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DIREITO DAS OBRIGAÇÕES DOCOMENTAÇÃO PARA AS AULAS TEÓRICAS E PRÁTICAS Ano Lectivo de 2010/2011 1

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  • DIREITO DAS OBRIGAES

    DOCOMENTAO PARA AS AULAS

    TERICAS E PRTICAS

    Ano Lectivo de 2010/2011

    1

  • 2

  • Sumrio

    1. Plano de Curso de Direito das Obrigaes

    2. Casos Prticos 2.1. Frequncias e exames finais 2.2. Outros casos 2.2.1. Primeiro Semestre 2.2.2. Segundo Semestre

    3. Acrdos dos Tribunais de Macau 3.1. Acrdo do TSI n. 143/ 2001, de 25 de Setembro de 2003 3.2. Acrdo do TSI n. 251/ 2002, de 24 de Abril de 2003 3.3. Acrdo do TUI n. 50/ 2007, de 26 de Novembro de 2008 3.4. Acrdo do TSI n. 46/ 2007, de 15 de Fevereiro de 2007 3.5. Acrdo do TSI n. 17/ 2005, de 7 de Abril de 2005 3.6. Acrdo do TSI n. 109/ 2002, de 1 de Setembro de 2002 3.7. Acrdo do TUI n. 6/ 2007, de 11 de Maro de 2008 3.8. Acrdo do TSI n. 164/ 2007, de 20 de Novembro de 2008 3.9. Acrdo do TSI n. 365/ 2007, de 13 de Setembro de 2007 3.10. Acrdo do TSI n. 419/ 2006, de 13 de Setembro de 2007 3.11. Acrdo do TSI n. 247/ 2004, de 21 de Outubro de 2004 3.12. Acrdo do TSI n. 60/ 2000, de 11 de Setembro de 2003

    4. Legislao

    4.1. Legislao avulsa 4.1.1. Lei n. 20/88/M, de 15 de Agosto 4.1.2. Lei n. 17/92/M, de 28 de Setembro 4.1.3. Lei n. 15/2001, de 3 de Setembro 4.1.4. Decreto-Lei n. 28/91/M, de 22 de Abril 4.1.5. Decreto-Lei n. 57/94/M, do 28 de Novembro 4.1.6. Lei n. 4/92/M, de 6 Julho de 1992 4.1.7. Portaria n. 214/92/M, de 19 de Outubro 4.1.8. Portaria n. 330/95/M, de 26 de Dezembro 4.1.9. Ordem Executiva n. 9/2002, de 1 de Abril de 2002 4.1.10. Ordem Executiva n. 29/2006, de 10 de Julho de 2006 4.1.11. Lei n. 13/2009, de 27 de Julho de 2009 4.2. Cdigo Civil de 1996, Texto Vigente em Macau

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  • 4

  • 1. Plano de Curso de Direito das Obrigaes Faculdade de Direito

    da Universidade de Macau

    Plano de Curso de

    Direito das Obrigaes

    Disciplina do 3 Ano da Licenciatura em Direito

    Ano Lectivo 2010/2011

    Regente: Manuel M. E. Trigo Assistente: Joo Paulo Rocha

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  • Bibliografia essencial*: Manuel M. E. Trigo, Lies de Direito das Obrigaes, ao 3 ano do Curso de Direito, 1997-98,

    actualizadas em 2008/2009 e 2009/2010, policopiadas, Faculdade de Direito da Universidade de Macau.

    Joo Paulo Rocha, Direito das Obrigaes, Repertrio do Direito de Macau, 2006. Rui de Alarco, Direito das Obrigaes, texto elaborado pelos Drs J. Sousa Ribeiro, J. Sinde

    Monteiro, Almeno de S e J. C. Proena, com base nas Lies do Prof. Doutor Rui de Alarco ao 3 Ano Jurdico, Coimbra, 1983, dactilografado e impresso por Joo Abrantes, Coimbra.

    Antunes Varela, I, Das Obrigaes em Geral, Joo de Matos Antunes Varela, Volume I, 10

    Edio, Revista e Actualizada, Livraria Almedina, Coimbra, 1994, ou edio posterior. Antunes Varela, II, Das Obrigaes em Geral, Joo de Matos Antunes Varela, Volume II, 8

    Edio, Revista e Actualizada, Livraria Almedina, Coimbra, 1995, ou edio posterior. Almeida e Costa, Direito das Obrigaes, Mrio Jlio de Almeida Costa, 10 Edio Reelaborada,

    Livraria Almedina, Coimbra, 2006. Pires de Lima e Autunes Varela, I, Fernando Andrade Pires de Lima e Joo de Matos Antunes

    Varela, Cdigo Civil Anotado, Volume I, 3 Edio Revista e Actualizada, com a colaborao de Manuel Henrique Mesquita, Coimbra Editora, Limitada, 1982, Coimbra, ou edio posterior.

    Pires de Lima e Autunes Varela, II, Fernando Andrade Pires de Lima e Joo de Matos Antunes

    Varela, Cdigo Civil Anotado, Volume II, 3 Edio Revista e Actualizada, com a colaborao de Manuel Henrique Mesquita, Coimbra Editora, Limitada, 1986, Coimbra, ou edio posterior.

    * Bibliografia complementar ser indicada ao longo do curso.

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  • CAPTULO I INTRODUO 1. Enquadramento geral 1.1. Direito das obrigaes e a importncia do seu estudo 1.2. Referncia de direito comparado 1.3. O Direito Civil e o Direito das Obrigaes de Macau 1.3.1. O Direito Civil e o Direito das Obrigaes de Macau at 31 de Outubro de 1999 1.3.2. A evoluo do Direito Civil e a poltica de localizao: o Cdigo Civil e o Direito das Obrigaes. 1.3.3. As fontes do Direito Civil e o Direito das Obrigaes de Macau de 1 de Novembro a 19 de Dezembro 1999 1.3.4. O Direito Civil e o Direito das Obrigaes desde 20 de Dezembro 1999 1.3.5. Aplicao no tempo e as normas do direito transitrio 1.3.6. Princpios Fundamentais do Direito Civil e do Direito das Obrigaes 1.4. Noes gerais 1.4.1. Obrigao em sentido lato. Dever jurdico, sujeio e nus jurdico. 1.4.2. Obrigao em sentido estrito 1.4.3. Prestao 1.4.3.1. Conceito 1.4.3.2. Principais modalidades 1.4.3.2.1. Prestao de facto e prestao de coisa 1.4.3.2.2. Prestaes fungveis e prestaes no fungveis 1.4.3.2.3. Prestaes instantneas e prestaes duradouras 1.4.3.3. Requisitos da prestao debitria 1.4.3.3.1. Possibilidade, licitude, determinabilidade 1.4.3.3.2. O problema da patrimonialidade da prestao 1.4.3.4. Contedo da prestao 1.4.4. A questo das obrigaes no autnomas. 1.4.5. Relao obrigacional complexa 1.4.5.1. Noo 1.4.5.2. Contedo 1.4.5.3. Utilidade dogmtica 1.4.6. Funo da obrigao e do interesse do credor 1.5. Direitos de crdito e direitos reais 1.5.1. Afinidades entre os direitos de crdito e os direitos reais 1.5.2. As principais diferenas 1.5.3. O efeito externo das obrigaes 1.6. Princpios ordenadores do Direito das Obrigaes

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  • 1.6.1. O princpio da autonomia privada 1.6.1.1. Autonomia privada e liberdade contratual. Liberdade de celebrao de contratos e liberdade de fixao do seu contedo. 1.6.1.2. Restries livre celebrao ou conformao dos contratos. A "crise do contrato". 1.6.2. O princpio da boa f 1.6.2.1. Boa f subjectiva 1.6.2.2. Noo e contedo do princpio da boa-f. Referncia ao papel da jurisprudncia na sua caracterizao. 1.6.2.3. Domnio da aplicao 1.6.3. O princpio do no enriquecimento sem causa CAPTULO II FONTES DAS OBRIGAES 2.1. Noo e enunciado das fontes das obrigaes 2.1.1. Relaes contratuais de facto 2.2. Contratos 2.2.1. Conceito. Sequncia 2.2.2. Contrato-promessa 2.2.2.1. Introduo. Noo e interesses. 2.2.2.1.1. Introduo e regime transitrio 2.2.2.1.2. Noo e interesses 2.2.2.2. O princpio da equiparao entre o contrato-promessa e o contrato prometido e as suas excepes 2.2.2.2.1. O regime da forma 2.2.2.2.2. O regime da eficcia 2.2.2.3. Contrato-promessa e sinal 2.2.2.4. Garantias do promitente fiel perante o incumprimento do contrato-promessa 2.2.2.4.1. Garantia da execuo especfica 2.2.2.4.2. Garantia indemnizatria 2.2.2.4.2.1. Indemnizao pelo dano excedente e reduo da indemnizao manifestamente excessiva 2.2.2.4.2.2. Direito de reteno 2.2.2.5. Contrato-promessa unilateral 2.2.2.6. Transmisso dos direitos e obrigaes dos promitentes 2.2.3. Pacto de preferncia 2.2.3.1. Noo 2.2.3.2. Regime 2.2.3.2.1. Preferncias convencionais 2.2.3.2.2. Preferncias legais 2.2.3.2.3. Concurso de preferncias

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  • 2.2.3.2.4. Cumprimento e no cumprimento da preferncia e seus efeitos 2.2.3.2.5. Extenso do regime a outros contratos 2.2.4. Excepo de no cumprimento 2.2.4.1. Noo e funo da excepo de no cumprimento nos contratos bilaterais de cumprimento simultneo 2.2.4.2. Excepo de no cumprimento por quem deva cumprir posteriormente 2.2.4.3. Excepo de no cumprimento por quem deva cumprir em primeiro lugar 2.2.4.4. Excepo de no cumprimento perfeito do contrato ou exceptio non rite adimpleti contractus 2.2.4.5. Outros aspectos do regime da excepo de no cumprimento 2.2.4.6. Extenso da excepo a situaes anlogas 2.2.5. Contratos a favor de terceiros 2.2.6. Contrato para pessoa a nomear 2.3. Negcios unilaterais 2.3.1. Os negcios unilaterais como fonte de obrigaes 2.3.2. Negcios jurdicos unilaterais previstos na lei 2.3.2.1. A promessa pblica 2.3.2.2. O concurso pblico 2.3.3. Promessa de cumprimento e reconhecimento de dvida 2.4. Gesto de negcios 2.4.1. Noo e fundamento 2.4.2. Requisitos 2.4.2.1. A direco de negcio alheio 2.4.2.2. No interesse e por conta do dono do negcio 2.4.2.3. Falta de autorizao 2.4.3. Obrigaes do gestor de negcios 2.4.4. Obrigaes do dono do negcio 2.4.5. Direitos do dominus e do gestor de negcios 2.4.6. Gesto de negcio alheio julgado prprio 2.5. Enriquecimento sem causa 2.5.1. Noo e exemplos 2.5.2. Requisitos 2.5.2.1. Enriquecimento 2.5.2.2. custa de outrem 2.5.2.3. Sem causa justificativa 2.5.2.4. Ausncia de outro meio jurdico 2.5.3. Objecto da obrigao de restituir 2.6. Responsabilidade civil

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  • 2.6.1. Preliminares 2.6.1.1. Responsabilidade contratual e extracontratual 2.6.1.2. Evoluo e variantes da responsabilidade extracontratual 2.6.1.3. A responsabilidade civil no Cdigo Civil de 1999 e o direito transitrio 2.6.2. Responsabilidade por factos ilcitos 2.6.2.1. Facto 2.6.2.2. Ilicitude 2.6.2.3. Nexo de imputao 2.6.2.3.1. Imputabilidade 2.6.2.3.2. Culpa : dolo e negligncia e respectivas subespcies 2.6.2.3.3. Negligncia ou mera culpa 2.6.2.3.3.1. Culpa em abstrato e culpa em concreto 2.6.2.3.3.2. Culpa como deficincia da vontade e como deficincia da conduta 2.6.2.3.3.3. Apreciao da gravidade da culpa 2.6.2.3.4. Prova da culpa. Presunes de culpa 2.6.2.4. Dano 2.6.2.4.1. Conceito e variantes 2.6.2.4.2. Ressarcibilidade dos danos no patrimoniais 2.6.2.5. Nexo de causalidade 2.6.2.5.1. Teoria da causalidade adequada 2.6.2.5.2. A relevncia da causa virtual 2.6.2.6. Outros aspectos do regime da responsabilidade civil por factos ilcitos 2.6.2.6.1. Sujeito do direito de indemnizao 2.6.2.6.2. Sujeitos da obrigao de indemnizar e o regime de solidariedade 2.6.2.6.3. Prescrio do direito de indemnizao por responsabilidade civil extracontratual por facto ilcito 2.6.2.6.4. Responsabilidade civil em processo penal 2.6.2.7. A funo da responsabilidade civil 2.6.3. Responsabilidade pelo risco 2.6.3.1. Enumerao dos casos de responsabilidade pelo risco 2.6.3.2. Responsabilidade do comitente 2.6.3.2.1. Pressupostos 2.6.3.2.1.1. Existncia de uma relao de comisso 2.6.3.2.1.2. Obrigao de indemnizar do comissrio 2.6.3.2.1.3. Actuao do comissrio no mbito da comisso 2.6.3.2.2. A responsabilidade do comitente: relaes externas e relaes internas 2.6.3.2.3. Natureza e fundamento da responsabilidade do comitente 2.6.3.3. Responsabilidade das pessoas colectivas pblicas por actos de gesto privada 2.6.3.4. Responsabilidade por danos causados por animais

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  • 2.6.3.5. Responsabilidade procedente de danos causados por veculos de circulao terrestre 2.6.3.5.1. Sujeitos da responsabilidade 2.6.3.5.2. Danos indemnizveis 2.6.3.5.3. Beneficirios da responsabilidade 2.6.3.5.4. Excluso da responsabilidade 2.6.3.5.5. Limites mximos de responsabilidade 2.6.3.5.6. Responsabilidade pelo risco na coliso de veculos 2.6.3.5.7. Responsabilidade solidria 2.6.3.5.8. Responsabilidade por factos ilcitos culposos em acidente com veculos de circulao terrestre 2.6.3.5.9. Concorrncia de responsabilidades por danos causados em acidente de viao e acidente de trabalho. Responsabilidade civil e criminal 2.6.3.6. Responsabilidade por danos causados por instalaes de energia elctrica ou gs 2.6.4. Responsabilidade por factos lcitos 2.6.5. Seguros obrigatrios de responsabilidade civil em Macau 2.6.6. Seguro obrigatrio de responsabilidade civil automvel em Macau CAPTULO III MODALIDADES DAS OBRIGAES 3. Classificao 3.1. Modalidades das obrigaes quanto ao vnculo 3.1.1. Obrigaes naturais e obrigaes civis 3.1.1.1. Conceito e mbito das obrigaes naturais 3.1.1.2. Regime jurdico das obrigaes naturais 3.1.1.3. Natureza jurdica das obrigaes naturais 3.2. Modalidades das obrigaes quanto ao sujeito 3.2.1. Enumerao e sequncia 3.2.2. Obrigaes de sujeito activo indeterminado 3.2.3. Obrigaes plurais 3.2.3.1. Obrigaes conjuntas 3.2.3.2. Obrigaes solidrias 3.2.3.2.1. Noo e razes justificativas 3.2.3.2.2. Solidariedade passiva: fontes e efeitos. 3.2.3.2.2.1. Fontes da solidariedade passiva 3.2.3.2.2.2. Efeitos nas relaes externas 3.2.3.2.2.2.1. Direito do credor 3.2.3.2.2.2.2. Meios de defesa dos devedores 3.2.3.2.2.2.3. Modos de satisfao do direito do credor 3.2.3.2.2.2.4. Outros efeitos da solidariedade passiva 3.2.3.2.2.3. Efeitos nas relaes internas

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  • 3.3. Modalidades quanto ao objecto 3.3.1. Obrigaes divisveis e indivisveis 3.3.2. Obrigaes genricas e obrigaes 3.3.3. Obrigaes alternativas, cumulativas e com faculdade alternativa 3.3.4. Obrigaes pecunirias 3.3.4.1. Conceito 3.3.4.2. Modalidades 3.3.4.2.1. Obrigaes de quantidade 3.3.4.2.2. Obrigaes em moeda especfica 3.3.4.2.3. Obrigaes em moeda sem curso legal em Macau 3.3.5. Obrigaes de juros 3.3.5.1. Regime da obrigao de juros 3.3.5.1.1. Juros legais e convencionais 3.3.5.1.2. Anatocismo e outros aspectos 3.3.6. Obrigaes de indemnizao: remisso. 3.3.7. Obrigao de informao e de apresentao de coisas e documentos CAPTULO IV TRANSMISSO DAS OBRIGAES 4. Transmisso de crditos e transmisso de dvidas 4.1. Cesso de crditos 4.1.1. Noo e admissibilidade 4.1.2. Regime de cesso de crditos 4.1.3. Aplicao das regras da cesso a outras figuras 4.1.4. Sub-rogao 4.2. Transmisso singular de dvidas 4.3. Cesso da posio contratual 4.3.1. Noo e regime 4.3.2. Distino de outras figuras CAPTULO V GARANTIA GERAL DAS OBRIGAES 5. Introduo 5.1. mbito da garantia geral 5.1.2. A garantia geral como garantia comum dos credores: concurso de credores. 5.2. Meios de conservao da garantia patrimonial 5.2.1. Declarao de nulidade 5.2.2. Sub-rogao do credor ao devedor 5.2.2.1. Carcter geral e requisitos 5.2.2.2. Exerccio e efeitos 5.2.3. Impugnao Pauliana 5.2.3.1. Noo e Requisitos 5.2.3.2. Actos impugnveis

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  • 5.2.3.3. Efeitos e caducidade 5.2.4. Arresto 5.2.4.1. Noo e requisitos 5.2.4.2. Cautelas e efeitos CAPTULO VI GARANTIAS ESPECIAIS DAS OBRIGAES 6. Generalidades sobre as garantias pessoais e reais 6.1. Fiana 6.1.1. Relaes entre o credor e o fiador 6.1.2. Relaes entre o devedor e o fiador 6.1.3. Extino da fiana 6.2. Garantias reais 6.2.1. Consignao de rendimentos 6.2.2. Penhor 6.2.3. Hipoteca 6.2.4. Privilgios creditrios 6.2.5. Direito de reteno 6.2.6. A prestao de cauo 6.2.6.1. Noo 6.2.6.2. Cauo imposta ou autorizada por lei 6.2.6.3. Cauo resultante de negcio jurdico ou de determinao do tribunal 6.2.6.4. Falta, insuficincia ou impropriedade de cauo. CAPTULO VII CUMPRIMENTO E NO CUMPRIMENTO DAS OBRIGAES 7.1. Cumprimento 7.1.1. Generalidades 7.1.1.1. Noo de cumprimento 7.1.1.2. Cumprimento e princpio da boa f 7.1.1.3. Regra da pontualidade 7.1.1.4. Requisitos do cumprimento 7.1.1.4.1. Capacidade do devedor 7.1.1.4.2. Capacidade do credor 7.1.1.4.3. Legitimidade do devedor 7.1.1.5. Nulidade e anulao do cumprimento 7.1.2. Quem pode fazer e a quem pode ser feita a prestao 7.1.2.1. Quem pode cumprir 7.1.2.2. Direitos de terceiro que efectua a prestao 7.1.2.3. A quem pode ser feita a prestao 7.1.3 . Lugar da prestao

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  • 7.1.3.1. Determinao do lugar da prestao: princpio geral; lugar convencional e lugar legal 7.1.3.2. Regime supletivo: princpio geral 7.1.3.3. Impossibilidade da prestao no lugar fixado 7.1.4. Prazo da prestao 7.1.4.1. Classificao das obrigaes quanto ao tempo do cumprimento 7.1.4.2. Modalidades de prazos para cumprimento 7.1.4.3. Critrios especiais da fixao indirecta do prazo 7.1.4.4. Perda do benefcio do prazo 7.1.5. Imputao do cumprimento 7.1.5.1. Imputao pelo devedor 7.1.5.2. Regras supletivas 7.1.6. Prova do cumprimento 7.1.6.1. Direito a quitao ou recibo 7.1.6.2. Direito restituio do ttulo ou meno do cumprimento 7.2. No cumprimento 7.2.1. Noo e modalidades de no cumprimento 7.2.2. O no cumprimento no imputvel ao devedor: impossibilidade do cumprimento e mora no imputveis ao devedor. 7.2.2.1 Impossibilidade do cumprimento no imputvel ao devedor 7.2.2.1.1. Impossibilidade objectiva e impossibilidade subjectiva 7.2.2.1.2. Impossibilidade da prestao, a frustao do fim da prestao e a realizao do fim da prestao por outra via. 7.2.2.1.3. Efeitos da impossibilidade no imputvel ao devedor 7.2.2.2. Impossibilidade temporria ou mora no imputvel ao devedor 7.2.3. O no cumprimento imputvel ao devedor: falta de cumprimento e mora imputveis ao devedor. 7.2.3.1. Falta de cumprimento 7.2.3.1.1. Efeitos da falta de cumprimento 7.2.3.1.1.1. Obrigao de indemnizar 7.2.3.1.1.2. Direito de resoluo do contrato. Indemnizao do interesse contratual negativo ou de confiana. 7.2.3.1.1.3. Commodum subrogationis ou de representao 7.2.3.1.2. Impossibilidade parcial 7.2.3.2. Mora do devedor 7.2.3.2.1. Noo 7.2.3.2.2. Requisitos 7.2.3.2.2.1. Momento da constituio em mora 7.2.3.2.2.2. Efeitos da mora 7.3. Cumprimento defeituoso 7.3.1. Noo

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  • 7.3.2. Regime 7.4. Fixao contratual dos direitos do credor 7.4.1. Nulidade e admissibilidade das clasulas de limitao e de excluso da responsabilidade civil 7.4.2. Predeterminao ou reforo das sanes contra o no cumprimento: o sinal e a clusula penal 7.4.3. Noo e modalidades de clusula penal 7.4.4. Regime da clusula penal ou pena convencional 7.4.5. Meios compulsrios ao cumprimento: a sano pecuniria compulsria. 7.5. Realizao coactiva da prestao 7.5.1. Aco de cumprimento, execuo especfica e execuo por equivalente. 7.5.2. A penhora e a venda judicial ao servio da execuo por equivalente 7.6. Cesso de Bens aos credores 7.6.1. Noo 7.6.2. Regime 7.7. Mora do credor 7.7.1. Noo e requisitos 7.7.2. Efeitos CAPTULO VIII CAUSAS DE EXTINO DAS OBRIGAES ALM DO CUMPRIMENTO 8. Sequncia 8.1. Dao em cumprimento 8.2. Consignao em depsito 8.3. Compensao 8.4. Novao 8.5. Remisso 8.7. Confuso CAPTULO IX REFERNCIA AOS CONTRATOS EM ESPECIAL 9. Sequncia 9.1. Tipicidade e atipicidade. Distino entre contratos tpicos e atpicos 9.2. Contratos mistos 9.2.1. Noo, modalidades e regime 9.2.2. Contratos coligados 9.3. Enumerao e caracterizao sucinta dos contratos tpicos regulados no Cdigo Civil 9.3.1. Enumerao dos contratos tpicos regulados no Cdigo Civil 9.3.2. Caracterizao dos contratos regulados no Cdigo Civil 9.3.2.1. O contrato de compra e venda 9.3.2.2. O contrato de doao

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  • 9.3.2.3. O contrato de locao 9.3.2.3.1. O contrato de arrendamento 9.3.2.4. O contrato de comodato 9.3.2.5. O contrato de mtuo 9.3.2.5.1. Contrato de mtuo com promessas 9.3.2.6. O contrato de trabalho 9.3.2.7. O contrato de prestao de servio 9.3.2.8. Os contratos de renda perptua e de renda vitalcia 9.3.2.9. O contrato de transaco 9.4. Jogo e aposta 9.4.1. Introduo 9.4.2.Os contratos de jogo e aposta na vigncia do Cdigo Civil de 1966 em Macau 9.4..2. Os contratos de jogo e aposta na vigncia do Cdigo Civil de Macau de 1999 9.4.2.1. Nulidade, validade e eficcia 9.4.4.2. Regime geral e regime especial do jogo e aposta 9.4.4.3. Breve referncia ao regime especial do jogo Fim do plano de curso

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  • 2. Casos Prticos 2.1 Frequncias e exames finais 2011 Primeira Frequncia de Direito das Obrigaes Data: 6 de Janeiro de 2011 2010 Segunda poca: Exame Final Data: 9 de Julho de 2010

    Segunda Frequncia de Direito das Obrigaes Data: 9 de Junho de 2010 Exame Final de Direito das Obrigaes Data: 9 de Junho de 2010 Primeira Frequncia de Direito das Obrigaes Data: 9 de Janeiro de 2010 2009 Exame Final de Direito das Obrigaes Data: 7 de Julho de 2009 Segunda Frequncia de Direito das Obrigaes Data: 5 de Junho de 2009 Exame Final de Direito das Obrigaes Data: 5 de Junho de 2009 Primeira Frequncia de Direito das Obrigaes Data: 19 de Janeiro de 2009 2008 Segunda poca: Exame de Direito das Obrigaes Data: 2 de Julho de 2008 Exame Final de Direito das Obrigaes Data: 28 de Maio de 2008 Segunda Frequncia de Direito das Obrigaes Data: 28 de Maio de 2008 Direito das Obrigaes 1 Frequncia: 14 de Janeiro de 2008 2007 Direito das Obrigaes 1 Frequncia: 9 de Janeiro de 2007

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  • Faculdade de Direito da Universidade de Macau Primeira Frequncia de Direito das Obrigaes

    6 de Janeiro de 2011 Durao da prova: 3 horas

    I (Valores: 4: 3;1)

    O Gabinete de Comunicao Social realiza o concurso fotogrfico Momentos Felizes da Vida em

    Macau 2010, e convida os diversos sectores a apresentarem as suas melhores fotografias que reflictam os momentos felizes da vida em Macau durante o ltimo ano. Os boletins de inscrio para a edio de 2010 esto j disposio de todos interessados que queiram aproveitar esta oportunidade de ouro. O prazo de recepo de trabalhos vai de 26 de Abril a 2 de Maio prximo.

    Local para entrega das obras: Associao Fotogrfica de Macau, , Foto Nice, , Foto Princesa, e Foto Time Company Ltd..

    O objectivo do concurso registar o desenvolvimento e a vida de Macau durante o ltimo ano, e escolher as fotografias mais representativas para a capa, captulos e seces do Livro do Ano, publicado pelo GCS da RAEM. O GCS promove o concurso em cooperao com oito associaes de fotografia e quatro associaes de rgos de comunicao social, pretende que as fotografias destaquem as maravilhas da cidade, captando as mudanas da fisionomia de Macau e da vida dos residentes, de 2009 at presente data.

    A iniciativa uma co-organizao da Associao Fotogrfica de Macau, a Associao de Salo Fotogrfico de Macau, , Associao dos Jornalistas de Macau, Clube de Comunicao Social de Macau e Clube de Jornalistas de Macau (ordem aleatria).

    Todas as obras seleccionadas e premiadas, para alm de serem exibidas publicamente, podero ainda integrar a capa ou o interior do anurio Macau 2010 editado pelo Gabinete de Comunicao Social. A participao de todos os interessados na arte da fotografia bem-vinda! Os boletins de inscrio podero ser obtidos nas pginas electrnicas do Portal do Governo (http://www.gov.mo) e do Gabinete de Comunicao Social (), nas sedes das 12 associaes co-organizadoras e ainda nos seguintes locais: Foto Princesa, e Foto Chi Pak.

    Os prmios do concurso fotogrfico Momentos Felizes da Vida em Macau 2010 incluem uma taa e ainda 5.000, 3.000 e 2.000 patacas, respectivamente para os 1, 2 e 3 classificados; 500 patacas do 4 ao 23 classificados e 200 patacas para os restantes 30 classificados at ao mximo de 50 (de acordo com o nvel da obra).

    H ainda dois prmios especiais, em caso de seleco das fotos pela Comisso de Redaco do GCS. : 1) Foto da capa do anurio Macau 2010: prmio de 5.000 patacas;

    2) Fotografias para publicao no anurio Macau 2010 (de 5 a 15 seleccionados): prmio de 1.000 patacas.

    A seleco de trabalhos aceites a concurso decorrer no dia 9 de Maio de 2010. . (Fonte: Gabinete de Comunicao Social, com adaptaes)

    1. De que dependem e quais os efeitos jurdicos deste concurso? 2. Qualifique e caracterize as prestaes devidas por organizadores e por concorrentes.

    II (Valores: 6: 4;2)

    Suponha que A, um concessionrio da explorao de jogos (de fortuna ou azar ou outros

    jogos em casino) em Macau est interessado em adquirir um panda, filho dos dois pandas recentemente oferecidos pelo Governo Central RAEM da RPC, a nascer, espera, em Macau, para acasalar com outro que tem em vista adquirir e acolher num jardim zoolgico que pretende instalar no futuro em Macau, e B, Advogado, est interessado em lho vender depois de o adquirir ao IACM, como espera. Para o efeito, celebram um contrato escrito em que A promete comprar o panda beb a nascer de Hi Hi e Sam Sam, e que pagar 2 000 000 de patacas, de que entrega j 1 000 000 por cheque. Ambos assinam.

    1. Como qualifica e que relevncia jurdica tem este contrato? 2. Comente o contedo normativo do n. 2 do art. 820. do CCM.

    19

  • III (Valores: 10: 7; 1,5;1,5)

    2. Esto dados como provados os factos seguintes: No dia 5 de Outubro de 2004, pelas 9:00 horas da manh, A, a arguida conduzia o

    veculo automvel ligeiro com a matrcula M1-XX-XX na Avenida da Amizade, procedente do Terminal Martimo em direco ao Hotel Lisboa, e circulava na via direita. Ao aproximar-se do poste de iluminao n. 240D04, verificou que o peo C (a vtima) saa de entre dos autocarros parados na via esquerda da faixa de rodagem, atravessando a via do lado esquerdo para o lado direito, e a arguida, devido a alta velocidade em que conduzia, no conseguiu travar o veculo a tempo e embateu naquele peo, projectando-o para a via esquerda da faixa de rodagem.

    Do embate resultou directo traumatismo craneano vtima, tendo a mesma perdido os sentidos e cado no cho. Para socorro, foi a vtima transportada para o Hospital Conde de S. Janurio, onde se confirmou a sua morte s 12:00 do mesmo dia. Os referidos documentos, tais como o relatrio mdico, certido de bito e relatrio de autpsia constantes das fls.8, 27, 28, 52, 53 e 54 do processo fazem parte integral da Acusao.

    Na altura do acidente o tempo era bom, o pavimento estava normal e o trnsito era denso. O acidente em questo foi devido infraco da arguida s disposies do n. 1 do Artigo

    22. do Cdigo da Estrada, no prestando ateno ao estado da via e no controlando adequadamente a velocidade do seu veculo, pelo que no conseguiu fazer parar o veculo no espao livre e visvel sua frente e evitar o obstculo que lhe surgiu em condies normalmente previsveis, causando o acidente de que resultou a morte directa da vtima.

    O acto da arguida foi praticado voluntria e criteriosamente, sabendo plenamente que tal acto no permitido por lei e que fica sujeita s sanes legais.

    A arguida trabalhadora da funo pblica, auferindo um vencimento mensal correspondente ao ndice 375.

    divorciada e tem um filho ao seu encargo. () Na ocorrncia do acidente, a vtima tinha 41 anos de idade. A demandante D pagou a quantia de MOP$25.786,00 para as despesas funerrias e

    MOP$345,00 para obteno dos documentos necessrios, incluindo certido de bito, certido de casamento e assento de nascimento.

    At agora no pagou ao Hospital Conde de S. Janurio as despesas mdicas no valor de MOP$7.336,00. ()

    A vtima era operrio do estaleiro de construo, auferindo um salrio dirio de MOP$330,00.

    Os sucessores legais da vtima requereram apoio judicirio, () No dia em que ocorreu o acidente, o veculo automvel que a arguida conduzia, de

    matrcula MI-XX-XX, estava coberto com seguro de responsabilidade civil junto de B, a Companhia de Seguros de Macau. S.A., atravs da aplice no. XXX. ().

    (Cfr. Ac. do TSI n. 761/2007, de 31 de Janeiro de 2008, com adaptaes) 1. Quem responde e com que fundamento pelos danos causados neste acidente? 2. Considerando o caso, tero os direitos de crdito efeitos em relao a terceiros? 3. Em que diferiria a sua resposta se houvesse apenas responsabilidade pelo risco?

    Primeira Frequncia de Direito das Obrigaes, 6 de Janeiro de 2011: Boa sorte!

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  • Faculdade de Direito da Universidade de Macau Direito das Obrigaes

    Segunda poca: Exame Final Data: 9 de Julho de 2010

    Durao da prova: 3 horas

    I (Valores: 9: 6; 2; 1)

    - No dia 19 de Outubro de 2004, a Autora, por intermdio da mediadora imobiliria a

    Sociedade de Fomento Predial F, Limitada assinou um acordo escrito de promessa de compra e venda, no qual interveio, como promitente vendedora, a R A, tudo nos termos que consta do documento (...).

    - Nesse acordo a Autora prometeu comprar e os Rus prometeram vender a fraco autnoma para habitao e a fraco autnoma para estacionamento referidas em D), pelo valor global de HKD$920,000.00 a que correspondem MOP$947,600.00 (noventas e quarenta e sete mil seiscentas patacas) ().

    - A Autora, no acto da assinatura desse acordo, pagou o sinal no valor estipulado de HKD$100,000.00 a que correspondem MOP$103,000.00 (cento e trs mil patacas) ().

    - E obrigou-se a pagar o remanescente do preo no valor de HKD$820,000.00 a que correspondem MOP$844,600.00 (oitentas e quarenta e quatro mil e seiscentas patacas), no acto da assinatura da escritura pblica ().

    - Acordaram, (), que os imveis seriam entregues Autora, como foram, na data do contrato-promessa ().

    - A R A apresentou os documentos necessrios celebrao da escritura pblica (). - No dia 14 de Janeiro de 2005, pelas 15 horas, a Autora () compareceu no Escritrio

    de Advogados G para celebrar a escritura de compra e venda (), como acordado. - A Autora levou em mo, em cheque visado emitido sobre o Banco Seng Heng, S.A., no

    valor de HKD$820,000.00 (oitocentos e vinte mil dlares de Hong Kong), em favor da R A, correspondente ao remanescente do preo acordado (...).

    - A R A no compareceu no cartrio notarial (...). - Por isso a escritura no foi outorgada (...). - Actualmente, a fraco autnoma para habitao aqui em causa vale HKD$1,450,000.00

    (um milho quatrocentos e cinquenta mil dlares de Hong Kong) e o lugar de estacionamento vale HKD$200,000.00 (duzentos mil dlares de Hong Kong) (...).

    - A Autora pretendia comprar a fraco autnoma (e o lugar de estacionamento) para nela constituir a sua morada de famlia (...).

    (Cfr. Ac. do TSI n. 105/2008, de 2 de Abril, com alteraes) 1. Quais os direitos da Autora, promitente fiel? E dos Rus, de a Autora fosse a faltosa? 2. Seria vlida a clusula segundo a qual a Autora deveria pagar 5 000 patacas por ms at

    celebrao do contrato prometido? E a clusula segundo a qual deveria pagar 10 000 patacas desde a data estabelecida para a escritura at sua efectiva celebrao?

    3. Qualifique quanto ao objecto as obrigaes nascidas do contrato prometido.

    21

  • II (Valores: 8: 6; 2)

    (...) Tendo realizado a audincia de julgamento, foram provados os seguintes factos: No dia 7 de Dezembro de 2003, por volta das 12h15, o arguido B conduzia o seu

    ciclomotor de matrcula MC-XX-XX, na Avenida Almirante Lacerda, na direco para a Rua de Joo de Arajo.

    Na altura de chegar ao ponto do cruzamento entre a Avenida Almirante Lacerda e a Estrada do Repouso, o arguido parou seu ciclomotor no cruzamento devido ao sinal vermelho. Neste momento, a ofendida C atravessava, da direita para esquerda, a referida rua na passagem para pees em frente do arguido.

    Ao ver o sinal vermelho mudado para verde, o arguido accionou rapidamente seu veculo e atravessou o cruzamento alta velocidade, no dando cedncia de passagem ofendida C que atravessava a rua.

    Na hora, mesmo o arguido vendo C que atravessava a rua na passagem para pees do outro lado, o arguido no conseguiu parar, a tempo, seu ciclomotor, devido sua alta velocidade ou desviar da pe supra citada, de modo a embater directamente com o seu ciclomotor na referida pe.

    No momento em que ocorreu o acidente, o trnsito estava muito movimentado, o tempo estava bom e o pavimento encontrava-se em condies normais.

    No local do acidente, no foram encontrados rastos de travagem no pavimento. O acidente causou a morte de C devido grave trauma crnio-cerebral (...). A conduta do arguido no s violou a obrigao de conduzir com cautela, ainda causou a

    ocorrncia do presente acidente e a morte de outrm por negligncia. O arguido agiu, de maneira voluntria e consciente, sabendo perfeitamente que sua

    conduta era proibida pela lei. O arguido operrio electricista, com um salrio mensal de MOP$8.000,00. O arguido casado, tendo a seu cargo trs filhos. (...) Depois do acidente, a ofendida encontrava-se ciente e passou a ficar em coma no caminho

    de deslocao para o hospital. () Os requerentes do pedido civil pagaram um montante de MOP$ 135.210,00 para as

    despesas de funerais da ofendida. A perda da me tambm deixou os requerentes traumatizados. A responsabilidade civil por dano a terceiro provocada pelo acidente de viao causado

    pelo ciclomotor de matrcula MC-XX-XX estava transferida para a Companhia de Seguros sia, Lda., atravs da aplice de seguro n. XXX (...).

    (Cfr. Ac TSI n 419/2006, de 8 de Novembro de 2007) 1. Quem responde, por que danos e com que fundamentos? 2. Quais as garantias de pagamento da obrigao dadas pelos devedores?

    III (Valores: 3)

    Desenvolva apenas um dos seguintes temas:

    1. Obrigaes de juros; 2. Obrigaes naturais; 3. Os contratos de jogo e aposta.

    Segunda poca: Direito das Obrigaes, 9 de Julho de 2010: Boa sorte!

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  • Faculdade de Direito da Universidade de Macau Segunda Frequncia de Direito das Obrigaes

    Data: 9 de Junho de 2010 - Durao da prova: 3 horas I

    (Valores: 8: 7; 1)

    - No dia 19 de Outubro de 2004, a Autora, por intermdio da mediadora imobiliria a Sociedade de Fomento Predial F, Limitada assinou um acordo escrito de promessa de compra e venda, no qual interveio, como promitente vendedora, a R A, tudo nos termos que consta do documento de fls. 62 cujo teor aqui se d por integralmente reproduzido (...).

    - Nesse acordo a Autora prometeu comprar e os Rus prometeram vender a fraco autnoma para habitao e a fraco autnoma para estacionamento referidas em D), pelo valor global de HKD$920,000.00 a que correspondem MOP$947,600.00 (noventas e quarenta e sete mil seiscentas patacas) ().

    - A Autora, no acto da assinatura desse acordo, pagou o sinal no valor estipulado de HKD$100,000.00 a que correspondem MOP$103,000.00 (cento e trs mil patacas) ().

    - E obrigou-se a paga o remanescente do preo no valor de HKD$820,000.00 a que correspondem MOP$844,600.00 (oitentas e quarenta e quatro mil e seiscentas patacas), no acto da assinatura da escritura pblica (). ()

    - Acordaram, (), que os imveis seriam entregues Autora na data da escritura pblica ().

    - A R A apresentou os documentos necessrios celebrao da escritura pblica (). - No dia 14 de Janeiro de 2005, pelas 15 horas, a Autora () compareceu no Escritrio

    de Advogados G para celebrar a escritura de compra e venda (). - A Autora levou em mo, em cheque visado emitido sobre o Banco Seng Heng, S.A., no

    valor de HKD$820,000.00 (oitocentos e vinte mil dlares de Hong Kong), em favor da R A, correspondente ao remanescente do preo acordado (...).

    - A R A no compareceu no cartrio notarial (...). - Por isso a escritura no foi outorgada (...). - Actualmente, a fraco autnoma para habitao aqui em causa vale HKD$1,450,000.00

    (um milho quatrocentos e cinquenta mil dlares de Hong Kong) e o lugar de estacionamento vale HKD$200,000.00 (duzentos mil dlares de Hong Kong) (...).

    - A Autora pretendia comprar a fraco autnoma (e o lugar de estacionamento) para nela constituir a sua morada de famlia (...).

    (Cfr. Ac. do TSI n. 105/2008, de 2 de Abril) 1. Quais os direitos da promitente fiel, Autora, sabendo que: - a outra parte invocou a nulidade do contrato-promessa por falta de assinatura do marido

    da Autora, e - foi pedido ao Tribunal condenar os RR. a pagar Autora a quantia global de

    HK$830,000.00 ou MOP$854,900.00, montante este que consiste em dois pedidos parcelares, um sendo HK$100,000.00 (a que correspondem MOP$103,000.00) referente devoluo do sinal pago pela Autora aos Rus e outro HK$730,000.00 (a que correspondem MOP$751,900.00) referente compensao devida Autora pelos prejuzos causados pelos Rus, pois o sinal dobrado no lhe compensaria os prejuzos causados pelo incumprimento da promitente vendedora pela valorizao do imvel.

    2. Qualifique as prestaes principais do contrato prometido quanto ao objecto.

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  • II (Valores: 9: 4; 3; 2)

    Ainda tendo por base o contrato anteriormente referido, por mera hiptese de o pedido de

    o Tribunal condenar os RR. a pagar Autora a quantia global de HK$830,000.00 ou MOP$854,900.00 ter sido procedente e transitado em julgado posteriormente deciso de 2 de Abril de 2008, verificou-se que at agora no foi efectuado o pagamento estabelecido.

    De facto, o mesmo foi solicitado pela R (rus), e acordado com a Autora (autores), que o pagamento poderia ser feito a qualquer momento no prazo de dois anos, mediante a contrapartida do pagamento de juros de 2,5 % ao ms.

    Mais foi acordado que por cada ms que passasse acresceria ainda o dever de pagamento de mais 10 000 patacas.

    A pedido da Autora foi dada como garantia do crdito de indemnizao uma jia, que a R trazia ao pescoo, um colar de ouro com um diamante, que a mesma dizia ser muito valiosa, adquirida por um milho de patacas na joalharia JOA, a mais conceituada de Hong Kong em diamantes originrios de Angola, da qual a Autora ficou com o ttulo de garantia de qualidade e do ttulo de depsito no banco BA em Macau.

    Perante a insistncia do marido da Autora, sob as dvidas que lhe merecia a proposta, disponibilizou-se para garantir os pagamentos, ficou como fiador, tambm em relao ao pagamento das 10 000 patacas mensais, o Advogado AdR, estabelecido em Macau.

    1. Considerando que a esta data, 9 de Junho, ainda a Autora no obteve o pagamento de

    qualquer quantia da R naquela aco, quais os seus direitos? 2. A Autora, preocupada com a situao, deslocou-se ao Banco BA com um joalheiro de

    Macau, JO, para avaliao da jia, mas, para seu espanto, o mesmo informou-a de que a jia s tinha como verdadeiro o colar de ouro, embora de fraca qualidade

    De quem pode a Autora exigir o pagamento dos seus direitos e com que garantias pode contar?

    3. Com projecto de viajar para Portugal, aps a aposentao do marido e junto com este, a

    Autora pensou em negociar o seu crdito e props ao seu advogado, AdA, o pagamento por este de 500 000 patacas, ficando ele com os direitos da Autora.

    Perguntado pelo AdA, sobre a viabilidade jurdica do negcio, onde trabalha, sendo estudante de direito (de Direito das Obrigaes), que resposta daria?

    III (Valores: 3)

    Desenvolva apenas um dos seguintes temas: 4. Obrigaes de juros; 5. Obrigaes naturais e os contratos de jogo e aposta.

    Segunda Frequncia de Direito das Obrigaes, 9 de Junho de 2010: Boa sorte!

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  • Faculdade de Direito da Universidade de Macau Exame Final de Direito das Obrigaes

    Data: 9 de Junho de 2010 - Durao da prova: 3 horas I

    (Valores: 9: 7; 2)

    Os factos considerados provados pelos Tribunais (), so os seguintes: Matria de Facto Assente: - No dia 10 de Abril de 2005, no Bairro Iao Hon, Rua 8 n XX, Macau, na via defronte ao porto do Edifcio, ocorreu por volta das 18H10M, um acidente de viao (). - Neste foram intervenientes o veculo automvel ligeiro de passageiros com o nmero de matricula MI-XX-XX, conduzido pelo Ru E e C (). - O veculo automvel MI-XX-XX, na altura conduzido pelo 2 Ru era propriedade de F (), que havia transferido a responsabilidade civil pela sua circulao para a 1 R, D, atravs da aplice n XXXXXXXX, no valor de MOP$1,000,000.00 (um milho de patacas) (). Base Instrutria: - No dia e hora referido em A) C () atravessava a faixa de rodagem da Rua 8, defronte ao porto n XX, dirigindo-se ao outro lado da rua (...). - Nessa altura o Ru E conduzia o seu automvel naquela rua, no sentido de marcha de Estrada dos Cavaleiros para Rua Direita do Hipdromo (). - - Foi colher o peo C (), atingindo-o no seu corpo (). - O embate deu-se quando o menor se encontrava a atravessar a via mencionada em 1), da esquerda para a direita, atento o sentido de marcha do veculo (). - Do embate resultaram diversas leses e ferimentos no menor, nomeadamente, escoriaes e equimoses no cotovelo direito, contuses na regio lombar direita e fractura da quinta costela direita (). - O C () teve dores (). - As leses referidas () obrigaram o menor a tratamentos mdico (). - Essas leses ainda causam ao menor dores nas costelas (). - O mesmo teve dificuldade em se movimentar (). - O menor deixou de poder participar em jogos que impliquem contactos fsicos fortes (). - Os tratamentos mdicos e teraputicos a que esteve sujeito, desde o acidente, obrigaram o menor a falta s aulas (). - Os pais do menor so pessoas de poucas posses (). - Por isso, e a fim de pouparem nas despesas mdicas, levavam o menor a vrios hospitais de Zhuhai, Zhongshan, Guangzhou e Foshan, para receber tratamento (). - Os Autores suportaram a expensas suas, sempre e at presente data, todas as despesas mdicas, medicamentos, de fisioterapia de reabilitao do menor pelas suas leses sofridas no acidente de viao, bem como as de transportes para os hospitais da China interior (). - Essas despesas foram no montante de MOP$41,791.47 (). - Actualmente, o menor ainda no se encontra curado das leses, continuando a existir fractura da 5 vrtebra lombar (). - data do acidente o menor era uma criana saudvel, que podia correr, saltar, jogar bola, sem quaisquer limitaes (). - Os pais do menor ficaram afectados com as sequelas e os sofrimentos do seu filho (). - O acidente causou ao menor desgosto, ansiedade e medo (). (Cfr. Ac. do TUI, n. 32/2009, de 17 de Dezembro)

    1. Considerando no haver prova da culpa, quem responde, em que termos e com que fundamento, por todos os danos causados?

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  • 2. Que relevncia teria no caso a prova da culpa de E?

    II (Valores: 8: 6; 1;1)

    - No dia 19 de Outubro de 2004, a Autora, por intermdio da mediadora imobiliria a

    Sociedade de Fomento Predial F, Limitada assinou um acordo escrito de promessa de compra e venda, no qual interveio, como promitente vendedora, a R A, tudo nos termos que consta do documento de fls. 62 cujo teor aqui se d por integralmente reproduzido (...).

    - Nesse acordo a Autora prometeu comprar e os Rus prometeram vender a fraco autnoma para habitao e a fraco autnoma para estacionamento referidas em D), pelo valor global de HKD$920,000.00 a que correspondem MOP$947,600.00 (noventas e quarenta e sete mil seiscentas patacas) ().

    - A Autora, no acto da assinatura desse acordo, pagou o sinal no valor estipulado de HKD$100,000.00 a que correspondem MOP$103,000.00 (cento e trs mil patacas) ().

    - E obrigou-se a paga o remanescente do preo no valor de HKD$820,000.00 a que correspondem MOP$844,600.00 (oitentas e quarenta e quatro mil e seiscentas patacas), no acto da assinatura da escritura pblica (). ()

    - Acordaram, (), que os imveis seriam entregues Autora na data da escritura pblica ().

    - A R A apresentou os documentos necessrios celebrao da escritura pblica (). - No dia 14 de Janeiro de 2005, pelas 15 horas, a Autora () compareceu no Escritrio

    de Advogados G para celebrar a escritura de compra e venda (). - A Autora levou em mo, em cheque visado emitido sobre o Banco Seng Heng, S.A., no

    valor de HKD$820,000.00 (oitocentos e vinte mil dlares de Hong Kong), em favor da R A, correspondente ao remanescente do preo acordado (...).

    - A R A no compareceu no cartrio notarial (...). - Por isso a escritura no foi outorgada (...). - Actualmente, a fraco autnoma para habitao aqui em causa vale HKD$1,450,000.00

    (um milho quatrocentos e cinquenta mil dlares de Hong Kong) e o lugar de estacionamento vale HKD$200,000.00 (duzentos mil dlares de Hong Kong) (...).

    - A Autora pretendia comprar a fraco autnoma (e o lugar de estacionamento) para nela constituir a sua morada de famlia (...).

    (Cfr. Ac. do TSI n. 105/2008, de 2 de Abril) 1. Quais os direitos da promitente fiel, Autora, sabendo que a outra parte invocou a

    nulidade do contrato-promessa por falta de assinatura do marido da Autora? 2. Poder a Autora ceder o seu crdito de indemnizao? 3. Qualifique as prestaes principais do contrato prometido quanto ao objecto.

    III

    (Valores: 3)

    Desenvolva apenas um dos seguintes temas: 1. Obrigaes de juros; 2. Obrigaes naturais e os contratos de jogo e aposta.

    Exame Final de Direito das Obrigaes, 9 de Junho de 2010: Boa Sorte!

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  • Faculdade de Direito da Universidade de Macau Primeira Frequncia de Direito das Obrigaes

    9 de Janeiro de 2010 Durao da prova: 3 horas I

    (Valores: 5: 3;2)

    A CEM est a organizar um concurso de criao do nome da sua mascote, para o que apelamos participao de todos os cidados de Macau.

    Este amiguinho a mascote da CEM e est inspirado pelo esprito desta empresa dedicao a Macau, empenhado, enrgico e criativo. Sendo responsvel e altamente eficaz, um amigo muito fivel de todos os cidados de Macau.

    O vencedor do concurso ganhar um cupo para acessrios elctricos no valor de Mop 5000. Quem pode participar: Todos os cidados portadores do BIR de Macau. Condies: - O prazo limite de 28 de Agosto de 2009. Cada cidado s poder apresentar um nome. - Em caso de haver dois nomes idnticos, decidir-se- pela ordem de apresentao. - A CEM reserva-se o direito de usar os nomes apresentados para futuras promoes ou

    publicaes sem ter de requerer permisso dos autores e sem ter de pagar quaisquer honorrios. - Em caso de disputas, a CEM reserva-se o direito de tomar a deciso final. - O painel do jri nomeado pelo organizador. O resultado ser publicado em meados de

    Setembro e o vencedor ser notificado pela CEM. Para que a deciso final seja justa, os trabalhadores da CEM e os seus familiares no podero

    participar no concurso. Jornal Hoje Macau, 31 de Julho de 2009 3. Suponha, por hiptese, que, concludo o concurso e seleccionado o nome vencedor,

    Power Boy, a CEM informa o vencedor que no paga as 5000 patacas por ter tido menos lucros do que o esperado. Quais os direitos do vencedor do concurso?

    4. E se, perante essa situao, um trabalhador da CEM decidir pagar essas 5000

    patacas, ter ele por isso algum direito a exigir da CEM?

    II (Valores: 7: 6;1)

    Entre os primeiros outorgantes, na qualidade de promitentes vendedores, e o segundo

    outorgante, na qualidade de promitente-comprador, celebra-se, nesta data e de boa f, o presente contrato-promessa de compra e venda que se rege pelas seguintes clusulas:

    Os promitentes-vendedores so legtimos proprietrios do prdio urbano sito em Macau, com o n da Rua das Estalagens, descrito na Conservatria do Registo Predial de Macau sob o n .

    O prdio supra identificado encontra-se registado definitivamente na Conservatria do Registo Predial de Macau em nome dos promitentes vendedores

    Pelo presente contrato os primeiros outorgantes prometem vender ao segundo outorgante, que por sua vez, lhes promete comprar, livre de quaisquer nus ou encargos, o prdio acima j identificado

    O preo da transaco de HKD$2.500.000,00, pago da seguinte forma: a) nesta data, a ttulo do sinal e de depsito, a quantia de HKD$300.000, b) O preo remanescente no montante de HKD$2.200.000,00, ser pago no prazo de seis

    meses A escritura pblica que h-de titular a compra e venda ora prometida ser efectuada no prazo

    de SEIS MESES a contar da presente data. A tradio, deteno e posse sobre o prdio prometido vender somente se transferem para o

    segundo outorgante na data da outorga da escritura pblica de compra e venda, o qual tambm s a partir dessa data passar a ter o poder de livre administrao do prdio.

    Ao presente contrato pretendem ambas as partes expressamente atribuir eficcia real, nos termos do artigo 407 do Cdigo Civil.

    Macau, em 14 de Janeiro de 2005. (Caso adaptado de um contrato-promessa) 1. Quais os direitos das partes no contrato-promessa?

    27

  • 2. Caracterize as prestaes devidas no contrato-promessa e no contrato prometido.

    III (Valores: 8: 7; 1)

    Factos provados: No dia 4 de Janeiro de 2003, cerca das 11H40 de manh, (A) estava a conduzir o ciclomotor

    ligeiro n CM-[...], arguido (B), conduzindo o automvel ligeiro n MF-[...], ficou a esperar atrs do ciclomotor conduzido pelo (A).

    ... Na altura, o ciclomotor estava a circular na velocidade normal. No tardou que o automvel conduzido pelo arguido entrou na Avenida de Horta e Costa, a

    parte dianteira do automvel embateu contra a parte traseira do ciclomotor ligeiro n CM-[...], o que causou a (A) e o ciclomotor carem no cho....

    Na altura do acidente, havia muito trnsito, estava bom tempo e o estado de pavimento era normal.

    Do relatado acidente resultaram danos no ciclomotor da marca [...], , propriedade da demandante, e os quais j foram integralmente reparados a expensas do arguido (B).

    A demandante sofre as lees fsicas, nos termos do certificado mdico, Havendo a demandante sido sujeita a interveno cirrgica no Hospital Kiang Wu, e a

    ficado internada de 4 de Janeiro de 2003 a 10 de Maio de 2003. Aps alta, ainda ficou do perodo de 11 de Maio de 2003 a 10 de Julho de 2003

    completamente incapacitada para o trabalho e a recuperar em casa imobilizada. Havendo ainda sito sujeita a tratamentos mdicos e de recuperao por um perodo. Tais leses demandaram pois trezentos e vinte e seis (326) dias para serem curadas, havendo

    resultado sequelas permanentes, Com internamento no hospital, interveno cirrgica, assistncia mdica, anlises clnicas,

    tratamentos e medicamentos, despendeu a demandante a quantia de MOP$110,617.00, Na altura do acidente a demandante trabalhava no casino como caixa de apoio s

    slotmachines. Emprego que ainda mantm apesar do acidente e do longo perodo de imobilizao. Com esse trabalho a demandante aufere mensalmente um vencimento de MOP$9,658.00. Assim, durante o perodo (de 4/1/2003 a 10/7/2003) em que no pde trabalhar, cento e

    oitenta e cinco (185) dias, a demandante no auferiu as quantias de de MOP$58,406.00. A demandante, nascida em 13/6/1965, tinha data do acidente 37 anos. Gozando de boa sade e sem qualquer defeito fsico. Em virtude do acidente sofreu dores excruciantes, quer devido ao mesmo, quer devido

    interveno cirrgica que foi sujeita e aos restantes tratamentos mdicos, no se conseguia acocorar, subir ou descer escadas.

    Como sequelas permanentes das leses resultaram atrofia do quadricepes femural, a colocao de chapas e parafusos no joelho, uma cicatriz de vinte centmetros, insensibilidade ao tacto e contnuas dores e fadiga no joelho esquerdo, dificuldade em subir e descer escadas e que afectam a sua capacidade para o trabalho.

    As leses causaram uma incapacidade permanente em sete por cento (7%) . (Cfr. Acrdo do TSI, n 43/2005, de 26 de Maio, com adaptaes) 1. Quem responde e com que fundamento pelos danos causados neste acidente? 2. Qual a relevncia, no caso em apreo, da afirmao seguinte: A responsabilidade civil relativa aos danos provocados pelo veculo de matrcula MF-[...]

    encontra-se transferida para a demandada Companhia de Seguros da China. S.A.R.L. pela aplice n [...], com o limite da responsabilidade, por cada acidente, no montante de MOP$1,000,000.00..

    Boa sorte!

    28

  • Faculdade de Direito da Universidade de Macau Exame Final de Direito das Obrigaes

    Data: 7 de Julho de 2009 - Durao da prova: 3 horas

    II (Valores: 10: 6; 2; 2)

    (...) Tendo realizado a audincia de julgamento, foram provados os seguintes factos:

    No dia 7 de Dezembro de 2003, por volta das 12h15, o arguido B conduzia o seu ciclomotor de matrcula MC-XX-XX, na Avenida Almirante Lacerda, na direco para a Rua de Joo de Arajo. Na altura de chegar ao ponto do cruzamento entre a Avenida Almirante Lacerda e a Estrada do Repouso, o arguido parou seu ciclomotor no cruzamento devido ao sinal vermelho. Neste momento, a ofendida C atravessava, da direita para esquerda, a referida rua na passagem para pees em frente do arguido. Ao ver o sinal vermelho mudado para verde, o arguido accionou rapidamente seu veculo e atravessou o cruzamento alta velocidade, no dando cedncia de passagem ofendida C que atravessava a rua. Na hora, mesmo o arguido vendo C que atravessava a rua na passagem para pees do outro lado, o arguido no conseguiu parar, a tempo, seu ciclomotor, devido sua alta velocidade ou desviar da pe supra citada, de modo a embater directamente com o seu ciclomotor na referida pe. No momento em que ocorreu o acidente, o trnsito estava muito movimentado, o tempo estava bom e o pavimento encontrava-se em condies normais. No local do acidente, no foram encontrados rastos de travagem no pavimento. O acidente causou a morte de C devido grave trauma crnio-cerebral (vide o Relatrio de Autpsia (...), cujo teor se d por reproduzido na presente acusao). A conduta do arguido no s violou a obrigao de conduzir com cautela, ainda causou a ocorrncia do presente acidente e a morte de outrm por negligncia. O arguido agiu, de maneira voluntria e consciente, sabendo perfeitamente que sua conduta era proibida pela lei. O arguido operrio electricista, com um salrio mensal de MOP$8.000,00. O arguido casado, tendo a seu cargo trs filhos. O arguido confessou parcialmente os factos e foi primrio. Depois do acidente, a ofendida encontrava-se ciente e passou a ficar em coma no caminho de deslocao para o hospital. () Os requerentes do pedido civil pagaram um montante de MOP$ 135.210,00 para as despesas de funerais da ofendida. A perda da me tambm deixou os requerentes traumatizados. A responsabilidade civil por dano a terceiro provocada pelo acidente de viao causado pelo ciclomotor de matrcula MC-XX-XX estava transferida para a Companhia de Seguros sia Lda., atravs da aplice de seguro n. XXX (vide fls. 140 dos autos). (Cfr. Acrdo do TSI n. 419/2006, de 8 de Novembro de 2007)

    1. Quem responde, por que danos e com que fundamento? 2. Caracterize a responsabilidade da Companhia de Seguros. Quem responderia se no

    houvesse seguros do veculo? 3. Quais as garantias da obrigao de indemnizao e qual a sua consistncia?

    29

  • II (Valores: 7: 5; 2)

    A - Com pertinncia, extrai-se da deciso recorrida a factualidade seguinte:

    1. A 5 de Julho de 1988, C e sua mulher B declararam constituir sua bastante procuradora a Companhia de Engenharia e de Construo XXX (Macau) Limitada, conferindo-lhe poderes para construir o imvel e vender () as fraces autnomas que vierem ali a ser plantadas e a efectuar contratos-promessa e outorgar escrituras de compra e venda, tudo nos termos constantes do doc. de fls. 58 a 60, cujo teor se d aqui por integralmente reproduzido.

    2. A 18 de Maro de 1994, C e sua mulher B declararam constituir sua bastante procuradora a Companhia de Engenharia e de Construo XXX (Macau) Limitada, conferindo-lhe poderes para efectuar quaisquer contratos-promessa e ainda hipotecar, contrair emprstimos, vender, onerar ou alienar por qualquer forma, no todo ou em parte do referido terreno ou das suas futuras fraces autnomas, tudo nos termos constantes do doc. de fls. 61 a 64, cujo teor se d aqui por integralmente reproduzido.

    3. A 5 de Maio de 1997, C e B, representados pela Companhia de Engenharia e de Construo XXX (Macau), Limitada declararam prometer vender a A que declarou prometer comprar quatro fraces, designadas por "H" e "I", sitas no 3 andar e "E" e "F", sitas no 5 andar, do Edifcio Industrial XXX, sito na XXX, pelo preo de HK$ 3.641.520$00, tudo nos termos constantes do documento junto aos autos ().a fls. 35 e 36 dos autos, cujo teor se d aqui por integralmente reproduzido, encontrando-se as tradues a fls. 37 e 83-85.

    4. Acordado ficou que as formalidades das escrituras de compra e venda e de hipoteca tero de ser cumpridas no prazo de 18 meses, contados a partir da data de emisso da licena de ocupao (utilizao) pelo Departamento competente de Macau, ou, dentro do prazo de meses contados a partir da data de assinatura deste contrato.

    5. A 23 de Agosto de 1990 foi emitida a licena de utilizao com o n XXX, em nome de C. 6. A escritura pblica ainda no foi celebrada. .

    (Cfr. Acrdo do TSI n. 344/2007, de 8 de Novembro de 2007).

    1. Supondo que A pede o cumprimento do contrato, e B e C contrapem que necessrio fixar o prazo de cumprimento, como se fixaria o prazo? E quais os direitos do promitente comprador em caso de recusa da venda pelo promitente vendedor?

    2. Qualifique os contratos referidos no caso, tambm em funo da sua previso ou no na lei e caracterize as obrigaes das partes quanto ao objecto.

    I

    (Valores: 3)

    Desenvolva apenas um dos seguintes temas: 1. Enriquecimento sem causa; 2. Gesto de negcios; 3. Contratos de jogo e aposta.

    Boa sorte!

    30

  • Faculdade de Direito da Universidade de Macau Segunda Frequncia de Direito das Obrigaes

    Data: 5 de Junho de 2009 - Durao da prova: 3 horas

    I (Valores: 11: 5; 3; 3)

    - Em 14 de Agosto de 1992, o 1 Autor A, como promitente-comprador, e a 1 R, B Lda, como promitente-vendedora, celebraram um contrato-promessa de compra e venda sobre a fraco A17 e o parque de estacionamento C38 (correspondente a 1/82 da fraco AR/C) do prdio - O preo acordado foi de HKD$5,837,060.00, ou seja, MOP$6,023,840.00... - O A pagou a totalidade do preo acordado. - Tendo entregue C, Lda (apenas intermediria), que deu quitao, e B, Lda, que recebeu o pagamento, a quantia acordada por meio de seis cheques - No foi realizada a escritura da compra e venda das referidas fraces - O Autor A foi deixando protelar o assunto convencido que cedo ou tarde, consumariam a transferncia da propriedade a seu favor - A B Lda havia j transmitido a posse da fraco autnoma e do lugar de estacionamento em causa ao Autor A, entregando-lhe as chaves da fraco autnoma e indicando o lugar de estacionamento que este passou logo a utilizar.... - Logo aps a celebrao do contrato-promessa, procedeu substituio da fechadura da porta da fraco e mandou instalar uma porta de ferro para garantir a sua segurana (Cfr. Acrdo do TSI n 729/2007) 1. Ocorrendo os factos sete anos e meio depois, sabendo que B diz no haver prazo, como poder A obter o cumprimento? Quais os direitos de A em caso de mora de B? 2. E se tivesse sido fixada uma clusula em que, aps notificao para cumprimento fosse devido, perante o atraso de uma das parte, 2% do valor total por cada semestre de atraso no cumprimento? E o dobro deste valor no caso de no cumprimento? 3. Considerando que simultnea e unitariamente foi acordado que: - O promitente-comprador A para suportar o pagamento do preo dos imveis pediu um emprstimo ao Banco Luso, S.A. prometendo hipotecar a favor do mesmo Banco as fraces referidas - Nos termos desse contrato o promitente-comprador das fraces em causa, A, prometeu hipotecar, em simultneo com a outorga da escritura pblica de compra e venda, as fraces autnomas objecto dos respectivos contratos, A17 e C38 a favor do Banco Luso, S.A. para garantia a este do reembolso da quantia mutuada de HKD$3,800,000.00 - No mbito desse acordo a B, Lda. obrigou-se expressamente perante o Autor a s celebrar a escritura pblica de venda em simultneo com aquela hipoteca. Como qualifica este contrato? Qual a sua relevncia na teoria dos contratos em especial?

    II

    (Valores: 6)

    Perante uma dvida contratual do Primeiro Ru11 Assim, a Autora intentou no dia 21 de Julho de 2000 uma Aco Declarativa com Processo Ordinrio que com o n CAO-014-006 correm seus termos no 6 Juzo do Tribunal Judicial de Base da RAEM.

    12 Nos quais foi proferido despacho de citao no dia 18 de Setembro do corrente ano. 13 Assim, a Autora mandou publicar um anncio no jornal de "Macao Daily News" em

    27/3/1998, a fim de exigir ao Primeiro Ru o pagamento (cfr. Doc. 2 ).

    31

  • 12 Acontece que no dia 05/07/1999, no Segundo Cartrio Notarial, compareceram o Primeiro R e a sua mulher e outorgaram a fls. 96 a 97v do livro de notas para escritura diversas nmero 701A, a escritura de doao precisamente daquela fraco acima identificada (Doc. 3 que se junta e d por inteiramente reproduzido).

    13 Na referida escritura, o Primeiro R doou aos Segundo, Terceira e Quatro Rus a referida fraco autnoma em questo (Cfr. o (...) Doc. 3), que era nico bem do Primeiro Ru.

    14 O registo da doao da referida fraco autnoma foi efectuado a 05/07/1999, junto da Conservatria do Registo Predial a favor dos Segundo, Terceira e Quatro Rus (cfr. o referido Doc. 4).

    15 O Primeiro Ru pai dos Segundo, Terceira e Quatro Rus (cfr. Docs. 5 a 7). 16 Bem sabiam que desde 27/03/98, data da publicao do anncio, o Primeiro Ru tem

    uma dvida com a Autora (cfr. Doc. 2). 17 O Primeiro Ru, ao doar a fraco autnoma acima referida, sabia, conscientemente,

    que estava a afastar da sua esfera patrimonial patrimnio que permitia a Autora satisfazer o seu crdito.

    18 Os Segundo, Terceiro e Quatro Rus, ao aceitar a doao do pai a fraco autnoma acima referida, sabia, conscientemente, que estava a afastar da esfera patrimonial do Primeiro Ru, patrimnio que permitia a Autora satisfazer o seu crdito.

    19 Fazendo-o dolosamente, pois bem sabiam que era o nico meio da Autora obter o pagamento do seu crdito.

    20 Em conluio e, com manifesta m f, pois o Primeiro Ru doou a fraco em questo a favor dos filhos, que por coincidncia foi depois da data publicao de anncio!!!

    21 Alis, aps a doao extinguiram-se todas as possibilidades de ressarcimento da Autora, uma vez que desapareceram o nico bem que constituiu a garantia patrimonial do seu crdito; ().

    (Cfr. Ac TSI n 131/2005, de 23 de Junho de 2005, com adaptaes) Considerando tratar-se de factos provados, entende reunidos todos os requisitos (...) para

    que seja deferida a presente impugnao pauliana pedida pela Autora? E se se tratasse de uma venda?

    III (Valores: 3)

    Desenvolva apenas um dos seguintes temas: 1. Obrigaes pecunirias e obrigaes de juros; 2. Contratos de jogo e aposta.

    Boa sorte!

    32

  • Faculdade de Direito da Universidade de Macau Exame Final de Direito das Obrigaes

    Data: 5 de Junho de 2009 - Durao da prova: 3 horas

    I (Valores: 3)

    Desenvolva apenas um dos seguintes temas:

    10. Limites e seguros de responsabilidade por acidentes causados por veculos; 11.Obrigaes pecunirias e obrigaes de juros; 12.Obrigaes civis e obrigaes naturais e os contratos de jogo e aposta.

    II

    (Valores: 8: 7; 1)

    4.1. O caso: Numa escola ..., um aluno, rapaz de 15 anos, num intervalo entre duas aulas, quando uma aula de Desenho terminou, em plena sala onde se iniciaria a aula seguinte, violenta e barbaramente espancado por dois colegas, vista de outros, agredido com socos em vrias partes do corpo e pontapeado no estmago, quando j sem reaco, durante um perodo de tempo que se estendeu por mais de quatro ou cinco minutos, donde resultou um estado de coma profundo irreversvel, s sendo chamada a ambulncia depois de o professor que ia dar a aula seguinte ver o rapaz inanimado no cho da sala de aula.

    Os pais, de idade avanada e modestssima condio social e econmica, vem-se a braos com a dor em ver seu filho vegetar para sempre numa cama de hospital e confrontam-se com os custos da decorrentes.

    4.2. Na douta sentena recorrida, numa perspectiva porventura algo mais positivista rgida e estrita - enquanto se entendeu no se descortinar um dever de vigilncia por parte das Escolas - foi denegado o pedido de indemnizao formulado ..., basicamente, com o fundamento de que inexistiu ilicitude do acto, ou seja, da omisso e, sempre, inexistiria nexo causal entre os danos e o acto omissivo, j que a ferida grave sobreveio pela agresso, no havendo nenhuma prova de que essa agresso ocorreu pela falta do regime de inspeco.

    Mas ser assim? (Cfr. Acrdo do TSI n 164/2007)

    3. Se os factos ocorressem numa escola privada, quem responde e em que termos, e com que fundamentos?

    4. E se ocorressem na Escola Anexa Universidade de Macau? E numa escola pblica da RAEM?

    III

    (Valores: 9: 7; 2)

    - Em 14 de Agosto de 1992, o 1 Autor A, como promitente-comprador, e a 1 R, B Lda, como promitente-vendedora, celebraram um contrato-promessa de compra e venda sobre a fraco A17 e o parque de estacionamento C38 (correspondente a 1/82 da fraco AR/C) do prdio - O preo acordado foi de HKD$5,837,060.00, ou seja, MOP$6,023,840.00. - O A pagou a totalidade do preo acordado. - Tendo entregue C, Lda (apenas intermediria), que deu quitao, e B, Lda, que recebeu o pagamento, a quantia acordada por meio de seis cheques - No foi realizada a escritura da compra e venda das referidas fraces - O Autor A foi deixando protelar o assunto convencido que, cedo ou tarde, consumariam a transferncia da propriedade a seu favor

    33

  • - A B Lda havia j transmitido a posse da fraco autnoma e do lugar de estacionamento em causa ao Autor A, entregando-lhe as chaves da fraco autnoma e indicando o lugar de estacionamento que este passou logo a utilizar.... - Logo aps a celebrao do contrato-promessa, procedeu substituio da fechadura da porta da fraco e mandou instalar uma porta de ferro para garantir a sua segurana - Procedeu depois limpeza e ocupao das mesmas, fazendo os necessrios contratos com a SAAM e a CEM, e passando tambm desde esse momento a assumir o pagamento das despesas de condomnio... - Em finais de 2001, o Autor A efectuou diligncias e soube que a fraco A-17 j havia sido vendida pela 1 R 3 R (D, Lda), e por esta ao 4 Ru (E) - A D, Lda. e o E nunca se deslocaram ao imvel antes da compra - O valor real das onze fraces autnomas desse edifcio, aquando da celebrao do contrato a que se alude, seria de, pelo menos, o triplo do valor declarado na escritura pblica.... (Cfr. Acrdo do TSI n 729/2007) 1. Ocorrendo os factos sete anos e meio depois, quais os direitos de A? 2. Se ainda no tivesse havido venda a terceiros como se fixaria o prazo para o cumprimento?

    Boa sorte!

    34

  • Faculdade de Direito da Universidade de Macau Primeira Frequncia de Direito das Obrigaes

    Data: 19 de Janeiro de 2009 Durao da prova: 3 horas

    I

    (Valores: 3)

    Desenvolva apenas um dos seguintes temas: A) Clusulas contratuais gerais e a boa f; B) A subsidiariedade da restituio por enriquecimento sem causa.

    I (Valores: 8: 6;2)

    2. Eis os factos pelo Mm Juiz a quo dados como provados: - Em 27 de Maro de 1997, a Autora (A) celebrou com o Ru (B) um contrato-promessa de compra e venda; - Nos termos do qual aquela prometeu comprar, e este prometeu vender, livre de quaisquer nus ou encargos e devoluta, metade indivisa da fraco autnoma designada por "Ar/c" do rs-do-cho, com C, para comrcio, do prdio com os nos XXX a XXX da Rua XXX, descrito na Conservatria do Registo Predial sob o n XXX a fls. XXX do livro XXX, inscrita a metade da fraco na mencionada Conservatria a favor do promitente vendedor pelo n XXX do livro XXX; - Contrato-promessa de compra e venda no qual constam dois vendedores, sendo um deles o Ru e o outro D, comproprietrio daquele; - Tendo a Autora, por escritura pblica, datada de 10 de Setembro de 2001, adquirido a metade indivisa de D; - Conforme resulta do contrato celebrado entre a Autora e o Ru, as partes acordaram expressamente que o preo da metade indivisa do imvel, propriedade daquele, seria de HKD$844,800.00; - Tendo a Autora, naquela mesma data (27 de Maro de 1997), pago ao Ru, a totalidade do preo acordado, ou seja, a quantia de HKD$844,800.00; - A Autora publicou num jornal, em lngua chinesa, por dois dias consecutivos, um anncio dando conhecimento ao Ru que pretendia celebrar escritura pblica - cfr. doc. n 3 que se junta e para todos os efeitos aqui se d por integralmente reproduzido; (cfr., fls. 74 a 74-v). (Cfr. AcSTI n 46/2007) 1. Considerando o contrato-promessa celebrado e o pagamento feito em 11 de Janeiro de 2001 e que, diz a Autora (A), 8 , assim, evidente que houve tradio da coisa, pois trata-se de uma nica fraco autnoma, tendo as chaves da mesma sido entregues aquando da celebrao da escritura pblica, em 10 de Setembro de 2001; : analise o contedo do contrato e decida, fundamentando, o pedido de execuo especfica da Autora (A). E, em alternativa, quais os direitos da Autora (A) se pedisse indemnizao? 2. Sendo o contrato celebrado e o pagamento feito a 27 de Maro de 1997, como consta do enunciado, qual o regime e a deciso que tomava ainda agora sobre o pedido?

    35

  • II (Valores: 9: 6; 1,5; 1,5)

    A Companhia de Seguros da China, S.A.R.L., demandada civil j melhor identificada no enxerto cvel instaurado no mbito do processo penal comum colectivo n. PCC-111-03-6 do 6. Juzo do Tribunal Judicial de Base (TJB), veio recorrer para este Tribunal de Segunda Instncia (TSI), do acrdo final a proferido em 18 de Junho de 2004 que a condenou nomeadamente a pagar respectiva parte civil demandante (j melhor identificada no texto do mesmo acrdo) uma indemnizao por danos morais e patrimoniais no valor de MOP$354.180,00 (...), com base na seguinte matria de facto a judicialmente dada por fixada (cfr. o teor do acrdo recorrido ... ): Como factos provados: em 6 de Janeiro de 2001, tarde, cerca das 18 horas e 40 minutos, a arguida (A) conduziu um veculo automvel ligeiro com chapa de matrcula n. MF-5x-xx, circulando na Avenida dos Jardins do Oceano da Taipa, no sentido da Rua do Jardim para a Ponte Governador Nobre de Carvalho; ao passar pela poste de iluminao n. 708A03 (cfr. o desenho descritivo de fls. 12 dos autos), o espelho retrovisor da porta lateral direita (cfr. fls. 25 dos autos) e o canto direito do pra-brisas do seu automvel ligeiro tiveram coliso com a pe (B) (a ofendida, cuja identificao consta de fls. 16 dos autos), tendo partido parte do vidro do pra-brisas; aps acontecido o supra descrito, a ofendida ficou queda no cho com ferimentos, e foi subsequentemente levada pela ambulncia ao Complexo Hospitalar do Conde S. Janurio para tratamento; em 9 de Janeiro de 2001, s 10 horas e 50 minutos da manh, morreu a ofendida por resultarem infrutferas as diligncias de salvao devido gravidade das leses; o relatrio de exame directo mdico, o certificado de bito e o relatrio de autpsia da ofendida (B) constam (...) dos autos, e do-se por aqui integralmente reproduzidos para todos os efeitos legais e so parte integrante do libelo acusatrio; segundo o concludo parecer mdico-legal, a falecida (B) morreu por causa da leso grave no crebro, leso essa que foi provocada por objecto contuso ou semelhante e condiz com as caractersticas de ferimentos causados por acidente de viao, o que, conjugado com os elementos fornecidos pela polcia e o visto atravs da autpsia, permite afirmar que a morte da mesma foi provocada por acidente de viao (...); ao tempo do acidente, o tempo era bom, a iluminao era opaca, o pavimento no estava molhado nem escorregadio, e a densidade do trnsito era fraca; a arguida (A) primria; confessou parcialmente os factos; tem a seu cargo familiar uma filha; e frequentou o 4. ano do curso de ensino primrio; E como factos no provados: (...). (Cfr. AcTSI, n 247/2004) 1. Suponha que a Companhia de Seguros vem invocar, o que de facto sucedeu, que no foi provada a culpa da arguida (A): demonstre se esto preenchidos os pressupostos da obrigao de indemnizar (incluindo que danos tero sido sofridos). 2. Porque responderia a Companhia de Seguros e em que termos e com que fundamentos? 3. Se tivesse sido provada a culpa de A quais poderiam ser as consequncias no mbito da responsabilidade civil?

    Boa sorte!

    36

  • Faculdade de Direito da Universidade de Macau Segunda poca: Exame de Direito das Obrigaes

    Data: 2 de Julho de 2008 Durao da prova: 3 horas

    I (Valores: 12: 8; 4)

    "No dia 13/06/1995, pelas 14H35m, o ru circulava na Av. Almirante Lacerda, em direco Ribeira do Patane, conduzindo o motociclo de matrcula MB-25-29.

    O ru no conseguiu abrandar a marcha ou imobilizar o veculo, indo colher o peo Wong Sio Man que se encontrava a atravessar a faixa de rodagem numa passadeira, do lado direito para o lado esquerdo, atento o sentido de marcha do motociclo.

    O local do embate deu-se numa passadeira para pees devidamente assinalada.

    O acidente deveu-se inconsiderao do ru que no abrandou a marcha nem imobilizou o veculo e indo colher um peo numa passadeira devidamente assinalada.

    Do acidente resultaram Wong Sio Man as leses descritas a fls. 9, 17, 20 e 22 dos autos, que foram causa directa e necessria de 95 dias de doena, todos com impossibilidade para o trabalho, de que resultou limitao durante a marcha, outros movimentos do membro inferior, para alm de uma cicatriz operatria de 12,5 cm. na coxa esquerda.

    Estas sequelas constituem inabilitao do membro inferior esquerdo, deformidade muito notada com uma incapacidade funcional permanente de 60%, e obrigam a ofendida a utilizar permanentemente uma bengala para se deslocar, o que faz com muitas dificuldades.

    Em resultado das leses, a ofendida sofreu e continua a sofrer fortes dores, sobretudo quando anda, tendo dificuldade em conseguir uma posio confortvel para dormir.

    A ofendida tem 58 anos de idade e mestre de medicina tradicional chinesa.

    Por no poder transportar os seus instrumentos de acupunctura, a ofendida deixou de trabalhar num asilo para idosos, onde auferia mensalmente oito mil patacas.

    Continua a trabalhar na Associao de Beneficincia Tong Sio Tong, onde aufere, presentemente, quatro mil e duzentas patacas por ms.

    A ofendida teve despesas de hospitalizao de cinco mil patacas e de dez mil patacas de cuidados mdicos e medicamentos.

    Deixou de poder exercer a sua profisso mdica, no domiclio dos doentes, no se tendo apurado concretamente, quais os rendimentos que deixou de auferir.

    O ru operrio, auferindo mensalmente quatro mil patacas e tendo a seu cargo os pais.

    Confessou espontnea e relevantemente os factos, assumindo totalmente as culpas pelo acidente e est muito pesaroso por ter causado as profundas leses ofendida.

    A responsabilidade civil por danos causados a terceiros pelo motociclo de matrcula MB-25-29, em acidentes de viao, estava transferida para a Companhia de Seguros de Macau, SARL, at ao limite de setecentas e cinquenta mil patacas, pela aplice 41-050718-003".

    37

  • (Cfr. o Ac TSJ, n 610, de 3/2/97) 1. Considerando-se provados estes factos, mas supondo acontecido o acidente em

    13/6/2005, em que termos e com que fundamentos ser o lesante responsvel pelos danos sofridos pelo lesado?

    2. Considere que o lesado foi condenado a pagar uma indemnizao de 225 000 patacas, por sentena transitada em julgado, em 1 de Julho de 2007, mas que no pagou ainda a esta data, 2 de Julho de 2008. Quais as consequncias desse facto e que direitos tem o credor ao seu dispor para obter o pagamento?

    II

    (Valores: 8: 4; 4)

    1. Consideremos ainda que o lesante, devedor em mora, prope ao lesado, credor, pagar daqui a um ano, 2 de Julho de 2009, mediante a entrega de um automvel que ir receber como prmio, num concurso organizado pelo Instituto dos Assuntos Cvicos e Municipais, como melhor condutor do ano de 2007.

    O automvel foi oferecido ao IACM pela Toyota Macau e tem o valor de 300 000 patacas. Mais prope constituir fiador o seu irmo, como principal pagador, para o caso de ele no

    cumprir para a data e pelo valor da prestao devida, o que foi acordado por todos. Quem responde e em que termos a essa data, 2 de Julho de 2009? Quais as fontes de todas

    as obrigaes mencionadas e as causas da sua extino j havidas ou em perspectiva? 2. Desenvolva o tema da liberdade contratual e comente as seguintes frases: A) A responsabilidade civil por danos causados a terceiros pelo motociclo de matrcula

    MB-25-29, em acidentes de viao, estava transferida para a Companhia de Seguros de Macau, SARL, at ao limite de setecentas e cinquenta mil patacas, pela aplice 41-050718-003", j citada; e

    B) O contrato-promessa assume-se cada vez mais como ... uma verdadeira antecmara

    para a propriedade que, por motivos normalmente de cariz administrativo ou legal, ainda no pode ser definitivamente transacionada (Miguel Urbano, Nota de Abertura, Cdigo Civil, Verso Portuguesa, IOM, 1999).

    Boa Sorte!

    38

  • Faculdade de Direito da Universidade de Macau Exame Final de Direito das Obrigaes

    Data: 28 de Maio de 2008 Durao da prova: 3 horas

    I

    (Valores: 3)

    Desenvolva apenas um dos seguintes temas: 1. Obrigaes civis e obrigaes naturais e os contratos de jogo e aposta; 2. Obrigaes pecunirias e obrigaes de juros.

    II (Valores: 8: 4; 4)

    matria de facto foi dada por assente a seguinte factualidade:

    - Em 23 de Maio de 2000, os AA. e a R. celebraram um contrato-promessa de compra e venda pelo qual, os AA. comprometeram vender a R. a referida fraco pelo preo de HKD$650.000,00. - Foi essa a quantia de MOP$399.000,00 que mencionaram na escritura pblica de compra e venda celebrada em 26 de Julho de 2000 como correspondendo ao preo da venda do imvel. - No momento de celebrao deste contrato-promessa, a R. pagou HK$500.000,00 (quinhentos mil dlares de Hong Kong) a ttulo de sinal da compra do imvel e prometeu a pagar aos AA. o remanescente HKD$150.000,00 (cento e cinquenta mil dlares de Hong Kong) na altura de outorga da escritura de compra e venda do mesmo imvel. - Sucede que, em 26 de Julho de 2000, os AA. e a R. outorgaram a escritura de compra e venda da referida fraco, mas a R. no pagou o remanescente em dvida. - O tempo decorreu e no obstante insistncias dos AA. para que cumprissem o prometido, exigindo o pagamento do dinheiro devido por parte da R., esta no cumpriu a obrigao assumida. - At data de entregar a presente petio, a R. ainda no pagou nada aos AA., excepto uma quantia de HKD$500,000.00 que a R. tinha pago a ttulo de sinal, no momento de celebrao do respectivo contrato-promessa. - O pagamento da quantia referida foi efectuado por meio da compensao com uma dvida dos autores para com a r no montante de HKD$500.000,00. .

    (Do Ac TSI n 128, de 22 de Julho de 2004, com ligeiras alteraes) 5. Celebrado o contrato definitivo e perante os factos referidos, quais os direitos dos

    Autores?

    6. Em relao ao contrato-promessa, considerando a hiptese de no ter sido fixado prazo para celebrao do contrato definitivo nem ter sido celebrada a escritura pblica por recusa do promitente-vendedor, quais os direitos do promitente-comprador interessado no cumprimento do contrato?

    39

  • III (Valores: 9)

    Vm provados os seguintes factos:

    Em 25 de Julho de 1999, por voltas das 02H05, o arguido A conduzia um ciclomotor de matrcula XXX, que tinha sido pedido emprestado, circulando na Estrada do Visconde de S. Janurio. O arguido A no tinha carta de conduo para ciclomotor nem tinha experincia suficiente para conduzir ciclomotor. Alm disso, antes de conduzir, ele tinha ingerido bebidas alcolicas, apresentando uma taxa de lcool no sangue de 0,828 g/l (vide o relatrio de teste de acoolemia da Polcia a fls. 13). No momento em que o arguido virou da Estrada do Visconde de S. Janurio para a Rua Nova Guia, o peo B estava a caminhar pela sua frente. Foi por necessitar de contornar os gradeamentos colocados nas obras da Sociedade de Abastecimento de guas de Macau, SARL que o referido peo entrou na Rua Nova Guia. () Este embate causou directamente fracturas na tbia e no pernio do lado lateral direito e no osso ilaco do lado lateral esquerdo de B, e ele foi submetido interveno cirrgica no Centro Hospitalar Conde S. Janurio e ficou hospitalizado para tratamentos mdicos. De acordo com a peritagem de medicina legal, B necessitou de 178 dias para se recuperar, e mais 8 a 10 dias para uma interveno cirrgica para retirar a agulha de fixao (vide a percia de medicina-legal clnica a fls. 61, cujo teor se d aqui por integralmente reproduzido). Aquando da ocorrncia do acidente de viao, o estado do tempo estava normal, a densidade do trnsito era fraca e a iluminao do pavimento era relativamente fraca. () Aps a ocorrncia do acidente de viao, o ofendido no perdeu os seus sentidos, sentindo-se dores no todo o corpo, especialmente no membro inferior. (...) Como teve de ser submetido a intervenes cirrgicas aps a acidente de viao e receber tratamentos mdicos, o ofendido esteve hospitalizado por um perodo de 41 dias (de 25/07/1999 a 16/08/1999 e de 18/10/1999 a 5/11/1999) e aps a hospitalizao, ainda teve de continuar a receber tratamentos mdicos. () Devido s leses resultantes do acidente de viao, o ofendido sentiu-se dores no seu membro inferior e (...), que lhe provocaram dificuldade para se movimentar, e a mulher do ofendido teve de tomar conta da vida quotidiana do ofendido. Aquando da ocorrncia do acidente de viao, ou seja, em 25/07/1999, o ofendido trabalhava na STDM como inspector, auferindo um salrio mensal de cerca de MOP$6.135,00. O ofendido esteve incapacitado para trabalhar por um perodo de 178 dias devido s leses sofridas, o que lhe causou a perda de salrio de MOP$36.813,40. As despesas mdicas globais do ofendido foram no montante de MOP$14.611,00, entre as quais, o arguido pagou MOP$9.758,00, por isso, o ofendido despendeu MOP$4.853,00 em despesas mdicas. Alis, como teve de tomar conta do ofendido durante o tempo inteiro em que o ofendido esteve ferido, a mulher do ofendido suspendeu o trabalho por um perodo de 3 meses e assim perdeu rendimento no montante de MOP$15.000,00. () Foram ainda provados os factos seguintes: O arguido agente de vendas dos produtos informticos, auferindo um salrio mensal de MOP$4.500,00. Possui como habilitaes o ensino secundrio complementar. . (Do Ac TSI n 14/2006, de 22 de Junho de 2006, com adaptaes)

    Quem responde e em que termos por todos os danos sofridos?

    Boa sorte!

    40

  • Faculdade de Direito da Universidade de Macau Segunda Frequncia de Direito das Obrigaes

    Data: 28 de Maio de 2008 Durao da prova: 3 horas

    I

    (Valores: 3)

    Desenvolva apenas um dos seguintes temas: 3. Obrigaes civis e obrigaes naturais e os contratos de jogo e aposta;

    4. Obrigaes pecunirias e obrigaes de juros

    II

    (Valores: 11: 4; 4; 3)

    matria de facto foi dada por assente a seguinte factualidade: - Em 23 de Maio de 2000, os AA. e a R. celebraram um contrato-promessa de compra e venda pelo qual, os AA. comprometeram vender a R. a referida fraco pelo preo de HKD$650.000,00. - Foi essa a quantia de MOP$399.000,00 que mencionaram na escritura pblica de compra e venda celebrada em 26 de Julho de 2000 como correspondendo ao preo da venda do imvel. - No momento de celebrao deste contrato-promessa, a R. pagou HK$500.000,00 (quinhentos mil dlares de Hong Kong) a ttulo de sinal da compra do imvel e prometeu a pagar aos AA. o remanescente HKD$150.000,00 (cento e cinquenta mil dlares de Hong Kong) na altura de outorga da escritura de compra e venda do mesmo imvel. - Sucede que, em 26 de Julho de 2000, os AA. e a R. outorgaram a escritura de compra e venda da referida fraco, mas a R. no pagou o remanescente em dvida. - O tempo decorreu e no obstante insistncias dos AA. para que cumprissem o prometido, exigindo o pagamento do dinheiro devido por parte da R., esta no cumpriu a obrigao assumida. - At data de entregar a presente petio, a R. ainda no pagou nada aos AA., excepto uma quantia de HKD$500,000.00 que a R. tinha pago a ttulo de sinal, no momento de celebrao do respectivo contrato-promessa. - O pagamento da quantia referida foi efectuado por meio da compensao com uma dvida dos autores para com a r no montante de HKD$500.000,00. .

    (Do Ac TSI n 128, de 22 de Julho de 2004, com ligeiras alteraes) 9. Celebrado o contrato definitivo e perante os factos referidos, quais os direitos dos

    Autores? 10. Em relao ao contrato-promessa, considerando a hiptese de no ter sido fixado

    prazo para celebrao do contrato definitivo nem ter sido celebrada a escritura pblica por recusa do promitente-vendedor, quais os direitos do promitente-comprador interessado no cumprimento do contrato?

    11. Qualifique e caracterize as obrigaes estabelecidas no contrato definitivo e no

    contrato-promessa, quanto ao vnculo, aos sujeitos e ao objecto.

    41

  • III (Valores: 6)

    () 2 No exerccio do seu comrcio, a Autora constituiu a favor do 1 Ru um

    direito de uso, por contrato de locao-venda celebrado em 2 de Abril de 1996, sobre o veculo automvel da marca SUBARU, modelo VIVIO 5D 2WD GLi 5F, com a matrcula MF-... ()

    4 O contrato foi celebrado entre trs partes, a Autora, o Ru, e o Hong Kong and Shanghai Banking Corporation, Limited (doravante designado por Banco).

    5 Nos termos desse contrato o Ru ficou obrigado a liquidar a dvida ao Banco, em 48 prestaes mensais no valor de HK$2.262,00 cada uma.

    6 Porm, o Ru s chegou a efectuar o pagamento das 17 prestaes mensais ao dito Banco, pelo que este passou a debitar o resto das prestaes, sendo o seu valor total de HK$69,667.50 (sessenta e nove mil seiscentos e sessenta e sete dlares de Hong Kong e cinquenta cntimos), Autora (cfr. docs 3 a 13 constante da referida certido).

    7 Apesar de, por diversas vezes, interpelado para cumprir, 8 o Ru nunca pagou as restantes prestaes, sendo que j se encontram vencidas todas as

    prestaes previstas no contrato (cfr. doc. 2 constante da referida certido). () 10 Sucede que o Primeiro R no obstante diversos avisos e solicitaes feitos pela ora

    Autora, nunca devolveu ou pagou aquele montante. 11 Assim, a Autora intentou no dia 21 de Julho de 2000 uma Aco Declarativa com

    Processo Ordinrio que com o n CAO-014-006 correm seus termos no 6 Juzo do Tribunal Judicial de Base da RAEM.

    12 Nos quais foi proferido despacho de citao no dia 18 de Setembro do corrente ano. 13 Assim, a Autora mandou publicar um anncio no jornal de "Macao Daily News" em

    27/3/1998, a fim de exigir ao Primeiro R o pagamento (cfr. Doc. 2 ). 12 Acontece que no dia 05/07/1999, no Segundo Cartrio Notarial, compareceram o

    Primeiro R e a sua mulher e outorgaram a fls. 96 a 97v do livro de notas para escritura diversas nmero 701A, a escritura de doao precisamente daquela fraco acima identificada (Doc. 3 que se junta e d por inteiramente reproduzido).

    13 Na referida escritura, o Primeiro R doou aos Segundo, Terceira e Quatro Rus a referida fraco autnoma em questo (Cfr. o (...) Doc. 3), que era nico bem do Primeiro Ru.

    14 O registo da doao da referida fraco autnoma foi efectuado a 05/07/1999, junto da Conservatria do Registo Predial a favor dos Segundo, Terceira e Quatro Rus (cfr. o referido Doc. 4).

    15 O Primeiro Ru pai dos Segundo, Terceira e Quatro Rus (cfr. Docs. 5 a 7). 16 Bem sabiam que desde 27/03/98, data da publicao do anncio, o Primeiro Ru tem

    uma dvida com a Autora (cfr. Doc. 2). 17 O Primeiro Ru, ao doar a fraco autnoma acima referida, sabia, conscientemente,

    que estava a afastar da sua esfera patrimonial patrimnio que permitia a Autora satisfazer o seu crdito.

    18 Os Segundo, Terceiro e Quatro Rus, ao aceitar a doao do pai a fraco autnoma acima referida, sabia, conscientemente, que estava a afastar da esfera patrimonial do Primeiro Ru, patrimnio que permitia a Autora satisfazer o seu crdito.

    19 Fazendo-o dolosamente, pois bem sabiam que era o nico meio da Autora obter o pagamento do seu crdito.

    20 Em conluio e, com manifesta m f, pois o Primeiro Ru doou a fraco em questo a favor dos filhos, que por coincidncia foi depois da data publicao de anncio!!!

    21 Alis, aps a doao extinguiram-se todas as possibilidades de ressarcimento da Autora, uma vez que desapareceram o nico bem que constituiu a garantia patrimonial do seu crdito; ().

    (Do Ac TSI n 131/2005, de 23 de Junho de 2005, com adaptaes) Considerando tratar-se de factos provados, entende reunidos todos os requisitos (...) para

    que seja deferida a presente impugnao pauliana pedida pela Autora?

    Boa sorte!

    42

  • Faculdade de Direito da Universidade de Macau Direito das Obrigaes

    1 Frequncia: 14 de Janeiro de 2008 (durao da prova: 3 horas)

    I Valores: 8

    Antnio, em Dezembro de 2004, adquiriu por sucesso testamentria de Bernardo, seu amigo,

    uma casa em Coloane e um pequeno barco. Sabendo do interesse de Custdio em adquirir a referida casa, de imediato lhe dirigiu uma carta nos seguintes termos: Sei que tem interesse em comprar a casa que possuo em Coloane, por isso, comprometo-me a dar-lhe primazia na venda ou no arrendamento da mencionada casa.. Custdio respondeu de imediato, tambm por escrito, agradecendo e aceitando.

    Em Julho de 2005, Antnio escreveu a Custdio perguntando-lhe se queria comprar a casa por 2.000.000,00 de patacas, nada tendo este respondido.

    Em Junho de 2006, Custdio soube que Antnio vendera a casa, dois meses antes, a Daniel, por 2.200,000,00 patacas, e, uma vez que est interessado na casa, quer saber quais os seus direitos.

    Custdio pretende tambm agir contra Antnio porque este no cumpriu o contrato com ele celebrado: o contrato-promessa de compra e venda do barco, em Janeiro de 2006, por 200.000,00 patacas, tendo sinalizado o referido contrato com a quantia de 50.000,00, e acordado que a venda se efectuaria no dia 5 de Julho do mesmo ano. Veio a constatar que o mesmo tinha sido locado a Eduardo at fins de 2006, com promessa de venda, exigindo este ltimo a entrega do barco e propondo-se a efectuar o pagamento daquela quantia, o que de facto veio a acontecer.

    Quid juris?

    II Valores: 9

    Entre Ablio e Graciosa, residentes em Coloane e estudantes da Universidade de Macau, ficou,

    no incio do ano lectivo, acordado o seguinte: Ablio daria, todos os dias em que ambos tives