deontologia e legislação farmacêutica
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Seminário de Deontologia e
Legislação Farmacêutica
Karla Silva Cota da Rocha
RESOLUÇÃO - RDC Nº 102, DE
30 DE NOVEMBRO DE 2000
(Republicada no DOU de 1/6/2001)
Nesta resolução a ANVISA regulamenta a propaganda publicitária de medicamentos.
• O Art.1º Regulamenta propagandas, mensagens publicitárias e promocionais e outras práticas com objetivo de divulgação, promoção ou comercialização de medicamentos de produção nacional ou importados, quaisquer que sejam as formas e meios de veiculação.
• O Art. 2º prevê as penalidades em caso de infração do disposto.
Nos requisitos gerais, adota algumas definições:• MENSAGEM RETIFICADORA é a que corrige ou emenda erros,
equívocos e enganos.
• PRÊMIO tudo o que se recebe ou se ganha em razão de trabalho executado e/ou serviço prestado.
• PROMOÇÃO atividades informativas e de persuasão com o objetivo de induzir a utilização de medicamentos .
• PROPAGANDA/PUBLICIDADE técnicas utilizadas com objetivo de exercer influência sobre o público.
• PROMOÇÃO ABUSIVA incitam discriminação de qualquer natureza, induzindo o usuário a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança.
• PROMOÇÂO ENGANOSA qualquer informação inteira ou parcialmente falsa, que induza o consumidor ao erro.
Nas práticas com objetivo de promover medicamentos, devem ser
cumpridos os seguintes requisitos:
• Constar, em português, e de forma clara a contra indicação principal;
• É proibido anunciar medicamentos vedados pela ANVISA;
• Realizar comparações sem base em estudos comprovados;
• Anunciar o mesmo medicamento como novo depois de 2 anos do início de sua comercialização;
• Provocar temor ou angústia ou sugerir que a saúde da pessoa será afetada por não usar o medicamento;
• discriminar, por motivos de nacionalidade, sexo, raça e religião;
• publicar mensagens como: "Aprovado", "Recomendado por especialista", "Demonstrado em ensaios clínicos" ou "Publicidade Aprovada pela ANVISA'', pelo ''Ministério da Saúde", ou órgão congênere, exceto nos casos especificamente determinados;
• Sugerir diminuição de risco somente se constar na indicação e mesmo assim, dirigida somente à profissionais de saúde;
• Mensagens que mascarem as indicações reais do medicamento;
• Atribuir propriedades curativas à medicamentos destinados ao controle sintomático e de doenças crônicas;
• Sugerir ausência de efeitos colaterais, sem os ter.
Há também requisitos para a propaganda na
internet:
• é vedada a veiculação de publicidade de
medicamentos de venda sob prescrição, exceto
quando acessíveis exclusivamente a
profissionais habilitados a prescrever ou
dispensar medicamentos;
• ao veicular propaganda de medicamentos de
venda prescrição devem constar da mensagem
publicitária a identidade do fornecedor e seu
"endereço geográfico".
Com relação ao Serviço de
Atendimento ao Consumidor:
• O Art. 7º define critérios para o programa de
fidelização dos clientes, entre eles o de não
estimular a venda de medicamentos, que a
mesma ocorra somente mediante prescrição e
que o valor dos pontos seja o equivalente ao da
nota fiscal.
• O Art. 8º define que somente medicamentos
sem prescrição podem ser feitas propagandas e
esta deve conter o nome popular (DCB/DCI) e o
preço.
Requisitos para medicamentos de
venda sem exigência de prescrição• O Art. 9º define que deve ser evidente o caráter promocional da
publicidade;
• O Art.10º proíbe o estímulo ao uso indiscriminado de medicamentos;
• As mensagens não podem ser dirigidas à crianças ou adolescentes;
• Não pode haver concursos com prêmios condicionados à venda de medicamentos, nem sugerir diagnóstico ou afirmar que não possui contra indicações;
• Não se pode afirmar ou dar a entender que se trata de um alimento ou cosmético, explorar enfermidades ou deficiência e sugerir que é mais eficiente que outro.
• Não relacionar o uso do medicamento com desempenho físico, intelectual, sexual, emocional ou à aparência física.
• Não mencionar características organolépticas agradáveis.
• Se na publicidade houver um profissional respaldando as propriedades do medicamento, deve-se constar seu nome e nº de matrícula no devido órgão profissional;
• Também deve-se incluir o nome comercial do medicamento, seu registro na ANVISA e o nome do princípio ativo, conforme a DCB e/ou DCI.
Toda propaganda de medicamentos conterá
obrigatoriamente a advertência:
"AO PERSISTIREM OS SINTOMAS, O
MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO
No rádio, logo após o término da
propaganda e na televisão, escrito em
letras brancas e fundo azul.
Nas placas, painéis, jornais e revistas
deverá ser escrito de forma padrão,
conforme descritas no §4.
Requisitos para medicamentos de
venda sob prescrição
Somente permitida se dirigida exclusivamente aos profissionais de saúde habilitados a prescrever ou
dispensar medicamentos, com todas as especificações do produto.
Quando se tratar de medicamento genérico, deve-se incluir a frase:
"medicamento genérico – Lei 9.787/99".
Em ações de propaganda, os representantes
farmacêuticos devem limitar-se às informações
científicas e características do medicamento
registradas junto a ANVISA e não devem
oferecer prêmios ou vantagens, bem como os
profissionais habilitados a prescrever ou
dispensar não devem aceitar nenhum incentivo
vinculado a prescrição ou dispensação.
• O apoio ao profissional de saúde para participar de congressos, simpósios ou algum evento, não estará
condicionado à promoção de algum tipo de medicamento ou instituição.
• Todo patrocinador deve ter seu nome documentado e divulgado.
• As amostras grátis devem ser feitas em embalagens, com no mínimo 50% do conteúdo da original aprovadas
pela ANVISA, destinadas exclusivamente aos profissionais habilitados a prescrever ou dispensar
medicamentos. Deverá conter a seguinte expressão:
“AMOSTRA GRÁTIS”
Conclusão:• A RDC 102 foi criada com o intuito de regular a
propaganda e promoção para comercialização
de medicamentos, sejam eles prescritos ou
não, para regular e evitar uso indevido e
indiscriminado de medicamentos, para que
não se torne um artigo de consumo
corriqueiro, perdendo assim seu fim medicinal.
Obrigada!