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EditorialDom Serafim, sessenta anos de sacerdócio
Em novembro de 1951 – salvo lapso de memória -,Sua exa. dom João de Souza Lima, nomeadorecentemente bispo coadjutor da arquidiocese deDiamantina, realizou uma longa visita à Gouveia. Fez-se acompanhar de um padre jovem, de nome SerafimFernandes de Araújo. Na conclusão dessa visita, domJoão apresentou à Gouveia o padre Serafim comovigário coadjutor do padre José Clemente Machado,cuja permanência em Gouveia se dava desde 1912.Jovem, esbelto, porte atlético, simpático, imbuído dezelo pastoral, o padre Serafim se desdobrou junto atoda a comunidade. Nas primeiras sextas feiras, o padremal conciliava o sono, e já às 4 horas da madrugadacelebrava missa para os operários devotos do SagradoCoração de Jesus. Logo em seguida, descia célere àcapela da fábrica de São Roberto para repetir o mesmoritual.A matriz de santo Antônio tornou-se pequena paraacolher os fiéis. Frequentemente, missas eramcelebradas no adro da igreja. Logo, o zeloso párococogitou da necessidade de se erigir um novo templo.Para isso encomendou estudo de arquitetoespecializado. Não houve tempo de iniciar a obra. Noano de 1957, nosso vigário, com lamentação de todosos paroquianos foi designado pároco da freguesia deSanto Antônio do Curvelo. A planta da nova matrizreservava espaço para algo próximo de 3.000 fiéis ese estenderia até onde passou a se localizar o viveirode colibris. Padre Serafim visualizava uma Gouveia dofuturo.Durante os cinco anos de permanência em Gouveia, odedicado sacerdote visitou todas as capelas e até mesmopovoados, celebrando missas nas salas das fazendasou das chácaras. Sempre disposto, montava cavalos,burros, bestas, sem escolher a qualidade da montaria.
BOLETIM INFORMATIVO DA AFAGO - ASSOCIAÇÃODOS FILHOS E AMIGOS DA GOUVEIA - N° 02 - MARÇO- ABRIL DE 2009
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Veja Nesta Edição
Ø Agenda e Notas - p. 2ØUtilidades e Inutilidades - p. 3 - 4Ø Artigos - p. 6- 10Ø Coluna Social - p. 11Ø Avisos - p.12
Os doentes eram objeto de especial atenção. Sempre quesolicitado, longe ou perto, eis o padre atendendo aochamado pastoral.Atento à juventude, padre Serafim deu nova vida aoesporte. Participava das e incentivava as práticasdesportivas. Vestido de longa sotaina – a batina, como erauso na época -, o jovem padre corria atrás da bola.Operário e Associação foram dois clubes de futebol quederam vida nova às atividades sociais. O Operário tinha àsua frente o Vavá de Madalena de Osório, pai de nossoDingo. A Associação era comanda pelo Popô. A torcidado time do padre contava com os vivas – não se cantava“olé, olé, olá”, então -, até das Filhas de Maria e da Guardade Honra. Era uma concorrência muito desigual.Após a missa vespertina – novidade nesse tempo – o padredescia a rua e se dirigia ao cinema de Antônio Almeida eatuava como operador de máquina.Se dom Serafim permaneceu apenas cinco anos emGouveia, sua estada em Curvelo foi ainda mais curta. Em1959, foi nomeado bispo auxiliar da arquidiocese de BeloHorizonte, cidade onde permanece até hoje.Contudo, nosso padre jamais deixou a Gouveia. Ao longode quase sessenta anos, padre, bispo, arcebispo e cardeal,dom Serafim esteve sempre no coração de todos osgouveianos. Não apenas com os que conviveram eobtiveram os benefícios de seu trabalho pastoral. Nossosfilhos, netos, bisnetos e todos os vindouros celebram ecelebrarão todos os dias a graça de ter podido contar coma dedicação desse zeloso pastor.No dia 13 de junho do presente ano, nosso cardeal estaránovamente em Gouveia para celebrar conosco a alegriade sessenta anos de vida sacerdotal, 50 anos de vidaepiscopal.
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Agenda e Notasv Dom Serafim comemora 60 anos de padre
e 50 anos de bispo.As comemorações se iniciaram, no dia 12 de março, commissa solene na catedral da Boa Viagem em Belo Horizonte.Concelebraram mais de uma dezena de bispos, com destaquepara dom Walmor de Oliveira Azevedo, arcebispometropolitano de Belo Horizonte, dom José Maria Pires,ex-vigário de Curvelo e arcebispo emérito de Natal, domPaulo Lopes de Faria, arcebispo emérito de Diamantina.Nosso pároco, cônego Paulo Nicolau do Prado Franco, opadre Sílvio Augusto Moreira, Audrei de Oliveira, GeraldoAugusto Silva, entre outros gouveianos, levaram a domSerafim o abraço dos gouveianos. À cerimôniacompareceram também o clero de Belo Horizonte, altosrepresentantes dos poderes do estado e do município deBelo Horizonte, Minas Novas, Itamarandiba, além dosfamiliares do ilustre celebrante. O coral cantou a missa TeDeum Laudamus de autoria do Perosi, mestre da CapelaSistina.O público foi tão numeroso que houve necessidade de umtelão na área externa ao templo para que a multidãoacompanhasse a cerimônia.
v Agenda das Comemorações.No dia 9 de abril, foi a vez de mais de 10 mil fiéis presentesà missa da Unidade celebrada no ginásio de Mineirinho emBelo Horizonte aplaudirem longamente o abraço dado, emnome de todos os presentes, por dom Walmor ao cardealdom Serafim. A Missa da Unidade que é celebrada na manhãda quinta feira santa em todas as sedes de diocese é acerimônia da sagração dos santos óleos – do batismo, dacrisma e da unção dos enfermos – e demarca a importânciada ação pastoral numa diocese.O programa de comemoração ainda prevê visita de domSerafim à sua cidade Natal, Minas Novas, no dia 19 deabril. No dia 7 de maio, haverá missa de ação de graçaspelo Jubileu de Ouro Episcopal, na Arena do Minas TênisClube. Nesse mesmo dia, será feito o lançamento da biografiado cardeal dom Serafim em local ainda não definido.No dia 9 de junho dom Serafim estará em Diamantina, dia11 em Itamarandiba, dia 12, em Curvelo e, no dia seguinte,em Gouveia.O jornal Estado de Minas edição de 11 de abril - dedicouuma página especial a dom Serafim e o semanário Jornalde Opinião ocupou 5 páginas ao ilustre homenageado
v Dom Serafim receberá MedalhaAlexandre Mascarenhas
Em visita oficial ao cardeal dom Serafim, o senhor pre-feito municipal de Gouveia comunicou-lhe o interessede o Município conceder-lhe a medalha AlexandreMascarenhas. Nessa oportunidade, acertou-se tambémo lançamento da Biografia de dom Serafim, obra queregistra as peripécias da criança ao longo de 84 anosdedicados a Deus presente em cada criatura.
v Coroinhas de dom Serafim
Os coroinhas do padre Serafim que o acompanharam emsua vida pastoral em Gouveia participarão da missa soleneno dia 13 de junho. Entre eles, José Nicodemos de Deus– Zé de Pedrelina -, José Moreira de Souza – Zé de Flora-, Osvaldo Nominato de Ávila – Osvaldo de Dona Rute -, Gil Martins de Oliveira – Gil de Isaltina -, e GeraldoAugusto Silva – Dingo de Vavá.
v Coral CrescereO Coral Crescere estará presente em Gouveia no dia 13de junho próximo para participar dos festejos de SantoAntônio e do solene pontifical presidido pelo cardeal domSerafim Fernandes de Araújo. O coral é formado por ex-seminaristas dentre os quais nossos conterrâneos Geral-do Augusto Silva – Dingo de Vavá – e Guido de OliveiraAraújo.v Antônio Augusto de Oliveira - 90 anos
Antônio Augusto de Oliveira, mais conhecido como An-tônio de Nelo – comemorou 90 anos de vida no dia 29de março de 2009. Antônio de Nelo deve ser lembradopermanentemente em Gouveia como um chofer – esseera o nome – do “caminhão da linha”. Nos anos 40 doséculo passado, dois caminhões de duas boléias faziam alinha Gouveia a Diamantina. O de Chiquinho de Nelo e ode Antônio Almeida. A viagem durava cerca de duas ho-ras e meia. Esses veículos transportavam passageiros emercadorias e partiam de Gouveia às 7:30 da manhã comretorno às 19:30. O primeiro originou a empresa de Trans-portes Xavier Ltda. e o segundo a Empresa de Transpor-tes Santo Antônio Ltda.
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Utilidades e InutilidadesHistorinha em dois atos.
Primeiro ato – Festa de formatura: famílias reunidas em
torno dos doutorandos; confraternização, alegria,
expectativa, gente jovem e, muita moça bonita. Dentre
elas: loura, alta, elegante, de ascendência alemã, de nome
Erda conheceu um doutorando e juntos dançaram,
brindaram, se divertiram. Dia seguinte, cada um seguiu
seu caminho.
Segundo ato – Meses depois, o agora doutor, ao
adentrar a sala de embarque de um aeroporto qualquer,
vê sua partner da festa de formatura caminhando na sua
direção. Ele se lembrava da moça e da festa, mas não
conseguia lembrar-se do nome dela. Sentiu que estava
numa saia justa e a moça se aproximando; e o nome não
vinha à sua memória. Enfim se encontraram e a moça
logo perguntou:
—Você não se lembra de mim?
E o doutor, na saia justa:
—Claro que me lembro.
E o nome não lhe vinha à mente; lembrou-se então que
durante a festa de formatura ele havia usado uma
expressão mnemônica: Falta uma letra. E com um
sorriso de vitória, esperou a pergunta fatal. A loura pediu:
—fala o meu nome.
E ele falou:
Você é Osta
Contribuição de Raimundo Nonato Miranda
Chaves
O Papa fora da lei,
O Papa chegou ao Brasil em missão não oficial e
trouxe um motorista negão.Ele tinha um compromisso e estava atrasado e o
motorista não passava de 80 Km/h , e a toda hora o
Papa falava pro Negão andar mais rápido e nada...Ele continuava nos 80 km/h. Aí o Papa disse
- Deixe que eu mesmo irei dirigindo.E foi. O Negão ficou no banco de trás e o próprio
Papa foi levando o carro a 140 km/h. Lá na frente,um policial rodoviário mandou o Papa parar
e, quando viu quem era, resolveu passar um rádio pro
chefe dizendo:- Chefe peguei um cara importante voando na Dutra,
o quê que eu faço?!- Quem é... Um deputado? Perguntou o chefe.
- Não chefe, é mais importante.
- É um senador?- Não chefe, é mais importante ainda.
- Então, é um governador de estado!- Que nada chefe, é mais importante ainda...
- Então só pode ser o próprio presidente!
- É mais importante que o próprio presidente, chefe...- Puxa, nesse caso então só pode ser o Papa!
- Que nada chefe. O Papa é apenas o motorista dele.É São Benedito!
Contribuição de Geraldo Augusto Silva – Dingo
de Vavá
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Utilidades e Inutilidades
DIMINUA O TEMPO E O CUSTO DOCONSERTO DO SEU COMPUTADOR Você sabia que a primeira coisa que um técnico de
informática faz ao chegar para consertar o seucomputador é verificar se o seu sistema operacional
está atualizado? Se você é como a maioria,
provavelmente usa o Microsoft Windows. Você pode- e deve - atualizar o seu Windows pessoalmente, antes
do profissional chegar à sua casa. E, se tiver sorte,atualizar o Windows poderá até mesmo resolver o
problema que o fez pedir socorro. Para atualizar o
Windows se o seu navegador for o Internet Explorerbastará fazer o seguinte: entre no “Explorer”, vá até o
menu “Ferramentas” no topo da página e clique em“Windows Update”. Você será levado até o site da
Microsoft que verificará se o seu computador necessitade atualização. Se precisar, siga as instruções para
baixá-las. Se você tiver um Windows Vista ou XP.
poderá fazer com que o seu computador baixe asatualizações automaticamente. Para tanto, clique no
menu “Iniciar” no canto inferior esquerdo da tela doseu computador, em seguida clique em “Painel de
Controle”, clique em “Central de Segurança” e ative
“Atualizações Automáticas”.
AUMENTE A VELOCIDADE DO SEUCOMPUTADOR Os diversos programas que vêm no seu computadorpodem ocupar espaço precioso. Eles também exigemrecursos da sua máquina ao buscarem atualizaçõesconstantes para si próprios, mesmo quando não estãoabertos. Você pode, então, liberar espaço e recursos,removendo todos os programas que não usa. Removero ícone do seu desktop não removerá um programa -é preciso desistala-lo. Se você usa um PC comWindows Vista ou XP, faça isso, clicando no menu“Iniciar”, que se encontra no canto inferior esquerdoda tela. A seguir clique em “Painel de Controle”, em“Programa e Recursos” (usuários do Vista) ou“Acrescentar ou Remover Programas” (usuários doXP). Desça pela lista de Programas e remova aqueles
que você não precisa mais. Pense no seguinte: se vocênão usou o programa em um ano, pode remove-lo semse preocupar. (Fonte: Livro Dicas Secretas da Revista Seleções doReader’s Digest)
HUMOR:
Ø Um motorista vinha dirigindo pela estrada a 180km por hora quando foi parado por um guarda. Ao sernotificado da infração o motorista foi logo dizendo:- Isso não é nada! O meu porta-malas está cheio demaconha, eu não tenho carteira e esse carro é roubado.O guarda, sem pestanejar, ligou para a Central pedindoreforço policial e informando das irregularidades domotorista. Quando chegou o reforço o tenente quecomandava a patrulha foi até ao motorista e pediu queele abrisse o porta malas e verificou que estavacompletamente vazio. Pediu a carteira do motorista e osdocumentos do carro, sendo prontamente atendido. Aoser informado pelo tenente da narrativa do guarda omotorista foi logo dizendo: Do jeito que esse guarda émetiroso eu não duvido nada que ele tenha dito que euestava em alta velocidade.
Ø Um rapaz comprou um colar de ouro para dar ànamorada. O vendedor perguntou se deveria gravar anome dela no medalhão. O rapaz pensou um pouco edisse;- grava aí: “Para meu único amor”. E comentou: - sealgum dia esse namoro pifar eu posso usar o colar denovo.
Ø O médico é acordado no meio da madrugada eouve a voz de um marido apavorado:- Doutor a minha mulher está tendo uma crise deapendicite. O médico, calmamente, foi dizendo:- Isso não é possível. Há dois anos eu retirei o apêndiceda sua mulher e eu não conheço nenhum caso de alguémque tenha um segundo apêndice. No que o maridoretrucou: Mas, por acaso, o senhor já ouviu falar emhomem que tenha uma segunda mulher?(Fonte: Livro Rir é o Melhor Remédio da RevistaSeleções do Reader’s Digest)
Colaboração de Adilson do Nascimento
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Poesias
A MURALHA DE GOUVEIA. Elza Pinto Alemão. “Duro com duronão faz o muro”,diz o dito popular,pois não há como colar. Mas escravos de Gouveia,que tinham força na veia,uniram pedra com pedrae grande muralha engendra. Duas muralhas paralelascaminham ouvindo balelasde quem, em sua labuta,sobe e desce na luta. Resiste ao bom e mau tempoo bizarro monumento.“O duro se une ao duro”e o homem contempla o muro!
DUAS MÃES!
Dos filhos, que euforia,
À mãe aplaudir!
Mas n’alma dela,
Uma agonia...
Não ter, também, mãe,
Pra com ela,
Tanto amor dividir
Duas mães tivera ela.
A biológica, exímia professora,
A outra, sequer, sabia ler!
Mas, com tanto amor pra dar,
Grande o seu saber,
Aos anseios dos filhos decifrar!
Na fusão das duas,
A mãe do momento.
No carinho delas,
O abnegado amor
De todos os tempos!
A filha quer lhes dizer:
-Aqui estou , Vina!
Escute-me, mamãe!
Procuro-as, não as vejo!
Abraçá-las, ternamente,
Eis o meu desejo!
Porém, a voz da consciência
À filha diz:
-Tuas mães têm, hoje,
Afazeres celestiais.
São, agora, Anjos de Deus!
Tem paciência!
Não as perturbes mais
Com os apelos teus!
Resignada, a filha saudosa,
Às duas mães dá adeus!
E... não mais chorosa ,
Enfim, se entrega
Aos carinhos dos filhos seus!
Maria Auxiliadora de Paula Ribeiro
Artigos
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Sugestões para a produção rural em Gouveia
Raimundo Nonato Chaves:
Este conjunto de anotações do doutor Raimundo NonatoChaves pode ser uma agenda para o planejamento dasatividades rurais em Gouveia. Espera-se que os ruralistas,associações de classe e órgãos competentes se dediquem àleitura e discussão atenta.
1. Cooperativismo – Nosso homem rural é extremamente
individualista e desconfiado; daí, a dificuldade de incutir nele
o sentimento de cooperativismo. Um projeto ao nível de
povoado local, desde que haja um produtor rural com
qualidades de liderança, é possível formar um grupo em torno
deste líder. Todavia, seria um grupo muito frágil para constituir
um órgão com músculos bastante para se impor no mercado..
Ao nível do município, há que considerar, além do
individualismo, um certo desconforto entre os povoados; cada
um desconfiado de atitudes dos outros o que ocorre entre,
por exemplo, Camilinho e Água Parada. As dificuldades com
cooperativismo não são particularidades de Gouveia. Há coisa
de três anos, para citar um exemplo, a Itambé
desenvolveu um projeto de transformar-se em S.A
vendendo 49% das ações para se capitalizar e
socorrer as cooperativas filiadas a ela; estavam
todas em situação financeira difícil – Manoel
Miranda, nesta época, era presidente da
Cooperativa de Jequitibá e membro da comissão
da Itambé que desenvolveu os estudos.
Capacitado, portanto, para esclarecer as
dificuldades do cooperativismo. Há que
considerar, todavia, o caso dos tratores agrícolas
do município de Gouveia. Inicialmente, melhor, até
2007, os tratores eram propriedade da Prefeitura
Municipal que dava manutenção, operava e os
alugava, a preço subsidiado. Em 2007 fez-se a
aquisição de três tratores, com verba de órgão
federal, parece que a sigla é CMPR, é qualquer
coisa de Combate à Pobreza Rural. Estes tratores
foram entregues aos Conselhos de Produtores de
Camilinho, de Pedro Pereira e de Cuiabá, Os
Conselhos estão mantendo, operando e alugando
a um preço abaixo do mercado, mas suficiente
para as despesas e alguma sobra. O trabalho, em
Camilinho, está funcionando relativamente bem
tanto que já investiram na aquisição de mais
implementos. Acredito que o produtor rural tenha
se acostumado com os serviços de mecanização
agrícola, proporcionado, inicialmente, pela
Prefeitura. E, agora, não abre mão deste serviço.
Talvez se possa usar como lição: O poder publico
.
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planeja, organiza e financia a implantação do projeto
e, quando oportuno, entrega aos Conselhos de
Produtores. Nesta linha de raciocínio minha sugestão
é a seguinte:
1.1. Calcário agrícola – O calcário é fundamental para
correção de acidez dos nossos solos. Produto
relativamente barato, mas o transporte encarece
porque tem-se que trabalhar com grandes
quantidades – em torno de 3 toneladas/hectare.
Alternativas:
1.1.1. construir uma central com moinho de calcário –
temos afloramentos no município, na Fazenda
Barreiro e no local denominado Limeira,
confrontando com a fazenda anterior. Trata-se de
projeto para ser desenvolvido junto com outros
municípios tais como: Datas, Presidente
Kubitschek, Congonhas do Norte que também têm
terrenos com acidez elevada.
1.1.2. Central de distribuição de calcário, adquirido em
Sete Lagoas e transportado em grandes carretas
até a central e daí, ensacado ou a granel, em
veículos menores, o produto seria entregue nas
pequenas propriedades.
Independente da alternativa selecionada o calcário deve
ser vendido; a preço subsidiado, mas vendido.
1.2. Central de reprodução de bovinos – Nossos
rebanhos têm qualidade genética baixa; O produtor
rural com 3 a 4 vacas não tem como adquirir um
touro de qualidade, mesmo porque não é
econômico, não há retorno do ponto de vista
financeiro para o investimento em touros. Então, o
poder publico implanta uma Central de
Reprodução, seja com touros, seja com sêmen para
inseminação artificial.. È um projeto que deve ser
estudado com dedicação porque exige
logística complexa para estar com o touro ou
com o sêmen no lugar e na hora certa. Vender
touro não é conveniente, os rebanhos são
pequenos
2. Agricultura – O que cultivar?
2.1. Milho
2.1.1. para produção de grãos, não é recomendável.
A lei da vantagem comparativa nos ensina a
cultivar o que nos proporciona a maior
vantagem comparativa, em relação a outras
regiões. Assim, por exemplo se na região A,
numa área definida, se produz 5 sacas de milho
ou 3 de feijão e na região B, numa área igual,
de fertilidade mais elevada, se produz 10 sacas
de milho ou 5 de feijão. Então, pela lei da
vantagem comparativa deve-se plantar feijão,
na região A; porque na região B, a relação
entre milho e feijão é 2 para 1. Então, o
produtor da região A pode trocar suas 3 sacas
de feijão por 6 sacas de milho. Enquanto o
produtor da região B deve plantar milho
porque, em levando seu milho à região A, troca
10 sacas por 6 de feijão.
2.1.2. para produção de silagem, é fortemente
recomendável. A produção de massa por
hectare é grande e a silagem, de excelente
qualidade..
2.2. Hortaliças – depois da instalação da Feira
do Produtor e do subsidio ao transporte do
feirante, o cultivo de hortaliças, em Camilinho,
tem se desenvolvido, inclusive
tecnologicamente. Pois, já se pode notar
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insipiente uso de plasticultura, com a
construção de pequenas coberturas de
plásticos, que permitem o cultivo de
hortaliças durante o ano todo. Entendo que
é um ponto a enfocar com atenção, inclusive,
pensar-se, por exemplo, no estimulo ao
fornecimento de hortaliças para outras
cidades. As vantagens da olericultura são:
maior uso de mão de obra, trazendo a família
toda ocupada; receita semanal, e maior valor
comparativo com outros produtos.
2.3. Frutas – A instalação de Fabrica de Sucos,
em Datas, tem garantido um bom mercado
para fruticultura. Considero um setor que
deve ser estimulado, também pelo valor
comparativo.
3. Pecuária – que animais criar?
3.1. Coelho – boa alternativa para complementar
a atividade da olericultura; pelo
aproveitamento das sobras de folhosas e o
fornecimento de esterco; Todavia, tem-se
que considerar que não há hábito de
consumo de carne de coelho na região; daí,
supõe-se que não haja mercado;
3.2. Peixes – Considero difícil a instalação de
psicultura pela falta de hábito de consumo
da carne de peixe, na região;
3.3. Galinhas – A produção de frangos e/ou
ovos caipira pode dar bons resultados;
Todavia, deve-se estar alerta para a
incompatibilidade com olericultura; galinha
e horta, pelo menos uma, tem que estar cercada. Como
fatores favoráveis: há tradição de consumo e de
criação;
3.4. Suínos – Trata-se de criação muito bem estudada,
tanto do ponto de vista de genética, como de nutrição
e manejo. A criação é dividida em duas fases:
3.4.1. Reprodução e cria – fase difícil. que exige um mínimo
de técnica para o manejo e a nutrição das matrizes e
dos leitões, alem de instalações especiais; está se
falando de porco tipo carne, com raças melhoradas.
O pequeno produtora rural, que se aventurar, só tem
condições de manter 2 a 3 matrizes e um reprodutor;
portanto, o reprodutor fica sub utilizado aumentando
custos de produção; mas o principal problema, é que
com 2 a 3 matrizes ele não conseguirá um fluxo de
nascimento, uniforme ao longo do ano, para ter animais
terminados, digamos, todas as semanas e, com isto,
garantir a fidelidade do comprador.
3.4.2. Recria e acabamento – é a faze mais simples; o grande
problema é encontrar, no mercado, quem lhe possa
oferecer leitões de forma continuada e uniforme. Não
existe produtor de leitões para venda; excetuando a
produção para abate.
Então, a questão: por que o poder publico não assume a faze
de reprodução e cria? Instalando uma central de produção de
leitões, para ser vendidos ao pequeno produtor rural; Um
projeto deste tipo talvez possa ser desenvolvido em parceria
com a EPAMIG que mantém uma Fazenda Experimental em
Felixlândia, onde desenvolve pesquisas com suínos. .
3.5. Bovinos – O bovino, como alias qualquer animal, se
desenvolve e produz dependendo da carga genética e
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da alimentação que ingere. Uma vaca é uma maquina
que transforma alimento em leite; umas são mais eficientes
do que as outras por causa da sua carga genética. Mas
sem alimentação adequada não há como produzir; vacas
produzem leite, milagres é com os santos. Nosso produtor
ainda não assimilou este conceito, por mais simples que
seja; de modo geral o produtor não fornece sais minerais
e não cuida de reservas de alimentos para a época seca.
A criação de bovinos é uma tradição no município e tem
que ser melhorada, para isto deve-se desenvolver
campanha de incentivo considerando:
3.5.1. Nutrição – fornecimento de sal mineral durante todo o
ano e suplementação de volumoso na época seca: silagem,
feno, cana com uréia ou mesmo capim picado.
Atualmente, é muito usado, não pelos pequenos
produtores da região, o produto conhecido como: sal
proteinado, mistura múltipla ou lambe-lambe. O sal
proteinado, fornecido em pequenas quantidades diárias,
tem ajudado a resolver o problema de alimentação bovina
na época seca, e se baseia num principio muito simples :
O ruminante tem a capacidade de sintetizar a proteína
que precisa para seu desenvolvimento; para tal é
necessário o carbono, fornecido pela sobra de pasto,
mesmo seca, e, o nitrogênio, fornecido pela uréia
agropecuária que faz parte da mistura. Não é o ruminante
que faz a síntese da proteína, e sim, uma cepa de bactéria
que se desenvolve no rumem. Para manter a colônia de
bactéria forte completa-se a mistura com proteína de boa
qualidade, como farelo de soja, e um carboidrato, para
fornecer energia, como fubá de milho. Solução muito boa,
não para vacas em aleitamento.
Fundamental que se tenha volumoso à
disposição dos animais.
3.5.2. Genética – A Embrapa recomenda, para
produção de leite, em regime de pasto, a
melhor escolha é a vaca ½ sangue
holandesa; Então a genética fica muito
facilitada: tem-se que cruzar as vacas
comuns existentes na propriedade com
touro holandês da Central de Reprodução
ou inseminar a vaca comum com sêmen
de holandês, outra opção da Central de
Reprodução.
Lugares da cidade, lembranças esensações
Liliane MoreiraAs lembranças são capazes de provocar
variadas impressões, de acordo com aquilo quemais nos marca. Podem estar ligadas a diversoselementos como cores, cheiros, sabores, pessoase principalmente lugares, estes que são portadoresde todas as informações que complementam asmemórias que trazemos ao longo da vida e queajudam a formar nossa personalidade.
Já as sensações, tratam daquilo queexperimentamos ao estar diante de uma situaçãoespecífica, o que é vivenciado, por exemplo, aopassar por ambientes aonde não vamos há umcerto tempo, ou quando paramos para observarmais atentamente espaços da cidade que nos sãoambientes cotidianos e comuns, percebemos entãoque já foram bastante modificados podendo darlugar ao novo e nem sempre bonito, ousimplesmente não dão lugar a nada deixam deexistir ficando sem significado para as geraçõesfuturas.
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Lembro-me de quando criança nos anos 80 e 90, ir brincarno parquinho da Praça Indinha Ribas, ali junto de outras criançasatravessava as tardes no escorregador, ou nos movimentos dobalanço que levava de um lado para o outro, aproveitava tambémpara inventar estórias na ponte de madeira sobre uma piscina deareia, ali valia o que imaginação mandava, vivíamos aquelesimples e pequeno campo de entretenimento onde tudo erabastante vivo havia interação entre todos.
Em meados dos anos noventa os brinquedos pediammanutenção e cuidados diários, muitos deles passavam algunsmeses sem poder ser usados pois com peças soltas haveria riscode acidentes.
Os anos passaram, fui crescendo e a lembrançaparquinho veio comigo, que infelizmente já não se parece comoera antes, passou por um terrível estagio de transformação; omato foi aos poucos tomando conta de tudo e os brinquedosacabaram por apodrecer depois o que sobrou foi retirado dali,hoje não é nada além de um espaço vazio, impressão de ser algoisolado da história da cidade, não traz mais os risos das criançasinventado brincadeiras. Com grande pesar, hoje não reconheço mais este ambienteque faz parte das minhas memórias e também de várias pessoasde Gouveia, pois é difícil conhecer alguém que nunca tenhabrincado lá e que não tenha boas histórias para lembrar.( Auxiliar de Museu e estudante de Turismo daUniversidade Federal do Vale do Jequitinhonha e Mucuri )
Na Mão de Deus, na Sua MãoDireita,Descansou afinal meucoração.
Faleceu, no dia 4 de março de 2009, em Gouveia,Cininho Alves da Silva, conhecido como Cininho deCandinho. Cininho nasceu em 14 de julho de 1934,filho de Cândido José da Silva e Luiza Alves deSouza, era casado com D. Maria Júlia Moreira.
O consolo de D. Maria Júlia vem dos 10 filhos e 18netos que se orgulhavam do pai e avô e erammantidos, quase todos, em contato diário napropriedade rural do patriarca.Cininho iniciou muito cedo, com apenas 15 anos, oaprendizado das cantorias de folia, acompanhandoo respeitado mestre folião Antonio Mendes. Foi oprimeiro folião da família; é provável que algumherdeiro siga o seu exemplo e estabeleça, assim, umatradição de mestres foliões.Cininho e seus companheiros de folia: GeraldoGonçalves, Levindo Custódio, José Mendes eJoaquim de Tãozinho; e mais, seu filho Zelito, o genroAntônio e outros, residentes nas comunidades deCamilinho e Água Parada, apresentavam, no período
de 24 de dezembro a 6 de janeiro, a Folia deReis. E, de fins de abril a começo de maio,apresentavam a Folia de Nossa Senhora; quandolevavam a cantoria às residências da comunidadee terminavam na Festa que se celebra anualmenteem Camilinho, a tradicional Festa de Santa Cruz.Nesta oportunidade, acompanhavam a Bandeirade Nossa Senhora das Dores, em procissãonoturna iluminada por velas e fogueiras de canela,desde a sede da fazenda à frente da Capela ondese levantava o mastro com a bandeira.
A ação, no parágrafo anterior, no tempo passadoé uma homenagem ao Mestre Cininho que partiupara a longa viagem, mas a tradição continua e asua folia, agora sob o comando de GeraldoGonçalves, estará acompanhando a Bandeira deNossa Senhora no próximo dia 2 de maio nacomunidade de Camilinho. A mesma bandeira que foi levada à frente docortejo fúnebre que acompanhava o corpo deCininho para sua última morada.
Na foto: Cininho, dedilhando o violão, com bonéazul.Geraldo Gonçalves, também mestre folião, decostas com blusa de couro.Ao fundo com boné claro, Zelito; filho de Cininho,que pode vir a ser o futuro mestre; com acordeon,Antônio, genro de mestre Cininho. José Mendesmais ao fundo, entre Zelito e Cininho
(Texto de Raimundo Nonato Chaves)
BOLETIM DA AFAGO Página 111
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Boletim da AFAGOÓrgão Informativo da Associação do Filhos e Amigos daGouveiaAno II– N 02 - Março- Abril 2009.
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