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CURSO DE LETRAS MARIA ELIZETE SALES BOHRER PRODUÇÃO TEXTUAL: A COESÃO E O NÍVEL DE CORREÇÃO LINGUÍSTICA EM REDAÇÕES DE SÉRIE FINAL DO ENSINO FUNDAMENTAL CANOAS, dezembro de 2009.

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CURSO DE LETRAS

MARIA ELIZETE SALES BOHRER

PRODUÇÃO TEXTUAL:

A COESÃO E O NÍVEL DE CORREÇÃO LINGUÍSTICA EM

REDAÇÕES DE SÉRIE FINAL DO ENSINO FUNDAMENTAL

CANOAS, dezembro de 2009.

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MARIA ELIZETE SALES BOHRER

PRODUÇÃO TEXTUAL: A COESÃO E O NÍVEL DE CORREÇÃO

LINGUÍSTICA EM REDAÇÕES DE SÉRIE FINAL DO ENSINO

FUNDAMENTAL

Trabalho de conclusão apresentado ao curso de Letras/Habilitação Espanhol e suas respectivas literaturas, do Centro Universitário La Salle – UNILASALLE −, como exigência parcial para a obtenção do grau de Licenciado em Letras.

Orientação: Prof.ª MS. Arlinda Maria Caetano Fontes

CANOAS, dezembro de 2009.

r

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MARIA ELIZETE SALES BOHRER

PRODUÇÃO TEXTUAL: A COESÃO E O NÍVEL DE CORREÇÃO

LINGUÍSTICA EM REDAÇÕES DE SÉRIE FINAL DO ENSINO

FUNDAMENTAL

Trabalho de conclusão aprovado como requisito parcial

para a obtenção do grau de Licenciada em Letras –

Habilitação em Língua Portuguesa, Espanhol e

respectivas Literaturas –, do Centro Universitário La

Salle – UNILASALLE.

Aprovado pela avaliadora em 09 de dezembro de 2009.

Prof.ª MS. Arlinda Maria Caetano Fontes Avaliadora

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Dedico este trabalho às pessoas mais importantes da

minha vida com as quais compartilho alegrias, tristezas,

sonhos:

. meu filho, David, e minha filha, Natasha, que são a

alegria e a razão do meu existir e com os quais, dia após dia,

aprendi a ser mãe e educadora;

. meu marido, Paulo, amigo, companheiro e amante, que

sabe me compreender e que, acima de tudo, sempre está a

meu lado, incentivando-me, dando-me força e acreditando no

meu potencial;

. meus pais, João Francisco e Isolete, e irmãos, que

desde cedo me fizeram acreditar no meu valor como pessoa e

que, com seu amor e segurança, ajudaram-me a concretizar

meus sonhos e ideais...

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AGRADECIMENTOS

Primeiro quero agradecer, sem dúvida, a Deus, por

estar viva e poder trabalhar, estudar e progredir dia-a-dia

como ser humano.

Agradeço, também, a todas as pessoas que, de uma

forma ou de outra, contribuíram para que eu prosseguisse na

caminhada do saber.

Agradeço aos meus amados alunos, às colegas de

estudo, pela troca de experiências e pelo companherismo, em

especial à colega e amiga Daniane, minha “irmã gêmea”, como

dizia a nossa professora Maria Luiza, claro que, por

companheirismo!!!!

Agradeço a minha orientadora, a professora Arlinda Maria

Caetano Fontes, mestra incentivadora e afetuosa, exemplo.

Suas palavras, sabedoria e seu carinho foram cruciais nessa

caminhada.

Agradeço a David e Natasha, meus presentes divinos,

como sempre os chamei desde o dia em que nasceram −

vieram para completar minha vida e dão verdadeiro sentido a

tudo, pois nosso amor é infinito.

Agradeço de modo especial a meu marido, Paulo, que

sempre me ajudou em tudo, até nos momentos em que

chegava em casa e dizia “vou desistir...acho que não vou

vencer...”; ele sempre dizia “vai em frente, tu és capaz!!!”.

Muito obrigada a todos!

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“A educação é a arma mais poderosa que você

pode usar para mudar o mundo."

(Nelson Mandela)

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RESUMO

Produção textual é o ato de escrever a partir de algum assunto conhecido, que já

tenha sido objeto de leitura e reflexão. Este trabalho tem como núcleo central esta

atividade da produção textual, em especial, tratando do que diz respeito à coesão e

ao nível de correção linguística em redações de série final do Ensino Fundamental.

Na prática, são observadas e analisadas redações de alunos de uma escola da rede

privada de município da Região Metropolitana de Porto Alegre, no Estado do Rio

Grande do Sul. Investigaram-se dez tópicos nas redações, e os resultados são

mostrados em planilhas que permitem comparações e o alcance de conclusões

rápidas. Chega-se a um diagnóstico elucidativo das principais dificuldades que os

alunos demonstram neste estudo, dentre elas, falta de leitura e desconhecimento da

modalidade padrão da Língua Portuguesa. No final, faz-se uma proposta pedagógica

para amenizar a situação, corrigindo as falhas verificadas.

Palavras-chave: Ensino Fundamental. Leitura. Produção Textual. Coesão. Correção

linguística.

RESUMEN Producción textual es el acto de la escritura de un tema conocido, que ya ha sido

objeto de la lectura y la reflexión. Este trabajo tiene como actividad principal de esta

producción textual, en particular, en lo que respecta a la cohesión y el nivel de

corrección linguística en las composiciones de la serie final de la escuela primaria.

En la práctica, se analizan y ensayos de los estudiantes de una escuela privada en

el área metropolitana de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Fueron investigados diez

temas en la sala de redacción, y los resultados se muestran en las hojas que

permiten comparaciones y llegar a conclusiones rápidamente. Es aún un diagnóstico

significativo de las principales dificultades que los estudiantes demuestran en este

estudio, entre ellos, la falta de lectura y el conocimiento del modo estándar de la

lengua portuguesa. Al final, se trata de un proyecto educativo para mejorar la

situación, la corrección de las deficiencias encontradas.

Palabras claves: Escuela Primaria. Lectura. La producción de textos. De Cohesión.

Corrección de lenguaje.

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO........................................................................................................09

2 A PRODUÇÃO TEXTUAL E A LEITURA...............................................................11

2.1 É importante redigir bem?.................................................................................11

2.2 A importância da leitura para o desenvolvimento da competência

redacional.................................................................................................................11

2.3 A produção textual de alunos de série final do Ensino Fundamental..........13

2.3.1 O Texto dissertativo..........................................................................................14

2.3.2 A argumentação................................................................................................15

3 TEXTO E TEXTUALIDADE....................................................................................16

3.1 A estrutura do texto...........................................................................................16

3.2 A coerência textual............................................................................................18

3.3 A Coesão textual................................................................................................19

3.4 A organização do parágrafo na construção do texto.....................................19

3.4.1 A estrutura do parágrafo...................................................................................20

3.4.2 As escolhas lexicais..........................................................................................21

3.4.3 A articulação entre os parágrafos.....................................................................21

3.5 A Correção linguística na busca do nível padrão da língua.........................22

3.5.1 A Ortografia.......................................................................................................23

3.5.2 A Concordância.................................................................................................24

3.5.3 A Regência........................................................................................................26

3.5.4 A Pontuação......................................................................................................29

4 REDAÇÕES DE ALUNOS DE SÉRIE FINAL DO ENSINO FUNDAMENTAL.......33

4. 1 Contextualização...............................................................................................33

4. 2 Corpus................................................................................................................33

4. 3 Definição da proposta.......................................................................................34

4. 4 Tópicos investigados........................................................................................35

4. 5 Critérios para a avaliação das redações.........................................................35

4. 6 Análise das redações .....................................................................................39

4.7 Tabulação dos resultados................................................................................ 48

4.8 Diagnóstico.........................................................................................................55

5 PROPOSTA PEDAGÓGICA...................................................................................56

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6 CONCLUSÃO.........................................................................................................58

REFERÊNCIAS..........................................................................................................60

ANEXO A – Redação 1..............................................................................................62

ANEXO B – Redação 2..............................................................................................63

ANEXO C – Redação 3..............................................................................................64

ANEXO D – Redação 4..............................................................................................65

ANEXO E – Redação 5..............................................................................................66

ANEXO F – Redação 6..............................................................................................67

ANEXO G – Redação 7..............................................................................................68

ANEXO H – Redação 8..............................................................................................69

ANEXO I – Redação 9..............................................................................................70

ANEXO J – Redação 10............................................................................................71

ANEXO K–.Texto para Leitura...................................................................................72

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1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem por objetivo apresentar algumas reflexões em

torno da leitura e da produção textual de alunos de série final do Ensino

Fundamental, que envolve a leitura e a produção de textos.

Todos os professores de Língua Portuguesa enfrentam os mesmos

problemas no final desse nível de ensino, quando o assunto é a redação ou a

produção textual, a qual é altamente significativa no correto aprendizado e na boa

formação da língua materna.

Nas escolas, algumas públicas, outras particulares, em que são realizados os

estágios do Curso de Letras, quer obrigatórios, quer voluntários, são encontradas,

exatamente, na última série do Ensino Fundamental, grandes dificuldades dos

alunos na hora da produção textual, quando a tarefa é uma redação que envolva

algum assunto de cunho relevante do cotidiano, ou, até mesmo, quando é proposto

que escrevam sobre tema de livre escolha.

A grande miscelânea de equívocos linguísticos que meus alunos das turmas

de estágio apresentavam, assim como a falta de organização verificada nas

produções textuais, acabaram me influenciando a fazer uma pesquisa nesta área,

com uma série final do Ensino Fundamental, aproveitando observar uma turma com

a qual trabalho neste ano de 2009, em uma escola particular de Canoas. Para tal

pesquisa, optei por identificar as principais dificuldades demonstradas pelos alunos e

propor estratégias para amenizar o problema.

Para o desenvolvimento dos objetivos pretendidos, o trabalho estende-se em

quatro capítulos.

O primeiro capítulo constitui-se numa pesquisa teórica pertinente e trata, de

modo especial, da importância da leitura para se redigir bem. E, dada a importância

do texto dissertativo e da argumentação, ocupa-se também disso.

O segundo capítulo é dedicado ao texto e sua estrutura: organização e

articulação do parágrafo, textos mais amplos, coesos e coerentes, relevâncias sobre

o processo de construção dos textos, servindo-se de fontes informativas de autores

como Costa Val, Villaça Koch e outros. Trata-se da correção linguística no nível

padrão da língua, abordano-se a ortografia, a concordância, a regência e a

pontuação, todos itens indispensáveis para a organização de um bom texto.

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O terceiro capítulo tem como foco apreciar redações de alunos. Os critérios

avaliativos usados para analisar as redações vão desde o titulo, letra legível,

rasuras, aspectos coesivos, etc. até ortografia, concordância, regência, pontuação. A

análise das redações lidará com a definição da proposta, os dados dos alunos −

série, sexo, idades − além dos tópicos investigados, preenchendo-se planilhas

(quadros) para esse fim organizadas. Essa visualização, certamente, facilitará o

entendimento das análises.

Finalizando, no quarto capítulo, o trabalho apresenta uma proposta

pedagógica como sugestão para melhorar o desempenho dos alunos em relação a

sua competência redacional. Os comentários finais serão relacionados na conclusão

do trabalho que fechará todos os pontos principais, apontando as dificuldades dos

alunos e sinalizando medidas de solução.

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2 A PRODUÇÃO TEXTUAL E A LEITURA

Os professores, independentemente da disciplina em que atuam, costumam

atribuir o fracasso do aluno em suas aulas ao fato de não saberem ler ou não

conseguirem interpretar o que leem. Para eles, esse é o cerne das dificuldades

encontradas no processo de aprendizagem.

2.1 É importante redigir bem?

O aluno precisa perceber que a redação, tal como ela deve ser, é

consequência de um processo contínuo de aprendizagem. Ao escrever, o aluno

combina suas impressões, pensamentos críticos e vivência pessoal. Por meio do

aprimoramento da linguagem, ser-lhe-á possível expressar, de forma plena, o seu

pensamento.

Espera-se do aluno, nesta fase, que produza texto na modalidade e nos

limites solicitados, mostrando ser capaz de inter-relacionar ideias, argumentar e

expressar-se com vocabulário apropriado, em estruturas linguísticas adequadas,

tudo muito bem articulado, realizando a coesão textual.

2.2 A importância da leitura para o desenvolvimento da competência

redacional

A leitura é a base para a boa escrita; não só se deve ler para escrever algo,

mas se deve ler para enriquecer-se culturalmente. Deve-se ler pelo prazer de

dialogar com outros que já leram, pois não há nenhum mal no plágio criativo.

O hábito de ler deve ser estimulado na infância, para que o indivíduo aprenda desde pequeno que ler é algo importante e prazeroso, assim com certeza ele será um adulto culto, dinâmico e perspicaz. Saber ler e compreender o que os outros dizem nos difere dos animais irracionais, pois comer, beber e dormir até eles sabem, é a leitura que proporciona a capacidade de interpretação. (PERCILIA)

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Muitas pessoas têm dificuldade de passar para o papel as suas ideias a

respeito de algo, porque não têm informação suficiente sobre aquele assunto

específico. Por outro lado, também é raro encontrar essas mesmas pessoas lendo

uma obra poética, de ficção, um jornal, uma revista, etc.

A leitura é importante, pois promoveria a familiarização com a estrutura dos

textos e com o estilo literário dos principais escritores, além de proporcionar preparo

para selecionar argumentos pertinentes ao seu próprio texto no momento de alguma

produção textual.

A linguagem utilizada na produção textual precisa estar de acordo com a

norma culta, ou seja, deve obedecer aos princípios estabelecidos pela gramática.

Assim, conhecer as normas que regem o uso da língua é fundamental para a

produção de um texto correto.

Conforme Landeira (2004) teve-se conhecimento de que, recentemente, foi

pedido para vestibulandos de uma determinada faculdade que dissertassem sobre

os estrangeirismos na Língua Portuguesa. O tema requeria que tivessem uma

postura sobre o assunto. Como exemplo, poder-se-ia pensar o que o português

transplantado da Europa para a América, por um lado, funcionou como uma das

bases de nossa unidade política nacional, adaptando as influências estrangeiras a

sua realidade; por outro, reproduziu as desigualdades da sociedade brasileira,

criando mais uma diferença social entre os que falam bem e os que falam mal.

Em vez da democratização do falar brasileiro da Língua Portuguesa, o aluno

poderia argumentar que há um frequente descaso com a língua na mídia, o que

empobrece a comunicação. Esse descaso reforça a postura daqueles que rotulam,

indiscriminadamente, o que vem de fora como superior, manifestando o que

aparenta ser um complexo de inferioridade.

Portanto, cabe a cada um de nós, educadores, que temos parte atuante no

processo de formação dos alunos, criarmos mecanismos que despertem a

consciência da necessidade e da importância que tem a leitura no desenvolvimento

e na formação cultural referente à Língua Portuguesa no Brasil. Os órgãos

governamentais devem canalizar recursos que possibilitem, de forma gradual, a

médio e longo prazo, em todas as Escolas, quer sejam públicas ou privadas,

principalmente no nível básico, passar a tratar a leitura como essencial ao

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aprendizado e conhecimento dos alunos, a fim de melhorar o ensino da Língua

Portuguesa no país.

2.3 A produção textual de alunos de série final do Ensino Fundamental

A aula de produção de textos tem sido sempre aquela aula em que os alunos

reclamam muito. Ao ouvirem a proposta do professor, quando esse chega dizendo

que terão que fazer uma produção textual, costumam expressar muito

descontentamento, mesmo reconhecendo a importância de aprender a produzir um

bom texto, já que, atualmente, muitas instituições de Ensino Superior utilizam

apenas a redação no exame de admissão para o ingresso em seus cursos de

graduação.

Conforme Scarpa (2003, p.30), se os professores ensinassem os alunos a

revisarem seus textos, levá-los-iam a perceberem que uma redação não nasce

pronta; assim lhes permitiria reescrever, substituir termos e reorganizar ideias até

obter um bom resultado.

Muitos alunos saem do Ensino Médio sem consciência prática de que, para

escrever e para falar, usam-se registros de linguagem diferentes. Como resultado,

eles continuam escrevendo textos em formato de oralidade, os quais, para serem

entendidos precisam ser lidos em voz alta.

De acordo com Prestes (2000, p.18), devemos refletir sobre a relação

leitor/escritor estabelecida entre aluno e professor. O professor não deve ser o único

a ler os textos dos alunos, eles devem se acostumar a escrever para diferentes

destinatários, muitas vezes, até imaginários, pois, variando o leitor, varia a situação

comunicativa e, consequentemente, o tipo de texto. Assim, o aluno será um leitor

cri,tico de seu próprio texto.

As queixas em relação à deficiência do ensino e da aprendizagem em Língua

Portuguesa, quanto à produção textual, avolumam-se, e cada grau de ensino

responsabiliza o precedente pelo fracasso dos alunos que não conseguem ordenar

nem expor claramente suas idéias. Não conseguem, em consequência, ler o mundo,

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porque não podem interpretá-lo, não se constituindo, pois, em agentes da própria

aprendizagem.

Sendo assim os professores devem levar com mais afinco as aulas de

redação, mostrando aos alunos a importância desse tópico de estudo em seu

desempenho escolar como um todo, levando-os a uma melhor aprendizagem e a um

maior desenvolvimento no preparo para o exame vestibular, num futuro próximo.

2.3.1 O Texto dissertativo

O texto dissertativo, como sabemos, é aquele que desenvolve ou explica um

assunto. Os textos dissertativos pertencem ao grupo dos textos expositivos, assim

como o texto científico, o relatório, o texto didático, o artigo enciclopédico. O texto

dissertativo não é, necessariamente, um texto persuasivo. Ele se preocupa, sim,

com a transmissão de conhecimento, situando-se no rol dos textos informativos.

Os textos argumentativos têm por finalidade principal persuadir o leitor a

respeito do assunto. O texto que, além de explicar, também tenta persuadir o

interlocutor, tentando modificar seu comportamento ou sua opinião, é o texto

dissertativo-argumentativo.

O texto dissertativo-argumentativo possui uma estrutura convencional,

distribuindo-se em três partes importantes ou essenciais: a introdução, o

desenvolvimento e a conclusão.

- Introdução é a parte que apresenta o assunto e o posicionamento do autor.

Essa parte contém a tese ou ideia principal do texto.

- Desenvolvimento é a parte formada pelos parágrafos que dão sustentação à

tese. Aí apresentam-se e desenvolvem-se os argumentos.

- Conclusão é a parte final. Ela retoma a tese e também sintetiza as ideias

apresentadas no desenvolvimento do texto e ainda propõe soluções para os

problemas que foram discutidos. A conclusão também pode ser organizada em

forma de interrogação ou possuir um elemento-surpresa. No caso da interrogação,

ela é meramente retórica e deve já ter sido respondida pelo texto. O elemento

surpresa pode ser uma citação científica.

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2.3.2 A argumentação

Chama-se argumentação qualquer tipo de procedimento usado pelo autor

para defender suas teses no texto. Chamam-se procedimentos argumentativos os

recursos que ele usa com a intenção de levar o leitor a acreditar no que o texto diz e

no que ele propõe.

Para poder persuadir o leitor, um texto deve ter unidade − que não pode ser

confundida com repetição ou redundância −, pois um texto dispersivo não é

entendido, o leitor fica sem saber qual é o seu objeto central. O texto tem que ter

variedade, mas essa variedade deve explorar uma mesma matéria, desde o inicio, e

acabar dentro do mesmo tema central.

Chamamos de argumento a parte do texto que comprova as teses defendidas

com citações de outros textos autorizados, o que lhe dá mais peso. À citação

chama-se argumento de autoridade. Os recursos de natureza lógica dão

consistência ao texto na medida em que amarram com coerência cada uma de suas

partes. Assim, uma idéia geral e abstrata ganha confiabilidade quando vem

acompanhada de exemplos concretos adequados. Os dados da realidade

observável dão peso a afirmações concretas.

A refutação dos argumentos contrários é outro recurso argumentativo.

Quando se trata de um tema polêmico, há sempre versões divergentes sobre ele.

Um texto, para ser convincente, não pode deixar de dizer ou esconder que existam

opiniões opostas àquelas que defende. Ao contrário, deve expor com clareza as

objeções conhecidas e refutá-las com argumentos sólidos.

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3 TEXTO E TEXTUALIDADE

Na Linguística, a definição de texto é ampla. O texto pode ser entendido como

manifestação linguística das ideias de um autor, que serão interpretadas pelo leitor

de acordo com seus conhecimentos linguísticos e culturais. Seu tamanho é variável.

O texto como objeto de estudo gerou vários trabalhos importantes de teóricos

da Linguística Textual que percorreram fases diversas cujas características

principais eram transpor os limites da frase descontextualizada da gramática

tradicional e ainda incluir os relevantes papéis do autor e do leitor na sua

construção. O texto pode ser escrito ou oral e, em sentido lato, pode ser também

não verbal.

Produção textual é o ato de escrever a partir de algum assunto conhecido em

decorrência de experiências e leituras realizadas.

Chama-se textualidade ao conjunto de características que fazem com que um texto seja um texto, e não apenas uma sequência de frases. Beaugrande e Drewsller (1983) apontam sete fatores responsáveis pela textualidade de um discurso qualquer: a coerência e a coesão, que se relacionam com o material conceitual e linguistico do texto, e a intencionalidade, a aceitabilidade, a situacionalidade, a informatividade e a intertextualidade, que têm a ver com os fatores pragmáticos envolvidos no processo sociocomunicativo (VAL, 2006, p.5).

Na produção textual, é utilizada a linguagem escrita para expressar ideias,

sendo esta linguagem um ato de se comunicar a partir de palavras escritas,

tornando-se também uma comunicação verbal. A linguagem escrita aparece na

infância, logo que a criança ingressa a escola; por isso deve ser explorada tanto

quanto a fala (expressão oral).

3.1 A estrutura do texto

O texto é um todo constituído de partes elementares e inerentes a sua

capacidade de exposição. Há uma espécie de conexão entre suas partes, o que

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deve possibilitar uma interação entre as grandezas na ordem sintática e semântica;

é, também, necessário que se tenha preocupação quanto ao processo de

articulação. Logo, para que haja um bom entendimento, é relevante haver ligação

entre texto e contexto.

É objeto deste estudo, também, o fato de que o texto envolve as relações

reflexivas inseparáveis da forma e do conteúdo. Ele nunca deve dissociar-se do

objetivo de sua significação. Partindo-se do pressuposto de que a palavra “texto”

admite um conceito, pode-se defini-lo como um enunciado extenso ou curto, oral ou

escrito. As informações são suas características primordiais, pois ele não é somente

uma sucessão de palavras, frases e orações. Poderá ser uma frase ou um verso, um

romance e, até mesmo, uma expressão, isto é, uma palavra-frase, dependendo do

contexto.

Tem-se a considerar, ainda, os elementos temáticos de relações lógicas e de

redundância. O texto divide-se em partes que se integram e se completam. O

resultado final é o todo de um processo de completude e de organização. Assim,

será correto afirmar que, como já foi mencionado, observam-se duas grandezas para

essa ordem: a forma ou os elementos estruturais e o conteúdo ou os elementos

temáticos.

Ao analisar um texto, percebem-se partes essenciais e distintas do ponto de

vista visual e significativo. O título e o parágrafo seriam as partes mais importantes

do texto. Há, também, elementos internos que não podem ser separados, uma vez

que o texto deve exercer um papel relevante na perspectiva da harmonia e da

ordem, isto é, da coesão e da coerência. Há certas construções que assumem um

caráter vertical e difuso. Sendo assim, presume-se que um leitor que tenha um maior

envolvimento com o texto condicionará sua compreensão a essa objetivação.

O título é um dos pontos mais relevantes no processo de articulação. A ele

cabe a função de apresentar ao leitor o ponto de partida para uma possível

argumentação. É essa característica – que os títulos expressam –, portanto, o que

chamamos de “macroestrutura” (GUIMARÃES, 1993).

Os parágrafos têm características de argumentação, dependem do estilo e do

raciocínio de quem escreve o texto. As ideias de introdução, desenvolvimento e

conclusão podem estar corporificados no parágrafo. Este pode estar estruturado de

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modo a possibilitar uma melhor compreensão dos enunciados por meio da frase-

núcleo ou tópico-frasal.

Sendo assim, é bem provável a existência de um processo de integração que

se estabelece entre as partes do texto, formando um todo unívoco que fomenta a

ideia de organização e de clareza. O que chamamos de articulação do texto pode

ser definido como uma reflexão acerca desse processo, materializando-se na

integração da forma e do conteúdo como também na do texto com o contexto. Dessa

forma, o texto é um todo configurado com conexões em relações de causa e efeito e

de coesão e coerência nos níveis sintáticos e semânticos.

3.2 A Coerência textual

A coerência é a relação lógica entre as idéias e é considerada um dos fatores

fundamentais da textualidade, pois ela estabelece o sentido do texto.

Um texto pode ser incoerente numa determinada situação, se seu autor não

consegue inferir um sentido ou ideia a partir da articulação de frases e parágrafos e

por meio de recursos linguísticos (pontuação, vocabulário, etc.).

A coerência de um texto possui vários fatores como, por exemplo, o

conhecimento que o produtor e o receptor têm do assunto do texto, o conhecimento

de mundo, o conhecimento que esses têm da língua que usam e a intertextualidade.

A coerência resulta da configuração que assumem os conceitos e relações subjacentes à superfície textual. É considerada o fator fundamental da textualidade, porque é responsável pelo sentido no texto. Envolve não só aspectos lógicos e semânticos, mas também cognitivos, na medida em que depende do partilhar de conhecimentos entre os interlocutores (VAL, 2006 p.05).

Portanto, é preciso escrever com clareza para que, depois de ler a redação,

os leitores não fiquem sem entender o que o autor quis dizer. O autor deve, sempre,

tentar se posicionar no lugar do leitor, a fim de poder avaliar se está facilitando a ele

a compreensão de seu texto.

Sem dúvida alguma a coerência textual é de suma importância para o

desenvolvimento das idéias e a atribuição de sentido ao texto.

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3.3 A Coesão textual

A coesão textual é a relação de sentido que ocorre no interior do texto. É por

meio dela que uma sentença se liga à outra. Essa ligação acontece com o emprego

de elos coesivos, elementos coesivos ou nexos que também podem ser chamados

de conetivos. Sendo assim, a coesão possibilita a ligação entre os diferentes

componentes textuais.

Existem muitas estratégias de coesão que dependem das escolhas do autor e

das intenções comunicativas que são os elos ou laços coesivos, que compõem

cadeias coesivas. Esses elos ou laços coesivos são muito variados: podem ser

simples morfemas, palavras, frases ou até orações inteiras, incluindo-se em

diferentes classificações gramaticais.

A coerência e a coesão têm em comum a característica de promover a inter-relação semântica entre os elementos do discurso, respondendo pelo que se pode chamar de conectividade textual. A coerência diz respeito ao nexo entre os conceitos e a coesão, à expressão desse nexo no plano linguístico. É importante registrar que o nexo é indispensável para que uma sequência de frases possa ser reconhecida como texto. Entretanto, esse nexo nem sempre precisa estar explícito na superfície do texto por um mecanismo de coesão gramatical (VAL, 2006 p.07).

Um bom encadeamento de idéias gera uma “coesão textual” e evita as

palavras soltas num texto.

3.4 A organização do parágrafo na construção do texto

Os períodos e os textos se organizam em parágrafos. Porém, diferentemente

do período, o parágrafo não é só uma organização sintática. Ele possui uma função

estética e também estrutural. Trata-se de recurso visual. Ainda que o nosso

pensamento não seja organizado na forma de parágrafos, quando vamos redigir,

precisamos organizá-lo numa linguagem que possa ser, facilmente, entendida pelo

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nosso leitor. Ele avisa o leitor de que está começando outro bloco de idéias

relacionado com o anterior e o posterior, se houver.

O parágrafo é identificado no texto por um pequeno recuo de sua primeira

linha em relação à margem esquerda da folha, o que facilita tanto ao escritor como

ao leitor, percebê-lo de forma isolada para que, de modo analítico, capte as idéias

do texto e possa sintetizá-las compreendendo-o num todo.

3.4.1 A estrutura do parágrafo

Os parágrafos de um texto são organizados numa estrutura chamada de

parágrafo padrão e em três partes: introdução, desenvolvimento e, às vezes,

conclusão. Nunca se deve esquecer de que não há um modo rígido para a sua

construção. Depende do assunto e, também, de quem escreve. Portanto, é bom ter-

se sempre presente que o parágrafo tem regras flexíveis. A maioria tem essa

estrutura padrão por tratar-se de modalidade adequada para termos unidade e

coerência no parágrafo.

Veja-se, então, como se estruturam as três partes do parágrafo.

a) A Introdução, composta de um ou dois períodos, sempre breves, que

encerram a ideia central ou a ideia-núcleo, detalha, sempre, seu objetivo. À ideia-

núcleo dá-se o nome de tópico frasal e pode representar sozinha todo o parágrafo.

b) O Desenvolvimento é baseado na explanação da ideia-núcleo, ou seja, na

explicitação de ideias secundárias que fundamentam ou esclarecem o tópico frasal.

c) A Conclusão não é obrigatória; às vezes, pode não estar presente no

parágrafo, especialmente nos mais curtos ou naqueles em que a ideia central não

apresenta maior complexidade. Ela se refere à ideia central, levando em

consideração os diversos aspectos selecionados no desenvolvimento.

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3.4.2 As escolhas lexicais

O vocabulário utilizado em um texto tem que ser rico, pois esse é um dos

requisitos para se ter um bom texto escrito. Mas isso não significa usar somente

palavras difíceis para impressionar o leitor. O importante é utilizar as palavras

necessárias para a produção de textos claros e compreensíveis.

Os alunos costumam acreditar que uma boa redação deve apresentar uma

grande diversidade vocabular. Confundem-se, também, pensando que, quanto mais

“difíceis” forem as palavras, melhor será seu texto. Isso os leva a empregarem

inadequadamente certas palavras, fazendo com que o resultado não seja o

esperado.

As palavras têm que estar adequadas ao significado pretendido e apropriadas

ao contexto.

[...], o leitor, em seu trabalho para produzir sentido, deve levar em conta: o vocabulário e a situação de uso, os recursos sintáticos, os blocos textuais e a associação a fatos históricos, políticos, sociais, culturais, o gênero textual, o propósito comunicacional e a situação comunicativa (KOCH, 2008, p. 194).

Na escolha vocabular é que o autor expressa seu ponto de vista em relação

ao mundo que o cerca.

3.4.3 A articulação entre os parágrafos

O parágrafo é formado por um conjunto de enunciados. Todos devem

convergir e contribuir para a produção de um sentido; as primeiras frases de cada

parágrafo − seu tópico frasal − são muito importantes. Cada parágrafo deve conter

uma palavra de peso para ser explorada.

O tópico frasal é a frase base que apresenta o tópico que será discutido em

cada parágrafo. No caso do primeiro parágrafo, a frase guia apresenta a idéia básica

do parágrafo da introdução, que é, consequentemente, o eixo de toda a temática

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que será discutida ao longo do texto. É interessante que o professor esteja atento a

algumas considerações que devem ser repassadas a seus alunos.

É difícil desenvolver um parágrafo, se o tópico frasal for muito vago.

É aconselhável evitar abstrações.

O parágrafo deve ter uma frase que o norteie.

Cada parágrafo tem que explorar uma só ideia.

Não podemos esgotar o tema no primeiro parágrafo. Lá, deve apenas ser

apontada a questão que será desenvolvida.

O texto é constituído por parágrafos interdependentes, sempre em torno de

uma mesma ideia; é preciso reconhecer, mentalmente, o que se sabe sobre o tema.

Recomenda-se fazer um plano prático e ir listando as palavras-chave com que se vai

trabalhar, cuidando sempre a sequência do texto, utilizando a coesão de frase para

frase e de parágrafo para parágrafo, sem esquecer, ainda, da coerência.

O parágrafo final deve retomar todo o texto. Por isso, antes de escrevê-lo,

deve-se reler tudo o que foi dito nos parágrafos anteriores, para, então, fechar bem o

texto.

O texto representa o ponto de vista de seu escritor ou autor. Quem escreve

tem uma proposta para ser discutida e chegar a uma conclusão sobre o assunto;

assim, o texto deve demonstrar coerência, resultando de um bom domínio de sua

arquitetura e do conhecimento da realidade. Deve ser levada em conta a unidade de

ideias, aliada a um bom domínio das regras de coesão.

3.5 A Correção linguística na busca do nível padrão da língua

A variação linguística é um fato natural e inevitável em uma nação grande e

extensa como a brasileira, se levarmos em conta a heterogeneidade social e os

diferentes graus de contato intergrupal das diversas comunidades existentes.

Variedade linguística é entendida como o conjunto das modalidades da língua,

caracterizadas por peculiaridades fonológicas, sintáticas e semânticas,

determinadas, de um modo geral, por três fatores: o geográfico, o sociocultural e o

nível da fala. O responsável pela divergência linguística entre diferentes subgrupos

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de uma comunidade local seria o fator sociocultural, estando, entre seus aspectos

distintivos, a idade, o sexo, a classe social, a profissão, o grau de escolaridade. Por

fim, está o nível da fala ou o registro de uso, que se refere ao nível de formalidade

da situação em que ocorre a comunicação.

Entre essa rede de diversidades linguísticas, existe uma que é eleita ao status

de língua padrão por fatores de prestígio social e convenção. A língua padrão,

também chamada variedade padrão, norma culta, língua culta e erudita, fala de

prestígio, é uma variedade da língua que é normalmente usada na imprensa e que

é, geralmente, ensinada nas escolas e a falantes não nativos.

A língua padrão tem uma gramática e um vocabulário amplamente aceitos e

codificados. A diferença entre padrão e não padrão não tem nada a ver, em

princípio, com diferenças entre linguagem coloquial e formal ou com conceitos como

má linguagem ou erro. Como a língua está estreitamente ligada à estrutura social e

aos sistemas de valor da sociedade, as variedades linguísticas são avaliadas de

forma diferente. A variedade padrão é, geralmente, considerada como correta,

bonita, fina.

Para os linguistas, a língua padrão se apoia nas normas e convenções

determinadas pela gramática tradicional e serve de modelo de correção para toda e

qualquer forma de expressão linguística.

3.5.1 A Ortografia

A ortografia é a parte da língua responsável pela grafia correta das palavras.

Essa grafia baseia-se no padrão culto da língua.

As palavras podem ser iguais, total ou parcialmente, quando se refere a sua

grafia e pronúncia, mas podem ter significados diferentes. Essas palavras são

chamadas de homônimas (canto, do grego, significa ângulo / canto, do latim,

significa música vocal). As palavras homônimas dividem-se em homógrafas e

homófonas.

- Homógrafas são as que têm a mesma grafia (gosto, substantivo e gosto, 1.ª

pessoa do singular do verbo gostar).

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- Homófonas são as que têm o mesmo som (paço, palácio ou passo,

movimento durante o andar).

Segundo Val (2006, p. 108), "A ortografia e a pontuação nada têm a ver com

a essência, a substância do texto, com o texto em si. Têm a ver apenas com a

maneira de representá-lo através do código escrito".

3.5.2 A Concordância

A gramática dá o nome de concordância nominal ao fato de um adjetivo variar

em gênero e número de acordo com o substantivo a que se refere e concordância

verbal quando um verbo variar em número e pessoa de acordo com o seu sujeito.

Há alguns casos especiais que geram algumas dúvidas e, por isso, fazem-se

algumas considerações.

A palavra concordância vem do verbo concordar; significa um acordo

estabelecido entre termos.

A concordância verbal se refere ao verbo em relação ao sujeito, de modo que

o primeiro deve concordar em número (singular ou plural) e pessoa (1ª, 2ª, 3ª) com o

segundo.

A concordância nominal se refere ao substantivo e a seus termos referentes:

adjetivo, numeral, pronome, artigo. A concordância é feita em gênero (masculino ou

feminino) e pessoa.

Existem regras gerais e alguns casos especiais que devem ser estudados

particularmente, pois geram dúvidas quanto ao uso. Há muitos casos em que a

norma não é definida e há resoluções diferentes por parte dos autores, escritores ou

estudantes.

Numa oração, o verbo deve concordar em número e pessoa com o sujeito; a

linguagem tem que apresentar clareza, e a escrita evidenciar acordo com as normas

vigentes da gramática. Vejam-se alguns exemplos.

- Os meninos está muito bem. (oração incorreta)

- Os meninos estão muito bem. (oração correta)

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O sujeito “Os meninos” está na 3ª pessoa do plural; assim o verbo tem que

estar no plural. Constatando-se isso, torna-se forçoso declarar que a primeira oração

está incorreta e a segunda, correta.

Sujeito simples é o que possui um só núcleo e, com isso, a concordância será

fácil de formular.

Exemplos:

- Ana é minha melhor aluna.

- João disse que eles ficaram em casa ontem.

Na primeira oração, há um sujeito simples, “Ana”, o qual concorda em pessoa

(3ª pessoa) e número (singular) com o verbo “é”.

Na segunda, tem-se um período formado por duas orações: “João disse” que

“eles ficaram em casa ontem”. “João” está concordando em pessoa e número com o

verbo “disse” (3.ª pessoa do singular), bem como “eles” e o verbo “ficaram” (3ª

pessoa do plural).

Sujeito composto é o que possui mais de um núcleo e, sendo assim, o verbo

estará sempre no plural.

Exemplos:

- João e Maria saíram logo pela manhã.

- Cachorros e gatos são animais domésticos.

Na primeira oração, o sujeito é composto de dois núcleos (João e Maria). Se o

substituirmos por um pronome, ficará no plural (João e Maria = Eles). Este pronome

− “eles” − pertence à terceira pessoa do plural; logo, exige um verbo que concorde

com ele em número e pessoa, como na oração em análise: saíram.

O mesmo acontece na segunda oração: o sujeito composto “cachorros e

gatos” é substituído pelo pronome “eles”, o qual concorda com o verbo são em

pessoa (3ª) e número (plural).

A Concordância Nominal é um acordo que existe entre o nome (substantivo) e

seus modificadores (artigo, pronome, numeral, adjetivo) quanto ao gênero

(masculino ou feminino) e ao número (plural ou singular).

Exemplo: Eu não sou mais um na multidão capitalista.

Observa-se que, de acordo com a análise da oração, o termo “na” é a junção

da preposição “em” com o artigo “a” e, portanto, concorda com o substantivo

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feminino “multidão”. Ao mesmo tempo, o adjetivo “capitalista” também faz referência

ao substantivo e com ele concorda em gênero (feminino) e número (singular).

Outro exemplo:

Minha casa é extraordinária.

Tem-se o substantivo “casa”, o qual é núcleo do sujeito “Minha casa”. O

pronome possessivo “minha” está no gênero feminino e concorda com o substantivo.

O adjetivo “extraordinária”, o qual é predicativo do sujeito (trata-se de uma oração

com complemento conectado ao sujeito por um verbo de ligação), também concorda

com o substantivo “casa” em gênero (feminino) e número (singular).

Finalizando este tópico da concordância, veja-se mais um exemplo com

análise detalhada:

Dois cavalos fortes venceram a competição.

Verificando-se qual é o sujeito da oração acima, encontra-se o substantivo

“cavalos”. Os termos modificadores do substantivo “cavalos” são o numeral “Dois” e

o adjetivo “fortes”. Esses termos fazem relação com o substantivo e, na

concordância nominal, devem, conforme a norma culta, concordar em gênero e

número com ele.

O substantivo “cavalos” está no masculino e no plural, e a concordância está

correta, já que “dois” e “fortes” estão no gênero masculino e no plural. Observe-se

que o numeral “dois” está no plural porque indica uma quantidade maior do que

“um”.

A regra geral da concordância nominal é, pois, que os termos referentes ao

substantivo são seus modificadores e devem concordar entre si em gênero e

número.

3.5.3 A Regência

Regência é a relação de subordinação entre um verbo (ou um nome) e seus

complementos. Estabelece relações entre as palavras, criando frases não ambíguas,

que expressem o sentido que se deseja de modo correto e claro.

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A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre os verbos e os

termos que os complementam (objetos diretos e objetos indiretos) ou caracterizam

(adjuntos adverbiais).

Com o estudo da regência verbal, pode-se ampliar a capacidade expressiva,

pois ela oferece oportunidade de se conhecerem as diversas significações que um

verbo pode assumir com a simples presença, retirada ou mudança de uma

preposição.

Exemplos:

A menina agrada o pai (agradar significa acariciar, contentar).

A menina agrada ao pai (agradar significa "causar agrado ou prazer",

satisfazer).

Esses exemplos levam-nos à conclusão de que "agradar alguém" tem sentido

diferente de "agradar a alguém".

Regência Nominal é a relação existente entre um nome (substantivo, adjetivo

ou advérbio) e os termos regidos por esse nome. A relação é sempre intermediada

por uma preposição. No estudo da regência nominal, é preciso levar em conta que

vários nomes apresentam, exatamente, o mesmo regime dos verbos de que

derivam.

Existem alguns nomes que costumam ser empregados em companhia de

preposição ou preposições que os regem. Observando-os atentamente, pode-se,

sempre, associar esses nomes entre si ou a algum verbo cuja regência é conhecida.

Os quadros abaixo elucidam o que se disse.

Substantivos

Admiração a, por Devoção a, para, com, por Medo a, de Aversão a, para, por Doutor em Obediência a Atentado a, contra Dúvida acerca de, em, sobre Ojeriza a, por. Bacharel em Horror a Proeminência sobre Capacidade de, para Impaciência com Respeito a, com, para com,

por Fonte: soportugues,2009.

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Adjetivos

Acessível a Diferente de Necessário a Acostumado a, com Entendido em Nocivo a Afável com, para com Equivalente a Paralelo a Agradável a Escasso de Parco em, de Alheio a, de Essencial a, para Passível de Análogo a Fácil de Preferível a Ansioso de, para, por Fanático por Prejudicial a Apto a, para Favorável a Prestes a Ávido de Generoso com Propício a Benéfico a Grato a, por Próximo a Capaz de, para Hábil em Relacionado com Compatível com Habituado a Relativo a Contemporâneo a, de Idêntico a Satisfeito com, de, em, por Contíguo a Impróprio para Semelhante a Contrário a Indeciso em Sensível a Curioso de, por Insensível a Sito em Descontente com Liberal com Suspeito de Desejoso de Natural de Vazio de

Advérbios

Longe de Perto de Fonte: soportugues,2009.

O conhecimento do uso adequado das preposições é fundamental no estudo

da regência verbal e, também, no da nominal. Essa classe de palavras é capaz de

modificar completamente o sentido do que está sendo dito na frase.

Exemplos:

Cheguei ao aeroporto.

Cheguei no avião.

No primeiro exemplo, “o aeroporto” é o lugar a que vou; no segundo, “o avião”

é o meio de transporte utilizado. Assim, a oração "Cheguei ao aeroporto" foi usada a

fim de indicar o lugar aonde se vai; possui, no padrão culto da língua, sentido

diferente do da ação que a outra refere. São muito comuns as divergências entre a

regência coloquial, cotidiana, de alguns verbos e a regência culta.

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3.5.4 A Pontuação

Existem certos recursos da linguagem − pausa, melodia, entonação e, até

mesmo, silêncio − que só estão presentes na oralidade. Na escrita, para substituí-

los, usamos os sinais de pontuação.

A pontuação também serve para destacar palavras, expressões ou orações e

esclarecer o sentido de frases, a fim de acabar com qualquer tipo de ambiguidade.

• Ponto:

O ponto é usado, basicamente, para indicar o término de uma frase

declarativa de um período simples ou composto. Exemplo: Desejo-lhe uma boa

noite.

Também empregado em quase todas as abreviaturas, como nestes

exemplos: fev. (= fevereiro), hab. (= habitante), rod. (= rodovia).

O ponto serve para encerrar um texto escrito e, nesse caso, é chamado de ponto

final.

• O ponto e vírgula:

O ponto e vírgula é usado para assinalar uma pausa maior do que a da

vírgula, ou seja, uma pausa intermediária entre o ponto e a vírgula.

Emprega-se o ponto e vírgula, principalmente, nos seguintes casos:

a) para separar orações coordenadas que tenham certa extensão, aquelas

que já apresentam separação por vírgula, ou ainda as que se opõem uma a

outra. Exemplo: Criança, foi uma garota sapeca; moça, era inteligente e

alegre; agora, mulher madura, tornou-se uma doidivanas.

b) para separar itens de uma enumeração:

Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:

I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte

e o saber;

III - pluralismo de idéias e de concepções, e coexistência de instituições

públicas e privadas de ensino;

IV - gratuidade do ensino em estabelecimentos oficiais.

(Constituição da República Federativa do Brasil)

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• Dois pontos:

Os dois-pontos são empregados para anunciar

a) uma enumeração:

Rubião recordou a sua entrada no escritório do Camacho, o modo

porque falou: e daí tornou atrás, ao próprio ato.

b) uma citação:

O marido indagou:

- Afinal, o que houve?

c) um esclarecimento:

Joana conseguira enfim realizar seu desejo maior: seduzir Pedro. Não

porque o amasse, mas para magoar Lucila.

Os dois pontos são, também, usados na introdução de exemplos,

notas ou observações.

Observação:

A invocação em correspondência (social ou comercial) pode ser seguida de

dois pontos, de ponto ou de vírgula, sendo permitida, ainda, a ausência de qualquer

sinal de pontuação. Assim:

Querida amiga:

Caro colega.

Prezados senhores,

Meu estimado professor

• Ponto de interrogação:

O ponto de interrogação é usado para fazer uma pergunta direta, ainda que

esta não exija resposta:

O filho pediu licença para entrar:

- O senhor não precisa de mim?

- Não, obrigado. A que horas janta-se?

• Ponto de exclamação:

O ponto de exclamação é empregado para marcar o fim de qualquer

enunciado com entonação exclamativa, que normalmente exprime admiração,

surpresa, assombro, indignação, etc.

- Viva o meu príncipe!

Observação:

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O ponto de exclamação é, também, usado com interjeições e locuções

interjetivas:

Oh!

Valha-me Deus!

• O uso da vírgula:

Emprega-se a vírgula (uma breve pausa), principalmente, nestes casos:

a) para separar os elementos mencionados numa relação:

A nossa empresa está contratando recepcionistas, seguranças, analistas de

sistemas e secretárias.

O apartamento tem dois quartos, sala de visitas, sala de jantar, área de

serviço e um banheiro.

Mesmo que o “e” venha repetido antes de cada um dos elementos da

enumeração, a vírgula deve ser empregada:

João estava nervoso. Andava pelos cantos, e gesticulava, e falava em voz

alta, e roía as unhas.

b) para isolar o vocativo:

Rafaela, desligue já esse celular!

Por favor, Ricardo, venha até o meu gabinete.

c) para isolar o aposto:

Machado de Assis, escritor brasileiro, deixou extensa obra.

d) para isolar palavras e expressões explicativas (a saber, por exemplo, isto

é, ou melhor, aliás, além disso, etc.):

Eles viajaram para a América do Norte, aliás, para o Canadá.

e) para isolar o adjunto adverbial antecipado:

Lá no sertão, as noites são escuras e perigosas.

Ontem à noite, fomos todos jantar fora.

f) para isolar elementos repetidos:

O palácio, o palácio está destruído.

g) para isolar, nas datas, o nome do lugar:

São Paulo, 15 de maio de 2009.

Roma, 21 de dezembro de 1999.

h) para isolar os adjuntos adverbiais:

A multidão foi, aos poucos, avançando para o palácio.

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Os candidatos serão atendidos, das sete às onze, pelo próprio gerente.

i) para isolar orações coordenadas (exceto as introduzidas pela conjunção e

com sujeitos diferentes e sem contrariedade de sentido):

Ele já enganou várias pessoas, logo não é digno de confiança.

Você pode usar o meu carro, mas tome muito cuidado ao dirigir.

Não compareci ao trabalho ontem, pois estava doente.

Cheguei atrasado, e (= mas) ainda pude assistir ao show.

João já chegou, e Maria está se aproximando.

j) para indicar a elipse de um elemento da oração:

Foi um grande escândalo. Às vezes gritava; outras, estrebuchava como um

animal.

Não se sabe ao certo. Paulo diz que ela se suicidou, a irmã, que foi um

acidente.

k) para separar o paralelismo de provérbios:

Ladrão de tostão, ladrão de milhão.

Ouvir cantar o galo, sem saber onde.

l) após a saudação em correspondência (social e comercial):

Com muito amor,

Respeitosamente,

m) para isolar as orações adjetivas explicativas:

Marina, que é uma criatura maldosa, "puxou o tapete" de Juliana lá no

trabalho.

“Vidas Secas”, que é um romance contemporâneo, foi escrito por Graciliano

Ramos.

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4 REDAÇÕES DE ALUNOS DE SÉRIE FINAL DO ENSINO FUNDAMENTAL

Para desenvolver a parte prática deste trabalho, foram usadas como material

de análise, dez redações de alunos do último ano do Ensino Fundamental de

2009/2. Foram retirados os dados de identificação dos alunos, para que o sigilo

fosse mantido. Isso possibilitou verificar, concretamente, os aspectos estudados e

teorizados. Assim, passa-se à análise das redações selecionadas para o estudo.

Examinam-se redações, cujas notas variam entre 0 (zero) e 100 (cem), fazendo-se a

demonstração da variedade de problemas que elas apresentam.

4.1 Contextualização

A escola onde este trabalho foi realizado faz parte da rede privada de

município da Região Metropolitana de Porto Alegre, no Estado do Rio Grande do

Sul, numa comunidade escolar de nível sócioeconômico, essencialmente, médio

alto.

A turma escolhida foi uma turma de oitava série da qual sou professora desde

setembro de 2009. Esta turma é composta por 16 alunos, sendo 9 meninos e 7

meninas, com idades entre 13 e 15 anos.

As redações selecionadas têm como autores 5 meninos com idades entre 13

e 15 anos e 5 meninas com idades entre 13 e 15 anos.

4.2 Corpus

Foram escolhidas, aleatoriamente, dez produções textuais dos alunos, as

quais constam em anexo neste trabalho (ANEXOS A, B, C, D, E, F, G, H, I e J).

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4.3 Definição da proposta

Explicita-se, a seguir, a proposta de trabalho apresentada aos alunos.

Depois de ler o texto “Meio Ambiente e o Efeito Estufa” (ANEXO K), faça uma

redação de caráter dissertativo (enfoque argumentativo). Para tanto, procure levar

em conta os conhecimentos adquiridos na leitura feita. É importante considerar,

também, estas recomendações:

- selecionar, organizar e inter-relacionar argumentos, fatos, opiniões a fim de

poder defender seus pontos de vista e/ou propostas;

- escrever o texto usando a modalidade padrão da língua portuguesa;

- não deixar de dar um título à redação.

Sabe-se que um trabalho dessa natureza exige todo um preparo. O professor

não pode pedir que o aluno escreva sobre qualquer assunto, a partir do nada. Deve

ofertar-lhe oportunidades de aprendizagem, como leituras que o insiram na temática

pretendida, não esquecendo que é conveniente propor reflexões de cunho

pedagógico, isto é, que tenham utilidade para o desenvolvimento do educando.

Assim, ele passa a refletir sobre as questões e começa a elaborar seus argumentos

para poder expor suas idéias com propriedade e, ao mesmo tempo, pautar a sua

vida de modo positivo.

Tentando desenvolver a atividade nos moldes descritos acima, procedeu-se

de modo que, durante as aulas, os alunos não sabiam que seus trabalhos seriam

objeto desta análise acadêmica, sendo tudo feito como se se tratasse somente de

exercício na aula de Língua Portuguesa. Foi, primeiramente, esclarecido que

deveriam produzir um texto dissertativo e, para tanto, foram colocados em contato

com a estrutura e modo de organização dessa tipologia textual, que inclui

procedimentos de argumentatação.

A preparação do trabalho foi desenvolvida com base em pequenos textos

sobre o efeito estufa e o meio ambiente. Depois da leitura de tais textos e discussão

sobre o assunto, foi apresentada a proposta para que os alunos produzissem um

texto dissertativo sobre o tema. A turma demonstrou grande interesse pelo assunto −

pois trata-se de tema abordado pela mídia atualmente − e muita curiosidade, mesmo

antes de iniciarem a escrita do texto.

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O tema das redações é o meio ambiente e o efeito estufa; os candidatos,

portanto, deveriam dissertar sobre esse assunto. Foram apresentados textos de

variadas formas e tamanhos − recortes de jornais locais – e, logo após, foi feito um

debate sobre o assunto.

4.4 Tópicos investigados

As redações foram analisadas a partir dos sete quesitos abaixo:

- a estrutura do parágrafo;

- as escolhas lexicais;

- a articulação entre os parágrafos;

- a correção linguística na busca do nível padrão da língua;

- a ortografia;

- a concordância;

- a regência;

- a pontuação.

4.5 Critérios para a avaliação das redações

A avaliação mede as habilidades e as competências demonstradas no

desempenho do estudante com a finalidade de estabelecer um diagnóstico que

possibilite a continuação do processo de ensino-aprendizagem.

As redações são realizadas atendendo ao tema proposto e entregues à

avaliadora que, por questão de segurança e sigilo, deverá ocultar qualquer sinal de

identificação daquelas que forem escolhidas para análise.

E, para que seja possível alcançar o objetivo pretendido, é preciso que o

professor trabalhe com critérios bem definidos. Neste trabalho, optou-se por

experimentar os critérios que o UNILASALLE usa para a avaliação das redações de

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seus vestibulandos e, por isso, os transcrevemos aqui com algumas adaptações

para realizar o que se tem em vista.

���� CRITÉRIOS ADOTADOS ����

Itens Aspectos Observados ���� / Resultados ���� Sim Em Parte Não

1

O texto apresenta titulo e divisão nítida em introdução, desenvolvimento e conclusão?

10

7

5

2

0

2

Os parágrafos são semanticamente autônomos, redigidos cada um com mais de uma frase?

10

7

5

2

0

3

O texto é legível, não contém rasuras e respeita margens e entradas de parágrafos?

10

7

5

2

0

4 O texto demonstra encadeamento lógico dos parágrafos?

10 7 5 2 0

5 O texto evidencia organização e riqueza nas construções frasais?

10 7 5 2 0

6

O texto evidencia conhecimento das convenções ortográficas, como emprego correto das letras, distinção entre maiúsculas e minúsculas, separação silábica e uso dos sinais de acentuação?

10

7

5

2

0

7

O texto é construído a partir de um vocabulário adequado ao nível padrão da língua?

10

7

5

2

0

8

O texto mostra o uso adequado de elementos linguísticos, evitando a repetição de palavras e/ou a redundância semântica?

10

7

5

2

0

9

A pontuação do texto contribui para facilitar o trabalho do leitor na compreensão da mensagem?

10

7

5

2

0

10

Na construção do texto, observaram-se as normas relativas à concordância e à regência?

10

7

5

2

0

TOTAL DE PONTOS ALCANÇADOS ����

100

Fonte: Adaptado do Manual do Avaliador, UNILASALLE.

No quadro acima, os aspectos observados na análise estão distribuídos em

dez itens numerados, sequencialmente, de 1 a 10. Os resultados estão expressos

em “sim”, “em parte” e “não”, definindo-se o valor para cada caso, com a explicitação

da pontuação a ser atribuída, em variação de 0 a 10.

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O parâmetro “em parte” admite a possibilidade de três valorações diversas: 7,

5 e 2.

Na avaliação das redações, em cada item, os pontos serão atribuídos,

levando-se em conta os critérios descritos no quadro abaixo em relação aos

aspectos observados.

���� CRITÉRIOS ADOTADOS ����

SIM EM PARTE NÃO

�� �� It

ens

�� ��

�� �� V

alo

r

10 7 5 2 0

1

O texto apresenta titulo e divisão nítida em introdução, desenvolvimento e conclusão.

O texto não apresenta titulo ou não apresenta divisão nítida em introdução, desenvolvimento e conclusão.

O texto não apresenta título nem divisão nítida em introdução, desenvolvimento e conclusão.

2

Os parágrafos são semanticamente autônomos, redigidos cada um com mais de uma frase.

Os parágrafos não são semanticamente autônomos, ou alguns deles não são redigidos com mais de uma frase.

Os parágrafos não são semanticamente autônomos, nem redigidos cada um com mais de uma frase.

3

O texto é legível, não contém rasuras e respeita margens e entradas de parágrafos.

O texto não é legível, ou contém rasuras e/ou não respeita margens e entradas de parágrafos.

O texto não é legível, contém muitas rasuras e não respeita margens e entradas de parágrafos.

4

O texto demonstra uso qualificado de nexos que asseguram encadeamento lógico dos parágrafos.

O texto carece de nexos que assegurem encadeamento lógico dos parágrafos ou apresenta nexos inadequados que comprometem esse encadeamento.

O texto não demonstra uso qualificado de nexos que assegurem encadeamento lógico dos parágrafos.

5

O texto evidencia organização e riqueza nas construções frasais.

O texto não evidencia organização e/ou riqueza nas construções frasais.

O texto é desorganizado, e as construções frasais são equivocadas.

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6

O texto evidencia conhecimento das convenções ortográficas, como emprego correto das letras, distinção entre maiúsculas e minúsculas, separação silábica e uso dos sinais de acentuação.

O texto evidencia inobservância das convenções ortográficas em alguns aspectos: emprega as letras incorretamente, e/ou não distingue as letras maiúsculas e minúsculas, e/ou separa as sílabas de modo incorreto, e/ou não emprega convenientemente, os sinais de acentuação.

O texto evidencia total descaso pelas convenções ortográficas: emprega letras de modo incorreto, não faz distinção entre maiúsculas e minúsculas, separa as sílabas de modo impróprio e deixa de empregar os sinais de acentuação.

7

O texto é construído a partir de um vocabulário adequado ao nível padrão da língua.

O texto é construído a partir de vocabulário não totalmente adequado ao registro padrão da língua.

O texto é construído a partir de vocabulário inadequado ao registro padrão da língua

8

O texto mostra o uso adequado de elementos linguísticos, evitando repetição de palavras e/ou redundância semântica.

O texto mostra algumas inadequações no uso de elementos linguísticos, apresenta repetição de palavras e/ou redundância semântica.

O texto mostra o uso inadequado ou ausência de elementos linguísticos, apresenta repetição de palavras e/ou redundância semântica.

9

A pontuação do texto contribui para facilitar o trabalho do leitor na compreensão da mensagem.

A pontuação do texto é equivocada em alguns aspectos, contribuindo apenas parcialmente para facilitar o trabalho do leitor na compreensão da mensagem.

Não existe pontuação no texto ou ela é inadequada, não contribuindo para facilitar o trabalho do leitor na compreensão da mensagem,

10

Na construção do texto, observam-se as normas relativas à concordância e à regência.

Na construção do texto, foram observadas parcialmente as normas relativas à concordância e à regência.

Na construção do texto, não foram observadas as normas de concordância nem as de regência.

Fonte: Adaptado do Manual do Avaliador, UNILASALLE.

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4.6 Análise das Redações

Nesta etapa do trabalho, a primeira tarefa é realizar leitura detalhada dos

textos. Então, será feita a construção de um quadro que resuma os aspectos

observados de modo a facilitar a visualização.

O objetivo deste trabalho é analisar as redações conforme aspectos já

trabalhados na fundamentação teórica que estão diretamente relacionados ao que,

efetivamente, a prática demonstra. Após a análise de todas as redações, segundo

os critérios já definidos, são tecidos comentários.

Para desenvolver esta parte prática − análise e avaliação −, o material usado

são dez redações de alunos com idades entre 13 e 15 anos, do último ano do

Ensino Fundamental, em 2009/2. O tema das redações é o meio ambiente e o efeito

estufa. Foram apresentados textos de variadas formas e tamanhos sobre o assunto

e, logo em seguida, foi realizado um debate em que cada um pode verbalizar o que

pensa a respeito do tema.

O objetivo da aplicação desta redação é medir as habilidades dos alunos em

relação à leitura e à escrita. Esperava-se que cada um desenvolvesse o tema

proposto, de forma clara, seguindo a língua padrão, revelando seus conhecimentos

e experiências vividas e adquiridas.

Nesse sentido, os tópicos analisados (quadros) permitiram, de forma

imparcial, detectar aqueles itens que se considera de suma importância numa

produção textual, aferindo, por meio de pontuações, em nível de grau de 0 a 100,

um conjunto de parâmetros mínimos gramaticais e textuais.

Obteve-se, no somatório dos pontos de todas as redações, o total de 684

pontos, valor que corresponde à média harmônica da turma em 68,4 pontos.

Passa-se, agora, à descrição da metodologia usada no processo de análise e

avaliação das redações com os resultados obtidos, individualmente, por aluno, em

cada Redação.

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Redação 1 − ANEXO A

Na análise da redação 1, exposta no ANEXO A, percebeu-se um nível acima

da média da turma. Foram-lhe atribuídos, no total, 79 pontos, assim distribuídos:

No item 1 (a redação apresenta titulo, uma fraca introdução, um bom

desenvolvimento e uma boa conclusão), o aluno recebeu 7 pontos; 7 pontos ao item

2 (os parágrafos analisados apresentaram certa autonomia, entretanto o primeiro

parágrafo, careceu de ideia para um bom desenvolvimento do tema proposto); 10

pontos ao item 3(o texto é legível, não contém rasuras e respeita margens e

entradas de parágrafos); 7 pontos ao item 4 (no texto, há o comprometimento do

primeiro parágrafo, trazendo como consequência problemas de ordem lógica em

relação aos parágrafos seguintes, o que inviabiliza o encadeamento entre eles); 7

pontos ao item 5 (o texto evidencía certa organização e alguma riqueza nas

construções frasais); 7 pontos ao item 6 (o texto deixa transparecer inobservância

das convenções ortográficas; há, por exemplo, a palavra “poluido” em vez de

“poluído”, além de não realizar a correta divisão silábica da palavra “largá-lo” na linha

22); 7 pontos ao item 7 (o texto é construído a partir de um vocabulário parcialmente

adequado ao nível padrão da língua); 10 pontos ao item 8 (o texto mostra o uso

adequado de elementos linguísticos, não há repetição de palavras nem redundância

semântica); 10 pontos ao item 9 (a pontuação do texto não compromete o trabalho

do leitor e contribui para a compreensão da mensagem) e 7 pontos ao item 10 (na

construção do texto, observaram-se alguns equívocos quanto às normas relativas à

concordância e à regência, além de inversões de orações, como, por exemplo, na

linha 19, o uso inapropriado do conectivo “mas” iniciando um parágrafo de

desenvolvimento).

Redação 2 − ANEXO B

Na redação 2, ANEXO B, constatou-se um nível muito acima do da média da

turma (68,4), tendo, inclusive, por receber a pontuação total de 94 pontos, servido

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como referência para a análise das demais. Esses 94 pontos estão assim

distribuídos:

Ao item 1 (o texto apresenta titulo, a introdução e o desenvolvimento são

bem feitos e a conclusão é adequada) foi dada a pontuação máxima, ou seja, 10

pontos; 10 pontos ao item 2 (os parágrafos apresentam-se conforme o esperado); 7

pontos ao item 3 (percebeu-se que o texto não é muito legível, até mesmo contém

algumas rasuras, deixa de respeitar as margens em alguns pontos e entradas de

parágrafos, como no caso da expressão “efeito estufa”, na linha 12); 10 pontos ao

item 4 (esta redação mostra o uso apurado e qualificado de nexos que asseguram

perfeitamente o encadeamento lógico dos parágrafos); 10 pontos ao item 5 (o aluno

não teve qualquer problema quanto a organização e riqueza das construções

frasais); 7 pontos ao item 6 (por vezes, o texto apresenta falta em relação às regras

e convenções ortográficas da língua portuguesa, como no caso em que marca com

acento grave, sinal indicativo de crase, a palavra “serà”. Não empregou, portanto, de

modo conveniente, os sinais de acentuação); 10 pontos ao item 7 (o texto é

construído a partir de um vocabulário adequado ao nível padrão da língua; o aluno

usou palavras do seu cotidiano acrescidas de uma bagagem de informações

escolares e de cunho jornalístico); 10 pontos ao item 8 (o texto mostra o uso

adequado de elementos linguísticos, não se encontrando qualquer repetição de

palavras e/ou a redundância semântica); 10 pontos ao item 9 (a pontuação deste

texto contribuiu para facilitar a leitura e a compreensão da mensagem que o aluno

se propôs transmitir) e 10 pontos ao item 10 (percebeu-se que, na construção do

texto, foram observadas as normas gramaticais relativas à concordância e à

regência).

Redação 3 − ANEXO C

A redação 3, ANEXO C, demonstrou que o aluno possui um nível aquém do

da média da turma (68,4). Atingiu somente 59 pontos, distribuídos conforme segue:

No item 1 (a redação apresenta titulo, divisão satisfatória com introdução,

desenvolvimento e conclusão), o aluno recebeu pontuação máxima, ou seja, 10

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pontos; 10 pontos ao item 2 (também quanto aos parágrafos constatou-se

atendimento satisfatório dos objetivos); 7 pontos ao item 3 (o texto não respeitou, em

certos pontos, as margens nem as entradas de parágrafos); 7 pontos ao item 4 (o

texto carece de um melhor encadeamento lógico dos parágrafos); 7 pontos ao item 5

(o objetivo de expressar riqueza nas construções frasais não foi plenamente

atendido); 2 pontos ao item 6 (o texto evidencia inobservância das convenções

ortográficas em alguns pontos, como no caso da palavra “taremos” em vez de

estaremos; emprega letras incorretamente e separa as sílabas de modo equivocado,

o que está evidenciado na linha 19, quanto à separação da palavra “teremos”); 2

pontos ao item 7 (o texto é construído a partir de vocabulário não totalmente

adequado ao registro padrão da língua); 5 pontos ao item 8 (o texto mostra algumas

inadequações no uso de elementos linguísticos, apresenta repetição de palavras,

como no caso de “maltratra” e “maltratando”); 2 pontos ao item 9 (a pontuação do

texto é equivocada em alguns aspectos, exagera no emprego das virgulas ao ponto

de dificultar a leitura em vez de facilitar o trabalho do leitor para a compreensão da

mensagem) e 7 pontos ao item 10 (por vezes, na construção do texto, foram

observados equívocos em relação às normas relativas à concordância.).

Redação 4 − ANEXO D

A redação 4, ANEXO D, revela um nível excelente, bastante acima da média

da turma (68,4), tendo alcançado o total de 87 pontos assim distribuídos:

No item 1 (a redação apresentou titulo e divisão com boa introdução,

desenvolvimento lógico e uma conclusão com uma mensagem), o aluno recebeu

pontuação máxima, ou seja, 10 pontos; 10 pontos ao item 2 (os parágrafos são

constituídos de mais de uma frase); 7 pontos ao item 3 (o texto apresenta algumas

rasuras); 7 pontos ao item 4 (o texto poderia apresentar melhor qualidade de nexos

para assegurar o encadeamento lógico dos parágrafos); 7 pontos ao item 5 (o texto

não evidenciou total organização nem grande riqueza nas construções frasais); 10

pontos ao item 6 (a redação revela conhecimento das convenções ortográficas pelo

emprego correto das letras, distinção entre maiúsculas e minúsculas, separação

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silábica correta e uso adequado dos sinais de acentuação); 7 pontos ao item 7 (no

desenvolvimento do texto, percebe-se certa carência de leitura diária do aluno, o que

está evidenciado na dificuldade em construir a redação e usar a norma padrão da

língua); 10 pontos ao item 8 (os elementos linguísticos foram usados

adequadamente e não houve qualquer repetição de palavras ou redundâncias

semânticas); 10 pontos ao item 9 (o aluno usa a pontuação no texto de forma a

facilitar o trabalho de quem lê, dando clareza à mensagem transmitida) e 7 pontos

ao item 10 (observou-se falta de conhecimento em relação a normas de

concordância e de regência).

Redação 5 − ANEXO E

A redação 5, ANEXO E, apresenta bom nível, colocando-se um pouco acima

do da média da turma (68,4). Recebeu 73 pontos, assim distribuídos:

No item 1 (o texto apresenta titulo e sua divisão é adequada com introdução,

desenvolvimento e conclusão), o aluno recebeu pontuação máxima, ou seja, 10

pontos; 7 pontos ao item 2 (os parágrafos não são semanticamente autônomos); 7

pontos ao item 3 (no texto há rasuras que comprometem sua apresentação); 7

pontos ao item 4 (existe falta de encadeamento lógico dos parágrafos e, portanto,

não é possível identificar uma sequência lógica); 7 pontos ao item 5 (o texto revela

dificuldade na organização e deixa de mostrar riqueza na construção das frases); 7

pontos ao item 6 (o aluno deixou de usar a separação de sílabas nos casos em que

era necessário, e isso comprometeu a boa apresentação do trabalho); 7 pontos ao

item 7 (o texto é construído a partir de vocabulário pobre, mostrando a necessidade

de intensificar a leitura diária; além disso, utiliza linguagem diversa da do padrão

culto da língua); 7 pontos ao item 8 (houve repetição de palavras, como no caso de

iniciar dois parágrafos com a mesma expressão: “O Meio Ambiente”); 7 pontos ao

item 9 (a pontuação usada no texto não chegou a comprometer a leitura, mas, em

certos pontos mostrou-se equivocada) e 7 pontos ao item 10 (na construção do

texto, foram observadas apenas parcialmente as normas relativas à concordância e

à regência).

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Redação 6 − ANEXO F

A redação 6, ANEXO F, ostenta um nível muito abaixo do da média da turma

(68,4), tanto que das redações analisadas, obteve a segunda pior pontuação.

Recebeu 48 pontos, assim distribuídos:

No item 1 (a redação apresentou titulo, introdução, desenvolvimento e

conclusão), o aluno recebeu pontuação máxima, ou seja, 10 pontos; 7 pontos ao

item 2 (faltou um melhor desenvolvimento de um dos parágrafos; no caso da

conclusão, há apenas 3 linhas); 7 pontos ao item 3 (a letra é legível, o texto não

contém rasuras; entretanto não respeitou satisfatoriamente as margens); 7 pontos ao

item 4 (percebe-se que o aluno não possui o hábito da leitura, pois faltou lógica no

desenvolvimento dos parágrafos para melhor expressar o assunto abordado); 7

pontos ao item 5 (o texto evidencia certa organização, mas ainda lhe falta riqueza

nas construções frasais); 7 pontos ao item 6 (o aluno não distingue com propriedade

as letras maiúsculas e minúsculas nem separa as sílabas de modo correto); 2 pontos

ao item 7 (o texto é construído a partir de vocabulário não totalmente adequado ao

registro padrão da língua, carecendo o aluno, pela série em que se encontra,

avançar no uso do vocabulário); 2 pontos ao item 8 (o texto mostra uso pouco

adequado de elementos linguísticos, apresenta repetições desnecessárias, como,

por exemplo, a da expressão “é muito importante”, presente na linha 1 e na linha 7);

2 pontos ao item 9 (a pontuação do texto é muito equivocada, dificultando ao leitor,

inúmeras vezes, a compreensão da mensagem) e 2 pontos ao item 10 (observou-se

inadequação do texto em relação ao uso das normas relativas à concordância e à

regência).

Redação 7 − ANEXO G

A redação 7, ANEXO G, situa-se num nível bem abaixo do da média da turma

(68,4), constituindo-se na terceira pior nota. Recebeu 47 pontos, assim distribuídos:

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No item 1 (o texto apresenta titulo, porém fora de posicionamento, e a divisão

do texto carece de boa introdução, desenvolvimento e conclusão), o aluno recebeu

apenas 2 pontos; 5 pontos ao item 2 (os parágrafos não são semanticamente

autônomos, e alguns deles não são redigidos com um mínimo de frases que

permitam bom entendimento); 2 pontos ao item 3 (o texto é legível, não contém

rasuras, mas não respeita margens e entradas de parágrafos, dificultando uma boa

visualização do texto); 2 pontos ao item 4 (o texto carece e muito de nexos que

assegurem encadeamento lógico dos parágrafos); 5 pontos ao item 5 (o texto não

evidencia organização nem riqueza nas construções frasais); 5 pontos ao item 6 (o

texto evidencia falta de conhecimento das convenções ortográficas, como a

separação silábica); 5 pontos ao item 7 (o texto é construído a partir de vocabulário

pobre e não totalmente adequado ao registro padrão da língua); 5 pontos ao item 8

(o texto mostra algumas inadequações no uso de elementos linguísticos, apresenta

repetição de palavras redundância semântica); 7 pontos ao item 9 (a pontuação do

texto é equivocada em alguns aspectos, contribuindo apenas parcialmente para

facilitar o trabalho do leitor na compreensão da mensagem) e 7 pontos ao item 10

(na construção do texto, foram observadas apenas parcialmente as normas relativas

à concordância e à regência).

Redação 8 − ANEXO H

A redação 8, anexo H, apresenta um nível baixíssimo em relação à média da

turma (68,4), inclusive, tendo sido classificada com a pior pontuação. Recebeu

somente 40 pontos, assim distribuídos:

No item 1 (o texto apresenta titulo com erro, mostra a divisão em introdução,

desenvolvimento e conclusão de forma desestruturada), o aluno recebeu pontuação

de 7; 5 pontos ao item 2 (os parágrafos, de certa forma, não são semanticamente

autônomos, e alguns deles são redigidos com três frases curtas, apresentando

interrupção na sequência da organização das mensagens); 5 pontos ao item 3 (o

texto peca em legibilidade, não contém rasuras, mas não respeita margens nem

entradas de parágrafos, comprometendo em muito a apresentação e visualização do

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trabalho); 5 pontos ao item 4 (o texto carece de nexos que assegurem

encadeamento lógico dos parágrafos; apresenta nexos inadequados que não

favorecem esse encadeamento); 2 pontos ao item 5 (o texto não evidencia

organização nem apresenta riqueza nas construções frasais; falta vocabulário ao

aluno, além de ele não conseguir desenvolver com clareza as idéias); 2 pontos ao

item 6 (o texto evidencia inobservância das convenções ortográficas como no caso

da falta de acentuação nas palavras “beneficios” linha 2 e “destruido” linha 13,

assim como quanto à falta de separação das sílabas, na linha 18); 2 pontos ao item

7 (o texto é construído a partir de vocabulário pobre, totalmente inadequado à idade

e à última série do Ensino Fundamental, afastando-se do padrão da língua); 2

pontos ao item 8 (o texto mostra muitas inadequações no uso de elementos

linguísticos, apresenta repetição de palavras, como no caso de “hoje em dia”,

expressão encontrada nas linhas 4 e 12); 5 pontos ao item 9 (a pontuação do texto é

equivocada, contribuindo apenas parcialmente para facilitar o trabalho do leitor na

compreensão da mensagem) e 2 pontos ao item 10 (na construção do texto, foram

bastante desrespeitadas as normas relativas à concordância e à regência)

Redação 9 − ANEXO I

A redação 9, ANEXO I, está num nível satisfatório, bem acima da média da

turma (68,4). É a segunda melhor nota, tendo recebido 88 pontos, assim

distribuídos:

No item 1 (o texto apresenta titulo, uma divisão bastante nítida, com boa

introdução, bom desenvolvimento e boa conclusão), o aluno recebeu pontuação

máxima, ou seja, 10 pontos; 7 pontos ao item 2 (os parágrafos são redigidos com

mais de uma frase, percebendo-se bastante domínio do assunto e clareza das

idéias); 7 pontos ao item 3 (o texto é legível, não contém rasuras, marca

convenientemente as entradas de parágrafos; entretanto não respeita margens); 10

pontos ao item 4 (o texto possui ótimo desenvolvimento e nexos que asseguram

encadeamento lógico dos parágrafos); 10 pontos ao item 5 (o texto evidencia total

organização e muita riqueza nas construções frasais; o aluno possui vocabulário

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farto e domínio da leitura); 7 pontos ao item 6 (foram encontrados alguns erros

ortográficos, como “deichando” em vez de “deixando”, na linha 8); 10 pontos ao item

7 (o texto é construído a partir de vocabulário totalmente adequado ao registro

padrão da língua); 10 pontos ao item 8 (o texto mostra adequação no uso dos

elementos linguísticos, não apresenta repetição de palavras nem redundância

semântica); 10 pontos ao item 9 (a pontuação é adequada, contribuindo para facilitar

o trabalho do leitor na compreensão da mensagem) e 7 pontos ao item 10 (na

construção do texto, foram observadas apenas parcialmente as normas relativas à

concordância e à regência; como exemplo, pode-se observar, no início de uma

frase, na linha 14, o emprego da expressão “A indústrias” em vez de “As

indústrias”).

Redação 10 − ANEXO J

A redação 10, ANEXO J, revela-se com um nível bom, um pouco acima do da

média da turma (68,4). Foram-lhe atribuídos 71 pontos, assim distribuídos:

No item 1 (a redação apresenta titulo, carece de melhor divisão, tem boa

introdução, um desenvolvimento adequado, mas faltou-lhe uma conclusão), o aluno

recebeu 7 pontos; 2 pontos ao item 2 (os parágrafos são semanticamente

autônomos, entretanto, num deles, especificamente no da conclusão, o aluno

escreveu apenas uma linha, comprometendo todo o bom trabalho que poderia ser

realizado); 5 pontos ao item 3 (o texto é legível, não contém rasuras, porém não

respeitou margens em toda a sua extensão); 7 pontos ao item 4 (o texto apresenta

nexos que asseguram o encadeamento lógico dos parágrafos, porém faltou-lhe um

melhor desenvolvimento da conclusão, o que vem comprometer esse

encadeamento); 7 pontos ao item 5 (a redação mostra ótima organização e riqueza

nas construções frasais, faltando apenas melhorar a conclusão); 5 pontos ao item 6

(observou-se no texto alguns equívocos quanto à ortografia e à acentuação de

determinadas palavras, como, por exemplo, o uso de “porem” em vez de “porém” e

de “ficticio” no lugar de “ fictício”, na linha 4; na linha 14, o aluno escreveu “as vezes“

em vez de “às vezes”); 10 pontos ao item 7 (o texto é construído a partir de um

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vocabulário adequado ao registro padrão da língua); 10 pontos ao item 8 (os

elementos linguísticos apresentam-se de modo adequado); 10 pontos ao item 9 (a

pontuação é totalmente pertinente e contribui para a compreensão da mensagem

que o texto quer expressar) e 10 pontos ao item 10 (as normas relativas à

concordância e à regência foram integralmente observadas).

4.7 Tabulação dos resultados

A análise das dez redações foi feita individualmente, marcando-se o resultado

de cada uma em uma planilha. Essa apresenta todos os itens investigados e os

critérios de avaliação adotados. Foi feita a marcação de um “X” no espaço que

vincula cada item em análise ao critério correspondente − sim, em parte ou não −, ou

seja, revelando em que medida o aluno apresentou ou não apresentou o quesito

mencionado.

Os quadros abaixo são uma tentativa de demonstração do que se observou:

Redação 1 (ANEXO A)

Critérios ���� SIM EM PARTE NÃO Peso ���� 10 7 5 2 0

1 X 2 X 3 X 4 X 5 X 6 X 7 X 8 X 9 X

10 X

RE

SU

LT

AD

O F

INA

L �� ��

ITE

NS

AV

AL

IAD

OS

�� ��

TOTAL 30 49 79

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49

Redação 2 (ANEXO B)

Critérios ���� SIM EM PARTE NÃO Peso ���� 10 7 5 2 0

1 X 2 X 3 X 4 X 5 X 6 X 7 X 8 X 9 X

10 X

RE

SU

LT

AD

O F

INA

L �� ��

ITE

NS

AV

AL

IAD

OS

�� ��

TOTAL 80 14 94

Redação 3 (ANEXO C)

Critérios ���� SIM EM PARTE NÃO Peso ���� 10 7 5 2 0

1 X 2 X 3 X 4 X 5 X 6 X 7 X 8 X 9 X

10 X

RE

SU

LT

AD

O F

INA

L �� ��

ITE

NS

AV

AL

IAD

OS

�� ��

TOTAL 20 28 5 6 59

Redação 4 (ANEXO D)

Critérios ���� SIM EM PARTE NÃO Peso ���� 10 7 5 2 0

1 X 2 X 3 X 4 X 5 X 6 X 7 X 8 X 9 X

10 X

RE

SU

LT

AD

O F

INA

L �� ��

ITE

NS

AV

AL

IAD

OS

�� ��

TOTAL 50 35 85

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Redação 5 (ANEXO E)

Critérios ���� SIM EM PARTE NÃO Peso ���� 10 7 5 2 0

1 X 2 X 3 X 4 X 5 X 6 X 7 X 8 X 9 X

10 X

RE

SU

LT

AD

O F

INA

L �� ��

ITE

NS

AV

AL

IAD

OS

�� ��

TOTAL 10 63 73

Redação 6 (ANEXO F)

Critérios ���� SIM EM PARTE NÃO Peso ���� 10 7 5 2 0

1 X 2 X 3 X 4 X 5 X 6 X 7 X 8 X 9 X

10 X

RE

SU

LT

AD

O F

INA

L �� ��

ITE

NS

AV

AL

IAD

OS

�� ��

TOTAL 35 5 8 48

Redação 7 (ANEXO G)

Critérios ���� SIM EM PARTE NÃO Peso ���� 10 7 5 2 0

1 X 2 X 3 X 4 X 5 X 6 X 7 X 8 X 9 X

10 X

RE

SU

LT

AD

O F

INA

L �� ��

ITE

NS

AV

AL

IAD

OS

�� ��

TOTAL 21 20 6 47

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Redação 8 (ANEXO H)

Critérios ���� SIM EM PARTE NÃO Peso ���� 10 7 5 2 0

1 X 2 X 3 X 4 X 5 X 6 X 7 X 8 X 9 X

10 X

RE

SU

LT

AD

O F

INA

L �� ��

ITE

NS

AV

AL

IAD

OS

�� ��

TOTAL 7 25 8 40

Redação 9 (ANEXO I)

Critérios ���� SIM EM PARTE NÃO Peso ���� 10 7 5 2 0

1 X 2 X 3 X 4 X 5 X 6 X 7 X 8 X 9 X

10 X

RE

SU

LT

AD

O F

INA

L �� ��

ITE

NS

AV

AL

IAD

OS

�� ��

TOTAL 60 28 88

Redação 10 (ANEXO J)

Critérios ���� SIM EM PARTE NÃO Peso ���� 10 7 5 2 0

1 X 2 X 3 X 4 X 5 X 6 X 7 X 8 X 9 X

10 X

RE

SU

LT

AD

O F

INA

L �� ��

ITE

NS

AV

AL

IAD

OS

�� ��

TOTAL 40 14 15 2 71

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A análise dos textos que os alunos produziram leva a algumas conclusões

avaliativas que se passa a comentar.

O primeiro item da investigação indaga se o texto apresenta titulo e divisão

nítida em introdução, desenvolvimento e conclusão. Essa primeira análise refere-se

ao texto em geral, a todos os parágrafos. Observou-se que todos os alunos

colocaram titulos em seus textos. A maior dificuldade encontrada nesse item diz

respeito à organização do parágrafo.

O segundo item trata da autonomia de cada parágrafo do texto. Indaga se

eles são semanticamente autônomos, redigidos cada um com mais de uma frase.

Foi observado que alguns alunos fizeram parágrafos constituídos de uma frase

somente.

O terceiro item diz respeito à legibilidade, perguntando se o texto é legível, se

não contém rasuras e se respeita margens e entradas de parágrafos. Constatou-se

que os textos produzidos eram legíveis, mas alguns apresentaram diversas rasuras,

dificultando, assim, a leitura para fazer uma melhor análise. Todos os textos foram

separados em parágrafos e obedeceram o recuo padrão.

O quarto item analisa o encadeamento das idéias do texto. Na análise das

redações, foi detectado que alguns textos continham certos problemas quanto à

sequência lógica das idéias transmitidas, e isso afetou o seu encadeamento.

O quinto item investiga se o texto evidencia organização e riqueza nas

construções frasais. Observou-se que ainda falta melhorar o vocabulário para

conseguir-se riqueza nas construções frasais. Deduz-se que a causa provável é a

falta de leitura.

O sexto item pergunta se o texto evidencia conhecimento das convenções

ortográficas, como emprego correto das letras, distinção entre maiúsculas e

minúsculas, separação silábica e uso dos sinais de acentuação. Muitos trabalhos

evidenciaram equívocos no uso das convenções ortográficas, podendo-se citar dois

casos de erros ortográficos graves: a forma verbal “taremos” em vez de “estaremos”

e “camada de hozônio” quando o certo seria “ozônio”. Considera-se que os erros

citados são problemas que não deveriam existir em turmas de séries finais de

Ensino Fundamental, pois é esperado que, nessa fase dos estudos, os alunos já

tenham o domínio da ortografia básica, tão necessário para a construção de um

texto.

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O sétimo item ocupa-se do vocabulário, investigando se o texto é construído a

partir de um vocabulário adequado ao nível padrão da língua. A análise leva a

perceber que a maioria dos alunos não apresenta domínio de vocabulário adequado

ao nível padrão da língua. Sendo assim, grande parte ficou com uma pontuação

baixa nesse quesito.

O oitavo item preocupa-se com o uso adequado de elementos linguísticos,

investigando se é evitada a repetição de palavras e/ou a redundância semântica.

Inúmeras redações ostentaram repetições de palavras ou de expressões, o que

comprometeu em muito o texto como um todo.

O nono item trata da pontuação do texto, aferindo se ela contribui para facilitar

o trabalho do leitor na compreensão da mensagem. Percebeu-se que vários textos

apresentam uma pontuação equivocada em alguns aspectos, deixando de contribuir

para facilitar ao leitor a compreensão do texto.

O décimo e último item confere se é possível observar, na construção dos

textos, as normas relativas à concordância e à regência. Nesse aspecto foram

constatadas algumas deficiências.

O quadro abaixo sintetiza o que se disse acima e permite que se faça o

cotejo, entre a pior e a melhor pontuação, por sexo e idade, entre os dez textos:

ITENS AVALIADOS ����

Red

açõ

es

Sexo Idade 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

NOTA ����

1 M 13 7 7 10 7 7 7 7 10 10 7 79

2 F 14 10 10 7 10 10 7 10 10 10 10 94

3 F 13 10 10 7 7 7 2 2 5 2 7 59

4 M 13 10 10 7 7 7 10 7 10 10 7 85

5 M 15 10 7 7 7 7 7 7 7 7 7 73

6 M 14 5 7 7 7 7 7 2 2 2 2 48

7 F 12 2 5 2 2 5 5 5 7 7 7 47

8 F 14 7 5 5 5 2 2 5 2 5 2 40

9 F 13 10 7 7 10 10 7 10 10 10 7 88

10 M 13 7 2 5 7 5 5 10 10 10 10 71

Soma Total 684

Média Geral Turma 68,4

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Como se pode observar no quadro anterior, de um modo geral, entre as 10

(dez) redações analisadas, destacam-se apenas 04 (quatro) que obtiveram uma

pontuação realmente satisfatória, vinculando o trabalho a um grau de escrita

compatível com a elaboração que se espera de alunos em série final do Ensino

Fundamental.

Outras 03 (três) redações, praticamente, pontuaram acima dos 50% de

aproveitamento e dentro da média da turma. Entretanto 03 (três) delas não lograram

êxito, demonstrando aproveitamento insatisfatório, bem abaixo dos 50% e muito

aquém da média da turma toda.

O quadro a seguir permite detectar, por meio da análise do grau alcançado

em cada item, o maior problema encontrado pelos alunos ao redigirem seus textos.

ITENS AVALIADOS �

Red

açõe

s

Sexo Idade 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

1 M 13 7 7 10 7 7 7 7 10 10 7

2 F 14 10 10 7 10 10 7 10 10 10 10

3 F 13 10 10 7 7 7 2 2 5 2 7

4 M 13 10 10 7 7 7 10 7 10 10 7

5 M 15 10 7 7 7 7 7 7 7 7 7

6 M 14 5 7 7 7 7 7 2 2 2 2

7 F 12 2 5 2 2 5 5 5 7 7 7

8 F 14 7 5 5 5 2 2 5 2 5 2

9 F 13 10 7 7 10 10 7 10 10 10 7

10 M 13 7 2 5 7 5 5 10 10 10 10

Total p/ itens 78 70 64 64 67 59 65 76 71 64

Observa-se, no quadro acima, entre as 10 (dez) redações analisadas, por

meio dos 10 quesitos de avaliação, que o item que recebeu o menor grau de

pontuação foi o de nº 6, ou seja, aquele que aferiu o conhecimento das convenções

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ortográficas, o emprego correto das letras, a distinção entre maiúsculas e

minúsculas, a separação silábica e o uso dos sinais de acentuação.

Concluída a análise, passa-se ao estabelecimento de um diagnóstico, que,

posteriormente, deverá nortear uma ação pedagógica para minimizar as dificuldades

encontradas.

4.8 Diagnóstico

Ao analisarmos as 10 (dez) redações dos alunos da última série do Ensino

Fundamental, mediante a aplicação dos critérios descritos, com atribuição de graus

de 0 a 100, num quadro comparativo por redação e outro quadro por itens avaliados,

chega-se à conclusão de que o principal problema encontrado, sem dúvida

nenhuma, foi a falta de competência em relação à ortografia. Não há firmeza no

emprego correto das letras, na distinção entre maiúsculas e minúsculas, na

separação silábica e nem no uso dos sinais de acentuação, para adequar o texto ao

nível padrão da língua portuguesa.

Os alunos apresentaram problemas na ortografia, de modo especial quanto à

acentuação gráfica e à escrita correta das palavras; cometeram inúmeras rasuras,

as quais comprometeram em muito a apresentação estética das redações.

Chegando-se a este diagnóstico, percebe-se que as causas principais que se

podem apontar são estas: falta de leitura habitual e carência no domínio gramatical

básico das séries iniciais quanto ao aprendizado da língua portuguesa.

Sugerimos que, cada vez mais, nas séries inicias, intensifiquem-se, por meio

de atividades realizadas e desenvolvidas pelos professores das escolas,

principalmente na disciplina de Língua Portuguesa, o hábito da leitura e o exercício

da produção de textos, como forma de qualificar o aprendizado e minimizar os

problemas e as dificuldades dos alunos.

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5 PROPOSTA PEDAGÓGICA

O ensino da produção de texto é um grave problema para os professores de

Língua Portuguesa das escolas de Ensino Fundamental e Médio. Isso é constatado

a partir da observação das produções textuais dos alunos. Muitas vezes, não há

preocupação com o processo de elaboração, embora se saiba que esse é um passo

muito importante para a boa execução de um texto.

Neste trabalho, pretende-se traçar algumas sugestões que possam contribuir

para que os alunos alcancem um melhor nível de produção textual.

Uma questão preocupa constantemente o professor: o que fazer para ter um

rendimento escolar melhor nas aulas de redação? É oportuno lembrar que o trabalho

deve passar pelos diferentes gêneros textuais, propondo-se múltiplas atividades

envolvendo a competência comunicativa. Com estratégias didático-pedagógicas

conscientes, fica mais fácil chegar-se aonde se quer: é preciso ensinar a produzir

textos coerentes, bem organizados, harmoniosos, claros e precisos.

Conforme Paz, o professor deve estar ciente de que seu papel para tornar

seus alunos produtores de textos de boa qualidade consiste em desenvolver vários

propósitos, tais como os que se passa a enumerar:

Paz nos diz que o professor deve:

- estimular a participação do aluno por meio da leitura de outros textos;

- tornar o aluno crítico e eficiente, capaz de melhorar o seu desempenho

redacional;

- conscientizar o aluno de que o fato de escrever exige escolhas lógicas;

- apresentar e sistematizar alguns critérios responsáveis pela organização de

um texto, como a coerência, a coesão e a informatividade textuais, salientando a

progressão das idéias, a não contradição e a relação entre elas.

O professor tem que ampliar sua concepção de aula de redação, isto é, as

fontes de material para o trabalho em sala de aula devem ser, também, os próprios

alunos, incluindo seus conhecimentos linguísticos e sua competência comunicativa.

É conveniente delinear alguns aspectos do processo de produção de texto,

mostrando uma forma bem acessível de produção e avaliação com resultados

imediatos.

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Considera-se salutar envolver os alunos no processo de avaliação, pois uma

atividade desse porte rende novo momento de aprendizagem. Há três razões para

utilizar os alunos na correção de textos: a primeira é que eles são mais críticos que

produtores de texto; a segunda é que a correção feita pelos colegas é um excelente

estímulo à escrita; a terceira é que a correção entre colegas dá um diálogo mais

liberal do que aquele – limitado – existente na relação aluno-professor. Assim, a

correção permite que o autor do texto explique ao colega aquilo que pretende

expressar.

A correção pode ser organizada, percorrendo-se as seguintes etapas:

- leitura de um texto com estudo do vocabulário e análise da coesão, da

coerência;

- seleção das idéias principais de modo coletivo;

- elaboração individual de um novo texto, com o mesmo tema, ou com temas

diferentes, revisando-o a partir de critérios de correção previamente determinados;

- troca das redações entre os colegas para uma correção atenta e criteriosa;

- avaliação escrita do professor, considerando, inclusive, as correções feitas

pelos alunos;

- avaliação oral e no quadro, feita pelo professor e pelos alunos, de alguns

trechos melhores ou piores, observando os critérios já conhecidos;

- reescrita da redação pelo primeiro autor do texto;

- avaliação final feita pelo professor.

Esta metodologia parece dificil ao professor, mas, depois de algum tempo,

torna-se um mecanismo prazeroso, pois os resultados positivos logo aparecem.

Com esta investigação, deixa-se bem claro que se pretende privilegiar a

abordagem da escrita como processo, e, sendo assim, é preciso entender o texto

como fruto de um trabalho que implica reflexão sobre a linguagem e conhecimento

sobre a constituição e funcionamento da língua.

A proposta feita aqui foi baseada nas ideias de Dioni Maria dos Santos Paz,

que procura mostrar aos professores que o que se deve fazer é, principalmente, um

ensino produtivo para a aquisição de novas habilidades linguísticas e para o

desenvolvimento do prazer e da competência de escrever.

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6 CONCLUSÃO

A dificuldade para escrever apresentada pelos alunos de séries finais do

Ensino Fundamental é uma real preocupação dos professores de Língua

Portuguesa. Esses alunos estão próximos a ingressarem no Ensino Médio. Devem,

portanto, ter capacidade e conhecimento suficiente para produzirem sozinhos uma

redação condizente com o nível básico da Língua Portuguesa no que concerne à

gramaticalidade, à escrita e, também, à distribuição e à organização de suas idéias.

Neste trabalho, abordou-se a produção textual, focando, de modo especial, a

coesão e o nível de correção linguística em redações de série final do Ensino

Fundamental.

Destaca-se, inicialmente, a importância da leitura para o desenvolvimento da

competência redacional, trabalhando com textos dissertativos e argumentativos. A

leitura, sem dúvida, é um dos fatores mais importantes para que os alunos se tornem

bons escritores. Se o aluno lê regularmente, tende a aprimorar seu texto. Os

professores devem mostrar aos educandos a importância do hábito de ler e procurar

conscientizá-los disso, até porque, sua escrita é consequência da leitura que fazem.

Conforme Paz, o professor, ao trabalhar com produção textual, não pode

deixar de abordar alguns tópicos de suma importância, como a estrutura do texto, a

coerência, a coesão, a organização e a articulação dos parágrafos, além da

correção linguística − concordância, regência, pontuação – visando à busca do nível

padrão da Língua Portuguesa.

Quando se analisaram as 10(dez) redações elaboradas por alunos da série

final do Ensino Fundamental, destacaram-se alguns fatores e tópicos investigados e

apontados nos resultados, por amostragem, mediante o preenchimento de planilhas,

chegando-se a formular um diagnóstico da situação encontrada: os alunos

apresentaram, em especial, dificuldade em colocar suas idéias em um texto; foi

notória, ainda, a falta de domínio de um vocabulário adequado ao nível padrão da

língua, a utilização de uma pontuação equivocada que não contribui para

acrescentar sentido ao texto e a falta de articulação entre os parágrafos.

Apresentou-se uma proposta pedagógica com sugestões de ações que

venham a servir para melhorar o desempenho dos alunos em relação a sua

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competência redacional, tais como, estimular a sua participação por meio da leitura

de outros textos e possibilitar-lhe o exercício da crítica eficiente. Essas estratégias,

aliadas a outras, deverão favorecer a melhora do desempenho redacional dos

alunos.

A análise feita foi de grande proveito, pois permitiu perceber-se onde estão as

falhas e começar, como educadores, a repensar as aulas de produção textual,

visando, sempre, a alcançar uma forma de melhorar e estimular o bom desempenho

dos alunos de séries finais do Ensino Fundamental.

A criação de atividades diversas enriquece a aula do professor, contribuindo

para despertar o interesse do aluno, principalmente, no que se refere à busca de

textos para debates em sala de aula e, posteriormente, organizar a escrita

propriamente dita.

Portanto, produzir um texto não é tarefa fácil, requer do aluno interesse,

comprometimento com a escritura, valorização do seu próprio texto e o desejo, cada

vez maior, de ler e escrever; o professor, por sua vez, deve esforçar-se para se

manter interessado na mediação desse processo de construção, a fim de levar os

estudantes ao melhor desempenho redacional possível.

Acredita-se ter cumprido os objetivos deste trabalho, mas tem-se ciência de

que o caminho a percorrer para ensinar a escrever ainda é longo. Espera-se que

outros estudiosos abracem a ideia...

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REFERÊNCIAS

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http://www.universia.com.br/noticia/materia_clipping.jsp?not=10602. Acesso em: 01 set. 2008. MIRANDA, José Fernando. Arquitetura da redação. 7. ed. Porto Alegre: Sagra, 1985. V. 3. PAZ, Dioni Maria dos Santos. Proposta Pedagógica. Disponivel em: http://www.ufsm.br/lec/01_99/artigo_003_0799_integral.htm. Acesso em 08 set. 2009. PÉCORA, Alcir. Problemas com Redação. 5.ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999. PERCILIA, Eliene. A importância da leitura. Disponível em: ,< http:// www.blogger.com/profile/> Acesso em: 19 de out.2008. Portaria MEC. Disponível em: < http://mecsrv04.mec.gov.br/acs/asp/noticias/noticiasId.asp?Id=1871>, Acesso em: 09 nov. 2008. PRESTES, Maria Luci de Mesquita. Leitura e (re)escritura de textos: subsídios teóricos e práticos para o seu ensino. São Paulo: Rêspel, 2000. ROSADO, Esther. Proposta de redação. Disponível em: <http://www.sistemapoliedro.com.br/redacao/2009/Balc%C3%A3o_de_reda%C3%A7%C3%A3o_Tema_26_aluno.pdf >.Acesso em; 28 set. 2009. SANTOS, Volnyr. A redação em processo: texto – pretexto – contexto. Série letras. Ws Editor, 2002. SANCHES MIGUEL, Emilio. Compreensão e redação de textos: dificuldades e ajudas. Porto Alegre: Artmed, 2002. SCARPA, Regina. A chave para o bom texto: revisão. Revista Nova Escola. São Paulo, n. 167, p. 30-31, nov. 2003. Soportuguês. Regência. Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/seco. Php> Acesso em: 02 nov. 2009. TEBEROSKY, Ana. Aprendendo a escrever. 3. ed. São Paulo: Ática, 1997. VAL, Maria da Graça Costa. Redação e textualidade. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999. VIANA, Antonio Carlos Mangueira (Coord.). Roteiro de redação: lendo e argumentando. São Paulo: Scipione, 1998.

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Redação 1 ANEXO A

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Redação 2 ANEXO B

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Redação 3 ANEXO C

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65

Redação 4 ANEXO D

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66

Redação 5 ANEXO E

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67

Redação 6 ANEXO F

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