áfrica 2012

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III FIEV-FÓRUM INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO DE VILHENA “A (RE) CONSTRUÇÃO DA PRÁTICA DO PROFISSIONAL NA ATUALIDADE” HISTÓRIA NO CONTEXTO DA CULTURA AFRO ARLETE MONTEIRO DA SILVA RODRIGUES & MILSEIA MESSIAS MELLO 07 E 08 DE MARÇO DE 2012. VILHENA (RO) BRASIL

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III FIEV-FÓRUM INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO DE VILHENA

“A (RE) CONSTRUÇÃO DA PRÁTICA DO PROFISSIONAL NA ATUALIDADE”

HISTÓRIA NO CONTEXTO DA

CULTURA AFRO 

  

ARLETE MONTEIRO DA SILVA RODRIGUES &

MILSEIA MESSIAS MELLO

07 E 08 DE MARÇO DE 2012.

VILHENA (RO) BRASIL

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PONTOS POSITIVOS:

"A lei visa fazer um resgate histórico que é importante não só para o negro mas para a sociedade brasileira como um todo. Esse é o grande ponto. As pessoas pensam que a lei está retificando a história, e não é. A gente está querendo dar oportunidade para as pessoas negras conhecerem um pouco melhor o Brasil, conhecerem um pouco melhor a sua história, e as pessoas brancas sobretudo; porque você não vence o preconceito e a discriminação com um grupo só sabendo, você só vence quando todos os grupos ficarem sabendo".

A nossa matriz curricular é eurocêntrica, temos a tendência de reproduzir o que achamos importante.

Renato Ferreira, advogado e coordenador do Programa de Políticas da Cor da UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro),

Dia da consciência negra – Valoriza a luta dos negros. A abolição da escravatura, de forma oficial, só veio em 1888. Porém, os negros sempre resistiram e lutaram contra a opressão e as injustiças advindas da escravidão. 

“Considero isso como um dever que tinha, não apenas com meu povo, mas também com minha profissão, praticar a lei e a justiça para toda a humanidade, gritar contra esta discriminação...”

Frase de Nelson Mandela

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Lei nº 9.394/96 –Art. 26. § 4º - O ensino da História do Brasil levará em conta as contribuições das diferentes culturas e etnias para a formação do povo brasileiro, especialmente das matrizes indígenas, africana e européia.

Art. 32§ 3º - O ensino fundamental regular será ministrado em língua portuguesa, assegurada às comunidades indígenas a utilização de suas línguas maternas e processos próprios de aprendizagem.

Segundo Adilton de Paula, membro da Coordenação Nacional de Entidades Negras e Assessor Sindical da FETIESC. Quando alterado a Lei 10639, pela lei 11635, cria-se uma confusão novamente na cabeça dos gestores educacionais e dos educadores e educadoras brasileiras. Voltamos à estaca zero, voltamos à idéia de que estamos falando só de mais uma diversidade, sem conseguir entender e compreender a profundidade e a complexidade da questão negro-racial no Brasil. http://valeuzumbivaleu.blogspot.com

“A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo. “

Nelson Mandela

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O que você sabe sobre a África?

Vídeo: “A cor da cultura”

?

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ÁFRICA •Subdivisões

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Obras literárias de origem africana: Que literatura é está? Africana?   De origem, de influência, de temática africana, o certo é que há

uma literatura que tem abordado a África e tudo o que pode se atribuir a ela: a diversidade, a multiculturalidade, a etnia, as tradições milenares, as artes, a culinária, os rituais...

Mas, para falar da África, de uma cultura multifacetada, não podemos esquecer que falamos de um continente muito antigo, com extensões gigantescas, de tradições culturais variadas, de muitos países, povos, línguas, dialetos, tribos, religiões. A África são muitas Áfricas! A África são muitos povos!         A produção de obras literárias para crianças e jovens se insere no que podemos chamar de um mercado editorial, em que os editores produzem para atender ou criar demandas.

        Em 2003, foi decretada a Lei Federal n.º 10.639 que mudou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), ao estabelecer a obrigatoriedade do ensino e transmissão de cultura africana e afro-brasileira nos estabelecimentos de ensino públicos e privados de todo o País. Há debates a favor e contra essa decisão, com receio de que haja mais segregação ao se destacar a história do povo negro de outros temas curriculares.

Nitidamente, essa proposta aqueceu a edição de livros infantis literários e informativos, o que pode ser verificado na produção recente nacional. Muitos livros,brasileiros e traduzidos, têm circulado nas feiras e livrarias dedicadas ao setor. Alguns deles com o cuidado que os leitores merecem: informações sobre o país africano, o povo a que se refere a história, por exemplo.         Outros livros, sem maiores cuidados, trazem a África como uma unidade cultural, com conhecimentos rasos e superficiais e, muitas vezes, preconceituosos. Por exemplo, a produção caracterizada como literatura afro-brasileira, o que seria? A literatura feita por autores negros? A literatura que aborda a África? A literatura que desenvolve o hibridismo entre Brasil e África? Na África, não há apenas uma religião, nem podemos afirmar que os orixás são deuses africanos

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— ou que os cultos nagôs ou yorubanos são os principais do continente africano. Não podemos, tampouco, tratar as línguas africanas que vieram para o Brasil como dialetos. Sabemos que havia dialetos lá, mas o que veio para o Brasil foram línguas (a exemplo da nagô, quimbundo, umbundo, mandinga).

Os negros que desembarcaram na Bahia, por exemplo, são de origem e cultura diferentes dos que desembarcaram no Rio de Janeiro ou em Pernambuco. Sorte a nossa! Isso engrandeceu a herança cultural que devemos a eles (religião, língua, oralidade, hábitos, habilidades corporais, plásticas e musicais...). É lamentável que em muitos recontos, histórias e textos de informação dirigidos ao público infantil essa diversidade se perca e venha como um único produto-descendente “negro”. A África está além da nossa capacidade de conceituação, exatamente porque as culturas são dinâmicas e interativas. Entendemos que afro-brasileira é toda produção cultural nossa, nacional, brasileira. Afinal, somos todos filhos da África!

Fomos constituídos também pela cultura africana, além da européia e da indígena. Melhor seria chamar esta produção editorial de literatura de herança, de temática africana. Assim, seríamos mais justos com a riqueza cultural africana e com as variações brasileiras de traços oriundos do Velho Continente Africano.

Como a literatura infantil tem suas raízes na oralidade folclórica de diferentes povos (a exemplo dos contos de fadas), no Brasil, isso não é diferente. A nossa literatura dirigida à infância nasce e se consolida com traços do folclore nacional, de culturas variadas, como a africana, a indígena, a portuguesa, a árabe. Monteiro Lobato foi genial ao inaugurar uma literatura voltada às nossas origens e ao que há de mais autêntico no hibridismo cultural do qual fazemos parte.

Os livros de histórias ilustradas, de contos, de novelas, nos moldes da produção do pioneiro autor Joel Rufino dos Santos, também historiador, que começou a publicar na década de 70 do século passado, ainda quando se formava a literatura infantil contemporânea que hoje conhecemos.Em sua obra, Joel tem primado pelo respeito à oralidade, que é marca da tradição cultural africana e dos povos que dela herdaram marcas na linguagem. Além disso, dá voz a personagens do povo brasileiro, a outros folclóricos, sábios de uma cultura popular de raízes africanas. Deixamos aqui umas palavras do consagrado Mia Couto sobre a África:

"Este Continente é, ao mesmo tempo, muitos continentes. A cultura africana não é uma única, mas uma rede multicultural em contínua construção."

   

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Conto Africano:

Mendigo Sexta- feira jogando no Mundial – Mia Couto

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Lenda Africana:Vídeo: “Kiriku e a Feiticeira”

Desenho francês sobre lenda africana.Excelente para trabalhar com diversidade cultural em sala de aula.

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Literatura Infantil Africana Livro:Menina Bonita do Laço de Fita

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ATIVIDADE: MURAL COM FOTOS DOS FAMILIARES DOS ALUNOS.

DIFERENÇAS: NÃO BASTA RECONHECÊ-LAS É PRECISO VALORIZÁ-LAS.

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Museu Afro Brasil Vídeo: História & Memória

Museu da Lingua Portuguesa (São

Paulo)

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Arte Africana As Mandalas Africanas fazem parte de rituais mágicos de diversas

culturas ao redor do mundo: dos hinduístas, dos islâmicos, dos budistas, dos cristãos (nas rosetas das catedrais), e das práticas xamânicas de diversas culturas ancestrais. Mandala tem origem na palavra do sânscrito que significa círculo ou centro.

Há muitos tipos de mandalas, usadas para várias finalidades nas práticas budistas do sutra e do tantra. Como exemplos podem citar mandalas oferecidas em oferendas para guias espirituais equivalentes às oferendas das religiões Africanas, ou seja, com mesmo objetivo.

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Influências da Arte Africana “Roupas”

Vestuário feminino

Vestuário Feminino

Estampas Africanas

Vestuário Feminino Africano Estampas Africanas

Vestuário Feminino Africano Estampas Africanas

Vestuário Feminino Africano Estampas Africanas

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Dança Africana “Kuduro” Kuduro é um gênero musical e sobretudo um gênero

de dança surgida em Angola. Hoje em dia, está também largamente disseminado pelas áreas suburbanas da cidade de Lisboa, Portugal. Também se tem popularizado no Brasil ultimamente, já existindo até alguns grupos e bandas de kuduro próprios do Brasil, em especial nos subúrbios das cidades do Rio de Janeiro e de Salvador. É hoje influênciado por outros generos como Sungura, Kizomba, Semba, Ragga e Rap.

  O kuduro surgiu primeiro como uma dança e com o

passar do tempo evoluiu para um género musical. Muito provavelmente, o nome kuduro provem também do kimbundo (língua nacional de Angola), ou ainda pela expressão que o nome mesmo já supõe, até pelo próprio estilo da dança em que se tem o quadril duro.

Vídeo: “Dança Kuduro”

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Esporte Africano “Capoeira”

Vídeo:“Sou movido pela capoeira”

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Filme

Vídeo: “AMISTAD” - O Navio Negreiro (Castro Alves)

Música: Navio Negreiro – Caetano Veloso

Atividade Vídeo “Amistad” – Música “Negro Rei” -

Solo musical pela aluna Sabrina

 

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Letra de Música Música: “Negro Rei” / Cantor: Cidade Negra

AyêAyê mãe ÁfricaSeus filhos vieram de longeSó pra sofrerAyêAyê mãe ÁfricaTodo guerreiroNo seu terreiroSabe sua leiE vai coroar negro rei [x3]

Ayê, ayê, ayê

Ika adobale ôIka adobale aIka adobale a, eaMãe África

Prende a tristeza meu erêSei que essa dor te faz sofrerMas guarda esse choroIsso é um tesouroÓ filhos de rei

O sol que queima a faceAquece o desejo mais que otinO sal escorre no corpoE a dor da chibata é só cicatrizQuem é que sabe como será o seu amanhãQualquer remanso é o descanso pro amor de NanãEsquece a dor axogunFaz uma prece a OlorunNa força de Ogun

Prende a tristeza meu erêSei que essa dor te faz sofrerMas guarda esse choroIsso é um tesouroAos filhos de rei

Ayê yê yê, ayê yê yêAyê yê yê, ayê yê yêAyê mamãe África, o meu ilêAyê yê yê, ayê yê yêAyê yê yê, ayê yê yêBrasil, mamãe África, meu ilê

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Atividade 01)Retire da letra da música “Negro Rei” todas as palavras de

origem Africana:

 

 

 

 

02) Analise do trecho da música “Negro Rei”

 

“O sol que queima a faceAquece o desejo mais que otinO sal escorre no corpoE a dor da chibata é só cicatrizQuem é que sabe como será o seu amanhã”

a) A frase musical “O sal escorre no corpo” se refere a quem?

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b) “E a dor da chibata é só cicatriz”. O que vem a sua mente quando ouve essas palavras?

Reflita é de sua opinião.

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Escravidão Passado e

Presente (Baseado no conto de Machado de Assis)

Vídeo:Quanto Vale ou é por Quilo?

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África e Meio Ambiente (Narrativa Áudio Visual e Texto Descritivo)

vídeo: “Rei Leão”

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Atividade

a) Leitura de narrativa áudio visual“filme : “Rei Leão”

b) Produção de texto descritivo ,Obra do Filme “Rei Leão” (‘trabalhando com esçapo fisico e meio ambiente)

c) Pesquisa sobre os animais em extinção, apresentados no filme.

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O Terceiro maior continente da terra, situado entre os Trópicos de

Câncer e de Capricórnio, possui baixa densidade demográfica como conseqüência das características de seu território. Com uma extensão de cerca de 30 milhões de km² e mais de 800 milhões de habitantes em 54 países, a África é freqüentemente dividida em cinco regiões de acordo com características geográficas e demográficas: a África Oriental, África Ocidental, África Setentrional, África Central e África Meridional.

O Terceiro maior continente da terra, situado entre os Trópicos de Câncer e de Capricórnio, possui baixa densidade demográfica como conseqüência das características de seu território. Com uma extensão de cerca de 30 milhões de km² e mais de 800 milhões de habitantes em 54 países, a África é freqüentemente dividida em cinco regiões de acordo com características geográficas e demográficas: a África Oriental, África Ocidental, África Setentrional, África Central e África Meridional.

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Angola (10,9 milhões de habitantes) Cabo Verde (415 mil) Moçambique (18,8 milhões) São Tomé e Príncipe (182 mil) Guiné Bissau (1,4 milhão)

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Atividade

 

O1) Países do continente Africano onde a língua Portuguesa é predominante:

           

 

 

Sugestões:   a) Dividir alunos em grupos, cada grupo apresentara as características de seu

país escolhido. b)Cada grupo poderá fazer sua criatividade como pesquisa em dicionário, barsa,

enciclopédia, Wikipédia, biblioteca, laboratório de informática. c)Apresentações poderão ser feita em slide na sala de informática ou em sala

com recurso de multimídias.                  

Moçambique

Guiné - Bissau

São Tomé & Príncipe

CaboVerde

Angola

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Religiões Afro-brasileira São consideradas religiões afro-brasileiras, todas as religiões que tiveram origem nas Religiões tradicionais africanas, que foram trazidas para o Brasil pelos negros africanos, na condição de escravos. Ou religiões que absorveram ou adotaram costumes e rituais africanos.

•Babaçuê- Maranhão, Pará•Batuque - Rio Grande do Sul•Cabula - Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Santa Catarina.•Candomblé - Em todos estados do Brasil•Culto aos Egungun - Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo•Culto de Ifá - Bahia Rio de Janeiro, São Paulo•Encantaria - Maranhão, Piauí, Pará, Amazonas•Omoloko - Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo•Pajelança - Piauí, Maranhão, Pará, Amazonas•Quimbanda- Em todos estados do Brasil•Tambor-de-Mina - Maranhão,•Terecô - Maranhão•Umbanda - Em todos estados do Brasil•Xambá - Alagoas, Pernambuco•Xangô do Nordeste - Pernambuco

Religiões Predominates no Estado de Rondônia: Tambor -de -Mina (Porto Velho - RO) Umbanda (Rolim de Moura - RO)

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  Atividade   01) Dividir a sala em cinco grupos, cada grupo ficará com uma Religião

afro-brasileira como tema do grupo, sendo assim separando cada grupo por tema.

 

 

a)Separar tribos por temas.

b)Produção de crachás, para cada tribo.

c)Pesquisa sobre as religiões Afro Brasileira, cada grupo fará sua pesquisa em barsa, dicionário, enciclopédia, Wikipédia, Biblioteca, laboratório de informática.

d)Produção de slides e criatividade dos alunos.

e)Apresentação de trabalhos dos grupos.

 

Candomblé

Umbanda

Tambor - de - Mina

Xangô

Quimbanda

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Culinária Afro-Brasileira Africanos enriqueceram a cozinha brasileira   Mas uma das contribuições mais importantes aos nossos hábitos

alimentares, durante todo o período de colonização, foi aquela que veio da África, trazida pelos escravos. Se os comerciantes de escravos traziam os ingredientes (especiarias), os escravos traziam na memória os usos e os gostos de sua terra. Era aí que estava o segredo.

Os escravos não tinham uma alimentação farta. Comiam os restos que os seus senhores lhes destinavam. Os ingredientes nobres, o preparo requintado e as maneiras européias à mesa aconteciam na casa grande. Enquanto isso, a cozinha negra se desenvolvia na senzala, em tachos de ferro.

Azeite de dendê

Alguns escravos conseguiam criar algum animal ou cultivar uma pequena horta. Talvez por isso, o tempero e o uso de uma grande variedade de pimentas deu um sabor especial aos seus pratos. O azeite de dendê também foi um dos ingredientes mais importantes da culinária negra. O dendezeiro é uma palmeira de origem africana, e de sua polpa se extrai o azeite que dá a cor, o sabor e o aroma de tantas receitas deliciosas como o caruru, o vatapá e o acarajé.

O uso de pimentas, que já era antigo nas terras da América, se espalhou pelo Brasil no século 18. Uma outra tradição, a de vender comida nas ruas, em grandes tabuleiros, se estabeleceu na mesma época na cidade de Salvador, na Bahia. Esses tabuleiros traziam de tudo. Um cronista daquele tempo relatou ter visto, num mesmo tabuleiro, mais de vinte qualidades diferentes de comidas salgadas e doces. Entre essas iguarias estava, além do acarajé, do vatapá e do abará, angu, mingau, pamonha e canjica.

O acarajé se tornou tão importante que foi transformado em patrimônio nacional. É uma referência tão importante para nossa cultura, que é reconhecido e protegido pelo patrimônio histórico. Ele é especialmente típico da cidade de Salvador, na Bahia, que é considerada a capital da cozinha afro-brasileira.

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O fator religioso Um outro fator que ajudou a difundir a comida de origem

negra foi a religião africana - o candomblé. O candomblé tem uma relação muito especial com a comida. Os devotos servem para os santos comida que pertencem à tradição africana. Como as comunidades negras se espalharam pelo Brasil, a culinária que veio da África se espalhou por todo o país.

Hoje em dia, os pratos e os temperos da cozinha negra fazem parte da nossa alimentação. São saboreados no dia-a-dia e também nas festas populares. Os caldos, extraídos dos alimentos assados, misturados com farinha de mandioca (o pirão) ou com farinha de milho (o angu), são uma herança dos africanos. Podemos lembrar que da África também vieram ingredientes tão importantes como o coco e o café.

Pipoca Passar pipoca no corpo, segundo a tradição das Religiões

Afro-Brasileiras, limpa o corpo de doenças. É uma espécie de descarrego. O banho de pipoca no Candomblé simboliza a limpeza espiritual.

 

Feijoada Para terminar, não se pode deixar de mencionar um dos

pratos favoritos do país: a feijoada, que também se originou nas senzalas. Enquanto as melhores carnes iam para a mesa dos senhores, os escravos ficavam com as sobras: pés e orelhas de porco, lingüiça, carne-seca etc., eram misturados com feijão preto ou mulatinho e cozidos num grande caldeirão.

Segundo registra o folclorista Câmara Cascudo, as receitas são incontáveis e, com elas, variam tanto as carnes quanto as verduras usadas. A feijoada chegou a servir de inspiração para escritores como Pedro Nava, em um de seus livros de memórias, e para o compositor Chico Buarque de Holanda, que tem uma música onde dá a receita de uma "Feijoada Completa"

 

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Feijoada Completa - Chico Buarque de Holanda

MulherVocê vai gostarTô levando uns amigos pra conversarEles vão com uma fome que nem me contemEles vão com uma sede de anteontemSalta cerveja estupidamente gelada prum batalhãoE vamos botar água no feijão

MulherNão vá se afobarNão tem que pôr a mesa, nem dá lugarPonha os pratos no chão, e o chão tá postoE prepare as lingüiças pro tira gostoUca, açúcar, cumbuca de gelo, limãoE vamos botar água no feijão

MulherVocê vai fritarUm montão de torresmo pra acompanharArroz branco, farofa e a malaguetaA laranja-bahia ou da seletaJoga o paio, carne seca, toucinho no caldeirãoE vamos botar água no feijão

MulherDepois de salgarFaça um bom refogado, que é pra engrossarAproveite a gordura da frigideiraPra melhor temperar a couve mineiraDiz que tá dura, pendura a fatura no nosso irmãoE vamos botar água no feijão.

 

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Atividade Culinária Afro –Brasileira

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Personalidades Afrodescendentes: (Nacional e Internacional)

Vídeo:

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Dia Internacional da Mulher

Vídeo: Música: “Mulher ,Mulher,Mulher”

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Avaliação da Oficina

O que você esperava da oficina ?

Oficina correspondeu as suas expectativas ?

Qual foi assunto mais interessante da oficina?

O que poderia ser melhorado na pratica da oficina?

Qual tema da Cultura afro que você mais gosta?

Sugestão de oficinas:

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Referencias:

RIBEIRO, Darcy. O Povo Brasileiro. A formação e o sentido do Brasil.

VIANA, Walny Terezinha de Marino. Consciência Negra: uma reflexão crítica sobre a história e a cultura afro-brasileira.Central do Saber. 2ª edição. Curitiba, PR.

http://www.brasilescola.com/brasil/as-origens-povo-brasileiro.htm

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.639.hm