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Ano 87 - Nº 23.719 Jornal do empreendedor R$ 1,40 Conclusão: 23h50 www.dcomercio.com.br São Paulo, sexta-feira, 28 de setembro de 2012 Página 4 ISSN 1679-2688 9 7 7 1 6 7 9 2 6 8 0 0 8 2 3 7 1 9 O velho-novo Fusca está de volta Paixão no Brasil desde 1953, foi redesenhado para brilhar a partir de novembro. Pág. 21 Jefferson, o delator, condenado pela maioria. Voto de Gilmar Mendes formou a maioria (6 a 0) contra o homem que delatou o Mensalão. E desentendimentos entre ministros do STF só crescem. Pág.5 E lá se vão mitos da economia familiar Pesquisa da Boa Vista Serviços mostra uma nova realidade. Pág. 17 Pastor Bruno fuzilado O conhecido matador Cabo Bruno, ex-policial Florisvaldo de Oliveira, foi morto na noite de quarta em Pindamonhangaba, 34 dias após cumprir pena por 50 assassinatos na década de 1980. Ao sair da cadeia, tornou-se pastor Florisvaldo. Pág. 11 Maira Vieira/AE Orçamento da casa é da mulher Pobre paga contas em dia Renda familiar oscila muito Dias melhores virão. Em 2013. A economia brasileira pode crescer 4% no ano que vem, projeta o economista-chefe do Bradesco, Octavio de Barros, em reunião na ACSP. Pág. 13 Paulo Liebert/AE Arquivo DC Lucas Jackson/Reuters Serra ganha um voto nada secreto Simpatizante do candidato do PSDB, que fazia campanha no Bom Retiro, segurou seu rosto e deu-lhe um beijo. Ainda assustado, ele foi atacado de novo: outro beijo. Mas quem levou um susto bem maior foi Russomanno (PRB), que caiu de 35% para 30% em pesquisa do Datafolha. Serra passou de 21% para 22% e Haddad, de 15% para 18% – o tucano e o petista estão tecnicamente empatados. Pág.7 Tiririca decepcionado com a política "Pensei que ia lá (Congresso) para aprovar projetos para o povo, mas não é bem assim", diz o deputado, que pode desistir da reeleição. Pág. 7 Aula de bomba atômica na ONU O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu diz que Irã terá urânio enriquecido para sua bomba até meados de 2013. Pág.9 A África do Sul é bem ali Beleza natural e exotismo atraem cada vez mais brasileiros à Cidade do Cabo. Boa Viagem. Pág. 22 Divulgação Divulgação d cultura Fim de semana em tom maior Livro sobre Garoto leva um mergulho na alma do violão brasileiro. Falando nisso, acervo do Vaticano (acima, à dir.) está na Oca. No cinemão, Bruce Willis (dir.) tem de encarar sua versão mais nova em Looper – Assassinos do Futuro. E, enquanto você se prepara para a estreia de Guerra dos Sexos (o mais novo remake da tevê), aproveite e caia na estrada com a Roda do Vinho. Divulgação Mito Mito Mito Cittá del Vaticano

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Diário do Comércio

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Page 1: DC 28/09/2012

Ano 87 - Nº 23.719 Jornal do empreendedor R$ 1,40

Conclusão: 23h50 www.dcomercio.com.br São Paulo, sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Página 4

ISSN 1679-2688

9 771679 268008

23719

O velho-novoFusca

está de voltaPaixão no Brasil desde1953, foi redesenhadopara brilhar a partir

de novembro. Pág. 21

Jefferson, o delator, condenado pela maioria.Voto de Gilmar Mendes formou a maioria (6 a 0) contra o homem que delatou o Mensalão. E desentendimentos entre ministros do STF só crescem. Pág. 5

E lá se vãomitos daeconomiafamiliarPesquisa da Boa Vista Serviçosmostra uma nova realidade. Pág. 17

PastorBrunofuziladoO conhecido matadorCabo Bruno, ex-policialFlorisvaldo de Oliveira, foimorto na noite de quarta emPindamonhangaba, 34 diasapós cumprir pena por 50assassinatos na década de1980. Ao sair da cadeia,tornou-se pastorFlorisvaldo. Pág. 11

Maira Vieira/AE

Orçamentoda casa éda mulher

Pobre pagacontasem dia

Rendafa m i l i a r

oscila muito

Dias melhoresvirão. Em 2013.A economia brasileirapode crescer 4% no anoque vem, projeta oeconomista-chefe doBradesco, Octavio de Barros,em reunião na ACSP. Pág. 13

Paulo Liebert/AE Arquivo DC Lucas Jackson/Reuters

Serra ganhaum votonada secretoSimpatizante do candidato do PSDB, que faziacampanha no Bom Retiro, segurou seu rosto e deu-lheum beijo. Ainda assustado, ele foi atacado de novo:outro beijo. Mas quem levou um susto bem maior foiRussomanno (PRB), que caiu de 35% para 30% empesquisa do Datafolha. Serra passou de 21% para 22%e Haddad, de 15% para 18% – o tucano e o petistaestão tecnicamente empatados. Pág. 7

Tiririca decepcionadocom a política

"Pensei que ia lá (Congresso) para aprovar projetospara o povo, mas não é bem assim", diz o deputado,

que pode desistir da reeleição. Pág. 7

Aula de bombaatômica na ONU

O primeiro-ministro israelense BenjaminNetanyahu diz que Irã terá urânio enriquecido

para sua bomba até meados de 2013. Pág. 9

A Áfricado Sul ébem ali

Beleza natural e exotismoatraem cada vez mais

brasileiros à Cidade doCabo. Boa Viagem. Pág. 22

Divulgação

Divulgação

dcultura

Fim de semana em tom maiorLivro sobre Garoto leva um mergulho na alma do violãobrasileiro. Falando nisso, acervo do Vaticano(acima, à dir.) está na Oca. No cinemão,Bruce Willis (dir.) tem de encarar suaversão mais nova em Looper –Assassinos do Futuro.E, enquanto vocêse prepara

para a estreiade Guerra dos

Sexos (o maisnovo remake da

tevê), aproveite ecaia na estrada com

a Roda do Vinho.

Divulgação

Mito Mito Mito

Cittá del Vaticano

Page 2: DC 28/09/2012

sexta-feira, 28 de setembro de 20122 DIÁRIO DO COMÉRCIO

O princípio que norteia a vidapolítica permanece intocado:

estamos aqui para sermosservidos, não para servir. Vale ointeresse do representante,

não o dos representados.

opinião

Fundado em 1º de julho de 1924

Pre s i d e nteRogério Amato

V i ce - Pre s i d e nte sAlfredo Cotait NetoAntonio Carlos PelaCarlos Roberto Pinto MonteiroClaudio VazEdy Luiz KogutÉrico Sodré Quirino FerreiraFrancisco Mesquita NetoJoão de Almeida Sampaio FilhoJoão de FavariLincoln da Cunha Pereira FilhoLuciano Afif DomingosLuís Eduardo SchoueriLuiz Gonzaga BertelliLuiz Roberto GonçalvesNelson Felipe KheirallahNilton MolinaPaulo Roberto PisauroRenato AbuchamRoberto FaldiniRoberto Mateus Ordine

CONSELHO EDITORIAL Rogério Amato, Guilherme Afif Domingos, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel SolimeoDiretor-Resp onsável João de Scantimburgo ([email protected]) Diretor de Redação Moisés Rabinovici ([email protected])

Edito r-Ch efe : José Guilherme Rodrigues Ferreira ([email protected]) Editor de Reportagem: José Maria dos Santos([email protected]) Editores Seniores: Bob Jungmann ([email protected]), Carlos de Oliveira (coliveira@dcome rc io.co m. br ),chicolelis ([email protected]), José Roberto Nassar ([email protected]), Luciano de Carvalho Paço ([email protected]),Luiz Octavio Lima ([email protected]), Luiz Antonio Maciel ([email protected]) e Marino Maradei Jr.([email protected]) Editor de Fotografia: Alex Ribeiro Editores: Cintia Shimokomaki ([email protected]), Fernando Porto([email protected]), Ricardo Ribas (rribas @dcomercio.com.br) e Vilma Pavani ([email protected]) Subeditores: Marcus Lopes eRejane Aguiar Redatores: Adriana David, Eliana Haberli e Evelyn Schulke, Ricardo Osman, Tsuli Narimatsu Repórter Especial: Kleber Gutierrez([email protected]), .Repórteres: André de Almeida, Fátima Lourenço, Guilherme Calderazzo, Ivan Ventura, Karina Lignelli, Kelly Ferreira,Kety Shapazian, Lúcia Helena de Camargo, Mariana Missiaggia, Mário Tonocchi, Paula Cunha, , Rejane Tamoto, Renato Carbonari Ibelli, Rita Alves,Sandra Manfredini, Sílvia Pimentel, Vera Gomes e Wladimir Miranda.

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Esta publicação é impressa em papelcertificado FSC®, garantia de manejo florestal

responsável, pela Oesp Gráfica.

Como o Senado não é uma empresa que produz algum dinheiro, o pagamento vai sair do bolso do contribuinte.José Márcio Mendonça

Coisas da nossa'vida pública'

JOSÉ

MÁRCIO

MENDONÇA

EYMAR

MASCARO

O MEDO DE DARUM TIRO NO PÉ

Em pleno desenrolardas eleições, com oe le i to r ev idente-mente desinteressa-

do pelo desenrolar da campa-nha, dando sinais de sua fadi-ga com o velho modo de fazerpolítica no Brasil; e em plenodesenrolar do processo doMensalão no Supremo Tribu-nal Federal – no qual estão emjulgamento não apenas osréus já reconhecidos e algunssuspeitos (mais ou menos)ocultos, mas também o modode fazer política no Brasil – omundo político nacional eseus partidos continuamdando demonstrações deque nada é capaz de assustá-los, de causar-lhes preocupa-ções. Segue a alegre carava-na como se nada estivesseocorrendo, como se tudo es-teja e vá permanecer comodantes, para sempre.

O princípio que norteia, deum modo geral (uma e outraexceção à parte para confir-mar a regra) a vida políticabrasileira permanece into-cado, apesar desses percal-ços: estamos aqui para ser-mos servidos, não para ser-vir. Vale é o interesse do re-p resen tan te , não o dosrepresentados.

Dois pequenos fatos ocorri-dos nos últimos dias, ambosna esfera do Legislativo, ondenaturalmente esses víciossão mais exacerbados e maisvisíveis, embora não sejamde modo algum restrito a ele,atingindo em maior ou menorgrau todas as esferas do Esta-do brasileiro, ilustram bemesse comportamento domundo oficial brasileiro.

Um se refere a uma distor-

ção dentro de uma distorçãomaior ainda da nossa vidapública, no Congresso, que éo fato de deputados e sena-dores receberem, à guisa deajuda de custo, um 14º e um15º salários anualmente.

Quando veio à luz e come-çou a ser combat ida nosmeios sociais, descobriu-seque os senadores não paga-vam o devido Imposto deRenda sobre esta parcela dorendimento deles. A ReceitaFederal foi então cobrar osatrasados, calculados entrec e r c a d e R $ 2 0 m i l eR$ 95 mil, dependendo dotempo de mandato de cadaparlamentar.

Entre queixas, amuos eque tais, a direção do Sena-do, presidida pelo ex-presi-dente da República José Sar-ney, resolveu dar então uma

mãozinha à turma, estabele-cendo que a própria casa pa-gará a multa para os senado-res. Como o Senado não éuma empresa que produz al-gum dinheiro, o pagamentovai sair mesmo do bolso docontribuinte, pois a "receita"do Senado provém dos im-postos que o Tesouro Nacio-nal arrecada. Agora, com arevelação também dessaaberrante decisão de Sarneye seus comandados, algunssenadores estão reagindo.

Éo mínimo que se espe-ra deles. Seria bom, noembalo dessa polêmi-

ca, que a Câmara desenga-vetasse também o projeto,aprovado a contragosto, afórceps, no Senado e paradodesde maio, extinguindo de-finitivamente a excrescên-

cia dos 14º e 15º salários,maldição também espalha-da por legislat ivos esta-duais e até por algumas câ-maras de vereadores.

Outro abuso de uso dodinheiro público parafins meramente polí-

tico-partidários foi reveladorecentemente. A informa-ção envolve diretamente oPT, mas a norma beneficiatodos os partidos. Técnicosdo Congresso, analisandogastos da liderança petista,encontraram despesas comserviços de bufê para janta-res da bancada na casa do lí-der Jilmar Tatto, de São Pau-lo. E não foi apenas uma no-ta.

Foi assim que se ficou sa-bendo que, desde 2011, aslideranças de todos os parti-dos na Câmara passaram ater direito a uma cota men-sal destinada a despesas de"interesse da bancada". Fo-ra a cota individual de cadaparlamentar. Desde quan-do, é de perguntar, o cida-dão tem de pagar por essetipo de "interesse"? Cadapartido já tem uma verbaanual para ajudar nas suasdespesas. E não é pequena.

É por essa e outras que aimagem da política brasilei-ra está em plano inclinado eque há tanta gente dispostaa qualquer "sacrifício" paraentrar na – entre nós às ve-zes impropriamente cha-mada de – vida pública. Poraqui melhor é grafá-la entreaspas: "vida pública".

JOSÉ MÁ RC I O MENDONÇA É

J O R N A L I S TA E A N A L I S TA P O L Í T I CO

Seja quem for seuadversário no 2ºturno, Celso

Russomanno decidiucumprir a missão degerenciar a vantagemapontada nas pesquisas,mas não vai deixar decorrer atrás dos votosconquistados pelos outroscandidatos no 1º turno.Russomano já garantiupresença no 2º turno e é,segundo ainda aspesquisas, o candidatofavorito para sucederGilberto Kassab. Com seudesempenho até aqui,Russomano estáquebrando um tabu: o deimpedir que PT e PSDBvoltassem a polarizar acampanha e a decidir aeleição para a Prefeitura daCapital.

O mundo políticoapostava que o 2º turnoseria disputado por JoséSerra e Fernando Haddad.PT e PSDB entendiam que aconquista da Prefeitura deSão Paulo seriafundamental para os doispartidos, que ainda sãoapontados como osfavoritos para disputar apresidência da República,em 2014. Se José Serraperder a eleição paraprefeito, um dos maisprejudicados no partidoserá Geraldo Alckmin, queé candidato à reeleição eespera que Serra venha aser o carro-chefe de suacampanha na Capital.Detalhe: o governador nãorepete nas urnas da Capitalo mesmo desempenho queconsegue nos municípiosdo interior.

Serra e Haddad têmaproveitado os últimos

dias de campanha paraconvencer o eleitor de queCelso Russomanno, seeleito, não teria condiçõesde administrar a cidade,por falta de experiência. Amensagem dosadversários, todavia, nãotem dado resultado,porque Russomannomantém o mesmo índicealto de intenção de votosnas pesquisas. Nem atentativa de carimbarRussomanno de

"candidato do bispo EdirMacedo" tem ajudado oscandidatos do PT e PSDB.Russomanno pavimentousua candidatura comoapresentador de umprograma populista natelevisão que pertence àIgreja Universal do Reinode Deus, fato queprovocou um atrito, jásuperado, com aArquidiocesede São Paulo.

Há sinais de que umaeventual derrota de

Fernando Haddad podeprovocar o início de uma"caça às bruxas" no PT.Haddad foi imposto porLula, quando já havia ummovimento no partidopelo lançamento dacandidatura de MartaSuplicy, que tinha 30% deintenção de votos naspesquisas contra 3% deHaddad. Chiadeirasemelhante pode serconstatada também noPSDB, se Serra não ganhara eleição. Alguns tucanosqueriam um candidato querepresentasse a juventudedo partido e chegaram asugerir o nome dosecretário de Energia deAlckmin, José Aníbal, quenão conseguiu a legendapor ter sido derrotado nasprévias que o partidopromoveu. Serra foi oindicado porque tambémtinha 30% de preferênciaeleitoral nas pesquisas. Ocandidato tucano, porém,não esperava sersurpreendido por uma altataxa de rejeição queganhou durante acampanha.

Apesar do favoritismode Russomanno, ogovernador GeraldoAlckmin e o vice AfifDomingos confiam nareação de Serra. Afif é omais otimista na equipe docandidato tucano, poracreditar que, na reta finalda campanha, o eleitor vaise convencer de que devevotar no mais experientedos candidatos.

EYMAR MASC ARO É J O R N A L I S TA E

CO M E N TA R I S TA P O L Í T I CO

MASC ARO@B I G H O S T.CO M .BR

Ed Ferreira/AE

O vazio do plenário do Senado, ontem, reflete bem o desconsolo do brasileiro com o momento político do País.

OS MELHORES

JÁ ESTÃO NA REDE

A revista Digesto EconômicoBalanço Anual Melhores dosMaiores já está na rede. Elatraz as empresas que mais sedestacaram no País e podeser acessada no portal doDiário do Comércio:w w w. d c o m e r c i o . c o m . b r

Nota da redação - Capa com imagem Corbis,arte Max e diagramação Lino Fernandes

Page 3: DC 28/09/2012

sexta-feira, 28 de setembro de 2012 3DIÁRIO DO COMÉRCIO

o

Um deus que falha não seriaum "deus", na medida em que oseu atributo da onipotêncianão se faria presente. Quandoum "deus" falha, sua imagemsofre um abalo considerável.

pinião O S T Í T E R E S D O E X - P R E S I D E N T E

O 'DEUS' FALHOU

DENIS

ROSENFIELD

Asenadora Marta Su-plicy, no momentoem que terminoupor entrar na cam-

panha de Fernando Haddad,após laboriosas "negocia-ções" que a conduziram ao mi-nistério da Cultura, apostouna eleição de seu ex-adversá-rio interno, declarando queLula era "deus".

Para além da blasfêmia em-butida em tal declaração, essetipo de formulação é altamenterevelador, por expressar umaconcepção absolutista do Po-der. Ou seja, um político identi-ficado a "deus" tudo poderiapor sua onipotência, cujo cam-po de abrangência ilimitado,abarcaria, evidentemente, aeleição de um prefeito munici-pal. Aliás, considerando a oni-potência divina, essa seria, ver-dade, uma tarefa fácil, "me-nor", por assim dizer.

Uma lembrança histórica po-de ser aqui instrutiva. Na Fran-ça, durante os séculos XVII eXVIII, os reis eram consideradoscomo dotados de um poder tau-matúrgico, divino, podendo,mesmo, produzir milagres co-mo a cura de certas doenças.Uma em particular, conhecidacomo a doença régia, era adoença das escrófulas. Em ceri-mônias anuais ritualizadas, le-vadas a cabo na Catedral deReims, longas filas se forma-vam para que o rei pudesseexercer o seu poder taumatúr-gico. Pessoas vinham de todasas partes do reino.

O poder divino era eficaz. Adoença era "curada" ao cabode algum tempo, podendo seratestada, por exemplo, pelospárocos das diferentes re-giões. E isso ocorria por se tra-tar de uma doença que perma-necia por longo tempo assin-tomática, de modo que sua"cura" podia ser atestada. Ho-je, ela é conhecida por adenitetuberculosa e é tratada pormedicamentos. Ocorre que orei, desta maneira, tinha o seupoder afiançado e legitimado.

Certos setores do PT têm doex-presidente Lula uma ima-

NEIL

amarcord

Ferreira

CACARECO, MACACO TIÃO,TIRIRICA E MENINO MALUFINHO.

Viver e votar emSão Paulo podeser perigoso, masé divertido.

Estátua: liderançaspetistas, como MartaSuplicy, parecemengessadas pelomagnetismo do ex-presidente Lula, aquem atribuemmagias eleitorais.O Midas do PT teria'poderes divinos'de eleger aquelesem que toca.

gem taumatúrgica, recorrendoa ele como se fosse um "deus".Nem precisa "curar" doenças,mas a sua função primordial éeleger candidatos seus, comose processos eleitorais fossemum mero ritual mundano queseriam suplantados pelo seupoder taumatúrgico. Eleiçõesseriam rituais de homens, me-ramente utilizados para que"deus" pudesse instrumentali-zar os seus desígnios. A perpe-tuação do poder estaria, assim,assegurada.

Ocorre que falsos deusessão fraudes. Ou ainda,um deus que falha não

seria, por definição, um "deus",na medida em que o seu atribu-to da onipotência não se fariapresente. Quando um "deus"falha, sua imagem sofre umabalo considerável.

Ora, isto está acontecendocom o ex-presidente Lula, oseu poder taumatúrgico es-vaindo-se, por assim dizer,entre os seus dedos. Boa par-te do PT tinha apostado nesseatributo "divino", subordi-nando-se a um líder que po-deria tudo decidir, pois sua

decisão seria sempre a certa.A onipotência seria acompa-nhada pela onisciência.

A confusão "teológica" che-gou a tal ponto que no manifes-to de desagravo ao ex-presi-dente Lula chegou a constarque as acusações de MarcosValério na revista Ve j a e, de mo-do mais geral, o julgamento doMensalão pelo Supremo seriamuma espécie de "golpe". Golpecontra quem? Contra o reinadode Lula que estaria sendo desti-tuído de seu poder?

É interessante notar que aexpressão de golpe, para alémdodesprezo pelademocraciaepor suas instituições, utilizadapor importantes setores do pe-tismo, só ganha sua significa-ção plena se voltada para a ima-

gem taumatúrgica de Lula que,continuaria, no poder. Só a ima-gem da onipotência atingidapoderia explicar uma formula-ção tão descabida endereçadaa alguém que não exerce hojenenhum cargo na República.Salvo se a República for o seureinado!

Alguns exemplos são parti-cularmente interessantesdesse poder taumatúrgicoclaudicante, com "deus" fa-lhando. A imagem de Lula temse tornado onipresente em al-gumas campanhas televisi-vas, ostentando apoio aosseus candidatos. Aliás, essesapoios televisivos eram e sãoavidamente disputados, poistodos seriam um serviço divi-no prestado às suas campa-

nhas. Em alguns casos aindamais fortes, como na cidadede São Paulo, a presença físicaem atividades de campanhaseria ainda maior.

Nessa cidade foi onde fi-cou particularmenteclara a tentativa lulista

de fazer uma criatura sua pre-feito. Chegou a afastar umacandidata competitiva, MartaSuplicy, com carreira e perso-nalidade próprias, uma não-criatura, para impor a sua von-tade. Essa, aliás, terminou porreconhecer que se trata de um"deus", não sem antes, evi-dentemente, conseguir umcargo de ministra no governofederal. Foi um reconheci-mento "divino" atravessadopor reles questões de negó-cios, inferiormente humanas.

O candidato lulista, Fernan-do Haddad, corre sério risco denem comparecer ao segundoturno e, comparecendo, aschances de sua derrota sãoexpressivas. Se tal diagnósti-co das pesquisas se confirmar,o Poder Taumatúrgico de Lulasofrerá um importante revés.Se "deus" falhar já é um pro-

blema extremamente compli-cado, "falhar" na disputa poruma segunda posição já seriapropriamente "intolerável".

Se, ademais, considerar-mos que o PT, progressi-vamente, está – ou seria

mais próprio dizer estava? – setornando uma espécie de igrejalulista, o seu poder está, nacio-nalmente, diminuindo a olhosvistos nessas eleições munici-pais. Em cidades importantescomo Porto Alegre, Belo Hori-zonte e Recife, os candidatos dopartido correm o risco não ape-nas de perderem a eleição co-mo, alguns, de nem se fazerempresentes no segundo turno.

Porto Alegre, além de SãoPaulo, é um caso particular-mente interessante, por se tra-tar de uma cidade berço do PT,que governa o estado atual-mente, além de já tê-lo gover-nado no passado. A capital dosgaúchos foi dirigida pelo PT du-rante 16 anos. A permanecer asituação eleitoral atual – e é al-tamente improvável que ela se-ja revertida –, o candidato petis-ta Adão Villaverde nem chega-rá ao segundo turno.

Para uma cidade ícone do pe-tismo, graças ao Fórum SocialMundial e ao Orçamento parti-cipativo, dito democracia dire-ta, é um revés e tanto. E aquitambém as imagens de Lula pa-ra nada estão servindo: "deus"está falhando.

DENIS LERRER ROSENFIELD É

P RO F E S S O R DE FILOSOFIA NA UFRS

OMenino Malufinhoseria a 3ª Via, entrePSDB e PT. Se 3ª Via

for isso, voto no Negão, oMinistro Barbosa, e tenho osmeus sólidos motivos.Vamos visitar um pouquinhodo ontem, para entender umpouquinho do hoje.

Ontem: alguém lembra darivalidade Rio - São Paulo nofutebol? Era uma "jihad"travada entre os cadernosde esportes e as emissorasde rádio do Rio e São Paulo,tacando fogo nas torcidas.Mário Filho, irmão de NelsonRodrigues, era o mestre dosmestres no ramo, inventou oFla-Flu, virou nome doMaracanã.

Cada jogo durava duassemanas; uma, antes dojogão, com as torcidasfazendo contabilidade dequantos craques do seu timeforam convocados. Outra,depois, discutindo oresultado.

Não havia TV nem timeseuropeus pagando saláriosde pop stars aos jogadores,dos sete anos de idade emdiante. Messi é exceção,mandou-se já grisalho para oBarça, tinha uns 12 anos.

Amarcord, no meio domeu nome, é um dos maisgeniais filmes do Fellini(1973), em que contavalembranças da suacidadezinha. Quer dizer "Eume lembro". É uma

referência à traduçãofonética das palavras "miricordo", usada na região deEmilia-Romagna, na Itália,onde nasceu.

"Mi ricordo", eu melembro; por exemplo, essecurto-circuito que deixou 11estados sem luz e foi umanoticinha de nada nosjornais, no tempo de FHCseria "Apagão!", emmanchetona de primeirapágina, amarcord. Quem éda minha idade vai selembrar, mas nãoprecisamos entregar que omotivo da fortuna que custao nosso plano de saúde é oDNA, Data de NascimentoAntiga.

Assisti às aulasproferidas no

Julgamento do Mensalão porS. Excia. ExcelsaLewandowski Com aBarriga, aprendi a mutretadele no STF e pratico-adescaradamente.

Ensebo no começodurante horas e quandotodo mundo está caindo desono, até cochilando,pronuncio as duaspalavrinhas mágícas e entrode supetão no assunto:"Digo eu..."

Digo eu: No Rio - São Pauloda política, está 2 x 1 praSão Paulo nesta altura dojogo. O Rio pode virar? Pode.São Paulo pode aumentar a

diferença? Pode. Acreditoem 3 x 1 pra São Paulo. ASeleção Mensaleira pode dara volta por cima? Pode. Mashá STF no fim do túnel,sonho acordado.

Das urnas e das cabeçasdos juízes pode sair

qualquer coisa. Identifico,mais pelo olfato apurado doque pelos olhos jáafadigados, os sinais defumaça enviados peloMinistro Lewandowski Coma Barriga, para tranquilizar osono do trio atacante titularda Seleção Mensaleira,Dirceu O Inocente, NossoDelúbio Bocca Chiusa eGenoíno O Coitadinho.Lewandô mais parece bequede espera deles.

Queria consultar o polvo

alemão, que acertou todosos resultados da Copa doMundo da África do Sul. Achoque morreu.

O primeiro golaço que SãoPaulo marcou nessa duradisputa foi do craque tãoinesquecível quantoLeônidas da Silva: orinoceronte Cacareco, nocomecinho dos anos 1960,não sei bem.

Todos os candidatos avereador tomaram um

vareio de bola de umcandidato casca grossa,gordão, sem marqueteiro eque nada prometeu, eramudo como uma porta. Teve100 mil votos, mais do que alegenda mais votada.

O Rio reagiu e empatoucom competência deltiana

(da Delta) para produzirfundos não contabilizadospara financiar nebulosascampanhas políticas, eelegeu deputado o MacacoTião, com esmagadoravotação, 1x1 no placar.

São Paulo, porém, nãopode parar. EscalouTiririca, vindo dos cafundósde não-sei-onde, quemarcou um milhão etrezentos e cinquenta milgols de placa,conquistando logo de carao título de artilheiromáximo. Até Romário ficoude queixo caído, 2x1 pranós.

Tiririca e Romário são osdeputados federais maisassíduos, Deus fazassistências corretas compasses em curva.

Hoje: há possibilidade denovo empate, o Rio

vem com Eduardo Mães,com possibilidade deocupar a vaga do MacacoTião, nunca dantespreenchida. Não acredito;nem o craque, governadorSérgio Malandro, perpetroua façanha de capturar oencantamento que acariocolândia sente peloMacaco Tião.

São Paulo descobriu maisum Neymar, ungido peloBispo Edir Macedo, queobrou a união das maisdiversas confissões

religiosas, incluindo SãoIbope e Santa DataFalha, eencenou o milagre damultiplicação das intençõesde voto.

Malufice, audácia e cara-de-pau para o bem e para omal, são alguns dosingredientes usados nafabricação do saboneteinventado para dar outralavada na cara do "País dosmais de 80%" – o MeninoMalufinho.

São Paulo é muito capazde mandá-lo chutar o

pênalti e marcar o gol, comojá o fez com o rinoceronteCacareco e Tiririca. Cidadeaberta, sem preconceitos, jáelegeu para a Prefeiturauma mulher nordestina; umafrodescendente carioca;uma grã-fina, criadora doimortal conceito de filosofiapura, "Relaxa e Goza", ex deespecioso indivíduo desobrenome milionário,cabide de caríssimas grifesparisienses, atual primeira-dama do Jóquei Clube e quese diz "mulher do povo".Mais recentermente, SãoPaulo elegeu um elementoque a grã-fina citadainsinuou que é gay. Viver evotar em São Paulo pode serperigoso, mas é divertido.

O que vier, veio;Democracia é assim mesmo.

NEIL FERREIR A É PUBLICITÁRIO

Marcelo Fonseca/AE

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sexta-feira, 28 de setembro de 20124 DIÁRIO DO COMÉRCIO

Secretária esquecida333 A ex-secretária de Marcos Valério,Fernanda Karina Somaggio, sete anosdepois da explosão do escândalo e aos39 anos, não acompanha o julgamento domensalão e acha que “isso tudo vai darem nada”. Na época, falou de “malas dedinheiro” e denunciou as relações entre

Valério e Dirceu, Genoino, Delúbio Soares e Silvinho Pereira.Nunca mais conseguiu um emprego, virou dona de casa, mora numachácara no interior de São Paulo e está casada pela segundavez. Foi ameaçada de morte, estuda biologia por conta própriae afirma que faria tudo de novo. E ganhou todos os processosque Valério lhe moveu, sob a acusação de extorsão.

[email protected] 3 3

k

Colaboração:Paula Rodrigues / A.Favero

333 A presidente Dilma Rousseff,pressionada pelo volume iminentede derrotas que o PT poderá sofrernas eleições municipais, estariadebruçada sobre uma possível

reforma ministerial – e a toque de caixa. Gleisi Hoffmann seriasubstituída na Casa Civil por Fernando Pimentel, atual ministrodo Desenvolvimento Econômico e não por Aloyzio Mercadanteque iria para o Itamaraty (ela não suporta mais Antonio Patrio-ta). O problema com Pimentel é seu lado de consultor, embora aComissão de Ética da Presidência já tenha limpado sua barra.Mercadante é seu queridinho, Gleisi voltaria ao Senado para sepreparar para disputar o governo do Paraná e dois ministériosficariam disponíveis para serem negociados em troca de apoioa Fernando Haddad (Chalita iria mesmo para a Educação).

333 A jogadora de vôlei SheillaCastro, 29 anos, bicampeã mundial(medalhas de ouro em Pequim,2008 e Londres, 2012), mineira quemora em São Paulo (vai jogar pelo

Sollys/Nestlé, de Osasco), acaba de ser conquistada pela febrede nudez que assola o país: é capa (coberta apenas por uma boladourada) e recheio da nova edição de Vip, onde exibe umatatuagem com o símbolo dos Jogos Olímpicos nos quadris. EmPequim, ela estava namorando: “Sempre namorei. Fico solteirae namoro rápido. As meninas dizem que eu tenho amor aopróximo: próximo!” (e faz um gesto de chamar com a mão).

MAIS: antes da explosãode pandeiros, tamborins ecuicas, o bloco atacará deDanúbio Azul, executadacom chocalhos e pratos.

MISTURA FINA

Agendas italianas333 O setor gráfico está em péde guerra com o resultado dalicitação da Caixa EconômicaFederal que quer comprar nadamenos do que cinco milhões deagendas para distribuir junto acliente especiais, empresas, mídiae demais áreas, além de opinionmakers e políticos de todo o país.Disputavam a licitação a Posigraf,do grupo Positivo e a veteranaBrindes Pombo, que acabouvencendo na base do menorpreço. E – surpresa – vai importaros cinco milhões de agendas daItália, esmagando a industrianacional e na contramão daspromessas do governo.

SOBREVIVENTES333 Segundo o Guia Salarial2012, produzido pela Hays,as empresas consideramque reagiram de forma muitoboa (34%) ou adequada (50%)ao ambienteeconômicoinstávelde 2011. Só que 84% apontama excessiva cobrança deimpostos como a maiordificuldade enfrentada nosnegócios. Mais: 61% confessamdificuldades em encontrarprofissionaisqualificadose58%acham a legislação trabalhistaexcessivamente rígida.

A bailarina e atriz AnaBotafogo será a rainhada bateria do bloco Vemni mim que eu soufacinha, de Ipanema.

Foto: Valério Trabanco

Causa e efeito333 Poderosos empresáriosacompanham de perto ojulgamento do mensalão: se osministros do Supremo TribunalFederal concordarem com orelator Joaquim Barbosa noentendimento de que o marcoregulatório do setor energéticoteria sido mesmo aprovado comvotos comprados no Congresso,deverão se unir em bloco e irà justiça. Essa iminenteassociação de empresas dosetor tentará anular a lei nopróprio Supremo. Do ladode fora, providenciarão umacampanha de informaçãoacusando a irregularidade.

TANQUINHO333 Esta semana, Pelérecebeu Ronaldo Nazário paraum almoço na sede da AmaBrasil, que está cuidando dofuturo Museu Pelé. Ronaldoestá participando de umamaratona no Fantástico paraver se consegue emagrecere Pelé, de gozação, disse queseria o personal trainer doex-Fenômeno. Aí, exibiu suabarriga de tanquinho paradesalento do outro, já commais de 100 quilos. Aconversa foi gravada parao programa e Pelé deu suareceita para manter a formaaos 71 anos de idade. À mesa,comida japonesa, água e chá.

Usos e costumes333 Karl Lagerfeld, um dosmaiores nomes mundiais damoda e figura famosa por suasdeclarações sempre debochadas,é o entrevistado do mês na revistamasculina M, onde fala de seuestilo e hábitos pessoais. Algumasfrases: “Uso rabo de cavalo há 35anos”, “Ter tatuagens é como sevestir de Pucci em tempo integral”,“Malhar é tão chato quando falarde doenças”, “Odeio manicure,odeio que me toquem os dedose o que mais odeio na vidasão chinelos. Sou fisicamentealérgico a chinelos!”.

É O MAIOR333 O ex-presidente Lula estáquase atingindo a marca de240 mil fãs no Facebook. É opolítico com maior númerode seguidores da rede social.

Brasil na cabeça333 Segundo levantamentofeito por escritórios deadvocacia que atendem clubesde futebol, pela primeira vez oBrasil acaba de alcançar as trêsprimeiras posições no rankingdas mais caras contrataçõesde jogadores de futebol. Oscraques Lucas e Thiago Silvaforam vendidos por 43 milhõesde euros e 42 milhões de euros,respectivamente, para o francêsPSG. Na seqüência, o jogadorHulk foi negociado para o cluberusso Zenit por 40 milhõesde euros. Em 2011, a maiortransferência de um brasileirofoi a de Danilo, do Santos: foivendido ao português Portopor 13 milhões de euros.

Entre quatro paredes, sou a maior quenga do mundo.

À toquede caixa

Meninade ouros

Garota de 50 anos333 Será lançado hoje, em São Paulo, na Livraria Cultura,o livro A Eterna Garota de Ipanema, biografia de HelôPinheiro, inspiradora da famosa música de Tom Jobim eVinicius de Moraes, composta nos anos 60 e que estácomemorando 50 anos. Ela foi, ao mesmo tempo, musa eamiga da dupla e descreve o primeiro encontro com eles, opedido de casamento que recebeu de Jobim e os conse-lhos matrimoniais que recebeu de Vinicius que, à propósi-to, se casou nove vezes. Helô tem hoje 68 anos, é mãe deTiciane e sogra de Roberto Justus.

Charmecom SM

333 Ela vem de InsensatoCoração e é Liara em Cheiasde Charme. No cinema,veio de Tropa de Elite 2 edesembarcou em E

Aí...Comeu?. Agora, a gaucha Tainá Müller, 30 anos, que veioestudar teatro em São Paulo, iniciou como VJ aos 19 anos etrabalhou como modelo entre Milão e Hong Kong, protagonizaensaio repleto de sensualidade, com toques de sadomasô (chicote,roupa rasgada e tudo mais), na nova edição da Top Magazine,com cliques de Valério Trabanco. E exibe o seio nu, tratando decobrir parte dele com a ponta dos dedos. Com charme, claro.

IN OUTh

h

Lapelas estreitas.Lapelas médias.

IVETE SANGALO // cantora e atriz, inspirada pelo personagem Maria Machadão, da novela Gabriela.

333 JARBAS Vasconcelos(PMDB-PE) agora aliado deEduardo Campos, conta queassistiu o último comício deLula em Salvador e achou“uma coisa constrangedora”.E emenda: “Tinha poucagente. Ele está definhando”.Aproveita também, para cutucaro senador Aécio Neves: “Eleé uma figura totalmenteincorporada à paisagem demediocridade do Senado”.

333 DEVIDO à deficientearticulação no Congresso, apresidente Dilma Rousseff já seprepara para troca de guardatotal: quer substituir o líderno Senado, Eduardo Braga(PMDB-AM), o líder na CâmaraFederal, deputado ArlindoChinaglia (PT-SP) e o senadorJosé Pimentel (PT-CE), líderdo governo no Congresso. Nocaso de Pimentel, a Chefe doGoverno considera o petista“uma figura decorativa”.

333 DEPOIS das eleições, oPlanalto enviará ao Congres-so um pacote de projetos.Nele, um que cria regras paragreves do setor público eoutro, que pune empresasque demitem muito sem justacausa. A idéia veio do Ministé-rio do Trabalho: aumentar aalíquota do PIS às empresasque demitem muito e reduzirpara as que demitem pouco.

333 VERDADEIRO blockbusterdo cinema nacional, o filme SeEu Fosse Você, que teve até onúmero 2, com Tony Ramos eGlória Pires (direção de DanielFilho), vai virar série de televisãoe deverá estrear em março naFox. A idéia básica e ir trocan-do os personagens centrais acada temporada.

333 ATRIZ, cantora e queganhou popularidade por suaparticipação em Casa dosArtistas 2, Mariana Kupfertambém poderá participar dasegunda temporada deMulheres Ricas, na Band. Elatrabalhava também no progra-ma Pânico, na Jovem Pan epreferiu sair porque os homensfaziam gozações em cima dela.Não queria ficar com a famade “burra”: no seu lugar,entrou Sabrina Sato, queficou milionária.

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sexta-feira, 28 de setembro de 2012 5DIÁRIO DO COMÉRCIO

ANTESJefferson nemrecebeu a pena eum ministro já falaem perdão.

LEMBR ANÇACarmem Lúciaalerta o eleitor parao fato de que hábons políticos.

política

Por maioria, STF condena Jefferson.O presidente do PTB, o deputado Valdemar Costa Neto e mais sete réus foram condenados por 6 a 0. Mas o ministro Luiz Fux já defende até perdão para o delator.

No mesmo dia em queo Supremo TribunalFederal (STF) deci-diu por maioria con-

denar, entre outros, o delatordo Mensalão, o ex-deputadofederal Roberto Jefferson (RJ)e atual presidente nacional doPTB, o dirigente partidárioanunciou que está se licen-ciando da direção pelos próxi-mos seis meses.

O motivo não está relacio-nado ao julgamento. "Não temrelação. Na véspera da elei-ção, ele começa o tratamentode quimioterapia", anunciou

Benito Gama, vice-presidenteda legenda que passará ao co-mando do partido. A informa-ção foi dada pelo próprio Jef-ferson por telefone, que irá sededicar excluisvamente ao

tratamento de câncer no pân-creas, diagnosticado em julhodo ano passado.

Gama também não soubedizer qual será o futuro dele apartir da condenação pelo

STF. "Vamos pensar no mo-mento adequado", respon-deu. O ex-deputado coman-dou o PTB entre 2003 e 2005,quando estourou o escândalodo Mensalão e ele decidiu se li-

cenciar do cargo. Voltou emsetembro do ano passado pa-ra, mais uma vez, sair.

O voto proferido pelo minis-tro Gilmar Mendes formou amaioria (6 a 0) no STF pela con-denação de Jefferson e do de-putado federal Valdemar Cos-ta Neto (PR-SP) pelo crime decorrupção passiva. Costa Ne-to também foi condenado pelamaioria por lavagem de di-nheiro. Nesta parte do julga-mento, que avalia a compra deapoio político no Congressopelo governo de Luiz Inácio Lu-la da Silva, faltam os votos dosministros Dias Toffoli, quecompletará a leitura na segun-da-feira, Marco Aurélio Mello,Celso Mello e Ayres Brito.

Condenados – Ao todo, 9 dos13 réus foram condenados pe-la maioria dos ministros. O ex-assessor do PL (atual PR), Ja-cinto Lamas, o ex-assessor doPP, João Cláudio Genu e os ex-deputados Bispo Rodrigues(ex-PL-RJ), Romeu Queiroz(ex-PTB-MG) e José Borba

(PMDB-PR) foram condenadospor corrupção passiva.

Jacinto Lamas também foicondenado (6 a 0) pelo crimede lavagem de dinheiro. O ir-mão Antonio Lamas foi absol-vido pela maioria (6 a 0) dasacusações de formação dequadrilha e lavagem de di-nheiro por falta de provas.

Antes, com o voto do minis-tro Dias Toffoli, a maioria já ha-via condenado o ex-deputadofederal Pedro Corrêsa (PP-PE)pelo crime de corrupção passi-va e o empresário EnivaldoQuadrado, da corretora Bô-nus-Banval, por lavagem dedinheiro. O crime de corrup-ção pode acarretar prisão de 2a 12 anos e o de lavagem de 3 a10 anos de reclusão.

Liberdade para Jefferson –Mas nem todos poderão ir paraa cadeia, se depender do mi-nistro Luiz Fux. Por exemplo,Jefferson foi cassado e agoracondenado porque admitiu terrecebido R$ 4,5 milhões do es-quema que ele chamou de

Mensalão. Ele justificouque o dinheiro foi distribuí-do entre candidatos do seupartido em troca de apoio àcandidatos do PT nas elei-ções de 2004.

Lição de ética – A ministraCarmem Lúcia, ao votar pe-la condenação de políticos,passou ontem um recadoaos eleitores brasileiros,pedindo para que eles nãopercam a crença na políti-ca, principalmente às vés-peras da eleição municipal."Eu não gostaria que a al-guns dias de uma eleição ojovem brasileiro desacredi-tasse da política por causado erro de um ou de outro",disse a ministra´, que tam-bém preside o Tribunal Su-perior Eleitoral (TSE).

Ela ressaltou que "a polí-tica é necessária", emboratenha reconhecido que "eladeve ser muito difícil", afir-mou. "Não deve ser fácil fa-zer com que 513 deputadosfederais chegue a um con-senso durante as vota-ções". A ministra sustentouque um governo sem apoio,tende a cair. (Agências)

Guerra entre Marco Aurélio e Barbosa no STFOs dois utilizam a mídia para mandar recados. O primeiro coloca em dúvida a capacidade do relator para presidir o tribunal e o segundo reage.

interrompeu o relator durantea discussão nesta semanacom o revisor Ricardo Lewan-dowski, especialmente quan-do insinuou que ele estaria fa-zendo "vistas grossas" sobreas provas dos autos.

Respeito – Marco Aurélio exi-giu do relator que respeitassea instituição. "Estamos numcolegiado de alto nível", disse,acrescentando que "temosque respeitar os colegas".

As intervenções de poucoadiantaram. Barbosa cobroutambém a distribuição dos vo-tos do revisor "para prestarcontas à sociedade", comodisse em plenário. Lewan-dowski, visivelmente contra-riado, reagiu. "Não me diga oque tenho de fazer". Então,Barbosa disparou: "Faça-ocorretamente".

Mais uma vez, Marco Auréliointerferiu. "Policie sua lingua-gem", disse, ao que Barbosaretrucou afirmando que nãoestava "ofendendo o vernácu-lo". Mello lembrou, então, quenão havia "campo para vossaexcelência ficar agredindo".

Ontem Barbosa voltou a de-fender seu ponto de vista. Orevisor não reagiu, mas MarcoAurélio comentou. "Estoupreocupado. O presidente éum algodão entre cristais. Nãopode ser metal entre cristais",declarou. (Agências)

Marco Aurélio nãoesconde apreocupação com otemperamento deJoaquim Barbosa,que vai assumir apresidência do STFem novembro. Oseu comportamentotambém chama aatenção dos demaismagistrados.

Ocomportamento deJoaquim Barbosa, rela-tor do Mensalão no Su-

premo Tribunal Federal (STF),que tem agido no processo co-mo promotor e até assistentede acusação, foi duramentequestionado ontem pelo mi-nistro Marco Aurélio Mello,que colocou em dúvida até asua capacidade para presidir aCorte, a partir de novembrocom a aposentadoria compul-sória do atual presidente, Car-los Ayres Britto.

De acordo com Marco Auré-lio, "como é que o ministro Joa-quim Barbosa vai coordenar otribunal? Como vai se relacio-nar com os demais órgãos edemais poderes? Mas vamosesperar, pois nada como umdia após o outro", afirmou.

As indagações de Marco Au-rélio não ficaram sem respos-tas. Barbosa reclamou das de-clarações para o presidentedo STF, Ayres Britto. "Quemesse cara pensa que é", afir-mou no meio do plenário, apóso fim da sessão do Mensalão.Britto tentou apaziguar. Pediupara Barbosa ignorasse as de-clarações de Marco Aurélio.

Não ignorou e em declara-ção para O Globo acusou. "Aocontrário de quem me ofendemomentaneamente, devo to-da a minha ascensão profis-sional a estudos aprofunda-

dos, à submissão múltipla ainúmeros e diversificados mé-todos de avaliação acadêmicae profissional. Jamais me valiou tirei proveito de relações denatureza familiar", afirmou,insinuando que Marco Aurélionão tenha estudado o sufi-ciente para chegar ao cargode ministro, mas se valido doparentesco com o ex-presi-dente Fernando Collor de Mel-lo, que o nomeou.

Como é que oministro Barbosavai coordenar otribunal? Como vaise relacionar comos demais órgãos edemais poderes?

MAR CO AURÉLIO ME L LO

Barbosa disse ainda queMarco Aurélio costuma ser umproblema para todos os presi-dentes do STF. "Um dos princi-pais obstáculos a ser enfrenta-do por qualquer pessoa queocupe a presidência tem umnome: Marco Aurélio Mello". Egarantiu que, se assumir apresidência, não fará inter-venções inapropriadas.

Marco Aurélio, por sua vez,

Nelson Jr./SCO/STF

José Cruz/ABr

Eu não gostariaque a alguns diasde uma eleição, ojovem brasileirodesacreditasseda política porcausa do erro deum ou de outroministro.

CARMEM LÚCIA

Roberto Jefferson: ex-deputado pede licença da presidência do PTB no dia da sua condenação pelo STF.

Wilton Júnior/AE – 05.08.12

A licença delenão tem relaçãocom ojulgamento. Navéspera daeleição, ele vaicomeçar otratamento dequimioterapia.

BE N I TO GAMA

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sexta-feira, 28 de setembro de 20126 DIÁRIO DO COMÉRCIO

Instrumentos como a Lei da Ficha Limpa têm mostrado sua eficácia na tarefa de impedir os corruptos de ocuparem cargos públicos.Nota da Conferência Nacional dosBispos do Brasil (CNBB)política

Russomanno: orações ao lado dos bispos Estevam e Sônia Hernandes, da igreja evangélica Renascer.

Juca Varella/Folhapress

Dias Toffoli: denúncia contra o ministro está há um mês na Advocacia-Geral do Senado

Lula: ação contra ele e o ex-ministro Amir Lando por improbidade administrativa.

Ações contra Toffoli e Lula estão na filaEnquanto o Senado avalia suspeição do ministro em julgar o Mensalão, a Justiça Federal do DF examina atuação do ex-presidente no caso de empréstimos consignados.

Adenúncia dos advo-gados paulistanosGuilherme CamposAbdalla e Ricardo de

Aquino Salles contra o minis-tro do Supremo Tribunal Fede-ral (STF) José Antonio Dias Tof-foli por crime de responsabili-dade completa hoje um mêsde análise na Advocacia-Geraldo Senado. O procedimento,de acordo com a Mesa Direto-ra do Senado é consideradonormal. Somente depois daanálise jurídica, o documentopode ser enviado para a Co-missão de Constituição e Justi-ça (CCJ) e depois ao plenáriopara os votos dos senadoresou arquivado.

"Estamos esperando o an-damento do processo", disse,ontem, o advogado Ricardo deAquino Salles.

Pela lei que trata do impea-chment de ministros do STF,prerrogativa exclusiva do Se-nado, a denúncia terá de ser li-da no expediente da sessãoseguinte e "ato contínuo des-pachada a uma comissão es-pecial". A Mesa Diretora do Se-nado entende diferente – queo primeiro passo é encami-nhar a denúncia à Advocacia-Geral para subsidiar a decisãodos senadores.

Na denúncia, entregue aossenadores no dia 21 do mêspassado, os dois advogadossuspeitam da atuação parcialdo ministro no julgamento doMensalão e por proceder demodo incompatível com ahonra, dignidade e decoro desuas funções. Abdalla e Salles

mostram a proximidade doministro com o ex-ministro daCasa Civil José Dirceu, acusa-do pelo Ministério Público deser o "chefe da quadrilha doMensalão".

E les informam que, em2000, Toffoli teria atuado co-mo advogado de defesa deDirceu, então deputado do PT.Além disso, lembram que Tof-foli foi reprovado duas vezesno concurso para juiz de pri-meira instância e que não de-tém "título acadêmico en-quanto prestador de serviçoprivado ou professor".

se inicial e a última movimen-tação aconteceu dia 17 de se-tembro aguardando nova de-cisão do juiz. No final de janei-ro do ano passado o MinistérioPúblico Federal do DF apre-sentou a ação. Para tentar fa-zer o processo andar, uma pe-tição no site Petição Pública,em fase de coleta de assinatu-ras há um ano, tem mais de 12mil assinaturas de eleitores.

Lula e Lando são acusadosde utilizar a máquina públicapara promoção pessoal e fa-vorecer o Banco BMG, envolvi-do no esquema do Mensalão.As irregularidades acontece-ram entre outubro e dezem-bro de 2004. Segundo apura-ções do MPF-DF e do Tribunalde Contas da União, mais de10,6 milhões de cartas de con-teúdo propagandístico foramenviadas aos segurados doINSS com dinheiro público.Elas informavam sobre a pos-sibilidade de obtenção de em-préstimos consignados comtaxas de juros reduzidas. Amanobra custou aos cofrespúblicos cerca de R$ 9,5 mi-lhões, gastos com impressão epostagem das cartas.

Danos – O ministro GilbertoCarvalho, da Secretaria-Geralda Presidência, afirmou on-tem que o governo está ocu-pado com problemas sociais,para acompanhar o julgamen-to do Mensalão. Mas admitiuque o PT está tendo muito tra-balho para reverter os danos àsua imagem. "A gente traba-lha muito no governo, nos fi-nais de semana, nas campa-nhas eleitorais, para fazer va-ler o peso da nossa históriaque transforma o País", disse.

CNBB informa: não orienta o voto dos fiéis.Presidente da entidade, dom Raymundo Damasceno nega que a igreja influencie eleitores e que prega apenas o voto "consciente e limpo".

tão dele na prefeitura.Ontem, a CNNB divulgou a

mensagem em prol do voto"consciente e limpo", em Bra-sília. Na campanha, a entida-de chama a atenção para a Leida Ficha Limpa.

"São instrumentos que têmmostrado sua eficácia na tare-fa de impedir os corruptos deocuparem cargos públicos".Na análise da igreja Católica,"o resgate da ética na políticae o fim da corrupção eleitoral"merecem a atenção perma-nente dos eleitores.

Renascer em votos – Em cam-panha, o candidato à prefeitu-ra paulistana Celso Russo-manno (PRB), que se procla-ma católico, concentrou-seontem em orações ao lado dosbispos Estevam e Sônia Her-nandes, l íderes da igrejaevangélica Renascer.

A relação do partido de Rus-somanno com a Igreja Univer-sal do Reino de Deus, do bispoEdir Macedo, porém, é um dosprincipais pontos exploradospelos adversários do candida-to, que lidera as pesquisas deintenção de voto, na frente deJosé Serra (PSDB) e FernandoHaddad (PT). (Agências)

Opresidente da Confe-rência Nacional dosB i s p o s d o B r a s i l

(CNBB), cardeal RaymundoDamasceno, negou ontemque a Igreja Católica oriente osfiéis nas eleições. Segundo oportal G1, ele defendeu que oeleitor conheça o histórico doscandidatos e afirmou que "nãose pode usar" a religião paracaptar voto. "Não se deve ins-trumentalizar a religião".

Durante lançamento demensagem em que pede o vo-to "consciente e limpo" naseleições municipais, o cardealfoi questionado a respeito dascríticas emitidas pela Arqui-diocese de São Paulo contra ochefe da campanha de Russo-manno, o pastor Marcos Perei-ra, presidente do Partido Re-publicano Brasileiro (PRB).

Sem citar nomes, o cardealrespondeu que a igreja nãoorienta seus fiéis: "O voto, co-mo nós sabemos, é pessoal,instranferível, e ele deve serconsciente e livre. A igreja nãoindica candidatos de um modogeral. Como diz a nota, o elei-tor deve avaliar o candidato,em quem vai votar, e realizar eexercer este direito cidadão".

Na semana passada, o arce-bispo de São Paulo, dom OdiloScherer, distribuiu nota comcríticas ao pastor por causa detexto publicado por ele emmaio de 2011, no qual Pereiraassociou o "kit anti-homofo-bia", que ficou conhecido co-mo "kit gay", à influência daIgreja Católica.

JOGO DE EMPURRA – Em greve desde o dia 7 de agosto, policiais federais protestaram ontem naPraça dos Bandeirantes, em frente ao Parque do Ibirapuera. Além de faixa no monumento de VictorBrecheret, os agentes também carregaram um grande elefante branco pelas proximidades eespalharam cinzas pelo parque em sinal de morte simbólica da categoria.

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Dom Damasceno: conclamação à consciência e destaque para a Lei da Ficha Limpa.

Ed Ferreira/AE - 11.08.11

O ministro DiasToffoli não detémtítulo acadêmicoenquanto prestadorde serviço privadoou professor.

GUILHERME CAMPOS ABDALL A

E RIC ARDO AQUINO SALLES

Quanto à falta de decoro, osadvogados citam o fato de oministro ter se expressadocom palavras de baixo calãocontra um jornalista que teriacriticado José Dirceu.

Lula – Outro processo ligadoao Mensalão, desta vez envol-vendo o ex-presidente LuizInácio Lula da Silva e o ex-mi-nistro da Previdência SocialAmir Francisco Lando por im-probidade administrativa,continua aguardando julga-mento na Justiça Federal doDistrito Federal.

O processo ainda está na fa-

Não se deveinstrumentalizar areligião. O voto épessoal,instranferível, edeve ser conscientee livre.

DOM RAY M U N D O DAMASCENO

A relação só se pacificou noúltimo sábado (22), com umavisita de Russomanno a Sche-rer. Na reunião, o candidatoreafirmou suas origens católi-cas. Em compromissos decampanha, Russomanno temnegado que a Igreja Universal,ligada ao PRB, vá ter influênciadentro de uma eventual ges-

Nelson Jr./SCO/STF

Alex Silva/AE

Mário Tonocchi

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sexta-feira, 28 de setembro de 2012 7DIÁRIO DO COMÉRCIO

Os números não condizem com a realidade (a avaliação de Haddad pelo Datafolha).Chico Macena, coordenador de campanha de Fernando Haddadpolítica

Russomanno cai pela primeira vezPesquisa Datafolha aponta que o candidato do PRB perde 5 pontos; Serra e Haddad empatam. Em eventual 2º turno, Haddad venceria Serra por 48% a 38%.

Pesquisa Datafolha/TVGlobo divulgada on-tem indica que pelaprimeira vez o líder na

disputa pela Prefeitura de SãoPaulo, Celso Russomanno doPRB, caiu na intenção de votodos eleitores. Foram 5 pontosporcentuais – de 35%, na mos-tra do dia 20 para os atuais30%. A disputa pelo 2º lugarcontinua acirrada e mostraempate técnico entre JoséSerra, do PSDB, e FernandoHaddad, do PT.

Na pesquisa divulgada noinício da noite de ontem, o tu-cano oscilou positivamente de21% para 22% e o petista su-biu de 15% para 18%. Como amargem de erro é de 2 pontospo rce ntua ispara mais oupara menos,Serra e Had-dad estão es-ta tist icam en-t e e m p a t a-dos.

G a b r i e lC h a l i t a , d oPMDB, regis-trou 9%, Soni-nha Francine(PPS) 4%, Paulinho da Força(PDT) 1%, Carlos Giannazi(PSol) 1% e Ana Luiza (PSTU)1%. Os outros não pontuaram.Votos brancos e nulos somam8% e não sabe, 6%. Nos váli-dos, Russomanno tem 34%;Serra 25%, Haddad 21%, Cha-lita 10% e Soninha 5%.

Nas simulações de 2º turno,Russomanno venceria Serrapor 50% a 34%. Num 2º turno,entre Russomanno e Haddad,o candidato do PRB venceria opetista por 49% a 34%. Emeventual 2º turno entre Had-dad e Serra, o petista venceriao tucano por 48% a 38%. O Da-tafolha apurou também o índi-ce de rejeição dos candidatosà Prefeitura de São Paulo. Ser-ra lidera o quesito com 45%,seguido de Haddad (24%),Russomanno (22%), Soninha

(22%) e Chalita (14%).O Datafolha ouviu 1799 elei-

tores entre 26 e 27 de setem-bro. A pesquisa está registra-da no Tribunal Regional Eleito-ral de São Paulo (TRE-SP).

O coordenador da campa-nha de Haddad, vereador An-tonio Donato, minimizou o re-sultado da pesquisa e avaliouque o petista vem apresentan-do um crescimento consisten-te nas últimas semanas. "Dis-cutir pesquisa é bobagem, te-mos de fazer campanha. Ocrescimento dele é consisten-te". Na avaliação de outro co-ordenador, vereador ChicoMacena, "os números não con-dizem com a realidade". E con-clui: "Não é o que a gente sente

e o que a gen-t e v ê n a sruas".

Lacerda cai –O petista Pa-trus Ananiasdiminuiu a dis-tância em re-lação ao atualp r e f e i t o d eBelo Horizon-te, Marcio La-cerda (PSB),

mas não o suficiente para evi-tar a reeleição já no 1º turno,segundo o Datafolha. De acor-do com a pesquisa, Lacerdacaiu de 49% para 45% emduas semanas, e Patrus osci-lou de 31% para 32%.

E cai ACM Neto– O candidatodo PT à prefeitura de Salvador,Nelson Pelegrino, ultrapassoupela primeira vez ACM Neto(DEM), aponta a pesquisa Ibo-pe. O petista, que tinha 27%na consulta anterior, subiu pa-ra 34%. Há um mês, ACM Netotinha 40%, contra 16% de Pe-legrino. A mudança no cenárioocorre após a coligação do PTacusá-lo de ser contra as cotasraciais nas universidades pú-blicas e retomar o episódio de2005, quando, em discurso,ACM Neto ameaçou dar uma"surra" em Lula. (Agências)

Em simulações de 2ºturno, Russomannovenceria Serra por

50% a 34%. ERussomanno

venceria Haddad, por49% a 34%.

Apoio selado com batomOcandidato do PSDB à

Pre fe i tura de SãoPaulo, José Serra, re-

cebeu uma declaração deapoio inusitada na tarde deontem: um beijo na boca.

Ao lado de apoiadores,Serra fazia caminhada na ruaJosé Paulino, no Bom Retiro,e cumprimentava eleitores.

Ao passar pela loja em queTalita Coelho trabalha, o tu-cano foi chamado pela moça.O candidato lhe deu um abra-ço, mas a vendedora, nãocontente, segurou o rosto dotucano com as duas mãos eaplicou-lhe um beijo na boca.Depois do episódio absoluta-mente imprevisto, Serra não

conseguiu esconder a carade susto. Em vão. A moça nãose alterou. E fez questão deatacá-lo com um segundobeijo – na boca.

"Da primeira vez, eu acheique ela tinha errado a mira,mas depois, eu vi que não",resumiu um Serra ligeira-mente desconfortável.

Depois do beijo imprevisí-vel que marcou a jornadaeleitoral de ontem, José Ser-ra continuou a caminhadapelo bairro e, já recuperado,o candidato tucano prome-teu que, se eleito, vai melho-rar a infraestrutura de cen-tros de compras popularesem São Paulo. ( Fo l h a p r e s s )

Beto Oliveira/Ag. Câmara

Agora sabe: deputado constata que há "outros interesses" no Congresso.

Desiludido, Tiriricadiz que pode deixar a política.

Odeputado federal Tiriri-ca (PR-SP) afirmou quehá outros interesses no

Congresso motivo pelo qualadmite que talvez não tente areeleição em 2014.

"Eu não sei se pretendo con-tinuar, por ser muito difícil ládentro (da Câmara dos Depu-tados)", disse Tiririca, em en-trevista à rádio Liberdade FM,de Aracaju (SE).

Palhaço eleito com 1,3 mi-lhão de votos, ele demonstradecepção com a burocracia doCongresso. "Eu pensei quechegando à condição que che-

guei, ia lá e ia aprovar projetosque iam beneficiar a popula-ção(...) mas não é assim. Háoutros interesses".

Tiririca também disse queboa parte da população enca-ra o político como ladrão e res-saltou que se sente muito felizquando as pessoas o elogiampor seu trabalho na Câmara.

Congresso esvaziado – Ascampanhas eleitorais nos es-tados esvaziaram o Congres-so ontem e impediram a reali-zação de sessões nos plená-rios da Câmara e do Senado.

Dos 594 congressistas, en-

tre deputados e senadores, só11 registraram presença – to-dos na Câmara, com 513 inte-grantes. No Senado, nenhumdos 81 parlamentares veio pa-ra abrir a sessão de discursosda de ontem na Casa.

O cenário, que costumaocorrer em anos eleitorais, de-ve se repetir nos próximosdias, na semana que antecedeas eleições municipais do dia 7de outubro.

A expectativa é que os par-lamentares retornem a Brasí-lia só depois do primeiro turnoda disputa. ( Fo l h a p r e s s )

Fotos: Paulo Liebert/AE

Diogo Moreira/Frame/Folhapress

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sexta-feira, 28 de setembro de 20128 DIÁRIO DO COMÉRCIO

O lulismo com características quase messiânicas não existe mais.Senador Aécio Neves (PSDB-MG)política

Impeachment de Collor completa 20 anosUm dos fatos mais marcante da história é revisitado por Sidney Sanches, ex-presidente do STF que participou ativamente do processo na época, e absolveu Collor.

Amanhã será reme-morado o d ia emque, há 20 anos, oex-presidente da

República Fernando Collor deMello desceu a rampa do Palá-cio do Planalto pela última vez.Empertigado, nariz empina-do, de braço dado com a mu-lher Rosane, ele acabava deassinar – ostentando umaMontblanc – o documento queo afastava temporariamentede exercer os poderes de pre-sidente. A partir daí o Brasil se-r ia governado por ItamarFranco (1930-2011).

Decolando em um helicóp-tero, estava aberto o processode impeachment, a ser con-cluído com sua renúncia em29 de dezembro de 1992, de-vido à derrota que sofrera noCongresso com o placar de441 votos a 38.

Como hoje, a época tam-bém era de eleição municipal:Paulo Maluf (PDS) venciaEduardo Suplicy (PT) em SãoPaulo, e agora, as muitas ma-nifestações populares contraa corrupção, e pró julgamentodo Mensalão que percorrem oPaís através de redes sociais,não são senão eco dos movi-mentos pioneiros dos 'ForaCollor' e 'Caras Pintadas', da-quela ocasião.

O jurista Sidney Sanches,ex-presidente do SupremoTribunal Federal (STF) queparticipou ativamente do pro-cesso do impeachment, tecepara o Diário do Comércioalgu-mas de suas memórias.

Diário do Comércio – Como foi o

caso da bomba no STF?Sanches – Foi um susto. No

dia do julgamento do 1º man-dato de segurança impetradopor Collor contra a Câmara dosDeputados, eu estava presi-dindo a sessão quando o dire-tor geral me avisou que haviauma bomba no Plenário. A de-núncia havia sido feita pormeio de dois telefonemasanônimos, um ao gabinete doministro Octávio Gallotti, e ooutro ao gabinete do ministroNéri da Silveira. O auditório es-tava lotado; então eu propusum intervalo para o lanche, esem que ninguém percebessea Policia Federal entrou, deuuma geral e não encontrou na-da... Guardei essa história co-migo, para evitar que boatostumultuassem o processo, esó agora passei a divulgá-la.

DC – Qual a atuação do STFdurante o processo deimpeachment?

Sanches – O STF julgou vá-rios mandados de segurançaimpetrados pelo presidenteda República contra decisõesda Câmara dos Deputados edo Senado, e indeferiu todos.Collor sentia-se prejudicadopelo rito que estava sendo ob-servado na Câmara, enten-dendo que a votação seriaaberta, quando deveria, se-gundo ele, ser secreta. E mais,que deveria ser concedido umprazo maior para sua defesa.

DC – Renunciando ao cargo no finaldo processo de impeachment,restou ao Congresso punir Collorcom a interdição do exercício defunção pública pelo período de oitoanos. Porque, então, foi absolvidono Supremo Tribunal Federal?

Sanches –Porque os fatoseram diferentes, os juízeseram diferentes, o foro era di-ferente, e a natureza do pro-cesso era diferente. O Senadoé foro político, onde se é julga-do por políticos, inimigos e ad-versários, sem isenção, e semnecessidade de fundamentaro voto. A imputação dele erafalta de decoro no exercício domandato, por receber dinhei-ro das mãos de seu ex-tesou-reiro de campanha, Paulo Ce-sar Farias (1945-1996), semprocurar saber da origem dodinheiro recebido. Isso é faltade decoro, mas não é crime: é

Para Aécio, Dilma não sabeconviver com opinião contrária.

Osenador Aécio Neves(PSDB-MG) disse on-tem, no Recife, que a

renúncia do ministro Sepúlve-da Pertence à presidência daComissão de Ética Pública daPresidência evidencia bem aforma como a presidente Dil-ma Rousseff "enfrenta aque-les que têm posição diferenteda dela".

"Comissão de Ética Públicaé um instrumento do Estadobrasileiro, não de um gover-no", afirmou. "Ela não existepara agradar presidente daRepública ou ministro de Esta-do", declarou o senador.

Pertence, que renunciou aocargo no início da semana,atribuiu sua decisão a uma"mudança radical" na comis-são, promovida pela presiden-te Dilma. Ela não reconduziupara mais um mandato de trêsanos dois conselheiros indica-dos por ele.

"Parece que não foi essa ainterpretação que deu a presi-dente, no momento em quemostra a sua contrariedade,fugindo à lógica natural de re-condução de dois membrosque incomodaram ao gover-no", disse Aécio.

A nova crítica à presidente

vem nove dias depois de Aécioafirmar que Dilma havia feitouma "maldade" com MinasGerais ao vetar o aumento dosroyalties da mineração, o queimpediu que o Estado elevas-se a arrecadação de impostosdo setor.

Recife, onde participou de atode campanha do candidato tu-cano a prefeito da cidade, Da-niel Coelho, o senador mineirodisse que gostaria de ter o PSBcomo aliado em um projetonacional.

Presidido pelo governadorde Pernambuco, EduardoCampos, o PSB rompeu com oPT em diversas capitais impor-tantes, como Recife, Belo Ho-rizonte e Fortaleza.

"Eu nunca escondi que, doponto de vista nacional, sem-pre tive uma proximidadegrande com o PSB, que não éabalada pelas disputas lo-cais", afirmou Aécio.

"Eu gostaria de ver um mo-mento em que pudesse serconstruído um projeto de paísonde nós poderíamos estarjuntos", disse. "O tempo é quevai dizer a profundidade desserompimento".

Segundo o tucano, o PSDBnão trabalha com uma expec-tativa de aliança imediata.

"O PSB é um partido aliadoao governo federal e não cabea nós desalinharmos. Cabe anós construirmos um projetoalternativo com o qual, quemsabe, o PSB, amanhã, encon-tre alguma identidade".

Senador mineiro diz que caso da Comissão de Ética é um bom exemplo disso.

Governos do PT são maisagraciados pela Petrobras

A conclusão é de um relatório do TCU, que investigou repasses de verbas da estat a l .

46por cento dos

R$ 100 milhões deconvênios da

Petrobras tiveramcomo destino

governos petistas.

SidneySanches:"O povo atéestáacompanhandoo julgamentodo Mensalão,mas não vejograndesmanifestaçõesde rua".

Divulgação

FernandoCollor e

Rosane: casalacena antes desubir a rampado Palácio do

Planalto.

Roberto Jayme/Folhapress

Entre 2003 e 2008, pre-feituras e governos es-taduais do PT recebe-

ram 46% de R$ 100 milhõesde convênios da Petrobraspara auxiliar programas deproteção à infância em cida-des e estados administra-das por grandes partidos po-líticos.

Esta é a conclusão de umrelatório do TCU (Tribunal deContas da União) aprovadoontem que investigou re-passes de verbas da estatalpara governos e entidadesnão governamentais. A em-presa nega favorecimento.

No per íodo de 2003 a2006, foram R$ 27 milhõespara prefeituras do PT con-tra R$ R$ 32 milhões paraprefeituras de outros trêsgrandes partidos (PSDB, PFLe PMDB), o que equivale acerca de 45% dessa verbapara o partido do governo.

Em 2003, o valor chegou a55%. No período, o PT teveentre 5% (2003 e 2004) e13% (2005 e 2006) das pre-feituras administradas poresses quatro partidos nopaís. Já em relação aos go-

vernos estaduais, a verbapara as Fundações de Infân-cia só beneficiaram estadosadministrados pelo PT, comR$ 4 milhões, até 2006. OsEstados que receberam re-cursos foram o Pará e oPiauí.

determinada por uma co-missão formada por inte-grantes da Petrobras e deoutras entidades de apoio àinfância, como o Unicef.

Com isso, segundo o ór-gão, a participação percen-tual do PT nos R$ 27 milhõesdistribuídos às prefeiturasnesses dois anos se reduziupara 42% com o PT quase tri-plicando o número de prefei-turas. Governos estaduaisde outros três partidos divi-diram os R$ 10 milhões dis-tribuídos pela estatal à enti-dades estaduais.

A investigação foi pedidapelo deputado federal ChicoAlencar (PSol-RJ) para apu-rar se havia então favoreci-mento político na distribui-ção dessa verba da estatal.

Segundo o TCU, houvedesvio dos recursos em seisconvênios que somam qua-se R$ 30 milhões, três delesda CUT (somam R$ 25,6 mi-lhões), então ligada ao PT.Segundo o TCU, não há com-provação de que gastos re-passados foram efetuadosnas ações previstas nos con-vênios. ( Fo l h a p r e s s )

Nesta semana, Aécio tam-bém minimizou o capital polí-tico do ex-presidente Luiz Iná-cio Lula da Silva ao afirmar que"o lulismo com característicasquase messiânicas" não exis-te mais. Fazia uma referênciadireta à participação mais in-tensa do petista em comíciospara reverter o insucesso doscandidatos petistas em algu-mas cidades.

Proximidade com PSB – N o-

Em 2007 e 2008, a Petro-bras mudou a forma de dis-tribuição desse tipo de ver-ba - que é uma renúncia dereceita do governo federalpor poder ser abatida em im-posto – que passou a ter amaior parte da destinação

Armando C. Serra Negra

falta de conceito moral, masnão de conceito jurídico. Já noSTF ele foi julgado por crime decorrupção passiva, por juízese não políticos, que não po-dem estar em suspeição emrelação ao réu, ou envolvidosde qualquer forma no episó-dio, e obrigados a fundamen-tar seus votos. Ele foi absolvi-do por 5 votos a 3, e eu fui umdos que o absolveu. Entendique não estava provado queele havia solicitado qualquervantagem em troca do dinhei-ro recebido, e muito menosque a parte doadora obtiveradele algum tipo de vantagem.

DC – Muitas somas de dinheiroforam arroladas na CPI do PC...

Sanches – PC Farias alegavaque o dinheiro era raspa de ta-cho do arrecadado em doa-ções para a campanha eleito-ral. À época, ainda não estavaem vigor a lei que pune lava-gem de dinheiro, nem havia le-gislação que coibisse o apro-veitamento de sobras de cam-panha. E não devemos esque-cer, também, que naquelaocasião a disputa era entreCollor e Lula, tendo este a fa-ma de líder radical de esquer-da que amedrontava os gran-des empresários no País. A talponto que não se furtavam em

Eu fui um dos que oabsolvi. Entendique não estavaprovado que Collorhavia solicitadovantagem em trocado dinheiro.

SIDNE Y SANCHES

afirmar, que se fosse eleito,abandonariam o Brasil, teme-rosos de um regime de es-querda. Muita gente descarre-gou muito dinheiro na campa-nha de Collor, ao que se diz ar-recadando mais de US$ 100milhões. Essa era a verba quePC Farias detinha como tesou-reiro, e repassava às mãos do

peachment a movimentaçãosocial foi bem maior do queagora. O povo até está acom-panhando o julgamento doMensalão, mas não vejo gran-des manifestações de rua.Contudo, na época uma forteimpressão ficou gravada nasociedade, de que até o presi-dente da República pode per-der o mandato se não compor-tar devidamente. Isso tevegrande repercussão interna-cional. Agora está acontecen-do a mesma coisa com os re-sultados do julgamento doMensalão. Os ministros, tantoo relator quanto o revisor, es-tão condenando muitos réus,o relator mais, o revisor me-nos, resta ver como seguirãoos outros ministros. E o Brasilestá acompanhando. Achoque nossa Democracia estáfortalecida e as instituiçõesestão funcionando tão bemquanto há 20 anos.

DC – Caso o STF condene àcassação algum parlamentar, éfácil conseguir a anistia noCongresso?

Sanches – Não é. O pedido deanistia tem que conseguir oapoio da maioria absoluta doCongresso Nacional, e ser re-ferendado pela presidente daRepública.

presidente. Mas não se provouque Collor alguma vez o tenhasolicitado, ou se comprometi-do em alguma barganha.

DC – Há semelhanças entre osmovimentos sociais pelojulgamento do Mensalão e peloimpeachment de Collor?

Sanches –Na época do im-

A Comissão deÉtica Pública não éum instrumento dogoverno. Não existepara agradarpresidente ouministro de Estado.

AÉCIO NE VES

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sexta-feira, 28 de setembro de 2012 9DIÁRIO DO COMÉRCIO

JOGO DE FORÇAS NA SÍRIA

nternacional

O bê-a-báda bombaatômicairaniana

Premiê israelenseadverte: Teerã terá armanuclear em até um ano.

Opr i m ei r o- m in i s tr ode Israel, BenjaminNetanyahu, alertouontem que o Irã terá

urânio enriquecido para cons-truir uma bomba atômica até opróximo verão no HemisférioNorte, em meados de 2013. Aodiscursar na 67ª AssembleiaGeral da Organização das Na-ções Unidas (ONU), o premiêdisse que o mundo precisa ris-car uma "linha vermelha", ouseja uma linha de limite, paraque o Irã recue em seu progra-ma nuclear. "A hora é tardia,muito tardia", disse Neta-nyahu, pedindo que a ONU fixeum ultimato para o Irã.

O prazo, que analistas inter-pretaram como um ultimatopara um possível ataque israe-lense, ofuscou o esperado due-lo entre Netanyahu e o presi-dente da Autoridade Palestina,Mahmoud Abbas, que ocuparao mesmo púlpito pouco antes.

Teerã diz que seu programaatômico tem fins pacíficos, e opresidente iraniano, MahmoudAhmadinejad, em discurso naONU um dia antes, acusara Is-rael e o Ocidente de "intimida-ção nuclear" contra seu país.

Em sua resposta, Netanyahucitou profetas e heróis bíblicos,exaltou os avanços científicosde Israel, comparou o Irã à redeterrorista Al-Qaeda e discorreusobre o choque de civilizaçõesentre o moderno e "as forçasmedievais do Islã radical".

Linha vermelha - Mas o mo-mento mais lembrado de seudiscurso foi a exposição gráficados limites que, segundo Neta-

nyahu, devem ser impostos pa-ra que Teerã desista de fabricara bomba atômica.

Munido de uma cartolinacom o desenho de uma bombacom o pavio aceso, o premiê is-raelense disse que o Irã já con-segue enriquecer urânio a 70%e que é preciso evitar que enri-queça o mineral a 90%, o neces-sário para produzir uma bombanuclear. Segundo ele, este es-tágio estará completo "até apróxima primavera, no máxi-mo até o próximo verão".

Isso equivale a entre seismeses e um ano no calendáriodo Hemisfério Norte. Comuma caneta vermelha, ele ris-cou uma linha no cartaz ondedeve ser imposto o ultimato aogoverno iraniano.

"Dali em diante, serão ape-nas alguns meses, possivel-mente algumas semanas atéque eles tenham urânio enri-quecido suficiente para a pri-meira bomba", alertou.

"A questão relevante não équando o Irã terá a bomba,mas em que estágio não pode-remos mais impedir que o Irãalcance a bomba."

Confrontado por repórteressobre a expressão simplista dodiagrama exibido por Neta-nyahu, o chanceler de Israel,Avigdor Lieberman, disse que aintenção era exatamente essa.

"O recado não foi só parachefes de Estado, mas sobre-tudo para a opinião públicamundial. Quando falamos delinha vermelha, parece con-ceito virtual, mas hoje o pre-miê mostrou que é algo real."

O presidente dos EstadosUnidos, Barack Obama, disseem discurso na ONU na terça-feira que evitará que o Irãconstrua a bomba, mas é con-tra impor um ultimato.

As relações entre Netanyahue Obama estão congeladas. Opresidente dos EUA não rece-beu o premiê de Israel na CasaBranca e sequer marcou umareunião informal em Nova York.Obama deverá dar um telefo-nema hoje a Netanyahu.

Palestinos - Os israelensesnão escondiam a satisfação porterem concentrado as aten-ções no programa nuclear ira-niano, um ano após a Assem-

bleia Geral ter sido dominadapela campanha pelo reconheci-mento do Estado palestino.

Sem a badalação de 2011, odiscurso do presidente da Au-toridade Palestina, MahmoudAbbas, expressou o desesperode um líder encurralado entreuma profunda crise financeira,a divisão interna e o beco semsaída que virou o processo depaz com os israelenses.

Abbas acusou Israel de pra-ticar "limpeza étnica" com aocupação dos territórios pa-lestinos e prometeu, sem dardatas, apresentar um pedidopara elevar o status da Pales-tina na ONU. (Agências)

Netanyahu desenha uma linha vermelha onde deve ser imposto o ultimato para que o Irã desista de fabricar a bomba atômica

Este ano, o palestino Abbas foi ofuscado pela ameaça iraniana.

O FUTURO NAS MÃOS DOS CATALÃESEm desafio ao governo espanhol, parlamento regional aprova realização de plebiscito de independência.

OParlamento da Catalu-nha aprovou ontem aconvocação de um re-

ferendo popular para que oscatalães decidam "livre e de-mocraticamente seu futurocoletivo", em referência à se-paração da Espanha. O gover-no espanhol alertou que ten-tará barrar o processo na Su-prema Corte.

O referendo poderá ser rea-lizado na próxima legislaturaregional, após as eleições jáconvocadas para 25 de no-vembro deste ano.

A proposta foi aprovada por84 dos 135 parlamentares. Ospolíticos do partido governistaConvergência e União (CiU),da direita moderada, votaramem massa a favor do projeto.Apenas 21 parlamentares,dos quais 18 do Partido Popu-lar (PP), votaram contra. Amaioria dos deputados do Par-tido Socialista se absteve.

O presidente regional da Ca-talunha, Artur Mas, liderou nocomeço deste mês uma mani-festação em Barcelona quereuniu pelo menos 600 milpessoas a favor da indepen-dência. Na semana passada,Mas esteve em Madri e tentounegociar sem sucesso com ogoverno uma reforma no pac-to fiscal entre Catalunha e Es-panha – a região teria uma au-tonomia fiscal que apenas o

País Basco tem na Espanha.Oposição - O governo espa-

nhol lembrou ontem que aconvocação de um eventual

referendo defensor da sobe-rania na Catalunha tem queser autorizado pelo Estado.

A vice-primeira-ministra es-

panhola, María Soraya Sáenzde Santamaría, disse que o go-verno do país é totalmentecontra esse referendo, e vaiusar "todas as ferramentas àsua disposição" para impedirque ele seja realizado.

Segundo ela, o referendoseria "inconstitucional". Aconvocação afetaria "todos osespanhóis", por isso a consul-ta teria que ser realizada emtodo o país.

O governo espanhol tentarábarrar o processo na SupremaCorte em Madri. "Não há ape-nas instrumentos jurídicos parapará-lo, mas além disso há umgoverno, este governo, que es-tá disposto a usá-los", afirmou.

Os partidos nacionalistascatalães reclamam que umagrande fatia de recursos pro-venientes da região, respon-sável por 18% do Produto In-terno Bruto (PIB) espanhol,acaba em regiões mais po-bres. Eles tentaram negociarum novo acordo fiscal com ogoverno central, mas a tenta-tiva foi rejeitada recentemen-te pelo primeiro-ministro daEspanha, Mariano Rajoy.

Tanto a Espanha quanto aCatalunha atravessam uma re-cessão profunda, com o au-mento do desemprego e drásti-cos cortes sociais que promo-veram o descontentamento dapopulação. (Agências)

Parlamento pode convocar referendo popular a partir de novembro

Fotos: Lucas Jackson/Reuters

Gustau Nacarino/Reuters

Nakoula atrás das grades

Foi preso ontem em LosAngeles o produtor dofilme "Inocência dos

Muçulmanos", apontado co-mo estopim de uma onda deprotestos iniciada em 11 desetembro que já atingiu maisde 20 países muçulmanos edeixou dezenas de mortos.

Nakoula Basseley Nakou-la, de 55 anos, um cristãoegípcio, é acusado de ter vio-lado os termos de sua condi-cional. Ele foi condenado porfraude bancária e deixou acadeia em 2011 sob diversascondições, inclusive umaque o proibia de acessar a in-ternet sem a permissão deum oficial de justiça.

Os protestos surgidos

após a divulgação de um trai-ler de 14 minutos do filmeque satiriza o profeta Maomégeraram uma onda de vio-lência que provocou váriasmortes, incluída a do embai-xador dos EUA na Líbia.

No último dia 20, um juizde Los Angeles rejeitou o pe-dido de uma das atrizes do ví-deo, Cindy Lee García, paraque fosse retirado do YouTu-be o polêmico filme.

Ela alegou que participoudas gravações do filme porentender que se tratava deuma aventura histórica nodeserto da Arábia, mas queos produtores tinham outrasintenções que esconderamdo elenco. (Agências)

Assange completacem dias de solidão

Ofundador do site Wi-kiLeaks, Julian As-sange, completou

ontem cem dias abrigado naembaixada do Equador emLondres. E não há sinais deuma solução à vista. Oschanceleres do Reino Unido,William Hague, e do Equa-dor, Ricardo Patiño, se reuni-ram ontem para debater a si-tuação do ativista, mas nãochegaram a um acordo.

A reunião, realizada para-lelamente à Assembleia Ge-ral da Organização das Na-ções Unidas (ONU) em NovaYork, foi "muito positiva" e,embora "não vejamos umasolução imediata, entende-mos que há disposição" doReino Unido "para tratar do

tema", disse Patiño.Os chanceleres concorda-

ram em se reunir novamentedentro de "um a dois meses"para debater a questão.

Assange buscou abrigona embaixada para fugir deuma extradição à Suécia,onde é acusado por crimessexuais. O Equador já con-cedeu asilo diplomático aAssange por entender queele sofre perseguição.

O ativista diz que as acusa-ções na Suécia são parte deum complô, orquestrado porWashington, para fazê-lo serjulgado nos Estados Unidospor causa da divulgação dedocumentos secretos. ASuécia e os EUA negam a afir-mação. (Agências)

Rebeldes anunciam o início de uma 'ba-talha decisiva' em Alepo. O regime deAssad responde com o envio de mensa-gens de texto para os celulares do país,com a frase: 'game over' (fim do jogo).Re

uter

s

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sexta-feira, 28 de setembro de 201210 DIÁRIO DO COMÉRCIO

TUK-TUKJá homologado pelo Denatran, triciclo

semelhante aos táxis utilizados em cidadesindianas, ou mesmo andinas, poderá

circular pelas cidades brasileiras.cidades

FRIO RESISTE NA CIDADE – São Paulo registrou ontem a madrugada mais fria desde o começo do ano, com 8,7° C. A marca anterior, de 8,8° C, havia sido registrada em 15 de julho. Por volta das 12h10,a temperatura era de 14° C, com sensação térmica variando entre 4° C e 9° C, segundo o Centro de Gerenciamento de Emergência (CGE), da Prefeitura. Hoje os termômetros ficarão entre os 8° C e os 20° C.

Alex Falcão/Futura Press/AE Nelson Antoine/FotoArena/AE

Finalmente, a nova praça Roosevelt.Reurbanizado, novo espaço de convívio na cidade será inaugurado amanhã, depois de dois anos em obras, a um custo total de R$ 55 milhões.

Mariana Missiaggia

J. Duran Machfee/FuturaPress/AE

Triciclo produzido em Manaus deve chegar ao mercado do interior paulista em trinta dias. Ontem um deles estava em teste na avenida Paulista.

Cidades brasileiraspoderão usar o tuk-tuk

Já homologado peloDepartamento Nacionalde Trânsito (Denatran),

o primeiro triciclomotorizado paratransporte de passageirosfabricado no Brasil deveráchegar ao mercado emcerca de 30 dias. O veículo,inspirado nos triciclos dasregiões andinas e muitoparecido com o tuk-tuk,modelo tradicional de táxiindiano, chegará primeiroa cidades do interior de SãoPaulo, entre elas Campinase Limeira. Estima-se queo Motocar, como vemsendo chamado o veículo,será comercializado porR$ 10,5 mil.

Segundo o diretor daMotocar em São Paulo,Fábio Di Gregorio, o veículojá foi aprovado em todosos testes.

Fabricado em Manaus, o

tuk-tuk brasileiro podetransportar até trêspessoas. Como tem cabinecoberta, seu motorista epassageiros sãodispensados de usarcapacete, como nasmotocicletas.

Do condutor é exigidacarteira de habilitação dotipo A, a mesma exigidapor motoqueiros. O triciclobrasileiro poderá fazer 25quilômetros por litro degasolina e o IPVA seguirávalores tambémsemelhantes das motos.

Trata-se, em princípio,de um veículo para otransporte urbano, emáreas preferencialmenteplanas ou pouco íngremes.

O triciclo conta com cintode segurança e outrositens, como macaco,triângulo e extintor deincêndio. (Agências)

Depois de dois anosem obras, a umcusto total de R$ 55milhões, finalmente

será possível caminhar pelanova praça Roosevelt. Situadaentre as ruas da Consolação eAugusta, no Centro, ainauguração do espaçoreurbanizado está marcadapara amanhã, no períododa manhã.

Nesses dois anos, toda aantiga estrutura de concretoque havia na praça foidemolida. De acordo com aSecretaria de Obras, o materialextraído foi distribuído entreas subprefeituras da cidadee usado na construçãode calçadas.

O piso atual da praçarecebeu impermeabilizaçãocom manta dupla, o que lhegarante uma vida útil de cercade 20 anos, minimizando ostrabalhos de manutenção.Foram construídas rampas deacesso, escadas, canteiros depaisagismo e o prédio daGuarda Civil Metropolitana(GCM). A parte do passeiorecebeu piso ecológico.

A área foi recuperada combase em um novo conceitoarquitetônico, com muitasflores e iluminação com 137luminárias de LED. Alamedaspara passeios, duasfloriculturas, um"cachorródromo" (espaço paracães) e locais específicos paraas crianças brincarempreenchem o novo espaço.

Durante a reforma, a falta desombra foi apontada como umponto fraco do projeto. Mas aausência de grandes árvoresfoi explicada como uma táticapara evitar pontos escuros epossíveis esconderijos.

A mudança da feira livre quehá 60 anos funcionava na rua Piso recebeu tratamento especial contra a infiltração de água, facilitando sua manutenção.

Funcionários varrem o novo piso da praça Roosevelt, no Centro, para a inauguração de amanhã.

Fotos de Joel Silva/Folhapress

Vista do alto, a nova Roosevelt destaca-se por espaços para caminhadas

João Guimarães Rosa, ao ladoda Praça, foi motivo deprotesto com faixas, cartazese megafones. Outrareclamação feita pelosmoradores e comerciantes doentorno foi a valorização daárea, o que determinou umaumentos de aluguéis. Comisso, antigos moradorespreferiram deixar esseendereço central.

Os teatros da região, comoo Teatro do Ator, o Studio184 e o Espaço Satyrosprepararam umaprogramação especial emcomemoração à reaberturada praça Roosevelt. Aospoucos, a partir dos anos 70,a praça Roosevelt foi sendoabandonada pelapopulação, que aconsiderava insegura.

J. Duran Machfee/FuturaPress/AE

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sexta-feira, 28 de setembro de 2012 11DIÁRIO DO COMÉRCIO

Provavelmente foi um crime de execução.Tenente Mário Tonini, da PM, sobre a morte de cabo Bruno.cidades

OATENTO & FORTE

ORGULHO DE JOAQUIM

Repr

oduç

ão

Antonio Abujamra e osMutantes com Caetano e Gil

Mar

celo

Min

/AFG

Oadvogado Hédio da Silva Jú-nior, 51 anos, ganhou noto-

riedade ao ser nomeado secre-tário da Justiça no segundo man-dato do governador Geraldo Al-ckmin (2011-2006). A ascensãode negros a postos dessa nature-za despertava mais curiosidadedo que em nossos dias. Atual-mente, Hédio tem o seu escritó-rio e dá aulas na Fundação Zum-bi dos Palmares, na Capital. Si-multaneamente, prossegue nasua tradicional tarefa de elevar acomunidade afro-descendentedo País. Nesse sentido, a exposi-ção positiva do ministro JoaquimBarbosa não poderia escapar dasua atenção.

Metrópole - Como o senhor estávendo a atuação do Ministro Joa-quim Barbosa do ponto de vista dacomunidade negra?

Hédio da Silva Júnior - Tem umforte valor no plano simbólico. Osímbolo do negro competentesempre foi Pelé. Ocorre que asreferências nessa direção sem-pre foram voltadas para a o fute-bol e para a música popular. Na-turalmente, são conquistas im-portantes que nos dão orgulho emerecem aplauso. Porém, a visi-bilidade do ministro Barbosa es-tá se dando num terreno novo,na esfera intelectual, constituin-do um registro significativo deafirmação étnica. As pessoas po-dem não concordar com as

ideias do ministro, mas não po-dem negar seu preparo.

Metrópole - Como isto pode re-percutir na comunidade?

Hédio - Em primeiro lugar, nasua auto-estima. Por outro lado,sinaliza o afloramento do talentoe a certeza de que o negro poderealizá-lo. Mas eu penso que es-so tipo de resultado será mensu-rado dentro de uns 30 anos. Estasituação faz lembrar de algo ditopelo meu avô que foi fundamen-tal na minha vida.

Metrópole - E o que lhe disse seuavô?

Hédio - Ele era analfabeto.Quando eu concluí o curso pri-mário e tirei em seguida minhacarteira de identidade com a de-vida assinatura no documento,ele olhou e disse: "Você pode sero que você quiser". Nessa horaeu senti que poderia ser capaz.

Chi

co F

erre

ira/L

UZ

Dida Sampaio/AE

Daniel teixeira/AE Ciro Mendes/Folha pres-19/04/1995

Fernando Faro e Cassiano Gabus Mendes

documentárioTr o p i c á l i a , de

MarceloMachado, ora em

cartaz na Cidade ebem cotado pela crítica, jogaluzes sobre o programa Divino,Maravilhoso, atrelado aomovimento tropicalistaconcebido por Caetano Vellosoe Gilberto Gil. Teve vidaefêmera: 28 de outubro aalguma data incerta dedezembro, talvez após aassinatura do AI-5, no dia 13.Mas, apesar da brevidade,tornou-se um dos maioresatrevimentos vanguardistasda televisão brasileira.

O trio que o conduzia jáindicava a que veio. A dupla deprodutores era formada pelodiretor e ator AntonioAbujamra, 80 anos, e FernandoFaro, 85. Ambos estãoaparentemente bemcomportados nos respectivosprogramas Pr o v o c a ç õ e s eEnsaio, na TV Cultura,mas ambos possuem umabela folha corrida emtransgressões culturais.

O diretor de TV de Divino,Maravilhoso era nada menos doque Cassiano Gabus Mendes(1919-1993). Se há um pai datelevisão brasileira, é ele. Foi seuprimeiro diretor-artístico:ocupou o cargo desde ainauguração da pioneira TV Tupi,em 1950, até os anos 70. Suapresença voluntária no switcherda estação, comandando oscâmeras e fazendo os cortes

apesar do seu alto posto, revelaa importância que dedicou aoprograma e que o impulso donovo ainda não o haviaabandonado.

Divino, Maravilhoso, levadoao ar nas segundas-feiras,às 21h30, era uma "casa demãe Joana", uma zona ouuma zorra total parautilizarmos expressões devárias épocas que possamtraduzir uma atmosfera decontemporaneidade anárquica.O público, em geral jovensestudantes, invadia o palco;atirava-se papel picado para oar; Caetano, semi-nu corria em

volta num corrupio de PombaGira; Gil ,vestindo túnicascoloridas, deitava-se no chão; eOs Mutantes, vestidos comopríncipes renascentistas, nãoparavam de tocar. Esgotados os60 minutos, o programaprosseguia nos restaurantes da

Rua Nestor Pestana e naGaleria Metrópole, que eram ospoints efervescentes da Cidade.O refrão da música que deunome ao programa era assim:"É preciso estar atento e forte,não temos tempo detemer a morte".

34 dias após sair da cadeia,Cabo Bruno é morto a tiros.Trinta e quatro dias de-

pois de sair da prisão, oex-policial militar Flo-risvaldo de Oliveira, o

cabo Bruno, foi morto a tiros nofinal da noite de quarta-feira, naporta da casa onde morava, nobairroQuadra Coberta, emPin-damonhangaba, no Vale do Pa-raíba, interior de São Paulo. Ocabo ficou conhecido por lide-rar um grupo de extermínio nadécada de 1980 na capital pau-lista e havia se tornado pastorevangélico ao sair da cadeia.

O crime ocorreu às 23h45.Acompanhado de parentes, elevoltava de um culto em Apare-cida, município vizinho, e foisurpreendido pelos criminososem frente à casa da família, naRua Inácio Henrique Moreira.

"Segundo testemunhas,eram dois homens que chega-ram a pé e atiraram somentecontra ele (Florisvaldo). Não foianunciado assalto", afirmou otenente Mário Tonini, da 2ªCompanhia do 5º Batalhão daPolícia Militar. "Havia um carropróximo ao local, possivelmen-te utilizado pelos atiradores nafuga. Não temos pistas aindasobre a autoria. Provavelmentefoi um crime de execução".

Cabo Bruno não chegou aser socorrido e morreu no lo-cal. Segundo a polícia, nada foilevado dele ou dos familiares.Não havia câmeras na rua pa-ra gravar a ação criminosa, oque deve dificultar o trabalhoda polícia. A perícia esteve nolocal do crime e recolheu 18cápsulas de pistola ponto 40 -mesmo calibre utilizado pelaPolícia Militar - e outras de ca-libre 380.

Histórico– Florisvaldo de Oli-veira havia deixado a peniten-ciária Doutor José Augusto Cé-sar Salgado, a P-2, de Tre-membé, após cumprir 27 anos

de prisão. Oliveira não haviarecebido nenhuma ameaçade morte após sair da prisão.

Cerca de 150 pessoas acom-panharam o velório do ex-poli-cial, na Santa Casa de Pindamo-

nhangaba. Entre os presentesestavam familiares, amigos emembros Igreja Refúgio emCristo, da qual ele era pastor.

Justiceiro – Ele foi condenadopor participação em mais de 50

assassinatos na década de1980 na capital paulista, quan-do integrava um grupo de ex-termínio. Nos anos de cárcere,converteu-se ao cristianismo,tornou-se pastor evangélico e

se casou com uma cantora gos-pel. Condenado a 120 anos deprisão, foi beneficiando com oindulto pleno da pena no dia 23de agosto, por bom comporta-mento. (AE)

O ex-policial militar Florisvaldo de Oliveira, o caboBruno, foi morto anteontem em Pindamonhangaba(SP). Condenado a 120 anos de prisão por mais de50 assassinatos na década de 1980, cabo Brunoera um dos justiceiros mais conhecidos do País. Hápouco mais de um mês estava em liberdade.

Solto há pouco mais de um mês, justiceiro havia se convertido em pastor

Maira Vieira/AE - 23/09/2012

Cabo Bruno, em 1984, quando participava de grupos de extermínio

Hugo Sá Peixoto/Folhapress - 19/11/1984

Após deixar a prisão, o ex-policial se dedicava a atividades religiosas

Maira Vieira/AE - 23/09/2012

Soldado da Rota éassassinado a

tiros no Butantã

Um soldado Rota foimorto a tiros, ontem

de manhã, na Avenida Co-rifeu de Azevedo Marques,no Butantã, zona oeste. APolícia Militar informouque recebeu um chamadode homem ferido em viapública às 5h56 e ao che-gar ao local encontrou An-dré Peres de Carvalho caí-do no chão. O soldado, queestava de folga, foi socorri-do ao Pronto Socorro doHospital Universitário,mas não resistiu aos feri-mentos. Ele estava na cor-poração há 20 anos. As cir-cunstâncias do crime nãoforam informadas. (AE)

PM morto pordisparo acidental

durante treino

Um cabo da Polícia Mili-tar morreu após ser

atingido por um disparo aci-dental durante treinamen-to na base da Força Aéreade Cumbica, em Guarulhos(SP), anteontem. O caboMarcos Paulo KneubauhlCruz, de 36 anos, levou umtiro na cabeça durante umasessão de instrução de tiro.

O treinamento era reali-zado por oficiais do 43º ba-talhão da PM, da zona norteda Capital. O autor do dispa-ro, um policial entrou emestado de choque quandosoube da morte do colega eteve que ser socorrido aohospital. ( Fo l h a p r e s s )

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sexta-feira, 28 de setembro de 201212 DIÁRIO DO COMÉRCIO

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Acesse www.dcomercio.com.br para ler a íntegra das notícias abaixo:

I NTERNET

Facebook apaga 'curtidas'

E SPAÇO

Rio em MarteO jipe-robô Curiosity encontrou sinais do que

teria sido o leito de um rio em Marte [na imagemacima, à direita, comparado a um leito de rio na Terra, àesquerda]. Provas anteriores da presença de águano planeta já haviam sido encontradas, mas está é

a primeira vez que imagens de cascalho de rioforam registradas ali.

C ONSUMO

C OPA 2014

Fifa decidehorários de jogos

A Fifa anunciou ontem oshorários dos jogos da Copade 2014. A abertura, emSão Paulo, será às 17h deuma quinta. A final será noRio, às 16h de um domingo.Os demais jogos da 1ª faseserão às 13h, 16h, 17h,18h, 19h e 21h. As partidasdas oitavas e das quartasde final serão às 13h e 17h,e as semifinais às 17h.

E UA

Violência de US$ 1 milhãoAUniversidade da Ca-

lifórnia terá de pa-gar cerca de US$ 1milhão para encer-

rar um processo sobre um inci-dente polêmico ocorrido nocampus Davis em 14 de no-vembro do ano passado. Na-quela data, o policial John Pikeatacou estudantes do movi-mento Occupy que estavamsentados e passivos no cam-pus da universidade comspray de pimenta.

Segundo o jornal The Sacra-mento Bee, a Universidadeaceitou pagar por um acordo,que foi aprovado este mês pe-lo Conselho de Administraçãoda Universidade para evitar

que o caso seja levado aos tri-bunais. Um grupo de 21 alunose ex-alunos abriu um processocontra a universidade em fe-vereiro deste ano. Pelo acor-do, cada um receberá US$ 30mil, num total de US$ 630 mil.

A universidade tambémterá de pagará US$ 250 mil pa-ra os advogados que repre-sentavam os estudantes nocaso. O acordo também prevêque Linda P.B. Katehi, respon-sável pelo campus Davis,apresente um pedido de des-culpas por escrito a cada pes-soa atingida pelo spray. os ter-mos do acordo ainda precisamser aprovados por um juiz fe-deral para ter efeito.

Andy Clark/Reuters

BIBLIOMANIA - Don Stewart aparecem em sua mesa cercada de livros no sebo MacLeod's, emVancouver, Canadá. O sebo, que existe desde 1963 e foi adquirido por Stewart em 1973,recebe compradores de todo o mundo em busca de edições raras de livros clássicos.

A TÉ LOGO

Críticos veem 'falta de magia' no primeiro romance adulto de J.K. Rowling

Ator Johnny Lewis, ex de Katy Perry, é encontrado morto em Los Angeles

Fundação Mona Lisa expõe em Genebra outra versão do quadro de Da Vinci

O Facebook começou aeliminar as curtidas falsas empáginas de marcas ecelebridades, informouontem o site Mashable. Amedida seria para evitar edesestimular likes falsos naspáginas das redes sociais.Entre as páginas queperderam mais curtidas

estão a da Texas HoldEmPoker (96 mil), as dascantoras Lady Gaga (34 mil),Rihanna (28 mil) e Shakira(26 mil). O jogo Farmvilleperdeu 45 mil curtidas.Foram eliminadosprincipalmente likes de perfisque compraram curtidas ouenganaram os usuários.

L OTERIAS

Concurso 3006 da QUINA

04 24 28 46 72

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Fotosclássicasde BaronWolman,fotógrafodarevistaRollingStone,viraramestojoparaskate.w w w. b o o m -

ar t.com

Ilusõesde ótica

O estilo hiper-realista doilustrador italiano Guido

Daniele é frequentementeexplorado por agências de

publicidade. Nessa série, queinclui tanto obras artísticas

como anúncios para uma redetelefonia celular, Daniele utiliza

mãos e diferentes técnicas depintura para criar figuras que,

quando fotografadas comenquadramento, iluminação e

perspectiva específicoschegam a confundir o

observador. Mais no site.w w w. g u i d o d a n i e l e . c o m

ARMAS DA PAZAKA PEACE é um projeto que

reuniu 23 artistas para reinterpretaros fuzis AK47 em nome da paz. Umadas obras é esta, de Jake Chapman.

http://bit.ly/VOwDxv

Imagem do policial atacando estudantesfoi reproduzida em todo o mundo e virou

alvo de sátiras na internet

S K A

T E

Reprodução

Nasa/Reuters

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sexta-feira, 28 de setembro de 2012 13DIÁRIO DO COMÉRCIO

CHE VRONEmpresa pagoumulta de R$ 35 mipor vazamentode petróleo

ESTADOS UNIDOSPedidos de auxílio ad e s e m p re g a d o scaiu ao menor nívelem dois meseseconomia

Pr epar e-se:4% é boa aposta

para 2013.Depois de um 2012 decepcionante, as

projeções do economista-chefe do Bradesco, Octavio deBarros, anunciam dias melhores no ano que vem.

Aeconomia brasileiradeve superar recen-tes entraves e cres-cer 4% em 2013, de-

pois de fechar este ano comexpansão de 1,6% – e semprecom inflação dentro do inter-valo da meta (5,4% neste anoe 5,2% no próximo). As proje-ções são do economista-chefedo Bradesco, Octavio de Bar-ros, que apresentou ontemanálise sobre os cenários bra-sileiro e internacional durantereunião do Comitê de Avalia-ção da Conjuntura da Associa-ção Comercial de São Paulo(ACSP).

De acordo com Barros, oavanço mais expressivo daatividade esperado para opróximo ano pode ser justifi-cado pela conjuntura interna-cional um pouco mais favorá-vel – cenário ainda de reces-são, mas com menor aversãoa risco – e pela superação de"acidentes internos" que limi-taram o desempenho do Paísneste ano.

Barros observou que, em2012, o Brasil "deve crescer oque o mundo permite". Eleressaltou, entretanto, que oProduto Interno Bruto (PIB)perdeu perto de um ponto per-centual de expansão apenaspor efeitos negativos de fato-res internos como seca no Sule no Nordeste, crise no seg-

mento de construção de imó-veis residenciais, problemasde endividamento no setor su-croalcooleiro, surpresa comredução de produção e refinode combustíveis da Petrobras,dificuldades dos bancos pe-quenos e médios e crise daeconomia argentina (que re-duz as exportações do Brasil).

Um dos fatores de maior in-fluência, destacou, foi a quedados investimentos públicosprovocada pelas investiga-ções de corrupção nos contra-tos do Departamento Nacio-

nal de Infraestrutura de Trans-portes (Dnit). "Este caso, emparticular, afetou muito o PIBde 2012 por ter barrado gran-des volumes de investimentospúblicos em infraestrutura",afirmou. Ele citou, ainda, umefeito herdado de 2011, perío-do em que o Banco Central(BC) quis desacelerar a econo-mia como forma de controlar aalta de preços. "Aperto mone-tário e medidas macropruden-ciais têm efeito ao longo dotempo. Nessa situação, isso sóocorreu em 2012." Sem esses

fatores, o Brasil cresceria maisneste ano. "O PIB 'moral' doPaís teria um avanço próximoa 2,6% neste ano", disse.

Na opinião de Barros, o im-portante é observar que em2013 a economia estará livredesses fatores internos ex-traordinários e diante de umambiente externo menos tur-bulento. O departamento eco-nômico do Bradesco já obser-va sinais de recuperação da in-dústria e de melhora da con-f iança de empresár ios econsumidores, além da con-

No exterior, cenário nada empolgante.

Banco Central admite só 1,6% neste anoOBanco Central (BC)

reduziu, pelasegunda vez seguida,

a previsão para ocrescimento da economiabrasileira neste ano, de2,5% para 1,6%, ao mesmotempo em que piorou suasperspectivas para a inflaçãoem 2012. Com isso, partedos analistas de mercadoreforçou suas perspectivasde que a Selic não será maisreduzida a curto prazo.

O próprio diretor dePolítica Econômica do BC,Carlos Hamilton Araújo,afirmou que o espaço paracontinuidade do movimentode redução dos juros estámenor. "Desde o últimorelatório em junho, houveduas reuniões do Copom(Comitê de Política Monetáriado BC) nas quais a taxa dejuros foi cortada. O espaço

para continuidade dessemovimento de queda dosjuros se estreitou", afirmou odiretor, ao comentar o"Relatório Trimestral deInflação" da autoridademonetária divulgado ontem.

Desde agosto do anopassado, o Copom já reduziua Selic em cinco pontospercentuais, para a mínimahistórica de 7,5%, a fim deestimular a cambaleanteeconomia, afetada pelacrise internacional. Em julhoe em agosto, a taxa foireduzida em 0,5 pontopercentual em cada período.

Boa parte do mercado jáapostava na manutenção dataxa básica de juros agoraem outubro, quando oCopom se reúnenovamente.

Segundo o BC, o ÍndiceNacional de Preços ao

Consumidor Amplo (IPCA)ficará em 5,2% neste anopelo cenário de referência,ante previsão anterior de4,7%, e em 4,9% em 2013,abaixo das contasanteriores, de 5%.

O número para este ano se

projeção de inflação veio,"em grande parte", segundotrouxe o relatório, devido àredução estimada nospreços das tarifas de energiaelétrica. De acordo com odiretor do BC, o impactodisso no IPCA de 2013 será

2011 e setembro de 2012.Hamilton disse ser difícil

haver uma novadepreciação "dessamagnitude" no câmbio,afastando pressão de preçospor esse vetor.

Para o diretor do BC, oatual choque decommodities – apontadocomo o responsável pordesviar o IPCA do centrometa – será "bem menosintenso e duradouro" do queo registrado entre 2010 e2011, com possibilidade deque a pressão nos preços seencerre no fim deste ano,caso não haja "uma segundarodada de choque".

CNI – A indústria deveráficar totalmente estagnadaem 2012, de acordo com o"Informe Conjuntural doTerceiro Trimestre"divulgado ontem pela

Confederação Nacional daIndústria (CNI).

A entidade revisou parazero a projeção decrescimento do PIB do setorneste ano, ante a umaestimativa anterior decrescimento de 1,6%. Comisso, a projeção de expansãodo PIB do País foi reduzida de2,1% para 1,5%.

O maior impacto da crise,para a CNI, deve ocorrer naformação bruta de capitalfixo, que reflete osinvestimentos realizados noPaís. Em junho, a entidadeprevia um aumento de 2,5%no indicador neste ano, masagora a expectativa passoua ser de queda de 1,5%. Já asestimativas para o consumodas famílias e a taxa dedesemprego se mantiveramestáveis, em 3,5% e 5,5%,respectivamente.(Agências)

5,2 por cento é a inflaçãoestimada para 2012,segundo a autoridademonetária do País.

afastou ainda mais do centroda meta de inflação dogoverno federal, de 4,5%pelo IPCA. O objetivo temainda margem de tolerânciade dois pontos percentuaispara mais ou menos.

Para 2013, o leve recuo na

de 0,5 ponto percentual.No Relatório de Inflação, a

autoridade monetáriaadmitiu que boa parte dosaumentos nos índices depreço decorreram "dadepreciação cambial", entre25% e 30% entre agosto de

Rejane Aguiar

O brasileiropassou a

acumular maisgastos fixos.

OC TAV I O DE BARR OS,

DO BR ADESCO.

Patrícia Cruz/LUZ

solidação do bom momentode emprego e renda no País.

E mp r e go – A situação favo-rável do emprego e da renda,por sinal, tende a elevar o vo-lume de poupança das famí-lias, apesar de os rendimentosdas aplicações financeiras es-tarem menores com a taxa bá-sica de juros em seu nível his-t ó r i co ma i s ba i xo (7 ,5%anuais). "Nesse cenário, aspessoas percebem que preci-sam poupar um montantemaior para ganhar. A poupan-ça da população no Brasil é

mais sensível à renda do que àtaxa de juros", afirmou.

O economista do Bradescodisse não acreditar em endivi-damento excessivo das famí-lias brasileiras. "O que ocorreé que, com a renda maior nosúltimos anos, o brasileiro pas-sou a acumular mais gastos fi-xos, compromissos que nãosão necessariamente passi-vos financeiros", avaliou,acrescentando que o volumede crédito para pessoas físicasem relação ao PIB ainda tempotencial para crescer.

Apesar de as crises dosEstados Unidos e da Europaainda estarem longe do fim e

de a China passar pordesaceleração, o cenáriointernacional de médio prazo érelativamente melhor – ainda comrecessão, mas com menor aversãoa risco dos investidores. Aobservação é do economista-chefedo Bradesco, Octavio de Barros."As recentes ações dos bancoscentrais, que injetaram grandevolume de recursos nas economiasdos países desenvolvidos, têmpapel fundamental na recuperação

mundial", afirmou Barros a umaplateia de empresários durante areunião do Comitê de Avaliação daConjuntura da AssociaçãoComercial de São Paulo (ACSP).

Ainda assim, a economia mundialdeve ficar praticamente estável emtermos de crescimento.

No caso dos Estados Unidos,Barros disse que a crise já está emseu "quarto quarto". "O país nãotem problema de crescimentoeconômico e sim de emprego. E,em curto prazo, precisa lidar comquestões fiscais ainda referentesao governo Bush", afirmou,

destacando que a Europa aindatem mais tempo de dificuldadespela frente. "A zona do euro aindaestá no terceiro quarto da crise."

Mais preocupante para o Brasil éo desaquecimento da economiachinesa, que passa por um gradualprocesso de mudança de modeloeconômico – de essencialmenteexportador para mais voltado aoconsumo interno. "Vejo que está seesgotando o papel da China comolocomotiva do mundo", disseBarros, que projeta acomodação docrescimento chinês entre 5% e 6%nos próximos anos. (RA)

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sexta-feira, 28 de setembro de 201214 -.ECONOMIA DIÁRIO DO COMÉRCIO

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sexta-feira, 28 de setembro de 2012 15DIÁRIO DO COMÉRCIO

No acumulado do ano, o superávit primário do governo central registrouum recuo de 23,4% em relação ao mesmo período de 2011.economia

Índice que regula aluguelsobe 8,07% em 12 meses

IGP-M provavelmente passará, em outubro,por um processo de desaceleração menos

intenso que o observado estemês em relação a agosto.

Ataxa de inflação me-dida pelo Índice Ge-ral de Preços - Mer-cado (IGP-M) tende

a passar, em outubro, por umprocesso de desaceleraçãomenos intenso que o observa-do em setembro ante agosto.A avaliação é do coordenadorde Análises Econômicas daFundação Getúl io Vargas(FGV), Salomão Quadros. Esseíndice é geralmente usado pa-ra o reajuste dos aluguéis.

Segundo Quadros, os itensde peso responsáveis pelo ce-nário de alta menor do indica-dor neste mês podem ter es-gotado esse potencial benéfi-co. Quanto ao acumulado de12 meses, ele previu que o pa-norama tende a ser levemen-te inverso.

Uma das explicações paraessa perspectiva é que há aexpectativa de a atividadeeconômica do segundo se-mestre ser um pouco melhorque a do mesmo período de2011. Em setembro, o IGP-Mregistrou inflação de 0,97%,ainda alta, mas bem inferior àde 1,43% de agosto. No acu-mulado de 12 meses, o indica-dor bateu em 8,07%, resulta-do mais forte que o de 7,72%de agosto, e que deu continui-dade a um cenário de acelera-ção iniciado em abril.

Para a FGV, o grande seg-mento responsável pela desa-celeração foi o de preços agro-pecuários no atacado, cujoavanço passou de expressi-vos 6,07% para 2,77%. Qua-dros lembrou que a mesma al-ta de commodities que ajudoua inflar o valor de itens como a

soja e o milho, perdeu força. Ocomportamento dos itensagropecuários no atacado sónão foi melhor porque compo-nentes importantes, como osbovinos, seguiram o caminhocontrário. Estes últimos saí-ram de umab a i x a d e1 , 2 % e magosto paraum aumentode 2,79% emsetembro.

O panora-m a q u e e n-volve os bovi-n o s , a t u a l-m e n t e e mépoca sazo-n a l m e n t ede sfav oráv eld e p r e ç o s ,t a m b é m j áafetou a car-ne no atacado, que saiu de ummodesto avanço de 0,6%, emagosto, para uma elevação de6,1%. O item foi um grandedestaque de pressão de altaentre os preços industriais doValter Campanato/ABr

Arno Augustin, secretário do Tesouro Nacional: "Felizmente, as empresas públicas no Brasil dão lucro".

Contas dog ove r n oc e n t ra ltêm queda

As contas do GovernoCentral (União, Previ-dência Social e Banco

Central) registraram no mêspassado o resultado mais bai-xo para agosto nos últimos dezanos, informou o Tesouro Na-cional. O resultado ocorreuapesar do recebimento de umalto volume de dividendos(parcela a que o governo temdireito no lucro das empresasestatais).

No mês passado, o chama-do superávit primário (econo-mia feita para pagar juros dadívida pública, para tentarmanter sua trajetória de que-da) somou R$ 1,58 bilhão.Contra o mesmo mês de 2011,quando o superávit somouR$ 2,54 bilhões, foi contabili-zada uma queda de 37,8%.Trata-se, também, do valormais baixo para o mês desde2002 (R$ 1,32 bilhão).

A situação seria pior se nãofossem os dividendos de em-presas estatais. Em agosto, in-gressaram nos cofres públi-cos, em termos de receitas,R$ 5,8 bilhões em dividendosde empresas controladas pelogoverno federal.

O fraco resultado das contaspúblicas acontece num ano decrise financeira internacional– que baixa o crescimento daeconomia brasileira e, subse-quentemente, a arrecadaçãode impostos e contribuiçõesfederais. As receitas do gover-no também sofrem o efeitodas reduções de alguns tribu-

tos, estimadas em mais deR$ 40 bilhões.

No acumulado do ano, o su-pe ráv i t p r imár i o somouR$ 53,49 bilhões, uma quedade 23,4% frente ao mesmo pe-ríodo do ano passado, comR$ 69,87 bilhões.

Recentemente, o governoconfirmou que a previsão derecebimento de dividendosneste ano passou de R$ 26,5bilhões para R$ 29 bilhões, oque representará um aumen-t o d e 4 5 , 7 % s o b r e 2 0 1 1(R$ 19,9 bilhões). O Banco Na-cional de DesenvolvimentoEconômico e Social (BNDES)recebeu autorização para re-passar recursos ao governo."Não há problema nenhum

BNDES quer levardez empresas ao

Bovespa Mais

atacado, que subiram 0,65%em setembro ante variaçãopositiva de 0,47% em agosto.

"O IGP-M deve continuar emdesaceleração, mas acreditoque ela não vai se repetir nomesmo ritmo", disse Quadros.

"Não deve sern a m e s m am a g n i t u d eque a de se-tembro anteagosto pelosimples fatode que quemliderou o pro-cesso de de-sa ce ler aç ãon ã o t e m om e s m o p o-tencial paraa r r e f e c e rtanto assim.A alta da car-ne bovina vai

chegar a um limite". Ele lem-brou que a carne bovina temuma espécie de paridade coma do frango e porco.

Se a expectativa de desace-leração menor na taxa do IGP-

M em outubro se confirmar, hápossibilidade de o indicador fi-car acima do observado nomesmo período do ano passa-do, quando registrou inflaçãode 0,53%. Com isso, a taxaacumulada em 12 meses ten-deria a superar os 8,07% ob-servados até setembro.

Questionado se o resultadopoderia chegar à marca de10% em dezembro, o coorde-nador insistiu em que a ten-dência mais provável é de leveaceleração, mas com uma ta-xa não muito distante daatual.

Na Rosenberg & Associa-dos, os economistas divulga-ram expectativas de compor-tamento em sintonia com asde Quadros nesta quinta-fei-ra. Em relatório encaminhadoa clientes, eles informaramque aguardam, para outubro,uma taxa de inflação "próximaa 0,7%". Para o resultado acu-mulado de 12 meses no encer-ramento de dezembro de2012, projetaram um númeroentre 8,5% e 9%. (AE)

nisso. Felizmente, as empre-sas públicas no Brasil dão lu-cro", declarou Arno Augustin,secretário do Tesouro.

O objetivo do governo, esteano, é atingir novamente ameta cheia de superávit pri-mário. Por isso, anunciou, emfevereiro, um bloqueio deR$ 55 bilhões em gastos no or-çamento federal de 2012.

Na hipótese de os Estados,municípios e estatais nãocumprirem a sua parte dessameta, o esforço adicional teráde ser feito pelo Tesouro Na-cional – que tem a prerrogati-va, porém, de abater os gastoscom investimentos do Progra-ma de Aceleração do Cresci-mento (PAC) desse esforço fis-

cal. Quanto às despesas doPAC, elas somaram R$ 22,3 bi-lhões no período de janeiro aagosto, o que representouuma alta de 33,5% em relaçãoao mesmo período de 2011(quando o total atingiu R$ 16,7bilhões). Esses dispêndios fo-ram impulsionados especial-mente pelo Minha Casa, MinhaVida, o programa habitacionalvoltado para a população debaixa renda.

Os números mostram tam-bém uma desaceleração doritmo de crescimento dos gas-tos com investimentos, ape-sar da recente cobrança dapresidente Dilma Rousseff dedar maior dinamismo a essesgastos. (Agências)

2,77por cento foi quantosubiram os preçosagropecuários noatacado, contra os6,07% observados

no mêsanter ior.

OBanco Nacional deDesenvolvimentoEconômico e Social

(BNDES) pretende levar aoBovespa Mais, em 2013,mais dez empresas depequeno e médio portesdas cerca de 200 dosegmento em que temparticipação. SegundoJulio Ramundo, diretor daárea Industrial e deMercado de Capitais dobanco, o plano faz parte deuma parceria com aBM&FBovespa e começoueste ano com a listagemda Senior no segmento.Outras três empresas jáincluíram a cláusula delistagem em seuscontratos com o BNDES.

A indução ao BovespaMais – que ainda nãodeslanchou e tem apenastrês empresas listadas –ocorre no momento daconcessão doinvestimento do BNDES ouna renovação do acordo deacionistas. Ao aderir aosegmento, as empresasassumem compromissosde governançacorporativa consideradosimportantes pelo bancopara uma futura aberturade capital.

Pela política do BNDES,essa listagem asseguratambém vantagens naanálise de crédito dessasempresas. Ramundo disseque o banco enxerga osfundos como potenciaisparceiros nofinanciamento deinvestimentos de longoprazo nos próximos anos,em especial no setor deinfraestrutura. Essaparceria deve ocorrer pormeio de investimentos em

títulos privados comodebêntures e privateequity. O BNDES tem hoje29 fundos de privateequity e venture capital elançará mais 12 entre esteano e 2014. Ramundoacredita que esses novosfundos serão umaoportunidade de atuaçãoconjunta entre o banco defomento e as fundações detodos os portes.

O banco estima que oPaís terá cerca de US$ 2trilhões em investimentosem infraestrutura entre2012 e 2015, e que podeatingir a meta de investir4% do PIB no setor até2016. Para isso, precisaráde outras fontes além doBNDES, cuja participaçãonos investimentos daindústria e infraestruturatende a decrescer.

"O banco tem sido oprincipal financiador deprojetos de infraestrutura.É importante buscar novosinvestidores para essenúmero gigantesco (deprojetos), que é umdiferencial do Brasil. Aparticipação de outrosatores ainda é tímida",disse Ramundo.

A Previ, fundo dosfuncionários do Banco doBrasil, por exemplo, temsó 0,5% dos recursos deseu principal plano (compatrimônio deR$ 150 bilhões) alocadosem investimentosestruturados, onde seenquadram os privateequity. Segundo AntônioLuiz Benevides Xavier,gerente de Mercado deCapitais do fundo, aintenção é aumentar essesinvestimentos.(AE)

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sexta-feira, 28 de setembro de 201216 DIÁRIO DO COMÉRCIO

valor simbólico, passearpela orla e pelo centro da ci-dade, deixando a bicicletano local apropriado. Fazmarketing e relacionamen-to com os clientes.

O Santander que carregaa bandeira da sustentabili-dade, herdada do verdeReal, não entrou no páreo,mas como tem as contasuniversitárias, tem tudo pa-ra ofertar bicicleta a clien-tes, especialmente os maisjovens e mais abertos aomeio de transporte.

É só o Conselho Nacionalde Trânsito (Contran) nãoinventar moda – totalmen-te fora de moda, diga-se –como a que exige carteirade habilitação ACC paracondutores de veículosabaixo de 50 cilindradas, aexemplo de algumas bici-cletas motorizadas quetêm ajudado grandes cen-tros globais não só a enfren-tar o problema do trânsitocomo a estimular a qualida-de de vida da população. NoBrasil do Contran, dá-se um

passo atrás com a exigência dacarteira ACC, cujo candidato en-frenta as mesmas taxas, os mes-mos custos e acaba optando pe-la A (motocicletas) ou a B (carrosde passeio) e tumultuando ain-da mais a vida nas cidades. Ain-da bem que Detrans, como os doRio, aboliram tal aberração paraas bicicletas, melhor seria se oContran revesse o erro e tomas-se uma medida de estímulo àqualidade de vida, ao trânsito eem prol da sustentabilidade. E avelha e boa propaganda "Euquero a minha Caloi" voltassecom força total, não necessaria-mente com essa marca, mascom muitas outras e a custo es-timulado até com redução da alí-quota de Imposto sobre ProdutoIndustrializado (IPI).

Envie informações para essacoluna para o e-mail:

carlosfranco@revistapublicitta. com.br

SUBMARINO

BISCOITO DO BEM

Os clientes Mais do Pão de Açúcar receberão umpresente de aniversário especial: um biscoito da

sorte de origami com uma mensagem sobre felicidadefeitos por ex-moradores de rua acolhidos pela ONGClube das Mães do Brasil. Além de parabenizar os ani-versariantes, a campanha Felicidade para inspirarcriadapela Giovanni+Draftfcb tem como objetivo estabele-cer parcerias de trabalho que contribuam para umamudança positiva nas vidas dos envolvidos e da socie-dade, servindo como exemplo e inspiração. A ONG Clu-be das Mães do Brasil luta pela reinserção social de ex-moradores de rua e dependentes químicos por meiodo trabalho. Com duração de um ano, a campanha pro-mete agraciar todos os clientes Mais da rede.

Johnson's Baby prepara uma ação especial para con-quistar mais a criançada. Na compra de um sham-

poo regular 400 ml e um condicionador regular 200ml, o consumidor leva um submarino de brinquedoque espirra água. A ideia da empresa líder de merca-do é transformar a hora do banho em diversão eaprendizado, dando asas à imaginação dos peque-nos. O brinquedo, indicado para crianças maiores detrês anos, estará disponível em três cores: verde, rosae laranja. Além de colorido, o submarino tem espaçopara encaixar os produtos. Para brincar, é simples:basta mergulhá-lo e pressionar o botão para encher oreservatório, depois de abastecido, apertar o botãoda cabine para espirrar água pelo periscópio.

Eu quero...

Cada empresa é pior em um determinado item. Por isso, não demos uma solução plana para todo mundo.Marconi Maia, superintendente de Serviços de Comunicação de Massa da Anatel.economia

Anatel exige planopara TV paga

Empresas se comprometem a entregar soluções de problemas em 30 dias

As operadoras de TVpor assinatura secomprometeram aapresentar em até

30 dias um plano de ação paramelhorar os indicadores deatendimento ao consumidor.Convocadas pela Agência Na-cional de Telecomunicações(Anatel), GVT, Net, Embratel,Oi e Sky enviaram, ontem, re-presentantes a Brasília paradiscutir formas de atender asmetas propostas pelo órgãoregulador.

A preocupação da Anatel écom o descolamento entre oaumento da base de assinan-tes e a quantidade de reclama-ções feitas por clientes. Emagosto, houve um aumento de30% no número de lares com oserviço de TV por assinaturaante igual mês de 2011 (leiamais abaixo).

Enquanto isso, as reclama-ções quase dobraram. Em ja-neiro de 2011, 7 mil queixascontra o serviço de TV por as-sinatura foram registradas naAnatel, número que subiu pa-ra 13 mil em abril deste ano. Asprincipais estão relacionadasà cobrança indevida, falhas noserviço de instalação e reparoe qualidade de atendimento.

"Identificamos que, apesarde o setor estar crescendo nafaixa de 30%, um nível chinês,as reclamações estão cres-cendo na faixa de 100%, o queé inaceitável. Está descolado,três vezes mais. Não faz senti-do", afirmou o superintenden-te de Serviços de Comunica-ção de Massa da Anatel, Mar-coni Maia. "Devido a essa si-t u a ç ã o , c h a m a m o s a sempresas para que apresen-tem planos de ação, de forma

que o nível de prestação deserviço melhore e o de recla-mação caia."

Segundo a Anatel, a maioriadas reclamações de clientesda Oi diz respeito à cobrança eatendimento ao consumidor.No caso da Embratel, Net eSky, foi a quantidade de quei-xas por cobrança indevida. AGVT teve um problema signifi-cativo em Belo Horizonte, on-de a empresa atuava com pro-fissionais terceirizados e semhabilitação adequada para re-paro. "Cada empresa foi piorem um determinado item. Porisso, não demos uma soluçãoplana para todo mundo. Cha-mamos para que cada uma ve-ja qual é o seu problema, emque está pecando e que solu-ção apresentará ao setor pú-blico", explicou o superinten-dente da Anatel.(AE)

Fotos: Divulgação

O MAIS ANTIGO

Pe s q u i s a I b o p eapontou que 174mil pessoas usam

diariamente a bicicletacomo meio de transporteno município de São Pau-lo, ou seja, 2% da popula-ção residente na maiormetrópole do País. Me-lhor: 25% dos paulista-nos declararam usar a bi-cicleta eventualmente,especialmente nos finsde semana.

Não deixam de ser es-tes dados promissores.Nos grandes centros domundo, cresce o númerode ciclovias e ciclofaixase o estímulo ao uso de umtransporte não poluente,que faz bem à saúde eque humaniza, por meiodas relações de urbani-dade, as cidades.

O próprio paulistanoaponta em pesquisa,também do Ibope, que otrânsito na cidade é ruimou péssimo (impressio-nantes 80%). A consciên-cia também começa a fi-car mais aguçada: para 67% dos11 milhões de habitantes da ci-dade, os pedestres não são res-peitados, nem os motoristas(61%) e muito menos os ciclistas(75%). Como 23% dos paulista-nos utilizam o carro todos os diase 49% têm automóveis, poluiçãoatmosférica e sonora é algo a seconviver, mas, sobretudo, a seevitar. Tanto que, apesar dasmazelas, 59% dos moradoresadoram viver na cidade, mas namesma intensidade clamam porsoluções mais eficientes detransporte público e por medidade estímulo a veículos como asbicicletas.

Como uma safra de novos ouos mesmos alcaídes das cidadesbrasileiras passarão pelo crivodas urnas nos próximos dias, es-

sa pesquisa é importante termô-metro para refletir sobre a vidanas cidades.

Os dois maiores bancos priva-dos do País já saíram na frentenas ações em torno das bicicle-tas e têm dado voz aos que de-fendem o meio como seguro esustentável. O Grupo BradescoSeguros é patrocinador oficialda World Bike Tour, que promo-ve em todo o mundo passeios ci-clísticos, com a contrapartidaque o participante ganha umabike e, assim, estimula o uso doveículo. São mais de 5 mil parti-cipantes em São Paulo e o mes-mo no Rio a cada edição anual docircuito.

Já o Banco Itaú Unibanco cons-truiu bicicletários no Rio de Ja-neiro, onde se pode, pagando

País já tem 15,1 milhões de larescom televisão por assinatura

OBrasil encerrou omês de agosto com15,1 milhões de

domicílios com TV porassinatura, segundobalanço divulgado ontempela Agência Nacional deTelecomunicações(Anatel). O aumento foi de2,16% ante ao resultado dejulho, com 319,5 miladições líquidas. Emcomparação com agosto doano passado, a alta foi de30%, com 3,5 milhões denovas assinaturas feitasentre agosto de 2011 e

agosto de 2012.De acordo com dados da

Anatel, o serviço de TV porassinatura alcançou 25,5%das residências brasileirase a aproximadamente 50milhões de pessoas emagosto, considerando ocritérios do InstitutoBrasileiro de GeografiaEstatística (IBGE).

Do total da base deassinantes de agosto, 59%receberam o serviço porsatélite e 39,8% por cabo.Entre julho e agosto, ocrescimento dos assinantes

do serviço via satélite foi de2,9%, para 8,2 milhões declientes, e o aumento dosclientes do serviço via cabofoi de 1,3%, para 6 milhões.

Por regiões, o maiorcrescimento na base deassinantes foi registrado noNorte, com 44,8% entreagosto de 2011 e agosto de2012, seguido pelo Centro-Oeste, com 40,4%;Nordeste, com 39,7%; Sul,com 29,4%; e Sudeste, com26,7%. Entre os Estados,São Paulo possui a maiorbase de assinantes, com

5,9 milhões de clientes.A agência de

telecomunicação informoupara a líder de mercadoentre os prestadores de TVpor assinatura é aNet/Embratel, com 8milhões de assinantes emagosto; seguida pelaSky/Directv, com 4,6milhões; Telefonica/Abril,com 637,1 mil; Oi, com566,4 mil; GVT, com 308,5mil; Algar, com 107,5 mil;ViaCabo, com 102,7 mil. Osdemais grupos somam663,4 mil assinantes. (AE)

JOHNSON's mira em diversão do banho

APÓS 185 anos, parque gráfico será renovado.

Neste fim de semana, o Jornal doCommercio, mais antigo veículo

em circulação ininterrupta na AméricaLatina, festeja 185 anos no Hotel

Copacabana Palace, no Rio de Janeiro.Desenvolvida pela Agência Todos Nós, a

campanha publicitária enfatiza apresença do veículo na história do Brasil

como testemunha e, muitas vezes,personagem. Utilizando imagens do

acervo do Jornal do Commercio e os textospublicados com a grafia original da

época, a campanha tem o mote Jornal doCommercio , 185 anos narrando a Históriado Brasil". Instalado atualmente em um

prédio tombado assinado por OscarNiemeyer, na área portuária do Rio deJaneiro, o jornal que integra o grupoDiários Associados, criado por Assis

Chateaubriand, o Chatô, está emprocesso de aquisição de instalações emSão Cristóvão, onde erguerá uma sede,para onde serão transferidas as Rádios

Tupi e Nativa, que fazem parte do grupo.O parque gráfico do jornal será

modernizado, com aquisição de rotativase equipamentos de última geração.

MENSAGEM de felicidade para clientes Mais

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sexta-feira, 28 de setembro de 2012 17DIÁRIO DO COMÉRCIO

FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIALConforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuiza-

dos no dia 27 de setembro de 2012, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial:

Reqte: Paramount Têxteis Indústria e Comércio S/A - Reqdo: Nicola Colella Indústria de Roupas Ltda. - Rua: Capitão Francisco Teixeira Nogueira, 258 - Água Branca - 02ª V. Falências

Reqte: PG-Mundi Paulistana Distribuição e Logística de Produtos de Higiene e Limpeza Ltda. - Reqdo: Atende Atacado Distribuidor e Logística Ltda. - Av.: Parada Pinto, 1.300 - Vila Nova Cachoeirinha - 01ª V. Falências

60% dos entrevistados das classes C e igualpercentual da D/E declararam ter dívidas.economia

Pesquisa daBoa Vista

derruba mitosEstudo da empresa desfaz crençascomo a de que as mulheres estão nocomando do orçamento doméstico.

Aintensa mobilidadesocial, com amplia-ção do acesso aoc r é d i t o p a r a m i-

lhões de pessoas, põe à provapercepções consagradas so-bre o comportamento do con-sumidor brasileiro. Algumasdelas, como a crença de que apopulação de baixa renda pa-ga as suas contas em dia, sãoapontadas como falsas pelapesquisa Mercados – Endivida-mento e Inadimplência, Mitos eVe rd a d e s , divulgada ontempela Boa Vista Serviços, admi-nistradora do Serviço Centrald e P r o t e ç ã o a o C r é d i t o(SCPC).

"Algumas percepções pre-cisam ser revisadas, para seter uma boa gestão da carteirade crédito", comentou o presi-dente da empresa, DorivalDourado. Ele ressalvou, no en-tanto, que os novos consumi-dores aprendem depressaque crédito é indispensável edeve ser usado com critério.

"Não se pode dizer que oconsumidor de baixa renda éautomaticamente bom paga-dor. Com o maior acesso aocrédito, ele também se colocana situação de endividamentoe pode se tornar inadimplen-te", justificou o diretor de Ino-vação da Boa Vista Serviços,Fernando Cosenza.

No estudo, realizado pelaempresa APPM (Análise, Pes-quisa e Planejamento de Mer-cado), 60% dos entrevistadosdas classes C e igual percen-tual da D/E declararam ter dí-vidas. Nesse universo, 45% e48%, respectivamente, disse-ram ser difícil quitá-las com arenda mensal atual. É entreeles também que se observa-ram os maiores contingentesde pessoas com restrições nomercado para crédito – 23% e21%. Nas classes A e B, o indi-cador recua para 5% e 13%,respectivamente.

A pesquisa também aponta

como mito a percepção de quea renda das famílias de menorpoder aquisitivo é mais volátil,no sentido de ser muito variá-vel a cada mês. "Isso era umaverdade há 20 ou 30 anos, porcausa do trabalho informal",afirmou Cosenza. No estudo,47% dos entrevistados das

a percepção de que o consu-midor de baixa renda, além denão se proteger contra frau-des (emprestando o nome pa-ra compra de terceiros, porexemplo), também não poupae não faz planejamento finan-ceiro. No caso da fraude, o es-tudo destaca que apenas falta

a esse consumidor alinhar suaatuação. De acordo com a pes-quisa, 97% dos entrevistadosdas classes D/E consideramser o nome o seu maior patri-mônio, mas 22% deles decla-raram que estão "negativa-dos" porque emprestaram onome a terceiros.

Po u p a n ç a – No caso da pou-pança, apesar da pesquisaapontar que 79% da ClasseD/E (e 63% da C) não ter o cos-tume de poupar, 38% dos en-trevistados, nos dois casos,afirmaram que fariam isso, se-gundo o estudo, se tivessemmais renda.

"Não importa quanto vocêganha; importa quanto vocêgasta", comentou Cosenza,diante da percepção de queessas pessoas utilizam a sobra

do orçamento para consumir.Para a Boa Vista Serviços, se-

gundo ele, educação financeirae planejamento poderiam con-tribuir para reverter esse cená-

rio e criar condições sólidas pa-ra a expansão do crédito, "semque se crie uma bolha".

O mesmo raciocínio vale pa-ra o pensamento de que "oconsumidor não pensa em ju-ros, mas no valor da parcela".Foi predominante, entre en-trevistados de todas as clas-ses sociais, a concordância deque "o nome é o maior patri-mônio da pessoa".

O presidente da Boa Vista,Dorival Dourado, acredita quea inadimplência, na casa de7,9% do crédito para pessoa fí-sica (último dado do BancoCentral), recuará para 7,4%até o final do ano.

Fátima Lourenço

Fotos: Newton Santos/Hype

Não se pode dizerque o consumidorde baixa renda éautomaticamentebom pagador.

FERNANDO COSENZA,D I R E TO R DE IN O VA Ç Ã O DA BOA

VI S TA SER VIÇOS

entrada da mulher no merca-do de trabalho. Já quando o as-sunto é a sustentação das fi-nanças domésticas, o homemé apontado como o principalprovedor.

Ve r d a d e s – Entre os paradig-mas que o estudo da Boa Vistaratificou como "verdade" está

classes C e 61%, na D/E, afir-maram que a soma da rendafamiliar é sempre a mesma –contingente que chega a 40%dos entrevistados da classe Ae a 45%, na B. "Na D/E, a somados que dizem que a renda nãovaria ou varia pouco chega a93%", enfatizou Cosenza.

Entre as oito percepçõespesquisadas nacionalmentepela APPM, também foi apon-tada como mito a percepçãode que as mulheres estão àfrente da gestão do orçamen-to familiar. Dos entrevistados(45% dos ouvidos) que se de-clararam responsáveis pelagestão dos gastos da família,52% são homens e 48%, mu-lheres, indicando uma situa-ção mais equilibrada. É um re-flexo, comenta Cosenza, da

Algumaspercepçõesprecisam serrevisadas, para seter boa gestão dacarteira de crédito.

DO R I VA L DOUR ADO, PRESIDENTE

DA BOA VI S TA SER VIÇOS

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sexta-feira, 28 de setembro de 201218 -.ECONOMIA/LEGAIS DIÁRIO DO COMÉRCIO

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Edital de Citação prazo de 20 dias Proc. nº 505.01.2007.005442-8, nº de ordem 1056/2007. O Dr. Sidnei Vieira da Silva, MM. Juiz de direito da 2ª Vara Cível do Foro da Comarca de Ribeirão Pires/SP, na forma da lei, etc. Faz saber a réus ausentes e desconhecidos e terceiros interessados que Lidia Trafimovas de Paula e Outros ajuizaram ação de usucapião do lote nº 11, da quadra 05, do loteamento denominado Recanto Alegre, situado no município da Estância de Ribeirão Pires/SP, com área de 340,00m2, medindo 15m na divisa com o lote nº 1, 27m na divisa do lote nº 12, 12m na divisa da Rua São Jose, 8,50m na curva e 13,30m na divisa com a Rua Baturi o qual faz frente, o lote referido acha-se, absolutamente livre e desembaraçado de quaisquer ônus ou de responsabilidade mesmo legais e de impostos, transcrição nº 3.449 da 1ª Circunscrição de Ribeirão Pires/SP. A posse e mansa e pacifica há mais de 15 anos, por si e seus antecessores. Estando em termos, expede-se edital para citação dos supra mencionados para que no prazo legal de quinze (15) dias, a ser contado a partir do término do prazo deste edital, conteste a ação; valendo a citação para todos os demais atos e termos do processo, até final sentença e execução, pena de revelia, ciente ainda de que: �Não sendo contestada a ação, presumir-se-ão aceitos pelo réu como verdadeiros os fatos alegados na inicial� (art. 285, seg. parte do C.P.C.). E, para que no futuro ninguém alegue ignorância, expediu-se o presente que será publicado e afixado no local de costume e publicado pela imprensa na forma da lei. Nada mais. Dado e passado nesta cidade e comarca de Ribeirão Pires, 6 de Setembro de 2012. Será o presente, por extrato, afixado e publicado na forma da lei. SP. 29/08/2012.

3ª Vara Cível do Foro Regional da Lapa/SP Edital de citação. Prazo 20 dias. Processo 0036262-35.2003. O Dr. SIDNEY TADEU CARDEAL BANTI, Juiz de Direito da 3ª Vara Cível do Foro Regional da Lapa/SP, na forma da lei. Faz Saber a LUKTELL TELECON SUL LTDA, CNPJ 03.232.670/0001-21 na pessoa de seu representante legal, Reginaldo Ribeiro da Silva, RG 216172779, mas com o codinome �Anderson� RG 226172779, que ADVANTA MANUTENÇÃO EM SISTEMAS DE TELECOMUNICAÇÕES E SERVIÇOS DE INFORMÁTICA LTDA, CNPJ 03.232.670/0001-21, ajuizou ação Declaratória, procedimento Sumário, objetivando declarar a Inexigibilidade de Relação Jurídica, Títulos de Protestos, c/c perdas e danos, sendo que a Empresa autora foi surpreendida com diversas duplicatas mercantis levadas á protesto junto ao 4º Tabelião de Protesto de Letras e Títulos da Capital, referente às duplicatas nºs 004�007�008�009-010 e 012, no valor total de R$ 4.705,00, declarar indevida a cobrança e o protesto, reconhecer a responsabilidade solidária, cujo valor efetivamente será arbitrado por este R Juízo, nos termos do artigo 953 parágrafo único, do código civil. Requer que a indenização seja acrescida de juros legais, com custas e despesas processuais, honorários advocatícios e demais cominações legais. Estando a ré, em lugar ignorado, foi deferida a citação por edital, para que no prazo de 15 dias, a fluir após o prazo supra, conteste a ação, nos termos dos Artigos 285 e 319 do CPC sob pena de serem aceitos como verdadeiros os fatos alegados. Será o edital, afixado no lugar de costume e publicado na forma da lei. São Paulo, 17 de Setembro de 2012.

A primeira lista de produtos que tiveram aumento da alíquotade Imposto de Importação entrará em vigor nesta segunda-feira.economia

Passeio pela Av.PaulistaPrimeiro-ministro britânico David Cameron chega caminhando à Fiesp com 50 empresários

Com a frase "se vocênão pode vencê-los,junte-se a eles", o pri-meiro-ministro do

Reino Unido, David Cameron,resumiu sua intenção de incre-mentar as relações com o Bra-sil, agora a sexta maior econo-mia do mundo, à frente dos bri-tânicos. Ele chegou ontem aSão Paulo para sua primeira vi-sita oficial ao País.

Depois de um longo períodode relações congeladas, os bri-tânicos agora se voltam ao Bra-sil para tentar reaquecer suaprópria economia, atualmente

Abilio Diniz e Casino fechamacordo temporário em conselho

Ogrupo francês Casino,que assumiu em junhoo controle do Pão de

Açúcar, e o empresário AbilioDiniz, presidente do conselhode administração do grupo,chegaram a um acordo parareduzir o clima belicoso dos úl-timos dias na companhia.

Em reunião do conselho deadministração, ontem à tarde,o empresário brasileiro aca-bou concordando com a cria-ção dos comitês de governan-ça e de auditoria propostos pe-lo Casino, mas não aceitou ex-tinguir o conselho consultivoformado por economistas derenome que davam suporte àsdecisões da empresa. Nessaproposta, Abilio foi voto venci-do, e o conselho será extinto.

Vitória – Por outro lado, Abi-lio conseguiu impedir a pro-posta que permitia a instala-ção das reuniões do conselhode administração com apenasoito membros – número de ca-deiras do Casino. Agora, asreuniões podem ser instala-das com dez membros, o quegarante sempre a presença de

conselheiros independentesou do lado de Abilio.

Também foi aprovada acriação do cargo de vice-presi-dente do conselho, função quepermite comandar a reuniãodo conselho na ausência deAbilio Diniz, mas com podereslimitados de definir ou colocarem votação assuntos que re-duzam seu poder na empresa.Até então, o próprio Abilio indi-cava quem o representaria senão estivesse presente.

Há dez dias, o Casino tinhafeito propostas de mudançaspara aumentar a transparên-cia na gestão, mas o empresá-rio se recusou a discuti-las porentender que se tratava deuma tentativa de diminuir suainfluência na empresa. Comoenvolve mudança no estatu-to, as novas regras precisamser discutidas no conselho epassar por assembleia.

Para o Casino, as mudançasvão adequar o grupo às orien-tações da Comissão de Valo-res Mobiliários e do InstitutoBrasileiro de Governança Cor-porativa . ( Fo l h a p r e s s )

Primeiro-ministro doReino UnidoDavid Cameron( no centro)brinca com otempo nubladoem plenaprimaverabrasileira:"Parece queeu trouxe issopara cá."

Danilo Verpa/Folhapress

Imposto maiorpara importados

em recessão. Os setores demaior interesse são energia,defesa, infraestrutura, educa-ção e farmacêutica.

Em rápido pronunciamentona sede da Federação das In-dústrias do Estado de São Paulo(Fiesp), Cameron usou a metá-fora do futebol para tratar doatual momento brasileiro, demaior relevância no cenário in-ternacional. "O futebol foi in-ventado no Reino Unido, masaperfeiçoado no Brasil."

Ele deixou claro, entretanto,que não busca apenas oportuni-dades para que empresas britâ-

Osecretário execu-t ivo da Camex,Emílio Garófalo,

d isse ontem que atémeados de outubro defi-nirá o critério que seráusado para formularuma nova lista de produ-tos estrangeiros que te-rão alíquota de Impostode Importação elevada.

A primeira lista, com100 itens, entrará em vi-gor na segunda-feira.Garófalo estimou que asegunda lista deverá le-var seis meses para serelaborada e deverá serformada por 100 produ-tos. "Devemos soltaruma resolução para queos setores produtivosque estejam se sentindoatingidos (por importa-ções mais baratas) d i ga mquais são os produtos, aíreunimos o grupo de tra-balho que ficará maisseis meses olhando es-sas importações nos últi-mos três anos e o efeitona inflação e na cadeiaprodutiva", explicou du-rante o Encontro Nacio-nal de Comércio Exterior(Enaex), que está sendorealizado no Rio.

OMC – O executivo ex-plicou que mesmo au-mentando o imposto oBrasil não terá proble-mas junto à Organização

Mundial do Comércio(OMC), porque o País ain-da tem muita margemfrente ao limite de 35%estabelecido pelo órgão."A OMC estabelece limi-tes e a maior parte dasnossas alíquotas estãoabaixo do limite da OMC,portanto temos espaço.A gente pega alíquotasde 12%, 18% e sobe para25%", disse.

Ele afirmou tambémque mesmo a lista queentra em vigor na segun-da-feira pode ter ajustes,o que é comum no setor,já que depois de anuncia-da a lista sempre geradescontentamento emalguns setores.

Um exemplo foi umareclamação ouvida porG a r ó f a l o d u r a n t e oEnaex de um empresárioda Clarisse Cosméticos,de Santa Catarina, cujoaço utilizado na fabrica-ção das suas embala-gens é feito em pouco vo-lume no Brasil. Com o au-mento da alíquota, o pro-duto brasileiro deveráaumentar de preço. Ga-rófalo prometeu estudaro problema. "É sempreassim, quando satisfazde um lado não agradado outro e vamos fazen-do ajustes", explicou Ga-rófalo. ( Fo l h a p r e s s )

Correios voltam a funcionar

OTribunal Superior doTrabalho (TST) definiuontem um reajuste de

6,5% para os trabalhadoresdos Correios e determinou oretorno imediato ao trabalho.A categoria está em grevedesde o dia 11 de setembro.

A decisão foi tomada emsessão extraordinária de jul-gamento de dissídio. Desde asemana passada, duas au-diências de conciliação foramrealizadas, mas Correios eservidores não chegaram aum consenso.

Os ministros do TST rejeita-ram por unanimidade a ilega-lidade da greve, e definiramque os trabalhadores devemretomar as atividades hoje, jáno primeiro horário de escalade trabalho.

Se a decisão não for cumpri-da, a categoria deverá pagarmulta de R$ 20 mil por dia. Se-gundo a assessoria de impren-sa da estatal, 11.825 trabalha-dores (9,8% do total) estavamde braços cruzados ontem.

Os Correios farão um muti-rão nacional neste fim de se-

mana – a expectativa é que osserviços já estejam normaliza-dos na segunda-feira.

O TST definiu ainda como sedará a reposição dos dias nãotrabalhados. A relatora do ca-so, ministra Kátia Arruda, de-fendeu a compensação dosdias parados num prazo máxi-mo de seis meses, sem o des-conto na folha de pagamentopelos dias não trabalhados.

O posicionamento da minis-tra foi seguido pela maioriados ministros do tribunal.

Demandas não atendidas –Os Correios ofereceram umreajuste de 5,2%, índice dis-tante daquele inicialmenteapresentado pela FederaçãoNacional dos Trabalhadoresem Empresas de Correios, Te-légrafos e Similares (Fentect),de 43,7%.

Os 120 mil trabalhadoresdos Correios terão reajuste de6,5%, retroativo ao mês deagosto, e reajuste de mesmoíndice sobre os benefícios so-ciais concedidos pela empre-sa, como vale-alimentação evale - transporte. ( Fo l h a p r e s s )

nicas invistam aqui. Quer, tam-bém, que as companhias brasi-leiras entrem no Reino Unido,um país "amigável aos negó-cios" e de localização estratégi-ca. "Uma desvantagem é o cli-ma, e parece que eu trouxe issopara cá", brincou, referindo-seao dia frio de primavera.

O relacionamento entre osdois países também ganhou im-pulso com a realização da Olim-píada em Londres, já que existecooperação para o evento a serrealizado no Rio em 2016.

Cameron veio de Nova York,onde participou da assembleia

da ONU. Ontem de manhã, apósvisitar a fábrica de equipamen-tos pesados da britânica JCB,em Sorocaba, no interior do Es-tado, ele se reuniu com o presi-dente da Fiesp, Paulo Skaf, nasede da entidade, além de gran-des empresários brasileiros, co-mo Josué Gomes da Silva e Ben-jamin Steinbruch.

O primeiro-ministro DavidCameron chegou à Fiesp cami-nhando pela Avenida Paulista.E le está acompanhado damaior delegação de negócios jáfeita a partir do Reino Unido,com 50 empresários. (AE)

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sexta-feira, 28 de setembro de 2012 ECONOMIA/LEGAIS - 19DIÁRIO DO COMÉRCIO

eleito no ato, que convidará, dentre os Diretores ou acionistas presentes, o Secretário dos trabalhos.Parágrafo Segundo – Somente poderão tomar parte na Assembleia Geral os acionistas titulares deações que estiverem registradas em seu nome, no livro próprio, até 48 (quarenta e oito) horas antes dadata marcada para sua realização. Parágrafo Terceiro – Caberá à Assembleia Geral, além das maté-rias previstas em lei, deliberar sobre: a) Qualquer alteração deste Estatuto Social; b) Qualquer aumentoou redução do capital da Companhia, desdobramento ou grupamento de ações, resgate ou recompra deação para cancelamento ou manutenção em tesouraria, emissão ou venda de quaisquer valores mobi-liários da Companhia conversíveis em ações, inclusive, mas sem limitação, criação e emissão de açõespreferenciais, debêntures, bônus de subscrição ou opções de compra ou subscrição de ações; c) Aautorização aos administradores da Companhia para declarar falência, promover dissolução e/ou liqui-dação, ajuizar pedido de processamento de recuperação judicial ou de homologação de plano de recupe-ração extrajudicial; d) As demonstrações financeiras e outros documentos previstos no artigo 133 da Lei6.404/76; e) A deliberação sobre o destino do lucro líquido do exercício ou de períodos intermediários, ea distribuição de dividendos ou a distribuição de juros sobre capital próprio; f) A eleição e destituição dosmembros do Conselho Fiscal da Companhia, quando instalado; g) Propostas sobre constituição, trans-formação, incorporação, fusão, cisão, dissolução ou liquidação de sociedade de que participe a Com-panhia; h) Participação em consórcios, associações com outras sociedades e acordos de acionistas; i)Concessão de avais, fianças, constituição de ônus reais ou outras garantias; j) Alienação de participa-ções societárias e de ativos da Companhia; k) Antecipação do pagamento de dividendos; l) Negociaçãocom ações de emissão da Companhia para efeito de cancelamento ou permanência em tesouraria erespectiva alienação; m) Designação de auditores independentes; n) Emissão de valores mobiliários,inclusive para distribuição pública; o) Contrair obrigações e firmar compromissos com terceiros, inclu­sive apresentar propostas, celebrar e rescindir contratos e seus aditivos em valor igual ou superior aR$ 5.000.000,00 (cinco milhões de reais); p) Contrair empréstimos e/ou financiamentos, no país ou noexterior, em valor igual ou superior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais); q) Autorizar a celebraçãode transações entre partes relacionadas, assim entendidas como quaisquer negócios entre a Compa-nhia e seus acionistas (e os sócios ou acionistas diretos ou indiretos dos acionistas, bem como socieda-des ou veículos de investimento controlados pelos acionistas ou sob seu controle comum) e, ainda, comquaisquer administradores das referidas partes relacionadas em valor igual ou superior a R$ 1.000.000,00(ummilhão de reais); e r) Transigir, desistir e renunciar a direitos.Capítulo V – Da Diretoria. Artigo Sétimo– A administração da Companhia será exercida por uma Diretoria, composta por no mínimo 2 (dois) e nomáximo 10 (dez) membros, sendo 1 (um) Diretor Presidente e os demais sem designação específica,podendo ser acionistas ou não, residentes no país, eleitos pela Assembleia Geral, permitida a reeleição.Parágrafo Primeiro – O mandato da Diretoria será de até 2 (dois) anos, permitida a reeleição, com atri-buições fixadas neste Estatuto. Parágrafo Segundo – A investidura dos Diretores far-se-á mediantetermo lavrado no livro de “Atas das Reuniões da Diretoria”. Os Diretores reeleitos serão investidos nosseus cargos pela própria Assembleia Geral, dispensadas quaisquer outras formalidades. ParágrafoTerceiro – Em caso de vacância no cargo de Diretor, será convocada a Assembleia Geral para eleiçãodo respectivo substituto, que completará o mandato do Diretor substituído. Caso a Diretoria seja com-posta de 5 (cinco) ou mais membros, será facultado à Assembleia Geral preencher ou não o cargo vago.Parágrafo Quarto – Em suas ausências ou impedimentos eventuais, os Diretores serão substituídospor quem vierem a indicar. Parágrafo Quinto – A remuneração dos Diretores será fixada pela Assem-bleia Geral, em montante global, cabendo ao Diretor Presidente a individualização da referida remune-ração à Diretoria. Artigo Oitavo – Compete aos Diretores a representação da Companhia e a práticados atos regulares de gestão que lhes são atribuídos por lei e por este Estatuto. Parágrafo Primeiro – ADiretoria reunir-se-á preferencialmente na sede social da Companhia, sempre que convier aos interes-ses sociais. Parágrafo Segundo – As reuniões da Diretoria serão convocadas, salvo quando de caráterurgente, com 5 (cinco) dias de antecedência, no mínimo, realizando-se, normalmente, na sede da Com-panhia e, excepcionalmente, em qualquer outro local previamente estabelecido. Artigo Nono – Competeà Diretoria: a) A prática de todos os atos necessários ao funcionamento da Companhia, exceto os que,por lei ou por este Estatuto, sejam atribuição da Assembleia Geral; e b) Elaborar o relatório anual daAdministração, as demonstrações financeiras e a proposta de destinação de resultado do exercício,a serem submetidas à Assembleia Geral. Artigo Décimo – Compete ao Diretor Presidente: a) Fixar aorientação geral dos negócios da Companhia e as atribuições dos Diretores; b) Fiscalizar a gestão dosDiretores, bem como acompanhar sua execução inclusive a elaboração dos respectivos relatórios; c)Providenciar a elaboração do relatório anual da Administração e das demonstrações financeiras; d) Pro-mover a execução das deliberações da Assembleia Geral; e e) Convocar e presidir as reuniões da Direto-ria. Artigo Décimo Primeiro – É facultado à Companhia nomear procuradores, devendo o instrumentorespectivo ser assinado por 2 (dois) membros da Diretoria. Parágrafo Único – As procurações deverãoconter poderes específicos e, com exceção daquelas outorgadas a advogados para representação daCompanhia em processos judiciais ou administrativos, terão prazo de validade limitado a, no máximo, 1(um) ano. Artigo Décimo Segundo – Com as exceções constantes neste Estatuto, a Companhia sóserá obrigada pela assinatura conjunta de: a) 2 (dois) Diretores; ou b) 1 (um Diretor e 1 (um) Procuradorou 2 (dois) Procuradores com poderes específicos conferidos na forma do artigo décimo deste Estatuto.Parágrafo Único – Em casos especiais poderão ser outorgados a 1 (um) só Diretor ou Procurador, pode-res expressos para a prática de atos especificados nos respectivos instrumentos, respeitada a regra doartigo décimo primeiro deste Estatuto. Artigo Décimo Terceiro – Compete à Diretoria superintender oandamento dos negócios da Companhia, praticando os atos necessários ao seu regular funcionamento.Capítulo VI – Conselho Fiscal. Artigo Décimo Quarto – A Companhia terá um Conselho Fiscal, de fun-cionamento não permanente que, quando instalado, deverá ser composto de, no mínimo, 3 (três) e, nomáximo, 5 (cinco) membros efetivos e igual número de suplentes, acionistas ou não. Parágrafo Único– Os membros do Conselho Fiscal serão eleitos pela Assembleia Geral Ordinária para um mandato de 1(um) ano, permitida a reeleição. Capítulo VII – Disposições Gerais. Artigo Décimo Quinto – O exercíciosocial da Sociedade coincide com o ano civil, com início em 1º de janeiro e término em 31 de dezembrode cada ano. Quando do encerramento do exercício social, a Sociedade preparará um balanço patrimo-nial e as demais demonstrações financeiras exigidas por lei. Artigo Décimo Sexto – Os lucros apuradosem cada exercício terão o destino que a Assembleia Geral lhes der, conforme recomendação da Diretoria,depois de ouvido o Conselho Fiscal, quando em funcionamento, e depois de feitas as deduções deter-minadas em lei. Artigo Décimo Sétimo – Mediante decisão de acionistas representando a maioria docapital social, a Sociedade poderá preparar balanços intercalares a qualquer momento, a fim de deter-minar os resultados e distribuir lucros em períodos menores. Artigo Décimo Oitavo – A Sociedadedistribuirá, como dividendo obrigatório em cada exercício social, o percentual mínimo previsto e ajustadonos termos da legislação aplicável. Artigo Décimo Nono – A Sociedade entrará em liquidação nos casosprevistos em lei ou por deliberação da Assembleia Geral, com o quorum de acionistas representando amaioria do capital social, a qual determinará a forma de sua liquidação, elegerá os liquidantes e fixaráa sua remuneração. Artigo Vigésimo – Qualquer ação entre os acionistas ou deles contra a Companhia,baseada neste Estatuto Social, será proposta no foro da Comarca de São Paulo, Estado de São Paulo.

Dia, hora e local: 20 de agosto de 2012, às 9:00 horas, na sede da Companhia, localizada na Rua Pam­plona, nº 818, 9º andar, conjunto 92, Bairro Jardim Paulista, CEP 01405­001, na Cidade de São Paulo,Estado de São Paulo. Presença: Acionista representando a totalidade do capital social, conforme assi-naturas constantes no Livro de Presença de Acionistas. Convocação: Dispensadas as formalidades deconvocação, conforme disposto no artigo 124, § 4º, da Lei nº 6.404/76. Mesa: Presidente, Sr. João LuisCumerlato; Secretário, Sr. Irineu Berardi Meireles. Ordem do dia: Deliberar sobre: (i) destituição dosatuais membros da Diretoria da Companhia; (ii) eleição de membros da Diretoria da Companhia; (iii)alteração da sede social da Companhia; (iv) aumento do capital social da Companhia; e (v) alteração dedisposições do Estatuto Social da Companhia, tais como objeto social e administração. Deliberações:Após analisar e discutir as matérias constantes da ordem do dia, o acionista aprovou a lavratura destaata sob a forma de sumário, na forma do artigo 130, § 1º, da Lei nº 6.404/76 e deliberou: (i) Destituir osseguintes membros da Diretoria da Companhia: (i) Sueli de Fátima Ferretti, brasileira, solteira, analista,portadora da cédula de identidade RG nº 7.743.932 SSP/SP, inscrita no CPF/MF sob o nº 764.868.778­04,residente e domiciliada na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, com endereço comercial na RuaPamplona, nº 818, 9º andar, conjunto 92, Jardim Paulista, CEP 01405­001, na Cidade de São Paulo,Estado de São Paulo; e (ii) Cleber Faria Fernandes, brasileiro, casado, técnico em Contabilidade, porta-dor da cédula de identidade RG nº 23.360.684­1 SSP/SP, inscrito no CPF/MF sob o nº 192.212.358­74,residente e domiciliado na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, com endereço comercial na RuaPamplona, nº 818, 7º andar, conjunto 71, Jardim Paulista, CEP 01405­001, na Cidade de São Paulo,Estado de São Paulo; (ii) Eleger os seguintes membros para composição da Diretoria da Companhia: (i)João Luis Cumerlato, brasileiro, casado, administrador de empresas, portador da cédula de identidadeRG nº 5017407965, devidamente inscrito no CPF/MF sob o nº 391.454.330­20, para o cargo de DiretorPresidente; e (ii) Irineu Berardi Meireles, brasileiro, casado, administrador de empresas, portador dacédula de identidade RG nº 4194000 SSP/SP, inscrito no CPF/MF sob o nº 192.272.218­91, para ocargo de Diretor sem designação específica, ambos residentes e domiciliados na Cidade de São Paulo,Estado de São Paulo, com endereço comercial na Av. das Nações Unidas, nº 4.777, 5º andar, Alto dePinheiros, na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, que serão investidos em seus respectivoscargos mediante a lavratura e assinatura dos termos de posse constantes no Livro de Atas de Reuniõesda Diretoria da Companhia. Os Diretores ora eleitos aceitaram as respectivas eleições e declararam, nostermos do artigo 147 da Lei nº 6.404/76, não estarem impedidos de exercer atividades mercantis, porlei especial; em virtude de condenação criminal, ou por se encontrarem sob os efeitos dela; em virtudede pena que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos; ou por crime falimentar, deprevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato, ou contra a economia popular, contra o sistemafinanceiro nacional, contra normas de defesa da concorrência, contra as relações de consumo, fé públicaou a propriedade; (iii) Alterar o endereço da sede da Companhia da Cidade de São Paulo, Estado deSão Paulo, na Rua Pamplona, nº 818, 9º andar, conjunto 92, Bairro Jardim Paulista, CEP 01405­001,para a Cidade de Barueri, Estado de São Paulo, na Alameda Rio Negro, nº 585, conjunto 122, torre C,Alphaville Industrial, CEP 06454-000. Em consequência do acima exposto, o artigo segundo do EstatutoSocial da Companhia passa a ter a seguinte nova redação: “Artigo Segundo – A Companhia tem sedee foro na Cidade de Barueri, Estado de São Paulo, na Alameda Rio Negro, nº 585, conjunto 122, torreC, Alphaville Industrial, CEP 06454­000, podendo abrir filiais, agências ou escritórios por deliberação daDiretoria.”; (iv) Aumentar o capital social da Companhia em R$ 24.999.500,00 (vinte e quatro milhões,novecentos e noventa e nove mil e quinhentos reais), passando dos atuais R$ 500,00 (quinhentos reais)para R$ 25.000.000,00 (vinte e cinco milhões de reais), com a consequente emissão de 24.999.500(vinte e quatro milhões, novecentos e noventa e nove mil e quinhentas) novas ações ordinárias, nomi-nativas e sem valor nominal, emitidas pelo valor de R$ 1,00 (um real) cada uma. As ações ora emitidassão, neste ato, totalmente subscritas e integralizadas pela acionista Odebrecht TransPort ParticipaçõesS.A. (“OTP”). A integralização das novas ações ora subscritas dar­se­á conforme estipulado no Boletim deSubscrição anexo à presente ata como Anexo I. Em consequência do acima exposto, o caput do artigoquinto do Estatuto Social da Companhia passa a ter a seguinte nova redação: “Artigo Quinto – O capi-tal social da Companhia é de R$ 25.000.000,00 (vinte e cinco milhões de reais) dividido em 25.000.000(vinte e cinco milhões) de ações ordinárias todas nominativas e sem valor nominal.”; e (v) Alterar algu-mas disposições do Estatuto Social da Companhia, de forma que esse passe a vigorar com a redaçãoconstante do Anexo II desta ata. Encerramento: Nada mais havendo a tratar, foram suspensos os tra-balhos até a lavratura da presente ata, a qual, reabertos os trabalhos, foi lida, aprovada e assinada portodos os presentes.Mesa: Presidente, Sr. João Luis Cumerlato; e Secretário, Sr. Irineu Berardi Meireles.Acionista: Odebrecht TransPort Participações S.A., por Marcelo Felberg e Irineu Berardi Meireles. Cópiafiel da ata transcrita no Livro de Registro de Atas das Assembleias Gerais da Companhia. São Paulo, 20de agosto de 2012. Irineu Berardi Meireles, Secretário. n Secretaria de Desenvolvimento Econômico,Ciência e Tecnologia. Junta Comercial do Estado de São Paulo. Certifico o registro sob o número 386.010/12-2, em 04.09.12. Gisela Simiema Ceschin, Secretária Geral. n Anexo II – ESTATUTO SOCIAL DAZ.X.T.S.P.E. EMPREENDIMENTOS E PARTICIPAÇÕES S.A. Capítulo I – Da Denominação, Sede,Objeto e Duração. Artigo Primeiro – A Z.X.T.S.P.E. Empreendimentos e Participações S.A. é umasociedade anônima que rege-se por este Estatuto Social e pelas demais disposições legais que lheforem aplicáveis. Artigo Segundo – A Companhia tem sede e foro na Cidade de Barueri, Estado de SãoPaulo, na Alameda Rio Negro, nº 585, conjunto 122, torre C, Alphaville Industrial, CEP 06454­000, po-dendo abrir filiais, agências ou escritórios por deliberação da Diretoria. Artigo Terceiro – A Companhiatem por objeto social: (i) Atividade de gestão e prestação de serviços de intermediação de pagamentoautomático de pedágios e estacionamentos, com possibilidade de utilização de créditos na compra deserviços e produtos; (ii) Venda, revenda, aluguel e manutenção de sistemas de automação, insumose equipamentos, nacionais e importados, necessários à prestação dos serviços descritos acima; e (iii)Participar de sociedades que explorem direta ou indiretamente as atividades descritas nos itens (i) e (ii)acima. Artigo Quarto – A Sociedade terá prazo indeterminado de duração. Capítulo II – Do Capital.Artigo Quinto – O capital social da Companhia é de R$ 25.000.000,00 (vinte e cinco milhões de reais)dividido em 25.000.000 (vinte e cinco milhões) de ações ordinárias todas nominativas e sem valor nomi-nal. Parágrafo Primeiro – Cada ação ordinária corresponde a um voto nas deliberações sociais. ACompanhia não poderá emitir quaisquer valores mobiliários que não sejam ações ordinárias, exceto seaprovado pelos acionistas representando a maioria do capital social. Parágrafo Segundo – As açõesprovenientes de aumento de capital serão distribuídas entre os acionistas, na forma da lei, no prazo quefor fixado pela Assembleia que deliberar sobre o aumento de capital. Parágrafo Terceiro – Medianteaprovação de acionistas representando a maioria do capital social, a Companhia poderá adquirir aspróprias ações para efeito de cancelamento ou permanência em tesouraria, sem diminuição do capitalsocial, para posteriormente aliená-las, observadas as normas legais e regulamentares em vigor. Capí-tulo III – Da Assembleia Geral. Artigo Sexto – AAssembleia Geral reunir-se-á, ordinariamente, nos 4(quatro) primeiros meses após o encerramento do exercício social, e, extraordinariamente, sempre queos interesses sociais o exigirem. Parágrafo Primeiro – AAssembleia Geral poderá ser convocada, naforma da lei, por quaisquer 2 (dois) Diretores da Companhia e será presidida por acionistas ou Diretor

Z.X.T.S.P.E. EMPREENDIMENTOS E PARTICIPAÇÕES S.A.NIRE 35.300.442.288 – CNPJ/MF 16.577.631/0001­08

Ata de Assembleia Geral Extraordinária

FEDERAÇÃO DAS ENTIDADES CULTURAIS ITALO BRASILEIRASDO ESTADO DE SÃO PAULO

CNPJ 00.899.586/0001-78Edital de Convocação Assembleia Geral Ordinária e Extraordinária

De acordo com o estatuto social em vigor, ficam convocados os senhores associados da FECIBESP parase reunirem em assembleia geral ordinária e extraordinária (“Assembleia Geral”) a se realizar no dia 20de outubro de 2012, no Circolo Italiano de São Paulo (Av. Ipiranga, 344, 1º andar). A instalação daAssembleia Geral será às 9:30 horas, em primeira convocação, com a maioria absoluta das associaçõesafiliadas com direito a voto, e às 10:00 horas, em segunda convocação, com qualquer número derepresentantes das associações com direito a voto, para deliberar sobre a seguinte ordem do dia: (A) EmAssembleia Geral Ordinária: 1) Apresentação do relatório da Diretoria Executiva das atividadesdesenvolvidas pela FECIBESP em 2011; 2) Análise e votação das contas da Diretoria Executiva relativasao exercício de 2011; 3) Apresentação da previsão de atividades e orçamentária para o ano de 2013.(B)Em Assembleia Geral Extraordinária 15 minutos após o término da Assembleia Geral Ordinária: 1)Alteração dos artigos 1º(endereço), 20º (forma de convocação das assembleias gerais da federação) e38º (preenchimento da lacuna) do Estatuto Social da FECIBESP; 2) Adequação dos artigos 1º e 20º doRegimento Interno às alterações do Estatuto conforme item 1 desta convocação; Incorporação deassociações congêneres à FECIBESP. São Paulo, 28 de setembro de 2012.

ADMINISTRAÇÃO E REPRESENTAÇÕES TELLES S/ACNPJ/MF n° 61.363.842/0001-00 - NIRE 35 300 016 572

Extrato da Ata da Assembleia Geral Extraordinária de 03/09/2012Extrato da Ata da Assembleia Geral Extraordinária de 03/09/2012 arquivada em seu inteiro teor naJUCESP sob n° 401.392/12-0 em 19/09/12. “Presença da totalidade do capital social: Ordem do Dia:1) Atender à solicitação da RFB, de 30/08/2012 de modo a esclarecer divergências nos nomes dosacionistas que compõem o quadro acionário da Companhia”. 2) Aprovação: foi aprovada a inserção noslivros societários da companhia, em especial o de registro de ações nominativas, os nomes completose respectivos números dos documentos regularizando desta maneira a situação junto a Secretaria daReceita Federal do Brasil dos Acionistas a saber: Antonio de Queirós Telles Junior - CPF n° 001.522.268-34; Alice de Queirós Telles Cajado CPF n° 583.745.238-91; Maria Emilia de Queirós Telles Cunial CPFn° 932.660.578-72; Izabel de Queiros Telles Cunial CPF n.° 754.940.278-72; Rosa Maria de QueirósTelles Cunali Melges CPF n° 007.030.768-76; Antonio Queirós Telles Cunali CPF n° 963.242.018-72;Marina Queirós Telles Cunial CPF n° 083.361.185-54; Caio Rodrigues de Siqueira CPF n° 999.550.598-34; Eduardo Rodrigues de Siqueira CPF n° 638.161.308-44; O Sr. Presidente deu por encerrada aAssembleia, lavrando-se dela a presente Ata, em livro próprio, que depois de lida e aprovada em seuinteiro teor, vai por todos assinada, São Paulo, 03 de setembro de 2012. Antonio de Queirós Telles Junior,Presidente da Mesa: Eduardo Rodrigues de Siqueira – Secretário. Acionistas Presentes 100% a saber:Antonio de Queirós Telles Junior; Alice de Queirós Telles Cajado; Maria Emilia de Queirós Telles Cunial;Izabel de Queiros Telles Cunial; Rosa Maria de Queirós Telles Cunali Melges; Antonio Queirós TellesCunali; Marina Queirós Telles Cunial; Caio Rodrigues de Siqueira e Eduardo Rodrigues de Siqueira.

PREFEITURA MUNICIPAL DE

CASTILHO/SP

Termo de Homologação - Processo Licitatório nº 76/12 - Pregão nº 32/12Objeto: Aquisição de equipamentos e material de natureza permanente - informática e decoração,destinados a atender o objeto do Convênio SEDS nº 1457/2011, celebrado em 07 de dezembro de 2011,com o Estado de São Paulo, por intermédio da Secretaria de Desenvolvimento Social. Considerando aadjudicação constante da ata dos trabalhos da sessão pública de julgamento, lavrada pelo Sr. Pregoeiro,designada pela Portaria nº 02, de 03/01/2012; e a regularidade do procedimento, hei por bem, com basena Lei Federal nº 10520, de 17 de julho de 2002, Homologar os itens do objeto licitado à empresa abaixodelineada e determinar que sejam tomadas as providências ulteriores. Iara Monteiro Sampaio de SouzaGarms & Cia Ltda – ME. Rua Doze de Março, 416 - Sala 01 - Centro. Paraguaçu Paulista/SP. CNPJ (MF):01.990.508/0001-47. Itens: 02, 03, 04 e 05. Valor: R$ 13.690,00 (Treze mil, seiscentos e noventa reais).Castilho/SP, 26 de setembro de 2012. Antônio Carlos Ribeiro - Prefeito. A Debitar (28.09.12)

CONGREGAÇÃO DE SANTA DOROTÉIA DO BRASIL - SULCNPJ: 03.658.515/0001-71

RUA ÁLVARO NETO, 395 - VILA MARIANA - SÃO PAULO - SPBalanço Patrimonial Consolidado Realizado em 31/12/2011 (Em R$) Demonstração do Superávit do Exercício em 31/12/2011 (Em R$)

PresidenteLourdes Pereira PiresCPF: 268.550.971-20

Organização SaVeRe Ltda. - CRC: MG 005078/O-S-SPJorge Fonseca Filho - Contador - CRC: MG 009898/O-S-SP

Demonstração das Mutações do Patrimônio Social (Em R$)

Demonstração do Fluxo de Caixa (Em R$)Demonstração do Valor Adicionado - DVA (Em R$)

Notas Explicativas às Demonstrações Contábeis em 31/12/2011 (R$)I - Contexto Operacional: Nota 1. A Congregação de Santa Dorotéia doBrasil - Sul é pessoa jurídica de direito privado, de natureza associação,de caráter educacional, cultural, beneficente e de assistência social, comatividade preponderante na área da Educação, sem fins econômicos elucrativos, constituída à inspiração dos ensinamentos e do carisma deSANTA PAULA ÂNGELA MARIA FRASSINETTI, inscrita no CadastroNacional de Pessoas Jurídicas sob o número 03.658.515/0001-71,declarada de Utilidade Pública Federal e Distrital, registrada no ConselhoNacional deAssistência Social (CNAS), portadora doCertificado deEntidadeBeneficente de Assistência Social (CEBAS) e que tem por finalidadeprimordial e principal a educação, a promoção da cultura e da comunicaçãosocial, como instrumento de ensino, promoção, defesa e proteção dainfância, da adolescência, da juventude e de adultos, em consonânciacom a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), o Estatutoda Criança e do Adolescente (ECA), a Lei Orgânica da Assistência Social(LOAS) e o Estatuto do Idoso e se rege pelo Estatuto Social e legislaçãoaplicável. II - Apresentação Das Demonstrações: Nota 2. PrincipaisPráticas Contábeis: As demonstrações contábeis foram elaboradas deacordo com os princípios e normas contábeis emanados do ConselhoFederal de Contabilidade, levando-se em conta as questões específicasaplicáveis às entidades sem finalidade de lucros, aplicando-se de formasubsidiárias os aspectos previstos na legislação societária brasileira,naquilo que for pertinente. Na elaboração dessas demonstrações contábeisforam realizadas estimativas por parte da administração, dentre essas, aestimativa de vida útil dos bens integrantes do ativo imobilizado bem como arazoabilidade da provisão para devedores duvidosos, o que pode ocasionar

2011 2010Ativo...................................................... 65.819.676,03 60.884.552,81Ativo Circulante ................................... 52.660.645,18 49.192.785,09Disponível.............................................. 46.897.637,11 46.835.635,94Créditos ................................................. 3.979.272,33 991.834,43Adiantamento ........................................ 6.459,84 6.353,85Mensalidades Atrasadas ....................... 1.690.789,34 1.206.696,35Despesas Antecipadas.......................... 18.643,99 69.992,14Estoque ................................................. 67.842,57 82.272,38Ativo Não-Circulante.............................. 13.159.030,85 11.691.767,72Realizável a Longo Prazo...................... - 10.000,00Mensalidades a Recuperar.................... 591.557,02 784.164,19Depósitos Judiciais................................ 54.467,94 44.788,92Empréstimos.......................................... 76.720,00 82.770,00Imobilizado ............................................ 12.386.102,15 10.714.416,16Imóveis .................................................. 11.521.476,78 9.503.474,83Móveis ................................................... 10.683.663,17 9.992.703,36(-) Deprec. e Amortização Acumuladas. -9.819.037,80 -8.781.762,03Intangível ............................................... 50.183,74 55.628,45Marcas, Direitos e Patentes .................. 62.561,91 57.100,47(-) Amortizações Acumuladas................ -12.378,17 -1.472,02

2011 2010Passivo ................................................. 65.819.676,03 60.884.552,81Passivo Circulante .............................. 11.407.449,99 9.952.249,13Patrocínio .............................................. 1.269,49 -Patrocínio .............................................. 1.269,49 -Patrimônio Líquido................................. 54.412.226,04 50.932.303,68Patrimônio Social................................... 50.923.757,51 50.825.913,03Superavit do Exercício........................... 3.459.682,68 98.390,65Doações Patrimoniais............................ 20.785,85 -Resultados de Vendas Patrimoniais...... 8.000,00 8.000,00Compensação Ativo/PassivoValores em Compensação .................... 23.178.416,66 16.342.916,66

Patrimônio Social 2011 2010Saldo Anterior:..................................... 50.932.303,68 585.125,68(+) Transferências Recebidas ............... 1.449.411,18 50.371.984,84(-) Transferências Enviadas................... -1.450.668,68 -(+) Acréscimo/Decréscimo Patrimonial . 2.879.840,18 -123.197,49Superávit (ou Déficit) do Exercício ........ 3.459.682,68 98.396,65Saldo Atual ........................................... 54.412.226,04 50.932.303,68

1 - Fluxo de Caixa das Ativ. Operacionais 2011 2010Superávit (ou Déficit) do Exercício ............... 3.459.682,68 98.390,65Depreciação / Amortização........................... 1.048.181,92 8.704.378,16Acréscimo/Decréscimo do Patrimônio Real . 21.497,18 -123.197,49Transferência na Incorporação..................... - 50.371.984,84Superávit/Déficit Líquido Ajustado ........... 4.529.361,78 59.051.556,16Variação dos Ativos e Passivos Operac.Contas a Receber......................................... -141.297,35 -Créditos ........................................................ -2.244.178,64 124.836,48Devedores Diversos ..................................... -601.961,91 866.997,95Outros Ativos ................................................ -423.882,46 1.364.732,30(Aumento) Redução de Ativos...................... -3.411.320,36 2.356.566,73Títulos a Pagar ............................................. 1.055.329,95 906.413,43Contribuições Sociais e Tributárias .............. 95.697,11 548.123,80Receitas Antecipadas................................... 561.671,75 2.697.698,07Salários a Pagar ........................................... -248.733,18 575.740,15Outros Passivos ........................................... -8.764,77 4.924.264,71Aumento (Redução) de Passivos................. 1.455.200,86 9.652.240,16Variação dos Ativos e Passivos Operac. . -1.956.119,50 7.295.673,43Caixa Gerado pelas Atividades Operac.... 2.573.242,38 66.347.229,592 - Fluxo das Ativ. de InvestimentosAquisições do Ativo Imobilizado ................... -3.042.504,47 -19.080.105,29Vendas de Imobilizado ................................. 333.542,71 -Ativos a Longo Prazo ................................... 198.978,15 -921.723,11Caixa Consumido nas Ativ. de Invest. ...... -2.509.983,61 20.001.828,403 - Fluxo das Ativ. De FinanciamentoTransferências Recebidas............................ 1.449.411,18 -Transferências Pagas................................... -1.450.668,68 -Caixa Gerado pelas Ativ. de Financ. ......... -1.257,50 -Geração de Caixa Líquido ......................... 62.001,17 46.345.401,19Caixa e Equiv. de Caixa no Início do Exerc..46.835.635,94 490.234,75Caixa e Equiv. de Caixa no Final do Exerc. .46.897.637,11 46.835.635,94Variação de Caixa ....................................... 62.001,17 46.345.401,19

1 - Fluxo de Caixa das Ativ. Operacionais 2011 2010Receitas.......................................................55.877.490,41 49.545.003,48Serviços Prestados - Educação Básica........53.005.520,70 46.589.123,90Serviços Prestados - Educação Superior..... 2.524.206,89 25.402.138,66Outras Receitas............................................ 492.026,95 665.854,82Prov. para Créditos de Liquidação Duvidosa -144.264,13 -112.113,90Insumos Adquiridos de Terceiros............. -5.944.105,62 -6.339.308,34Outros Custos de Prod. e Servi. Vendidos... -450.244,97 -415225,24Mat., Energia, Serv. de Terceiros e outros ... -5.493.860,65 -5.924.083,10Valor Adicionado Bruto..............................49.933.384,79 43.205.695,14Depreciação, Amortização e Exaustão......... -1.048.021,03 -1.035.573,22Valor Adic. Líq. Produzido pela Entidade.48.885.363,76 42.170.121,92Valor Adicionado Recebido em Transf. .... 7.377.893,24 5.339.383,18Receitas Financeiras.................................... 5.622.715,19 3.724.450,67Convênios e Subvenções recebidas ............ - 828.590,82Outros........................................................... 1.755.178,05 786.341,69Valor Adicionado Total A Distribuir...........56.263.257,00 47.509.505,10Distribuição do Valor AdicionadoPessoal.........................................................30.622.754,99 27.454.046,50Remuneração Direta ....................................27.611.369,75 24.403.915,39Benefícios..................................................... 244.316,50 310.064,80FGTS............................................................ 2.767.068,74 2.740.066,31Impostos, Taxas e Contribuições.................. 43.506,77 62.919,34Federais........................................................ 15.103,87 10.360,47Municipais..................................................... 28.402,90 52.558,87Distribuição para Terceiros ...........................22.137.312,56 19.894.148,61Juros............................................................. 1.667,52 6.216,92Alugueis........................................................ 3.735.592,71 3.744.954,52Bolsas de Estudos - Filantr. Educ. Básica.... 8.029.972,89 6.720.760,98Bolsas de Est. - Não Filatr. Educ. Básica..... 2.168.196,90 2.300.709,81Descontos Concedidos Educação Básica.... 2.208.465,82 1.937.448,83Bolsas de Estudos - Filantr. Educ. Superior . 511.607,11 347.759,15Bolsas de Est. - Não Filantr. Educ. Superior 2.728,50 46.351,95Descontos Concedidos Educação Superior . - 203.371,51Despesas Administrativas ............................ 883.890,74 668.715,64Projetos Não Filantrópicos/Convênios ......... 708.275,11 584.647,19Projetos de Assistência Social...................... - 548.159,00Projetos Assistênciais Educacionais ............ 942.874,65 183.144,89Outras........................................................... 2.944.040,61 2.601.908,22Superávit/Déficit do Exercício....................... 3.459.682,68 98.390,65Valor Adicionado Distribuído.........................56.263.257,00 47.509.505,10

2011 2010Receitas................................................ 49.606.881,38 43.024.873,09Contribuições......................................... 617.612,45 104.168,21Contribuições s/Fins Específicos........... 55.881,39 -Resultado das Vendas Material Escolar 41.781,98 43.184,94Resultado de Venda da Cantina............ 87.251,59 -Convênios.............................................. 716.426,16 -Subvenções Estaduais .......................... 2.678,45 -Contribuições Escolares Recebidas...... 40.598.885,09 35.817.830,68Contribuições Escolares Superior ......... 1.588.321,07 1.817.945,79Outras Receitas..................................... 5.898.043,20 5.241.743,47Convênios.............................................. - 826.703,49Subvenções Estaduais .......................... - 1.887,33Receitas Patrimoniais............................ 21.742,71 52.944,54Receitas Administrativas ....................... 182.793,07 239.798,07Receitas Financeiras............................. 5.622.715,19 3.724.450,67Receitas Extraordinárias ....................... 17.491,59 -Recuperação de Despesas ................... 46.252,24 389.430,87Contribuições......................................... - 6.528,50Atualização Monetária ........................... 7.048,40 -Despesas.............................................. -49.606.881,38 -43.024.873,09Salários e Encargos Sociais.................. -30.622.754,99 -27.454.046,50Serviços de Terceiros ............................ -4.432.924,67 -4.932.381,36Manutenção do Pessoal ........................ -656.749,63 -850.013,29Conservação de Móveis e Imóveis........ -847.253,22 -1.006.217,78Desp. de Manutenção e Funcionamento -2.826.166,17 -2.553.474,40Despesas Administrativas ..................... -4.763.747,58 -4.525.784,06Despesas Legais................................... -112.626,01 -100.365,73Convênio Sedest ................................... -105.494,35 -294.443,68Convênio Sedf ....................................... -602.780,76 -290.203,51Projetos Filantropicos............................ - -548.159,00Apoio aos Alunos Bolsistas ................... -174.009,64 -73.034,79Projeto E.J.A.......................................... -21.278,36 -Projeto Educando.................................. -747.586,65 -110.110,10Outras Despesas................................... -233.826,67 -188.248,24Despesas Administrativas ..................... -29.917,53 -Despesas Financeiras........................... -196.397,25 -186.191,80Despesas Extraordinárias ..................... -7.511,89 -2.056,44Variação do Exercício............................ 3.459.682,68 98.390,65

variações entre o real e o estimado. III - Resumo das Práticas Contábeis:Nota 3. A prática contábil adotada é pelo regime de competência. Foramatendidas as normas do Conselho Federal de Contabilidade. Nota 4.Receitas Antecipadas: Receitas a Classificar referem-se ao recebimentode matrículas de alunos veteranos e novatos, cujos valores representama primeira mensalidade do ano letivo seguinte (2012). Por se tratar deingressos de recursos relativos a serviços ainda não prestados. Nota 5.Aplicações Financeiras: As aplicações financeiras estão demonstradaspelos valores de aplicações acrescidas dos rendimentos correspondentes,apropriados até a data do Balanço, com base no regime de competência.Nota 6. Ativos Circulantes: Estão apresentados pelo valor de realização,incluindo, quando aplicável, os rendimentos e as variações. Nota 7. AtivoNão Circulante Realizável A Longo Prazo: Este grupo é composto porvalores a receber, cujo vencimento ultrapassa o exercício subsequente.Nota 8. Passivo Circulante e Não Circulante: São demonstrados pelosvalores conhecidos ou calculáveis, acrescido, quando aplicável, doscorrespondentes encargos e variações incorridas até a data do BalançoPatrimonial. Nota 9. As modificações e composição do Patrimônio Líquidoestão expressas na demonstração das mutações do Patrimônio. NOTA 10.O estoque constante no Balanço Patrimonial se refere, outros estoques.Esse estoque é avaliado pelo custo (médio) de aquisição que não superao valor de mercado. Nota 11. Provisão Para Devedores Duvidosos:Contabilizou provisão de perdas de mensalidades, considerando o nãorecebimento dos valores do Relatório de Controle de Pagamentos. Embases periódicas a Administração revisa o quadro de contingênciasconhecidas, avalia a possibilidade de eventuais perdas com as mesmase ajusta a provisão. Nota 12. Provisões de Férias E Encargos: Foramprovisionadas com base nos direitos adquiridos pelos empregados até adata do Balanço Patrimonial, incluindo o valor correspondente ao FGTS.Nota 13. Provisão de 13º Salário e Encargos: Foram provisionadascom base nos direitos adquiridos pelos empregados e baixados conformeo pagamento até a data do Balanço Patrimonial. Nota 14. Apuração doResultado:O resultado foi apurado segundo o Regime de Competência. Osrendimentos e encargos incidentes e sua realizações estão reconhecidasnos resultados. Nota 15. O imobilizado se apresenta com os valores deaquisição. As depreciações são calculadas de acordo com a redução pelouso dos valores utilizados.

31/12/2011 31/12/2010Descrição Custo Depreciação Acumulada Líquido Líquido PercentualImóveis ..................................................... 173.090,94 -37.816,24 135.274,70 141.959,79 4Móveis e Utensílios .................................. 4.224.591,91 -2.422.539,37 1.802.052,54 1.660.203,01 10Instalações ............................................... 284.022,73 -179.141,62 104.881,11 128.128,34 10Máquinas e Aparelhos.............................. 3.240.849,56 -2.320.496,23 920.353,33 947.385,09 10Veículos.................................................... 388.148,70 -357.715,19 30.433,51 54.835,14 20Biblioteca.................................................. 292.797,21 -280.859,22 11.937,99 15.738,17 10Material Didático....................................... 415.938,13 -389.661,65 26.276,48 33.187,14 10Semoventes.............................................. 3.330,00 -1.748,25 1.581,75 1.914,75 10Prédios ..................................................... 414.988,99 -65.502,07 349.486,92 366.086,52 4Bens Religiosos ....................................... 72.281,93 -61.411,39 10.870,54 13.203,53 10Instrumentos Musicais.............................. 31.550,50 -15.235,18 16.315,32 14.943,33 10Const. Benf. Imóvel Terceiros................... 10.933.396,85 -2.314.372,84 8.619.024,01 6.897.473,45 4Equipamentos de Informática................... 1.730.152,50 -1.372.538,55 357.613,95 440.357,90 20Total do Imobilizado ............................... 22.205.139,95 -9.819.037,80 12.386.102,15 10.714.416,16Nota 16. As receitas são apuradas obedecendo aos princípios do regimede competência. Nota 17. As despesas são apuradas obedecendo aosprincípios do regime de competência em conformidade com as exigênciaslegais fiscais. Nota 18. Eventualmente a entidade recebe doações depessoas físicas e/ou pessoas jurídicas. No ano de 2011 a entidade recebeuas seguintes doações:Donativos Recebidos com finalidades especificas:Pessoas Jurídicas:.................................................................. 17.500,00Donativos Recebidos sem finalidades especificas: ........... 55.881,39Pessoas Físicas:..................................................................... 45.727,79Pessoas Jurídicas:.................................................................. 10.153,60Nota 19. A entidade recebeu no ano de 2011 os seguintes valores deconvênios/subvenções.Convênios/subvenções com finalidades especificas:Convênio Público .................................................................... 716.426,16Sec. de Educ. DF - SEDF ....................................................... 564.956,16Objetivo do convênio: implemento de ação conjunta entre o Distrito Federal,por meio da SEDF e a Ação Social Paula Frassinetti, para atendimento naEducação Infantil - primeiro nível da Educação Básica - à criança de 1(um)

ano e 8 (oito) meses a 5 (cinco)anos de idade em seus aspectos físicos,emocionais, cognitivos e sociais.Sec. Estado Des. Soc. Trabalho - SEDEST............................ 151.470,00Objetivo do convênio: prorrogar o prazo da vigência de 01/05/2010 até30/04/2011, suplementar recursos inerentes ao período prorrogado ealterar o plano de trabalho/aplicação no projeto serviço de convivência paracriança de 0 a 6 anos e suas famílias.Subvenção Pública ............................................................... 2.678,45CEB Distribuição..................................................................... 2.678,45Nota 20. Os recursos da entidade foram aplicados em suas finalidadesinstitucionais, de conformidade com seu Estatuto Social, demonstradospelas suas Despesas e Investimentos Patrimoniais. Nota 21. A entidadeutiliza-se do Grupo Compensado, constante do Balanço Patrimonial, paracontroles de interesse da instituição. 21.1. Os valores alocados neste gruponão compõem os Ativos e Passivos da Entidade.Nota 22Valores a Apropriar ................................................................... 18.485,36Seguradora (s).......................................................................... 10.911,70Assinaturas de Jornais e Revistas.......................................... 7.573,66

Nota 23. Benefícios EducacionaisEnsino Superior: Lei 11.096 de 13/01/2005Receita da Venda de Serviços............................................. 2.524.206,89Renda das Aplicações Financeiras...................................... 11.364,88Total ...................................................................................... 2.535.571,7720% de R$ ........................................................................... 507.114,36Bolsas de Estudo ConcedidasBolsas de 100%................................................................... 190.392,54Bolsas de 50%..................................................................... 285.279,96Total ...................................................................................... 475.672,50Gratuidades Concedidas (%)............................................... 18,77Número de alunos pagantes................................................ 321Número de bolsas de 100%................................................. 39Nota 24. Benefícios EducacionaisGratuidades Educacionais - Educação BásicaMensalidades Escolares ...................................................... 52.835.283,89Mensalidades Atrasadas de 2010 Recebidas...................... 935.069,80(-) Bolsas de Estudo de 100%............................................... 5.548.730,46(-) Bolsas de Estudo de 50%................................................. 1.261.146,47(-) Bolsas de Estudo de 100% EJA ....................................... 1.220.095,96(-) Bolsas de Estudo Sindicatos ............................................ 2.168.196,90(-) Bolsas Sociais Concedidas............................................... 2.208.465,82(-) Inadimplentes de 2011...................................................... 1.614.438,38(-) Desistências...................................................................... 764.832,99Mensalidades Efetivamente Recebidas............................... 38.984.446,7120% das Mensalidades........................................................ 7.796.889,35Bolsas ConcedidasBolsas de Estudo de 100%.................................................. 5.548.730,46Bolsas de Estudo de 50%.................................................... 1.261.146,47Bolsas de Estudo de 100% EJA .......................................... 1.220.095,96Total ...................................................................................... 8.029.972,89Total Educação BásicaMensalidades Escolares ...................................................... 38.984.446,7120% das Mensalidades........................................................ 7.796.889,35Bolsas Concedidas .............................................................. 8.029.972,89Números de alunos pagantes .............................................. 6.759Número de bolsas 100%...................................................... 963Observações: I - As bolsas dos sindicatos não são consideradas bolsasfilantrópicas. II - Bolsas Sociais são os descontos concedidos, não integramos valores das bolsas concedidas.Nota 25. Total GeralMensalidade Efetivamente Recebidas - Educ. Básica.......... 38.984.446,71Mensalidade Curso Superior - Receita Base ........................ 2.535.571,77Total ......................................................................................41.520.018,4820% das Mensalidades........................................................ 8.304.003,70Bolsas Concedidas Educação BásicaBolsas de Estudo 100% ........................................................ 5.548.730,46Bolsas de Estudo 50% .......................................................... 1.261.146,47Bolsas de Estudo 100% EJA................................................. 1.220.095,96Bolsas do Curso SuperiorBolsas de Estudo de 100% ................................................... 190.392,54Bolsas de Estudo de 50% ..................................................... 285.279,96Total das Bolsas .................................................................. 8.505.645,39Nota 26. Apoio ao Aluno BolsistaMaterial Didático.................................................................... 105.190,62Transporte ............................................................................. 1.790,00Uniforme................................................................................ 9.117,30Merenda ................................................................................ 57.911,72Sub-Total .............................................................................. 174.009,64Projeto EJA............................................................................ 21.278,36Projeto Educando.................................................................. 747.586,65Total ...................................................................................... 942.874,65Valor dos 5% que podem ser considerados ..................... 1.949.222,34ResumoBolsas de Estudo................................................................... 8.505.645,39Atividade Socioeducacional................................................... 942.874,65Total ...................................................................................... 9.448.520,04Percentual Total Concedido % ........................................... 22,76Observações: I - Mensalidades a receber no final do Exercício de 2010(Inicial de 2011) = R$ 1.137.253,25. II - Mensalidades a receber doExercício de 2011 = R$ 1.614.438,38Nota 27. Custo da isenção usufruída pela entidade no ano de 2011:Imunidade INSS - Cota Patronal: ......................................... 5.669.356,57Imunidade INSS - RAT: ......................................................... 283.467,76Imunidade INSS - Terceiros: ................................................. 1.275.605,21Imunidade INSS - Serviços de Terceiros:.............................. 45.006,50Imunidade INSS - Cooperativas: ........................................... 39.949,77Cofins .................................................................................... 1.255.860,70Total ...................................................................................... 8.569.246,51

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sexta-feira, 28 de setembro de 201220 DIÁRIO DO COMÉRCIO

Há boas perspectivas aos supermercados para o restante do ano.Sussumu Honda, presidente da Abraseconomia

Restaurantes pedem fim de taxasAbrasel pede que Banco do Brasil baixe as taxas de administração dos cartões de crédito, como fez com os juros do cheque especial.

Oministro do Turis-mo, Gastão Vieira,e o presidente daAssociação Brasi-

leira de Bares e Restaurantes(Abrasel), Paulo Solmucci, en-tregaram ontem à ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoff-mann, documento pedindo aredução das taxas de adminis-tração cobradas pelos cartõesde crédito aos estabelecimen-tos. Segundo eles, estas che-gam a 4% no caso dos cartõesde crédito e débito e a 6% nocaso de vale-refeição, consi-deradas "abusivas", já que,em outros países do mundo,como os Estados Unidos, sãoda ordem de 1%.

De acordo com o presidenteda Abrasel, a ministra GleisiHoffmann repetiu, "por pelo

menos t rêsvezes", que"este assuntojá havia sidolevado pelam i n i s t r a àp res iden teDilma e que ap res iden tedeterminouação do M i-n i s t é r i o d aFazenda e doBanco Cen-tral nesta di-reção".

Paulo Sol-mucci acres-centou queGleis i disseque a presi-dente Dilmajá "está en-trando fundonesta ques-tão" de redu-ç ã o d a c o-b rança das

taxas de administração doscartões de crédito.

O setor quer que qualquermáquina, seja Cielo, Redecardou qualquer outra, aceitequalquer cartão. "O impactoseria superior à desoneraçãoda folha de pagamento", afir-mou Solmucci. No documentoentregue foi informado que amargem de lucro da Cielo foide 65% e a da Redecard, demais de 40%. "Lucros extorsi-

vos, muito acima do que ocor-re no resto do mundo. Nos Es-tados Unidos, por exemplo,estas marcas têm lucros deum quinto destes valores",prosseguiu ele, questionandoa razão pela qual o vale-refei-ção cobra o dobro de taxa deadministração que os demaiscartões de crédito. "Isso é ex-torsão e prejudica principal-mente os pequenos estabele-cimentos".

Em São Paulo, o restauranteSujinho Bisteca D´Ouro, narua da Consolação, não aceitacartões de crédito nem de dé-bito. Na porta do estabeleci-mento há uma placa explican-do que o restaurante preferemanter os preços mais acessí-veis a aumentá-los para reporas taxas pagas às administra-doras de cartões.

Solmucci explicou que o se-tor "não quer intervenção", e

sim que o governo use o Bancodo Brasil para baixar estas ta-xas de administração, a exem-plo do que fez com juros docheque especial e cartão decrédito. "É só o Banco do Brasilestimular a Cielo a receberqualquer cartão", sugeriu.

Gastão Vieira, por sua vez,disse que foi o intermediáriodo setor d porque considera areivindicação "justa" e poten-cialmente eficaz. (AE)

O tradicional restaurante Sujinho Bisteca D´Ouro, por exemplo, localizado na rua da Consolação, não aceita cartões de crédito nem de débito por causa das taxas.

Queremos que sejadeterminado quequalquer cartãopossa ser recebidopor qualquermaquininha.

PAU LO SO L M U CC I ,PRESIDENTE DA ABR ASEL

Pablo de Sousa/ LUZ

Governo é contra acabar com oparcelamento sem juros no cartão

Venda parcelada sem juros no cartão substitui os cheques pré-datados e pode prejudicar o ritmo do varejo

Ogoverno acompanha comatenção o debate entre osbancos sobre a

possibilidade de eliminar oparcelamento no cartão decrédito sem cobrança de juros.Ontem o ministro da Fazenda,Guido Mantega, disse acreditarque seria um retrocesso muitogrande acabar com estemecanismo. Ele avalia que umainiciativa desta natureza podefrear o mercado consumidoracostumado com esta facilidade,prejudicar o varejo e atrapalhar arecuperação da economia.

Como esta proposta não tem oapoio da maioria das instituiçõesfinanceiras, o governo não temmedidas na manga, masacompanha o debate e poderáintervir para regular o mercado seavaliar ser necessário. Até omomento, somente o ItaúUnibanco propôs cobrar uma taxaextra de lojistas que vendemparcelado, sem a cobrança dejuros do consumidor. O Bradescoe as instituições públicassão contrários.

O que o governo gostaria dever, na verdade, é uma reduçãodas taxas de juros do rotativo noscartões de crédito, que o ministrochama de "escorchantes". Aavaliação na equipe econômica éde que a pressão do governo játem surtido efeito, o que levou oBradesco a anunciar esta semana

um corte nas taxas do créditorotativo.

No início de setembro, Bancodo Brasil e Caixa EconômicaFederal anunciaram medidassemelhantes, forçando aconcorrência privada a seguiro movimento.

Em agosto, o Itaú Unibanco jáhavia criado uma novamodalidade de cartão, na qual ojuro máximo caiu à metade.

Há uma expectativa de queoutros bancos também anunciema redução dos juros no rotativo.

Apesar desse movimento, astaxas permanecem elevadas secomparadas a outrasmodalidades de financiamento.

Na entrevista, Mantegamandou um recado àsadministradoras de cartão decrédito ao afirmar que, se ogoverno está preocupado com osjuros elevados, elas tambémdeveriam estar. "Se necessário, ogoverno poderá agir para regularo mercado e trazer as taxas parapatamares mais próximos dospadrões internacionais", disse.

Pressionadas a reduzir os jurosno rotativo, algumas instituiçõesargumentaram ao governo que osparcelamentos sem juros acabamprovocando a elevação das taxasporque são um risco que écoberto pelas parcelas de quemestá no rotativo. A equipeeconômica está conversandocom os grandes bancos. A vendaparcelada sem juros no cartão foiuma forma encontrada porlojistas para substituir os chequespré-datados, uma invençãobrasileira. (AE)

Supermercadosfaturam mais

Os supermercados encerraram agostocom aumento de 5,57% no faturamentoreal acumulado desde janeiro, enquan-

to no mesmo período o volume de vendas re-cuou, em meio a preços maiores e menor de-manda, traçando um cenário de estabilizaçãoapós forte crescimento no primeiro semestre.

"A queda do desemprego e o aumento damassa salarial, bem como a recuperação do se-tor industrial do País, indicam boas perspecti-vas para o restante do ano", afirmou o presi-dente da Associação Brasileira de Supermer-cados (Abras), Sussumu Honda.

A previsão para 2012 é de crescimento decerca de 5% nas vendas. Se considerado ape-nas o mês de agosto, as vendas reais cresce-ram 3,91% ante o mesmo mês em 2011 e subi-ram 1,71% em relação a julho. Já em termos devolume, as vendas até agosto registraram que-da de 0,1%. Em igual período do ano passado,as vendas haviam subido 2,6%. "A base decomparação é forte, então está havendo umprocesso de estabilização", explicou Honda.

O maior crescimento das vendas em volumeno ano até agosto foi apurado pela cesta de be-bidas não-alcoólicas, com alta de 1,4%, segui-da por mercearia doce (+0,5%) e perecíveis(+0,3%). Por outro lado, a cesta de bebidas al-coólicas teve a queda mais expressiva. O volu-me de vendas recuou 0,3% no acumulado atéagosto, um ano antes havia tido alta de 7,2%.

Segundo Honda, pesou sobre a cesta de be-bidas alcoólicas o ambiente de crise econômi-ca, somado a preços mais altos de cerveja – quetem a maior participação na cesta –e fatores cli-máticos. "O alto verão foi mais frio e houve au-mento de impostos para produção de cerveja, oque não ajudou (as vendas) ", disse ele.

Isoladamente, os produtos com maior cres-cimento no volume de vendas de janeiro aagosto foram bolo industrializado (+24,8%),suco de frutas pronto (+15%) e vinho (+9,9%).As maiores quedas foram de inseticida(-11,3%), sabão em barra (-10,4%) e pilha(-7,8%).(Reuters)

Vendas de perecíveis aumentam 0,3% em agosto

Pablo de Sousa/ LUZ

Rejane Tamoto

mar um bom cenário para o cré-dito. Os cartões de loja devemcrescer com a diversificação pa-ra os cartões de crédito e co-branded (modalidade na qual ocartão de loja tem bandeira e po-de ser usado em outros estabele-cimentos, neste caso feito em as-sociação a um banco).

O estudo estima que a taxa desubstituição de cartões privatelabel por co-branded seja de cer-ca de 25% ao ano. Ao adotar estetipo de cartão, o varejista tam-bém aumenta a fidelização declientes por oferecer outros ser-

viços adicionais em relação aoscartões de loja simples, que po-dem ser seguros, empréstimos eoutros produtos de crédito.

Segundo dados da AssociaçãoBrasileira das Empresas de Car-tões de Créd i to e Serv iços(Abecs), o número de cartões deloja deve crescer 9% neste ano eatingir o total de 268,8 milhõesde unidades. Estes cartões re-presentam 29% do mercado. Onúmero de cartões de loja só nãocresce mais do que o de cartõesde crédito, para o qual se projetaalta de 11%, ou 193,2 milhões.

Baixa rendaexpandiráprivate label

Varejista aumenta a fidelização de clientes com cartão de loja próprio

Marcelo Soares/ LUZ

Se necessário, ogoverno poderáagir para regulare trazer as taxaspara patamarespróximos dosinternacionais.

GUIDO MANTEGA, MINISTR O

Os cartões de loja, conheci-dos como private label,devem crescer 90% no

Brasil entre 2011 e 2015 comoprincipal instrumento de ofertade crédito para o consumidor debaixa renda, segundo o estudo"Consumer Credit in Latin Ameri-ca: Trends and Opportunities inCredit and Store Cards", elabora-do pela escola de negócios IESEBusiness School, da Universida-de de Navarra.

Um dos autores, Paulo Rocha eOliveira, diz que os consumido-res emergentes dependem docrédito com possibilidade de pa-gamento em prestações men-sais, para terem acesso a produ-tos e serviços essenciais.

O estudo lembra que a econo-mia brasileira estável, a rendaem crescimento e o aumento doemprego formal ajudam a for-

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sexta-feira, 28 de setembro de 2012 21DIÁRIO DO COMÉRCIO

DCARRNº 435 Você não pode perder.

De 24/10 a 04/11, noAnhembi. Ingressoscomuns: de R$ 20 (meia)a R$ 70, pelo IngressoRápido, tel. 4003 1212.

A VOLTA

Olha só quem chega em novembroA VW redesenhou o novo besouro. Embora bem maior, agora sim ele parece com o antigo (e recupera seu nome). O preço ainda está indefinido.

Divulgação

CHICOLELIS

Com o nome Fuscarecuperado e comdireito à presençado craque Neymar,

socialites e gente famosa, aVolkswagen lançou nestasemana a nova versão domodelo que tanta saudadedeixou no mundo, depois demais de 20 milhões deunidades fabricadas naAlemanha, Brasil e México,entre outros países.

E o carrinho mereceu afesta de recepção. Ele estámais bonito que a versãoanterior, que fugia muito dodesenho do original,fabricado no Brasil de 1953a 1986, na primeira etapa,e de 1993 até 1996, até apósa chamada era Itamar Franco(1992-94), o presidente quepediu a sua volta. Forammais de três milhões deunidades vendidas aqui.Mesmo maior, mantém oDNA do Fusca antigo. Umagraça de carro, que estará àvenda em novembro. Opreço ainda não foi definido.

Desta vez, a volta doFusca é marcada não apenaspelo novo design, mastambém pelo potente motorde 200 cv, que pode levá-loaos 100 km/h em apenas7,3s e à final de 217 km/h. Oprimeiro Fusca brasileironão chegava aos 100 km/hno início dos anos 50.

O Fusca é fabricado emPuebla (México). Tem motor2.0 TSI com injeção diretade gasolina e transmissãode seis marchas DSG(Direct Shift Gearbox) dedupla embreagem.

O novo design une os doismodelos do Fusca. Oprimeiro, de FerdinandoPorsche, e o segundo, de1998, conhecido por NewBeetle. Assim, o perfil donovo modelo é notadamenteinspirado no original,especialmente na suatraseira. No mais, ficou maislargo, mais comprido e comperfil mais baixo.

Masculino - Paraamontadora, a "nova geração

do Fusca é mais ousada, maisdinâmica e mais masculina".Mas por dentro, segundo adescrição do fabricante, esta"masculinidade" é amenizadapor um novo painel, com cor nasuperfície plana, levando oobservador a "ver" ali oprimeiro Fusca. Como noprimeiro modelo, o carrotambém oferece porta-luvasadicional integrado àsuperfície do painel. Nele, atampa abre para cima e na dostandard, integrado a ele, parabaixo. Outro equipamentoclássico são os instrumentosauxiliares, posicionados acimado sistema de áudio enavegação: temperatura doóleo, relógio com cronômetroe medidor da pressão do turbo.Também são novidade osnovos volantes especialmentecriados para o Fusca, comdetalhes pintados nos raios.

O novo Fusca será atraçãono estande da Volkswagen,no Salão do Automóvel, de24 de outubro a 4 denovembro, no Anhembi.

CUIDADO AO ACELERAR

RAPIDEZ É COM A CONCOURSMuita atenção com a mão direita, ou a Kawasaki "voa". Custa R$ 74.990

Pilotar a Kawasaki Concours 14, re-cém-lançada no Brasil, exige aten-ção especial para a mão direita.Com motor de 1.352cm³, quatro ci-

lindros e torque de 14,1 kgfm a 6.200 rpm éfácil atingir velocidades bem maiores que aspermitidas. Mas o prazer de andar na estra-deira-esportiva não fica só no acelerador.Com bons assentos, regulagem eletrônicade altura e inclinação do para-brisa, ajustedos faróis e manoplas aquecidas é confortá-vel e seguro percorrer longas distâncias. Va-le os R$ 74.990 sugeridos pela marca.

Com 304 quilos, 2.230 mm de compri-mento e 790 mm de largura, a Concours 14,com duas grandes malas rígidas laterais,exige atenção no trânsito. São bons os siste-

mas ABS e e o K-ACT que distribuem a frena-gem entre as rodas. O controle de tração éimportante para os pisos irregulares e tam-bém na chuva. O eixo cardã imprime maissuavidade nas tocadas.

O sistema de segurança presencial Kipasspermite deixar a chave na moto. Todo o sis-tema trava assim que o alarme se distanciado veículo.

Mesmo com 155 cavalos a 8.800 rpm ela éeconômica. A média com aceleração suavechegou a 20 Km/l. "Torcendo o cabo", cai pa-ra 5, 6 km/l. No tanque 22 litros. O computa-dor de bordo informa modo de pilotagemeconômica, temperatura do ambiente epressão dos pneus.

Mário Tonocchi

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sexta-feira, 28 de setembro de 201222 DIÁRIO DO COMÉRCIO

turismo Div

ulga

ção

BELEZA SUL-AFRICANAImagine ir à praiade manhã e a um

parque selvagem àtarde. Tão perto

como Miami e tãolinda como o Rio de

Janeiro, a Cidadedo Cabo mistura

exotismo e naturezae conquista cada

vez mais brasileiros

Fotos: Lúcia Helena de Camargo

Atrações:Waterfront (notopo), Cheetah

Outreach(acima) e

Robben Island(à esq.).

Tributo na Nobel Square a sul-africanos que ganharam o prêmio.

Pinguins podem ser vistosem Robben Island, ondeMandela ficou preso por

30 anos. Hoje, um museu.

Vinhedo de Groot Constantia.

Lúcia Helena de Camargo

AÁfrica do Sul é umdest ino que hojeoferece vantagenspara o bolso do bra-

sileiro. Com clima parecidocom o da região Sudeste doBrasil, já que está na mesmalatitude, fica a oito horas deavião e os preços estão favorá-veis ao real, que vale quatrorands, a moeda nacional. Umadas três capitais sul-africanas,Cape Town – Cidade do Caboem português – é sem dúvida acidade mais cobiçada da na-ção. Chamada coloquialmen-te pelos sul-africanos só de Ca-pe, guarda muitas semelhan-ças com o Rio de Janeiro.

Bela, localizada à beira-mar, possui como principalponto turístico uma montanhafamosa (Table Mountain), àqual se chega de bondinho. Edisputa popularidade comJohannesburgo, centro finan-ceiro do país, urbano, cinza esuperpopuloso. O teleféricoque leva ao alto – a 1.086 me-tros acima do nível do mar –tem um mecanismo que gira360°. Assim, é possível ter to-das as vistas possíveis no tra-jeto de sete minutos ao topo.

Curiosamente, o primeiro asubir a Table Mountain foi umportuguês, o marinheiro Anto-nio de Saldanha, em 1503, queprovavelmente chegou lá damesma maneira que hoje fa-zem os aventureiros: a pé, portrilhas. Se você for do tipo atlé-tico e bem disposto, pode en-carar o caminho que começano Jardim Botânico. Ou embar-car, com guias, na escalada.Em dias claros, a vista de cimaé de tirar o fôlego.

Entre os melhores lugarespara se hospedar na Cidade doCabo está a região de Victoria& Alfred Waterfront, que contacom hotéis luxuosos, shop-ping centers, restaurantes aolongo do píer, lojas de todos ostipos e quiosques nos quais sepode contratar passeios debarco pela baía. Dos tours ma-rítimos, o “Champanhe aopôr-do-sol” é um dos mais po-pulares (R$ 50 por pessoa).

Motivo ainda mais interes-sante para tomar uma embar-cação é visitar Robben Island,

onde Nelson Mandela perma-neceu encarcerado durante30 anos, por sua luta contra oapartheid – o sistema que se-gregava negros e brancos. Ho-je transformada em museu acéu aberto, a ilha preserva as

construções originais, dosgrandes galpões às cercas. Osguias são ex-prisioneiros, queexplicam como era a rotina ali.Passa-se pela cela de Mande-la. Só não é permitido entrarnela para fazer foto, pois per-

manece trancada à chave.Aberta ao público em 1997,

Robben Island foi declaradaPatrimônio Mundial da Huma-nidade pela Unesco em 1999.Para fazer a visita é precisocomprar ingresso com pelomenos uma semana de ante-cedência. O ativista, reveren-ciado pelos sul-africanos, temseu nome pronunciado poreles com o "e" fechado – Man-dêla. As diferenças de pronún-cias, aliás, são uma diversão àparte. Todos falam inglês –uma das 11 línguas oficiais dopaís, mas cada um com seu so-taque. O xhosa faz cliques nassílabas tônicas; há soto do nor-te e soto do sul, o gutural zulu.Uns poucos falam africâner,que soa parecido ao alemão.“Vocês no Brasil têm apenasum idioma? Num país dessetamanho?”, espanta-se oguia. Para entender o sobres-salto, compare: a África do Sultem 1 milhão de quilômetros-quadrados de área. NossoPaís, oito vezes mais.

Mas tamanho de territórionão é sinônimo de relevânciapolítica. Tanto que quatro ga-nhadores do Prêmio Nobel daPaz são su l -africanos. Em1960, AlbertLu tu l i ; Des-mond Tutu em1984; e Man-dela e Frede-r i k de K le rkem 1993, to-dos pela bata-lha contra oapartheid. Estátuas deles es-tão na Nobel Square, em Wa-terfront, perto de onde se to-ma o barco a Robben Island.

Gueopardos – A vida selva-gem é outro patrimônio sul-africano. O Cheetah Outrea-ch, a cerca de 30 quilômetrosda Cidade do Cabo, mantémdez guepardos, cuida da re-

produção emca t i ve i r o efaz pesquisassobre o ani-mal mais ve-loz da Terra(alcança 120k m / h o r a ) .Aos visitan-tes é permiti-do entrar nos cercados e pas-sar a mão nos guepardos.Quando há filhotes, estes po-dem ser carregados. Criançasdeliram ao tocar no felino.Adultos também. O tratador,que permanece junto o tempotodo, aprendeu uma frase emportuguês: “Não pode beijo”.O nosso típico hábito, no caso,é perigoso. “É preciso cautela.Trata-se de um animal selva-gem”, justifica.

Se quiser mais contato coma vida animal africana, vale apena fazer um safári de umdia, sem se hospedar na sava-na. A dica é contratar o progra-ma da Cape Turismo, uma dasmaiores empresas no ramo,que apanha o hóspede no ho-tel às 7h da manhã e leva, emduas horas, ao local do pas-seio, que dura cerca de três

horas. Depoisé servido o al-moço e retor-na-se a Cape.

E não dá pa-ra ir à Cidadedo Cabo e nãov i s i t a r pe l om e n o s u m adas vinícolasdos arredores.

A apenas 20 km do centro,Groot Constantia é a mais an-tiga do país, fundada em 1685.O programa é percorrer plan-tações de uvas, entender ahistória no museu local, parti-cipar de degustações, almo-çar e, é claro, comprar vinhos.Porque essa é uma viagemque merece um brinde.

TABLE BAY – Um dos hotéis mais famosos da Cidade do Cabo, na região de V&A Waterfront,o Table Bayé a dica para hospedar-se em alto estilo. Reúne suítes com camas king size, internet wi-fi grátis, cozinha por24 horas e serviço de concièrge, além de um spa, salas para conferências e reuniões. Seu maior restaurante,o Atlantic Grill, comandado pelo chef Dallas Orr, serve comida internacional e menus-degustaçãopersonalizados de cinco a oito pratos no jantar. Todos os dias promove o HighTea, um delicioso chá da tardefarto em pães, doces, sucos, cafés e chás, e nos domingos, o Sunday Jazz Lunch, almoço ao som de banda dejazz. Diárias para casal a partir de 3.443 rands (R$ 860). Site www.suninternational.com.

Divulgação

RAIO XCOMO CHEGARVoo South African Airways(www.flysaa.com) de SãoPaulo à Cidade do Cabo,ida-e-volta (conexão emJohannesburgo) a partir deUS$ 1.084.

PA S S E I O SRobben Island: www.robben-island.org.za/. Ingressos pelowww.webtickets.co.za.Cheetah Outreach:www.cheetah.co.za.Groot Constantia:www.grootconstantia.co.zaSafári de um dia: comtransporte e alimentação,2.028 rands por pessoa(R$ 500);www.aquilasafari.com ewww.inverdoorn.com.

ONDE COMERBalducci’s: V&A Waterfront,www.balduccis.co.xza. Frutosdo mar frescos e massas.Simons’s: Groot Constantia.Prove o cordeiro.

FAÇA AS MALASVa c i n a : é necessária contafebre amarela. Tomar dezdias antes da viagem.O Hospital das Clínicas emiteo certificado internacional.Visto: turistas brasileiros nãoprecisam de visto.Idioma: 11 línguas oficiais.Inglês é a principal.Moeda: rand. R$ 1 vale4 rands.

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sexta-feira, 28 de setembro de 2012 23DIÁRIO DO COMÉRCIO

dcultura

VIOLÃO, MEU VIOLÃO.Garoto, o mago, comanda um time de bambas.

Ogol fica a cargo do ágil, elástico e incrivelmen-te preciso Paulinho Nogueira. Lá atrás, estão

dois sete cordas seguros, sendo Dino 7 Cordas deestilo mais sóbrio e Rafael Rabelo mais voluntarioso.Nas laterais, a opção é por craques que sabem avan-çar, mas sem nunca descuidar da defesa dos seusterritórios, com João Pernambuco na direita e Ca-nhoto da Paraíba na esquerda. O volante é um ver-dadeiro xerife, Dori Caymmi, orquestrador das me-lhores jogadas. Ao seu lado, está o versátil e vigoro-so Baden Powell. Mais à frente, vêm João Bosco, oresponsável por dar ritmo e volume de jogo ao time,e, vestindo a 10, Garoto (à dir., na capa de Gente Hu-milde: vida e música de Garoto), gênio capaz defazer qualquer coisa com a bola. O ataque tem o im-previsível Heraldo do Monte, costurando pelas pon-tas, e, no meio da área, o trombador e eficiente JorgeBen Jor, fazendo gol de canela, de barriga e até com amão, se o juiz bobear. O técnico só pode ser EgbertoGismonti, conhecedor de todos os segredos docampo. Uma observa-ção: a seleção, dessavez, não conta com otemperamental JoãoGilberto, que não é espe-cialmente habilidoso,mas, todo mundo sabe,pode resolver qualquerpartida com um ou doistoques. O caso é que acomissão técnica seaborreceu muito comsua mal explicada au-sência nos jogos de SãoPaulo do último ano.

A trajetóriade um craque das cordasSeja pela falta de pesquisas,

seja pelo extraordinário daprodução musical, bem se

poderia pensar que tivesse vindode Marte ou Saturno o violonistapaulistano Aníbal Augusto Sardi-nha, o Garoto (1915-1955). Umamerecida revisão de sua obra, po-rém, veio agora para reposicioná-lo no panorama da música brasi-leira, a biografia Gente Humilde: vi-da e música de Garoto, de Jorge deMello. É, basicamente, uma traje-tória profissional do violonista,

com apuro na descrição do reper-tório e dos companheiros que teveem discos, programas de rádio eapresentações diversas.

Seu grande diferencial em re-lação a outras publicações sobreo tema é a precisão das informa-ções – colhidas, conferidas e re-produzidas com o zelo de umapesquisa acadêmica (o autor,aliás, é professor universitário,mas não de música e sim de físi-ca na Universidade Federal Ru-ral do Rio de Janeiro).

A ênfase no lado profissional per-mite acompanhar os passos de Ga-roto desde a adolescência, quandocomeçou a atuar em São Paulo, atéa consagração na Rádio Nacional doRio, inclusive com boas informa-ções sobre sua passagem pelosEUA, ao lado de Carmen Miranda.

Nesse tempo, ele conseguiu aproeza de compor peças maravi-lhosas, como Gente Humilde, DuasContaseNosso Choro, além de tocarcom muito destaque violão, violãotenor, cavaquinho, banjo, bando-

lim, violino, guitarra havaiana, vio-lão elétrico e guitarra, entre outrosinstrumentos – não raro, se exibiatocando dois ou três deles duranteuma mesma música!

Algumas das melhores fontes dolivro são os diários de Garoto. Asbreves anotações são decisivaspara esclarecer certos passos dasua carreira, mas pouco revelamdo lado emocional. E como o autortampouco se preocupa em esmiu-çá-lo, fica difícil entender a profun-didade psicológica do artista.

As sombras que restam sobre apersonalidade de Garoto, porém,não são as miradas por Jorge deMello; seu foco é nas artísticas. Oautor não chega a desvendar acomplexa musicalidade de Garo-to – trabalho para musicólogos –,mas se esforça para deixar orga-nizadas as bases para as futuraspesquisas. Garoto, afinal, tem amesma estatura de um Tom Jo-bim ou de um Pixinguinha, e, co-mo eles, também exige tempo ededicação para ser decifrado.

André Domingues

Nesta edição:novo romance de David Grossman e uma releitura do Segundo Reinado brasileiro. Cinema: estreia Looper – Assassinos do Futuro.

Visuais: Esplendores do Vaticano e Carruagem, de Eduardo Srur. Gastronomia: o premiado Arturito. Bar: novo cardápio do Squat. E na TV: remakes.

O som do Brasil

João Gilberto, em foto de outubro de 2008: acordes jazzísticos e batida de samba econômica e suingada.

Confidente de Cartola, melhoramigo de Chico Buarque e atépersonagem de um samba de

Adoniran Barbosa, o violão, como ne-nhum outro instrumento, está habilita-do a contar a história da música brasi-leira. Sua ligação com estas terras re-monta aos tempos da colonização,quando as violas rústicas ancestraisdesembaraçaram em baús de desbra-vadores portugueses e logo se espalha-ram pelos sertões afora. Não por acaso,os dois primeiros gêneros de cançãopopular do país, a modinha e o lundu,foram registrados por um tocador deviola de arame, o padre mulato Domin-gos Caldas Barbosa, que fez sucesso noRio de Janeiro e em Lisboa entre o finaldo século XVIII e o início do seguinte.

No início do século XX, o violão já ha-via se estabelecido como um grande re-presentante – talvez o maior – da músi-ca brasileira. No campo ou na cidade,nas rodas de choro, nas serestas ou nos

cafés cantantes, ele estava semprepresente. Não foi à toa que Heitor Villa-Lobos resolveu começar sua extraordi-nária série Choros, um marco funda-mental do nacionalismo modernista,por uma peça solo de violão.

Quando o rádio se firmou no Brasil, napassagem dos anos 20 para os 30, o vio-lão logo ratificou seu lugar como princi-pal elemento harmônico dos "conjuntosregionais" que as emissoras manti-nham. Anos adiante, quando veio a bos-sa-nova para desbaratar essa tradição,foi novamente o violão que tomou a dian-teira das inovações, com acordes jazzis-ticos e a batida de samba econômica esuingada de João Gilberto. E mesmo naagitada década de 60, em que tudo viroude pernas para o ar, o grande motor dastransformações foi uma herdeira diretado violão, a guitarra elétrica, que, aliás,mudou a forma de tocar seu ilustre ante-cessor, como se podia notar no eficientesuingue das levadas de Jorge Ben (Jor).

Hoje em dia, o violão demonstra umavitalidade espantosa para um instru-mento tão antigo, com diversos novos ta-lentos trazendo perspectivas promisso-ras. No raro violão tenor, por exemplo, te-mos o improvisador Pedro Ramos numahonrosa batalha para sistematizar o usodo instrumento. Por outro lado, no recen-temente revalorizado sete cordas, quehá pouco revelou o vigoroso YamandúCosta, o esforço é para continuar expan-dindo o legado dos mestres chorões dopassado, como faz o incendiário Alessan-dro Penezzi, com a soma de recursos ja-zzísticos e eruditos. Já no tradicional vio-lão de seis cordas, incrivelmente espa-lhado pelas diversas correntes da MPB,as frentes de criação são muitas, mascostumam convergir para a mistura delinguagens, assim como faz Chico Sarai-va, combinando aprendizados de músicafolclórica, choro e bossa-nova, entre ou-tras referências. Por diversas vias, enfim,o violão segue dando o tom na MPB.

Fotos: Divulgação

I n s t ru m e n t otem origemc o n t ro v e r s a

Atualmente,seis modelos 'vivem'

no País.

Opopularíssimoviolão temuma origem

controversa, masinegavelmente ligada àdistinta vihuela, que seencontrava fartamentenas cortes espanholas eportuguesas em meadosdo milênio passado. Seuparentesco com o alaúdeárabe, instrumentocentral no período doRenascimento, édistanciado pelo formatonão plano, mas abaulado

do bojo deste. Daíque também sejam

primos distantes afamília dos violinos e o

bandolim napolitano.Bem mais próximos, poroutro lado, são as violasportuguesas e caipiras,assim como ocavaquinho e o ukulelê,difundidosmundialmente pelasconquistas lusas notempo das navegações.Atualmente, o violãocostuma se encontrar emseis modelos no Brasil,eletrificados ou não: oincomum violão tenor,com quatro cordas deaço e mais propenso

a atuação em registroagudo; o convencional,com seis cordas de nylon;o folk, com seis cordas deaço; o violão de setecordas, com uma corda amais no registro grave; oviolão de 12 cordas,típico do country norte-americano, com seispares de cordas de aço,sendo os três mais gravescom afinação oitavada eos três mais agudos emuníssono; e o baixolão ouviolão-baixo (acima),com quatro cordasgraves de aço. O melhoré que não falta genteboa para tocar cada umdesses modelos.

Poucas linhas são dedicadas, porexemplo, à separação da mulher,Dugenir, para se juntar a Cecy, en-tão casada com seu grande amigoHélio Rosa (irmão de Noel). Os tra-ços subjetivos, porém, são muitoinstigantes, tais como a vontade re-nitente de triunfar nos EUA ou a féespírita que o levava a buscar con-versas com o faleci-do pai ou a atribuirmal-estares àincorporação doseu espírito.

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sexta-feira, 28 de setembro de 201224 DIÁRIO DO COMÉRCIO

dcultura

Quando os filhos passam a morrer antes dos paisRenato Pompeu

Em todas as espécies ani-mais, os pais morrem antesdos filhos e isso faz parte da

ordem natural das coisas. Mas, naespécie humana, quanto mais ci-vilizada for a região que ela habita,maiores são as chances de os fi-lhos morrerem antes dos pais. Foina civilizadíssima Europa que, emduas guerras em menos de 30anos, no século passado, a maiorproporção de pais da história en-terrou milhões de filhos.

E é no berço da civilização huma-na, o Oriente Médio, que ao longode milênios a ordem natural dascoisas tem sido mais invertida, eque pais como o escritor israelenseDavid Grossman, 58 anos, têm deenterrar seus filhos, como UriGrossman. Uri, 20 anos, morreuem 2006 durante a invasão do Lí-bano por Israel, vítima de um míssilantitanque lançado contra o blin-dado que comandava como sar-gento do exército israelense.

É sobre essa situação, de os fi-lhos morrerem antes dos pais,que trata o romance mais recente(2011) de Grossman traduzidopara o português, lançado pelaCompanhia das Letras, Fora doTe m p o . Mas Grossman não trans-formou sua dor real de pai "órfão"simplesmente numa ficção docu-mental realista.

Trata-se de uma narrativa míti-ca, um tanto semelhante às pará-bolas bíblicas, em que, numa épo-ca atemporal, e num lugar imagi-nário, pais choram a morte deseus filhos em prosa, poesia e fa-las dramáticas. O resultado é co-movente e emocionante, e tam-bém mobilizador contra estas má-quinas de guerra com que as su-perciv i l izações invertem detempos em tempos, principal-mente entre outros povos, mastambém entre seus próprios po-vos, a lógica natural das coisas.

Grossman nasceu em Jerusa-

lém em 1954, filho de um moto-rista de ônibus imigrado da Polô-nia que em Israel se tornou biblio-tecário e de uma dona de casanascida na Palestina britânica, fi-lha de um operário especializadoem pavimentação de ruas e deuma faxineira.

Atra ído pela se-gunda profissão dopai, o jovem David setornou um leitor assí-duo e perspicaz, oque o levou, ao pres-tar o serviço militar apartir de 1971, a tra-balhar no serviço deinteligência; por issonão part ic ipou decombates na Guerrado Yom Kippur em 1973.

Depois, estudou filosofia e tea-tro na Universidade Hebraica deJerusalém e foi trabalhar na RádioVoz de Israel, onde com o tempochegou a âncora de jornalismo.

Foi demitido em 1988, por ternegado sonegar aos ouvintes anotícia de que a liderança palesti-na havia reconhecido Israel comoEstado soberano e decidido fun-dar seu próprio Estado palestinotambém soberano. Ele havia es-treado como escritor em 1982,

aos 28 anos, com aficção D u el o , já lan-çada no Brasil. Comonão-ficcionista, es-treou em 1987, comO Vento Amarelo, so-bre as precárias con-dições de vida dospalestinos nos terri-tórios ocupados porIsrael na Cisjordâniae na Faixa de Gaza.

Embora não seja propriamentebem visto em seu país cada vezmais conservador e cada vez me-nos conciliador em relação aospalestinos, Grossman, como es-querdista e pacifista favorável ao

que considera direitos dos pales-tinos, é afamado como escritor,premiado em seu país e no exte-rior. Num concurso sobre os 200israelenses considerados maisimportantes em toda a história dopaís pela sua população, ele con-seguiu o 97º lugar em 2005.

Foi a partir de 2006, entretan-to, quando Israel invadiu o Líbanopara minar o poder da organiza-ção política e paramilitar xiita He-zbollah, que Grossman se tornouo grande porta-voz contra a polí-tica governamental aprovadapela maioria dos israelenses, denão-reconhecimento do Estadopalestino, de repressão contra apopulação palestina e da instala-ção de assentamentos judaicosnos territórios ocupados.

Inicialmente, ele foi a favor daintervenção israelense em territó-rio libanês, sob a argumentaçãode que se tratava de uma ação delegítima defesa em relação às ati-

vidades do Hezbollah. Mas, a 10de agosto daquele ano, ao lado deseus colegas escritores, o cele-brado Amos Oz e A.B. Yehoshua,Grossman deu uma entrevista co-letiva em que instou o governo abuscar um cessar-fogo. Dois diasdepois, seu filho morreu em com-bate. Logo em seguida, foi aprova-do o cessar-fogo.

Até então, ele tinha evitado tra-tar, na sua ficção, de política, temasobre o qual só escrevia em textosjornalísticos. Mas Fora do Tempo jáé sua segunda ficção inspirada pe-la morte do filho, depois do roman-ce Até o Fim da Terra, de 2008. Tor-nou-se também um orador, mili-tante e manifestante muito maisativo, a ponto de ter sido espanca-do por policiais israelenses numato público de rua em 2010.

Seguramente, o novo livro é umdos mais profundos textos sobre ador e os mistérios da morte jamaisproduzidos por mãos humanas.

D.Pedro II, o homem e o imperador.Marcus Lopes

Fotos: Reproduçõesomente a História,em alguma data fu-tura , quando as

paixões tiverem arrefecido, serácapaz – pelo estudo do longo rei-nado de D. Pedro II e uma análiseimparcial do caráter do ex-impe-rador, pelas ações dos estadistasque compartilharam o poder comele e as poderosas influências denossa formação política – de de-terminar quais foram as causasdecisivas dos acontecimentosque acabamos de testemunhar."

O trecho acima é do editorialdo Jornal do Commercio, doRio de Janeiro, de 18 de no-vembro de 1889, três diasapós a proclamação daRepública. Mais de 120anos depois, o historia-dor brasilianista Ro-derick J. Barman topouo desafio e fez umaampla releitura do Se-gundo Reinado brasi-leiro. O resultado é ocatatau Imperador Ci-dadão (Editora Unesp, 624páginas, R$ 75). "A queda doimperador e, portanto, o seufracasso como governante,dominou a visão da posterida-de de D.Pedro II", afirma o autor,em um trecho do livro.

Incomodado com esse confor-mismo histórico, Barman procura,através da figura do imperador,discutir questões que atravessa-ram décadas e ainda provocam po-lêmicas quando o assunto é Histó-ria do Brasil. A principal delas é:qual o legado de D.Pedro II para aconstrução do país? Afinal, ao as-sumir o trono quando mal entravana adolescência, tinha como desa-fio manter intacto um país de di-mensões continentais unido ape-nas pela língua. Mais do que isso,transformá-lo em uma nação mo-derna, pacífica e integrada.

O livro alterna episódios históri-cos já amplamente estudados edebatidos, como a coroação e aGuerra do Paraguai, com momen-tos ainda pouco conhecidos do pú-blico. Afinal, o que se passava pelacabeça do imperador na época emque assumiu o trono brasileiro?

Para isso, o autor recorreu aosdiários que D. Pedro escreveu du-rante toda a vida. Alguns deles fo-ram destruídos pelo próprio mo-narca, mas pelo menos 45 delesforam mantidos e trazem informa-

ções preciosas. Uma delas refe-re-se ao seu aniversário de15 anos, quando já tinha sido

declarado maior de idade epreparava-se para o lon-go reinado.

"Às 5 da manhã já ostiros ribombavam pe-los montes de São Cris-tóvão e as bandeirashasteadas tremula-vam no azulado céu;eram estes os indíciosdo dia do meu nasci-mento, 2 de dezembro,

dia memorável nas pági-nas da História do Brasil",registrou o jovem, semdisfarçar um pouco de

egocentrismo. Mas terminou o diacomo qualquer mortal: "Acabada apeça, dormindo fui para casa, dor-mindo me despi e dormindo medeitei; agora, façam-me o favor deme deixarem dormir, estou muitocansado, não é pequena a maça-da", completou o jovem monarcaem suas anotações pessoais.

Imperador Cidadão traz um no-vo capítulo à vasta bibliografia doúltimo monarca brasileiro. E umagrande reflexão sobre o seu go-verno, que não se resume à me-lancólica imagem da Família Realdeixando o Rio rumo ao exílio naEuropa, após a queda do Impérioe advento da República.

Acima, a FamíliaReal no embarque

para o exílio, após aproclamação da

República.À esquerda, o

gabinete de D. PedroII. Abaixo, o

monarca e suafamília em um

momento de lazer.

"S

Duelo entre dois eus na linha do tempo

Divulgação

Bruce Willis (à esq.) e Gordon-Levitt em Looper – Assassinos do Futuro

Apossibilidade de empre-ender idas e vindas notempo, com suas imagi-

nadas implicações, costuma serterreno fértil para a ficção e en-contra no cinema o ambienteideal para ganhar forma. O maisnovo exemplar de Hollywood aexplorar o tema é Looper – Assas-sinos do Futuro, que põe em cenaum duelo entre duas versões deum mesmo personagem.

Na trama, ambientada no Kan-sas de 2042, as viagens no temposão uma realidade, mas proibidaspor lei e disponíveis apenas nomercado negro. O chefão do crimelocal (interpretado por Jeff Daniels)costuma enviar ao passado pes-soas que deseja eliminadas, já queé bastante complicado se livrar doscorpos neste período do futuro.

Os responsáveis por esse tipode serviço são chamados loopers,grupo do qual Joe (Joseph Gordon-Levitt) é um integrante remunera-do com barras de prata. Ao reali-zar mais um trabalho, ele desco-bre que seu alvo é a versão maisvelha de si mesmo (Bruce Willis),trazida em viagem no tempo porter se tornado uma séria ameaça àmáfia 30 anos à frente. Em meio aesse embate, Joe precisa decidir oque fazer a respeito de uma crian-ça com poderes telecinéticos (ca-paz de mover objetos e provocarreações fisiológicas por meio dopensamento), que poderá ser oR ai nm ak er , um líder das massasnum obscuro amanhã.

Escolhido para abrir o Festival deToronto, Lo o p e r é a terceira colabo-ração entre o diretor Rian Johnson e

Joseph Gordon-Levitt, seguindo ocult A ponta de um crime (Br ic k), de2005, e a comédia Os Vigaristas (TheBrothers Bloom), de 2008 e um fra-casso de bilheteria.

Como o jovem ator era sua opçãodesde o início, ao conseguir o astro

Bruce Willis para a versão mais ve-lha, restou a Johnson o desafio deencaixar dois tipos fisicamente tãodiversos em um só personagem."Sabíamos que nunca faríamosGordon-Levitt parecer Bruce Willis.Então a saída foi alterar os traços fi-

sionômicos digitalmente e por meiode maquiagem para torná-lo pare-cido com seu duplo: o queixo foi re-duzido, o formato do nariz e dosolhos foram modificados." Mas o re-sultado ficou um tanto discutível,porque provoca certa estranheza,constituindo um fator de distraçãopara quem quer acompanhar as vi-radas da trama. Já Bruce Willis temseus melhores momentos e ganhaa cumplicidade do espectadorquando incorpora o tipo de herói deação que o tornou famoso.

Com orçamento de US$ 60 mi-lhões, Lo o p e r é um daqueles filmesque os espectadores precisarãover mais de uma vez para ter a cer-teza de que compreenderam tudoo que foi proposto. E talvez nemassim cheguem a uma conclusãodefinitiva. Por exemplo, se o seu

eu mais velho fosse mandado parao passado a fim de ser morto peloseu jovem "eu", você já não sabe-ria de antemão o que o esperava eo que fazer para evitar isso?

O roteiro um tanto confuso de-ve render boas discussões. Cu-riosidade: o número que repre-senta um dos principais ganchosna trama foi registrado como do-mínio na internet e leva a um trai-ler e a uma imagem de alta reso-lução para ser compartilhadanas redes sociais. Confira em:h t t p : / / w w w. 0 7 1 5 3 9 0 2 9 3 5 . c o m /

Luiz Octavio de Lima

Looper – Assassinos doFu t u ro estreia hoje. Tem BruceWillis, Joseph Gordon-Levitt,Emily Rossum, Paul Dano e JeffDaniels no elenco.

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sexta-feira, 28 de setembro de 2012 25DIÁRIO DO COMÉRCIO

Aréplica de uma carruageminstalada na Ponte Estaiada,na zona sul da capital, tem

atraído o olhar de quem passa pelaregião. O veículo é a mais recenteintervenção urbana, intituladaCarruagem, criada pelo artista visualEduardo Srur. Acomodada no mastroda ponte, a 30 metros de altura, aobra tem o intuito de provocar umquestionamento sobre os problemasde mobilidade urbana na cidade.

Dois anos se passaram desde aidealização do trabalho até aconfecção da carruagem. "A ideiadesse projeto nasceu de um dadocomparativo. Ele mostrava que hojeum carro no nosso trânsitocongestionado se desloca em médiaa 20 km/h. Essa é a mesmavelocidade de deslocamento de umacarruagem, puxada por cavalos, notempo do Império. Achei o dadoabsurdo. Foi por conta dessadescoberta que a ideia daintervenção nasceu."

Srur optou por estacionar seuveículo imperial na Ponte Estaiadaporque, entre outras razões, aconstrução tem um suportearquitetônico perfeito para acomodara obra. "O mastro central gigante,monumental, é muito interessantecomo suporte arquitetônico dacarruagem, em posição ascensional,indo para o infinito", explica. "Outro

motivo da escolha foi porque hoje aPonte Estaiada se tornou um símboloda cidade de São Paulo, mas issomostra um outro problema: a carênciado paulistano em reconhecer umaidentidade da cidade. Qualquer coisaque nos é imposta no espaço público,nós aceitamos como ícone. É o casoda Ponte Estaiada, que não permite oacesso de pedestres ou de ciclistas enão resolve a urgência da mobilidadeurbana na região. E ainda custoumuito caro. Então todas essasquestões fazem da Ponte Estaiada umcartão-postal invertido."

De acordo com o artista, o fato de aobra estar exposta dentro do mês emque se comemora o Dia Mundial SemCarro, celebrado no último dia 22,não foi proposital. "Foi umacoincidência feliz." Foi nesse mêstambém, no dia 19, que aconteceuo momento eleito por ele como omais divertido até agora: uma corridaentre Srur, no comando de umacarruagem puxada por um cavalo,e o piloto profissional Ingo Hoffmann,dirigindo um carro esportivo."Eu conduzi uma carruagem naciclovia livre, ao lado do rioPinheiros, e ele um carro esportivoconversível, no trânsito da Marginal."Srur perdeu, "mas foi por pouco".

O congestionamento, com certeza,continuará na região. Já a Carruagempartirá no dia 14 de outubro. (RA)

Ao lado, ainstalação

urbanaCarruagem,

acomodada naPonte Estaiada.

Abaixo, cenas doprocesso de

montagem daobra.

Sagradas relíquias na Oca

Edua

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Srur

Exposição traz200 obras do Vaticano

Rita Alves

Foto

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ano

No alto, à esq., estátua demetal dourado de SãoPedro, e, acima, à dir.,

reprodução da placa votivade ouro, do século VI-VII. Ao

lado, molde da mão doPapa João Paulo II e busto

do pontífice. À dir., Pietá, deMichelangelo Buonarroti

(reprodução feita a partir demolde de 1975). Abaixo,

à esq., retrato de SãoSilvestre e, à dir.,

o brasão de Bento XVI.

OPavilhão da Oca, no Par-que do Ibirapuera, sediaaté o dia 23 de dezembro

a mostra Esplendores do Vaticano:Uma Jornada Através da Fé e da Ar-te. Dividida em 11 galerias, a ex-posição conta a história da IgrejaCatólica por meio de 200 obrasvindas do Vaticano, incluindo pe-ças da época do Egito antigo atéos dias atuais. Estão lá, por exem-plo, trabalhos e itens pessoais deMichelangelo e obras do pintorGuercino. E uma boa surpresa es-tá no segundo andar, onde o visi-tante pode fazer uma visita vir-tual à Capela Sistina.

De acordo com StephanieMayorkis, diretora de Family Enter-tainment da T4F, empresa realiza-dora do evento, as peças expos-tas têm a mesma importânciadentro da mostra. "Elas são comopeças de um mosaico, cada uma

contribuindo para a cons-trução do mesmo", diz."Existem muitas obras quepossuem histórias maravi-lhosas como a P ie tà de Mi-chelangelo, em que Maria,jovem e bonita, é retratada

com a mesma idade do filho; osdois anjos de Bernini; Ve rô n i c a deGuercino; Madonna del Sassoferra-to, um relicário com ossos atribuí-dos a São Paulo e São Pedro; a es-cultura em mármore O Martírio deSão Paulo;A Deposição no Sepulcro,de Giorgio Vasari, os afrescos sal-vos do incêndio da Basílica de SãoPaulo; uma galeria dedicada aJoão Paulo II. E muitas outras obrasque farão os visitantes se encan-tarem pelos dois mil anos de histó-ria do Vaticano."

Antes de chegar à América La-tina, a exposição já havia sidoexibida três vezes nos EstadosUnidos, com um público de 1,5milhão de pessoas. Há poucas di-ferenças entre o que foi visto pe-los americanos e o que está emcartaz na Oca. Uma delas é a ga-leria inédita dedicada ao PapaJoão Paulo II. Nela, o público en-contra um molde em bronze damão do Papa que poderá ser to-cado pelos visitantes.

Entre as obras expostas, cercade 20% são réplicas. Elas foramfeitas para preservar as originais,que, dado seu valor, sequer po-

dem a sair do Vaticano. Stepha-nie afirma que além de o públicopoder contemplar peças nuncaantes retiradas do Vaticano, ou-tras que entraram para a históriada arte mundial também estãoexpostas. "Hoje o Brasil entrou noranking de exposições e museusmais visitados do mundo e isso émuito importante para o merca-

do cultural, se pensarmos que háalgumas décadas eram raras asoportunidades de se ver exposi-ções internacionais por aqui."

O c a. Parque do Ibirapuera. Av.Pedro Álvares Cabral, s/n,portão 3, tel. 4003-5588.Segunda a sexta, das 10h às20h. Sábado, domingo eferiado, das 9h às 19h. R$ 44.

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MAIS HORAS COM CARAVAGGIOMostra Caravaggio e Seus Seguidores pode ser vista nesta sexta (28) e sábado (29,) das 10h às 21h. Domingo, horário normal, das 10h às 18h. Masp, tel.: 3251-5644. R$ 15.

Subindo pelas paredes do 'cartão-postal invertido'

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sexta-feira, 28 de setembro de 201226 DIÁRIO DO COMÉRCIO

dcultura

Aventura emvinhedos da América

José Guilherme R. Ferreira

A empreitada de Cristián Muñoz pode ser conferida em w w w. a n d e s w i n e s . c o m

Oempresário Cristián Muñoz ini-ciou sua carreira ligada aos vi-nhos como exportador. Pouco

mais tarde, já montado numa motoci-cleta, fez uma campanha para promo-ver os vinhos chilenos empunhando abandeira da cepa nacional, a Carmenè-re. Desde 1° de setembro, está na estra-da para outra empreitada, desta vez pa-ra filmar um documentário que já tem tí-tulo: Wine Terroir Adventure. No roteiro,nada menos do que visitas a 25 terroirsda América Latina e 40 mil quilômetrosde estradas. O espírito da aventura deMuñoz lembra a do projeto Vinos SinFronteras: La Volta del Mundo en 80 Viñe-dos(aqui uma brincadeira com Júlio Ver-

ne), encabeçado por Nicolas Beausset,negociante de vinhos na Espanha, e Gé-raldine Reinhold Von Essen, executivade uma operadora de turismo francesa.Eles passsaram o ano de 2007 como glo-betrotters. Visitaram 80 vinhedos em 15países e desvendaram, em blog, segre-dos de regiões vinícolas pouco conheci-das como a asiática e seus "vinhos denova latitude". Muñoz começou a via-gem no Palácio de La Moneda, no Chile,onde visitou as adegas Alta Alcurnia(Peralillo), Gandolini (Maipo), Ventorela(Leyda) e Von Siebbenthal (Aconcá-gua). Atravessando os Andes, chegou aMendoza e cruzou Buenos Aires, na Ar-gentina. As potentes motocicleta e câ-

mera de Muñoz poderãoser vistas até no Rio de Ja-neiro, em encontro com im-portadores. O viajante fil-mará ainda em vinhedosnos Estados Unidos.

José Guilherme R. Ferreiraé membro da Academia

Brasileira de Gastronomia eautor do livro Vinhos no Mar

Azul – ViagensE n o g a s t ro n ô m i c a s(Terceiro Nome)

Um é pouco... Tr i z é muito melhor.Aquiles Rique Reis

Uma trinca de ases de ouro – AndréMehmari, Chico Pinheiro e SérgioSantos – se juntou para gravar Tr i z

(Buriti) e produzir uma certeza: um é pou-co, dois é bom, três é muito melhor. Só comcomposições deles, nas quais dividemparcerias entre si – uma vez os três juntos,ou então ora um com um dos outros, oraapenas um... Mas sempre trazendo um re-sultado que traduz a união num álbum demúsica de alta qualidade.

Com Sérgio Santos somando sua belavoz e seu violão ao violão e à guitarra vir-tuosos de Chico Pinheiro,e ao piano, às flautas, aoacordeom e ao violão im-pecáveis de André Meh-mari, Tr i z se revela um CDcom bom nível de métodoe emoção, onde a voz éum instrumento e os ins-trumentos têm a perfei-ção da a lma humana ,apropriada da mais apu-rada técnica.

Músicas embaladas numa limpidez sono-ra capaz de satisfazer ouvidos exigentes, to-cadas com a liberdade de quem sabe o quequer e onde pode chegar. Músicas de gêne-ros variados que se impõem pelos arranjos epela interpretação. Não bastasse Pinheiro,Santos e Mehmari tocando e fazendo voca-lizes, Gabriele Mirabassi (clarinete), Edu Ri-beiro (bateria), Neymar Dias (baixo acústi-co) e Guello (percussão) dão amparo paraque os três brilhem ainda mais.

S im (Mehmari, Pinheiro e Santos) abre oCD. Melodia difícil, com muitas notas, har-monia requintada e letra cantada por Sér-gio, o arranjo soma notas do piano às voca-lizadas. Beleza. Um intermezzo de violão, se-guido pelo piano, que logo devolve ao vio-lão. Este toca com a flauta e finaliza.

Ar ab es ca (Pinheiro) é um samba ligeiro,onde os improvisos de violão, guitarra, pia-no, clarinete e voz são emoldurados pela fir-meza da percussão e da bateria.

Riacho Grande (Santos e Mehmari) é umbaião no qual os dois parceiros dividem osvocalizes, enquanto baixo e bateria tocame levam a um i n te rm e zz o, sem ritmo, deflauta e acordeom.

Tre s b or d a nt e (Santos e Mehmnari) tem osprimeiros compassos tocados delicadamen-te pelo piano. Sérgio e André vocalizam sobclarinete e violão. Um solo de violão, entre-

gue ao clarinete e depoisao piano, leva ao fim.

Tr i z (Santos) é a melhorfaixa do álbum. Piano e voziniciam. Com bateria e bai-xo, vem o ritmo. Um inter -mezzode guitarra, seguidopelo piano, apoiados pelabateria e pelo baixo, ante-cipa o diálogo entre eles.Sem ritmo, eles improvi-sam calorosamente, até

que finalizam num pianíssimo. Belíssimo.Não (Mehmari e Santos) é outra música

com letra do disco. Cantada por Sérgio, elasoa feito exemplo de como a complexidademelódica, harmônica e poética é perfeita-mente conciliável com a boa música popular.

Z on z o (Santos e Mehmari) é samba con-duzido por bateria e percussão. Voz e violãoiniciam. Logo a voz vem com o clarinete e opiano. Um solo de guitarra abre caminho pa-ra clarinete, piano, voz e violão.

Uma versão instrumental de Si m, músicaque abriu o CD, fecha Tr i z , ótimo trabalho quejuntou três grandes músicos e os transformounuma verdadeira trinca de ases de ouro.

Aquiles Rique Reis,músico e vocalista do MPB4.

C O N C E RT OO pianista e maestro Marcelo Bratke e a CamerataBrasil apresentam na Sala São Paulo, no próximo

domingo (30), o espetáculo Tom Jobim Plural. Os artistasirão interpretar clássicos como Saudades do Brasil, Estrada

Branca e Samba de Avião durante a projeção dofilme/cenário sobre a natureza brasileira, criação daartista plástica Mariannita Luzzati. Sala São Paulo.

Praça Júlio Prestes, 16, tel.: 3367-9500. 11h. Grátis.

Flores paracomer

Para celebrar a primavera, oBrie Restô, nos Jardins, preparapratos com flores comestíveis.Entre as entradas feitas pela chefEliane Carvalho estão o tataki(foto) de salmão – que, além dopeixe, leva molho agridoce epétalas de minirosas– e o coração dealcachofragratinado comqueijo brie, ambasvendidas a R$ 44.Para prato principal,as sugestões daestação são confit de pato (R$ 77)e carrê de cordeiro Cordon Bleu,ao vinho, com purê maison ao brie(R$ 79). Rua Dr. Melo Alves, 216.Jardins. Tel.: 3063-4838.w w w. b r i e r e s t o . c o m . b r

Ar turito:satisfação do couvert

à sobremesa.Lúcia Helena de Camargo

Fotos: Mário Leite/Divulgação

Empanada de atum fresco, uma das entradas do restaurante da argentina Paola Carosella.

PresuntoPata NegraAjo Blanco,servido com

purê deamêndoas,

uvas frescas epão mouro.

Arturito: quatro anos de vida e muitos prêmios.

Em quatro anos deexistência, o restauranteArturito já ganhou mais

prêmios do que muitos ao longode uma longa vida. Aberto em2008, foi eleito este ano o MelhorVariado da Cidade pela revista SãoPa u l o , editada pelo jornal Folha deS. Paulo. Em anos anteriores,ganhou prêmios na edição Comer& Beber da revista Veja São Paulo eo Prêmio Paladar, do jornal OEstado de S. Paulo, entre outros. Ascredenciais não decepcionam.Do couvert à sobremesa, a comidaque chega à mesa é deliciosa.

Para marcar o aniversário dacasa, comemorado neste mês,a argentina Paola Carosella,chef e proprietária, reformulouo cardápio contando com acolaboração do chef e amigouruguaio Ignacio Mattos. Entreas novidades do menu,destaque para a empanadade atum fresco (R$ 18); opresunto Pata Negra Ajo Blanco,servido com purê de amêndoas,uvas frescas e pão mouro(R$ 28); a linguiça Merguezartesanal, com berinjela assada,pinolis e coalhada (R$ 28); asótimas lulas frescas crocantesassadas no forno a lenha, comaïoli picante (R$ 34) e ainspirada entrada feita demagret (peito de pato) curado,figos frescos, avelãs,manjericão, verduega e capucina(R$ 28). Os ingredientes secombinam à perfeição, você vaidescobrir a cada bocado.

Para prato principal, chegacazuela siciliana, que vem compeixe fresco, tomates e ervadoce, fregola sarda, uva passa,aïoli de açafrão, espinafre emexilhão fresco (R$ 82);miniarroz negro com camarãofresco, tomates queimadosamassados e manjericão (oscrustáceos chegam crus à mesana cassarolinha e sãomisturados na hora ao arroz,feito com a tinta de lula). A chefrecomenda raspar oqueimadinho no fundo do prato ecomer bem quente. Custa R$ 89.

Para vegetarianos, pode ir bema lasanha de couve flor comespinafre, queijo taleggio, nozes eperfume de trufa (R$ 56). Mas seseu negócio é carne, não percaos cortes wagyu brasileirossuperpremium, assados no fornoa lenha com asterix robuchon echimichurri. Pode ser bife ancho(R$ 93) ou maminha(R$ 82). Trata-se deuma carne realmentesuculenta. Assim comoo pappardelle com ragude coelho, azeitonasverdes e limão siciliano(R$ 56), não são novosno menu, maspermanecem por seremcampeões de pedidos.

Na seção desobremesas,concebidas pelo chefpâtissier SantiagoVillalba, forammantidas asprofiteroles recheadascom sorvete de mascarpone,caramelo de laranja e chocolateAmma (R$ 24). E entre as novasreceitas estão rabanada debrioche brulê, servida comabacaxi tostado e sorvete decoco (R$ 23); triffle de doce deleite, mascarpone, pistaches ebourbon (R$ 24) e cremoso dechocolate com crocantes deavelãs, figos frescos e cremechantilly (R$ 29). Há aindasorvete de doce de leite caseiro;sorvete de fava de baunilha de

Madagascar e crepe de doce deleite artesanal e sorvete debaunilha, a R$ 21 cada.

A opção de prato executivo,chamada de Menu Amável, écomposta por entrada, pratoprincipal e sobremesa e custaR$ 49,50. Servida na hora doalmoço, de terça a domingo, do

meio-dia às 16h. O título dadopode ser apenas força deexpressão, mas seja pedindoesse menu ou qualquer outraopção do cardápio, vocêprovavelmente vai concordarcom o termo. A comida noArturito é dessas que fazem afelicidade do comensal.

Ar turito. Rua Artur deAzevedo, 542. Pinheiros.Tel.: 3063-4951.www.ar turito.com.br

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sexta-feira, 28 de setembro de 2012 27DIÁRIO DO COMÉRCIO

dcultura

...fim do prosecco e viva o espumante nacional (2 de 2)Carlos Celso Orcesi da Costa

Colheita na Serra Gaúcha e espumante "verde amarelo"

Rui Falcão, o Robert Parkerportuguês, autor do Guia de

Vinhos, com 4.300 avaliações,sentencia que o espumantebrasileiro – bem entendido os daSerra Gaúcha (Garibaldi, BentoGonçalves, Farroupilha, Floresda Cunha e Caxias do Sul) – estáentre os melhores do mundo.Nenhuma dúvida, quandomenos, de que supera o produtoargentino e chileno. Oespumante português é cítricodemais, mas não me arrisco aopinar sem maior experiência.O brasílico tem se saído bem emconcursos, embora com todasas ressalvas de que há sempreuma medalha disponível.

Importa que a maioria dosespumantes nacionais supera osproseccos da vida, o que tornaintrigante como os organizadoresde eventos ou pais noscasamentos o prefiram ao nossoespumante. Provavelmenteporque vinho nacional não dástatus. Complexo de inferioridadee preocupação com o que "osoutros vão dizer". Giba Um,colunista que diverte os leitoresdo Diário do Comércio trazendo oque é in e out todos os dias,poderia bater na tecla: nadapode ser mais out do queprosecco, nem mais in do queSerra Gaúcha. Os leitores já terãopercebido que não gosto de

prosecco? Outra noite, tendochegado à mesa do Tre Bicchieri –o melhor italiano de São Paulo –logo em seguida a alguns amigos,eles haviam pedido prosecco acopo. Para acompanhar tomei a1ª taça, depois a 2ª, mas quandoo garçom veio servir a 3ª euparei: "Não, por favor, essabebida está enjoativa. Dê-me acarta para pedir um tinto".

Ninguém ainda conseguiuexprimir, em palavras retas,porque o espumante brasileiro émelhor do que a maioria.Comecemos com o benchmarkmundial: o champagne. Tem

clima frio e duas ou três castas(Chardonnay, Pinot Noir e PinotMeunier) que se completam. Eseguem o método champenoise,obtendo certa cremosidade queos competidores não alcançam.A Cava espanhola, emborasiga o método champenoise(segunda fermentaçãodentro da garrafa), parecenão ter a mesma qualidadede uvas, ou talvez de clima.Outro espumante queobedece o método "camponês"é o franciacorta italiano,para mim o segundo emqualidade mundial.

Tendo analisado os outros,estou em condições deresponder: o espumantenacional se destaca porquerepete o blend e as castasfrancesas. Se na região deProsecco fosse permitida amistura de outras uvas, oproduto ficaria melhor. Falta aoprosecco... base. É como nofutebol, se faltar craque o melhortécnico do mundo não... espoca!Ao contrário, no Brasil foi feita,nos anos 1970, a seleção clonaldas melhores castas, sendoutilizadas as duas principais dachampagne (Chardonnay e Pinot

Noir) e o riesling itálico. O fatorclimático explica a outra parte,porque tecnologia de ponta todostêm. Há temperatura amena,umidade adequada, solos defertilidade baixa a moderada quedão nutrientes na medida exata,boa insolação e inclinação doterreno (15% em média). Bastacomparar: na Argentina e noChile a qualidade do vinho advémda amplitude térmica, securaexcessiva em função dos Andes,irrigação, tudo que possibilita o"sofrimento" da malbec e dacarmenere e a produção deótimos tintos e bons brancos. Mas

certamente o clima é hostil para aprodução de espumantes.

Provei com meu filho e noracinco espumantes no final desemana; alguma sobra foi à pia.Miolo com boa acidez pelométodo charmat (aço inox), corposem defeitos mas sem grandesqualidades (R$ 43 e nota 84),ponto nero com maior densidadee final doce (mesmo bruto),próprio da uva moscatel (R$ 32 enota 85), Gran Legado Brutinteressante e cremoso, pelométodo camponês (R$ 45 e nota88), dentre todos a melhorrelação custo-benefício. Nosábado Salton Evidence com atradicional mistura chardonnay epinot noir e método champenoise(R$ 53 e nota 87), a maior prova,pelo preço e qualidade, de que oespumante nacional é melhor doque o prosecco. No domingo omelhor dos cinco: Casa Valduga130, bela garrafa ao estilofranciacorta, boa acidez e toqueespeciado (R$ 72 e nota 90).

Sou Orcesi da Lombardia e meorgulho da descendência do avôNazareno, que desembarcou emSão Paulo aos 3 anos de idade ese formou médico pela segundaturma da Medicina da USP. Masesse carinho não me influencia.Se lhe for pesar no bolso o originalchampagne, esqueça o proseccoe vá de espumante brasileiro.

Squat: bar conceito.Armando C. Serra Negra

Newton Santos/Hype

Chef Cláudia Resende, que assina o novo cardápio do Squat.

Duas antigas casasgeminadas da vila

operária que formava o bairrode Cerqueira Cesar, moradiasde prestadores de serviçosestabelecidos na capital àscercanias dos palacetesmilionários erguidos naAvenida Paulista e dosloteamentos tortuosos earborizados que a Cia. Cityviria a batizar de JardinsPaulista, Europa, América ePaulistano, dão lugar ao Squat.

Muito apropriado. Fachadaampla e clean, lá em cima acoleção de garrafas do balcãosuperior transparece norevestimento de tijolo de vidro,como um grito abafado de apelodecorativo externo. Tatuagenssorridentes, Samara entregará ocartão de consumo à entrada(grátis até 20h). Incorporadas,todas as paredes internas e opiso abaixo, obtêm-se umespaço nu surpreendentementevolumoso, extenso nas trêsdimensões. Surge o conceito dosquat (do inglês, posseiro), paraconstruções urbanasabandonadas ou vazias,tomadas como moradias àrevelia da lei. Imóveis largadospelos proprietários (na maioriade espólios) que se tornamrepúblicas de estudantes eartistas pipocando mundo afora.Em movimentos políticosorganizados ou não. Os squatsficaram muito famosos naAlemanha, após a queda domuro de Berlim, em 1989.

No bar, as paredes foramsubstituídas por inteligentesjogos de luz, permitindo

pequenos ambientescoabitarem no salão maior. Nempor isso o Squat se furta dereservar nichos especiais paragrupos menores, seja paranamorar, em cima, ou paraconfraternizar, em baixo. Comoa proposta é pré-balada – o DJentra com house e eletrônica às22h – certeza é se descolar:vários grupos gravitam entre asvárias cores. Diferentes tipos dearandelas, de diferentes cores eluzes, bric-à-brac de cristais,lantejoulas, arts déco e noveauxenfeitam a parede coloridailuminando: Pa r a d i s e (BaccardiLemon, Curaçao Fino e Blue,sucos de abacaxi e laranja – R$22), caipirinha(R$ 19), caipiroska (R 21).

Das tralhas penduradas,atenção aos pôsteressoviéticos na escada, entalhesem madeiras, e do telhado,forrado com farelo verde decaixas de ovo misturadas comas cascas, emborrachadas,tecnologia top 10 em materialreciclado para proteçãoacústica, pendem garrafas,

garrafinhas e garrafõesatravessando andares,iluminando a meio tom.

Lembrando vários países enenhum em especial, assimtambém são os acepipes. "Obar-gourmet é um passeio pelosaromas, sabores, texturas,ardências e picâncias", convidaa saborear o novo cardápio, achef Cláudia Resende:bruscheta de salmão comcream cheese, passas e dill(R$ 28), porção de camarãoThai (apresentado em ikebana,empanado no coco, em tiras,molho agridoce, wasabi,gengibre, tarê, R$ 32). "Trago oesmero da alta culinária para opreparo das porções", analisa oconceito, após 10 anoscozinhando pela Europa.Recém-chegada, saca dabagagem uma cartarecomendação de Ferran Adriá,para quem cozinhou no El Bulli.

S quat. Alemeda Itu, 1548,Jardins, tel.: 3081-4317. Terçaa sábado, a partir das 19h.w w w. b a r s q u at . co m . b r

Eclipse: o mergulho do Galpão.

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Sérgio RoveriBianca Auri/Divulgação

Atores leram todas as peças e mais de 150 contos de Tchékhov

Ogrupo mineiro Gal-pão, que comemora30 anos de carreira,

não comete exagero algumao afirmar que seu mais re-cente trabalho, Eclipse, é re-sultado de um mergulho pro-fundo e duradouro no uni-verso do dramaturgo russoAnton Tchékhov.

Para alcançar o texto finaldo espetáculo que estreou

em dezembro de 2011 emBelo Horizonte e chega hojeao Teatro do Sesc Vila Maria-na, os atores leram todas aspeças do dramaturgo e maisde 150 dos seus contos parapinçar quais reflexões do au-tor sobreviveram incólumesao tempo para se encaixarou descrever a alma do ho-mem contemporâneo.

E não é pouca coisa. Dirigi-

da pelo professor e diretorteatral russo Jurij Alschitz,que reside em Berlim, a peçamostra cinco personagens,confinados em um espaço re-duzido, à espera do términode um eclipse solar.

O fenômeno, porém, mos-tra-se muito mais demoradodo que o previsto – o que pare-ce fornecer tempo para que ospersonagens resgatem algunsdos temas mais explorados naprodução do dramaturgo: aefemeridade da condição hu-mana, a solidão, a espera, afrustração e também algunsfiapos de alegria e prazer.

A discussão de tantos e tãocalorosos temas somada à im-possibilidade de abandonar orecinto contribui para o surgi-mento de situações absurdas.

Terminada essa tempora-da, o Galpão troca de clima e deautor. Em novembro, a trupedá início aos ensaios da peçaGigantes da Montanha, do italia-no Luigi Pirandello, que terá adireção de Gabriel Villela.

Ec l i p s e , estreia nesta sexta,28, no Teatro do Sesc VilaMariana, Rua Pelotas, 141,tel.: 5080-3000. De quintaa sábado às 21h edomingo às 18h. R$ 24.

Uma peça on the roadSe tivesse sido adaptado pa-

ra o cinema, e não para oteatro, como é o caso agora, émuito provável que o romancePais e Filhos, escrito em 1862pelo russo Ivan Turguêniev(1818-1883) rendesse um con-vincente r o ad - m ov i e. Na histó-ria, o escritor lança na estradaos dois principais personagensda trama – o jovem médico Ba-zárov, que não acredita emnada que não possa ser com-provado pelas lentes da ciên-cia, e seu grande amigo e dis-cípulo Arkádi. O confronto deideias protagonizado pelosdois durante a viagem, algoentre o nocivo e o incendiá-rio, contamina de maneiradefinitiva os personagensque cruzam pelo caminho.

A adaptação teatral de Pa i se Filhos, com quase três horasde duração e dirigida pelo rus-so Adolf Shapiro, entra emcartaz neste sábado, 29, noTeatro do Sesc Pompeia. A pe-ça é produzida e encenadapela Mundana Companhia,

que no ano pas-sado levou à ce-na uma verda-deira epopeiateatral, o espe-táculo O Idiota,b a s e a d o n aobra de FiódorDostoiévski.

Em Pais e Fi-lh os , o principalalvo dos torpe-dos verbais de Bazárov são osvalores e os costumes da aris-tocracia da Rússia rural. Aoapresentar este combate en-tre classes, Turguêniev quer,acima de tudo, discorrer so-bre o conflito de gerações eradiografar a maneira comopais e filhos viam o momentopolítico da Rússia algumasdécadas antes da revoluçãode 1917. Este tom político fezcom que a obra fosse dura-mente criticada à época desua publicação.

A viagem de Bazárov e seuamigo Arkádi, porém, não seocupa apenas da aridez ver-

borrágica: a certa altura docaminho, os companheirossão apresentados ao amor, nafigura de camponesas belas eingênuas. E é neste instante,diante de um sentimento no-vo e indiferente à sua raciona-lidade, que Bazárov se vê,num primeiro momento, ór-fão da ciência e, logo após, dopróprio amigo. (S. R . )

Pais e Filhos, estreia nestesábado, 29, no Teatro doSesc Pompeia, Rua Clélia,93, tel.: 3871-7700.Sextas e sábados às 21he domingo às 19h.R$ 5 a R$ 20.

Foto

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Newton Santos/Hype

Page 28: DC 28/09/2012

sexta-feira, 28 de setembro de 201228 DIÁRIO DO COMÉRCIO

As histórias se repetem e o público adora.A nova versão de Guerra dos Sexos entra para a lista dos

remakes de novelas que invadiram a programação.

A guerra já foi declarada

Até agora, o que o público viu da no-

va versão da novela Guerra dos Se-

xo s foram os teasers veiculados duran-

te os intervalos comerciais da Globo.

Os curtas, que duram meros dois mi-

nutos, chamaram a atenção pela cria-

tividade ao brincar com o tema da no-

vela. O tom de quartel-general faz re-

ferência ao fi lme Nascido Para Ma-

ta r(1987) e traz o mote "a guerra dos

sexos está declarada".

Os filminhos apresentam dois ti-

mes, dos homens e das mulheres, que

se enfrentam no meio da rua, gritando

palavras de ordem. O primeiro t e as e r

era estrelado por atores desconheci-

dos. Depois, entrou no ar a versão com

os atores da novela.

N O

S TA

L G I A

Remakes em altaAna Barella

Fotos: Divulgação

Elenco da nova versão da novela das sete da Rede Globo, Guerra dos Sexos, que estreia na próxima segunda.

No topo, atriz Juliana Paesem cena da versão atual

de Gabriela ; depois, elenco infantildo remake de

Carrossel ; acima à esquerda,elenco da novela infantil

Chiquititas, que terá nova versãono ano que vem; acima à direita,

Sônia Braga em cena deSaramandaia, próxima

regravação do folhetim das 23h.

Atrama é a mesma. Assimcomo a mansão em que ahistória se passa, o

roteirista, o diretor, a música daentrada e até alguns dos atores.O que muda são os espectadores:envelheceram 29 anos. O novofolhetim das sete da Rede Globo,Guerra dos Sexos, será um remakeda novela de 1983 de nomehomônimo. Novamente escritapor Silvio de Abreu e dirigida porJorge Fernando, a trama estreiana próxima segunda, 1º deoutubro, e promete muitanostalgia. No elenco, FernandaMontenegro, Tony Ramos, IreneRavache, Mariana Ximenes,Reynaldo Gianecchini, DricaMoraes, entre muitos outros.

Para quem não assistiu ou nãose lembra da história, a novelacomeça quando Charlô(Fernanda Montenegro) e Otávio(Paulo Autran), primos quetiveram um romance durante aadolescência, mas agora seodeiam, perdem um tiomilionário. Eles só podemusufruir da herança se moraremna mesma casa e virarem sócios.

Referência – Na nova versão,várias referências à Guerra dosSexos de 1983. Charlô e Otáviose chamarão Cumbuqueta eBimbinho (apelidos na antigatrama) e serão vividos por IreneRavache e Tony Ramos, ambospresentes na primeira versão.As figuras de FernandaMontenegro e Paulo Autranaparecem agora no famosoquadro posto em cima dalareira, que eventualmente semexe. A empregada damansão, Olívia, novamenteinterpretada por Marilu Bueno,

será o elo da nova versão com aantiga, pois através de suasmemórias serão exibidas cenasda novela de 1983.

Guerra dos Sexos foi um dosprimeiros folhetins no estilo"pastelão" da Rede Globo. Aspalhaçadas mais marcantesaconteciam entre o casalprincipal, sempre "em pé deguerra". Segundo Silvio de Abreu,autor da novela, essa versãopromete as mesmas brincadeiras,tortas na cara e guerra decomida, porém, tudo adaptadopara os dias de hoje, com novasgírias, ideias e diálogos.

Atrativo – De acordo com FlávioLuiz Porto e Silva, professor dehistória da televisão da FundaçãoArmando Álvares Penteado(FAAP), além da nostalgia que asnovas versões despertam, umdos principais atrativos são osefeitos especiais e asadaptações de roteiro, quedeixam a trama mais atual.

Ele cita um case de sucesso:em 2010, o roteiro doremake da novela T i -T i -Ti , de 1985 (à dir.,Alexandre Borgescomo Jacques Leclairda versão de 2010) foimesclado com o daprodução Plumas e Paetês(1980) e resultou em umsucesso que rendeu picosde 30 pontos de Ibope.

Segundo ReynaldoBoury, diretor da novaversão da novela mexicanaCarrossel, exibida pelo SBT,produzir remakes é mais fácil, pois atrama já agradou uma vez. "É umsucesso garantido. Quem assistiuestá querendo relembrar e, no

caso de Carrossel, quem tem filhosquer que as criançasacompanhem, pois sabem que éadequado para a idade."

Comparações – Flávio Luizconcorda que uma boa históriadeve ser recontada, mas lembraque alguns atores têminterpretações tão marcantesque as outras versões ficamsujeitas a comparações. "Achoque por isso ninguém se atreve afazer regravações de algunsclássicos como Roque Santeiro ouVale Tudo. Uma saída muitoexplorada pelas emissoras paragarantir ibope e fugir dascríticas são as reprises."

Folhetim das 23h - Há algumtempo os remakes de novelasclássicas da Rede Globo estãoinvadindo o horário das 23h. Oque começou com a releitura de OAstro agora se repete com

Gabriela. Para 2013, o horárioirá transmitir o remake deSaramandaia (1978).

O roteiro estará nas mãosdo Ricardo Linhares, que

terá que usar suaimaginação, pois asfitas da novela foramperdidas em incêndiose regravações.

No SBT, o horáriodas 18h foi invadidopelos remakes.Seguindo a onda dosucesso de Carrossel,que rende umamédia de 20 pontos,

o SBT irá produzir em 2013 umanova versão da novelinhaargentina Chiquititas (1995),que já teve regravações feitaspor emissoras de Portugal,do México e da Romênia.

Em tom de nostalgia, as regravações seprovam saídas seguras, garantindo o sucesso maisuma vez. E para 2013, Saramandaia e Chiquititas.

dcultura