 - Safra 2009. Brasília: Conab, 2009. Disponível em: <http://www.conab.gov.br/conabweb/download/safra/2cana_de_acucar.pdf>. Acesso em: 25 Out. 2009. CONSELHO DOS PRODUTORES DE CANA-DE-AÇÚCAR, AÇÚCAR E ÁLCOOL DO ESTADO DE SÃO PAULO – CONSECANA-SP. Manual de Instruções, Piracicaba – SP, 2006, 5ª edição, 54p. Disponível em: <http://www.unica.com.br/content/show.asp?cntCode={6ED1BE65-C819-4721-B5E7-312EF1EA2555}>. Acesso em: 16 out. 2009. COORDENADORIA DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA INTEGRAL – CATI. Endereços CATI . São Paulo, 2008. Disponível em: <http://www.cati.sp.gov.br/novacati/index.php>. Acesso em: 05 Mai. 2008. DELEO, J. P. B.; MELLO, M. O meio ambiente pede espaço. Hortifruti Brasil , Piracicaba: Cepea, n. 38, p.9-13, ago. 2005. Disponível em: <http://www.cepea.esalq.usp.br/hfbrasil/edicoes/38/full.pdf>. Acesso em: 10 nov. 2009.

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