da responsabilidade civil dos estabelecimentos de saúde

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Da responsabilidade civil dos estabelecimentos de saúde Sumário:1.Da Responsabilidade Civil dos Hospitais Particulares; 1.1Conceito; .2Natureza Jurídica; 1..3.Distinção entre responsabilidade do médico e responsabilidade da sociedade comercial hospitalar; 1.4.A responsabilidade decorrente do Código de Defesa do Consumidor; 2. Da Responsabilidade Civil dos Hospitais Públicos; 2.1Fundamento da Responsabilidade Civil dos Prestadores de Serviços Públicos; 3. Da Responsabilidade Civil das Empresas de Assistência Médica (convênios médicos); 3.1 Espécies; 3.2 Responsabilidade Civil. 1. Da Responsabilidade Civil dos Hospitais Particulares 1.1.Conceito Segundo observa Ruy Rosado de Aguiar Júnior(1)" o hospital é uma universalidade de fato, formada por um conjunto de instalações, aparelhos e instrumentos médicos e cirúrgicos destinados ao tratamento da saúde, vinculada a uma pessoa jurídica, sua mantenedora, mas que não realiza ato médico". 1.2 Natureza Jurídica O Hospital encerra uma vasta área de confluência jurídica pelo poliedrismo funcional. Além das implicações civis e penais que envolvem cada funcionário, somamse fatores interligados na dimensão de contrato hospitalar com o paciente e o médico. A verificação desses dados e o ordenamento processual resultarão da própria natureza: público, particular, de associados ou de convênios. Neste amálgama de imbricações técnico adminstrativas, o hospital se salienta como órgão de profunda e multifacetada responsabilidade. Não há como se olvidar que a natureza jurídica da responsabilidade dos hospitais em face de seus pacientes, internos ou não, é contratual. Como monstra José de Aguiar Dias (2), tratase de obrigação semelhante à dos hoteleiros, pois "na realidade, essa obrigação participa do caráter das duas responsabilidades com que se identifica, isto é, tanto compreende deveres de assistência médica, como de hospedagem, cada qual na medida e proporção em que respondem, isoladamente, os respectivos agentes. E prossegue: "Assim, para dar exemplo expressivo, a direção de um hospital é responsável pelos danos decorrentes de ter o médico do estabelecimento deixado, por vários dias, de verificar o estado de um cliente aí internado, do que resultou agravação do seu estado e anquilose da perna, por ter ficado na mesma posição por tempo prolongado. Não procede a defesa fundada em que se trata de erro técnico, que a direção do hospital não pode impedir, nem mesmo criticar, porque o caso é de negligência, cujas consequências ela poderia evitar, se empregasse fiscalização mais severa. Admitido o doente como contribuinte, formase entre ele e o hospital um contrato, que impõe ao último a obrigação de assegurar ao primeiro, na medida da

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Da Responsabilidade Civil Dos Estabelecimentos de Saúde

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    http://www.egov.ufsc.br/portal/conteudo/daresponsabilidadecivildosestabelecimentosdesa%C3%BAde 1/18

    Daresponsabilidadecivildosestabelecimentosdesade

    Sumrio:1.Da Responsabilidade Civil dos Hospitais Particulares 1.1Conceito .2NaturezaJurdica 1..3.Distino entre responsabilidade do mdico e responsabilidade da sociedadecomercialhospitalar1.4.AresponsabilidadedecorrentedoCdigodeDefesadoConsumidor2.DaResponsabilidadeCivildosHospitaisPblicos2.1FundamentodaResponsabilidadeCivildos Prestadores de Servios Pblicos 3. Da Responsabilidade Civil das Empresas deAssistnciaMdica(convniosmdicos)3.1Espcies3.2ResponsabilidadeCivil.

    1.DaResponsabilidadeCivildosHospitaisParticulares

    1.1.Conceito

    Segundo observaRuyRosado deAguiar Jnior(1)"o hospital uma universalidade de fato,formada por um conjunto de instalaes, aparelhos e instrumentos mdicos e cirrgicosdestinados ao tratamentoda sade, vinculadaaumapessoa jurdica, suamantenedora,masquenorealizaatomdico".

    1.2NaturezaJurdica

    OHospital encerraumavasta reade confluncia jurdicapelopoliedrismo funcional.Almdas implicaescivisepenaisqueenvolvemcada funcionrio, somamse fatores interligadosnadimensodecontratohospitalarcomopacienteeomdico.Averificaodessesdadoseoordenamentoprocessualresultarodaprprianatureza:pblico,particular,deassociadosoudeconvnios.Nesteamlgamade imbricaes tcnicoadminstrativas,ohospital se salientacomorgodeprofundaemultifacetadaresponsabilidade.

    Nohcomoseolvidarqueanaturezajurdicadaresponsabilidadedoshospitaisemfacedeseuspacientes,internosouno,contratual.

    ComomonstraJosdeAguiarDias(2),tratasedeobrigaosemelhantedoshoteleiros,pois"na realidade, essa obrigao participa do carter das duas responsabilidades com que seidentifica, isto , tanto compreende deveres de assistncia mdica, como dehospedagem, cada qual na medida e proporo em que respondem, isoladamente, osrespectivosagentes.

    E prossegue: "Assim, para dar exemplo expressivo, a direo de um hospital responsvelpelosdanosdecorrentesde teromdicodoestabelecimentodeixado,porvriosdias,deverificaroestadodeumclienteainternado,doqueresultouagravaodo seu estado e anquilose da perna, por ter ficado na mesma posio por tempoprolongado. No procede a defesa fundada em que se trata de erro tcnico, que adireo do hospital no pode impedir, nem mesmo criticar, porque o caso denegligncia,cujasconsequnciaselapoderiaevitar,seempregassefiscalizaomaissevera. Admitido o doente como contribuinte, formase entre ele e o hospital umcontrato,queimpeaoltimoaobrigaodeasseguraraoprimeiro,namedidada

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    contrato,queimpeaoltimoaobrigaodeasseguraraoprimeiro,namedidadaestipulao,asvisitas,atenesecuidadosreclamadospeloseuestado".

    1.3Distinoentreresponsabilidadedomdicoeresponsabilidadedasociedadecomercialhospitalar

    A questo mais polmica que surge a que pertine seguinte indagao: quando aresponsabilidade deve ser carreada aomdico, pessoalmente e quando devese atribula aohospital?

    SegundooescliodeRuiStoco(3) "deveseexaminarprimeiroseomdicocontratadodohospital,demodoaserconsideradocomoseupreposto".

    Argumentaoautor,"setalocorrer,aplicaseasurradaevestutaregradequeopatrorespondepelosatosdeseusempregados,serviaisouprepostos".(CdigoCivilart.1521,III).

    A regra da responsabilidadedo comitente sofre restries, conforme salientaMrio Jlio deAlmeidaCosta(4)"quantoacertasprofisses,comoadosmdicosedosadvogados,poisnoseadmiteumasubordinaoparacomosclientesnostermosindicados(vnculodeautoridadeesubordinao). Mas isso no que concerne s relaes entre o cliente e o mdico, conformeesclareceemnotaoeminenteprofessorportugus,porqueseadmitearelaodecomissodemdicoamdico,edehospitalparamdico".

    O hospital responde pelos atos mdicos dos profissionais que o administram (diretores,supervisores,etc.),edosmdicosquesejamseusempregados.Norespondequandoomdicosimplesmente utiliza as instalaes do hospital para a internao e tratamento dos seuspacientes.

    SegundoRuyRosadodeAguiarJr(5)."emrelaoaosmdicosqueintegramoquadroclnicodainstituio,nosendoassalariados,precisodistinguir:a)seopacienteprocurouohospitale ali foi atendido por integrante do corpo clnico, ainda que no empregado, responde ohospital pelo ato culposo do mdico, em solidariedade com este b)se o doente procura omdico,eesteoencaminhabaixanohospital,o contrato comomdicoeohospitalnorespondepelaculpadeste,emboradoseuquadro,masapenaspelamprestaodosservioshospitalaresquelhesoafetos.

    No entender de Orlando Gomes (6)"a responsabilidade pela ao do integrante do corpoclnico, na situaoprimeiramente referida, explicase porque a responsabilidade por ato deoutro,previstanoart. 1.521, III, doCC ( responsvel opatro, amoou comitente,por seusempregados, serviais e prepostos), abrange tambmaquelas situaes ondeno existe umarelaode emprego, bastandoque apessoa jurdicautilize serviosdeoutra atravsdeumarelaoquegereoestadodesubordinaoocasodohospitalqueparaseu funcionamentonecessitadoserviodomdico,oqual,porsuavez,ficasubordinado,comomembrodocorpoclnico,aosregulamentosdainstituio".

    Devese portanto, perquerir se o mdico atua no respectivo hospital mediante contrato deprestaodeservios,sendonestecaso,consideradoseupreposto,devendoaqueleresponderpelos atos culpososdeste.Ohospital, contudo, terdireitode reaver oquepagar atravsde

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    pelos atos culpososdeste.Ohospital, contudo, terdireitode reaver oquepagar atravsdeaoregressivacontraocausadordiretododano.

    Masseomdiconoforprepostomasprofissionalindependentesemvnculodesubordinaocom o hospital, usando as dependncias do nosocmio por interesse ou convenincia dopacienteoudeleprprio,emrazodeaparelhagemouqualidadedasacomodaes,tersedeapuraraculpadecadaum.

    Dessemodo, seopaciente sofreudanosemrazodoatuar culposoexclusivodoprofissionalliberaldesualivreescolha,baseadoemlaosdepessoalidadeeconfiana,sendoaobrigaodenaturezaintuitopersonae,mesmoestandoomdicovinculadoaohospital,aresponsabilidadepela reparao do dano, ser subjetiva e pessoal domdico, com fundamento no artigo 14,pargrafo4doCdigodeDefesadoConsumidor.

    1.4AresponsabilidadedecorrentedoCdigodeDefesadoConsumidor

    Outra questo importante que surge se os hospitais, casas de sade, clnicas e entidadessemelhantes subsumemsenadisposio contidano caputdoart.14doCdigodeDefesadoConsumidor(Lei 8.078/90) que estabelece a responsabilidade objetiva do fornecedor deservios, pela "reparao dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos prestao dos servios, bem como por informaes insuficientes ou inadequadas sobre suafruioeriscos".

    Bemotemaaqui,mereceanliseaprofundada,observandoseaposiodosquedefendemofundamentoda responsabilidadedoshospitaisde formaobjetiva, aplicandoseo regramentodoartigo14caputdoCDC,bemcomo,oposicionamentedeAguiarDias,RuyRosadodeAguiarJr.eRuiStocoquedefendematesequeoshospitaisdevemresponderateordoartigo1521,IIIdo Cdigo Civil, quando o mdico apresentar relao de subordinao com o mesmo,aplicandosearegradaresponsabilidadetransubjetiva,comapresunodaculpa,dohospital,desdequeevidenteoatuarculposodomdicopreposto.

    SegundoRuiStoco,(7)"nosepodenegarqueoshospitaissoprestadoresdeserviosmdicos e de hospedagem. O hospital firma com o paciente internado um contratohospitalar, assumindo a obrigao de meios consistentes em fornecer serviosmdicos(quando o facultativo a ele pertence) ou apenas em fornecer hospedagem(alojamento, alimentao) e de prestar servios paramdicos (medicamentos,instalaes,instrumentos,pessoaldeenfermariaetc...)".

    Prossegue: "No que pertine aos primeiros(servios mdicos), quando o paciente tratadoporseusprpriosfacultativos,osserviosprestadossoaquelesconcernentesaotratamentomdicocontratado.Constituiumaatividadedemeioenoderesultado,de modo que se obriga apenas a propiciar o melhor servio ao seu alcance, tudofazendopara cumprir aquilo a que se props.No se obriga efetivamentea curar opaciente,masemagircomamximadilignciaparaobteroresultadoquerido,semserresponsabilizadocasooresultadoalmejadonosejaalcanado".

    Quantoaossegundos,suaatividadeassemelhadadoshotisepenses.Comprometeseaforneceracomodaeserefeiescondignasecondizentescomopreoestabelecido.

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    forneceracomodaeserefeiescondignasecondizentescomopreoestabelecido.

    Dessemodo,seodanoaopacienteimputadoaohospitalemfacedaatuaodeseusprepostos e se decorrer do exerccio de sua atividade especfica e tpica da reamdica,entoincidiropargrafo4,doart.14doCDC(responsabilidadeaquiliana).

    Assim,satravsdacomprovaodeculpa(8)quesepoderresponsabilizarohospitaleomdicopeloresultadodanoso.

    Opreceitocontidonocaputdoart.14doCdigodeDefesadoConsumidor(Lein8.078/90),estabeleceque"ofornecedordeserviosresponde,independentementedaexistnciadeculpa,pelareparaodosdanoscausadosaosconsumidorespordefeitosrelativosprestaodeservios".

    Ainda segundo a posio defendida por Rui Stoco(9), "neste ponto parece que o legisladorcometeu grave erro lgico e de concepo, eis que, se a responsabilidade do hospital ou daempresa prestadora de servios contratual, tal circunstncia monstrase, no caso doshospitais, em antinomia com a teoria da responsabilidade objetiva, pois se a instituio desadesecomprometeasubmeterumpacienteacirurgia,porintermdiodemdicos,sobasuaresponsabilidade,estaexercerumaatividadedemeioenoderesultado".

    Assim, s se lhe pode exigir que a atuao de seus prepostos seja normal e que acirurgiasejafeitasegundoastcnicasusuaiseutilizaodoinstrumentaladequado.Setalocorrer,o contratoestarcumprido.Docontrrio,descumprindoessascondiesmnimas,ahiptesedeinadimplementocontratual."

    Conforme apontamento de Teresa Ancona Lopez(10) " na responsabilidade contratual h aviolao de uma obrigao em sentido estrito, sendo, portanto, a responsabilidade, limitadapelasclusulascontratuais".

    Daporque,aantinomiaacimaverberadaestjustamenteemquearesponsabilidadeobjetivaalongaoespectrododeverdeindenizar,transcendendooslimiteseasbarreirasestabelecidaspelaspartesnaavenacontratual.

    Assim, sendo a responsabilidademdicohospitalar, de natureza contratual e sendo o objetodestecontratoumaobrigaodemeio,nohcomosefalaremresponsabilidadeobjetivadohospital,esuaaplicaoaoart.14"caput"doCDC,mesmosendoohospitalumprestadordeservios.

    A uma, porque o Cdigo do Consumidor no se afastou do conceito clssico deresponsabilidadeporatooufatodeterceiro,consagradoemnossoCdigoCivil.

    A duas, porque, sendo a responsabilidade do hospital contratual, responder por ato de seuprepostonostermosdoinc.IIIdoart.1521doCC,queprevaculpapresumida(enoobjetiva)dopatropelosatosdeseusprepostos.

    Alis,esseoensinamentodoinsigneMinistrodoSuperiorTribunaldeJustia,RuyRosadodeAguiarJr.(11),emtrabalhoapresentadonoIVCongressoInternacionalsobreDanos,realizado

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    AguiarJr.(11),emtrabalhoapresentadonoIVCongressoInternacionalsobreDanos,realizadoem Buenos Aires, Argentina, em abril de 1995, ao obtemperar que pelos atos culposos demdicos que sejam seus empregados, ou de seu pessoal auxiliar, responde o hospital comocomitente, na forma do art.1521,III, CC. E acrescenta: no responde quando o mdicosimplesmente utiliza as instalaes do hospital para internao e tratamento dos seuspacientes)

    NotrabalhoacimaapontadoRuyRosadodeAguiarJnior(12),"deixouexpressoqueohospitalnorespondeobjetivamente,mesmodepoisdavignciadoCdigodeDefesadoConsumidor,quandosetratadeindenizardanosproduzidospormdicointegrantedeseusquadros,poisprecisoprovaraculpadesteparasomentedepoissetercomopresumidaaculpadohospital".

    Emltimo lugar, segundoaposiodeRuyStoco (13)" cabeobtemperara total ausnciadesentidolgicojurdicose,emumaatividadedenaturezacontratualemqueseasseguraapenasmeios adequados, ficar comprovado que o mdico no atuou com culpa e, ainda assim,responsabilizar o hospital por dano sofrido pelo paciente, to somente em razo de suaresponsabilidadeobjetivaeapenasemrazodovnculoempregatcioentreumeoutro".

    "Percebase, porque importante, que o caput do art.14 do CDC condicionou aresponsabilizao do fornecedor de servios existncia de defeitos relativos prestaodeservios".

    "Talexpresso,emboraemcontradiocomoprincpioadotadonoprprioartigodalei, induz culpa, mxime quando se trate de atividade mdica, cuja contrataoassegura meios e no resultado (salvo com relao s cirurgias estticas e noreparadoras),demodoque,oresultadonoqueridonopodeserrotuladodedefeito."

    Segundo o entendimento do mesmo autor, mesmo quando o hospital atuar como merohospedeiro,edessaatividadedecorrerdanosaopacienteconsumidor,noseaplicaoart.14,"caputdoCdigodeDefesadoConsumidor,porforadasupremaciadodispostonoart.1521do Cdigo Civil, que por ser mais abrangente, h de prevalecer diante do enunciado dopargrafo 1 do art.2 da LICC, quando preceitua que a lei posterior (Cdigo de Defesa doConsumidor)srevogaaanterior(art.1521doCdigoCivil)quandosejacomelaincompatvelouquando regula inteiramente amatria de que tratava a lei anterior, e como se verifica, oCdigo de Defesa do Consumidor no regulou inteiramente a matria, encontrandoseportanto,o fundamentodaresponsabilidadecivildosEstabelecimentosdeSadenos termosdoartigo1521,IIIdoCdigoCivil.

    O noatendimento do doente pelo hospital pode expressarse atravs de simples recusa oupelo encaminhamento a outro hospital (hospital de referncia).No primeiro caso, a falta deassistnciapordefeitodaorganizao,nomantendooplantoouosserviosnecessriosparaatenderaumaemergnciaprevisvel,fatordeterminantedaresponsabilidadedohospital.Nosegundocaso,aremessajustificadadodoenteaumhospitaldereferncianoconstituimotivoparaaatribuiodaresponsabilidade:"Emtese,omdicoqueordenaroreencaminhamentodepacientepor faltade leitooucondiesdeatendimentoagecomdilignciaenodeveserconsideradoculpado.Damesma forma,ohospitalnopodeserobrigadoa seprepararparatodososcasosdeemergncia,sendocertoquetodossoaparelhadoscomunidadesdepronto

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    socorro,oqueelideaculpae,mais,inviabilizaatcnicadapresunodaculpa,queseriaumaeternaresponsabilizao.Ademais,segundooescliodeFranciscoCaramuruAfonso(14)"noaatividadehospitalarresponsvelportodososinfortniosdavida".

    Ajurisprudnciaregistraoscasosderesponsabilidadedohospitalporfaltadeplanto(8CC,TJRJ,1981,RT556/190),porefetuardiagnsticoinadequado(6CC,TJSP,1981,RT549/72),pordemorarnoatendimentocirrgicoquesefazianecessrio(TJSC,ap.19.672,1986).

    Quandoseabordaestetema,nopossvelesquecerasituaodramticaemqueseencontraaredehospitalardoPas,bemdescritanareportagemdeElioGaspari,(15)cujasdeficinciassubmetemconstantementeosmdicosadecidirsobrequemtemdireitoaonicoaparelho,escassamedicao,aousodasalacirrgica...

    AConstituiode1988 instituiuoSistemanicodeSade(SUS),garantindoatendimentoatodos.Com isso igualou, perante o servio pblico da sade, o desempregado e o que passasuas friasnaEuropa,situao injustaque foi recentementeobjetodacrticadoMinistrodaSade (Folha de So Paulo, ed. de 03.03.1995), pois cria uma situao insustentvel, nodispondooEstadoderecursosparaatenderaessademanda.Emparte,porquenodestinasadepblicarecursossuficientes(4%doPIBenquantonosEUAde12%)emparte,porquenotemmdicosemnmerosuficiente(150.000mdicosparaumapopulaode150milhesemPortugal:23.000mdicos,paraumapopulaode10milhes)finalmente,porquetemqueatenderdegraaaquempodepagar,eficasemrecursosparatratardonecessitado.

    EmsentidocontrrioaposiodoDesembargadorSergioCavalieriFilho(16),segundooqual"os estabelecimentos hospitalares so prestadores de servios e, como tais, respondemobjetivamentepelareparaodosdanoscausadosaosconsumidores.Oart.2docitadoCdigoconceitua o consumidor como sendo toda pessoa fsica ou jurdica que adquire ou utilizaprodutoouserviocomodestinatriofinal.Servio,porsuavez,consoanteconceitocontidonopargrafo 2, do art.3, qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, medianteremunerao, salvo as decorrentes das relaes de carter trabalhista. Logo, no conceito deservio enquadrase perfeitamente a atividade dos estabelecimentos hospitalares, sendo osseus clientes, como destinatrios finais desses servios, consumidores por definio legal.Ofundamento dessa responsabilidade, no mais a conduta culposa, mas sim o defeito doservio.A lei, vale ressaltar, criouparao fornecedorumdeverdeseguranaodeverdenolanarnomercadoserviocomdefeitodesorteque,ocorridooacidentedeconsumo,poreleresponde independentemente de culpa. Em concluso, a responsabilidade do fornecedor deserviosdecorredaviolaododeverdeprestaraosconsumidoresservioscomaseguranalegitimamenteesperada(art.14,pargrafo1),cujosdefeitosacarretamriscossuaintegridadefsicaoupatrimonial.Ocorridooacidentedeconsumo,ofornecedorterqueindenizaravtimaindependentemente de culpa, s se exonerando dessa responsabilidade se provar nus dofornecedor que o defeito inexiste, culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro". ( Ap.11.323/982CmTJRJ,j.15.12.1998)

    Segundo o esclio do autor supra mencionado(17), "sempre que se tratar de relao deconsumo fornecimento de produtos ou servios ao consumidor, no mais ser aplicvel anormadoart.1521,III,doCdigoCivil,poisestaregrafoiderrogadapeloCdigodeDefesado

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    Consumidor.Assim,no regimedoCdigodeDefesadoConsumidornomais cabe falar emresponsabilidade presumida do patro em relao ao empregado porque o fundamento daresponsabilidadecivildo fornecedordeixoudesera relaocontratual,bemcomo,o fatodeterceiro, para se materializar na relao de consumo, contratual ou no, respondendoobjetivamente o Hospital, como fornecedor de servios, quando presente o defeito na suaprestao".

    Ataquitratamosdemedicinaprivada,prestadaporhospitaiseclnicasparticulares,exercidapormdicosprofissionaisliberais.

    2.ResponsabilidadeCivildosHospitaisPblicos

    2.1Fundamentodaresponsabilidadecivilnaprestaodeserviospblicos

    QuestointeressanteconfigurasenofundamentodaresponsabilidadedosHospitaisPblicosem decorrncia da falha ou defeito na prestao do servio pblico de sade. Estaria osHospitaisPblicos enquadradosna sistemticado artigo 14 "caput"doCdigodeDefesadoConsumidor,respondendocomfundamentoobjetivo,tendoemvista,agratuidadedosserviosprestados?

    Servio, por sua vez, consoante conceito contido no pargrafo 2, do art.3, " qualqueratividadefornecidanomercadodeconsumo,medianteremunerao,salvoasdecorrentesdasrelaesdecartertrabalhista".

    O artigo 22 e pargrafonico, ao estender aos rgos pblicos, empresas, concessionrias epermissionrias de servios pblicos a responsabilidade objetiva estabelecida no seu art.14,tratadeserviospblicosemqueexisteumacontraprestaoporpartedoconsumidoratravsdopagamentodetarifasoupreospblicospelautilidadedosservios,taiscomoocorrecomoserviodeenergiaeltrica,gua,telefonia,transportecoletivodepassageirosetc...SegundoAdaPelegriniGrinover(18)"odispositivoenfocadopretendeasseguraraofertaconstanteedeboaqualidade dos servios pblicos prestados aos consumidores uti singuli, individualizando oconsumidorutilitriodoservio,noseconfundindocomosserviospblicosutiuniversi,ouseja,difusos,decorrentesdaatividadeprecpuadoEstado,visandoaobemcomum,talcomoocorrecomaEducaoPblica,sade,saneamentobsico,segurana,construodeestradasetc..."

    Assimemsetratandodeserviospblicosgratuitos,comoocorrecomosHospitaisPblicoseEstabelecimentos de Ensino Pblico, em que inexiste uma contraprestao por parte doconsumidornautilizaodo servio, porm, presentes a qualidadedoHospital Pblico comfornecedordeserviosedopacientecomconsumidor,sendocristalinaarelaodeconsumoestabelecidaentreaspartes,nosepoderiaaplicarataisinstituiesasistemticaprevistanaleiconsumerista,efundamentarsuaresponsabilidadecomfulcronoart.14"caput"doCdigodeDefesadoConsumidor?Arespostaatalquestionamentomereceanliseaprofundada,nosconceitos estabelecidos no CDC, a fim de se adequar o regramento jurdico pertinente paratutelar a relao jurdica estabelecida entre as partes. No meu entender, neste caso, aresponsabilidadedosHospitaisPblicosderigoremdecorrnciadodeverde incolumidadedevidopessoahumana.Emsecuidandodedireito sadeevidahumana, resguardados

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    devidopessoahumana.Emsecuidandodedireito sadeevidahumana, resguardadospelaConstituioFederalcomogarantiafundamentalirretirvel,acircunstnciadeosserviosprestadosseremgratuitosnosubtraiodeverdeaentidadehospitalarasseguraressesdireitossagradosdopaciente,porm,ofundamentojurdicodetalresponsabilidadeserobjetivo,nostermosdoartigo37,pargrafo6daConstituioFederalde1.988,noseaplicandoportanto,as regras estabelecidas no Cdigo de Defesa do Consumidor, por se tratar de um serviopblicoderivadodaatividadeprecpuadoEstado,visandoaobemcomum,comoresultadodostributosemgeraldapopulao,sendochamadosdeserviospblicosutiuniversi.

    SegundoaincomparvelliodeAguiarDias(19)"aresponsabilidadecivilemcasostaisnoseprende apenas a uma garantia estabelecida em contratomas, ainda, aodireito de resguardoconcedido e assegurado pela Lei Fundamental, de modo que a ausncia de contrapartidapecunirianoconfereum"bill"deindenidade."

    Tambm o Tribunal de Justia de So Paulo j acentuou que (20)"na responsabilidade doshospitaisseincluiaincolumidade,mesmoquandootratamentosejagratuito".

    Conformeressaltadoanteriormenteoshospitaispblicos,daUnio,Estados,Municpios,suasempresaspblicas,autarquiasefundaes,estosubmetidosaumtratamentojurdicodiverso,deslocadas suas relaes para o mbito do direito pblico, especificamente ao direitoadministrativo, no captulo que versa sobre responsabilidade das pessoas de direito pblicopelosdanosqueseusservidores,nessaqualidade,causematerceiros.Dispeoart.37,6,daCF: "As pessoas jurdicas de direito pblico e as de direito privado prestadoras de serviospblicos respondero pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,asseguradoodireitoderegressocontraoresponsvelnoscasosdedoloouculpa".

    Adotouse oprincpioda responsabilidadeobjetiva, cabendo aoEstadoodeverde indenizarsempre que demonstrada a existncia do fato, praticado por agente do servio pblico que,nessa qualidade, causar o dano ( a responsabilidade pelo fato do servio), eximindose aAdministrao,totalouparcialmente,seprovaraforamaior,ofatonecessrioouinevitveldanatureza,ouaculpaexclusivaouconcorrentedavtima.

    Odissdioque lavrounadoutrina sobreaprevalnciada teoriado risco integraloudo riscoadministrativonotemmaiorrelevncia,poisosdefensoresdeambasascorrentesaceitamapossibilidadedeexclusoouatenuaodaresponsabilidadedoEstadosemprequeprovadaaatuao de fatores causais estranhos ao Estado, como a culpa exclusiva ou concorrente davtima.NestesentidooentendimentodeYussefSaidCahali(21),EdmirNetto(22)deArajo.Apenas correnteminoritria apregoaqueoEstado responde sempre, aindaquando a vtimasejaculpadapeloevento.OSTFtemreiteradamenteacolhidoateoriadoriscoadministrativo:Ac.de24.02.1987,noAI113.7223,1T,Rel.Min.SYDNEYSANCHES,naLex,JSTF,103/25.No mesmo sentido: RTJ 55/50. (vide HELY LOPES MEIRELLES, Direito AdministrativoBrasileiro,1989,pgs.549esegs).CARLOSMRIODASILVAVELLOSO,"ResponsabilidadeCivildoEstado"RILEG,1987,n96,pg.233REVISTAJURDICA,128/5(AGUIARJR.,RUYROSADO, "A Responsabilidade Civil do Estado pelo exerccio da atividade jurisdicional noBrasil",Ajuris,59/5,nota16).

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    Brasil",Ajuris,59/5,nota16).

    Essa responsabilizaodoEstadopelo fatodo servio,porm,nopodeser submetidaaumregimenico.Assim,quandosetratadeomissodoEstadoemevitarumresultadoquedeveriaimpedir,emrazodasuaposiodegarantidordobem(ex.:danosdecorrentesdeinundao),a sua responsabilidade somente se estabelece uma vez demonstrada a culpa do servioigualmente, a responsabilizao do Estado pelos atos do juiz pressupe o funcionamentoanormaldaJustia.Pese,ento,aquestosobreaatuaodosserviospblicosdesade,prestadoresdeserviosmdicohospitalares.

    CANOTILHO(23) classifica a responsabilidade por fato da funo administrativa em: a)responsabilidade por atos administrativos lcitos, em que h a imposio de um sacrifcioinexigveleb)aresponsabilidadeporrisco,quepodederivardedanosresultantesdetrabalhospblicos, de atividades excepcionalmente perigosas, de vacinaes obrigatrias, da ao depresos foragidos ou alienados, do funcionamento de mquinas empregadas na atividadeadministrativa,doriscosocial,denecessidadeadministrativaedecalamidadesnacionais.

    AresponsabilizaodoEstadopeloriscodecorredoprpriofatododesempenhodaatividadeperigosaqueoEstadoexerceparaarealizaodosseusfinsenaconsecuodobemcomum,cujosdanosnopodemsertransferidosaoindivduo.Contudo,quandoaatividadeexercidaparabenefciodocidado,querecebedoserviopblicootratamentoparaasuadoena,dese perguntar se o Estado tambm a responde objetivamente por todo o dano sofrido pelopaciente, independentemente da regularidade do servio prestado. Tratando da situao dequem solicita o servio de vacinao, asseverou CANOTILHO(24): "Nesta hiptese, poderiadizersequequemaceitaumaatividadeperigosanoseuexclusivointeressedeversuportaroriscocorrespondente...(mas)sersempredepraquestodaomissodeumdeverdecuidadopor parte dos servios de sade na hiptese que estamos analisando. Aceitarseia, pois, ademonstrao de uma atividade faltosa dos servios competentes"). Pode ser indenizado odanoproduzidopelamortedeumpacienteinternadoemhospitalpblico,paraoqualacinciarecomendava a realizao de cirurgia, efetuada com todos os cuidados e de acordo com asprescriesmdicas,masquemesmoassim se revelou inexitosa, causando amorte?Melhorincluir tal hiptese no mbito restrito da responsabilidade pela culpa do servio, pois noparecerazovelimporaoEstadoodeverdeindenizardanoproduzidoporserviopblicocujaao,semnenhumafalha,tenhasidopraticadaparabeneficiardiretamenteousurio.Porisso,e para no fugir do sistema, assim como institudo no texto constitucional, devemos refluirparaoexamedorequisitodacausadodano.

    Na hiptese em que h o resultado danoso, apesar dos esforos do servio pblico para otratamentododoente, eliminase a responsabilidadedoEstado sempreque a administraopblicademonstraroprocedimentoregulardosseusservios,atribudaacausadoresultadodanosoafatodanatureza.AotratardaexclusodaresponsabilidadedoEstado,lecionaoProf.YUSSEFCAHALI(25),partidriodaresponsabilidadeobjetivadoEstadopelateoriadorisco:"A segunda regra pode ser estabelecida reconhecendose a nenhuma responsabilidaderessarcitria se o dano sofrido pelo particular tem a sua causa no fato de fora maior,conseqncia de eventos inevitveis da natureza: a excluso de responsabilidade daAdministrao decorre da noidentificao de nenhum nexo de causalidade entre o eventodanoso e a atividadeouomissodoPoderPblico"Assim, oEstado se exoneradodeverde

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    danoso e a atividadeouomissodoPoderPblico"Assim, oEstado se exoneradodeverdeindenizarpordanosdecorrentesdoexercciodesuaatividademdicohospitalarsemprequedemonstrar que a causa no foi posta por mdico a seu servio, mas sim decorreu dascondiesprpriasdopaciente.

    AjurisprudnciasedividequantonaturezadaresponsabilidadedoEstadoporatosdanosospraticados nos hospitais pblicos, por seus servidores, sejam mdicos, enfermeiros ouserviais,mas amaioria pende para a responsabilidade objetiva. Acrdo de 16.09.1986, doantigo TFR est assim ementado: "Realizada a cirurgia, com tcnica adequada, no seatribuindoanegligncia,imprudnciaouimperciadocirurgio,oacidenteimprevisveldequeresultacomprometimentodonervocitico,comseqeladereduodemovimentosdojoelhoeparalisaodop,nohcomoresponsabilizarcivilmente,porindenizaocorrespondente,ocirurgio que recomendou o tratamento e o executou. A responsabilidade da entidadeempregadoradoencarregadodotratamento,contudo,fundadanoart.107daCF(de1967),que adota o princpio da responsabilidade objetiva, pelo risco administrativo, em que aindagao de culpa pertinente apenas para possibilitar regresso ou para elidir o dever deindenizar,quando,noprimeirocaso,hajaculpadoprepostoe,nosegundo,aculpapeloeventosejaexclusivamentedavtima"(AC80.336,1T).Outronomesmosentido:"Responsabilidadecivil. Menor hospitalizado s custas e sob a responsabilidade do INAMPS... Causalidadeinafastvel entre o dano e ato, sem concorrncia qualquer do menor ou de seus genitores.Aplicao da teoria do risco administrativo, inserta no art. 107 da CF (de 1967)" (Ac. de25.06.1985,naRTFR,124/163).IgualorientaofoireafirmadanaAC35.424SP,emquea4T do TFR considerou aplicvel o princpio da responsabilidade objetiva do Estado para aindenizao de dano provocado pelos servios do INPS. O TRF da 1 Regio (Braslia) temdiversosjulgadosadmitindoaresponsabilidadeobjetivadoshospitaismantidospeloINAMPS(AC 89.01.221268MG, de 17.09.1990 AC 89.01.226480AM, de 12.09.1990: "As pessoasjurdicasrespondempelosdanosqueseusagentes,nestaqualidade,causarematerceiros(art.37, 6, CF), sendo de natureza objetiva a responsabilidade, somente elidvel por provaexclusivadapartecontrria"(AC92.01.323166MG,de03.03.1993).

    JoTJSP,naAC76.3401,da5CC,de23.04.1987,considerouindispensvelaprovadafaltaannimadoservio.

    Amelhorsoluoestnomeio:noseatribuiaoEstadoaresponsabilidadepelodanosofridoporpacientequerecorreaosserviospblicosdesade,aindaquandoprovadaaregularidadedoatendimentodispensado,nemseexigedavtimaaprovadaculpadoservio:emprincpio,oEstadorespondepelosdanossofridosemconseqnciadofuncionamentoanormaldeseusserviosdesade,exonerandosedessaresponsabilidademedianteaprovadaregularidadedoatendimento mdicohospitalar prestado, decorrendo o resultado de fato inevitvel danatureza.

    O mdico servidor pblico, pelos atos praticados nessa condio, pode determinar aresponsabilidade da entidade pblica a que est vinculado. Ele responde regressivamenteperanteoentepblicocondenadoaindenizarodano,sedemonstradaasuaculpa,poisafaltapode ser annima, atribuvel ao servio, sem possibilidade de individualizao do agente. AresponsabilidadediretaeprimriadoEstadoadomdico,comoadetodoservidorpblico,

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    responsabilidadediretaeprimriadoEstadoadomdico,comoadetodoservidorpblico,deveriaserapenasindireta,recompondooprejuzosofridopeloEstado,desdequeprovadaasuaculpa.OSTF,noentanto, interpretandoaConstituioanterior,quenessepontonofoisubstancialmentemodificada,temreiteradasdecisessobreaadmissibilidadedeajuizamentodeaodiretamentecontraoservidor,emlitisconsrciofacultativocomoEstado,desdequeoautorseproponhaaprovar,relativamenteaoservidor,teragidoelecomculpa(RTJ115/1.383106/1.18296/237).

    AresponsabilidadequesurgeparaoPoderPblicodenaturezaextracontratual, submetidaaquelasregrasdodireitoadministrativo,poisnarelaoentrepacienteehospitaldecontratonosetrata.FIGUEIREDODIASeMONTEIRO(26)sustentamque,emboraentreodoenteeomdico que o assiste, por dever de ofcio, em hospital pblico, no haja contrato, deve serreconhecida a existncia de uma relao contratual de fato entre o paciente e a organizaohospitalar,poisodoenteinternadonoumestranho(op.cit.,pg.64).Ocorrequeosdeveresdecuidadoedeproteoqueresultamdocomportamentosocialtpicodainternaoderivamdoprincpiodaboaf,eoseudescumprimentopodeserexaminado,nodireitobrasileiro,luzdo art. 159, que fixa o dever de indenizar os danos decorrentes de atos praticados comnegligncia,imprudnciaouimpercia(ilcitoabsoluto).

    OInstitutoNacionaldeSeguridadeSocial(INSS)podeprestarservioshospitalaresatravsdeseus prprios hospitais, ou entidades conveniadas, e pormdicos credenciados. Fazendo eleconvniocomhospitaisparticulares,deleaobrigaodefiscalizaraprestaodessesservios,poisdelearesponsabilidadepelosdanoscausadosempacientes,seussegurados.Foi issooquedecidiuoTAMG,noAI135.5917,de24.11.1992:"Aoexamedocontratodefls.,dessumesequeaagravadaobrigadaaoferecerinternaoetratamentoatodasaspessoasqueoINAMPS(depoissubstitudopeloINSS) lheenviar (clusulaprimeira),comotambmoaludidorgopblico temodireitode fiscalizar os serviosmdicohospitalaresprestadospela agravada...Defluidessacircunstnciaqueoreferidorgopblicoresponsvelpelotratamentomdicohospitalardadoaosseusbeneficirios, inclusivepelosdanosadvindosaelesnarealizaodoaludidotratamento...OINAMPSobrigadoaresponderpelosdanoscausadosaterceiros,noexercciodasuafuno,consoanteosprecisostermosdo6doart.37daCF".

    Tambm pelos atos dosmdicos credenciados, tem sido reconhecida a responsabilidade doInstituto(TRFda1R,AC89.01.221268TRFda1R,AC89.01.226.480TRFda3R,AC90.03.120358,de16.12.1991).Respondemosmdicos,diretamente,provadaasuaculpa,eoInstituto,solidariamente.

    3. Responsabilidade Civil das Empresas de Assistncia Mdica (convniomdico)

    3.1.Espcies

    A previdncia privada assume a cada dia maior importncia no Pas. As dificuldadesencontradaspelaprevidnciasocialparaatuaoeficaznombitodasadetmlevadograndenmerodepessoasproteocomplementarnareadaprevidnciaprivada,quehojejatingea35milhesdepessoas,dasquais28milhessoligadasaempresas.Apesardocusto(US$35.00porpessoa),tendeaseexpandir

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    35.00porpessoa),tendeaseexpandir

    Convm ressaltar, todavia, que os planos de sade privados no so operados apenas porcompanhiasseguradoras,comomuitospensam(chamamtudosegurodesade),mastambmporempresasdeMedicinadeGrupoeporCooperativasdeServiosMdicos.

    O que caracteriza o seguro de sade, propriamente dito, o fato de ser operado porcompanhiadeseguromedianteregimedelivreescolhademdicosehospitaisereembolsodasdespesasmdicoshospitalaresnoslimitesdaaplice.

    EmpresadeMedicinadeGrupo,deacordocomaPortarian.3.286/86doMinistriodoTrabalho,todapessoajurdicadedireitoprivado,organizadadeacordocomasleisdoPas,que se dedique a assegurar assistnciamdica ou hospitalar e ambulatorial, mediante umacontraprestao pecuniria preestabelecida, vedada a essas empresas a garantia de um sevento.AmesmaportariaestabelecetrsmaneiraspelasquaispodeaempresadeMedicinadeGrupoexercersuaatividade:a)atravsderecursosmateriaisehumanosprprios(mdicos,hospitais e ambulatrios)b) mediante credenciamento de servios de terceiros c) por umsistemamisto,queincluaserviosprprioseredecredenciada.

    Cooperativasdeserviosmdicos,comooprprionomeodiz,soentidadesorganizadaspor mdicos com o fim de dar amparo econmico e social ao exerccio de sua atividade.Prestam servios mdicos hospitalares e ambulatorias tambm com recursos materiais ehumanosprpriosoucredenciados.

    3.2.DaresponsabilidadeCivil

    Desses trs tipos de operadores de planos privados de sade, como se v, apenas ascompanhiasdeseguradoresfuncionampeloregimedalivreescolhademdicosehospitaisereembolsodasdespesasmdicohospitalares.AsempresasdeMedicinadeGrupoeascooperativasdeserviosmdicosatendemaosseusassociadosemseusprpriosservios,ondenadatmapagar.Emcontrapartida,notmodireitodalivreescolha,salvoseissoforprevistonocontratoparacasosdeurgnciaenoslimitesaliestabelecidos.

    Assim, no primeiro casomdicos e hospital de livre escolha a responsabilidade serdireta do hospital ou do mdico, nada tendo a ver a seguradora de sade com a eventualdeficincia da atuao deles. No segundo caso, mdicos e hospitais prprios oucredenciadosaresponsabilidadesertambmdaseguradora.Seescolheumaloprepostoouprofissionalquevaiprestaroserviomdico,respondepeloriscodaescolha.

    SobreotemaobservoucompertinnciaRuyRosadodeAguiarJr.(27),entendendoesteilustreautor comsupedneona jurisprudncia, "queaentidadeprivadadeassistncia sade,queassociainteressadosatravsdeplanosdesade,emantmhospitaisoucredenciaoutrosparaaprestao de servios que est obrigada, tem responsabilidade solidria pela reparao dosdanos decorrentes de serviosmdicos ou hospitalares credenciados. Emais, excetua dessaresponsabilidadeasentidadesque,emseuscontratosdeplanosdesade,doliberdadeparaaescolha de mdicos e hospitais, assim como os seguros sade, que apenas reembolsam asdespesas efetuadas pelo paciente, e por isso no respondem pelos erros profissionaislivrementeselecionadosecontratadospeloseusegurado.

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    livrementeselecionadosecontratadospeloseusegurado.

    Aentidadeprivadadeassistnciasade,queassociainteressadosatravsdeplanosdesade,emantmhospitaisoucredenciaoutrosparaaprestaodosserviosaqueestobrigada,temela responsabilidade solidria pela reparao dos danos decorrentes de serviosmdicos ouhospitalarescredenciados.A2CCdoTJSP,sendorelatoroDes.WALTERMORAES,nosEI106.1191, assim decidiu: "Empresa de assistncia mdica. Leso corporal provocada pormdico credenciado. Responsabilidade solidria da selecionadora pelos atos ilcitos doselecionado...Embte.:GoldenCrossAssistnciaInternacionaldeSade".Igualmente,oTJRJnoAI 1.475/92, por sua 2 CC, admitiu que "se h solidariedade da empresa de assistnciamdica,domdicoporelacredenciadoedohospital,nareparaodosdanos,contraqualquerdelespodedirigirseopedido".Tambmemaode indenizaopromovidacontraaclnicamdica e a empresa de sade Blue Life, ficou reconhecido: "A cor tambm responsvelsolidariamenteemdecorrnciadocontratodeassistnciamdicahavidocomaautora.Tendoaquelacredenciadoo ruparaaprestaodosserviosmdicos,assumiua responsabilidadeparaasuaperfeitaexecuo"(votovencidoproferidonaAC140.1901,de06.12.1990,depoisacolhido nos EI julgados em 06.08.1992). Na AC 165.6562, o TJMG reconheceu aresponsabilidade solidria da Golden Cross com o mdico por ela contratado (Ac. de14.12.1993).

    Diferentementeocorrecomosplanosdesadequedoliberdadeparaaescolhademdicosehospitais,eossegurossade,queapenasreembolsamasdespesasefetuadaspelopaciente,epor isso no respondempelos erros dos profissionais livremente selecionados e contratadospeloseusegurado.

    Asinstituiesprivadasutilizamsedecontratosdeadeso,cujasclusulasmuitasvezesnoseharmonizam com o princpio da boaf objetiva e com as regras do Cdigo de Defesa doConsumidor. Convm examinar, embora sucintamente, alguns exemplos desse conflito, quetendeaseampliarnamedidaemqueseestendeocampodaprevidnciaprivada,utilizandoinformaojurisprudencialcoletada,noEstadodeSoPaulo.

    a)noseadmitiucomovlidaclusuladeexclusodepagamentodesegurodereembolsodedespesacominternaohospitalar,quando,apesardainternao,nohouveracirurgia(3CCTJRS,30.09.1992,AC592070528)

    b) a limitao do nmero de dias de internao no foi aceita pela 15 CC TJSP, na AC222.2172/7, em ac. de 22.02.1994, porque "a norma contratual h de ser sopesada ante arealidade da situao individual, sob pena de chegarse ao absurdo de impor ao prpriopacientequelimiteaextensodoseumalouqueestabeleaoprazodasuainternao,tarefaquenarealidadeestafetaaomdicoacompanhante.Nocasopresente,temsequeopacienteesteveinternadoporseisdias,almdostrintadias,vindoobito"

    c) julgouse inadmissvel a exigncia de apresentao de guia de internao subscrita pormdicocredenciado,at24horasdepoisda internaodeurgnciadeterminadapormdiconocredenciado:"Seopacienteatendidopormdicoparticularenessasituaointernado, mais do que evidente que nenhum outro mdico credenciado interferir ou assinarrequisiodeguia,criandoseumimpasseque,comobemsalientouojulgado,violaaessncia

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    requisiodeguia,criandoseumimpasseque,comobemsalientouojulgado,violaaessnciadocontrato"(ACda14CCTJSP,naAC2225892/3,de08.03.1994)

    d)oscontratosdesegurooudeassistnciaexcluem,modogeral,acoberturaparaotratamentodospacientesafetadospelovrusdaAIDS.ARes.1.401/93,doConselhoFederaldeMedicina,condenou essa prtica, mas nos Tribunais as decises so divergentes. A 5 CC TJRSconsiderouqueamera exclusode tratamentodemolstia infectocontagiosadenotificaocompulsrianoclusulaabusiva(MS594012130,de14.04.1994), invocandooutradecisonomesmosentido,da4CCTJRJ,naap.civ.6.217/93,eocontedodaCircular10/93,daSuperintendnciadeSegurosPrivados(SUSEP),rgofederalencarregadodafiscalizaodascompanhiasdeseguros,vedandoaincluso,nossegurosdeassistnciamdicaouhospitalar,decoberturasnoparticularizadasnaaplice.Ja14CCTJSP,emmandadodeseguranaimpetrado para garantir a continuidade da assistncia, afirmou, com melhor razo, que "asupresso de determinados tratamentos como aquele aqui contemplado configura emprincpioumaclusulaabusivanostermosdoart.51,I,1,daL.8.079,de11.09.1990(CDC)"(MS2244302/3,de03.05.1994).A18CCTJSPconsiderouque,jestandosendoprestadaaassistncia, ela deve de qualquer modo continuar, "na medida em que a suspenso detratamento mdico do paciente aidtico, como notrio, implica abreviao da morte",reservadoseguradoraodireitode,naaoprincipal,umavezacolhidaasuatesedeexcluso,cobrarsedasdespesasefetuadas(MS231.9922,de29.03.1994)

    e)seoseguradoprocurahospitalconveniadocomoplanodesade(BlueLife),considerouseabusivaaclusulaquecondicionavaacoberturaaoatendimentopormdicocredenciado:"Aclusula VI, n 8, do mesmo plano de sade exclui da obrigatoriedade do ressarcimentotratamento e exame de qualquer espcie pormdicos no credenciados,mas, como se podeconcluir, tratase de verdadeiro artifcio malicioso utilizado pela rapelada, porquanto aocredenciardeterminadohospitalestaceitandootratamentopormdicosaestevinculados,eno seria possvel ao autor ficar procurando mdico que se dispusesse a atendlo nessehospital"(AC223.2422/8,18CCTJSP,de09.05.1994)

    f) muito comum clusula abusiva que permita entidade de assistncia rescindirunilateralmenteocontrato,utilizadaquandoopacienteavananaidadeoucomeaaaparentardoenas.A19CCTJSP,naAC292.3372/6,considerouinvlidaaclusulaquepermitiacompanhia Amil a extino unilateral do contrato de cobertura de servios mdicos, aindaduranteoperododecarncia(25.10.1993).Jaextinodocontratoporfaltadepagamentodasprestaessomentepodeocorrer"apsconstitudoodevedoremmora,jquenosecuidanaespciedemoraex re,poisas clusulas contratuaisdevemser interpretadasem favordoconsumidor"(AC18CCTJSP,AC233.3232/6,de09.05.1994).Nessemesmoacrdo,foiexcludaaclusulaqueestabeleciacarnciapordiasdeatrasonopagamentodasprestaes.

    A defesa judicial dos associados de instituio privada de seguro ou assistncia mdicohospitalar pode ser individual ou coletiva (art. 80 do CDC). A defesa coletiva (art. 81) serexercidaquandosetratardeinteressesoudireitosdifusos(ostransindividuais,indivisveis,depessoasindeterminadaseligadasporcircunstnciasdefato),deinteressesoudireitoscoletivos(os transindividuais, indivisveis,degrupo,categoriaouclassedepessoas ligadasentresioucomaparte contrriaporuma relao jurdicabase), e de interesses oudireitos individuaishomogneos (os decorrentes de origem comum). So legitimados, concorrentemente, o

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    homogneos (os decorrentes de origem comum). So legitimados, concorrentemente, oMinistrio Pblico, a Unio, Estados e Municpios, as entidades da administrao pblicadestinadasespecificamentedefesadesses interessesedireitos,easassociaesconstitudashpelomenosumano,quetenhamporfimasuadefesa(art.82).Osinteressesedireitosdosassociados de companhia de seguro ou assistnciamdica podem ser classificados no grupodos interessesoudireitoscoletivos,cabendoaaocoletivaquandosecuida,genericamente,da eliminao de uma clusula abusiva usada em contrato de massa, ou da reduo dosreajustes de prestaes, estando legitimada para promover a ao a associao privadaconstitudaparaadefesadoconsumidor.NoBrasil,amaisativaerespeitadaentidadedessegnerooIDECInstitutodeDefesadoConsumidor,comsedeemSoPaulo,designificativaatuao na rea, cuja legitimidade ativa tem sido reconhecida para promover aes civispblicas sobre a validade de clusulas e prticas nesse mbito (EI 180.713801, de20.12.1993).

    Notas

    1.DEAGUIARJUNIOR,RuyRosado.ResponsabilidadeCivil dosmdicos, Revista Jurdican.231,jan/97,pg.122.

    2.DIAS,JosdeAguiar.Daresponsabilidadecivil,vol.1,p.382.

    3.STOCO,Rui.Responsabilidadecivilesuainterpretaojurisprudencial,p.273.

    4.COSTA,MrioJliodeAlmeida.DireitodasObrigaes.CoimbraEditora,pg.405

    5.ObraCitada,pg.126

    6.GOMES,Orlando.Obrigaes.Forense,1978,pg.362.

    7.STOCO,Rui.A teoriado resultado luzdoCdigodeDefesadoConsumidor.RevistadoConsumidor,n.26,p.212.

    8.latosensu

    9.Obracitada.p.213.

    10ODanoesttico,RevistadosTribunais.SoPaulo,1980,p.30.

    11Responsabilidadecivildomdico,inRT718/41.

    12.Obracitada.p.4142

    13.Obra.Citada.p.213214

    14.AFONSO,FranciscoCaramuru.ResponsabilidadeCivildosHospitais,Clnicas,eProntossocorros,inResponsabilidadeCivilMdica,OdontolgicaeHospitalar,Saraiva,pgs.177/198.

    15.inRevistaVeja,de18.08.1993,ainsuportvellevezadamorte.

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    16.inRT768/99.p.355.

    17.SergioCavalieriFILHO,ProgramadeResponsabilidadeCivil,2edio.p.120

    18CdigoBrasileirodeDefesadoConsumidor,comentadopelosautoresdoAnteprojeto.p.89

    19.ObraCitada,p.382

    20.inRT522/90e652/52.

    21.CAHALI,YussefSaid.ResponsabilidadeCivildoEstado.SoPaulo:RevistadosTribunais,1982,p.30

    22. DE ARAJO, Edmir Netto. Da Responsabilidade do Estado por ato jurisdicional. SoPaulo:RevistadosTribunais,1981,p.42

    23.CANOTILHO,JosJoaquimGomes.OproblemadaresponsabilidadedoEstadoporatoslcitos,Almedina,Coimbra,pgs.231esegs.

    24.Obra.citada.,pg.252,nota47.

    25.Obra.citada.,pg.373.

    26. DIAS, Figueiredo e MONTEIRO, Jorge. Responsabilidade Mdica em Portugal, RF289/53.

    27.ObraCitada,pg.145

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