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FUNDADOR E DIRETOR-PRESIDENTE: SEBASTIÃO BARBOSA DA SILVA tribunadoplanalto.com.br Redação: [email protected] - Departamento Comercial: [email protected]Telefone: (62) 3226-4600 ANO 30 - Nº 1.581 ENTREVISTA/ADRIANA ACCORSI A delação premiada dos donos do frigorífico JBS caiu como um bomba no colo do presidente Michel Temer (foto), que passa a ser investigado por corrupção passiva, obstrução de Justiça e organização criminosa. Praticamente todos os partidos receberam propina do Grupo JBS, em valores que superam R$ 500 milhões. Pág. 7 DELAÇÕES DA JBS Denúncias atingem em cheio o Governo Temer Marconi rebate todas as citações de ex-executivos do Grupo Odebrecht Em entrevista coletiva, o governador Marconi Perillo (PSDB) mostrou contradições, apresentou provas e derrubou ponto a ponto todo o conteúdo das citações dos ex-executivos do Grupo Odebrecht. Por mais de uma hora, Marconi respondeu a todas as perguntas dos jornalistas e, na abertura da coletiva, fez uma explanação para demonstrar a fragilidade das citações, apresentando as prestações de contas da campanha, vídeos e documentos para corroborar suas afirmações. Página. 6 Após início difícil, prefeito Iris Rezende (PMDB) começa a dar sinais de que superou a crise que vinha impedindo a retomada da normalidade administrativa. Entre as ações positivas, Iris conseguiu encerrar a greve na educação e retomou as obras do BRT. Página 3 Doença característica da fase adulta, a depressão está afetando cada vez mais crianças e adolescentes e, consequentemente, causando fragilidade emocional e prejudicando no rendimento escolar. Especialista afirma que, mesmo os sintomas chegando silenciosamente, é possível perceber sinais da doença através da mudança de comportamento. R$ 2,00 MARCELLO DANTAS GO I Â NIA, 21 A 27 DE MAIO DE 2017 Páginas 4 e 5 Recém-eleita presidente do Diretório Metropolitano do PT, a deputada estadual Adriana Accorsi afirma que a militância do partido deve decidir em Goiás sobre a política de alianças, mas considera complicado caminhar junto com partidos que são favoráveis às reformas que tramitam no Congresso Nacional. Delegada de polícia, ela aposta na educação para combater o machismo e o sentimento de posse, que estão “arraigados na cultura goiana”. Adriana Accorsi também avalia a gestão do prefeito Iris Rezende (PMDB), dizendo que, como deputada, irá “fazer tudo para ajudar Goiânia, mas que Iris deveria parar de reclamar e trabalhar mais pela capital”. Presidente do PT considera “complicada” união da oposição Goiânia: gestão de Iris entra nos trilhos Depressão atinge crianças e adolescentes Em fortalecimento aos compromissos de gestão, o titular da Secretaria Municipal de Educação e Esporte de Goiânia, Marcelo Costa, anunciou no dia 16 de maio diversos benefícios para a Educação. As medidas contemplam funcionalismo, infraestrutura e serviços educacionais com melhorias para professores, comunidade escolar e a população goianiense. Aumento salarial para educação Em Goiânia, manifestação Fora Temer terminou em atropelamento. Novos protestos estão agendados em todo o país para ocorrer esta semana

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FUNDADOR E DIRETOR-PRESIDENTE: SEBASTIÃO BARBOSA DA SILVA tri bu na do pla nal to.com.br

Redação: [email protected] - Departamento Comercial: [email protected] – Telefone: (62) 3226-4600

ANO 30 - Nº 1.581

ENTREVISTA/ADRIANA ACCORSI

A delação premiada dos donos do frigorífico JBS caiu como um bomba no colo dopresidente Michel Temer (foto), que passa a ser investigado por corrupção passiva,obstrução de Justiça e organização criminosa. Praticamente todos os partidosreceberam propina do Grupo JBS, em valores que superam R$ 500 milhões. Pág. 7

DELAÇÕES DA JBS

Denúncias atingem emcheio o Governo Temer

Marconi rebate todas ascitações de ex-executivosdo Grupo Odebrecht

Em entrevista coletiva, ogovernador Marconi Perillo(PSDB) mostrou contradições,apresentou provas e derrubouponto a ponto todo o conteúdodas citações dos ex-executivosdo Grupo Odebrecht. Por maisde uma hora, Marconirespondeu a todas as perguntasdos jornalistas e, na abertura dacoletiva, fez uma explanaçãopara demonstrar a fragilidadedas citações, apresentando asprestações de contas dacampanha, vídeos edocumentos para corroborarsuas afirmações. Página. 6

Após início difícil, prefeito Iris Rezende (PMDB) começa a dar sinaisde que superou a crise que vinha impedindo a retomada danormalidade administrativa. Entre as ações positivas, Iris conseguiuencerrar a greve na educação e retomou as obras do BRT. Página 3

Doença característica da faseadulta, a depressão estáafetando cada vez mais criançase adolescentes e,consequentemente, causandofragilidade emocional eprejudicando no rendimentoescolar. Especialista afirma que,mesmo os sintomas chegandosilenciosamente, é possívelperceber sinais da doençaatravés da mudança decomportamento.

R$ 2,00

MARCELLO DANTAS

GO I Â NIA, 21 A 27 DE MAIO DE 2017

Páginas 4 e 5

Recém-eleita presidente do Diretório Metropolitano do PT, a deputada estadual Adriana Accorsi afirma que a militânciado partido deve decidir em Goiás sobre a política de alianças, mas considera complicado caminhar junto com partidosque são favoráveis às reformas que tramitam no Congresso Nacional. Delegada de polícia, ela aposta na educação paracombater o machismo e o sentimento de posse, que estão “arraigados na cultura goiana”. Adriana Accorsi também avaliaa gestão do prefeito Iris Rezende (PMDB), dizendo que, como deputada, irá “fazer tudo para ajudar Goiânia, mas queIris deveria parar de reclamar e trabalhar mais pela capital”.

Presidente do PT considera“complicada” união da oposição

Goiânia: gestão de Iris entra nos trilhos

Depressãoatingecrianças eadolescentes

Em fortalecimento aoscompromissos de gestão, otitular da Secretaria Municipalde Educação e Esporte deGoiânia, Marcelo Costa,anunciou no dia 16 de maiodiversos benefícios para aEducação. As medidascontemplam funcionalismo,infraestrutura e serviçoseducacionais com melhoriaspara professores, comunidadeescolar e a populaçãogoianiense.

Aumentosalarial paraeducação

Em Goiânia, manifestação Fora Temer terminou em atropelamento. Novos protestos estão agendados em todo o país para ocorrer esta semana

2 GO I Â NIA, 21 A 27 DE MAIO DE 2017

X

Rua An tô nio de Mo ra is Ne to, 330, Setor Castelo Branco, Go i â nia - Go i ásCEP: 74.403-070 Fo ne: (62) 3226-4600

Edi ta do e im pres so porRede de Notícia Planalto Ltda-ME

Fun da do em 7 de ju lho de 1986

Di re tor de Pro du ção Cleyton Ataí des Bar bo sacleyton@tri bu na do pla nal to.com.br

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De par ta men to Co mer cialco mer cial@tri bu na do pla nal to.com.br

62 99977-6161

Redaçãoredacao@tri bu na do pla nal to.com.br

tri bu na do pla nal to.com.br

Edi to ra

Edi to r-Executivo

Daniela [email protected]

Manoel Messias [email protected]

Paulo José (Fotografia)[email protected]

Marcione Barreira

Fabiola Rodrigues [email protected]

Yago [email protected]

[email protected]é Deusmar Rodrigues

[email protected]

RepórteresFotografia

Diagramação

Opinião CENA URBANAFLAGRANTE DO DIA A DIA DA CAPITAL, ESTADO, BRASIL E MUNDO

CARTA AO LEITORJOÃO ARAÚJO/ASCOM PREFEITURA

MANOEL MESSIAS RODRIGUES – EDITOR EXECUTIVO

O alienígenaUma historinha de um indivíduo. Ele era conhecido no

meio social como o ser que vive no mundo da lua, apático,“alienígena”, estranho.

Vivia em outra galáxia, abduzido por pensamentos di-versos e aleatórios, a morte da bezerra nas terras do além.Excêntrico, de poucos amigos, calado e quieto, um ser me-ditativo e anormal. Qual o diagnóstico desta personali-dade?

O problema cognitivo de “estar alienígena” pode servirde base para muitos tratados de psicopatologia que vão dosestados de ansiedade acentuados ao déficit de atenção e hi-peratividade. Todavia tais rótulos e estigmas perdem-se emuma visão na qual toda dinâmica de vida de uma pessoa érenegada. E de quem é o relato do primeiro parágrafo?

Divagar com frequência tem vários sentidos e umacomplexidade ampla. Muitos dos gênios da história da hu-manidade eram típicos alienígenas, Einstein, Mozart eFrank Zappa, por exemplo. Pessoas que dificilmente alguémconseguiria enquadrar em uma roda social convencional.Porém, como nossos psicopatologistas adoram convencio-nar a normalidade, massificar, talvez nos dias de hoje taisgênios seriam rotulados como anormais e modelados à so-ciedade de consumo pelo contexto da neuropsicopatologia,a nova moda da lobotomia em comprimidos. A cultura dobiológico explica tudo de forma positivista.

Nosso personagem do primeiro parágrafo retrata Fer-nando Pessoa. A inteligência elevada mostra um dos pri-meiros fatores de divagação pela alta capacidade deabstração típica dos gênios. Desdobrar percepções e pen-samentos é algo superior a média humana e, por isto, forade uma convencionalidade massificada.

Se um indivíduo tiver alta crítica social, inteligência ele-

vada, intuição ampla, se for criativo, provavelmente sofreráda angústia, sentindo-se um peixe fora d´água, mesmo emambientes aos quais tenha familiaridade, especialmentequando estes o relegarem à vida instintiva, coisificada evazia. Voltamos ao sentir-se alienígena. Angústia, tristeza,sentir-se deslocado, sozinho no meio de muita gente é ocomum atualmente para quem pensa e tem um mínimo demoral e ética.

A vida religiosa é outro fator de ruptura com a conven-cionalidade, a mística impõe a vida religiosa, a busca daindividuação, a estranheza com a convencionalidade, ge-rando o estado “alienígena”. Todo místico é um grandepeixe fora d'água. Isto porque desdobra com facilidade suapercepção por meio da intuição.

Mas o que temos feito hoje com nossas crianças dife-rentes? O que temos feito com pensamentos divergentes?O que temos feito da nossa educação? Vamos por meio decomprimidos deixar todos iguais? O que fazemos com ogrito da alma? Existe um aspecto saudável no sentir se di-ferente especialmente quando nossa civilização atravessaum período de crise de valores, crise de ideologia e identi-dade. Melhor ser estranho que corrupto ou um militante docaos. Necessário ter consciência para compreender osrumos da existencia na diferença. A isto chamamos Indivi-duação!

NINGUÉM faz história comportado. Criatividade e di-ferença andam juntas e são os “alienígenas” que fazem asinovações e a grande diferença no mundo.

Jorge Antônio Monteiro de Lima, analista, pesquisadorem saúde mental, psicólogo clínico, músico e mestre emAntropologia Social pela UFG.

Governador acertaao priorizar amobilidade urbana

Apesar de o país passar por uma severa crise, cujos sinais de arrefecimentoagora são ameaçados com a crise sem precedentes na Presidência da Repúblicaatingindo diretamente o presidente Michel Temer, em Goiás as notícias positivasestão pipocando. Primeiro foi o anúncio de investimentos de mais de R$ 9 bilhõesem todo o estado pelo Governo estadual; também foi anunciado um pacote debenefícios para os profissionais da educação, especialmente professores, numanotícia boa para a maior pasta de toda a administração estadual. Por fim, entreoutras medidas, o governador Marconi Perillo dialogou e cedeu pontos polêmicosna Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que estabelece limites nos gastospúblicos, estabelecendo um teto de gastos.

Na quarta-feira da semana passada, mais uma notícia típica da forma MarconiPerillo de administrar causou surpresa positiva em todo o estado: o governadoranunciou que o Governo de Goiás custeará, com dinheiro do Tesouro Estadual,100% das passagens do Passe Livre Estudantil. Conforme informou, o Governode Goiás fechou um acordo histórico com as empresas de transporte coletivo paragarantir a manutenção do valor da tarifa em R$ 3,70. Pelo acordo, o governo es-tadual, que atualmente arca com 50% do valor do Passe Livre Estudantil, passaráa custeá-lo integralmente. As empresas, por sua vez, congelarão o preço da pas-sagem e se comprometem a realizar melhorias no sistema.

O acordo prevê ainda que as empresas se comprometeram a fazer reajuste sa-larial dos trabalhadores das companhias. As empresas se comprometeram, ainda,a instalar e operar 1.061 câmeras de segurança no Eixo Anhanguera. Serão 727câmeras nos ônibus, 258 nos terminais e 76 câmeras nas estações de embarque,todas interligadas com a Secretaria de Segurança Pública, para que as nossas po-lícias possam acompanhar em tempo real a movimentação dos terminais.

Segundo Marconi, o acordo é resultado do ajuste fiscal realizado nos dois úl-timos anos, que tem permitindo agora que o Governo de Goiás pague integral-mente o Passe Livre Estudantil e que as empresas mantenham a tarifa congelada.

Além disso, o governador determinou ao secretário de Cidades, Meio Am-biente, Infraestrutura e Assuntos Metropolitanos que destine R$ 12 milhões doPrograma Goiás na Frente para a construção de 500 novos abrigos para pontosde ônibus na Grande Goiânia.

Evidentemente, todos ganham com esse esforço gigantesco para evitar umaumento da tarifa do transporte coletivo na Grande Goiânia, especialmente a po-pulação que mais precisa, trabalhadores assalariados, estudantes e os demais pas-sageiros e os trabalhadores das empresas de ônibus.

A mobilidade urbana é um problema urgente e que precisa ser equacionadopelas três esferas do poder público: federal, estadual e municipal. A locomoçãonas cidades é imprescindível e está intimamente ligada à qualidade de vida de seushabitantes. Portanto, acerta o governador Marconi Perillo ao não medir esforçospara destinar recursos a esta importante área.

A Prefeitura de Goiânia, por meio da (Comurg), intensificou o combate à poluição visual nas vias públicas.Estão sendo retirados cartazes, placas e faixas de anúncios clandestinos colocados nas entre pistas e praçasda Capital. Na semana passada, em dois dias de ação, mais de 754 itens foram recolhidos.

Wesley Brito

Chegou um cartão de crédito para mim, mas eu não pedi. O que faço?

Todos os dias milhões de cidadãos são bombardeadoscom propagandas das mais variadas formas, seja pela te-levisão, internet ou até pessoalmente andando pelas ruasdo centro de Goiânia e da região metropolitana. São car-tazes com preços, carros de som, panfletos e promoçõesespalhadas por outdoors. E junto a oferta de milhares deprodutos e serviços, não poderiam deixar de existir, seuspreços.

Em meio a tanta divulgação, cores e marcas, temos ospreços, e adstrito a estes, na maioria esmagadora das vezestemos a frase: “Parcelado no cartão”. Há parcelas que fin-dam em poucos meses, e parcelas quase imortais, parcelasque se perdem de vista, que fogem do orçamento, parcelaspequenas e parcelas gigantes, que se esvaíram no tempo ese perpetuam, se amontoando.

Os cartões de crédito se tornaram verdadeiros aliadosda economia. O brasileiro adora um cartão de crédito. Em2015 foram contabilizados mais de 52 milhões de usuáriosde cartão de crédito em nosso país. Os dados são do Ser-viço Central de Proteção ao Crédito. Há quem não os use,porém, há aqueles que abusam e se embaraçam econo-micamente. Também há outros que só utilizam em situa-ções emergenciais.

Geralmente, os cartões de crédito são enviados para acasa do solicitante que é um consumidor, estando, por-tanto, sob os cuidados do Código de Defesa do Consu-midor. No entanto, em centenas de casos, não houve asolicitação do cartão e mesmo assim nos surpreendemoscom ele em nossa caixinha de correios. Ocorre que esseenvio abusivo e sem solicitação não é apenas uma propa-ganda abusiva, ela gera danos.

Uma vez que o cartão é enviado à casa do consumidorsem que o mesmo saiba, várias inocorrências podem acon-tecer, como o desvio do cartão e a consequente utilizaçãopor terceiros e demais fraudes ligadas ao extravio ou de-sencaminho. Alguns cartões já vêm desbloqueados, comanuidade e seguro, e vários consumidores acabam não pa-

gando, tendo seu nome incluso no cadastro de inadim-plentes (SPC/SERASA). Mas então o que fazer?

De acordo com o Código de Defesa do Consumidor,constitui prática abusiva enviar ao consumidor, sem soli-citação previa, qualquer produto, ou fornecer qualquer ser-viço, nos termos do art. 39, III. Situação essa que o cartãode crédito se encaixa perfeitamente. A jurisprudência doSTJ se firmou no sentido de que o envio de cartão de cré-dito aos consumidores, assim como de qualquer produto,sem solicitação, constitui prática abusiva, pois viola o jámencionado artigo.

O tema foi amplamente discutido, gerando a Súmula532 do STJ, verbis: “Constitui prática comercial abusivao envio de cartão de crédito sem prévia e expressa solicita-ção do consumidor, configurando-se ato ilícito indenizávele sujeito à aplicação de multa administrativa”.

Sendo assim, comete ato ilícito a instituição de créditoque envia cartão para o endereço do consumidor sem queeste tenha solicitado previamente, dando ensejo à indeni-zação por danos morais, bem como à condenação da ins-tituição financeira ao pagamento multa administrativaimputada pelos órgãos de defesa do consumidor, nos ter-mos do art. 56, I, do CDC.

Portanto, a dica ao consumidor resume-se em atentar-se ao que lhe é oferecido. O cartão de crédito, se utilizadoconscientemente, dentro do orçamento, pode ser útil aoconsumidor. Conhecer o limite do cartão, a data de fecha-mento da fatura e os juros é fundamental para o seu me-lhor aproveitamento. Nos casos do envio sem solicitação,o consumidor pode ligar cancelando o cartão e perguntarse alguma fatura já foi gerada ou se há débitos. Lem-brando que esta prática é abusiva e passível de indenizaçãoe aplicação de multa.

Wesley Brito é advogado e professor, especialista emDireito do Consumidor.

E-mail: [email protected]

Jorge Antônio Monteiro de Lima

ESFERA PÚBLICAESPAÇO PARA FOMENTAR O DEBATE, OS ARTIGOS PUBLICADOS NESTA SEÇÃO NÃO TRADUZEM NECESSARIAMENTE A OPINIÃO DO JORNAL

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Rua An tô nio de Mo ra is Ne to, 330, Setor Castelo Branco, Go i â nia - Go i ásCEP: 74.403-070 Fo ne: (62) 3226-4600

Edi ta do e im pres so porRede de Notícia Planalto Ltda-ME

Fun da do em 7 de ju lho de 1986

Di re tor de Pro du ção Cleyton Ataí des Bar bo sacleyton@tri bu na do pla nal to.com.br

Fun da dor e Di re tor-Pre si den teSe bas ti ão Bar bo sa da Sil vase bas ti ao@tri bu na do pla nal to.com.br

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62 99977-6161

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Edi to r-Executivo

Daniela [email protected]

Manoel Messias [email protected]

Paulo José (Fotografia)[email protected]

Marcione Barreira

Fabiola Rodrigues [email protected]

Yago [email protected]

[email protected]é Deusmar Rodrigues

[email protected]

RepórteresFotografia

Diagramação

Opinião CENA URBANAFLAGRANTE DO DIA A DIA DA CAPITAL, ESTADO, BRASIL E MUNDO

CARTA AO LEITORJOÃO ARAÚJO/ASCOM PREFEITURA

MANOEL MESSIAS RODRIGUES – EDITOR EXECUTIVO

O alienígenaUma historinha de um indivíduo. Ele era conhecido no

meio social como o ser que vive no mundo da lua, apático,“alienígena”, estranho.

Vivia em outra galáxia, abduzido por pensamentos di-versos e aleatórios, a morte da bezerra nas terras do além.Excêntrico, de poucos amigos, calado e quieto, um ser me-ditativo e anormal. Qual o diagnóstico desta personali-dade?

O problema cognitivo de “estar alienígena” pode servirde base para muitos tratados de psicopatologia que vão dosestados de ansiedade acentuados ao déficit de atenção e hi-peratividade. Todavia tais rótulos e estigmas perdem-se emuma visão na qual toda dinâmica de vida de uma pessoa érenegada. E de quem é o relato do primeiro parágrafo?

Divagar com frequência tem vários sentidos e umacomplexidade ampla. Muitos dos gênios da história da hu-manidade eram típicos alienígenas, Einstein, Mozart eFrank Zappa, por exemplo. Pessoas que dificilmente alguémconseguiria enquadrar em uma roda social convencional.Porém, como nossos psicopatologistas adoram convencio-nar a normalidade, massificar, talvez nos dias de hoje taisgênios seriam rotulados como anormais e modelados à so-ciedade de consumo pelo contexto da neuropsicopatologia,a nova moda da lobotomia em comprimidos. A cultura dobiológico explica tudo de forma positivista.

Nosso personagem do primeiro parágrafo retrata Fer-nando Pessoa. A inteligência elevada mostra um dos pri-meiros fatores de divagação pela alta capacidade deabstração típica dos gênios. Desdobrar percepções e pen-samentos é algo superior a média humana e, por isto, forade uma convencionalidade massificada.

Se um indivíduo tiver alta crítica social, inteligência ele-

vada, intuição ampla, se for criativo, provavelmente sofreráda angústia, sentindo-se um peixe fora d´água, mesmo emambientes aos quais tenha familiaridade, especialmentequando estes o relegarem à vida instintiva, coisificada evazia. Voltamos ao sentir-se alienígena. Angústia, tristeza,sentir-se deslocado, sozinho no meio de muita gente é ocomum atualmente para quem pensa e tem um mínimo demoral e ética.

A vida religiosa é outro fator de ruptura com a conven-cionalidade, a mística impõe a vida religiosa, a busca daindividuação, a estranheza com a convencionalidade, ge-rando o estado “alienígena”. Todo místico é um grandepeixe fora d'água. Isto porque desdobra com facilidade suapercepção por meio da intuição.

Mas o que temos feito hoje com nossas crianças dife-rentes? O que temos feito com pensamentos divergentes?O que temos feito da nossa educação? Vamos por meio decomprimidos deixar todos iguais? O que fazemos com ogrito da alma? Existe um aspecto saudável no sentir se di-ferente especialmente quando nossa civilização atravessaum período de crise de valores, crise de ideologia e identi-dade. Melhor ser estranho que corrupto ou um militante docaos. Necessário ter consciência para compreender osrumos da existencia na diferença. A isto chamamos Indivi-duação!

NINGUÉM faz história comportado. Criatividade e di-ferença andam juntas e são os “alienígenas” que fazem asinovações e a grande diferença no mundo.

Jorge Antônio Monteiro de Lima, analista, pesquisadorem saúde mental, psicólogo clínico, músico e mestre emAntropologia Social pela UFG.

Governador acertaao priorizar amobilidade urbana

Apesar de o país passar por uma severa crise, cujos sinais de arrefecimentoagora são ameaçados com a crise sem precedentes na Presidência da Repúblicaatingindo diretamente o presidente Michel Temer, em Goiás as notícias positivasestão pipocando. Primeiro foi o anúncio de investimentos de mais de R$ 9 bilhõesem todo o estado pelo Governo estadual; também foi anunciado um pacote debenefícios para os profissionais da educação, especialmente professores, numanotícia boa para a maior pasta de toda a administração estadual. Por fim, entreoutras medidas, o governador Marconi Perillo dialogou e cedeu pontos polêmicosna Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que estabelece limites nos gastospúblicos, estabelecendo um teto de gastos.

Na quarta-feira da semana passada, mais uma notícia típica da forma MarconiPerillo de administrar causou surpresa positiva em todo o estado: o governadoranunciou que o Governo de Goiás custeará, com dinheiro do Tesouro Estadual,100% das passagens do Passe Livre Estudantil. Conforme informou, o Governode Goiás fechou um acordo histórico com as empresas de transporte coletivo paragarantir a manutenção do valor da tarifa em R$ 3,70. Pelo acordo, o governo es-tadual, que atualmente arca com 50% do valor do Passe Livre Estudantil, passaráa custeá-lo integralmente. As empresas, por sua vez, congelarão o preço da pas-sagem e se comprometem a realizar melhorias no sistema.

O acordo prevê ainda que as empresas se comprometeram a fazer reajuste sa-larial dos trabalhadores das companhias. As empresas se comprometeram, ainda,a instalar e operar 1.061 câmeras de segurança no Eixo Anhanguera. Serão 727câmeras nos ônibus, 258 nos terminais e 76 câmeras nas estações de embarque,todas interligadas com a Secretaria de Segurança Pública, para que as nossas po-lícias possam acompanhar em tempo real a movimentação dos terminais.

Segundo Marconi, o acordo é resultado do ajuste fiscal realizado nos dois úl-timos anos, que tem permitindo agora que o Governo de Goiás pague integral-mente o Passe Livre Estudantil e que as empresas mantenham a tarifa congelada.

Além disso, o governador determinou ao secretário de Cidades, Meio Am-biente, Infraestrutura e Assuntos Metropolitanos que destine R$ 12 milhões doPrograma Goiás na Frente para a construção de 500 novos abrigos para pontosde ônibus na Grande Goiânia.

Evidentemente, todos ganham com esse esforço gigantesco para evitar umaumento da tarifa do transporte coletivo na Grande Goiânia, especialmente a po-pulação que mais precisa, trabalhadores assalariados, estudantes e os demais pas-sageiros e os trabalhadores das empresas de ônibus.

A mobilidade urbana é um problema urgente e que precisa ser equacionadopelas três esferas do poder público: federal, estadual e municipal. A locomoçãonas cidades é imprescindível e está intimamente ligada à qualidade de vida de seushabitantes. Portanto, acerta o governador Marconi Perillo ao não medir esforçospara destinar recursos a esta importante área.

A Prefeitura de Goiânia, por meio da (Comurg), intensificou o combate à poluição visual nas vias públicas.Estão sendo retirados cartazes, placas e faixas de anúncios clandestinos colocados nas entre pistas e praçasda Capital. Na semana passada, em dois dias de ação, mais de 754 itens foram recolhidos.

Wesley Brito

Chegou um cartão de crédito para mim, mas eu não pedi. O que faço?

Todos os dias milhões de cidadãos são bombardeadoscom propagandas das mais variadas formas, seja pela te-levisão, internet ou até pessoalmente andando pelas ruasdo centro de Goiânia e da região metropolitana. São car-tazes com preços, carros de som, panfletos e promoçõesespalhadas por outdoors. E junto a oferta de milhares deprodutos e serviços, não poderiam deixar de existir, seuspreços.

Em meio a tanta divulgação, cores e marcas, temos ospreços, e adstrito a estes, na maioria esmagadora das vezestemos a frase: “Parcelado no cartão”. Há parcelas que fin-dam em poucos meses, e parcelas quase imortais, parcelasque se perdem de vista, que fogem do orçamento, parcelaspequenas e parcelas gigantes, que se esvaíram no tempo ese perpetuam, se amontoando.

Os cartões de crédito se tornaram verdadeiros aliadosda economia. O brasileiro adora um cartão de crédito. Em2015 foram contabilizados mais de 52 milhões de usuáriosde cartão de crédito em nosso país. Os dados são do Ser-viço Central de Proteção ao Crédito. Há quem não os use,porém, há aqueles que abusam e se embaraçam econo-micamente. Também há outros que só utilizam em situa-ções emergenciais.

Geralmente, os cartões de crédito são enviados para acasa do solicitante que é um consumidor, estando, por-tanto, sob os cuidados do Código de Defesa do Consu-midor. No entanto, em centenas de casos, não houve asolicitação do cartão e mesmo assim nos surpreendemoscom ele em nossa caixinha de correios. Ocorre que esseenvio abusivo e sem solicitação não é apenas uma propa-ganda abusiva, ela gera danos.

Uma vez que o cartão é enviado à casa do consumidorsem que o mesmo saiba, várias inocorrências podem acon-tecer, como o desvio do cartão e a consequente utilizaçãopor terceiros e demais fraudes ligadas ao extravio ou de-sencaminho. Alguns cartões já vêm desbloqueados, comanuidade e seguro, e vários consumidores acabam não pa-

gando, tendo seu nome incluso no cadastro de inadim-plentes (SPC/SERASA). Mas então o que fazer?

De acordo com o Código de Defesa do Consumidor,constitui prática abusiva enviar ao consumidor, sem soli-citação previa, qualquer produto, ou fornecer qualquer ser-viço, nos termos do art. 39, III. Situação essa que o cartãode crédito se encaixa perfeitamente. A jurisprudência doSTJ se firmou no sentido de que o envio de cartão de cré-dito aos consumidores, assim como de qualquer produto,sem solicitação, constitui prática abusiva, pois viola o jámencionado artigo.

O tema foi amplamente discutido, gerando a Súmula532 do STJ, verbis: “Constitui prática comercial abusivao envio de cartão de crédito sem prévia e expressa solicita-ção do consumidor, configurando-se ato ilícito indenizávele sujeito à aplicação de multa administrativa”.

Sendo assim, comete ato ilícito a instituição de créditoque envia cartão para o endereço do consumidor sem queeste tenha solicitado previamente, dando ensejo à indeni-zação por danos morais, bem como à condenação da ins-tituição financeira ao pagamento multa administrativaimputada pelos órgãos de defesa do consumidor, nos ter-mos do art. 56, I, do CDC.

Portanto, a dica ao consumidor resume-se em atentar-se ao que lhe é oferecido. O cartão de crédito, se utilizadoconscientemente, dentro do orçamento, pode ser útil aoconsumidor. Conhecer o limite do cartão, a data de fecha-mento da fatura e os juros é fundamental para o seu me-lhor aproveitamento. Nos casos do envio sem solicitação,o consumidor pode ligar cancelando o cartão e perguntarse alguma fatura já foi gerada ou se há débitos. Lem-brando que esta prática é abusiva e passível de indenizaçãoe aplicação de multa.

Wesley Brito é advogado e professor, especialista emDireito do Consumidor.

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Jorge Antônio Monteiro de Lima

ESFERA PÚBLICAESPAÇO PARA FOMENTAR O DEBATE, OS ARTIGOS PUBLICADOS NESTA SEÇÃO NÃO TRADUZEM NECESSARIAMENTE A OPINIÃO DO JORNAL

POLÍTICA 3GOIÂNIA, 21 A 27 DE MAIO DE 2017

XMarcione Barreira

[email protected] DIRETAPEC A PEC do teto dos gastos públicos que

gerou várias discussões finalmente teve seucapítulo final na última semana. A propostafoi aprovada em segunda votação pelo ple-nário na Assembleia Legislativa na noite daúltima quarta-feira, 17.

EmendasA proposta foi aprovada com as emen-

das já acatadas pelo relator do projeto, Gus-tavo Sebba (PSDB), e a emenda do grupode seis parlamentares da base aliada que ne-gociou com o Governo do Estado mudançasna PEC.

As emendasAs modificações acertadas com os parla-

mentares asseguraram a manutenção de di-reitos e garantias dos servidores públicos,como quinquênios e concursos públicos,progressões para trabalhadores da Saúde ereajustes para os da Educação, além da ma-nutenção dos incentivos fiscais.

Cargos comissionadosA Comissão Mista da Assembleia Legisla-

tiva aprovou na última quinta-feira, 18, o pro-jeto de lei que cria 800 novos cargos comissio-nados na administração estadual. Agora, a ma-téria será encaminhada para duas votações emPlenário.

Do executivoDesta vez, a proposta veio do executivo pa-

ra o legislativo conforme parâmetros legais pa-ra este caso. A propositura foi fruto de umaemenda patrocinada pelo líder do governo,Francisco Oliveira (PSDB), posteriormentesuspensa pela juíza Suelenita Soares, da 2ª Va-ra da Fazenda Pública Estadual.

Se aprovadaEm caso de aprovação do projeto serão

criadas 800 novas vagas. Do total, 548 vagasserão destinadas às unidades do Vapt Vup emtodo o Estado, 150 serão absorvidas pelo De-partamento Estadual de Trânsito (Detran) e102 serão preenchidas pelo Gabinete Militarda Governadoria.

RÁPIDASGoverno anuncia R$ 12 milhões para a cons-

trução de 500 abrigos em pontos de ônibus pelaCapital.

...A verba é oriunda do programa Goiás na

Frente lançado pelo governo estadual em março.

O governador Marconi Perillo se deu bem naentrevista coletiva que concedeu na terça-feira.

...Na ocasião, respondeu todas as perguntas

dos jornalistas sobre supostas doações ilegais daOdebrecht.

GOIÂNIA

“É preciso aprovar a antecipação das eleiçõespresidencial e do Congresso Nacional”

Senador Ronaldo Caiado (DEM), depois que delações revelaram que o presidente Michel Temer deu avalpara o dono da JBS comprar o silêncio de Eduardo Cunha

Gestão de Iris entra nos trilhos

Transporte públicoDepois de firmar acordo com o Estado, as

empresas de transporte coletivo se comprome-teram a fazer os investimentos necessários pa-ra a melhoria do sistema. O primeiro é a im-plantação e manutenção das câmeras de moni-toramento do Eixo Anhanguera.

CEI das ContasVice-prefeito na gestão de Paulo Garcia e

atual secretário de Planejamento da Prefeiturade Goiânia, Agenor Mariano foi à Câmara dosVereadores na última semana para prestar es-clarecimentos na Comissão Especial de Inqué-rito (CEI) das Contas da Prefeitura.

A CEIA comissão investiga possíveis irregularida-

des nas contas públicas, contratos e convêniosfirmados pelo município, de 2008 a 2016, sobas gestões de Iris Rezende e Paulo Garcia.

ComponentesA Comissão, instalada em 23 de fevereiro

de 2017, é presidida por Zander Fábio (PEN),tem relatoria de Jorge Kajuru (PRP) e comomembros Priscilla Tejota (PSD), Oseias Varão(PSB), Jair Diamantino (PSDC), Kleybe Mo-rais (PSDC) e Edson Automóveis (PMN).

Novo RGO vice governador José Eliton (PSDB, fo-

to) participou na quarta-feira, 17, do lança-mento do novo modelo de RG que passa a seremitida para todo o estado a partir de agorapelo Instituto de Identificação da Polícia Civil.A nova identidade contém digitalização dasbiometrias, incluindo a fotografia feita na hora,impressões e assinatura digitais. O documentoserá emitido em curto prazo, passando de 40dias para sete dias no interior e de 30 dias paratrês dias na capital.

Atrito entre o vereador PauloMagalhães e Felisberto Tavaresganha ponto finalNo início do mês de abril, a Tribuna entrevistou com exclusividade o Secretário Municipal

de Trânsito, Transporte e Mobilidade (SMT), Felisberto Tavares (PR). Na ocasião, o secretáriofalou sobre as dificuldades enfrentadas pelo órgão, pela prefeitura de Goiânia e de outros as-suntos pertencentes à política. Em certo ponto do diálogo, o secretário foi indagado sobre umdesentendimento que ocorreu entre ele e vereador Paulo Magalhães (SDD), a quem Felisbertoacusou de agressão. Inclusive, o secretário citou outros casos de violência envolvendo Maga-lhães. Em audiência realizada dia 5 de maio de 2017, no 1º Juizado Especial Civil que tratousobre a acusação, ficou acordado que o secretário publicaria uma nota de esclarecimento acer-ca dos mesmos fatos descritos naquela edição.Confira o conteúdo da nota:“Por força de uma composição civil realizada no 1º Juizado Especial Criminal, com a

anuência das partes, venho informar a todos que, em decorrência do fato publicado na edição1550, de n 30 (sic), deste jornal, passo a informar que não existe nenhum processo criminal emdesfavor do vereador Paulo Magalhãs. Por fim, me retrato de todo constrangimento causadoao vereador, informo que desconheço qualquer fato que desabone a conduta do vereador.”

Fim da greve daEducação mostraforça do diálogo e daadministração de IrisRezende

Manoel Messias Rodrigues

Nas últimas semanas, a pre-feitura tem intensificado suasações por toda Goiânia, situaçãobem diferente daquela que se viahá menos de dois mês. Obras pa-radas foram retomadas e serviçosbásicos como educação e saúdecomeçam a entrar nos trilhos.Com isso, a credibilidade de

Iris Rezende como gestor tem da-do sinais de recuperação. Entre-tanto, só será possível traçar umdiagnóstico mais exato nos próxi-mos meses quando a administra-ção terá completado seis mesesde gestão. O relacionamento do prefeito

com o legislativo tem ajudado oprefeito a trabalhar com maistranquilidade. Apesar de não serum relacionamento como foi nasduas últimas vezes que governouGoiânia, Iris tem conseguidoamenizar as insatisfações comdiálogo e com o apoio de algunsparlamentares.Uma das mais recentes de-

monstrações do poder do diálogofoi o fim da greve na educaçãomunicipal que já durava 37 dias.Com a decisão, o atendimentonas escolas municipais e centrosde educação infantil voltaram ànormalidade na terça-feira, 23. Ofim da greve da educação repre-senta uma importante vitória pa-ra Iris. Apesar do contexto financeiro

desfavorável enfrentado pela Pre-feitura de Goiânia, a SecretariaMunicipal da Educação (SME)

tem feito esforços e tem conse-guido cumprir com os compro-missos assumidos com a catego-ria no início do ano.

Acordo com a EducaçãoEntre essas medidas estão a

concessão reajuste da data baseaos administrativos com valoresretroativos a janeiro, criação doprograma de manutenção per-manente das escolas, convocaçãode mais de 2 mil concursados eaumento do salário dos professo-res em 7,64% que passaram a re-ceber acima do piso nacional.Com o objetivo de promover

ações pedagógicas, foi criado oProjeto Educação Ambiental nosParques que disponibiliza equi-pes de educadores ambientaispara atender a população. Secretário da SME, Marcelo

Costa ressaltou que as ações daPrefeitura são fruto do planeja-mento, após o diagnóstico e re-forma administrativa realizadana SME. “A pedido do prefeito,passamos por intensa reformula-ção administrativa para que pu-déssemos melhorar e valorizar,não só a parte estrutural da Edu-cação, mas também os trabalha-dores”. O secretário enfatizou que,

desde janeiro, as iniciativas dagestão na área educacional têmsido objeto de diálogo entre re-presentações da categoria e, deforma transparente, a construçãode soluções têm sido anunciadaspara os servidores.A reposição dos dias letivos

será acompanhada pela SMEpara garantir que a carga horáriae os dias letivos previstos pela Leide Diretrizes e Bases da Educa-ção Nacional sejam cumpridos.O movimento grevista atingiu 5%das unidades educacionais muni-cipais.

Sinais da retomada estão por toda a cidadeParadas desde o ano passado

quando uma contrapartida decerca de R$ 11 milhões ao gover-no federal deixou de ser repassa-da, as obras do BRT foram reto-madas em abril.As obras estão a pleno favor

com previsão para conclusão emdois anos. “Muitas obras emGoiânia, tocadas em parceriacom o Governo Federal, estãoparalisadas por falta de contra-partida da prefeitura. A adminis-tração Iris vem equacionando es-ses problemas”, diz o secretáriode Governo, Samuel Almeida.Para tornar a administração

municipal mais célere, a Segovpropôs iniciativas para o desen-volvimento de ações e procedi-mentos internos da prefeitura,entre elas: a aceleração dos pro-cessos da Unidade de Coordena-ção de Execução de Projetos(UCPA), que permitiu restabele-cer os contatos com o Banco In-teramericano de Desenvolvimen-to (BID), retomando a execução

do Programa “Cidades Emer-gentes e Sustentáveis”, por meiode Cooperação Técnica.No mês de março, a Prefeitu-

ra, via Segov, firmou Termo deCooperação com o Conselho deDesenvolvimento Econômico,Sustentável e Estratégico deGoiânia (Codese). O ato visou aimplementação de ações queproporcionem a realização de es-tudos e ações focadas no apri-moramento da gestão pública ena melhoria das condições de vi-da da população de Goiânia eRegião Metropolitana, permitin-do elevar a capital goiana, até oano de 2033, a um dos dez muni-cípios brasileiros com melhor Ín-dice de Desenvolvimento Huma-no (IDH).Em parceria com o Ministé-

rio Público do Estado de Goiás,a Segov iniciou o diálogo com osatores da Coleta Seletiva, entreCooperativas de Catadores, enti-dades de fomento e demais par-ceiros, articulado com outras Se-

cretarias com o propósito dereassumir as ações inerentes àPrefeitura de Goiânia no que dizrespeito à Política Nacional deResíduos Sólidos (PNRS).

RecapeamentoMarca de Iris em administra-

ções anteriores, o trabalho rela-cionado à malha asfaltica é visí-vel em muitos setores da cidade.Na última semana, por exemplo,o trabalho de revitalização do as-falto de ruas e avenidas do Par-que Amazônia foram iniciados.O titular da Secretaria de in-

fraestrutura Fernando Cozzettediz que o trabalho da prefeituravai continuar. “É por isto quecontamos neste momento com oapoio da Secretaria Municipal deTrânsito, Transporte e Mobilida-de para sinalizar e controlar ofluxo de veículos durante a exe-cução dos serviços. O trabalho, iniciado por de-

terminação do prefeito Iris Re-zende, consiste na retirada do as-

falto antigo que apresenta irregu-laridades e na aplicação de umanova camada asfáltica. Paralelamente à execução

dessas obras, a gestão municipalestá avançando nos trâmites pa-ra a obtenção de recursos, na or-dem de US$ 100 milhões, parareconstrução asfáltica de mais de100 bairros da Capital.

InteratividadeModernizar a prefeitura e

promovera a interação da gestãocom a população é um dos obje-tivos de Iris. Assim, em parceriacom a Secretaria Municipal deInfraestrutura e Serviços Públi-cos (Seinfra), a prefeitura passoua disponibilizar o canal de comu-nicação pelo WhatsApp, número(62) 98493-7229. Nele, o cida-dão pode solicitar serviços comoa operação tapa-buracos, limpe-za de bocas de lobo, reposição detampas de poços de visita e debocas de lobo, troca de lâmpa-das e outras ações

Prefeito Iris Rezende tem conversado com a população e lançado obras e ações por toda a Capital

POLÍTICA4 GO I Â NIA, 21 A 27 DE MAIO DE 2017

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“Eu sempre disseque não queria

um partido pequeno, euqueria um

partido grandepara

construir um projeto grande”

ENTREVISTA / ADRIANA ACCORSI

Para petista,união comPMDB e DEM“é complicada”

Seu mandato defende osdireitos das mulheres e ocombate à violência. EmGoiás, tivemos recentementeuma série de crimes quevitimaram mulheres, mortaspelo namorado ou marido.Está ocorrendo umrecrudescimento desses fatosou são casos isolados?

Esse tema é uma das priori-dades, sim, tanto da minhaatuação como delegada quantocomo deputada. Há dados quecomprovam que a violênciacontra mulheres e meninas emGoiás tem crescido muito. Esta-mos em segundo lugar em femi-nicídio, que é o assassinato demulheres no conflito doméstico,

de gênero. Infelizmente, os nú-meros são trágicos. Os númerostambém de agressões, ameaçase tentativas de homicídio cres-ceram, assim como a violênciacontra a liberdade sexual, comoo estupro. É muito grave. Goiástem uma estrutura de combateaos crimes que precisa melhorarmuito, melhorar sua estrutura

física, de pessoal e de condiçõesde atuação. Estamos iniciandouma pesquisa junto à Universi-dade Federal, que tem uma uni-dade de estudos da violência,para discutir quem é esta mu-lher que é assassinada: ela pas-sou pela polícia, ela denunciou?A violência aconteceu por mui-to tempo? Enfim, para que a

Filha do do professor e ex-prefeito de Goiânia Darci Accorsi, a deputada estadual AdrianaAccorsi conviveu com a militância político-partidária desde a infância e adolescência, naépoca da consolidação do PT em Goiânia e Goiás. Na década de 1990, atuou nas atividadespolíticas da juventude petista ativamente, inclusive como presidente da Juventude dopartido, afastando-se somente quando passou no concurso para delegada de polícia no ano2000. Formada em Direito pela Universidade Federal de Goiás e especialista em CiênciasPenais, ganhou notoriedade a partir de 2003, após assumir a Delegacia de Proteção àCriança e ao Adolescente (DPCA), onde permaneceu por oito anos, tendo solucionadocrimes que ganharam grande repercussão. Em 2012, tornou-se a primeira mulher a ocuparo cargo de Delegada Geral da Polícia Civil de Goiás e, logo no ano seguinte, assumiu aSecretaria Municipal de Defesa Social de Goiânia. Em 2014, tornou-se a primeira deputadaestadual eleita pelo PT em Goiás, obtendo mais de 43 mil votos. Após ficar em quinto lugarna disputa pela prefeitura de Goiânia, no ano passado, ela foi eleita no início de abrilpresidente do Diretório Metropolitano do PT, ganhando assim voz ativa no processo dedecisão da política de alianças que a legenda terá em Goiás nas próximas eleições.

Daniela Martins, Manoel Messias Rodrigues e Marcione Barreira

Tribuna do Planalto – O PTem Goiás aprovou, por amplamaioria, que a prioridade dopartido no estado é a eleiçãodo ex-presidente Lula àPresidência da República em2018. O que isso significa?

Adriana Accorsi – Como agente não tem eleição em 2017,é um ano que a gente usa paraconversar e dialogar e, enquan-to dirigente, o meu pensamentoé o de que precisamos priorizara eleição do presidente Lula,não para fortalecer o nosso par-tido, mas sim para voltar a de-senvolver o nosso país. É issoque entendemos e por isso essaé a nossa prioridade e isso aca-ba indicando o nosso caminho.Como os outros partidos nãodefiniram quem são seus pré-candidatos, a gente vai conver-sando sobre isso.

Nesse cenário já estádescartado o lançamento decandidato a governador?

Não, de forma alguma.Acredito que estamos num mo-mento político complicado. Te-mos pré-candidatos que estãoligados com o golpe que aconte-ceu no Brasil e que são respon-sáveis por toda a crise que estáacontecendo. É complicado vo-cê caminhar com um partidoque participou do golpe, que ho-je vota a favor de reformas quenós somos totalmente contrá-rios. Não consigo entender, porexemplo, como vamos apoiarum candidato que tenha votadoa favor da Reforma Trabalhista eda Reforma Previdenciária. En-tão esse é um momento comple-xo, mas é claro que vamosencontrar uma saída.

Recentemente a sra. assumiu ocomando do DiretórioMetropolitano do PT. Comoserá sua gestão?

Temos uma grande respon-sabilidade. Todos as liderançasdo partido têm. Para mim, alémde ser uma grande responsabili-dade, é uma grande honra serpresidenta do PT Metropolita-no. Minha intenção como co-mandante é unir o partido.Acho que esse é um momentoem que nós temos que ser uni-dos. Temos que fortalecer asinstâncias internas do partido,para que de fato essa democra-cia seja garantida no partido.Promover também novas filia-ções, principalmente da juven-

tude, promover a formação po-lítica que é uma tradição donosso partido.

A orientação nacional doPMDB, favorável às reformasdo Governo Temer, devedificultar uma eventual aliançado PT com a legenda emGoiás na próxima eleição?

Defendo que a política dealiança seja amplamente discu-tida dentro do partido e que nãoseja uma decisão de cúpula.Que seja uma decisão da maio-ria, que a gente discuta, que agente vote. É um compromissoque tenho como presidente quea gente discuta e que a maioriapossa decidir. Então, primeiroisso, eu quero deixar muito claraessa posição. Hoje temos trêscandidaturas colocadas e todaselas estão comprometidas como processo que entendemos quefoi um golpe e que tem promo-vido reformas que entendemosque são prejudiciais ao povotrabalhador. Estamos totalmen-te contrários tanto ao que oPSDB defende quanto ao que oDEM e o PMDB defendemporque o pré-candidato que oPMDB colocou até agora votoua favor da Reforma Trabalhista.Então eu acho tudo isso muitocomplicado e é por isso que eunão descarto uma candidaturasolo, mas as coisas mudam enós temos até o ano que vempara discutir.

O PT já tem algum nome?Não. Até o momento nin-

guém se colocou, mas temosbons nomes. Quanto a isso nãoteríamos problema.

A sra. poderia ser um dosnomes?

Não. Sou candidata à reelei-ção. Esse é meu plano.

Voltando à questão da aliança,pelo que a sra. disse, casoDaniel Vilela seja o candidatodo PMDB, isso nãoinviabilizaria qualquerpossibilidade de aliança entrePT e PMDB, já que elepresidiu a comissão daReforma Trabalhista?

Na minha opinião, achomuito complicado isso. Massou eu quem vai decidir? Não.Quem vai decidir é o partido.Minha opinião pessoal é queacho muito complicado isso. Jácoloquei inclusive isso paraamigos e companheiros de par-tido. Somos totalmente contra aReforma Trabalhista e vamoslutar contra ela até o fim.

A sra. mencionou o termogolpe, citou criminalização doPT. Seu partido deve apostartodas fichas na candidatura doex-presidente Lula, que serájulgado nos próximos meses.Sendo condenado em segundainstância, isso inviabilizaria acandidatura dele. Esse é ocaminho do partido, não templano B?

Teremos um congresso quepara mim é o congresso maisimportante na história do parti-do, que ocorrerá em junho ago-ra e nesse congresso teremosrepresentantes de toda a mili-tância do país e vamos discutiressa questão. Decidiremos jun-tos quais serão as estratégias e

as alternativas que nós temos.Em segundo lugar, pelo conhe-cimento que eu tenho da lei, es-tá havendo uma criminalizaçãodo ex-presidente Lula. A formaque a Justiça tem tratado, espe-cificamente esse juiz [SérgioMoro], o presidente Lula, asprovas demonstram claramenteuma perseguição. Claro que te-mos que discutir todas as alter-nativas e vamos provar ainocência do ex-presidente Lulae ele será o nosso candidato àPresidência da República. É oque acredito.

Há uma série de situações,delações homologadas peloSTF por exemplo, que podem

complicar uma candidatura doex-presidente...

Não. O STF aceitar umadelação não significa que o su-jeito é culpado, não quer dizerque ela é verdadeira. Se essadelação traz fatos comprova-dos e verdadeiros, isso será de-cidido no julgamento. Agora, sea delação levará a uma conde-nação, isso não foi decidido.Falando como delegada e juris-ta, a delação tem que ser levadacom muito cuidado. O que que-remos é que seja realmente in-vestigado, é que tenha umjulgamento realmente justo. Éisso que queremos para o ex-presidente Lula e para todas aspessoas desse país.

Sobre a gestão de Goiânia.Todo o secretariado e opróprio prefeito Iris Rezendetêm reclamado muito daforma que encontraram aprefeitura da Capital, órgãossucateados e endividados,segundo eles. A gestão dePaulo Garcia deixou mesmo aprefeitura cheia de problemas?

Primeiro, quero deixar claroque eu não fiz parte da gestãonos últimos anos. Mas oPMDB participou da gestão atéos últimos momentos. Então oque é bom tem que ser reputa-do a ambos e o que é ruim,também. Os problemas quetêm em Goiânia e as coisasboas, eu acredito, são herançados dois partidos e de todas asforças que fazem parte da ges-tão. A gente tem que ser justo.O prefeito Paulo Garcia tevesua última prestação de contasaprovada na Câmara. O que foiapresentado lá, os vereadoresaprovaram e do nosso partidosó tinha um [vereador]. O pre-

feito Paulo Garcia tomou váriasmedidas duras, inclusive impo-pulares, e a informação que eutive como candidata a prefeita éque as contas estavam organi-zadas. E é nisso que eu acredi-to. Até porque a Câmaraaprovou isso. É claro que aspessoas pensam diferente. Vocêentra numa administração, evocê pensa diferente do ante-rior, isso é normal. Até pessoasdo mesmo partido vão impri-mir na gestão a sua história devida e as suas convicções. Masacho que está na hora de traba-lhar. Acho que o prefeito deve-ria parar de reclamar etrabalhar, e cuidar da cidade.Fazer o que ele prometeu. A ci-dade está precisando, as esco-las estão em greve, os CMEIsnão estão funcionando. Temque trabalhar. Ele tem experiên-cia para isso e acho que já pas-sou o tempo de ficar falando dagestão anterior, isso tem queacabar. Ele precisa cuidar da ci-dade. É a minha cidade, a cida-

de que moro, quero que sejauma boa administração para acidade, que a cidade esteja bem.

Como a sra. avalia a atuaçãode Iris até aqui?

Como deputada vou fazertudo para ajudar, já fiz váriasemendas para Goiânia. Masacredito que ficar falando malda gestão anterior, isso tem umlimite. Estou muito preocupadacom a situação dos CMEIs.Saiu, inclusive, essa semananos jornais a quantidade decrianças que estão ficando sozi-nhas em casa porque osCMEIs não funcionam. Isso éinadmissível. O prefeito devenegociar, discutir essa questãoda greve dos professores, resol-ver essa questão dos CMEIs,porque isso é muito grave, dei-xa as crianças muito vulnerá-veis. A Prefeitura precisaresolver isso urgente. Torço pa-ra que tudo dê certo, para queele termine o mandato e que se-ja boa para a cidade.

“O machismo e o sentimento de posseestão muito arraigados na cultura goiana”

“Provaremos a inocência de Lula e eleserá o nosso candidato a presidente”

“Acho que o prefeito [Iris] deveriaparar de reclamar e trabalhar”

“Como deputada, vou fazer tudo para ajudar [a gestão], já fiz várias emendas para Goiânia”

FOTOS: PAULO JOSÉ

POLÍTICA 5GOIÂNIA, 21 A 27 DE MAIO DE 2017

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A sra. como presidente daComissão de SegurançaPública da Assembleia realizouaudiência para discutir aatuação das forças desegurança pública,principalmente a PolíciaMilitar, nas manifestações derua. Casos de aparente abusoda força, como a agressão aoestudante Mateus Ferreira daSilva, devem ser vistos comoato isolado ou é possívelperceber um direcionamentoda instituição policial militarno sentido de reprimir asmanifestações?

Como presidente da Comis-são de Segurança, realizamosdezenas de audiências públicas,inclusive nos bairros da cidade,e vamos reiniciar essas audiên-cias públicas sobre segurançapública agora no dia 5 de junho,lá na região noroeste. A gentechama toda a comunidade, asforças policiais, o Conselho Co-munitário de Segurança e dis-cute que políticas podemosfazer juntos na região. Inclusivesobre as condições de trabalhodos policiais. Realizamos aqui,eu creio, o maior seminário desegurança pública da históriade Goiás com a participação donovo secretário de Segurança,agora no mês de março, na As-sembleia Legislativa, onde dis-cutimos justamente ascondições de trabalho e os de-safios dos policiais para garan-tir a segurança da comunidade.Realizamos também recente-mente, com a presença da de-putada federal Erika Kokay, queé presidente da Comissão dosDireitos Humanos da CâmaraFederal, uma audiência sobre aliberdade de manifestação e asforças de seguranças para dis-cutir justamente como recons-truir o diálogo entre as forças desegurança e os movimentos so-ciais, que foi rompido na dita-dura militar e até hoje temosessa dificuldade. Eu, por exem-plo, sou uma das poucas pes-

soas que tem uma história nomomento estudantil, social, empartido de esquerda, e sou poli-cial. Eu me dedico a reconstruiresse diálogo e esse relaciona-mento. Acredito que podemoster uma polícia que tenha estru-tura, condições dignas de traba-lhar e que respeite e promova odireito das pessoas. A polícia éimprescindível, não podemosviver sem polícia. Agora a polí-cia tem que ter condições detrabalho, formação e uma lide-rança no sentido de qual segu-rança que queremos. Temosainda uma polícia que tem trei-namento da época da ditadura,quando manifestação era crime.Hoje não é. Então precisamosadaptar essa formação. Temosuma polícia que cotidianamentesalva a vida das pessoas, prote-ge a nós e a nossas famílias, emuitas vezes sem ter a condiçãopara isso. Precisamos garantiressa condição, a capacitaçãodentro de um pensamento atuale democrático. E precisamospunir os casos pontuais queacontecerem. Ali nós tivemosuma manifestação pacífica, quelá estavam trabalhadores e tra-balhadoras de todas as catego-rias. Lá estavam MinistérioPúblico Federal, OAB, PolíciaCivil, Polícia Federal, trabalha-dores dos Correios, colégios in-teiros, padres, pastores,vereadores. Então não é verda-de que eram vagabundos, eram

trabalhadores.

Houve abuso de força policial?No final teve um momento

de conflito. Em momentos deconflito, o policial tem que terinstrumento para agir e os poli-cias de Goiás, segundo o secre-tário, não têm todos osinstrumentos para agir naquelemomento. E precisam ter obom senso, saber se portar comprovocações. Se havia pessoascom barras de ferro, como elesalegam, e eu não vi, essas pes-soas deviam ter sido presas.Não existe pena de morte paraquem está se manifestando,nem se quebrar a porta do Itaú.Se quebrar a porta do Itaú, apessoa tem que ser presa. Elanão pode receber uma pauladana cabeça. Essa é a lei brasilei-ra. E como delegada precisopromover o cumprimento dalei. O que houve ali foi um erro,um equívoco, o policial nãoagiu dentro da lei. É uma pes-soa que tem um história, eu in-clusive já recebi denuncias delee fiz uma investigação. Não es-tou falando de nada que ouvifalar. E acredito que ao mesmotempo que precisamos promo-ver essa capacitação para ostempos atuais, e ter essas estru-turas, precisamos ter a justa pu-nição. Após uma investigação,com provas e, se ficar provada,que haja a punição que estádentro da lei.

O secretário de Segurançadeclarou, após essamanifestação, que a PMprecisa de um novo código deética. Não é uma declaraçãomuito genérica? O caminhopara resolver essas situaçõesnão passaria pela criação deuma nova polícia, com asuperação do caráter militar?

O secretário apresentou vá-rias medidas. São seis medidas,que entendo que são necessá-rias e justas e que trarão real-mente benefício para asegurança em Goiás. Essa me-dida é importante porque existeum código que norteia a atua-ção da Polícia Militar, que é ex-tremamente ultrapassado,prevê medidas muito antigas eque não combinam com a atua-lidade, segundo os próprios mi-litares e o secretário. Acreditoque a discussão da união daspolicias tem que ser enfrentadano Brasil, tem que discutir, tra-zer os trabalhadores da segu-rança e a população paradiscutir juntos. Existem temasno Brasil que são de certa for-ma tabus, mas que precisamser discutidos para que a genteencontre um caminho. Precisa-mos encontrar caminhos pelomenos para a atuação conjuntadas forças policiais – defendoisso. Defendo também que agente discuta formas de mo-dernizar as forças policiais.Acredito também que precisa-mos fortalecer a Polícia Judi-ciária, porque se não houverinvestigação e julgamento doscrimes, não adianta ter a polí-cia preventiva, a Polícia Mili-tar fica realmente enxugandogelo. E precisamos investir naprevenção ao envolvimentodas pessoas com crimes. Paramim, a principal medida depolítica pública de segurançaé o investimento maciço e pe-sado na prevenção. É o que eufaria e é o que farei como su-gestão, caso o presidente Lulaseja eleito.

“O que houve ali foi um erro,o policial não agiu dentro da lei”

gente tenha um perfil destasmulheres e consiga ver onde es-tão os equívocos de atuação e oque pode ser feito.

O que pode ser feito deimediato?

Primeiro, precisamos teruma política de mudança dacultura machista em Goiás. Fizuma projeto aqui de campanhapermanente contra o machismoque será levado às escolas. Nos-sa proposta é que cada escolacrie uma equipe multidisciplinarque vai trabalhar essa questãodo machismo, da violência do-méstica e da cultura de paz coma juventude. Precisamos traba-lhar com os jovens, até porque omapa da violência traz que amaioria das mulheres vítimasem Goiás são jovens, mulheresjovens vítimas de homens jo-vens. A nossa juventude está re-produzindo a violênciadoméstica que, muitas vezes,aprendeu no seu crescimento,na sua própria família. Precisa-mos fazer essa mudança cultu-ral, que depende de todos nós.Por outro lado, precisamos terdelegacias em todo o canto doEstado. A delegacia de atendi-mento à mulher tem policiaisespecializados, eles têm a técni-ca para atender e investigar.Precisamos ter os juizados espe-ciais de atendimento à mulher,que estão na Lei Maria da Pe-nha, mas que em Goiás só existeem Goiânia. Fiz um requeri-mento neste sentido ainda para

o presidente anterior do Tribu-nal. Precisamos ter abrigos paraas mulheres. A mulher, quandodenuncia, está em risco. Amaioria da situações acontecequando ela diz que não quermais essa relacionamento abu-sivo. Tenho muito orgulho deter ajudado a administraçãomunicipal anterior a trazer oabrigo para Goiânia, onde asmulheres ficam abrigadas comseus filhos. Precisamos ter abri-go em todo o Estado de Goiás.Essa é uma luta nossa. Precisa-mos também ter política paraque a mulher recomece a sua vi-da. Fiz um projeto de lei aquipara reservas de vagas para mu-lheres vítimas de violência nasempresas que negociam com oestado e para a criação de umfundo de capacitação de mulhe-res vítimas de violência. Enfim,são medidas que precisam sertomadas e que são eficazes paracombater o crime e a impunida-de. Mas ao mesmo tempo temque ter essa campanha, porqueo machismo está ligado à for-mação cultural. Não adiantar sóter a lei e prender. Muitos desseshomens não se importam emser presos, eles se matam. Prefe-rem matar a mulher e se matardo que deixar aquele relaciona-mento terminar. Isso é muitograve, mostra que o machismo eo sentimento de posse estãomuito arraigados na cultura.Por isso precisamos preocuparcom essa mudança cultural emGoiás.

“Para mim, a principal medida depolítica pública de segurança é oinvestimento maciço e pesado

na prevenção”

POLÍTICA 5GOIÂNIA, 21 A 27 DE MAIO DE 2017

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A sra. como presidente daComissão de SegurançaPública da Assembleia realizouaudiência para discutir aatuação das forças desegurança pública,principalmente a PolíciaMilitar, nas manifestações derua. Casos de aparente abusoda força, como a agressão aoestudante Mateus Ferreira daSilva, devem ser vistos comoato isolado ou é possívelperceber um direcionamentoda instituição policial militarno sentido de reprimir asmanifestações?

Como presidente da Comis-são de Segurança, realizamosdezenas de audiências públicas,inclusive nos bairros da cidade,e vamos reiniciar essas audiên-cias públicas sobre segurançapública agora no dia 5 de junho,lá na região noroeste. A gentechama toda a comunidade, asforças policiais, o Conselho Co-munitário de Segurança e dis-cute que políticas podemosfazer juntos na região. Inclusivesobre as condições de trabalhodos policiais. Realizamos aqui,eu creio, o maior seminário desegurança pública da históriade Goiás com a participação donovo secretário de Segurança,agora no mês de março, na As-sembleia Legislativa, onde dis-cutimos justamente ascondições de trabalho e os de-safios dos policiais para garan-tir a segurança da comunidade.Realizamos também recente-mente, com a presença da de-putada federal Erika Kokay, queé presidente da Comissão dosDireitos Humanos da CâmaraFederal, uma audiência sobre aliberdade de manifestação e asforças de seguranças para dis-cutir justamente como recons-truir o diálogo entre as forças desegurança e os movimentos so-ciais, que foi rompido na dita-dura militar e até hoje temosessa dificuldade. Eu, por exem-plo, sou uma das poucas pes-

soas que tem uma história nomomento estudantil, social, empartido de esquerda, e sou poli-cial. Eu me dedico a reconstruiresse diálogo e esse relaciona-mento. Acredito que podemoster uma polícia que tenha estru-tura, condições dignas de traba-lhar e que respeite e promova odireito das pessoas. A polícia éimprescindível, não podemosviver sem polícia. Agora a polí-cia tem que ter condições detrabalho, formação e uma lide-rança no sentido de qual segu-rança que queremos. Temosainda uma polícia que tem trei-namento da época da ditadura,quando manifestação era crime.Hoje não é. Então precisamosadaptar essa formação. Temosuma polícia que cotidianamentesalva a vida das pessoas, prote-ge a nós e a nossas famílias, emuitas vezes sem ter a condiçãopara isso. Precisamos garantiressa condição, a capacitaçãodentro de um pensamento atuale democrático. E precisamospunir os casos pontuais queacontecerem. Ali nós tivemosuma manifestação pacífica, quelá estavam trabalhadores e tra-balhadoras de todas as catego-rias. Lá estavam MinistérioPúblico Federal, OAB, PolíciaCivil, Polícia Federal, trabalha-dores dos Correios, colégios in-teiros, padres, pastores,vereadores. Então não é verda-de que eram vagabundos, eram

trabalhadores.

Houve abuso de força policial?No final teve um momento

de conflito. Em momentos deconflito, o policial tem que terinstrumento para agir e os poli-cias de Goiás, segundo o secre-tário, não têm todos osinstrumentos para agir naquelemomento. E precisam ter obom senso, saber se portar comprovocações. Se havia pessoascom barras de ferro, como elesalegam, e eu não vi, essas pes-soas deviam ter sido presas.Não existe pena de morte paraquem está se manifestando,nem se quebrar a porta do Itaú.Se quebrar a porta do Itaú, apessoa tem que ser presa. Elanão pode receber uma pauladana cabeça. Essa é a lei brasilei-ra. E como delegada precisopromover o cumprimento dalei. O que houve ali foi um erro,um equívoco, o policial nãoagiu dentro da lei. É uma pes-soa que tem um história, eu in-clusive já recebi denuncias delee fiz uma investigação. Não es-tou falando de nada que ouvifalar. E acredito que ao mesmotempo que precisamos promo-ver essa capacitação para ostempos atuais, e ter essas estru-turas, precisamos ter a justa pu-nição. Após uma investigação,com provas e, se ficar provada,que haja a punição que estádentro da lei.

O secretário de Segurançadeclarou, após essamanifestação, que a PMprecisa de um novo código deética. Não é uma declaraçãomuito genérica? O caminhopara resolver essas situaçõesnão passaria pela criação deuma nova polícia, com asuperação do caráter militar?

O secretário apresentou vá-rias medidas. São seis medidas,que entendo que são necessá-rias e justas e que trarão real-mente benefício para asegurança em Goiás. Essa me-dida é importante porque existeum código que norteia a atua-ção da Polícia Militar, que é ex-tremamente ultrapassado,prevê medidas muito antigas eque não combinam com a atua-lidade, segundo os próprios mi-litares e o secretário. Acreditoque a discussão da união daspolicias tem que ser enfrentadano Brasil, tem que discutir, tra-zer os trabalhadores da segu-rança e a população paradiscutir juntos. Existem temasno Brasil que são de certa for-ma tabus, mas que precisamser discutidos para que a genteencontre um caminho. Precisa-mos encontrar caminhos pelomenos para a atuação conjuntadas forças policiais – defendoisso. Defendo também que agente discuta formas de mo-dernizar as forças policiais.Acredito também que precisa-mos fortalecer a Polícia Judi-ciária, porque se não houverinvestigação e julgamento doscrimes, não adianta ter a polí-cia preventiva, a Polícia Mili-tar fica realmente enxugandogelo. E precisamos investir naprevenção ao envolvimentodas pessoas com crimes. Paramim, a principal medida depolítica pública de segurançaé o investimento maciço e pe-sado na prevenção. É o que eufaria e é o que farei como su-gestão, caso o presidente Lulaseja eleito.

“O que houve ali foi um erro,o policial não agiu dentro da lei”

gente tenha um perfil destasmulheres e consiga ver onde es-tão os equívocos de atuação e oque pode ser feito.

O que pode ser feito deimediato?

Primeiro, precisamos teruma política de mudança dacultura machista em Goiás. Fizuma projeto aqui de campanhapermanente contra o machismoque será levado às escolas. Nos-sa proposta é que cada escolacrie uma equipe multidisciplinarque vai trabalhar essa questãodo machismo, da violência do-méstica e da cultura de paz coma juventude. Precisamos traba-lhar com os jovens, até porque omapa da violência traz que amaioria das mulheres vítimasem Goiás são jovens, mulheresjovens vítimas de homens jo-vens. A nossa juventude está re-produzindo a violênciadoméstica que, muitas vezes,aprendeu no seu crescimento,na sua própria família. Precisa-mos fazer essa mudança cultu-ral, que depende de todos nós.Por outro lado, precisamos terdelegacias em todo o canto doEstado. A delegacia de atendi-mento à mulher tem policiaisespecializados, eles têm a técni-ca para atender e investigar.Precisamos ter os juizados espe-ciais de atendimento à mulher,que estão na Lei Maria da Pe-nha, mas que em Goiás só existeem Goiânia. Fiz um requeri-mento neste sentido ainda para

o presidente anterior do Tribu-nal. Precisamos ter abrigos paraas mulheres. A mulher, quandodenuncia, está em risco. Amaioria da situações acontecequando ela diz que não quermais essa relacionamento abu-sivo. Tenho muito orgulho deter ajudado a administraçãomunicipal anterior a trazer oabrigo para Goiânia, onde asmulheres ficam abrigadas comseus filhos. Precisamos ter abri-go em todo o Estado de Goiás.Essa é uma luta nossa. Precisa-mos também ter política paraque a mulher recomece a sua vi-da. Fiz um projeto de lei aquipara reservas de vagas para mu-lheres vítimas de violência nasempresas que negociam com oestado e para a criação de umfundo de capacitação de mulhe-res vítimas de violência. Enfim,são medidas que precisam sertomadas e que são eficazes paracombater o crime e a impunida-de. Mas ao mesmo tempo temque ter essa campanha, porqueo machismo está ligado à for-mação cultural. Não adiantar sóter a lei e prender. Muitos desseshomens não se importam emser presos, eles se matam. Prefe-rem matar a mulher e se matardo que deixar aquele relaciona-mento terminar. Isso é muitograve, mostra que o machismo eo sentimento de posse estãomuito arraigados na cultura.Por isso precisamos preocuparcom essa mudança cultural emGoiás.

“Para mim, a principal medida depolítica pública de segurança é oinvestimento maciço e pesado

na prevenção”

POLÍTICA6 GO I Â NIA, 21 A 27 DE MAIO DE 2017

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FOTO: MANTOVANI FERNANDES

Marconi rebate citações deex-executivos da Odebrecht

OPERAÇÃO LAVA JATO

Marconi, durante a coletiva: “Nãocometemos nenhum ato decorrupção e desvio. Mais do queisso: não recebemos nenhumadoação ilegal ou de caixa 2 nascampanhas”

Em entrevista coletiva rea-lizada no final da manhã daúltima terça-feira, dia 16, ogovernador Marconi Perillomostrou contradições, apre-sentou provas e derrubou pon-to a ponto todo o conteúdodas citações dos ex-executivosda Odebrecht. Por mais deuma hora, Marconi respondeua todas as perguntas dos jor-nalistas e, na abertura da cole-tiva, fez uma explanação parademonstrar, em seu ponto devista, a fragilidade das cita-ções, apresentando as presta-ções de contas da campanha,vídeos e documentos para cor-roborar suas afirmações.Marconi mostrou as con-

tradições nos valores atribuí-dos ao suposto caixa 2, osdiferentes apelidos atribuídosa ele, as fragilidades da argu-mentação sobre supostas van-tagens, a falta de provas e oreconhecimento, por parte dosex-executivos, de que a Ode-brecht não obteve qualquervantagem ou benefício no Go-verno de Goiás. Para cadaponto de sua explanação,Marconi apresentou as respec-tivas fragilidades e contradi-ções.“Em que pese nossa tran-

quilidade diante dos fatos e denossa capacidade em compro-var o que estamos afirmando,é evidente que as citações meconstrangem. Entretanto, te-nho a cabeça erguida e a cons-ciência tranquila de que nãofizemos nada errado”, disse ogovernador.“Não cometemos nenhum

ato de corrupção e desvio,acusações que, é bom repetir,sequer constam nos pedidosde investigação. Mais do queisso: não recebemos nenhumadoação ilegal ou de caixa 2 nascampanhas”, afirmou Marco-ni, durante a coletiva.

Marconi reuniu a imprensano 10º andar do Palácio PedroLudovico Teixeira e cumpriu oque havia prometido de, assimque tomasse conhecimento doteor dos depoimentos do ex-executivos da Odebrecht, fala-ria do assunto publicamente.Marconi fez uma ampla ex-

posição inicial ao aos jornalis-tas.“Antes de tudo, é impres-

cindível lembrar que, em mo-mento algum das citações dosex-executivos da empresa, meunome foi associado a casos decorrupção, propina ou vanta-gens pessoais. As injustas cita-ções ao meu nome serestringem à suposta práticade caixa 2, que absolutamentetambém não aconteceram.Evidentemente, é preciso queessas menções sejam esclareci-das, e é por isso que estou aquihoje à disposição de vocês”,disse.Marconi enfatizou que é

fundamental ressaltar, namaioria dos fatos narrados pe-los ex-executivos da Ode-brecht, que “seja até difícilsaber a quem responder, tama-nha são as incoerências e asdivergências de informaçõespercebidas entre os diversosdepoimentos”. Uma delas dizrespeito às doações do GrupoOdebrecht, cujos valores cadadelator apresenta valores eversões divergentes.“As versões não batem, e

não batem justamente porquesão acusações que não têmamparo da verdade”, assina-lou.Segundo Marconi, são in-

consistências tão graves queforam inclusive objeto de ma-térias na imprensa nacional, aexemplo da Folha de S. Paulo,que mostrou lacunas inexpli-cáveis nas delações, especial-mente em relação a Goiás.

“O grupo não tem nenhum contrato de obras com a administração estadual”

“Doações foram legais, declaradas eaprovadas pela Justiça Eleitoral”Quando apresentou aos jor-

nalistas o primeiro vídeo comdepoimentos dos delatores,Marconi mostrou que no casoespecífico do Grupo Odebrecht,em 2010, eles contribuíram coma campanha, com um valor deR$ 300 mil, em doações legais,declaradas e aprovadas pela Jus-tiça Eleitoral. Depois, na eleiçãoseguinte, em 2014, a construtorafoi procurada novamente embusca de contribuição para acampanha.“As doações do Grupo so-

maram R$ 2 milhões e 200 mil.Também doações legais, dentrodo que permitiam a legislação àépoca, declaradas e aprovadaspela Justiça Eleitoral”, relatou.Sobre supostos diálogos

com os ex-executivos da Ode-

brecht, Marconi disse que emnenhuma das ocasiões tratou devalores de doação com nenhu-ma empresa ou pessoa que pu-desse contribuir com ascampanhas.“Sempre me reservei, quan-

do tratei das doações, a apresen-tar nosso pedido. E isso,inclusive, fica claro no conteúdodas colaborações dos ex-executi-vos da empresa”, disse.Ele ressaltou que nas duas

campanhas, tanto em 2010quanto em 2014, as contribui-ções de campanha por parte deempresas eram plenamente per-mitidas pela Justiça Eleitoral.Portanto – explicou – foram

procuradas, nas duas eleições,empresas e pessoas que tinhamcondições econômicas e que

acreditavam no desenvolvimentode Goiás para que pudessemcontribuir com as campanhas deforma transparente e legal. E aOdebrecht foi procurada, segun-do Marconi, porque era uma dasmaiores empresas do Brasil.“Sempre fez doações a cam-

panhas e era natural que, entretantas empresas que procura-mos para contribuir com nossacampanha, procurássemos tam-bém a Odebrecht. Aliás, como fi-zeram todos os meusadversários em 2010 e em 2014 ea grande maioria dos candidatospaís afora”, lembrou.Segundo ele, foi assim que,

em 2010, a Odebrecht foi procu-rada, entre outras empresas co-mo Ambev, Bradesco, Itaú,Votorantim, Gerdau, Novo

Mundo, Hering, BR Foods, Teu-to, BMG, para verificar o inte-resse em participar da nossacampanha e fazer doações. Omais importante, de acordo comMarconi, é que tanto no governono período de 2011 a 2014,quanto no atual governo, nãohouve um gesto de favorecimen-to a qualquer empresa.Marconi respondeu pronta-

mente a acusação de que teriapedido R$ 50 milhões para acampanha eleitoral de 2014.“Um fato absolutamente falso,que não encontra qualquer fun-damento na lógica ou na verda-de. Eu nunca tratei de valoresespecíficos de doações de cam-panha com ninguém, com ne-nhum proprietário ou executivode qualquer empresa”, insistiu.

O governador enfatizouainda que nenhuma das denún-cias de corrupção, desvios,fraudes e pagamento de propi-nas envolvendo a Odebrecht seestende ao Governo de Goiás.“O grupo não tem nenhum

contrato de obras celebradocom a administração estadual.No nosso governo anterior, in-vestimos mais de R$ 6 bilhõesem obras e a Odebrecht sequerparticipou de concorrências en-tre as centenas de licitações pa-ra obras civis e deinfraestrutura abertas pelo Go-verno de Goiás. E olha que fo-ram licitações de monta,disputadas por empresas de 14estados diferentes”, frisou.Em relação a suposto favo-

recimento à Odebrecht nassubdelegações da Saneago, ogovernador explicou que quan-do surgiram as primeiras dela-ções, parte da imprensaespeculou que a Odebrecht te-ria feito doações a sua campa-

nha interessada nas subdelega-ções de esgoto da Saneago nosmunicípios de Aparecida, RioVerde, Jataí e Trindade. Outroequívoco, facilmente esclareci-do, segundo ele.“Documentos mostram que

essa subdelegação teve os pro-cedimentos iniciados em 2009,quase dois anos antes de eu as-sumir o governo. Quem conhe-ce a legislação sabe que, porforça das regras, as compa-nhias estaduais de saneamentosão obrigadas a proceder comos contratos de subdelegaçãoquando assim for o desejo dosmunicípios, que é, no final dascontas, o concedente”, afirmouMarconi, lembrando que partiudesses municípios o desejo defazer a subdelegação a umaempresa privada, uma vez quea Saneago não tinha os recur-sos necessários para fazer osinvestimentos que os municí-pios exigiam.“Se a Saneago não fizesse a

subdelegação, os municípiosfariam por conta própria e aSaneago sairia no prejuízo”,observou.A subdelegação da Saneago

nos municípios de Aparecidade Goiânia, Trindade e Jataí,foi feita através de uma licita-ção, onde a vencedora, a Ode-brecht, pagou um ágio de maisde trezentos por cento sobre ovalor original. O valor pedidona licitação para a subdelega-ção era de R$ 90 milhões. Olance da Odebrecht foi de R$276 milhões, quase 186 milhõesa mais.“Ora, se houvesse algum ar-

ranjo de favorecimento, porquea Odebrecht daria um lance tãoalto?”, indagou Marconi.Quanto às subdelegações

no Entorno de Brasília, que nãoocorreram, o governador assi-nalou que a Saneago apresen-tou um parecer contrário a essasubdelegação, por entender quejá havia recursos no PAC desti-

nados às obras e também duasexcelentes parcerias com aCAESB: Sistema de Esgoto deÁguas Lindas e Sistema Produ-tor Corumbá IV, e que, portan-to, não seria necessária asubdelegação. Com isso, man-dei encerrar o assunto, em2015.“A decisão foi exclusivamen-

te técnico-financeira” lembrou.Em relação às obras do

VLT, Marconi explicou quenunca houve qualquer ação defavorecimento por parte do Go-verno de Goiás à Odebrecht. Etambém nesse caso, os própriosex-executivos da empresas fo-ram claros em dizer que nãohouve favorecimento ou con-trapartida, até porque o VLT éuma Parceria Pública Privadaproposta por um grupo de em-presas, que inclui algumas em-presas goianas.“E como tal a busca por re-

cursos, em sua essência, cabe-ria a essas empresas”.

COMUNIDADES 7GOIÂNIA, 21 A 27 DE MAIO DE 2017

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59º Prêmio Jabuti abre inscriçõesO 59º Prêmio Jabuti, realizado pela Câmara

Brasileira do Livro (CBL), está com as inscri-ções abertas. O mais tradicional e prestigiadoprêmio do livro brasileiro conta com 29 catego-rias, incluindo as duas novas anunciadas no iní-cio do mês: “História em Quadrinhos” e “LivroBrasileiro Publicado no Exterior”. Podem serinscritas, até o dia 18 de julho, obras publicadasem primeira edição, entre 1º de janeiro e 31 dedezembro de 2016. As inscrições devem ser fei-tas pelo http://premiojabuti.com.br/.

Arnaldo Antunes e Paula TollerArnaldo Antunes e Paula Toller dividem o

palco em um show exclusivo na próxima ediçãodo Flamboyant In Concert. Será na terça, dia 30,às 19h30, no Deck Sul. Os ingressos podem sertrocados por notas ficais de compras no Shop-ping. Mais informações no site do shopping.

Oscilações entre o Real e o InfinitoO Museu de Arte de Goiânia (MAG) recebe, até 16 de julho, a exposição Oscilações

entre o Real e o Infinito, da artista plástica Marilda Passos. A mostra com mais de 100 obras,entre pinturas, esculturas, desenhos, técnicas mistas sobre papel e fotografias, é uma retros-pectiva dos 25 anos de carreira da artista plástica goianiense e sucede as mostras de SandroTorres e de Marcelo Solá no MAG. O catálogo da exposição inclui ainda um texto analíticoda obra de Marilda assinado pelo crítico de arte José Neistein, de Washington, EUA, que di-rigiu o Brazilian American Cultural Institute, na capital estadunidense, durante mais de trêsdécadas. Entrada franca. Informações: (62) 3524-1789

Bibi FerreiraBibi Ferreira apresenta a turnê do espetáculo

4XBIBI no dia 11 de junho, no Teatro Rio Verme-lho. Em comemoração aos 76 anos de carreira, elaempresta sua voz marcante para uma homenagema nomes tão grandiosos como o seu, entre eles,Edith Piaf, Frank Sinatra, Carlos Gardel e AmáliaRodrigues. A intérprete se apresenta acompa-nhada por um sexteto e sob a regência do maestroFlávio Mendes, responsável também pelos arran-jos e direção musical..

QuasarO Boticário foi buscar inspiração em três dos

mais incríveis picos de surf do mundo para criarQuasar Surf. Pensado não apenas nos surfistas,mas nos homens que são amantes de todo o lifes-tyle envolvido no esporte, com espíritos jovens einquietos. A fragrância combina ingredientes úni-cos dos três melhores pontos de surf: as flores doPacífico (Frangipani Flower), as algas do Atlânticoe as madeiras da Oceania (Sândalo Aborígine). Anovidade já está disponível nas lojas da rede emtodo país, no e-commerce (www.boticario.com.br)e com as revendedoras do Boticário.

Palestra dos Doutores da AlegriaOs Doutores da Alegria, pioneiros no traba-

lho humanitário no País, vão falar sobre o temaUma Experiência de Alegria em Meio à Adver-sidade em uma palestra promovida na Vitrine doConhecimento, do Shopping Flamboyant.

Os ingressos pode ser trocados por um livro,no stand do Instituto, no piso 1 do Shopping.

Inclusão na BrinquedotecaA Casa da Praça e o grupo Voluntários da

Turminha oferecem o projeto Inclusão na Brin-quedoteca, para crianças com Transtorno do Es-pectro Autista (TEA). A brinquedoteca oferecerá50% de desconto e seu espaço para que o grupopossa realizar diversas atividades lúdicas e edu-cativas, nas manhãs de terças e quintas-feiras.Todas as brincadeiras terão acompanhamentoda equipe multidisciplinar do Voluntários daTurminha. A Casa da Praça é um espaço recrea-tivo que fica na Praça T-16, 71, no Setor Bueno.

O Homem que Ainda RiO ator, diretor, escritor e poeta Marlos

Pedrosa lança, dia 27, às 16h, o livro OHomem que Ainda Ri, da Editora Kelps,no circo do Itego em Artes Basileu França(Avenida Universitária, 1750, Leste Uni-versitário), com apresentação dos Gru-pos Pau a Pique, Palhaçaria Teatral eBrinkatores.

A obra poética mostra que, mesmodiante das tarefas diárias e da ironia dasredes sociais, o homem ainda pode ririnocente e verdadeiramente. O livro fazparte do “Literatura Cidadania – Poesiaque brinca”, um projeto que busca incen-tivar a leitura das crianças nas escolas einserir a arte literária nas instituições dacapital.

Anfetamanos A banda Anfetamanos, formada pelo psicólogo

Jorge de Lima (guitarra) e Álvaro Krieger (voz e vio-lão), mistura clássicos da MPB e do rock com umaboa pitada de humor. Vale a pena conferir. No pró-ximo sábado tem show no Stoner Bar (AlamedaCouto Magalhães, 287, Setor Bela Vista)

Em Goiânia,manifestantes foram àrua pedir “Fora, Temer”.Outros protestos devemocorrer em todo o paísnos próximos dias

Yago Sales eManoel Messias Rodrigues

Ao mesmo tempo em queAilma Maria de Oliveira, presi-dente da Central dos Trabalha-dores do Brasil em Goiás, ecoava“Fora, Temer!” e “Renuncia gol-pista!”, o presidente Temer, empronunciamento no Palácio doPlanalto transmitido para todo opaís, foi taxativo: “Não renuncia-rei. Repito, não renunciarei!”.

Não durou uma hora o ato,interrompido, pelo menos naPraça do Bandeirante, no Centrode Goiânia na quinta-feira(18/05) depois de uma manifes-tante, Andreza Carneiro, 22, queimpedia uma motorista de furaro bloqueio, ser atropelada juntocom um homem, em uma ima-gem assustadora. Revoltada,uma multidão destruiu o carro,com a condutora, AlessandraRodrigues de Freitas e um passa-geiro dentro, protegido inicial-

mente por guarda das platafor-mas do Eixo e, depois, por poli-ciais militares.

O ato começou às 16h,mesmo horário em que Temerexplicaria as denúncias que o co-locaram no olho do furacão daLava-Jato e, segundo especula-ções, renunciaria, quando iria ex-plicar o motivo de não terdenunciado os empresários Joes-ley e Wesley Batista, da JBS, emuma clara exposição de corrup-ção dentro do Palácio Jaburu, re-sidência oficial do presidente.

Michel Temer teve seu nomeenvolvido no imbróglio da LavaJato depois de “O Globo” divul-gar trechos de uma relação com-prometedora entre o presidente edonos da JBS, megagrupo em-presarial do ramo de carnes. OSupremo Tribunal Federal (STF)já homologou as delações. Temeragora é investigado depois de au-torização do ministro Edson Fa-chin sob suspeita de dar avalpara comprar o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha(PMDB-RJ), que está preso.

No pedido de abertura de in-quérito contra o presidente, oprocurador-geral da República,Rodrigo Janot, acusa Temer deter cometido ao menos três cri-

mes: corrupção passiva, obstru-ção de Justiça e organização cri-minosa. O ministro Fachin,relator da Operação Lava-Jatono STF, considerou os indícioslevantados pelo procurador-geral consistentes e autorizou aabertura de investigação contraTemer.

“Os elementos de prova reve-lam também que alguns políticoscontinuam a utilizar a estruturapartidária e o cargo para come-terem crimes em prejuízo do Es-tado e da sociedade. Com oestabelecimento de tarefas defi-nidas, o núcleo político promoveinterações diversas com agentes

econômicos, com o objetivo deobter vantagens ilícitas, por meioda prática de crimes, sobretudocom corrupção. Há, pois, tam-bém o indicativo da prática dodelito organização criminosaprevisto na lei 12.850/2013”,afirma Janot.

A delação caiu como bombaem Brasília e inúmeras especula-ções de colunistas políticos sobreuma iminente renúncia de Temer.As redes sociais replicaram ins-tantaneamente as informaçõessobre a gravação do áudio entreo presidente e Joesley Batista.

O governo vinha apresen-tando resultados otimistas na

economia, mas teve de assistir,pasmado, a queda de seus indi-cadores. Queda estratosféricaque não se via há décadas nopaís. Além disso, a agenda deTemer perdeu forças. As refor-mas trabalhista e previdenciáriaestão comprometidas depois depelo menos oito pedidos de im-pedimento ao presidente seremprotocolados na Câmara dosDeputados.

Protesto e atropelamentoAlém de pedirem a saída de

Temer, bandeiras se espalharamem protestos pedindo eleições di-retas. O deputado federal Rubens

Otoni (PT-GO) reafirmou a ne-cessidade de lutar contra a corrup-ção e a saída imediata dopresidente. “Viemos às ruas contraa ilegitimidade deste governo queagora se revelou corrupto”, disseà Tribuna do Planalto, desfazendoum abraço com a deputada esta-dual Adriana Accorsi.

Adriana disse que é impor-tante o movimento para que “ou-tras pessoas saibam o que ogoverno tem feito contra o país”.Segundo ela, é “muito importanteque o povo desperte e lute paraderrubar o governo [Temer]”.

Enquanto a manifestação an-dava, uma mulher dava solavan-cos em um carro branco. Derepente, Alessandra RodriguesFreitas avançou e acelerou. Ajovem Andreza Carneiro ficou de-baixo do carro. A condutora deuré e a jovem, que é do Movimentodos Trabalhos Sem Teto (MTST),foi resgatada e levada ao Hospitalde Urgências de Goiânia.

Por fim, depois de a motoristaser levada à Central de Flagrantes,sobraram alguns líderes, cabisbai-xos. Entre eles, Ailma Maria deOliveira, trêmula com o incidente.A mulher pequena, de voz forte,ainda disse: “Ele [Temer] vai cair,a luta não vai acabar”.

Delação da JBS abala TemerCRISE EM BRASÍLIA

Na campanha eleitoral de2014, a J&F (holding controla-dora do grupo JBS) destinoumais de R$ 500 milhões paraajudar a eleger governadores,deputados estaduais, federais esenadores de todo o país, se-gundo os delatores0. Em um dosdepoimentos que prestou ao Mi-nistério Público Federal (MPF),

com quem firmou acordo de de-lação premiada já homologadapelo STF e divulgada na sexta-feira, o diretor de Relações Ins-titucionais e Governo da J&F,Ricardo Saud, entregou um le-vantamento em que aponta oscandidatos financiados pelaJBS.

De acordo com Saud, o total

em dinheiro repassado por meiode “pagamentos dissimulados”alimentou as campanhas de1.829 candidatos. Destes, 179 seelegeram deputados estaduaisem 23 estados e 167, deputadosfederais por 19 partidos.

O delator não deixa claroquais pagamentos foram feitosvia caixa 2 e quais foram doa-

ções oficiais. No depoimento, di-vulgado após a retirada do sigiloda delação, ele dá a entender queos valores citados se referemapenas às campanhas de 2014.Em outro depoimento, o donoda JBS, Joesley Batista, tambémafirmou que a maioria das doa-ções feitas pela empresa tratava-se de propina disfarçada por

contrapartidas recebidas.“Doamos propina a 28 par-

tidos”, contou Saud, admitindoque os mais de R$ 500 milhõesdestinados a agentes públicospara as eleições de 2014 forma-vam um “reservatório de boavontade”. “Era para que eles nãoatrapalhassem a gente", afirmou.

O delator cita ainda que

foram distribuídas “propinapara 16 governadores eleitos epara 28 candidatos ao Senadoque disputavam a eleição, a ree-leição ou a eleição para governa-dor”, acrescentou. Segundo ele,os governadores eleitos perten-ciam ao PMDB (4), PSDB (4),PT (3), PSB (3), PP (1) e PSD(1). (Agência Brasil)

Grupo JBS financiou 1.829 candidatos de 28 partidos em 2014

MARCELLO DANTAS

Momento em que a manisfestante éatropelado no centro de Goiânia

ESPECIAL8 GO I Â NIA, 21 A 27 DE MAIO DE 2017

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