curso de controle externo p/ concurso tce pr 2016

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Aula 00 Noções de Controle Externo p/ TCE-PR (Todos os Cargos) Professor: Erick Alves 00000000000 - DEMO

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  • Aula 00

    Noes de Controle Externo p/ TCE-PR (Todos os Cargos)

    Professor: Erick Alves

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  • Controle Externo p/ Analista TCE-PR 2016

    Teoria e exerccios comentados

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    Ol pessoal!

    com grande satisfao que recebi o convite do Estratgia Concursos para ministrar este Curso de Controle Externo, especialmente formatado para o concurso de Analista do Tribunal de Contas do Estado do Paran (TCE-PR).

    O edital do concurso j foi lanado, e esto sendo oferecidas vagas com remunerao inicial na casa dos R$ 16.000,00! Nada mal para um ano de crise, hein?

    A banca organizadora o CESPE, e as provas ocorrero no dia 11/9/2016.

    Assim, para aqueles(as) que desejam aproveitar essa excelente oportunidade, o momento de iniciar a preparao agora, pois a concorrncia certamente ser muito acirrada.

    Para auxili-lo(a) nessa jornada, procurarei elaborar um material de qualidade, em linguagem clara e objetiva, formatado para orientar uma preparao completa para esse certame.

    Mas antes de passar as demais caractersticas do curso, vou me apresentar. Meu nome Erick Alves. Atualmente, ocupo o cargo de Auditor Federal de Controle Externo do Tribunal de Contas da Unio (TCU). Sou oriundo da turma de 2003 da Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), onde obtive o 1 lugar no curso de formao de oficiais de Intendncia do Exrcito Brasileiro. Em 2007, aps intenso estudo, prestei concurso para o ento cargo de Analista de Controle Externo (ACE), hoje Auditor Federal de Controle Externo (AUFC), no qual logrei xito, sendo o 6 colocado para Braslia-DF. Desde ento, trabalho na atividade fim do TCU, o controle da Administrao Pblica, lidando, na prtica, com vrios assuntos prprios do Direito Administrativo. Alm disso, venho colaborando com o Estratgia Concursos nas disciplinas Direito Administrativo, Controle Externo e Discursivas, sempre com tima avaliao dos alunos.

    Para se ter uma ideia, veja as avaliaes e os comentrios dos alunos (centenas deles) sobre a qualidade de nossos cursos para o ltimo concurso do TCU (2015):

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    Curso Excelente Bom Regular Insuficiente

    Controle Externo - AUFC 67,88% 29,47% 2,32% 0,33%

    Controle Externo - TEFC 63,06% 34,88% 1,54% 0,51%

    Direito Administrativo - AUFC 72,67% 24,67% 2,67% 0,00%

    Discursivas - AUFC 78,08% 20,55% 1,37% 0,00%

    Discursivas TEFC 67,52% 31,62% 0,00% 0,85%

    - Material atualizado e com vrias questes comentadas. Excelente

    professor!

    - O professor possui uma linguagem simples e didtica, fazendo com que

    um assunto chato se torne fcil de aprender.

    - Excelente curso, com didtica muito boa. Alm disso, o professor

    excelente, com explicaes sucintas e claras, e esteve sempre disposto a tirar as

    dvidas dos alunos.

    - Um dos melhores cursos on-line que j fiz.

    (...)

    Esse reconhecimento constitui uma demonstrao legtima do comprometimento que procuramos ter com o sucesso dos nossos alunos.

    Alm disso, sempre bom lembrar que mais de 70% dos aprovados no concurso do TCU em 2015 estudaram aqui no Estratgia Concursos.

    com essa experincia e dedicao que pretendo ajudar voc tambm a alcanar a aprovao!

    Controle Externo possui extrema importncia nos concursos para Tribunais de Contas, visto que trata da atividade fim desses rgos. Aps a aprovao, seu trabalho no TCE-PR depender em grande medida do conhecimento da Lei Orgnica, do Regimento Interno, das disposies constitucionais sobre o controle da Administrao Pblica e de outros assuntos que veremos em nossas aulas.

    Nosso curso ser de teoria e exerccios comentados. Meu objetivo aqui prepar-lo (a) de forma ampla para resolver as questes de Controle Externo da prova do TCE-PR, tendo como parmetro o edital dos ltimos concursos organizados pelo Cespe/UnB.

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    Daremos nfase s questes de concursos para Tribunais de Contas promovidos pelo Cespe. Para complementar o estudo, tambm veremos questes de outras bancas. Dessa forma, espero lhe proporcionar uma preparao de alto nvel, mas sem extrapolar os limites do Edital, a fim de que voc possa encarar a prova com tranquilidade.

    A metodologia das aulas contempla, em cada tpico, a exposio da teoria seguida da resoluo e comentrio de questes anteriores sobre o assunto. Nos comentrios, pode haver explicaes novas. Assim, teoria e questes se complementam.

    Ao final de cada aula ser apresentado ainda um Resumo do contedo, na forma de esquemas, bem como uma lista com as questes que foram comentadas, seguidas do gabarito, tudo isso para facilitar a reviso da matria.

    Caso reste alguma dvida que no tenha sido esclarecida na aula, no hesite em post-la no frum de dvidas. O mesmo vale para crticas ou sugestes. A possibilidade de interao com o professor um dos diferenciais dos cursos em PDF; portanto, no deixe de utilizar essa importante ferramenta!

    Ressalto que, no frum de dvidas, contarei com a ajuda da competente e prestativa rica Porfrio, tambm Auditora do TCU e especialista na matria.

    Dito isso, as caractersticas principais deste curso so:

    Contedo terico completo e atualizado, baseado no Edital do TCE-PR que est na praa, apresentado de forma completa, clara e objetiva;

    Abordagem que fornece elementos para a resoluo de uma muito provvel questo discursiva sobre a matria;

    Mais de 400 questes resolvidas e comentadas, com foco nas questes dos ltimos concursos para Tribunais de Contas organizados pelo Cespe;

    Resumo de todas as aulas, apresentado na forma de esquemas;

    Contato direto com o professor via frum para retirada de dvidas.

    Viram s? Ser um curso bastante completo e dinmico, com tudo que se tem direito, voltado tanto para os iniciantes que nunca tiveram

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    contato com a matria como para os concurseiros que j estudaram Controle Externo e que desejam revisar os temas e atualizar o conhecimento.

    O curso ser desenvolvido em 06 aulas mais a demonstrativa, de acordo com o cronograma apresentado a seguir, o qual seguirei com a maior fidelidade possvel:

    Aula 00 27/06/2016

    Conceito, tipos e formas de controle. Entidades Fiscalizadoras

    Superiores (EFS) e Declarao de Lima. Sistemas de Controle na

    Administrao Pblica Brasileira.

    Aula 01 07/07/2016

    Tribunais de Contas: funes, natureza jurdica e eficcia das

    decises. Tribunal de Contas do Estado do Paran: natureza,

    competncia e jurisdio.

    Aula 02 17/07/2016 Competncias do Tribunal de Contas.

    Aula 03 27/07/2016 Lei Orgnica e Regimento Interno: organizao; deliberaes,

    sesses e processo.

    Aula 04 06/08/2016 Lei Orgnica e Regimento Interno: julgamento de contas; tomada

    de contas especial.

    Aula 05 16/08/2016 Lei Orgnica e Regimento Interno: instrumentos de fiscalizao.

    Aula 06 26/08/2016 Lei Orgnica e Regimento Interno: sanes, medidas cautelares e

    recursos.

    Enfim, espero que voc aproveite o curso, tire suas dvidas, estude bastante e, na hora da prova, resolva as questes com confiana. Desse modo, todo o esforo empregado nessa fase preparatria ser recompensado com a alegria que acompanha a aprovao, a qual espero compartilhar com voc!

    Sem mais delongas...aos estudos!

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    OBSERVAO IMPORTANTE

    Este curso protegido por direitos autorais (copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a legislao sobre direitos autorais e d outras providncias.

    Grupos de rateio e pirataria so clandestinos, violam a lei e prejudicam os professores que elaboram os cursos.

    Valorize o trabalho de nossa equipe adquirindo os cursos honestamente atravs do site Estratgia Concursos ;-)

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    AULA 00 (demonstrativa)

    Bom, na Aula 00, que alm de aula demonstrativa tambm a primeira do curso, nosso objetivo ser percorrer os conceitos que fornecem a base para o estudo do Controle Externo, cobrindo os seguintes assuntos:

    Conceito, tipos e formas de controle;

    Sistemas de Controle Externo Entidades Fiscalizadoras Superiores;

    Declarao de Lima;

    Sistemas de Controle na Administrao Pblica Brasileira.

    Para tanto, seguiremos o seguinte sumrio:

    SUMRIO

    Aspectos gerais do controle ...................................................................................................................................... 7

    Conceito ............................................................................................................................................................................ 7

    Classificaes do controle....................................................................................................................................... 10

    Quanto ao alcance ................................................................................................................................................. 10

    Quanto ao rgo ..................................................................................................................................................... 12

    Quanto ao momento do controle .................................................................................................................... 16

    Quanto natureza do controle ........................................................................................................................ 17

    Sistemas de controle externo ................................................................................................................................ 26

    Declarao de Lima ............................................................................................................................................. 30

    Sistemas de Controle na Administrao Pblica do Brasil ................................................................... 40

    Controle Externo ........................................................................................................................................................ 42

    Controle Parlamentar .......................................................................................................................................... 47

    Controle Tcnico .................................................................................................................................................... 49

    Controle exercido em conjunto pelo Legislativo e pelosTCs ............................................................... 51

    Controle Interno ......................................................................................................................................................... 55

    Controle dos recursos estaduais e municipais ............................................................................................... 59

    RESUMO DA AULA ..................................................................................................................................................... 66

    Questes comentadas na Aula .............................................................................................................................. 68

    Gabarito ............................................................................................................................................................................. 75

    Vamos ento?

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    ASPECTOS GERAIS DO CONTROLE

    CONCEITO

    Controle a fiscalizao exercida sobre as atividades de pessoas, rgos, departamentos, sistemas etc., para que tais atividades no se desviem dos padres e das normas preestabelecidas, e para que alcancem os resultados desejados.

    O controle uma das funes administrativas clssicas: planejar, coordenar, supervisionar, executar e controlar. De acordo com a teoria da administrao, um sistema de controle eficaz garante que as atividades sejam realizadas de maneira satisfatria, na direo dos objetivos da empresa. Alm do mais, nas grandes corporaes modernas de capital pulverizado, ou seja, que possuem muitos acionistas, os verdadeiros donos geralmente esto afastados da administrao do negcio. Diretores executivos so contratados para administrar a empresa com o compromisso de dirigi-la para satisfazer os interesses dos proprietrios do capital. Nesse contexto, uma estrutura de controle possui a finalidade de assegurar que a administrao da companhia esteja seguindo as diretrizes estabelecidas pelos proprietrios, alm de coibir atitudes oportunistas dos executivos que satisfaam seus prprios interesses em detrimento da organizao.

    De forma semelhante, os recursos financeiros e patrimoniais utilizados pelo Estado no pertencem ao Presidente da Repblica nem aos Governadores, Prefeitos, Deputados e demais agentes pblicos, mas sim ao povo, que recolhe tributos. com esses recursos que o Estado disponibiliza servios sociedade, adquirindo materiais para o funcionamento das reparties, firmando contratos, realizando obras, remunerando seus servidores, etc.

    Mas virtualmente impossvel que o povo, por si mesmo, consiga administrar os recursos que disponibiliza ao Estado. Por isso, delega essa tarefa a intermedirios legalmente habilitados, os gestores pblicos, que tm o dever de administrar os recursos em nome e em favor do povo, obedecendo s normas aplicveis. Paralelamente, de forma semelhante ao que ocorre nas empresas privadas, existe toda uma estrutura de controle atuando para assegurar que os governantes e demais responsveis por bens e valores pblicos desempenhem suas tarefas com correo, em consonncia com o ordenamento jurdico e com princpios como os da

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    moralidade, publicidade, impessoalidade e supremacia do interesse pblico.

    Hely Lopes Meirelles, em uma definio abrangente, porm concisa, leciona que controle, em tema de Administrao Pblica, a faculdade de vigilncia, orientao e correo que um poder, rgo ou autoridade exerce sobre a conduta funcional do outro.

    Os termos chaves dessa definio representam os principais atributos do controle da gesto pblica, que podem ser compreendidos da seguinte forma:

    Vigilncia: fiscalizao e acompanhamento da gesto, com base nas normas aplicveis.

    Orientao: atuao pedaggica, preventiva, com vistas ao aperfeioamento das prticas de gesto e inibio de condutas lesivas aos cofres pblicos.

    Correo: assegurar o cumprimento da lei e a recomposio do patrimnio lesado.

    Poder: como corolrio do Estado Democrtico de Direito, a CF instituiu um sistema de freios e contrapesos no qual os Poderes se vigiam mutuamente, cada um fiscalizando e inibindo eventuais excessos do outro (controle externo).

    rgo: cada instituio pblica possui em sua estrutura um rgo com atribuio de fiscalizar a prpria instituio (controle interno).

    Autoridade: autotutela da administrao, que pode anular ou revogar seus prprios atos.

    Em nosso dia-a-dia, muito comum nos depararmos com notcias sobre obras superfaturadas, fraudes em licitaes, e outras tantas falcatruas que tm em comum o fato de envolverem a malversao de recursos pblicos.

    Tais notcias somente vm tona porque alguma ao de controle foi realizada sobre a conduta do mau gestor, possibilitando a identificao da irregularidade.

    Ao toparmos com manchetes dessa natureza, podemos perceber que o controle da Administrao Pblica pode ser feito de diversas formas e por diferentes agentes. Com efeito, veremos que os Tribunais de Contas (incluindo o da Unio, o do Estado do Paran, bem como todos os outros Estaduais e Municipais) so os rgos tcnicos diretamente envolvidos no

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    controle externo da Administrao Pblica, em auxlio ao Poder Legislativo, fiscalizando os respectivos rgos e agentes jurisdicionados que realizam a arrecadao e a aplicao dos recursos municipais, estaduais, distritais e federais.

    Mas vale lembrar que a Administrao tambm se sujeita ao controle judicial, realizado pelo Poder Judicirio, ao controle social, realizado pelos cidados, alm de exercer, ela mesma, o controle sobre os prprios atos, como veremos com mais detalhes adiante.

    Quando falamos em controle da gesto pblica, estamos nos referindo fiscalizao de qualquer ato administrativo que envolva receitas e despesas pblicas, como a compra de bens, admisso de pessoal, arrecadao de impostos, etc. Assim, essa modalidade de controle mais perceptvel sobre as atividades realizadas pelo Poder Executivo, cujas funes tpicas so as funes administrativas. Mas o controle da gesto pblica tambm alcana o Poder Legislativo e o Poder Judicirio, bem como o Ministrio Pblico e o prprio Tribunal de Contas.

    Contudo, o controle de que estamos falando no alcana as funes tpicas dos demais Poderes (Legislativo = legislar; Judicirio = julgar) e rgos autnomos (MP = fiscal da lei; TC = controle externo), mas apenas suas funes administrativas. Por exemplo: o Tribunal de Contas da Unio (TCU), a quem cabe realizar o controle externo sobre a gesto dos recursos da Unio, no tem competncia para fiscalizar se o processo legislativo que resultou na edio de determinada lei foi corretamente seguido pelo Congresso Nacional; tambm no pode dizer se o Supremo Tribunal Federal decidiu ou no de forma adequada em determinada ao direta de inconstitucionalidade. Mas, por outro lado, poder sim fiscalizar as licitaes, as admisses de pessoal e todos os demais atos que resultem receita ou despesa realizados tanto pelo Congresso Nacional como pelo Supremo Tribunal Federal.

    oportuno registrar que as atividades da Administrao Federal obedecero aos seguintes princpios fundamentais: planejamento, coordenao, descentralizao, delegao de competncia e controle, conforme prescreve o Decreto Lei 200/1967 (art. 6), que dispe sobre a organizao da Administrao Federal. Tal normativo, apesar de adstrito Unio, serve para fixar as diretrizes gerais para os demais entes polticos (Estados, Distrito Federal e Municpios).

    Enfim, a atividade de controle permeia toda a Administrao Pblica, em todos os Poderes. O que varia to s a espcie de controle, isto ,

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    como a atividade pode ser classificada. Vamos, ento, a partir dessas consideraes iniciais, apresentar algumas classificaes doutrinrias e legais que se aplicam ao controle da gesto pblica.

    CLASSIFICAES DO CONTROLE

    A atividade de controle da Administrao Pblica pode receber muitas classificaes. Vamos tratar aqui das mais usuais:

    QUANTO AO ALCANCE

    Quando o controle exercido por um ente no que integra a mesma estrutura organizacional do rgo fiscalizado dito controle externo.

    Por exemplo: quando o Congresso Nacional julga as contas prestadas pelo Presidente da Repblica, ou quando um juiz anula um ato do Poder Executivo, temos exemplos de controle externo, pois, nestes casos, um Poder exerce controle sobre os atos de outro Poder. No primeiro caso, o Legislativo e, no segundo caso, o Judicirio exercem controle sobre o Executivo. Todavia, veremos que, na terminologia adotada pela Constituio, apenas o controle exercido pelo Legislativo sobre a Administrao Pblica, com o auxlio tcnico dos Tribunais de Contas, recebe a denominao de controle externo (CF, art. 70 a 75).

    Espcies de controle

    Quanto ao alcance

    Controle interno

    Controle externo

    Quanto ao rgo

    Controle

    administrativo

    Controle

    Legislativo

    Controle Judicial

    Quanto ao momento

    Controle prvio

    Controle

    concomitante

    Controle

    posterior

    Quanto natureza

    Controle de

    legalidade

    Controle de

    mrito

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    Por outro lado, quando o controle exercido por rgo especializado, porm pertencente mesma estrutura da unidade controlada, dito controle interno. Normalmente, a doutrina considera mesma estrutura organizacional como o mesmo Poder, fazendo com que a expresso controle interno abarque todas as atividades de controle empreendidas dentro de um mesmo Poder.

    Assim, o controle que um Ministrio exerce sobre os vrios departamentos administrativos que o compem se caracteriza como controle interno, simplesmente porque todos integram o Poder Executivo. Outro exemplo seria o controle que as chefias exercem sobre os atos de seus subordinados dentro de um rgo pblico, no exerccio do poder hierrquico.

    Ressalte-se que o controle interno pode ser exercido por rgos especializados que, embora pertenam ao mesmo Poder, no possuem vinculao hierrquica com os rgos controlados. A Controladoria-Geral da Unio (atual Ministrio da Transparncia, Fiscalizao e Controle), por exemplo, rgo especializado que exerce controle interno no mbito de todos os rgos e entidades administrativas pertencentes ao Poder Executivo Federal1. No caso, a classificao da CGU como rgo de controle interno no porque ela possui ascendncia hierrquica sobre os demais rgos do Executivo e sim porque ela prpria, assim como os rgos que controla, tambm um rgo do Poder Executivo, s que com atribuies especficas de controle, ou seja, sob a tica do Executivo, trata-se de um controle exercido por dentro2.

    1 A CGU s no atua sobre a Presidncia e Vice-Presidncia da Repblica, o Ministrio das Relaes Exteriores, o Ministrio da Defesa, incluindo os comandos militares, e a Advocacia-Geral da Unio, os quais possuem Secretarias de Controle Interno (Ciset) prprias (rgos setoriais do sistema de controle interno). 2 A CGU um rgo ligado diretamente Presidncia da Repblica. O seu titular um Ministro de Estado.

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    Existe divergncia na doutrina quanto classificao do

    controle exercido pela administrao direta sobre as

    entidades da administrao indireta de um mesmo Poder

    (controle finalstico, superviso ministerial ou tutela administrativa).

    Para Celso Antnio Bandeira de Mello trata-se de controle interno, mas exterior

    IW W WW interno porque realizado dentro de um mesmo Poder; e exterior por dizer respeito a um rgo fiscalizando uma entidade

    (pessoas jurdicas distintas).

    J Maria Sylvia Di Pietro e Carvalho Filho classificam a tutela administrativa como

    uma forma de controle externo, porque controlador e controlado no pertencem

    mesma estrutura hierrquica.

    QUANTO AO RGO

    Controle Administrativo Segundo a Professora Di Pietro, controle administrativo o poder

    de fiscalizao que a Administrao Pblica (em sentido amplo) exerce sobre sua prpria atuao, sob os aspectos de legalidade e mrito, por iniciativa prpria ou mediante provocao. Esse tipo de controle deriva do poder de autotutela da Administrao, expresso na Smula 473 do STF:

    S;N?SWanular seus prprios atos, quando eivados de vcios que os tornem ilegais, porque deles no se originam direitos; ou revog-los, por motivo de

    convenincia ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e ressalvada, em

    todos os casos, a apreciao judicial

    Portanto, anulao refere-se a controle de legalidade: anulam-se atos ilegais; por sua vez, revogao refere-se a controle de mrito: revogam-se atos inconvenientes ou inoportunos, assim classificados segundo critrios discricionrios da Administrao. Vale destacar que, em qualquer caso, sempre h a possibilidade de apreciao do ato pelo Poder Judicirio.

    Os controles internos administrativos so inerentes s atividades de uma organizao, constituindo etapas de seus processos de trabalho, em todos os nveis, desde a alta direo at os escales operacionais. Como exemplos de controles internos administrativos, pode-se citar: sistema de

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    autorizao e aprovao de transaes, segregao de tarefas, controles fsicos sobre os bens e informaes, controle da chefia sobre os atos de seus subordinados (controle hierrquico), instaurao de processos disciplinares, interposio de recursos administrativos etc.

    Superviso Ministerial

    A superviso ministerial, na esfera federal, uma das formas pelas quais o controle administrativo se manifesta, nos termos do Decreto-Lei 200/1967, que dispe sobre a organizao da Administrao Pblica Federal.

    De acordo com a mencionada norma, o Ministro de Estado responsvel, perante o Presidente da Repblica, pela superviso dos rgos da Administrao Federal, direta e indireta, enquadrados em sua rea de competncia. Assim, por exemplo, o Ministro de Estado da Fazenda responsvel pela superviso da Receita Federal e da Secretaria do Tesouro Nacional, rgos vinculados ao Ministrio de sua competncia.

    A superviso ministerial deve ser exercida mediante a orientao, coordenao e controle das atividades dos rgos subordinados ou vinculados ao Ministrio, com o objetivo de assegurar o cumprimento das leis, promover a execuo dos programas de Governo, fiscalizar a aplicao dos recursos pblicos, promover a prestao de contas, dentre outras aes que assegurem a atuao correta e eficiente da Administrao.

    Especial ateno deve ser dada s peculiaridades da superviso exercida pela Administrao Direta, por intermdio dos Ministros de Estado, sobre as entidades da Administrao Indireta. Tal superviso, tambm conhecida como tutela - e no autotutela - no significa subordinao hierrquica, mas to-somente vinculao para fins de controle. Essa vinculao geralmente se d com relao ao Ministrio cujas atividades se relacionam com a da pessoa jurdica da Administrao Indireta. Por exemplo, o Banco do Brasil sociedade de economia mista e a Caixa Econmica Federal empresa pblica , que atuam na rea financeira, vinculam-se ao Ministrio da Fazenda; j a Petrobrs, sociedade de economia mista que atua na rea de energia, vincula-se ao Ministrio de Minas e Energia. O controle sobre as entidades da Administrao Indireta (tutela) ocorre para garantir a observncia da legalidade e o cumprimento das suas finalidades institucionais. Todavia, s pode ser exercido nos limites estabelecidos em lei, sob pena de

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    ofender a autonomia administrativa, operacional e financeira dessas entidades descentralizadas.

    Controle Judicial

    O controle judicial ou jurisdicional aquele exercido pelos rgos do Poder Judicirio sobre os atos administrativos do Poder Executivo, do Legislativo e do prprio Judicirio, quando realiza atividades administrativas. Esse controle ocorre em ateno ao disposto no art. 5, XXXV, da CF: a lei no excluir da apreciao do Poder Judicirio leso ou ameaa a direito.

    Na lio de Hely Lopes Meirelles:

    No nosso sistema de jurisdio judicial nica, consagrado pelo preceito constitucional de que no se pode excluir da apreciao do Poder Judicirio

    qualquer leso ou ameaa a direito, individual ou coletivo (art. 5o, XXXV), a

    Justia ordinria tem a faculdade de julgar todo ato de administrao

    praticado por agente de qualquer dos rgos ou Poderes do Estado.

    Assim, aquele que se sinta lesado em seus direitos em razo de ato praticado pela Administrao poder buscar socorro junto ao Judicirio. Tal possibilidade caracteriza uma instncia de controle sobre a gesto da coisa pblica, proveniente do sistema de freios e contrapesos presente em nosso ordenamento jurdico.

    Diferentemente do controle externo realizado pelo Poder Legislativo com o auxlio dos Tribunais de Contas (sobre o qual falaremos daqui a pouco), o controle judicial deve ser necessariamente provocado, ou seja, o Judicirio no age de ofcio, por conta prpria. Ao contrrio, para ser exercido, necessria a provocao do interessado ou do legitimado, mediante a propositura da ao judicial cabvel, que pode ser, por exemplo, um mandado de segurana, um mandado de injuno, uma ao popular, uma ao civil pblica entre outros.

    Outra peculiaridade que a doutrina costuma classificar o controle judicial sobre a Administrao Pblica como uma espcie de controle a posteriori, eis que geralmente ocorre depois de o ato ter sido consumado. Porm, possvel encontrar exemplos de controle prvio, como os mandados de segurana preventivos.

    Ademais, em regra, o controle judicial se restringe ao controle de legalidade, no se pronunciando sobre a convenincia e oportunidade do ato em exame, ou seja, sobre o mrito administrativo. Os elementos que perfazem o mrito do ato administrativo (motivo e objeto) somente

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    podero ser objeto de anlise pelo Poder Judicirio nos casos em que contrariarem princpios legais (como moralidade, imparcialidade e eficincia) ou que forem desproporcionais ou no pautados em critrios razoveis. Por exemplo, conforme ensina a Professora Di Pietro, a ausncia ou falsidade do motivo, isto , dos fatos que precedem a elaborao do ato, caracteriza ilegalidade, suscetvel de invalidao pelo Poder Judicirio, no constituindo invaso do mrito administrativo.

    Mediante o exerccio do controle judicial dos atos administrativos pode-se decretar a sua anulao, nos casos em que existe ilegalidade ou ilegitimidade, mas nunca a sua revogao, que faculdade privativa da prpria Administrao.

    Nunca demais lembrar que, considerando o conceito que leva em conta a posio do controlador em relao ao controlado, o Judicirio realiza controle externo sobre a Administrao Pblica. Porm, segundo a Constituio Federal, controle externo diz respeito apenas fiscalizao exercida pelo Poder Legislativo, com o auxlio dos Tribunais de Contas, sobre os atos administrativos do poder pblico.

    Controle Social

    O controle social exercido pelo cidado diretamente ou pela sociedade civil organizada. O ordenamento jurdico brasileiro, a comear pela Constituio Federal, estabelece diversas formas de controle social, que pode ser exercido tanto no momento da formulao da poltica pblica como na fase de execuo. A seguir, alguns exemplos de aes de controle acessveis a qualquer cidado:

    - denunciar irregularidades aos rgos de controle externo (CF, art. 74, 2);

    - propor ao popular que vise anular ato lesivo ao patrimnio pblico e moralidade administrativa (CF, art. 5, LXXIII);

    - examinar e questionar a legitimidade das contas de todas as esferas de governo, as quais ficaro disposio de qualquer contribuinte no respectivo Poder Legislativo e no rgo tcnico responsvel por sua elaborao (CF, art. 31, 3; LRF, art. 49);

    - conhecer e acompanhar, em tempo real, em meios eletrnicos de acesso pblico, informaes pormenorizadas sobre a execuo oramentria e financeira (LC 131/2009);

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    - sugerir, criticar, reclamar ou informar a respeito de ato de gesto ou ato administrativo praticado por agente pblico jurisdicionado ao TCU, por meio da ouvidoria do Tribunal (Resoluo TCU 214/2008).

    QUANTO AO MOMENTO DO CONTROLE

    Controle prvio (a priori): o controle exercido antes da conduta administrativa se efetivar. Possui carter preventivo, orientador, e visa evitar a ocorrncia de irregularidades.

    Exemplos clssicos deste tipo de controle so as autorizaes e as aprovaes, como a aprovao pelo Senado Federal da escolha feita pelo Presidente da Repblica para determinados cargos (ex: Ministros de tribunais superiores, Procurador Geral da Repblica e dirigentes de agncias reguladoras). Outro exemplo quando o Senado Federal aprova emprstimos externos por parte dos entes federativos (CF, art. 52, V3).

    O ordenamento jurdico atual no mais prev a

    necessidade de homologao prvia pelo

    Tribunal de Contas como condicionante para a

    eficcia de atos administrativos. Isso estava previsto no perodo entre as

    constituies federais de 1946 e 1967, mas no existe mais.

    Naquele perodo, todos os atos da Administrao, inclusive licitaes e respectivos

    contratos para compras, obras e servios, deveriam passar pelo crivo prvio do

    Tribunal de Contas para que pudessem produzir efeitos, num verdadeiro excesso

    de burocracia.

    J hoje em dia, a regra no mais essa, ou seja, gestores pblicos firmam contratos

    e executam despesas sem precisar de qualquer anuncia prvia do Tribunal de

    Contas.

    Nesse sentido, o STF j declarou inconstitucional lei estadual que determinava que

    todos os contratos celebrados entre o governo do Estado e empresas particulares

    dependeriam de registro prvio perante o Tribunal de Contas Estadual4.

    Porm, em algumas situaes especficas, por expressa disposio legal, ainda se

    W;;IWYI=I YWIW=

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    caso das licitaes para concesso de servios pblicos na esfera federal, cujo Edital

    deve ser enviado ao TCU para aprovao antes de ser publicado.

    Controle concomitante (pari passu): efetuado no momento em que a conduta administrativa est sendo praticada. Tambm possui carter preventivo, pois permite coibir irregularidades tempestivamente.

    Exemplo de controle concomitante a realizao de auditorias sobre atos ou contratos administrativos que ainda esto sendo consumados, como uma obra ainda em andamento que sofre uma auditoria do TCU.

    Controle posterior (a posteriori): efetuado aps o ato administrativo ter sido praticado. Possui carter corretivo e, eventualmente, sancionador. a forma mais utilizada de controle.

    Exemplos de controle posterior so a homologao de um procedimento licitatrio, o julgamento das contas dos administradores pblicos pelo TCU e a realizao de auditorias para fiscalizar a regularidade de atos administrativos j consumados ou os resultados alcanados por programas de governo.

    Registre-se que o Tribunal de Contas possui competncias que lhe so prprias, e que podem ser enquadradas em qualquer dos trs momentos do controle. Embora suas tarefas mais conhecidas e tradicionais sejam de controle posterior (julgamento das contas e realizao de auditorias), o controle da administrao pblica tem evoludo para priorizar aes de controle prvio ou concomitante, a partir de critrios de materialidade, relevncia e risco. Dessa forma, espera-se que a Corte de Contas alcance maior efetividade.

    QUANTO NATUREZA DO CONTROLE

    O controle da gesto pblica, quanto natureza, ou seja, considerando o seu foco, o aspecto a ser controlado, classifica-se em:

    Controle de legalidade: verifica se a conduta do gestor guarda consonncia com as normas aplicveis, de qualquer espcie - leis, regimentos, resolues, portarias etc.

    Ex: no controle da legalidade de uma construo de rodovia, pode ser

    verificado se a contratao da empreiteira responsvel pela obra foi realizada em

    conformidade com a Lei de Licitaes.

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    O controle da legalidade pode ser interno ou externo, no primeiro caso se exercido pelos rgos da prpria Administrao que praticou o ato (poder de autotutela) e no segundo se feito pelo Poder Judicirio, no exerccio da funo jurisdicional, ou pelo Poder Legislativo, nas situaes previstas na Constituio Federal.

    O resultado do controle de legalidade pode ser, de um lado, a confirmao da validade (ratificao, homologao) de atos praticados em conformidade com o ordenamento jurdico ou, de outro, a anulao de atos administrativos ilegais. No mbito desse controle possvel, ainda, a convalidao, pela Administrao, de atos praticados com defeitos sanveis.

    A homologao (ou no) de uma licitao pela autoridade competente do rgo ou entidade que realizou o procedimento constitui exemplo de controle de legalidade interno. De outra parte, so exemplos de controle de legalidade externo o exame pelo Judicirio, em mandado de segurana, da legalidade de um ato do Executivo e a apreciao pelo Poder Legislativo, com base em auditorias realizadas pelo Tribunal de Contas, da legalidade dos atos de gesto do Executivo.

    Controle de mrito: o controle que se consuma pela verificao da convenincia e oportunidade da conduta administrativa. Trata-se de um controle discricionrio, exercido igualmente sobre atos discricionrios. Nesse controle, no se questiona a legalidade do ato; afere-se apenas se uma conduta anterior merece prosseguir ou deve ser

    Verifica a

    conformidade

    do ato com o

    ordenamento

    jurdico

    Controle de legalidade

    Controle de

    legalidade interno Exercido pela prpria Administrao

    Controle de

    legalidade externo

    Exercido pelo Judicirio ou pelo

    Legislativo sobre os atos da Administrao

    Resultados

    possveis

    - Confirmao da validade (atos legais);

    - Anulao (atos ilegais);

    - Convalidao (atos com defeitos sanveis)

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    revista, com base em razes de convenincia e oportunidade da prpria Administrao.

    Ex: no controle de mrito, a Administrao pode rever a sua deciso

    anterior de construir uma rodovia de pista simples para construir uma de pista

    dupla.

    O resultado do controle de mrito pode ser a confirmao da conduta, quando esta no precisa ser revista ou a revogao dos atos discricionrios que, embora vlidos, tenham se tornado inoportunos e inconvenientes para a Administrao.

    O ponto mais importante a respeito do controle de mrito reside na competncia para exerc-lo. Com efeito, o controle de mrito privativo da Administrao Pblica, no se submetendo sindicabilidade do Poder Judicirio. O controle judicial restringe-se aferio da legalidade e da legitimidade das condutas administrativas, mas no adentra o mrito do ato. Em outras palavras, o Judicirio, no exerccio da funo jurisdicional, pode anular atos ilegais, mas no pode revogar atos administrativos por razes de convenincia e oportunidade.

    Os elementos que perfazem o mrito do ato administrativo (motivo e objeto) somente podero ser objeto de anlise pelo Poder Judicirio nos casos em que contrariarem princpios administrativos (como moralidade, imparcialidade e eficincia) ou que forem desproporcionais ou no pautados em critrios previstos em lei. Porm, mesmo que o Judicirio se utilize dos princpios administrativos para exame de um ato discricionrio, isso no significar invaso do mrito, e sim controle de legalidade e legitimidade.

    Quanto ao controle exercido pelo Poder Legislativo sobre os atos da Administrao, a doutrina reconhece que, em algumas situaes, pode ser um controle de mrito. Como exemplo, podemos citar as diversas situaes em que necessria uma autorizao prvia ou uma aprovao do Legislativo para a prtica de algum ato pelo Executivo, como ocorre na apreciao prvia pelo Senado do nome escolhido pelo Presidente da Repblica para ocupar o cargo de Presidente do Banco Central. A apreciao do Senado, nesse caso, essencialmente discricionria, ou seja, atinge o mrito do ato de nomeao. Na verdade, esse tipo de controle exercido pelo Legislativo um controle poltico, mas a doutrina chama de controle de mrito para ressaltar que no se trata de controle de legalidade, e sim de controle em que o Legislativo atua com discricionariedade. Ressalte-se, contudo, que o controle de mrito

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    exercido pelo Legislativo nessas situaes um controle prvio e jamais chega ao ponto de revogar um ato administrativo j praticado pela Administrao. A revogao s pode ser efetivada pela prpria Administrao que praticou o ato.

    Antes de terminar, cabe apresentar algumas classificaes tambm relacionadas natureza do controle da gesto pblica, considerando o seu foco. Nesse sentido, o controle tambm classifica-se em:

    Controle de legalidade: verifica se a conduta do gestor guarda consonncia com as normas aplicveis, de qualquer espcie - leis, regimentos, resolues, portarias etc.

    Ex: no controle da legalidade de uma construo de rodovia, pode ser

    verificado se a contratao da empreiteira responsvel pela obra foi realizada em

    conformidade com a Lei de Licitaes.

    Controle de legitimidade: verifica se o ato atende ao interesse pblico, impessoalidade e moralidade.

    Ex: no controle de legitimidade, pode ser verificado se a construo da

    rodovia atende s necessidades da populao. Caso, por exemplo, j existirem

    outras vias de acesso que atendam satisfatoriamente a demanda do local, ao

    contrrio de outras localidades mais necessitadas, o investimento poderia no

    ser considerado legtimo, mesmo se realizado de acordo com a Lei de Licitaes.

    Controle de economicidade: analisa a relao custo/benefcio da despesa pblica, isto , se o gasto foi realizado com minimizao dos custos e sem comprometimento dos padres de qualidade.

    Verifica a convenincia e

    oportunidade de atos

    discricionrios

    Controle de mrito

    Privativo da prpria Administrao

    Tem como resultado a confirmao da conduta ou a revogao do ato

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    Ex: no controle de economicidade, pode ser verificado se os materiais e

    servios necessrios construo da rodovia foram adquiridos e contratados a

    preos de mercado e se atenderam s necessidades da obra com qualidade.

    Alm desses aspectos, com a utilizao de tcnicas mais modernas de fiscalizao, o controle passou a ter tambm como foco:

    Controle de eficincia: analisa os meios utilizados em relao aos resultados obtidos pela Administrao, com critrios de custo, prazo e qualidade. De certa forma, se confunde com o conceito de economicidade.

    Ex: no controle de eficincia, pode ser verificado se os recursos dispendidos

    na obra foram otimizados, ou seja, se a rodovia foi construda com qualidade,

    em tempo razovel e a custo de mercado.

    Controle de eficcia: verifica se as metas estabelecidas foram alcanadas, ou seja, se os bens e servios foram providos.

    Ex: no controle de eficcia, pode ser verificado se o cronograma

    estabelecido para a obra foi cumprido, se todas as intervenes previstas foram

    realizadas, ou mesmo, se a rodovia foi realmente construda.

    Efetividade: analisa se os objetivos da ao administrativa foram atingidos, em termos de impactos sobre a populao-alvo.

    Ex: no controle de efetividade, pode ser verificado se a rodovia, aps

    construda, realmente melhorou a vida da populao, suprindo as carncias que

    motivaram a realizao da obra.

    Segundo as Normas de Auditoria do Tribunal de Contas da Unio (TCU), legalidade e legitimidade so avaliadas nas auditorias de regularidade, enquanto que economicidade, eficincia, eficcia e efetividade so avaliadas nas auditorias operacionais.

    Fonte: Manual de Auditoria Operacional do TCU.

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    Em suma, o controle avalia a legalidade, economicidade e a eficincia da aquisio e aplicao dos recursos, assim como a legitimidade, eficcia e a efetividade dos resultados alcanados.

    1. (TCU ACE 2004 Cespe) Tendo em conta o momento no qual a atividade de controle se realiza, o controle externo, analogamente ao que ocorre com o

    controle de constitucionalidade, pode ser classificado em prvio (a priori) ou

    posterior (a posteriori).

    Comentrio: As classificaes do controle quanto ao momento da sua realizao em relao ao ato controlado so: controle prvio (a priori), controle posterior (a posteriori), e ainda controle concomitante (pari passu). Portanto, o quesito est perfeito.

    Gabarito: Certo

    2. (TCDF Auditor 2014 Cespe) O controle pode ser classificado, quanto ao momento do seu exerccio, em prvio, simultneo ou a posteriori. A exigncia de

    laudos de impacto ambiental, por exemplo, constitui uma forma de controle

    simultneo.

    Comentrio: O quesito est errado. De fato, o controle pode ser classificado, quanto ao momento do seu exerccio, em prvio, simultneo ou a posteriori. Contudo, a exigncia de laudos de impacto ambiental constitui exemplo de controle prvio, e no simultneo. Geralmente, esse tipo de laudo exigido pelo Poder Pblico como condio para o licenciamento de obras, servindo para demonstrar as consequncias para o ambiente de determinado projeto. o que prescreve o art. 225, IV da CF:

    Art. 225. Todos tm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Pblico e coletividade o dever de defend-lo e preserv- lo para as presentes e futuras geraes.

    1 - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Pblico:

    IV - exigir, na forma da lei, para instalao de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradao do meio ambiente, estudo prvio de impacto ambiental, a que se dar publicidade;

    Gabarito: Errado

    3. (TCU ACE 2006 ESAF) Desenvolva um texto argumentando sobre o seguinte tema: Prvio, concomitante ou a posteriori: como caracterizar o controle

    exercido pelo TCU?

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    Comentrio: Uma boa resposta para essa questo discursiva poderia iniciar, logo de cara, afirmando que as diversas competncias do TCU permitem enquadrar o controle exercido pela Corte de Contas nas trs classificaes de controle apresentadas. Em seguida, a afirmao deveria ser justificada com exemplos, como os apresentados acima. Para concluir, poderia ser dito que, embora a maior parte do controle exercido pelo Tribunal seja posterior, sua atuao tem evoludo no sentido de priorizar as aes de controle prvio e concomitante, com o objetivo de, cada vez mais, se antecipar s ms prticas de gesto e evitar ou minimizar os danos ao patrimnio pblico.

    Gabarito: N/A

    4. (TCE/ES ACE 2012 Cespe) Uma das funes precpuas do Poder Judicirio realizar o controle de mrito dos atos administrativos do Poder

    Executivo que contribuem para o melhor interesse da sociedade.

    Comentrio: O quesito est errado, uma vez que o controle judicial, ao contrrio do que diz a assertiva, caracteriza-se por no realizar controle de mrito dos atos administrativos, restringindo-se ao controle de legalidade.

    Gabarito: Errado

    5. (TCE/TO ACE 2008 Cespe) Um sistema de controle externo se diferencia de um sistema de controle interno na administrao pblica, pois

    a) o primeiro se situa em uma instncia fora do mbito do respectivo Poder.

    b) correspondem, respectivamente, auditoria externa e interna.

    c) o primeiro tem funo coercitiva e o segundo, orientadora.

    d) o primeiro tem carter punitivo, e o segundo consultivo.

    e) o funcionamento do primeiro deriva de um processo autorizativo, e o segundo

    institucional.

    Comentrio: Quanto ao posicionamento do rgo controlador em relao ao controlado, o controle pode ser externo ou interno. O controle externo exercido por um ente no que integra a mesma estrutura organizacional do rgo fiscalizado enquanto que o controle interno exercido por ente que tambm integra essa estrutura. Portanto, correta a alternativa a.

    Gabarito: alternativa a

    6. (TCDF Procurador 2012 Cespe) O controle administrativo um controle de legalidade e de mrito, exercido exclusivamente pelo Poder Executivo sobre

    suas prprias condutas.

    Comentrio: A primeira parte da assertiva (O controle administrativo

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    um controle de legalidade e de mrito...) est correta. Lembre-se de que o controle administrativo deriva do poder de autotutela, pelo qual a Administrao pode anular atos ilegais (controle de legalidade) ou revogar atos inconvenientes/inoportunos (controle de mrito).

    Todavia, o restante da frase macula o quesito, pois o controle administrativo no exercido exclusivamente pelo Poder Executivo, mas pela Administrao Pblica em sentido amplo, compreendendo, portanto, a administrao direta e indireta de todos os Poderes e esferas de governo. Assim, por exemplo, o STF, integrante do Poder Judicirio, pode anular uma licitao promovida pelo prprio rgo para adquirir material de expediente, caso constate alguma ilegalidade no procedimento. Nesse exemplo, perceba que o STF est atuando como Administrao Pblica, ou seja, exercendo funes administrativas, ainda que no faa parte do Poder Executivo.

    Gabarito: Errado

    7. (TCDF ACE 2012 Cespe) Caso no seja empregado o mnimo de recursos destinados a sade e educao no DF, poder ocorrer o controle judicial de ofcio

    com vistas a garantir mediante medida cautelar a ocorrncia dos atos administrativos necessrios para o direcionamento dessa parcela do oramento.

    Comentrio: Como vimos, o controle judicial deve ser necessariamente provocado, ou seja, no existe controle judicial de ofcio, da o erro do quesito.

    Gabarito: Errado

    8. (TJRO Tcnico Judicirio 2012 Cespe) O abuso de poder conduta comissiva, que afronta, dentre outros, o princpio da legalidade e o da moralidade, e

    se sujeita, portanto, ao controle judicial, que se sobrepe ao controle administrativo.

    Comentrio: O item est errado. No h predominncia entre as formas de controle. Tanto o controle judicial como o administrativo, o parlamentar ou o exercido pelos Tribunais de Contas derivam do sistema de freios e contrapesos que rege a Administrao Pblica, o qual assegura a harmonia entre os Poderes.

    Gabarito: Errado

    9. (TCDF Procurador 2012 Cespe) Constitui exteriorizao do princpio da autotutela a smula do STF que enuncia que A administrao pode anular seus prprios atos, quando eivados dos vcios que os tornam ilegais, porque deles no

    se originam direitos; ou revoga-los, por motivo de convenincia e oportunidade,

    respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciao

    judicial.

    Comentrio: A questo est correta, pois constitui a transcrio da

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    Smula 473 do STF.

    Gabarito: Certo

    10. (INPI Analista 2013 Cespe) O controle administrativo, que consiste no acompanhamento e fiscalizao do ato administrativo por parte da prpria estrutura

    organizacional, configura-se como controle de natureza interna, privativo do Poder

    Executivo.

    Comentrio: O item est errado. A Professora Maria Sylvia Di Pietro define o controle da Administrao da seguinte forma:

    O poder de fiscalizao e correo que sobre ela exercem os rgos dos Poderes Judicirio, Legislativo e Executivo, com o objetivo de garantir a conformidade de sua atuao com os princpios que lhe so impostos pelo ordenamento jurdico.

    Temos ento, controle administrativo, judicial e legislativo como espcies do gnero controle da Administrao. O controle administrativo o poder de fiscalizao e correo que o Estado-administrador efetua sobre sua prpria atuao, nos aspectos de legalidade e mrito, seja por iniciativa prpria ou por provocao. A funo administrativa est presente em todos os Poderes do Estado. Embora o Poder Executivo a exera tipicamente, os demais Poderes, de forma atpica, tambm administram. Isso se d, por exemplo, quando realizam concurso pblico ou quando adquirem bens e servios. Dessa forma, o controle administrativo exercido no mbito de todos os Poderes, no s no Executivo. Os Poderes Judicirio e Legislativo exercem controle administrativo ao desempenharem sua funo atpica de administrar.

    Gabarito: Errado

    11. (TCDF Auditor 2014 Cespe) Na esfera federal, o controle administrativo identificado com a superviso ministerial, que, no caso da administrao indireta,

    caracteriza a tutela. A sua autonomia, estabelecida nas prprias leis instituidoras,

    deve ser assegurada, sem prejuzo da fiscalizao na aplicao da receita pblica e

    da ateno com a eficincia e a eficcia no desempenho da administrao.

    Comentrio: A assertiva est correta. a prpria definio de superviso ministerial, que, na esfera federal, uma das formas pelas quais o controle administrativo se manifesta. O quesito tambm caracteriza corretamente a tutela exercida pela Administrao Direta sobre da Administrao Indireta, ao indicar a necessidade de se preservar a autonomia das entidades descentralizadas.

    Gabarito: Certo

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    Compreendidas as principais caractersticas da atividade de controle, vamos avanar estudando as peculiaridades dos sistemas de controle externo existentes no mundo. Em seguida, iniciaremos o estudo particular dos sistemas de controle no Brasil.

    Vamos l!

    SISTEMAS DE CONTROLE EXTERNO

    As Entidades Fiscalizadoras Superiores (EFS) so os rgos tcnicos de controle externo de maior estatura em cada pas. Normalmente o rgo que atua na esfera federal. No caso do Brasil, a EFS o TCU.

    Dependendo da organizao poltica do pas, a EFS pode ser classificada em um dos seguintes sistemas de controle externo:

    Tribunais de Contas

    Auditorias-Gerais

    O sistema de Tribunais de Contas ou Conselho de Contas caracteriza-se por seu carter colegiado. Ou seja, as decises desses rgos so tomadas em conjunto, pelo voto da maioria de seus membros (decises colegiadas). Os Tribunais de Contas geralmente possuem poder para julgar a regularidade da gesto do administrador pblico (as chamadas contas dos responsveis). Tambm, em regra, possuem competncia para punir e emitir determinaes compulsrias aos controlados.

    J o sistema de Auditorias-Gerais ou Controladorias-Gerais caracteriza-se por seu carter unipessoal. So comandados por um auditor ou controlador-geral, que o responsvel pelas decises do rgo (decises monocrticas). No geral, as Auditorias-Gerais pronunciam-se conclusivamente sobre as contas, mas no as julgam. Suas decises, em regra, possuem carter opinativo ou consultivo, emitidas na forma de pareceres e recomendaes, com o objetivo principal de fornecer subsdios para que o titular do controle externo e a opinio pblica avaliem a gesto.

    Em geral, tanto os Tribunais de Contas como as Auditorias Gerais esto associados ao Poder Legislativo. H, contudo, pases que colocam os Tribunais de Contas junto ao Poder Judicirio ou as Auditorias-Gerais junto ao Poder Executivo. H tambm casos em que a EFS no est vinculada a nenhum Poder.

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    A tarefa tradicional dos Tribunais de Contas o controle de legalidade, enquanto que as Auditorias-Gerais priorizam o controle de eficcia, eficincia e efetividade. Contudo, os Tribunais de Contas tm progredido nesse aspecto, expandindo sua atuao para alm do mero exame de legalidade, passando a focar aspectos de desempenho e alcance de resultados.

    Os Tribunais de Contas e as Auditorias-Gerais tambm possuem caractersticas em comum: so rgos administrativos; so autnomos em relao ao Poder que os vincula; em geral, possuem previso constitucional; e suas decises no so sujeitas a reviso por outro rgo ou instncia.

    A Organizao Internacional de Entidades Fiscalizadoras Superiores (Intosai, em ingls; intosai.org), da qual o TCU um dos membros fundadores, o organismo que congrega as EFS de mais de 170 pases. O principal objetivo da entidade a troca experincias entre seus membros, com vistas ao contnuo aprimoramento da fiscalizao das contas pblicas.

    O TCU tambm faz parte da Organizao Latino Americana do Caribe de Entidades Fiscalizadoras Superiores (Olacefs; olacefs.net). A organizao incentiva a pesquisa cientfica especializada e desenvolve atividades de estudo, capacitao, especializao, assessoria e assistncia tcnica, informao e coordenao tudo isso com o objetivo de fomentar o desenvolvimento e o aperfeioamento das EFS membro. A Olacefs, que atualmente conta com 23 pases membros, um dos grupos regionais da Intosai.

    Alm disso, o TCU integra a Organizao das EFS dos Pases do Mercosul e Associados (EFSUL; efsul.org), juntamente com as EFS da Argentina, Paraguai, Uruguai, Bolvia, Chile e Venezuela, e tambm membro da Organizao das Instituies Supremas de Controle da Comunidade dos Pases de Lngua Portuguesa (Organizao das ISC da CPLP; estatuto), juntamente com as EFS de Angola, Cabo Verde, Guin-Bissau, Moambique, Portugal e So Tom e Prncipe. O objetivo dessas organizaes aumentar o desenvolvimento e o aperfeioamento de suas instituies membros, mediante a promoo de aes de cooperao tcnica, cientfica e cultural no campo de controle e da fiscalizao de uso dos recursos pblicos.

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    12. (TCU ACE 2004 Cespe) Os sistemas internacionais de controle externo tm em comum a circunstncia de que o rgo de controle invariavelmente

    colegiado e ligado ao Poder Legislativo.

    Comentrio: O rgo de controle (EFS) pode ser constitudo na forma de Tribunais/Conselhos de Contas ou na forma de Auditorias/Controladorias-Gerais. No primeiro caso, so rgos colegiados; no segundo, via de regra, so rgos monocrticos. Alm disso, embora a maioria das EFS pelo mundo esteja ligada ao Poder Legislativo, como o TCU no Brasil, h pases em que a EFS compe o Poder Judicirio, como em Portugal; o Poder Executivo, como no Paraguai e na Bolvia; ou nenhum dos Poderes, como na Frana e no Chile.

    Gabarito: Errado

    13. (TCU ACE 2006 ESAF) Na maioria dos pases onde existe, o sistema de controle externo levado a termo ou pelos Tribunais de Contas (Cortes de Contas)

    ou pelas Auditorias-Gerais. Nesse contexto, considerando as principais distines

    entre esses dois modelos de controle, assinale a opo que indica a correta relao

    entre as colunas:

    1) Tribunais de Contas ( ) So rgos colegiados.

    2) Auditorias-Gerais ( ) Podem ter poderes jurisdicionais.

    ( ) Podem estar integrados ao Poder Judicirio.

    ( ) Proferem decises monocrticas.

    a) 1 2 1 2 b) 1 1 1 2 c) 1 1 2 2 d) 2 1 2 1 e) 2 2 2 1

    Comentrio: Pelo que estudamos, fica fcil matar essa. Os Tribunais de Contas: so rgos colegiados; podem ter poderes jurisdicionais e podem estar integrados ao Poder Judicirio. J as Auditorias-Gerais proferem decises monocrticas e no possuem poderes jurisdicionais.

    Aproveito para ressaltar o detalhe de que, em regra, no se verificam: (i) Controladorias-Gerais integradas ao Poder Judicirio; (ii) Tribunais de Contas integrados ao Poder Executivo.

    Gabarito: alternativa b

    14. (TCU ACE 2007 Cespe) O sistema de controle externo, na maioria dos pases signatrios, levado a termo ou pelas cortes de contas ou pelas auditorias-

    gerais. As principais caractersticas do sistema de tribunal de contas so as

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    decises colegiadas e o poder sancionatrio. No Brasil, bem como nos demais

    pases que adotam esse sistema, os tribunais de contas, quanto sua organizao,

    encontram-se ligados estrutura do Poder Legislativo.

    Comentrio: As duas primeiras frases da questo esto corretas. Ademais, fato que, no Brasil, os tribunais de contas esto ligados ao Poder Legislativo. Contudo, h pases em que isso no ocorre. Portanto, a expresso bem como nos demais pases que adotam esse sistema torna o quesito errado. Em Portugal e na Grcia, por exemplo, o Tribunal de Contas situa-se no mbito do Poder Judicirio. J na Frana, a Corte de Contas no est vinculada a nenhum dos poderes.

    Gabarito: Errado

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    DECLARAO DE LIMA5

    O que ?

    A Declarao de Lima um documento publicado e distribudo pela Intosai, reconhecido como a Carta Magna do controle da gesto pblica ou, nos termos da norma, da auditoria governamental.

    O documento foi aprovado em outubro de 1977, durante um congresso da Intosai realizado em Lima (Peru).

    A Declarao de Lima fornece as bases filosficas e conceituais para os trabalhos desenvolvidos pelos membros da Intosai e apresenta uma lista abrangente de todas as metas e questes relacionadas auditoria governamental.

    Qual seu objetivo?

    O principal objetivo da Declarao de Lima exigir uma auditoria governamental independente. Essa independncia deve estar garantida na legislao e protegida por instituies que lhe confiram segurana jurdica de forma adequada. Segundo a Declarao de Lima, instituies dessa natureza s podem ser encontradas em um Estado Democrtico de Direito.

    O estado de direito e a democracia so, portanto, premissas essenciais para uma auditoria governamental efetivamente independente, alm de serem os pilares nos quais a Declarao de Lima se fundamenta.

    Quais so seus principais pontos?

    Propsito da auditoria

    Estabelece que o propsito da auditoria consiste na identificao tempestiva de violaes aos princpios da legalidade, eficincia, eficcia e economicidade. Espera-se, com isso, identificar os responsveis, obter ressarcimento pelos prejuzos causados e impedir ou dificultar a ocorrncia dessas violaes.

    Pr-auditoria e ps-auditoria

    Considera que uma pr-auditoria - ou controle prvio - eficaz indispensvel para garantir a adequada gesto dos recursos pblicos, uma

    5 Voc pode encontrar a Declarao de Lima, em portugus, no site do TCU: http://portal2.tcu.gov.br/portal/page/portal/TCU/relacoes_institucionais//relacoes_internacionais/organizacoes_internacionais

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    vez que pode impedir prejuzos antes de sua ocorrncia. Por outro lado, gera um volume excessivo de trabalho e inviabiliza a definio de responsabilidades. Por sua vez, a ps-auditoria - ou controle posterior - enfatiza a responsabilizao, sendo uma tarefa indispensvel a todas as EFS, a despeito de realizarem pr-auditorias ou no.

    Auditoria Interna e Auditoria Externa

    A Declarao de Lima preceitua que as EFS prestam servios de auditoria externa, pois no devem fazer parte da estrutura organizacional das instituies auditadas. Nesse ponto, portanto, a Declarao faz referncia ao conceito de controle externo quanto ao posicionamento do rgo controlador.

    O documento assevera, ainda, que os servios de auditoria interna - ou controle interno - devem ser funcional e organizacionalmente independentes, na maior medida possvel, apesar de estarem subordinados autoridade do rgo no qual foram estabelecidos. A EFS, na qualidade de auditoria externa, possui a tarefa de verificar a eficcia da auditoria interna.

    Auditoria de legalidade, auditoria de regularidade e auditoria operacional

    A Declarao de Lima reconhece que a tarefa tradicional das EFS auditar a legalidade e a regularidade. Todavia, atribui igual importncia auditoria operacional, cuja finalidade verificar o desempenho, a economia, a eficincia e a eficcia da administrao pblica.

    Independncia das EFS

    A Declarao de Lima enfatiza a necessidade de a EFS ser independente, funcional, organizacional e financeiramente, tanto em relao ao governo e administrao como tambm em relao ao Parlamento.

    Segundo a Declarao, a independncia da EFS deve estar prevista na Constituio do respectivo pas, podendo ser detalhada na legislao.

    Os membros, ou seja, as pessoas que tomam as decises pela EFS, tambm devem ser independentes, devendo haver garantia para tanto na Constituio, a qual deve prever a forma de designao e destituio desses membros.

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    A questo da independncia bastante enfatizada na Declarao, pois assegura que as decises da EFS sejam imparciais e objetivas, livres de influncias externas.

    Poderes das EFS

    Os poderes bsicos de auditoria da EFS devem estar previstos na Constituio; detalhes podem ser estabelecidos na legislao.

    Todas as operaes financeiras pblicas, a despeito de estarem ou no refletidas no oramento nacional, ficaro sujeitas a auditoria por parte da EFS. A cobrana de impostos, na maior medida possvel, tambm deve estar sujeita ao controle da EFS.

    Dentre as instituies sujeitas ao controle da EFS, a Declarao de Lima destaca: autoridades ou instituies pblicas estabelecidas no exterior; empresas regidas pelo direito privado das quais o governo seja acionista; instituies que recebam subsdios do governo; organizaes internacionais e supranacionais cujas despesas sejam cobertas por recursos do pas da EFS.

    O documento recomenda uma auditoria particularmente exaustiva nos recursos usados nas obras pblicas e nas instalaes de processamento de dados, em razo dos considerveis recursos dispendidos nessas reas, estabelecendo que a licitao pblica o procedimento mais adequado para a obteno da proposta mais favorvel em termos de preo e qualidade. Sempre que no forem realizadas licitaes pblicas, as razes para esse fato devem ser investigadas pela EFS.

    A Declarao de Lima dispe que a EFS deve ter acesso irrestrito a informaes e documentos necessrios realizao de suas atribuies de controle. A EFS tambm deve ter poderes para determinar s organizaes auditadas que adotem as medidas necessrias correo dos desvios apurados.

    Mtodos, procedimentos e pessoal de auditoria e elaborao de relatrios

    Estabelece que a EFS deve possuir a prerrogativa de elaborar seu prprio plano de auditoria, ou seja, de escolher quais rgos, contratos, obras etc. sero fiscalizados. Alm disso, adequado que a EFS elabore manuais de auditoria para orientar seus auditores.

    Os resultados das atividades da EFS devem ser apresentados em relatrios pblicos, exceto quando contenham dados protegidos por lei,

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    casos em que a EFS dever ponderar a necessidade dessa proteo contra os benefcios da divulgao do relatrio. Na elaborao dos seus relatrios, a EFS deve levar em considerao os pontos de vista das organizaes auditadas a respeito dos achados das auditorias.

    De acordo com a Declarao de Lima, os membros e funcionrios responsveis por auditorias devem ter a integridade moral e as qualificaes necessrias para desempenhar suas tarefas.

    *****

    isso. Apresentei um resumo dos principais pontos da Declarao de Lima para facilitar seu estudo, o que no substitui uma leitura atenta do inteiro teor da norma, que no grande. Essa leitura importante, pois as questes de prova sobre o tema geralmente so literais.

    Para finalizar o assunto, cabe registrar que o TCU, como membro da Intosai, procura sempre seguir os preceitos da Declarao de Lima na execuo de suas atividades de controle, embora a prpria Intosai estabelea que suas normas no sejam de aplicao compulsria pelas EFS. Com efeito, o ordenamento jurdico ptrio assegura ao TCU e, por consequncia, aos demais tribunais de contas brasileiros, grande parte das prerrogativas previstas na Declarao de Lima, como veremos nas outras aulas do curso.

    15. (TCE/PR Auditor 2016 Cespe) Relativamente s EFSs e s diretrizes para preceitos de auditoria definidas na Declarao de Lima, assinale a opo

    correta.

    A) O Poder Executivo deve estabelecer o grau necessrio de independncia de que

    deve gozar a EFS e garantir a proteo adequada contra qualquer interferncia

    sobre a referida independncia e(ou) o mandato de auditoria da EFS.

    B) As normas de auditoria, s quais as EFSs devem obedincia, podem ser

    divididas em dois grandes grupos: as que contemplam os requisitos da auditoria do

    setor pblico no nvel operacional e as normas que visam regulamentar a

    formatao dos trabalhos de auditoria.

    C) Qualquer que seja o normativo vigente e qualquer que seja a natureza das

    disposies adotadas, s EFSs cabe, fundamentalmente, fomentar e fazer respeitar

    a obrigao da prestao de contas no setor pblico.

    D) Segundo a Declarao de Lima, a EFS poder atuar como um agente do

    parlamento, fazendo auditorias segundo as instrues dessa casa legislativa, em

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    posio de entidade auxiliar ou consultora, mas, nesse caso, para assegurar sua

    independncia e autonomia, as matrias de que ela tratar devero ser submetidas

    ao seu pleno para deciso por escrutnio nominal.

    E) As EFSs devem cumprir as normas de auditoria da INTOSAI em todas as

    questes consideradas relevantes; como consequncia, as normas de auditoria da

    INTOSAI, exceto qualquer outra norma de auditoria alheia prpria EFS, so de

    aplicao obrigatria para as EFSs, inclusive para o seu pessoal.

    Comentrio:

    a) ERRADA. A independncia da EFS deve estar prevista na Constituio, e no ser estabelecida pelo Poder Executivo (Declarao de Lima, Seo 5, item 3).

    b) ERRADA. As normas de auditoria da INTOSAI dividem-se em quatro partes: (a) princpios bsicos; (b) normas gerais; (c) normas de trabalho de campo; (d) normas para a elaborao dos relatrios.

    c) CERTA, nos termos do item 1.0.36 das Normas de Auditoria da Intosai:

    1.0.36 Qualquer que seja a normativa vigente, a funo essencial das EFS sustentar e fomentar a obrigao de prestar contas, o que inclui a promoo de prticas de gesto econmico-financeiras adequadas. Qualquer que seja a natureza das disposies adotadas, a funo essencial das EFS fazer respeitar e promover a obrigao da prestao de contas no setor pblico. Em alguns pases, a EFS um tribunal, composto por juizes, que possui autoridade sobre os contadores pblicos, que devem obrigatoriamente prestar-lhes esclarecimentos. Esta funo jurisdicional exige que a EFS certifique-se de que qualquer um que leve frente operaes com fundos pblicos preste contas das mesmas e esteja, neste sentido, sujeito sua jurisdio.

    d) ERRADA. De fato, a Declarao de Lima admite que a EFS poder atuar como um agente do parlamento, fazendo auditorias segundo as instrues dessa casa legislativa. Contudo, o documento no preceitua a maneira pela qual a EFS deve assegurar sua independncia nesse caso, vale dizer, no diz que as matrias de que ela tratar devero ser submetidas ao seu pleno para deciso por escrutnio nominal. Nesse ponto, a Declarao de Lima apenas recomenda que a legislao garanta um grau muito elevado de iniciativa e autonomia para a EFS, bem como que a relao entre a EFS e o Parlamento dever estar prevista na Constituio, de acordo com as condies e requisitos de cada pas (Declarao de Lima, Seo 8).

    e) ERRADA. De fato, as EFS devem cumprir as Normas de Auditoria da Intosai em todas as questes consideradas relevantes (Normas de Auditoria da Intosai, item 1.0.8). Todavia, as disposies legais que regem o mandato de fiscalizao das EFS esto acima de quaisquer acordos relativos contabilidade ou fiscalizao com os quais entrem em conflito e, portanto, so

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    de importncia decisiva para as normas de auditoria que a EFS aplique. Como consequncia, as normas de auditoria da INTOSAI, ou de fato qualquer outra norma de auditoria alheia prpria EFS, no podem ser de aplicao obrigatria para as EFS nem para seu pessoal, notadamente nos casos em que entrem em conflito com a legislao.

    Gabarito: alternativa c

    16. (TCU AUFC 2013 Cespe) Consoante a Declarao de Lima de Diretrizes para Preceitos de Auditoria, permitido s Entidades Fiscalizadoras Superiores

    usar, sua discrio, os recursos alocados a elas em uma rubrica oramentria

    separada.

    Comentrio: O quesito est correto, nos termos do item 3 da Seo 7 da Declarao de Lima (Independncia financeira de Entidades Fiscalizadoras Superiores):

    3. As Entidades Fiscalizadoras Superiores podero usar, sua discrio, os recursos alocados a elas em uma rubrica oramentria separada.

    Gabarito: Certo

    17. (TCU AUFC 2011 Cespe) O fato de rgos e entidades governamentais serem objeto do controle exercido por uma EFS no implica subordinao de tal

    maneira que eles possam isentar-se de responsabilidades em relao s suas

    operaes e decises. Se, entretanto, em vez de recomendaes, a EFS emitir

    resolues ou atos similares, o seu cumprimento se tornar obrigatrio.

    Comentrio: O quesito est correto, em conformidade com a Seo 9 da Declarao de Lima:

    Seo 9. Relao com o governo e a administrao

    As Entidades Fiscalizadoras Superiores auditam as atividades do governo, suas autoridades administrativas e outras instituies subordinadas. Isso no significa, no entanto, que o governo seja subordinado Entidade Fiscalizadora Superior. Particularmente, o governo plena e exclusivamente responsvel por suas aes e omisses e no poder absolver-se com base em verificaes de auditorias--a menos que as verificaes tenham sido emitidas como julgamentos legalmente vlidos e aplicveis no mbito da lei--e em opinies de especialistas da Entidade Fiscalizadora Superior.

    Gabarito: Certo

    18. (TCU AUFC 2011 Cespe) As obras pblicas, em geral, por envolverem recursos considerveis, requerem ateno especial, cabendo EFS exclusivamente

    o controle da regularidade das despesas efetuadas. A avaliao dos resultados e a

    qualidade da execuo das obras constituem responsabilidade exclusiva dos

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    prprios contratantes.

    Comentrio: certo que as obras pblicas requerem especial ateno da EFS, por envolverem recursos considerveis, nos termos da Seo 21, item 1 da Declarao de Lima. Todavia, no cabe exclusivamente EFS o controle da regularidade das despesas efetuadas, pois tal controle tambm deve ser exercido pela prpria Administrao. Com efeito, segundo a Seo 21, item 2 da Declarao de Lima, a Entidade Fiscalizadora Superior promover o desenvolvimento de normas adequadas para regular a administrao dessas

    obras. Ademais, o quesito tambm erra ao afirmar que a avaliao dos resultados e a qualidade da execuo das obras constituem responsabilidade

    exclusiva dos prprios contratantes, pois a EFS tambm deve fazer esse tipo de avaliao, de acordo com a Seo 21, item 4 da Declarao de Lima:

    Seo 21. Contratos e obras pblicos

    4. As auditorias de obras pblicas no abrangero apenas a regularidade dos pagamentos, mas tambm a eficincia da gesto da construo e a qualidade da construo.

    Gabarito: Errado

    (TCU AUFC 2010 Cespe) De acordo com a Declarao de Lima, julgue os prximos itens, acerca das diretrizes para preceitos de auditoria. Nas situaes em

    que for utilizada, considere que a sigla EFS se refere a entidade fiscalizadora

    superior.

    19. Segundo a declarao em apreo, uma EFS deve gozar de independncia funcional e organizacional necessria para desempenhar suas tarefas. Apesar

    disso, entender que tal instituio, como parte do Estado, no pode ser

    completamente independente.

    Comentrio: O principal objetivo da Declarao de Lima exigir a independncia funcional e organizacional da EFS. O documento tambm se refere necessidade de independncia financeira e de independncia dos membros da EFS. Essa independncia deve estar assegurada pela Constituio, podendo ser regulamentada em outras normas. Todavia, na Seo 5, item 2, a Declarao de Lima reconhece que a EFS no pode ser completamente independente, por ser parte do Estado. Sua independncia, ento, deve ser a necessria para o desempenho de suas tarefas de forma objetiva e imparcial.

    Gabarito: Certo

    20. A Declarao de Lima admite que a execuo da pr-auditoria seja realizada por EFS ou por outras instituies de auditoria.

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    Comentrio: A assertiva est correta, sendo objeto da Seo 2, item 2, da Declarao de Lima. A pr-auditoria - ou controle prvio - tem finalidade preventiva e , essencialmente, realizada pela auditoria interna ou controle interno do rgo, sem prejuzo de que a EFS ou outras instituies de auditoria tambm a execute.

    Gabarito: Certo

    21. EFSs prestam servios de auditoria externa.

    Comentrio: Na Seo 3, item 1, parte final, a Declarao de Lima afirma exatamente isso. Nos termos da Declarao, os conceitos de auditoria externa e auditoria interna referem-se classificao do controle quanto ao posicionamento do rgo controlador. Assim, os servios de auditoria externa no fazem parte da estrutura organizacional das instituies a serem auditadas, enquanto que os servios de auditoria interna so estabelecidos dentro dos rgos e instituies governamentais. Ao afirmar que a EFS presta servio de auditoria externa, a Declarao de Lima refora a necessidade de que a EFS seja independente em relao entidade auditada.

    Gabarito: Certo

    22. De acordo com a referida declarao, uma EFS deve auditar a legalidade e a regularidade da gesto financeira e da contabilidade. Essa declarao, entretanto,

    no cita como atribuio das EFSs a auditoria operacional, a qual consta na

    Constituio Federal brasileira.

    Comentrio: A questo errada, pois a Declarao de Lima, em sua Seo 4, cita como atribuio da EFS a auditoria operacional, cuja finalidade verificar o desempenho, a economia, a eficincia e a eficcia da administrao pblica, colocando esse tipo de auditoria no mesmo patamar de importncia da auditoria de legalidade e regularidade da gesto financeira e da contabilidade, que tradicionalmente a EFS executa. Cabe observar que a auditoria operacional, na Constituio Federal brasileira, prevista no art. 70 e art. 71:

    Art. 70. A fiscalizao contbil, financeira, oramentria, operacional e patrimonial da Unio (...) ser exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.

    Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, ser exercido com o auxlio do Tribunal de Contas da Unio, ao qual compete:

    IV - realizar, (...) inspees e auditorias de natureza contbil, financeira, oramentria, operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judicirio, e demais entidades referidas no inciso II;

    Gabarito: Errado

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    (TCU ACE 2008 Cespe) Com relao aos conceitos e legislao aplicveis ao controle externo e s instituies fiscalizadoras, julgue os itens a seguir.

    23. Nos termos da Declarao de Lima, a pr-auditoria, tarefa indispensvel de todas as entidades fiscalizadoras superiores, tem a vantagem de reduzir o volume

    de trabalho e tornar indistintas as responsabilidades previstas no Direito Pblico.

    Comentrio: O quesito est errado. A Declarao de Lima, na Seo 2, item 4, afirma que a ps-auditoria uma tarefa indispensvel de toda EFS, e no a pr-auditoria, como est na questo. A realizao ou no da pr-auditoria pela EFS depende da particularidade de cada pas.

    Alm disso, na Seo 2, item 3, a Declarao de Lima dispe que a pr-auditoria tem a desvantagem de gerar um volume excessivo de trabalho, e no a vantagem de reduzir o volume de trabalho, como afirma a questo.

    Gabarito: Errado

    24. Na hiptese de entidades fiscalizadoras superiores emitirem pareceres especializados, inclusive comentrios sobre proposies legislativas, as autoridades

    administrativas sero obrigadas a acat-las. Essa tarefa adicional, inclusive, dever

    prevenir futuros achados de auditorias.

    Comentrio: De acordo com a Seo 12, item 1 da Declarao de Lima, as autoridades administrativas no so obrigadas a acatar os pareceres especializados da EFS, da o erro do item. Alm disso, o quesito tambm erra ao afirmar que essa tarefa adicional emisso de pareceres especializados dever prever futuros achados de auditoria, pois o que dispe a Declarao de Lima exatamente o contrrio.

    Gabarito: Errado

    25. (TCU ACE 2007 Cespe) A INTOSAI um organismo internacional cujo objetivo fomentar o intercmbio de ideias e experincias entre entidades

    fiscalizadoras superiores quanto ao controle das finanas pblicas. Entre os

    documentos elaborados pela INTOSAI, destacam-se a Declarao de Lima, o

    cdigo de tica e normas de auditoria. Na Declarao de Lima, s constam o

    controle prvio e o controle posterior, ao passo que, no Brasil, alm desses, h o

    controle concomitante, por expressa disposio legal.

    Comentrio: A primeira frase a definio exata do objetivo da Intosai. Quantos aos documentos elaborados pela entidade, alm da Declarao de Lima, o cdigo de tica e as normas de auditoria tambm so muito importantes, inclusive servem de base para as Normas de Auditoria do TCU. Em relao aos momentos do controle, a Declarao de Lima s trata do controle prvio, ou pr-auditoria, e do controle posterior, ou ps-auditoria. A

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    Declarao de Lima no fala em controle concomitante. No Brasil, essa forma de controle prevista expressamente na Lei 4.320/1964:

    Art. 77. A verificao da legalidade dos atos de execuo oramentria ser prvia, concomitante e subsequente.

    Ademais, a prpria LO/TCU prev o controle concomitante ao elencar dentre as competncias do Tribunal acompanhar a arrecadao da receita a cargo da Unio (...), mediante inspees e auditorias, ou por meio de demonstrativos prprios (LO/TCU, art. 1, IV).

    Gabarito: Certo

    26. (TCU AUFC 2015 Cespe) Alm de auditar contratos e a execuo de obras pblicas, as entidades fiscalizadoras superiores devem ser responsveis por

    desenvolver normas para a administrao dessas obras.

    Comentrio: A questo aborda o item 3 da Seo 21 da Declarao de Lima:

    3. No processo de auditarem obras pblicas, a Entidade Fiscalizadora Superior promover o desenvolvimento de normas adequadas para regular a administrao dessas obras.

    Embora o gabarito da questo tenha sido certo, considero que h uma impropriedade em afirmar que a EFS deve desenvolver normas para a administrao das obras pblicas. Na verdade, segundo a DL, a EFS deve promover o desenvolvimento de normas para regular a administrao das obras pblicas, ou seja, o papel da EFS desenvolver normas para regulamentar a fiscalizao, e no a execuo (administrao) das obras pblicas.

    Gabarito: Certo

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