denúncias prefeitura de maiquinique
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Denúncias das irreularidades encontradas na prefeitura de Maiquinique durante a administração do Prefeito Jesulino PortoTRANSCRIPT
EXCELENTÍSSIMO(a) SENHOR(a) DOUTOR(a) PROMOTOR(A) DE
JUSTIÇA ESTADUAL DA COMARCA DE MACARANI – BA.
JULIANO SILVEIRA SANTOS DA LUZ, brasileiro, maior, solteiro,
filósofo, portador do RG nº 1007206411 SSP/BA, inscrito no CPF/MF sob o nº
938.883.251-53, inscrição eleitoral nº 086022040507, zona 091, seção 0073, residente e
domiciliado à Rua Wilson Vieira Dantas, s/nº, bairro Centro, cidade Maiquinique, em
exercício do cargo de vereador no Município de Maiquinique – BA, para o qual fora eleito
na última eleição, vem com fulcro nas determinações contidas no artigo 6º da Lei 7.347,
requerer de V. Exª a instauração de Inquérito Civil Público para apuração das
irregularidades e atrocidades que vem ocorrendo na administração pública do Município
de Maiquinique, sob a responsabilidade do prefeito Jesulino de Souza Porto, pelos
fundamentos seguintes:
Desde a minha assunção ao cargo de Vereador no Poder Legislativo no
Município de Maiquinique, venho fazendo acompanhamento e fiscalização continuo e
incansável das contas da Administração Pública do Legislativo e do Executivo Municipal,
bem como de todos os seus atos, numa incansante luta de zelar pelos princípios
constitucionais que norteiam a administração pública municipal descritos no Art. 37 da
nossa Carta Magna: Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência.
Durante o exercício de fiscalização inerente ao cargo que ora ocupo, pude
identificar inúmeras irregularidades que merece serem trazidas ao conhecimento do
Nobre parquet como último refúgio de proteção ao erário público e, por conseguinte, a
todos os munícipes da cidade de Maiquinique, uma vez que a Câmara, mais
particularmente os vereadores de situação, numa totalidade de oito, não demonstra
nenhum interesse e compromisso em fazer valer a função basilar do Poder Legislativo
Municipal, o de controlar e fiscalizar os atos do Executivo. Monstesquieu, quando do
lançamento da clássica divisão e independência dos poderes, nunca imaginaria que nos
recantos deste país chamado Brasil, os interesses financeiros e econômicos poderiam
sobrepujar os interesses dos poderes municipais que emanam do povo e em seu nome
devem ser exercidos. Sendo assim, venho apresentar a este Ilustre Representante do
Ministério Público, fatos e alguns documentos que demonstram fortíssimos indícios de
improbidade administrativa e ilícitos penais que, certamente, aflorarão a superfície
quando de uma investigação minuciosa deste órgão; esclareço apenas que a fonte de
muitas das informações que ora trago a vosso conhecimento estão nos documentos
apresentados pelo Poder Executivo Municipal ao Tribunal de Contas dos Municípios,
quando da prestação de contas das receitas e despesas do Município de Maiquinique
referente ao mês de fevereiro de 2010, entretanto, e infelizmente, por capricho de um
regimento ultrapassado do órgão do TCM, mesmo na condição de vereador, não me é
permitido tirar cópias dos documentos que estou a fiscalizar, problema esse que será
facilmente contornado pelo poder que é atribuído a este órgão, de já, espero que V. Exª,
quando da investigação dos fatos e denuncias abaixo apresentados, requisite do Poder
Executivo Municipal ou do próprio TCM, cópia dos documentos apontados em respaldo às
denúncias ora formuladas.
Ainda de forma introdutória e apenas para elucidar a dificuldade que tenho no
exercício de fiscalização das contas públicas, uma vez que não conto com o apoio dos
nobres colegas edis, pois se assim tivesse, já teríamos aberto uma Comissão Parlamentar
de Inquérito, trago ao conhecimento de V. Exª o Edital de disponibilidade pública nº
01/2010, publicado em 10 de abril de 2010 (anexo), onde o Executivo Municipal de forma
arbitrária e contrariando a Lei Complementar Estadual nº 6/91 colocou à disposição as
contas do exercício 2009 apenas por duas horas diárias em total afronta à Lei
Complementar mencionada no próprio edital que em seu artigo 54 § único, não
estabelece limite de horário, subtendendo-se que as referidas contas devem ficar à
disposição do contribuinte durante os sessenta dias e no horário regular de
funcionamento do órgão municipal; como se não bastasse, para espanto deste vereador,
tendo comparecido à Secretaria Municipal de Administração fui informado pelo Secretário
Sr. Gimaldo Bispo dos Santos que o exercício de fiscalização previsto no edital somente
me seria permitido apenas uma única vez durante os sessenta dias, tal situação “seria
cômica se não fosse trágica” pelo que solicito de V. Exª em caráter urgentíssimo que
tome as medidas cabíveis para extirpar as determinações daquele edital, ou, caso prefira,
tome as medidas cabíveis contra o gestor municipal, uma vez que tal atitude enquadra-se
perfeitamente nas disposições contidas no inciso VI, art. 1º do Decreto Lei 201/67, in
verbis:
Art. 1º
VI – Deixar de prestar contas anuais da
administração financeira do Município à Câmara dos
Vereadores ou ao órgão que a Constituição do estado
indicar nos prazos e condições estabelecidas;
(grifo nosso).
Pela transcrição acima concluímos que o edital publicado pelo prefeito não
atende o prazo estabelecido pela Lei Complementar, pois os sessenta dias deveriam no
mínimo atender o horário de funcionamento da Prefeitura Municipal; apenas para exaurir
tal questionamento deixamos a este ilustre parquet a seguinte questão: Como poderia
um contribuinte do Município de Maiquinique, num prazo exíguo de duas horas e apenas
uma única vez fiscalizar a documentação mensal de receita e despesa do Poder Executivo
num quantitativo de aproximadamente cem pastas.
Feitas tais considerações preliminares, passo agora a enumerar as
irregularidades identificadas por este vereador quando do seu exercício:
1 – Da prática do Nepotismo
Conforme relação dos servidores públicos municipais disponível pelo sistema
de acompanhamento de pagamento de pessoal – SAPPE – do Tribunal de Contas dos
Municípios, trago ao conhecimento do MP o fato de que o Prefeito Municipal tem nomeado
e contratado para ocupar cargos públicos seus parentes até terceiro grau, bem como de
servidores investidos em cargos em comissão (secretários) em total afronta à Súmula
Vinculante nº 13 do STF, in verbis:
Súmula 13 - A nomeação de cônjuge, companheiro ou
parente em linha reta, colateral ou por afinidade,
até o terceiro grau, inclusive, da autoridade
nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica
investido em cargo de direção, chefia ou
assessoramento, para o exercício de cargo em
comissão ou de confiança ou, ainda, de função
gratificada na administração pública direta e
indireta em qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
compreendido o ajuste mediante designações
recíprocas, viola a Constituição Federal.
Diante da proibição, apontamos as irregularidades cometidas pelo gestor:
a) Francisco Roberto S. Coutinho – Motorista contratado, cunhado da
primeira dama, Srª Eliane da Paz Lira, Secretária de Assistência Social.
b) Ariana Dias Aguayo Souza Santos – Professora Nível II (Contratada),
esposa de Marcos Aurélio Souza Santos, nomeado Secretário de Obras
(Decreto nº 105/10 em anexo);
c) Geórgia Souza Batista e Leandro Souza Batista, sobrinhos do
prefeito Jesulino Souza Porto nomeados para os cargos de Coordenador
Pedagógico. Embora os dados apresentados pelo TCM apontem Geórgia e
Leandro como efetivos, apenas Geórgia fora aprovada em concurso
público, mas para o cargo de auxiliar administrativa, porém ambos foram
nomeados para exercer o cargo de coordenador pedagógico.
d) Andréia Santos Silva, Coordenadora Pedagógica, irmã do Secretário de
Educação, André Santos Silva e do Vereador Adriano Santos Silva.
e) Amanda Silva Leite, fisioterapeuta, contratada pela Vitafision, cunhada
da Secretária de Saúde Aline Oliveira Guimarães.
Além dos fortes indícios de nepotismo acima apontados é de conhecimento
deste vereador e da comunidade local que ainda trabalham no Município de Maiquinique,
cujo vínculo trabalhista ainda não pudemos identificar as pessoas de: Dernilson Souza
Porto e Daíres Souza Porto, irmãos do prefeito, Elizabete da Paz Lira, irmã da primeira
dama e Secretária de Ação Social. Apenas pra melhor elucidação dos fatos, chamamos a
atenção do MP para o fato de que muitas das nomeações não passam de meros
contratos, o que não elide o caráter de nepotismo e ainda fere o Art. 37, IX da
Constituição Federal.
Dos Funcionários Que Recebem sem Trabalhar
É sabido que o salário do servidor público, em simetria também com as
determinações da lei trabalhista faz jus a uma remuneração correspondente a uma
contraprestação do serviço executado para o órgão público; a quebra desta
contraprestação (serviço-salário) provoca um dano inconteste ao erário público
municipal, visto que o servidor, embora não prestando serviços a que deveria se
submeter, vem recebendo regularmente, obrigando a administração pública ter que
contratar ou deslocar outros servidores que são de sua responsabilidade, a exemplo
citamos os servidores abaixo:
a) Zildete Oliveira Gama, fiscal de tributos, atualmente no exercício do
mandato de vereadora, percebendo um salário de R$ 1.915,00 (um mil
novecentos e quinze reais);
b) Leonardo Levy Lacerda Campos, auxiliar de serviços gerais, também
no exercício do cargo de vereador e presidente da Câmara de Vereadores
Municipal, percebendo um salário de R$ 510,00 (quinhentos e dez reais);
c) Renato Cardoso Jardim, vigilante, que por sua vez é irmão do
Secretário de Esporte Cultura e Lazer, Sr. Romildo Cardoso Jardim, neste
caso o “servidor”, além de não prestar os serviços ao Município, ainda em
ofensa ao principio da isonomia salarial recebe seu salário em valor
superior àquele pago aos ocupantes do cargo de vigilante, recebendo um
salário de R$ 800,00 (oitocentos reais), enquanto que os demais
ocupantes deste cargo recebem apenas um salário mínimo.
Da Proibição do Vereador em Contratar com a
Administração Pública
O Art. 45 da Lei Orgânica Municipal em simetria com o artigo 85 da
Constituição Estadual, veda ao edil, desde a expedição do diploma, manter contrato com
pessoa jurídica de direito público, vem agindo em total desrespeito a esta determinação
os seguintes vereadores:
a) Fabrício Brito Lacerda, é proprietário ou possuidor de um veículo
automotivo marca VW, modelo Kombi, cor branca, placa JOI 4607
utilizada no transporte escolar, tendo como motorista o senhor Leônidas
Cardoso Farias. Nesta oportunidade alertamos para este MP quanto a
possibilidade de que o referido veículo tenha sido transferido para um
“laranja” com o objetivo de burlar a legislação, o que poderá ser
facilmente comprovado caso V. Exª requeira junto ao DETRAN o histórico
de proprietários do referido veículo; a posse e talvez a propriedade do
veículo em nome deste vereador é fato notório na cidade de Maiquinique,
uma vez que este sempre é encontrado na posse do veículo e muitas
vezes empresta o mesmo para outras pessoas.
b) Celi Ferraz de Souza, é proprietário do veículo, caminhão Mercedes
Bens, cor vermelha, placa MYL 0110, contratado ao Município no
transportes de feirantes, neste caso, o absurdo é tão gritante que o
vereador, talvez ciente de sua ilegalidade teve o disparate de forjar um
contrato de locação do referido veículo com seu próprio irmão, portanto,
os pagamentos feitos pelo erário público ao vereador tem como credor o
seu irmão Juracy Ferraz de Souza, num valor de R$ 4.217,59
mensalmente, conforme V. Exª poderá comprovar no processo de
pagamento 367 às fls. 1805 a 1814 das pastas de prestação de conta
apresentadas no Tribunal de Contas dos Municípios referente ao mês de
fevereiro de 2010.
Da Auto Promoção Pessoal do Prefeito, Vice-Prefeita
Municipal e Presidente da Câmara em Eventos Festivos e Culturais
Realizados Pelo Poder Público.
Tal prática tem sido a mais repugnante adotada pelos chefes do Executivo e
Legislativo Municipal para se auto promoverem no exercício dos cargos que ora ocupam.
Embora saibamos que todas as ações promovidas pela gestão púbica administrativa
advém única e exclusivamente de verbas do erário público municipal, e, portanto, do
governo municipal, é comum ouvir pelas ruas da cidade através do serviço de som local,
bem como nos eventos festivos de grande concentração populacional, o servidor público
municipal Gilberto de Souza Reis, promovendo o nome pessoal do prefeito Jesulino de
Souza Porto, da vice-prefeita Maria Aparecida Lacerda Campos (Menininha) e do seu filho
Leonardo Levi Lacerda Campos, presidente da Câmara Municipal de Maiquinique; como
prova do alegado trazemos à V. Exª trazendo várias gravações dos anúncios que são
vinculados na sociedade local, em total afronta ao § 1º do Art. 37 da Constituição
Federal.
Da Ausência de Licitação
Outro fato absurdo que nos chama a atenção, diz respeito à quantidade de
veículos locados pela prefeitura municipal, no montante de R$ 39.664,43 mensais, valor
este que fere de morte o Art. 24, II c/c art. 23 da Lei 8.666/93 que prevê a dispensa de
licitação apenas na compra de serviços cujo valor não ultrapasse R$ 8.000,00 mensais,
mesmo assim, o prefeito municipal vem mensalmente praticando a famosa “farra das
locações de veículos”, situação essa que inclusive foi recriminada pelo próprio
Controlador Interno da Prefeitura Municipal, às fls. 2412 à 2421 da prestação de contas
relativas ao mês de fevereiro de 2010 encaminhadas ao TCM. Portanto, o Prefeito
Municipal ser denunciado por este MP, na prática do delito previsto no Art. 89 caput da
Lei 8.666/93, e, por força do parágrafo único do mesmo artigo devem ser denunciados
também o Sr. Celi Ferraz de Souza, Alvanito Ferreira da Silva, José de Oliveira Tigre,
Juracy Ferraz de Souza, cujos contratos publicados no Diário Oficial dos Municípios segue
anexo ao presente. O caso de José de Oliveira Tigre, embora seja de alçada do Ministério
Público Federal, já fora também providenciada uma representação, por se tratar de
verbas federais, beira ao cúmulo do absurdo, pois no mesmo mês o contratado com a
complacência do prefeito Jesulino de Souza Porto, celebrou dois contratos com vigências
iguais, sendo que um seria para a Secretaria Municipal de Educação e outro para a
Secretaria Municipal de Ação Social, juntos totalizando o valor de R$ 6.321,83. Não
temos dúvida também que o Sr. José de Oliveira Tigre não passa de mais um “laranja”,
haja vista que os indícios na sociedade local apontam o vereador Carlito Barbosa Caires
como verdadeiro possuidor e proprietário do veículo licenciado em nome de José de
Oliveira Tigre.
Da Promoção de Terceiros Realizada Pelo Prefeito
Municipal em Ofensa ao Art. 21 da Constituição do Estado da Bahia
Logo que assumiu a Administração Pública Municipal, o Sr. Prefeito, numa
ofensa deslavada à Constituição Estadual, grafou na fachada externa do Centro Esportivo
Municipal o nome do seu líder político e Deputado Estadual Heraldo Rocha, mesmo que
tivesse tal aprovação esta seria manifestamente inconstitucional. Note-se Douta
Promotora que não por coincidência o nome está destacado bem defronte ao maior
colégio eleitoral do Município, numa clara e manifesta intenção de promoção do seu
candidato nas eleições vindouras. Espera-se que V. Exª tome medidas cabíveis e
emergenciais para determinar a exclusão do nome do deputado do referido centro
esportivo, uma vez que o Art. 21 da Constituição Estadual veda a denominação de bens e
logradouros públicos com nome de pessoas vivas.
Da Alienação Ilegal dos Bens Municipais e do Desvio de
Função dos Mesmos.
A Lei Orgânica do Município, no artigo 6º, disciplina a forma legal de alienação
dos bens Municipais, entretanto, desde a gestão do prefeito José Francisco de Lacerda
(Zé Tupete), passando pelas gestões do Sr. Nivaldo Souza Guimarães e Nemésio Meira
Jr., não é isto que se tem visto na Administração Pública Municipal de Maiquinique.
Inicialmente fora vendida uma casa localizada à Praça Aleixo Pereira Passos, onde
atualmente funciona a Casa Rural (foto 01), venda esta na gestão do prefeito José
Francisco de Lacerda; posteriormente, na gestão do Sr. Nivaldo Souza Guimarães foram
vendidos três imóveis de propriedade do Município (fotos 02 a 04) e um galpão localizado
nas proximidades do Cemitério Público Municipal (foto 05); por último, já na
administração do prefeito Nemésio Meira Jr., tem-se conhecimento da doação de um
imóvel também na Rua Rui Barbosa, entre o Cartório de Registro Civil e a Câmara
Municipal, utilizado pelos senhores Gilberto Souza Reis e Silvano Leal de Oliveira Reis,
por coincidência ou não, servidores municipais que fazem o trabalho de divulgação e auto
promoção do atual Sr. Prefeito; ainda na gestão do Sr. Nemésio Meira Jr. fora doada
também uma casa residencial à Rua Francisco Martins (foto 07) e um terreno onde há
aproximadamente dois anos funcionava um sanitário público municipal localizado à Rua
Tertulino Silveira Lima. Note-se Douta Promotora que o caput do art. 6º da Lei Orgânica
Municipal, cuja cópia segue anexa é inconteste em afirmar que a alienação, o gravame,
ou a cessão de bens municipais, a qualquer título, subordina-se a existência do interesse
público devidamente justificado, portanto, caso, as alienações acima enumeradas
tenham sido feitas com o permissivo da Câmara Municipal, este de nada adianta se não
estiver devidamente comprovado o interesse público justificável; de imediato, impõe-se
que sejam os atuais proprietários intimados para apresentar perante esta Douta
Promotoria seus respectivos títulos de propriedade pertinente aos imóveis acima
relacionados e caso seja detectada afronta ao principio da legalidade sejam promovidas
as devidas ações visando apurar as irregularidades apontadas e, se possível, a restituição
do patrimônio público municipal.
Atualmente, tive a oportunidade na condição de vereador, de presenciar mais
uma das afrontas no tocante ao patrimônio municipal, quando o atual prefeito
encaminhou ao legislativo projeto de lei onde solicita a alienação do prédio onde
funcionava a “Cesta do Povo”, sem contudo comprovar a existência do interesse público,
em nada adiantando o meu único voto em contrário. O mais absurdo nisso tudo é que a
necessidade dos bens alienados de forma ilegal e imoral está devidamente comprovada
no fato de que a prefeitura na pessoa de seu prefeito Jesulino de Souza Porto vem
constantemente pagando com verbas do erário público municipal alugueres de terceiros
para o funcionamento de repartições públicas, a exemplo: o prédio onde funciona
delegacia do IBGE (foto 10), a casa onde encontra-se alojada o Destacamento da Polícia
Militar (foto 11), o prédio onde funciona o Centro de Inclusão Digital (foto 12), a casa
residencial localizada na praça Lomanto Júnior, de propriedade do vereador Luciano
Flávio de Oliveira, onde funciona atualmente a Secretaria de Ação Social, a casa
residencial à Travessa Padre Arnaldo (contrato administrativo 116/2010, em anexo) e
prédio comercial situada à Rua 16 de Julho (contrato administrativo 127/2010, em nexo),
o primeiro de propriedade do Sr. Jessione Malaquias Lemos e o segundo de propriedade
da Srª Rogéria Jaciane de Santana Meira, cujos imóveis são utilizados para extensão de
salas de aula da Creche Municipal Lar da Esperança; fato notório é de que somente o
segundo imóvel está realmente sendo utilizado pelo Município com finalidade para o qual
fora locado.
Tal absurdo seria facilmente evitado se o atual prefeito, obedecendo o principio
constitucional da eficiência, ao invés de alienar o prédio onde funcionava a “Cesta do
Povo” o transformasse num centro administrativo, alojando assim todos os demais
departamentos anteriormente mencionados, evitando com isso os gastos desnecessários
do erário público no pagamento de aluguéis a terceiros. Espera assim, que esta Douta
Promotoria, além de apurar as irregularidades apontadas quanto as alienações indevidas,
promova também medidas cautelares perante o Juízo desta Comarca para evitar venda
do imóvel onde funcionava a “Cesta do Povo”.
Da Utilização de Pessoas da Comunidade como “Laranjas”
nas contratações com a Administração Pública.
É fato notório na cidade de Maiquinique que o Prefeito Municipal, Sr. Jesulino
de Souza Porto, antes de sua assunção ao cargo de prefeito municipal era proprietário do
Posto Cambuí, localizado nesta cidade, às margem da Rodovia BA – 130 (Maiquinique-
Itarantim), e que no referido posto tinha e tem até a presente data uma funcionária de
nome Damaris N. da Silva. Logo que assumiu o cargo de prefeito e visando uma
contratação ilícita com o poder público municipal o prefeito transferiu a referida empresa,
Posto Cambuí, à pessoa de Wallas de Souza Ferraz, e este vem regularmente sendo
vencedor nas licitações realizadas pela prefeitura quando da aquisição de combustível. A
prova do abuso de autoridade e improbidade administrativa está no fato de que mesmo
sabendo da existência de outro posto de combustível na cidade, àquele nunca fora dada a
oportunidade de aquisição de um edital de compra de combustível e muito menos a
inscrição do mesmo nos registros cadastrais da administração pública conforme prevê o
Art. 34 da Lei 8.666/93, mesmo sabendo que até o mês de dezembro/2008 era o Posto
Cerqueira quem fornecia combustível para o Município; seria de bom alvitre que o
Ministério Público requisitasse do prefeito municipal, bem como do Sr. Wallas de Souza
Ferraz os documentos que deram origem à transferência antes referida, assim como a
origem dos recursos necessários à compra e venda e, caso necessário, quebra do sigilo
fiscal e bancário dos envolvidos na referida transação. Seguindo na mesma linha de
raciocínio, espera que este parquet esclareça também como a frentista do Posto Cambuí,
Srª Damaris Nascimento da Silva, tenha adquirido e locado para o Município um veículo,
marca Fiat, modelo Uno, cujo valor da locação é de R$ 1.700,00 mensais, conforme
comprova o processo de pagamento nº 501 às fls. 2.169 a 2.176 das pastas de
prestações de contas relativas ao mês de fevereiro/2010, encaminhadas ao TCM.
Da Nomeação de Servidor em Afronta a Lei Municipal nº
059/08.
No dia 19 de junho de 2008 foi sancionada pelo Prefeito Municipal a Lei nº 059/2008
publicada no Diário Oficial do Município de Maiquinique em 20 de junho de 2008 – Edição
º 114 (cópia anexa) que dispõe sobre o estatuto e plano de carreira e vencimentos do
Magistério Público do Município de Maiquinique, por sua vez o § 2º do Art. 5º da referida
Lei, estabelece que os diretores e vice-diretores das unidades escolares da rede municipal
de ensino serão escolhidos pelo prefeito Municipal dentre os professores do Município e
especialistas em educação, entretanto, em total afronta a esta disposição o prefeito
Municipal vem nomeando para os cargos de direção e Vice-Direção escolar pessoas
estranhas ao quadro municipal de professores e até mesmo sem a especialização exigida
ao exemplo de Noelma Ferraz Silveira Lacerda, Maryana Silva Rodrigues e Gilmar Silva
da Cruz.
Finalmente, como se não bastassem todas as irregularidades e improbidades
acima apontadas, gostaríamos também de levar ao conhecimento desta Douta
Promotoria Pública, o fato de que a grande maioria das licitações para serviços de
terraplanagem, reforma de escolas e outros serviços de engenharia vem sendo ganhas
somente pela empresa LUCONT CONSTRUÇÕES LTDA, CNPJ Nº 03.806.803/0001-10, que
coincidentemente ou não tem como representante o Sr. José Francisco de Lacerda, ex-
prefeito Municipal, conhecido como Zé Topete, irmão da vice-prefeita Maria Aparecida
Lacerda Campos (Menininha).
Assim sendo, apresentados todos os fatos e indícios suficientes à propositura
das ações penais e de improbidade administrativa a critério da Nobre Representante do
Ministério Público, no que acreditamos piamente que irá acontecer, levamos a vosso
conhecimento o fato de que o vereador Luciano Flávio de Oliveira, líder do prefeito na
Câmara Municipal, vem em seus pronunciamentos, tanto na Tribuna da Câmara, cuja
gravação segue anexa, como em seu informativo distribuído na comunidade,
desacreditando as o poder do judiciário como órgão de controle externo dos atos e das
contas públicas, levando à comunidade uma falsa realidade descrédito ao poder judiciário
e impunidade aos agentes políticos do Município de Maiquinique e tal situação de
impunidade é facilmente comprovada no fato de que o atual prefeito, responsável direto
por todas as irregularidades acima apontadas tenha recebido deste vereador somente no
ano de 2009 dezoito (18) requerimentos com pedidos de informações e, simplesmente os
ignorou.
Isto porto, requeiro de V. Exª que acolha a presente denúncia e tome todas as
medidas cabíveis para a propositura das ações competentes acima requeridas de forma
emergencial e em defesa do erário público municipal. De já aproveito a oportunidade
para comunicar-lhe que estaremos protocolando também junto ao Ministério Público
Federal denúncia referente a irregularidades envolvendo a gestão de recursos federais.
Atenciosamente.
JULIANO SILVEIRA DA LUZ
Vereador do Município de Maiquinique