criação de valor em empresas selecionadas no setor sucroalcooleiro: uma análise aplicando o eva
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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS
CAMPUS DE JABOTICABAL
Orientador: Prof. Dr. Zilmar José de Souza
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Ciências Agrárias Veterinárias UNESP, Campus de Jaboticabal, como parte das exigências para graduação em Administração.
JABOTICABAL – SP
2º SEMESTRE DE 2008
CRIAÇÃO DE VALOR EM EMPRESAS SELECIONADAS NO SETOR SUCROALCOOLEIRO: UMA ANÁLISE APLICANDO O EVA®.
Robson Eneas de Oliveira
Existe uma ingenuidade na admiração. É aquela do homem que não considera a possibilidade de ele
também ser admirado um dia. (Friedrich Nietzsch)
Resumo
O etanol brasileiro, derivado da cana-de-açúcar, está despertando interesses de estados e
empresas internacionais, apresentando crescimento na produção e implantação de novos
projetos em diversas regiões do país. A decisão de financiamento desses novos
investimentos leva em consideração o custo do capital que será utilizado e a
possibilidade de criação de valor econômico. Neste trabalho, foram analisadas as
empresas do setor sucroalcooleiro que optaram pela abertura de capital, sendo o
objetivo principal verificar se houve criação de valor nas empresas desse setor que
adotaram a estratégia de abertura de capital, entre 2003 e 2007. Para tanto, utilizou-se
dos referenciais do Economic Value Added (EVA®) e Market Value Added (MVA®).
O EVA® pode ser entendido como o resultado apurado pela empresa que excede a
remuneração mínima exigida pelos proprietários de capital (credores e acionistas). A
amostra foi composta por cinco companhias: Açúcar Guarani, Grupo Cosan, Usina
Nova América, Usina Costa Pinto e Usina São Martinho. Espera-se através deste estudo
discutir, sob enfoque do método utilizado, o desempenho econômico-financeiro das
empresas do setor sucroalcooleiro que realizaram a abertura de capital.
Palavras-chave: setor sucroalcooleiro, investimento, custo do capital, EVA, MVA.
Abstract
Brazilian fuel alcohol, distilled from sugarcane, is attracting interest from governments
and international companies showing growth in production and implementation of new
projects in various regions of the country. The decision to fund those new investment
takes into account the cost of capital that will be used and the possibility of creating
economic value. In this work, companies in the sugar cane sector which have opted for
the opening of capital were analyzed. The purpose of the search was verify if there was
creation of value in companies of this industry that adopted the strategy of opening the
capital, between 2003 and 2007, using the benchmarks of Economic Value Added
(EVA®) and Market Value Added (MVA®). The EVA® can be understood as the
result established by the company which exceeds the minimum return required by
investors into companies: creditors ("loaners") and shareholders ("owners").The sample
was composed of five companies: Açúcar Guarani, Grupo Cosan, Usina Nova América,
Usina Costa Pinto e Usina São Martinho. Using the EVA® and MVA®, it is hoped that
this preliminary study will encourage discussions about the impact on financial and
economic performance of companies in the sugar cane sector which opened the capital.
Keywords: sugar cane sector, investment, cost of capital, EVA, MVA.
vii
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 1
2 PROBLEMA DE PESQUISA E OBJETIVO .......................................................................... 5
3 REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................................... 6
3.1. Abertura de capital ......................................................................................................... 6
3.2 Criação de valor ............................................................................................................ 12
4. METODOLOGIA DE PESQUISA ...................................................................................... 15
4.1. Modelo de Análise ....................................................................................................... 16
4.1.1. Lucro Operacional Ajustado (NOPAT) .................................................................. 16
4.2. Mensuração do Custo Médio Ponderado de Capital (WACC)........................................ 17
4.2.1. Determinação do Custo do Capital de Terceiros (��) ............................................. 17
4.2.2. Determinação do Custo do Capital Próprio (��) .................................................... 18
4.3. Valor de Mercado Adicionado (MVA).......................................................................... 21
4.4. Valor da Empresa segundo Stewart ............................................................................... 22
4.5. Correção Monetária ...................................................................................................... 23
4.6. Ciclo operacional e período de análise .......................................................................... 23
5. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ................................................. 24
5.1 NOPAT ,EVA, MVA e valor da empresa ...................................................................... 24
6. CONCLUSÃO .................................................................................................................... 31
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 34
ANEXOS – Base de dados utilizada para elaboração da pesquisa. ........................................... 38
viii
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1 – Lucro Aberturas de capital na BOVESPA..................……...........................08
Tabela 2 – Lucro operacional ajustado das empresas analisadas.……...........................25
Tabela 3 – Retorno sobre investimentos..........................................................................26
Tabela 4 – Cálculo do EVA® das empresas selecionadas..............................................27
Tabela 5 – Relação do EVA® com o investimento.........................................................28
Tabela 6 – Cálculo do MVA das empresas selecionadas................................................28
Tabela 7 – Valor das empresas selecionadas...................................................................29
Tabela 8 – Spread de captação........................................................................................30
ix
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 – Fontes de financiamento da empresa.……....................................................07
1
1 INTRODUÇÃO
Os recentes aumentos no preço do petróleo, as perspectivas de esgotamento das
reservas, os riscos geopolíticos correntes da dependência do petróleo de países
politicamente instáveis e os compromissos mais sólidos com a questão ambiental desde
a assinatura do Tratado de Kyoto têm fortalecido o interesse nas fontes alternativas de
energia (BASTOS, 2007). O Brasil é conhecido mundialmente por possuir matrizes
energéticas limpas e renováveis, em virtude da inserção de usinas hidrelétricas e da
produção de álcool anidro e hidratado para utilização em automóveis. Neste contexto, o
mercado brasileiro de produção de etanol, obtido através da cana-de-açúcar, está sob
atenção crescente de Estados e empresas internacionais.
A tradição herdada do período colonial, do cultivo em larga escala da cana-de-
açúcar favoreceu o desenvolvimento da produção de açúcar em diversas regiões do
território e a posterior produção do álcool, também em larga escala. Segundo a UNICA
– União da Indústria Canavieira de São Paulo – (2007), no Brasil, entre a safra
1990/1991 e 2006/2007, houve um crescimento na produção de cana-de-açúcar de 92%,
2
com a produção de 426 milhões de toneladas. Os produtos principais, açúcar e álcool,
tiveram um crescimento de 303% e 54% respectivamente.
A região Centro-Sul, de acordo com a UNICA, foi na safra 06/07 a maior
produtora de cana (87,5%), açúcar (86,2%) e álcool (90,36%), cabendo à região Norte-
Nordeste os demais percentuais de participação. Os estados de São Paulo (264 milhões
de t e 10,9 milhões de m³), Paraná (31 milhões de t e 1,3 milhões de m³) e Minas Gerais
(29 milhões de t e 1,29 milhões de m³) foram os maiores produtores de cana-de-açúcar e
etanol (anidro e hidratado); em relação ao açúcar os maiores produtores foram São
Paulo (19,5 milhões de t), Alagoas (2,13 milhões de t) e Paraná (2,10 milhões de t).
A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) no documento balanço energético
parcial (2008), com dados referentes a 2007, aponta que na matriz energética nacional o
percentual de energia renovável gerada pelos derivados da cana-de-açúcar ultrapassou,
pela primeira vez, a energia obtida através de fontes hidráulicas. Em 2007, 46,4% da
energia na matriz energética brasileira eram de fontes renováveis, deste percentual
38,4% provêm da cana-de-açúcar e 35,3 de energia hidráulica.
Com vistas a este crescimento – e possibilidades de aquecimento do mercado de
energia renovável ainda maior, com o surgimento de políticas internacionais de fomento
à produção e utilização de biocombustíveis – as empresas do setor sucroalcooleiro têm
vislumbrado novos investimentos em etanol e a necessidade de capital para financiar
seus projetos.
O financiamento da implantação de novos projetos na empresa – tais como a
ampliação da capacidade produtiva e a modernização da base tecnológica – é feito
através da captação de recursos em fontes específicas de financiamento. As decisões
sobre qual fonte adotada refletirão diretamente na estrutura de capital da empresa e,
3
conseqüentemente, nos resultados e no valor da empresa. Portanto, a decisão de
financiamento tem de levar em conta o custo do capital que será utilizado.
Segundo Gitman (2004), custo de capital é a taxa de retorno que uma empresa
deve conseguir nos projetos em que investe para manter o valor de mercado de sua ação.
Também pode ser considerado a taxa de retorno exigida pelos fornecedores de capital
do mercado para que seus fundos sejam atraídos. Se o risco for mantido constante, os
projetos com taxa de retorno superior ao custo de capital elevarão o valor da empresa e
aqueles com taxa inferior reduzirão.
As fontes de financiamento, em relação a sua temporalidade, podem ser de curto
e de longo prazo, sendo que fundos de longo prazo são recursos que sustentam os
investimentos permanentes da empresa. O financiamento através de capitais de terceiros
de longo prazo é representado por dívidas assumidas pela organização através da venda
de obrigações (ou títulos), nas quais se compromete a pagar o valor de face do título
mais juros.
Gitman (2004) esclarece que ao contrário do capital advindo de terceiros, o
capital próprio é uma forma permanente de financiamento da empresa. Não há prazo de
vencimento definido, no sentido de que não há a obrigação de restituição. Como é
liquidado somente quando a empresa passa por um processo de falência judicial, os
acionistas devem reconhecer que, embora exista um mercado líquido para a venda de
suas ações, o preço que lograrão poderá oscilar. Essa oscilação torna o investimento do
acionista mais arriscado.
Dentre as opções de financiamento por meio de capital próprio, a emissão de
ações ou abertura de capital tem sido difundida consideravelmente nos últimos anos no
mercado brasileiro. Neste trabalho, serão analisadas as empresas do setor
4
sucroalcooleiro que optaram pela abertura de capital, ou seja, lançaram mão de papéis
no mercado de valores mobiliários, além de verificar se tais empresas vêm efetivamente
promovendo a criação de valor para o acionista. Para tanto, após uma breve análise do
processo de abertura de capital, serão avaliadas as demonstrações financeiras
procurando verificar a criação de valor além de outros indicadores de performance. A
principal medida de desempenho será o Economic Value Added (EVA®) – valor
econômico agregado.
Na seqüência do artigo são dispostos o problema da pesquisa e objetivo do
trabalho, seguido da revisão bibliográfica, que dará o enfoque teórico, da descrição
detalhada da metodologia utilizada, da apresentação dos resultados e das considerações
finais.
5
2 PROBLEMA DE PESQUISA E OBJETIVO
O mercado de biocombustiveis advindos do processamento da cana-de-açúcar
está em plena expansão, representado pelas novas inversões no setor, quer seja por meio
de modernização do parque existente, quer seja pela abertura de novas unidades
industriais. Na análise de investimento nesse setor é necessária a avaliação financeira
para a determinação da atratividade do setor em termos monetários.
A avaliação financeira baseada no valor (EVA®) pode demonstrar o grau de
atratividade das empresas analisadas, já que, por esta perspectiva, pode-se analisar quão
a organização está focada na continuidade, por meio da criação ou destruição de valor.
Nesta linha, o objetivo principal deste trabalho é verificar se houve criação de
valor nas empresas do setor sucroalcooleiro que adotaram a estratégia de abertura de
capital, uma das formas de financiamento para esse fluxo crescente de investimento
para o setor. Há também os objetivos secundários de se obter estimativas de fluxos
futuros de geração de valor (MVA - Market Value Added) e de valor de mercado das
empresas.
6
3 REVISÃO DE LITERATURA
Considerando ser o objetivo central da pesquisa avaliar se as empresas que
optaram pela abertura de capital no setor sucroalcooleiro têm gerado valor econômico
para seus acionistas, o trabalho adotará como referenciais teóricos os conceitos
dispostos na literatura da Teoria das Finanças, especificamente sobre o processo de
abertura de capital e sobre a análise de criação de valor, com base na utilização do
indicador EVA. Esses referenciais são brevemente descritos a seguir.
3.1. Abertura de capital
Considerando a necessidade de recursos financeiros para o financiamento de
projetos em expansão, Pinheiro (2007) ressalta que, mesmo que o retorno do projeto
seja superior ao custo de um empréstimo, o risco do negócio recomenda o
balanceamento entre capitais externos (ou de terceiros) e próprios. A figura 1 ilustra as
fontes de financiamento das organizações.
7
Figura 1 – Fontes de financiamento para a empresa.
Fonte: Adaptado de Pinheiro (2007)
A abertura de capital proporciona um instrumento de capitalização permanente
de recursos, além de não acarretar encargo fixo para a empresa e não ter prazo de
resgate. Se bem planejada, a companhia poderá dispor de recursos para novos
investimentos e também para reestruturação de passivos com perfil inadequado,
ocorrendo a redução da vulnerabilidade à dinâmica do mercado financeiro, a divisão dos
riscos com novos sócios e a proteção contra inflação (CASAGRANDE NETO, 2007;
PINHEIRO, 2007).
Casa Grande Neto (2000) também cita outras razões para abertura de capital:
melhora da imagem institucional, profissionalização da organização, mudanças na
cultura organizacional, através de um novo relacionamento com funcionários entre
outros. O autor também destaca o conseqüente surgimento de novos custos e obrigações
imputados à companhia, tais como: auditoria externa, distribuição de resultados a novos
acionistas, aumentos dos custos legais e administrativos, e a compulsoriedade na
divulgação de informações relativas ao desempenho da empresa.
Pinheiro (2007) destaca algumas desvantagens da abertura de capital: a venda de
ações ordinárias estende o direito de voto à novos acionistas; as ações devem ser
Fontes de Financimanto da
Organização
Externas
Passivo Circulate
Passivo Exigível a Longo Prazo
Próprias
Capital Social
Aporte de capital dos Atuais Sócios
Abertura de Capital
Ações Preferênciais
Ações OrdináriasLucros Retidos
8
vendidas sob a expectativa de altos retornos; e os dividendos pagos aos detentores de
ações não são dedutíveis no cálculo do imposto de renda.
Apresentamos a seguir a Tabela 1 que mostra as aberturas recentes de capital no
Brasil.
Tabela 1 – Aberturas de Capital na BOVESPA
Ano
Empresa Segmento de
listagem Natureza da oferta
Vol. R$
milhões ¹
Nº de corretora
s ²
Nº de investidore
s ³
2008
OGX Petroleo Novo Mercado Primária 6712 55 1377 Le Lis Blanc Novo Mercado Primária 150 63 273 Hypermarcas Novo Mercado Primária 612 64 13008
Nutriplant BOVESPA Mais Primária 21 0 2
2007
Tempo Part Novo Mercado Mista 420 57 3807 MPX Energia Novo Mercado Primária 2035 58 164 BMF Novo Mercado Secundária 5984 70 255001 Panamericano Nível 1 Primária 700 61 21222 Laep BDR Primária 508 52 563 Helbor Novo Mercado Primária 252 60 723 Amil Novo Mercado Mista 1401 69 4398 BR Brokers Novo Mercado Mista 699 55 13 Bovespa Hld Novo Mercado Secundária 6626 69 64775 Agrenco BDR Primária 666 55 805 Marisa Novo Mercado Primária 506 67 13177 SEB Nível 2 Mista 413 61 3709 Tenda Novo Mercado Primária 603 60 10172 Trisul Novo Mercado Primária 330 62 2444 BicBanco Nível 1 Mista 822 62 5197 Sul America Nível 2 Primária 775 67 19261 Satipel Novo Mercado Mista 413 59 6807 Cosan Ltd** BDR Primária 275 59 1572 Estacio Part Nível 2 Mista 447 64 10890 Generalshopp Novo Mercado Primária 287 59 4999 Multiplan Nível 2 Mista 925 66 24419 Providencia Novo Mercado Primária 469 64 11135
9
Springs Novo Mercado Mista 656 69 7383 ABC Brasil Nível 2 Mista 609 49 6050 Triunfo Part Novo Mercado Mista 513 59 7139 Guarani Novo Mercado Primária 666 63 12388 Kroton Nível 2 Mista 479 60 11297 MRV Novo Mercado Mista 1193 60 15657 Patagonia** BDR Mista 76 56 2846 Minerva Novo Mercado Mista 444 62 11660 Invest Tur Novo Mercado Primária 945 53 17 Redecard Novo Mercado Mista 4643 67 29766 Indusval Nivel 1 Mista 253 59 290 Tegma Novo Mercado Mista 604 64 6776 Marfrig Novo Mercado Mista 1021 62 4933 Daycoval Nível 1 Mista 1092 62 7585 Cruzeiro Sul Nível 1 Mista 574 61 4221 EZTec Novo Mercado Primária 542 62 5553 Log-In Novo Mercado Mista 848 67 26898 SLC Agricola Novo Mercado Mista 490 64 9750 Parana Nível 1 Primária 529 50 8586 Inpar S/A Novo Mercado Primária 756 60 9614 Tarpon BDR Primária 444 56 10714 Sofisa Nivel 1 Mista 505 61 7269 Wilson Sons BDR Mista 706 57 11915 Cremer Novo Mercado Mista 552 58 9419 Agra Incorp Novo Mercado Mista 786 62 5375 CR2 Novo Mercado Primária 308 58 2810 Bematech Novo Mercado Mista 407 60 8718 Metalfrio Novo Mercado Mista 453 65 9672 JHSF Part Novo Mercado Primária 432 66 4561 Fer Heringer Novo Mercado Mista 350 64 9275 BR Malls Par Novo Mercado Primária 657 66 13909 Even Novo Mercado Primária 460 65 11366 Pine Nivel 1 Mista 517 55 20251 JBS Novo Mercado Mista 1617 61 22984 Anhanguera Nível 2 Mista 512 60 13742 GVT Holding Novo Mercado Primária 1076 59 14597 Sao Martinho Novo Mercado Mista 424 64 24686 Iguatemi Novo Mercado Primária 549 64 16889 Tecnisa Novo Mercado Mista 791 66 17436 CC Des Imob Novo Mercado Mista 522 63 22294 Rodobensimo Novo Mercado Primária 449 62 14181
10
b
PDG Realt Novo Mercado Mista 648 62 12018 Dufrybras BDR Secundária 850 60 10177 Lopes Brasil Novo Mercado Secundária 475 59 9930 Positivo Inf Novo Mercado Mista 604 61 18814 Odontoprev Novo Mercado Mista 522 55 8860 Ecodiesel Novo Mercado Primária 379 58 9446 Terna Part Nível 2 Mista 627 52 6509 Profarma Novo Mercado Mista 401 53 4609 Brascan Res Novo Mercado Mista 1188 54 4319 M.Diasbranco Novo Mercado Secundária 411 56 3460 Santos Bras Nível 2 Mista 933 54 4209 Klabinsegall Novo Mercado Mista 527 53 4720 Medial Saude Novo Mercado Mista 742 53 3131 Abyara Novo Mercado Primária 164 41 6 MMX Miner Novo Mercado Primária 1119 35 18 Datasul Novo Mercado Mista 317 52 5514 GP Invest** BDR Primária 706 49 2373 Lupatech Novo Mercado Mista 453 55 11453 BrasilAgro Novo Mercado Primária 583 35 3 CSU CardSyst Novo Mercado Mista 341 57 14637 ABnote Novo Mercado Secundária 480 55 15453 Equatorial Nível 2 Mista 540 56 7521 Totvs Novo Mercado Mista 460 57 16322 Company Novo Mercado Mista 282 55 13166 Gafisa Novo Mercado Mista 927 57 14028 Copasa Novo Mercado Primária 813 60 15802 Vivax Nível 2 Mista 529 50 7916
2005
UOL Nível 2 Mista 625 56 13234 Cosan Novo Mercado Primária 886 52 9079 Nossa Caixa Novo Mercado Secundária 954 54 7666 OHL Brasil Novo Mercado Mista 496 42 1084 Energias BR Novo Mercado Mista 1185 44 468 TAM S/A Nível 2 Mista 548 48 1212 Localiza Novo Mercado Secundária 265 48 809 Submarino Novo Mercado Mista 473 52 4022 Renar Novo Mercado Primária 16 42 1698
2004
Porto Seguro Novo Mercado Mista 377 51 5919 DASA Novo Mercado Mista 437 44 2892 Grendene Novo Mercado Secundária 617 56 7905 CPFL Energia Novo Mercado Mista 821 47 2750
11
ALL Amer Lat Nível 2 Mista 588 33 3425 Gol Nível 2 Mista 878 40 11397 Natura Novo Mercado Secundária 768 32 4445
Fonte: Bovespa (2008) * Dados Preliminares ** Dados referentes somente à ("Oferta Brasileira"). 1. Volume financeiro total da operação 2. Número de corretoras que participaram do consórcio de distribuição 3. Número de investidores participantes do varejo (pessoas físicas + clubes de investimento)
Atualmente, no setor sucroalcooleiro, há cinco empresas que se utilizaram da
abertura de capital como forma de angariar recursos – estas empresas são avaliadas
neste estudo.
Com a compulsoriedade da publicidade de dados e demonstrações financeiras a
pesquisa – principalmente financeira – das empresas de capital aberto torna-se mais
trivial. Uma das ferramentas de pesquisa é a análise de índices.
Segundo Matarazzo (2003) um dos elementos mais importantes na tomada de
decisões relacionadas a uma empresa é a pesquisa com base nas demonstrações
financeiras. A análise das demonstrações financeiras é uma importante ferramenta para
mensuração e interpretação de resultados para credores, acionistas, Estado e sociedade.
Um método que tem se mostrado relevante recentemente tem sido a de criação
de valor para os acionistas.
A empresa, após abertura de capital, é de propriedade de pessoas que, na sua
maioria, não se conhecem e não estão ligadas às atividades de gestão do
empreendimento, contudo, compartilham a confiança no potencial de geração de riqueza
da companhia e esperam receber a remuneração devida pelo risco que lhes é imputado.
12
3.2 Criação de valor
Criar valor para uma empresa ultrapassa o objetivo de cobrir os custos explícitos
identificados nas demonstrações financeiras. Incorpora o entendimento e o cálculo da
remuneração de custos implícitos, com o custo de oportunidade do capital investido
(ASSAF NETO, 2007). Um custo de oportunidade retrata o quanto uma pessoa
(empresa) sacrifica de remuneração por ter tomado a decisão de aplicar seus recursos
em determinado investimento alternativo, de risco semelhante. O custo de oportunidade
não é um conceito de valor absoluto, mas apurado mediante comparação do retorno
esperado de uma decisão como que seria obtido de uma melhor proposta de
investimento, alternativa rejeitada (ASSAF NETO, 2007).
Stewart III et al. (2004) destacam a definição do economista britânico Alfred
Marshall, que considera lucro econômico como o que resta do lucro após a dedução os
juros sobre o capital – no caso os juros sobre o capital próprio é a remuneração esperada
pelo acionista.
O valor econômico agregado é a medida de desempenho financeiro que combina
o conceito de retorno residual com princípios de finanças corporativas –
especificamente, que todo forma de capital tem um custo e que retornos maiores que o
custo de capital criam valor para os acionistas. Os componentes chaves do EVA® são o
NOPAT – Net Operating Profit After Tax – e custo de capital. O NOPAT é o lucro
derivado das operações organizacionais depois de descontados os tributos incidentes (no
caso do Brasil, Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido), mas
sem o desconto das despesas financeiras, é o total de lucro disponível para oferecer
retorno para as fontes de capital da empresa. O capital é a quantidade de dinheiro
investida no negócio liquido de depreciação (Dierks et al., 1997).
13
Beneda (2004) entende o EVA® como a medida do retorno residual que foca o
conceito de que a empresa deve gerar um retorno adequado ao risco do investimento em
seus ativos, ou seja, é a mensuração dos rendimentos de uma organização que excedem
os custos de oportunidade de um investimento. Um EVA® negativo indica que a
empresa não está gerando retornos suficientes para remunerar os investidores pelo risco.
Segundo Ludícibus (2007), os gestores não deveriam voltar-se somente para os
lucros, pois os acionistas querem saber se o seu capital foi bem investido e gerou
riqueza. Com isso, o método EVA® é uma ferramenta gerencial em expansão, pois com
esta técnica avalia-se se o investimento está sendo realmente bem remunerado. Apesar
de a organização realizar lucro contábil em seus demonstrativos, há a possibilidade da
perda de capital, ou seja, os dividendos pagos podem não ser condizentes com a
realidade de pagamento de investimentos com riscos semelhantes.
EVA é um sigla registrada pela Stern & Stwart Co., importante empresa norte-
americana de consultoria econômica e financeira. Para Stern Stwart & Co. (2000), o
EVA® (Economic Value Added) é a mensuração que propicia aos gerentes
identificarem se estão auferindo retornos adequados. Uma proposição para
representação do EVA®, segundo a Stern & Stewart, é a que segue: EVA® = (Retorno
de Capital – Custo de Capital) x Capital Investido.
Outra demonstração do EVA®, sugerida por Dierks et al. (1997) e ASSAF
NETO (2007):
��� = ��� − (���� × �) [1]
NOPAT = Retorno Operacional Liquido ajustado
14
WACC = Weighted Average Cost of Capital (cálculo ponderado do custo de
capital)
I = Investimento Total
Megginson (1997) aponta que a avaliação que mede quão bem a administração
está aplicando os princípios propostos pelo EVA® é o market value added ou valor
adicionado de (pelo) mercado, MVA, o qual é calculado como a diferença entre o valor
de mercado da companhia e o capital aplicado pelos investidores. Dierks et. al. (1997)
entendem o MVA como a medida da riqueza que a companhia tem criado aos
investidores. O MVA mostra a diferença entre o que o investidor coloca na organização
e o que pode retirar, portanto o EVA® é “fato gerador” que eleva o MVA da empresa.
Uma forma de cálculo é: MVA = (ações lançadas × preço da ação) + valor de mercado
das ações preferenciais + valor total das dívidas - total capital (Dieks et al., 1997).
Outra maneira de entender o MVA é considerá-lo como o valor presente dos
fluxos futuros esperados de EVA® (ASSAF NETO, 2007).
15
4. METODOLOGIA DE PESQUISA
No presente artigo realiza-se um estudo multicaso que pretende avaliar como as
empresas do setor sucroalcooleiro listadas na Bovespa estão realizando a geração (ou
destruição) de valor para o acionista, com base no valor econômico agregado. O
período analisado de cada organização está ligado aos demonstrativos disponíveis junto
à Comissão de Valores Mobiliários - CVM.
As empresas analisadas são: Açúcar Guarani S/A (2007, 2006 e 2005), Cosan
S/A Indústria e Comércio (2007, 2006, 2005, 2004 e 2003), Nova América S/A
Agroenergia (2007, 2006, 2005 e 2004), Usina Costa Pinto S/A Açúcar e Álcool (2007,
2006, 2005, 2004 e 2003) e São Martinho S/A (2007, 2006, 2005e 2004).
16
4.1. Modelo de Análise
O modelo utilizado foi proposto por Assaf Neto (2007) e Dierks et al. (1997) e
leva em consideração o lucro operacional ajustado, o custo médio ponderado de capital
e o investimento total realizado pela empresa, sendo sistematizado a seguir:
��� = ��� − (���� × �) [2]
sendo:
��� = valor econômico agregado
��� = lucro operacional ajustado
���� = custo médio ponderado de capital
� = investimento total
4.1.1. Lucro Operacional Ajustado (NOPAT)
O NOPAT (Net Operating Profit After Tax – Lucro Operacional após Impostos)
é obtido através do ajustamento do lucro operacional do demonstrativo de resultados. A
mensuração leva em consideração as despesas determinadas pelas decisões de ativos –
sendo excluídas, então, as despesas financeiras – e o imposto de renda e contribuição
social sobre o lucro líquido, com o uso da alíquota total de 34%, pois, para Assaf Neto
(2007), deve-se considerar as despesas relativas ao regime de competência dos
exercícios.
17
4.2. Mensuração do Custo Médio Ponderado de Capital (WACC)
O WACC (Weighted Average Cost of Capital) é definido, segundo Damodaran
(2002), como a média ponderada dos custos das diferentes fontes de financiamento das
atividades organizacionais. O modelo utilizado segue abaixo:
���� = (�� ×� )×(�� ×��)(����) [3]
sendo:
�� = custo do capital de terceiros
= passivo oneroso
�� = custo de capital próprio
4.2.1. Determinação do Custo do Capital de Terceiros (��)
Para a realização do cálculo do custo do capital de terceiros utilizou-se o cálculo
da razão entre as despesas financeiras liquidas e o passivo oneroso. Este método foi
utilizado considerando que, na avaliação do EVA®, tem-se como princípio a
competência do exercício:
�� = � �� [4]
sendo:
18
�� = custo do capital de terceiros
!"# = despesas financeiras liquidas
= passivo oneroso
As despesas financeiras líquidas foram obtidas através do ajustamento da conta
“despesas financeiras” dos demonstrativos de resultados das empresas analisadas,
conforme descrito abaixo:
!"# = !" − $" [5]
sendo:
!"# = despesas financeiras liquidas
!" = despesas financeiras
$" = beneficio fiscal
O passivo oneroso foi obtido através da exclusão das contas referentes ao
passivo de funcionamento tais como salários, provisões, encargos sociais, tarifas
públicas etc.
4.2.2. Determinação do Custo do Capital Próprio (��)
Para a realização do cálculo do custo do capita próprio – ou seja, a remuneração
mínima exigida pelos equityholders – foi selecionado o modelo de benchmarking
19
proposto por Assaf Neto et al. (2008). Os autores apontam a volatilidade dos índices
financeiros brasileiros, que impossibilita uma previsão acurada de um comportamento
futuro, e sugerem a utilização do modelo CAPM (Capital Asset Pricing Model) –
modelo de precificação de ativos – com índices da economia norte-americana (pois
além de ser mais estável é considerada de menor risco) adicionado do risco soberano
brasileiro (ou risco país). O modelo sugerido segue abaixo:
�� = %& + ()%* − %&+ + ,-. [6]
sendo:
%& = taxa de juros de títulos livres de risco (risk free)
β = coeficiente beta; representa o risco sistemático do setor em relação ao mercado
%* = retorno do Mercado
,-. = risco Brasil
Na definição dos índices médios adotou-se a premissa do conservadorismo,
portanto utilizaram-se séries históricas relativamente longas (entre seis e dez anos), na
tentativa de minimizar a influência de fatores conjunturais. Para definição da taxa de
juros isenta de risco (%&) foi utilizada uma média de séries históricas (01/2000 a
04/2007) dos Treasury Bonds de dez anos, do governo norte-americano – UST 10Y
YTM.
Com o coeficiente beta foi utilizado, também, um processo de benchmarking
proposto por Assaf Neto et al. (2008), conforme modelo abaixo:
20
(# = (/ × [1 + 2 ���3 × (1 − �%)] [7]
sendo:
(# = beta alavancado
(/ = beta desalavancado
2 ���3 = endividamento médio das empresas analisadas
�% = 34% (referente à IRPJ + CSLL)
Utilizou-se, como forma de aproximação, o beta desalavancado das empresas
açucareiras da comunidade européia calculado por Damodaran (2007). Nos Estados
Unidos, a indústria de açúcar é pouco desenvolvida, portanto não seria indicada a
utilização do coeficiente das empresas daquele país. O beta representa o risco, no caso
do setor, em relação ao mercado.
O grau de endividamento médio das empresas foi calculado da seguinte maneira:
��� = 5 6
67�89 : ×;�89 :<�5 667�89 = ×;�89 =<�⋯�5 6
67�89 ? ×;�89 ?<;�89 :�;�89 =� … �;�89 ?
[8]
sendo:
��� = endividamento médio das empresas avaliadas na data base para cálculo
21
����*A = endividamento de cada empresa (razão entre passivo oneroso e patrimônio
líquido) na data base para cálculo
%�*A = receita liquida de vendas de cada empresa na data base para cálculo
O retorno de mercado (%*) foi determinado através de uma média de dez anos
da variação anual do índice Dow Jones (05/1997 a 04/2007) – que é utilizado para
acompanhar a evolução dos negócios na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE). Para
uma apuração mais fidedigna, foi adotado como ano padrão o ciclo operacional do setor
sucroalcooleiro que, normalmente, inicia-se no mês de maio e termina no mês de abril
do ano subseqüente.
O risco soberano (,-.) foi inferido através de uma média (01/1998 a 04/2007)
do índice EMBI+ Brazil, disponibilizado pela consultoria JP Morgan.
Cabe ressaltar que os cálculos acima expostos foram efetuados com o intuito de
gerar uma visão aproximada e, na medida do possível, mais realista do custo de capital
do setor sucroalcooleiro brasileiro. Após todos os cálculos convencionamos o custo de
capital obtido como padrão para análise de todos os exercícios.
4.3. Valor de Mercado Adicionado (MVA)
Assaf Neto (2007) aponta um modelo de avaliação proposto por Stewart, que
mostra quanto a empresa vale adicionalmente, em termos de MVA, quando se exclui o
custo de reposição de seus ativos a preço de mercado, isto se efetua trazendo a valor
presente os fluxos esperados de EVA:
22
B�� = CDEFEGG [9]
sendo:
B�� = valor de mercado adicionado
��� = valor econômico agregado
���� = custo médio ponderado do capital
4.4. Valor da Empresa segundo Stewart
Acessoriamente realizou-se outro cálculo, proposto por Stewart apud Assaf Neto
(2007), que adiciona ao MVA – que é os fluxos esperados da mediada do valor
econômico agregado – o investimento total da empresa, obtendo-se assim, a partir desta
metodologia, o valor da empresa:
�HIJK �HILMIHNJ NH �OPKQRH = B�� + � [10]
em que:
B�� = valor de mercado adicionado
� = investimento total
23
4.5. Correção Monetária
Optou-se por não se utilizar a correção monetária, baseando-se na Lei 9.249 de
26/12/96, que extinguiu esta compulsoriedade nos relatórios contábeis, e pela análise
dos resultados ser comparativa entre as empresas estudadas, o que minimizaria a
relevância da correção monetária para efeito de análise econômico-financeira.
4.6. Ciclo operacional e período de análise
Diferentemente da maioria das empresas – com um ciclo operacional que vai de
primeiro de janeiro a trinta e um de dezembro do ano –, o setor sucroalcooleiro utiliza-
se de um ciclo operacional que, por motivos de sazonalidade, leva em consideração a
safra de cana-de-açúcar. Portanto para a maioria das empresas analisadas, a análise
considerará um ano contábil iniciado em primeiro de maio e o encerramento no dia
trinta de abril do ano subseqüente.
24
5. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Depois do ajustamento dos demonstrativos e dos respectivos cálculos obtiveram-
se os dados referentes ao NOPAT, EVA®, MVA e demais índices necessários ao
estudo, conforme demonstrado na seção seguinte.
5.1 NOPAT ,EVA, MVA e valor da empresa
Após os ajustes necessários foi obtido o lucro operacional ajustado das
companhias estudadas, conforme a Tabela 1.
25
Tabela 2 - Lucro operacional ajustado das empresas analisadas
(em mil R$) NOPAT
EMPRESA 2007 2006 2005 2004 2003
Cosan 724.132 396.125 240.467 117.162 241.594
Costa Pinto 40.412 -3.144 9.921 -49.070 7.250
Guarani 123.602 41.538 63.095 - -
Nova América 70.883 25.683 81.919 42.332 -
São Martinho 122.452 39.809 27.981 14.513 -
Fonte: Elaboração própria (2008).
Nota-se que maior parte das empresas realizou resultados positivos nos
anos analisados – exceto a Costa Pinto que auferiu prejuízos nos anos de 2004 e
2006 – o grupo Cosan obteve os resultados mais expressivos, com lucros
superiores a todas as outras. Cabe ressaltar o crescimento notável do NOPAT
das organizações entre os anos de 2006 e 2007.
Para relativizarmos a análise é exibida abaixo a Tabela 2 com o cálculo
do ROI (return on investment ou retorno sobre investimentos totais, que é a
razão entre o NOPAT e o montante de recursos aplicados organização) que
relaciona o lucro com o investimento alocado na organização, evidenciando a
eficiência na geração de lucro. Ilustrativamente, um ROI de 15% indica que,
para cada uma unidade monetária investida na firma, há a geração de fluxos de
caixas positivos (na forma de lucro operacional) de 0,15 unidades monetárias.
26
Tabela 3 - Retorno sobre o investimento
(em mil R$) ROI
EMPRESA 2007 2006 2005 2004 2003
Cosan 15,15% 10,31% 12,17% 6,17% 15,45%
Costa Pinto 8,23% -0,72% 3,10% -15,76% 1,96%
Guarani 11,74% 9,24% 15,33% - -
Nova América 8,26% 4,00% 15,20% 9,60% -
São Martinho 5,49% 7,08% 4,99% 2,53% -
Fonte: Elaboração própria (2008).
Analogamente ao NOPAT, o ROI apresenta-se positivo na maioria dos anos –
exceto na empresa Costa Pinto nos anos de 2006 e 2004. As empresas Guarani e Cosan
obtiveram os melhores índices. Os resultados acima apresentados nos mostram que, de
uma forma geral, sob o ponto de vista do lucro, os esforços das companhias estão se
traduzindo em retornos acima dos custos.
Todavia, a gestão baseada em valor nos apresenta a necessidade de balizarmos a
análise financeira em uma teoria que considere a perenidade dos empreendimentos, com
o intuito de verificar se realmente as companhias estão gerando riqueza para a devida
remuneração de seus credores e acionistas e para a manutenção e financiamento de
novos projetos organizacionais. Destarte, segue a Tabela 3 que apresenta a mensuração
do EVA.
27
Tabela 4 - Cálculo do EVA® das empresas selecionadas
(em mil R$) EVA®
Empresa 2007 2006 2005 2004 2003
Cosan 143.500 -232.035 -85.398 -92.155 22.499
Costa Pinto -1.276 -40.654 -13.738 -72.614 -30.387
Guarani 22.222 -26.290 6.199 - -
Nova América -10.724 -44.046 11.924 -22.341 -
São Martinho -178.120 -35.807 -41.578 -55.467 -
Fonte: Elaboração própria (2008).
Verifica-se na tabela que, apesar dos retornos auferidos (NOPAT), na maioria
dos anos, as empresas destruíram valor, ou seja, os retornos gerados não foram
suficientes para remunerar o capital investido dos acionistas e dos demais financiadores
da operação. A Cosan registrou criação de valor em 2007 e 2003, a Guarani em 2007 e
2005, a Nova América em 2005, já na empresa São Martinho e na Costa Pinto foram
apurados resultados negativos em todos os anos analisados.
O EVA, entretanto, nos revela apenas valores absolutos o que pode prejudicar a
análise comparativa ente as empresas estudadas, pois as açucareiras tem proporções de
montante de investimento diferentes. Sendo assim, elaborou-se uma tabela que relaciona
o EVA ao investimento realizado na organização (Tabela 4).
28
Tabela 5 – Relação do EVA com o Investimento
(%) EVA®/INVESTIMENTO
Empresa 2007 2006 2005 2004 2003
Cosan 3,00% -6,04% -4,32% -4,85% 1,44%
Costa Pinto -0,26% -9,30% -4,29% -23,32% -8,22%
Guaraní 2,11% -5,85% 1,51% - -
Nova América -1,25% -6,86% 2,21% -5,06% -
São Martinho -7,99% -6,37% -7,42% -9,67% - Fonte: Elaboração própria (2008).
Observa-se que, mesmo proporcionalmente, as empresas São Martinho e Costa
Pinto apresentam os piores resultados.
Conseqüentemente a apuração do MVA – que são os fluxos futuros esperados de
EVA – foi, também, na maioria dos períodos, negativa.
Tabela 6 - Cálculo MVA das empresas selecionadas
(em mil R$) MVA
EMPRESA 2007 2006 2005 2004 2003
Cosan 1.181.080 -1.419.035 -518.001 -836.481 160.571
Costa Pinto -15.030 -473.934 -185.962 -960.343 -298.408
Guarani 230.866 -174.248 44.839 - -
Nova América -112.811 -405.550 91.827 -152.392 -
São Martinho -1.321.378 -266.185 -335.113 -454.501 -
Fonte: Elaboração própria (2008).
29
Segundo a metodologia utilizada, a destruição de valor, ou os fluxos negativos
de valor econômico, atuam na diminuição do valor da empresa, o que é demonstrado na
tabela 6.
Tabela 7 - Valor das empresas selecionadas
(em mil R$) Valor Empresa
EMPRESA 2007 2006 2005 2004 2003
Cosan 5.959.977 2.422.546 1.458.598 1.063.468 1.724.177
Costa Pinto 476.187 -36.655 134.292 -648.970 71.198
Guarani 1.284.123 275.314 456.418 - -
Nova América 745.675 236.468 630.878 288.763 -
São Martinho 908.411 295.934 225.527 118.925 -
Fonte: Elaboração própria (2008).
Tais resultados podem ser explicados, em parte, pelo spread negativo gerado
pela captação de recurso de terceiros, os quais são adquiridos a taxas maiores do que são
aplicados os recursos da empresa, gerando assim um déficit que é absorvido pela
remuneração dos acionistas.
30
Tabela 8 - Spread de captação
(em mil R$) Spread Captação (ROI - Ki)
EMPRESA 2007 2006 2005 2004 2003
Cosan 4,00% -7,28% -5,83% -3,43% 1,46%
Costa Pinto 6,12% -3,94% -1,10% -19,86% -4,75%
Guarani 5,91% -8,45% 2,27% - -
Nova América 1,82% -2,73% 4,81% -7,24% -
São Martinho -6,20% -5,23% -4,35% -6,60% -
Fonte: Elaboração própria (2008).
O spread de captação – que é a subtração do �� do ROI – pretende demonstrar a
diferença entre a taxa de financiamento do capital de terceiros e a taxa a qual é aplicada
os investimentos totais da organização, evidenciando a qualidade da gestão da estrutura
de capital.
Na maioria dos anos as empresas apresentaram spread negativo, ou seja,
aplicaram os recursos da empresa a uma taxa menor do que a taxa de captação de
financiamentos. Entretanto, em 2007 somente a empresa São Martinho apresentou
índice negativo.
As empresas que captaram recursos de terceiros a taxas maiores foram a Cosan,
Guarani e São Martinho. Constatou-se também a redução do �� de todas as empresas
entre os exercícios de 2006 e 2007.
31
6. CONCLUSÃO
O setor sucroalcooleiro apresenta o etanol como um dos principais produtos de
sua cadeia de produção. Em 2006, esse combustível no Brasil atingiu 13,4 milhões de
m³, enquanto a produção foi de 17,7 milhões de m³, representando cerca de 40% do
combustível usado em motores automotivos (UNICA, 2007). Por esses dados, observa-
se que o etanol produzido pela indústria canavieira vive seu segundo boom em virtude
de dois efeitos principais: a produção e venda no mercado interno, a partir de março de
2003, de veículos leves com a tecnologia flex-fuel (GRÖNA BILISTER, 2006) e as
pressões para mitigação das alterações climáticas e/ou diminuição da dependência por
petróleo, em escala mundial, elevando as exportações brasileiras de etanol (TEIXEIRA,
2007).
Esses dois fatores contribuíram para que a produção de cana-de-açúcar de um
patamar de 316 milhões de tonelada na safra 2002/03 para uma estimativa de 528
milhões de toneladas para a safra 2007/08 (UDOP, 2007; CONAB, 2007),
representando um crescimento de quase 70% em apenas sete safras.
32
As vantagens comparativas que o setor sucroalcooleiro brasileiro apresenta têm
atraído a atenção de investidores internacionais e elevado o valor de investimentos no
setor. No entanto, este trabalho apresentou resultados mostrando que, pelo menos nesse
primeiro momento, as empresas de capital aberto do setor sucroalcooleiro não
proporcionaram a criação de valor econômico para seus acionistas. O elevado custo de
captação de recursos de terceiros frente ao retorno sobre investimento pode ser um dos
indicadores capazes de explicar esse desempenho pelas empresas pesquisadas. Nesse
sentido, a queda do custo de captação de recursos de terceiros, verificada no ano de
2007, contribuiu para a criação de valor para o principal grupo do setor, a Cosan, e para
a Açúcar Guarani S.A.
Todavia, a atual crise financeira, com seus reflexos sobre o encarecimento do
custo de capital poderá reverter essa situação para empresas que precisam de recursos
para investimentos, além de diminuir potencialmente o lucro operacional, o que enseja
um cenário não positivo para a indústria sucroalcooleira pelo menos no curto prazo. A
ferramenta do EVA será um instrumento útil para se acompanhar a conturbada
conjuntura financeira atual e como o setor sucroalcooleiro passará por esta fase.
A gestão baseada em valor é uma contraposição à visão efêmera de obtenção de
resultados – que tem o lucro como único norteador de decisões –, é um processo de
administração focado na continuidade do empreendimento e na geração de riquezas para
o acionista. Pudemos verificar que uma empresa que gera retornos positivos não está
necessariamente criando valor – ao contrário pode estar destruindo-o e influenciando na
redução dos ganhos auferidos pelos acionistas e na desvalorização da empresa.
Espera-se através deste estudo preliminar discutir, sob enfoque do método
utilizado, o desempenho econômico-financeiro das empresas do setor sucroalcooleiro
33
que realizaram a abertura de capital e estimular novas pesquisas nesse importante setor
da economia brasileira que tem apresentado forte desenvolvimento e consolidação.
34
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35
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<http://www.portalunica.com.br>. Acesso em: 15 out. 2007.
38
ANEXOS – Base de dados utilizada para elaboração da pesquisa.
Anexo A - Custo médio ponderado do capital das empresas analisadas
(em mil R$) WACC
EMPRESA 2007 2006 2005 2004 2003
Cosan 12,15% 16,35% 16,49% 11,02% 14,01%
Costa Pinto 8,49% 8,58% 7,39% 7,56% 10,18%
Guarani 9,63% 15,09% 13,82% - -
Nova América 9,51% 10,86% 12,98% 14,66% -
São Martinho 13,48% 13,45% 12,41% 12,20% -
Fonte: Elaboração própria (2008).
Anexo B - Investimento total das empresas das empresas analisadas
(em mil R$) I
EMPRESA 2007 2006 2005 2004 2003
Cosan 4.778.897 3.841.581 1.976.599 1.899.949 1.563.606
Costa Pinto 491.217 437.279 320.254 311.373 369.606
Guarani 1.053.257 449.562 411.579 - -
Nova América 858.486 642.018 539.051 441.155 -
São Martinho 2.229.789 562.119 560.640 573.426 -
Fonte: Elaboração própria (2008).
39
Anexo C - Custo do capital de terceiros
(em mil R$) Ki
EMPRESA 2007 2006 2005 2004 2003
Cosan 11,15% 17,59% 18,00% 9,60% 13,99%
Costa Pinto 2,11% 3,22% 4,20% 4,11% 6,71%
Guarani 5,82% 17,69% 13,06% -
Nova América 6,44% 6,73% 10,39% 16,84% -
São Martinho 11,69% 12,31% 9,34% 9,13% -
Fonte: Elaboração própria (2008).
Anexo D – Custo estimado do capital próprio (setor)
(em mil R$) Ke
EMPRESA 2007 2006 2005 2004 2003
Cosan 14,08% 14,08% 14,08% 14,08% 14,08%
Costa Pinto 14,08% 14,08% 14,08% 14,08% 14,08%
Guarani 14,08% 14,08% 14,08% - -
Nova América 14,08% 14,08% 14,08% 14,08% -
São Martinho 14,08% 14,08% 14,08% 14,08% -
Fonte: Elaboração própria (2008).
40
Anexo E – Demonstrativo Ajustado da Empresa Cosan
Demonstração do Resultado Operacional Liquido Ajustado 2007 2006 2005 2004 2003
Receita Líquida de Vendas e/ou Serviços 3.605.056 2.477.921 1.900.369 1.586.066 1.409.634
Custo de Bens e/ou Serviços Vendidos -2.481.115 -1.721.309 -1.338.526 -1.078.921 -873.304
Resultado Bruto 1.123.941 756.612 561.843 507.145 536.330
Despesas/Receitas Operacionais -26.772 -156.423 -197.499 -329.627 -170.278
- Com Vendas -282.022 -217.070 -171.681 -144.302 -113.691
- Gerais e Administrativas -246.159 -149.985 -121.892 -111.692 -99.998
- Receitas Financeiras 689.843 417.488 228.996 56.817 81.096
- Outras Receitas Operacionais 0 0 0 0 0
- Outras Despesas Operacionais -188.377 -207.427 -132.922 -138.355 -54.452
- Resultado de Equivalência Patrimonial -57 571 0 7905 16767
Resultado Operacional Bruto 1.097.169 600.189 364.344 177.518 366.052
IR/CS Resultado operacional (Regime competência 34%) -373.037 -204.064 -123.877 -60.356 -124.458
Resultado Operacional Liquido 724.132 396.125 240.467 117.162 241.594
Despesas Financeiras (liquidas) -351.038 -437.359 -218.477 -124.713 -166.292
- Despesas Financeiras (brutas) -531.876 -662.665 -331.025 -188.959 -251.957
- Economia de IR/CS (benefício fiscal) 180.838 225.306 112.549 64.246 85.665
Resultado Não Operacional 2.008 -1017 2666 52645 -23486
Part. de Acionistas Não Controladores -6.174 -6892 3273 -1016 15805
Lucro/Prejuízo do Período 368.927 -49.143 27.930 44.078 67.622
ROE (LL/PL) 23% -4% 4% 7% 18%
Conciliação do Resultado Líquido 2007 2006 2005 2004 2003
Lucro/Prejuízo do Período 368.927 -49.143 27.930 44.078 67.622
IR/CS Competência do Exercício 192.200 -21.242 11.328 -3.890 38.792
- IR/CS Resultado operacional (Regime competência 34%) 373.037 204.064 123.877 60.356 124.458
- Economia de IR/CS (benefício fiscal) -180.838 -225.306 -112.549 -64.246 -85.665
Provisão para IR e Contribuição Social (demonstrativos
empresa) -88.644 -44.753 -45.658 -33.364 -61.417
IR Diferido -115.214 50.576 23.502 25.516 -19.492
Lucro/Prejuízo do Período 357.269 -64.562 17.102 32.340 25.505
Estrutura Patrimonial 2007 2006 2005 2004 2003
Ativo Total 6.263.354 5.604.773 2.684.756 2.495.249 2.149.757
Passivos não onerosos 1.484.457 1.763.192 708.157 595.300 586.151
Investimento Total 4.778.897 3.841.581 1.976.599 1.899.949 1.563.606
Passivo Oneroso 3.147.898 2.486.159 1.213.722 1.298.936 1.188.499
Patrimônio Líquido 1.630.999 1.355.422 762.877 601.013 375.107
Fonte: Elaboração própria (2008).
41
Anexo F – Demonstrativo Ajustado da Empresa Costa Pinto
Demonstração do Resultado Operacional Liquido Ajustado 2007 2006 2005 2004 2003
Receita Líquida de Vendas e/ou Serviços 26.867 10.326 20.246 13.211 17.977
Custo de Bens e/ou Serviços Vendidos -26.193 -10.004 -15.041 -12.961 -15.477
Resultado Bruto 674 322 5.205 250 2.500
Despesas/Receitas Operacionais 60.556 -5.086 9.827 -74.599 8.485
- Com Vendas 0 0 0 0 0
- Gerais e Administrativas -4.007 -1.885 -4.132 -1.613 -1.571
- Receitas Financeiras 4.984 4.069 4.191 3.127 4.006
- Outras Receitas Operacionais 9.636 7605 10987 7550 6110
- Outras Despesas Operacionais -6.744 -4.155 -5.374 -92.730 -1.748
- Resultado de Equivalência Patrimonial 56687 -10720 4155 9067 1688
Resultado Operacional Bruto 61.230 -4.764 15.032 -74.349 10.985
IR/CS Resultado operacional (Regime competência 34%) -20.818 1.620 -5.111 25.279 -3.735
Resultado Operacional Liquido 40.412 -3.144 9.921 -49.070 7.250
Despesas Financeiras (liquidas) -4.842 -7.145 -9.103 -8.352 -13.102
- Despesas Financeiras (brutas) -7.337 -10.825 -13.793 -12.655 -19.852
- Economia de IR/CS (benefício fiscal) 2.495 3.681 4.690 4.303 6.750
Resultado Não Operacional -126 114032 -20488 -21776 507
Part. de Acionistas Não Controladores -7 10 32 179 11
Lucro/Prejuízo do Período 35.436 103.753 -19.638 -79.020 -5.334
ROE (LL/PL) 14% 48% -19% -73% -3%
Conciliação do Resultado Líquido 2007 2006 2005 2004 2003
Lucro/Prejuízo do Período 35.436 103.753 -19.638 -79.020 -5.334
IR/CS Competência do Exercício 18.324 -5.300 421 -29.581 -3.015
- IR/CS Resultado operacional (Regime competência 34%) 20.818 -1.620 5.111 -25.279 3.735
- Economia de IR/CS (benefício fiscal) -2.495 -3.681 -4.690 -4.303 -6.750
Provisão para IR e Contribuição Social (demonstrativos
empresa) -956 -2.974 -124 -179 -105
IR Diferido 0 0 0 0 0
Lucro/Prejuízo do Período 52.804 95.479 -19.341 -108.780 -8.454
Estrutura Patrimonial 2007 2006 2005 2004 2003
Ativo Total 514.383 460.940 344.283 345.484 409.891
Passivos não onerosos 23.166 23.661 24.029 34.111 40.285
Investimento Total 491.217 437.279 320.254 311.373 369.606
Passivo Oneroso 229.476 221.571 216.850 203.455 195.314
Patrimônio Líquido 261.741 215.708 103.404 107.918 174.292
Fonte: Elaboração própria (2008).
42
Anexo G – Demonstrativo Ajustado da Empresa Guarani
Demonstração do Resultado Operacional Liquido Ajustado 2007 2006 2005
Receita Líquida de Vendas e/ou Serviços 805.055 489.645 366.073
Custo de Bens e/ou Serviços Vendidos -499.768 -347.567 -222.305
Resultado Bruto 305.287 142.078 143.768
Despesas/Receitas Operacionais -118.012 -79.141 -48.169
- Com Vendas -67.795 -43.860 -37.030
- Gerais e Administrativas -42.989 -23.830 -21.923
- Receitas Financeiras 38.351 26.350 23.786
- Outras Receitas Operacionais 84 252 25.511
- Outras Despesas Operacionais -45.663 -38.053 -38.513
Resultado Operacional Bruto 187.275 62.937 95.599
IR/CS Resultado operacional (Regime competência 34%) -63.674 -21.399 -32.504
Resultado Operacional Liquido 123.602 41.538 63.095
Despesas Financeiras (liquidas) -33.053 -22.227 -13.334
Despesas Financeiras (brutas) -50.080 -33.678 -20.203
Economia de IR/CS (benefício fiscal) 17.027 11.451 6.869
Resultado Não Operacional 1.643 912 490
Part. de Acionistas Não Controladores -12.903 0 0
Lucro/Prejuízo do Período 79.289 20.223 50.251
ROE (LL/PL) 16% 6% 16%
Conciliação do Resultado Líquido 2007 2006 2005
Lucro/Prejuízo do Período 79.289 20.223 50.251
IR/CS Resultado operacional (Regime competência 34%) 63.674 21.399 32.504
Economia de IR/CS (benefício fiscal) -17.027 -11.451 -6.869
IR/CS Competência do Exercício 46.646 9.948 25.635
Provisão para IR e Contribuição Social -30.289 -1.419 -14.290
IR Diferido 21.175 -1.268 -9.591
Lucro/Prejuízo do Período 116.821 27.484 52.005
Estrutura Patrimonial 2007 2006 2005
Ativo Total 1.243.305 525.037 498.607
Passivos não onerosos 190.048 75.475 87.028
Investimento Total 1.053.257 449.562 411.579
Passivo Oneroso 567.871 125.620 102.115
Patrimônio Líquido 485.386 323.942 309.464
Fonte: Elaboração própria (2008).
43
Anexo H – Demonstrativo Ajustado da Empresa Nova América
Demonstração do Resultado Operacional Liquido Ajustado 2007 2006 2005 2004
Receita Líquida de Vendas e/ou Serviços 1.244.074 1.099.595 598.962 388.829
Custo de Bens e/ou Serviços Vendidos -994.543 -841.521 -375.231 -259.573
Resultado Bruto 249.531 258.074 223.731 129.256
Despesas/Receitas Operacionais -142.133 -219.161 -99.611 -65.116
- Com Vendas -121.117 -115.892 -60.386 -48.869
- Gerais e Administrativas -62.418 -60.426 -42.503 -40.121
- Receitas Financeiras 22.730 19.342 29.840 30.752
- Outras Receitas Operacionais 8.920 0 281 345
- Outras Despesas Operacionais -20.718 -28.243 -7.034 -1.867
- Resultado de Equivalência Patrimonial 30.470 -33.942 -19.809 -5.356
Resultado Operacional Bruto 107.398 38.913 124.120 64.140
IR/CS Resultado operacional (Regime competência 34%) -36.515 -13.230 -42.201 -21.808
Resultado Operacional Liquido 70.883 25.683 81.919 42.332
Despesas Financeiras (liquidas) -33.049 -18.929 -16.589 -15.676
- Despesas Financeiras (brutas) -50.074 -28.680 -25.135 -23.751
- Economia de IR/CS (benefício fiscal) 17.025 9.751 8.546 8.075
Resultado Não Operacional 2.849 751 712 -1054
Part. de Acionistas Não Controladores 1 -4 -2 -1
Lucro/Prejuízo do Período 40.684 7.501 66.040 25.602
ROE (LL/PL) 12% 2% 17% 7%
Conciliação do Resultado Líquido 2007 2006 2005 2004
Lucro/Prejuízo do Período 40.684 7.501 66.040 25.602
IR/CS Competência do Exercício 19.490 3.479 33.655 13.732
- IR/CS Resultado operacional(Regime competência 34%) 36.515 13.230 42.201 21.808
- Economia de IR/CS (benefício fiscal) -17.025 -9.751 -8.546 -8.075
Provisão para IR e Contribuição Social (demonstrativos
empresa) -10.733 6.905 -33.323 -9.839
IR Diferido 0 0 0 0
Lucro/Prejuízo do Período 49.441 17.885 66.372 29.495
Estrutura Patrimonial 2007 2006 2005 2004
Ativo Total 1.032.334 903.866 805.452 582.391
Passivos não onerosos 173.848 261.848 266.401 141.236
Investimento Total 858.486 642.018 539.051 441.155
Passivo Oneroso 513.540 281.141 159.659 93.085
Patrimônio Líquido 344.946 360.877 379.392 348.070
Fonte: Elaboração própria (2008).
44
Anexo H – Demonstrativo Ajustado da Empresa São Martinho
Demonstração do Resultado Operacional Liquido Ajustado 2007 2006 2005 2004
Receita Líquida de Vendas e/ou Serviços 767.022 282.470 240.051 203.026
Custo de Bens e/ou Serviços Vendidos -529.736 -206.576 -170.363 -147.456
Resultado Bruto 237.286 75.894 69.688 55.570
Despesas/Receitas Operacionais -51.752 -15.578 -27.292 -33.580
- Com Vendas -52.316 -11.201 -17.829 -20.137
- Gerais e Administrativas -75.756 -27.459 -27.185 -29.246
- Receitas Financeiras 77.882 22.499 16.801 15.184
- Outras Receitas Operacionais 0 583 921 958
- Outras Despesas Operacionais -1.562 0 0 -339
- Resultado de Equivalência Patrimonial 0 0 0 0
Resultado Operacional Bruto 185.534 60.316 42.396 21.990
IR/CS Resultado operacional (Regime competência 34%) -63.082 -20.507 -14.415 -7.477
Resultado Operacional Liquido 122.452 39.809 27.981 14.513
Despesas Financeiras (liquidas) -65.281 -24.470 -18.479 -19.838
- Despesas Financeiras (brutas) -98.910 -37.076 -27.999 -30.057
- Economia de IR/CS (benefício fiscal) 33.629 12.606 9.520 10.219
Resultado Não Operacional 13.442 8325 496 -843
Part. de Acionistas Não Controladores 0 0 0 0
Lucro/Prejuízo do Período 70.614 23.663 9.998 -6.167
ROE (LL/PL) 4% 7% 3% -2%
Conciliação do Resultado Líquido 2007 2006 2005 2004
Lucro/Prejuízo do Período 70.614 23.663 9.998 -6.167
IR/CS Competência do Exercício 29.452 7.902 4.895 -2.743
- IR/CS Resultado operacional (Regime competência 34%) 63.082 20.507 14.415 7.477
- Economia de IR/CS (benefício fiscal) -33.629 -12.606 -9.520 -10.219
Provisão para IR e Contribuição Social (demonstrativos
empresa) -34.296 -3.067 -2.418 202
IR Diferido 1.235 -7.610 -2.522 2.320
Lucro/Prejuízo do Período 67.005 20.888 9.953 -6.388
Estrutura Patrimonial 2007 2006 2005 2004
Ativo Total 2.642.926 644.582 645.297 644.267
Passivos não onerosos 413.137 82.463 84.657 70.841
Investimento Total 2.229.789 562.119 560.640 573.426
Passivo Oneroso 558.309 198.791 197.777 217.221
Patrimônio Líquido 1.671.480 363.328 362.863 356.205
Fonte: Elaboração própria (2008).