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O consultor profissional em Gestão de Pessoas: Referências para uma atuação estratégica
Dezembro/2014
ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 8ª Edição nº 009 Vol.01/2014 dezembro/2014
O consultor profissional em Gestão de Pessoas:
Referências para uma atuação estratégica
Ettore Riter - [email protected]
MBA Gestão de Pessoas por Competência e Coaching
Instituto de Pós-Graduação e Graduação – IPOG
Goiânia, GO, 20 de janeiro de 2014
Resumo
Diante da crescente demanda por serviços de consultoria organizacional e a afluência de
profissionais a esse mercado, faz-se necessário abordar os aspectos conceituais da atuação
competente e estratégica que diferencie o consultor e atribua qualidade e resultado à sua
ação. Esse artigo trata do consultor profissional como agente de desenvolvimento e
mudanças, atento a gestão da cultura da organização. Apresenta-se o papel estratégico do
profissional de RH e os requisitos de atuação do consultor nos processos interventivos.
Aponta-se para a importância de agregar conhecimentos técnicos em gestão de pessoas,
negócios e processo de consultoria buscando efetiva ação do consultor frente às necessidades
da empresa-cliente. Apresentam-se abordagens de consultoria, tratando o diagnóstico, as
fases do projeto, as habilidades e postura do consultor, enfatizando o aspecto relacional
positivo e autêntico deste junto a seu cliente. Através da revisão bibliográfica em obras de
referência em consultoria, administração e negócios e gestão de pessoas, buscou-se modelos
e conceitos fundamentais à profissionalização do consultor e aumento da qualidade nos seus
serviços. Como resultado desse trabalho, apresenta-se um conjunto de apontamentos
disparadores para o aprofundamento dos interessados nos temas tangenciados, posto que é
ampla a gama de conhecimentos e autores nos assuntos abordados.
Palavras-chave: Consultoria; Gestão de Pessoas; Competência; Planejamento de RH;
Diagnóstico.
1. Introdução
As mudanças ocorridas no ambiente do negócio de uma empresa impulsionam mudanças no
ambiente interno desta. Com todo o processo já conhecido iniciado pela globalização e seus
consequentes desdobramentos, as mudanças no ambiente externo de uma organização
acontecem com maior frequência, em maior intensidade e com maiores impactos e exigências
a todos os envolvidos. Os mercados, a economia, os clientes, as novas tecnologias ou novos
concorrentes, geram necessidade de adaptação na forma como a organização lida com seus
aspectos internos (processos, tecnologia, lideranças, pessoas etc.).
Segundo Tiffany e Peterson (1998) as forças de mudança que afetam um ambiente de negócio
devem ser analisadas a fim de construir para a empresa um planejamento estratégico que a
auxilie lidar com as exigências e oportunidades que se impõem e que requerem um
posicionamento estratégico adequado. Seja devido a estrutura, os relacionamentos, os
mercados e/ou as finanças, as transformações no ambiente externo exigem respostas no
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ambiente interno e nesse ponto, os serviços oferecidos pelas consultorias especializadas
ganham espaço e força. No que tange a Gestão de Pessoas, há o “aumento da adversidade e da
multifuncionalidade” (GIL, 2007:62) que demandam atenção e ação profissional
especializada.
Surge uma grande demanda para a atuação do consultor preparado, atuando como agente de
desenvolvimento de mudanças, na gestão da cultura e valores organizacionais, na
implementação de soluções para as questões importantes de sobrevivência, manutenção e
expansão das empresas. Procura-se então por soluções técnicas aplicáveis às demandas
particulares, por conhecimentos disponíveis acessados nas “consultas” técnicas e por projetos
personalizados que atendam as necessidades dos clientes seja em questões internas ou em
situações externas da empresa.
A partir disso, propõe-se uma abordagem dos aspectos essenciais de atuação do consultor e do
papel estratégico da Área de Recursos Humanos (ARH), apontando para atuações e
conhecimentos fundamentais ao consultor, para que seja efetivo em seu diagnóstico e
intervenções, realizando suas ações de forma coerente, competitiva e diferencial neste
crescente mercado dos serviços de consultoria organizacional.
2. Consultor em Gestão de Pessoas
Neri (1999) comenta que a atividade de consultoria teve um grande impulso nos últimos anos,
devido em parte a radicais mudanças na forma de gestão de empresas. Quando um executivo
procura um consultor ele tem necessidades tanto de resultados quanto de desenvolvimento e
crescimento pessoal. Block (2013) atribui o aumento da demanda de consultoria à busca de
novos conhecimentos e de inovação para enfrentar a globalização da economia, para
consolidação de vantagens competitivas, para lidar com processos de terceirização, fusões,
aquisições, implantação de sistemas e para desenvolver relacionamento entre empresa e
clientes, visando um processo de melhoria continua sustentada. Oliveira (2006) afirma haver
uma tendência sólida e sem retorno para o crescimento da consultoria empresarial, sendo um
dos segmentos de prestação de serviços que mais têm crescido no mundo.
Segundo o Instituto Brasileiro dos Consultores de Organização (IBCO, 2014), no Brasil, a
contratação de serviços de consultoria ainda não faz parte da cultura de negócios; os
empresários tem baixa confiança nos resultados e benefícios de um processo de consultoria
organizacional. Apontam-se como causas desse descrédito as experiências negativas, vividas
ou conhecidas, a falta de profissionalização da atividade e o baixo desenvolvimento das
competências específicas para exercer esta atividade de forma profissional. Os critérios mais
adotados para a seleção de consultoria são, respectivamente, a indicação, a competência
técnica e o valor cobrado. As tendências apontam “uma exigência maior na
profissionalização, no reforço do networking e a presença da qualidade e da ética como
fatores competitivos para os consultores” (IBCO, 2008:148).
Block (1991:2) define consultor como “a pessoa que está em posição de ter alguma influência
sobre a pessoa ou grupo, mas que não tem poder direto para produzir mudanças ou programas
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de implementação”. Por sua vez, é o Gerente (de linha) quem tem controle direto sobre a
ação. Pode-se entender que o consultor deve ter amadurecimento profissional e condições
técnicas semelhantes a do gerente, mas não deve querer ou precisar ter poder direto para gerar
mudanças; ele precisa agir de forma diferente da do gerente, sem ser um “gerente de linha
substituto” (BLOCK, 1991:3), não seduzindo-se pelo poder. O consultor eficaz deve ter
capacidade de influenciar e agregar para gerar mudanças, mesmo agindo indiretamente. O
propósito ou produto final é a intervenção, seja promovendo uma mudança estrutural na
organização, seja viabilizando às pessoas ou grupos o aprendizado de algo novo. Block (2013)
define ainda os clientes como as pessoas que recebem os conselhos e a consultoria como
qualquer momento em que se aconselha alguém que está em posição de fazer uma escolha.
Gil (2007) define o consultor de recursos humanos como
(...) um profissional que presta serviços voltados à identificação e análise de
problemas referentes à política, organização e métodos na área de RH e que também
recomenda ações preventivas e corretivas. É, portanto um profissional
reconhecidamente qualificado em seu campo e que é remunerado por hora ou
projeto. Classicamente, o Consultor tem-se limitado a fazer sugestões ao cliente,
sem envolver o poder de implementar as ações sugeridas. Como, porém sua
atividade vem-se tornando mais constante, nota-se que, com frequência cada vez
maior, ele passa a agir diretamente nos projetos e, em muitos casos, a dispor de certo
grau de poder em relação a sua implementação. Por sua vez, à medida que as
empresas adotam, pelo menos como propósito, a Gestão de Pessoas, maior
importância passa a ser conferida à figura do Consultor nessa área. Não
necessariamente um Consultor contratado, externo à organização, mas um Consultor
interno, capaz de proporcionar às pessoas que atuam na organização tanto a
orientação técnica para a elevação de seus níveis de desempenho quanto o
aconselhamento voltado a seu desenvolvimento profissional e pessoal. Tanto é que
muitas empresas vêm empregando coachs, que de certa forma podem ser
reconhecidos como consultores para a gestão de pessoas. (GIL, 2007:63)
Pode-se notar uma aparente discrepância entre Gil (2007) e Block (1991, 2013), concernente à
caracterização feita sobre o trabalho do consultor. O primeiro aponta para uma ação direta do
consultor em um projeto, até recebendo poder em certo grau sobre a implementação. Por uma
particularidade da consultoria contemporânea em gestão de pessoas, esse profissional, quando
presta serviços de consultoria, acaba por atuar diretamente no projeto, mantendo ainda seu
papel de consultor em gestão de pessoas. Isso coloca um desafio ou dificuldade maior em seu
trabalho no que se refere aos limites e manutenção de seu papel de consultor, tanto para o
próprio profissional consultor, quanto para os executivos e colaboradores da empresa-cliente.
O segundo autor considera que essa é a diferença crucial entre o consultor e o chamado
gerente de linha; o consultor não tem poder nem influência direta sobre os resultados ou sobre
o projeto, enquanto o gerente os tem. Como entender essa questão?
Arrisca-se uma compreensão aproximando-se de Gaglionone (2010) que observa a condição
de consultor como uma atuação historicamente mais recente do profissional de Recursos
Humanos (RH). Este especialista tratava de questões de forma mais limitada, com foco
específico nos subsistemas, por vezes separadamente entre si, conforme seu contexto
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organizacional e as necessidades da empresa exigiam. O papel do consultor requer uma
posição diferente para que seja capaz de intervir no contexto organizacional propondo e
facilitando mudanças necessárias à competitividade e rentabilidade da empresa. Podemos citar
como exemplo dessa capacidade diferenciada a utilização do modelo proposto por Senge
(2012) das cinco disciplinas essenciais (pensamento sistêmico, domínio pessoal, modelos
mentais, visão compartilhada, aprendizagem em equipe) para construir uma organização que
aprende, ou seja, que está preparada para os desafios presentes e futuros de seu ambiente de
negócios em constante mudança. Esse modelo deve servir ao consultor tanto para
compreender o estado atual de uma organização que lhe solicita serviços, quanto para orientar
suas propostas de intervenção. Ao profissional de RH não é esperado ou solicitado esse
escopo de atuação.
Segundo Oliveira (2006) pode-se definir um consultor externo como o profissional autônomo
ou profissional de uma empresa prestadora de serviços de consultoria; um consultor interno é
o funcionário da empresa-cliente, o qual realiza serviços para áreas diversas da empresa. Ele
está envolvido no dia a dia da empresa, portanto, existe uma dualidade entre sua atuação
como consultor e como profissional da empresa.
Um bom trabalho de consultoria requer três tipos de habilidades: as Habilidades técnicas (ser
especialista no assunto), as Habilidades interpessoais (capacidade de transformar ideias em
palavras, de ouvir, dar apoio, discordar de forma razoável, de manter o relacionamento) e as
Habilidades de consultoria (ser competente na execução dos 5 passos de uma consultoria:
1. Entrada e contrato; 2. Coleta de dados e diagnóstico; 3. Feedback e decisão de agir; 4.
Implementação; e 5. Extensão, reciclagem ou término). (BLOCK, 2013) Trazendo essa
perspectiva para a consultoria em gestão de pessoas de modo a favorecer a ação competente,
além dos necessários conhecimentos técnicos de RH, são requeridos também habilidades de
relacionamento interpessoal, compreensão de negócios e dos processos de consultoria de
empresas.
Gil (2007) expressa ser uma das vantagens do consultor externo sobre o consultor interno (ou
staff) a não imersão natural na cultura da organização. Ela interfere na objetividade e empatia
para lidar com os novos desafios e para desempenhar de forma adequada os novos papéis
profissionais requeridos nos novos contextos organizacionais. Os consultores externos são
agentes de mudanças que favorecem essas adaptações e desenvolvimentos necessários. O
autor aponta ainda que, tradicionalmente, vê-se a área de gestão de pessoas como
desvinculada do negócio da empresa, sendo um centro de custos. Tornar-se um centro de
lucro é o grande desafio atual dessa área organizacional. Mudanças de paradigmas são
necessárias para esses profissionais. “As pessoas são um dos elementos diferenciais na
crescente competitividade das empresas” (GIL, 2007:63). A consultoria de gestão de pessoas,
então, se faz uma ferramenta valiosa para a implementação de práticas e soluções efetivas que
contribuam positivamente com o atingimento dos objetivos e metas organizacionais, fazendo
da área de gestão de pessoas um participante ativo nos processos organizacionais, não ficando
apenas na função de staff, que tem sim seu valor, mas obtendo agora uma importância
estratégica para a gestão do negócio, com uma visão externa à organização.
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Podem destacar-se os seguintes tipos de consultoria, (OLIVEIRA, 2006:56):
Consultoria de pacote é a realizada por meio de transferência de fortes estruturas de
metodologias e de técnicas administrativas, sem a preocupação da otimizada adequação
à realidade atual ou esperada para a empresa-cliente.
Consultoria artesanal é aquela que procura atender às necessidades da empresa-cliente
por meio de um projeto baseado em metodologia e técnicas administrativas
especificamente estruturadas para a referida empresa-cliente, tendo, entretanto,
sustentação de outras abordagens e modelos aplicados em outras empresas.
Consultoria especializada é a que atua em um ou poucos assuntos dentre de uma área de
conhecimento.
Gaglionone (2010) elenca um rol de programas específicos oferecidos pelas consultorias
especializadas encontradas atualmente no mercado: Remuneração Variável; Cargos e salários;
Treinamento Operacional; Treinamento Gerencial; Desenvolvimento Estratégico;
Recrutamento e Seleção; Higiene e Segurança do trabalho; Análise de Clima Organizacional;
Reestruturação Organizacional; Cultura Organizacional. Soma-se ainda à lista o Mapeamento
de Competências.
Compreendendo os limites e expectativas sobre seu trabalho e as habilidades necessárias para
desempenhar sua função, o consultor pode assumir diferentes papéis, conforme a situação, a
fim de ter sucesso em sua atuação junto a organização, conforme apontam Champion, Kiel e
Mclendon (1990). Em qualquer processo de consultoria o cliente tem dois tipos de
necessidades:
a) Necessidade de resultados do projeto (mudanças organizacionais em nível estrutural,
processos, comunicação, aprendizagem de habilidades, comportamentos ou atitudes);
b) Necessidade de crescimento (aumento da capacidade de performance para uma nova
função ou comportamentos).
Para lidar com essas necessidades do cliente, esses autores apresentam uma grade de papéis
que o consultor pode optar em desempenhar:
Parceiro: consultor e cliente produzem resultados e se desenvolvem mutuamente;
Professor: contribui com conhecimentos teóricos e práticos atuais para atualização do
cliente;
Modelador: forma multiplicadores de assuntos do interesse do cliente, a partir de seu
“know how” de consultor;
Especialista: diz o que deve ser feito, e apresenta resultados, mas não ensina nem
desenvolve as pessoas; acaba por criar dependência do seu trabalho;
Assessor técnico: oferece respostas às questões técnicas, desde que o cliente faça as
perguntas certas; tem relação indireta com os resultados;
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Conselheiro: tem pouca interferência direta nos resultados; atua de forma discreta no
desenvolvimento pessoal e profissional dos executivos;
Facilitador: acompanha o cliente em algum projeto e oferece ajuda técnica e pessoal
durante o processo, avaliando o andamento, oferecendo tecnologia e instrumentos,
organizando informações e apoiando o cliente nos momentos de insegurança, medo ou
excessiva autoconfiança;
Coach: transforma a consultoria num programa de treinamento e desenvolvimento
personalizado aos indivíduos ou grupos;
Observador reflexivo: acompanha um cliente por um longo período e oferece análises e
conclusões; não tem responsabilidades diretas por resultados nem pelo desenvolvimento
direto dos clientes, mas pode ser muito útil em processos longos de reestruturação e
desenvolvimento de organizações.
Os autores distribuem esses papéis em uma grade de nove posições conforme seu grau de
intervenção, para atender as duas necessidades do contratante, atuando com responsabilidade
pelo crescimento do cliente e pelos resultados do projeto.
Res
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bil
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Facilitador Professor Modelador
Observador
reflexivo
Assessor
técnico Expecialista
Responsabilidade por resultados dos projetos
Figura 1 - Grade de papéis típicos da consultoria.
Fonte: Adaptado de Champion, Kiel e Mclendon (1990)
Considerando que o sucesso do consultor se deverá à sua preparação para posicionar-se em
um ou mais papéis, Neri (1999) ressalta a importância de agir “com sensibilidade para
escolher o papel adequado à hora e à maturidade do cliente”; Block (2013) acrescenta ainda a
importância de ser autêntico para poder ser efetivo como consultor.
Neri (1999) alerta aos novos consultores que:
Tanto consultores externos quanto internos podem desempenhar estes papéis;
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A flexibilidade para assumir mais de um papel prepara o consultor para uma atuação
efetiva;
A sensibilidade para escolher o papel adequado à hora e à maturidade do cliente conduz
o consultor para o sucesso;
Entre si, nenhum papel é melhor ou pior que os outros; mas deve estar adequado às
necessidades e expectativas do cliente;
É importante conhecer os papéis que desempenhamos melhor, ou pior, para
potencializá-los ou desenvolvê-los;
Quando temos uma clara noção de quem realmente são os nossos clientes e qual a
hierarquia das nossas relações, esses papéis são mais eficazes.
Oliveira (2006) afirma que a principal diferenciação entre as consultorias (e consultores) está
no “como” e não “no que” vai ser oferecido ao cliente. A definição do tipo de consultoria
facilita o estabelecimento do seu produto de consultoria e sua forma de atuação. Um consultor
deve proporcionar a seguinte situação:
a) Desenvolver trabalho de consultoria com metodologia estruturada e focalizada na
empresa como um todo (planejamento estratégico, qualidade total etc.);
b) Ter sustentação e conhecimento para administrar a interligação com as metodologias e
técnicas administrativas a serem utilizadas pelas outras consultorias (ou ações anteriores
da empresa).
3. Consultoria e Gestão Estratégica de Pessoas
No contexto da consultoria estratégica em Gestão de Pessoas, Santos (1999) faz apontamentos
importantes sobre as atividades da gestão de RH que devem atender três dimensões
competitivas da estratégia do negócio:
a) Constituição da rede de trabalho com equipes,
b) Aprendizagem organizacional e
c) Gestão da cultura organizacional.
Com essa atuação, a gestão de pessoas consegue participar efetivamente da vantagem
competitiva viabilizada pela atualização das competências essenciais da organização.
As mudanças de paradigmas na gestão de RH para elevar a competitividade da empresa
incidem no processo de estruturação da organização e o redesenho dos cargos, permitindo “a
descentralização da responsabilidade, o aumento da capacidade decisória das pessoas, a
horizontalização da organização e a incessante renovação das competências essenciais da
empresa”. (SANTOS, 1999:46)
As estratégias da gestão de pessoas se baseiam em novo eixo, saindo da tradicional forma de
gerenciamento de mão-de-obra e avançando para a gestão estratégica de pessoas e, então,
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gestão por competências. Uma perspectiva da evolução da área de RH pode ser representada
pela seguinte escala:
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Estratégica
Administrativa 1985 a atual
Tecnicista 1965 a 1985
Legal 1950 a 1965
Contábil 1930 a 1950
Antes de 1930
Enfo
qu
e d
o R
H:
Custos;
Compra da
Mão-de-Obra
Legislação
Trabalhista;
Cumprir com
obrigações.
Subsistemas
Técnicos;
Posicionamento
hierárquico
tático.
Sindicalismo;
Indivíduo, relações e
desenvolvimento;
Migração de GRI
(Gerência das Relações
Industriais) para GRH
(Gerência de Recursos
Humanos)
Planejamento
Estratégico;
envolvimento dos
colaboradores e
integração de
sistemas de suporte;
Posicionamento
hierárquico
estratégico.
Figura 2 - Evolução da Área de RH.
Fonte: Adaptado de Tose (1997 apud MARRAS, 2000)
É na última fase da evolução representada, a Estratégica, que se começa a pensar e trabalhar
com competências. Dentre muitas outras definições, opta-se por destacar uma, a de que:
“Competência é um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes
correlacionadas, que afeta parte considerável da atividade de alguém, que se
relaciona com seu desempenho, que pode ser medido segundo padrões
preestabelecidos, e que pode ser melhorado por meio de treinamento e
desenvolvimento”. (PARRY apud LEME, 2008:20)
O aumento da competição e a busca crescente das empresas pela eficiência organizacional
inicia uma mudança no olhar sobre as capacidades das pessoas. O foco direciona-se ao
desempenho, englobando tanto os comportamentos do indivíduo quanto suas realizações. A
gestão de pessoas então direciona seus esforços para compreender, captar e aplicar as novas
características profissionais que recebem destaque e interesse para o negócio, que se encontra
em numa economia em constante mudança; desenvolve-se a gestão por competências como
uma solução. Essa modalidade de gestão, sendo um processo contínuo e alinhado às
estratégias organizacionais, redefine as ações da ARH, oferecendo uma visão estratégica para
a execução das suas atividades. (CARBONE et al., 2005)
Há quatro características fundamentais relacionadas pelos autores referente a gestão por
competência. Ela é dinâmica (requer constante interação entre pessoas e grupos internos e
externos à organização, visando à sua ampliação e atualização); é sistêmica (busca estratégias
em sistemas abertos e fluente contato com o ambiente externo); é cognitiva (relaciona-se aos
conhecimentos gerenciais visando identificar as competências essenciais à organização); é
holística (estimula a ampliação do foco de análise do valor e do desempenho da organização).
(CARBONE et al., 2005)
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A gestão por competências intenciona proporcionar, entre outras, as vantagens de se ter de
uma definição clara de perfis profissionais que podem favorecer a elevação da produtividade;
um foco claro para aplicação dos esforços e investimentos em capacitação e desenvolvimento
de equipes, em conformidade com as necessidades organizacionais e o perfil dos seus
funcionários; uma gestão do desempenho por meio de critérios observáveis e mensuráveis;
uma conscientização dos profissionais quanto a sua co-responsabilidade em seu próprio
processo de autodesenvolvimento. (GRAMIGNA, 2007) Certamente, ao se ampliar a
complexidade das atribuições e as responsabilidades de um profissional, é preciso planejar a
alteração no chamado espaço ocupacional, ou seja, o cargo ou posição ocupado dentro da
empresa. Dutra (2001) alerta que esse processo de ampliação do espaço ocupacional obedece
duas variáveis: a necessidade da empresa e a competência individual que possibilita atendê-la.
Ruano (2003) propõe um quadro comparativo entre a gestão estratégica de pessoas e a gestão
por competências, no que diz respeito aos objetivos dessas duas modalidades:
Objetivos da gestão estratégica de
pessoas
Objetivos da gestão por
competências
Ajustar as políticas de gestão de
pessoas às estratégias corporativas
Vincular as ações dos subsistemas de
RH à missão, valores e cultura da
organização
Envolver os funcionários por meio
dos processos de comunicação
Comunicar comportamentos
valorizados
Assegurar a capacidade da
organização para envolver-se em
processos de mudança
Desenvolver vantagens competitivas,
atualizando permanentemente o
conjunto de competências que a
organização possui
Monitorar de forma contínua o
ambiente organizacional
Focalizar a atenção em
comportamentos voltados à satisfação
dos clientes, orientando os gerentes
quanto a estratégia e a cultura
corporativa
Figura 3 - Zonas de interseção entre gestão estratégica de pessoas e gestão por competência
Fonte: Adaptado de Ruano (2003)
Ligadas às estratégias organizacionais, as competências organizacionais e funcionais são
afetadas invariavelmente. “Mudam as circunstâncias, muda-se a estratégia empresarial e, em
decorrência, as competências organizacionais” (TRASSATI e COSTA, in NERI, 1999:21).
Prahalad e Hamel (1990) definem competências organizacionais como um aprendizado
coletivo da organização, passível de reprodução e compartilhamento. Estes também
apresentam o conceito de competências essenciais ou centrais (core competences), sendo um
conjunto de tecnologias e técnicas de produção que a organização consegue mobilizar a fim
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de gerar uma vantagem competitiva. Essas competências centrais da organização são
necessárias para construir a competitividade da empresa; é a chave para a participação nas
oportunidades disponíveis no mercado. Com isso, muda-se o foco das Unidades de Negócio
que se atém à participação no mercado. No cenário competitivo de rápidas mudanças, a
organização deve ter portifólio de competências, não apenas um portifólio de negócios. É o
nível estratégico da organização que tem o papel fundamental nessa mobilização que forma as
competências centrais da empresa e o consultor em gestão de pessoas é chamado para
contribuir com o executivo nessa demanda, intervindo pelo viés do capital humano,
assumindo responsabilidades pelo crescimento e por resultados dos projetos. (CHAMPION,
KIEL E MCLENDON, 1990)
No planejamento estratégico de uma empresa, o papel da ARH pode ser positivamente
impactante à medida que acessa os níveis decisórios, gerindo efetivamente o capital humano.
Ulrich (1997) defende que a ARH deva participar trazendo informações importantes sobre o
contexto interno da empresa. O autor ainda apresenta um modelo de múltiplos papéis do
profissional de RH que entende-se contribuir também com o consultor em seu posicionamento
para com a área de gestão de pessoas. Os quatro papéis descritos são formados por dois
diferentes focos (Estratégico/Futuro X Operacional/Dia a Dia) e dois eixos de ação
(Processo/Pessoas). Nas interações dessas variáveis, os profissionais contribuem de modos
diversos com os resultados que a área deve entregar para não ser apenas mais um “centro de
custos” da organização.
Foco: Futuro/Estratégico
Processos
Parceiro Estratégico
Administração de Estratégia de
Recursos Humanos: Alinha a
estratégia de RH à estratégia da
empresa. A contribuição é
executar a estratégia.
Agente de Mudanças
Administração da Transformação e
das Mudanças: Garante que a
empresa tenha capacidade de se
transformar. A contribuição é criar
uma organização renovada. Pessoal
Especialista Administrativo
Administração da Infraestrutura
da empresa: Redesenha
processos de negócios, cortando
custos e aumentando a
eficiência. A contribuição é
construir uma infraestrutura
eficiente.
Defensor dos Funcionários
Administração da Contribuição dos
Funcionários: Entende e tenta
satisfazer as necessidades do
funcionário; proporciona recursos
para que este atenda às necessidades
da organização. A contribuição é
aumentar o comprometimento e a
capacitação da equipe.
Foco: Cotidiano/Operacional
Figura 4 - Modelo de múltiplos papéis para o profissional de RH.
Fonte: Adaptado de Ulrich (1997)
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Além das questões técnicas, o relacionamento com o cliente é essencial para o resultado da
consultoria. Merron (2007) argumenta que a consultoria deve ser centrada no cliente,
buscando atingir os objetivos estabelecidos no processo inicial de contratação, ajudando a
organização a manter a fluidez de modo que ela possa se adaptar a um ambiente em mudança,
atendendo as necessidades de seus membros. Abordagens que não funcionam são as
consultorias centradas no consultor, na tarefa, no pagante ou na técnica. O centramento no
cliente leva-o a ser mais responsável pelo resultado e a estabelecer mais claramente suas
necessidades primordiais; também leva o consultor a tratar as questões do cliente com a
devida singularidade que requer uma organização; e leva-o a considerar que a aprendizagem
do cliente é a essencial de toda a atividade de consultoria e a admitir que o cliente possui a
capacidade de resolver seus próprios problemas. A excelência da consultoria requer que os
aspectos da visão da consultoria centrada no cliente sejam integralmente aplicados.
4. Gestão e Negócio
Ao analisar as mudanças estratégicas nas organizações, Anselmo (1995) observa uma
correlação em cada fase de desenvolvimento das empresas. Determinadas características
apresentam-se em suas estratégias, estruturas, culturas e políticas internas, as quais buscam
ajustarem-se para garantir um bom desempenho à organização.
Fases e
Variáveis
Nascimento Crescimento Maturidade Declínio ou
Revitalização
Estratégia Negócio Único Negócio
dominante
Negócios
relacionados
Negócios não
relacionados
Estrutura Informal Funcional
centralizada
Divisional com
funções
centralizadas
Holding
(descentralizada)
Configuração
Política
Autocracia Instrumental ou
missionária
Sistema fechado
ou meritocrático
Arena política
Questões
Culturais
Cultura aderente
(“cola”) que mantém a
organização unida
Esforço para
clarificação de
uma cultura
Integração
cultural
declinante com
sub-culturas
Cultura torna-se
barreira à
mudança
Figura 5 - Características das fases de desenvolvimento as empresas.
Fonte: Adaptado de Anselmo (1995)
Identificar tais características permite ao consultor em gestão de pessoas, compreender mais
precisamente as questões e necessidades do seu cliente, indo além do que lhe é dito por ele,
observando sua realidade vigente para intervir efetivamente.
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Com a complexidade progressiva do mundo dos negócios e da gestão, instrumentos e
conhecimentos mais apurados são crescentemente exigidos, quer nas tarefas cotidianas, quer
para refletir, propor alternativas e tomar decisões mais eficazes. Para uma atuação profissional
mais eficiente, a compreensão dos conceitos de modelo de negócios, organizacional e de
gestão é importante diferencial. (ROSA E MARÓSTICA, 2012) Na gestão estratégica de
pessoas, conforme indica Santos (1999), a gestão de RH deve ter alinhamento claro com a
gestão estratégica da empresa.
Figura 6 – Interrelação das três dimensões dos modelos.
Fonte: Rosa e Maróstica (2012)
Rosa e Maróstica (2012) definem modelos de negócios como um sistema que agrega
diferentes agentes de mercado com o objetivo de atender necessidades e interesses mútuos.
Esses participantes interrelacionam-se executando diferentes funções que encerram diferentes
ativos e processos. Pode-se entender então que se trata de um modo de entregar produtos ou
serviços, atendendo as necessidades e interesses de todas as partes envolvidas. Para se analisar
um modelo de negócio é preciso atentar para estrutura de propriedade da empresa, para o
mercado-alvo e o produto oferecido, para o processo produtivo-operacional, para os canais de
distribuição e relacionamento com o cliente, para a estrutura, finanças e ambiente,
concorrentes, e para as tendências que podem impactar o negócio, como a profissionalização
da gestão, a intensificação do capital e a transição digital.
Certamente nem todos esses temas serão da ação cotidiana do consultor em gestão de pessoas,
mas, partindo desse nível mais amplo da organização, muitos fatores chegam para pender a
balança para um lado ou outro no que se refere à gestão das pessoas na prática. O consultor
preparado pode estar atento a essas questões e trazê-las proveitosamente para a pauta de
discussões e ações com os executivos da empresa-cliente.
Segundo esses autores, todo negócio precisa de uma organização para realizar suas tarefas
básicas, a saber, “atender necessidades ou desejos de um segmento de mercado de forma
eficaz e sustentável”. (ROSA E MARÓSTICA, 2012:27) Um modelo de organização é um
Modelo de Negócio
Modelo de Organização
Modelo de Gestão ou Gerência
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sistema formal com a função de executar o negócio, e por isso tem impacto direto sobre os
resultados de um negócio em três dimensões específicas: custo, eficiência e sustentação. Uma
organização tem um custo para realizar a missão do negócio e este precisa ser coerente com as
condições de mercado a fim de permitir rentabilidade e competitividade. A eficiência
organizacional viabiliza um negócio bem sucedido, atribuindo agilidade, flexibilidade,
disciplina e estrutura enxuta na produção de bem ou prestação de serviços. Um modelo
sustentável de organização permite realizar objetivos atuais enquanto se compromete com
objetivos futuros, mantendo-se produtiva e competitiva com “baixos resultados colaterais
negativos”. (ROSA E MARÓSTICA, 2012:29)
Para se analisar o modelo da organizção é necessário compreender a composição geral da
organização no que se refere ao tamanho, tipo, tarefas, organograma, processos, regras,
sistemas de informação e mecanismos de controle. Neste último ponto inclui-se o diagnóstico
organizacional.
Essa segunda dimensão parece ser mais próxima do dia a dia do consultor em gestão de
pessoas. Associada a primeira dimensão, a compreensão do consultor sobre o negócio da
empresa-cliente pode dar um salto de qualidade, permitindo mais assertividade e resultados no
projeto de consultoria.
Modelos de gestão ou de gerência é o terceiro nível a ser estudado e se refere aos
Modos específicos de pensar, sentir e agir da gerência de uma organização no
relacionamento com o pessoal. Incluem conceitos e valores prevalecentes,
sentimentos e atitudes predominantes quanto aos vários objetos, questões e
comportamentos típicos. Há o pressuposto subjacente de que as formas adotadas de
pensar, sentir e agir levem à maior realização dos objetivos organizacionais e, por
extensão, empresariais (do negócio). (ROSA E MARÓSTICA, 2012:56)
Vale destacar o conceito de Gerência apresentado pelos autores:
“processo de dirigir o trabalho da equipe para a realização da missão para a qual foi
criada. Isso implica em exercer um poder que lhe foi delegado no contexto da
organização e assumir as responsabilidades pelos resultados do trabalho da equipe”.
(ROSA E MARÓSTICA, 2012:54)
Os gerentes desempenham suas funções de modo particular, mas, basicamente, as ação
esperadas da gerência possuem um escopo fundamental, representado a seguir:
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Figura 7 - O processo gerencial de Henry Fayol
Fonte: Adaptado de Rosa e Maróstica (2012)
Para atuar competentemente nesse nível do negócio, o consultor deve compreender o a gestão
da cultura da organização, o capital intelectual da empresa, o alinhamento estratégico com o
negócio, a satisfação no trabalho e produtividade, o desenvolvimento de pessoas e outras
variáveis que coexistem nesse contexto. Destaca-se os fatores para compreender o âmbito
gerencial como o propósito da gerência, a mente gerencial, o quadro emocional prevalecente
na gerência e o processo de gestão.
É interessante relembrar a diferença exposta por Block (2013) entre o consultor e o gerente.
Nesse contexto e conceitos, o consultor não lida exclusivamente com o nível da gestão, nem
requer que se dispute com o gerente espaço e poder de realização. Outrossim, o consultor
deve ter a capacidade e as habilidades para poder transitar entre os três níveis para colaborar
efetivamente com intervenções nos modelos, conforme a necessidade diagnosticada da
empresa-cliente.
5. Diagnóstico em consultoria
Segundo Oliveira (2006), o diagnóstico pretende fazer um levantamento acurado e preciso das
necessidades do cliente, apontando questões chaves para o desenvolvimento de um projeto e
implantação das soluções encontradas.
PLANEJAMENTO
•Olhar para o futuro
•Identificar ameaças e oportunidades
•Tomar decisões
•Fixar planos de ação
ORGANIZAÇÃO
•Criar funções e órgãos
•Estabelecer normas e processos
•Definir relações e fluxos de informação
CONTROLE
•Avaliar resultados
•Avaliar desempenho
•Definir correções de rota
DIREÇÃO
•Comunicar
•Criar clima de motivação
•Liderar
•Formar equipe
GERÊNCIA
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As pessoas são um dos elementos diferenciais na crescente competitividade das empresas.
“As empresas precisam de pessoas motivadas para que o tão propalado binômio
produtividade-qualidade aconteça”. (VERGARA, 2000:43) A consultoria de gestão de
pessoas é uma ferramenta valiosa para a implementação de práticas e soluções efetivas que
contribuam positivamente com o atingimento dos objetivos e metas organizacionais, sem
perder de vista as pessoas e sua importância para a empresa nesse processo. O consultor em
gestão de pessoas, em seu levantamento das necessidades do cliente, irá verificar se
competências de uma área de trabalho estão alinhadas com competências organizacionais e se
os papéis que a área de RH tem assumido são estrategicamente adaptados ao contexto e
necessidades da organização. Assim, como expõe Block (2013) o diagnóstico se iguala a uma
auditoria de posição.
O profissional de RH deve fazer a gestão da cultura e dos valores da organização (LEME,
2008). O mesmo foco deve ter o consultor, pois, sendo ele um agente de mudanças
organizacionais, deve estar atento ao contexto cultural e valores da empresa na qual intervém.
Conhecer a fase de desenvolvimento da organização também contribui para adotar o papel
adequado a assumir, assim como a coerência e efetividade das soluções propostas.
O grande desafio do consultor de RH é alinhar a gestão dos recursos humanos ao plano
estratégico de negócio. O planejamento é vital para uma atuação estratégica da ARH.
Milkovich e Boudreau (2008) apresentam uma abordagem diagnóstica para o
desenvolvimento de planejamento da área de RH considerando três dimensões:
Ambiente externo: nesse âmbito é importante identificar como as políticas econômicas
nacionais impactam o mercado de trabalho e como as leis e regulamentações
trabalhistas podem interferir no cotidiano da organização. A diversidade da população
empregada é outro fator a ser observado, pois se precisa recrutar e integrar pessoas de
capacidades, culturas, religiões, e etnias diferentes.
Ambiente organizacional: A situação financeira permite ou impõe à ARH um papel
adequado ao momento e necessidades das pessoas e da empresa. As condições
tecnológicas também exigem ações da ARH, seja auxiliando os processos de mudança
de tecnologia, seja desenvolvendo novas habilidades necessárias, ou ainda contratando
novos talentos. As Estratégias de negócio, as quais devem determinar a estratégias de
RH, podem ser compreendidas a partir de três posturas da empresa:
a) Defensora: Mercado estável e pouco numeroso. O foco da ARH é
planejamento formal e de longo prazo e atividades de Treinamento e
Desenvolvimento podem ser conduzidas inteiramente;
b) Prospectora: Contínua procura da empresa por novos produtos e
oportunidades de mercado, assumindo riscos regularmente. O foco da ARH
não é planejamento formal, nem desenvolver inteiramente as pessoas; faz-se
necessário identificar e trazer talentos de fora.
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c) Analista: Operam em muitos mercados, alguns estáveis, outros em constante
mudança. O RH atua desenvolvendo estratégias diferentes conforme a unidade
de negócio em questão.
Situação dos empregados: refere-se às características do quadro funcional; a ARH
desenvolve ações mais técnicas, monitora desempenho e desenvolve competências;
pesquisa atitudes e opiniões dos funcionários (pesquisa de clima organizacional);
monitora e trabalha outros indicadores (absenteísmo, rotatividade etc.)
Os autores apresentam o seguinte esquema para o processo de planejamento de RH apoiado
na abordagem diagnóstica:
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Questão de planejamento Abordagem diagnóstica
Onde estamos agora? Diagnóstico das condições organizacionais e
externas e das características dos empregados
Onde queremos estar? Estabelecimento dos objetivos de RH, baseados
na eficiência e na ética, de acordo com os
interesses dos principais acionistas.
Como chegaremos lá? Escolha das atividades de recursos humanos e
alocação dos recursos necessários
Como nos saímos?
Onde estamos agora?
Avaliação dos resultados por meio de diagnóstico
das novas condições, de acordo com os objetivos,
e reinício do processo.
Figura 8 - Processo de planejamento da abordadem diagnóstica.
Fonte: Milkovich; Boudreau (2008)
A gestão de pessoas precisa estabelecer claramente os objetivos para sua atuação. Duas
decisões básicas são necessárias: “Como A ARH pode contribuir para o negócio?” e “Quais e
quantos recursos deve-se usar?”. Iniciam-se as bases para alinhar as estratégias de RH com as
da empresa. Essas decisões estratégicas são tomadas por um cruzamento de informações entre
a) A análise da demanda e as necessidades futuras de recursos humanos, e
b) A análise da oferta interna.
O consultor deve elaborar uma proposta de trabalho, estruturando as ações em um projeto.
Deve desenvolver o projeto considerando duas principais fases, Caracterização e Execução.
Após a assinatura do contrato que firma uma consultoria como prestadora de serviço é que se
dá a início às duas fases da consultoria O volume de trabalho varia com o decorrer do tempo,
sendo maior na primeira fase em carga, no entanto é mais longo em tempo na segunda. O
profissional da consultoria responsável pelo projeto deve estar ciente das consequências de
não desenvolver e entregar adequadamente os resultados acordados, acarretando possíveis
problemas à empresa-cliente. (OLIVEIRA, 2006)
Para realizar o trabalho proposto, o consultor deve concentrar-se nos resultados esperados do
projeto; envolver os níveis hierárquicos superiores para obter apoio; distribuir adequadamente
as tarefas do projeto; desenvolver relacionamento direto com as pessoas envolvidas no
projeto; fazer avaliações realistas e incentivar críticas; manter coerência em suas atitudes e
decisões; resolver ou minimizar problemas e conflitos com as pessoas; monitorar e controlar
adequadamente o andamento do projeto geral e em suas partes. Uma questão que requer
atenção e habilidade do consultor é quanto ao processo de negociação dos serviços de
consultoria, “buscando a aceitação de ideias, propósitos ou interesses visando ao melhor
resultado possível” para as partes envolvidas. (OLIVEIRA, 2006:104)
Block (2013) argumenta que um “diagnóstico” já é feito na reunião de contratação; nessa
ocasião esclarece-se o contrato, prepara-se para lidar com as resistências, e então, concentra-
se na descoberta. Deve-se encontrar um modo independente e inovador de compreender a
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realidade do cliente e levá-lo a um compromisso, criar um processo que envolva-o na
construção do resultado. “O objetivo da descoberta não é estar certo, mas se efetivo e eficaz”.
(BLOCK, 2013:201) A maneira tradicional é pensar nessa etapa da descoberta como um
diagnóstico, identificando problemas e apresentando soluções. Outra maneira, a utilizada pelo
autor, é a abordagem baseada em ativos (ou baseada nos pontos fortes), que se concentra mais
nas possibilidades do que nos problemas, mais no que está funcionando e nos pontos fortes do
que nas deficiências e nos insucessos. Daí vem a possiblidade de não se realizar um
diagnóstico propriamente dito, mas partir dos talentos e pontos fortes da organização para
basear as intervenções da consultoria, gerando soluções e resultados necessários e desejados
pelo cliente.
Seguindo adiante, o trabalho efetivo da consultoria se vincula a habilidade do consultor em
conduzir competentemente a execução das cinco fases de uma consultoria: (BLOCK, 2013)
a) Contratação: negocia-se expectativas; lida-se com motivações ambíguas; trata-se de
preocupações não manifestas; define-se os participantes dos contratos;
b) Diagnóstico e investigação: define-se os níveis de investigação; compreende-se o clima
político; lida-se com as resistências; estabelece-se as reuniões como um evento de
aprendizagem mútua;
c) Feedback e decisão de agir: filtra-se dados; apresenta-se dados pessoais e
organizacionais; comanda-se a reunião de ação; concentra-se no aqui e agora; não se
leva nada para o lado pessoal;
d) Engajamento e Implementação: aposta-se no engajamento em vez de no comando e na
persuação; planeja-se mais participação que apresentação; encoraja-se trocas públicas
difíceis; dá-se opções para a tomada de decisão; muda-se a conversa para mudar a
cultura; presta-se atenção ao lugar de reunião e à postura dos participantes;
e) Conclusão: verifica-se a necessidade de extensão ou reciclagem do projeto; apresenta-se
e avalia-se os resultados; define-se o término do processo; disponibiliza-se para
próximos projetos.
As atividades de cada fase devem ser concluídas, mas não é imperioso que todos os requisitos
das fases sejam atendidos, ou seja, um eventual quesito pode ser excluído da conversa pela
particularidade do cliente. Mas deve-se ter cuidado para, adiante, não se deparar com “pedras”
não removidas previamente no processo. No desejo de levar um projeto em frente pode-se
desprezar ou desvalorizar algum fator; mas há prejuízos e dificuldades ao papel do consultor
quando algo não foi resolvido de início. (BLOCK, 2013).
Para esse autor, as técnicas não bastam para o bom trabalho do consultor; são necessárias as
habilidades interpessoais para o sucesso da atuação consultiva; o autor enfatiza a importância
do estabelecimento de um relacionamento positivo com o cliente e de uma postura autêntica e
sincera do consultor durante o processo de consultoria e depois. “Terminar as atividades de
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cada fase e ser sincero ao afirmar o que você está sentindo é tudo o que você precisa para
prestar uma consultoria infalível”. (BLOCK, 2013:82)
6. Conclusão
Os conhecimentos brevemente destacados até aqui devem fazer parte de um escopo maior de
saberes a serem praticados na atuação profissional do consultor, desde o momento da
contratação e diagnóstico, até a construção e entrega dos resultados advindos da efetiva
intervenção executada. Sublinha-se o valor de estabelecer e manter o relacionamento e de
atuar dentro da necessidade do cliente, gerando aprendizado, competitividade e lucratividade
à organização.
A área de consultoria tem chamado a atenção de muitos profissionais que, acostumados com o
trabalho de RH interno de uma empresa, podem considerar a consultoria como uma
continuação dessa modalidade de trabalho da ARH, enquanto prestam serviços de consultoria.
Mas deve-se ter o cuidado de perceber que não é exatamente o mesmo modo de trabalhar,
apesar de compor conhecimentos e práticas semelhantes. O profissional de RH deve adaptar-
se a uma nova carreira, a um modo de trabalho designado de “prestação de serviço de
consultoria”. Este profissional de RH interno pode ficar tentado a pensar na consultoria de
gestão de pessoas como uma evolução natural da carreira profissional ou uma forma mais
elevada de aplicação das práticas de gestão de pessoas. Essa concepção equivocada, porém,
prejudica o reconhecimento real da atuação da consultoria profissional, que vai além de uma
simples adaptação do trabalho interno de RH a outros ambientes e empresas. Novas
habilidades e posturas, até conhecimentos, precisam ser agregados ao “portifólio” do
consultor profissional para que desempenhe com sucesso e profissionalismo essa atividade.
Há diversas abordagens para se prestar serviços de consultoria e inúmeros modelos e
conhecimentos úteis e necessários a esse trabalho. Na área de Gestão de Pessoas, não são
numerosos os profissionais que prestam uma Consultoria Organizacional com perspectiva
integral, seja por limitações de suas competências (conhecimentos, habilidades ou atitudes),
seja por sua opção em atuação especializada.
Dada a necessidade de desenvolver e manter uma vantagem competitiva, as empresas buscam
nos serviços de consultoria organizacional um modo de alinhar e agregar seu capital diverso,
incluindo o humano; o consultor preparado, que domina a prática da consultoria e a visão
estratégica da gestão de pessoas, pode contribuir com uma maior integração das áreas da
empresa, com o aprendizado da organização e com a elevação da competitividade e
lucratividade. É estruturando um projeto de consultoria, diagnosticando acuradamente e
propondo soluções de forma assertiva, realizando competentemente as fases e tarefas de um
projeto, que sua contribuição será efetiva e profícua para as partes envolvidas, tanto para a
organização e seu desenvolvimento, quanto para o consultor com indicações e contratações
futuras.
A consultoria profissional excelente e eficaz não trata apenas do domínio de conhecimentos
técnicos, mas deve ter ênfase, como linha mestra do consultor profissional, o estabelecimento
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de relacionamento positivo e coerente com o cliente e a adoção da autenticidade, sinceridade e
ética como modus operandi do consultor.
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