tcc otavio serafim da silva neto - versãofinal 2009

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA – SEDIS BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA OTÁVIO SERAFIM DA SILVA NETO PORTAIS DE TRANSPARÊNCIA COMO FERRAMENTA DO CONTROLE SOCIAL: UMA ANÁLISE DA SATISFAÇÃO DE CONSELHEIROS MUNICIPAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE São Gonçalo do Amarante, RN 2021

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Page 1: TCC OTAVIO SERAFIM DA SILVA NETO - Versãofinal 2009

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA – SEDIS

BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

OTÁVIO SERAFIM DA SILVA NETO

PORTAIS DE TRANSPARÊNCIA COMO FERRAMENTA DO CONTROLE

SOCIAL: UMA ANÁLISE DA SATISFAÇÃO DE CONSELHEIROS MUNICIPAIS

DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE

São Gonçalo do Amarante, RN

2021

Page 2: TCC OTAVIO SERAFIM DA SILVA NETO - Versãofinal 2009

Otávio Serafim da Silva Neto

PORTAIS DE TRANSPARÊNCIA COMO FERRAMENTA DO CONTROLE

SOCIAL: Uma análise da satisfação de Conselheiros Municipais do Estado do Rio

Grande do Norte

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Coordenação do curso de Administração Pública a distância da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção do título de bacharel em Administração.

Orientadora: Anne Emília Costa Carvalho, D. Sc. Coorientadora: Dalliane Vanessa Pires Andrade, M. Sc.

São Gonçalo do Amarante, RN

2021

Page 3: TCC OTAVIO SERAFIM DA SILVA NETO - Versãofinal 2009

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro Ciências Sociais Aplicadas - CCSA

Silva Neto, Otávio Serafim da. Portais de transparência como ferramenta do controle social: uma análise da satisfação de Conselheiros Municipais do Estado do Rio Grande do Norte / Otávio Serafim da Silva Neto. - 2021. 52f.: il. Monografia (Graduação em Administração Pública) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências Aplicadas, Curso de Administração Pública. Natal, RN, 2021. Orientadora: Profa. Dra. Anne Emília Costa Carvalho. Coorientadora: Profa. Me. Dalliane Vanessa Pires Andrade. 1. Transparência Pública - Monografia. 2. Controle Social - Monografia. 3. Conselhos Municipais - Monografia. I. Carvalho, Anne Emília Costa. II. Andrade, Dalliane Vanessa Pires. III. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. IV. Título. RN/UF/Biblioteca CCSA CDU 352

Elaborado por Eliane Leal Duarte - CRB-15/355

Page 4: TCC OTAVIO SERAFIM DA SILVA NETO - Versãofinal 2009

Otávio Serafim da Silva Neto

PORTAIS DE TRANSPARÊNCIA COMO FERRAMENTA DO CONTROLE

SOCIAL: Uma análise da satisfação de Conselheiros Municipais do Estado do Rio

Grande do Norte

Monografia apresentada à Coordenação do curso de Administração Pública a distância da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, composta pelos seguintes membros.

Aprovada em: 09/09/2021

_____________________________________________________

Profª. Dra. Anne Emília Costa Carvalho

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Orientadora

_____________________________________________________

Prof. Dr. Sc. Carlos David Cequeira Feito

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Membro

_____________________________________________________

Prof. M. Sc. Evangelina de Mello Bastos

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Membro

Page 5: TCC OTAVIO SERAFIM DA SILVA NETO - Versãofinal 2009

Dedico este trabalho a Deus, por ter me

proporcionado força e sabedoria para que nunca a desistência

prevaleça e a minha família que sempre foi minha base,

especialmente meus pais por toda dedicação e carinho.

Page 6: TCC OTAVIO SERAFIM DA SILVA NETO - Versãofinal 2009

AGRADECIMENTO

A Deus, em primeiro lugar, que sempre me conduziu ao caminho do bem com as

devidas lições de amor, fraternidade e misericórdia.

Aos meus pais, José Rodrigues da Silva e Margarida Alzira Oliveira da Silva, que

sempre dedicaram todos os seus esforços para que tudo fosse possível, que apesar de suas

poucas instruções sempre colocou a minha educação como prioridade.

A minha irmã, Jackeline Oliveira da Silva Duarte, pelas palavras de incentivos, sendo

a minha conselheira, compartilhando nossas angústias e alegrias.

A minha esposa Natália Vasconcelos do Nascimento pela companhia de todos os

momentos, sendo uma real fonte de motivação da minha persistência.

Aos professores que ao longo do curso compartilharam seus conhecimentos tornando

possível a conclusão do curso, especialmente, a Anne Emília Costa Carvalho, orientadora, e

Dalliane Vanessa Pires Andrade, coorientadora, pelas preciosas dicas e ensinamentos.

E a todos aqueles que direto ou indiretamente contribuem para toda minha evolução,

acreditando, torcendo, aconselhando e compartilhando as conquistas, meu muito obrigado.

Page 7: TCC OTAVIO SERAFIM DA SILVA NETO - Versãofinal 2009

“O mais competente não discute, domina a sua ciência e cala-se”

Voltaire

Page 8: TCC OTAVIO SERAFIM DA SILVA NETO - Versãofinal 2009

RESUMO

Este estudo tem como objetivo analisar a satisfação dos conselheiros municipais do Estado do Rio Grande do Norte quanto ao uso dos portais de transparência pública como ferramenta de controle social. Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem qualitativa e quantitativa. As técnicas de coleta de dados foram realizadas por meio de pesquisa documental e questionário online, coletado através do Google forms. A amostra do questionário foi não probabilística por conveniência e obteve-se 49 respostas de 22 municípios. A transparência pública torna-se indispensável no processo de controle dos gastos públicos, assegurando uma ação direcionada a atingir os problemas sociais presentes no contexto da administração pública. A participação popular faz surgir o controle social. A pesquisa propõe mapear o nível de transparência dos governos municipais analisados, levantar o nível de utilização dos portais, avaliar o nível de satisfação dos conselheiros e compará-los. Os resultados demonstram que a maioria dos portais dos municípios potiguares não estão adequados, apesar dos conselheiros reconhecerem sua importância, não obstante o fato de a cultura da consulta a tais portais ainda ser insuficiente.

Palavras-chave: Transparência Pública, Controle Social, Conselhos Municipais.

Page 9: TCC OTAVIO SERAFIM DA SILVA NETO - Versãofinal 2009

ABSTRACT

This study aims to analyze the satisfaction of municipal councilors in the State of Rio Grande do Norte regarding the use of public transparency portals as a tool for social control. This is a descriptive study, with a qualitative and quantitative approach. Data collection techniques were performed through document research and online questionnaire, collected through Google forms. The questionnaire sample was non-probabilistic for convenience and 49 responses from 22 municipalities were obtained. Public transparency becomes essential in the process of controlling public spending, ensuring an action aimed at reaching social problems present in the context of public administration. Popular participation gives rise to social control. The research proposes to map the level of transparency of the analyzed municipal governments, raise the level of use of the portals, assess the level of satisfaction of the councilors and compare them. The results demonstrate that most portals in the Potiguares municipalities are not adequate, despite the counselors recognizing their importance, despite the fact that the culture of consulting such portals is still insufficient. Keywords: Public Transparency, Social Control, Municipal Councils.

Page 10: TCC OTAVIO SERAFIM DA SILVA NETO - Versãofinal 2009

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Quadros

Quadro 1- Síntese dos estudos obtidos na revisão da literatura 20

Quadro 2 – Síntese da estratégia da pesquisa 22

Quadro 3 - Relatos dos Conselheiros 38

Quadro 4 - Municípios com representatividade nas respostas do questionário 39

Figuras

Figura 1 – Percentual de entrevistado por sexo 25

Figura 2 – Distribuição dos entrevistados por idade 26

Figura 3 – Nível de Escolaridade dos entrevistados 26

Figura 4 – Área de atuação dos conselheiros entrevistados 27

Figura 5 – Existência de Portal da Transparência 33

Figura 6 – Frequência de acesso ao portal de transparência do município de atuação 33

Figura 7 – Assunto de Interesse dos entrevistados 35

Figura 8 – Percepção da importância das informações presentes nos portais 36

Figura 9 – Compreensão da linguagem 36

Figura 10 – Êxito ao solicitar alguma informação 37

Figura 11- Nível de utilização dos portais agrupados por nível de transparência 40

Figura 12 - Compreensão da linguagem dos portais agrupados por nível de

transparência 40

Figura 13: Êxito ao solicitar alguma informação nos portais agrupados por nível de

transparência 41

Tabelas

Tabela 1 - Nível de Transparência dos Municípios do RN 30

Page 11: TCC OTAVIO SERAFIM DA SILVA NETO - Versãofinal 2009

LISTA DE SIGLAS

CAE – Conselho Municipal de Alimentação Escolar

CME – Conselho Municipal de Esporte

CMS – Conselho Municipal de Saúde

ESIC - Sistema Eletrônico do Serviço de Informações ao Cidadão

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IBTIPE - Índice Bidimensional de Transparência da Informação Público-Eletrônica

LAI – Lei de acesso à informação

LDO – Lei de Diretrizes Orçamentária

PPA – Plano Plurianual

RGF – Relatório de Gestão Fiscal

RREO – Relatório Resumido de Execução Orçamentária

TCE/RN – Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Norte

Page 12: TCC OTAVIO SERAFIM DA SILVA NETO - Versãofinal 2009

Sumário

1 PARTE INTRODUTÓRIA .......................................................................................... 11

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E PROBLEMATIZAÇÃO ............................................. 11

1.2 OBJETIVOS .............................................................................................................. 13

1.2.1 Objetivo geral ......................................................................................................... 13

1.2.2 Objetivos específicos .............................................................................................. 13

1.3 JUSTIFICATIVA ...................................................................................................... 13

2 REVISÃO DA LITERATURA .................................................................................... 14

2.1 TRANSPARÊNCIA PÚBLICA ................................................................................ 15

2.2 CONTROLE SOCIAL .............................................................................................. 17

2.3 CONSELHOS MUNICIPAIS ................................................................................... 18

2.4 REVISÃO DA LITERATURA EMPÍRICA ............................................................. 19

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ................................................................. 22

3.1 NATUREZA E CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA .......................................... 23

3.2 ABRANGÊNCIA DO ESTUDO E PLANO DE COLETA DE DADOS ................ 24

3.3 PLANO DE ANÁLISE DE DADOS ........................................................................ 24

4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ..................................................... 25

4.1 NÍVEL DE TRANSPARÊNCIA DOS MUNICÍPIOS DO ESTADO DO RIO

GRANDE DO NORTE ................................................................................................... 27

4.2 NÍVEL DE UTILIZAÇÃO DOS CONSELHEIROS MUNICIPAIS QUANTO AOS

PORTAIS DE TRANSPARÊNCIA ................................................................................ 32

4.3 SATISFAÇÃO DOS CONSELHEIROS MUNICIPAIS QUANTO AOS PORTAIS

DE TRANSPARÊNCIA COMO FERRAMENTA DE CONTROLE SOCIAL ............ 35

4.4 RELAÇÃO DO NÍVEL DE SATISFAÇÃO COM O NÍVEL DE

TRANSPARÊNCIA DOS PORTAIS DE TRANSPARÊNCIA PÚBLICA ................... 38

5 CONCLUSÃO .............................................................................................................. 41

APÊNDICE A – Protocolo de revisão da literatura. ....................................................... 47

Page 13: TCC OTAVIO SERAFIM DA SILVA NETO - Versãofinal 2009

APÊNDICE B – Questionário aplicado aos Conselheiros Municipais. .......................... 48

Page 14: TCC OTAVIO SERAFIM DA SILVA NETO - Versãofinal 2009

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1 PARTE INTRODUTÓRIA

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E PROBLEMATIZAÇÃO

A constante mudança que tem ocorrido no mundo em decorrência dos avanços

tecnológicos, os quais geram importantes alterações em toda estrutura legal do país, tem

inserido novos instrumentos à disposição da sociedade e determinado comportamentos na

gestão e controle dos recursos públicos. Os portais de transparência pública estão inclusos

nesse cenário como importante ferramenta de acesso à informação por parte dos cidadãos.

Diante desse contexto, o presente trabalho tem como tema a transparência pública, a

qual segundo Muller et al (2020, p.19) é “indispensável para o efetivo controle da

administração pública” sendo utilizada como ferramenta do Controle Social. Nesse sentido,

Martins e Véspoli (2013, p.99) ressaltam que “o fortalecimento do controle social privilegia a

participação popular tanto na formulação quanto na avaliação de políticas públicas”.

Assim, a transparência pública torna-se indispensável no processo de controle dos

gastos públicos, assegurando uma ação direcionada a atingir os problemas sociais presentes

no contexto da administração pública. A participação popular faz surgir o controle social, ou

seja, o principal interessado no fortalecimento da gestão pública passa a atuar junto ao

Governo, fiscalizando, sugerindo novas ações, sendo parceiro da gestão, para isso canais de

comunicação, de acesso à informação como os portais são facilitadores do processo

(SECCHIN, 2018).

Para dar racionalidade a todo o processo de gestão, os órgãos contam com um sistema

de controle que pode ser interno ou externo, representado, respectivamente, pelas

Controladorias e Tribunais de Contas, por exemplo. Tais controles visam garantir a eficiência

e a economicidade do gasto público de forma que as ações sejam executadas com o objetivo

de alcançar os anseios da sociedade.

Contudo, apesar do robusto sistema de controle ainda são muito recorrentes os

escândalos de desvios de recursos, causando danosas consequências para a Administração

Pública, enfraquecem o gerenciamento do Estado (Lima e Nascimento, 2013).

Page 15: TCC OTAVIO SERAFIM DA SILVA NETO - Versãofinal 2009

12

Tais fatos causam sérias consequências como o descrédito da população,

descontinuidade na prestação de serviços e obras inacabadas, ou seja, enfraquece os

propósitos da gestão.

Sendo assim, torna-se primordial a efetivação do controle social que pode ser

entendido como a interação da sociedade com as ações desempenhadas pelo poder público, o

qual requer transparência dos atos, havendo assim uma fiscalização mais presente e

tempestiva, conforme Secchin (2008, p.28) expõe:

Falar de controle social é tratar da participação da sociedade na administração pública, na definição de diretrizes, na avaliação da conduta dos agentes públicos, na gestão das políticas públicas, enfim, na participação efetiva da sociedade em tudo aquilo que direta ou indiretamente afeta o bem-estar comum.

O Portal de Acesso a Informação do Estado do Espírito Santo (2021) também afirma

que o controle social pode ser entendido como a participação do cidadão da gestão pública,

seja acompanhando ou fiscalizando as ações. Atentando ainda para a importância do

desenvolvimento da cultura da transparência, bem como da sociedade tomar conhecimento de

seu direito ao acesso à informação.

A sociedade está organizada e representada por diversos organismos, dentre eles

encontram-se os conselhos legalmente constituídos como forma de garantir, facilitar o

controle social e a participação popular no desenvolvimento e acompanhamento da ação

pública, sendo de fato um importante meio de aproximação entre a sociedade e o Estado.

Como bem relatado por Silva et al (2018, p.75):

Esses conselhos representam canais efetivos de participação democrática. Sua importância é evidenciada com o fortalecimento da atuação da população local na formulação e implementação das políticas sociais, bem como no combate aos desvios de verbas públicas que ainda são rotineiramente divulgados pelos diversos canais de mídia.

Sabe-se que a necessidade de controle se dá devido à limitação de recursos, fato que

exige o uso de forma racional para que as demandas sejam atendidas satisfatoriamente.

Assim, o controle nos pequenos municípios torna-se desafiador, já que a baixa disponibilidade

de recursos próprios causa dependência orçamentária e financeira, sendo um dos fatos

limitadores de práticas inovadoras, e ao mesmo tempo reforçam a necessidade de maior

controle social.

Diante da presente conjuntura da participação popular no controle da gestão pública,

busca-se responder à seguinte questão de pesquisa: qual a satisfação dos conselheiros

municipais do Estado do Rio Grande do Norte quanto à utilização dos portais de

transparência como ferramenta de controle social?

Page 16: TCC OTAVIO SERAFIM DA SILVA NETO - Versãofinal 2009

13

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo geral

Analisar a satisfação dos conselheiros municipais do Estado do Rio Grande do Norte

quanto ao uso dos portais de transparência pública como ferramenta de controle social.

1.2.2 Objetivos específicos

a) Mapear o nível de transparência dos portais dos Governos Municipais analisados,

tendo como base rankings de transparência criados por órgãos de controle;

b) Levantar o nível de utilização dos portais de transparência por parte dos conselhos

municipais no desenvolvimento do controle social;

c) Avaliar o nível de satisfação dos conselheiros municipais quanto aos portais de

transparência como ferramenta de controle social;

d) Comparar o nível de satisfação dos conselheiros municipais quanto aos portais de

transparência como ferramenta para controle social com o nível de transparência

desses portais.

1.3 JUSTIFICATIVA

O estudo se justifica pelo aumento do interesse da sociedade no conjunto de

informações de natureza orçamentário/financeira, operacional, administrativa que envolve a

ação do Estado no tocante à prestação de serviço de interesse público, fortalecendo a

Page 17: TCC OTAVIO SERAFIM DA SILVA NETO - Versãofinal 2009

14

discussão em torno do controle social através da conscientização e participação popular, seja

de forma direta ou indireta.

Muito se tem discutido sobre o tema, analisado o nível de transparência dos órgãos,

percebe-se isso nos noticiários, nos ambientes acadêmicos, no cotidiano. Conforme Pires et al

(2013, p.133) relatam:

o tema transparência pública nunca esteve tão em evidência. Essa inovação consiste, entre outros objetivos, na busca da legitimidade e da eficiência dos atos da Administração Pública, na redução do distanciamento entre esta e a sociedade, na correspondência entre demandas sociais e políticas públicas, na instrumentalização ampliada do controle e da fiscalização e, principalmente, na ruptura da tradição do sigilo administrativo.

Em torno de toda discussão da transparência está a importante ferramenta digital que é

o portal da transparência, tornando imprescindível a busca da percepção da sociedade sobre a

riqueza de informações que podem ser encontradas e caso sejam exploradas poderão ser

instrumentos de controle social. Nesse contexto encontram-se os Conselhos, organismos

criados com o intuito de aproximar a sociedade da gestão.

Sendo assim, o presente trabalho contribuirá para o debate sobre o tema, uma vez que

reconhece os conselhos municipais como organismos responsáveis pela concretização do

controle social e observará não somente o nível de transparência, mas a satisfação da

sociedade quanto sua importância. Dessa forma, esta pesquisa pretende fomentar a discussão

tendo como abrangência os municípios do Estado do Rio Grande do Norte, podendo ainda

servir de base para comparação de resultados de estudos futuros desenvolvidos sobre a

temática com abrangência diversa, porém com características semelhantes.

2 REVISÃO DA LITERATURA

O presente tópico trata-se da revisão teórica acerca dos conceitos abordados no

decorrer da pesquisa, estará dividido em quatro subtópicos, os quais abordaram sobre

transparência pública, controle social e conselhos municipais, além de realizar uma revisão da

literatura com base no protocolo de revisão.

Page 18: TCC OTAVIO SERAFIM DA SILVA NETO - Versãofinal 2009

15

2.1 TRANSPARÊNCIA PÚBLICA

A transparência pública segundo Muller et al (2020, p.3) “visa assegurar a publicação

de dados e informações governamentais, disponibilizando-as para todos os cidadãos,

contribuindo para o controle e aprimoramento da gestão dos recursos públicos”. Nesse

sentido, Bitencourt e Reck (2016, p.105) sustentam que a “transparência está associada à

divulgação de informações que permitam que sejam averiguadas as ações dos gestores e a

consequentemente responsabilização por seus atos. Logo, não há o que se falar em controle,

sem o devido cumprimento dos deveres de transparência pública”.

Assim cabe destaque para alguns marcos regulamentares para o implemento da

transparência pública, como é o caso da própria Constituição Federal (1989), conforme

mencionado por Bitencourt e Reck (2016, p.102):

Por conseguinte, o acesso à informação, mais do que um direito do cidadão, é um dever constitucional imposto à Administração Pública. Nesse sentido, vale recordar dos termos do artigo 37 da Constituição Federal: “A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência”.

Outra fonte incentivadora é a Lei de Responsabilidade Fiscal (2000) conforme

destacado por Fernandes (2010, p.32):

A Lei de Responsabilidade Fiscal veio contribuir com a democratização da gestão pública e buscar maior transparência das ações, utilizando o princípio da publicidade na vertente de construir uma gestão mais participativa. Todavia, a apresentação periódica dos relatórios fiscais e orçamentários não garantiram o efetivo conceito de transparência, já que esses relatórios utilizam linguagem excessivamente técnica e ininteligível para o cidadão comum, o que inviabiliza a participação efetiva da sociedade na Administração Pública.

Assim percebe-se o princípio da publicidade sendo o ponto essencial para a

transparência acontecer, todavia Martins e Véspoli (2013, p.94) advertem:

Promover a transparência é dar condição de acesso a todas as informações sobre a gestão pública. Uma Administração Pública transparente é aquela que funciona de maneira aberta, sem nada às escondidas, baseada em princípios éticos e democráticos, em função da facilidade que têm os cidadãos em acessar as informações públicas.

Martins e Véspoli (2013, p.97) ainda complementam:

No Brasil, o tema Transparência Pública vem ganhando importância de forma crescente, e consequentemente, as pessoas começam a compreender que têm o direito (e até o dever) de acompanhar, fiscalizar e fazer cobranças dos administradores sobre a correta aplicação dos recursos públicos que pertencem ao conjunto da população. Instrumentos legais implementados nos últimos anos, como

Page 19: TCC OTAVIO SERAFIM DA SILVA NETO - Versãofinal 2009

16

a Lei de Responsabilidade Fiscal, a Lei da Transparência e, mais recentemente, a Lei de Acesso à Informação são importantes ferramentas de promoção da cidadania à medida que garantem à população ter conhecimento sobre todas as ações do poder público.

Torna-se notória a real importância da transparência pública como ferramenta

impulsionadora de execução das ações que visam resolver os problemas da sociedade,

ressaltando ainda que as referidas ações são realizadas através dos recursos oriundos da

arrecadação, ou seja, é mais que justo o conhecimento por parte da sociedade a forma de

como seus recursos estão sendo destinados, que prioridades estão sendo consideradas,

sobretudo, se os programas de governo defendidos pelos propositores na campanha eleitoral

estão sendo cumpridos, sendo assim uma relevante fonte de informações para a devida

avaliação dos gestores.

Com o advento da Lei nº 12.557, em 18 de novembro de 2011, a Lei de Acesso à

Informação, respaldado nos avanços da tecnologia da informação, o acesso à informação

passa a ser regra e o sigilo exceção, como bem explorada por Hoch, Rigui e Silva (2012).

Hoch, Rigui e Silva (2012, p.263) ainda destacam “A transparência, por sua vez, se

divide em ativa, a qual consiste na divulgação espontânea de informações, e passiva, por meio

da qual o Poder Público é provocado mediante requerimento do interessado”.

Na classificação da transparência quanto à iniciativa Zuccolotto, Teixeira e Riccio

(2015, p.148-149) definem:

A Transparência ativa consiste na difusão periódica e sistematizada de informações sobre a gestão estatal. Resulta de ações voluntárias dos gestores públicos ou de obrigações legais impostas aos órgãos do Estado, determinando que sejam publicadas informações necessárias e suficientes para que a sociedade possa avaliar o desempenho governamental. A Transparência passiva, por sua vez, refere-se à obrigação do Estado em conceder a todos os cidadãos que o requeiram o acesso tempestivo aos documentos oficiais, salvo aqueles que estiverem legalmente protegidos por motivo de segurança nacional, investigação pública, direito de terceiros etc. A regra geral é o livre acesso, sendo o sigilo a exceção.

Nesse contexto da publicidade, da transparência pública, do acesso a informações,

encontram-se os portais de transparência, sites que reúnem as informações relativas aos gastos

públicos, bem como diversos assuntos relacionados à gestão pública, seja ela municipal,

estadual ou federal.

Assim, Silva (2005 apud ABDALA e TORRES, 2016, p.149) retrata:

O avanço tecnológico possibilitou mudanças na legislação, forçando os governos a gerar, organizar e disponibilizar informações de modo direto e imediato, daí a eclosão de portais de governo, aplicativos para dispositivos móveis e sistemas online para oferta de serviços públicos e os portais de transparência; cenário que trouxe novos desafios para a administração pública.

Page 20: TCC OTAVIO SERAFIM DA SILVA NETO - Versãofinal 2009

17

Com a referida evolução tecnológica foi possível o surgimento de legislação mais

abrangente, que pudesse determinar a disponibilidade da informação com maior detalhamento

como é o caso da Lei da Transparência, a Lei Complementar n° 131, do dia 27 de maio de

2009. Como bem relata Silva Neto (2018, p.69):

As determinações trazidas pela lei citada acima estabeleceram melhorias da transparência pública, constituindo não apenas a obrigatoriedade de publicação dessas informações, mas a necessidade de integração e padronização do sistema que forneceria esses dados. Além disso, a lei avançou na área de participação social, visto que, ainda que não obrigasse, deu impulso aos processos de discussão entre sociedade e governo no que se refere ao planejamento orçamentário. Exemplo desse processo é o orçamento participativo, prática já adotada em diversos municípios brasileiros.

Diante desse cenário a legislação associada à tecnologia direciona aos avanços que

impulsionam a transparência pública e aproxima o cidadão da gestão pública, sendo

fiscalizador das ações, bem como participante ativo nas decisões.

2.2 CONTROLE SOCIAL

Como visto no tópico anterior a participação social tem se fortalecido no contexto da

regra da transparência, do acesso à informação. Assim o controle social é desencadeado,

conforme Fernandes (2010, p. 25) conceitua:

Por Controle Social entende-se a participação da sociedade civil nos processos de acompanhamento e verificação das ações da gestão pública, no planejamento e na execução das políticas e programas públicos, avaliando objetivos, processos e resultados. É o compartilhamento das responsabilidades, onde Estado e sociedade buscam aumentar o nível de eficiência, eficácia e efetividade de suas ações.

Nessa linha de entendimento a Controladoria Geral da União (2012, p.16-17), enfatiza:

O controle social pode ser entendido como a participação do cidadão na gestão pública, na fiscalização, no monitoramento e no controle das ações da Administração Pública. Trata-se de importante mecanismo de prevenção da corrupção e de fortalecimento da cidadania. No Brasil, a preocupação em se estabelecer um controle social forte e atuante torna-se ainda maior, em razão da extensão territorial do país e da descentralização geográfica dos órgãos públicos integrantes dos diversos níveis federativos – União,

Page 21: TCC OTAVIO SERAFIM DA SILVA NETO - Versãofinal 2009

18

estados, Distrito Federal e municípios. No caso destes, há que considerar, ainda, o seu grande número. Por isso, a fiscalização da aplicação dos recursos públicos precisa ser feita com o apoio da sociedade.

Desse modo, o controle social pode ser compreendido como a participação do cidadão

na gestão pública, atuando no planejamento, na execução, no monitoramento, bem como na

fiscalização, com o propósito de alcançar a eficiência, eficácia e efetividade das ações

públicas.

As ideais de Bitencourt e Reck (2016, p. 100-101) complementam:

Toda vez que se propicia um cenário de informação, uma arena pública e se reconhece como integrante da tomada de decisão está se criando um ambiente favorável ao controle social. Sendo assim, todos os orçamentos participativos, as audiências públicas, os conselhos municipais e outros, são formas de criar ambientes propícios tanto à participação popular como ao controle social, haja vista serem canais de comunicação com a sociedade e o interesse público e com a tomada de decisões por parte da administração pública.

Constata-se a relevância da participação popular na gestão pública, no entanto torna-se

necessário um cenário convidativo, incentivador, informações claras, objetivas, que visem

facilitar a comunicação entres os agentes. Nesse sentido, surgem os conselhos municipais,

organismo público que tem o propósito real de inserir a população no processo de decisório,

como integrante da gestão.

2.3 CONSELHOS MUNICIPAIS

Diante da discussão do controle social surge a figura dos conselhos municipais, podendo ser compreendido como organização que visa manter uma relação próxima com o governo, conforme Fernandes (2010, p. 25) explica:

A participação popular pode ser mais efetiva se realizada de forma direta, através das diversas organizações representativas da sociedade (sindicato, associações, etc.), em especial através dos Conselhos políticos. Os conselhos são órgãos colegiados, verdadeiros canais institucionais de participação popular, que têm como finalidade assegurar a participação da sociedade na elaboração e implementação das políticas públicas, como também, fiscalizar as ações do poder público.

Assim, pressupõem que se tenham conselheiros membros participativos, atuantes em

suas atribuições, sendo representante da sociedade legalmente constituídos. Nesse sentido

Silva et al (2018, p.77) sugerem:

Page 22: TCC OTAVIO SERAFIM DA SILVA NETO - Versãofinal 2009

19

Suas estruturas integram a esfera pública e política, com o intuito de mediar rela-ções, mitigar conflitos e conferir maior interação entre governo e sociedade civil. São constituídos com objetivo de deliberar e definir políticas públicas específicas, a exemplo da educação básica, saúde, meio ambiente, patrimônio histórico-cultural, entre outras.

Todavia, para o alcance dos objetivos esperados por parte dos conselhos Silva et al

(2018, p.85) ressaltam que “Conselheiros capazes e estimulados para a realização de suas

atividades fortalecem o controle social e auxiliam o município na correta aplicação dos

recursos do erário, resultando na oferta de melhores serviços públicos para a comunidade

como um todo”.

Sendo assim, os Conselhos podem ser entendidos como recortes da sociedade

legalmente constituídos que visam não só auxiliar a gestão no planejamento e

acompanhamento das políticas públicas, mas também na fiscalização visando à efetividade

das ações.

2.4 REVISÃO DA LITERATURA EMPÍRICA

Aplicando o protocolo de revisão da literatura disponível no Apêndice A do presente

trabalho foi possível identificar cinco estudos que mantêm alguma relação com a

Transparência Pública sendo utilizada como ferramenta de controle social.

Percebe-se que a abrangência e os períodos de aplicação são bem diversificados,

todavia todos foram aplicados em entes públicos, sujeitos a legislação que rege a

transparência e o acesso à informação e consequentemente ao controle social, quanto ao

método de investigação o predominante foi análise documental. Sendo assim, a seguir será

apresentado no Quadro 1 os elementos centrais dos estudos analisados.

Quadro 1- Síntese dos estudos obtidos na revisão da literatura

Autores / Ano

Título Objetivo Abrangência/Período

analisado /

Métodos

Fabiana Marissa

Etzel Barddal ; Ricardo Lobato Torres (2020)

Efetividade da Participação Cidadã nos Conselhos

municipais de Curitiba.

Avaliar a efetividade da participação cidadã nos conselhos municipais a

partir de um estudo de casos múltiplos da cidade de

Curitiba.

Conselhos da Cidade de Curitiba -

(2015-2016)

Pesquisa Documental; (regimento e

atas)

Page 23: TCC OTAVIO SERAFIM DA SILVA NETO - Versãofinal 2009

20

Douglas Arrais M

elo; Hélio

Yochihiro

Fuchigami

(2019)

Proposta de Índice

Bidimensional de Transparência da

Informação Público-

Eletrônica Como Ferramenta Para Participação e

Controle Sociais

Desenvolver o Índice Bidimensional de Transparência da

Informação Público-Eletrônica (IBTIPE) com as finalidades de se: mensurar os níveis de cumprimento

factual da LAI e de transparência das

informações complementar e total relativos aos sítios

eletrônicos de universidades federais do Brasil; e

elaborar rankings referentes a esses níveis.

Universidades Federais do Brasil. 2018

Descritiva-exploratória (análises dos

sítios, levantamento bibliográfico e documental

Edson Arlindo

Silva; Cláudia Souza

Passador (2018)

Gestão da Saúde Pública em Minas

Gerais Sob a Ótica dos Conselhos Gestores

Municipais

Analisar o processo decisório dos Conselhos

Gestores de Políticas Públicas de Saúde sob a ótica dos princípios de

participação e deliberação considerando principalmente seus desenhos institucionais vigentes. Especificamente

pretendeu-se atingir os seguintes objetivos: a)

Analisar os papéis desempenhados pelos

conselheiros nas tomadas de decisões sobre políticas

públicas em saúde em Minas Gerais; b) Compreender como são executadas as funções delegadas aos

conselheiros; c) Analisar como são pensadas e

praticadas as participações dos membros representantes

dos conselhos.

Conselhos Municipais de Saúde em 13

Macrorregiões de

Planejamento Estratégico em

Saúde do Estado de

Minas Gerais. 2017-2018

Qualitativo-descritivo (análise

documental)

Alberto Fonseca; Larissa

Resende (2016)

Boas práticas de transparência,

informatização e comunicação

social no licenciamento

ambiental brasileiro: uma

análise comparada dos websites dos

órgãos licenciadores

estaduais.

Analisar as boas práticas do controle público do

licenciamento ambiental nos estados brasileiros.

órgãos licenciadores estaduais e do

distrito federal. 2014

Exploratória, qualitativa e descritiva de investigação. Revisão de Literatura,

Análise documental e

entrevistas abertas.

Janyluce Rezende

Gama; Georgete Medleg Rodrigues. 2016

Transparência e acesso à

informação: um estudo da

demanda por informações contábeis nas universidades

caracterizar a demanda por informações contábeis

dirigidas a essas instituições quanto ao número,

proporção dos pedidos e perfil dos demandantes nos

dois primeiros anos de implementação da LAI.

Universidades Federais do Brasil. 2014

Análise qualitativa. Pesquisa

bibliográfica, levantamento

e sistematizaçã

o de leis,

Page 24: TCC OTAVIO SERAFIM DA SILVA NETO - Versãofinal 2009

21

federais brasileiras

decretos e portarias;

levantamento de

informações por meio de

relatório estatístico e download de

dados disponíveis

no e-sic. Fonte: Elaborado pelo autor, 2021.

O estudo de Barddal e Torres (2020) buscou compreender a efetividade dos conselhos

municipais da cidade de Curitiba, onde foi percebido que os três conselhos (CAE – Conselho

Municipal de Alimentação Escolar; CME – Conselho Municipal de Esporte e CMS –

Conselho Municipal de Saúde) analisados têm envolvimento nos percentuais de 9%, 45% e

29%, conforme análise documental. Já com relação à participação no planejamento das ações

foi constatado que não ocorre, onde somente o CMS com 3% participou, ou seja, nível muito

baixo de participação. No quesito controle social verificou-se que ocorreu numa frequência de

82% e 42%, ocorrendo nível muito baixo apenas no CME, com apenas uma ocorrência. No

que diz respeito à capacitação técnica apresentou um percentual de ocorrência de 27% e 19%,

tendo o CME não participado nos anos pesquisados.

Na pesquisa de Melo e Fuchifami (2019) após análises dos índices apontou-se

cumprimento frágil (terceira pior classificação entre as sete possíveis) da LAI – Lei de Acesso

à Informação, quanto ao nível de transparência pública verificou-se a classificação

transparência frágil (terceira pior classificação entre as sete possíveis). Sendo assim

constatou-se baixo nível de transparência nas Universidades Federais do Brasil.

Silva e Passador (2018) apresentaram o perfil dos conselhos os quais têm 20 a 54

participantes, o que tem relação com o porte dos municípios, e 80% se reúnem pelo menos

uma vez por mês para reuniões ordinárias, havendo reuniões abertas ao público.

Fonseca e Resende (2016) identificaram a frequência de boas práticas de transparência

nos órgãos licenciadores dos Estados e Distrito Federal tendo a maior frequência identificada

como rara, ou seja, quando a frequência de boas práticas está menor que 30%.

O estudo de Gama e Rodrigues (2016) indica que não existe uma transparência ativa,

com relação às informações contábeis das Universidades Públicas do Brasil no período

analisado, apesar da LAI exigir, onde 61% das Universidades tiveram demandas relacionadas

Page 25: TCC OTAVIO SERAFIM DA SILVA NETO - Versãofinal 2009

22

a informações financeiras e contábeis. Outro dado interessante foi que em 30% das

solicitações do esic foram de professores e alunos, sugerindo interesse da sociedade em geral.

Assim, apesar de nenhum dos estudos apresentarem algum resultado direto da

satisfação dos conselheiros quanto à importância dos portais de transparência para o controle

social, tornou-se possível identificar resultados que poderão contribuir nas discussões dos

resultados da presente pesquisa.

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

O presente tópico apresentará os procedimentos metodológicos que foram aplicados na

pesquisa, contendo um quadro com a síntese da estratégia, além de três subtópicos: natureza e

caracterização; abrangência e plano de coleta de dados e o plano de análise de dados.

Quadro 2 – Síntese da estratégia da pesquisa.

Título

PORTAIS DE TRANSPARÊNCIA COMO FERRAMENTA DO CONTROLE SOCIAL: Uma análise da satisfação dos Conselheiros

Municipais do Estado do Rio Grande do Norte

Problema de pesquisa Qual a satisfação dos conselheiros municipais do Estado do Rio Grande do Norte quanto à utilização dos portais de transparência como ferramenta de controle social?

Objetivo geral Analisar a satisfação dos conselheiros municipais do Estado do Rio Grande do Norte quanto ao uso

dos portais de transparência pública como ferramenta de controle social.

Objetivos específicos Coleta de dados Análise de dados

a) Mapear nível de transparência dos portais dos municípios analisados;

Pesquisa documental: Relatório publicado pelo Tribunal de Contas do

Estado do Rio Grande do Norte (TCE/RN).

Análise documental. Identificar a posição em

que se encontram os municípios analisados, ou seja, aqueles que tiverem

representatividade nas respostas dos

questionários, aplicados no alcance do objetivo

“b” e “c”.

b) Levantar o nível de utilização dos portais de transparência por parte dos

conselhos municipais no desenvolvimento do controle social;

Aplicar questionário online tendo como alvo membros dos

conselhos municipais.

Estatística descritiva Tabular os dados obtidos

na aplicação do questionário utilizando

planilhas do Excel, obtendo o nível de

utilização, ou seja, a frequência que os

conselheiros realizam consultas nos portais.

Page 26: TCC OTAVIO SERAFIM DA SILVA NETO - Versãofinal 2009

23

c) Avaliar o nível de satisfação dos conselheiros municipais quanto os

portais de transparência como ferramenta de controle social;

Aplicar questionário online tendo como alvo membros dos conselhos municipais.

Tabulação de dados Tabular os dados obtidos

na aplicação do questionário utilizando

planilhas do Excel, obtendo o nível de

satisfação, ou seja, como os conselheiros

classificam o conjunto de informações disponíveis.

d) Comparar o nível de satisfação dos conselheiros municipais quanto aos

portais de transparência como ferramenta para controle social com

o nível de transparência desses portais;

Resultados obtidos através dos questionários aplicados e

dados do nível de transparência identificados no

objetivo “a”.

Análise Comparativa Após a análise dos

objetivos, “a”, “b” e “c”. Identificar a relação entre o nível de transparência indicada nos relatórios

dos órgãos e a satisfação dos conselheiros.

Fonte: Elaboração própria.

3.1 NATUREZA E CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA

A presente pesquisa apresenta algumas características, classificadas quanto à natureza,

o objetivo do estudo e procedimento técnico. Seguindo o raciocínio aplicado por Prodanov e

Freitas (2013), o estudo tem a natureza do tipo aplicada, uma vez que busca compreender a

concepção dos entrevistados e assim produzir conhecimento. Quanto aos objetivos configura-

se como descritiva, uma vez que, apenas foram descritos os fatos, sem realizar interferência,

utilizando técnicas de coletas de dados como o questionário, tendo como foco estabelecer a

relação entre o nível de transparência pública e a satisfação de conselheiros municipais.

Já com relação ao procedimento técnico foi realizada análise documental, com análise

de relatório publicado por órgão de controle externo. Nesse sentido Zanella (2006) explica

que a análise documental envolve a investigação em documentos internos (da organização) ou

externos (governamentais, de organizações não-governamentais, instituição de pesquisa,

dentre outras). Utiliza ainda da pesquisa bibliográfica para construção do referencial teórico e

subsidiar os entendimentos.

Quanto à abordagem, os dados foram tratados de forma quantitativa e qualitativa, uma

vez que, utilizando-se das ideias de Prodanov e Freitas (2013), a pesquisa não utilizou apenas

os dados estatísticos como centro do processo de análise, mas integrou a análise com a

perspectiva qualitativa do contexto documental e dos comentários dos Conselheiros.

Page 27: TCC OTAVIO SERAFIM DA SILVA NETO - Versãofinal 2009

24

3.2 ABRANGÊNCIA DO ESTUDO E PLANO DE COLETA DE DADOS

Para o alcance dos objetivos pretendidos foi aplicado um questionário composto por

12 (doze) questões, sendo 11 (onze) fechadas e 1 (uma) aberta, através da ferramenta Google

forms, entre os dias 24 de junho e 23 julho de 2021. As questões foram elaboradas com foco

de se alcançar os objetivos preestabelecidos, conforme Apêndice B.

Tendo como alvo o maior número possível de conselheiros dos 167 municípios do

Estado do Rio Grande do Norte, sem delimitação de área específica, ou seja, Conselho de

Saúde, Educação, Assistência, dentre outros. Constituindo uma amostra não probabilística por

conveniência, onde os critérios de aplicação foram definidos pelo pesquisador, conforme o

acesso e disponibilidade dos entrevistados (PRODANOV; FREITAS, 2013). Obtendo-se 49

respostas de 22 municípios distintos.

Além disso, por meio de pesquisa documental, foi identificado relatório publicado

pelo Tribunal de Contas do Estado do RN, órgão de controle externo, que trata de definir o

nível de transparência dos municípios do Estado do Rio Grande do Norte.

3.3 PLANO DE ANÁLISE DE DADOS

Realizada a coleta de dados através da aplicação do questionário as informações foram

tabuladas para gráficos, utilizando o Excel, e tabelas de forma que seja evidenciada a

concepção dos entrevistados sobre o assunto abordado.

Assim, os municípios do Estado que tiveram representatividade nos resultados obtidos

foram identificados e destacados através de tabela. Para daí, serem analisados e comparados

ao nível de transparência, apontado em relatório publicado TCE/RN, objeto de análise

documental, com a satisfação dos entrevistados.

Page 28: TCC OTAVIO SERAFIM DA SILVA NETO - Versãofinal 2009

25

4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Neste capítulo são apresentados os resultados obtidos nessa pesquisa e suas

respectivas discussões, em conformidade os objetivos pretendidos pelo estudo.

Como relatado anteriormente, para o alcance do objetivo “a” foi analisado o relatório

do Plano de Fiscalização do TCE/RN, enquanto para os objetivos “b” e “c” apresenta-se o

resultado da aplicação do questionário, já o objetivo “d” foi o confronto entre os resultados

dos objetivos.

O questionário foi aplicado com o intuito de alcançar todos os municípios do Estado

do Rio Grande do Norte, obtendo-se resposta de 49 conselheiros de 22 municípios das

diversas microrregiões, ou seja, 13,17% dos municípios do Estado do Rio Grande do Norte

tiveram representantes.

Ao analisar o perfil dos respondentes a maioria é do sexo feminino no percentual de

69,39%, conforme figura 1:

Figura 1 – Percentual de entrevistado por sexo

Fonte: Dados da Pesquisa (2021)

Quanto à faixa etária dos respondentes percebe-se que a maioria apresentou idade

acima de 40 anos, correspondente a 63,26%, demonstrado na figura 2:

Figura 2 – Distribuição dos entrevistados por idade

30,61%

69,39%

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

80,00%

Masculino Feminino

Page 29: TCC OTAVIO SERAFIM DA SILVA NETO - Versãofinal 2009

26

Fonte: Dados da Pesquisa (2021)

Outra característica analisada foi o nível de escolaridade dos entrevistados, cabe

destaque que segundo os dados apresentados pelo IBGE 2021-2019 apenas 17,4% dos

brasileiros acima de 25 anos possui ensino superior completo. A figura 3 demonstra o nível de

escolaridade dos conselheiros respondentes.

Figura 3 – Nível de Escolaridade dos entrevistados

Fonte: Dados da Pesquisa (2021)

Percebe-se que 77,6% dos entrevistados possuem no mínimo ensino superior, sendo

que a maioria possui pós-graduação. Quanto à área de atuação dos conselheiros entrevistados

estão divididos em oito áreas, cabe ressaltar que a soma dos percentuais é maior que 100%,

visto que existe conselheiro com atuação em mais de uma área, conforme figura 4.

12,24%

24,49%

34,69%

28,57%

0,00%

5,00%

10,00%

15,00%

20,00%

25,00%

30,00%

35,00%

40,00%

até 30 anos 31 a 40 anos 41 a 50 anos acima de 50anos

2,0%

20,4%

28,6%

49,0%

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

EnsinoFundamental

Ensino Médio EnsinoSuperiorcompleto

PósGraduação

Page 30: TCC OTAVIO SERAFIM DA SILVA NETO - Versãofinal 2009

27

Figura 4 – Área de atuação dos conselheiros entrevistados

Fonte: Dados da Pesquisa (2021)

Assim, observa-se que o público alcançado atua, principalmente, nos conselhos de

educação, assistência social e saúde, sendo a maioria com atuação na educação.

4.1 NÍVEL DE TRANSPARÊNCIA DOS MUNICÍPIOS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE

O Plano de Fiscalização Anual (2019) do Tribunal de Contas do Estado apresentou o

levantamento realizado nos portais dos 167 municípios no período de outubro de 2018 a

março de 2019, o qual buscou a situação da disponibilidade e acesso à informação pela

sociedade, dos conteúdos que deveriam ser expostos, segundo a Lei de Acesso à Informação,

a Lei de Responsabilidade Fiscal, bem como os previstos na Resolução nº 032/2016-TCE/RN.

Para tanto foram definidas 23 questões para o alcance dos objetivos:

I. Ente divulga as suas informações em seu sítio oficial da rede mundial de

computadores (internet);

II. Ente divulga os seus planos (PPAs);

III. Ente divulga os seus orçamentos;

32,65%

42,86%

26,53%

10,20%

0,00%5,00%

10,00%15,00%20,00%25,00%30,00%35,00%40,00%45,00%

AssitênciaSocial

Educação Saúde Outros

Page 31: TCC OTAVIO SERAFIM DA SILVA NETO - Versãofinal 2009

28

IV. Ente divulga as suas LDOs;

V. Ente divulga as suas prestações de contas;

VI. Ente divulga os seus RREOs;

VII. Ente divulga os seus RGFs;

VIII. Ente divulga as versões simplificadas dos seus RREOs;

IX. Ente divulga as versões simplificadas dos seus RGFs;

X. Ente divulga informações sobre as despesas das unidades gestoras;

XI. Ente divulga o número do correspondente processo das despesas das unidades

gestoras;

XII. Ente divulga o bem fornecido ou o serviço prestado das despesas das unidades

gestoras;

XIII. Ente divulga a pessoa física ou jurídica beneficiária do pagamento das despesas das

unidades gestoras;

XIV. Ente divulga o procedimento licitatório realizado das despesas das unidades gestoras;

XV. Ente divulga informações sobre as receitas das unidades gestoras;

XVI. Ente divulga a informação sobre o recebimento das receitas das unidades gestoras;

XVII. Ente divulga a informação sobre o lançamento das receitas das unidades gestoras;

XVIII. Ente divulga informações sobre os seus procedimentos licitatórios;

XIX. Ente divulga a informação sobre o edital nos seus procedimentos licitatórios;

XX. Ente divulga a informação sobre o resultado nos seus procedimentos licitatórios;

XXI. Ente divulga a informação sobre o contrato nos seus procedimentos licitatórios;

XXII. Ente disponibiliza a lista de exigibilidades (Ordem Cronológica dos pagamentos);

XXIII. Ente disponibiliza meios para o envio de pedidos de informação de forma eletrônica

(e-SIC).

Os referidos quesitos analisaram tanto a transparência ativa (itens I ao XXII) como a

passiva (item XXIII) em diferentes dimensões: planejamento, contas, despesa, receita,

licitação e comunicação.

Após o levantamento dos dados o estudo classificou os portais em quatro níveis de

transparência: 1) altamente efetiva, 2) efetiva, 3) em fase de adequação e 4) baixo nível de

adequação. A tabela 1 apresenta os resultados da referida classificação.

Tabela 1 - Nível de Transparência dos Municípios do RN

Nível de Transparência Quantidade Municípios Percentual Altamente efetivo 6 Acari

Major Sales 3,59%

Page 32: TCC OTAVIO SERAFIM DA SILVA NETO - Versãofinal 2009

29

Rodolfo Fernandes São Gonçalo do Amarante Jardim do Seridó Natal

Efetivo 28 Assu Caicó Campo Grande Cerra Corá Felipe Guerra Janduís Japi Jardim de Piranhas Lagoa d’Anta Lagoa de Pedras Montanhas Mossoró Nova Cruz Olho d”Água dos Borges Parelhas Parnamirim Porto do Mangue Riachuelo São Fernando São Francisco do Oeste São Joao do Sabugi São José do Campestre São José do Seridó Senador Elói de Souza Senador Georgino Avelino Serra Caiada Touros Umarizal

16,77%

Em fase de adequação 63 Afonso Bezerra Angicos Antônio Martins Apodi Arez Baía Formosa Baraúna Bento Fernandes Boa Saúde Brejinho Caiçara do Norte Caiçara do Rio do Vento Campo Redondo Caraúbas Ceará-Mirim Cruzeta Encanto Fernando Pedroza Francisco Dantas Frutuoso Gomes Ipueira Itajá Itaú Jaçanã José da Penha Jucurutu Lucrécia Luís Gomes

37,72%

Page 33: TCC OTAVIO SERAFIM DA SILVA NETO - Versãofinal 2009

30

Macaíba Maxaranguape Monte Alegre Monte das Gameleiras Paraná Paraú Passagem Pau dos Ferros Pedra Preta Pedro Avelino Pedro Velho Pilões Poço Branco Pureza Rafael Godeiro Riacho da Cruz Riacho de Santana Santa Cruz Santana do Matos Santana do Seridó São Bento do Trairi São José de Mipibu São Miguel do Gostoso São Rafael São Vicente Serra do Mel Serra Negra do Norte Serrinha Serrinha dos Pintos Severiano Melo Taipu Timbaúba dos Batistas Vera Cruz Viçosa Vila Flor

Baixo nível de adequação 70 Água Nova Alexandria Almino Afonso Alto do Rodrigues Areia Branca Barcelona Bodó Bom Jesus Canguaretama Carnaúba dos Dantas Carnaubais Coronel Ezequiel Coronel João Pessoa Currais Novos Doutor Severiano Equador Espírito Santo Extremoz Florânia Galinhos Goianinha Governador Dix-Sept Rosado Grossos Guamaré Ielmo Marinho

41,92%

Page 34: TCC OTAVIO SERAFIM DA SILVA NETO - Versãofinal 2009

31

Ipanguaçu Jandaíra Jardim de Angicos João Câmara João Dias Jundiá Lagoa de Velhos Lagoa Nova Lagoa Salgada Lajes Lajes Pintada Macau Marcelino Vieira Martins Messias Targino Nísia Floresta Ouro Branco Parazinho Passa e Fica Patu Pedra Grande Pendências Portalegre Rafael Fernandes Rio fogo Ruy Barbosa Santa Maria Santo Antônio São Bento do Norte São Miguel São Paulo do Potengi São Pedro São Tomé Serra de São Bento Sítio Novo Taboleiro Grande Tangará Tenente Ananias Tenente Laurentino Cruz Tibau Tibau do Sul Triunfo Potiguar Upanema Várzea Venha-ver

Total 167 100% Fonte: Adaptado do TCE/RN (2019).

Percebe-se que o nível predominante é o “baixo nível de adequação” que juntamente

com “em fase de adequação” representam a realidade de 79,64% dos municípios potiguares,

ou seja, em apenas um a cada cinco municípios podemos afirmar que está com o nível de

transparência, à luz dos dispositivos legais, adequado. Tal realidade também retratada no

estudo de Barddal e Torres (2020), o qual constatou o baixo nível de transparência nas

Universidades Federais do Brasil.

Page 35: TCC OTAVIO SERAFIM DA SILVA NETO - Versãofinal 2009

32

Segundo os dados do IBGE a população estimada em 2020 do Estado do Rio Grande

do Norte era de 3.534.165 pessoas. Sendo que apenas 8 municípios têm acima de 50 mil

habitantes: Natal, Mossoró, Parnamirim, São Gonçalo do Amarante, Macaíba, Ceara-Mirim,

Caicó e Assu, correspondendo a 52,18% da população. Apenas, Natal, a capital do Estado, e

São Gonçalo do Amarante, situada na região metropolitana de Natal, apresentam o nível de

transparência altamente efetiva.

No grupo dos Altamente efetivos também se encontram os municípios Major Sales e

Rodolfo Fernandes, ambos com população estimada de menos de 5 mil habitantes. Por outro

lado, constata-se o baixo nível de adequação em Currais Novos, João Câmara, Macau e

Extremoz, os quais estão entre os 20 municípios mais populosos, ou seja, para esta análise, há

indícios de que o nível de transparência não tem relação com o porte do município.

4.2 NÍVEL DE UTILIZAÇÃO DOS CONSELHEIROS MUNICIPAIS QUANTO AOS

PORTAIS DE TRANSPARÊNCIA

As próximas figuras apresentam o resultado, obtido através da aplicação do

questionário, no tocante ao nível de utilização dos portais da transparência por parte dos

conselheiros municipais.

Assim, foi questionado sobre a existência de portal da transparência no município de

atuação, obtendo-se o resultado sintetizado na figura 5.

Figura 5 – Existência de Portal da Transparência

Page 36: TCC OTAVIO SERAFIM DA SILVA NETO - Versãofinal 2009

33

Fonte: Dados da Pesquisa (2021)

Constata-se que 83,67% dos conselheiros responderam “sim” para a existência de

portal de transparência, somando 16,32% o percentual que respondeu “não” ou “não tenho

conhecimento da existência”. Sendo assim, dos 49 entrevistados, 41 ficaram aptos a responder

às questões relacionadas à utilização e satisfação no acesso a informações dos portais.

Quando perguntado sobre a frequência que costuma acessá-los, sendo possível

entender o nível de interesse e/ou concepção da importância dos portais como instrumento de

controle social, uma vez que eles obedecem a determinações legais, devendo fornecer

informações mínimas de forma precisa e clara, apresenta-se na figura 6 o resultado.

Figura 6 – Frequência de acesso ao portal de transparência do município de atuação

Fonte: Dados da Pesquisa (2021)

83,67%

4,08%12,24%

0,00%10,00%20,00%30,00%40,00%50,00%60,00%70,00%80,00%90,00%

Sim Não Não tenhoconhecimento da

existência

4,88%

36,59%39,02%

19,51%

0%0,00%5,00%

10,00%15,00%20,00%25,00%30,00%35,00%40,00%45,00%

Page 37: TCC OTAVIO SERAFIM DA SILVA NETO - Versãofinal 2009

34

Sabe-se que vários fatores impulsionaram a inserção das ferramentas digitais no

âmbito da gestão pública, as quais favoreceram o acesso à informação e têm colaborado para

aprimorar o controle social, consequentemente, tendo reflexos positivos na gestão dos

recursos públicos.

No entanto, a cultura da busca, da utilização e da fiscalização precisa ser incentivada.

No figura 6 se observa que 58,53% dos entrevistados responderam que “ocasionalmente”, ou

“raramente” tem acessado os portais de transparência pública, principal fonte de informação

dos gastos públicos, o restante respondeu que acessam “frequentemente” ou com “muita

frequência”, nos percentuais de 36,59% e 4,88%, respectivamente.

Tais apontamentos concordam com as ideias tratadas no estudo de Barddal e Torres

(2020), o qual aponta em algumas situações baixa participação dos conselheiros nas

atividades.

Torna-se oportuno destacar que o perfil dos entrevistados, conselheiros municipais

com atribuições legais de fiscalização, indica que a maioria possui nível superior, ou seja,

pessoas instruídas, capacitadas, ativas com as ferramentas digitais, porém uma parcela

relevante ainda não está inserida na cultura de uso das ferramentas de fiscalização dos

recursos públicos, do controle social.

Outro ponto abordado foi o assunto de interesse nas consultas realizadas pelos

conselheiros. Na figura 7 está demonstrada a distribuição.

Figura 7 – Assunto de Interesse dos entrevistados

Fonte: Dados da Pesquisa (2021)

56,10% 53,66%

63,41%

39,02%

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

planjamento dasações

execuçãoorçamentária

compras(processo

licitatórios,contratos)

EstruturaAdministrativa

Page 38: TCC OTAVIO SERAFIM DA SILVA NETO - Versãofinal 2009

35

Percebe-se que os assuntos consultados são distribuídos de forma equilibrada,

deixando a entender que, quando realizadas, os motivos que levam a realizar as pesquisas são

diversos, não existindo um objetivo destacado.

4.3 SATISFAÇÃO DOS CONSELHEIROS MUNICIPAIS QUANTO AOS PORTAIS DE

TRANSPARÊNCIA COMO FERRAMENTA DE CONTROLE SOCIAL

O presente tópico expõe sobre a satisfação no uso dos portais, quanto à importância

dos assuntos, linguagem utilizada e retorno das solicitações.

Ao perguntar se as informações presentes nos portais são úteis para atuação dos

conselheiros, todos reconheceram a importância, apesar da maioria não ter a cultura do

acesso, como visto no tópico anterior, conforme figura 8.

Figura 8 – Percepção da importância das informações presentes nos portais

Fonte: Dados da Pesquisa (2021)

Reconhecida a importância, o questionário também explorou a questão da linguagem

utilizada pelos portais, como está descrito na figura 9.

56,10%

36,59%

7,32%

0,00% 0,00%0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

muitoimportante

importante razoalmenteimportante

poucoimportante

semimportância

Page 39: TCC OTAVIO SERAFIM DA SILVA NETO - Versãofinal 2009

36

Figura 9 – Compreensão da linguagem

Fonte: Dados da Pesquisa (2021)

Uma Informação clara, objetiva, sem complexidade, torna o espaço convidativo a

consultas, a interação, aproximando o cidadão à gestão.

Verifica-se que 43,9% dos entrevistados classificaram como fácil e 4,88% muito fácil

a linguagem utilizada pelos portais, ou seja, 43,9% não encontraram dificuldades. No entanto,

43,9% julgaram como sendo uma linguagem moderada, o que nos remete ser passível de

melhorias, já 2,44% como extremamente difícil e 4,88% indicam como muito difícil. Mais

uma vez, cabe destacar que estamos tratando de um público onde a maioria possui, no

mínimo, o grau de instrução nível superior. Assim, torna-se tendencioso que ao se aplicar na

sociedade em geral, com o nível de escolaridade muito abaixo dos conselheiros municipais

essa classificação tende a ser classificada como difícil.

No ponto a seguir foi explorada a transparência passiva, aquela onde são solicitadas

informações extras, não disponíveis de forma espontânea.

Figura 10 – Êxito ao solicitar alguma informação

Fonte: Dados da Pesquisa (2021)

2,44%4,88%

43,90% 43,90%

4,88%

0,00%

5,00%

10,00%

15,00%

20,00%

25,00%

30,00%

35,00%

40,00%

45,00%

50,00%

extremamente difícil muito difícil moderado fácil muito fácil

56,10%

2,44% 2,44%

39,02%

0,00%10,00%20,00%30,00%40,00%50,00%60,00%

nunca solicitei não existe canalde solicitação

não obteveresposta

plenamenteatendido(a)

Page 40: TCC OTAVIO SERAFIM DA SILVA NETO - Versãofinal 2009

37

De fato, torna-se expressivo que 56,10% dos entrevistados informaram que nunca

solicitaram informações via canal virtual, ratificando novamente a ausência da cultura

fiscalizatória, inclusive pelos conselheiros municipais que são organismos constituídos

legalmente, principalmente, com o propósito do controle social.

O estudo de Gama e Rodrigues (2016) indicou que 30% das solicitações são de alunos

e professores, sugerindo baixa participação da população em geral, reforçando a baixa

utilização da importante ferramenta a qual visa facilitar a comunicação entre os cidadãos e a

gestão pública.

Na aplicação do questionário foi disponibilizada uma questão para os conselheiros

incluírem observações que achassem oportunas, surgindo alguns relatos pertinentes, conforme

Quadro 3:

Quadro 3 – Relatos dos Conselheiros

Assunto Comentários Implementação e/ou Aprimoramento das Ferramentas de Transparência

“que tivesse um item exclusivo para os Conselhos Municipais informando individualmente os repasses”;

“Sim, por exemplo, um painel de livre visibilidade no centro da Cidade ou na sede do município”;

“As expectativas de receitas e limites de gastos”; “Atualização mais rápida”; “E confiável e vale a pena acessar”; “Que as informações referentes aos servidores

fossem restritas apenas ao servidor”; Divulgação “Deveria ser mais divulgado, digo o site, ainda

tem muita gente que não acessar com isso as pessoas ficam sem informações atualizadas”;

“Poderia ser mais divulgado e a leitura mais acessível”;

Cultura de Acesso “poderia ter maior adesão dos demais conselheiros no sentido de utilizar a referida ferramenta”;

“Cultura de toda população usar a importante ferramenta”;

“Poderia ter um curso voltado ao controle social entender e usar com mais frequência”;

“Tornar mais fácil o acesso, pois nem todos conseguem acessar as informações por não ter algo mais direcionado”;

Fonte: Elaboração própria (2021).

Notam-se alguns apontamentos realizados pelos conselheiros, sugestões de

implementação e/ou aprimoramento das ferramentas de transparência pública, divulgação

com o propósito de incentivar a cultura de acesso. Assim, tais relatos confirmam as ideias

sugeridas pelo estudo, ou seja, a importância das informações serem disponibilizada de forma

Page 41: TCC OTAVIO SERAFIM DA SILVA NETO - Versãofinal 2009

38

clara, objetiva e tempestiva, além disso, criar mecanismos para que tornem os portais atrativos

favorecendo ao controle social e consequentemente garantindo que os recursos públicos sejam

aplicados com o propósito da prestação de serviços públicos de qualidade.

4.4 RELAÇÃO DO NÍVEL DE SATISFAÇÃO COM O NÍVEL DE TRANSPARÊNCIA DOS PORTAIS DE TRANSPARÊNCIA PÚBLICA

Nos tópicos anteriores foi apresentado o nível de transparência conforme indicado

pelo Relatório Anual de Fiscalização (2019) do TCE/RN, o qual classifica os portais em

altamente efetivo, efetivo, em fase de adequação e baixo nível de adequação. Bem como foi

discutido o nível de utilização e satisfação dos conselheiros municipais, conforme a análise

dos dados resultado do questionário aplicado.

Assim, torna-se oportuna a análise da relação do nível de transparência com a

satisfação dos conselheiros. Para isso, os dados foram agrupados por nível de transparência, e

indicados os municípios que tiveram representatividade na resposta ao questionário, conforme

quadro a seguir:

Quadro 4 - Municípios com representatividade nas respostas do questionário.

Nível de Transparência – TCE/RN Municípios Participantes da Pesquisa Altamente efetivo Acari

Natal São Gonçalo do Amarante

Efetivo Felipe Guerra Montanhas Parnamirim Touros

Em fase de adequação Pau dos Ferros Pedra Preta Pedro Avelino São José de Mipibu São Vicente Macaíba Vera Cruz

Baixo nível de adequação Florânia Goianinha Guamaré Lagoa Nova Lajes Pedra Grande Upanema Nísia Floresta

Fonte: Elaboração própria (2021).

Page 42: TCC OTAVIO SERAFIM DA SILVA NETO - Versãofinal 2009

39

A seguir serão apresentados os dados do questionário agrupados por nível de

transparência.

Figura 11- Nível de utilização dos portais agrupados por nível de transparência

Fonte: Dados da Pesquisa (2021)

Observa-se que não existe uma predominância absoluta no nível de utilização quando

se agrupa os municípios por nível de transparência, por exemplo, os conselheiros dos

municípios com baixo nível de adequação foram os que mais responderam que

frequentemente utilizam os portais. Já os conselheiros que responderam raramente são a

maioria do grupo dos municípios com transparência efetiva.

Figura 12 - Compreensão da linguagem dos portais agrupados por nível de transparência

Fonte: Dados da Pesquisa (2021)

0%5%

10%15%20%25%30%35%40%45%50%

Altamente efetivo

Efetivo

Em adequação

Baixo nível de Adequação

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

Altamente efetivo

Efetivo

Em adequação

Baixo nível de Adequação

Page 43: TCC OTAVIO SERAFIM DA SILVA NETO - Versãofinal 2009

40

O mesmo raciocínio da figura 11 aplica-se na figura 12, a qual buscou identificar a

compreensão da linguagem dos portais agrupando os municípios por nível de transparência.

Percebe-se que não mantém uma relação direta entre o nível de transparência e a compreensão

da linguagem.

Figura 13: Êxito ao solicitar alguma informação nos portais agrupados por nível de transparência.

Fonte: Dados da Pesquisa (2021)

Mais uma vez ao realizar uma análise da relação entre o nível de satisfação e o nível

de transparência não foi possível afirmar uma relação diretamente proporcional ou

inversamente proporcional entre as variáveis, ou seja, o fato de a transparência ser classificada

como altamente efetiva não aumentou a utilização, nem a satisfação quanto à linguagem ou a

resposta às solicitações, como também o baixo nível de transparência não diminuiu a

satisfação, conforme figuras 11, 12 e 13.

Sendo assim, os dados apontam que a melhoria no nível de transparência não dispensa

o incentivo à cultura de fiscalização, da consulta aos dados públicos como ferramenta de

controle social, devendo ter um trabalho com as duas vias, de melhoria no nível de

transparência e na satisfação, por parte da sociedade, do quanto de informações úteis os

portais de transparência podem fornecer.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

Altamente efetivo

Efetivo

Em adequação

Baixo nível de Adequação

Page 44: TCC OTAVIO SERAFIM DA SILVA NETO - Versãofinal 2009

41

5 CONCLUSÃO

A pesquisa buscou analisar a satisfação de conselheiros municipais do Estado do Rio

Grande do Norte quanto ao uso dos portais de transparência pública como ferramenta de

controle social.

No entanto, ao realizar a consulta no relatório de fiscalização do TCE/RN, constatou-

se que 79,64% dos portais dos municípios potiguares não estão adequados, conforme os

critérios estabelecidos em consonância com as determinações legais.

A inserção das ferramentas digitais foi fruto de um processo de evolução da tecnologia

que, obviamente, ganhou espaço na administração pública, aprimorando os processos,

favorecendo o controle e a eficiência dos recursos, surgindo os portais de transparência

pública como importante ferramenta para o controle social.

Nesse cenário do controle social encontram-se os conselhos municipais que são

organismos constituídos com o propósito de aproximar a gestão da sociedade. Assim,

verificou-se que os conselheiros reconhecem a importância dos portais como importante fonte

de informação, porém a cultura da consulta e da fiscalização ainda é insuficiente, uma vez que

58,54% dos conselheiros afirmaram que ocasionalmente ou raramente acessam as

informações.

Merece destaque o perfil dos conselheiros, os quais na sua maioria possuem

escolaridade de nível superior, o que poderia ser fator importante a ser explorado na

efetividade do controle social, percentual bem acima da média nacional, ou seja, estão aptos a

exercer seu poder fiscalizador dos recursos públicos e fortalecer o controle social.

Quanto à linguagem utilizada, 48,78% dos entrevistados apontam como fácil ou muito

fácil, porém torna-se expressivo o índice de 51,22% os que alegam uma linguagem passível

de melhorias, de maior clareza.

Outro achado interessante foi o fato de o nível de transparência não contribuir para

uma melhor percepção, ou até mesmo não ser fator incentivador de maior frequência de

acesso.

Diante desses apontamentos, torna-se satisfatório o alcance dos objetivos pretendidos

pela pesquisa, uma vez que foi possível identificar algumas deficiências quanto à efetividade

no uso dos portais de transparência pública, sugerindo maior atenção não só na qualidade da

transparência, mas na política de incentivo ao acesso.

Page 45: TCC OTAVIO SERAFIM DA SILVA NETO - Versãofinal 2009

42

Torna-se importante ressaltar que o tempo de aplicação do questionário foi de apenas

1 mês (30 dias). Além disso, poucos portais possuem os contatos, telefone e/ou e-mails,

diretos dos conselhos, dificultando o acesso, sendo essas as limitações da pesquisa.

Como proposta de trabalhos futuros, sugere-se explorar outros grupos representativos

da sociedade, estudantes, associações comunitárias, dentre outros. Além disso, a realização de

análises quantitativas de correlação entre as variáveis estudadas.

Page 46: TCC OTAVIO SERAFIM DA SILVA NETO - Versãofinal 2009

43

REFERÊNCIAS

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Page 50: TCC OTAVIO SERAFIM DA SILVA NETO - Versãofinal 2009

47

APÊNDICE A – Protocolo de revisão da literatura.

Objetivo da revisão

O presente protocolo tem o propósito de subsidiar a revisão da literatura empírica aplicada na pesquisa, a qual servirá de base na comparação com estudos realizados e que tiveram os objetivos na mesma linha de pesquisa, ou seja, voltado para a transparência pública e o controle social proposto pelos conselhos. Assim, a definição do protocolo torna-se primordial para parametrização dos critérios de busca.

Fontes primárias:

1) Portal utilizado: Scielo Strings de busca:

(ab:(transparência)) AND (ab:(controle social)) Critérios de inclusão:

Na realização da busca foi aplicado os critérios de inclusão através do strings indicado, considerando todos os índices de busca (ano de publicação, autor, financiador, periódico, resumo e título), trabalhos com idioma em português, artigos publicados nos anos de 2021, 2020, 2019, 2018, 2016 (registra-se que no ano de 2017 não obteve-se publicação com os critérios de busca). Assim foram filtrados 19 trabalhos, dos quais foi identificado relação com 5 estudos.

Page 51: TCC OTAVIO SERAFIM DA SILVA NETO - Versãofinal 2009

48

APÊNDICE B – Questionário aplicado aos Conselheiros Municipais.

O presente questionário faz parte da pesquisa proposta para o Trabalho de Conclusão de

Curso do Bacharelado em Administração Pública da UFRN do Discente Otávio Serafim da

Silva Neto, sob orientação das professoras Anne Emília Costa Carvalho e Dalliane Vanessa

Pires Andrade, com o objetivo de analisar a satisfação dos conselheiros municipais do Estado

do Rio Grande do Norte quanto ao uso dos portais de transparência pública como ferramenta

de controle social.

Importante esclarecer que sua participação é voluntária e que os dados serão utilizados

exclusivamente para fins acadêmicos e de forma consolidada, sem a identificação dos

respondentes.

Durante todo o período da pesquisa você poderá tirar suas dúvidas entrando em contato

diretamente com o pesquisador Otávio Serafim da Silva Neto, por meio do e-mail

[email protected] ou do Whatsapp.

Desde já, agradecemos pela disponibilidade e pela colaboração. .

1. O Município de atuação do Conselho, o qual é membro, possui Portal de

Transparência?

( ) sim

( ) não

( ) não tenho conhecimento da existência

2. Considerando a existência de Portal da Transparência no seu município, com qual

frequência costuma acessá-lo?

( ) muita frequência

( ) frequentemente

( ) ocasionalmente

( ) raramente

( ) nunca

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49

3. As informações presentes no Portal da Transparência do seu município são úteis para

atuação como conselheiro(a)?

( ) muito importante

( ) importante

( ) razoavelmente importante

( ) pouco importante

( ) sem importância

4. A linguagem utilizada no Portal da Transparência do seu município é de fácil

compreensão?

( ) extremamente difícil

( ) muito difícil

( ) moderado

( ) fácil

( ) muito fácil

5. Quais dos assuntos disponíveis no Portal da Transparência do seu município

costumam fazer parte de seu interesse? (poderá marcar mais de uma opção).

( ) planejamento das ações

( ) execução orçamentária

( ) compras (processos licitatórios, contratos)

( ) Estrutura Administrativa

( ) outros:_____________________________

6. Quando precisou solicitar alguma informação, não disponível no Portal da

Transparência do seu município, obteve êxito?

( ) nunca solicitei

( ) não existe canal de solicitação

( ) não obtive resposta

( ) a resposta obtida não foi satisfatória

( ) plenamente atendido(a)

7. Teria alguma observação adicional a fazer sobre as experiências na utilização do

Portal da Transparência do seu município?

Page 53: TCC OTAVIO SERAFIM DA SILVA NETO - Versãofinal 2009

50

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

8. Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino

9. Idade: ( ) até 30 anos ( ) 31 a 40 anos ( ) 41 a 50 anos ( ) acima de 50 anos

10. Nível de Escolaridade: ( ) Ensino Fundamental ( ) Ensino Médio ( ) Ensino Superior Completo ( ) Pós Graduado

11. Área de Atuação do(s) Conselho(s) que participa:

( ) Assistência Social

( ) Educação

( ) Saúde

( ) Outro. Qual?____________________

12. Munícipio de atuação: _______________________________