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DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA NO DIREITO DE FAMÍLIA

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Page 1: DesconsiDeração Da P JuríDica no Direito De Família · Antônio Márcio da Cunha Guimarães Bernardo G. B. Nogueira ... No campo do Direito Civil, e especialmente no capítulo

DesconsiDeração Da PersonaliDaDe JuríDica no Direito De Família

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DesconsiDeração Da PersonaliDaDe JuríDica no Direito De Família

2ª eDição

ROBERTA MACEDO DE SOUZA AGUIARBacharel em Direito pela Universidade Fumec/MG. Pós-graduada pelo Instituto de Educação Continuada da PUC/MG. Sócia no escritório Sette e Câmara, Magalhães, Souza Aguiar Advocacia. Membro efetivo do Instituto dos Advogados Brasileiros – IAB

Belo Horizonte2015

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342.16 Aguiar, Roberta Macedo de Souza A282d Desconsideração da personalidade jurídica no direito de família 2016 Roberta Macedo de Souza Aguiar. – 2. ed. – Belo Horizonte: Arraes Editores, 2016. p.90

ISBN: 978-85-8238-214-1

1. Direito de família. 2. Direito de família – Brasil. 3. Personalidade jurídica. 3. Ato jurídico. 4. Sociedade comercial entre cônjuges. I. Título.

CDD(23.ed.) – 342.16 CDU – 347.61 CDDir-344.0328292

Belo Horizonte2015

CONSELHO EDITORIAL

Elaborada por: Fátima Falci CRB/6-nº 700

É proibida a reprodução total ou parcial desta obra, por qualquer meio eletrônico,inclusive por processos reprográficos, sem autorização expressa da editora.

Impresso no Brasil | Printed in Brazil

Arraes Editores Ltda., 2015.

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Álvaro Ricardo de Souza CruzAndré Cordeiro Leal

André Lipp Pinto Basto LupiAntônio Márcio da Cunha Guimarães

Bernardo G. B. NogueiraCarlos Augusto Canedo G. da Silva

Carlos Bruno Ferreira da SilvaCarlos Henrique SoaresClaudia Rosane Roesler

Clèmerson Merlin ClèveDavid França Ribeiro de Carvalho

Dhenis Cruz MadeiraDircêo Torrecillas Ramos

Emerson GarciaFelipe Chiarello de Souza Pinto

Florisbal de Souza Del’OlmoFrederico Barbosa Gomes

Gilberto BercoviciGregório Assagra de Almeida

Gustavo CorgosinhoJamile Bergamaschine Mata Diz

Janaína Rigo SantinJean Carlos Fernandes

Jorge Bacelar Gouveia – PortugalJorge M. LasmarJose Antonio Moreno Molina – EspanhaJosé Luiz Quadros de MagalhãesKiwonghi BizawuLeandro Eustáquio de Matos MonteiroLuciano Stoller de FariaLuiz Manoel Gomes JúniorLuiz MoreiraMárcio Luís de OliveiraMaria de Fátima Freire SáMário Lúcio Quintão SoaresMartonio Mont’Alverne Barreto LimaNelson RosenvaldRenato CaramRoberto Correia da Silva Gomes CaldasRodolfo Viana PereiraRodrigo Almeida MagalhãesRogério Filippetto de OliveiraRubens BeçakVladmir Oliveira da SilveiraWagner MenezesWilliam Eduardo Freire

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V

Agradeço a Rolf Madaleno, ilustre jurista e fonte doutrinária, de grande valia para o desenvolvimento e conclusão do

presente trabalho; e a meu pai, amigo e incentivador.

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VII

nota à 2ª eDição

Durante esses oito anos que se passaram da primeira edição do presente tra-balho, muito se evoluiu com relação ao Instituto da Desconsideração da Personali-dade Juridica, de forma geral e em todos os ramos do Direito.

E toda essa evolução culminou com a normatização do instituto, que passará a vigorar em março/16, como regra expressa no Novo Código de Processo Civil, sedimentando sua importância no Direito Brasileiro.

Toda essa evolução foi tratada nesta nova edição, devendo ser ressaltado que agora, com o novo CPC ainda teremos muita discussão jurídica, tanto da doutrina quanto da jurisprudência, a respeito do tema.

ROBERTA MACEDO DE SOUZA AGUIAR

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IX

sumário

PREFÁCIO ................................................................................................................. XI

APRESENTAÇÃO .................................................................................................... XIII

INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 1

CAPíTulO 1HISTÓRICO .............................................................................................................. 7

CAPíTulO 2DA PERSONALIDADE JURÍDICA ..................................................................... 11

CAPíTulO 3DO ATO JURÍDICO ............................................................................................... 17

CAPíTulO 4DAS SOCIEDADES ................................................................................................. 21

CAPíTulO 5DA TEORIA DA DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA .................................................................................................................. 31

CAPíTulO 6DA DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA E O DIREITO DE FAMÍLIA BRASILEIRO ................................................................ 51

CAPíTulO 7DA POSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DA DISREGARD DOCTRINE NO DIREITO DE FAMÍLIA BRASILEIRO ....................................................... 67

BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................ 75

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XI

PreFácio

Começa pela escolha do tema o merecimento da obra de Roberta Macedo de Souza Aguiar, que me cabe a distinção de prefaciar e onde se soube entrelaçar o estudo de um instigante capítulo da teoria do Direito Societário e a sua aplicação em um campo tão palpitante de realidade como o Direito de Família.

Dizia San Tiago Dantas, de quem tive a ventura de ser aluno ao longo de quatro proveitosos anos, dever-se ao Direito Canônico o conceito de pessoa jurídi-ca, ainda rudimentarmente elaborado no Direito Romano. Mas, nessa concepção espiritualista, inspirada pelo corpo místico da Igreja, separado da individualidade de seus fiéis, insinuou-se a concepção materialista do mundo germânico “que não via numa organização coletiva senão as pessoas naturais que momentaneamente a compunham”, resultando a moderna doutrina da personalidade jurídica da in-terpretação dessas duas ideias opostas, ao longo do direito medieval (Programa de Direito Civil – Teoria Geral, Rio de Janeiro, Forense, 2001).

Indago-me, então, se seria demasiadamente ousado imputar, a esse gene do Direito Germânico, a doutrina da disregard, cuja origem jurisprudencial está no Di-reito Anglo-Saxão, e consiste, em essência, na ruptura do diafragma de separação dos patrimônios, entre a pessoa moral da sociedade e a física dos sócios que a compõem.

Em parecer coligido na obra A Lei das S.A., outro de meus mestres prediletos, Alfredo Lamy Filho (este no limiar da vida profissional), ao tratar da “Desconside-ração da Personalidade Jurídica”, recorda a pioneira e celebrada sentença do Juiz Antonio Pereira Pinto (Revista Forense, vol. 188, pp. 269/282, 1966), em que se louvou o Ministro Thompson Flores, na qualidade de relator do Recurso Extraor-dinário nº 88.591, para aplicar a teoria da desconsideração, em sessão de 5 de junho de 1979, perante a Primeira Turma do Supremo Tribunal (Revista Trimestral de Jurisprudência, vol. 93, pp. 320 e seguintes).

Ficou vencido o Ministro Cunha Peixoto (renomado comercialista), aduzin-do, no principal, que “... aquele que escolhe a roupagem anônima, para nela se agasalhar, também fica obrigado a seguir os seus preceitos” (p. 331

Acompanharam, porém, o relator todos os demais componentes da Turma, tendo aduzido o Ministro Xavier de Albuquerque que mais o impressionavam as características da causa do que os princípios: “É possível, não hesito em admiti-lo, que as ponderações do eminente Ministro Cunha Peixoto sejam de maior rigor científico. Mas, data venia de S. Ex.ª, considero que a causa foi bem julgada”.

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XII

Reproduzo a ressalva de Xavier de Albuquerque, em acórdão do ano de 1979, a título de exemplo da resistência enfrentada na paulatina adoção, entre nós, da disregard, cujo desenvolvimento histórico se acha bem descrito nesta

Desconsideração da Personalidade Jurídica no Direito de Família, que, sob tão bons augúrios, vem a lume.

Contribui para a elucidação do problema a abordagem, além da História, do Direito Comparado. São resumidamente ilustrados os reflexos do instituto nos diversos ramos do Direito, dando-se o devido realce aos seus aspectos processuais.

No campo do Direito Civil, e especialmente no capítulo do Direito de Família, o trabalho foi constantemente valorizado pelo confronto do Código Civil de 2002, com o revogado monumento de 1916, ainda fresco em nossa memória. Nada mais sábio, porquanto, como adverte Miguel Reale, em prefácio à primeira edição do es-tudo comparativo Novo Código Civil Brasileiro: “Não se substituem Códigos como se trocam coisas materiais, pois entre eles há certa continuidade temporal, mesmo quando as normas jurídicas correspondem a novos valores sociais” (p. 7 da 3ª ed., Re-vista dos Tribunais, 2003). O novo Código é dominado, a par da “sociabilidade” e da “operabilidade”, pelo fundamento chave da “eticidade”, que, preponderando sobre o formalismo jurídico, prestigia a “boa-fé” (cf. artigos 113, 187 e 422). É também mes-tre Reale quem o proclama em sua Visão Geral do Novo Código (op. cit., pp. 9/19).

A despeito do que foi até aqui estatuído em nosso Direito positivo, acerta mais uma vez a autora, ao diagnosticar a insuficiência legislativa sobre tão relevan-te matéria.

Mas seu trabalho bem organizado, seguro no enunciado dos conceitos gerais de que fluem, naturalmente, em estilo claro, as implicações particulares de cada assunto, colabora para sanar lacunas e incentivar pelo exemplo o surto fecundo da doutrina, em campo tão delicado e tormentoso onde o “direito vivido” de cada dia imiscui-se na teoria, diuturnamente refinada, da personalidade jurídica, a ponto de penetrar a redoma da sociedade anônima, extremado recurso de separar, do patrimônio coletivo da entidade, o individual de seus sócios. Sem paradoxo nessa assertiva, porquanto, como ainda aqui, não escapou perspicácia da autora, a declaração da ineficácia do ato abusivo, praticado em fraude ou na inadimplência de obrigação, com a utilização de sociedade (mesmo sendo ela intuitu pecuniae), resume-se, topicamente, ao negócio questionado.

A ação interventiva é, pois, de depuração e, em consequência, de preservação da pessoa jurídica, de cuja capa se serviu o agente de ilicitude.

Tudo o que foi dito se traduz no interesse, com que, certamente, se haverá de deparar, no descortino do tema, o leitor afeiçoado ao Direito Societário, ao Direi-to de Família ou à Ciência Jurídica em geral, sempre estimulante e renovada para quantos a ela nos devotamos.

LUIZ OCTAVIO GALLOTTIMinistro do Supremo Tribunal Federal

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XIII

aPresentação

A então teoria da Desconsideração da Personalidade Jurídica foi apresentada à sociedade brasileira pelo Professor Rubens Requião no ano de 1969, infiltrando-se aos poucos no Direito brasileiro, sendo acolhida pela CLT, para sua pronta apli-cação no Direito do Trabalho, e pelo Código Tributário brasileiro, para permitir o ágil redirecionamento de possível desfalque de tributos ordenados pelo Direito Tributário. Não se distanciou desse propósito o Direito Comercial ao assegurar à desestimação da personalidade jurídica o merecido espaço jurídico, utilizada para realinhar os rumos da justiça quando detectada fraude, e o abuso de direito nas relações societárias. Também o Código do Consumidor, a Lei Antitruste e a de Pro-teção do Meio Ambiente logo se apressaram em recolher da teoria da desestimação da personalidade jurídica os práticos efeitos jurídicos que dão cabo à maliciosa astúcia de quem esconde suas tramas por trás do véu da sociedade empresarial. Portanto, o Direito brasileiro foi aos poucos mostrando e consolidando a extrema importância da desconsideração da personalidade jurídica para a solução de dis-torções, a que muitas vezes a imaginação humana se serve no propósito de fraudar direitos pela fácil via da manipulação societária.

Não tem outro propósito o artigo 50 do novo Código Civil brasileiro, ao conferir identidade oficial à desconsideração da personalidade jurídica, cometendo à doutrina e aos tribunais difundirem sua extensão e praticidade.

E nessa tarefa logo aparece o talento de Roberta Macedo de Souza Aguiar, incumbindo-se com singular maestria de despertar a comunidade jurídica brasi-leira a peculiar importância, e a larga aplicação da disregard na sensível seara dos conflitos familiares. A autora examina detidamente os casos de utilização da perso-nalidade jurídica no Direito de Família, e destaca, com a inteligência de seu texto, a imensa importância que tem para o Direito de Família a aplicação episódica e pontual da desconsideração da personalidade jurídica, como meio célere e eficiente de corrigir abusos e fraudes verificados no campo dos alimentos, e na partilha dos bens de um casal.

ROLF MADALENOAutor da obra A “disregard” e a sua efetivação no juízo de família.

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