controle social em saude · que marcaram a década de 80, quando o processo político-institucional...

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PARTICIPAÇÃO / CONTROLE SOCIAL EM SAÚDE Prof. Walfrido Kühl Svoboda Universidade Federal do Paraná Setor de Ciências da Saúde Departamento de Saúde Comunitária Laboratório de Saúde Pública e Saúde Ambiental Disciplina de Saúde Pública I (MS-052)

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Page 1: CONTROLE SOCIAL EM SAUDE · que marcaram a década de 80, quando o processo político-institucional no setor saúde desenvolvia-se em direção a uma radical reformulação. Quando,

PARTICIPAÇÃO /

CONTROLE SOCIAL EM

SAÚDE

Prof. Walfrido Kühl Svoboda

Universidade Federal do Paraná

Setor de Ciências da Saúde

Departamento de Saúde Comunitária

Laboratório de Saúde Pública e Saúde Ambiental

Disciplina de Saúde Pública I (MS-052)

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CONTROLE SOCIAL EM SAÚDE

“ (...) é a capacidade que tem a sociedade

organizada de intervir nas políticas

públicas...”

(BRASIL, 1992)

Conceito:

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CONTROLE SOCIAL EM SAÚDE

Concepção saúde-doença;

Contexto político, econômico e social;

Estado / Sociedade

→ Séc.XX

→ Déc 70

→ Déc 80

→ Déc 90

Histórico:

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Na área da Saúde, os Conselhos encontram seu antecedente mais

remoto em 1937, quando a Lei 378, de 13 de janeiro, "dá nova

organização ao Ministério da Educação e Saúde", instituindo o Conselho

Nacional de Saúde e dando-lhe a atribuição de, junto com o Conselho

Nacional de Educação, "assistir" o Ministério.

Em 1970, após mais de 30 anos de funcionamento irregular e

inexpressivo, o Conselho Nacional de Saúde entra numa segunda etapa,

também na área da Saúde, o processo de modernização conservadora do

País apontava para uma acelerada medicalizaçào e privatização.

Acompanhando o padrão da época, vigente em outras áreas de políticas

públicas, o novo Conselho de Saúde ganha uma composição que

simultâneamente assegura a presença de atores privilegiados no projeto

hegemônico e garante o controle do governo sobre o seu funcionamento.

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A idéia da participação da sociedade através de representações

autônomas de seus setores organizados passava longe do CNS de então.

A sua representatividade "controlada" não alcançava senão uma elite

médica, interessada no processo de medicalização / privatização então

vigente. Embora considerasse como colaboradoras do CNS algumas das

entidades nacionais representativas do setor, o Decreto assinado pelo

Presidente Medici e pelo Ministro Rocha Lagoa procura dar ao CNS um

papel de legitimador da política predominante.

A "cara" do CNS de então é a de um órgão técnico com funções

normativas, enquanto sua legitimidade funda-se no próprio Estado, na

medida em que seus membros, direta ou indiretamente, dependem da

indicação dos detentores do Poder Executivo.

À exceção dos representantes de outros Ministérios, todos os

conselheiros eram indicados pelo Ministro da Saúde, sendo praticamente

cargos de sua confiança.

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Na verdade, também no período que se prolongou de 1970 a 1990, o

Conselho Nacional de Saúde pouca importância teve para a vida setorial.

Manteve um funcionamento quase vegetativo, à margem das convulsões

que marcaram a década de 80, quando o processo político-institucional

no setor saúde desenvolvia-se em direção a uma radical reformulação.

Quando, em agosto de 1990, o Decreto 99438/90 cria um novo Conselho

Nacional de Saúde, o antigo praticamente já não existia, assim como o

papel para o qual foi concebido já não tinha lugar na nova conjuntura.

Assim é que os atuais Conselhos de Saúde pouco tem a ver com o velho

CNS, guardando com ele uma linha mais de ruptura do que de

continuidade.

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CONTROLE SOCIAL EM SAÚDE

Legislação:

→Constituição 1988;

→Lei(s) Orgânica(s) da Saúde: Lei 8.080/90; Lei 8.142/90;

→Norma Operacional Básica - NOB/93.

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1988

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CONTROLE SOCIAL EM SAÚDE

Desta forma o CONTROLE SOCIAL EM SAÚDE se

dá através de 2 instâncias nas três esferas de

governo:

- CONFERÊNCIAS -> Elegem representantes

para compor os Conselhos;

- CONSELHOS;

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CONTROLE SOCIAL EM SAÚDE

CONSELHOS:

- Permanentes;

- Deliberativos;

- 3 esferas do

governo;

- 10-20 membros.

CONFERÊNCIAS:

- Mín. a cada 4 anos;

- Consultivas;

- 3 esferas do

governo;

- Maior número

possível de

participantes.

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PARTICIPAÇÃO SOCIAL NO SUS

A criação dos CONSELHOS DE SAÚDE foi garantida pelo Movimento Sanitário Brasileiro na estrutura legal que fundamenta o SUS.

- Lei n.8142 de 28 de dezembro de 1990.

- Decreto n.99438 de 07 de agosto de 1990. (CNS)

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PARTICIPAÇÃO SOCIAL NO SUS

Se considerarmos o Conselho de Saúdecomo um importante espaço público deControle Social, é necessário fortalecer asociedade organizada; expressa pelosMovimentos Sociais e Organizações NãoGovernamentais (ONGs), para que, nosConselhos, os Conselheiros representem defato a sociedade que lhes dá sustentação.

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PARTICIPAÇÃO SOCIAL NO SUS

O Conselho Nacional de Saúde (CNS) éum espaço de participação social naadministração do Sistema Público e atua nocontrole da execução da política de saúdeestabelecendo estratégias de coordenação egestão do SUS.

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PARTICIPAÇÃO SOCIAL NO SUS

É uma atividade não remunerada e aberta à participação da sociedade.

O CNS consolida o controle social, por intermédio dos Conselhos Estaduais e Municipais.

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A Composição dos Conselhos de

Saúde é paritária:

50% Usuários;

25% Trabalhadores da área de saúde;

25% Prestadores de serviços de saúde: 12,5% Prestadores públicos (hospitais públicos, postos

de saúde, laboratórios públicos, etc.);

12,5% Prestadores privados (hospitais credenciados,

clínicas credenciadas, laboratórios credenciados, etc.).

PARTICIPAÇÃO SOCIAL NO SUS

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Os Conselhos Estaduais e Municipais de Saúde

seguem o regimento do Conselho Nacional

adaptando-o para as necessidades regionais

e locais.

Trabalhadores da

Saúde Serviços público e

privado de Saúde

Representantes da Sociedade

civil organizada

PARTICIPAÇÃO SOCIAL NO SUS

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CONSELHO ESTADUAL:

- Repres. dos Conselhos Municipais

- ONGs e organizações sociais

- Associações de âmbito estadual

CONSELHO MUNICIPAL:

- Repres. dos Conselhos Locais/Distritais

- Associações de bairro e associações

comunitárias

PARTICIPAÇÃO SOCIAL NO SUS

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PARTICIPAÇÃO SOCIAL NO SUS

-O número de conselheiros varia entre 10 e 20, mantendo a proporcionalidade.

-Cada membro tem direito a um voto aberto.

-As resoluções serão homologadas pelo Ministro de Estado da Saúde e publicadas no diário Oficial da União no prazo máximo de 30 dias.

-É composto pelo Plenário, comissões e grupos de trabalho e Secretaria Executiva.

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PARTICIPAÇÃO SOCIAL NO SUS

Faz com que comece atransparecer o desenvolvimento docontrole social no SUS com aimplantação de Conselhos em todos osEstados

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PARTICIPAÇÃO SOCIAL NO SUS

www.saude.gov.br

É o site do Conselho Nacional de Saúde (CNS)

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PARTICIPAÇÃO SOCIAL NO SUS

1. Estabelecer estratégias e

mecanismos de coordenação e gestãodo SUS, articulando-se com osdemais colegiados em nível nacional,

estadual e municipal

ATRIBUIÇÕES DO CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE:

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PARTICIPAÇÃO SOCIAL NO SUS

2. Traçar diretrizes de elaboraçãoe aprovar os planos de saúde,adequando-se aos demais colegiadosem nível nacional, estadual e municipal

ATRIBUIÇÕES DO CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE:

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PARTICIPAÇÃO SOCIAL NO SUS

3. Propor a adoção de critériosque definam qualidade e melhorresolução do sistema de saúde

ATRIBUIÇÕES DO CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE:

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PARTICIPAÇÃO SOCIAL NO SUS

4. Examinar propostas e denúncias,responder a consultas sobre assuntospertinentes a ações e serviços desaúde, bem como apreciar recursos arespeito de deliberações do colegiado

ATRIBUIÇÕES DO CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE:

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PARTICIPAÇÃO SOCIAL NO SUS

5. Fiscalizar a movimentação derecursos repassados ao Fundode Saúde

ATRIBUIÇÕES DO CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE:

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PARTICIPAÇÃO SOCIAL NO SUS

6. Estimular a participaçãosocial no controle daadministração do SUS

ATRIBUIÇÕES DO CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE:

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PARTICIPAÇÃO SOCIAL NO SUS

7. Propor critérios para execuçãofinanceira e orçamentária do Fundode Saúde, acompanhando amovimentação dos recursos.

ATRIBUIÇÕES DO CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE:

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PARTICIPAÇÃO SOCIAL NO SUS

8. Opinar sobre a criação de novoscursos superiores na área desaúde, em articulação com oMinistério da Educação

ATRIBUIÇÕES DO CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE:

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Referências Bibliográficas

ANDRADE, S.M.; SOARES, D.A.; CORDONIJÚNIOR, L.C. (orgs.). Bases da saúdecoletiva. Londrina: UEL, 2001.

www.saude.gov.br