b-025 otavio reis megda

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    XIII Encontro de Gegrafos da Amrica Latina - EGAL

    PONENCIA

    Eje del Aplicaciones, fenmenos y ambientes biofsicos

    Ttulo:

    IMPACTOS DAS EROSES ACELERADAS EM MEIO URBANO: O CASO DOMUNICPIO DE FRANCA SO PAULO.

    MEGDA, Otvio Reis.

    Graduando em Geografia pela Universidade Estadual Paulista UNESP Campus de

    Rio Claro. Possui experincia em Climatologia e Geomorfologia do Estado de So

    Paulo, focando trabalhos no tema de eroses em meios urbanos e eventos climticos

    urbanos.

    RESUMO

    As eroses aceleradas no municpio de Franca, localizado no Estado de So

    Paulo, Brasil, sempre foram um problema para diversos setores, desde planejamentourbano at agricultura. Diversos autores j efetuaram discusses e estudos acerca de

    fenmeno, explicando suas causas e propondo conceitos mitigadores. Os processos

    erosivos atuam rapidamente e so influenciados pelas aes antrpicas.

    O municpio de Franca exemplo dos processos erosivos lineares em cidades

    mdias no metropolitanas e demonstra como a administrao pblica tenta lidar com

    essas feies erosivas. Nos ltimos anos, milhes de reais foram destinados para esse

    municpio em prol das obras de combate aos processos erosivos preveno deenchentes. Neste trabalho, ser discutido a geografia do municpio, com nfase aos

    fenmenos climticos, pedolgicos e geomorfolgicos. Em seguida, sero analisadas

    as voorocas que atingem o permetro urbano, tornando o municpio de Franca um

    exemplo das cidades mdias, industrializadas e densamente urbanizadas, onde so

    necessrias medidas mitigadoras e um planejamento urbano eficaz.

    Palavras - chave: voorocas, planejamento urbano, antrpico

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    Consideraes gerais sobre o municpio de Franca

    A cidade de Franca localiza-se a nordeste do Estado de So Paulo, distandoaproximadamente 400 km da capital.

    O municpio possui uma populao total estimada em 342.312 habitantes

    (SEADE, 2008). Sua rea de aproximadamente 571 km2, sendo a rea estudada

    228,63 km2 (corresponde ao limite da rea urbana e periurbana e de futura expanso

    definida pelos tcnicos municipais). O municpio de Franca se situa no universo das

    cidades paulistas de porte mdio no metropolitanas, que vem passando por um

    processo de desenvolvimento acelerado (Feldman,2002).

    Esta rea compreende em sua maior parte o Planalto arentico-basltico de

    Franca, cujas altitudes variam de 950 a 1050 m, funcionando como divisor de guas

    entre os rios Grande e Sapuca. O rio Canoas, um dos principais afluentes do rio

    Grande, constitui-se num importante manancial para o abastecimento de gua da

    populao francana; tendo sido criada a rea de Proteo Ambiental da Bacia do Rio

    Canoas (Art. 55 do Cdigo do meio ambiente do municpio, dezembro 1996).

    A maior parte da cidade est instalada em relevo suave ondulado, limitado pela serra

    de Franca a leste, que se tornou uma barreira natural para a ocupao.

    Quanto ao desenvolvimento econmico da regio de Franca definem-se trs

    grandes fases: a criao de gado, o caf e a industrializao.

    Segundo CHIACHIRI FILHO (1986) a ocupao inicial da regio de Franca deu-se

    atravs da criao de gado, no comeo do sculo XIX. Na etapa seguinte, o desenvolvimento

    da cultura do caf proporcionou o primeiro grande avano econmico, em meados do mesmosculo, juntamente com a chegada da Estrada de Ferro Mogiana a Ribeiro Preto (1883) e a

    Franca (1897). Nesta ocasio, exportava-se caf e importava-se a maioria dos produtos

    manufaturados, com exceo do artesanato (implementos agrcolas, arreios e artigos de couro

    em geral e alguns tecidos de algodo) que existia nas fazendas tornando-as quase

    autnomas.

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    FIGURA I MAPA DO MUNICPIO DE FRANCA SO PAULO

    Verificando a planta cadastral da rea urbana, observa-se que na, cidade, o

    processo de verticalizao incipiente. Sua expanso limitada pelas barreiras

    fisiogrficas. Observa-se tambm vazios dentro da rea urbana consolidada que, s

    vezes, correspondem s reas de cabeceiras de drenagem, nas quais existem

    voorocas de grande porte. IPT (2000)

    As eroses no so simples obstculos naturais, mas resultam das

    transformaes ou alteraes antrpicas decorrentes do desenvolvimento urbano. A

    falta de infra-estrutura na instalao de loteamentos colabora para a maximizao

    destes processos. Durante a realizao deste trabalho, foram identificadas e

    cadastradas 32 voorocas na rea urbana, que configuram um quadro crtico e delicado

    para orientao e determinao de medidas de preveno e correo das eroses.

    O aumento de feies erosivas e a magnitude dos processos que determinam a

    evoluo das voorocas provocam forte impacto nos recursos hdricos (assoreamento,

    enchentes, etc.) causando srios problemas e prejuzos econmicos populao e ao

    poder pblico local.

    Dos principais impactos, destacam-se: aterro sanitrio instalado na cabeceira de

    um dos afluentes do rio Canoas, com vooroca de reativao de cabeceira,parcialmente ativa, desenvolvida na base deste aterro; moradias em risco situadas nos

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    arredores das grandes eroses (Vooroca da Av. Coelho Neto e da Rodovia Cndido

    Portinari); assoreamento dos cursos dgua (estao de captao de gua da Sabesp),

    perda de equipamentos pblicos, etc.

    Para FENDRICH (1997) a eroso acelerada definida como aumento da taxa de

    eroso geolgica ou normal, em decorrncia da quebra do equilbrio do meio ambiente

    pelas atividades humanas, principalmente as advindas das alteraes das alteraes

    conduzidas na cobertura vegetal, tais como, uso excessivo de pastagens, retirada de

    madeira por derrubada ou queima, prticas inadequadas de cultivo, etc. O processo

    erosivo, nesses casos, torna-se grandemente acelerado, e as produes de sedimento

    aumentam assustadoramente.

    A eroso acelerada pode ser de dois tipos: a eroso laminar que dificilmenteperceptvel, porm evidenciada em fotos areas, por tonalidade mais clara dos solos, e

    no campo, pela exposio de razes e queda da produtividade agrcola, ou em lenol,

    quando causada por escoamento difuso das guas das chuvas, resultando na remoo

    progressiva dos horizontes superficiais do solo; e eroso linear, quando causada por

    concentrao das linhas de fluxo das guas de escoamento superficial, resultando

    incises na superfcie do terreno na forma de sulcos, ravinas e voorocas. SALOMO

    (1994).

    Para VIEIRA (1978) que promoveu um vasto estudo sobre o assunto, as

    voorocas ou boorocas so depresses profundas circundadas por vertentes quase

    verticais que se alargam nas proximidades das cabeceiras devido intensa atividade

    erosiva regressiva e se afunilam junto foz do curso dgua que a percorre, cortando

    sedimentos arenosos de fraca coeso, sem apresentar forte declive longitudinal.

    (FIGURA II)

    FIGURA II - Modelo de evoluo de voorocas. I: vooroca conectada a rede hidrogrfica; II: vooroca desconectadada rede hidrogrfica; III: integrao entre os dois tipos anteriores. A seta na figura III aponta para degraus formadosno momento da integrao. Segundo RUHE (1974), sendo TS - toeslope; FS - footslope; BS - backslope; SHshouder; SU - summit. Modificado de Oliveira e Meis (1985) e Oliveira (1989).

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    A partir disso, VIEIRA (1978) afirma que nenhum os dois fenmenos aparece em

    regies frias e midas, onde as precipitaes so mais ou menos constantes, ficando o

    fator climtico diretamente relacionado com a cobertura vegetal, pois somente onde h

    vegetao recobrindo totalmente o terreno, ou que seque durante o extenso perodo deestiagem, poder haver uma ao erosiva mais intensa.

    Diversos trabalhos realizados no municpio de Franca retratam: a localizao das

    eroses na cidade e observaes relativas ao processo de reativao de cabeceiras de

    drenagem (RIBEIRO, 1941 apud VIEIRA, 1978); o papel da ao antrpica na

    deflagrao dos processos erosivos, anlise dos processos e mecanismos de evoluo

    das voorocas e diretrizes para o controle, as quais fazem parte do Plano de

    Desenvolvimento Integrado do Municpio (ABSABER, 1968 apudVIEIRA, op. cit.).

    Aps extensa investigao sobre os processos erosivos em Franca e em outras

    regies, VIEIRA (1978) elaborou um estudo geomorfolgico das voorocas neste

    municpio, discutindo o papel dos fatores do meio fsico, sobretudo dos processos

    morfogenticos, condies pedolgicas, litolgicas e climticas na formao das

    voorocas. Esta proposta de geomorfologia aplicada teve como objetivo contribuir para

    a elaborao de projetos de controle de eroso.

    A complexidade dos processos erosivos de Franca e o agravamento da situao

    com o surgimento de novas feies erosivas de grande porte, provocadas, sobretudo

    pela expanso urbana, levaram outros pesquisadores a continuar com a investigao

    sobre o tema. RINALDI (1982) preocupou-se com o levantamento dos componentes

    fsicos e humanos da paisagem que estariam relacionados gnese das voorocas; fez

    uma retrospectiva sobre o desenvolvimento da cidade, inserindo a questo da eroso

    neste contexto, discutir os impactos e diretrizes para controle, afirmando a necessidade

    de um planejamento destinado a conteno dos processos erosivos e de recuperao

    das reas atingidas pelas eroses.

    Segundo o IPT (1995) o cadastro de eroses do Estado de So Paulo registrou

    670 feies erosivas lineares de grande porte somente em reas urbanas. Dentre os

    municpios que apresentam srios problemas de eroso em sua rea urbana destacam-

    se: Bauru, Presidente prudente, Botucatu e Franca. Estes municpios solicitaram ao IPT

    solues para o problema da eroso, possibilitando o desenvolvimento de mtodos e

    tcnicas para o diagnstico dos processos e proposies de medidas e diretrizes para o

    controle e preveno de eroso.

    As condies litolgicas so as responsveis pela presena de ravinas e

    voorocas numa determinada zona. Assim, no municpio de Franca, enquanto as reas

    de Latossolo Roxo se encontram muito ravinadas, as reas de Latossolo Vermelho

    Amarelas so as concentradoras de ravinamentos com propenso voorocamento e

    abrigam as voorocas da cidade.

    Para Souza (2000) em relao ao estudo da eroso, a chuva o fator naturalmais importante na deflagrao dos processos erosivos. Considerando suas

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    caractersticas, como intensidade, durao e freqncia so possveis estabelecer

    correlaes entre evoluo/desenvolvimento das feies erosivas lineares, a partir dos

    valores obtidos destas medies. A intensidade da chuva o atributo mais efetivo do

    processo erosivo, pois age diretamente no volume e velocidade da enxurrada,contribuindo para a formao de eroso linear na forma de sulcos, ravinas e voorocas;

    alm de ser responsvel pelo transporte de sedimentos provenientes das eroses.

    O seguinte trabalho dos processos erosivos da rea urbana do municpio de

    Franca foi elaborado com base no reconhecimento das feies erosivas de grande

    porte, a partir de fotografias areas e trabalhos de campo. A identificao das feies

    de eroso e sedimentao observados na rea de estudo (sulcos, ravinas, voorocas,

    solapamento de margens fluviais e depsitos de assoreamento) foi realizada a partir daanlise de fotografias areas dos anos de 1972 (produzidas pelo IBC) e 1995

    (produzidas pela BASE- Aerofotogrametria e Projetos), com ambos os levantamentos

    realizados na escala 1:25.000.

    Para carter de anlise, os anos selecionados para a identificao das feies

    erosivas caracterizam trs marcos do estgio de desenvolvimento destas. Nos

    primeiros anos da dcada de 70 tm se um importante incremento no processo de

    urbanizao. J nos anos 90, esse processo consolidado revela os problemasambientais decorrentes de uma ocupao rpida e desordenada, como por exemplo, a

    observao dos fenmenos em momentos distintos permite a anlise comparativa da

    evoluo e/ou estabilizao de tais processos. Em 2010, a situao atual das eroses,

    impacto antrpico e comportamento frente aos processos mitigadores aplicados nas

    eroses.

    Durante o trabalho de campo, a Prefeitura Municipal de Franca apontou reas

    com feies erosivas mais recentes, desenvolvidas no perodo de maio de 1996 a

    fevereiro de 1997, as quais foram includas no cadastro das eroses e subseqente, as

    incluses em novembro de 2010 para anlise e situao comportamental. Este cadastro

    incluiu tambm as reas de solapamento de margens fluviais, cuja identificao no foi

    possvel por meio das fotografias areas em funo da escala.

    Dos principais aspectos levantados na investigao das eroses destacam-se os

    condicionantes naturais do meio fsico, processos e mecanismos que comandam o

    desenvolvimento e evoluo das feies erosivas, fatores da interveno antrpica e

    todas as formas de impactos associados a essas eroses, tais como solapamentos das

    margens dos cursos dgua e abatimentos em setores da baixa vertente prximo s

    drenagens, trechos de ribeires e crregos assoreados, e pontos de enchentes.

    Aziz Ab'Saber, em seu texto As boorocas de Franca, elaborado em 1969,

    chama ateno sobre o problema das voorocas que esto localizadas, sobretudo,

    margem do permetro urbano, sob a forma de leses fsicas do stio urbano e

    elementos-barreira para a expanso homognea e normal do organismo citadino,

    sendo agravado este problema, no caso de Franca, em funo do ndice de

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    desenvolvimento da cidade (ABSABER, 1969). O autor ainda aponta como agravante,

    em uma rea j bastante atingida por leses erosivas (boorocas), a abertura de ruas

    para loteamentos sem o cuidado imediato da instalao de sistemas adequados de

    drenagem de guas de superfcie (guias, sarjetas, esgotos pluviais, valas

    impermeabilizadas e mesmo pavimentao) leva, inevitavelmente, formao de

    sulcos pioneiros que se transformaro em novas problemticas boorocas. Removidos

    o revestimento vegetal e a camada superficial do solo para abertura de ruas e estas

    abandonadas sem o devido tratamento, a eroso no pode deixar de processar-se em

    reas que predomina o arenito Bauru, como, alis, acontece no stio onde se encontra

    Franca. (op. cit., 1969:4).

    O QUADRO I apresenta as principais caractersticas das 32 feies erosivas degrande porte que afetam diretamente a rea urbana e periurbana do municpio de

    Franca. Todas cadastradas segundo o relatrio do Parecer Tcnico n 7.149 do IPT

    (Instituto de Pesquisas Tecnolgicas), feito com a coordenao da Gegrafa Ktia

    Canil, no qual, com base em dados da Prefeitura de Franca, organizou para melhor

    localizao, situao e os fatores de condicionantes. Aps trabalho de campo para a

    presente pesquisa, foi avaliado e atualizado o quadro geral, e includas novas

    situaes, alterando o quadro existente em 1995. Compem o QUADRO I as seguintes

    feies erosivas:

    a) Grupo I: feies erosivas desenvolvidas pela concentrao de guas

    superficiais, situadas a partir da ruptura de declive do tero superior da vertente, em

    substrato arentico da Formao Franca. O aprofundamento da eroso chega a atingir o

    lenol fretico e provoca a instabilidade dos taludes da eroso (eroses cadastradas de

    nmeros 1 a 8 e 28);

    b) Grupo II: feies erosivas desenvolvidas em amplos anfiteatros de cabeceiras

    de drenagem, em cotas superiores a 1000 m (eroses cadastradas de nmeros 9, 13 e

    27);

    c) Grupo III: feies erosivas desenvolvidas em cabeceiras de drenagem (eroses

    cadastradas de nmeros 10, 11, 12, 14, 15, 16, 21, 24, 25, 26, 29, 31, 32);

    d) Grupo IV: feies erosivas desenvolvidas em cabeceiras de drenagem e

    associadas a processos de abatimentos e solapamento de margens fluviais (eroses

    cadastradas de nmeros 19, 20, 22, 23, 30); e

    e) Grupo V: feies erosivas desenvolvidas pela concentrao de guas

    superficiais, situadas a partir da ruptura de declive do tero superior da vertente, em

    basalto da Formao Serra Geral (eroses cadastradas de nmeros 17 e18).

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    QUADRO I - Principais feies erosivas lineares cadastradas no municpio de Franca SP.

    Gru

    po

    Feio

    erosiva

    Localizao Condicionantes Naturais Uso do Solo

    (rea de influncia

    direta)

    Caractersticas gerais

    da feio erosiva

    Medidas de

    controle

    executadas

    Situao

    Atual

    I

    1-Centro

    Social

    R.Cel. Tamarindo

    Sub - bacia: 1cabeceira

    ribeiro dos Bagres

    Substrato: Fm

    Franca

    Declividade:>30%

    Vertente:Convexa

    Cota: 975 e

    1000 m

    Solo: LV

    1972: rea urbana emconsolidao

    1995: rea urbanaconsolidada

    2011: rea urbanaconsolidada / indstriasde pequeno mdio

    porte no local

    Instalada na ruptura

    topo/vertente;concentrao deescoamento superficial;surgncias dgua nointerior eescorregamentos nostaludes

    Instalao de

    sistema dedrenagem e aterroparcial

    Estabilizada

    2-VilaFormosa

    R. Afonso Pena

    Sub-bacia: 1cabeceira doribeiro dos Bagres

    Substrato: FmFranca

    Declividade: 20 30%

    Vertente:Convexa

    Cota: 975 e1000 m

    Solo: LV

    Instalada naruptura/vertente

    Recomposionatural davegetao einstalao de muropara conteno doavano da eroso

    Estabilizada

    3-Parque

    So Jorge

    R. Sebastio

    Amparo

    Sub-bacia:1cabeceira doribeiro dos Bagres

    Instalada na linha de

    talvegue na rupturatopo/vertente

    Aterro com lixo

    urbano e industrial

    4-Maritacas R. Irnio Grecco

    Sub-bacia:1cabeceira doribeiro dos Bagres

    Substrato: FmFranca

    Declividade: >30%

    Vertente:Convexa

    Cota: 975 1000 m

    Solo: LV

    Instalada na rupturatopo/vertente;concentrao deescoamento superficial:surgncias dgua nointerior eescorregamentos nostaludes

    Aterro com lixoindustrial (resduosde couro),instalao desistema dedrenagem eimplantao derea de recreaopopulacional

    5-Parque Dr.Carro

    Av.Dr. Carro

    Sub-bacia: 1cabeceira doribeiro dos Bagres

    Substrato: FmFranca

    Declividade: 20 30%

    Vertente:Convexa

    Cota: 975 e1000 m

    Solo: LV

    1972: rea parcelada

    1995: rea urbana emevoluo

    2011: rea urbanaconsolidada

    Instalada na rupturatopo/vertente;concentrao deescoamento superficial

    Instalao desistema dedrenagem/recomposio da vegetao

    6-Vila Ttoli R. Jos Rodriguesda Costa

    Sub-bacia: 1cabeceira do

    ribeiro dos Bagres

    Substrato: FmFranca

    Declividade: 12-20%

    Vertente:Convexa

    Cota: 975 e1000 m

    Solo: LV1972: rea urbana em

    consolidao

    1995: rea urbanaconsolidada

    2011: rea urbanaconsolidada / indstriasde pequeno porte

    Instalao desistema dedrenagem e aterro

    de lixo industrial eentulhos daconstruo civil

    7-CarlosVergani

    R. Carlos Vergani

    Sub-bacia: 1cabeceira ribeirodos Bagres

    Substrato: FmFranca

    Declividade:>30%

    Vertente:Convexa

    Cota: 975 e1000 m

    Solo: LV

    8-CsimoTraficante

    R. CsimoTraficante

    Sub-bacia: 1cabeceira ribeirodos Bagres

    Substrato: FmFranca

    Declividade: 6 12%

    Vertente:Convexa

    Cota: 975 e1000 m

    Solo: LV

    1972: rea urbanaconsolidada

    1995: rea urbanaconsolidada

    2011: rea urbanaconsolidada

    Instalao desistema dedrenagem e aterro

    28-RuaPrimoMeneghetti

    Av. PrimoMeneghetti

    Sub-bacia:7ribeiro da Ona

    Substrato: FmFranca

    Declividade: 20 30%

    Vertente:Convexa

    Cota: 1000m

    Solo:Litlico

    1972:pastagem/mata/ preaem consolidao montante eroso

    1995: Pastagem/ reaurbana consolidada

    2011: Pastagem/ reaurbana consolidada

    Instalada no terosuperior da ruptura devertente; concentraode escoamentosuperficial;escorregamentos etaludes

    Instalao desistema dedrenagem;instalao derearecreativa

    Estabilizada

    9-Jd. doLbano

    Av. Ademar deBarros

    Sub-bacia:1bcrrego do

    Substrato: FmFranca

    Declividade: >

    Cota: 1000e 1025 m

    Solo:

    1972: rea parcelada

    1995: rea urbana emevoluo

    Aterro parcial dacabeceira comentulhos daconstruo civil esistema e

    Parcialmente

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    III

    Jardim Vertente:Cncava/Convexa

    2011: rea urbanaconsolidada / local deservios pblicos erecreao municipal

    Vooroca de reativaode cabeceira dedrenagem; concentraode escoamentosuperficial

    Parcialmente

    Estabilizada

    24-ConceioLeite

    R. Alan Kardec

    Sub-bacia: 5 ribeiro Bom

    Jardim

    Substrato: FmFranca

    Declividade: 20 30%

    Vertente:Convexa

    Cota: 975 e1000 m

    Solo: LV

    1972: pastagem /rea consolidada montante

    1995: pastagem / reaurbana consolidada

    2011: pastagem /rea urbanaconsolidada

    Aterramento parcialdo ramo principalcom lixo industrial eentulho

    25-RuaFranciscoMarques

    R. FranciscoMarques

    Sub-bacia: 5-ribeiro Bom

    Jardim

    Substrato: FmFranca

    Declividade: >30%

    Vertente:Cncava /Convexa

    Cota: 975 m

    Solo: LV 1972: rea urbanaconsolidada

    1995: rea urbanaconsolidada / rodovia

    jusante

    2011: rea urbanaconsolidada / rodovia

    jusante

    Aterro parcial comentulho e resduosde couro

    26-JardimCalifrnia

    R. Oscar Louzada

    Sub-bacia: 5 -ribeiro Bom

    Jardim

    Substrato: FmFranca

    Declividade: >30%

    Vertente:convexa

    Cota: 975 m

    Solo: LV /Litlico

    Instalao desistema dedrenagem e aterro.

    Estabilizada

    29-AvenidaDom Pedro I

    Av. Dom Pedro I

    Sub-bacia: 8-crregos dosCorreias

    Substrato: FmFranca

    Declividade: 20 30%

    Vertente:

    Convexa

    Cota: 1000e 1025 m

    Solo: LV

    1972: pastagem

    1995: pastagem /avenida montante

    2011: pastagem /rea urbana emevoluo / indstrias degrd porte

    Parcialmente

    estabilizada

    31-EscolaAgrcola

    Horto Municipal

    Sub-bacia:9 crrego do PousoAlto

    Substrato: FmFranca

    Declividade: 12 20%

    Vertente:Cncava

    Cota: 1000m

    Solo: LV

    1972: pastagem

    1995: mata /pastagem

    2011: mata / reaurbana em evoluo

    Vooroca de reativaode cabeceira dedrenagem; associada aabatimentos esolapamento dasmargens fluviais

    Recomposio davegetao natural

    Estabilizada

    32-AterroSanitrio

    Estrada Municipal

    Sub-bacia:9 crrego do PousoAlto

    Substrato: FmFranca

    Declividade: 20 30%

    Vertente:Convexa

    Cota: 1000e 1025 m

    Solo: LV

    1972:pastagem/estradamontante

    1995: pastagem /aterro

    2011: pastagem /aterro

    Vooroca de reativaode cabeceira dedrenagem econcentrao deescoamento superficial

    Instalao desistema dedrenagem e aterroparcial

    19-Av.MargaridaFornasier

    Av. MargaridaFornasier

    Sub-bacia:4-ribeiro do Salgado

    Substrato: FmFranca

    Declividade: 20 30 %

    Vertente:Cncava /

    Convexa

    Cota: 975 m

    Solo:LV

    1972: pastagem /caminhos e trilhos degado em direoeroso

    1995: pastagem / reaurbana consolidada

    2011: pastagem /rea urbana

    consolidada

    Vooroca de reativaode cabeceira dedrenagem; concentraode escoamentosuperficial; surgnciasdgua no interiorassociada a processos desolapamento de margensfluviais

    Aterro commateriais daconstruo civil erecuperao dasvias atingidas comnova pavimentao;instalao desistema dedrenagem

    Estabilizada

    20-RodoviaCandidoPortinari/

    JardimTropical

    Rodovia CndidoPortinari

    Bacia hidrogrfica5 ribeiro do Bom

    Jardim

    Substrato: FmFranca

    Declividade: 20 30 %

    Vertente:Cncava/Convexa

    Cota: 975 e1000 m

    Solo: LVHidromrfico

    1972:pastagem/rodoviamontante

    1995: pastagem / reaurbana emconsolidao/rodovia

    2011: pastagem/ reaurbana consolidada/rodovia

    Aterramento commaterial deemprstimo nacabeceira einstalao desistema dedrenagem.

    Parcialmente

    estabilizada

    22-RuaManuelGimenezAlgartes

    R. Manuel GimenezAlgartes

    Sub-bacia: 5-ribeiro Bom

    Jardim

    Substrato: FmFranca

    Declividade: 12 20%

    Cota: 975m

    Solo: LV

    1972: pastagem/trilhas de gado em

    direo eroso

    1995: pastagem/ reaurbana em evoluo

    2011: pastagem /rea urbana

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    CHIQUITO (2004) em seu trabalho: O (des)controle da expanso urbana e a

    questo urbana: a proliferao das voorocas em Franca - SP, aponta que a

    implantao do Jardim Aeroporto se deu nas terras altas da sub-bacia do Ribeiro dos

    Macabas, na poro sudeste da rea urbana, correspondendo rea do entorno dascabeceiras de drenagem. A caracterizao do meio fsico desta rea, que corresponde

    formao Franca, com solo tipo latossolo vermelho-amarelo de textura mdia, com

    declividade de at 12%, o que significa uma suscetibilidade eroso mdia, podendo

    agravar-se pelo seu uso (IPT, 1998). O parcelamento do solo nesta rea com a retirada

    da vegetao e a exposio do solo em conjunto com as movimentaes de terra que,

    na classificao da induo dos processos erosivos pelo uso do solo feita pelo IPT

    (1998) possui o grau mais elevado, agravou estas condies resultando um alto

    potencial para o desenvolvimento de processos erosivos. (op. cit., 1998)

    Concluses

    O caso do municpio de Franca pode ser visto como um exemplo da grande

    dificuldade do setor pblico em conter o avano das eroses lineares em reasurbanas. O grande problema, agregado desde ao fator humano e se estendendo at os

    setores de planejamento urbano, modificando a dinmica das populaes dessas

    localidades e mesmo, causando desvalorizao ou perda de reas habitveis.

    Como j foi discutido, VIEIRA (1978) elaborou um estudo geomorfolgico das

    voorocas neste municpio, discutindo o papel dos fatores do meio fsico, sobretudo dos

    processos morfogenticos, condies pedolgicas, litolgicas e climticas na formao

    das voorocas. Esta proposta de geomorfologia aplicada teve como objetivo contribuir

    para a elaborao de projetos de controle de eroso. Muitos desses projetos ficaram

    apenas no papel, tal a dificuldade de recuperao. Porm, o avano do crescimento

    urbano no municpio torna a situao sensvel anlise.

    MEGDA (2011) ainda lembra que, a complexidade dos processos erosivos

    e o agravamento da situao com o surgimento de novas feies erosivas de grande

    porte, provocadas, sobretudo pela expanso urbana, levaram outros pesquisadores a

    continuar com a investigao sobre o tema. Tema que, com grande dificuldade mostra a

    sua gnese de formao e evoluo, e projeta novamente, o fator antrpico como o

    grande responsvel pela continuada evoluo desses processos.

    Somente com um plano de conteno adequada, especfico de cada vooroca e

    a utilizao de tcnicas mais modernas de controle de eroso, pode-se chegar a um

    resultado mais adequado no municpio. Somente o potencial de crescimento pode

    obrigar os rgos administradores a tomar posio, porm, esse mesmo crescimento

    pode gerar, em curto prazo, avano dessas eroses. Um trabalho em conjunto e uma

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    sensvel anlise dos processos geraro qualidade de vida e planejamento para as

    populaes.

    Material Grfico (Exemplo de caso no municpio de Franca - SP)

    FOTO I: Foto de satlite com detalhe da vooroca nmero 30 (olhar Quadro I). Observar A montante (ao lado da Av. Coelho Neto); B tero inferior

    (detalhe dos braos laterais) e C jusante da vooroca. As reas circundadas representam as residncias ameaadas pela vooroca. Foto: Google

    Earth images Maro 2010

    FOTO II: Vista da cabeceira daeroso em 2003. (Eroso n 30)Foto: A. Artioli Godoi Maro

    FOTO III: Vista atual da cabeceira daeroso, com mata de proteo nassurgncias de gua montante esedimentos ao longo do interior do vale,dentro da vooroca. Foto: O. R. Megda

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    Bibliografia citada:

    AB'SABER, Aziz N. 1969. As boorocas de Franca In: Diagnstico para plano

    diretor de Desenvolvimento Integrado. Franca: PMF.

    BONDUKI, Nabil G. 1998. Origens da habitao social no Brasil. Arquitetura

    Moderna, Lei do Inquilinato e difuso da casa prpria. So Paulo: Estao Liberdade:

    FAPESP.

    FELDMAN, Sarah (coord.) 2002. Relatrio final da pesquisa Programas de Gesto

    Integrada para o municpio de Franca. So Carlos: FAPESP.

    CANIL, K. 1998c. Mapa de risco potencial de eroso: um instrumento para o

    planejamento urbano do municpio de Franca, SP. In: SIMPSIO NACIONAL DE

    CONTROLE DE EROSO, 6, 1998, Presidente Prudente. Resumos e Roteiro deCampo... So Paulo: ABGE. p.109. (CD-ROM).

    GODOI, A. A. de C. 2002. Inventrio de Problemas Relacionados Drenagem em

    Franca. Prefeitura Municipal de Franca.

    HELLMEISTER JUNIOR, Z. 1997. Aspectos geolgicos e principais recursos

    minerais da regio de Franca-Pedregulho, nordeste do Estado de So Paulo .So

    Paulo. Dissertao (Mestrado) - Instituto de Geocincias, Universidade de SoPaulo.

    INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLGICAS DO ESTADO DE SO PAULO - IPT.

    1981a. Mapa geolgico do Estado de So Paulo, escala 1:500 000. So Paulo: IPT.

    2v. (Monografias, 6).

    ______1995 b. Mapa de eroso do Estado de So Paulo, SP. So Paulo: IPT.

    (Relatrio Tcnico, 33 402). CD-ROM.

    _______. 1998. Subsdios tcnicos para um Plano de controle de eroso para a rea

    urbana do municpio de Franca , SP. So Paulo: IPT. (Parecer Tcnico, 7 149).

    FOTO V: Detalhe do movimento de creeping combinado com oescoamento superficial concentrado, com grande competnciaerosiva. Na foto, montante da vooroca, observa-se a parte ondeestava a cerca erodida, e a cerca suspensa sem o substrato, que foilavado. Foto: O. R. Megda Maio 2008

    FOTO IV: Detalhe de uma cavidade no taludeda vooroca, provocada pelo processo de

    piping. Foto IPT Maro 1997

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    MEGDA, O.R. 2011. Fatores condicionantes do aparecimento de voorocas:

    estudos de caso no municpio de Franca SP. Rio Claro. Relatrio de Pesquisa

    Departamento de Geografia - ICGE Universidade Estadual Paulista.

    RINALDI, D.M. 1982. As boorocas como condicionantes do crescimento urbano de

    Franca. So Paulo. Dissertao (Mestrado) - Departamento de Geografia - FFLCH,

    Universidade de So Paulo.

    SALOMO, F. X. DE T. 1994. Processos erosivos lineares em Bauru (SP):

    regionalizao cartogrfica aplicada ao controle preventivo urbano e rural. So

    Paulo. 200 p. Tese (Doutorado) Departamento de Geografia FFLCH, Universidade de

    So Paulo.

    VIEIRA, J. F. 1980. Estudos dos processos erosivos mais extensivos. So Paulo,

    202 p. Tese. Universidade de So Paulo.

    VIEIRA, N.M. 1974. O desequilbrio do quadro natural de Franca (SP) e a formao

    de voorocas. Revista Brasileira de Geografia, v.36, n.4, p.37-80.

    ________. 1978. Estudo geomorfolgico das boorocas de Franca SP. So Paulo.Tese (Doutorado) - Departamento de Geografia - FFLCH, Universidade de So Paulo.