desafios no setor aÉreo brasileiro -...

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DESAFIOS NO SETOR AÉREO BRASILEIRO GISLANE DE MENEZES COSTA (UFRJ) [email protected] Heloisa Márcia Pires (UFRJ) [email protected] O artigo evidencia a evolução da demanda, as políticas de financiamento por parte do BNDES, a participação das duas maiores empresas do setor aéreo brasileiro no mercado de voo doméstico e internacional e, a partir de indicadores de eficiênncia, elaborados com base na demonstração dos fluxos de caixa, o artigo evidencia a influência das políticas de investimentos do governo em infraestrutura nos resultados da Tam e da Gol durante o período de 2000 à 2009. Palavras-chaves: Setor aéreo, demonstração dos fluxos de caixa, finanças de projetos. XXX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO Maturidade e desafios da Engenharia de Produção: competitividade das empresas, condições de trabalho, meio ambiente. São Carlos, SP, Brasil, 12 a15 de outubro de 2010.

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DESAFIOS NO SETOR AÉREO

BRASILEIRO

GISLANE DE MENEZES COSTA (UFRJ)

[email protected]

Heloisa Márcia Pires (UFRJ)

[email protected]

O artigo evidencia a evolução da demanda, as políticas de

financiamento por parte do BNDES, a participação das duas maiores

empresas do setor aéreo brasileiro no mercado de voo doméstico e

internacional e, a partir de indicadores de eficiênncia, elaborados com

base na demonstração dos fluxos de caixa, o artigo evidencia a

influência das políticas de investimentos do governo em infraestrutura

nos resultados da Tam e da Gol durante o período de 2000 à 2009.

Palavras-chaves: Setor aéreo, demonstração dos fluxos de caixa,

finanças de projetos.

XXX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO Maturidade e desafios da Engenharia de Produção: competitividade das empresas, condições de trabalho, meio ambiente.

São Carlos, SP, Brasil, 12 a15 de outubro de 2010.

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1. Introdução

O crescimento do mercado de aviação comercial brasileiro e internacional apresenta uma forte

correlação com o crescimento do PIB. Em 2009, a aviação comercial brasileira transportou

mais de 90 milhões de passageiros no mercado doméstico e, em fevereiro de 2010, o

movimento de passageiros nos aeroportos brasileiros cresceu 42,8% para vôos domésticos e

14,4% para viagens internacionais, em comparação ao mesmo mês de 2009 segundo dados de

abril, da Agência Nacional de Aviação Civil, ANAC (2010).

JENKIES (2010), diretor do Sindicato Nacional das Empresas Aéreas, SNEA, em encontro no

dia 31 de março promovido pelo Conselho de Turismo (CTur) da Confederação Nacional do

Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), evidenciou os principais gargalos da

infraestrutura aeroportuária brasileira e acrescentou que para atender ao crescimento da

demanda seria necessário um crescimento de 41% da atual infraestrutura nos aeroportos. O

aeroporto de Guarulhos, que ocupa o 62º lugar, está entre os mais movimentados do mundo

e, dentro de quatro anos, estará com um fluxo de 35 milhões de passageiros ao ano.

O Boletim de Informações do Transporte Aéreo, BITA, realizado em parceria entre o Núcleo

de Estudos de Tecnologia, Gestão e Logística (TGL) da Coppe/UFRJ e o SNEA (2010),

revela as perspectivas e soluções para os principais aeroportos do país onde mostra que

enquanto a demanda cresceu 55% os investimentos em aeroportos só aumentaram 28%. Outro

indicador apontado foi em relação ao fluxo de passageiros que devem circular durante a Copa

em 2014, na ordem de 4 milhões de pessoas previstos para os meses de junho e julho quando

acontece o evento. A Associação Internacional de Transporte Aéreo, IATA, recomenda que os

aeroportos operem com uma folga de 40% de sua capacidade. No Brasil, em média, os

principais aeroportos operam 36% acima de sua capacidade.

Segundo, CARDOSO (2010), diretor do Departamento de Controle do Espaço Aéreo, o Brasil

permanece muito atrás dos países desenvolvidos no que diz respeito à segurança visto que o

software utilizado hoje é exatamente o mesmo quando da ocorrência dos acidentes levados a

efeito no ano de 2006, o X-4000. Algumas cidades utilizavam, até o início desse ano, uma

versão anterior a essa quando, em 2007, o governo injetou 600 milhões de reais para

aquisição do já antiquado sistema. O software mais moderno chama-se “Sagitário” e está em

testes, sem previsão de implantação no país haja vista que, segundo Cardoso, não há previsão

de recursos que viabilizem sua aquisição. Para tornar os céus brasileiros mais seguros, seria

necessário um montante na ordem de 500 milhões. Diante o exposto, cabe-nos indagar: Diante

às limitações da capacidade produtiva, qual a real eficiência, de 2005 à 2009, das duas

maiores empresas do setor aéreo brasileiro medidos a partir de indicadores baseados na

Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC) ?

2. Crescimento da População Brasileira, do PIB nacional e sua relação com o aumento

do mercado de aviação civil

A figura 1 mostra a evolução do PIB e da população brasileira. Em 2009, a aviação comercial

brasileira transportou mais de 100 milhões de passageiros no mercado doméstico, de acordo

também com a ANAC.

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Fonte: IBGE e BACEN

Figura 1 – Evolução do PIB Nominal/População Brasileira.

0,0

200,0

400,0

600,0

800,0

1 000,0

1 200,0

1 400,0

1 600,0

1 800,0

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

170 000

175 000

180 000

185 000

190 000

195 000

PIB Nominal

Populacao

Fonte: BITA/COPPE/UFRJ

Figura 2 – Movimento de Passageiros

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3. A participação de mercado da TAM e Gol e os desembolsos do BNDES no setor

O aumento de renda da população brasileira, as tarifas mais competitivas da Azul, Webjet e

Avianca e a entrada dessas companhias em mercados pouco explorados, elevaram a demanda

de passageiros nos vôos. Mesmo que de leve, a participação maior de mercado das

companhias menores afetou a Gol e a TAM. Em fevereiro, as duas tinham juntas 84,03% do

mercado doméstico de aviação, contra 90,02% em fevereiro de 2009, CHOUCAIR (2010).

Segundo o mesmo autor, a participação de mercado da TAM no número de passageiros

transportados despencou em fevereiro, passando de 49,82% no mês em 2009 para 42,42%

este ano. Mas isso não significa que o número de passageiros da empresa caiu no período. Ao

contrário, cresceu 21,66%. O resultado da fatia menor do mercado em 2010 é explicado pelo

salto no tráfego aéreo nos vôos domésticos, que registrou crescimento de 43% sobre fevereiro

de 2009. Já a Gol apresentou alta na participação do mercado em fevereiro: 41,61%, contra

40,20% no mesmo mês de 2009. O número de passageiros transportados no período

aumentou 47,91%.

Para evidenciarmos a participação das duas maiores empresas brasileiras no mercado de

aviação civil escolheu-se o indicador operacional conhecido como Passageiro Quilômetro

Pago Transportado que é obtido pela multiplicação da quantidade de passageiros pagantes

transportados pela quantidade de quilômetros voados. Essa variável é conhecida

internacionalmente pela sigla RPK, do inglês Revenue Passenger Kilometer, e representa, em

linhas gerais, a demanda por transporte aéreo de passageiros. Este ranking encontra-se no

Boletim de Informações do Transporte Aéreo (BITA) do Laboratório TGL da Coppe/UFRJ.

Nas figuras 3 e 4 é possível acompanhar a parcela de mercado dos vôos domésticos e a

participação da TAM e Gol no mercado nacional e internacional de 2004 à 2009. Os dados do

setor começaram a ser computados em setembro de 2003.

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35,80%41,30%

47,80% 48,80% 50,30% 49,82%42,42%

42,50% 40,20%

41,61%

22,30%

25,90%

34,30%39,50%

31,00%

25,50%

10,00%

10,90% 7,30% 7,90% 8,10% 7,20% 9,98%15,67%

3,50%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Outros

VRG

GOL

GOL/VRG

TAM

Fonte: Adaptado do SEC

Figura 3 – Parcela de Mercado Doméstico

Fonte: SEC

Figura 4 – Parcela de Mercado Internacional

Os investimentos nos aeroportos brasileiros e os empréstimos do BNDES ao setor

aéreo estão em descompasso com o crescimento da demanda pelo serviço que colocará para

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voar mais 69 milhões de pessoas nos próximos quatro anos, segundo FERNANDES (2010).

Na figura 5 verifica-se a evolução do desembolso anual do sistema BNDES por setor e o

montante de empréstimos concedidos ao setor aéreo de 2000 à 2009. Nele se observa que em

apenas dois anos o setor recebeu os maiores percentuais de financiamentos: 0,7 e 0,8 %, em

2005 e 2009, respectivamente. Se continuar nesse ritmo, com a estimativa de crescimento

médio de 8,5% ao ano, até 2014, observaremos o estrangulamento do setor que encontrará

limitações em sua capacidade produtiva, segundo FERNANDES (2010). 20

00

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

0,0

10.000,0

20.000,0

30.000,0

40.000,0

50.000,0

60.000,0

70.000,0

Agropecuária Indústria Extrat. Indústria de Transf. Com. e Serviços

Transporte Terrestre Transporte aquaviário Transporte Aéreo

Fonte: BNDES

Figura 5 – Desembolso Anual do BNDES

4. O que é o CPC No. 03

Após sete anos de tramitação, o Projeto de Lei nº. 3.741/2000 foi aprovado na forma da Lei

nº. 11.638/2007 que revoga e altera dispositivos da lei 6.404/76. Seguindo uma tendência

internacional, essa Lei torna obrigatória a publicação da Demonstração do Fluxo de Caixa em

detrimento da Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos.

A deliberação CVM no. 547, de 13 de agosto de 2008, aprovou e tornou obrigatória

para as entidades de capital aberto a aplicação do Pronunciamento Técnico CPC 03 –

Demonstração dos Fluxos de Caixa, emitido pelo CPC, Comitê de Pronunciamento Contábil.

Esse pronunciamento teve por base o “International Accountant Standards – IAS 7” e tem

como objetivo orientar a preparação e divulgação da demonstração dos fluxos de caixa. O

objetivo dessa demonstração é agrupar os fatos que justificam as variações da disponibilidade,

de um período ao outro, por tipo de atividade, quais sejam: operacional, investimento e de

financiamento.

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5. Indicadores Baseados nos Fluxos de Caixa

O fluxo de caixa operacional (FCO) é o resultado financeiro (no sentido estrito de caixa)

produzido pelos ativos identificados diretamente com a atividade da empresa. É obtido na

demonstração dos fluxos de caixa, no primeiro grupo de operações: das atividades

operacionais. Esse grupo contém o resultado das operações relacionado à atividade fim da

empresa. STANCILL (1987) afirma que “(...) Qualquer empresa, não importa quão grande ou

pequena, move-se em dinheiro, e não lucros. Você não pode pagar as contas com os lucros,

somente em dinheiro. Você não pode pagar os funcionários com os lucros, somente em

dinheiro. E quando alguém lhe pergunta: "O que você quer fazer com o lucro ?" Tudo o que,

provavelmente, quer saber é se você tem algum dinheiro. (…).” Com a figura 6 e 7,

apresenta-se a geração de caixa das duas maiores empresas do setor evidenciando o fluxo de

caixa operacional (FCO), fluxo de caixa de investimentos (FCI) e o fluxo de caixa de

financiamento (FCF) de 2005 à 2009.

Figura 6 – Fluxos operacional, de investimento e de financiamento da Gol

para os anos de 2005 à 2009

A evolução dos fluxos de caixa da Gol Linhas Aéreas Inteligentes S/A indica, na figura 6 que

, a partir de 2008 a empresa retoma a geração de caixa operacional e recorre a financiamentos

para retomar seus investimentos que, em 2009 foram inferiores se comparados ao ano

anterior. A TAM S/A adotou uma estratégia de investimentos contínuos sendo que em 2008

optou pelo pagamento dos empréstimos e financiamentos voltando a gerar caixa via atividade

operacional. A figura 7 mostra os fluxos operacional, de investimento e de financiamento da

Tam.

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-1000000

-500000

0

500000

1000000

1500000

2005 2006 2007 2008

FCO

FCI

FCF

Figura 7 - Fluxos operacional, de investimento e de financiamento da TAM para os anos

de 2000 à 2008

Segundo ALMEIDA (2009), os índices do fluxo de caixa são classificados em dois grupos:

suficiência e eficiência. Os índices do grupo suficiência avaliam a capacidade da empresa de gerar

caixa suficiente para pagar suas obrigações e remunerar os acionistas. Os índices de eficiência são

análogos aos índices de retorno (ativos, vendas, patrimônio líquido e lucro líquido). O Anexo 1

mostra os índices que foram considerados neste estudo. Ainda segundo ALMEIDA, o FCO

constitui-se no numerador da grande maioria dos índices de fluxo de caixa.

No indicador retorno total verifica-se que a Gol obteve retorno negativo em relação à Tam em

função da sua política de aquisição de novas participações, como foi o caso da Varig em 2007

e aquisições de novas aeronaves. Percebe-se que empresa prepara-se para acompanhar o

crescimento da demanda, conforme figura 8.

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Figura 8 – Índice de retorno total para a Tam e Gol nos anos de 2005 à 2009

Com relação ao retorno sobre as vendas, observa-se que a Gol em 2008 obteve uma

rentabilidade inferior em função de sua política de investimentos e reestruturação. Em 2007

observamos, nas duas empresas, o mesmo desempenho negativo em função à crise no setor

aéreo, conforme figura 9.

Figura 9 – Ìndice de retorno sobre vendas para a Tam e Gol nos anos de 2005 à 2009

No retorno sobre o lucro, percebe-se o mesmo desempenho negativo nas duas empresas no

ano de 2007, em função da crise no setor aéreo, evidenciando como a falta de políticas de

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investimento em infraestrutura e segurança influenciam o desempenho das empresas e

refletem em seus indicadores de eficiência. Em 2009, a Gol retoma a geração de caixa

operacional para cada real de resultado líquido apresentado conforme figura 10.

Figura 10 - Índice de retorno sobre lucro para a Tam e Gol nos anos de 2005 à 2009

Avaliando o retorno obtido pelos acionistas na figura 11, percebe-se que a TAM em 2008

apresentou uma maior rentabilidade sobre o patrimônio líquido comparando-se à Gol. Esta

adotou uma política de investimento cujo retorno não se observa de imediato. Essa política se

confirma pela participação das duas no mercado doméstico onde a Gol ampliou a sua

participação conforme figura 3.

Figura 11 - Índice de retorno sobre lucro para a Tam e Gol nos anos de 2005 à 2009

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6. Conclusão

A análise comparativa permite uma visão da eficiência de cada empresa e, o seu conjunto,

retrata uma parcela da economia nacional reconhecida por sua importância estratégica. A

utilização de quatro indicadores de eficiência baseados na demonstração dos fluxos de caixa,

indica que a política de investimentos em infraestrutura, adotada pelo governo pode ter

reflexos negativos na rentabilidade do setor.

Diante ao reflexo do caos aéreo, observado entre 2007 e 2008, nos indicadores das duas

empresas e ao colapso previsto por FERNANDES (2010) para o ano de 2014, em função da

proximidade dos jogos da copa, os indicadores de rentabilidade revelam que, sem

investimento em infraestrutura, haverá possível comprometimento do desenvolvimento das

empresas brasileiras face ao aumento da demanda.

Como pesquisas futuras sugere-se a utilização dos demais indicadores baseados na

Demonstração do Fluxo de Caixa para uma análise mais detalhada da capacidade de

pagamento e necessidade de expansão bem como o levantamento da influência das políticas

adotadas pelo governo no desempenho das empresas que atuam no setor aéreo brasileiro

comparando-as com demais países.

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ANEXO

Índice Fórmula Descrição

Retorno Total

FCO/ (FCF + FCI)

Mede o nível de geração de

recursos para aplicação nas

atividades de investimentos

e de financiamentos.

Retorno s/ Vendas

FCO/Vendas

Indica a capacidade da

empresa de gerar caixa

frente ao total das vendas.

Quanto maior o índice,

maior a capacidade de

geração de caixa.

Obviamente, menores serão

as oportunidades da empresa

em enfrentar problemas de

liquidez e insolvência.

Retorno s/ Lucro

FCO/Lucro Líquido do Exercício

O índice apresenta a taxa de

retorno do lucro líquido em

termos de caixa, ou seja, o

quantum do lucro que foi

realizado financeiramente.

Retorno s/ Patrimônio Líquido

FCO/Patrimônio Líquido

O índice revela se a empresa

tem sido capaz de gerar

caixa para os acionistas. O

resultado mostra a taxa

percentual de retorno de

cada unidade monetária

investida pelos acionistas.

Anexo 1 – Índices de Retorno