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DA EPISTEMOLOGIA À ARTE DE ENSINAR GEOGRAFIA 1 Eliete Woitowicz 2 Terezinha Côrrea Lindino 3 RESUMO O presente estudo procura analisar as diferentes concepções epistemológicas da ciência geográfica com o intuito de correlacioná-las ao modo operante de se ensinar e apreender na Geografia escolar. Busca-se quebrar paradigmas de afirmação que defendem ou criticam uma ou outra determinada corrente teórica da Geografia, defendendo a necessidade da existência de um equilíbrio epistemológico entre as várias teorizações, em prol de um ensino geográfico significativo e com sentido prático na vida do discente. Defende-se a relevância do diálogo cognitivo entre docente-conteúdo-discente, ligado intrinsicamente com a necessária harmonia das linhas do pensamento geográfico na promoção de um processo de ensinagem reflexivo. Estas reflexões fizeram parte da pesquisa monográfica realizada em 2013 e, simultaneamente, dos debates ocorridos em encontros e reuniões do subprojeto do PIBID de Geografia intitulado “O ensino da Geografia: da teoria à prática”, da UNIOESTE, campus de Marechal Cândido Rondon-PR. Espera-se que as correlações epistemológicas e metodológicas perseguidas aqui se tornem claras, revelando a relação existente entre teoria e prática, que necessariamente precisa ocorrer em sala de aula. Esta é uma utopia a perseguir. Destaca-se que as considerações expostas não tem caráter prescritivo, mas sim consultivo, incentivando o diálogo entre os pares e respeitando as mais diversas opiniões possíveis. 1 Este artigo é um esboço da discussão feita no primeiro capítulo da pesquisa monográfica intitulada “A interação docente-conteúdo-discente no ensino de Geografia” (WOITOWICZ, 2013). 2 Graduada em Geografia (licenciatura), pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná UNIOESTE, campus de Marechal Cândido Rondon, PR. Mestranda do Programa de Pós-Graduação Strictu Sensu em Geografia, pela UNIOESTE, campus de Francisco Beltrão, PR. Colaboradora (voluntária) do Subprojeto “O ensino da Geografia: da teoria à prática”, do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência PIBID, desde 2011. Membro do grupo e linha de pesquisa "Ensino e Práticas de Geografia - ENGEO", desde 2011, n˚ do Grupo 34953/2011, cadastrado junto a UNIOESTE, campus de Marechal Cândido Rondon, PR. E-mail: [email protected]. 3 Graduada em Pedagogia (licenciatura) pela Universidade Federal de São Carlos (1994). Doutora em Educação pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2005). Docente adjunta na Universidade Estadual do Oeste do Paraná UNIOESTE, campus de Marechal Cândido Rondon. Líder do GEPEFOP - Grupo de Estudo e Pesquisas em Formação de Docentes. Docente permanente no Mestrado em Ensino, na UNIOESTE, campus de Foz de Iguaçu e no Mestrado em Ciências Ambientais, na UNIOESTE, campus Toledo. E-mail: [email protected].

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DA EPISTEMOLOGIA À ARTE DE ENSINAR GEOGRAFIA1

Eliete Woitowicz2

Terezinha Côrrea Lindino3

RESUMO

O presente estudo procura analisar as diferentes concepções epistemológicas da ciência

geográfica com o intuito de correlacioná-las ao modo operante de se ensinar e apreender na

Geografia escolar. Busca-se quebrar paradigmas de afirmação que defendem ou criticam uma

ou outra determinada corrente teórica da Geografia, defendendo a necessidade da existência

de um equilíbrio epistemológico entre as várias teorizações, em prol de um ensino geográfico

significativo e com sentido prático na vida do discente. Defende-se a relevância do diálogo

cognitivo entre docente-conteúdo-discente, ligado intrinsicamente com a necessária harmonia

das linhas do pensamento geográfico na promoção de um processo de ensinagem reflexivo.

Estas reflexões fizeram parte da pesquisa monográfica realizada em 2013 e, simultaneamente,

dos debates ocorridos em encontros e reuniões do subprojeto do PIBID de Geografia

intitulado “O ensino da Geografia: da teoria à prática”, da UNIOESTE, campus de

Marechal Cândido Rondon-PR. Espera-se que as correlações epistemológicas e

metodológicas perseguidas aqui se tornem claras, revelando a relação existente entre teoria e

prática, que necessariamente precisa ocorrer em sala de aula. Esta é uma utopia a perseguir.

Destaca-se que as considerações expostas não tem caráter prescritivo, mas sim consultivo,

incentivando o diálogo entre os pares e respeitando as mais diversas opiniões possíveis.

1 Este artigo é um esboço da discussão feita no primeiro capítulo da pesquisa monográfica intitulada “A

interação docente-conteúdo-discente no ensino de Geografia” (WOITOWICZ, 2013).

2 Graduada em Geografia (licenciatura), pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE, campus

de Marechal Cândido Rondon, PR. Mestranda do Programa de Pós-Graduação Strictu Sensu em Geografia, pela

UNIOESTE, campus de Francisco Beltrão, PR. Colaboradora (voluntária) do Subprojeto “O ensino da

Geografia: da teoria à prática”, do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID, desde

2011. Membro do grupo e linha de pesquisa "Ensino e Práticas de Geografia - ENGEO", desde 2011, n˚ do

Grupo 34953/2011, cadastrado junto a UNIOESTE, campus de Marechal Cândido Rondon, PR. E-mail:

[email protected].

3 Graduada em Pedagogia (licenciatura) pela Universidade Federal de São Carlos (1994). Doutora em Educação

pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2005). Docente adjunta na Universidade Estadual

do Oeste do Paraná – UNIOESTE, campus de Marechal Cândido Rondon. Líder do GEPEFOP - Grupo de

Estudo e Pesquisas em Formação de Docentes. Docente permanente no Mestrado em Ensino, na UNIOESTE,

campus de Foz de Iguaçu e no Mestrado em Ciências Ambientais, na UNIOESTE, campus Toledo. E-mail:

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Palavras-chave: Concepções epistemológicas. Ensino de Geografia. Equilíbrio

epistemológico. Diálogo cognitivo. Interação docente-conteúdo-discente.

INTRODUÇÃO

Apesar das diferentes perspectivas epistemológicas da Geografia, a maneira de ensiná-

la aos discentes normalmente baseia-se na exposição do assunto feita pelo docente, além do

auxílio de recurso didático. Desta forma, uma das questões mais proeminentes desde o início

da graduação, está pautada em como tornar o ensino de Geografia mais atrativo e prazeroso

no âmbito de uma sala de aula atualmente, visto que esta disciplina é considerada enfadonha e

“inútil” por muitos discentes.

Entretanto, faz-se necessário conhecer as correntes epistemológicas da Geografia de

modo que se compreenda a relação existente entre as diferentes concepções teóricas desta

ciência e o modo operante de ensiná-la.

O conhecimento desta intrínseca relação entre teoria e metodologia de ensino motiva

este trabalho ao proporcionar uma análise bibliográfica das diferentes correntes teórico-

metodológicas da ciência geográfica, levando em consideração a arte de ensinar Geografia.

Entende-se que o docente precisa conhecer, fundamentalmente, o conteúdo que ensina,

ou seja, ter o domínio teórico e conceitual do campo específico do conhecimento, considerado

indispensável ao exercício docente. Todavia, é necessário saber ensiná-lo.

A compreensão exata do que seja ensinar é um elemento crucial para a concretização

do processo de ensinagem4. (ANASTASIOU, 2003). A autora nos adverte que o verbo ensinar

significa marcar com um sinal, em outras palavras, o despertar do conhecimento.

Ensinar é um ato que se fundamenta tanto na intenção de ensinar quanto na efetivação

da meta pretendida. Sendo assim, à prática social efetivada em sala de aula sugere-se englobar

tanto a ação de ensinar quanto a de apreender, fazendo com que a construção do

4 A expressão ensinagem é explicitada no texto de ANASTASIOU, L. G. C., resultado de sua pesquisa de

doutorado: Metodologia do Ensino Superior: da prática docente a uma possível teoria pedagógica. Curitiba:

IBPEX, 1998: 193-201. Este termo adotado designa uma situação de ensino da qual necessariamente decorra a

aprendizagem, sendo a parceria entre docente e discente, condição fundamental para o enfrentamento do

conhecimento.

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conhecimento escolar seja resultante de ações palpáveis e criativas. Daí o porquê da

utilização do termo processo de ensinagem e não processo de ensino-aprendizagem.

Para o desenvolvimento deste trabalho optou-se pela pesquisa qualitativa com o uso da

técnica de estudo bibliográfico, visando conhecer as diferentes contribuições epistemológicas

da Geografia de tal maneira que se estabeleça uma relação entre o modo operante de ensiná-

la. Além disso, pretende-se colaborar com a discussão sobre como preparar aulas atrativas e

prazerosas.

Nota-se que o discurso ideológico crítico atual propõe que as aulas carecem ser

dialogadas e dinâmicas e, consequentemente, ser condizente com a realidade vivenciada pelo

discente. Assim, Vesentini (1996) afirma que o ensino de Geografia, necessariamente há de

fazer o discente conhecer o mundo em que vive de modo consciente, não apenas

memorizando informações, mas compreendendo como os processos e as dinâmicas ocorrem

no espaço, desde a escala local até a mundial, tornando-se agente de transformação da

sociedade a partir deste entendimento da realidade.

Defende-se que para este entendimento acontecer, o docente necessariamente precisa

conhecer as correntes teóricas que compõem a disciplina geográfica, de modo a estabelecer

um equilíbrio epistemológico entre elas no momento de ensinar e fazer suas aulas.

Durante a participação no Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência

(PIBID)5 notou-se que os discentes do Ensino Fundamental, principalmente nos anos finais,

procuram ao mesmo tempo adquirir conhecimento e desenvolver suas próprias opiniões. Este

fato indica a necessidade e o cuidado no processo de ensinagem adotado pelo docente, o que,

por sua vez, evidencia a seriedade deste estudo com intuito de minimizar as vicissitudes do

ensino da Geografia escolar.

As diferentes concepções epistemológicas atreladas a como ensinar Geografia serão

denominadas como abordagem mnemônica e abordagem cognitiva, sendo que ambas

desenvolvem diferentes análises sobre o espaço geográfico. Optou-se em analisar tais

concepções para que seja possível compreender a trajetória que perpassou a Geografia, e,

como se caracteriza o processo de ensinagem geográfico atualmente.

5 O PIBID é um programa do Governo Federal, financiado pela CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de

Pessoal de Nível Superior), cujo objetivo principal é incentivar a formação de docentes para atuar no Ensino

Básico, elevando a qualidade das ações acadêmicas voltadas à formação inicial de docentes nos cursos de

licenciatura das instituições de educação superior. Inserindo os licenciandos no cotidiano de escolas da rede

pública de educação, o PIBID promove a integração entre educação superior e educação básica, visando integrar

novas práticas de ensino em Geografia.

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Por conseguinte, defende-se que as concepções teórico-metodológicas da Geografia

escolar relacionadas à abordagem cognitiva são importantes para o ensino geográfico

atualmente. No entanto, este estudo não intenta afirmar que a abordagem mnemônica deve ser

excluída do ambiente escolar, acredita-se que é necessário haver um equilíbrio epistemológico

entre as duas abordagens em prol de um ensino geográfico satisfatório, visto que, dificilmente

o docente consegue adotar apenas uma linha teórica no que se refere ao ensinar e apreender

Geografia.

Destaca-se que no ensino da Geografia escolar, tanto a descrição da natureza quanto o

conhecimento dos dados estatísticos se fazem necessários, desde que estejam correlacionados

à dinâmica social existente, refletindo a respeito da interação homem e natureza. Deste modo,

a abordagem mnemônica torna-se importante para o ensino da Geografia quando se encontra

em equilíbrio com a abordagem cognitiva.

BREVE HISTÓRICO DA GEOGRAFIA ESCOLAR NO BRASIL: CONCEPÇÕES

EPISTEMOLÓGICAS E METOLOGIA DE ENSINO

Com o transcorrer do tempo a ciência geográfica vem sofrendo transformações,

especialmente em relação aos seus conceitos e na maneira de ser ensinada nas escolas, em

outras palavras, em sua abordagem teórico-metodológica.

Mesmo antes de sua institucionalização como ciência, ainda na Antiguidade, seu

conhecimento já estava sendo difundido no ensino, pois “[...] a noção de espaço já era uma

preocupação dominante” (CASTROGIOVANNI, 2007, p. 35). Apesar de se fazer Geografia

desde a Antiguidade – com os filósofos gregos –, o desenvolvimento das ciências em geral, e

especificamente da Geografia, acelerou a partir dos séculos XVIII e XIX, dando início à

dualidade entre Geografia Geral e Geografia Regional (PEREIRA, 1999).

Durante esse período, a ciência geográfica, assim como outras, sofreu influência da

expansão do capitalismo, desenvolvendo um ensino de Geografia carregado de função

patriótica. Torna-se pertinente ressaltar que “[...] tanto a Geografia moderna como o sistema

público de ensino são frutos do século XIX. Até essa época, as escolas, além de passarem um

saber extremamente elitista, estavam praticamente atreladas às instituições religiosas”

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(PEREIRA, p. 21). Assim, entende-se que o conhecimento geográfico começou a ser ensinado

na escola às classes dominantes porque era útil naquele dado momento histórico.

Segundo Melo, Vlach e Sampaio (2006, p. 2684),

A partir de sua inserção na escola, ela passa a ter uma função: mostrar por meio de

descrições, mapas com contornos do país e da observação direta do meio

circundante o próprio Estado-Nação, valorizando-o e criando laços de respeito e

dedicação à imagem da pátria, para que, se fosse preciso, se lutasse/guerreasse por

ela. Assim, a Geografia oficializou-se nas escolas com o objetivo de formar o futuro

patriota/soldado.

No Brasil, observa-se que o ensino de Geografia inicialmente encontrava-se centrado

na exaltação do patriotismo, em outras palavras, teve por objetivo “Definir e produzir uma

‘ideologia patriótica e nacionalista’ (...) na escola” (OLIVEIRA, 1998, p. 135).

Rocha (1998, p. 1) afirma que “A presença da disciplina Geografia no currículo

escolar brasileiro já é bastante antiga”. Segundo o autor, o aparecimento da Geografia como

disciplina autônoma no currículo escolar brasileiro pode ser identificada a partir de 1837, com

a criação do Imperial Colégio de Pedro II, localizado no Rio de Janeiro. Esta instituição

serviria como padrão de ensino para o restante do país, além de atender apenas as elites

brasileiras da época.

Ressalta-se que o modelo de organização escolar brasileiro, bem como a delimitação

dos conteúdos tomados pelas disciplinas, foi transplantado da França. “A Geografia escolar

que passou a ser ensinada no Brasil (mas não só ela) reproduziu quase que na íntegra o que

estava sendo estudado nos liceus franceses” (ROCHA, 1996, p. 2).

De acordo com Melo, Vlach e Sampaio (2006), o conhecimento geográfico, até então,

não era produzido e reproduzido por geógrafos nas universidades, visto que a produção desta

ciência estava se iniciando. O ensino de Geografia apresentava-se, quase que exclusivamente,

voltado para as descrições das paisagens naturais pertencentes ao território nacional,

valorizando os aspectos do nacionalismo para engrandecer as bases do Estado-Nação. Desse

modo, eram os próprios docentes das escolas que realizavam o ensino geográfico.

O ensino da Geografia escolar estava sendo desenvolvido por meio da abordagem

mnemônica, também chamada de Geografia Tradicional, utilizando-se de técnicas de

memorização de inúmeras informações distantes da realidade do discente. “Este modelo de

ensino permaneceu quase inalterado até a década de 1930” (MELO; VLACH; SAMPAIO,

2006, p. 2686-2687). Nesse sentido, a ciência geográfica encontra-se amparada por

paradigmas que dão suporte em suas formulações e concepções geográficas.

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O determinismo e o possibilismo são as linhas teóricas que alicerçam esta abordagem

teórico-metodológica, as quais estruturam as fundamentações do pensamento geográfico.

Observa-se que a abordagem mnemônica herda das linhas supracitadas o pensamento que

constitui a ciência geográfica, visto que, tanto o determinismo quanto o possibilismo não

consideravam o homem como um ser social, que mantinha relações sociais construídas

historicamente (COSTA; ROCHA, 2010).

Diante disso, Leal (2009) afirma que a Geografia não era uma disciplina escolar de

grande relevância, tida como secundária. Somente após a década de 1930, quando teve início

a organização de cursos universitários nas principais cidades do país, a Geografia passou a ser

“[...] obrigatória em todas as séries para disseminar o patriotismo” (LEAL, 2009, p. 3).

De acordo com as Diretrizes Curriculares da Educação Básica – DCE (2008), os

assuntos que mais tarde constituiriam parte do conhecimento disciplinar da Geografia –

comércio, formas de poder, organização do Estado, produtividade do solo, recursos minerais,

crescimento demográfico, representação dos territórios e suas extensões, etc. –, tornaram-se

preocupação dos Estados, das sociedades e de pensadores, interessados por diversas razões no

conhecimento do espaço geográfico.

Dantas e Medeiros (2008) frisam que a institucionalização da Geografia científica no

Brasil e a sua produção pelos institutos oficiais e pelas universidades apenas ocorreu na

década de 1930. Antes desta data, não é possível pensar em uma Geografia científica no

Brasil.

Neste período, a institucionalização acadêmica da Geografia no Brasil possibilitou

maior abrangência teórico-metodológica dessa disciplina, pois o ensino geográfico passou a

ser realizado em nível superior desdobrando-se para a formação de pesquisadores. A

oficialização da Geografia no país permitiu que essa disciplina fosse ensinada por docentes

licenciados, alegam Pontuschka, Paganelli e Cacete (2009).

No entanto, mesmo o ensino de Geografia ganhando destaque por meio da

institucionalização desta ciência nas universidades e também pela criação de instituições

como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE e a Associação dos Geógrafos

Brasileiros – AGB (ambas criadas em 1934), ela “[...] continuava a ser uma ciência de

enumeração e nomenclatura”, argumenta Leal (2009, p. 3). Esta institucionalização foi

baseada nos pressupostos da escola francesa, a qual exerceu fortes influências nas abordagens

teórico-metodológicas da Geografia e, consequentemente, em seu processo de ensinagem.

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Assim, ao longo de sua afirmação como disciplina escolar, a Geografia e seu ensino

eram estudados por meio da abordagem mnemônica, onde se desenvolvia uma instrução

geográfica descritiva, enciclopédica, fragmentada, com listas de informações que deveriam

ser memorizadas. Portanto, se caracterizava por um ensino distante da realidade do discente.

Moura e Alves (2002, p. 312) acrescentam que,

Esta Geografia que vai ocorrer no país até a década de 1960 teve uma forma de

trabalhar essencialmente descritiva, com o intuito de conhecer as características e

problemas do território nacional, o que acabou se estruturando nas universidades na

mesma linha metodológica.

Os livros didáticos constituíam os principais documentos que sustentavam e

discerniam o ensino de Geografia, exercendo a função pedagógica e metodológica do ensino

da época. Os documentos deste período confirmam a forma que se atribuía ao ensinar e

aprender Geografia.

Sobre este assunto, Melo, Vlach e Sampaio (2006, p. 2686) escrevem que,

[...] do livro de Aires de Casal, “Corografia Brasílica” (1817), “a memorização de

fatos e fenômenos desprovidos de significados” foi copiado por vários autores de

livros didáticos durante o século XIX. No século XX, manteve-se, de maneira geral,

a mesma concepção quanto ao método de ensinar Geografia. Como exemplo, temos

o livro de Cláudio Thomas “Geografia: curso elementar”, editado em 1947,

composto por 390 questões de perguntas e respostas com “conteúdo essencialmente

decorativo”.

A Abordagem Mnemônica no ensino de Geografia centra-se na mera exposição de um

conjunto de conteúdos (físicos, humanos e econômicos) de forma desarticulada,

desconsiderando a relação existente entre si. Nessa linha de trabalho, o docente descreve e

explana os fenômenos (sociais, políticos, econômicos, culturais ou naturais) sem uma devida

contextualização que analise esses aspectos em relação ao espaço em que o discente está

inserido.

Com o decorrer do tempo, essas formulações já não eram mais suficientes para

explicar as constantes transformações ocorridas no mundo, especialmente no final da década

de 1950 e início de 1970. Diante disto, uma tentativa de rompimento da abordagem

mnemônica ocorreu. Moura e Alves (2002, p. 312), escrevem que esta tentativa culminou

“[...] principalmente pela necessidade de estudos para embasar o planejamento e a realização

de grandes empreendimentos da época”. Segundo esses autores, esta tendência inovadora na

forma como era realizada e ensinada a Geografia teve uma duração efêmera, porém, com

adeptos até os dias de hoje. Tal concepção, conhecida como Nova Geografia ou Geografia

Teorética-Quantitativa, exerceu grande influência no processo de ensinagem em Geografia.

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A respeito da chamada revolução Teorética-Quantitativa na Geografia Cassab (2009,

p. 45), lembra que esta linha ideológica baseava-se no positivismo-lógico e no raciocínio

hipotético-dedutivo, sendo que “[...] essa nova Geografia emergia da crítica à Geografia

clássica, considerada pelos geógrafos teoréticos-quantitativos um conhecimento meramente

descritivo e incapaz de oferecer leis universais que explicassem os fenômenos”.

Assim, a Nova Geografia impôs formas diferenciadas de pensar o espaço, modificando

a forma de ensinar Geografia nas escolas, utilizadas até os dias atuais.

De acordo com as DCE (2008), essa corrente de pensamento geográfico desenvolveu-

se em meados do século XX, após a Segunda Guerra Mundial, em função das mudanças do

sistema produtivo capitalista que alteraram a ordem mundial dos pontos de vista político,

econômico, social e cultural.

Conforme Cavalcanti (1998), após esse período, aconteceram algumas reformulações

na ciência geográfica que levaram a significativas mudanças no campo do ensino de

Geografia, e assim, como acontecia na ciência, o ensino calcado na Geografia Tradicional

também denunciava sua fragilidade. Nesse sentido, alguns pesquisadores propuseram o ensino

de uma Geografia com fundamentos críticos.

“No Brasil, o movimento de renovação do ensino de Geografia faz parte de um

conjunto de reflexões mais gerais sobre os fundamentos epistemológicos, ideológicos e

políticos da ciência geográfica, iniciada no final da década de 70” (CAVALCANTI, 1998, p.

18-19). Embasada nestes pressupostos, surge a Geografia Crítica (na qual Milton Santos é

figura fundamental6) - que propõe romper com a ideia da pseudoneutralidade científica -,

articulando e discutindo sobre os graves problemas da sociedade de forma que se analise e

compreenda a verdadeira causa das injustiças sociais ocorridas no mundo.

Este movimento renovador no âmbito da ciência geográfica surgiu a partir do ensejo

de amenizar as problemáticas que o ensino de Geografia vinha sofrendo, de modo a avançar

numa crítica contundente à forma como a Geografia estava sendo trabalhada e discutida nas

escolas.

Também teve como objetivo, desenvolver o comprometimento do ensino de Geografia

com as questões que se desenrolam no espaço e na sociedade de maneira inter-relacionada e

dialética. Na essência destas modificações teórico-metodológicas na Geografia, verifica-se a

6 O autor desenvolveu críticas à Geografia Tradicional e Teorética-Quantitativa.

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produção de livros didáticos de maior qualidade, aumento das publicações acadêmicas sobre o

ensino e, simultaneamente, da formação docente.

Cabe ressaltar que, conjuntamente à Geografia Crítica há necessariamente de ocorrer à

adoção da abordagem cognitiva, visto que esta abordagem procura se afastar das acepções

tradicionais atribuídas ao ensino de Geografia. Mizukami (1986, p. 59) destaca que “Uma

abordagem cognitivista implica, dentre outros aspectos, se estudar cientificamente a

aprendizagem como sendo mais que um produto do ambiente, das pessoas ou de fatores que

são externos ao aluno”.

De acordo com a autora, esta abordagem é predominantemente interacionista; em

outras palavras, há a interação entre os sujeitos da sala de aula (docente-discente), considerada

fundamental para que haja efetivamente o processo de ensinagem. Nesse sentido, o discente é

visto como ativo no processo, não podendo ocorrer efetiva aprendizagem sem haver a

interação entre docente-conteúdo-discente.

Ao contrário da abordagem mnemônica, em que o discente é visto como uma tabula

rasa, sem conhecimento algum, na abordagem cognitiva o discente é considerado como um

sistema aberto, com conhecimentos pré-concebidos e com capacidades distintas de aprender

(MIZUKAMI, 1986). Nesse sentido, a Geografia Crítica trouxe diferentes maneiras de se

estudar e ensinar Geografia no Brasil.

Entretanto, estas mudanças teórico-metodológicas não ocorreram de forma rápida. A

ruptura brusca de como estava se ensinando a Geografia e a entrada imediata dessa nova

reformulação do pensamento geográfico no processo de ensino foi gradativa ao longo dos

anos.

Kaercher constata em seu livro “Se a Geografia escolar é um pastel de vento o gato

come a Geografia Crítica”, que a Geografia Crítica, infelizmente, era e é “um sonho a

perseguir” (2014, p. 23-24). Mediante as observações em sala de aula da prática de 10 (dez)

professores da Rede Pública de Ensino de Porto Alegre (RS), o autor conclui que, “Fica

patente a relativa ausência das categorias e das reflexões espaciais nas aulas observadas. A

Geografia parece um pastel de vento: boa aparência, mas conteúdo e abordagem parcos”

(KAERCHER, 2014, p. 108-109).

Segundo o autor, nas aulas de Geografia o ensino se dilui em infinitos temas

interessantes, porém, não há diálogo cognitivo entre professor e aluno, um ignora o outro num

jogo de tarefas mecânicas, sem reflexão entre os temas em relação ao espaço vivido do aluno

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e as categorias geográficas. Poucas aulas são expositivas e as informações são dadas soltas e

isoladas (KAERCHER, 2014).

Durante as observações da prática docente de uma professora do Ensino Fundamental

e Médio (EFM) do município de Marechal Cândido Rondon (PR), ao longo de

aproximadamente 01 (um) bimestre, em duas turmas de 9° anos, notou-se que a metodologia

de ensino esteve pautada na aula expositiva (teórica-dialogada) por meio do uso maciço do

Livro Didático. Apesar de ocorrer diálogo entre docente e discente na sala de aula, este era

pouco reflexivo cognitivamente, ou seja, fazia-se uma Geografia denominada por Kaercher de

pastel de vento.

Diante destes fatos, Kaercher (2014, p. 88-89) alega que,

Parece claro, que na tentativa de superação da Geografia Tradicional em direção a

uma Geografia diferenciada (a GC) perderam-se alguns recursos e habilidades

didáticos básicos: o mapa, o quadro, o hábito de os alunos escreverem no caderno, a

observação e a descrição das paisagens. Confundiu-se, erroneamente, tais tarefas

como sendo necessariamente “negativas” porque identificadas à GT. Em nosso

entendimento não se trata de eliminar esta ou aquela técnica ou recurso, mas sim

usá-lo de forma que explorem melhor as potencialidades de cada material e,

sobretudo, dialoguem de forma criativa e estimulante com os alunos.

Analisando as Geografias existentes e correlacionando-as ao ensino escolar, nota-se

que, em defesa de uma Geografia Crítica, muitos aspectos positivos se perderam no meio do

caminho do que é chamado de Geografia Tradicional. Assim, defende-se a necessidade de um

equilíbrio epistemológico no ensino da Geografia escolar na tentativa de buscar a melhoria da

aprendizagem do discente e a construção de um diálogo efetivamente cognitivo entre docente-

conteúdo-discente.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O debate teórico-metodológico em torno da Geografia ensinada foi se ampliando e se

alterando com o decorrer do tempo, expandindo a discussão acerca do ensino desta ciência.

Surge daí a preocupação em explicar as origens de cada corrente teórica e sua influência na

prática docente desta matéria e, consequentemente, no conteúdo escolar.

Em virtude dos argumentos mencionados, fica evidente a necessidade do

conhecimento das diferentes correntes epistemológicas da Geografia para a realização de um

ensino geográfico escolar significativo e condizente com a realidade vivida, onde exista

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efetivamente o diálogo cognitivo e epistemológico entre docente e discente, fornecendo

sentido prático na vida do educando.

A abordagem cognitiva, aqui entendida como Geografia Crítica, trouxe diversos

slogans, palavras de ordem e ótimos propósitos, porém, lamentavelmente, sua

operacionalização no âmbito da sala de aula fragilizou-se, tornando-a confusa, retirando o

papel protagonista do docente, fazendo com que ele deixe de professar em nome da

democracia (aqui entendida como ausência de regras claras) no ambiente de ensino.

Isto é consequência de uma má interpretação? Talvez, sim. Sabemos que uma teoria

sozinha não é a “solução” dos problemas educacionais. Assim, considera-se ingênua aquela

desnecessária discussão onde se afirma ser ou não sectário dessa ou daquela corrente teórica,

ao invés de se arriscar harmonizar os aspectos positivos de cada uma delas.

Defende-se a necessidade de um equilíbrio epistemológico entre as abordagens

mnemônica e cognitiva, evitando cair na ilusão da “perfeição ideológica”, defendendo “com

unhas e dentes” que a linha teórica x ou y é a correta ou proporciona melhores métodos de

ensinamentos. Isto não é ciência. É dogmatismo. Por este motivo este estudo visa ser

consultivo, e não prescritivo. Portanto, está aberto para discussões, fato que enriquece a

prática docente e multiplica o conhecimento.

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