correio bão também - edição 004/jun-jul/2010

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Correio Bão Também - a roça é nossa! - Edição nº 004 - Jun-Jul/2010 - 1

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Informativo Mensal da Área Rural do DF

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Correio Bão Também - a roça é nossa! - Edição nº 004 - Jun-Jul/2010 - 1

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Correio Bão Também - a roça é nossa! - Edição nº 004 - Jun-Jul/2010 - 2

PALAVRA DO EDITOR

CURSOS GRATUITOSO IBRADEC informa a todos os seus parceiros do Território das Águas

Emendadas, e demais municípios nos quais trabalha, que a partir de

maio, dará início ao processo de capacitação dos produtores e técnicos

dos Postos de Comercialização e Supermercados e Hotéis para utiliza-

ção do Sistema de Comercialização Direta – SICOMD.

Os cursos serão ministrados gratuitamente para produtores e técni-

cos já indicados pelas lideranças dos seguintes municípios:

Goiás: Água Fria, Cristalina, Flores de Goiás, Formosa, Luziânia,

Padre Bernardo, Planaltina de Goiás, Cabeceiras, S. Domingos, São

João da Aliança, Vila Boa.

Minas Gerais: Arinos, Buritis e Unaí.

DF: Brazlândia, Ceilândia, Gama, Rio Preto, São Sebastião,

Sobradinho e Taquara.

O IBRADEC entrará em contato para agendar as datas dos cursos.

Mais informações IBRADEC - (61) 3425-2699 - Fátima.

EVENTOS EM JULHO/2010 - GEMEC-EMATER/DFDe 01 a 04.07 - VII EXPOPLAN - Exposição em PlanaltinaDe 09 a 11.07 - EXPOAMPPA - Exposição Agropecuária do Nú-cleo Rural Ponte Alta - Gama - DF-180 Km 65Dia 30.07 - Dia Especial de Saúde no Monjolo - Gama

AGENDA RURAL

O processo de retomada de posse nas Áreas Rurais pela

TERRACAP se intensificou depois que foi sancionada a Lei da

regularização pelo presidente Lula (Lei 12.024/2009) em meados

do ano passado. É uma constatação do CDRS, entidade que vem

acompanhando e participando ativamente desse processo de

regularização da área rural do DF, em seguidas reuniões com nossos

líderes políticos, visando a titularização das terras e principalmente

a suspensão dos pedidos de retomada de posse pela TERRACAP

em áreas passíveis de regularização pelo novo PDOT. As ações da

TERRACAP, SEDUMA e SEAPA esbarram no interesse político e

particular de cada entidade e as negociações não avançam, ou vão

caminhando a passos de tartaruga. Apesar de tudo o CDRS se coloca

a favor dos agricultores, lutando por um desfecho favorável às

famílias que com muita dificuldade colocam os alimentos na mesa

de todos os brasilienses.

A Lei ”ficha limpa” já esta surtindo efeito e muitos políticos

conhecidos estarão fora das eleições, é um avanço para a sociedade

que clama simplesmente por honestidade nos diferentes níveis de

governo. É um grande começo!

Isso é Bão Também!

O presidente Lula assinou, duran-te o lançamento do Plano Safra da Agri-cultura Familiar 2010/2011, o decretoque altera artigos da Inspeção Indus-trial e Sanitária de Produtos de OrigemAnimal (RIISPOA). A medida permitiráa equivalência entre os serviços de ins-peção federal, estadual e municipal,além de ampliar as possibilidades decomercialização dos produtos da Agri-cultura Familiar em todas as unidadesda federação. “Agora quem produzir oseu salame vai poder vender em qual-quer lugar do Brasil”, disse o presiden-te.

Além disso, o decreto assinado al-tera artigos do Sistema Unificado deAtenção à Sanidade Agropecuária(Suasa). As mudanças facilitarão a ade-são dos serviços de inspeção sanitáriamunicipais e estaduais ao Suasa. Istopossibilitará que estados e municípi-os tenham suas próprias legislações,regulamentando seus próprios servi-ços, incluindo normas específicas paraagroindústrias familiares de pequenoporte. “É uma medida que dará auto-

nomia, independência aos municípi-os e estados”, destaca o técnico da Se-cretaria de Agricultura Familiar do Mi-nistério do Desenvolvimento Agrário(SAF/MDA), Leomar Prezotto.

Ele acredita, ainda, que estas me-didas estimularão as adesões ao Suasa.Essas mudanças são, também, impor-tantes porque estão mais próximas darealidade das agroindústrias familia-res. “Os decretos irão facilitar a inclu-são de novos estabelecimentos noSuasa, além de estimular a criação elegalização de novas agroindústrias”,finaliza.

O Suasa permite a legalização e aimplantação de novas agroindústrias,o que facilita que produtos industriali-zados localmente sejamcomercializados no mercado formalde todo território brasileiro. O Siste-ma permite que produtos deagroindústrias, como os da agriculturafamiliar, sejam comercializados emoutros municípios e até mesmo emoutros estados, com garantia de quali-dade e segurança higiênico-sanitária.

Mudanças na inspeção sanitáriabeneficiam agricultores familiares

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Os produtores rurais brasileirosterão R$ 116 bilhões para financiar asafra 2010/2011. O valor é 7,4% maiordo que o disponibilizado no ciclo pas-sado. Segundo o Ministério da Agricul-tura, que lançou no dia 07 de junho oPlano Agrícola e Pecuário, a agricultu-ra comercial terá R$ 100 bilhões dis-poníveis, enquanto a familiar terá R$16 bilhões.

Na safra 2009/2010, a agriculturacomercial teve R$ 93 bilhões e a fami-liar, R$ 15 bilhões. Um dos destaquesdo plano é a criação do programa Agri-cultura de Baixo Carbono (ABC), queterá R$ 2 bilhões para financiamentode tecnologias na lavoura que reduzama emissão de gases de efeito estufa,como o sistema de integração lavou-ra-pecuária-floresta.

O Plano Agrícola e Pecuário 2010/2011 foi anunciado pelo presidenteLuiz Inácio Lula da Silva e pelo minis-tro da Agricultura, Wagner Rossi.

Dentre as principais medidasanunciadas estão: a ampliação do vo-lume de crédito rural, melhores con-dições de acesso a financiamento parao médio produtor, incentivo atecnologias no campo que reduzam asemissões dos gases de efeito estufa eo direcionamento de recursos para au-mentar a capacidade de armazena-gem dentro das fazendas.

Fonte: Agência Brasil

Plano Safra 2010/2011terá R$116 bilhões

A Concha Acústica do Lago Paranoáfoi palco para o maior evento da Amé-rica Latina de exposição e venda deprodutos da agricultura familiar, a VIIFeira Nacional da Agricultura Familiare Reforma Agrária - Brasil Rural Con-temporâneo, realizada entre os dias 16e 20 de junho, em Brasília.

Participaram da feira cerca de 650empreendimentos de agricultura fa-miliar, comunidades quilombolas, po-vos indígenas, assentados da reformaagrária e pescadores artesanais. Foramcomercializadas 750 toneladas de pro-dutos vindos de todas as regiões dopaís. Na edição anterior, realizada noRio de Janeiro, em 2009, foramcomercializadas 550 toneladas. A últi-ma edição em Brasília, em 2007,comercializou 150 toneladas. Ao todo,nas seis edições realizadas desde 2004– quatro em Brasília (DF) e duas no Riode Janeiro (RJ) – cerca de 700 mil pes-soas compraram e saborearam produ-tos e se deliciaram com espetáculos eapresentações culturais.

A Feira reflete a importância dosetor para a economia do País. No Bra-sil há mais de 4,3 milhões de proprie-

VII Feira Nacional da Agricultura e Reforma AgráriaBRASIL RURAL CONTEMPORÂNEO

dades agrícolas familiares, que respon-dem pela produção de 70% dos ali-mentos consumidos diariamente pe-los brasileiros. O Censo do IBGE/2006aponta que a agricultura familiar é res-ponsável por sete em cada dez ocupa-ções no meio rural, contando com ape-nas 24,3% da área total dos estabele-cimentos rurais. Os agricultores fami-liares produzem 87% da mandioca

consumida no Brasil, 70% do feijão,58% do leite e 46% do milho.

A Feira nacional também foi o es-paço para debates de caráter técnicosobre a execução de políticas públi-cas, como reunião nacional doscolegiados territoriais, reunião técni-ca de gestão de bacias hidrográficas ePronaf Sustentável, encontro nacionaldos agentes de leitura, agricultura or-gânica, mandiocultura, reunião do co-mitê gestor do Programa Terra Legal,bovinocultura de leite, fitoterápicos,apicultura, além do lançamento doPlano Safra da Agricultura Familiar.

O Brasil Rural Contemporâneo éum evento do Ministério do Desenvol-vimento Agrário (MDA) e do Incra, compatrocínio de Petrobras, Sebrae, Ban-co do Brasil, Banco do Nordeste, Bancoda Amazônia, BNDES, Eletrobrás, ItaipuBinacional, Anfavea, Ubrabio e Itambé.E conta com apoio do InstitutoLatinoamérica para o Desenvolvimen-to da Educação, Ciência, Arte e Culturae do GDF.

Fonte: Portal do Desenv. Agrário

Hérmanos Moreira, CDRS/DF; Avelino Ganzer, diretor de Agricultura Famili-ar e Desenvolvimento Local/Pará; Elizete de Oliveira, assessora do Territóriodas Águas Emendadas; e Célio Garcia, coordenador Território Vale do RioVermelho/Goiás.

Lula ao anunciar o Plano Safra

A diversidade rural-cultura do Brasil abrilhantou a solenidade de abertura

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O Lote 9A, no Núcleo Rural de Santa Maria, foi subdividido em 15 glebas com área varian- do entre três e cinco hectáres. Publicado no

Diário Oficial do DF, do dia 21 de dezembro de 1999,a extinta Fundação Zoobotânica autoriza a subdvisãoe a assinatura de contratos de uso, aos chacareiros,por 50 anos. Alguns dos relacionados no DODF jáexploravam a área com plantações e criação de ani-mais, como o caso de Manoel Fonseca Filho e JoãoRodrigues da Silva.

O Núcleo Rural de Santa Maria forma um grandetriângulo em torno das nascentes do Ribeirão SantaMaria, que por sua beleza natural, durante muitotempo foi palco para atividades ilegais de lazer, prá-tica de caça e extração de madeira. Segundo o rela-tório da Secretaria de Meio Ambiente e RecursoHídricos-Semarh (Seduma), de 2004, o trecho inicialda sub-bacia sofre grandes impactos originado prin-cipalmente pela urbanização da cidade de Santa Ma-ria (como asfalto, habitações etc), o que provocouao longo do tempo intenso processo erosivo. Umacratera com 200 metros de extensão e mais de 50metros de profundidade, e lá no fundo a nascentedo Ribeiro Santa Maria, e que levou as autoridadesreconhecer a urgente necessidade de encontrar umasaída para o problema, que já ocasionava perda dosolo, assoreamento dos córregos das nascentes e aameaça de o buraco chegar à cidade. Como medidaemergencial foi construido um canal emissário deáguas pluviais, desviando a enxurrada que antes des-cia em direção à erosão. Mas, a construção do canalgerou outros problemas, para abrir passagem fo-ram derrubadas as casas dos lotes 02 e 03, respecti-vamente dos senhores André Avelino e Manoel Fon-seca, sob a alegação de que o canal passaria exata-mente no local das edificações. O que hoje pode serconstatado que houve foi um desvio nos estudos doprojeto da construção pois, o canal passa a mais de30 metros do local onde ficava a casa de ManoelFonseca e a mais de 100 metros da casa de AndréAvelino que por sua vez ainda teve prejuizos comderrubada de cercas e arrancadas várias mudas deipês compradas de viveiristas.

Ainda segundo o relatório, as obras do canalemissário não estão concluidas porque falta arevegetação, destruida durante a construção, e o iso-lamento da área com cercas. Grandes quantidadesde lixo se acumulam ao longo do canal a céu aberto.“Já tiramos sofás, máquinas de lavar, muitos pneus emóveis de todo jeito. Latas, garrafas e até bichomorto. Tudo jogado aí dentro do canal.” informouFrancisco André Avelino, presidente da Associaçãodos Produtores Rurais de Santa Maria. Outro proble-ma, e dos grandes, é a insuficiente capacidade que o

canal tem para escoar todo o volume hídrico, comisso, a água das chuvas transborda e vem provocan-do severo processo de erosão em algumas cháca-ras. Além disso, uma das nascentes, durante a cons-trução, foi desviada para o canal e nunca reconduzidoao leito normal, o que pode afetar o potencial dabacia hídrica, segundo a Semarh. O que pode serconstatado, a qualquer hora do dia, com a água lim-pa que escorre sem parar pelo corredor do canal,próximo às chácaras 01 e 02. Esses impactos envol-vem providências urgentes da Companhia deSaneamente de Brasília (Caesb).

O estudo apontou, em 2004, algumas deficiên-cias nas técnicas agropecuárias adotadas pelos pro-dutores: carência de processos básicos de conser-vação do solo e da água; e necessidade de imediatareformulação tecnológica mediante capacitação dosagricultores. O que vem se corrigindo a partir da as-sistência que a Embrapa e Emater/DF oferecem aosagricultores. Orgulhosos, os produtores exibem suascarteirinhas que os capacita como Pequenos Produ-tores Rurais Familiares, expedida pela Emater/DF.Como demonstração e incentivo aos demaischacareiros, foi implado na chácara de AndréAvelino, o projeto de irrigação por gotejamento,convênio entre a Associação dos Produtores,Embrapa Hortaliças e Emater/DF. O sistema, segun-do técnicos das entidades, tem 95% de eficiênciano uso da água, sempre colocada na quantidade exa-ta, levando-se em consideração a necessidade daplanta. Não há perdas por evaporação. O sistema

pode ser utilizado em pequenas e grandes áreas eem terrenos acidentados. É uma tecnologia fácil, etem como vantagens o uso racional dos recursoshídricos, a padronização da produção, a antecipa-ção das colheitas em aproximadamente 15 dias e,consequentemente, por entrar mais cedo no mer-cado, a obtenção de melhores preços.

Mas, a Semarh (Seduma) também reconheceuos impactos benéficos resultantes da agropecuárialocal. Considerou que a presença dos agricultoresinibiu a ação predatória da caça ilegal, a captura deanimais silvestres, a extração de madeira e a polui-ção hídrica causada pelo lazer descontrolado. O pe-queno produtor, Carlos André Santana, alimenta osonho de reflorestar a área degradada pela erosão.Sozinho, iniciou o projeto plantando mudas da florado cerrado, compradas da Embrapa. Hoje Carlos jáproduz mudas oriundas de sementes nativas. “Voureflorestar a área e salvar a nascente que estáameaçada no fundo da cratera! Vou devolver o quefoi destruido!”, disse. Na prática o projeto ainda éhumilde, mas o sonho do pequeno produtor é tãogrande quanto a certeza de que outros ainda se jun-tarão a ele. Carlos divide os cuidados do projeto coma lida na chácara, de onde tira o sustento da famíliacom produção de hortaliças e criação de aves. Nãotem carro nem carroça. Com uma bicicleta percor-re as ruas de Santa Maria para vender seus produ-tos, “É mais saudável!”, diz Carlos em largo sorriso.

Apesar do reconhecido bem que promovem àárea, à Cidade e ao meio ambiente, os produtores

Conselho de Desenvolvimento Rural Sustentávelacompanha e apóia a luta dos Agricultores Familiares

A nascente do Ribeirão Santa Maria agoniza no fundo da cratera de mais de 50 metros de profundidade

MATÉRIA DE CAPA

Foto: Associação dos Produtores Rurais de Santa Maria

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não têm vivido com tranquilidade. Passados quatroanos da subdivisão e publicação no DODF, em 2003os posseiros foram surpreendidos pela notícia deque deveriam desocupar as chácaras, “falaram que aárea seria transformada em Parque Ambiental mas,já tivemos notícias de que querem é fracionar asáreas rurais, pois sempre aparece alguém queren-do comprar as chácaras. Se vão transformar em par-que, por que querem comprar? Somos radicalmen-te contra o fracionamento das terras”, disse AndréAvelino. E iníciou-se uma luta, que já dura sete anos,e parece sem fim. De um lado a Terracap com açõesde reintegração de posse. Do outro, pequenos agri-cultores familiares que moram e exploram a área,geram empregos e garantem o sustento de muitasfamílias. “Em 1994 eu já estava aqui criando gadoleiteiro, plantando cana, mandioca, milho e hortali-ças. Hoje vivemos inseguros, sem saber o que vainos acontecer. A gente fica assustado toda vez queum caminhão do GDF para na pista, perto das chá-caras. Se eu tiver que sair daqui, pra onde irei?”, disseManoel Fonseca.

Além dos processos na justiça, cada família foisentenciada ao pagamento de mais de 3 mil reaisreferente aos honorários advocatícios. Valor esse quejá está em fase de cobrança judicial. André Avelino,por exemplo, teve sua Kombi/96 penhorada, “mi-nha condição financeira não me possibilita arcar depronto com o pagamento desse valor. Não possuooutro veículo e a kombi é um equipamento impres-cindível para a comercialização das hortaliçasfolhosas, a minha principal atividade econômica coma qual sustento minha família.”, desabafou André.

“Cheguei aqui muito antes da subdivisão. Nãopedi terra a ninguém, me deram sem eu pedir. Danoite para o dia nosso documento não vale maisnada e me processam porque querem a terra devolta? Nunca tive problemas com justiça mas, ago-ra tenho processos por uma coisa que não pedi.”,desabafou João Rodrigues da Silva, que junto comos filhos, noras, netos ainda emprega mais quatropessoas na produção de hortaliças. “Aqui são quatromas, nos finais de semana o número de emprega-

Os pequenos agricultores abastecem a cidade com suas colheitas, mas corremo risco de perder tudo e, ainda, o risco de não ter para onde ir.

dos dobra por causa das feiras.”, disse Roberta, quepreparava as folhosas para as entregas do dia se-guinte.

“Entra governo, sai governo e ficamos só com aspromessas de que teremos o problema resolvido.Muitos deputados já vieram aqui. Secretários de go-verno e até governadores já tomaram do nossocafezinho, mas até agora nada! Simplesmente quan-do vão embora, nos esquecem!”, disse Antonio Car-valho, produtor de hortaliças, milho e bananas. “Oque queremos é a dispensa do pagamento desseshonorários advocatícios, mais de 3 mil reais cobra-do de cada pequeno produtor, é um absurdo! Nãotemos como pagar! E pleiteamos também a suspen-são dos processos na justiça. Não queremos terra degraça, queremos ficar e pagar por elas. Que seja igualpara todos. Precisamos de um sinal positivo paracontinuarmos trabalhando, produzindo, gerandoempregos e provendo nossas famílias e as famíliasde nossos empregados. ”, disse André Avelino, comos olhos marejados.

Produção com garra e muitas dificuldades pare-ce ser ítem indispensável no currículo do agricultorfamiliar. Instalações rústicas e humildes, desprovi-dos de conforto, muitos não têm um veículo paratransportar e vender suas colheitas na cidade. Porcausa dos processos judiciais, não conseguem aces-so às carteiras de créditos. Trabalham de sol a sol emuitas vezes até bem mais tarde. Não tem feriadoou dia de festa. E fim-de-semana é dia de feira, tra-balho dobrado. Pés cansados, mãos calejadas e ros-tos queimados, quando é chegada a hora de dormir,a cabeça no travesseiro pede por um sono repara-dor, mas as preocupações ainda não permitem e oprodutor dorme. Dorme e sonha. Sonha com o diaem que olhará para o horizonte e agradecerá pelaboa colheita na terra prometida.

O Conselho de Desenvolvimento Rural Susten-tável acompanha e apóia a luta dos Agricultores Fa-miliares, não só de Santa Maria mas de todo o Distri-to Federal.

Isso é Bão Também!

Erosão: perda do solo, assoreamento dos córregosdas nascentes e a ameaça de chegar à cidade.

Nascente desviada, escorre pelo canal emissário,à espera de ser reconduzida ao leito normal.

Pequenos agricultores familiares sofrem com osmandos e desmandos das autoridades.

MATÉRIA DE CAPA CONTINUAÇÃO

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Durante a solenidade de aber-tura da VIII Festa do Leite deBrazlândia, realizada de 18 a 20

de junho, no Núcleo Rural Curralinho,o gerente da Emater/Brazlândia-DF,Blaiton Carvalho, destacou o foco daedição deste ano nos eventos técni-cos, com palestras sobre melhoramen-to genético de matrizes bovinas lei-teiras e outros temas relacionados aodesenvolvimento da pecuária leiteirado DF. “Não nos esquecemos da con-fraternização, do entretenimento, dosshows. Mas queremos este ano ofere-cer também um evento mais técnico”,ressaltou.

Para o administrador de Brazlândia,Nilson Assunção, além do turismo re-ligioso e ecológico, das festas agríco-las e diversos eventos que divulgam opotencial da região na produção ali-mentícia, a Festa do Leite representao potencial leiteiro do Vale do Currali-nho e principalmente uma conquistados produtores. Ele destacou a infraes-trutura técnica do evento, o laticínioexistente no Curralinho, onde produ-tores da região processam o leite, e acompra do produto pelo programa doGDF.

O presidente da Associação de Pro-dutores e Processadores de Leite doDF e Entorno – APROLEITE, GeraldoMaia, agradeceu a presença de todose o apoio para realização de mais umaedição da Festa do Leite de Brazlândia.Para ele, o evento está mais bem es-truturado e evoluiu como um espaçopara mostrar, ainda mais, o potencialda pecuária leiteira da região. “Come-çamos essa festa com quatro vacas emuitos projetos. Hoje nós temos umaboa estrutura, condizente com a evo-

lução do evento e da produção de lei-te aqui na região”, disse.

O presidente da Emater-DF, DilsonResende de Almeida, ressaltou a re-presentatividade do segmento leitei-ro e o momento de discutir questõesrelativas ao programa do leite no DF eao encaminhamento de ações paraatender as demandas dos produtores.“Sabemos o quanto o programa é im-portante para os fornecedores e paraas famílias que são beneficiadas coma distribuição do leite. Precisamos es-tar unidos para fazer os ajustes neces-sários para o bom funcionamento doprograma no Distrito Federal”, afirmou.

O secretário adjunto, AgnaldoAlves Pereira, parabenizou a organiza-ção do evento e os produtores de leitede Brazlândia e encerrou a solenidadenum clima de grande euforia, com oanúncio do pagamento referente a no-vembro/dezembro de 2009 no forne-cimento de leite.

O destaque no segundo dia de fes-ta foi o torneio leiteiro, com duas or-denhas (7h e 19h). Este ano, a organi-zação decidiu dividir o prêmio, estipu-lado em R$ 3 mil, entre os produtoresparticipantes do certame. Além detroféus para os dois primeiros coloca-dos. E os ganhadores do torneio foram:1º) Geraldo Maia - 30,38 Kg/leite - prê-mio: 20 doses de sêmem; 2º) GabrielCaldas - 28,26 Kg/leite - prêmio: 15doses de sêmem; 3º) Eujácio - 28,18kg/leite - prêmio: maleta de insemi-nação.

“Embora tenha o nome de festa,para nós, técnicos da Emater-DF, pro-movemos o trabalho de orientaçãotécnica no campo, é um evento técni-co com o objetivo de mostrar resulta-

dos daquilo que agente faz nas fa-zendas. Temos umponto muito forteaqui na região,que é o trabalhode melhoramen-to genético dematrizes leiteirasmestiças. Juntocom o torneio lei-teiro, que compõeas atrações princi-pais da festa, osprodutores po-dem mostrar o ní-vel de melhora-mento que algunsjá alcançaram.”,disse Mário Ma-chado Paschoal,médico veterinário da Emater-DF.

“Essa festa é uma oportunidadepara divulgarmos nosso trabalho, for-talecer a atividade leiteira e tambémconfraternizar, encontrar amigos e tro-car informações. Às vezes, aconteceaté de se fazer negócios, uma troca deanimais. Para nós aqui da região, ondemuitas famílias vivem da atividade lei-teira, essa festa é muito importante.Tem melhorado a cada ano e eu para-benizo os organizadores, principal-mente à Emater, pelo trabalho dedi-

ACONTECEU AQUI

cado ao desenvolvimento técnico dosprodutores de leite da região deBrazlândia”, finalizou Roberto José deAlcântara, produtor de leite do NúcleoRural Curralinho.

A VIII Festa do Leite de Brazlândia,contou com concurso da rainha e prin-cesas; teatro caipira; shows musicaiscom Zé Mulato e Cassiano, Banda Safi-ra, Nilson Freire, Pedro Pinto e Zé Pe-queno. E encerramento com grupos decatira que foi a grande atração culturaldo evento.

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A Secretaria de Articulação Institucional e CidadaniaAmbiental do Ministério do Meio Ambiente, por meio de seuDepartamento de Educação Ambiental, juntamente com aSecretaria de Desenvolvimento Territorial do Ministério doDesenvolvimento Agrário, reuniram cerca de 45 pessoas, entreagricultores familiares e suas instâncias de representação,membros de órgãos governamentais e da sociedade civil comatuação no Território Rural das Águas Emendadas e integrantesdo Colegiado deste Território Rural.

A Oficina, que aconteceu no Hotel Fazenda Curva do Rio,entre os dias 31 de maio e 2 de junho, em Unaí/MG, é o resultadoda parceria entre os dois ministérios visando o processo deconstrução da proposta do Programa Nacional de EducaçãoAmbiental e Agricultura Familiar.

O objetivo do evento foi executar, em caráter experimental,uma metodologia de formação em Educação Ambiental nocontexto da Agricultura Familiar, que possibilite sua rápidamultiplicação, e capacitar os conselheiros dos territórios edemais participantes, tendo como referência a EducaçãoAmbiental e o Desenvolvimento Rural Sustentável. Talmetodologia deverá ser adotada pelo Programa Nacional de

Educação Ambiental e Agricultura Familiar, que se pretende

implantar a partir de 2011.

Ainda em 2010, duas outras oficinas piloto serão realizadasem diferentes territórios rurais. Aprimorada a proposta, estaserá apresentada à ministra do Meio Ambiente, IzabellaTeixeira, para buscar a inserção da temática no Plano Plurianual2011- 2014.

Projeto interministerial reúnecerca de 45 pessoas em oficina

piloto, em Unaí-MG

AGRICULTURA FAMILIAR

O produto orgânico é cul-tivado sem o uso de adubosquímicos ou agrotóxicos. AAgricultura Orgânica surgiu nadécada de 30 na Índia, a partirdas pesquisas do britânicoAlbert Howard. Seus princípi-os foram traçados com base namanutenção e no aumentodos teores de matéria orgâni-ca do solo, a fim de asseguraralta atividade microbiológicae promover a fertilidade e aintegridade do solo. Apesar denão ter se estabelecido nasdécadas seguintes, durante asquais predominou a visão“quimista” no meio agronômi-co, o movimento ambienta-lista na década de 60 a fez res-surgir como uma alternativaecologicamente viável deprodução de alimentos. Astécnicas de produção orgâni-ca são destinadas a incentivara conservação do solo e daágua e reduzir a poluição.

Atualmente, os conceitose princípios da AgriculturaOrgânica englobam, além dosaspectos técnicos e ambien-tais relacionados com a pro-dução, aspectos sociais e eco-nômicos. De acordo com Leino. 10.831 do Ministério daAgricultura, Pecuária e Abas-tecimento (MAPA) de2003,"considera-se sistemaorgânico de produção agrope-cuária todo aquele em que seadotam técnicas específicas,mediante a otimização do uso

ALIMENTOS ORGÂNICOS

dos recursos naturais e so-cioeconômicos disponíveis eo respeito à integridade cul-tural das comunidades rurais,tendo por objetivo a susten-tabilidade econômica e eco-lógica, a maximização dos be-nefícios sociais, a minimizaçãoda dependência de energianão-renovável, empregando,sempre que possível, méto-dos culturais, biológicos emecânicos, em contraposiçãoao uso de materiais sintéticos,a eliminação do uso de orga-nismos geneticamente modi-ficados e radiações ionizantes,em qualquer fase do processode produção, processamento,armazenamento, distribuiçãoe comercialização, e a prote-ção do meio ambiente".

Apesar da crescente ex-pansão da agricultura orgâni-ca, a competitividade e asustentabilidade das unida-des de produção ainda depen-dem grandemente da geraçãode conhecimento e tecnolo-gia em bases científicas.

Segundo o Instituto Biodi-nâmico (IBC), a produção or-gânica no Brasil cresce 30% aoano. Cerca de 75% da produ-ção nacional de orgânicos éexportada, principalmentepara a Europa, Estados Unidose Japão. A soja, o café e o açú-car lideram as exportações.No mercado interno, os pro-dutos mais comuns são as hor-taliças, seguidos de café, açú-

car, sucos, mel, geléias, feijão,cereais, laticínios, doces, cháse ervas medicinais.

Pelo menos 80% dos pro-jetos certificados no Brasil sãode pequenos agricultores fa-miliares. As associações e co-operativas de pequenos pro-dutores vêm crescendo e via-bilizam a agricultura orgânicaem muitas regiões fixando ohomem no campo. Muitas fa-mílias consomem e vendemo que plantam.

O produto orgânico é cul-tivado sem o uso de adubosquímicos ou agrotóxicos. Evi-ta problemas de saúde causa-dos pela ingestão de substân-cias químicas tóxicas; Protegea qualidade da água, a fertili-dade do solo, a vida silvestre esão mais nutritivos. Para escla-recer, o alimento hidropônico(produzido na água) não é or-gânico pois utiliza adubos quí-micos solúveis.

Incluir produtos orgânicosnas compras incentiva a pro-dução e tende a baratar ospreços. O selo Sisog é a garan-tia do consumidor de estaradquirindo produtos orgâni-cos isentos de resíduo tóxico.

O sistema de cultivo orgâ-nico observa as leis da nature-za, respeita as diferentes épo-cas de safra e todo o manejoagrícola está baseado na pre-servação dos recursos natu-rais, além de respeitar os di-reitos de seus trabalhadores.

Produto orgânico, 80% dos projetos certificadosno Brasil são de agricultores familiares

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Correio Bão Também - a roça é nossa! - Edição nº 004 - Jun-Jul/2010 - 8

Rubens Bartholo

Em reunião realizada dia 08 de

junho entre o CDRS e a vice-

governadora Ivelize Longhi, com

a participação do Secretário de

Agricultura Wilmar Luís, do secretário

adjunto Agnaldo Alves e do presidente

Emater Dílson Resende , os presiden-

tes do CDRS(foto) cobraram mais uma

vez , agilidade e rapidez nos processos

de titularização das terras rurais do DF

e a suspensão dos processos de

retomada de áreas passíveis de

regularização fundiária. Na oportuni-

dade os representantes dos Conselhos

de Desenvolvimento Rural Sustentável

do Distrito Federal encaminharam

Ofício contendo pauta contendo as

seguintes reivindicações emergen-

ciais:

1-Publicação de Decreto contendo

os memoriais descritivos das áreas do

anexo VII do PDOT.

2- Publicação de Decreto fixando a

forma dos contratos especiais defini-

dos nos arts. 278 e 280 do PDOT (LC 803/

09), através da concessão do direito

real de uso com opção de compra, nos

moldes da Lei Federal 12.024/09, de

autoria do Dep. Rodrigo Rollemberg.

3-Publicação de Decreto determi-

nando à TERRACAP a adoção de medi-

CDRS cobra agilidade para aregularização fundiária

das para suspensão de retomada de

áreas rurais e urbanas com atividades

rurais (Anexo VII) passíveis de

regularização fundiária.

Ivelise Longhi demonstrou disposi-

ção para resolver os graves problemas

que assolam os pequenos produtores,

determinado aos representantes dos

órgãos presentes o encaminhamento

das soluções. Porém, até a data de

publicação deste periódico, como de

costume, nenhuma medida concreta

foi adotada neste sentido.

Também foi abordado o assunto do

transporte para os produtores rurais do

composto orgânico do lixo (COL). Na

oportunidade o Secretário-Adjunto

Agnaldo Alves se comprometeu a dis-

ponibilizar os caminhões necessários

até o dia 10 de julho.

Participaram da reunião represen-

tando respectivamente suas áreas os

representantes das seguintes Regio-

nais dos CDRS - Rubens Bartholo e

Edson Bernardes pelo Lago Norte,

Ricardo Alcântara de Brazlândia,

Leonice Bertollo de Planaltina, Cláudio

Pires de Ceilândia, Lúcio Pereira de São

Sebastião, Hérmanos Machado do

Gama e o advogado da Terracap Edo

Freitas. Quem também deu uma

passadinha por lá para ver como atua o

CDRS foi o presidente da FAPE Renato

Simplício.

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EMBRAPA CERRADOS

Juliana Caldas / Embrapa Cerrados

Clarissa Lima / Embrapa Cerrados

Mandioca amarelinha, fácil de cozi-nhar e saborosa. No Distrito Federal, esseé o padrão que caiu no gosto dos con-sumidores. Muitos deles não sabem, masessa preferência resulta de um trabalhoda Embrapa Cerrados -Planaltina-DF. An-tes as raízes consumidas na região erambrancas, mas há cerca de quinze anos aunidade da Embrapa introduziu algumasvariedades de cor mais amarelada, quefizeram sucesso e hoje garantem 80% domercado, segundo um estudo.

Esse é um dos resultados da pesqui-sa participativa no melhoramento demandioca, em que os pesquisadorescontam com a ajuda do produtor no tes-te das variedades de mandioca para che-gar a produtos com características que

PRODUTOR E PESQUISA: todos por uma mandioca melhoragradam o consumidor e assim gerammais renda. No caso das mandiocas ama-reladas, elas têm vitamina A. Para o pro-dutor, essa interação com a pesquisaleva ao aumento da produtividade - quefica em média em 14 toneladas por hec-tare na região do Cerrado, enquantoexiste o potencial para esse número su-bir para 40 toneladas.

“Um dos fatores que limitam a pro-dução é o desconhecimento de varieda-des e técnicas modernas de cultivo”, ex-plica o pesquisador da Embrapa Cerra-dos Eduardo Alano Vieira. Como a man-dioca é um dos produtos mais planta-dos pela agricultura familiar, o público-alvo do trabalho são os pequenos agri-cultores, especialmente aqueles situa-dos em áreas marginais, que plantamculturas de subsistência, dispõem de pe-quenas áreas para o cultivo, usam pou-ca ou nenhuma tecnologia, têm difícilacesso a novas variedades adaptadas aseus sistemas de cultivo e, em certoscasos, resistem à ideia de mudanças emseus sistemas de produção.

Duas variedades introduzidas eselecionadas no DF pela pesquisa e quefazem sucesso são a Pioneira e aJaponesinha. A Embrapa Cerrados deve

lançar, no próximo ano, mais três opçõesde mandioca de mesa, que também jávêm sendo avaliadas na pesquisaparticipativa. “Boas variedades de man-dioca de mesa devem aliar elevado po-tencial produtivo de raízes e boas quali-dades culinárias (bom sabor e reduzidotempo para o cozimento)”, avalia Eduar-do Alano.

Segundo o pesquisador da EmbrapaCerrados Josefino Fialho, somente nosúltimos cinco anos, 6,5 mil produtoresda região do Cerrado foram capacitadospela equipe da unidade da Embrapa. Umdeles é o produtor rural Paulo César Gon-çalves, que cultiva uma área de 30 hec-tares em Brasilinha (GO) basicamentecom a raiz, que é destinada ao consumode mesa. “Não existe mandioca como aJaponesinha”, comenta. Uma outra vari-edade, que faz parte das que a Embrapavai lançar, também foi testada e contacom a simpatia do produtor. “Ela cozi-nha sempre e é a mais amarela de to-das”, avalia. Paulo comenta que outravariedade faz sucesso na feira em queele vende as raízes, pois tem o córtexarroxeado e por dentro é amarelada.

Os pesquisadores Josefino e Eduar-do ouvem atentamente as conclusões

do pequeno produtor. “A gente sempreleva em conta a opinião deles no traba-lho de seleção”, comenta Eduardo.Oriunda da Bahia, uma das variedadeslevadas à propriedade de Paulo não deuo resultado esperado. “No local de ori-gem, ela é boa, mas como o clima é dife-rente, ela não teve a mesma produtivi-dade aqui”, explica Josefino ao produtor.

Muito receptivo à visita da Embrapa,Paulo está satisfeito com a parceria, poisalgumas orientações foram decisivaspara o sucesso de seu negócio. “Umaorientação sobre o espaçamento quasedobrou a produtividade na lavoura”, co-menta.

SERVIÇO– Algumas orientações ofe-recidas pela pesquisa com o melhora-mento participativo da mandioca estãoacessíveis ao público em um livro, lança-do pela Embrapa Cerrados e pela Emater-DF. Com o uso de ilustrações e uma lin-guagem acessível, a publicação destina-se a tirar as principais dúvidas dos agri-cultores familiares e ainda apresenta al-gumas receitas de pratos feitos a partirda raiz. O documento completo pode seracessado pelo site da Embrapa Cerradoswww.cpac.embrapa.br

Um dos grupos mais importantes emenos conhecidos de pragas-de-soloque podem comprometer a exploraçãoagrícola são os corós rizófagos – larvasde besouros, pertencentes à famíliaMelolonthidae (Coleoptera:Scarabaeoidea), que vivem no solo e sealimentam de raízes causando danos adiversas culturas. Não foram descober-tas ainda medidas curativas para essaspragas e, depois que o problema ocor-re, a aplicação de inseticidas não é efeti-va, alerta o pesquisador da EmbrapaCerrados - Planaltina-DF, Charles Martinsde Oliveira. Os corós comprometem es-pécies de plantas como, por exemplo,feijão, soja, milho, morango e hortaliças.Talhões seriamente atacados podemapresentar perdas de até 100%.

De acordo com o pesquisador, o agri-cultor deve adotar ações preventivaspara que essas pragas não se instalemnos solos de sua propriedade. Uma des-

sas principais medidas é a utilização dealgumas espécies de adubo verde queatuam produzindo um efeito negativosob as larvas. “As nossas pesquisas indi-cam que a crotalária é a mais indicada”,informa. Segundo ele, ao plantar essaleguminosa antes de outras culturas, aslarvas já no primeiro estágio se alimen-tam das raízes da crotalária e morrem.

Os estudos estão atualmentefocados no Coró das Hortaliças, que ata-ca também milho e morango, e no Coróda Soja, que atinge também a mandio-ca. As pesquisas sobre essa praga come-çaram na Embrapa Cerrados em 2004.Em novembro do ano passado, foi apro-vado projeto que tem como foco o ma-nejo, a bioecologia e biodiversidade des-sa praga. Além de estudos sobre a utili-zação de plantas inseticidas, será objetoda pesquisa análises da biologia e dosinsetos no campo e em laboratório. Seráfeito ainda um levantamento de quaisespécies ocorrem em áreas de Cerradoe em áreas agrícolas.

Ciclo – o inseto adulto aparece nos

meses de setembro e outubro de cadaano, assim que começam as primeiraschuvas. É a única fase em que ele sai dosolo, sempre no período noturno, parao acasalamento e dispersão. Após oacasalamento, a fêmea coloca os ovosno solo e, depois de 15 a 20 dias, surgemas larvas. A partir daí, elas passam portrês fases, sendo que as duas primeirasduram em média 30 dias.

A terceira e última dessas fases, quevai de dezembro ao final do mês de mar-ço, é a mais crítica. É nesse período queas larvas consomem mais raízes, causan-do o amarelecimento, murcha e a mortedas plantas. Segundo o pesquisador, ossintomas do ataque são usualmentepercebidos em reboleiras. No final demarço, essas larvas constroem um ca-sulo de barro e ficam dentro dele até oinício das chuvas. Nesse período, oscorós passam pela fase da pupa (está-gio intermediário entre a larva e o adul-to) e, com as chuvas, saem do casulo einiciam um novo ciclo de ataque.

Levantamento realizado pela

Embrapa Cerrados e parceiros junto aosprodutores rurais do DF e municípios doentorno estimou a importância e exten-são dos danos causados por corósrizófagos no Brasil Central. Foram entre-vistados 114 produtores do DF e muni-cípios de Goiás e Minas Gerais e dois gru-pos de produtores foram separados:grupo um (propriedades < 100 ha) e gru-po dois (propriedades = 100 ha – varian-do de 100 a 6 mil ha). Um total de 71%das propriedades pertenciam ao grupoum e, desses, 52% afirmaram que terproblemas com os corós. Já no segundogrupo, 83% disseram que a praga estápresente em alguma parte de suas ter-ras.

Adubação verde para combater o coró-da-soja-do-cerrado

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EMBRAPA CERRADOS

Liliane Castelões / Embrapa Cerrados

As experiências das pesquisas emagricultura familiar desenvolvidas pelaEmbrapa Cerrados - Planaltina (DF),foram apresentadas no VIII CongressoBrasileiro de Sistemas de Produção,que realizado, no mês de junho, em SãoLuis (MA).

Com o tema "Agricultura Familiar:Crise Alimentar e Mudanças Climáti-cas Globais", o evento abordou as se-guintes áreas temáticas: Experiênciascom metodologias inovadoras, Siste-mas de Produção Sustentáveis, Mane-jo de Recursos Naturais e ServiçosEcossistêmicos, Extrativismo e Desen-volvimento Territorial.

O Congresso foi mais uma realiza-ção das unidades da Embrapa – Cerra-dos, Agroindústria Tropical e Meio Nor-te - e da Universidade Estadual doMaranhão. Além da I Feira Tecnológicade Arranjos Produtivos Locais doMaranhão, ocorrido em paralelo aoCongresso, as políticas públicas paraa agricultura familiar e o desenvolvi-mento rural também serão discutidosno IV Encontro da Rede de Estudos Ru-rais, que ocorrerá, em Curitiba (PR), de6 a 9 de julho.

O pesquisador da Embrapa Cerra-dos João Roberto Correia, membro daComissão Organizadora, explica que ao intercâmbio de experiências práti-cas, que aconteceu no Congresso,completa as discussões teóricas daRede de Estudos Rurais. “Nesses even-tos, os sistemas de produção são pen-sados em conjunto, englobando ques-tões sociais, econômicas e ambientais”,

ressalta.As pesquisas com agricultores fa-

miliares desenvolvidas pela EmbrapaCerrados estão voltadas para busca dealternativas para a melhoria dos siste-mas de produção adotados em peque-nas propriedades. Entre os trabalhosapresentados no Congresso, em junho,sobre metodologias participativas einovadoras participaram os executa-dos nos municípios de Unaí e Alto RioPardo, ambos em Minas Gerais.

A equipe de pesquisadores quedesenvolve projetos de pesquisa emUnaí apresentou o trabalho “Metodo-logia multicritério de apoio à decisãocomo ferramenta para avaliação de sis-temas de cultivo com agricultores fa-miliares”. A partir das experiências emAlto Rio Pardo, os pesquisadores apre-sentaram os trabalhos “Iniciativa deestruturação de um modelo de unida-de de observação de policultivosadaptadas às condições de agriculto-res” e “Procedimentos metodológicospara identificação dos guardiões daagrobiodiversidade em comunidadesde agricultores familiares no Norte deMinas”. Este último desenvolvido emparceria com a Embrapa Recursos Ge-néticos e Biotecnologia.

Entre artigos, resumos expandidose apresentação oral, 150 trabalhos seinscreveram para o Congresso. Dosartigos, 25 serão selecionados parapublicação no Cadernos de Ciência eTecnologia, na edição de dezembro.

Mais informações sobre o Congressowww.cnpat.embrapa.br

Pesquisas em agricultura familiaré tema de Congresso

EMATER/DFRoteiro para solicitação de

regularização de terras rurais do DFA Secretaria de Agricultura-DF publicou no Diário Oficial do Distrito Federal

(D.O.D.F.) nº. 247, de 23 de dezembro de 2009, edital de convocação pararegularização fundiária das áreas rurais públicas ocupadas mediante Contrato deConcessão de Uso. Esta convocação se fundamenta na Lei Federal nº. 12.024/2009e o Decreto Distrital nº. 31.084/2009, que, com base na Lei Complementar do DF nº.803 de 25/04/2009, estabelece no seu art. 6º que integrará o Contrato de Concessãode Direito Real de Uso o Plano de Utilização da Unidade de Produção – PU.

Como proceder para solicitar a regularização da sua área?

A primeira convocação paraencaminhamento da documentaçãonecessária para a regularização são aspropriedades localizadas naMacrozona Rural constante no PlanoDiretor de Ordenamento Territorial –DF (PDOT 2010) e que possuamcontrato de arrendamento com aSecretaria de Agricultura. Ointeressado deverá solicitar naGerência de Controle de Contratos/Secretaria de Agricultura do DF ou nosEscritórios Locais da EMATER/DF,formulário requerendo aregularização. É necessária aapresentação dos documentospessoais e do contrato assinado como poder público do DF, com asrespectivas cópias.

Após isto, o interessado deveráprocurar um profissional da área deCiências Agrárias, com registro noCREA-DF, para a elaboração do PU,conforme Termo de Referênciaestabelecido na Portaria nº. 05Secretaria de Agricultura de 25/05/2010, publicada no D.O.D.F nº. 59 de26/05/2010, que contém asinformações necessárias para aelaboração do PU.

O levantamento para elaboraçãodos mapas constantes de PU deveráser georreferenciado ao SistemaCartográfico do Distrito Federal –SICAD, e poderá ser feito com GPS denavegação, não sendo necessáriolevantamento de alta precisão nestaetapa. Este levantamento topográficoinicial não poderá ser utilizado comodocumento probatório depropriedade rural.

O Art. 3º do decreto nº. 31.084/2009 estabelece que o requerenteque tiver em curso qualquer tipo deinadimplência junto à Secretaria deAgricultura do DF e na CompanhiaImobiliária de Brasília – TERRACAP ou

em atraso com tributos no âmbito doDistrito Federal, não terá direito àregularização fundiária.

Após estes procedimentos, ointeressado deverá se dirigir àSecretaria de Agricultura para entregaro PU na Gerência de Controle deContratos/ Secretaria de Agricultura.

O Plano será submetido a umaanálise de conformidade por umacomissão interinstitucional antes doenvio ao Grupo de Trabalhoresponsável pela regularização dosimóveis, o interessado deveráinformar no PU números telefônicospara possíveis contatos com vistas acorreções ou adequações do Plano deUtilização da Unidade de Produção.

Para maiores esclarecimentos,procurar os escritórios locais daEMATER-DF ou acessar o sitewww.emater.df.gov.br.

O fluxograma abaixo ilustra osprocedimentos a serem adotados.

Colaboração:José Voltaire de Brito Peixoto

Eng º Agrônomo ExtensionistaRural da EMATER-DF

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Correio Bão Também - a roça é nossa! - Edição nº 004 - Jun-Jul/2010 - 12

A saúde compreendida como umdireito e uma das condições funda-mentais para a garantia da qualidadede vida das pessoas, consiste num ob-jetivo a ser alcançado de forma plenae prioritária por todos os governos.Sobretudo quando consideradas acomplexidade e a variedade doscondicionantes sociais, econômicos eambientais que interferem no proces-so de conquista progressiva da saúde.

A falta de acesso a uma alimenta-ção adequada e saudável comprome-te diretamente a saúde. No Brasil, adul-tos e crianças convivem com o proble-ma da desnutrição, sobrepeso, obesi-dade e doenças associadas a esse qua-dro. Muitas vezes os problemas acon-tecem na mesma família e, sobretu-do, nos grupos sociais mais vulnerá-veis.

Viabilizar o direito humano à ali-mentação adequada e saudável é umgrande desafio, principalmente quan-do o alimento é compreendido comomercadoria e a garantia de seu acessodepende, sobretudo, da situação eco-nômica da população. As pessoas debaixa renda ficam mais vulneráveis àdesnutrição por falta de acesso aos ali-mentos adequados ou tornam-se obe-sas ao buscarem compensar as neces-sidades com alimentos mais baratos,mas de baixa qualidade nutricional ealta densidade calórica.

Para mudar essa realidade, é im-portante que municípios e estados de-senvolvam políticas públicas compro-metidas com o acesso a uma alimen-tação de qualidade, em quantidade su-ficiente, de modo permanente e paratodos. No Brasil, importantes avançosestão sendo conquistados, como a re-cente promulgação da Emenda Cons-titucional 64/2010, no dia 04 de feve-reiro, que inclui no artigo 6º da Consti-tuição Federal a alimentação comoum direito social.

A Política Nacional de Alimentaçãoe Nutrição marca posições importan-tes nesse sentido, pois reconhece aalimentação como um direito huma-

Ter saúde é ter uma alimentação adequada e saudável

no fundamental e reafirma que o Esta-do precisa desenvolver políticas, pro-gramas e ações que assegurem essedireito.

O fortalecimento das ações de ali-mentação e nutrição, em todos os ní-veis de atenção à saúde, de modo arti-culado com as demais políticas de se-gurança alimentar e nutricional é umadas diretrizes aprovadas pela III Con-ferência Nacional de Segurança Ali-mentar e Nutricional, realizada em2007, e organizada pelo Conselho Na-cional de Segurança Alimentar eNutricional (Consea).

O objetivo dessa diretriz é garantira vigilância alimentar e nutricional, apromoção da alimentação saudável, aqualidade nutricional dos alimentos,os processos de informação e educa-ção em alimentação e nutrição, e o fo-mento de pesquisa e estudos que pro-piciem o diálogo científico com dife-rentes campos do conhecimento e arevisão contínua dos rumos das políti-cas públicas.

Algumas metas que concretizam aPolítica de Alimentação e Nutrição no

SUS são: ampliar a cobertura do Siste-ma Vigilância Alimentar e Nutricional,fortalecer as equipes de saúde da fa-mília para a promoção da alimenta-ção saudável em todas as fases do cur-so da vida, financiar mais ações nos Es-tados e Municípios, aumentar o núme-ro de Núcleos de Apoio à Saúde da Fa-mília (NASF) com ações de nutrição eaprovar medidas sanitárias que garan-tam a qualidade nutricional dos ali-mentos e promovam escolhas alimen-tares saudáveis.

Propor diretrizes para areformulação da Política Nacional deAlimentação e Nutrição está na pautadas 27 unidades da Federação. Já teveinício a fase preparatória e estadual do"Seminário Nacional de Alimentaçãoe Nutrição no SUS: PNAN 10 anos",marcado para o período de 08 a 10 dejunho, em Brasília (DF).

O seminário reunirá representan-tes dos Conselhos Estaduais de Saúde,trabalhadores, gestores, usuários,prestadores de serviços e ainda auto-ridades e especialistas no tema ali-mentação e nutrição. A realização pre-

vê duas etapas: estadual e nacional. Osestados vão discutir o tema central,apresentar novas propostas e escolher04 representantes do Estado para oSeminário Nacional.

O evento nacional será promovidopelo Conselho Nacional de Saúde(CNS), por intermédio da ComissãoIntersetorial de Alimentação e Nutri-ção (Cian), e em parceria com a Coor-denação Geral da Política de Alimen-tação e Nutrição (CGPAN). Será ummomento para identificar avanços,perspectivas e desafios.

Com o foco na redução das desi-gualdades, o evento vai debater osdeterminantes e condicionantes dasaúde e do estado nutricional, a ges-tão da política (financiamento,institucionalidade eintersetorialidade), a nutrição na aten-ção básica, a atenção nutricional paraas populações específicas como indí-genas, comunidades tradicionais eoutros povos e a alimentação adequa-da e saudável em todas as suas dimen-sões.

O processo de avaliação da políti-ca é fundamental para a continuidadedas ações e para sua consolidaçãocomo política setorial de saúde, pro-motora de segurança alimentar enutricional, por meio da articulaçãoentre o SUS e o Sistema de SegurançaAlimentar e Nutricional (Sisan).

Garantir a participação dos muni-cípios e estados na construção destenovo ciclo da PNAN será imprescindí-vel para que sua efetivação, como po-lítica abrangente do SUS, promovamelhores níveis de nutrição e resulteem qualidade de vida para todos.

Uma população com alimentaçãoadequada e saudável é uma popula-ção com saúde.

*Ana Beatriz Vasconcellos, Coorde-

nadora Geral da Política de Alimenta-

ção e Nutrição do Ministério da Saúde

(CGPAN/MS). Com contribuições de Sil-

via Rigon, representante da Comissão

Permanente da Política de SAN do

Consea.

Ana Beatriz Vasconcelos*

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Correio Bão Também - a roça é nossa! - Edição nº 004 - Jun-Jul/2010 - 13

O Comitê de Segurança Alimentarda Organização das Nações Unidaspara Alimentação e Agricultura (FAO)escolheu o brasileiro Renato S. Malufpara integrar o seleto Painel de AltoNível de Especialistas, que reúne osmaiores especialistas em segurançaalimentar de todo o mundo.

De acordo com o representante doBrasil junto à FAO, embaixador José An-tonio Marcondes de Carvalho, três fa-tores reforçaram a escolha: "A reputa-ção do professor Renato Maluf entreinstituições e acadêmicos da área desegurança alimentar, seu envolvimen-to com as experiências brasileiras, in-ternacionalmente reconhecidas, e ofato de ter sido nomeado pelo gover-no e por organizações da sociedadecivil".

Ainda segundo Carvalho, a contri-buição do professor Renato para o Pa-inel de Alto Nível de Especialistas "de-verá ser inestimável para a dissemi-nação da experiência brasileira decombate à fome, que é reconhecidainternacionalmente".

Renato S. Maluf é presidente doConselho Nacional de Segurança Ali-mentar e Nutricional (Consea) e coor-denador do Centro de Referência em

Presidente do Consea é escolhidopara o Comitê de Alto Nível

Professor Renato S. Maluf é o únicobrasileiro na lista de 15 especialis-

tas internacionais de alto nívelsobre segurança alimentar

Segurança Alimentar e Nutricional daUniversidade Federal Rural do Rio deJaneiro (UFRRJ), onde é professor doCurso de Pós-Graduação em Desen-volvimento, Agricultura e Sociedade.Integra o Fórum Brasileiro de Seguran-ça Alimentar e Nutricional (FBSAN).

As trajetórias do escolhido e dotema da segurança alimentar enutricional no Brasil têm uma ligaçãoprofunda. Em 1991, ele foi um dosprincipais articuladores do grupo detrabalho do chamado Governo Parale-lo para a elaboração da primeira pro-posta de uma Política Nacional de Se-gurança Alimentar e Nutricional parao País.

O projeto foi entregue ao entãopresidente Itamar Franco e resultou nacriação do Conselho Nacional de Se-gurança Alimentar e Nutricional(Consea). Renato S. Maluf está na pre-sidência do Consea pelo segundomandato (2007-2009 e 2009/2011).Antes, na gestão 2004-2007, exerceuo cargo de conselheiro.

Autor e co-autor de livros e refe-rência acadêmica sobre o tema segu-rança alimentar, Renato S. Maluf é gra-duado em Economia, doutor em Ciên-cias Econômicas pela Unicamp, parti-cipou de programas de pós-doutora-mento na University of Oxford (ReinoUnido) e na Ecole des Hautes Etudesen Sciences Sociales (França).

OS 15 ESPECIALISTAS INTERNACIONAIS:

Catherine Bertini (EUA)Derek Byerlee (Austrália)Alain de Janvry (França)Tewolde Berhan Gebre Egziabher

(Etiópia)Lawrence Haddad (Reino Unido)Sheryl Lee Hendriks (África do Sul)Renato S. Maluf (Brasil)Mona Mehrez Aly (Egito)Carlos Perez de Castillo (Uruguai)Rudy Roelof Rabbinge (Holanda)Maryam Rahmania n (Irã)Monkombu Sambasivan Swaminathan

(Índia)Huajun Tang (China)Igor Tikhonovich (Federação Russa)Niracha Wongchinda (Tailândia).

Marcelo Torres

Foto: conseabahia.blogspot. com

MEIO AMBIENTE

Os incêndios florestais (fogo forade controle sobre qualquer tipo devegetação) são responsáveis porgrande parte das emissões brasileirasde dióxido de carbono na atmosfera,além de provocar a perda dabiodiversidade e o empobrecimentodo solo. As principais causas deincêndios florestais são: o uso do fogopara a renovação de pastagem, aqueima para o cultivo, a queda debalões e a queima de lixo. Valeressaltar que o uso do fogo ematividades agropastoris precisa daautorização do IBAMA, e que soltarbalões e queimar lixo sãopráticas proibidas, conforme oCódigo Florestal Brasileiro e aLei Distrital nº 41, respectiva-mente.

O Bioma Cerrado sofre muitocom os incêndios florestais, vistoque seu clima é caracterizadopor um extenso período de seca.Os impactos negativos do fogono ecossistema são visíveis, masnão podemos esquecer dosefeitos na saúde humana, comoproblemas respiratórios, doresde cabeça, náuseas e conjun-tivite, fora os prejuízos econô-micos que ocorrem quando oincêndio atinge casas e redes deenergia, interrompendo oabastecimento.

Cada vez mais são desenvol-vidas técnicas de produção

Incêndios Florestais

agrícola que substituem o uso do fogo,tais como adubação verde, a rotaçãode culturas e os sistemas agroflo-restais. O lixo orgânico também, emvez de ser queimado, pode setransformar em adubo pelo processode compostagem.

O conhecimento e a tecnologiatêm avançado muito no que dizrespeito às temáticas ambientais, oque ainda falta é o esclarecimento e asensibilização por parte do governo eda sociedade. Precisamos aumentar orespeito à vida, não apenas à vida dosseres humanos, mas à vida em todasas suas formas e substituir velhoshábitos em prol da coletividade.

Foto: Valdeir Silva

Aline Barreto

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Correio Bão Também - a roça é nossa! - Edição nº 004 - Jun-Jul/2010 - 14

ESPECIAL BÃO TAMBÉM A minirreforma eleitoral (Lei 12.034/09) modificou as normas para aseleições (Lei 9.504/97). O que pode ou não ser feito por eleitores,

militantes, partidos políticos e candidatos está previsto de forma deta-lhada. Entre outras determinações, a nova lei estabelece o Tribunal

Superior Eleitoral, os tribunais regionais eleitorais e os juízos eleitoraiscomo foros para apresentação de provas contra candidatos que

descumprirem as regras. Segundo o consultor legislativo do SenadoArlindo Fernandes de Oliveira, essas representações à Justiça Eleitoral

devem ser acompanhadas de fotos ou gravações.Outra mudança foi a que limitou a 4 metros quadrados as faixas, placas,

cartazes, pinturas ou inscrições em bens de uso particular e aindadefiniu multa de R$ 2 mil a R$ 8 mil aos que infringirem essa norma.Anteriormente, a multa só era aplicada a quem fazia propaganda embens públicos. Também ficou expresso em lei que árvores e jardins

localizados em áreas públicas, além de muros, cercas e tapumes, nãosão locais em que pode ser afixada propaganda eleitoral, situação ainda

corriqueira nas eleições de 2008.

não necessita de obtenção de licençamunicipal ou de autorização da Justi-ça Eleitoral. Isso inclui a fixação de fai-xas, placas, cartazes, pinturas ou ins-crições, desde que não excedam a 4metros quadrados. É proibido qualquertipo de pagamento em troca de espa-ço para essa finalidade. Em caso de in-fração, o responsável fica sujeito amulta de R$ 2 mil a R$ 8 mil.

São bens de uso comum, para finseleitorais, os rios, mares, estradas, ruase praças, conforme o Código Civil (Lei10.406/02), e também aqueles a que apopulação em geral tem acesso, comocinemas, clubes, lojas, centros comer-ciais, templos e estádios, ainda que depropriedade privada.

Nas árvores e nos jardins em áreas pú-blicas, bem como em muros, cercas etapumes, não é permitida a colocaçãode propaganda eleitoral de qualquernatureza.

É permitida a colocação de cavaletes,bonecos, cartazes e mesas para distri-buição de material de campanha ebandeiras ao longo das vias públicas,desde que não dificultem o bom an-damento do trânsito de pessoas e veí-culos e que sejam colocados e retira-dos entre 6h e 22h.

Todo material impresso de campanhadeverá conter o número do CNPJ oudo CPF do responsável pela confecção,bem como de quem a contratou e arespectiva tiragem. Quando o materi-al veicular propaganda de diversoscandidatos e houver rateio dos gastos,eles deverão constar da prestação de

contas individual do candidato.ONDE E COMO DENUNCIARQueixas e denúncias podem ser apre-

sentadas no Tribunal Superior Eleito-ral, quando envolverem candidatos apresidente e vice-presidente; nos tri-bunais regionais eleitorais, no caso decandidatos a governador, vice-gover-nador, deputado federal, senador, de-putados estadual e distrital; e no juízoeleitoral, no caso de candidatos a pre-feito, vice-prefeito e vereador.

A representação deve conter provada autoria ou do prévio conhecimen-to do beneficiário. A responsabilida-de do candidato estará configurada seeste, depois de intimado, não provi-denciar, no prazo de 48 horas, a retira-da ou a regularização e, ainda, se ficardemonstrada a impossibilidade de obeneficiário não ter tido conhecimen-to da propaganda.

NO DIA DA ELEIÇÃOA propaganda é considerada crime,

punível com detenção de seis mesesa um ano, com a alternativa de presta-ção de serviços à comunidade pelomesmo período.

É permitida a manifestação individu-al e silenciosa da preferência do elei-tor, exclusivamente pelo uso de ban-deiras, broches, lemas e adesivos.

Até as 22h do dia anterior à eleição,serão permitidos distribuição de ma-terial gráfico, caminhadas, carreatas,passeatas ou carros de som que tran-sitem pela cidade divulgando jingles

ou mensagens de candidatos.É proibido o uso de trios elétricos em

campanhas eleitorais, exceto em co-mícios.

Até o término do horário de votação,é proibida a aglomeração de pessoascom vestuário padronizado e bandei-ras, broches e adesivos, de modo a ca-racterizar manifestação coletiva.

SERVIDORESNas seções eleitorais e juntas

apuradoras, os servidores da JustiçaEleitoral, mesários e escrutinadores fi-cam proibidos de usar roupas ou ob-jetos de propaganda.

Nos trabalhos de votação, os fiscaispartidários devem portar crachás ape-nas com nome e sigla do partido oucoligação a que sirvam. É proibida apadronização do vestuário.

SEM CENSURAO poder de polícia sobre a propagan-

da será exercido pelos juízes eleito-rais e pelos juízes designados pelostribunais regionais eleitorais e se res-tringe às providências necessáriaspara inibir práticas ilegais, proibida acensura prévia a programas de televi-são, rádio ou internet.

COMPRA DE VOTOSPara a caracterização da compra de

votos, não é necessário pedido explí-cito, bastando a evidência da má in-tenção. O candidato que praticar atosde violência ou grave ameaça, com ofim de obter voto, está sujeito à cassa-ção do registro ou do diploma. A re-presentação contra essas condutaspoderá ser feita até a data dadiplomação.

Rigor aumenta para preservar as cidadesREGRAS GERAISO período em que a propaganda é

permitida começa no dia 5 de julhodo ano da eleição. Já a propagandapaga em rádio e televisão não é per-mitida no segundo semestre do anoeleitoral.

A multa por descumprimento dessesprazos é de R$ 5 mil a R$ 25 mil ou oequivalente ao custo da propaganda,prevalecendo o que for maior.

VICE E SUPLENTESNa propaganda para cargo majoritá-

rio (presidente, governador, prefeito esenador), deve constar o nome do can-didato a vice ou suplente de senadorem tamanho mínimo de 10% do nomedo titular.

DENTRO DA LEINão será considerada propaganda

eleitoral antecipada:- a participação em entrevistas, pro-

gramas ou debates em rádio, televi-são e internet, desde que não haja pe-dido de votos e que as emissoras ga-rantam tratamento isonômico;

- seminários ou congressos partidá-rios, em ambiente fechado, para tra-tar da organização dos processos elei-torais, planos de governos ou alianças;

- prévias partidárias e sua divulgaçãopelos instrumentos de comunicaçãodos partidos; ou

- a divulgação de atos de parlamen-tares e debates legislativos, desde quea possível candidatura não seja men-cionada nem haja pedido de votos oude apoio eleitoral.

O MATERIAL DE PROPAGANDAA propaganda em bens particulares

PROPAGANDAELEITORAL

Fonte: Esp.Cidadania/Senado.gov.br

Page 15: Correio Bão Também - Edição 004/Jun-Jul/2010

Correio Bão Também - a roça é nossa! - Edição nº 004 - Jun-Jul/2010 - 15

Por: Eurico de Andrade - Visite Blog: http://tabui.blogspot.com

CONTOS & CAUSOS Tem trololó na bitaca do Cirilo

MURAL DA ROÇA

VENDO/TROCO - R$ 18.000,00 - Trator Agrale4100 com todos implementos agrícolas. Superconservado - (61) 9655-8761 / 3380-1170 - SalatielVENDO - R$ 2.500,00 - triturador tam. nº 04 seminovo funcionando 100%, com motor 15cv trifásico -(61) 8458-4275 c/ AntonioVENDO - Chácara Ponte Alta 7,5hec - (61) 9966-8629 c/ EduardoVENDO galinha Índio GIGANTE selecionadas -Sítio São Francisco - (61) 9983-4336VENDO carneiros DORPER e SANTA INÊSselecionados - (61) 9983-4336VENDO uma mangalarga marchadeira. -(61) 3404-0093 - Erinaldo

PROCURO PARCEIRO AGRÍCOLA que tenha ex-periência ou formação em atividade agrícolapara produção orgânica: hortaliças, plantas medici-nais, condimentos (especiarias) e produção de mu-das. - Preferência casal sem filhos, e que possammorar na propriedade (Núcleo Rural Sarandi) - proxi-midades de Planaltina-DF.OFEREÇO: casa; trator agrícola (Agrale 4100 comimplementos); galpões; trituradeira e ensiladeira;disponibilidade de água para irrigação de pequenasáreas...CONTATO: 61 9999-1997 ou 9965- 5570 - e-mail:[email protected]

Bem no pé da serra do Urubu, onde o rio Sorongo éum fiozito d’água, tem a estrada do Sapo, maisconhecida como Sapolândia. Numa curva, onde

bambu era mato, ficava a venda do Cirilo. Na parede, umcartaz da Providência, a melhor cachaça da região, ondese lia, em bom Português: “cana na roça, dá pinga e pingana cidade, dá cana”. Umas prateleiras de pranchões desucupira recebiam a mercadoria mais miúda, empilhadacom traquejo pela dona Rita. Lá no fundo, dois barris,cheios de querosene, - o combustível da roça -, e a balançapra pesar capado.

A maior atração da bitaca do Cirilo não era pinga não.Era a sinuca. Para caber a mesa grandona, o comercianteteve que espichar o cômodo da venda. E lá ficava ele,comandando a sinuca e vendendo rapadura pra um, pãosovado pra outro, prato esmaltado prum terceiro, pedaçode fumo para um quarto, enquanto enricava pegando umtrocado daqui e outro dali, anotando tudo num caderninhoonde tava escrito “dever de casa” e “Brasil, um país que vaipra frente”, dado por um programa do governo.

Chegava tardinha, antes do sol sumir, começava ajuntar gente. Vizinhos, vaqueiros, peões, amigos, roceirosde tudo quanto é naipe, terminavam sua labuta diária evinham bater ponto na venda do Cirilo. Uns para rezar oterço na igrejinha ao lado, comandados pela dona Rita,mas a maioria vinha era para jogar sinuca mesmo. UmDeus-nos-acuda. Prosório, risadas e a gritaria chegavam aatrapalhar as orações da turma da igrejinha. Naquela noite,o Tonico Vergina é quem ia puxar o terço. Brincando,conversando, fofocando, se ajoelharam, falando mal davida alheia, se armaram do rosário e ficaram a postos parafazer o nome do Pai. Mas da cabeça do Tonico Vergina,

não saia aquela moda de viola durante noites e noites tocadana vitrola do Cirilo, até afundar os sulcos do bolachão. Amúsica começava com o refrão “Seriema do Mato Grosso,seu canto triste, me faz chorar...”. O nosso puxador de terçopassava dias a pedaços de noite com esse refrão na cabeça.Foi por isso que, ao puxar o nome do Pai, no lugar de dizeras palavras de costume, o que saiu foi o refrão da moda deviola “çariema do Mato Grosso...”, enquanto se persignava.Aí o terço virou bagunça. As risadas não puderam sercontidas, nem com os psius e ameaças da dona Rita. O Toniconão sabia onde meter a cara e se persignava repetindo“perdão, meu Deus”, “perdão, meu Deus...”!

Terminada a reza, o povo começava a ralear, ficando sóo pessoal da sinuca, revezando até a madrugada, enquantoo Cirilo, cansado e com sono, maldizia entre dentes “um diaindaacabo com a disgraça dessa sinuca. A merreca de lucroque ela me dá num há de fazê farta...”.

Naquela noite só ficaram os mais amigos do Cirilo.Resolveram aprontar. Esqueci de dizer que Cirilo era homemsistemático e brabo. Andava com faca na cintura e, enfiadonum saco de farinha de mandioca, um revólver pronto paraeventualidades, além de uma garrucha enferrujada,carregada, misturada com as lingüiças, penduradas no varal.Mais de 10 da noite, tarde demais da conta pro povo daroça, o Cirilo, como sempre, reclamando pros seus botões,se ajeitava em cima duns sacos de farinha, milho e açúcar,tirava as botinas espalhadeiras de chulé, e puxava o ronco,enquanto a turma continuava a jogatina. Quando viram queele dormia a sono solto, apagaram o lampião e continuaram,no escuro, a fazer barulho, com bolas e tacos, conversando,rindo, soltando piadas. Até que um aprontou um escarcéu,borrifou cachaça em cima do dorminhoco e gritou ô Cirilo.

O homem acordou, meio tonto, e, sem ver nada, naquelaescuridão, foi logo perguntando, com a mão já segurandoa peixeira:

- O quê? Oncotô?... O quê que foi, gente?- Aí a moça procê atendê, Cirilo!- Moça? Que moça, home?- Aí no barcão, uai!- No barcão? Num vejo nada, sô!- Credo! Parece que tá cego! Tá inventano moda, home

de Deus?- Gente, num tô veno nada não! Devera! Juro por

Deus! – gritou agoniado.Da turma, uns riram, segurando-se, espremendo-se.

Um deles, mais gaiato, todo romântico, falou:- Cê num tá veno a lua lá fora, Cirilo? Tão bonita!...Aí o vendeiro se desesperou mesmo.- Gente! Tô cego!... Meu Deus do céu! Que será de

mim e dos meus fio!?... Ô vida!...Aí o povo não agüentou mais tanto estancamento.

Foi risada pra todo lado, até que um desavisado resolveuacender um pito. Não deu outra. Cirilo descobriu a tramóiae o cacete comeu solto. Quando achou um isqueiro eacendeu o lampião, até encontrar a garrucha no meio dalingüiça, não tinha mais ninguém na venda. Todo mundochispara, conhecendo a brabeza do homem.

Aquela foi um dia, em que a bitaca do Cirilo fechouantes da meia noite e ele pôde, após tanto tempo, noaconchego dos lençóis, chamar a dona Rita para um têtea tête, depois da raiva passada.

PROGRAMA PRODUTOR DE ÁGUAO Programa Produtor de Água, desenvolvido pela

Agência Nacional de Águas – ANA tem como foco aredução da erosão e do assoreamento de mananciaisno meio rural, propiciando a melhoria da qualidade daágua e o aumento das vazões médias dos rios embacias hidrográficas de importância estratégica parao País.

É um programa de adesão voluntária deprodutores rurais que se proponham a adotar práticase manejos conservacionistas em suas terras com vistasà conservação de solo e água. Como os benefíciosadvindos dessas práticas ultrapassam as fronteiras daspropriedades rurais e chegam aos demais usuários dabacia, o Programa prevê a remuneração dosprodutores participantes.

Este Programa prevê o apoio técnico e financeiroà execução de ações como: construção de terraços ede bacias de infiltração, readequação de estradasvicinais, recuperação e proteção de nascentes,reflorestamento das áreas de proteção permanente ereserva legal, saneamento ambiental, entre outros.

A remuneração aos produtores rurais será sempreproporcional ao serviço ambiental prestado edependerá de prévia inspeção na propriedade. Alémdisso, todos os projetos com a marca “Produtor de

Água” possuem um sistema de monitoramento dosresultados, que visa quantificar os benefícios obtidos

com sua implantação.Na próxima edição o Correio Bão Também trará

relatório completo do Projeto Pipiripau.

Mais informações:- EMATER-DF - com Sumar Ganem ou Marcos Maia:Tel: 3340-3093- SEAPA - com Alba ou Gilberto, Tel: 3348-7917- ANA - com Flávio Hermínio ou Devanir Tel: 2109-5356- ADASA - com Diógenes Mortari, Tel: 3961-4158- UnB - com professor Henrique Chaves. Tel: 3107-3300- Instituto Brasília Ambiental - com Paulo Cezar Tel:3214 – 5645- Caesb - com Marcio Niemeyer Tel: 115 ouwww.caesb.df.gov.br

Acesse www.ana.gov.br/produagua e saiba tudosobre o programa Produtor de Água no DF e no Brasil.

Colaboração: Sumar Magalhães Ganem

Engenheiro Agrônomo M.Sc.

Gerência de Agroecologia e Meio Ambiente - Emater-DF

Page 16: Correio Bão Também - Edição 004/Jun-Jul/2010

Correio Bão Também - a roça é nossa! - Edição nº 004 - Jun-Jul/2010 - 16

Com o objetivo de oferecercapacitação sobre liderança e temastécnicos relacionados com a gestãoagrícola a jovens, o IICA e a Universi-dade de Nebraska – Lincoln realizam,de 2 a 6 de agosto, o III Fórum Hemisfé-rico de Jovem Líderes em Agricultura,nos Estados Unidos.

É a primeira vez que o fórum nãoserá realizado em Costa Rica. Este anoo tema central será o agroempreende-dorismo como opção de negócio naszonas rurais, que permite melhorar ascondições de vida das comunidades eevitar o êxodo massivo para a cidade.

“Buscamos aumentar a comunida-de de jovens líderes que influenciamna tomada de decisões, em políticas e

III Fórum Hemisférico de Jovens Líderes em Agriculturadebaterá agroempreendedorismo

projetos em rol do bem estar do setorrural”, afirmou o Coordenador do Cen-tro de Liderança para a Agricultura doIICA, Hernán Chiriboga.

O IICA e a Universidade deNebraska darão duas bolsas por paí-ses, uma completa e outra meia, ondeo aluno arcará com os custos das pas-sagens aéreas.

No encerramento do encontro, osex-ministros de agricultura dos Esta-dos Unidos, dos países da América La-tina e o Diretor Geral do IICA, Víctor M.Villalobos, apresentarão o painel Opor-tunidades para gerar riquezas no setorrural.

O III Fórum coincidirá com a inau-guração do Centro Engler de Empre-

endedorismo em Negócios Agrícolas,organismo da Universidade deNebraska, cujo investimento inicial foide 20 milhões de dólares.

SELEÇÃO NO BRASILINSCRIÇÕES VÃO ATÉ 28 DE JUNHO

Para participar, os candidatos de-verão ter concluído os estudos em al-guma das áreas: Agronomia, CiênciaAnimal, Veterinária, Ecologia, RelaçõesInternacionais, Ciências Políticas, Po-líticas Públicas, Estudos Ambientais,Economia Agrícola, Antropologia, Di-reito, Ciências da Computação, etc.

Os inscritos deverão, ainda, ter co-nhecimento em computação; mostrar,sobretudo compromisso com o me-

lhoramento da agricultura e a geraçãodo bem-estar no meio rural; serbilingue (espanhol e inglês); e ter ca-pacidade de trabalhar em ambientesmulticulturais.

A Representação do IICA no Brasilselecionará, por meio de um comitêlocal, o representante do país no en-contro. Para participar da triagem,basta enviar o currículo completo parao email: [email protected], constandono campo Assunto as palavras SELE-ÇÃO- III FÓRUM HEMISFÉRICO DEJOVENS LÍDERES EM AGRICULTURA.Deve enviar junto ao currículo as res-postas do questionário disponibili-zado no site:

www.iica.org.br

INSTITUTO INTERAMERICANO DE COOPERAÇÃO PARA A AGRICULTURA