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Cooperação Europeia com África Inês Santos 2010132266

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Cooperação Europeia com África

Inês Santos

2010132266

Cooperação Europeia com África

Trabalho realizado no âmbito da disciplina de Fontes de Informação Sociológica da Licenciatura em Sociologia sob orientação de Paulo Peixoto

Imagem da capa retirada de:

«http://jpn.icicom.up.pt/2007/12/10/socrates_diz_que_cimeira_ueafrica_foi_historica.html»

Inês Santos

2010132266

Índice

1. Introdução…………………………………………………………………… 1

2. Desenvolvimento…………………………………………………………… 2

2.1. Estado das Artes …………………………………………………… 2

2.1.1. Problemas da cooperação euro-africana ……………………. 4

2.1.2. Convenção de Lomé…………………………………………….7

2.1.3. Portugal e a ajuda externa a África……………………………9

2.1.4. Relações Euro-africanas……………………………………… 12

2.2. Descrição detalhada da pesquisa…………………………………14

3. Avaliação da página da Internet…………………………………………...15

4. Ficha de leitura………………………………………………………………16

5. Conclusão……………………………………………………………………19

6. Referências bibliográficas………………………………………………….20

Anexo I

Página da Internet avaliada

Anexo II

Texto de suporte da ficha de leitura

Pág.  1  

1. Introdução

No âmbito da disciplina de Fontes de Informação Sociológica, escolhi um

dos temas sugeridos pelo Professor Paulo Peixoto, para a realização do

trabalho obrigatório dentro do regime de avaliação contínua. O tema escolhido

foi então: «Cooperação Europeia com África».

A razão da minha escolha prende-se com o facto deste tema ser falado

na actualidade e que suscita a minha curiosidade. Também com a escolha do

regime de avaliação contínua, posso pôr em prática o que aprendi durante o

semestre nesta disciplina.

No entanto, a minha primeira dificuldade na realização deste trabalho

prendeu-se com o facto da escolha do tema devido à variedade de temas

existentes e às dúvidas que surgiram em relação à quantidade e qualidade da

informação obtida para cada um deles.

Espero ter conseguido alcançar todos os objectivos pretendidos e aplicar

todos os conhecimentos adquiridos e seguir a linha de sentido que me foi

dirigida, durante todo o semestre.

Pág.  2  

2.1. Estado das Artes

Com a escolha do tema, consegui ultrapassar então a maior barreira

existente: escolher o tema para o meu trabalho. Deste modo, procurei seguir

todas as instruções dadas pelo Docente Paulo Peixoto na disciplina de Fontes

de Informação Sociológica para elaborar um trabalho preciso e sucinto.

O tema escolhido foi: «Cooperação Europeia com África» porque,

actualmente, é uma das realidades que nós, cidadãos da União Europeia, nos

deparamos; mas também porque é um tema certamente falado em vários

focos, como media ou conversas inseridas num contexto de relações de

amizade ou família. Torna-se então um tema de trabalho polémico para

abordar!

Para a realização do meu trabalho, as fontes de pesquisa que utilizei

foram a Internet e a Biblioteca da Faculdade de Economia da Universidade de

Coimbra. Na Internet, foquei-me na página a avaliar; e na Biblioteca, centrei-me

mais em todo o corpo/desenvolvimento do meu trabalho (Estado das Artes).

Assim, na pesquisa realizada, utilizei palavras-chave como: Cooperação

euro-africana, África, Europa, Convenção de Lomé. Sinceramente, a variação

que encontrei acerca do tema, foi inferior às expectativas que tinha – tanto na

Internet, como na Biblioteca.

Toda a fase de pesquisa fez com que, numa fase mais avançada,

estruturasse o meu trabalho, dando-lhe o corpo mais preciso, de forma a que,

obtivesse um trabalho final compreensível e objectivo. Para isso, no

Pág.  3  

desenvolvimento foquei-me em aspectos como Cooperação euro-africana,

Problemas da Cooperação euro-africana; Convenção de Lomé.

Pág.  4  

2.1.1. Problemas da Cooperação euro-africana

Tanto o Continente Africano, como o Continente Europeu deparam-se

com uma terceira globalização: a globalização financeira. Mas com esta, vem o

acréscimo de desigualdades nos dois continentes.

Baseei assim a minha pesquisa no livro Horizontes do Desenvolvimento

Africano, de Adelino Torres (1998).

Surge, então, uma nova “regra” baseada na flexibilidade do trabalho,

onde assistimos a uma substituição do direito laboral pelo direito comercial,

mas também assistimos a outros fenómenos relacionados com isso, como por

exemplo: corrupção em relação aos valores reais dos salários; maior nível de

exclusão social; maior dicotomia entre países pobres e ricos, apesar de

também nos países ricos passar a haver uma maior percentagem de pobreza.

São estas as principais desigualdades, também resultantes, da terceira

globalização.

Os dois continentes não conseguem fazer face a esta evolução de

desigualdades sem encontrar uma resposta que cause impacto na cooperação

euro-africana, com um grau de insatisfação notório. Porquê? Apesar de todas

as vantagens desta cooperação, não apresenta capacidade para apostar num

projecto de elevada envergadura que previsse vantagens futuras, para o

próximo milénio. Estamos, assim, perante vários problemas no âmbito da

cooperação europeia com África.

Um dos principais problemas surge no contexto da Convenção de Lomé,

que apesar de ter obtido resultados positivos, criou também críticas e

manifestos de insatisfação no que diz respeito à abertura de Leste. A fulcral

Pág.  5  

razão para isso acontecer é o facto de existirem preocupações com as

oportunidades de negócios.

Em relação aos países da ACP (Países da África, Caraíbas e Pacífico),

tem-se verificado baixas vantagens que os favorecem num contexto comercial.

Porquê? Com a liberalização do comércio mundial e com o Sistema

Generalizado de Preferências a outros países em vias de desenvolvimento, os

ACP conheceram uma diminuição, então, das vantagens no comércio mundial.

Outro dos grandes problemas que tem ocorrido é o facto de existir a

ausência de um desenvolvimento autocentrado que tenha em vista a

valorização dos países e que obtenha importantes apoios na cooperação

internacional. Sugere-se que este desenvolvimento seja baseado na

«Formação de Recursos Humanos» a nível dos quadros técnicos, mas também

a nível do desenvolvimento Humano. No entanto, a ideia desta formação só

será realizada se os países industrializados assumirem responsabilidade de

concorrerem, pois não podemos assistir a desenvolvimento sem cooperação

internacional. Podemos então concluir que a cooperação euro-africana nem

sempre é suficiente.

A cooperação euro-africana exige, sem dúvida, de financiamento.

Porquê? Todas as acções a nível euro-africano só poderão ser realizadas se

existir financiamento disponível. Contudo, isto também não quer dizer que a

nível internacional não haja imperfeições. Também à escala internacional é

preciso diversas reformas, a diferença é que não passam maioritariamente pelo

campo financeiro.

Pág.  6  

Os principais problemas da cooperação internacional, que fazem face à

cooperação euro-africana passam, sobretudo, pela crescente inadequação do

quadro internacional das diversas políticas de desenvolvimento e dificuldade

em garantir a inserção africana a nível mundial.

Pág.  7  

2.1.2. Convenção de Lomé

A convenção de Lomé passa por ser um acordo comercial entre a União

Europeia e os Países da ACP (África, Caraíbas e Pacífico) e que foi assinado

em 1975. Esta convenção divide-se em 4 convenções, que foram

aperfeiçoamentos da convenção anterior: Lomé I, Lomé II, Lomé III e Lomé IV.

Os principais objectivos desta convenção consistiam num contracto de

relacionamento num contexto euro-africano, mas também com os restantes

países da ACP; princípio de parceria; combinação de diversas disposições

políticas; perspectiva a longo prazo, por parte dos Estados-Membros da Europa

e da África, sobre uma alocação programada de recursos.

Deste modo, aprofundei o meu trabalho ao consultar as páginas da

internet «http://www.eurocid.pt/pls/wsd/wsdwcot0.detalhe?p_cot_id=4766#c»,

«http://pt.wikipedia.org/wiki/Conven%C3%A7%C3%A3o_de_Lom%C3%A9» e

«http://www.europarl.europa.eu/factsheets/6_5_1_pt.htm» (Eurocid, 2010 a;

Wikipédia, 2010; Europarl, 2010).

 Apesar de terem existido quatro reformas da Convenção de Lomé

inicial, foram as duas primeiras que revelaram mais importância no âmbito

euro-africano. 

A Lomé I tinha como objectivo a cooperação comercial entre Estados-

Membros, garantindo o livre acesso ao mercado comunitário e aos diversos

produtos dos países europeus e da ACP; fora isso, tinha também a

preocupação de serem estabilizadas as receitas de exportação para trinta e

seis projectos-base, evitando as flutuações de preços no mercado mundial; a

Pág.  8  

cooperação industrial e financeira; e criação de instituições destinadas à gestão

comum.

A Lomé II seguia a mesma linha de sentido que a Lomé I. A diferença é

que aperfeiçoou os acordos estabelecidos na reforma da Convenção anterior,

e, também reforçou a cooperação mineira e energética dos Estados-Membros.

O que trouxe de novo a Lomé II foi um ponto baseado no desenvolvimento

autocentrado e no apoio das políticas sectoriais.

A Convenção de Lomé veio reforçar o regime das trocas e cooperação

comercial; apoio africano a nível de matérias energéticas e mineiras;

cooperação técnica e financeira; cooperação industrial; cooperação agrícola; e

defesa e promoção dos Direitos Humanos nos vários Estados-Membros.

Pág.  9  

2.1.3. Portugal e a Ajuda Externa a África

Cada vez mais, também Portugal tem revelado cooperação com África,

concentrando-se assim no desenvolvimento e ajuda a todos os PALOP. As

principais razões para isso acontecer devem-se a factores como laços

históricos, culturais e linguísticos que desde há muitos anos estabelecem uma

mútua ligação entre Portugal e África.

Contudo, Portugal segue um modelo de cooperação baseado na

descentralização de ajuda, contando com a participação de entidades públicas

autónomas e ministérios. Neste contexto, tal como citado na publicação

Desenvolvimento Económico Integração Regional e Ajuda Externa em África de

Augusto José Pereira Trindade (2006), podemos destacar como principais

feitos da cooperação bilateral entre Portugal e África, os seguintes:

• Apoio à educação, estendendo a todos os PALOP o ensino superior;

• Apoio à saúde (formação e tratamento a doentes evacuados);

• Apoio à administração pública, com vista dos países usufruírem de

uma verdadeira democracia e Estado de Direito;

• Promoção do sector privado;

• Reconstrução económica;

• Medidas com vista a diminuição das dívidas e o respectivo

refinanciamento.

Para além destas medidas de apoio, África também tem contado com

ajudas monetárias por parte do Ministério das Finanças Português,

maioritariamente.

Pág.  10  

Fora isso, esta cooperação bilateral assenta também em pontos como

operações de paz, cooperação técnico-militar, comunicação social, …

Também na mesma publicação referida anteriormente, podemos passar

a citar que Portugal assinou contractos com o PNUD e com a UNESCO, em

1991 e 1993, respectivamente, baseados num sistema de co-financiamento de

projectos para os PALOP. Um dos acordos entre Portugal e o PNUD foi Júnior

Professional Officers – um programa de formação que permitiu a viagem de

jovens portugueses para Luanda, Maputo e Nova Iorque.

Foram, portanto, muitas das instituições multilaterais com que Portugal

assumiu parceria. Exemplos de algumas delas são o Programa Alimentar

Mundial, Fundo das Nações Unidas para a População; Fundo das Nações

Unidas para a Criança; Programa das Nações Unidas para a Desertificação A

nível da União Europeia, Portugal passou a contribuir para o FED (Fundo

Europeu de Desenvolvimento), cuja ajuda financeira é programada e não

programada.

Finalizando este subtema do meu trabalho, faço referência aos

princípios mais importantes a nível político da cooperação euro-africana

(Augusto José Pereira Trindade, 2006):

• Defesa e respeito pelos direitos humanos/direitos fundamentais;

• Solidariedade entre Portugal e África;

• Promoção de um desenvolvimento sustentável.

Podemos concluir que Portugal assume um importante papel a nível

europeu para que todos estes objectivos e princípios a cima referidos, sejam

Pág.  11  

cumpridos. Porquê? Cabe, então, a Portugal responder a estes desafios

económicos, sociais e políticos para preservar a sua dinâmica na cooperação

euro-africana e defender os interesses dos PALOP (Países de Língua Oficial

Portuguesa), não deixando de pensar na política externa de Portugal como

instrumento de projecção europeia e internacional (p.82 – Desenvolvimento

Económico Integração Regional e Ajuda Externa em África).

Pág.  12  

2.1.4. Relações Euro-africanas

Tal como referido no livro Desenvolvimento Económico Integração

Regional e Ajuda externa em África (Augusto José Pereira Trindade, 2006: 91),

podemos verificar que a cooperação europeia não é um fenómeno actual e já

vem de algum tempo, sendo ela diversificada em diversos programas e áreas

geográficas.

A cooperação euro-africana foi reforçada com o pós-guerra colonial,

dado que África precisava de ajuda para atenuar todos os custos e

necessidades por parte da Europa e da sua respectiva abundância assente

num crescimento de matérias-primas. Foi neste âmbito que surgiu um novo

relacionamento entre estes dois continentes.

No entanto, com a extensão da CEE a novos países e com a criação do

ACP (países de África, Caraíbas e Pacífico), deparamo-nos com a

preocupação de existir um novo quadro de cooperação. Porquê? Assim seria

possível desenvolver vários domínios, como o comercial, técnico e financeiro.

Foi nesse contexto que surgiram as Convenções de Lomé.

Quando as quatro reformas desta Convenção finalizaram, surgiu o

Acordo do Cotonu, que tinha em vista a política, uma nova cooperação inserida

num quadro comercial e económica e a reforma da cooperação financeira.

Outro acordo também importante foi a Cimeira do Cairo (Augusto José

Pereira Trindade, 2006:94).

Uma das questões que podemos colocar é qual a razão da África

apostar na cooperação euro-africana e quais as respectivas vantagens dessa

Pág.  13  

cooperação. De facto, ambos continentes apresentam uma história em comum

e ambos seguem a mesma linha de sentido no que diz respeito à sua extensão

Contudo, também existem desvantagens que poderão condicionar a

continuação desta futura parceria entre os dois continentes. Há quem aponte

como causas: o desinteresse europeu em relação à cooperação; falta de

identidade política com a África; instabilidade económica a nível africano.

Seja como for, é na África Subsariana que podemos verificar maior

percentagem de níveis de cooperação em vários domínios: comércio e

desenvolvimento; integração e cooperação regionais; apoio macroeconómico a

sectores sociais; transportes; desenvolvimento rural e segurança alimentar.

Pág.  14  

2.2. Descrição Detalhada da Pesquisa

Tal como já mencionei, um dos principais problemas com que me

deparei foi a escolha do tema. Não sabia por onde começar, tinha receio

acerca da evolução do trabalho e se seria capaz de ser competente e

responder a todas as expectativas; tudo isto devido à minha falta de

experiência na realização de trabalhos deste tipo.

Inicialmente defini aquilo que teria que tratar e desenvolver no Estado

das Artes. Tarefa também difícil devido ao facto de seleccionar muita e variada

informação. Foi a partir deste ponto que seleccionei as palavras-chave para a

pesquisa do meu trabalho. Eis alguns exemplos:

• Cooperação euro-africana;

• Papel da União Europeia

• Convenção de Lomé

• Ajuda euro-africana

As fontes a que recorri foram livros, teses e Internet. Contudo, utilizei

mais a informação de livros devido à sua credibilidade. Assim, a pesquisa teve

inicio na Internet e numa fase mais avançada, recorri à Biblioteca da Faculdade

de Economia da Universidade de Coimbra para seleccionar algumas

publicações relacionadas com o tema, através do Catálogo On-Line. Na

internet, o motor de busca que utilizei foi o Google.

Concluindo a descrição pormenorizada da minha pesquisa, posso

afirmar que de igual modo a que foi difícil a escolha do tema, foi também a

triagem da informação.

Pág.  15  

3. Avaliação de uma página da Internet

No âmbito da disciplina de Fontes de Informação Sociológica, decidi

avaliar a página da Internet, Eurocid

«http://www.eurocid.pt/pls/wsd/wsdwcot0.detalhe?p_cot_id=5881». Optei por

avaliar esta página não só porque apareceu como resultado às várias palavra-

chave que pesquisei, mas também porque a página me pareceu ser fiável

devido a revelar importante informação acerca do tema, mais propriamente a

falar de uma Conferência sobre a cooperação euro-africana na Faculdade de

Letras da Universidade de Lisboa.

Em relação à apresentação da página, apresenta um aspecto simples,

pouca variedade de cores, títulos e texto maioritariamente a preto; toda esta

simplicidade facilita a procura de informação acerca do tema. Do lado esquerdo

da página, está presente uma coluna outros mecanismos importantes a utilizar

na página do Eurocid, como por exemplo a Biblioteca, Temas, Aprender

Europa e Oportunidades. Na mesma página, consta também anexos (programa

e cartaz) que são possíveis de descarregamento para o computador e que

apresentam informação acerca da dita Conferência na Faculdade de Letras da

Universidade de Lisboa.

Deste modo, faço uma avaliação positiva acerca desta página da

Internet devido ao facto de revelar informação pertinente para o tema do meu

trabalho. Recomendo então esta página para quem quiser estar informado

acerca de uma das Conferências baseadas no tema Europa-África.

Pág.  16  

4. Ficha de Leitura

Título do capítulo: Ajuda externa a África

Título do livro: Desenvolvimento Económico, Integração Regional e Ajuda

Externa a África

Autores: Augusto José Pereira Trindade

Referência bibliográfica: Trindade, Augusto José Pereira (2006), “Ajuda

externa a África”, in Augusto José Pereira Trindade (org), Desenvolvimento

Económico, Integração Regional e Ajuda Externa a África. Lisboa: Universidade

Técnica de Lisboa, 71-76.

Local onde se encontra: Biblioteca da Faculdade de Economia da

Universidade de Coimbra

Data de publicação: 2006

Edição: 1ª

Local de Edição: Lisboa

Cota: 330.3

Número de páginas: 6

Assunto: A ajuda externa a África

Data de leitura: Dezembro de 2010

Notas sobre os autores: Tirou mestrado em Estudos Africanos;

Pág.  17  

Resumo: Este capítulo faz referência ao paralelismo marcado pela

ambiguidade e contradição devido aos processos internos de democratização

de África, mas também devido ao afastamento do continente em relação aos

grandes investimentos externos e focos de decisão.

No entanto, isto não quer dizer que também o continente africano não assista

às grandes problemáticas internas baseadas nos interesses económicos a

nível mundial. A verdade é que actualmente, a África tem contado com o

crescimento de países/continentes que revelam parceria com ela num domínio

económico.

Realizou-se em Março de 2005, em Nova Deli, uma conferência relacionada

com a cooperação entre Índia e África.

Também o Brasil é um desses outros países. A África pertence já à política

externa brasileira. O objectivo desta parceria é conceder oportunidades de

negócios às companhias brasileiras.

No entanto também existem problemas sociais, segundo o Relatório de

Projecto do Milénio das Nações Unidas, é necessário atingir os seus objectivos

com vista o combate à pobreza, fome e doença em todo o Mundo, inclusive de

África que apresenta a maior taxa de pobreza mundial.

Já a nível político, toda a cooperação internacional privilegia a interacção entre

vários povos e regiões, favorecendo o equilíbrio político a nível global e

aperfeiçoando a integração no sistema mundial das zonas mais

desfavorecidas.

Pág.  18  

Neste capítulo, vem também implícita a opinião de João Mosca que é de

acordo que a Ajuda Pública ao Desenvolvimento (APD) segue uma visão mais

instrumental em relação à cooperação internacional. Porquê? Por esta seguir

«estratégias globais dos governos».

Relativamente à ajuda militar neste contexto de cooperação entre África e os

restantes continentes, esta resulta de políticas internas.

Outro autor referido neste capítulo é Andrew Mwenda que, no artigo Herald

Tribune, afirma que a cooperação internacional destrói as reformas impostas

em África, tomando como exemplo o caso de Uganda.

Já Robert Guest afirma que África com todas as parcerias internacionais que

criou, corresponde ao facto de ter recebido seis exemplares do Plano Marshall,

mas que no entanto, continua ser mal gerida e a ser uma fonte de pobreza no

que diz respeito às verdadeiras necessidades do povo africano.

Concluindo, África conta com vários programas e cooperações com outros

países para enfrentar os seus grandes desafios.

Pág.  19  

5. Conclusão

Ao longo deste trabalho tentei focar-me na cooperação euro-africana e

perceber quais as causas e as consequências para toda essa parceria.

De facto, a cooperação europeia é um dos fenómenos que podemos

verificar no nosso dia-a-dia. A União Europeia quer reforçar a cooperação com

África para desfrutar de recursos energéticos, novos projectos a nível político-

económico, criação de novos empregos, comércio, integração regional,

investimento nas infra-estruturas, garantia dos direitos fundamentais, entre

outros. Mas, a cooperação não é apenas a nível europeu, cada vez mais numa

escala internacional, África conta com vários continentes a fazer parceria com

ela.

Com a elaboração deste trabalho consegui perceber quais as vantagens

e as desvantagens da cooperação euro-africana, conhecer algumas das

políticas e convenções que vigoram nela e outras informações acrescentes

acerca deste tema.

Sem dúvida que no fim da realização do meu trabalho, tive a percepção

de que consegui pôr em prática o que aprendi durante o semestre na disciplina

de Fontes de Informação Sociológica, mas também obtive maior nível de

conhecimento acerca do tema leccionado.

Pág.  20  

6. Referências Bibliográficas

Na internet:

Eurocid (2010 a), “Europa-África: Cooperação para o Desenvolvimento”. Página consultada em Dezembro de 2010, acedida em <http://www.eurocid.pt/pls/wsd/wsdwcot0.detalhe?p_cot_id=5881>.

Eurocid (2010 b), “UE e os países da língua portuguesa”. Página consultada em Dezembro de 2010, acedida em <http://www.eurocid.pt/pls/wsd/wsdwcot0.detalhe?p_cot_id=4766#c>.

Europarl (2010), “Parlamento Europeu”. Página consultada em Dezembro de 2010, acedida em <http://www.europarl.europa.eu/factsheets/6_5_1_pt.htm>.

Wikipédia (2010), “Convenção de Lomé”. Página consultada em Dezembro de 2010, acedida em <http://pt.wikipedia.org/wiki/Conven%C3%A7%C3%A3o_de_Lom%C3%A9>.

 

Na biblioteca:

Torres, Adelino (1998), “Cooperação euro-africana”, in Adelino Torres (org), Horizontes do Desenvolvimento Africano: no limitar do século XXI. Lisboa, Vega, 203-210.

Trindade, Augusto José Pereira (2006), “Ajuda externa a África”, in Augusto José Pereira Trindade (org), Desenvolvimento Económico, Integração Regional e Ajuda Externa a África. Lisboa: Universidade Técnica de Lisboa, 71-76.

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Anexo I

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Anexo II