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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO RESIDÊNCIA MÉDICA EM TOCOGINECOLOGIA PARÂMETROS CLÍNICO-METABÓLICOS DE MULHERES COM INSUFICIÊNCIA OVARIANA PREMATURA EM TERAPIA HORMONAL – ESTUDO COMPARATIVO A MULHERES COM FUNÇÃO GONADAL NORMAL Aluna: Thamyse Fernanda de Sá Dassie Orientador: Profa. Dra. Cristina Laguna Benetti-Pinto 1

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASFACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSORESIDÊNCIA MÉDICA EM TOCOGINECOLOGIA

PARÂMETROS CLÍNICO-METABÓLICOS DE MULHERES COM INSUFICIÊNCIA OVARIANA PREMATURA EM TERAPIA HORMONAL –

ESTUDO COMPARATIVO A MULHERES COM FUNÇÃO GONADAL NORMAL

Aluna: Thamyse Fernanda de Sá Dassie

Orientador: Profa. Dra. Cristina Laguna Benetti-Pinto

Campinas, Fevereiro de 2017

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Parâmetros clínico-metabólicos de mulheres com insuficiência ovariana prematura em terapia hormonal –

estudo comparativo a mulheres com função gonadal normal

Thamyse Fernanda de Sá Dassie1 ; Cristina Laguna Benetti-Pinto2 1 Médica Residente do Departamento de Tocoginecologia, da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (DTG/FCM/UNICAMP)

2 Professor Associado do Departamento de Tocoginecologia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (DTG/FCM/UNICAMP)

UNICAMP

2017

Resumo

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Introdução: A insuficiência ovariana prematura (IOP) é caracterizada por

hipoestrogenismo e hipergonadotropismo. Acomete cerca de 1% da

população feminina com idade inferior a 40 anos e na maioria dos casos a

etiologia é desconhecida. Uma das consequências a longo prazo da IOP é

a aumento do risco cardiovascular, provavelmente por disfunção endotelial,

alteração do perfil lipídico e síndrome metabólica. Como pode reduzir a

expectativa de vida dessas mulheres, a análise de alguns parâmetros

clínicos, metabólicos e laboratoriais possibilita avaliar a ação da reposição

estrogênica sobre tais parâmetros, favorecendo orientação e tratamento

precoces. Métodos: Estudo de corte transversal com análise do perfil

lipídico (colesterol total, LDL, HDL, VLDL e triglicérides), pressão arterial e

glicemia de mulheres com IOP utilizando TH, comparativamente a mulheres

com função ovariana normal, pareadas por idade e índice de massa

corpórea (IMC). Resultados: As mulheres com IOP e as com função

gonadal normal tinham, respectivamente, idade de 37,2 ± 6,0 e 37,3 ± 5,9

anos e IMC de 27,0 ± 5,2 e 27,1 ± 5,4 kg/m². O uso de TH era feito há pelo

menos 6 meses. Os grupos não diferiram quanto aos parâmetros: pressão

sistólica, glicemia, colesterol total, LDL, VLDL e triglicérides, embora a

prevalência de aumento na pressão arterial diastólica tenha sido maior na

presença de IOP. Foi evidenciada diferença para o nível sérico de HDL

colesterol, significativamente maior nas pacientes com IOP. Conclusões: Mulheres com IOP em uso de TH apresentaram pressão arterial, glicemia e

perfil lipídico semelhantes aos de mulheres com função gonadal

preservada. Com estes resultados, pode-se supor que a TH possa

contribuir para reduzir o risco cardiovascular atribuído ao hipoestrogenismo

precoce.

Palavras-chaves: insuficiência ovariana prematura; doença cardiovascular; amenorreia secundária; terapia hormonal; perfil lipídico

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INTRODUÇÃO

Insuficiência ovariana prematura (IOP) foi primeiramente descrita por Moraes e

Jones, em 1967 [1], e é caracterizada como hipogonadismo hipergonadotrófico antes

dos 40 anos de idade [2]. Clinicamente manifesta-se por irregularidade menstrual ou

amenorreia, associado à elevação dos níveis de FSH [3] e tem incidência referida de

1% [4]. As consequências da IOP ocorrem devido ao hipoestrogenismo e podem ser

divididas em curto e longo prazo. As de curto prazo são sintomas vasomotores como

fogachos e sudorese noturna, palpitações cardíacas e atrofia genital. Já as de longo

prazo são osteoporose, doenças cardiovasculares e neurológicas [5 - 16].

Na IOP, os potenciais fatores de risco para o desenvolvimento de doenças

cardiovasculares são: disfunção endotelial, disfunção autonômica, perfil lipídico

anormal, distúrbios da ação da insulina e síndrome metabólica [6, 12].

Os resultados em relação ao perfil lipídico, quando estudadas pacientes sem

terapia hormonal (TH), demostram distúrbios dislipidêmicos, em especial redução do

HDL colesterol, elevação de colesterol total e LDL colesterol [17 - 19].

Sabe-se que em mulheres após a menopausa o uso de estrogênios orais altera

favoravelmente o perfil lipídico, principalmente quanto aos níveis de LDL e HDL [20 -

23]. No entanto, em mulheres com IOP em uso de TH, há poucos dados na literatura

que comprovem esse benefício [24, 16].

Este estudo teve como objetivo analisar alguns parâmetros clínicos e

metabólicos, considerados fatores de risco cardiovascular (perfil lipídico, níveis

pressóricos e glicemia) em mulheres com IOP em uso de TH, comparativamente a

mulheres de mesma idade e índice de massa corpórea (IMC), com função gonadal

preservada.

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MÉTODOS

Foi realizado um estudo de coorte transversal para avaliar alguns fatores de

risco cardiovascular em mulheres com IOP em uso de TH comparativamente a

mulheres com função gonadal preservada, pareadas, uma a uma, por idade e IMC.

A IOP foi diagnosticada em mulheres com até 40 anos que apresentassem

amenorreia ou irregularidade menstrual e pelo menos duas dosagens de FSH maiores

de 40 mUI/l em momentos distintos, com pelo menos um mês de intervalo entre eles.

Para uniformidade da amostra, optou-se por incluir apenas mulheres com amenorreia

secundária em uso de TH, com cariótipo normal e sem antecedente de câncer,

quimioterapia ou radioterapia. Estas mulheres eram atendidas no ambulatório de

ginecologia endocrinológica do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da

Faculdade de Ciência Médicas da Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP.

Cada mulher com IOP foi pareada a uma mulher do grupo controle que deveria

apresentar ciclo menstrual espontâneo e regular e ter mesma idade (± 2 anos) e IMC

no mesmo grupo (<20kg/m²; entre 20 e <25kg/m²; entre 25 e <30kg/m²; entre 30 e

<35kg/m²; entre 35 e 40kgm²; > 40kg/m²) que a mulher a qual foi pareada.

Para os dois grupos, as variáveis avaliadas no momento da inclusão no estudo

foram: idade (em anos completos), cor, antecedentes pessoais (hipertensão arterial,

diabetes melitus, dislipidemia, hipotireoidismo, doenças psiquiátricas) e obstétricos,

peso (em quilogramas - kg), altura (em metros - m), IMC (relação kg/m²), pressão

arterial sistólica (PAS medida com esfigmomanômetro braquial, em mmHg), pressão

arterial diastólica (PAD medida com esfigmomanômetro braquial em mmHg), glicemia

de jejum (método ensaio enzimático, glicose oxidase em mg/dL), colesterol total

(método ensaio enzimático colorimétrico em mg/dL), HDL colesterol (método ensaio

enzimático colorimétrico em mg/dL), LDL colesterol (método ensaio enzimático

colorimétrico em mg/dL), VLDL colesterol (método ensaio enzimático colorimétrico em

mg/dL), triglicérides (método ensaio enzimático colorimétrico em ml/dL), TSH (método

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imunoenzimático / eletroquimioluminescência em mUI/L), T4 livre (método

imunoenzimático / eletroquimioluminescência em ng/dL) e FSH (método imunoensaio /

eletroquimioluminescência em mUI/mL). Apenas para o grupo estudo com IOP, avaliou-

se idade no momento do diagnóstico da IOP (em anos) e tempo de IOP (calculado

como número de anos desde a última menstruação até a inclusão no estudo).

Em ambos os grupos, não foram excluídas as pacientes com comorbidades

previamente conhecidas (hipertensão arterial, dislipidemia, hipotireoidismo e diabetes),

todas em tratamento para as respectivas doenças descritas, por considerar que sua

exclusão seria um viés metodológico por selecionar um grupo de mulheres

"inadequadamente" saudáveis.

Para as variáveis analisadas, foram considerados como alterados os seguintes

valores: pressão arterial sistólica ≥ 140mmHg; pressão arterial diastólica ≥ 90mmHg;

glicemia ≥ 100mg/dL; colesterol total ≥ 200mg/dL; LDL ≥ 130mg/dL; HDL < 45 mg/dL;

triglicérides ≥150ml/dL; TSH ≥ 5mU/L.

Esta pesquisa foi aprovada pelo comitê de ética em pesquisa da instituição.

Análise Estatística

Para descrever o perfil da amostra segundo as variáveis em estudo, foram feitas

tabelas de frequência das variáveis categóricas, com valores de frequência absoluta (n)

e percentual (%), e estatísticas descritivas das variáveis numéricas, com valores de

média e desvio padrão. Para comparação das variáveis categóricas entre os dois

grupos (IOP e controle) foram utilizados os testes Qui-quadrado ou exato de Fisher.

Para comparação das variáveis numéricas foi utilizado o teste t ou Mann-Whitney. Para

a análise pareada foram utilizados testes de McNemar e Simetria para comparar

variáveis categóricas e, teste t pareado para comparar variáveis quantitativas. O nível

de significância considerado foi de 5%. O programa computacional utilizado foi o SAS

(Statistical Analysis System) versão 9.4 para Windows.

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RESULTADOS

Foram analisadas 102 mulheres com IOP em uso de TH e igual número de

mulheres com função gonadal preservada. Mulheres com IOP mostravam valores de

FSH com média acima de 40mUI/mL (Tabela 1).

A média de idade entre os grupos com IOP e de controle foi de 37,2 ± 6,0 e 37,3

± 5,9 anos e IMC 27,0 ± 5,2 e 27,1 ± 5,4 kg/m², respectivamente, evidenciando

sobrepeso em ambos os casos. Não houve diferença estatística entre essas duas

variáveis, reforçando o adequado pareamento previamente realizado.

O número de gestações e partos foi estatisticamente diferente entre os grupos,

com maior paridade no grupo controle (p=0,007 e 0,004), porém sem diferença quanto

ao número de abortos.

As mulheres apresentaram IOP em média aos 31,9 ± 7,8 anos e o tempo

decorrido do diagnóstico até a inclusão no estudo foi em média de 5,3 ± 5,6 anos.

Todas estavam usando TH há pelo menos 6 meses, com TH divididas da seguinte

forma: 3 mulheres usavam contraceptivo oral combinado (contendo 30mcg de

etinilestradiol); 63 mulheres com estrogênio conjugado (0,625mcg ou 1,25mcg,

combinado com acetato de medroxiprogesterona); 33 mulheres com estradiol (1mg ou

2mg, combinado com noretisterona); e 3 mulheres usavam tibolona.

A análise comparativa dos diferentes parâmetros clínicos e laboratoriais,

medidos no momento de inclusão no estudo, entre os grupos de mulheres com IOP e

grupo controle, mostrou diferença apenas para o HDL-colesterol, que foi

respectivamente de 56,3 ± 14,6 e 52 ± 13,9, com p=0,03, com maiores níveis séricos

no grupo de estudo. Não houve diferença entre os grupos quanto aos níveis

pressóricos, glicêmico, colesterol total ou LDL e VLDL colesterol, triglicérides ou ainda

para a os hormônios relacionados à função tireoidiana (tabela 2).

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Comparando os números absolutos de mulheres com níveis séricos alterados

para os parâmetros avaliados, observou-se novamente maior número de mulheres com

HDL alterado (<45mg/dL), observado em 34% das mulheres do grupo de controle

(p=0,004), com oddis ratio de 0,39. Já para o valor de pressão arterial diastólica,

embora com média semelhante entre os grupos, verificou-se maior número de sujeitos

com valores acima de 90mmHg no grupo IOP (n=10), sendo que menos da metade das

mulheres com níveis alterados era previamente diagnosticada como hipertensa (dados

não mostrados). Embora sem diferença estatística entre os grupos, é preciso referir

que, entre as mulheres com glicemia maior que 100mg/dL no grupo IOP (n=11),

apenas 3 delas já haviam recebido diagnóstico de diabetes (tabela 3).

Ao se avaliar especificamente as mulheres com hipertensão arterial sistêmica,

dislipidemia, diabetes ou disfunção tireoidiana, considerando-se o diagnóstico anterior

à inclusão no estudo e o uso de medicação específica para cada doença, não houve

diferença estatística entre as variáveis analisadas para cada comorbidade em questão:

glicemia nas pacientes diabéticas; colesterol total, HDL, LDL e VLDL nas pacientes

dislipidêmicas; pressão arterial sistólica e diastólica nas pacientes hipertensas (tabela

4).

DISCUSSÃO

Este estudo avaliou mulheres jovens com diagnóstico de IOP em média há 5

anos, todas em uso de terapia hormonal há pelo menos 6 meses, e não encontrou

piora nos parâmetros clínico-metabólicos de risco cardiovascular analisados em

relação a mulheres de mesma idade e IMC e função gonadal preservada. Os níveis

pressóricos, glicemia, hormônios tireoidianos e perfil lipídico não foram diferentes entre

os grupos pareados por idade e IMC, com HDL colesterol discretamente maior no

grupo de mulheres com IOP. A comorbidade mais frequentemente diagnosticada foi a

hipertensão arterial sistêmica, que, em números absolutos, foi mais prevalente no

grupo de controle. Quando avaliado o número de mulheres com pressão arterial

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diastólica acima de 90mmHg, houve maior frequência nas mulheres com IOP, sendo

que metade delas já estavam em tratamento para hipertensão arterial, podendo ser

consideradas inadequadamente tratadas.

Sabe-se que as doenças cardiovasculares (DCV) representam atualmente a

principal causa de morte entre mulheres [25]. Vários estudos relataram uma correlação

direta negativa entre a idade da menopausa e a morbidade cardiovascular [13, 26-28],

explicada principalmente pela deficiência de estrogênio e possivelmente de androgênio

[13, 29-32].

Em estudo publicado em 1999, com mais de seis mil mulheres com menopausa

natural em diferentes idades, foi avaliada a relação entre a idade da menopausa e a

mortalidade por doença cardiovascular, com resultados mostrando que a menopausa

precoce está associada ao aumento da mortalidade por doença cardíaca isquêmica [8].

Mulheres com IOP apresentam hipoestrogenismo em idade muito precoce,

podendo ser um fator de aumento para esse risco, porém estudos específicos para

esta população são raros. Um deles sugere que tais mulheres apresentem um perfil de

risco cardiovascular desfavorável, pelo aumento de fatores inflamatórios crônicos e

piora dos níveis pressóricos [12], porém apenas 30% das mulheres incluídas estavam

em uso de terapia hormonal.

No estudo de Knauff e colaboradores, mulheres com IOP sem TH tiveram níveis

significativamente mais elevados de triglicérides e mais baixos de HDL em comparação

aos controles [17]. Também sem uso de TH, outro estudo revelou níveis de colesterol

total e LDL significativamente maiores em mulheres com IOP [18]. Mais recentemente,

há dados mostrando aumento do colesterol total nessas mesmas mulheres em relação

a controles saudáveis, com níveis similares de glicose, insulina, HOMA-IR, LDL

colesterol e triglicérides [19]. É preciso analisar porque nossos resultados apontam em

outra direção. As mulheres por nós avaliadas apresentaram perfil lipídico semelhante

ao grupo controle, com HDL colesterol discretamente maior, porém deve ser ressaltado

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que todas as mulheres com IOP estavam em uso de TH. Estudos comparativos com

IOP sem TH seriam possíveis apenas se incluíssem mulheres que se recusassem a

usar TH ou que tivessem contraindicação a esse tratamento.

Sabe-se que o estrogénio exerce efeitos protetores sobre o sistema

cardiovascular, incluindo a redução de colesterol total e LDL colesterol [33], ação

antioxidante [34] e efeito vasodilatador [35]. Existem evidências substanciais de que o

tratamento com estrogênio melhora a função endotelial vascular em mulheres no

período de vida após a menopausa [36 - 39].

Os estudos que avaliam o impacto da TH sobre o sistema cardiovascular de

pacientes com IOP são escassos. Estudos pequenos, com pacientes com IOP após

ooforectomia, sugeriram um fator protetor da TH através do controle do sistema

nervoso autônomo, avaliado através da variabilidade da frequência cardíaca [40], e da

pressão arterial sistêmica [41] após 3 meses de tratamento. Outro estudo realizado em

pacientes com IOP de causa não cirúrgica constatou que essas pacientes apresentam

disfunção endotelial vascular significativa, revertida após 6 meses de TH [16]. Estes

estudos mostram evidências semelhantes aos nossos resultados, porém apresentam

um número muito reduzido de mulheres (14, 18 e 18 mulheres com IOP,

respectivamente).

Também demonstramos não haver diferença significativa entre os valores de

pressão arterial, glicemia e perfil lipídico das pacientes com IOP em uso de TH em

relação a controles com função gonadal preservada. A única variável com diferença

estatística foi o nível sérico de HDL colesterol, maior nas mulheres com IOP. Com

esses resultados podemos inferir que o uso de TH pode ser capaz de auxiliar no

controle de potenciais fatores de risco analisados, com efeito benéfico sobre o sistema

cardiovascular.

É importante destacar que diferentemente de outros estudos citados [16-18, 40-

41], mulheres com comorbidades previamente conhecidas e com potencial risco

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cardiovascular não foram excluídas dos grupos estudados, pois consideramos que sua

exclusão criaria um viés, induzindo a uma imagem falsamente “saudável”. Além da

amostra relativamente grande de mulheres avaliadas, em especial considerando a

prevalência da IOP, um outro ponto forte foi o pareamento individual de cada sujeito do

grupo de estudo considerando idade e IMC, fatores confundidores que poderiam alterar

as variáveis estudadas.

As médias do IMC de ambos os grupos, próximo a 27, indica sobrepeso,

demonstrando uma tendência à obesidade das mulheres brasileiras [42]. A obesidade

por si só afeta vários órgãos e tecidos, e está associada com uma variedade de

comorbidades, como diabetes, hipertensão, dislipidemia, doença cardíaca e doença

hepática não alcoólica [43]. É possível que o número relativamente alto de mulheres

com parâmetros clínicos e metabólicos alterados em ambos os grupos esteja

influenciado igualmente pelo sobrepeso da população incluída.

Além do tratamento hormonal, todas as pacientes do grupo IOP recebiam

atendimento multidisciplinar. Todas passaram por avaliação nutricional, com orientação

dietética e foram estimuladas a realizar atividade física regular, mostrando a dificuldade

no controle do peso. Porém, com este tipo de orientação, não podemos considerar a

TH como fator único na manutenção dos níveis pressóricos, glicêmicos e perfil lipídico.

Um fator limitante do nosso estudo é o fato de ser um corte transversal.

Pesquisas avaliando terapia hormonal a longo prazo, com diferentes formulações, vias

de administração poderiam fornecer evidências mais detalhadas, mas particularidades

inerentes à IOP dificultam estudos comparativos deste tipo. Assim, evidências de

diferentes autores em diferentes populações são desejáveis para aumentar o

conhecimento.

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CONCLUSÃO

Mulheres com IOP em uso de TH apresentam níveis pressóricos, além de perfil

lipídico e glicemia semelhantes ao de mulheres de mesma idade e IMC com função

gonadal preservada, podendo sugerir que a TH, associada ao incentivo à atividade

física, orientação de dieta e seguimento adequado, pode reduzir o risco do

hipoestrogenismo precoce, podendo atuar como um potencial fator protetor das

doenças cardiovasculares.

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Tabela 1. Caracterização das mulheres com insuficiência ovariana prematura (grupo

IOP) e mulheres com função gonadal preservada (grupo controle)

Grupo IOP(n=102)

Grupo Controle (n=102)

Valor-P (*)

Idade (anos) 37,2 ± 6,0 37,3 ± 5,9 0,210

Peso (kg) 66,2 ± 15,1 70,0 ± 14,7 0,002

Altura (m) 1,5 ± 0,2 1,6 ± 0,1 0,010

IMC (kg/m2) 27,0 ± 5,2 27,1 ± 5,4 0,490

Gestações 1,7 ± 1,6 2,3 ± 1,7 0,007

Partos 1,4 ± 1,3 1,9 ± 1,3 0,004

Abortos 0,3 ± 0,9 0,3 ± 0,9 0,880

FSH (mUI/mL) 85,3 ± 38,2 6,7 ± 8,9 <0,0001

*Teste t Legenda: IMC (índice de massa corpórea); FSH (hormônio folículo estimulante)

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Tabela 2. Análise comparativa dos diferentes parâmetros clínicos e laboratoriais entre

mulheres com IOP e mulheres com função gonadal preservada (n=102 para cada

grupo)

Grupo IOP Grupo Controle Valor-P (*)

Pressão arterial sistólica (mmHg)

111,1 ± 11,7 113,5 ± 16 0,230

Pressão arterial diastólica (mmHg)

71,5 ± 9,3 70,8 ± 9,4 0,620

Glicemia de jejum (mg/dL) 86,8 ± 18,4 85,2 ± 14,1 0,420

Colesterol total(mg/dL) 198,1 ± 44,6 187,3 ± 39,7 0,070

HDL colesterol(mg/dL) 56,3 ± 14,6 52 ± 13,9 0,030

LDL colesterol(mg/dL) 119,3 ± 39,6 111,8 ± 38,8 0,170

VLDL colesterol(mg/dL) 23 ± 19,1 23,5 ± 15,7 0,870

Triglicérides(ml/dL) 126 ± 115 112,9 ± 67,7 0,330

TSH(mU/L) 2,1 ± 1,4 2,2 ± 1,2 0,300

T4 livre(ng/dL) 1,2 ± 0,2 1,2 ± 0,3 0,059

(*) Teste t

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Tabela 3. Frequência dos valores alterados dos parâmetros clínicos e laboratoriais

analisados entre mulheres com IOP e mulheres com função gonadal preservada

(controle), n=102 para cada grupo

Grupo IOP

N / %

Grupo Controle

N / %Valor-

POddis ratio

IC 95%Razão de

prevalência IC 95%

Pressão arterial sistólica ≥ 140mmHg 3 / 2,9 4 / 3,9 0,780* 0,71

0,15 – 3,300,83

(0,35 – 1,99)Pressão arterial diastólica ≥ 90mmHg 10 / 9,8 2 / 1,9 0,010* 5,27

1,12 – 24,721,71

(1,27 – 2,29)Glicemia de jejum ≥ 100mg/dL 11 / 1,07 7 / 6,8 0,340** 1,60

0,59 – 4,321,23

(0,83 – 1,83)Colesterol total ≥ 200mg/dL 43 / 41,1 31 / 30,3 0,070** 1,69

0,95 – 3,021,29

(0,98 – 1,69)LDL colesterol ≥ 130mg/dL 35 / 34,3 24 / 23,5 0,070** 1,75

0,40 – 3,231,30

(0,98 – 1,72)HDL colesterol < 45mg/dL 17 / 16,6 35 / 34,3 0,004** 0,39

0,20 – 0,760,59

(0,38 – 0,89)

Triglicérides ≥ 150ml/dL 24 / 23,5 23 / 22,5 0,830** 1,070,55 – 2,05

1,034(0,74 – 1,42)

TSH ≥ 5mU/L 4 / 3,9 6 / 5,8 0,740* 0,690,19 – 2,54

0,81(0,37 – 1,77)

*Teste exato de Fisher**Teste Qui-quadrado

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Tabela 4. Comparação das variáveis entre os grupos de mulheres com insuficiência

ovariana prematura (IOP) e mulheres com função gonadal preservada (controle),

específica para cada comorbidade diagnosticada e em tratamento.

Comorbidades Grupo IOP Grupo Controle

Valor-P (*)

DiabéticasN= 3 IOP

N= 4 controles

Glicemia(mg/dL) 139,0 ± 21,3 121,8 ± 51,5 0,610

DislipidêmicasN= 6 IOP

N= 5 controles

Colesterol total (mg/dL) 214,0 ± 50,8 195,7 ± 38,4 0,190

HDL colesterol (mg/dL) 53,3 ± 10,2 49,8 ± 15,3 0,160

LDL colesterol(mg/dL) 135,7 ± 51,0 115,5 ± 49,8 0,410

VLDL colesterol (mg/dL) 31,0 ± 13,8 30,4 ± 21,6 0,530

HipertensasN= 12 IOP

N= 20 controle

Pressão arterial sistólica(mmHg)

126,4 ± 13,6 124,7 ± 23,2 0,530

Pressão arterial diastólica(mmHg)

82,7 ± 7,9 76,8 ± 11,1 0,080

*Teste de Mann-Whitney para comparação de médias dos grupos Legenda: IOP (insuficiência ovariana prematura)

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