desenvolvimento de um checklist para a avaliaÇÃo de ... · desenvolvimento de um checklist para a...

121
MÁRCIA BARROS DE SALES DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Federal de Santa Catarina como requisito parcial à obtenção do grau de Mestre em Engenharia de Produção, área de concentração Ergonomia. Orientador: Walter de Abreu Cybis, Dr. Florianópolis 2002

Upload: others

Post on 15-Aug-2020

17 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

MÁRCIA BARROS DE SALES

DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A

AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS

IDOSOS

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Engenharia de Produção da

Universidade Federal de Santa Catarina como

requisito parcial à obtenção do grau de Mestre em

Engenharia de Produção, área de concentração

Ergonomia.

Orientador: Walter de Abreu Cybis, Dr.

Florianópolis

2002

Page 2: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE

ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS

MÁRCIA BARROS DE SALES

Esta dissertação foi julgada adequada para a obtenção do título de Mestre em

Engenharia, especialidade Engenharia de Produção, área de concentração

Ergonomia, e aprovada em sua forma final pelo Programa de Pós-Graduação em

Engenharia de Produção da Universidade Federal de Santa Catarina.

Prof. Walter de Abreu Cybis, Dr.

Orientador

Prof. Ricardo Miranda Barcia, Ph. D.

Coordenador do Curso de Pós-Graduação

Banca Examinadora:

Prof. Walter de Abreu Cybis, Dr.

Membro

Prof. Francisco Antônio Pereira Fialho, Dr.

Prof.

Membro

João Bosco da Mota Alves, Dr.

Prof.

Membro

Florianópolis - SC

Março de 2002

Page 3: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

Em qualquer tarefa sobre a qual nos

debruçamos acredito que há pessoas

especiais que nos impulsionam e nos fazem

continuar. Tive o privilégio de estar cercada

por elas e agora quero agradecê-las, pelo o

apoio, a compreensão e o estímulo.

.

Page 4: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por ter-me dado a coragem e a vontade suficientes para prosseguir. Também, por ter colocado no meu caminho as pessoas certas, no momento certo, as quais me deram força e auxilio para que, assim, eu superasse todos os obstáculos e pudesse alcançar mais uma vitória.

Aos meus pais, pelo amor e incentivo que sempre me deram, pela fé, pelo carinho, pela vida e palavras de incentivo.

À minha madrinha Geci por todo o carinho e por sempre torcer pela minha felicidade.

Ao professor Dr. Walter de Abreu Cybis, pela orientação, presença e dedicação na realização deste trabalho.

Aos membros da banca, prof. Dr. Francisco Antônio Pereira Fialho e prof. Dr. João Bosco da Mota Alves, pela participação.

Ao professor Francisco Godinho, pelas contribuições.

Ao meu irmão André, em quem eu me espelhei no que se refere à dedicação aos estudos.

Ao meu irmão Marcelo, pois sempre pude contar com sua colaboração.

Ao Toni, em quem sempre encontrei carinho e apoio nas horas mais difíceis, e pelas observações, sugestões e palavras de incentivo para o desenvolvimento desta pesquisa.

Ao André médico, pela amizade, pelo incentivo e pela ajuda na realização deste trabalho.

Às familias Aguiar e Licinío pelo incentivo e pelos ótimos momentos que me proporcionaram.

Aos amigos de Goiânia e de Florianópolis, em particular: Kênia, Laine, Andréia, Glória, Dindinha Cecília, Patrícia, Waléria, Luciene, Luciana, Marta, Nágela, profª Rose, Edinalda, profª Edla, Dayane5, AndreRaabe, Andrea e Sandro.

Page 5: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

RESUMO

Há diversos declínios de ordem fisiológica, cognitiva e emocional que decorrem

da idade. Apesar de nem sempre serem considerados deficiências, estes declínios podem

afetar a interação de usuários idosos com computadores. Há também que se considerar

que é crescente, em termos mundiais e também no Brasil, a proporção de pessoas idosas

em relação às populações jovem e adulta, e que há um interesse cada vez maior de

pessoas mais velhas pelo espaço cibernético (Internet).

Esta dissertação relata as atividades de desenvolvimento de um checklist para

avaliação de acessibilidade de interfaces da Web quando utlizadas por usuários idosos.

Tendo como base as observações colhidas durante a realização de uma oficina de

interação de um grupo de idosos com uma ferramenta de comunicação na Web, partiu-se

em busca de recomendações de acessibilidade para a Web que fossem particularmente

indicadas para usuários idosos. As recomendações selecionadas geraram, então, a

primeira versão do checklist, a qual passou por três ciclos de elaboração e testes de

versões evolutivas até se chegar à sua versão final.

A intenção deste checklist é a de oferecer aos criadores de conteúdos para a Web

uma forma de verificar se estes conteúdos estão acessíveis para usuários idosos. Os

resultados obtidos confirmaram a validade do checklist proposto como uma ferramenta

de avaliação de acessibilidade da Web para usuários idosos.

Palavras-Chave: Acessibilidade, Usuários Idosos, Checklist.

Page 6: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

ABSTRACT

There are several physiological, cognitive and emotional declines that elapse

from the age. Although they are not always considered deficiencies, these declines may

affect the interaction of elderly users with computers. The increasing ratio of elderly

people in relation to young and adult populations should be considered, world-wide and

in Brazil, as well as the growing interest of older people for the cybernetic space

(Internet).

This dissertation relates the developing activities of a checklist for evaluation of

Web interfaces’ accessibility for elderly users. Based on the observation of elderly

people in a workshop of interaction with a communication tool in the Web, which

leaded to a search of recommendations of accessibility for the Web that would be

particulary indicated for elderly users. The selected recommendation generated the first

version of the checklist, which passed by three cycles of elaboration and tests of

evolutionary versions, resulting on the final version of the checklist.

The intention through this checklist is to propose a verification form that allows

the Web designers to provide accessible contents to this specific public. The obtained

results confirm the validity of the proposed checklist as an evaluation tool of Web

accessibility for elderly users.

Words Key: Accessibility, Elderly Users, Checklist.

Page 7: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

Sumário

Lista de Figuras..........................................................................................................

11

Lista de Tabelas..........................................................................................................

12

CAPÍTULO 1 ...........................................................................................................13

INTRODUÇÃO ..........................................................................................................13

1.1 Considerações Iniciais ...................................................................................13

1.2 Objetivos .......................................................................................................15

1.2.1 Objetivo Geral ............................................................................................15

1.2.2 Objetivos Específicos..................................................................................16

1.3 Delimitação do Trabalho................................................................................16

1.4 Metodologia ..................................................................................................16

1.5 Estrutura da Dissertação ................................................................................17

CAPÍTULO 2 ............................................................................................................19

CONTEXTUALIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DOS IDOSOS ............................19

2.1 Idoso no Mundo.............................................................................................19

2.2 Idoso no Brasil...............................................................................................20

2.3 O Envelhecer .................................................................................................21

2.4 Perspectivas Fisiológicas em Idosos...............................................................21

2.5 Perspectiva Sensórias em Idosos ....................................................................22

2.5.1 Visão ......................................................................................................22

2.5.2 Audição ..................................................................................................22

2.5.3 Paladar....................................................................................................23

2.5.4 Olfato......................................................................................................23

2.6 Perspectiva da Cognição em Idosos............................................................23

2.7 Memória e Envelhecimento........................................................................25

2.8 Percepção e Envelhecimento......................................................................25

Page 8: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

2.9 Atenção e a Idade em Idosos ......................................................................25

2.10 Perspectiva de Tempo de Reação em Idosos.............................................26

2.11 Perspectiva Emocional.................................................................................26

2.11.1 Auto-estima e o Idoso ...........................................................................26

2.12 O Idoso como Usuário da WEB....................................................................27

2.13 O Uso da Internet pela Terceira Idade..........................................................27

2.14 Idoso e a exclusão social ..............................................................................29

2.15 Idosos como Usuários com Necessidades Especiais .....................................29

2.16 Considerações Finais ...................................................................................30

CAPÍTULO 3 ............................................................................................................32

ACESSIBILIDADE DA WEB .....................................................................................32

3.1 Usabilidade na Internet ..................................................................................32

3.2 Acessibidade da Web paraUsuários Idosos .....................................................33

3.2.1 As dificuldades dos idosos na WWW ...........................................................34

3.3 Iniciativas de Acessibilidade na Web para Pessoas com Necessidades Especiais

............................................................................................................................35

3.3.1 Iniciativas Internacionais.........................................................................35

3.3.2 Iniciativas Brasileiras de Acessibilidade na Internet para Pessoas com

Necessidades Especiais....................................................................................37

3.4 Certificação para a Acessibilidade na Internet ................................................39

3.4.1 Ferramentas para teste de acessibilidade à Web .......................................39

3.4.2 Símbolo de Acessibilidade na Web..........................................................40

3.5 Recomendações para Acessibilidade..............................................................41

3.6 Considerações Finais .....................................................................................42

CAPÍTULO 4 ............................................................................................................44

AVALIAÇÃO DE USABILIDADE............................................................................44

4.1 Técnicas de Avaliação de Usabilidade ...........................................................45

4.2 Checklist........................................................................................................46

4.3 Ensaios de Interação ......................................................................................48

4.3.1 Realização do ensaio de interação ...........................................................48

Page 9: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

4.4 Critérios Ergonômicos ...................................................................................49

4.4.1 A Condução................................................................................................49

4.4.1.1 Presteza...............................................................................................50

4.4.1.2 Feedback Imediato ..............................................................................50

4.4.1.3 Legibilidade .........................................................................................51

4.4.1.4 Agrupamento/Distinção de Itens ..........................................................51

4.4.1.4.1. Agrupamento/Distinção por Localização ..........................................52

4.4.1.4.2 Agrupamento/Distinção por Formato.................................................52

4.4.2 A Carga de Trabalho...................................................................................52

4.4.2.1 Brevidade.............................................................................................53

4.4.2.1.1 Concisão ...........................................................................................53

4.4.2.1.2 Ações Mínimas .................................................................................53

4.4.2.2 Densidade Informacional .....................................................................53

4.4.3 O Controle Explícito ...................................................................................54

4.4.3.1 Ações Explícitas do Usuário.................................................................54

4.4.3.2 Controle do Usuário .............................................................................54

4.4.4 A Adaptabilidade .......................................................................................55

4.4.4.1 Flexibilidade ........................................................................................55

4.4.4.2 Consideração da experiência do usuário ...............................................56

4.4.5 A Gestão de Erros .......................................................................................56

4.4.5.1 Proteção contra os erros .......................................................................57

4.4.5.2 Qualidade das mensagens de erro .........................................................57

4.4.5.3 Correção dos erros ...............................................................................57

4.4.6 A Homogeneidade/Coerência......................................................................57

4.4.7 O Significado dos Códigos e Denominações ...............................................58

4.4.8 A Compatibilidade......................................................................................58

4.5 Considerações Finais .....................................................................................59

CAPÍTULO 5 ............................................................................................................60

CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA

USUÁRIOS IDOSOS .................................................................................................60

5.1 Metodologia de Desenvolvimento do Checklist para Idosos ...........................60

Page 10: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

5.2 Atividades Realizadas....................................................................................61

5.2.1 Realização de oficina ..............................................................................61

5.2.1.1 Resultados das observações da oficina..................................................63

5.2.2 Revisão bibliográfica e coleta de recomendações ....................................65

5.3 Montagem da Primeira Versão do Checklist ..................................................68

5.4 Verificação e Revisão da Primeira Versão do Checklist ................................70

5.5 Validação da Segunda Versão do Checklist Proposto .....................................70

Porcentagem de Concordâncias:...................................................................73

5.6 Confrontação dos Dados da Oficina ...............................................................74

5.7 Versão Final do Checklist para Avaliação de Acessibilidade da Web para

Usuários Idosos ...................................................................................................74

5.7.1 Checklist para Avaliação de Acessibilidade da Web para Usuários Idosos74

CAPÍTULO 6 ............................................................................................................99

CONCLUSÃO ............................................................................................................99

6.1 Considerações Finais .....................................................................................99

6.2 Trabalhos Futuros ........................................................................................100

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................102

BIBLIOGRAFIAS CONSULTADAS.....................................................................106

Anexo I - Recomendações ou guidelines sobre acessibilidade na Web consideradas para

o desenvolvimento do checklist. ................................................................................107

Anexo II - Página do programa de-mail (IMP) utilizada pelos idosos na oficina. .......112

Anexo III - Comentários dos idosos coletados durante a realização da oficina, das

observações como também os relatos da equipe de apoio. .........................................114

Anexo IV - Glossário de termos técnicos utilizados neste trabalho. ...........................117

Page 11: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

Lista de Figuras

Figura 1 – Símbolo de Acessibilidade na Web ..........................................................

40

Page 12: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

Lista de Tabelas

Tabela 1 – Resposta dos Avaliadores ......................................................................

72

Tabela 2 – Resumo da Sistematização ...................................................................... 73

Page 13: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

13

CAPÍTULO 1

INTRODUÇÃO

1.1 Considerações Iniciais

A sociedade contemporânea é caracterizada por ser uma sociedade de informação na

qual algumas tecnologias de comunicação e de informação difundiram-se de forma rápida.

Dentre estas tecnologias destaca-se a Internet que se caracteriza por oferecer um meio de

comunicação altamente interativo e com grande potencialidade para disseminação e acesso

a informações. Mas ao mesmo tempo que em sua essência a Internet potencializa e pode

utopicamente democratizar o acesso a informações, atualmente ela gera uma nova categoria

de excluídos sociais: os excluídos digitais. Esta categoria é composta pela grande massa de

pessoas que não tem acesso à Internet, seja por questões financeiras, culturais ou físicas.

Considerando que coletivamente haja o objetivo de transformar a Internet num meio

efetivamente democrático, ou seja, que todas as pessoas estejam incluídas, deve-se dar

atenção a pelo menos quatro aspectos: acesso físico (dispositivos computacionais e conexão

à Internet); interface humano-computador (ambientes/ferramentas computacionais,

modelos/metáforas de interação, etc.); disponibilidade de informações (garantia de acesso

ao saber de interesse público); familiarização dos usuários à Internet.

De forma ortogonal aos aspectos citados acima, reveste-se de igual importância a

discussão sobre questões relativas à acessibilidade e usabilidade na Internet. Como a

intenção é que a Internet esteja disponível e seja acessível a todos, não se pode esquecer

dos usuários com necessidades especiais (com alterações de visão e de audição; com

alterações fisiológicas; com baixa coordenação motora; com alterações cognitivas; etc.).

Neste grupo de usuários com necessidades especiais estão as pessoas idosas que por

diversas razões podem ter dificuldades quando da interação com computadores.

Page 14: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

14

No que se refere ao acesso físico, são necessários equipamentos especializados para

usuários com necessidades especiais de forma a possibilitar e facilitar a operação do

computador. Em relação à interface humano-computador, são necessários ambientes e

ferramentas computacionais que considerem as necessidades particulares dos usuários de

modo a facilitar e promover os diferentes níveis de interação: interação humano-

computador; e interação humano-humano via computador. Quanto à disponibilização de

informações, são necessárias iniciativas que promovam a acessibilidade a informações de

ordem pública (da União, de estados e de municípios), mas também que resultem na

disponibilização para todos de informações de interesse público, a exemplo do jornalismo

diário, dos resultados de trabalhos de pesquisa de caráter público, de enciclopédias, de

cultura e folclore regionais, etc. Neste contexto, entende-se por acessibilidade não apenas a

disponibilização, mas também a estruturação desta informação de sorte a facilitar o seu

acesso por todos os usuários, sem esquecer dos usuários com necessidades especiais. Por

último, mas não menos importante, estão as questões relacionadas com a familiarização dos

usuários à Internet. Aqui faz-se necessário uma formação pública generalizada (oficinas,

cursos, palestras, etc.) como forma de promover um maior grau de contato (interação) das

pessoas com ambientes computacionais.

Conforme será descrito nos capítulos subseqüentes, há diversas alterações de ordem

fisiológicas, cognitivas e emocionais decorrentes da idade que sugerem a necessidade de

um estudo mais direcionado de forma a garantir a acessibilidade e usabilidade por parte dos

idosos na Internet. Também há que se considerar que é crescente, em termos mundial e

também no Brasil, o número de pessoas idosas em relação às populações jovem e adulta, e

que há um interesse cada vez maior de pessoas mais velhas pelo mundo da informática.

Dentre os diversos serviços disponíveis na Internet, o de maior expressão e

utilização atual é o WWW (World Wide Web), doravante chamado de Web. Surgido no

início dos anos 90, este serviço tem crescido vertiginosamente. Ele também tem servido

como suporte para outros serviços clássicos da Internet como a transferência de arquivos

(FTP: File Transfer Protocol) e a correspondência eletrônica (E-mail: Eletronic Mail).

Exemplos de aplicações típicas da Web são: comércio eletrônico; transações comerciais e

bancárias; consultas a bibliotecas e a informações de organizações e empresas; programas

Page 15: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

15

de educação a distância; serviços de informações públicas (jornais, entretenimento, saúde,

catálogos telefônicos, etc.); e outros.

Pesquisas internacionais relacionadas a questões de acessibilidade na Web nos

conduz a uma reflexão acerca dos instrumentos para avaliação de usabilidade e

acessibilidade de interfaces Web, em particular quando utilizadas por usuários idosos. Essa

reflexão nos conduziu para um direcionamento em termos do desenvolvimento de uma

ferramenta de avaliação de usabilidade e de acessibilidade da Web específica para este

público: os idosos.

O fenômeno básico de investigação da presente pesquisa está demarcado no

seguinte problema: verificar porque ocorrem problemas de acessibilidade quando da

interação de usuários idosos com as interfaces da Web.

Dentre as possíveis direções para se buscar respostas para este problema estão os

quatro aspectos mencionados anteriormente, ou seja: acesso físico; interface humano-

computador; disponibilidade de informações; e familiarização dos usuários à Internet.

Focalizaremos nossa pesquisa na segunda das direções acima, ou seja, na melhoraria da

acessibilidade de interfaces da Web quando utilizadas por usuários idosos. Esta opção foi

escolhida como foco deste trabalho por ser considerada a principal proposta para responder

aos problemas relacionados à utilização de interfaces por usuários idosos.

Esta dissertação relata as atividades de elaboração de um checklist para verificação

de acessibilidades de interfaces Web para usuários idosos. Pretende-se, por meio deste

checklist, propor uma forma de verificação que permita aos criadores de conteúdos para

Web observarem se estes conteúdos disponibilizados estão acessíveis a este público alvo de

idosos.

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo Geral

Este trabalho tem o objetivo de contribuir para melhoria da acessibilidade da Web

para os usuários idosos.

Page 16: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

16

1.2.2 Objetivos Específicos

O objetivo específico deste trabalho é desenvolver um checklist para verificação de

acessibilidade de interfaces da Web para usuários idosos, elaborado a partir da compilação e

sistematização de recomendações de acessibilidade encontradas na bibliografia específica.

1.3 Delimitação do Trabalho

O público alvo desta pesquisa são os idosos que apresentam declínios considerados

normais decorrentes da idade. Estas alterações não os classificam como deficientes físicos. Contudo, estes fatores podem comprometer a sua interação com os computadores.

Este trabalho não enfoca pessoas idosas com deficiências visuais, auditivas,

cognitivas, fisiológicas, psicológicas ou motoras.

1.4 Metodologia

A metodologia utilizada na dissertação seguiu as seguintes etapas:

1. Realização de oficina de utilização de ferramentas de comunicação via Web por

um grupo de pessoas idosas;

2. Revisão bibliográfica e coleta de recomendações sobre a acessibilidade na Web,

incluindo a análise do estado da arte no que se refere a checklist para a

acessibilidade em geral;

3. Montagem da primeira versão do checklist a partir da reformulação e

organização das recomendações selecionadas;

Page 17: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

17

4. Verificação e revisão do checklist pela leitura por um grupo de avaliadores

externos ao projeto originando a segunda versão do checklist;

5. Validação e revisão do checklist pela sua aplicação por grupo avaliadores

externos à equipe de projeto originando a terceira versão do checklist;

6. Validação e revisão do checklist pelo confronto dos resultados de sua aplicação

com as observações obtidas na realização das oficinas (item 1) originando a

versão final do checklist.

1.5 Estrutura da Dissertação

O capítulo 1 - Introdução

Apresenta uma breve introdução sobre o tema da dissertação, a apresentação do

problema, os objetivos desta pesquisa, a metodologia utilizada, as limitações desta

pesquisa.

O capítulo 2 - Contextualização e Caracterização dos Idosos

Este capítulo apresenta informações importantes sobre o idoso no contexto atual: no

mundo e no Brasil, informações referentes às perspectivas fisiológicas, sensoriais,

cognitiva, tempo de reação, emocional dos idosos. Mostra o idoso como um usuário com

necessidades especiais na sua interação com a Web.

O capítulo 3 - Acessibilidade para Usuários Idosos na Web

Apresenta conceitos sobre usabilidade e acessibilidade da Web para pessoas com

necessidades especiais (idosos), descreve as dificuldades dos idosos na WWW, iniciativas

Page 18: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

18

internacionais e nacionais de acessibilidade da Web, mostra como obter a certificação de

acessibilidade na Web.

O capítulo 4 - Avaliação de Usabilidade

Este capítulo descreve técnicas e ferramentas para avaliação da usabilidade de

interface homem-computador.

O capítulo 5 - Elaboração do Checklist

Mostra como foi realizada a coleta e a elaboração e validação das recomendações de

acessibilidade da Web para usuários idosos que compõem o checklist desenvolvido neste

trabalho.

O capítulo 6 – Conclusão

São apresentadas as conclusões e considerações do trabalho realizado, onde são

sugeridas as propostas para trabalhos futuros.

A dissertação contém ainda quatro anexos:

- Anexo 1 - Apresenta as recomendações ou guidelines sobre acessibilidade na Web

consideradas para o desenvolvimento do checklist

- Anexo 2 – Mostra a página do programa de e-mail (IMP) utilizada pelos usuários

idosos durante a realização da oficina.

- Anexo 3 – Comentários dos idosos coletados durante a realização da oficina, das

observações como também os relatos da equipe de apoio.

- Anexo 4 - Glossário de termos técnicos utilizados neste trabalho.

Page 19: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

19

CAPÍTULO 2

CONTEXTUALIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DOS IDOSOS

O envelhecimento é uma etapa natural do ciclo de vida. Associadas ao envelhecer

ocorrem declínios de ordem fisiológica, sensorial, cognitiva, emocional, etc., os quais tem

reflexos diretos na interação dos idosos com os computadores.

Este capítulo é iniciado com uma contextualização sobre o idoso no mundo e no

Brasil. Em seguida são apresentadas informações referentes aos declínios relacionados ao

envelhecer. Por último discorre-se sobre o idoso enquanto usuário com necessidades

especiais na sua interação com a Web.

2.1 Idoso no Mundo

Os princípios das Nações Unidas visam assegurar que seja dada atenção prioritária

às pessoas idosas. Os pontos básicos considerados são: dignidade, participação,

independência, cuidados e auto-realização, IPEA [17].

A Organização Mundial de Saúde – OMS considera como idoso todo o indivíduo

com idade igual ou superior a sessenta anos, quando então há necessidade da pessoa

receber mais atenção, diante das transformações fisiológicas que começam a se acentuar. A

legislação brasileira acompanhou a orientação da citada entidade estipulando, o mesmo

limite inicial de idade, na lei (art.2º, Lei 8.842, de 04.01.94), IBGE [15].

Segundo o Instituto de Pesquisa e Econômica Aplicada IPEA [17], a preocupação

com a população idosa surgiu no final do século passado em função da constatação de que,

tanto no mundo desenvolvido, quanto no subdesenvolvido, era este o segmento

populacional que mais crescia. Alguns dos fatores que contribuíram neste sentido (e que

continuam contribuindo) foram o aumento da longevidade, a redução da mortalidade e a

queda da fecundidade.

Em toda a história da humanidade jamais o número de idosos no planeta foi tão

grande; o envelhecimento populacional é um fenômeno mundial. Segundo o IBGE [15] as

Page 20: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

20

estimativas são de que até o ano de 2050, a expectativa de vida nos países desenvolvidos

será de 87,5 anos para os homens e 92,5 anos para as mulheres, contra 70,6 e 78,4 anos

respectivamente, em 1998. Já nos países em desenvolvimento, será de 82 anos para homens

e 86 para mulheres, 21 anos a mais do que hoje, que é de 62,1 e 65,2, respectivamente.

O mundo todo comemorou em 1999, o ano internacional do idoso com 580 milhões

de pessoas com 60 anos de idade ou mais, o que representa 6% da população mundial.

Desses 335 milhões (60%) vivem nos países em desenvolvimento. A América do Sul tem

344 milhões de habitantes e 29 milhões de pessoas com mais de 60 anos, sendo que cerca

de 64% vivem nos países do Mercosul, IBGE [15].

2.2 Idoso no Brasil

O Brasil passou a ser o quinto país com maior população do mundo, ficando

somente atrás da China, Índia, Estados Unidos e Indonésia. A população brasileira cresceu

quase dez vezes só no século XX. Segundo dados do Censo 2000, em 1900 a população do

Brasil era de 17.438.434 e em 2000 esse número subiu para 169.590.693.

O IPEA [17], afirma que o número de idosos na população tem crescido e

continuará a aumentar em escala mundial. No Brasil este aumento tem promovido

mudanças significativas na sua pirâmide populacional. Estas mudanças do perfil da

população brasileira são explicadas por especialistas e pela queda da taxa de fecundidade

das mulheres. Isso pode significar menos crianças e mais idosos convivendo no país.

O Brasil está ficando mais velho de uma maneira muito rápida. Isto se deve, em

parte, ao aumento da expectativa de vida. Os fatores que são apontados como responsáveis

por este aumento são as melhorias das condições nutricionais, de trabalho, de saneamento e

de moradia, além de novas descobertas da medicina como antibióticos, vacinas, etc.

A Organização Mundial de Saúde - OMS calcula que o Brasil até 2025, será o sexto

país mais envelhecido do mundo. Até 2020, 1 em cada 13 brasileiros será idoso.

Page 21: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

21

2.3 O Envelhecer

O envelhecimento desafia definições fáceis, pelo menos em termos biológicos. O

envelhecimento não é a mera passagem do tempo; é a manifestação de eventos biológicos

que ocorrem ao longo de um período, comenta Hayflick [13].

À medida em que as pessoas envelhecem, passam a ter algumas necessidades que

surgem em função de problemas de ordem sensorial como (visão sub-reduzida, acuidade

visual, audição, etc.), ordem física (motricidade fina, locomoção etc.) e cognitivas

(redução das capacidades de memória de curto termo).

Hayflick [13] realizou pesquisas com outros gerontologitas por mais de 20 anos,

sobre as mudanças associadas à idade. Ele cita que não há uma causa única. Acredita-se,

em geral, que mudanças ocasionadas pela idade têm muitas causas, algumas das quais

podem combinar-se com outras de forma muito complexa.

2.4 Perspectivas Fisiológicas em Idosos

Há várias mudanças fisiológicas decorrentes da velhice, dentre elas as mudanças no

sistema osteomuscular (destacam-se a osteoporose e a osteoartrose), assim como mudanças

de ordem muscular e nos ordem sensorial (orgãos dos sentidos).

A osteoporose é a diminuição da massa óssea, com perda da arquitetura óssea e

cálcio ósseo em função do envelhecimento, com fragilização do esqueleto, por isso algumas

pessoas, quando se tornam idosas, diminuem de tamanho. Já a osteoartrose é o desgaste

excessivo das articulações, que pode ocasionar dores, aumento de seu volume e limitação

de movimentos. Vários recursos oferecidos pela medicina de hoje, podem aliviar as dores e

manter ou reestabelecer os movimentos da articulação atingida.

Após os 65 anos de idade, a força do antebraço e dos músculos das costas diminui.

A força muscular nas mãos aumenta até os trinta e depois diminui a uma velocidade

acelerada após os quarenta anos, Hayflick [13].

Page 22: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

22

2.5 Perspectiva Sensórias em Idosos

No que se refere aos órgãos dos sentidos, são notadas diversas alterações nas

funções perceptivas dos idosos em função da idade. As alterações relacionadas à acuidade

visual são freqüentemente encontradas nas pessoas idosas. Estas alterações em geral não

lhes restringem o uso do computador, mas podem ter reflexos diretos sobre a interação dos

idosos com estas máquinas. Outros declínios, como o caso das alterações de olfato e de

paladar, não parecem ter efeito direto sobre esta interação.

2.5.1 Visão

As alterações na visão são as mais comuns associada à idade, dentre elas a formação

de catarata, resultante de mudanças normais nas proteínas que aumentam sua opacidade,

produzindo então, um desconforto no cristalino dos olhos.

O glaucoma e manifestações retinianas provocado pelo diabetes e pela hipertensão

arterial, também são alterações que podem ocorrer nos idosos. Estes dois problemas visuais

podem levar à cegueira, comenta Hayflick [13].

A presbiopia (vista cansada) ocorre na maioria dos idosos. O cristalino fica mais

espesso e mais pesado com a idade, reduzindo a capacidade de foco em objetos próximos.

O primeiro sinal desta alteração pode ser a incapacidade de ver/ler claramente letras

miúdas. Entre outras soluções o uso de óculos, pode manter numa perspectiva adequada

para a visão, afirma Hayflick [13].

2.5.2 Audição

Com a idade, há perda progressiva da capacidade de audição em todas as

freqüências. A perda de audição nos homens com idade igual ou superior a setenta anos é

maior nas freqüências mais altas, cita Hayflick [13].

Page 23: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

23

2.5.3 Paladar

O paladar para substâncias (salgado, doce, amargo, ácida) não se altera muito com

a idade. Os déficits dos sabores podem estar associados a doenças ou efeitos colaterais de

medicamentos, comenta Hayflick [13].

2.5.4 Olfato

Hayflick [13] explica que em função da idade há uma queda gradual na capacidade

de identificar corretamente os odores. Estas perdas estão relacionadas tanto a odores fracos

como os fortes. Os idosos podem correr riscos de vida por não conseguirem detectar o

cheiro de vazamento de gás ou fumaça.

2.6 Perspectiva da Cognição em Idosos

Hayflick [13] afirma que há dúvidas de que o envelhecimento é acompanhado do

declínio de algumas funções cognitivas. No idoso, mudanças cognitivas podem ser

acentuadas quando ele está sujeito a ambientes estressantes, quando lhe falta

condicionamento físico, quando está sujeito a uma carga de trabalho excessiva, à depressão,

ao stress, quando do uso indevido de medicamentos e com problemas de ordem emocional,

nutricional, enfermidades, etc.

"As pessoas podem ficar incapacitadas temporariamente por

acidente ou enfermidade, mas também por tensão, carga de

trabalho, dormir pouco, os tipos de alimentação que ingerem,

tudo isso pode causar grandes e rápidas mudanças nas

habilidades. A habilidade cognitiva pode mudar rapidamente e

pode não ser nem sequer notada pela própria pessoa", Czaja

[07].

Page 24: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

24

Hayflick [13] diz que há evidências significativas de declínios relacionadas ao

envelhecer. Boa parte destes declínios relaciona-se ao processo cognitivo, inclusive na

capacidade de manter a atenção, na capacidade da memória de trabalho, na velocidade que

processa a informação, formação de conclusões e interpretação, codificação e compreensão

do discurso.

Mattos [20] cita que há algumas funções que permanecem intactas relacionadas à

cognição dos idosos:

• a memória de curto prazo diminui com a idade;

• a memória visual, medida pela capacidade de reproduzir desenhos geométricos

guardados na memória diminui, ligeiramente, entre os 50 e 60 anos e é bastante

inferior após os 70 anos;

• pode haver queda de desempenho em testes de lógica após o 70 anos.

Mattos [20] afirma, é importante ressaltar que em idosos que não apresentam

problemas que comprometam suas atividades, sem fatores de risco para déficit cognitivo,

permanecem com as funções intactas e não sofrem o mínimo comprometimento. A fluência

verbal, por exemplo, pode inclusive aumentar com a capacidade de escrita e leitura, etc.

Alterações cognitivas que não comprometem o cotidiano do indivíduo costumam

aparecer por volta da quarta ou quinta década de vida, e evoluem de modo extremamente

variável entre os indivíduos, conforme uma variedade de fatores tais como: genética,

ambiente, presenças da alteração da hipertensão e diabetes, Mattos [20].

Diferenças podem ser percebidas no indivíduo que envelhece, em seu corpo, em sua

mente e vivência. Evidentemente, a idade cronológica não é o agente confiável para prever

a aparência ou o comportamento de uma pessoa mais idosa.

Alguns fatores de natureza psicológica e cultural fazem com que muitos indivíduos

nesta etapa afirmem que não se consideram idosos. No entanto, outros com menos idade

agem como velhos. Dessa forma fica difícil delimitar o conceito de "ser idoso", diz

Frutuoso [10].

Page 25: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

25

2.7 Memória e Envelhecimento

Outras pesquisas desenvolvidas por (Czaja, Hayflinck, etc.) apontam que a queixa

mais freqüente entre os idosos é a dificuldade de memória o que não significa, entretanto,

sinônimo de declínios significativos do mesmo. Estes queixam-se de dificuldade em

lembrar nomes, onde colocaram objetos, em manter passatempos prévios como jogos e

leituras, números de telefones, etc.

Um possível diagnóstico sobre a alteração de memória nos idosos, pode ser

decorrente do uso de medicação devido à dificuldade de atenção, cita Hayflick [13].

As estruturas de armazenamento de informações são compostas pela memória de

curto termo e a memória de longo termo. A memória de curto termo possui capacidade

limitada. A informação proveniente do ambiente chega aos registros sensoriais e lá

permanece por um período muito breve, alguns décimos de segundo, Nunes[28].

2.8 Percepção e Envelhecimento

“A percepção humana pode ser definida dentro da psicologia como o contato

que o organismo mantém com o ambiente, mas não é reduzido a esta

dimensão. Os aspectos internos, a postura, o movimento do indivíduo e a

sobrevivência, por exemplo, também fazem parte deste processo”, Hoelzel

[14].

Rybash apud Nunes [28], coloca que ao envelhecer, há declínios na habilidade de

descobrir figuras ou formas embutidas em padrões complexos e há declínios na habilidade

para reconhecer objetos que são fragmentados ou incompletos.

2.9 Atenção e a Idade em Idosos

De acordo com Nunes [28] Apud Plude, a atenção é definida como a capacidade que

apóia o processo cognitivo.

Page 26: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

26

Com o aumento da idade surge declínio em relação à atenção dividida. Atenção

dividida diz respeito a processamento de duas ou mais informações ao mesmo tempo. Por

exemplo: prestar atenção em uma leitura e numa conversa ao mesmo tempo, ou, prestar

atenção em duas conversas ao mesmo tempo, Nunes[28].

2.10 Perspectiva de Tempo de Reação em Idosos

Esta perspectiva aborda as perspectivas fisiológicas, sensoriais e cognitiva.

Nas pessoas com mais de 70 anos nota-se uma queda na capacidade para detectar e relatar

pequenas mudanças, a exemplo do movimento dos ponteiros do relógio. As respostas aos

estímulos ficam mais lentas e aumenta a probabilidade delas serem imprecisas. Estes

efeitos crescem à medida em que as tarefas se tornam mais complexas.

Hayflick [13] afirma que há, também, uma diminuição na vigilância (definida como

a prontidão com que uma pessoa responde a estímulos infreqüentes e imprevisíveis) e o

tempo de reação ao barulho aumenta.

2.11 Perspectiva Emocional

2.11.1 Auto-estima e o Idoso

Com o declínio progressivo das suas capacidades físicas (impacto do

envelhecimento), o idoso vai alterando os seus hábitos e rotinas diárias. Esta diminuição da

atividade, ou mesmo inatividade, pode acarretar sérias conseqüências, tais como redução da

capacidade de concentração, reação e coordenação que, por sua vez, podem provocar auto-

estima baixa, apatia, desmotivação, solidão e isolamento social, TIO [35].

Um forte indicador da auto-estima baixa é a aceitação de sugestões como ordens,

sempre pedindo permissão para agir, afirma Ramos [31]. A pessoa com auto-estima baixa,

em geral, não se lança à exploração do meio, tem pouca imaginação, é conformista, evita a

auto-análise e costuma se auto-anular com freqüência, adotando uma atitude passiva.

Page 27: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

27

A auto-estima está continuamente sendo ameaçada no idoso. Dentre os fatores que

podem promover a auto-estima destacam-se principalmente, boa saúde física e psicológica,

que permite reagir com mecanismos de enfrentamento e defesa. Na falência desses fatores o

idoso não mantém sua auto-estima e tende a ficar depressivo, TIO [35].

A depressão pode causar um forte impacto na relação familiar e afetar a qualidade

de vida. De forma geral a depressão pode apresentar os seguintes sintomas: tristeza

profunda; alterações no apetite; desânimo; alterações no sono; dores e mal-estar físico;

irritabilidade; dificuldade de concentração e de memorização.

Segundo Litto [19], existe uma importante relação entre auto-estima e tecnologia: a

capacidade de dominar uma nova habilidade, leva a auto-estima a crescer. A auto-estima

exerce um papel poderoso no processo de apropriação de novas tecnologias pelos idosos.

2.12 O Idoso como Usuário da WEB

2.13 O Uso da Internet pela Terceira Idade

O termo terceira idade surgiu na França para designar o período da vida intercalado

entre a aposentadoria e a velhice. Para tirar a idéia de impotência impregnada no termo

"velhice", caracterizada por uma série de mudanças nos aspectos físico e psicológico,

Czaja [07].

No Brasil este termo surgiu nos últimos dez anos, trazendo com ele uma

preocupação nova: as pessoas idosas devem continuar a desenvolver atividades que lhes

dêem prazer. Segundo essa concepção, o idoso precisa aumentar seus cuidados com o corpo

e com a mente, em vez de ficar estagnado, simplesmente esperando pelo fim da vida

Hayflick [13].

A humanidade acreditou que com o advento da era tecnológica a vida seria mais

fácil. Em função da agilidade no repasse de informações, haveria menos violência e todos

teriam acesso ao saber. Na verdade isso não ocorreu. A minoria da população no Brasil e no

mundo tem acesso a essa nova tecnologia, Berlinck [05].

Page 28: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

28

"O que realmente ocorreu foi que passou-se a exigir mais da

classe trabalhadora ou economicamente ativa, havendo a partir

daí a exclusão aos menos preparados. Dentre os

questionamentos sobre a modernidade cabe um em especial: o

mundo moderno criou ou deixou espaço para a “Terceira

Idade”. O avanço da tecnologia, as dificuldades de acesso às

novas técnicas e teorização causam impacto em todas as

gerações e, em especial, na terceira idade" Palma [29].

A distribuição da tecnologia de informação para grande parcela da população adulta,

o uso delas deve criar mecanismos de conscientização das várias alternativas de acesso às

ferramentas de comunicação on-line que são grandes desafios contemporâneos. Essa é uma

preocupação relevante, pois considerando as tendências demográficas as pessoas que irão

interagir com as máquinas no futuro serão, em sua maioria, pessoas com algum tipo de

“necessidade especial” a exemplo dos idosos.

Segundo Godinho[11]:

"cidadãos com necessidades especiais são pessoas com

deficiência e idosos, que podem apresentar, em caráter

permanente, perdas ou anormalidades de sua estrutura ou

função psicológica, fisiológica ou anatômica, que gerem

incapacidade para o desempenho de atividades consideradas

normais para o ser humano".

Segundo Czaja [07], foram verificadas as atitudes dos idosos diante do computador,

os resultados indicaram que os idosos são receptivos à utilização de computadores. A

conclusão desta pesquisa mostrou mais atitudes positivas dos idosos no uso de

computadores do que os mais jovens. Porém os idosos no uso do computador expressam

menos confiança que os mais jovens.

Estes resultados também demostraram que as pessoas com experiência anterior no

uso de computadores apresentaram atitudes mais positivas e maior confiança. Outras

pesquisas desenvolvidas por Czaja [07], mostraram que os idosos são receptivos ao uso de

Page 29: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

29

correio eletrônico, como uma forma de comunicação eficiente, aumentando sua interação

social. Estes fatos conduzem a uma preocupação com a importância de se buscar

alternativas de acessibilidade ao computador para essa população da terceira idade.

2.14 Idoso e a exclusão social

Existem hoje no Brasil aproximadamente 14,5 milhões de pessoas com idade

superior a 60 anos que compõem 8,3 % da população total. Neste grupo há uma parcela

significativa de pessoas em fase de pré-aposentadoria ou já aposentadas, IBGE [15].

A aposentadoria representa uma mudança radical, ou seja, ela retira a pessoa do seu

convívio dominante do espaço público e passa a experimentar mais intensamente o âmbito

privado e doméstico.

Como se isso não bastasse, os idosos sofrem o preconceito e o abandono da

sociedade e às vezes o da família, sendo taxados como pessoas inválidas, incapazes de

assumirem responsabilidades civis e familiares. Como se não bastasse, devido à faixa de

idade, são os mais exigidos pelos planos de saúde, com preços incompatíveis com a renda

das pessoas idosas.

Azevedo [02] comenta ainda que a ansiedade, de uma forma geral, é desencadeada

por aborrecimentos, sofrimento, perdas, às vezes preocupação com dinheiro, saúde,

segurança. A falta de adaptação à aposentadoria é um fator de desequilíbrio emocional no

idoso e pode levá-lo à depressão.

2.15 Idosos como Usuários com Necessidades Especiais

Nielsen descreve [27] que 50% dos idosos apresentam algum tipo de alteração

funcional, dificultando a sua interação com o computador. Por ter estas características, este

público faz parte do grupo de “usuários especiais”.

Os idosos não são considerados como deficientes a priori, mas um grande número

deles apresenta uma ou mais alterações funcionais, conforme é citado pelo (grupo

Page 30: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

30

português pelas iniciativas em acessibilidade na Internet) GUIA [12]. É importante lembrar

que um idoso poderá apresentar qualquer combinação e intensidade destas alterações.

Alguns problemas de ordem tecnológica relacionados aos idosos, enquanto usuários com

necessidades especiais, são:

• alterações cognitivas: tomam diferentes formas, incluindo diferenças de

percepção, deficiências de linguagem, etc.;

• alterações visuais: podem tornar difícil a leitura de textos com fontes muito

pequenas ou de uma cor particular; podem exigir a conversão da informação

visual para discurso oral (ex.: leitor de tela), etc.;

• alterações de movimentação: que podem afetar a capacidade de utilização do

teclado ou do mouse, etc.

• alterações de audição: que podem dificultar a audição ou o reconhecimento de

sinais sonoros como beeps de aviso, etc.

2.16 Considerações Finais

É necessária uma aliança na utilização de novas tecnologias, criando possibilidades

de desenvolver e de ampliar conhecimentos, uma tecnologia centrada no ser humano, desde

o princípio ao fim do processo de inovação e criação, estimulando a comunicação entre

todas as pessoas e visando a expansão da autonomia pessoal.

Os computadores e os sistemas de informação são, em geral, projetados para

pessoas sem necessidades especiais. Esta tecnologia deveria ser igualmente disponibilizada

para cidadãos com necessidades especiais, aqui notadamente os idosos. Isto pode ser

realizado por meio da disponibilização adequada de conteúdos eletrônicos e pelo

oferecimento de dispositivos que favoreçam a interação destes usuários com o computador,

independente de suas habilidades e competências.

A rede mundial de computadores Internet abre uma nova perspectiva de resgate

social pois contribui para o aumento da auto-estima das pessoas idosas já que, além de

Page 31: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

31

ampliar os horizontes de comunicação, aumenta sua interação social, independência,

segurança para os que vivem sozinhos cita Czaja [07]. Os idosos ao interagirem com a rede mundial de computadores podem realizar

tarefas diárias como operações bancárias, compras, correio eletrônico para se comunicar

com amigos, parentes, fazer novas amizades, procurar informações sobre saúde,

entreteimentos, participar de comunidades virtuais, ampliar o conhecimento educacional,

etc. Eles podem aumentar sua interação social, independência, além de dar uma sensação

de segurança para os que vivem sozinhos.

Nielsen [27] cita que usuários especiais são estimulados pelos computadores a

realizarem tarefas que seriam difíceis com a tecnologia tradicional; que as informações on-

line oferecem muitos benefícios em comparação com as informações impressas; que é fácil

para pessoas com problemas visuais aumentar o tamanho da fonte e que a conversão de

texto para fala funciona bem melhor para texto on-line do que impresso.

Estes fatos conduzem a uma preocupação com a importância de se buscar

alternativas de acessibilidade da Web para esta população crescente de usuários idosos.

Page 32: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

32

CAPÍTULO 3

ACESSIBILIDADE DA WEB

3.1 Usabilidade na Internet

Acessibilidade e usabilidade são conceitos fortemente relacionados pois ambos

estão diretamente ligadas à satisfação e eficiência de utilização de interfaces. Contudo

acessibilidade diz respeito a uma população muito mais ampla e genérica, Wincler [37]. É

importante dar condições de navegação e uso dos recursos do site a qualquer pessoa, a fim

de garantir a universalização dos serviços e a inclusão digital, RPN [32]. Segundo Nilsen

[27]:

"A usabilidade assumiu uma importância na economia da Internet, os

usuários da Web demostram uma notável impaciência e insistência na

gratificação instantânea. Se não conseguirem descobrir como usar um web

site em aproximadamente um minuto, concluem que não valem a pena gastar

seu tempo".

A usabilidade de um sistema está sempre associada às características de

determinados usuários, tarefas, equipamentos e ambientes físicos e isso significa que as

pessoas podem acessar e usar as funcionalidades facilmente com poucos erros.

A qualidade do uso de interface é muito importante pois uma interface usável

aumenta significativamente a produtividade dos usuários, Wincler [37]. A perspectiva do

usuário sobre uma interface usável é importante, pois minimiza a carga cognitiva de

trabalho do usuário durante a execução das tarefas, aumentando a sua concentração,

motivação na utilização da interface e diminuindo situações de erros ou fracassos.

Wincler [37] conceitua acessibilidade como o termo utilizado para descrever

problemas de usabilidade encontrados por usuários com necessidades especiais.

Page 33: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

33

“Para efeito do raciocínio sobre usabilidade, as características do sistemas

devem ser examinadas sem perder a perspectiva de que usuários mais velhos

estão sujeitos a problemas de acuidade visual e de controle manual e que

uma porcentagem considerável dos homens estão sujeitos a cegueira às cores

(principalmente verde e o vermelho)”, Cybis [06].

3.2 Acessibidade da Web paraUsuários Idosos

Acessibilidade significa facilidade na aproximação, qualidade de acessível Neto

[24]. Porém, quando se fala de acessibilidade em informática, temos que levar em

consideração que tanto o software como o hardware tem que estar sintonizados, ou seja,

eles devem estar integrados de forma a não impedir o acesso aos usuários, isto pode ser

melhor entendido quando Godinho [11], descreve as três perspectivas de acessibilidade.

• "Usuários" significa que nenhum obstáculo pode ser imposto ao indivíduo face

às suas capacidades sensoriais e funcionais.

• "Situação" significa que o sistema deve ser acessível e utilizável em diversas

situações, independentemente do software, comunicações ou equipamentos;

• "Ambiente" significa que o acesso não deve ser condicionado pelo ambiente

físico envolvente, exterior ou interior.

A perspectiva de acessibilidade que será considerada neste trabalho é a “Usuários”.

A acessibilidade na Internet pode ser caracterizada pela flexibilidade da informação

disponível, como também, do nível de interação obtido entre o usuário e a mesma. Esta

flexibilidade permite o seu uso por pessoas com necessidades especiais, como também a

utilização em diferentes ambientes e situações, por meio de vários equipamentos ou

navegadores, cita GUIA [12].

O GUIA [12] aponta alguns problemas relacionados à interação dos usuários com

necessidades especiais, que muitas das vezes pode dificultar o acesso desse público na

World Wide Web – WWW como por exemplo:

Page 34: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

34

Usuários com limitações motoras: podem ter dificuldade de utilização do

teclado ou do mouse, não podendo executar tarefas como:

• abrir várias telas simultaneamente;

• navegar ou tentar alcançar objetos;

• executar ações que impliquem precisão ou rapidez.

Usuários com alterações visuais podem ter dificuldade na seguintes tarefas:

• na leitura de textos com fontes pequenas ou de uma cor particular;

• distinguir diferentes tipos de letras;

• podem querer utilizar um leitor tal da (informação visual para discurso

oral);

• distinguir cores cromáticas (semitons) de contraste ou de profundidade;

• localizar e/ou seguir o ponteiro do cursor, manipular objetos gráficos.

Usuários com alterações cognitivas (concentração, memorização, leitura ou

percepção):

• executar certas tarefas com tempo definido;

• ler e compreender as informações existentes;

• perceber qual é a função de um objeto gráfico sem legenda.

No caso do idoso é importante lembrar que ele poderá apresentar qualquer uma

destas alterações que podem ter combinações e intensidades diferenciadas por indivíduo.

3.2.1 As dificuldades dos idosos na WWW

Os idosos com necessidades especiais podem encontrar duas barreiras à

acessibilidade: a econômica e a tecnológica. A econômica consiste na impossibilidade

financeira de se adquirir os equipamentos necessários para conexão na teia mundial de

Page 35: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

35

computadores. A tecnológica consiste na não adaptação dos sites de Internet às condições

necessárias para o acesso de pessoas com necessidades especiais.

Segundo o grupo W3C [36] a importância da temática da acessibilidade associada à

concepção de páginas para a Web não é um fato para todos. Existem muitos usuários que

atuam em contextos muito diferentes, pessoas que podem estar numa das seguintes

situações (W3C):

• ter dificuldade de ver, ouvir ou mover-se, deste modo podem ter grande dificuldades

de interpretar determinados tipos de informações;

• ter dificuldade na leitura ou compreensão de textos;

• não ser capazes de utilizar o teclado ou mouse;

• ter um monitor de vídeo que apenas apresenta texto, um monitor de vídeo de

dimensões reduzidas ou uma ligação à Internet muito lenta;

• ter uma versão não atual de um navegador ou um navegador completamente

diferente dos habituais, a exemplo de um navegador por voz.

O acesso a Web por usuários idosos, pode ser dificultado devido à forma como as

páginas são estruturadas ou por falta de navegadores apropriados.

Conforme discutido no capítulo 2, o número de pessoas com necessidades especiais

cresce em todos os países, estas pessoas começam a reivindicar seu legítimo direito de ter

acesso à informação e, principalmente, a uma informação que possa ser compreendida e

apropriada. O acesso aos benefícios da Internet deve ser otimizado buscando reduzir

exclusões sem, com isso, prejudicar suas características gráficas ou suas funcionalidades,

diz Pereira [30].

3.3 Iniciativas de Acessibilidade na Web para Pessoas com Necessidades Especiais

3.3.1 Iniciativas Internacionais

Em vários países como Portugal, França, Canadá, Inglaterra, Estados Unidos,

Irlanda, Espanha, Suécia, Dinamarca, Noruega, Austrália, etc., visam articular projetos de

Page 36: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

36

inclusão social e tecnológico para pessoas com necessidades especiais, para que a grande

teia mundial de computadores seja um processo global de discussão de acessibilidade na

Web.

Deste países, Portugal é o primeiro país europeu e o quarto no mundo desde agosto

de 1999. Os Estados Unidos, o Canadá e Austrália, já adotam as regras de acessibilidade

na concepção da informação disponibilizada na Internet pela Administração Pública,

objetivando facilitar o acesso de pessoas com necessidades especiais, entre elas estão os

idosos, cita Godinho [11].

Grupos internacionais estão pesquisando a acessibilidade na Internet, alguns destes

propõem regras de acessibilidade para a Web, como por exemplo:

• W3C – WAI – Iniciativa de acessilidade na Web;

• GUIA (Grupo Português pelas Iniciativas da Acessibilidade) da UTAD -

Universidade de Trás- os-Montes e Alto Douro);

• ACESSO - Acessibilidade a Cidadãos com Necessidades Especiais na

Sociedade da Informação;

• Nordic Cooperation on Disability;

• SIDAR - Seminário de Iniciativas sobre Discapacidad y Accesibilidad en la

Red;

• CANTIC - Centro de Acessibilidade às Novas Tecnologias de Informação e

Comunicação para pessoas com deficiência;

• Institute National Aging – Canadá;

• The universal design file: design for people of all ages and abities

• Green Paper on Web Accessibility for Blind and Partially Sighted People -

Braillenet;

• National Center for Accessible Media (NCAM) ;

• Microsoft Accessible Web Design;

• IBM Web Accessibility for Special Needs.

Page 37: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

37

Estes grupos apresentados anteriormente tem como objetivo, no que diz respeito a

acessibilidade na Web segundo Pereira [30]:

• "estimular a presença de usuários com necessidades especiais na

Internet;

• facilitar o intercâmbio de conhecimentos e de experiências entre

associações e pessoas interessadas na presença de usuários com

necessidades especiais e na garantia de sua acessibilidade à rede mundial de

computadores;

• orientar e estruturar o desenvolvimento global da Web, promovendo e

impulsionando um tratamento mais correto em relação às necessidades

especiais e a modelagem de sites para facilitar a navegação;

• aproveitar todo o potencial da rede no desenvolvimento de protocolos

comuns para promover a evolução e a interoperacionalidade na Internet;

• prestar apoio técnico para facilitar a implementação das recomendações

de acessibilidade na Internet;

• estimular, estabelecer e manter espaços de pesquisas, informação e

documentação da presença de ações de usuários com necessidades especiais

na Web e a acessibilidade à Internet".

Para alcançar estes objetivos acima citados, é necessário que as normas, diretrizes e

recomendações sobre acessibilidade na Web sejam usadas pelos desenvolvedores dos

conteúdos. Seguindo estas regras de acessibilidade estes criadores estarão abrindo a

possibilidade do acesso às informações apresentadas nas páginas aos usuários idosos, como

também, melhorará a interação destes usuários com a Web.

3.3.2 Iniciativas Brasileiras de Acessibilidade na Internet para Pessoas com

Necessidades Especiais.

No Brasil podemos encontrar algumas iniciativas para lidar com o problema da

acessibilidade para cidadãos com necessidades especiais. Em 1990, surgiu a Rede de

Informações Integradas sobre Deficiências (REINTEGRA), que deu os primeiros passos na

Page 38: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

38

troca de informações sobre a questão da deficiência, uma iniciativa da Universidade de São

Paulo/CECAE - Coordenadoria Executiva de Cooperação Universitária e de Atividades

Especiais, SACI [33].

Em 1992, a Rede Nacional de Pesquisa – RNP [32], que é um projeto especial do

Ministério da Ciência e Tecnologia, iniciou esforços para ampliar o acesso à Internet para

outros setores da sociedade, além da comunidade acadêmica. O resultado desta iniciativa

foi a Rende - Rede Nacional de Comunicação entre Portadores de Deficiência, contando

com a colaboração da Universidade do Rio de Janeiro.

A Rede SACI (Solidariedade, Apoio, Comunicação e Informação), surgiu em 1999

com a missão de estimular a comunicação e a difusão de informações entre portadores de

deficiências, seus familiares, profissionais, órgãos públicos, empresários, etc. A cooperação

de diversas entidades operadoras, como a Universidade de São Paulo (USP), Universidade

Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a RNP possibilitou à Rede Saci transferir sua atuação,

iniciada em agosto, para a Internet. A RNP, prestou consultoria à SACI sobre como

implementar as diretrizes de acessibilidade do WAI/W3C em seu Site. A RNP está

desenvolvendo um estudo sobre os modelos de políticas de acessibilidade atualmente

adotados nos países que já integraram as questões de acessibilidade em sua legislação.

"Com esta medida pretende-se incentivar as organizações governamentais e

não governamentais a desenvolver programas no âmbito da Sociedade da

Informação visando a integração dos cidadãos com necessidades especiais,

bem como lançar o desafio às instituições universitárias e de investigação

científica para o desenvolvimento de soluções adequadas para este grupo

social", SACI [33].

Foi organizado em 2001 um grupo de trabalho sobre diretrizes para elaboração de

sites governamentais na Web. O evento foi organizado pela Secretaria de Comunicação

Social da Presidência da República do Brasil, onde foi realizada uma oficina para

discussão da inclusão digital, com o objetivo de discutir as questões da universalização

dos serviços Internet e diretrizes para elaboração de sites governamentais .

Page 39: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

39

Dentre as várias propostas apresentadas, consta principalmente a de se garantir a

acessibilidade e usabilidade dos sites. A adoção das diretrizes para acessibilidade em

conteúdo da W3C, foi discutida a possibilidade de se criar um comitê para avaliar a

necessidade destas diretrizes serem adaptadas para a realidade específica dos sites

governamentais do Brasil. É importante dar condições de navegação e uso dos recursos do

Site a qualquer pessoa, a fim de garantir a universalização dos serviços e a inclusão digital,

cita RNP [32].

3.4 Certificação para a Acessibilidade na Internet

3.4.1 Ferramentas para teste de acessibilidade à Web

A acessibilidade na Web pode ser avaliada por meio de ferramentas automáticas que

estão disponibilizadas na Internet. Para isso, basta colocar o endereço da página que se

pretende analisar, e será fornecido um relatório de acordo com as regras de acessibilidade,

como por exemplo:

• Bobby é uma aplicação que funciona on-line e produz um relatório em inglês (de

acordo com as diretivas do W3C). http://www.cast.org/bobby), é um serviço

gratuito;

• Verificador automático TAW - Teste de Acessibilidade à Web, é em tudo

semelhante ao Bobby, mas o relatório é produzido em espanhol.

www.tawdis.net;

• W3C HTML Validation Service – Ferramenta de autoria da W3C que também

faz teste de acessibidades na Web, o seu relatório é em inglês.

(http://validator.w3c.org).

Page 40: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

40

3.4.2 Símbolo de Acessibilidade na Web

Um símbolo especial é usado para indicar se o site contêm funcionalidades de

acessibilidade para pessoas com necessidades especiais. O símbolo deve sempre ser

acompanhado por um texto (por meio do atributo ALT= "Símbolo de Acessibilidade na

Web"). O GUIA [12] recomenda-se que o símbolo seja acompanhado de sua respectiva

descrição ("Um globo inclinado, com uma grelha sobreposta. Na sua superfície está

recortado um buraco de fechadura"), através de um link D como está apresentado na figura

1 abaixo:

D

Figura 1. Símbolo de Acessibilidade na Web

A utilização deste símbolo acessibilidade (figura 1) não garante que um site seja

totalmente acessível, ou mesmo que foi projetado seguindo princípios de acessibilidade, sua

reprodução e utilização são livres, e pode ser utilizado em formato eletrônico ou impresso.

O Símbolo de Acessibilidade (figura 1) é propriedade do CPB/WGBH National Center for

Accessible Media (NCAM). A NCAM é um centro de pesquisas nos Estado Unidos por 25

anos, um dos principais defensores e pioneiro no desenvolvimento de mídia e tecnologia de

informação acessível para pessoas com necessidades especiais, cita Neto [24].

Page 41: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

41

3.5 Recomendações para Acessibilidade

No que se refere à Internet, acessibilidade pode ser entendida como um meio de

disponibilizar a informação ao maior número de cidadãos, levando sempre em conta a

flexibilidade necessária para poder alcançar os mais diferentes meios de interação ou acesso

por eles utilizados, preocupando-se sempre com as diversidades de usuários existentes em

todas as partes do planeta e respeitando suas necessidades e preferências.

Em termos gerais, tendo como objetivo um bom Site, deve-se tomar cuidado e

sempre que possível levar em consideração os seguintes princípios para verificar

aacessibilidade na Web, Neto [24]:

1. “Construir as páginas com um estilo consistente;

2. Utilizar uma estrutura de navegação clara e consistente e fornecer acesso a essa

estrutura através de barras de navegação;

3. Fornecer uma descrição do site, as características de acesso usadas e como utilizá-

las;

4. Disponibilizar um mapa do site;

5. Oferecer diferentes tipos de pesquisa para diferentes níveis de aptidão e

preferência;

6. Assegurar que nada dentro do site impede operações via teclado;

7. Assegurar que as cores do texto, background ou pattern têm um bom contraste;

8. Utilizar uma ferramenta de desenvolvimento que suporte características de

acessibilidade;

9. Colocar informação clara no topo dos cabeçalhos, parágrafos, listas, etc., para

diminuir a quantidade de tempo necessário para o utilizador encontrar informação

pertinente;

10. Criar um arquivo único para descarregar no caso de documentos que consistem

numa série de páginas separadas;

11. Testar a acessibilidade do site com diferentes browsers (nomeadamente só de

texto);

Page 42: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

42

12. Também poderá ser adequado testar o site com um browser com capacidade de

sintetizar voz;

13. Validar as páginas com ferramentas como :

• Bobby (http://www.cast.org/bobby)

• W3C HTML Validation Service (http://validator.w3.org)”.

As informações postas na Web devem estar disponibilizadas de forma

compreensível para todos os cidadãos. Neto [24], ainda comenta que se as informações que

se pretende apresentar na Web não combina de forma alguma com os princípios de

acessibilidade acima apresentados, deve-se fornecer páginas alternativas, de modo que essa

informação seja apresentada da melhor forma possível e acessível a todos os usuários.

3.6 Considerações Finais

O número de idosos é crescente. A utilização das novas tecnologias abre novas

perspectivas de formação e integração social, isto significa, promover iniciativas destinadas

a combater a exclusão do cidadão idoso por meio de interfaces acessíveis elaboradas a

suprir as suas limitações.

Estas especificidades apontam para a necessidade de alternativas viáveis de acesso

garantindo o acesso à informação de modo a não penalizar as pessoas com necessidades

especiais, a exemplo dos idosos. Contudo, é preciso cuidado ao se definir estas alternativas

pois pode-se acabar por reforçar preconceitos.

O acesso à tecnologia computacional que temos hoje é essencialmente dependente

do bom funcionamento de nosso sistema perceptual (para leitura na tela), motor (para uso

do teclado e do mouse) e cognitivo, pessoas com estas deficiências têm o acesso à

informação tremendamente dificultado, Baranauskas [03].

As necessidades das pessoas vêm antes da tecnologia. Um dos objetivos das

pesquisas sobre usabilidade e acessibilidade na Internet é o de oferecer técnicas

correspondentes para avaliação e recomendações que orientem na construção de interfaces

interativas na WWW que favoreçam o acesso à informação a todos os usuários. Para isso,

Page 43: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

43

devem promover-se iniciativas destinadas a enquadrar e combater a exclusão dos cidadãos

idosos, através de interfaces mais acessíveis e usáveis.

Page 44: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

44

CAPÍTULO 4

AVALIAÇÃO DE USABILIDADE

O presente capítulo apresenta técnicas de avaliação de usabilidade (critérios

ergonômicos, ensaios de interação e checklist), consideradas neste trabalho. Elas

representam a abordagem ergonômica da usabilidade que objetiva conceber técnicas,

métodos e ferramentas para proporcionar interfaces adaptadas aos usuários em suas

atividades.

Dix [09] afirma que a função da avaliação de usabilidade de um sistema ou projeto

podem garantir o comportamento conforme as necessidades e expectativas dos requisitos

definidos pelos usuários.

Segundo a ISO 9241 parte 11 [18], a avaliação de usabilidade tem o objetivo de

avaliar um sistema interativo sobre os seguintes aspectos: a eficácia (grau de precisão e de

abrangência obtidos na interação do usuário com os sistemas), a eficiência (em relação ao

emprego de recursos aplicados para o usuário atingir seus objetivos, como tempo, esforços

mentais, físicos, operacionais, ambientais, hardware, software) e a satisfação

(compreendido pela norma como o grau de conforto e de reação favorável do usuário na

interação com o sistema).

Diante das diversas abordagens de uma avaliação de usabilidade de interfaces,

Cybis [06], cita que as avaliações de usabilidade permitem obter os seguintes resultados:

• constatar, observar e registrar, problemas efetivos de usabilidade durante a

interação;

• calcular métricas objetivas para eficácia, eficiência e produtividade do usuário na

interação com o sistema;

• diagnosticar as características do projeto que provavelmente atrapalhem a interação

por estarem em desconformidade com padrões implícitos e explícitos de

usabilidade;

Page 45: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

45

• prever dificuldades de aprendizado na operação do sistema; prever os tempos de

execução de tarefas informatizadas; conhecer a opinião do usuário em relação ao

sistema;

• sugerir as ações de re-projeto mais evidentes face os problemas de interação efetivos ou

diagnosticados.

Nascimento Junior [22] apresenta definições para as seguintes noções ligadas à

avaliação:

• Método de avaliação: referem-se a agrupamentos estruturados de técnicas para

identificação dos problemas de usabilidade. Exemplo: exploração heurística

(exploração cognitiva + avaliação heurística) e ensaio de interação (avaliação

heurística + observação do usuário);

• Técnicas de avaliação: refere-se a um procedimento com natureza única que visa a

identificação de problemas de usabilidade. Como por exemplo: (inspeção por

checklist ou avaliação heurística);

• Ferramentas: referem-se as instrumentos computacionais ou não, que

implementam técnicas de avaliação de usabilidade. Exemplo: (checklist ou critérios

ergonômicos – Bastien e Scapin [04] ou Heurísticas de Nielsen e Mollich [25]).

4.1 Técnicas de Avaliação de Usabilidade

A avaliação de usabilidade é uma fase essencial no desenvolvimento de interfaces. Vários

aspectos contam para o sucesso de uma avaliação de usabilidade, entre eles destaca-se a

escolha de técnica adequada a cada situação de avaliação.

"O objetivo principal de uma avaliação é melhorar a interface e não

apenas estimar o quanto uma interface é boa ou ruim. Pode-se dizer que

uma boa avaliação de usabilidade não é aquela que apenas identifica os

problemas de usabilidade mas que auxilia a equipe de desenvolvimento a solucioná-los e melhorar a interação do usuário com a aplicação".

Wincler [39].

Page 46: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

46

Segundo Cybis [06] existem, três tipos de técnicas de avaliação:

• Prospectivas: apóia-se na aplicação de questionários/entrevistas de satisfação

ou insatisfação do usuário em relação à interação com a interface. Estes

questionários devem ser sucintos, com poucas questões e com espaços

livres, caso o usuário desejar dar sugestões ou opiniões;

• Analíticas: Essa técnica prescinde da participação efetiva do usuário e deve

ser aplicada por avaliadores experientes em avaliação de usabilidade, como

por exemplo a avaliação heurística Nielsen e Mollich [25]. Já o checklist que

é uma técnica de inspeção de usabilidade, nesta técnica não exige

avaliadores especialistas em usabilidade, uma vez que o foco desta técnica

está agregada ao conhecimento da ferramenta de inspeção (checklist);

• Empíricas: o usuário tem participação ativa com sessões de observação da

interação, a exemplo da técnica de ensaios de interação.

4.2 Checklist

As inspeções por checklist é uma técnica de avaliação capaz de identificar uma

grande quantidade de problemas gerais e repetitivos da interface por meio de uma lista de

verificação.

Nascimento Junior [22] comenta que o checklist se caracteriza por fornecer

procedimento de ajuda rápida para a verificação da conformidade da interface de um

sistema interativo por meio de recomendações ergonômicas contidas em uma lista de

verificação.

As vantagens da avaliação realizada por meio de checklist apresentam a seguintes

potencialidades citadas por Cybis [06]:

• redução de custos da avaliação por ser uma técnica de rápida aplicação;

• facilidade de identificação de problema de usabilidade, devido à especificidade

das questões do checklist;

Page 47: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

47

• sistematização da avaliação, que garante resultados mais estáveis mesmo

quando aplicada separadamente por diferentes avaliadores;

• a avaliação pode ser realizada por profissionais não especializados em

ergonomia, deve-se isso ao fato de o conhecimento ergonômico estar embutido

no próprio checklist.

Wincler [37] cita : "Checklist facilitam a análise de regras ergonômicas durante a

avaliação de usabilidade. Este tipo de inspeção pode ser

particularmente interessante quando se deseja realizar

avaliações rápidas de usabilidade, investigar a consistência da

interface e verificar mudanças ocasionadas pela manutenção

do site".

As inspeções via checklist podem produzir resultados uniformes e abrangentes, para

identificar os problemas de usabilidade e não exige profissionais experientes em avaliação

de usabilidade. Estas inspeções são feitas basicamente por intermédio de uma lista de

questões, além disso, podem estar acompanhadas de notas explicativas como glossários,

etc., que tem como finalidade esclarecer dúvidas relacionadas às questões Cybis [06].

Existem algumas ferramentas que utilizam o processo de verificação da usabilidade

por listas de verificações, como exemplo pode-se citar a norma ISSO 9241 e o Ergolist-

LabiUtil do laboratório de utilizabilidade da Universidade Federal de Santa Catarina -

UFSC. Listas de verificações sobre a acessibilidade na Web que estão disponíveis por

grupos como o W3C, a IBM, o GUIA, estas listas encontram-se em seus sites.

A técnica é aqui descrita na medida que o objetivo deste trabalho é desenvolver um

checklist para instrumentar as inspeções de acessibilidade.

Page 48: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

48

4.3 Ensaios de Interação

O ensaio de interação é uma técnica empírica de avaliação de usabilidade. Que

exige a participação direta dos usuários em interação reais ou simuladas, nas quais o

usuário é observado realizando um conjunto de tarefas específicas.

Cybis [06] cita que os ensaios de interação têm por objetivos durante a sua

realização (usuário na interação com o sistema) constatar, observar e registrar os problemas

efetivos de usabilidade, como também, calcular métricas objetivas para eficácia, eficiência

e produtividade.

"Um ensaio de interação consiste de uma simulação de uso do sistema da

qual participam pessoas representativas de sua população-alvo, tentando

fazer tarefas típicas de suas atividades, com uma versão do sistema

pretendido. Sua preparação requer um trabalho detalhado de reconhecimento

do usuário-alvo e de sua tarefa típica para a composição dos cenários e

scripts que serão aplicados durante a realização dos testes." Cybis [06].

Neste tipo de avaliação deve-se selecionar sempre que possível o usuário, reais

representantes do público-alvo. Cybis [06] menciona que uma sessão de ensaios de

interação deve durar no máximo 1 hora, podendo ser realizados em laboratório ou no local

de trabalho do usuário. Dos ensaios de interação devem participar o usuário, 1 ou 2

ergonomistas observadores e 1 assistente técnico, responsável pelo funcionamento dos

equipamentos.

4.3.1 Realização do ensaio de interação

Durante a realização do teste o usuário poderá ser solicitado a realizar tarefas que

são predefinidas pelo avaliador, podendo responder algumas perguntas ou manter-se calado

simplesmente utilizando a interface.

Os encaminhamentos dos ensaios de interação são controlados e dirigidos pelos

ergonomistas que devem planejar, controlar o ensaio em casos de interrupções, retomadas e

Page 49: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

49

encerramento precoce do teste. Outro fator importante são as anotações em tempo real,

sobre o desempenho do usuário e dos erros e incidentes verificados.

Segundo Cybis [06] estas anotações devem constar de indicações sobre o instante

dos eventos perturbadores. Uma boa prática consiste na realização de um ensaio piloto para

certificar-se de que tudo foi previsto.

A técnica aqui apresentada foi utilizada neste trabalho para estabelecer um tipo de

avaliação do checklist desenvolvido. Os resultados obtidos por meio de oficina de

observação da interação foram confrontados com as possibilidades das questões do

checklist para a inspeção de acessibilidade desenvolvida.

4.4 Critérios Ergonômicos

É uma ferramenta de avaliação da usabilidade que pode apoiar/dar suporte a outras

técnicas de avaliação de usabilidade, a exemplo da avaliação heurística e checklist, etc. Os

critérios ergonômicos têm como finalidade minimizar a ambigüidade na identificação e

classificação das qualidades dos problemas ergonômicos nas interfaces informatizadas.

Os critérios ergonômicos abaixo apresentados estão na íntegra em função da sua

aplicação no desenvolvimento do checklist proposto neste trabalho.

Bastien e Scapin [04] desenvolveram um conjunto de critérios ergonômicos que

consistem em oito critérios ergonômicos. Esses critérios são divididos em oito critérios que

se subdividem em critérios elementares, e foram assim resumidos por Cybis [06]:

4.4.1 A Condução

"O software ergonômico aconselha, orienta, informa, e conduz o

usuário na interação com o computador (mensagens, alarmes, rótulos, etc.),

possibilitando:

• - a localização do usuário, ou seja, que saiba, a

qualquer hora, onde se encontra, numa seqüência de interações ou

na execução de uma tarefa;

Page 50: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

50

• - conhecimento das ações permitidas, bem como suas

conseqüências;

• - obtenção de informações suplementares (eventualmente

por demanda).

O software prestativo proporciona aprendizado rápido e de fácil

utilização permitindo que o usuário melhore seu desempenho e diminua o

número de erros na operação do sistema. Esta qualidade pode ser analisada a

partir de duas dimensões: a presteza e o feedback imediato.

4.4.1.1 Presteza

A presteza diz respeito às informações que permitem ao usuário

identificar o estado ou contexto no qual se encontra, bem como as ferramentas

de ajuda e o modo de acesso, incluindo todos os mecanismos ou meios que

permitam ao usuário conhecer as alternativas, em termos de ações, conforme o

estado ou contexto no qual ele se encontra. Esta qualidade elementar engloba

os meios utilizados para levar o usuário a realizar determinadas ações.

O software prestativo guia o usuário e poupa, do aprendizado de

uma série de comandos, permitindo ao usuário saber o modo ou o estado e

onde se encontra no diálogo, bem como o que fez para se encontrar nessa

situação. Uma boa presteza facilita a navegação no aplicativo e diminui a

ocorrência de erros.

4.4.1.2 Feedback Imediato

Feedback imediato diz respeito às respostas do sistema às ações do

usuário. Estas entradas podem ir do simples pressionar de uma tecla, até uma

lista de comandos. As respostas do computador devem ser fornecidas, de forma

rápida, com um tempo de resposta apropriado e consistente para cada tipo de

transação. Uma resposta rápida deve ser fornecida com informação sobre a

transação solicitada e seu resultado.

A qualidade e rapidez do feedback são dois fatores importantes

para o estabelecimento de satisfação e confiança do usuário, assim como para

Page 51: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

51

o entendimento do diálogo. Estes fatores possibilitam que o usuário tenha um

melhor entendimento do funcionamento do sistema.

A ausência de feedback ou sua demora podem ser desconcertantes

para o usuário. Os usuários podem suspeitar de uma falha no sistema, e podem

tomar atitudes prejudiciais para os processos em andamento.

4.4.1.3 Legibilidade

A performance melhora quando a apresentação da informação leva

em conta as características cognitivas e perceptivas dos usuários. Uma boa

legibilidade facilita a leitura da informação apresentada. Por exemplo, letras

escuras em um fundo claro são mais fáceis de ler que letras claras em um

fundo escuro; texto apresentado com letras maiúsculas e minúsculas é lido

mais rapidamente do que texto escrito somente com maiúsculas.

Legibilidade diz respeito às características lexicais das

informações apresentadas na tela que possam dificultar ou facilitar a leitura

desta informação (brilho do caracter, contraste letra/fundo, tamanho da fonte,

espaçamento entre palavras, espaçamento entre linhas, espaçamento de

parágrafos, comprimento da linha, etc.).

4.4.1.4 Agrupamento/Distinção de Itens

A compreensão de uma tela pelo usuário depende, entre outras

coisas, da ordenação, do posicionamento, e da distinção dos objetos (imagens,

textos, comandos, etc.) que são apresentados. Os usuários vão detectar os

diferentes itens ou grupos de itens, e aprender suas relações mais facilmente,

se, por um lado, eles forem apresentados de uma maneira organizada (e.g.,

ordem alfabética, freqüência de uso, etc.), e por outro lado, os itens ou grupos

de itens forem apresentados em formatos, ou codificados de maneira a indicar

suas similaridades ou diferenças. Além disso, a aprendizagem e a recuperação

de itens ou de grupos de itens será melhorada.

Esta qualidade diz respeito à organização visual dos itens de

informação, relacionados uns com os outros, levando em conta a topologia

(localização) e algumas características gráficas (formato) para indicar as

Page 52: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

52

relações entre os vários itens mostrados, apontando se pertencem ou não, a

uma dada classe, ou indicando diferenças entre classes. Esta qualidade

também diz respeito à organização dos itens de uma classe. O critério

agrupamento/distinção de itens está subdividido em dois critérios elementares:

agrupamento/distinção por localização e agrupamento/distinção por formato.

4.4.1.4.1. Agrupamento/Distinção por Localização

A qualidade de agrupamento/distinção por localização diz respeito

ao posicionamento relativo dos itens, estabelecido para indicar se eles

pertencem ou não a uma dada classe, ou, ainda, para indicar diferenças entre

classes, e o posicionamento relativo dos itens dentro de uma classe.

4.4.1.4.2 Agrupamento/Distinção por Formato

Será mais fácil para o usuário perceber relacionamento(s) entre itens ou

classes de itens, se diferentes formatos ou diferentes códigos ilustrarem suas

similaridades ou diferenças. Tais relacionamentos serão mais fáceis de

aprender e de lembrar.

A qualidade de agrupamento/distinção por formato diz respeito mais

especificamente às características gráficas (formato, cor, etc.) que indicam se

itens pertencem ou não a uma dada classe, ou que indicam distinções entre

classes diferentes, ou ainda distinções entre itens de uma dada classe.

4.4.2 A Carga de Trabalho

Quanto maior for a carga de trabalho cognitivo para o usuário, maior

será a probabilidade de cometer erros, além disso, quanto menos o usuário for

distraído por informação desnecessária, mais será capaz de desempenhar suas

tarefas eficientemente, pois quanto menos ações são necessárias, mais rápidas

as interações.

O critério Carga de Trabalho, que define o software econômico, diz

respeito a todos elementos da interface que têm um papel importante na

redução da carga cognitiva e perceptiva do usuário, e no aumento da eficiência

do diálogo.

Page 53: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

53

O critério Carga de Trabalho está subdividido em dois critérios:

Brevidade (que inclui Concisão e Ações Mínimas) e Densidade Informacional.

4.4.2.1 Brevidade

A capacidade da memória de curto termo é limitada. Conseqüentemente,

quanto menos entradas, menor a probabilidade de cometer erros. Além disso,

quanto mais sucintos forem os itens, menor será o tempo de leitura, e quanto

mais numerosas e complexas forem as ações necessárias para se chegar a uma

meta, maior será a carga de trabalho e a probabilidade de ocorrência de erros.

O software Breve respeita a capacidade de trabalho perceptivo e

cognitivo do usuário, tanto para entradas e saídas individuais, quanto para

conjuntos de entradas (i.e., conjuntos de ações necessárias para se alcançar

uma meta). Brevidade corresponde ao objetivo de limitar a carga de trabalho

de leitura e entradas, e o número de passos. O critério Brevidade se divide em

duas qualidades elementares: Concisão e Ações Mínimas.

4.4.2.1.1 Concisão

O critério concisão diz respeito à carga perceptiva e cognitiva de saídas

e entradas individuais.

4.4.2.1.2 Ações Mínimas

Quanto mais numerosas e complexas forem as ações necessárias para se

chegar a uma meta, maior será a carga de trabalho e a probabilidade de

ocorrência de erros.

A qualidade Ações Mínimas diz respeito à carga de trabalho em relação

ao número de ações necessárias à realização de uma tarefa. Trata-se de

limitar, tanto quanto possível, o número de passos pelos quais o usuário deve

passar.

4.4.2.2 Densidade Informacional

A carga de memorização do usuário deve ser minimizada. Usuários não

devem ter que memorizar listas de dados ou procedimentos complicados. Eles

Page 54: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

54

não devem, também, precisar executar tarefas cognitivas complexas quando

estas não estão relacionadas com a tarefa em questão.

Na maioria das tarefas, a performance dos usuários é diminuída quando

a densidade da informação é muito alta ou muito baixa, nestes casos, a

ocorrência de erros é mais provável. Itens que não estão relacionados à tarefa

devem ser removidos.

A qualidade Densidade Informacional diz respeito à carga de trabalho do

usuário, de um ponto de vista perceptivo e cognitivo, com relação ao conjunto

total de itens de informação apresentados aos usuários, e não a cada elemento

ou item individual.

4.4.3 O Controle Explícito

Com um software obediente o usuário tem o controle explícito sobre os

processamentos do sistema. Quando os usuários definem explicitamente suas

entradas, e quando estas entradas estão sob controle, os erros e as

ambigüidades são limitados. Além disso, o sistema será melhor aceito pelos

usuários se eles tiverem controle sobre o diálogo.

O software obediente se define em dois critérios elementares: Ações

Explícitas do Usuário e Controle do Usuário.

4.4.3.1 Ações Explícitas do Usuário

O critério Ações Explícitas do Usuário se refere às relações entre o

processamento pelo computador e as ações do usuário. Esta relação deve ser

explícita, i.e., o computador deve processar somente aquelas ações solicitadas

pelo usuário e somente quando solicitado a fazê-lo.

Quando o processamento pelo computador resulta de ações explícitas

dos usuários, estes aprendem e entendem melhor o funcionamento da

aplicação, e menos erros são observados.

4.4.3.2 Controle do Usuário

O critério Controle do Usuário se refere ao fato de que os usuários

deveriam estar sempre no controle do processamento do sistema (e.g.,

Page 55: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

55

interromper, cancelar, suspender e continuar). Cada ação possível do usuário

deve ser antecipada e opções apropriadas devem ser oferecidas.

O controle sobre as interações favorece a aprendizagem e assim diminui

a probabilidade de erros. Como conseqüência, o computador se torna mais

previsível.

4.4.4 A Adaptabilidade

A adaptabilidade de um sistema diz respeito a sua capacidade de reagir

conforme o contexto, e conforme as necessidades e preferências do usuário.

Dois sub-critérios participam da adaptabilidade: a flexibilidade e a

consideração da experiência do usuário.

Uma interface não pode atender ao mesmo tempo a todos os seus

usuários em potencial. Para que não tenha efeitos negativos sobre o usuário, a

interface deve, conforme o contexto, se adaptar a ele. Por outro lado, quanto

mais variadas são as maneiras de realizar uma tarefa, maiores são as chances

do usuário de escolher e dominar uma delas no curso de seu aprendizado.

Deve-se portando fornecer ao usuário procedimentos, opções, comandos

diferentes permitindo alcançar um mesmo objetivo.

4.4.4.1 Flexibilidade

A flexibilidade se refere aos meios colocados à disposição do usuário que

permite personalizar a interface a fim de levar em conta as exigências da

tarefa, de suas estratégias ou seus hábitos de trabalho. Corresponde também

ao número de diferentes maneiras à disposição do usuário para alcançar um

certo objetivo, e portanto, da capacidade da interface se adaptar as variadas

ações do usuário.

Quanto mais formas de efetuar uma tarefa existirem, maiores serão as

chances de que o usuário possa escolher e dominar uma delas no curso de sua

aprendizagem.

Page 56: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

56

4.4.4.2 Consideração da experiência do usuário

A consideração da experiência do usuário diz respeito aos meios

implementados que permitem que o sistema respeite o nível de experiência do

usuário.

O grau de experiência dos usuários pode variar, pois podem se tornar

especialistas, devido a utilização continuada, bem como menos especialistas,

depois de longos períodos de não utilização. A interface deve também ser

concebida para lidar com as variações dos níveis de experiência. Usuários

experientes não têm as mesmas necessidades informativas que novatos. Todos

os comandos ou opções não precisam ser visíveis o tempo todo. Os diálogos de

iniciativa somente do computador, entediam e diminuem o rendimento do

usuário experiente. Os atalhos, ao contrário, podem permitir rápido acesso as

funções do sistema. Pode-se fornecer aos usuários inexperientes diálogos bem

conduzidos, ou mesmo passo à passo. Portanto, meios diferenciados devem ser

previstos para lidar com diferenças de experiência, permitindo que o usuário

delegue ou se aproprie da iniciativa do diálogo.

4.4.5 A Gestão de Erros

A gestão de erros diz respeito a todos os mecanismos que permitem evitar

ou reduzir a ocorrência de erros, e quando eles ocorrem, que favoreçam sua

correção. Os erros são aqui considerados como entrada de dados incorretas,

entradas com formatos inadequados, entradas de comandos com sintaxes

incorretas, etc. Três sub-critérios participam da manutenção dos erros: a

proteção contra os erros, a qualidade das mensagens de erro e a correção dos

erros.

As interrupções provocadas pelos erros tem conseqüências negativas

sobre a atividade do usuário. Geralmente, elas prolongam as transações e

perturbam o planejamento. Quanto menor é a possibilidade de erros, menos

interrupções ocorrem e melhor é o desempenho.

Page 57: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

57

4.4.5.1 Proteção contra os erros

A proteção contra os erros diz respeito aos mecanismos empregados para

detectar e prevenir os erros de entradas de dados ou comandos, ou possíveis

ações de conseqüências desastrosas e/ou não recuperáveis.

É preferível detectar os erros no momento da digitação do que no

momento da validação. Isto pode evitar perturbações no planejamento da

tarefa.

4.4.5.2 Qualidade das mensagens de erro

A qualidade das mensagens refere-se a pertinência, a legibilidade e a

exatidão da informação dada ao usuário sobre a natureza do erro cometido

(sintaxe, formato, etc.), e sobre as ações a executar para corrigi-lo.

A qualidade das mensagens favorece o aprendizado do sistema indicando

ao usuário a razão ou a natureza do erro cometido, o que ele fez de errado, o

que ele deveria ter feito e o que ele deve fazer.

4.4.5.3 Correção dos erros

O critério correção dos erros diz respeito aos meios colocados a

disposição do usuário com o objetivo de permitir a correção de seus erros.

Os erros são bem menos perturbadores quando eles são fáceis de

corrigir.

4.4.6 A Homogeneidade/Coerência

O critério homogeneidade/coerência refere-se à forma na qual as

escolhas na concepção da interface (códigos, denominações, formatos,

procedimentos, etc.) são conservadas idênticas em contextos idênticos, e

diferentes para contextos diferentes.

Os procedimentos, rótulos, comandos, etc., são melhor reconhecidos,

localizados e utilizados, quando seu formato, localização, ou sintaxe são

estáveis de uma tela para outra, de uma seção para outra. Nestas condições o

sistema é mais previsível e a aprendizagem mais generalizável; os erros são

diminuídos. É necessário escolher opções similares de códigos, procedimentos,

Page 58: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

58

denominações para contextos idênticos, e utilizar os mesmos meios para obter

os mesmos resultados. É conveniente padronizar tanto quanto possível todos os

objetos quanto ao seu formato e sua denominação, e padronizar a sintaxe dos

procedimentos. A falta de homogeneidade nos menus por exemplo, pode

aumentar consideravelmente os tempos de procura.

A falta de homogeneidade é também uma razão importante da recusa na

utilização.

4.4.7 O Significado dos Códigos e Denominações

O critério significado dos códigos e denominações diz respeito a

adequação entre o objeto ou a informação apresentada ou pedida, e sua

referência. Códigos e denominações significativas possuem uma forte relação

semântica com seu referente. Termos pouco expressivos para o usuário podem

ocasionar problemas de condução onde ele pode ser levado a selecionar uma

opção errada.

Quando a codificação é significativa, a recordação e o reconhecimento

são melhores. Códigos e denominações não significativos para os usuários

podem lhes sugerir operações inadequadas para o contexto, lhes conduzindo a

cometer erros.

4.4.8 A Compatibilidade

O critério compatibilidade refere-se ao acordo que possa existir entre as

características do usuário (memória, percepção, hábitos, competências, idade,

expectativas, etc.) e das tarefas, de uma parte, e a organização das saídas, das

entradas e do diálogo de uma dada aplicação, de outra. Diz respeito também,

ao grau de similaridade entre diferentes ambientes e aplicações.

A transferência de informações de um contexto à outro é mais tanto mais

rápida e eficaz quanto menor é o volume de informação que deve ser

recodificada.

Page 59: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

59

A eficiência é aumentada quando: os procedimento necessários ao

cumprimento da tarefa são compatíveis com as características psicológicas do

usuário; os procedimentos e as tarefas são organizadas de maneira a respeitar

as expectativas ou costumes do usuário; quando as traduções, as

transposições, as interpretações, ou referências a documentação são

minimizadas.

Os desempenhos são melhores quando a informação é apresentada de

uma forma diretamente utilizável (telas compatíveis com o suporte tipográfico,

denominações de comandos compatíveis com o vocabulário do usuário, etc.)."

4.5 Considerações Finais

A abordagem ergonômica sugere que a avaliação de usabilidade seja constante

durante todo o ciclo de vida do projeto. Esta avaliação pode contribuir na construção de

sistemas informatizados mais eficientes. Essa rotina pode ajudar a projetar interfaces

interativas de qualidade que se adeqüem aos usuários, objetivando reduzir os problemas de

usabilidade que afetam diretamente o usuário como: a sobrecarga de trabalho, dificuldade

na leitura, no dialogo, na percepção, atrasando ou até mesmo inviabilizando a realização

das tarefas, aborrecendo ou até deixando traumas em alguns usuários.

Por outro lado, a seleção do método, técnica ou ferramenta de avaliação adequado

deve levar em conta custos, quantidade de pessoas envolvidas, prazos e precisão esperada.

Page 60: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

60

CAPÍTULO 5

CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA

USUÁRIOS IDOSOS

O checklist apresentado neste capítulo destina-se a criadores de conteúdos para a

Web. Seu objetivo é proporcionar uma forma de verificação da conformidade de páginas da

Web com as recomendações ergonômicas específicas para a acessibilidade de pessoas

idosas. Como visto no capítulo 3, a acessibilidade é uma qualidade que pode apresentar

pelos menos três perspectivas: usuários, situação e ambiente. A perspectiva da

acessibilidade explorada neste trabalho é claramente social, relacionada aos usuários, e

objetiva contribuir para que "nenhum obstáculo possa ser imposto ao indivíduo face as suas

limitações sensoriais e funcionais". As questões deste checklist foram especialmente

formuladas para um público-alvo de idosos, estando apoiadas em informações relevantes ao

seu entendimento e aplicação, e baseadas em pesquisas diretamente relacionadas com

usabilidade e acessibilidade da Web.

Neste tópico serão apresentadas a metodologia de pesquisa e desenvolvimento do

checklist de acessibilidade para idosos, as atividades realizadas, bem como os resultados

obtidos.

5.1 Metodologia de Desenvolvimento do Checklist para Idosos

Neste trabalho adotou-se uma metodologia baseada em atividades de pesquisa

bibliográfica e do estado da arte, seguidas de três ciclos de elaboração e testes de versões

evolutivas, até se chegar à versão final do checklist. Todo o trabalho foi precedido de

atividade de observação de interações realizadas por idosos na Web, em oficina de iniciação

ao uso de uma ferramenta de troca de correspondência eletrônica (e-mail).

Page 61: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

61

Foram as seguintes as atividades desenvolvidas:

1 Realização de oficina de utilização de ferramentas de comunicação via Web por

um grupo de pessoas idosas;

2 Revisão bibliográfica e coleta de recomendações sobre a acessibilidade na Web,

incluindo a análise do estado da arte no que se refere a checklists para a

acessibilidade em geral;

3 Montagem da primeira versão do checklist a partir da reformulação e

organização das recomendações selecionadas;

4 Leitura das questões do checklist por um grupo de avaliadores externos ao

projeto, com conseqüente verificação e revisão, originando a segunda versão do

checklist;

5 Validação e revisão do checklist por aplicação a um grupo avaliadores externos

à equipe de projeto, originando a terceira versão do checklist.

6 Validação e revisão do checklist pelo confronto dos resultados de sua aplicação

com as observações obtidas na realização das oficinas (item 1) originando a

versão final do checklist.

5.2 Atividades Realizadas

5.2.1 Realização de oficina

A oficina realizada na manhã (9:30h às 11:45h) do dia 27/10/2001 no LSC -

Laboratório de Sistemas Conhecimento (vinculado ao departamento de Informática da

Page 62: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

62

Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC) teve o propósito específico de observar os

possíveis problemas de usabilidade e acessibilidade na interação dos idosos com

ferramentas de comunicação na Web. Como atividade preliminar, ela serviu como uma

primeira oportunidade de avaliar in loco a acessibilidade e usabilidade da Web quando

utilizado por idosos. Isto se fez por meio de observação e registro das principais

dificuldades encontradas por idosos na interação com uma ferramenta de e-mail na Web. A

oficina é uma técnica de observação da interação, ela se diferencia dos ensaios de interação

pelo número de usuários participantes. No ensaio de interação pode participar apenas 1 um)

usuário, enquanto que, na realização de oficina podem participar vários usuários. O IMP

(Internet Messaging Program http://horde.org/imp), aplicativo de correio eletrônico na

Internet (ver anexo II), foi o sistema escolhido para a oficina em função de:

• ser de domínio público;

• ser o sistema utilizado pelo departamento de informática da UFSC;

• pela possibilidade de proporcionar aos usuários idosos a execução de tarefas

sobre as quais eles têm um conhecimento conceitual (conforme a estratégia de

um ensaio de interação, todos sabem quais são os objetivos finais da tarefa).

Participaram deste ensaio um grupo de idosos (10 pessoas) aposentados do Banco

do Brasil, membros da Caixa de Assistência desta empresa (CASSI), da cidade de

Florianópolis. Este grupo está organizado há mais de 1 ano, sendo conhecido por

"Comunidade conviver com maturidade". Eles foram convidados a participar do ensaio

proposto, por apresentarem um alto nível de motivação para o aprendizado da informática,

conforme constatado em oficinas anteriores (estes idosos participaram de uma série de

oficinas de iniciação à Web e à informática, organizadas pelo médico André Junqueira

Xavier, como parte de sua pesquisa para o mestrado que realiza em Ciência da

Computação, sob a orientação da professora Edla Maria Faust Ramos).

A equipe técnica que acompanhou o ensaio de interação era composta por: um

médico com especialidade em geriatria, um ergonomista e três colaboradores. Para registrar

os problemas de usabilidade e acessibilidade que os idosos verbalizavam durante a

Page 63: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

63

interação com o IMP foram utilizados câmera filmadora, máquina fotográfica e anotações

manuais.

5.2.1.1 Resultados das observações da oficina

Durante a oficina foram coletadas as queixas dos idosos durante a interação com o

IMP, assim como anotadas observações sobre problemas de interação efetivamente

percebidos pela equipe técnica. Estes elementos encontram-se descritos no anexo III desta

dissertação.

A partir da análise destas queixas e observações foram identificados os seguintes

problemas principais na interação de usuários idosos com o IMP:

• dificuldade em acessar os textos das mensagens em virtude do “convite à

interação” mal posicionados representado pela pequena caixa de seleção

(check-box) localizada no início da linha referente a uma mensagem. De

fato, ao acionar esta caixa de seleção, o usuário na verdade, marca a

mensagem para sua exclusão, transferência para outras pastas e recupera

mensagens excluídas, não obtendo conteúdo algum. Os usuários só

ultrapassaram esta barreira devido à ajuda fornecida pelos membros da

equipe técnica e pelos próprios colegas;

• monotonia, demora na realização de tarefas de enviar e receber e-mails;

• dificuldades para realizar a acentuação dos caracteres, devido à

padronização do teclado;

• dificuldades de entendimento de termos técnicos como Inbox, Send Mail,

lixeira, mover;

Page 64: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

64

• dificuldades para a visualização de ícones, devido ao seu tamanho

reduzido;

• dificuldades de compreensão do significado de ícones tais como: imagem

de uma casa, sinal de positivo com o polegar, uma lanterna, uma seta

apontando para uma porta, etc.;

• dificuldades para a leitura dos textos devido ao tamanho reduzido da

letras;

• dificuldades para a leitura dos textos devido ao excesso de brilho no

fundo da tela (branco);

• dificuldades de visualização e de acionamento dos controles e comandos,

a exemplo das caixas de seleção (check-box) para indicar as mensagens a

serem excluídas, em função do tamanho reduzido;

• dificuldades de visualização do cursor na tela devido ao seu tamanho

reduzido e a sua forma excessivamente delgada;

• dificuldades de navegação, particularmente para voltar para a caixa de

entrada;

• os usuários manifestaram sua preferência por dispositivos alternativos de

entrada de dados, tais como o microfone;

• confusão e hesitação devido à dupla apresentação da barra de

ferramentas, no início e o final da página, nos casos em que haviam

poucas mensagens.

Page 65: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

65

As anotações realizadas durante a execução da oficina possibilitaram a identificação

de diversos problemas de acessibilidade relacionadas ao IMP, quando utilizado por usuários

idosos. Estes resultados direcionaram a busca inicial de recomendações ergonômicas

visando à elaboração do checklist pretendido. Mais tarde, estas anotações foram também

empregadas para validar as últimas versões do checklist produzido. Como será descrito a

seguir, a estratégia foi a de estabelecer um confronto entre estes resultados e os obtidos pela

aplicação do checklist em uma avaliação de acessibilidade do próprio IMP.

5.2.2 Revisão bibliográfica e coleta de recomendações

Existem várias organizações que se preocupam com questões de acessibilidade geral

na Web, sem centrar o foco em algum tipo de público em particular. Assim, eles misturam

necessidades de usuários idosos, surdos-mudos, ou deficientes visuais em um único

checklist ou guia de recomentações. A exceção se refere aos cegos, para os quais existem

iniciativas específicas, voltadas para sua acessibilidade na Web, incluindo o

desenvolvimento de dispositivos especiais, como monitor Braille, leitores de tela

(DOSVOX, VirtualVision) etc.

A bibliografia sobre recomendações de acessibilidade para pessoas idosas na Web

é, de forma geral, reduzida. Umas das poucas referências sobre este assunto provém do

Institute National Aging que desenvolveu para um checklist para tornar um Web site

amigável aos idosos. As recomendações coletadas para a elaboração de uma primeira

versão do checklist foram compiladas deste checklist mas também de artigos, revistas

técnicas de usabilidade, Internet, grupos, instituições internacionais, entre outros, que estão

preocupadas com os quesitos de acessibilidade para pessoas com necessidades especiais.

As recomendações selecionadas se referiam às perspectivas sociais ou que na

classificação de Godinho [11], corresponde à noção de “usuários”, ou seja, que considera as

capacidades sensoriais e funcionais dos usuários. Desconsiderou-se, portanto, questões

relacionadas a software, (comunicações, equipamentos), ou ainda questões relacionadas a

ambientes físicos. Além disso, a coleta de recomendações de acessibilidade foi direcionada

Page 66: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

66

pelos resultados obtidos por meio da oficina, conforme descritos no item 4.2.1. A seguir

são apresentadas as principais fontes de recomendações consideradas neste trabalho, bem

como a sua contribuição para a montagem do checklist:

• W3C – Web Accessibilty Iniciative [36]:

Uma das iniciativas para a acessibilidade na Web que mais se destaca é a Web

Accessibility Initiative - (WAI), é um entre os diversos campos de atuação do World

Wide Web Consortium - (W3C), que trabalha em conjunto com o laboratório de

ciência da computação do Massachustts Institute of Technology (MIT), nos Estados

Unidos, e o Institut National de Recherche en Informatique et en Automatique

(INRIA), na Europa. O W3C atua no sentido de produzir especificações e

referências, que visa melhorar a acessibilidade para usuário com necessidades

especiais na WWW. Em 5 de maio de 1999, o W3C, publicou um primeiro

documento que contém padrões mundiais relacionados à Web, o qual tem servido de

referência para a acessibilidade na Internet. O documento tem o nome de "Diretivas

para a acessibilidade do conteúdo da Web - 1.0" (Web Content Accessibility

Guidelines 1.0) e pretende explicar como tornar o conteúdo da Web acessível a

pessoas com necessidades especiais.

O W3C em conjunto com outras organizações enfoca a acessibilidade na Web

por intermédio de cinco áreas de trabalho. São elas: tecnologia, princípios

orientadores, ferramentas, educação e pesquisa & desenvolvimento, cita Neto [24].

O guia de diretrizes da W3C é a publicação mais referenciada sobre acessibilidade

na Web, e serve de base para outras iniciativas, a exemplo, a Microsoft, e a IBM. Do

W3C foram selecionadas cerca de 24 diretrizes de acessibilidades na Web.

• IBM – Web accessibility [16]:

Este grupo estabelece como princípio básico, que a informação deve ser

acessível, independente da forma de apresentação, por meio de versões alternativas

textuais e não textuais (texto para descrever imagens, sons associados a textos, etc.).

Em seu site encontra-se um checklist para desenvolvimento de conteúdo na Web

Page 67: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

67

mais acessível. Segundo a IBM esse checklist é atualizado com freqüência, contém

dicas rápidas de acessibilidade. Eles também chamam a atenção para a iniciativa

da W3C- WAI. Foram selecionadas desta fonte 2 recomendações de acessibilidade

na Web.

• ACESSO [01]:

A Acesso é uma unidade de apoio do Ministério da Ciência e da Tecnologia

(MCT) de Portugal. A atuação da Acesso não substitui a atuação de nenhum

organismo já existente na área da deficiência ou do cidadão idoso.À Acesso

compete promover o acompanhamento da acessibilidade aos conteúdos dos sites da

Administração Pública. Foram coletadas desta fonte 4 questões referentes a

acessibilidade na Web;

• Computer Technology and the older adult, por Czaja J. Sara [07]:

Esta pesquisadora aborda a interação de idosos com a tecnologia, e tem

produzido inúmeros artigos com esta temática. Do artigo "Computer Technology

and the Older Adult", publicado no Handbook of Human-Computer Interaction,

foram selecionadas de 9 questões. Esta autora faz parte também da equipe de

pesquisa do Institute National Aging.

• National Institute Aging [23]:

Nas últimas duas décadas este instituto tem trabalhado em estudos básicos e

aplicados sobre cognição em idosos, testes de usabilidade sobre como alterações

relacionadas à idade que afetam o uso do computador. Deste instituto que fica no

Canadá, foram selecionadas 17 questões referentes à acessibilidade na Web.

• The universal design file: design for people of all ages and abities [34]:

Este livro foi produzido como parte do projeto de pesquisa intitulado

“Studies to further the development of universal design”, do departamento de

educação do National institute on disabitity and rehabilitation research (U.S.

Page 68: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

68

Department of Education). Ele trata de uma abordagem de design de produtos e

ambientes conhecida como “Design Universal”. Esta abordagem procura atender

uma larga faixa de usuários destes produtos e ambientes, incluindo crianças, idosos,

pessoas com desabilidades, pessoas de padrões atípicos, etc. Foi selecionada 1

questão sobre acessibilidade do idoso na interação com o computador.

• GUIA: (Grupo Português pelas Iniciativas da Acessibilidade) [12]:

Este gupo faz parte da iniciativa portuguesa para lidar com problemas

referentes à acessibilidade na Internet para pessoas com necessidades especiais. Este

Site tem informações sobre requisitos de acessibilidade para páginas e aplicações na

Internet, referências bibliográficas, livros, etc. sobre este assunto. Foram coletadas

7 requisitos de acessibilidade desta fonte.

Ao final desta atividade de coleta, foram selecionadas 60 recomendações

relacionadas aos diversos aspectos de acessibilidade para idosos na Web. Estas

recomendações formam a base de conhecimento considerada para a montagem da primeira

versão do checklist.

5.3 Montagem da Primeira Versão do Checklist

Tomando como base as recomendações coletadas, conforme descrito em 4.2, foi

elaborada uma versão preliminar do checklist, com 60 questões. Estas questões resultaram

da simples reformulação das recomendações (formulação para apoiar o projeto x

recomendação para apoiar a verificação) ou, em alguns casos, da extensão de seu escopo

original (por exemplo a questão extraída do quesito da W3C 12.3, se referia a extensos

blocos de informação e passou a se referir também a extensos documentos). Além da

definição do conteúdo preliminar das questões do checklist, nesta etapa foram também

definidas a estrutura de apresentação das questões e a forma de organização do checklist.

Page 69: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

69

A estrutura de apresentação das questões é composta pelas seguintes informações:

• Questão: texto identificando exatamente o que deve ser verificado nas

páginas de interesse. Ela está sempre expressa na forma imperativa

afirmativa, de modo a colher respostas afirmativas para aspectos que estão

em conformidade com as recomendações ergonômicas e, ao contrário,

repostas negativas para aspectos desconformes.

• Aplicação: indica sobre quais características (componentes e atributos) das

páginas, a questão se aplica;

• Relevância: explica o sentido e a importância da questão;

• Origem da questão: refere-se ao tratamento que deu origem à questão,

podendo ser:

• reformulação: a questão foi reformulada a partir da fonte pesquisada;

• extensão: a questão é uma extensão (adicionado algo a mais para

atender as necessidades dos idosos) do quesito da fonte pesquisada.

• Observação da oficina com os idosos: a questão foi originada da análise

dos resultado das observações da oficina de interação com os idosos.

• Critério Ergonômico: indica qual o Critério Ergonômico (Scapin &

Bastien) que está associado à questão.

Quanto a forma de organização das questões no checklist, propõe-se que os

avaliadores possam escolher entre duas versões possíveis:

• a organizada por critério ergonômico (Bastien & Scapin [04]);

• a organizada por características (componentes e atributos) das páginas.

Completada a montagem das questões, os próprios membros da equipe de

desenvolvimento realizaram uma primeira atividade de verificação do checklist. Esta

atividade consistiu de releitura crítica de todas as questões da versão preliminar, atendo-se a

Page 70: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

70

correções ortográficas, gramaticais e de estilo, bem como ao vocabulário empregado no que

se refere a termos técnicos. Considerou-se o resultado desta revisão como a primeira versão

do checklist, a qual foi encaminhada a um grupo de colaboradores externos para testes.

5.4 Verificação e Revisão da Primeira Versão do Checklist

Esta atividade de verificação se deu pela leitura das questões por parte de 5 pessoas

que não tinham vínculo direto com a pesquisa. Estas pessoas foram escolhidas em função

de seu perfil de competência, seja em ergonomia, programação, web design. O grupo de

revisores foi composto de: 1 estudante de computação (INE/UFSC); 1 mestrando da

engenharia de produção (PPGEP/UFSC); 1 professor do curso de Ciências da Computação

(INE/UFSC); 1 prof. de Web design do CEFET-SC; e um integrante do laboratório de

sistemas de conhecimento (LSC-UFSC).

O Checklist foi distribuído para este grupo, o qual foi incumbido de verificar a

compreensão das questões e identificar possíveis problemas referentes ao texto, tais como:

• redação das questões no que se refere à clareza, simplicidade e precisão;

• compreensão dos conteúdos subjacentes às questões (aplicação, relevância);

• ambigüidades intra e inter questões.

A partir das considerações trazidas por este pessoal, foram realizadas ações de

revisão mais profundas, em termos de vocabulário e estilo dos textos. Foi constatado,

também, que havia questões não relevantes à perspectiva de acessibilidade considerada para

o checklist, e outras com conteúdos similares e que poderiam ser aglutinados. Dessa forma

a segunda versão do checklist foi reduzida a 47 questões, em lugar das 60 da primeira

versão.

5.5 Validação da Segunda Versão do Checklist Proposto

A segunda versão do checklist foi, submetida a uma validação, a qual consistiu de

uma aplicação real enquanto ferramenta de avaliação de acessibilidade. Esta atividade foi

realizada por 6 pessoas: 1 professor de computação (INE/UFSC); 1 professor de

Page 71: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

71

informática (Univali); 2 alunos de mestrado em Ciência da Computação (CPGCC/UFSC); 1

aluno de graduação em Ciências da Computação (INE/UFSC); e 1 aluno do mestrado em

Engenharia de Produção (PPGEP/UFSC). Destas 6 pessoas, 3 delas haviam participado da

verificação mencionada no tópico anterior. Estas 6 pessoas foram escolhidas por

pertencerem ao perfil de avaliadores para o qual o checklist é destinado e por estarem

motivadas a participar do desenvolvimento do checklist.

Os avaliadores empregaram a segunda versão do cheklist para avaliar o mesmo

programa de correio eletrônico, o IMP, que foi utilizado na oficina de observação da

interação de usuários idosos (conforme descrito no tópico 4.2). Os resultados obtidos pelos

avaliadores foram tabulados e analisados quanto a algumas métricas de sistematização

apresentadas a seguir.

Entre os objetivos de um checklist consta a repetitividade dos resultados obtidos por

pessoas diferentes avaliando um mesmo software. Desta forma, buscou-se identificar níveis

de concordância (número máximo de concordância) para as questão, bem como níveis de

antagonismos (quantidade de pares de respostas antagônicas, Sim-Não, para uma questão).

Assim, considerou-se satisfatórias as questões com índice de concordância maior do que

metade dos avaliadores e para as quais não havia respostas antagônicas. Considerou-se a

resposta "Parcialmente" como neutra, não contribuindo nem para o índice de concordância,

nem para o de antagonismos (ver tabela 1).

As verificações foram centradas nas questões com nível 1 ou 2 de antagonismos, ou

seja, que tinham 1 ou 2 pares de respostas antagônicas. Em sua maioria estas questões

foram reformuladas. Se assim mesmo elas não obtiveram um resultado satisfatório,

algumas foram eliminadas ou colocadas "em quarentena" para um posterior esclarecimento.

Após esta depuração, checklist passou a apresentar 38 questões, com um número médio de

Page 72: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

72

Tabela 1 – Resposta dos Avaliadores Questão Avaliador

1 Avaliador

2 Avaliador

3 Avaliador

4 Avaliador

5 Avaliador

6 Número de

pares de antagonismos

Número máximo de

concordâncias

1 S S P S S S 0 5 2 NA NA NA NA NA NA 0 6 3 NA S N NA NA NA 1 4 4 S S S S S S 0 6 5 S S P S S P 0 4 6 P S S N S S 1 4 7 S S S S S S 0 6 8 S S S S P S 0 5 9 NA S P NA S NA 0 3 10 P S P P S S 0 3 11 N N N P P NA 0 3 12 S S P S P NA 0 3 13 NA NA N N N N 0 4 14 S S S S S S 0 6 15 P S S P S S 0 4 16 NA NA NA NA NA NA 0 6 17 N NA P S S S 1 3 18 S S P S P S 0 4 19 N S S P P S 1 3 20 S S N S S S 1 5 21 P S P S P S 0 3 22 NA S N S P P 1 2 23 - S N S S S 1 4 24 P S N S P S 1 3 25 NA N N NA NA NA 0 4 26 S N P S S NA 1 3 27 N N P P P NA 0 3 28 P N P P N S 1 3 29 S S S S P NA 0 4 30 N S S NA P NA 1 2 31 NA S NA S P NA 0 3 32 S S N S S NA 1 4 33 P S N S N NA 2 2 34 S S N S S S 1 5 35 S S S S NA NA 0 4 36 NA NA P N P S 1 2 37 NA N N N NA N 0 4 38 S S N N P N 2 3

Page 73: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

73

concordâncias de 3,81 resultados iguais por questão, em um limite de 1 a 6 (correspondente

ao número de avaliadores externos). Assim medida, a sistematização da versão final do

checklist gira em torno de 63,6%, podendo ser considerada satisfatória (ver tabela 2). No

que se refere às discordâncias graves entre os resultados para uma questão, verificou-se a

ocorrência de 18 antagonismos para 6 avaliadores em 38 questões, o que representa um

percentual de 15,8 % de respostas antagônicas (o número máximo de antagonismos é de

114 para 6 avaliadores). Como já explicado anteriormente, estes índices não consideraram

as respostas “Parcialmente”, que podem ser tanto “Sim” como “Não”.

Uma análise do perfil dos avaliadores em relação aos índices de sistematização e

antagonismos, mostrou que o checklist poderia alcançar níveis ainda melhores se estes

avaliadores tivessem um perfil mais uniforme e fossem todos desenvolvedores de

conteúdos para Web. Por exemplo, se o avaliador profissional da área da saúde fosse

desconsiderado, a porcentagem de concordâncias passaria para 66,8%. É importante

salientar que estes valores foram obtidos a partir de uma amostra muito reduzida de

avaliadores. Eles servem, portanto, apenas como uma aproximação para os níveis de

sistematização alcançados pelo checklist, não sendo valores definitivos.

Tabela 2 - Resumo da Sistematização Porcentagem de Concordâncias:

número de avaliadores ( A ) = 6 número de questões ( B ) = 38 soma do número máximo de concordâncias ( C ) = 145 número total de respostas ( D ) = 228 porcentagem de concordâncias = ( C ) * 100 / (D) = 63,6

Porcentagem de Antagonismos:

número de questões (A ) = 38 número de avaliadores (B ) = 6 soma de pares de antagonismos verificados (C ) = 18 numero possível de pares de antagonismos ( D ) = ( A ) * ( B ) / 2 = 114 porcentagem de antagonismos ( E ) = ( C ) * 100 / (D) = 15,8

Page 74: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

74

5.6 Confrontação dos Dados da Oficina

Nesta etapa foram realizadas atividades de validação da efetividade do checklist.

Esta validação tomou como base os resultados de sua aplicação, conforme descrito em 4.5,

procurando confrontá-los com as observações coletadas durante a realização da oficina de

interação de idosos com a Web (tópico 4.2). Tratou-se basicamente de identificar os

problemas apontados durante a realização da oficina que não foram identificados pela

aplicação do checklist. Dentre os problemas identificados, dois foram considerados e deram

origem a duas novas questões para o checklist:

• tamanho reduzido dos cursores;.

• tamanho reduzido dos controles.

Assim, originou-se a terceira versão do checklist que passou a apresentar 40

questões. Estas duas novas são: questão 39 e questão 40.

5.7 Versão Final do Checklist para Avaliação de Acessibilidade da Web para Usuários

Idosos

Nesta terceira versão do checklist foi adicionado o item “prioridade” na estrutura de

apresentação das questões (conforme descrito no tópico 4.3). Este segue as definições

adotadas pela W3C sobre os níveis de prioridade na checagem, como é mostrado a seguir:

Prioridade 1: tem de satisfazer;

Prioridade 2: devem satisfazer;

Prioridade 3: podem satisfazer

5.7.1 Checklist para Avaliação de Acessibilidade da Web para Usuários Idosos

O checklist abaixo demonstrado está organizado pelos critérios ergonômicos

(Bastien & Scapin):

Page 75: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

75

COMPATIBILIDADE Questão 1 - Verifique se existem descrições textuais associadas a imagens, gráficos, sons,

animações, ícones, vídeos, etc., apresentados nas páginas (equivalentes textuais para

componentes que não sejam textuais).

Aplica-se a: Imagem; figura, ícone; mapa de imagem; animação; vídeo, botão gráfico, etc.

Sim ( )

Parcialmente ( ) Não ( ) Não se Aplica ( )

Observação:

Relevância: Apesar de relevante para usuários em geral, este item é particularmente

importante para idosos que apresentem problemas visuais e auditivos. Assim, eventuais

dificuldades com um canal perceptivo serão compensadas por apresentações que explorem

outro canal.

Prioridade: 1

Origem da questão: Reformulação dos seguintes quesitos W3C 1.1; National Institute on

Aging; IBM, GUIA, Acesso.

Critério Ergonômico: Compatibilidade.

Questão 3 – Verifique se há versão exclusivamente em texto para páginas com

apresentações visuais ou sonoras caso a acessibilidade não possa ser obtida por outro

recurso. Verifique também se as informações presentes nas versões em texto encontram-se

atualizadas.

Aplica-se a: Página (com grande quantidade de apresentação gráfica e sonora).

Sim ( )

Parcialmente ( ) Não ( ) Não se Aplica ( )

Observação:

Page 76: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

76

Relevância: Uma versão somente texto de uma página que contenha apresentações visuais

ou sonoras facilita o acesso para usuários com dificuldade visuais, pois o texto pode ser lido

por um leitor de tela. Contudo, as páginas somente texto devem ser atualizadas em paralelo

com as páginas correspondentes, pois apesar de inteiramente acessível um texto pode ser

inútil se não estiver atualizado.

Prioridade: 1

Origem da questão: Reformulação e Extensão dos seguintes quesitos: W3C 6.5; IBM.

Critério Ergonômico: Compatibilidade, Flexibilidade.

Questão 7: Verifique se as páginas estão livres de intermitência (efeito de piscar) de

elementos visuais no site (ex.: propagandas, bullets, ícones) e, caso exista, se o usuário

pode facilmente desativar este efeito.

Aplica-se a: Banner publicitário, janela auxiliar, animação.

Sim ( )

Parcialmente ( ) Não ( ) Não se Aplica ( )

Observação:

Relevância: A intermitência ou o pulsar de imagens, bem como uma rápida passagem de

uma quase escuridão para uma iluminação fulgurante (como a que ocorre nas luzes de tipo

"strobe"), pode desencadear crises em pessoas com epilepsia fotossensível. Estes efeitos

molestam igualmente os usuários idosos com problemas visuais e que estejam usando um

software leitor de tela. Um comando facilmente operável deveria ser disponibilizado como

forma de interromper estes efeitos.

Prioridade: 1

Origem da questão: Reformulação do quesito da W3C 7.1, GUIA.

Critério Ergonômico: Compatibilidade.

Page 77: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

77

Questão 16 Caso sejam oferecidas funções de busca, verifique se há diferentes tipos de

pesquisa, bem como diferentes tipos de apresentação de resultados (ex.: resumido,

detalhado, ordenação, etc.), correspondendo a diferentes níveis de habilidade e de

preferências dos usuários.

Aplica-se a: Função de busca direta

Sim ( )

Parcialmente ( ) Não ( ) Não se Aplica ( )

Observação:

Relevância: Por vezes as funções de busca oferecem recursos para a elaboração de buscas

complexas, a exemplo de pesquisas que combinam operações lógicas. Muitos destes

recursos são por demais complexos para serem usados por idosos e novatos. É indicado,

portanto, que sejam oferecidos recursos básicos de busca de forma a facilitar as pesquisas.

É igualmente importante que a ferramenta de busca incorpore mecanismo como busca por

similaridades, verificador ortográfico, etc., como forma de reduzir a ansiedade causada por

erros.

Prioridade: 3

Origem da questão: Reformulação e Extensão do quesito da W3C 13.7.

Critério Ergonômico: Compatibilidade, Flexibilidade.

Questão 32: Verifique se o texto está escrito na voz ativa (ex. "é necessário que você se

cadastre" em vez de "é necessário que você seja cadastrado").

Aplica-se a: Texto.

Sim ( )

Parcialmente ( ) Não ( ) Não se Aplica ( )

Observação:

Page 78: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

78

Relevância: Segundo (Craik & Salthouse, 2000), a habilidade de executar algumas

operações mentais diminui com a idade. Estas operações incluem a habilidade de

compreender um texto. Segundo (Czaja & Sharit, 1998; Morrell, 1997) embora estas

mudanças não sejam geralmente dramáticas, sua presença pode interferir com o

desempenho de suas tarefas. Neste sentido as frases de um texto devem ser escritas da

maneira mais clara, direta e objetiva possível, o que exclui o emprego da voz passiva.

Prioridade: 2

Origem da questão: Reformulação do quesito da National Institute on Aging.

Critério Ergonômico: Compatibilidade.

Questão 33: Verifique se o texto está escrito em linguagem simples, clara, familiar, no

idioma do usuário.

Aplica-se a: Texto.

Sim ( )

Parcialmente ( ) Não ( ) Não se Aplica ( )

Observação:

Relevância: Craik & Salthouse (2000), alertam para a perda de habilidades de recordar e

processar simultaneamente informações novas pelos idosos. Neste sentido linguagem

simples, clara e familiar e um glossário fácil de ser consultado pode ser-lhes de grande

valia.

Prioridade: 1

Origem da questão: Reformulação do quesito da National Institute on Aging

Critério Ergonômico: Compatibilidade.

Page 79: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

79

Questão 34 :Verifique se os recursos de navegação estão livres de menus ou listas do tipo

pull down.

Aplica-se a: Menu.

Sim ( )

Parcialmente ( ) Não ( ) Não se Aplica ( )

Observação:

Relevância: Os menus pull down aparecem na tela quando o cursor encontra-se ou é

pressionado sobre uma opção de menu já apresentada. Os usuários idosos com problemas

visuais e dificuldades de coordenação motora, terão certamente dificuldades para realizar os

movimentos precisos necessários para acionar uma opção de um menu pull-down. Como

design alternativo, sugere-se a elaboração de uma hierarquia de páginas de menu (tópicos,

índices, títulos, subtítulos, etc.).

Prioridade: 2

Origem da questão: Reformulação do quesito da National Institute on Aging.

Critério Ergonômico: Compatibilidade.

Questão 39 - Verifique se o cursor é destacado nas telas, assumindo formatos e tamanhos

que permitam com que ele seja encontrado facilmente na tela por um usuário idoso.

Aplica-se a: Cursor.

Sim ( )

Parcialmente ( ) Não ( ) Não se Aplica ( )

Observação:

Relevância: Os usuários idosos, com declínios visuais podem ter muitas dificuldades para

encontrar a posição de um cursor de reduzido tamanho ou de formato esbelto, em um tela

carregada de elementos. Assim, uma simples ação de clicar sobre um link, por exemplo,

que depende da manipulação de um cursor com realce inadequado, pode se tornar um

desafio para os idosos.

Page 80: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

80

Prioridade: 2

Origem da questão: Observação da oficina com os idosos.

Critério Ergonômico: Compatibilidade.

Questão 40 - Verifique se os objetos de controle, como links, botões de comando, caixas de

atribuição, barras de rolagem, etc., apresentam uma área sensível às ações dos usuários

suficientemente grande para permitir um fácil e confortável acionamento por parte do

usuário idoso.

Aplica-se a: objetos de controle, links, botões de comando, caixas de atribuição, botões de

rádio, barras de rolagem, etc.

Sim ( )

Parcialmente ( ) Não ( ) Não se Aplica ( )

Observação:

Relevância: Em inúmeras situações os usuários idosos com declínio em suas capacidades

de controle motor fino, apresentam dificuldades para “acertar” sobre minúsculas áreas

sensíveis de objetos de controles como links, botões de comando, caixas de atribuição,

botões de rádio, barras de rolagem, etc. Um cuidado especial deve ser dispensado para um

super-dimensionamento destes objetos de modo a que facilitem a sua operação por este tipo

de usuário.

Prioridade: 2

Origem da questão: Observação da oficina com os idosos.

Critério Ergonômico: Compatibilidade.

FLEXIBILIDADE

Questão 2 - Verifique se legendas e descrições sonoras aparecem sincronizadas às

passagens a que estão associadas nas apresentações multimídia (ex.: legenda para uma

entrevista em um filme, texto associado a animação visual, etc.).

Aplica-se a: Legenda, descrição sonora (do trecho visual), vídeo, animação, etc.

Page 81: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

81

Sim ( )

Parcialmente ( ) Não ( ) Não se Aplica ( )

Observação:

Relevância: Idosos com problemas visuais e/ou auditivos e com dificuldades de

concentração e de manter a atenção irão se beneficiar de representações alternativas

sincronizadas. Assim, eventuais dificuldades com um canal perceptivo serão compensadas

por apresentações que explorem outro canal, no momento mais adequado (de forma

oportuna).

Prioridade: 1

Origem da questão: Reformulação e Extensão do quesito da W3C 1.4, GUIA.

Critério Ergonômico: Flexibilidade.

Questão 6: Verifique se os componentes do site podem ser operados por meio de diferentes

dispositivos, em particular, teclado e mouse.

Aplica-se a: Formulário e campo de edição, botão, link, lista de seleção, etc.

Sim ( )

Parcialmente ( ) Não ( ) Não se Aplica ( )

Observação:

Relevância: Pessoas com destreza reduzida ou com incapacidade de ver o cursor na tela têm

dificuldade em usar um dispositivo apontador como o mouse. Por outro lado, esta

flexibilidade de operação pode prevenir lesões por esforço repetitivo (LER) na medida em

que proporciona outros meios de interação. Geralmente, as páginas que permitem interação

via teclado são também acessíveis através das interfaces de comando por voz.

Prioridade: 2

Origem da questão: Reformulação dos seguintes quesitos ACESSO; W3C 6.4., GUIA.

Critério Ergonômico: Flexibilidade.

Page 82: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

82

LEGIBILIDADE

Questão 4 - Verifique se há um contraste favorável entre as cores do texto e as do fundo no

qual o texto se encontra.

Aplica-se a: Programação visual de cores.

Sim ( )

Parcialmente ( ) Não ( ) Não se Aplica ( )

Observação:

Recomendação: Discriminação entre cores de mesmo matiz (tom), principalmente para

azul, verde e amarelo são difíceis de serem realizadas, principalmente para idosos com

dificuldades visuais, para pessoas daltônicas ou com dificuldades de concentração e de

manter a atenção. É recomendado, portanto, o emprego de texto com letras brancas em

fundo escuro.

Prioridade: 2

Origem da questão: Reformulação dos seguintes quesitos: W3C - 2.2; Handbook of human-

Computer Interaction; National Institute on Aging, GUIA.

Critério Ergonômico: Legibilidade.

Questão 5 - Verifique se a informação expressa (codificada) por cores é também percebida

sem o uso de cores (exemplo: cor+sublinhado, cor+espessura de linha, etc.).

Aplica-se a: Código de cor.

Sim ( )

Parcialmente ( ) Não ( ) Não se Aplica ( )

Observação:

Relevância: Há situações nas quais a expressão de certas informações por meio exclusivo

de cores pode reduzir a acessibilidade para idosos com dificuldades visuais (portadores de

catarata, visão reduzida, daltônicos, etc.). O uso de codificações redundantes

Page 83: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

83

(cor+sublinhado, cor+espessura de linha, etc.), dentre outras opções, pode proporcionar

uma melhor legibilidade das páginas ao prover formas alternativas para acesso à

informação.

Prioridade: 1

Origem da questão: Reformulação e Extensão dos seguintes quesitos W3C - 2.1, National

Institute on Aging, GUIA.

Critério Ergonômico: Legibilidade e Compatibilidade.

Questão 26: Verifique se nos textos são empregadas fontes sem serifas, (ex.:helvética, arial,

univers, news gothic, etc.).

Aplica-se a: Texto

Sim ( )

Parcialmente ( ) Não ( ) Não se Aplica ( )

Observação:

Relevância: Segundo (Hartley, 1999), para oferecer textos mais legíveis para os idosos é

preciso considerar as mudanças na visão que ocorrem com a idade e que podem dificultar a

leitura. Deve-se considerar a redução na quantidade da luz que alcança a retina, e a

consequente perda da sensibilidade do contrates e da habilidade de detectar detalhes finos.

A serifa constitui terminação mais grossa e saliente de caracteres ( T ) que têm o objetivo

de permitir leituras mais rápidas por pessoas que percebem apenas estas terminações

(serifas) e não todo o caractere. Este efeito é, entretanto, contraproducente para os idosos

e/ou pessoas com deficiências visuais, que por não poderem percebê-lo claramente (pelo

pequeno tamanho da serifa) acabam tendo sua visão embaralhada durante a leitura.

Prioridade: 3

Origem da questão: Princípio do quesito da National Institute on Aging

Critério Ergonômico: Legibilidade.

Page 84: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

84

Questão 27: Verifique se o tamanho das fontes usadas nos textos é de no mínimo 12 ou

14 pontos ou grande o suficiente para ser lida por pessoas idosas.

Aplica-se a: Texto

Sim ( )

Parcialmente ( ) Não ( ) Não se Aplica ( )

Observação:

Relevância: A redução na quantidade da luz que alcança a retina de pessoas idosas, e a

conseqüente perda da habilidade de detectar detalhes finos justifica o emprego de fontes

grandes (12 ou 14 pontos).

Prioridade: 1

Origem da questão: Reformulação dos seguintes quesitos National Institute on Aging;

Handbook of human-Computer Interaction - 3.

Critério Ergonômico: Legibilidade.

Questão 29: Verifique se os textos estão escritos em letras maiúsculas e minúsculas, se

textos escritos completamente em letras maiúsculas e em itálico são utilizados somente nos

cabeçalhos e se textos sublinhados são utilizados somente para links.

Aplica-se a: Texto.

Sim ( )

Parcialmente ( ) Não ( ) Não se Aplica ( )

Observação:

Relevância: A leitura de textos corridos é facilitada, principalmente para idosos, quando são

empregados caracteres maiúsculos apenas para o início de uma frase ou palavra e

minúsculos para o restante da frase ou palavra. O emprego de letras minúsculas permite

que as pessoas possam identificar as palavras também por sua topografia ou perfil (partes

Page 85: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

85

da palavra que estão para baixo ou para cima das linhas demarcatórias inferiores e

superiores).

Prioridade: 3

Origem da questão: Reformulação do quesito da National Institute on Aging

Critério Ergonômico: Legibilidade.

Questão 30: Verifique se está sendo usado espaço duplo para o espaçamento das linhas de

um texto, e se estas linhas não apresentam comprimento excessivo (até no máximo 50

caracteres por linha).

Aplica-se a: Texto.

Sim ( )

Parcialmente ( ) Não ( ) Não se Aplica ( )

Observação:

Relevância: O emprego de espaço duplo entre as linhas favorece a realização de sacadas

visuais (movimentos oculares rápidos) para os saltos entre o final de uma linha e o início da

próxima linha.

Prioridade: 2

Origem da questão: Reformulação do quesito da National Institute on Aging

Critério Ergonômico: Legibilidade.

Questão 31: Verifique se o texto está alinhado à esquerda.

Aplica-se a: Texto

Sim ( )

Parcialmente ( ) Não ( ) Não se Aplica ( )

Observação:

Page 86: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

86

Relevância: O alinhamento de texto à esquerda favorece a leitura por criar espaços

uniformes entre as palavras e por minimizar as distâncias para as sacadas visuais

(movimentos oculares rápidos) para os saltos entre o final de uma linha e o início da

próxima linha.

Prioridade: 2

Origem da questão: Princípio do quesito da National Institute on Aging

Critério Ergonômico: Legibilidade.

Questão 13 - Verifique se abreviaturas ou siglas encontram-se descritas (por extenso, em

legenda, etc.) e suficientemente realçadas quando da sua primeira ocorrência em cada

página .

Aplica-se a: Abreviatura

Sim ( )

Parcialmente ( ) Não ( ) Não se Aplica ( )

Observação:

Relevância: A existência e o devido realce das descrições de abreviaturas e siglas facilita o

entendimento dos conteúdos das páginas, diminuindo a carga cognitiva dos usuários.

Prioridade: 3

Origem da questão: Reformulação do quesito da W3C 4.2.

Critério Ergonômico: Legibilidade.

Questão 19: Verifique se o nível de brilho das cores do fundo da página, ou das imagens

nela existentes é o menor possível.

Aplica-se a: Fundo de página

Page 87: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

87

Sim ( )

Parcialmente ( ) Não ( ) Não se Aplica ( )

Observação:

Relevância: Para idosos e/ou pessoas com problemas visuais, o brilho excessivo de fundos,

Banners, ou imagens nas páginas podem ofuscar-lhes a visão dificultando ou

impossibilitando a realização da leitura das informações de difícil visualização (letras

pequenas, linhas delgadas, detalhes, etc.).

Prioridade: 2

Origem da questão: Reformulação e Extensão do quesito Handbook of human-Computer

Interaction - 2.

Critério Ergonômico: Legibilidade.

Questão 35: Verifique se os textos importantes estão livres do recurso de rolagem

automática e se existe uma forma fácil de desativar esta rolagem.

Aplica-se a: Texto, Banner, propaganda, mensagem de aviso, mensagem de advertência,

etc.

Sim ( )

Parcialmente ( ) Não ( ) Não se Aplica ( )

Observação:

Relevância: Idosos com problemas visuais e com dificuldades de concentração e/ou atenção

terão imensas dificuldades para ler um texto que se movimenta na tela. Assim, este recurso

não deve ser empregado em sites cujo público alvo inclua idosos.

Prioridade: 2

Origem da questão: Reformulação do quesito da National Institute on Aging.

Critério Ergonômico: Legibilidade, Controle do Usuário.

Page 88: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

88

CONTROLE DO USUÁRIO

Questão 8 - Verifique se as páginas estão livres de atualizações periódicas automáticas e,

caso exista, se o usuário pode facilmente desativar este recurso.

Aplica-se a: Informação dinâmica (como notícia cotidiana, escore de competição, etc).

Sim ( )

Parcialmente ( ) Não ( ) Não se Aplica ( )

Observação:

Relevância: Este recurso pode atrapalhar a leitura da página por usuários idosos com

problemas visuais e/ou que estiverem usando um software leitor de tela. A ocorrência de

atualizações automáticas de conteúdo deveria ser sinalizada claramente para os idosos e um

comando facilmente operável deveria ser disponibilizado como forma de interromper as

atualizações.

Prioridade: 2

Origem da questão: Reformulação do quesito da W3C 7.4, GUIA.

Critério Ergonômico: Controle do Usuário.

AGRUPAMENTO/DISTINÇÃO por LOCALIZAÇÃO

Questão 9 Verifique se os blocos de informação e documentos que sejam extensos

encontram-se subdivididos em sessões curtas.

Aplica-se a: Bloco de informação textual, numérico ou multimídia.

Sim ( )

Parcialmente ( ) Não ( ) Não se Aplica ( )

Observação:

Relevância: Muitas pessoas têm dificuldade para encontrar e compreender a informação

contida em blocos extensos (grande quantidade de informação) e desorganizados devido a

sobre carga de trabalho necessária para percorrer, identificar e classificar mentalmente os

conteúdos destes blocos. Estas podem ser tarefas cognitivas de complexa elaboração e que

Page 89: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

89

requerem o emprego constante da memória de curto termo. Na medida em que os idosos

têm estas habilidades prejudicadas em função da idade, eles irão beneficiar-se de blocos de

informação organizadas em subdivisões lógica.

Prioridade: 2

Origem da questão: Reformulação e Extensão do quesito da W3C 12.3

Critério Ergonômico: Agrupamento/Distinção por Localização.

Questão 14 - Verifique se links textuais colocados lado a lado em uma mesma linha (links

adjacentes) são visualmente distintos e separados por caracteres que não funcionem como

link (ex.: [, |, etc. ) ladeados por espaços em brancos.

Aplica-se a: Âncora textual (grupo de link textual organizado em linha no final de uma

página).

Sim ( )

Parcialmente ( ) Não ( ) Não se Aplica ( )

Observação:

Relevância: A correta separação entre links textuais adjacentes diminui a carga perceptiva

de idosos com dificuldade de aprendizagem e problemas visuais e que utilizam leitor de

tela.

Prioridade: 3

Origem da questão: Reformulação e Extensão do quesito da W3C 10.5.

Critério Ergonômico: Agrupamento e Distinção por Localização.

Questão 15 Verifique se links naturalmente relacionados estão agrupados, e se estes

grupos estão adequadamente identificados.

Aplica-se a: menu, grupo de link.

Page 90: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

90

Sim ( )

Parcialmente ( ) Não ( ) Não se Aplica ( )

Observação:

Relevância: O correto agrupamento de links diminui a carga cognitiva de idosos com

problemas visuais e aqueles que utilizam leitor de tela.

Prioridade: 1

Origem da questão: Reformulação do quesito da W3C 13.6.

Critério Ergonômico: Agrupamento e Distinção por Localização, Presteza.

Questão 21: Verifique se as informações importantes estão colocadas em destaque.

Aplica-se a: Layout de página.

Sim ( )

Parcialmente ( ) Não ( ) Não se Aplica ( )

Observação:

Relevância: Os elementos e informações importantes (ex. como precondições para a

instalação de aplicativos, resultados de buscas, botões de comando para ações freqüentes,

etc.) deveriam ser os mais salientes de modo a serem os primeiros percebidos pelos

usuários, principalmente os idosos com dificuldades perceptivas.

Prioridade: 1

Origem da questão: Princípio do quesito Handbook of human-Computer Interaction - 7.

Critério Ergonômico: Agrupamento e Distinção por Localização e por Formato.

SIGNIFICADO DOS CÓDIGOS E DENOMINAÇÕES

Questão 10 Verifique se o destino de cada link está claramente identificado em seu

enunciado textual.

Aplica-se a: Link.

Page 91: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

91

Sim ( )

Parcialmente ( ) Não ( ) Não se Aplica ( )

Observação:

Relevância: No caso de idosos com dificuldade de cognição ou aprendizagem, com

problemas visuais ou que utilizem leitor de tela, a navegação pelas páginas pode ser

facilitada se os enunciados dos links forem concisos e significativos. Em particular, é

importante que os links façam sentido, mesmo quando lidos fora de contexto. Descrições

textuais apresentadas em bolhas de ajuda ou na barra de status podem ajudar a localizar os

destinos do links, mas não são suficientes quando se tem usuários idosos. Nestes casos um

enunciado claro e textual para os links, associado à bolha de ajuda e barra de status são

melhores alternativas.

Prioridade: 2

Origem de questão: Reformulação e Extensão do quesito da W3C - 13.1, GUIA.

Critério Ergonômico: Significados dos Códigos e Denominações.

Questão 22: Verifique se os ícones são grandes, legíveis, significativos, facilmente

discriminados e, se possível, estão rotulados.

Aplica-se a: Ícone.

Sim ( )

Parcialmente ( ) Não ( ) Não se Aplica ( )

Observação:

Relevância: Para os idosos com problemas de visão, a percepção das imagens de ícones

pode ser um incômodo e à vezes impossível de ser realizada. Para facilitar a identificação e

compreensão das funções dos ícones, as imagens (representativas e significativas) devem

ser ampliadas e estar associadas etiquetas textuais. É importante frisar que outros recursos

como bolha de ajuda e barra de status podem servir de auxílio, mas igualmente, podem

passar desapercebidos, especialmente no caso do idoso.

Prioridade: 1

Page 92: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

92

Origem da questão: Principio dos seguintes quesitos Handbook of human-Computer

Interaction - 11.

Critério Ergonômico: Significados dos Códigos, Presteza, Legibilidade.

PRESTEZA

Questão 11 - Verifique se os frames do site têm título (identificação) que sugerem sua

finalidade e se há descrição da relação entre eles caso ela não seja óbvia a partir de seus

títulos.

Aplica-se a: Frame

Sim ( )

Parcialmente ( ) Não ( ) Não se Aplica ( )

Observação:

Relevância: Títulos representativos para frames diminuem a carga cognitiva do usuário que

busca situar-se no site. Tome cuidado, pois em muitas situações os elementos de

identificação (título e descrição de objetivos) de um frame desaparecem da tela em função

das ações de rolagem, o que desorienta os usuários aprendizes, especialmente os idosos.

Prioridade: 2

Origem da questão: Reformulação do W3C da 12.2.

Critério Ergonômico: Presteza.

Questão 12 Em páginas com formulários, onde haja a entrada de dados e/ou de comandos,

verifique o correto posicionamento dos objetos de interação (campo de edição, botão de

rádio, lista de seleção, etc.) em relação aos seus respectivos rótulos de identificação.

Aplica-se a: Formulário, campo de edição, botão de comando, lista de seleção, botão de

rádio, caixa de atribuição, botão de variação, etc.

Page 93: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

93

Sim ( )

Parcialmente ( ) Não ( ) Não se Aplica ( )

Observação:

Relevância: A associação inequívoca entre objetos de interação e seus rótulos, diminui as

possibilidades de erros e hesitações por parte de usuários nas entradas de dados e de

comandos

Prioridade: 2

Origem da questão: Reformulação do quesito da W3C 10.2.

Critério Ergonômico: Presteza.

Questão 17 Verifique se são fornecidas informações identificativas (títulos e cabeçalhos)

no início de parágrafos, listas, etc. (blocos de informação).

Aplica-se a: Blocos de informação, parágrafos, tabela, listas, etc.

Sim ( )

Parcialmente ( ) Não ( ) Não se Aplica ( )

Observação:

Relevância: Títulos e cabeçalhos (elementos identificativos) diminuem a carga cognitiva de

usuários normais, mas principalmente daqueles com dificuldades de retenção e/ou que

utilizam leitor de tela.

Prioridade: 3

Origem da questão: Reformulação do quesito da W3C 13.8

Critério Ergonômico: Presteza.

Questão 23: Verifique se existe informação sobre a localização da página no site (caminho

dentro da estrutura hierárquica do site) e se esta informação aparece suficientemente

realçada ao usuário (no cabeçalho da página).

Aplica-se a: Cabeçalho

Page 94: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

94

Sim ( )

Parcialmente ( ) Não ( ) Não se Aplica ( )

Observação:

Relevância: Títulos representativos, significativos e destacados nas páginas, diminuem a

carga cognitiva, facilitam e reduzem erros de navegação principalmente para idosos com

dificuldade de aprendizagem.

Prioridade: 2

Origem da questão: Princípio dos quesitos Handbook of human-Computer Interaction - 5 e

7, GUIA.

Critério Ergonômico: Presteza.

Questão 25: Verifique se são fornecidos resumos de figuras e tabelas.

Aplica-se a: Figura, tabela.

Sim ( )

Parcialmente ( ) Não ( ) Não se Aplica ( )

Observação:

Relevância: Na medida em que tabelas e figuras são difíceis de serem compreendidas por

alguém que emprega um leitor de tela, uma descrição textual de seu conteúdo e de seus

dados principais deveria ser fornecida na página.

Prioridade: 3

Origem da questão: Reformulação do quesito da W3C 5.5.

Critério Ergonômico: Presteza

Questão 36: Verifique se há botões de navegação com rótulos legíveis "página anterior" e

"próxima página" no site para permitir que o leitor retorne ou siga para a frente .

Aplica-se a: Link

Page 95: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

95

Sim ( )

Parcialmente ( ) Não ( ) Não se Aplica ( )

Observação:

Relevância: Os botões existentes nos navegadores podem, além de levar os usuários para

outros sites, em determinadas situações (quando uma nova janela é aberta pelo próprio

sistema) estar desabilitados. Assim, e de modo a evitar incidentes na interação

principalmente de idosos, recomenda-se que sejam implementados botões "página anterior"

e "próxima página" em todas as páginas do site onde forem pertinentes.

Prioridade: 3

Origem da questão: Reformulação do quesito da National Institute on Aging.

Critério Ergonômico: Presteza.

Questão 37: Verifique se é fornecido um mapa do site que mostre como ele é organizado.

Aplica-se a: Recurso de navegação.

Sim ( )

Parcialmente ( ) Não ( ) Não se Aplica ( )

Observação:

Relevância: a desorientação tem sido reconhecidamente, um dos problemas que mais

afetam os usuários dos sites extensos e repletos de todo o tipo de informação. Para estes

tipos de sites, os mapas representam um importante recurso para a orientação de usuários

em geral e de idosos, em particular.

Prioridade: 3

Origem da questão: Reformulação do quesito da National Institute on Aging, GUIA.

Critério Ergonômico: Presteza.

Questão 38: Verifique se existe opções de ajuda facilmente acessíveis que auxiliem um

visitante a utilizar o site.

Page 96: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

96

Aplica-se a: Recurso de ajuda.

Sim ( )

Parcialmente ( ) Não ( ) Não se Aplica ( )

Observação:

Relevância: operações complexas, elaboradas e sujeitas a condicionantes diversas, como as

apoiadas por sites de bancos, de comércio eletrônico, de empresas do setor de serviços, etc).

Para estes tipos de operação, os guias de ajuda representam um importante recurso para a

orientação de usuários em geral e de idosos com dificuldades de aprendizado, em

particular.

Prioridade: 2

Origem da questão: Reformulação do quesito da National Institute on Aging; Handbook of

human-Computer Interaction - 19.

Critério Ergonômico: Presteza.

AÇÕES MINIMAS

Questão 18: Verifique se o usuário está livre de ações repetitivas durante a operação do

site.

Aplica-se a: Diálogo de entrada de dados

Sim ( )

Parcialmente ( ) Não ( ) Não se Aplica ( )

Observação:

Relevância: A necessidade de informar diversas vezes dados que o sistema poderia

memorizar desde sua primeira introdução (códigos de identificação de produtos, palavras-

chave, etc.) representa um carga de trabalho adicional considerável, principalmente para os

idosos, para os quais a interação deveria ser a mais curta e objetiva possível.

Prioridade: 2

Origem da questão: Princípio do quesito do The Universal Design File.

Page 97: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

97

Critério Ergonômico: Ações Mínimas.

CONSISTÊNCIA

Questão 20: Verifique se informações (ex.: mensagens, ícones, rótulos, etc.) e objetos de

interação (campo de edição, botão de comando, etc.) que ocorrem repetidos nas diferentes

páginas, são apresentados em posições e formas (ex.: cor, fonte, tamanho, etc.)

consistentes.

Aplica-se a: Layout de página

Sim ( )

Parcialmente ( ) Não ( ) Não se Aplica ( )

Observação:

Relevância: A definição de um layout padrão para páginas com elementos repetidos

favorece o aprendizado, na medida em que permite a reutilização de lógicas de operação

apreendidas em outras páginas (ex., o mesmo jogo de botões para navegação no mesmo

lugar em cada página / título de cada página e/ou o nome do site sempre na mesma

posição). Esta característica favorece em particular os idosos com dificuldade de

aprendizagem,

Origem da questão: Reformulação do quesito Handbook of human-Computer Interaction -

5.

Prioridade: 2

Critério Ergonômico: Consistência.

DENSIDADE INFORMACIONAL Questão 24: Verifique se as páginas estão livres de informações irrelevantes, repetitivas ou

impertinentes.

Aplica-se a: Item de informação.

Page 98: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

98

Sim ( )

Parcialmente ( ) Não ( ) Não se Aplica ( )

Observação:

Relevância: Usuários idosos e com dificuldades perceptivas são favorecidos por projetos de

páginas onde não existam informações irrelevantes (ex. opções desnecessárias, publicidade,

etc.). Caso contrário, informações relevantes e irrelevantes estarão competindo pela

reduzida capacidade de atenção de usuários idosos. Em muitos casos estas informações

podem se tornar impertinentes na medida em que acabam desviando um usuário novato de

seu objetivo (atrapalhar) e/ou induzindo-o a erros.

Prioridade: 1

Origem da questão: Princípio do quesito Handbook of human-Computer Interaction – 4.

Critério Ergonômico: Densidade Informacional.

Page 99: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

99

CAPÍTULO 6

CONCLUSÃO

6.1 Considerações Finais

Neste trabalho foi desenvolvido um checklist para a validação da acessibilidade da

Web para usuários idosos. O trabalho partiu da observação dos idosos em uma oficina de

interação com uma ferramenta de comunicação na Web. As dificuldades relatadas ou

observadas pelos idosos nesta oficina serviram para balizar a etapa seguinte, de pesquisa e

coleta de recomendações de acessibilidade na Web. Nesta pesquisa verificou-se o reduzido

volume de recomendações específicas para a acessibilidade da Web quando utilizada por

idosos, bem como a falta de iniciativas, tratando desta perspectiva. As amplamente

referenciadas recomendações do W3C são gerais, tratando a acessibilidade tanto sob as

perspectivas de “usuário”, “situação”, “ambiente”, como visto no capítulo 3. Assim, houve

dificuldade de encontrar recomendações específicas para a acessibilidade na Web para

usuários idosos.

Foram realizados a seguir três ciclos de elaboração e testes de versões evolutivas do

checklist, até se chegar à versão final proposta no capítulo 3. Cada nova versão resultava de

um esforço considerável de análise e discussão envolvendo questões do checklist

identificadas como problemáticas pelos revisores e avaliadores externos. Diversas delas

foram retiradas em função da dificuldade de encontrar, uma formulação mais adequada.

A análise da sistematização dos resultados obtidos pela aplicação do checklist

mostrou um nível médio de concordância de 63,5% a 66,8% de sistematização média por

questão, conforme a homogeneidade do perfil dos avaliadores. De fato, a validação do

checklist envolveu 6 avaliadores, sendo 5 da área de informática e 1 da área de saúde. Este

último avaliador contribuiu para um maior número de respostas antagônicas.

Os objetivos propostos no início deste trabalho foram plenamente alcançados. Um

checklist para acessibilidade da Web para usuários idosos foi desenvolvido e verificado e

Page 100: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

100

validado de diferentes maneiras e repetidas vezes. Conforme mencionado acima, os níveis

de sistematização obtidos foram satisfatórios. O checklist pode efetivamente representar

uma ferramenta de apoio importante aos desenvolvedores de conteúdos para a Web com

vistas a sua acessibilidade.

6.2 Trabalhos Futuros

Os resultados desta pesquisa levam as seguintes recomendações para trabalhos

futuros:

• Revisar o checklist com vistas a reduzir o nível de subjetividade de

algumas questões: mesmo após três ciclos de avaliações e revisões, há

indícios de que algumas questões do checklist apresentam um nível de

subjetividade que pode reduzir a sua efetividade enquanto ferramenta de

avaliação. Faz-se necessário, portanto, um novo ciclo de avaliações com

vistas a reduzir estes níveis de subjetividade. Uma das possíveis formas de

se encaminhar esta revisão seria a realização de uma observação qualitativa

com um ou mais avaliadores na realização da tarefa de avaliar o checklist.

Assim, pode-se especificamente medir o nível de compreensão dos

avaliadores em relação às questões.

• Avaliar outras ferramentas/ambientes computacionais: Este checklist foi

testando utilizando um programa de correio eletrônico (e-mail). Novas

atividades de avaliação utilizando este checklist deverão ser realizadas em

interfaces da Web mais complexas (ambientes de aprendizagem, editor de

texto, planilhas eletrônicas, aplicativo de domínio público em geral, a

exemplo como o da receita federal, etc.), certamente surgirão oportunidades

de testar questões do checklist que não se aplicaram ao IMP. Além disso, o

emprego deste checklist para avaliar outros tipos de aplicações pode revelar

Page 101: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

101

lacunas entre as questões atuais e consequentemente novas questões deverão

ser integradas a versões futuras do checklist.

• Montar uma ferramenta informatizada de apoio à aplicação do

checklist: nos mesmos moldes do ErgoList (uma ferramenta uma ferramenta

para avaliar o software interativo pela internet. Encontra-se na URL:.

http://www.labiutil.inf.ufsc.br/ergolist/ e guias de estilo) e a ele integrado,

sugere-se que o este checklist seja disponibilizado na página do Labiutil

como uma ferramenta para avaliação de acessibilidade;

O presente checklist foi desenvolvido tendo como base a tecnologia corrente da

Web. Notou-se, contudo, que algumas das dificuldades sentidas pelos usuários idosos não

podem ser adequadamente tratadas à luz desta tecnologia. Sugere-se, portanto, um estudo

mais aprofundado no sentido de oferecer novos ambientes/padrões/metáforas que

ultrapassem os limites da tecnologia atual, sempre com a perspectiva clara de melhoria da

acessibilidade da Web quando utilizadas por usuários idosos.

Page 102: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

102

Referências Bibliográficas

[01] ACESSO: Acessibilidade a Cidadãos com Necessidades Especiais na Sociedade da Informação. Unidade do Ministério da Ciência e da Tecnologia de Portugal. Disponível em: http://www.acesso.mct.pt/. Acesso em: 14/12/01.

[02] AZEVEDO, João R. D. A Ansiedade na Terceira Idade. Disponível em: <http://www.boasaude.com/lib>. Acesso em: 13/02/2002.

[03] BARANAUSKAS, Maria C. MANTOAN, Maria T. E. Acessibilidade em Ambientes Educacionais para Além das Guidelines. Mobilidade, Comunicação e Educação: Desafios à Acessibilidade. Campinas - SP: WVA editora. p. 133-148, 2000.

[04] BASTIEN, C. e SCAPIN, D. Ergonomic criteria for the evaluation of human-computer interfaces. Tech. Rep. n.156. Rocquencourt, France: Institut National de Recherche en Informatique et en Automatique, 1993.

[05] BERLINCK, A; Informática e Longevidade Humana, Taubaté - SP: Cabral editora universitária, 1998.

[06] CYBIS, W. de A. Ergonomia de Interfaces Homem-Computador. Apostila para o Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Produção - UFSC, 2000.

[07] CZAJA, Sara J. Computer Technology and the Older Adult. Handbook of Human-Computer Interaction. Amsterdam, p. 797-812, 1997.

[08] DIAS, P. A Abordagem da Comunicação Multidimensional na Concepção e Desenvolvimento de Interfaces Hipermídia. Disponível em: <http://solaris.niee.ufrsc.br/ribie98/cong_1994/volume_ii/c6/ii_30_40.html>. Acesso em: 13/02/2002.

[09] DIX, A., FINLAY, J., ABOWD, G., BEALE, R. Human-Computer Interaction. Cambridge: University Press, 1993.

[10] FRUTUOSO, Dina. A Terceira Idade na Universidade: Relacionamento entregerações no 3º milênio. Rio de Janeiro: Editora Ágora da Ilha. 1999.

[11] GODINHO, Francisco. Internet para Necessidades Especiais. Disponível em: <http://www.acessibilidade.net/web/abertura.htm>. Acesso em 08/12/2001.

[12] GUIA. Grupo Português pelas Iniciativas em Acessibilidade. Disponível em: <http://www.acessibilidade.net>. Acesso em: 12/12/2001.

Page 103: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

103

[13] HAYFLICK, L. Como e por que envelhecemos. Rio de Janeiro: Editora Campus, 1996.

[14] HOELZEL, C. G. M. Análise do Uso do Conhecimento Ergonômico em projeto de Ícones para Interfaces Humano-Computador. Dissertação submetida ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção – Universidade Federal de Santa Catarina Florianópolis, 2000.

[15] IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Dia do Idoso. Http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/datas/idoso/home.html. Acesso em 12/01/2002.

[16] IBM. Web Accessibility for Special Needs. Disponível em: <http://www.austin.ibm.com/sns/accessweb.html>. Acesso em: 12/12/2001.

[17] IPEA. Instituto de Pesquisa Economica Aplicada. Como vai? População Brasileira ano IV número 2. Disponível em: <http://www.ipea.gov.br>. Acesso em 24/11/2001.

[18] ISO 9241 Part 11. Ergonomic requirements for office work with visual display terminals. Geneve: International Standard ISO 9241-1, 1993.

[19] LITTO, F. Repensando a educação em função de mudanças sociais e tecnológicas recentes. Informática em Psicopedagogia. São Paulo: Editora SENAC, São Paulo, 1996.

[20] MATTOS, Paulo. Cognição e envelhecimento: diagnóstico diferencial pelo exame neuropsicológico.. Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia Seção Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Frôntis Editorial, 1999.

[21] MICROSOFT - Accessibility Guidelines for WWW. Disponível em: <http://microsoft.com/enable/dev/web/guidelines.htm. Acesso em 16/12/2001.

[22] NASCIMENTO JUNIOR, W. Modelagem do Conhecimento Ergonômico paraAvaliação da Usabilidade de Objetos de Interação. Dissertação submetida ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção – Universidade Federal de Santa Catarina Florianópolis, 2000.

[23] NATIONAL INSTITUTE ON AGING. “Making Your Web Site Senior Friendly: A Checklist”. Disponível em: <http://www.nlm.nih.gov/pubs/checklist.pdf >. Acesso em: 12/12/02.

Page 104: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

104

[24] NETO, Miguel de C. Ergonomia de Interfaces WWW para Cidadãos com Necessidades Especiais. Disponível em: <http//uenonio.minerva.uevora.pt/simposio/comunicacoes/ergoweb>. Acesso em: 04/02/2002.

[25] NIELSEN, Jakob, MOLICH, R. Heuristic evaluation of user interfaces. Empowering people – CHI' 90 Conference proceedings., New York: ACM Press, 1990.

[26] NIELSEN, Jakob. Usability Engineering. San Francisco: Morgan Kaufmann Publishers, 1993.

[27] NIELSEN, Jakob. Designing Web Usabitity: The Practice of Simplicity. Indianapolis: New Riders Publishing, 2000.

[28] NUNES, Rosemeri N. Metodologia para o Ensino de Informática para aTerceira-Idade Aplicada no CEFET/SC. Dissertação submetida ao Programade Pós-Graduação em Engenharia de Produção – Universidade Federal de SantaCatarina, Florianópolis, 1999.

[29] PALMA, Lucia T. S. Educação permanente e qualidade de vida: indicativos

para uma velhice bem-sucedida. Passo Fundo: UPF editora, 2000.

[30] PEREIRA, Débora C. R. Acessibilidade à Internet - a igualdade de oportunidade em todas as esferas da sociedade. Disponível em: <http://www.niee.ufrgs.br/cursos/topicos2000/alunos2000/debora/versao.htm>. Acesso em: 15/01/2002.

[31] RAMOS, Edla M. F. "Análise Ergonômica do Sistema Hipernet Buscando o Aprendizado da Cooperaão e da Autonomia. Tese Doutorado submetida ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção - UFSC, Florianópolis,1996.

[32] RNP. Rede Nacional de Pesquisa Notícias. Disponível em: <http://www.rnp.br/noticias/2001/not-010525-coord.html>. Acesso em 14/02/2002.

[33] SACI. Sociedade, Apoio, Comunicação e Informação. Disponível em: <http://www.saci.org.br/>. Acesso em: 12/02/02.

[34] The Universal Design File. Designing for People of All Ages and Abilities. disponível em: http://www.design.ncsu.edu/cud/pubs/center/books/ud_file/toc3b14.htm. Acesso em 24/11/01.

Page 105: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

105

[35] TIO Terceira Idade On-line. Animação Social em Lares de Terceira Idade - Luxo ou Necessidade. Disponível em: <http://www.projectotio.net/lazer/animacao.html> Acesso em: 28/01/2001.

[36] W3C WAI Web Access Initiative. Web Content Acessibility Guidelines 1.0. Disponível em: <http://www.w3.org/wai >. Acesso em: 12/11/2001.

[37] WINCLER, Marco. Avaliação de Usabilidade de sites Web. IV Workshop sobre fatores Humanos em Sistemas de Computação. Outubro de 2001. Florianópolis.

Page 106: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

106

Bibliografias Consultadas

DATASUS. Indicadores e Dados Básicos – Brasil 2000. Disponível em: <http://www.datasus.gov.br/cgi/idb2000/a10.htm>. Acesso em 10/01/2002. DIAS, P. A Abordagem da Comunicação Multidimensional na Concepção e Desenvolvimento de Interfaces Hipermídia. Disponível em: <http://solaris.niee.ufrsc.br/ribie98/cong_1994/volume_ii/c6/ii_30_40.html>. Acesso em: 13/02/2002. MINASI, Mark. Segredos de Projeto de Interface Gráfica com o Usuário. Rio de Janeioro: Editora Ingfobook, 1994. NCAM. National Center for Accessible Media. Disponível em: http://www.wgbh.org/wgbh/pages/ncam/ . Acesso em 12/01/02. NEWELL, Alan F, GREGOR, Peter. Human Computer Interface for People with Disabilities. Handbook of Human-Computer Interaction. Amsterdam, p. 813-824, 1997. NIELSEN, Jakob. Enhancing the Explanatory Power of Usability Heuristics. Proceedings of ACM CHI' 94 Conference on Human Factors in Computing Systems. pp.152-158, v.1, 1994.

OMS Organização Mundial de Saúde. Disponível em: <http://www.who.int/home-page/www.oms.ch>. Acesso em: 07/01/2002.

ONU Organização da Nações Unidas. Disponível em: <www.undp.org/popin/wdtrends/wdtrends.htm>. Acesso em: 07/01/2002. Palma, A.L.; Freire, S.A. E por falar em boa velhice. Campinas - SP: Papirus Editora, 2000. Sociedade Brasileira de Psicomotricidade. Disponível em: <http://www.psicomotricidade.com.br/psicomotricidade.htm>. Acesso em: 27/11/2001.

WEB FRONTIERS. Access & Equity Online. Disponível em: http://www.lawlink.nsw.gov.au/. Acesso em: 19/12/2001.

Page 107: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

107

ANEXO I - RECOMENDAÇÕES OU GUIDELINES SOBRE ACESSIBILIDADE NA

WEB CONSIDERADAS PARA O DESENVOLVIMENTO DO CHECKLIST.

Page 108: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

108

Recomendações Consideradas do W3C

1.1 Fornecer um equivalente textual a cada elemento não textual (por ex., através de "alt"ou

"longdesc", ou como parte do conteúdo do elemento).

1.4 Em apresentações multimídia baseadas em tempo (por ex., um filme ou uma animação),

sincronizar as alternativas equivalentes (por ex., legendas ou descrições sonoras dos trechos

visuais) e a apresentação.

2.1 Assegurar que todas as informações veiculadas com cor estejam também disponíveis

sem cor, por exemplo a partir do contexto ou de anotações

2.2 Assegurar que a combinação de cores entre o fundo e o primeiro plano seja

suficientemente contrastante para poder ser vista por pessoas com cromodeficiências, bem

como pelas que utilizam vídeos monocromáticos.

4.1 Identificar claramente quaisquer mudanças de língua no texto de um documento, bem

como quaisquer equivalentes de texto (por ex., legendas).

4.2 Especificar por extenso cada abreviatura ou acrônimo quando da sua primeira

ocorrência num documento.

5.5 Fornecer resumos das tabelas.

6.4 Em programas interpretáveis e applets, assegurar que a resposta a acontecimentos seja

independente do dispositivo de entrada.

7.1 Evitar concepções que possam provocar intermitência do vídeo.

7.4 Não criar páginas de atualização automática periódica.

10.2 Assegurar o correto posicionamento de todos os controles dos formulários que tenham

rótulos implicitamente associados.

10.5 Inserir, entre links adjacentes, caracteres que não funcionem como link.

12.3 Dividir grandes blocos de informação em grupos mais fáceis de gerir, sempre que

venha a propósito.

12.2 Descrever a finalidade das frames e o modo como elas se relacionam entre si, se isso

não for óbvio a partir unicamente dos títulos.

Page 109: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

109

13.6 Agrupar links relacionadas entre si, identificar o grupo (em benefício dos agentes do

usuário) e, até que os agentes do usuário a encarregar-se de tal função, fornecer um modo

de contornar determinado grupo.

13.7 Se forem disponibilizadas funções de pesquisa, ativar diferentes tipos de pesquisa de

modo a corresponderem a diferentes níveis de competência e às preferências dos usuários.

13.1 Identificar claramente o destino de cada ligação.

13.8 Colocar informações identificativas no início de cabeçalhos, parágrafos, listas, etc.

14.1 Utilizar a linguagem mais clara e simples possível, adequada ao conteúdo do site.

Recomendações Consideradas do The universal design file

Minimize ações repetitivas.

Recomendações Consideradas do Handbook of human-computador

Minimize o brilho da tela

Evite ícones, botões, links e caracteres pequenos (exemplo: fonte < 12)

Apresente informação em diversas telas em posições consistentes (por exemplo mensagens

de erro).

Coloque as informações importantes da tela em destaque

Use ícones significativos que sejam discriminados facilmente, maximize o tamanho dos

ícones e se possível com rótulos.

Forneça a informação da localização da pagina no site.

Evite línguagem de comando complexas

Forneça ajuda on-line fácil de usar e documentação de apoio.

Minimize a informação irrelevante da tela

Page 110: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

110

Recomendações Consideradas do National Institute on Aging

Use uma fonte sem serifas, tal como helvetica, Arial, Univers, News Gothic. Evite o uso de

serifas (Times New Roman, Novelty, e fonte novas (novidade).

Tamanho da fonte - use 12 pontos ou de 14 pontos para o tamanho da fonte no corpo

texto.

Espessura da fonte - use fonte média ou negritada (realce)

Reserve o sublinhado para os link.

Use espaço duplo para todo o corpo do texto

Frasear - use a voz ativa.

Simplicidade - escreva o texto em linguagem simples. Forneça um glossário de termos

técnicos.

Organize os conteúdos em um formato padrão. Divida os documentos longos em seções

curtas.

Ilustrações e fotografias - use imagens relevantes somente.

Navegação - a organização no site Web deve ser simples e direta. Use procedimentos passo

a passo explícitos da navegação sempre que possível assegurar-se de que os idosos

compreendam o que segue. Rotule com cuidado as ligações.

Use menu (pull down) com moderação

Evite que o texto role automaticamente. Se a rolagem da tela for requerida manualmente,

incorpore ícones específicos de rolagem em cada página.

Forneça teclas como "página anterior" e "próxima página" para permitir que o leitor mova-

se para a frente ou retorne para a página desejada.

Mapas do site - forneça um mapa do site e mostre como o site é organizado.

Ajuda e Informação - inclua um guia no site Web para ensinar os visitantes como utilizar

os site.

Use ícones com texto como hyperlinks

Page 111: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

111

Recomendações Consideradas do Guidelines – IBM

Forneça legendas ou transcripts do conteúdo importante sonoro.

Forneça texto ou descrições sonora do conteúdo importante do vídeo.

Recomendações Consideradas do Guidelines – GUIA

Fornecer equivalente textual para a informação apresentada nos gráficos.

Facilitar a interrupção da legendagem e de sons automáticos/repetitivos.

Fornecer legendas, descrições e/ou transcrições.

Mostrar a legendagem na mesma página da animação ou vídeo.

Se possível, fornecer descrições audio.

Fornecer uma versão estática.

Permitir interromper ou parar: objectos e páginas de actualização automática, movimentos ou efeitos de piscar Garantir um bom contraste entre a cor do texto e o fundo.

Permitir a ativação dos elementos da página através do teclado.

Identificar claramente a localização atual do utilizador na estrutura da informação.

Recomendações Consideradas da Acesso

Associar texto a cada elemento não textual.

Permitir a activação dos elementos da página através do teclado

Page 112: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

112

ANEXO II - PÁGINA DO PROGRAMA DE-MAIL (IMP) UTILIZADA PELOS

IDOSOS NA OFICINA.

Page 113: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

113

Page 114: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

114

ANEXO III - COMENTÁRIOS DOS IDOSOS COLETADOS DURANTE A

REALIZAÇÃO DA OFICINA, DAS OBSERVAÇÕES COMO TAMBÉM OS

RELATOS DA EQUIPE DE APOIO.

Page 115: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

115

Comentários dos Idosos

"Se você não utilizar você não consegue";

"Já mandei mais mensagens, quero receber mais";

"Monótono demais"

"E só pegar o embalo que depois vai embora"

"Gosto de mais ação, acho isso um saco"

"Acho melhor com microfone, seria mais fácil falar do que estas teclas";

"Tem que ter paciência de Jó"

"Que saco clicar nos checks das mensagens, dificuldade"

"Eu mandei um e-mail para você foi um sucesso"

"Para dar espaço eu bato aqui? ( referindo-se à tecla de espaço ao escrever a mensagem)"

"Letra pequenininha"

"muito pequena a letra, eu tenho catarata"

"Não vou usar acento é melhor sem"

"Não há necessidade de 2 barras de ferramentas"

"É complicado: excluir, recuperar, esvaziar a lixeira"

"Tamanho fora do padrão"

"É muito difícil a primeira vez. É muito complicado. Tudo muito difícil e muito demorado,

esqueço tudo que tenho que fazer, não me concentro"

"Tem que escrever minúsculo no texto do e-mail?"

Comentário da Equipe

Foi observado a dificuldade de localização do cursor na tela, por parte de 3 participantes.

Dificuldade em ler os e-mail, pois, para ler o e-mail tem-se que clicar no item "DE" ou

"ASSUNTO" e não se pode clicar no check pois não acessa o conteúdo da mensagem.

Dificuldade em voltar para caixa de entrada (Inbox).

Page 116: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

116

Enviar, longe da mensagem a ser enviada.

Acharam interessante a possibilidade de recuperar dos e-mail excluídos.

No Login tem um botão entrar e no frame existe a mesma opção.

Solicitação dos nomes das pessoas que receberão nossos e-mail = mensagem.

Curiosidade em saber se a mensagem chegou.

Ansioso por uma mensagem

Euforia por ter concluído uma tarefa com sucesso

Tendência a movimentos repetitivos:

Caixa de entrada do frame sempre utilizada e a opção da caixa de diálogo.

Voltar à caixa de entrada sempre desconsiderada.

Page 117: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

117

ANEXO IV - GLOSSÁRIO DE TERMOS TÉCNICOS UTILIZADOS NESTE

TRABALHO.

Page 118: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

118

Glossário de Termos Técnicos

Abreviatura: forma truncada da denominação original

Âncora textual: link textual associada a área clicáveis em mapas, diagramas, figuras , e são

geralmente apresentados em geral no rodapé da página.

Animações: informação dinâmica mostrada em forma de imagens ou textos em

movimento.

Botão: controle utilizado para disparar uma ação.

Campo de edição: campo que permite a entrada e manipulação de caracteres na forma

textual.

Banner: Faixa

Bolha de ajuda: é uma pequena janela local, com um texto descritivo e é apresentada

quando o usuário move o cursor sobre um objeto de controle.

Botão de rádio: permite ao usuário fazer uma escolha entre várias opções.

Botão de comando: controle utilizado para disparar uma ação descrita no rótulo. Um botão

contém um rotulo textual, gráfico (ícone) ou misto.

Botão de variação: corresponde aos botões rotulados com setas, utilizados nas caixas de

atribuição, têm função de incrementar ou decrementar os valores associados ao campo de

dado. São usados quando os itens de uma lista são apresentados ordenadamente.

Busca direta: função que tem por objetivo a busca de itens dentro do site.

Bullet: Marcador

Cabeçalho: é a apresentação do conteúdo por meio de títulos.

Caixa de atribuição: é um conjunto de botões de atribuição que permite ao usuário fazer

uma escolha entre várias opções.

Código de cores: Se refere ao emprego de cores como forma de codificação de informação.

Page 119: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

119

Componente: objeto que faz parte de uma composição.

Equivalente: determinado conteúdo é equivalente a outro quando ambos preenchem, em

essência, a mesma função ou finalidade, no momento de serem apresentados ao usuário.

Uma maneira diferente de apresentar a informação, W3C:

se a informação é gráfica então apresenta um equivalente textual;

se é textual então apresenta-se um equivalente sonoro;

se ela é sonora então apresenta-se um equivalente gráfico.

Equivalente textual: Quando houver informações gráficas e sonoras deve-se apresentar

equivalente textual das mesmas. Os equivalentes textuais têm de ser redigidos de tal forma

que veiculem todo o conteúdo essencial. O conteúdo de um texto pode ser apresentado ao

usuário sob a forma de discurso sintetizado, é necessário a presença de equivalentes

textuais, segundo o W3C [ ]:

• O equivalente textual pode ser apresentado ao usuário sob a forma de discurso

sintetizado (sintetizadores de voz), ou ainda visualmente (com variedades de

tamanhos). Cada um destes processos faz apelo a um sentido diferente (o ouvido, no

caso do discurso sintetizado; a vista, visualmente), tornando as informações

acessíveis a grupos representativos de um vasto leque de incapacidades e

deficiências sensoriais ou outras.

• Para ser verdadeiramente útil, o texto tem de transmitir a mesma função ou

finalidade que a imagem. Veja-se o caso do equivalente textual de uma imagem

fotográfica da Terra vista do espaço. Se a finalidade da imagem é sobretudo

decorativa, um texto do tipo "Fotografia da Terra, vista do espaço" pode preencher a

função necessária. Já se a finalidade da fotografia for ilustrar uma informação bem

determinada acerca da geografia do planeta, o equivalente textual tem de transmitir

essa informação. Se a fotografia tiver sido inserida na página para indicar ao usuário

que deve selecionar a imagem (por ex., fazendo clique sobre ela), o equivalente

textual seria "Informações sobre a Terra". Assim, se o texto veicular, ao usuário

Page 120: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

120

deficiente, a mesma função ou finalidade transmitidas aos restantes usuários, pode

considerar-se um equivalente textual.

• equivalente textual de uma imagem de uma seta para cima, que estabelece a ligação

a um índice poderia ser "Ir para o índice”.

Equivalente não textual : O W3C [ ] cita que quando houver conteúdo textual apresentado

de forma não textual, (por ex.: uma descrição sonora de uma apresentação visual, o vídeo

de uma pessoa a relatando algo utilizando apenas a língua gestual, etc.), também

contribuem para melhorar a acessibilidade de quem não consegue acessar a informações

visuais ou a textos escritos, incluindo pessoas com dificuldades visuais, cognitivas ou de

aprendizagem.

Figuras: elementos gráficos como mapas, desenhos, ilustrações, fotografias, etc.

Frame: quadro

Gráficos : imagens contendo informação quantitativa ou qualitativa (como gráficos de

barras).

Objetos executáveis : objetos que podem ser manipulados para dar acesso à informação ou

produzir resultados.

Informação dinâmica : informação que é atualizada após uma interacção ou período de

tempo.

Intermitência visual: Pisca-pisca ou recurso que define os itens que aparecem piscando

nas telas

Imagem: Qualquer representação gráfica.

Importante : As informações contidas num documento dizem-se importantes se a

respectivo conteúdo for essencial para a compreensão de todo o documento

Índices : Um índice (ou tábua de matérias, que não deve ser confundido com um índice

remissivo) apresenta, regra geral, a lista dos capítulos ou seções mais importantes (e

respectivas ligações) de um documento.

Page 121: DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ... · DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA A AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA WEB PARA USUÁRIOS IDOSOS MÁRCIA BARROS DE SALES

121

Interação: Diálogo entre o usuário e o computador.

Mapa de imagem: Imagem que foi dividida em regiões, a que estão associadas ações.

Fazer clique sobre uma região ativa desencadeia uma ação.

Layout: desenho, disposição.

Link: ligação, elo.

Link textual: são palavras que remetem a outras páginas, figuras, textos, etc.

Leitor de Tela: Programa de computador que lê o conteúdo da tela em voz alta..

Normalmente, são capazes de ler apenas o texto impresso (não o desenhado) que aparece na

tela.

Mapas de Site: Um mapa de site dá uma panorâmica da organização de uma página ou de

um site.

Matiz: Combinação de diversas cores.

Seção de informação: descrição textual de algum item da página.

Serifa: Traço que faz o acabamento de uma letra.

Tabela: conjunto de listas separadas por linhas e colunas.

Tabela linearizada : Processo de representação de uma tabela, em que o conteúdo das

células se torna numa série de parágrafos (por ex., na vertical, ao longo da página). Os

parágrafos surgem pela ordem de definição das células no código do documento. As células

têm de continuar a fazer sentido quando lidas por ordem e devem incluir elementos

estruturais (que criem parágrafos, cabeçalhos, listas, etc.), de modo a que a página faça

sentido após a linearização.

Títulos: rótulo textual que designa conjunto de informações ou alguma informação.

Vídeo: informação dinâmica em forma de vídeo.