crise asmática em criança
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Crise Asmática em criança. Thomaz Bittencourt Couto Membro do Departamento de Emergência da Sociedade de Pediatria de São Paulo, médico assistente do Pronto Socorro do Instituto da Criança HC –FMUSP e médico plantonista do Hospital Israelita Albert Einstein. Objetivos. - PowerPoint PPT PresentationTRANSCRIPT
Crise Asmática em criançaThomaz Bittencourt CoutoMembro do Departamento de Emergência da Sociedade de Pediatria de São Paulo, médico assistente do Pronto Socorro do Instituto da Criança HC –FMUSP e médico plantonista do Hospital Israelita Albert Einstein
Objetivos
• Definir asma e estabelecer sua importância global
• Rever critérios diagnósticos em crianças e adultos
• Classificar crise asmática pela gravidade
• Discutir criticamente o manejo das crises
• Apresentar perspectivas futuras de tratamento
Definição
• A asma é um disturbio inflamatorio cronico das vias aéreas.
As vias aéreas cronicamente inflamadas sao hiper-
responsivas; elas se tornam obstruidas e o fluxo aéreo é
limitado (por broncoconstricçao, pelos tampoes mucosos e
pela inflamaçao aumentada) quando sao expostas a vários
fatores de risco
Impacto• Aproximadamente 20 milhoes de asmáticos no Brasil• As taxas de hospitalizaçao por asma em maiores de 20 anos
diminuiram em 49% entre 2000 e 2010• Já em 2011 foram registradas pelo DATASUS 160 mil
hospitalizaçoes em todas as idades, dado que colocou a asma como a quarta causa de internaçoes
• A taxa média de mortalidade no pais, entre 1998 e 2007, foi de 1,52/100.000 habitantes (variaçao, 0,85-1,72/100.000 habitantes), com estabilidade na tendencia temporal desse periodo
Fisiopatologia
Fisiopatologia
hipertrofia e hiperplasia do músculo liso
elevaçao no número de
células caliciformes
aumento das glândulas
submucosas
alteraçao no depósito e
degradaçao dos componentes da
matriz extracelular
= Remodelamento que interfere na
arquitetura da via aérea, levando à irreversibilidade de obstruçao em alguns pacientes
Remodelamento
Bronquiolo normal
Asma
Quadro Clínico• Sibilância — sons sibilantes agudos ao expirar• História de:
• Tosse com piora particularmente à noite, sibilos recorrentes, dificuldade respiratória recorrente ou aperto no peito recorrente
• Sintomas à noite, despertando o paciente• Sintomas em um padrao sazonal• Eczema, polinose ou uma história familiar de asma e doenças atópicas• Os sintomas ocorrem ou se agravam na presença de:
• Animais com pelo, aerossóis quimicos, mudanças na temperatura, ácaros domésticos,drogas (aspirina, betabloqueadores), exercicios, pólen, infecçoes (virais) respiratórias, fumaça, emoçao forte
• Sintomas respondem à terapia antiasmática• Os resfriados do paciente “vao para o peito” ou levam mais de 10 dias
para desaparecer
Diagnóstico• Maiores de cinco anos
• Medidas de funçao pulmonar (espirometria, peak flow)• Broncoprovocaçao• Teste alérgenos (cutâneos ou IgE)
• Menores de cinco anos• Diagnóstico de asma deve ser em grande parte baseado no
julgamento clinico • Quanto mais jovem a criança, maior a chance de não ser asma• Periodicamente revisado à medida que a criança cresce
Diagnóstico menores de 5 anos• Crianças com 4 ou mais episódios de sibilância que duraram
mais de um dia no último ano • 1 critério maior
• História familiar de asma• Dermatite atópica• Evidencia de sensitivaçao a alérgenos aéros
• 2 critérios menores • Sensitivaçao a alimentos• Eosinofilia >4%• Sibilância nao relacionada à IVAS
Crise Asmática
Crise (ou exacerbação)• Episódio agudo ou subagudo de piora progressiva da dispnéia,
tosse, sibilos, taquipnéia e opressao torácica• Diminuiçao do fluxo expiratório que pode ser quantificado pela
medida de funçao pulmonar (peak flow ou VEF1)• Tratamento
• corrigir a obstruçao pulmonar e a hipoxemia tao rápido quanto possivel
• planejar a prevençao de futuras recidivas
Mecanismo de Inflamação
AlérgenosVirusPoluentes aéreos?
InflamaçaoBronquite eosinofílica
crônica
HIPERRESPONSIVIDADE DAS VIAS AÉREAS
SINTOMASTosse SibilosAperto Dispnéia
GATILHOSAlérgenosExercicioAr Frio
SO2Partículas
Helfaer MA. In: Roger MC, ed: Textbook of pediatric intensive care,1992;258-95
obstrução brônquica
distúrbio V/Q
hiperinsuflação
pressão negativapleural
atelectasias
resist. vias aéreas
espaço morto
trabalho respiratório
alt. dinâmica tórax ediafragma
complacência
vasoconstriçãopulmonar
insuficiênciacardíaca
PaO2PaCO2
DC
Crise Asmática - Fisiopatologia
Classificação da Crise
Risco de evolução fatal• Intubaçao prévia por crise• Tres ou mais visitas à emergencia ou duas ou mais hospitalizaçoes por
asma no último ano • Uso frequente de corticoide sistemico • Uso de dois ou mais frascos de inalador pressurizado de b2-agonista de
curta açao por mes • Problemas psicossociais
• depressao• baixo nivel socioeconômico• dificuldade de acesso à assistencia• baixa adesao a tratamentos prévios
• Comorbidades• Asma lábil com variaçoes acentuadas de funçao pulmonar, ou seja, mais
que 30% do PFE ou VEF1 • Má percepçao do grau de obstruçao pelo paciente
Exames complementares• Gasometria
• 1ª fase: Alcalose respiratória• 2ª fase: Hipoxemia e alcalose respiratória• 3ª fase: Hipoxemia• 4ª fase: Hipoxemia e acidose respiratória• 5ª fase: Hipoxemia e acidose mista
• Radiografia de tórax• Nao está indicada de rotina, exceçoes:
• Doente intubado• Suspeita de:
• Barotrauma• Atelectasia• Pneumonia• Sibilância de outra etiologia
Tratamento
Níveis de Evidência• Nível A: RTCs bem desenhados ou estudos diagnosticos em
populações relevantes
• Nível B: RTCs ou estudos diagnosticos com limitações menores
• Nível C: Estudos observacionais (caso-controle e coorte)
• Nível D: Opinião de especialistas, relato de caso
• Nível X: Situações excepcionais onde a validação dos estudos não pode ser feita e há uma clara preponderância do benefício sobre o prejuízo
Tratamento da Crise
• Oferecer O2 (evidência C)
• Se sat <93%
Beta - 2 Agonista inalatório• Indicada em todos os pacientes (evidencia A) • Inalador dosimetrado e espaçador (MDI) é preferivel à
inalaçao com nebulizadores nos casos leves e moderados (evidencia B)
• Crianças de 2 a 4 anos depositam no pulmao metade da medicaçao administrada, comparada com crianças de 5 a 8 anos
• Beta-2 contínuo pode ser mais eficaz em pacientes mais graves, para realizar inalaçao contínua sao necessários dispositivos especificos que nao estao disponiveis em nosso meio
Brometo de Ipatrópio• No pronto socorro é recomendado (evidencia A)
• menor taxa de internaçao, em especial nos pacientes com crise grave
• Na internaçao: nao recomendado (evidencia A)
Corticóide• No pronto socorro:
• administrar CE sistemico nos pacientes com crises moderadas e graves e em pacientes que nao responderam à terapia inicial com beta-2 (evidencia A)
• Prednisona VO mostrou ter efeito equivalente ao da metilprednisolona EV (evidencia A)
• prescrever por 5 a 10 dias após a alta do para prevenir recorrencia
• Na internaçao: administrar CE sistemico nos pacientes internados com crise asmática (Evidencia A)
Sulfato de Magnésio• Sulfato de magnésio EV: considerar MgSO4 nos pacientes com
crises com risco de morte e naqueles com crises graves sem melhora após uma hora de tratamento(evidencia A, em maiores de 5 anos)
Beta -2 Agonista parenteral• Considerar adiçao de bolus de salbutamol (ou terbutalina) em
crianças em casos graves em crianças quando paciente nao respondeu ao tratamento inicial (evidencia B, maiores de 2 anos)
• Beta – 2 Agonista contínuo pode ser considerado em UTI• Consenso brasileiro considera uso subcutâneo em paciente
incapaz de realizar nebulizaçao
Terapias de Resgate• Heliox: considerar o uso de heliox na nebulizaçao com
salbutamol nos pacientes com crises com risco de morte e naqueles em que o quadro se mantém grave após uma hora de tratamento (Evidencia B) – Norte Americanos
• Metilxantinas: considerar o uso de aminofilina na UTI em crianças com crise quase fatal, que nao responderam às doses máximas de broncodilatadores e corticóides (evidencia C); nao é recomendado em crises leves e moderadas (evidencia A)
Doses
Ventilação Não Invasiva
• Boa evidencia em adultos com DPOC exacerbada e
EAP
• Pouca evidencia de VNI em crianças na emergencia
• Pode ser usada em crianças colaborativas, como
alternativa antes da IOT
• Contra indicada em criança inconsciente, OVAS,
malformaçao de face e risco de aspiraçao
Indicações de Intubação
• Fadiga progressiva ou exaustao
• Alteraçao no nivel de consciencia
• Alteraçao na frequencia respiratória
• PCR ou PCR iminente
• Hipoxemia grave
• Hipercarbia progressiva
• Corpo estranho na traqueia agrava o broncoespasmo
• Ventilaçao com pressao positiva aumenta o risco de barotrauma e hipotensao
Tuxen DV. Am Rev Respir Dis 1987;136(4):872-9
• > 50% da morbilidade/mortalidade na asma grave ocorre durante ou imediatamente depois da intubaçao
Zimmerman JL. Crit Care Med 1993;21(11):1727-30
Porque hesitar em intubar...
Resumindo• Asma é doença crônica de alta prevalencia• O diagnóstico é difícil em crianças menores de 5 anos• Crise asmática deve ser classificada e tratada de acordo com
gravidade• Beta 2 agonista é a medicaçao mais importante para
tratamento da crise• O uso de spray com espaçador é indicado sempre em crises
leves a moderadas em crianças• Associar corticóide em crises moderadas, graves ou muito
graves, mantendo por pelo menos 3-5 dias• Outras terapias de resgate podem ser uilizadas antes da
necessidade de intubaçao
Dúvidas ?
Referências• Global Initiative for Asthma – GINA [homepage on the Internet].
Bethesda: Global Initiative for Asthma. [cited 2011 Apr 1] Global Strategy for Asthma Management and Prevention, 2010. [Adobe Acrobat document, 119p.] Available from: http://www.ginasthma.org/pdf/ GINA_Report_2010.pdf
• National Heart Lung and Blood Institute (NHLBI), National Asthma Education Prevention Program (NAEPP). Expert panel report 3. Guidelines for the diagnosis and management of asthma: full report; 2007.
• British Guideline on the Management of Asthma. A National Clinical Guideline. British Thoracic Society, Scottish Intercollegiate Guideline Network, 2012.
• Diretrizes da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia para o Manejo da Asma – 2012. J Bras Pneumol. v.38, Suplemento 1, p.S1-S46 Abril 2012.