desenvolvimento de linguiças frescais de filé de frango com queijo

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM ALIMENTOS Estelita Rejane Zinnau Desenvolvimento de Linguiças Frescais de Filé de Frango com Queijo e com Azeitona. Bento Gonçalves 2011

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Page 1: Desenvolvimento de linguiças frescais de filé de frango com queijo

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO

PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA

CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM ALIMENTOS

Estelita Rejane Zinnau

Desenvolvimento de Linguiças Frescais de Filé de Frango com Queijo

e com Azeitona.

Bento Gonçalves

2011

Page 2: Desenvolvimento de linguiças frescais de filé de frango com queijo

1

Estelita Rejane Zinnau

Desenvolvimento de Linguiças Frescais de Filé de Frango com Queijo

e com Azeitona

Relatório de pesquisa apresentada a

disciplina de Carnes do curso de

Tecnologia em Alimentos Do Instituto

Federal do Rio Grande do Sul

Orientadora: Profa. Dra. Luciana Bernd

Supervisor Frinal: Leonardo Cobanchini

Bento Gonçalves

2011

Page 3: Desenvolvimento de linguiças frescais de filé de frango com queijo

2

RESUMO

Visando o futuro lançamento de produtos inovadores no mercado, este trabalho teve

como objetivo a elaboração de linguiças frescais de filé de frango com queijo e com azeitona.

Partindo-se de uma formulação base de linguiça frescal de frango, tradicionalmente

comercializada no mercado, elaboraram-se as formulações destas linguiças frescais com estes

dois sabores distintos, sendo em seguida, avaliadas sensorialmente. Após adaptações nas

formulações, baseadas nas considerações dos julgadores, as linguiças (frango, frango com

queijo e frango com azeitona) foram analisadas frente às suas aceitações utilizando-se uma

escala hedônica, tendo-se como atributos avaliados cor, odor, suculência, sabor e qualidade

geral. Além disso, foi verificada a intenção de compra dos produtos elaborados. Mediante a

análise de variância no teste de aceitação, observou-se que para todos os atributos analisados

houve diferença significativa entre as amostras (p< 0,05). Desta forma, após a aplicação do

Teste de Tukey, foi possível verificar que os melhores resultados de aceitação foram

referentes à linguiça de frango com queijo, sendo que esta obteve aceitação média próxima do

“gostei muito” com 7,24, seguida da linguiça de frango com azeitona, que obteve aceitação

média próxima do “gostei regularmente” com 6,36. A linguiça de frango, utilizada como

amostra padrão, obteve uma aceitação média próxima do “gostei ligeiramente” com 5,49. Os

resultados do teste de intenção de compra revelaram que a atitude de compra para a linguiça

de frango com queijo teve um percentual de 92 %, seguida da amostra linguiça de frango com

azeitona, com 74 %, e da linguiça de frango, com 50 %. Pelos valores encontrados, este

resultado em comparação com o padrão, foi excelente, seria um produto diferenciado no

mercado, e um campo amplo para ser explorado pela indústria.

Palavras chaves: frango, embutido, queijo, azeitona.

Page 4: Desenvolvimento de linguiças frescais de filé de frango com queijo

3

ABSTRACT

Aiming a future release of innovative products in the market, this work had like

objective the elaboration of fresh sausages of chicken fillet with cheese and with olive.

Beginning with a formulation based in fresh sausages of chicken, traditionally

commercialized in the market, the formulations of these new fresh sausages with this to

distinct flavors were developed, and then, sensory evaluated. After adaptations in the

formulations, based in the considerations of the judges, the sausages (chicken, chicken with

cheese and chicken with olive) were analyzed by your acceptances using a hedonic scale,

having as evaluated attributes color, smell, succulence, flavor and quality in general.

Moreover, was verified the buy intention of the made products. By thevarianceanalysis in the

acceptance test, observed that for all the analyzed attributes were a significant difference

between the sample (p< 0,05). So, after the application of the Tukey Test, was possible to

verify that the best results of acceptations were related the chicken with cheese sausage, so

this had averageacceptance near the “I really enjoyed” 7,24 , followed by chicken with olive

sausage, that have averageacceptance near the “enjoyed regular” 6,36. The chicken sausage,

used like standard sample, had an average acceptance near the “like slightly” 5,49. The results

of the purchase intent test revealed that the buy attitude for the chicken with olive sausage had

a perceptual of 92%, then the sample of chicken with olive sausage, with 74%, and of the

chicken sausage, with 50%. By found values, this result in comparison with the standard, was

excellent, would be a differentiated product in the market, and a broad category for to be

explored by the industry.

Keywords: chicken, built-in, cheese, olive.

Page 5: Desenvolvimento de linguiças frescais de filé de frango com queijo

4

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Fluxograma do processo de abate de frango .............................................. 9

Figura 2: Fluxograma de processamento de linguiça frescal. ................................... 26

Page 6: Desenvolvimento de linguiças frescais de filé de frango com queijo

5

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Formulação da linguiça de frango tradicional (controle) ......................... 33

Tabela 2. Formulação de linguiça de frango com queijo .......................................... 35

Tabela 3. Formulação de linguiça de frango com azeitona ...................................... 36

Tabela 4. Formulação II de linguiça de filé de frango com queijo ........................... 40

Tabela 5. Formulação II de linguiça de filé de frango com azeitona ........................ 41

Tabela 6. Formulação III de lingüiça de frango com queijo ..................................... 42

Tabela 7. Formulação III de lingüiça de frango com azeitona .................................. 43

Tabela8. F calculado e diferença mínima significativa (dms) dos atributos ............. 43

Tabela 9. Média dos valores atribuídos pelos provadores para cada atributo ........... 44

Tabela10. Análise de intenção de compra. ............................................................... 45

Page 7: Desenvolvimento de linguiças frescais de filé de frango com queijo

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SUMÁRIO

1INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 7

2 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................................ 8

2.1. ABATE E PROCESSAMENTO DE FRANGO .......................................................... 8 2.1.1 Jejum e tempo de descanso. ....................................................................................... 8

2.1.2 Captura e embarque dos frangos ................................................................................ 9

2.1.3 Transporte................................................................................................................... 9

2.1.4 Recepção e espera ...................................................................................................... 9

2.1.5 Desembarque ............................................................................................................ 10

2.1.6 Pendura ..................................................................................................................... 10

2.1.7 Atordoamento ou Insensibilização ........................................................................... 10

2.1.8 Sangria ...................................................................................................................... 11

2.1.9 Escaldagem............................................................................................................... 11

2.1.10 Depenagem. ............................................................................................................ 11

2.1.11 Evisceração............................................................................................................. 12

2.1.12 Resfriamento das carcaças ..................................................................................... 12

2.1.13 Gotejamento ........................................................................................................... 13

2.1.14 Espostejamento de aves (sala de cortes) ................................................................ 13

2.1.15 Congelamento......................................................................................................... 13

2.1.16 Estocagem e distribuição ........................................................................................ 13

2.2 PRODUTOS ELABORADOS A PARTIR DE FRANGO ........................................ 14 2.2.1 Linguiças .................................................................................................................. 14

2.2.1.1 Açúcares ................................................................................................................ 15

2.2.1.2 Efeitos dos sais de cura na cor da carne curada .................................................... 16

2.3 INGREDIENTES E ADITIVOS UTILIZADOS EM LINGUIÇAS FRESCAIS ... 16 2.3.1 Carne ........................................................................................................................ 17

2.3.2 Gordura..................................................................................................................... 17

2.4 PROCESSO DE ELABORAÇÃO DE LINGUIÇA ................................................... 24 2.4.1 Picagem/Moagem da Carne ..................................................................................... 25

2.4.2 Pesagem e Seleção de Ingredientes e Matérias-Primas ............................................ 25

2.4.3 Adições de Aditivos e Mistura da Massa ................................................................. 26

2.4.4 Cura .......................................................................................................................... 27

2.4.5 Embutimento da Massa ............................................................................................ 28

2.4.6 Posicionamento ........................................................................................................ 30

2.4.7Resfriamento/congelamento ...................................................................................... 31

3 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................ 32

3.1 PROCESSAMENTO DAS LINGUIÇAS FRESCAIS............................................... 32 3.1.1 Processamento da Linguiça de Filé de Frango (controle) ........................................ 32

3.1.2 Elaboração de Linguiça de Filé de Frango com Queijo ........................................... 33

3.1.3 Elaboração de Linguiça de Filé de Frango com Azeitona ....................................... 34

3.2 ANÁLISE SENSORIAL ............................................................................................... 36

3.3 ANÁLISES ESTATÍSTICAS ...................................................................................... 36

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................ 38

5 CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 45

6 REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 46

Page 8: Desenvolvimento de linguiças frescais de filé de frango com queijo

7

1 INTRODUÇÃO

O crescimento da tecnologia de alimentos vem se acentuando e tem contribuído para a

melhoria nutricional e social das populações. A tecnologia de alimentos tem como objetivos o

aperfeiçoamento e aplicação experimental de processos, visando aplicar conceitos na

obtenção, processamento, conservação, preservação, transporte e comercialização de

alimentos, buscando apresentar ao consumidor produtos com qualidades nutricionais e

sensoriais.

O valor da indústria de alimentos está na função de, através dos processos físicos,

químicos e biológicos, transformarem a matéria-prima em produtos que supram as

necessidades nutricionais dos consumidores e que tenham sua vida-de-prateleira prolongada.

Entre todas as indústrias, a de alimentos se destaca como a mais importante, pela grande

variedade de produtos e por atingir todas as classes sociais.

Atualmente, tem-se evidenciado significativo progresso na produção de embutidos

cárneos pelas indústrias, as quais têm investido cada vez mais na industrialização destes

produtos, apresentando novas formulações que buscam a melhoria da qualidade e a segurança

alimentar. Atrelado ao crescimento na área de embutidos cárneos, as empresas de aditivos

alimentares tem investido em uma variedade de ingredientes que visam a diversificação de

alimentos industrializados com qualidade higiênico-sanitário, nutricional e sensorial, exigidos

pelo mercado mundial.

Os aditivos e ingredientes podem ser definidos como os componentes característicos

dos alimentos industrializados utilizados para sua conservação e melhoria do seu aspecto,

aroma e sabor. Porém, seu uso deve ser limitado a alimentos específicos, em condições

específicas e ao menor nível para alcançar o efeito desejado.

Tendo em vista o futuro lançamento de produtos inovadores no mercado, este trabalho

teve como objetivo a elaboração de linguiças frescais de filé de frango com queijo e com

azeitona, avaliando-as sensorialmente frente à sua aceitação e intenção de compra.

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8

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 ABATE E PROCESSAMENTO DE FRANGO

Na Figura 1 é demonstrado o fluxograma do processo de abate de frango, desde a

captura até sua distribuição no mercado.

Figura 1: Fluxograma do processo de abate de frango

Captura e embarque

Pega e apanha

Transporte

Recepção e espera

Desembarque

Pendura

Atordoamento ou insensibilização

Sangria

Escaldagem

Depenagem

Evisceração

Resfriamento das carcaças

Gotejamento

Espostejamento de aves

Congelamento

Estocagem/ distribuição

Jejum e tempo de descanso

Captura e embarque

Pega e apanha

Transporte

Recepção e espera

Desembarque

Pendura

Atordoamento ou insensibilização

Sangria

Escaldagem

Depenagem

Evisceração

Resfriamento das carcaças

Gotejamento

Espostejamento de aves

Congelamento

Estocagem/ distribuição

Jejum e tempo de descanso

Page 10: Desenvolvimento de linguiças frescais de filé de frango com queijo

9

2.1.1 Jejum e tempo de descanso

Consiste na retirada da água e a restrição alimentar, com o objetivo de reduzir a

contaminação das carcaças durante o processo de evisceração. Este tempo é recomendado de

seis a dez horas antes do abate.

Entretanto, estudos indicam que a contaminação da carcaça pode ocorrer

tanto em períodos excessivamente curtos (menores que 8 horas) quanto naqueles

excessivamente longos (maiores que 12horas), de jejum alimentar. No primeiro

caso, a contaminação é devida ao esvaziamento incompleto do trato digestivo,

enquanto no jejum prolongado está associada á ruptura da integridade do trato

gastrintestinal. Além disso, em longos períodos de jejum a sobrevivência de

SALMONELLA SSPé aumentada, devido a redução da flora intestinal, que atua

como competidor natural, em especial dos lactobacilos residentes, os quais, alem de

competirem com a salmonela, reduzem o pH do trato gastrintestinal (GOMIDE;

RAMOS; FONTES, 2009).

2.1.2 Captura e embarque dos frangos

Para o bem estar das aves, os funcionários encarregados de realizar a apanha, devem

receber um treinamento da empresa.

É o inicio do processo de pré-abate dos animais e onde as preocupações devem

começar, pois é onde os animais estarão susceptíveis a iniciar processo de estresse (GOMIDE;

RAMOS; FONTES, 2009).

2.1.3 Transporte

Para o transporte das aves, o caminhão deve estar em boas condições de higiene e

manutenção, e possuir tela ou lona para impedir que as escapem durante o trajeto, utilizando-

se caixas plásticas para contê-las, ação de colocar a ave na gaiola.

Durante o transporte deve ser levados em conta o tempo de viagem, o

tempo de restrição alimentar e água, o período do dia, a condições climáticas

(temperatura, umidade relativa do ar e velocidade do vento), a densidade de aves nas

caixas de transporte, o tempo de espera no carregamento e no descarregamento e as

condições das estradas, visto que pode implicar em trepidação e solavancos nas

caixas de transporte podendo causar lesões e estresse nas aves durante a viagem

(ROSA et al., 2002).

Page 11: Desenvolvimento de linguiças frescais de filé de frango com queijo

10

2.1.4 Recepção e espera

No abatedouro, a carga e pesada em seguida recebem uma ducha com água, para criar um

ambiente ameno. Durante o processo de descarga, é importante o cuidado com as caixas para

evitar a agitação e lesões nas aves.

2.1.5 Desembarque

Os caminhões de transporte de aves não devem permanecer estacionados no lado de

fora sem área coberta. Nas áreas cobertas é importante que o ventilador esteja ligado, assim

evitando o estresse excessivo.

Os estabelecimentos de abate devem dispor de instalações e equipamentos apropriados

ao desembarque dos animais dos meios de transporte. A recepção deve assegurar que os

animais não sejam acuados, excitados ou maltratados. A área de desembarque deve estar

instalada em local coberto e as caixas onde os frangos são transportados devem ser colocadas

com cuidado, individualmente, em esteira, evitando o choque entre elas e movimentos

bruscos, minimizando as chances de estresse bem como lesões nos mesmos. As caixas devem

ser abertas no momento da pendura a fim de evitar que as aves caiam ou fujam, sendo que as

aves que por ventura fujam das caixas devem ser imediatamente e cuidadosamente recolhidas

por um funcionário do setor e colocadas na caixa ou penduradas na nória (BRASIL, 1998).

2.1.6 Pendura

Essas operações realizadas na área de pendura são muito importantes por seus efeitos

na qualidade, e está relacionado à eficiência da sangria e aos efeitos provenientes de manuseio

impróprio.

A etapa pendura é dolorosa para a ave, ocorrendo significativamente percentual de

lesões hemorrágicas nas pernas, principalmente nas articulações do pé e da coxa, região por

onde estas são penduradas (GOMIDE; RAMOS; FONTES, 2009).

Page 12: Desenvolvimento de linguiças frescais de filé de frango com queijo

11

2.1.7 Atordoamento ou Insensibilização

A insensibilização é feita através de eletronarcose sob imersão em liquido (água com

eletricidade). A insensibilização não deve promover a morte das aves, e deve ser seguida de

sangria em torno de doze segundos.

O método de insensibilização deve levar a ave à inconsciência imediata,

permanecendo assim até a morte. A duração da insensibilização depende da quantidade e da

freqüência da corrente elétrica, tempo em que as aves permanecem imersas na água, da

velocidade da linha, do comprimento da cuba, da resistência do meio e da profundidade de

imersão das aves, Protocolo de Bem-Estar para Frangos e Perus.

2.1.8 Sangria

A sangria é realizada em um túnel de sangria, este mesmo voltado para a plataforma

de recepção das aves. A sangria pode ser feita de duas maneiras mecânica ou manual. Após a

sangria a ave percorre o túnel da sangria, o que equivale há três minutos, para que o

sangramento seja possível e completo.

Cerca de 80 % do sangue é liberado nos primeiros 60 segundos (ORDÓÑEZ et al.,

2005) desta forma, é essencial utilizar um sangramento de pelo menos de três para evitar a

contaminação de água de escaldagem com sangue.

2.1.9 Escaldagem

Esta etapa é realizada após o término da sangria, onde as aves seguem pela mesma

nórea e entram em um tanque com água com temperatura de 58ºC a 62ºC, com

burbulhamento e renovação de água continua, e a cada oito horas a mesma deve ser renovada.

Esta tem como objetivo facilitar o processo seguinte, a depenagem.

O tempo necessário é de 2 minutos com a temperatura de 52ºC para que

ocorra o afrouxamento das penas. É importante ressaltar que não se deve ultrapassar

este tempo pois irá ocorrer o cozimento da carcaça e se ficar um tempo menor que o

recomendado não ocorrerá o afrouxamento das penas dificultando a depenagem

(RIBEIRO, 1995).

Page 13: Desenvolvimento de linguiças frescais de filé de frango com queijo

12

2.1.10 Depenagem

A depenagem é feita de forma mecanizada, utilizando três depenadeiras posicionadas

em altura diferentes, isso para facilitar a remoção de toda a pena. Estes equipamentos devem

conter entrada de água constante para lavagem da carcaça e assim evitando o acumulo de

penas no piso e nas depenadeiras.

Essas máquinas têm a função específica de retirar todas as penas das asas,

pernas, pescoço, corpo e sambiquira através de uma série de bancais com dedos de

borracha pequenos e firmes. Esses dedos de borracha são usados de acordo com o

peso do frango, sendo este o fator que determina sua dureza (BERAQUET et al.,

1994).

2.1.11 Evisceração

Após realizar a depenagem, as aves são lavadas com chuveiros de aspersão, para

diminuir a contaminação posterior. A operação de evisceração poder ser automatizada ou

manual, mas sempre observando os cuidados para o não rompimento das vísceras e o contado

das aves com superfícies contaminadas.

Antes da evisceração, as carcaças deverão ser lavadas em chuveiros de aspersão ou

pistola, dotados de água sob pressão adequada, com jatos orientados no sentido de que todas

as carcaças sejam lavadas. A evisceração automática ou não, deverão ainda, observar os

cuidados necessários para evitar o rompimento de vísceras e o contato das carcaças com a

superfície contaminada, Cispoa, Normas Técnicas de Instalação e Equipamentos para

Matadouro de Aves e Pequenos Animais.

2.1.12 Resfriamento das carcaças

O resfriamento das carcaças consiste no processo de refrigeração e manutenção da

temperatura das aves, seja inteira ou recortes. O processo é feito primeiramente em pré-chiler

com imersão em água e posterior no chiler. As temperaturas utilizadas são inferiores a 16ºC

na entrada do pré-chiler e na saída do chiler a 4ºC, assim a carcaça não poderá sair com uma

temperatura superior a 7ºC.

Nesse processo a carcaça encontra-se com uma temperatura próxima do 35ºC e deverá

ser resfriada, a fim de inibir o desenvolvimento microbiano e de outros deteriorantes. O pré-

Page 14: Desenvolvimento de linguiças frescais de filé de frango com queijo

13

resfriamento pode ser feito por várias técnicas, como imersão em tanques resfriadores

contínuos ou em câmaras com circulação de ar frio (GOMIDES; RAMOS; FONTE, 2009).

2.1.13 Gotejamento

O gotejamento é responsável pelo escorrimento da água contida na carcaça que

absorveu durante o pré-resfriamento. Este processo é realizado após o pré-resfriamento, e

deve-se respeitar um tempo de três minutos, onde as aves são suspensas pelas asas ou

pescoços.

2.1.14 Espostejamento de aves (sala de cortes)

É o processo em que o frango sofre diferentes tipos de cortes, conforme o pedido e a

exigência de cada fornecedor.

Nesta etapa as carcaças sofrem todos os tipos de cortes, variando de acordo com a exigência

do cliente e também pode seguir inteiro sem sofrer nenhum tipo de corte. A temperatura do

setor não deve ultrapassar 12ºC, visando assim manter a qualidade do produto até o final de

seu processamento (BRASIL, 1998).

2.1.15 Congelamento

O congelamento consiste em utilizar túneis de congelamento com temperatura de

negativas de -35ºC a -40ºC por quatro horas, assim permitindo um tempo de armazenamento

de oito a dezoito meses.

O congelamento é feito por meio de congelamento rápido, o que evita a

formação de grandes cristais de gelo nos produtos. É utilizado túnel de

congelamento a temperatura de -35° a -40°C o tempo de retenção da maioria dos

produtos é de quatro horas, para que o produto atinja a temperatura de -18°C

(GROSSKLAUS et al., 1982).

2.1.16 Estocagem e distribuição

Após o tempo de estocagem, os produtos seguem para a secção de expedição e

transporte até seu destino real.

Page 15: Desenvolvimento de linguiças frescais de filé de frango com queijo

14

O tempo e a temperatura de estocagem são os fatores mais importantes,

afetando diretamente a qualidade do produto. Sua exposição a temperaturas mais

altas aumenta significativamente a velocidade da perda de qualidade. A escolha da

temperatura de estocagem do produto é determinada após o cálculo do custo de

estocagem, período de estocagem máxima desejada e susceptibilidade, relacionadas

a alterações de qualidade do produto (NEVES FILHO, 1994).

2.2 PRODUTOS ELABORADOS A PARTIR DE FRANGO

O processamento e industrialização de carne são responsáveis por manter

viáveis, economicamente, algumas indústrias de abate. No caso dos abatedouros de

aves, a margem de lucro sobre a venda de frango resfriado é baixa, entretanto, a

utilização de técnicas de industrialização permite aumentar o valor agregado aos

produtos e a viabilidade econômica das unidades desse tipo (TERRA et al., 1988).

Os objetivos da industrialização de carne são vários: conservar a vida útil dos produtos;

aproveitar os produtos e subprodutos do abate; criar novos sabores; realçar determinados

cortes; melhorar a aparência do produto; permitir a melhor distribuição do produto cárneo, e

adicionar valor comercial.

Com a correria do dia-a-dia impõe-se às pessoas buscarem soluções rápidas e

funcionais. Surgiram, assim, os produtos prontos ou semi-prontos de carnes de

frango. Esses produtos processados são capazes de oferecer ao consumidor uma

ampla variedade de pratos, para ocasiões diferenciadas, de forma nutritiva, prática,

rápida e econômica (SILVA et al., 2000)

2.2.1 Linguiças

Desde a remota da antiguidade o homem vem produzindo linguiças, na busca de

conservar a carne e fornecer um produto à altura das aspirações do consumidor. No

Brasil a linguiça é um dos produtos cárneos mais fabricados, provavelmente porque

sua elaboração, além de não exigir tecnologia sofisticada, utiliza poucos

equipamentos e que são de baixo custo (TERRA et al., 1998).

As linguiças são itens de maior produção e comercialização no Brasil, dentre os

industrializados de carne. O seu consumo ocorre em situações diferenciadas, domesticas e em

restaurantes, principalmente como parte de churrascos, lanches e outras refeições, devido a

sua praticidade e versatilidade.

Com a modernização e diversificação da produção, a lingüiça de frango

especificamente, tem ocupado importante espaço no mercado nacional, pois é muito

apreciada devido a sua suculência, maciez e a sua conotação como um produto mais

Page 16: Desenvolvimento de linguiças frescais de filé de frango com queijo

15

saudável, quando comparada com linguiças elaboradas com outras carnes (MILANI

et al. 2003; FRIES et al. 2003, PAZ et al. 2003, BELLÉ et al. 2003; TERRA et al.

2003).

A linguiça frescal é um produto curado que por não sofrer processamento térmico ou

dessecação, por apresentar alta atividade de água tem curto prazo comercial e a qualidade

microbiológica dependente da ausência ou de baixos níveis de contaminação na matéria-prima

e demais ingredientes empregados na produção.

A elaboração deste tipo de produto requer uma série de etapas de manipulação,

o que eleva as possibilidades de contaminação por uma gama de espécies de micro-

organismos patogênicos ou deterioradores, podendo comprometer a qualidade

microbiológica do produto final, caso ocorram falhas durante o processo. Por isso é

fundamental o controle da temperatura do produto ao longo de todo o processo

(MASSAGUER et al., 2005).

As tecnologias dos equipamentos evoluíram e as pesquisas de matéria-prima

empregadas têm garantido o desenvolvimento de diversos tipos, com diferenciação

de formas, tamanhos, sabores, valor calórico e preço de mercado. Desta forma, o

mercado vem oferecendo novidades, tendo como quesito a qualidade, praticidade,

custo e segurança alimentar. Estes aspectos fazem das linguiças de frango uma

importante fonte de proteína animal (EVANGELISTA et al., 2008).

Os diferentes hábitos alimentares da população brasileira possibilitaram também a

tendência da fabricação de linguiças de frango com a presença de especiarias ou ervas

aparente, as quais tipificam este produto e conferem apresentação e sabor atrativo,

diferenciando-as dos demais tipos de linguiças.

2.2.1.1 Açúcares

Segundo Ordóñez ET AL., (2005), o açúcar serve para melhorar o aroma da carne

curada e permite o desenvolvimento de certas bactérias desejáveis, produtoras de aromas.

Adição de glicose em pequena quantidade aos embutidos fermentados é uma prática normal.

Os açúcares mais comumente adicionados aos embutidos são a sacarose, a

lactose, a dextrose, a glucose, o xarope de milho, o amido e o sorbitol. São utilizados

para dar um toque adocicado e para mascarar o sabor do sal, e ao mesmo tempo

diminuir a umidade. (SILVA et al., 2000).

A adição de açúcar na linguiça frescal contribui para melhorara o sabor, mascara o

sabor adstringente do sal (aquele sabor amargo), auxiliam na formação da cor avermelhada e

aumentam a atividade de fermentação em produtos curados.

Page 17: Desenvolvimento de linguiças frescais de filé de frango com queijo

16

O açúcar também tende a prevenir a oxidação dos pigmentos cárneos,

bloqueando a formação de derivados indesejáveis durante a cura. Por outro lado, o

açúcar serve como fonte energética para alguns microorganismos desejáveis

(bactérias lácticas ou lactobacilos) que produzem ácido, obtendo-se um pH que

acompanha as condições redutoras e favorecendo a formação de pigmentos cárneos

desejados. As condições redutoras também desempenham papel importante na

redução de nitrato e nitrito, e destes o óxido nítrico, substância ativa que reage com

pigmentos da carne (ORDÓÑEZ et al., 2005).

2.2.1.2 Efeitos dos sais de cura na cor da carne curada.

A cor dos produtos curados depende das modificações químicas que ocorrem entre os

pigmentos naturais da carne (mioglobina) e suas reações com o cloreto de sódio e sais de cura

(nitritos e/ou nitratos). Nitrosomioglobina (NOMb) é formada durante este processo, dando ao

produto sua coloração característica, quando a carne é tratada com nitrato, nitrito ou óxidos de

nitrogênio, sendo o óxido nítrico (NO) o componente ativo da reação.

Este é um processo lento e complexo, que resulta em uma série de reações

que compreendem micro-organismos, enzimas e processos químicos e depende de

parâmetros como pH, concentração de pigmentos na carne, potencial de oxi-redução,

distribuição do agente de cura, temperatura, umidade, entre outros (PARDI;

SANTOS; SOUZA; PARDI, 1996).

Nos procedimentos de cura comerciais o óxido nítrico é produzido pela redução do

nitrato ou nitrito. Se o nitrito é adicionado diretamente à cor se desenvolve mais rapidamente,

o que é vantajoso nos processos comerciais de cura rápida.

A composição da cura tem um efeito pronunciado sobre os compostos

voláteis na lingüiça, e um melhor desenvolvimento da cor tem sido atribuído ao uso

do nitrato em comparação ao nitrito. Quase todos os compostos originários da

degradação das cadeias ramificadas de aminoácidos (leucina, isoleucina e valina)

têm concentração mais alta na lingüiça formulada com nitrato comparada àquela

onde foi utilizado o nitrito. O ascorbato é freqüentemente adicionado ao nitrito para

aumentar a velocidade do desenvolvimento da cor (TERRA et al., 20).

2.3 INGREDIENTES E ADITIVOS UTILIZADOS EM LINGUIÇAS FRESCAIS

O uso mais inteligente de ingredientes e aditivos, combinados com novas tecnologias,

possibilita cada vez mais a preparação de alimentos em larga escala, com qualidade

assegurada e baixos custos.

Page 18: Desenvolvimento de linguiças frescais de filé de frango com queijo

17

Os principais ingredientes e aditivos utilizados na produção e elaboração de linguiças

são: carne, gordura, aditivo, cloreto de sódio, nitrato e nitrito, antioxidante, estabilizante,

acidulante, regulador de acidez, corante, espessantes, reguladores de sabor, aromatizantes, e

extensores.

2.3.1 Carne

O ingrediente principal dos embutidos é a carne que costuma ser suína ou bovina, mas,

em tese, qualquer tipo de carne animal pode ser utilizado. É bastante freqüente a utilização de

frango, por exemplo.

A qualidade da matéria-prima é fundamental para a obtenção de um bom produto; as

carnes devem ser adquiridas em estabelecimentos comerciais inspecionados e conter o

carimbo de inspeção sanitária. A temperatura deve estar abaixo de 7 ºC, não devendo

apresentar cheiro desagradável. As carnes se estragam pela ação de micro-organismos e por

reações químicas e enzimáticas que atuam no alimento. A temperatura é um fator que

interfere na velocidade destas reações e no desenvolvimento de micro-organismos. As

temperaturas altas (20 a 40 ºC) aceleram as alterações, enquanto que as baixas retardam

(SBRT, 2007).

Além da carne, os ingredientes básicos dos embutidos são a gordura, o sal, os

açúcares, nitratos e nitritos, especiarias e as tripas (ORDÓÑEZ et al., 2005).

2.3.2 Gordura

A gordura, também, é um componente essencial dos embutidos, já que lhes

aporta determinadas características que influem de forma positiva em sua qualidade

sensorial. É importante a escolha da gordura a ser usada, já que uma gordura não

adequada pode comprometer o sabor e a aparência do produto final, assim como não

ter a mesma capacidade de conservação (ORDÓÑEZ et al., 2005).

São usadas com finalidade de dar um paladar adequado ao produto, sendo usados nos

teores de 15-30 %. Os toucinhos de melhor qualidade são os de suíno, de cor branca, firmes e

sem cheiro. Gorduras como a banha em rama causa uma consistência muito mole à lingüiça,

sendo mais usadas em patês. As gorduras bovinas são muito duras e causa um a sensação

desagradável na boca. Se necessário, deve-se separar o toucinho da pele antes do uso e cortá-

lo em pedaços. Moer o toucinho antes de colocá-lo no misturador, facilita o preparo.

Page 19: Desenvolvimento de linguiças frescais de filé de frango com queijo

18

A gordura também é altamente perecível e sugere-se manter a temperatura em todas as

etapas do processo abaixo dos 4ºC (SBRT, 2007).

A definição de aditivo é qualquer ingrediente adicionado intencionalmente

aos alimentos sem propósito de nutrir, com o objetivo de modificar as características

físicas, químicas, biológicas ou sensórias, durante a fabricação processamento,

preparação, tratamento, embalagens, acondicionamento, armazenagem, transporte ou

manipulação de um alimento. Ao agregar-se poderá resultar em que o próprio

aditivo ou seus derivados se convertam em um componente de tal alimento. Esta

definição não inclui os contaminantes ou substâncias nutritivas que sejam

incorporadas aos alimentos para manter ou melhorar suas propriedades nutricionais

(MARQUES et al., 2006).

Ao lado da introdução de modernos equipamentos, da adoção de novas

técnicas, do mais apurado controle de matéria prima e do produto elaborado, das

associações de processos de conservação proteção dos produtos por novos tipos de

embalagens e de muitos outros procedimentos básicos, o aparecimento e a

implantação do uso de aditivos, representa para a fabricação de produtos

alimentícios, um de seus mais importantes recursos (EVANGELISTA et al., 2008).

Entretanto, sabe-se que o mais importante é fornecer aos consumidores, alimentos em

condições e boa qualidade nutritiva e, sobretudo, sem perigo de toxidade.

A quantidade de aditivos deve ser a estritamente necessária para a obtenção do efeito

desejado, sempre salvando o limite máximo de adição determinado pela legislação.

A industrialização consiste na transformação das carnes de aves em produtos

cárneos. Para satisfazer os objetivos de tal industrialização, como por exemplo,

aumentar a vida útil do produto, desenvolver diferentes sabores e utilizar partes

destas aves de difícil comercialização quando no estado fresco, é requerido o uso de

aditivos a fim de satisfazer as demandas do consumidor moderno. Alguns dos

aditivos e ingredientes mais comuns são água ou gelo, sais de cura, estabilizantes,

antioxidantes, corantes e outros (SILVA et al., 2000)

2.3.3.1 Gelo ou água gelada

A água é o mais importante componente de quase todos os alimentos. A

função da água na produção de derivados de carnes é colaborar na extração das

proteínas do interior da carne para a superfície, solubilizando- as, e também

dispersar uniformemente os ingrediente e aditivos na massa cárnea (MARQUES et

al., 2006).

A água gelada ou o gelo adicionado à massa de embutidos de frango

fornece qualidades funcionais consideráveis. O gelo e a água gelada, misturados à

massa durante as fases de mistura e emulsificação, permitem o “batimento” mais

Page 20: Desenvolvimento de linguiças frescais de filé de frango com queijo

19

prolongado e mais eficiente da massa sem superaquecimento mecânico. Isso é

possível baixando as temperaturas iniciais da massa (MARQUES et al., 2006).

De seu teor dependerá a textura, consistência, aspecto e até mesmo a cor do alimento.

A água é essencial para o crescimento de micro-organismos e também é o veículo para as

alterações químicas e bioquímicas, por isso a preservação de um alimento na maioria das

vezes está ligada à quantidade de água desse alimento.

A água tem efeito muito grande no custo do produto e, além disso, influi no

rendimento do processo e constitui-se em um dos principais ingredientes na formulação dos

alimentos, por isso a água utilizada deve ser límpida, incolor, sem cheiro e de sabor próprio

agradável, atendendo aos padrões microbiológicos e químicos estabelecidos pelo Decreto Nº

30691 do Regimento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal

(RIISPOA) (BRASIL, 1952), evitando com isso qualquer tipo de contaminação procedente da

sua utilização.

A água ou gelo adicionado à massa cárnea provoca considerável qualidade

funcional no produto elaborado, assim ajuda a resfriar a carne durante a operação de

mistura, a qual permite uma agitação mais eficiente e por mais tempo, sem sofrer o

aquecimento mecânico. Isto é realizado pela redução da temperatura inicial e pela

lubrificação da massa. Esta água adicionada ajuda na diluição dos sais de cura e do

cloreto de sódio, conferindo uma melhor textura e distribuição da massa, auxilia no

embutimento nas tripas e reduz o custo do produto (TERRA et al., 2004).

Adiciona-se água gelada/gelo à massa para diluir os ingredientes, resfriar a massa,

melhorar a textura e suculência, aumentar a fluidez, facilitando o embutimento. De acordo

com o R.I.I.S.P.O.A., a adição de água em forma de gelo, está restrita nos seguintes limites:

Art. 376. No preparo de embutidos não submetidos ao cozimento, é permitida a adição de

água ou gelo na proporção máxima de 3 %, calculados sobre o total de componentes e com

finalidade de facilitar a trituração e homogeneização da massa (SBRT, 2007).

2.3.3.2 Cloretos de sódio (sal comum)

Para realça o sabor característico e desejável em produtos cárneos, e tem efeito

bacteriostático pela redução da atividade da água, auxilia na dissolução das proteínas

miofibrilares, estabilizando misturas e emulsões (SBRT, 2007).

O sal ou cloreto de sódio tem como função na linguiça frescal: agir como agente

bacteriostático, intensifica os sabores e aromas, ajuda a solubiliza as proteínas responsáveis

Page 21: Desenvolvimento de linguiças frescais de filé de frango com queijo

20

pela formação da emulsão cárnea, diminui a atividade de água e age potencializando

substância conservadoras.

A quantidade de sal utilizada na elaboração de embutidos varia entre 1 e 5 %.

Os embutidos maturados contêm mais sal que os frescos. Este sal adicionado

desempenha as funções de dar sabor ao produto, atuar como conservante, solubilizar

as proteínas e aumentar a capacidade de retenção de água das proteínas. Apesar de

seus efeitos benéficos durante a elaboração dos embutidos, o sal precisa ser muito

bem dosado, pois também favorece a rancificação das gorduras (ORDÓÑEZ et al.,

2005).

O sal ou cloreto de sódio desempenha quatro funções no embutimento,

dissolver-se na água para formar a salmora,, a qual retarda o crescimento

microbiano, auxilia na solubilização das proteinas miofibrilares do músculo

finamente dividido para a emulsificação da gordura do embutimento emulsionados,

aumenta a capacidade de retenção de água e contribui para o gosto característico

básico, além do flavor cárneo natural (TERRA, et al., 2004)

2.3.3.3 Nitratos e nitritos

Os nitratos e nitritos desempenham um importante papel no

desenvolvimento das características essenciais dos embutidos, já que intervêm no

surgimento da cor característica destes, proporcionam um sabor e aroma especial ao

produto, possuem um efeito protetor sobre determinados micro-organismos como o

Clostridium botulinume retardam o desenvolvimento da rancificação (ORDÓÑEZ

2005; OLIVEIRA, ARAUJO, BORGO, 2005).

O nitrato não possui atividade antioxidante, mas tornam-se funcionais na

redução para nitrtito. O nitrito possui funções como a estabilização da cor,

melhoramento da textura, desenvolvimento do flavor característico dos produtos

curados, eliminação do favor de requentado e atividade antimicrobiana (TERRA et

al., 2004).

O nitrito e o nitrato desenvolvem a cor relativamente estável e características da carne

curada. Modificação o sabor e odor da carne fresca, bem como a redução da velocidade de

desenvolvimento da rancidez, aumentando a estabilidade na estocagem e inibição de

crescimento de microorganismos. Ajuda a conservar e inibir o crescimento de bactérias

patogênicas, e desenvolve a cor.

As atividades dos nitritos aumentam à medida que diminui o pH. A adição

de ácidos fracos, de glicono-lactona, ou a inoculação com lactobacilos potencializam

a atividade dos nitritos. O efeito dos nitritos deve ser levado em conta junto com

outros fatores como a atividade de água, o pH, a temperatura, o potencial redox, etc.

(ORDÓÑEZ et al., 2005).

Page 22: Desenvolvimento de linguiças frescais de filé de frango com queijo

21

2.3.3.4Antioxidante

Os antioxidantes são substâncias utilizadas para retardar as alterações

oxidativas nos produtos cárneos, que, embora manipulados e mantidos em condições

adequadas de embalagens e temperaturas, ficam expostos à deterioração de ordem

intrínseca, promovida por ações de enzimas, oxigênio existente no meio,

temperatura, luminosidade, etc. (ORDÓÑEZ et al., 2005).

São substâncias adicionadas para evitar os processos oxidativos (rancificação) dos produtos.

O antioxidante ajuda a aceleram a reação de cura, reagem quimicamente com o

nitritodiminuindo a concentração residual e estabiliza a cor e o sabor da linguiça frescal.

Os compostos antioxidantes são classificados segundo sua forma de ação protetora:

Antioxidante primário: possuem atuação redutora, inibindo os radicais livres;

Antioxidantes secundários: possuem capacidade e função quelante sobre os metais

catalíticos, evitando a reação destes elementos pró-oxidantes.

Quando a quantidade de antioxidante aplicado no embutido é insuficiente, pode ocorrer

oxidação das gorduras, resultando na rancidez do produto, além de provocar a perda da cor

vermelha brilhante (MARQUES et al., 2006).

2.3.3.5 Estabilizantes

Os estabilizantes são importantes ingredientes para a garantia da

estabilidade dos produtos cárneos, contribuindo para evitar a exsudação de água,

gordura e gel, bem como, para a obtenção do rendimento e da textura final desejada

para cada tipo de produto (MARQUES et al., 2006).

O estabilizante ajuda a aumenta a retenção de umidade do produto, com isso diminui

perdas durante o cozimento, melhorando a cor, o sabor e consistência do produto, assim

permite maior retenção do suco da própria carne (atividade de água) melhorando a textura nos

produtos cozidos, favorece e assegurar as características das emulsões, aumenta a estabilidade

da massa, melhora a CRA.

Os fosfatos colaboram na formação de emulsões estáveis capazes de reter

água e gordura, melhorando o rendimento sem prejudicar a suculência e textura do

produto final. Ajuda a ajustar o pH do sistema e favorece a expansão das fibras da

proteína da carne, permitindo a hidratação das mesmas ( EVANGELISTA et al.,

2008).

Page 23: Desenvolvimento de linguiças frescais de filé de frango com queijo

22

2.3.3.6 Acidulantes

Os acidulantes são substâncias utilizadas para modificar o pH dos

produtos, realçarem o sabor ácido dos alimentos, podendo agir como acelerados de

cura, antioxidantes e como conservantes, por apresentarem ação antibacteriana. Os

mais utilizados são: ácido cítrico, glucona delta lactonna (GDL) e ácido fosfórico

(MARQUES et al., 2006).

O acidulante tem efeito indispensável, pois são utilizados para modificar o pH dos

produtos cárneos, e ajudam a evitar o sabor a ranço.

2.3.3.7 Reguladores de acidez

Um exemplo de regulador de acidez é o lactato de sódio/potássio (INS

325/326), o qual possui sabor salino brando e é um agente bacteriostático de largo

especto, sendo que as bactérias Gram-positivas são mais inibidas do que as Gram-

negativas. O lactato faz aumentar a fase lagda bactéria e reduz a taxa de crescimento

da bactéria (MARQUES et al., 2006).

Outro regulador de acidez que pode ser citado é o citrato de sódio (INS 33liii), sendo

um sal de sódio proveniente do ácido cítrico. Possui função estabilizante, sinergista com outro

antioxidante, emulsificante e seqüestraste (MARQUES et al., 2006).

Este tem o objetivo de baixar a acidez do produto cárneo, assim reduzindo a taxa de

crescimento bacteriano.

2.3.3.8 Corante

Os corantes são utilizados para melhorar ou atribuir cor aos alimentos,

garantindo maior estabilidade de cor e deixando o produto final mais atrativo.

Estudos mostram que a cor é o mais importante fator na preferência do consumidor,

pois é o atributo de “qualidade” que mais facilmente desperta sua atenção

(MARQUES et al., 2006).

Adicionadas para substituir cores perdidas durante a preparação ou para tornar os alimentos mais

atrativos.

Os corantes são substâncias que transmitem aos alimentos novos cores ou

exaltam as que eles já possuem, com a finalidade de melhorar o seu aspecto. É bem

grande a lista de corantes avaliados pela OMS, porém reduzida parte deles por serem

considerados inócuos, tiveram seu uso autorizado (EVANGELISTA et al., 2008).

Os corantes são aplicados em alimentos:

Page 24: Desenvolvimento de linguiças frescais de filé de frango com queijo

23

Quando originariamente não têm coloração ou não apresentam cor apreciável.

Quando há perda ou redução de cor, durante o processamento.

2.3.3.9 Espessantes

Espessante, segundo Baruffaldi 1988, é a substância capaz de aumentar nos

alimentos, a viscosidade de soluções, de emulsões e de suspensões. São substâncias

químicas que aumentam a consistência dos alimentos. São hidrossolúveis e

hidrofílicas, usadas para dispersar, estabilizar ou evitar a sedimentação de

substâncias em suspensão.

Estabilizante, contudo, trata-se de substância que favorece e mantém as características

físicas das emulsões e das suspensões. Estes dois aditivos, geralmente são tratados juntos pelo

fato de existirem muitos espessantes com características e propriedades de estabilizantes.

Além disso, alguns estabilizantes não contidos na listagem dos espessantes

possuem capacidade de aumentar o grau de viscosidade das soluções, emulsões e

suspensões caracterizando-se, portanto como espessantes (EVANGELISTA et al.,

2008). A grande maioria dos espessantes é composto de carboidratos naturais (goma

guar, goma arábica) ou ainda o modificado quimicamente (carboximetil celulose).

2.3.3.10 Realçadores de sabor

Os realçadores de sabor são produtos capazes de realçar e melhorar o sabor

dos alimentos e derivados de carnes em geral. Dentre os mais utilizados, o glutamato

monossódico (INS 621), o inosianato de sódio (INS 631) e o guanilato de sódio

(INS 627) têm a função de melhorar e realçar o sabor dos produtos e proporcionar

harmonização dos diferentes sabores como doce, salgado, ácido, amargo e umami

(MARQUES et al., 2006).

O realçador de sabor ajuda a realçam o sabor nos alimentos cárneos, proporcionando e

melhorando o produto final.

2.3.3.11 Aromatizantes (Condimentos e Especiarias)

Os aromatizantes são substâncias que conferem ou intensificam o sabor e/ou aroma

dos alimentos. Os mais utilizados nos produtos cárneos de aves são óleos essenciais, óleos

resinas e aromas naturais (MARQUES et al., 2006).

Page 25: Desenvolvimento de linguiças frescais de filé de frango com queijo

24

Exercem a função de realçar o sabor e o flavor do salame, além de possuírem atividade

antioxidade e antimicrobiana.

A adição de determinados condimentos e especiarias dá lugar a mais distintiva das

características entre os embutidos crus e curados.

Normalmente são utilizadas mesclas de várias especiarias que podem ser

adicionadas inteiras ou não. Em geral, não se coloca mais que 1% do total do peso

da carne de especiarias. Além imprimir aromas e sabores especiais ao embutido,

certas especiarias, como a pimenta negra, a páprica, o tomilho e o alecrim, e

condimentos como o alho, têm propriedades antioxidantes (EVANGELISTA et al.,

2008).

Estes condimentos e especiarias possuem atividade antioxidante e

antimicrobiana. Vários condimentos e extratos são efetivos em gorduras, produtos

cárneos. Alguns aromatizantes como o alecrim, orégano, sálvia, cravo-da-índia e

pimenta-da-jamaica são alguns condimentos com significativas propriedades

antioxidantes em produtos alimentícios (TERRA et al., 2004).

2.3.3.12 Extensores, ligantes ou enchedores

A adição destes ingredientes em produtos cárneos visa aumentar o teor de proteína,

aumentar a estabilidade da emulsão, melhorar a capacidade de retenção de água e gordura,

melhorar a textura e o sabor, reduzir o encolhimento durante o cozimento, melhorar a

fatiabilidade, reduzir o custo da formulação e melhorar o rendimento.

Os extensores podem classificar de forma geral, de acordo com a sua funcionalidade em

dois grupos: aqueles que contribuem para a retenção de água e geleificação e com a

emulsificação de gorduras e; aqueles que contribuem para a retenção de água, mas participam

muito pouco ou não participam da emulsificação.

2.4 PROCESSOS DE ELABORAÇÃO DE LINGUIÇA

O padrão de Identidade e Qualidade das diferentes classes de linguiças é fixado pela

Instrução Normativa Nº 4, caracterizando como o produto industrializado como uso de

diferentes carnes de açougue, adicionado de ingredientes, embutido em envoltório natural ou

artificial submetido a processos tecnológico adequado (BRASIL, 2000). Em geral, as

linguiças são classificadas de acordo com a tecnologia de fabricação adotada, podendo ser um

produto fresco, seco, curado e/ou maturada, cozido, e outras formas.

Page 26: Desenvolvimento de linguiças frescais de filé de frango com queijo

25

Os métodos de processamento são de fácil entendimento, mas há a necessidade de se

respeitar etapas para que ocorra a necessária sinergia entre as matérias-primas cárneas e os

ingredientes adicionados, visando à obtenção de produtos com qualidade garantida.

O processamento da linguiça frescal se dá de acordo com o fluxograma demonstrado na

Figura 2.

Figura 2: Fluxograma de processamento de lingüiça frescal

2.4.1 Picagem/Moagem da Carne.

A carne deve ser moída com auxílio de equipamentos do tipo moedores. As pesagens

de um mesmo lote devem ser identificadas e mantidas juntas, para a seqüência do processo

(FILHO BERTO, OLIVO et al., 2006).

A matéria-prima (carne, toucinho ou papada) deve ser reduzida a pedaços

que possam entrar sem dificuldades pelo bocal do moedor. Dessa matéria-prima, as

carnes duras devem ser finamente moídas, enquanto as mais macias e as gorduras

devem, em discos de maior calibre. A temperatura da carne a ser moída deve ser de

0 a 4 °C, pois a moagem provoca um aquecimento indesejável à carne. (BRESSAN;

PEREZ, 2001)

PICAGEM E MOAGEM DAS MATERIAS PRIMAS

PESAGEM E SELEÇÃO DE MATÉRIAS-PRIMAS E

INGREDIENTES

ADIÇAO DE ADITIVOS E MISTURA DA MASSA

CURA

EMBUTIMENTO DA MASSA

EMBALAMENTO

POSICIONAMENTO

Page 27: Desenvolvimento de linguiças frescais de filé de frango com queijo

26

2.4.2 Pesagem e Seleção de Ingredientes e Matérias-Primas

A pesagem, principalmente dos ingredientes não-cárneos, deve ser criteriosa. Para isto

é recomendado o uso de balanças com precisão de um grama, impossibilitando variações que

resultem em sabores em desacordo ao padrão estabelecido (ORDÓÑEZ et al., 2005).

A procedência dos aditivos e ingredientes, sem duvida é o

diferencial para produzir um produto de qualidade e seguro. Desta forma, deve-se

verificar sempre a granulométrica, pH, equivalência, presença de matérias estranhos,

funcionalidade e autorização de uso do produto (AUP) junto ao Ministério da

Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) (FILHO BERTO, OLIVO et al.,

2006).

Toda carne deve ser utilizada preferencialmente na forma resfriada e com pH normal.

Carnes oriundas de abate recente e que não tenham sofrido congelamento, apresentam melhor

aparência e estabilidade ao produto final.

O congelamento de uma carne causa desnaturação parcial das proteínas naturais e

caso a mesma seja utilizada para a elaboração de linguiças frescais, comprometerá o

brilho vítreo típico das boas linguiças, bem como uma menor capacidade de

retenção de umidade. Carnes com pH muito baixo poderão resultar em produto

instável, de pouco brilho e com maior perda de umidade do que o normal, quando de

sua conservação e cozimento (EVANGELISTA et al., 2008)

É interessante mencionar que os brasileiros apreciam as linguiças de tonalidades

direcionadas para a cor vermelha, sendo assim, o uso de corantes naturais são fundamentais

para as linguiças com carnes brancas (SILVA et al., 2000).

Porém, cuidados devem ser tomados na escolha de um corante, como a concentração e

a forma de emprego, bem como o devido treinamento aos operacionais, pois um leve excesso

poderá conferir coloração artificial, como um atributo indesejável.

2.4.3 Adições de Aditivos e Mistura da Massa

Nesta etapa, ocorrem à homogeneização entre as carnes, gorduras, sal, água, aditivos,

condimentos e outros componentes, conforme formulação, em um equipamento misturador,

onde permanecem por tempo suficiente para a completa mistura e incorporação de todos os

ingredientes.

O misturador deve estar programado para trabalhar com suas pás homogeneizadoras

em baixa rotação ou velocidade, promovendo leve massageamento das carnes e a mistura

uniforme dos ingredientes (ORDÓÑEZ et al., 2005).

Page 28: Desenvolvimento de linguiças frescais de filé de frango com queijo

27

Os temperos utilizados na formulação devem ser previamente separados e

dissolvidos em água gelada. Após a moagem, os componentes da formulação (carne,

toucinho, outros ingredientes e os temperos) devem ser transferidos a um recipiente

próprio e misturados de forma homogênea para que essa massa obtenha uma boa

liga. O uso da água gelada, além de facilitar a diluição dos condimentos e a

homogeneização do tempero à massa, contribui para a redução da temperatura do

material. A seguir, a massa pode descansar por algumas horas sob temperatura de

refrigeração (Bressan& Perez, 2001).

A aplicação de ingredientes obrigatórios e opcionais deve respeitar

sequência no momento da mistura, possibilitando a extração de proteínas solúveis

em água (sarcoplásticas) e em sal (miofibrilares), etapas esta importantíssima para

conferir a estabilização da massa (ORDÓÑEZ et al., 2005).

A adição dos ingredientes deve respeitar uma seguinte ordem, no misturador colocar a

carne, gordura. Em recipiente com a água com seu peso certo, diluir nesta água o sal, cura,

condimento, e especiarias, reservar a proteína e espessante, e por ultimo a adição do

estabilizante e o antioxidante. Deve-se lembrar de toda vez que não pode misturar a cura com

o antioxidante, pois o mesmo perde força sobre o produto final.

O tempo de mistura deve ser de poucos minutos, apenas o suficiente para a

devida homogeneização e a extração parcial das proteínas solúveis, necessárias para

contribuir na formação de uma malha protéica estabilizadora e retentora de umidade.

A homogeneização mais acentuada promove o atrito da massa em demasia,

aquecimento e principalmente a extração exagerada das proteínas solúveis. Uma

eventual extração exagerada de proteína conferirá apresentação “esbranquiçada”, ao

produto final, que poderá ser visualmente confundida como um produto com

excesso de gordura. A utilização de carnes previamente congeladas favorecerá a

ocorrência deste fenômeno, pois o congelamento, além de provocar desnaturação

protéica, causa rompimento de membranas, permitindo a exsudação das proteínas

naturais, principalmente das sarcoplasmáticas, que são solúveis em água e tem o

aspecto esbranquiçado (FILHO BERTO, OLIVO et al., 2006).

Para massageamento da carne um bom misturador, o que proporciona liga à mistura,

melhora a capacidade de retenção de água e resulta em maciez e suculência no momento da

sua apreciação degustativa.

2.4.4 Cura

O processo de cura pode ser definido como as reações químicas que ocorrem entre as

matérias-primas cárneas e os demais ingredientes adicionados, promovendo uma infinidade de

Page 29: Desenvolvimento de linguiças frescais de filé de frango com queijo

28

interações entre as diferentes moléculas orgânicas e inorgânicas. O resultado dessas reações

químicas conferirá o sabor, aroma, cor e demais características típicas de cada produto.

Reações microbiológicas também estão envolvidas e favorecem, quando

sob controle, positivamente nos aspectos do produto. Portanto, o processo de cura

nada mais é do que a maturação da massa (FILHO BERTO, OLIVO et al., 2006).

Os sais, como o sal comum e o sal de cura têm funções especiais durante a

cura. Eles promovem a solubilização de moléculas favorecendo suas interações

químicas, conferem sabor, tem efeito conservante e no caso dos sais de cura

promovem a cor estável rósea (ORDÓÑEZ et al., 2005).

O tempo de cura, ou maturação da massa, é variável e cada

fabricante adota seu próprio método, conforme sua capacidade produtiva, espaço

físico disponível, disponibilidade de utensílios necessários como tanques de

armazenamento da massa e câmaras frias ou outro ambiente climatizado. De

qualquer forma, o ideal para o melhor processo de maturação, sob o ponto de vista

físico-químico, é que a massa permaneça sob temperatura entre 5 e 12 °C pelo

tempo mínimo de 6 h e máximo de 18 h. Sob estas condições de tempo e

temperatura, há a oportunidade de maiores interações químicas entre as diferentes

moléculas, principalmente das interações proteínas-proteínas, proteínas-gorduras,

proteínas-carboidratos que irão formar uma malha protéica (gel ou liga) que

conferirá a textura e estabilidade, bem como as características sensórias desejadas.

Sob temperatura mais baixa e tempos menores, estas reações não ocorrem

devidamente e o produto pode apresentar-se instável, com a liberação de umidade no

pacote, rompimento de sua estrutura e tripa quando do cozimento, entre outros

problemas. Por outro lado, em temperaturas mais elevadas e por maior tempo,

haverá a oportunidade de reação físico-química e microbiológica indesejáveis, como

o ranço oxidativo, crescimento micro-organismos e a produção de suas toxinas

(FILHO BERTO, OLIVO et al., 2006).

Nesta etapa é importante manter os tanques acondicionados

protegidos com cobertura plástica, para evitar desidratação superficial da massa, seu

escurecimento, entrada de umidade formada dentro da câmara e outras intempéries

que possam contaminar o produto (FILHO BERTO, OLIVO et al., 2006).

2.4.5 Embutimento da Massa

A massa (carne, toucinho e condimentos previamente misturados) deve ser

embutida como uma massa compacta, sem espaço de ar. As bolhas de ar podem

causar oxidação e escurecimento nas regiões circunvizinhas a elas, comprometendo

a apresentação do produto final. Nessa operação, pode ser usada embutideira ou

funil (FILHO BERTO, OLIVO et al., 2006).

Page 30: Desenvolvimento de linguiças frescais de filé de frango com queijo

29

A mistura pronta e transferida para a embutideira e embutida em tripas

próprias aos tipos de linguiças formuladas (tripa suína ou ovina), com calibres

específicos. No caso de tripas suínas, ocorre uma preparação previa, na qual as tripas

são enxaguadas, para remoção de sal e hidratação, e colocadas no vinagre; em

seguida, elas são colocadas em tubos, operação chamada de corrugarão, de acordo

com o calibre necessário para o embutimento do produto (ORDÓÑEZ et al., 2005).

Como envoltórios para as linguiças frescais são utilizadas tripas artificiais ou naturais

de suínos, bovinos ou ovinos, com calibre médio (28-32 mm), previamente umedecido.

Simultaneamente ao enchimento da tripa com a massa, são realizadas as torções na tripa.

Normalmente, as torções são feitas a cada 10 cm. No caso de envoltório natural, a pressão da

massa não deve ser grande, pois esse tipo de envoltório pode encolher após o processo

(SBRT, 2007).

Esta etapa do processamento é critica, pois durante o ato de passagem por

dentro do funil, a massa sofre pressão e esmagamento, bem como a ação de força

centrifuga que empurra as partículas menores ou menos densas para a periférica.

Este material menos densidade migra para a periferia das linguiças, situando-se entre

a estrutura da massa e da tripa. Isso ocorre principalmente quando o uso de funis

longo e finos, os quais propiciam maior atrito e maior período de força centrifuga,

conferindo então apresentação negativa, esbranquiçada, que pode ser confundida

com um produto com excesso de gordura ou qualidade inferior (FILHO BERTO,

OLIVO et al., 2006).

2.4.5.1 Envoltório ou tripas

As tripas de diversos animais vêm sendo usadas como invólucro tradicional

de produtos embutidos Este tipo de tripa devem ser muito bem lavadas, higienizadas

e secas antes de serem utilizadas, para que não se tornem veículo para

contaminações bacterianas. As tripas naturais podem ser gordas, semi-gordas e

magras (ORDÓÑEZ et al., 2005).

As tripas ou envoltório, naturais ou artificiais, conferem a forma e o calibre

final das linguiças. No caso das linguiças de frango, as mais utilizadas são as tripas

naturais de carneiro de 16 a 26 mm de diâmetro. As tripas suínas também são

utilizadas, preferencialmente as de calibre 28 a 32 mm. Além das tripas naturais, tem

crescido a produção de linguiças de frango em envoltório industrializado,

principalmente de colágeno, uma proteína natural, e, portanto comestível. Nestes

últimos casos utilizam-se calibres de 20 a 32 mm, pois as tripas de colágeno com

calibres superiores são mais espessas apresentando assim, maior dificuldade de

mastigação (FILHO BERTO, OLIVO et al., 2006).

Page 31: Desenvolvimento de linguiças frescais de filé de frango com queijo

30

As tripas naturais são conservadas em sal e antes de serem enviadas ao setor de

embutimento devem ser devidamente lavadas em água corrente, desinfetadas e depois

repousarem pelo menos pro 30 minutos em água sob temperatura ambiente para que ocorra a

hidratação da mesma. A lavagem e desinfecção são necessárias para a retirada do sal,

conservantes e eventuais odores típicos que a tripa possa apresentar. A hidratação é

importante para que elas tornem-se flexíveis e o operador tenha maior facilidade de encamisá-

la no funil de embutimento (SBRT, 2007).

As tripas são um importante recurso tecnológico no processamento de

carnes. Existe uma grande diversidade de tripas artificiais e naturais disponíveis no

mercado. A escolha da melhor opção requer conhecimento das características da

tripa, de sua manipulação e do produto que se deseja embutir. Alterações na

qualidade das tripas devem ser monitoradas e ações corretivas devem ser executadas

para garantir a qualidade dos produtos aos consumidores, maior objetivo de qualquer

cadeia produtiva (TERRA et al., 2004).

Algumas alterações de caráter bioquímico e microbiológico podem prejudicar o

desempenho de uma tripa natural em sua função de acondicionar um determinado produto

cárneo. A putrefação ocorre pela ação de micro-organismos esporogênicos oriundos do

próprio trato intestinal do animal abatido e manifestam-se quando as tripas são deixadas em

ambientes com temperatura elevada ou em água morna por períodos prolongados. Outra

alteração indesejável é a rancificação, oriunda da oxidação lipídica da gordura mesentérica,

presente em grande quantidade nas tripas. As características sensoriais da tripa rançosa podem

ser transmitidas ao embutido e, assim, devem ser dispensadas. O “vermelhão”, também

indesejável, pode prejudicar a qualidade das tripas e é causado pelo crescimento de bactérias

cromogênicas vermelhas, como as Halobacteriumcutirubrum. O Controle de Qualidade das

empresas deve estar atento às diversas alterações que as tripas podem sofrer, e assim prevenir

a rejeição dos embutidos junto aos consumidores (SBRT, 2007).

2.4.6 Posicionamento

O posicionamento para a formação das unidades de gomos é realizado por

barbantes ou por torcimento, manual ou mecânico, gerando gomos unidos e

contínuos. No caso mecânico, o torcimento é realizado por máquinas automáticas e

no caso manual, pelos operadores de linha, obtendo-se gomos em média de 10 cm de

comprimento e peso de 70 g, no caso dos calibres de 26 a 32 mm. Algumas

máquinas apresentam recursos para formar gomos com padrões de peso, com

variação de poucas gramas. Neste caso, o equipamento é dotado de um sistema de

Page 32: Desenvolvimento de linguiças frescais de filé de frango com queijo

31

pesagem interna, programável, o qual dosa a saída de massa de acordo com o peso

desejado por gomo (FILHO BERTO, OLIVO et al., 2006).

Os calibres finos, não são porcionados, sendo comercializado com gomos em

tamanhos variados ou pedaços, geralmente é produzida a linguiça frescal calabresa.

2.4.7 Resfriamento/congelamento

A utilização do frio na conservação da carne e produtos cárneos é o princípio mais

usado. As carnes e seus derivados, de uma maneira geral se adaptam muito bem ao

congelamento, facilitando sua conservação por muito tempo. Com a utilização do frio, há

diminuição de reações enzimáticas, retardamento de reações químicas e inibição de

crescimento microbiano (SBRT, 2007).

Para a comercialização na forma resfriada ou congelada, o produto recebe

identificação com selo, é pesado dentro da embalagem primária, constituída de sacos

plásticos variado, com padrões de peso de acordo com e estabelecido pelo mercado.

Após a embalagem primária, seguem para seu respectivo tratamento de frio

(resfriamento ou congelamento). Algumas empresas finalizam o fechamento do

produto na embalagem secundária (caixas de papelão), antes de resfriar ou congelar,

com a continuidade da linha para uma sala específica de embalagem secundaria após

a qual, seguem então para o tratamento de frio, o qual é realizado com o produto

dentro da caixa de papelão (ORDÓÑEZ et al., 2005).

O produto resfriado é mantido em câmaras com controle de temperatura de (-2 a 2 ºC)

e depois é transportado e comercializado com temperatura não superior a 7 ºC, com tempo de

vida útil variável de duas a quatro semanas, dependendo das tecnologias e padrões de

qualidade adotados pela empresa.

A versão congelada permanece em túneis de congelamento até atingir a

temperatura de -12 a -18 ºC, sendo armazenada e transportada com temperatura não

superior a – 8 ºC, com prazo de validade de 4 a 12 meses, conforme os métodos e

mercado da empresa fabricante (FILHO BERTO, OLIVO et al., 2006).

Page 33: Desenvolvimento de linguiças frescais de filé de frango com queijo

32

3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 PROCESSAMENTOS DAS LINGUIÇAS FRESCAIS

O processamento das linguiças frescais de frango tradicional e com dois diferentes

sabores (queijo e azeitona) foi realizado na Frinal Alimentos, situada na cidade de Garibaldi-

RS.

3.1.1 Processamento da Linguiça de Filé de Frango (controle)

A linguiça frescal de filé de frango, a qual é atualmente comercializada pela empresa

Frinal Alimentos, foi utilizada como controle no presente trabalho, tendo seus ingredientes

expressos na Tabela 1.

Tabela 1. Formulação da linguiça de frango tradicional (controle)

Matéria-prima

Frango

Pele

Ingrediente

Água

PTS

Emulsificante

Realçador de sabor

Estabilizante

Antioxidante

Pimenta branca

Salsa

Salvia

Alho

Condimento de frango

Corante

Açúcar Cristal

Page 34: Desenvolvimento de linguiças frescais de filé de frango com queijo

33

Conforme demonstrado na Tabela 1, para o processamento da linguiça de frango

tradicional (controle), utilizaram-se como matérias-primas pele e carne de frango (filé e

recorte) adquirida de um abatedouro frigorífico local com Inspeção Federal. Estas matérias-

primas foram obtidas após o abate e logo transportadas sob-refrigeração até o setor de

embutidos da empresa Frinal Alimentos, as quais foram recebidas a uma temperatura de 4 ºC

e em seguida transportadas à câmara fria de matéria-prima com uma temperatura de -1 ºC.

As etapas de elaboração da linguiça de filé de frango foram seguidas conforme

demonstrado na Figura 6. No momento do processamento, a carne de frango foi selecionada,

com a retirada de ossos, cartilagens e hematomas, sendo posteriormente moída (disco 10

mm). Já a pele de frango foi moída em disco 6 mm. Após moagem, as matérias-primas foram

encaminhadas para o misturador, onde foram homogeneizadas com os demais ingredientes

(Tabela 1). Salienta-se que a proteína texturizada de soja e o emulsificante foram

acrescentados após alguns minutos de mistura, seguido da adição do estabilizante e do

antioxidante.

A massa obtida com temperatura máxima de 5 ºC a 6 ºC foi conduzida para câmara

fria para o tempo de cura (6 a 8 horas). Posteriormente, a massa foi embutida em tripa natural

de suíno (calibre 28 a 32 mm) e acondicionada em embalagens de polietileno, mantida sob-

refrigeração.

Com o propósito de elaboração e futuro lançamento de produtos inovadores no

mercado, partindo-se da formulação base da linguiça frescal de frango, procedeu-se com a

elaboração e preparo de formulações de linguiças frescais de frango sabores queijo e azeitona.

Para realização da linguiça de frango com queijo, foi utilizado queijo parmesão e mussarela, e

para a linguiça de frango com azeitona foi utilizado azeitona em cubos.

3.1.2 Elaboração de Linguiça de Filé de Frango com Queijo

A linguiça de filé de frango com queijo foi elaborada a partir de filé de frango de

queijo mussarela e parmesão com percentuais iguais, conforme formulação expressa na

Tabela 2.

As etapas de elaboração da linguiça frescal de frango com queijo foram seguidas

conforme demonstrado na Figura 6 e de maneira similar ao processamento da linguiça frescal

de frango.

Page 35: Desenvolvimento de linguiças frescais de filé de frango com queijo

34

A moagem das matérias-primas carne de frango (filé e recorte) e pele foi realizada,

similarmente ao ocorrido no processamento da linguiça de frango, em disco 10 e 6 mm,

respectivamente; já o toucinho suíno, em disco de 8 mm.

Nesta formulação foi acrescido toucinho, o que não contava na formulação original,

pois a mesma tem expressado nos ingrediente que este produto não contém toucinho suíno.

Para posterior lançamento desta linguiça de filé de frango com queijo o mesmo deverá conter

ou estar expressos nos ingredientes, que contém toucinho suíno na formulação.

Tabela 2. Formulação de linguiça de frango com queijo

Matéria-prima Quantidade (%)

Frango 51,16

Toucinho 19,68

Pele 7,88

Ingrediente

Água 11,80

PTS 1,57

Emulsificante 0,79

Realçador de sabor 0,24

Estabilizante 0,20

Antioxidante 0,79

Pimenta branca 0,02

Cura 0,79

Salsa 0,04

Salvia 0,01

Alho 0,24

Condimento frango 0,63

Sal 1,01

Queijo mussarela e parmesão 3,15

3.1.3 Elaboração de Linguiça de Filé de Frango com Azeitona

A linguiça de filé de frango com azeitona foi elaborada a partir de peito de frango e

azeitona, conforme formulação expressa na Tabela 3.

Page 36: Desenvolvimento de linguiças frescais de filé de frango com queijo

35

As etapas de elaboração da linguiça frescal de frango com azeitona foram seguidas

conforme demonstrado na Figura 2 e de maneira similar ao processamento da linguiça frescal

de frango.

A moagem das matérias-primas carne de frango (filé e recorte) e pele foi realizada,

similarmente ao ocorrido no processamento da linguiça de frango, em disco 10 e 6 mm,

respectivamente; já o toucinho suíno, em disco de 8 mm.

As azeitonas utilizadas nesta formulação tiveram o caroço retirado, sendo

posteriormente lavadas e picadas em cubos pequenos.

Nesta formulação foi acrescido toucinho, o que não contava na formulação original,

pois a mesma tem expressado nos ingrediente que este produto não contém toucinho suíno.

Para posterior lançamento desta linguiça de filé de frango com azeitona o mesmo deverá

conter ou estar expressos nos ingredientes, que contém toucinho suíno na formulação.

Tabela 3. Formulação de linguiça de frango com azeitona

Matéria-prima Quantidade (%)

Frango 51,98

Toucinho 20,00

Pele 8,00

Ingrediente

Água 12,00

PTS 1,60

Emulsificante 0,80

Realçador de sabor 0,24

Estabilizante 0,20

Antioxidante 0,80

Pimenta branca 0,02

Salsa 0,03

Salvia 0,01

Alho 0,24

Condimento Frango 0,64

Sal 1,03

Azeitona 1,60

Page 37: Desenvolvimento de linguiças frescais de filé de frango com queijo

36

3.2 ANÁLISE SENSORIAL

Procedeu-se com análise sensorial dos dois tipos de linguiça frescal (queijo e azeitona)

desenvolvidas, utilizando-se a linguiça de frango tradicional como padrão.

A análise sensorial foi realizada na empresa Frinal Alimentos, utilizando-se uma

equipe de julgadores não treinados com aproximadamente vinte pessoas, a qual foi composta

por funcionários da indústria, escolhidos aleatoriamente. Na avaliação sensorial das linguiças

foi solicitado aos provadores que avaliassem a cor, o odor, o sabor, a suculência e a qualidade

geral dos produtos elaborados.

Para esta avaliação das formulações I e II, não foi utilizada ficha sensorial, mas ouve

uma análise sensorial verbal, onde os julgadores provaram e comentavam sobre as linguiças,

com os comentários anotados, poderíamos melhorar e modificar onde seria necessário para

poder chegar a uma linguiça com todos os atributos e com uma formulação mais redonda.

Antes de realizar a ficha sensorial, foi feita duas análise sensorial verbal e uma análise

sensorial com ficha, formulação III.

Após adaptações nas formulações das linguiças frescais de frango com queijo e frango

com azeitona baseadas nas considerações dos julgadores, foi analisada a aceitação destas

linguiças utilizando-se uma escala hedônica não estruturada de nove pontos, variando do

gostei muitíssimo ao desgostei muitíssimo; sendo que os atributos avaliados foram cor, odor,

suculência, sabor e qualidade geral. Além disso, foi verificada a intenção de compra dos

produtos utilizando-se uma escala de cinco pontos, variando do certamente compraria ao

certamente não compraria.

Para esta análise sensorial, cuja ficha está apresentada no anexo I, codificou-se as

amostras de linguiça frescal com números aleatórios de três dígito. A equipe de julgadores foi

composta por funcionários da Frinal Alimentos, totalizando 50 pessoas.

As amostras foram servidas com tamanhos relativamente iguais para todos os

julgadores. As primeiras amostras foram servidas quentes, e as ultimas já estava fria, isso

devido o local que não tinha onde aquecer, e o fato das pessoas virem em grupos separados,

devido seu horário de intervalo. Foram servidas de forma aleatória as amostras aos julgadores,

para que não tivesse a impressão que umas das amostras fossem melhor que a outra.

Page 38: Desenvolvimento de linguiças frescais de filé de frango com queijo

37

3.3 ANÁLISES ESTATÍSTICAS

Os resultados da análise sensorial foram avaliados através de comparação de médias

por análise de variância (ANOVA), teste de Tukey (DUTCOSKY, 2007), utilizando-se um

nível de significância de 5 %.

Page 39: Desenvolvimento de linguiças frescais de filé de frango com queijo

38

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na formulação I, à amostra de linguiça de filé de frango com queijo, os julgadores não

puderam perceber o odor e o sabor deste ingrediente. Além disto, foi relatado que esta não

apresentava suculência, ou seja, encontrava-se seca, e que o ingrediente sálvia se destacou

muito no sabor. Para esta linguiça (frango com queijo), apenas o atributo aparência era

característico.

Na formulação I, à amostra de linguiça de filé de frango com azeitona, os julgadores

não conseguiram perceber o sabor e o odor deste ingrediente, apenas relataram, ao final da

deglutição, algo que lembrava azeitona. Quanto à suculência e aparência, esta linguiça (frango

com azeitona) encontrava-se com os aspectos característicos de linguiça frescal.

Desta forma, para solucionar estes problemas, procedeu-se com alterações nas

formulações das duas linguiças frescais.

Na linguiça de filé frango com queijo, para amenizar a sensação de secura no produto,

foi acrescido gordura, representado pelo toucinho (formulação II de linguiça de filé de frango

com queijo), conforme Tabela 4. Além disto, com o intuito de aumentar o odor e sabor a

queijo, procedeu-se com a substituição dos queijos parmesão e mussarela pelo queijo

provolone, formulação II (Tabela 4). Uma vez que o ingrediente sálvia se destacou no sabor

da referida linguiça frescal, o mesmo foi retirado da formulação; bem como se diminuiu o

condimento frango, a fim de salientar o sabor de queijo, e amenizar o sabor residual de

condimento nas retro nasais.

Na linguiça de frango com azeitona, para aumentar a percepção dos julgadores perante

este ingrediente, adicionou-se mais de azeitona na formulação, conforme expresso na Tabela

5 (formulação II de linguiça de filé de frango com azeitona). Além disto, para impedir que a

sálvia mascarasse o sabor da azeitona, procedeu-se com a retirada deste ingrediente da

formulação, bem como se diminuiu o condimento frango, a fim de salientar o sabor de

azeitona, e evitar o sabor residual nas retro nasais causados pelo condimento (Tabela 5),

Page 40: Desenvolvimento de linguiças frescais de filé de frango com queijo

39

Tabela 4. Formulação II de linguiça de filé de frango com queijo

Matéria-prima Quantidade (%)

Frango 50,37

Toucinho 21,00

Pele 7,78

Ingrediente

Água 11,62

PTS 1,50

Emulsificante 0,78

Realçador de sabor 0,24

Estabilizante 0,19

Antioxidante 0,78

Pimenta branca 0,02

Salsa 0,04

Alho 0,24

Condimento Frango 0,54

Sal 1,01

Cura 0,78

Provolone 3,10

Page 41: Desenvolvimento de linguiças frescais de filé de frango com queijo

40

Tabela 5. Formulação II de linguiça de filé de frango com azeitona

Matéria-prima Quantidade (%)

Frango 51,20

Toucinho 19,69

Pele 7,88

Ingrediente

Água 11,82

PTS 1,56

Emulsificante 0,79

Realçador de sabor 0,24

Estabilizante 0,20

Antioxidante 0,79

Pimenta branca 0,02

Salsa 0,04

Alho 0,24

Condimento Frango 0,55

Sal 1,02

Cura 0,79

Azeitona 3,15

A fim de se verificar a aceitação e as considerações dos provadores perante as novas

formulações (Formulações II, Tabelas 4 e 5), procedeu-se novamente uma análise sensorial

para a formulação de linguiça frescal de filé de frango com queijo, os julgadores puderam

sentir o odor e o sabor, no entanto, mantiveram a opinião de que a mesma estava sem

suculência, ou seja, encontrava-se seca; e com um sabor residual.

Com relação à amostra de linguiça de frango com azeitona, os julgadores relataram

sentir o sabor da azeitona demasiadamente picante. Além disto, quanto à suculência, odor e

aparência, os julgadores relataram aspectos características ao padrão.

Desta forma, para solucionar estes problemas, procedeu-se com novas alterações nas

formulações das duas linguiças frescais. Na linguiça de filé de frango de com queijo, para

amenizar a sensação de secura no produto, foi acrescido mais gordura, representada pelo

toucinho, formulação III de linguiça de frango com queijo, conforme Tabela 6. Para diminuir

o sabor residual e destacar o sabor de queijo, foi eliminado o condimento de frango, sendo

este substituído por o condimento especifico de queijo, um lançamento no mercado. O queijo

Page 42: Desenvolvimento de linguiças frescais de filé de frango com queijo

41

provolone foi substituído por queijo mussarela, pois como o condimento era especifico para

linguiça de queijo, já continha sabor, faltava apenas o aspecto de queijo, por isso que houve a

substituição do mesmo. No caso do uso do queijo provolone o mesmo poderia demasiar muito

o sabor queijo.

Na linguiça de frango com azeitona, para diminuir a picância demasiada provocada

pela azeitona, optou-se pela redução de tal ingrediente para, na linguiça de frango com

azeitona, conforme expresso na Tabela 7.

Tabela 6. Formulação III de lingüiça de frango com queijo

Matéria-prima Quantidade (%)

Frango 49,60

Toucinho 22,00

Pele 7,91

Ingrediente

Água 11,45

PTS 1,54

Emulsificante 0,76

Realçador de sabor 0,23

Estabilizante 0,19

Antioxidante 0,76

Pimenta branca 0,02

Salsa 0,04

Alho 0,23

Condimento queijo 0,46

Cura 0,76

Sal 1,00

Mussarela 3,05

Page 43: Desenvolvimento de linguiças frescais de filé de frango com queijo

42

Tabela 7. Formulação III de lingüiça de frango com azeitona

Matéria-prima Quantidade (%)

Frango 51,41

Toucinho 19,78

Pele 7,91

Ingrediente

Água 11,86

PTS 1,58

Emulsificante 0,79

Realçador de sabor 0,24

Estabilizante 0,20

Antioxidante 0,79

Pimenta branca 0,02

Salsa 0,04

Alho 0,24

Condimento frango 0,55

Cura 0,79

Sal 1,03

Azeitona 2,77

A fim de se verificar a aceitação das linguiças processadas com as novas formulações

(Formulações III, Tabelas 6 e 7), bem como a intenção de compra destes produtos, procedeu-

se novamente uma análise sensorial.

Mediante análise de variância dos dados do Teste de Aceitação, foi possível observar

que houve diferença significativa entre as linguiças de queijo, azeitona e a padrão (linguiça de

frango), a um nível de significância de 5 % para todos os atributos (odor, cor, suculência,

sabor e qualidade geral), uma vez que o F calculado (Tabela 7) foi maior que o F tabelado

(3,10).

Tabela 8. F calculado e diferença mínima significativa (dms) dos atributos

Atributos

Odor Cor Suculência Sabor Qualidade geral

Fcalc 10,67 4,04 6,89 14,25 9,75

Dms 0,68 0,69 0,73 0,78 0,61

Page 44: Desenvolvimento de linguiças frescais de filé de frango com queijo

43

Como houve diferença significativa entre os atributos, foi realizado o teste de

comparação múltipla para verificar quais amostras diferiram entre si. Para tanto foi calculada

a diferença mínima significativa utilizando o teste de Tukey. Na Tabela 8 são apresentadas as

médias dos atributos com as respectivas indicações de igualdade entre as amostras.

Tabela 9. Médias dos valores atribuídos pelos provadores para cada atributo

Atributos Linguiças

Padrão* Azeitona Queijo

Odor 5,44b 5,72

a 6,71

a

Cor 5,32b

5,66a,b

6,12a

Suculência 5,07b 5,40

a 6,18

a

Sabor 5,49b

6,36c

7,24a

Qualidade global 6,03b

6,37a

7,13a

*Linguiça formulada com filé de frango; ***Médias seguidas pela mesma letra na

linha não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5 % de probabilidade.

A amostra que teve maior aceitação pelos provadores em relação ao odor, e que

apresentou diferença significativa (p<0,05) em relação às demais linguiças, foi a de frango

com queijo, a qual teve média de 6,71, ou seja, muito próxima ao “gostei regularmente” na

escala hedônica. A segunda amostra mais aceita em relação ao odor foi a linguiça de frango

com azeitona, a qual apresentou média de 5,72, próxima ao “gostei ligeiramente” na escala

hedônica; seguida da linguiça de frango padrão, com média 5,44 (próxima ao “gostei

ligeiramente”), não diferindo estatisticamente entre si.

Em relação ao atributo cor, a linguiça de queijo diferiu significativamente da amostra

padrão (linguiça de frango) e foi a mais aceita pelos provadores, tendo média de 6,12. Já as

amostras linguiça padrão e linguiça de azeitona tiveram os menores níveis de aceitação dos

provadores em relação à cor, conforme demonstrado na Tabela 8, não diferindo

significativamente entre si (p<0,05). Resultados similares foram encontrados em relação ao

atributo suculência, sendo a linguiça de queijo a mais aceita, tendo média de nota próxima ao

“gostei ligeiramente”.

Conforme a Tabela 8, em relação ao atributo sabor, todas as amostras diferiram

significativamente entre si (p<0,05). A amostra que teve maior aceitação em relação a este

atributo foi à linguiça de queijo, a qual teve média de 7,24, ou seja, muito próxima ao “gostei

muito” na escala hedônica. A segunda amostra mais aceita em relação ao sabor foi a linguiça

de azeitona, com média de 6,36, próxima ao “gostei regularmente”; seguida da linguiça de

Page 45: Desenvolvimento de linguiças frescais de filé de frango com queijo

44

frango padrão, com média 5,49, avaliação próxima ao “gostei ligeiramente” na escala

hedônica.

Em relação ao atributo qualidade geral, as amostras linguiça de azeitona e linguiça de

frango padrão foram às menos aceitas pelos provadores, não diferindo significativamente

entre si. A linguiça de queijo, que foi a mais aceita pelos provadores, diferiu estatisticamente

das demais, apresentando média de notas 7,13 (Tabela 8).

Considerando os resultados apresentados anteriormente (Tabela 2) referentes ao teste

de aceitação, foi possível constatar que as linguiças elaboradas com os sabores inovadores,

linguiças de filé de frango com queijo e com azeitona, foram as mais aceitas de forma geral,

sendo que a de queijo sobressaiu-se em relação a todos os atributos avaliados.

A formulação de linguiça de filé de frango tradicional, para que esta alcance um gostei

muito na avaliação sensorial, mudanças já estão acontecendo e outras virão a acontecer na

formulação. Para a formulação de linguiça de filé de frango com azeitona, também ocorrerão

mudanças pra melhorar e atingir um gostei muito, e a linguiça de filé de frango com queijo

estará em busca do gostei muitíssimo.

Na Tabela 9 estão demonstrados os resultados do teste de intenção de compra das três

linguiças de frango avaliadas (padrão, com queijo e com azeitona).

Tabela10. Análise de intenção de compra

Amostras 4* 5* Porcentagem

Padrão 34 16 50

Azeitona 54 20 74

Queijo 24 68 92

*4 = compraria o produto; 5 =certamente compraria o produto.

Os resultados do teste de intenção de compra das três amostras de linguiças (tabela 9)

revelam que a atitude de compra para a linguiça com queijo é de que 92 % dos provadores

comprariam o produto, já a linguiça com azeitona, 74 % dos provadores compraria o produto,

e para a amostra linguiça de frango padrão, 50 % comprariam o produto.

Page 46: Desenvolvimento de linguiças frescais de filé de frango com queijo

45

5 CONCLUSÃO

Após adaptações nas formulações das linguiças frescais de frango com queijo e frango

com azeitona baseadas nas considerações dos julgadores, os Testes de Aceitação e de

Intenção de Compra aplicados às formulações finais demonstraram que a linguiça de filé de

frango com queijo teve maior aceitação em comparação com a linguiça de filé de frango com

azeitona e a linguiça de frango tradicionalmente comercializada.

Desta forma, o futuro lançamento das linguiças de filé de frango com queijo mussarela

e de filé de frango com azeitona no mercado representará um novo produto para a indústria

Frinal Alimentos, com grandes possibilidades de êxito em seu comércio.

Page 47: Desenvolvimento de linguiças frescais de filé de frango com queijo

46

6 REFERÊNCIAS

BARUFFALDI, Renato; OLIVEIRA, Maricê Nogueira de. Fundamentos de Tecnologia de

Alimentos. Vol.3. Ed. Atheneu. São Paulo, 1998.

BERAQUET, N. J. Abate e evisceração. In: Abate e Processamento de Frangos. Campinas:

Fundação APINCO de Ciência e Tecnologia Avícolas, p.19-21,1994.

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Tecnológica e Higiênico-Sanitária de Carne de Aves. Disponível em:

http://www.agricultura.gov.br/sda/dipoa/republport210.html. Acesso em 15 de setembro

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Page 50: Desenvolvimento de linguiças frescais de filé de frango com queijo

49

AVALIAÇÃO SENSORIAL DE LINGUIÇAS DE FILÉ DE FRANGO Nome: ___________________________________________

1. Você está recebendo 03 amostras codificadas de lingüiças. Por favor, prove-as da esquerda para a direita e marque um traço sobre a linha no ponto que melhor expressa à intensidade que você gostou ou desgostou do produto.

AMOSTRA _____

Cor

Desgostei muitíssimo Gostei muitíssimo

Odor

Suculência

Sabor

Qualidade geral

Desgostei muitíssimo Gostei muitíssimo

AMOSTRA _____

Cor

Desgostei muitíssimo Gostei muitíssimo

Odor

Suculência

Sabor

Qualidade geral

Desgostei muitíssimo Gostei muitíssimo

AMOSTRA _____

Cor

Desgostei muitíssimo Gostei muitíssimo

Odor

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Qualidade geral

Desgostei muitíssimo Gostei muitíssimo

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2. Indique sua opinião com base na escala abaixo. Se você encontrasse este produto a venda, você:

5. certamente compraria 4. possivelmente compraria 3. talvez comprasse / talvez não comprasse 2. possivelmente não compraria 1. certamente não compraria

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