controle fitossanit hortic_ecolog2006

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CPEA – Centro Paulista de Estudos Agropecuários R.Pindorama, nº 7 – Jd. Pindorama – Embu – CEP 06844-540 Tel : 42418503 – Email [email protected] Visite nosso site : www.agrocursos.org.br 1 CPEA – Centro Paulista de Estudos Agropecuários Elaborado por Profa. Elaine Apostila de PRAGAS E DOENÇAS DA HORTICULTURA Nome:__________________________________________________________ Curso:________________________________________________________

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CPEA – Centro Paulista de Estudos Agropecuários

Elaborado por Profa. Elaine

Apostila de PRAGAS E DOENÇAS DA

HORTICULTURA Nome:__________________________________________________________ Curso:________________________________________________________

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I – CONTROLE FITOSSANITÁRIO EM HORTICULTURA ECOLÓGICA

Na agricultura ecológica, quando surgem pragas e doenças, devemos procurar detectar a sua causa e se possível saná-la, e não somente diagnosticar e tratar os sintomas. É necessário o restabelecimento do equilíbrio dinâmico.

No manejo ecológico o controle de insetos, ácaros, fungos, bactérias e viroses é feito basicamente através de medidas preventivas, tais como: 1) Plantio na época correta e com variedades adaptadas ao clima e solo da região; 2) Adubação orgânica, através de compostos de restos de culturas, materiais vegetais e estercos enriquecidos com fosfatos naturais e micronutrientes; 3) Rotação de culturas e adubação verde; 4) Cobertura morta (mulche) e plantio direto; 5) Consorciação de culturas e manejo seletivo do mato; 6) Uso de quebra-ventos e cercas-vivas; A prevenção ou controle ecológico deve ter por objetivo equilibrar e diversificar a vida do solo e aumentar a resistência vegetal por uma nutrição melhor. O combate de pragas por métodos não agressivos à natureza pode ser : 1 – Mecânico

1.1 coleta manual 1.2 armadilhas 1.3 irrigação por inundação ou drenagem

2 - Químico

2.1 atraentes como feromônio 2.2 esterilizantes 2.3 repelentes como creolina e outros

3 - Biológico 3.1 inimigos naturais (fungos, bactérias, vírus, insetos) 3.2 praguicidas naturais

II - PRINCIPAIS PRAGAS DAS HORTALIÇAS 1. Percevejo, fraade ou fede-fede

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Os percevejos são insetos de cor escura, enquanto jovens(larvas). Quando desenvolvidos, mostram cores vivas: verde, cinza, preto ou vermelho. Sugam a seiva das plantas mais tenras, causando-lhes a morte, se estas forem novas, ou a murcha, quando adultas, além de transmitirem doenças.

2. Pulgão O pulgão é um inseto pequeno, verde-amarelado a verde-escuro, e se reproduz com grande rapidez; é, por isto, quase sempre encontrado em “colônias”, as quais vivem, de preferência, cobrindo a parte inferior das folhas e dos brotos. É um inseto sugador, que retira a seiva das plantas. As mais novas, em geral, não resistem e morrem, e as mais desenvolvidas ficam com as folhas crespas e murchas, ou com manchas amarelas.

3. Vaquinha Besourinho verde, com seis manchas amarelas e a cabeça escura. Destrói as folhas, flores e botões. As larvas são brancas, muito móveis, e vivem enterradas, comendo raízes.

4. Burrinho O burrinho mais comum é cinzento, com pontos pretos. O mais raro é o burrinho zebrado, um pouco maior que o anterior, e listrado de amarelo e preto. Aparecem sempre em grande número, devorando as folhas e, quando se sacodem as plantas, jogam-se ao chão e fingem-se de mortos.

5. Pulga do fumo Besouro muito pequeno e escuro. Patas traseiras muito fortes. Quando perseguido, salta com rapidez e é difícil pegá-lo. Come as folhas, abrindo nas mesmas furinhos arredondados. As plantas nas sementeiras, em geral, não resistem, quando o número de cascudinhos é muito grande.

6. Aranha-vermelha Em épocas de muito calor, aparecem nas folhas manchinhas verde-claras ou pardo-avermelhadas, que vão aos poucos aumentando. No lado de baixo nota-se uma teia muito fina, de fios quase invisíveis. Entre as malhas desta teia vêem-se numerosos ácaros, esverdeados ou avermelhados, uns parados, outros se movimentando com rapidez. Conhecidos vulgarmente por "aranhas-vermelhas”, estes ácaros raspam as folhas e sugam a seiva, causando o emurchecimento e morte da planta.

7. Lagarta da couve Lagarta verde-acinzentada com listras amarelas. Corpo semeado de pontos escuros e pelos claros e curtos. Encontrada com mais freqüência na primavera. Estraga principalmente as folhas externas, mais velhas, abrindo grandes buracos irregulares.

8. Tripes Insetos muito pequenos, de corpo comprido. As ninfas são verdes ou amarelo-pálidas, sem asas. Os já desenvolvidos são de cor parda clara ou acinzentada. As asas são franjadas, detalhe que só se pode ver com uma lente de aumento. As folhas atacadas ficam com manchas branco-acinzentadas ou prateadas. Os tripes aparecem com mais freqüência na primavera e no verão, quando faz calor e seca e podem ser vetores de viroses.

9. Tatuzinho

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Seu pequenino corpo tem o feitio de um tatu e, quando se procura pegá-lo, costuma enrolar-se, ficando semelhante a uma bola. É de cor cinza-escura ou preta. Nos dias bem claros, esconde-se em lugares úmidos e sombrios, debaixo de folhas secas, lixo, madeiras velhas, pedras, etc. À noite, sai para se alimentar, comendo todas as plantinhas novas cortando-as rente ao chão.

10. Caracóis e lesmas O caracol é um pequeno animal pardo-acinzentado, de corpo mole, que carrega em cima uma concha. A lesma é semelhante a ele, mas não tem concha. Encontram-se nos lugares úmidos e sombrios da horta. Geralmente saem para comer à noite, ou nos dias frios e chuvosos, deixando uma secreção brilhante e pegajosa por onde passam. Comem as folhas e brotos de todas as hortaliças, preferindo as plantinhas novas.

11. Formigas Existem as saúvas, que vivem em numerosas câmaras subterrâneas ligadas por galerias ou canais. Na superfície do solo, este formigueiro apresenta um monte de terra solta e numerosos orifícios ou “olheiros”. São as formigas cortadeiras ou carregadeiras. As formigas quemquém (caipó, mineira, quiçaçá, etc.) tem cor castanha ou castanho-avermelhada e são muito pequenas. O formigueiro, geralmente subterrâneo e com poucas panelas, caracteriza-se por apresentar a superfície do solo quase sempre limpa de qualquer vegetação pequena ou cisco. Os “olheiros”, três ou quatro, não tem montículos de terra em volta, dificultando a sua localização.

12. Mosca-das-frutas As larvas dessas moscas é que causam o dano real, atingindo a polpa dos frutos de certos tipos de hortaliças, que apodrecem. Mas o controle deve ser feito sobre o inseto adulto. A mosca apresenta duas manchas em cada asa, uma em forma de “S” e outra em forma de “V” invertido.

13. Grilos e Paquinhas (cachorro d’água) Danificam tubérculos, raízes e também a parte aérea de algumas hortaliças.

14. Lagarta-rosca De cor cinza-escuro, corpo liso e de aspecto gorduroso. De dia vive enterrada junto às plantas. Sai à noite para comer e, em geral, corta só um pedaço da haste da planta, fazendo-a tombar. Em seguida passa a cortar a planta seguinte, destruindo 4 ou 5 mudas em uma só noite.

15. Mosca branca A mosca branca é considerada a nível mundial, a mais importante praga transmissora de viroses, causando danos em várias culturas. No Brasil, o inseto está presente em todas as regiões agrícolas causando grandes prejuízos nas culturas de tomate, cucurbitáceas, feijão, plantas ornamentais e outras. A mosca branca causa prejuízos diretos provocando a formação de fumagina, que afeta o desenvolvimento das plantas e a qualidade direta da produção, e indiretos devido à transmissão de viroses e ocorrência de desordens fisiológicas.

16. Cochonilha A escama da fêmea é marrom-amarelada ou alaranjada e seu tamanho é aproximadamente 2 mm. O macho tem perto de 1 mm e sua escama é

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branca. Ataca ramos e troncos, ficando estes, muitas vezes brancos com aspecto de farinha. O ataque pode provocar a morte dos galhos infestados e da planta.

17. Nematóides Vermes não segmentados, de corpo cilíndrico, alongado e cutícula resistente. Entram nas raízes das plantas formando cistos e impedindo sua função. Seus ovos são depositados em raízes ou no solo. Quando depositados no solo, as formas jovens, após a eclosão, penetram novamente em outras raízes para se alimentarem dos tecidos internos. Estas reagem formando pequenas galhas ao redor dos vermes e as plantas enfraquecem ou morrem. Os nematóides são levados para solos limpos com plantas, solo, esterco, equipamentos agrícolas ou água de irrigação proveniente de terras infestadas. Uma vez estabelecido, é de difícil erradicação.

III – PRINCIPAIS DOENÇAS DAS HORTALIÇAS

Para se controlar as doenças das hortaliças, as seguintes

recomendações gerais são importantes e devem ser seguidas: a) Evitar o excesso de umidade do solo, que favorece bastante a maioria das

doenças. Em terras muito baixas, os canteiros devem ser suficientemente altos ou, quando o plantio não é feito em canteiros, devem ser preparados drenos ou valetas suficientes para dar escoamento às águas e evitar o encharcamento do terreno.

b) Evitar lugares sombreados ou pouco arejados. c) Evitar a semeadura ou plantio muito junto (obedecer ao espaçamento

adequado) d) Fazer a rotação das culturas, isto é, mudar de terra por três ou mais anos,

quando houver ataque muito forte ou ataques continuados de moléstias, plantando no local afetado outra espécie de hortaliça, ou mesmo outro tipo de planta. Esta medida é muito importante nos casos de murchas e podridão das raízes, ou das partes baixas do caule.

e) Adquirir mudas e sementes sadias, de procedência garantida. f) Em culturas mais susceptíveis ou em condições adversas do clima, fazer

pulverizações preventivas. 1. Doenças da alface

1.1 – Vira-cabeça (vírus)

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Em alface esse vírus causa manchas necróticas e bronzeamento em folhas, geralmente em um lado da planta. A Infecção sistêmica é caracterizada por uma murcha marginal, amarelecimento e bronzeamento de folhas internas e da nervura.

1.2 – Mancha bacteriana (bactéria) A bactéria causa manchas necróticas isoladas no centro ou bordos do limbo foliar, podendo também atingir extensas áreas da nervura central. No início, as lesões apresentam encharcamento e coloração escura, passando, depois, à cor parda e preta, com a seca dos tecidos.

1.3 – Septoriose (fungo) O fungo ataca principalmente as folhas, mas pode afetar também a haste e os órgão florais . Os sintomas nas folhas são manchas com contornos irregulares. O tecido afetado, inicialmente com aspecto desidratado, torna-se pardacento, com numerosos pontos de cor escura que são os corpos de frutificação do fungo.

1.4 – Míldio (fungo) Os sintomas em folhas manifestam-se como áreas cloróticas, de tamanho variável, que mais tarde tornam-se necróticos, de cor parda. Na face inferior das áreas afetadas, formam-se frutificações do fungo de aspecto branco.

1.5 – Queima da saia (fungo) Em geral, as plantas afetadas apresentam folhas basais e/ou medianas com sintomas de murcha e seca, podendo levar à morte.

1.6 – Podridão de esclerotínia ou mofo branco (fungo) As plantas afetadas apresentam sintomas parecidos com a queima da

saia, mas a evolução da doença é mais rápida porque o fungo coloniza toda a região basal das plantas e provoca o apodrecimento do caule e da base das folhas.

1.7 – Mancha de cercóspora (fungo) Os sintomas são frequentes em folhas mais velhas e quando ocorre coalescência de muitas manchas pode prejudicar o desenvolvimento da planta e seu valor comercial. As manchas são circulares, pardacentas com centro mais claro

2 - DOENÇAS DA CENOURA

2.1 – Amarelo ou vermelho da cenoura (vírus) No início, nas folhas baixeiras, surgem manchas amarelas nos espaços internervais e, posteriormente, com o desenvolvimento da doença, as folhas adquirem uma coloração amarelada, que pode ou não ser acompanhada de avermelhamento. As plantas afetadas são menores, apresentando redução na folhagem e no tamanho das raízes.

2.2 – Mosaico da cenoura (vírus) Plantas afetadas pelo vírus mostram folhas estreitas, filiformes. Sintomas do mosaico podem ser vistos nestas folhas mal formadas.

2.3 - Podridão mole (bactéria) Inicialmente, aparecem pequenas áreas encharcadas nas raízes, que sob condições de temperatura e umidade elevadas, expandem-se rapidamente, originando-se tecidos moles, aquosos e pegajosos.

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2.4 – Crestamento bacteriano (bactéria) Nos limbos foliares e pecíolos aparecem lesões escuras, irregulares, de 2 a 5 mm, comumente circundadas por halo clorótico.

2.5 – Queima das folhas por Alternaria (fungo) Nas folhas, aparecem pequenas manchas de coloração marrom-escura ou preta, circundadas por áreas amareladas, principalmente nas margens. Em condições favoráveis ao desenvolvimento da doença, as manchas podem aumentar em número e tamanho, podendo resultar na morte da maior parte dos tecidos foliares.

2.6 – Queima das folhas por cercóspora (fungo) As lesões são muito semelhantes às provocadas por Alternaria. 2.7 – Podridão aquosa (fungo)

Os sintomas são muito semelhantes aos de podridão mole, mas podemos observar também a ocorrência de um crescimento do fungo de aspecto cotonoso junto ao colo das plantas ou nas raízes.

3 - DOENÇAS DAS CRUCÍFERAS (brócolis, couve, couve-flor, rabanete, repolho e rúcula)

3.1- Podridão negra (bactéria)

Os sintomas podem ser observados em qualquer estágio de desenvolvimento da planta. No campo, são comuns lesões amarelas em forma de “V”, com o vértice voltado para o centro da folha. Com o desenvolvimento da doença, as folhas tornam-se amarelas e podem apresentar necrose. Em alguns casos, observa-se subdesenvolvimento, murcha, queda prematura de folhas e apodrecimento das plantas afetadas.

3.2 - Podridão mole (bactéria) Normalmente, a doença manifesta-se em plantas com bom desenvolvimento vegetativo. Sob condições de temperatura e umidade adequadas, a bactéria penetra nos tecidos da planta através de ferimentos e causa encharcamento. O órgão afetado apodrece rapidamente.

3.3 - Mancha de alternaria (fungo) Em plantas jovens, ocorre necrose do cotilédone levando frequentemente à morte. Em plantas adultas, inicialmente os sintomas ocorrem nas folhas mais externas e, posteriormente, em todas as folhas. As lesões são pequenas e necróticas. Com seu desenvolvimento, tornam-se circulares, concêntricas e com halo clorótico.

3.4 - Hérnia (fungo) As plantas podem ser afetadas desde a fase de sementeira, mas sem mostrar sintomas na parte aérea. Com o desenvolvimento da doença, ocorrem subdesenvolvimento e murcha, esta nas horas mais quentes do dia. Nas raízes, ocorre a formação de galhas devido a colonização dos tecidos pelo fungo. As galhas tem tamanho variado, desde poucos milímetros até dez ou mais centímetros de diâmetro.

3.5 - Murcha de fusarium (fungo) O patógeno inicia a infecção através de ferimentos nas raízes. Inicialmente ocorre amarelecimento generalizado das folhas basais da

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planta, sintoma que progride para as folhas mais novas. Em alguns casos, pode-se observar o amarelecimento em apenas um dos lados das folhas. O crescimento da planta é afetado e as folhas basais podem necrosar. Eventualmente, as plantas murcham e morrem.

3.6 - Podridão da esclerotínia (fungo) O hospedeiro pode ser infectado desde a fase de plântula até a fase adulta. Em alguns, o fungo invade a região do colo desenvolvendo-se com aspecto cotonoso e branco. Em outros casos, o fungo desenvolve-se internamente na medula da planta. Como conseqüência , é observada uma redução no desenvolvimento da planta. Em repolho, sob condições de campo, observam-se sintomas nas folhas, nos pecíolos mais próximos ao solo e na cabeça. As áreas colonizadas são inicialmente encharcadas, de formato irregular e, posteriormente, ficam cobertas pelo fungo. Pode-se observar amolecimento do tecido colonizado. Cabeças de repolho colonizadas pelo fungo normalmente apodrecem.

3.7 - Míldio (fungo) O míldio caracteriza-se pela formação de lesões foliares, de formato circular, inicialmente cloróticas, progredindo lentamente para necróticas. Na face inferior da folha, correspondente à área clorótica ou necrótica da face superior, observam-se frutificações do fungo, de coloração esbranquiçada.

3.8 - Ferrugem branca (fungo) Os sintomas iniciais são pequenas manchas amarelas nas folhas e no caule. Posteriormente, estas lesões tornam-se maiores e, na face inferior das folhas, a epiderme é rompida, expondo pústulas brancas de aspecto pulverulento. Com o desenvolvimento das lesões, as folhas sofrem distorções e amarelecimento. No ramo e nos órgãos florais, o fungo torna-se sistêmico e acarreta deformação e desenvolvimento anormal desses órgãos.

4 - DOENÇAS DAS CUCURBITÁCEAS (abóbora, abobrinha, chuchu, melancia, melão, moranga, pepino)

4.1- Mosaico do pepino (vírus) Os primeiros sintomas aparecem em folhas jovens. Estas tornam-se mosqueadas, retorcidas, enrugadas e de tamanho reduzido. A planta apresenta internódios curtos, resultando em uma roseta. Frutos apresentam-se deformados, mosqueados, verrugosos e de tamanho reduzido.

4.2 - Mosaico da abóbora (vírus) Observam-se clareamento e manchas cloróticas em folhas mais jovens, com formação de manchas verde-claras ou escuras, além de projeções irregulares marginais, resultante do retardamento do desenvolvimento dos tecidos entre as mesmas. Com o desenvolvimento da planta, as novas folhas apresentam pouco ou nenhum sintoma. Este vírus reduz significativamente o número de frutos por planta, retarda a maturação dos mesmos, mas não afeta o tamanho, peso e total de sólidos solúveis.

4.3 - Mosaico amarelo da abobrinha-de-moita (vírus)

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Todas as cucurbitáceas são susceptíveis. Folhas apresentam-se amareladas entre as nervuras principais, com severo mosaico e deformações. Há acentuada redução do desenvolvimento das plantas. Geralmente, plantas infectadas não produzem frutos ou produzem frutos mal formados.

4.4 - Mancha angular (bactéria) Sua ocorrência é maior em pepino, onde afeta folhas, ramos, pecíolos e frutos. Nas folhas, inicialmente constatam-se áreas encharcadas, angulosas, limitadas pelas nervuras, sendo mais visíveis na face inferior do limbo, pela manhã. Posteriormente, as áreas afetadas tornam-se necrosadas, de coloração cinza e depois pardacenta, que podem coalescer e atingir extensas áreas. A face inferior das lesões tem aspecto brilhante, devido à exsudação bacteriana. Nos frutos, os sintomas iniciais manifestam-se como pequenas áreas encharcadas que depois tornam-se necróticas.

4.5 - Antracnose (fungo) As plantas podem ser afetadas em qualquer estágio de desenvolvimento e todos os órgãos aéreos são susceptíveis. Lesões nas folhas iniciam-se com encharcamento do tecido, seguido de necrose, resultando em mancha circular de cor parda e centro mais claro. Em folhas mais velhas, constata-se coalescência de manchas, resultando em extensas áreas necrosadas. Nas hastes e no pecíolo, as lesões são elípticas, deprimidas, de coloração variável de cinza a parda e, sob elevada umidade, podem apresentar-se recobertas de massa rosada, constituída de esporos do fungo. Nos frutos, os sintomas são elípticos a circulares, deprimidos e, em estágio mais avançado, recobertos de massa rosada.

4.6 - Míldio (fungo) Em folhas de pepino e melão, os sintomas iniciam-se na face superior, na forma de manchas cloróticas e angulosas, que se desenvolvem esparsamente no limbo. Depois, verifica-se aumento na quantidade de manchas, principalmente ao longo das nervuras, enquanto que na face inferior constatam-se áreas encharcadas. Nestas áreas, formam-se frutificações de coloração verde-oliva e púrpura. Num estágio mais avançado, áreas cloróticas tornam-se necróticas. Em consequência, o desenvolvimento da planta e a produção são prejudicados.

4.7 - Mancha zonada ou mancha de Leandria (fungo) Em folhas de pepino, os sintomas surgem na forma de pequenas áreas encharcadas que logo em seguida passam a pequenos pontos necróticos esbranquiçados. Essas lesões passam rapidamente a necroses maiores subdivididas em pequenas áreas angulosas e esbranquiçadas. Num estágio mais avançado da doença, as lesões podem se tornar arredondadas e coalescer. Em ambos os casos, constata-se, na face inferior , grande quantidade de pequenos corpúsculos pretos arredondados, isolados, que são frutificações do fungo.

4.8 - Oídio (fungo) O fungo pode atacar toda a parte aérea das plantas, mas as folhas são as mais afetadas. Os sintomas iniciam-se com um crescimento branco

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pulverulento, ocupando pequenas áreas. A área afetada aumenta de tamanho e pode tomar toda a extensão do tecido.

5 – DOENÇAS DO FEIJOEIRO 5.1 - Mosaico (vírus)

Quando a infecção ocorre no início do desenvolvimento das plantas, as primeiras folhas aparecem encarquilhadas ou curvadas para baixo, seguido de clareamento ou leve clorose das nervuras. À medida que as folhas desenvolvem-se, as cloroses nas nervuras transformam-se em pequenas manchas amareladas, conferindo um aspecto salpicado ao limbo foliar.

5.2 - Antracnose (fungo) Os sintomas típicos desta doença são lesões necróticas de coloração marrom-escura nas nervuras na face inferior da folha. Às vezes estas lesões podem ser vistas na face superior das folhas, quando então uma região clorótica desenvolve-se ao lado das manchas necróticas e as folhas tendem a curvar-se para baixo. Lesões produzidas no caule e nos pecíolos são alongadas, escuras e às vezes deprimidas. Nas vagens, são geralmente circulares e deprimidas, de coloração marrom, com os bordos escuros e salientes, circundados por um anel pardo-avermelhado.

5.3 - Ferrugem (fungo) Os sintomas podem ocorrer nas vagens e hastes, mas predominam nas folhas, sendo visíveis cerca de 6 dias após a infecção na forma de pequenas pontuações esbranquiçadas e levemente salientes. Cerca de 10 a 12 dias após a infecção, observam-se os sintomas típicos, caracterizados por pústulas de 1 a 2 mm de diâmetro, comumente circundados por halo clorótico.

5.4 - Oídio (fungo) Sintomas iniciam-se como pequenas manchas ligeiramente mais escuras na face superior da folha, que em seguida ficam cobertas por um crescimento do fungo branco e pulverulento. O patógeno pode atacar ramos e vagens, tornando as últimas mal formadas e menores.

5.5 - Mancha de alternaria (fungo) Sintomas manifestam-se inicialmente como pequenas manchas irregulares, aquosas, nas folhas e vagens. Nas folhas, as lesões crescem e adquirem formato geralmente circular e coloração marrom-avermelhada. Na vagem, as manchas são pequenas e escuras.

5.6 - Amarelecimento de fusarium (fungo) O fungo penetra pelo sistema radicular, causando descoloração dos vasos. O principal sintoma é o amarelecimento progressivo das folhas, das inferiores para as superiores. Com o desenvolvimento da doença, as folhas adquirem um tom amarelo-claro, entrando em senescência prematura.

5.7 - Mofo branco (fungo) O fungo pode afetar toda a parte aérea da planta, causando lesões inicialmente pequenas e aquosas. Estas lesões rapidamente aumentam de tamanho, tomando todo o órgão afetado. Com o desenvolvimento da

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doença, as partes afetadas perdem a cor, tornando-se amareladas e depois marrons, produzindo uma podridão mole nos tecidos.

6 - DOENÇAS DA MANDIOCA 6.1 - Bacteriose (bactéria)

A bacteriose apresenta um complexo de sintomas que envolve manchas foliares, murcha, exsudação de látex, necrose do sistema vascular e morte descendente. Sintomas primários, decorrentes do plantio de material vegetativo infectado, traduzem-se por murcha de folhas novas, seguida por morte das plantas. Sintomas secundários, provenientes das infecções secundárias no campo, iniciam-se com o aparecimento de pequenas lesões encharcadas e poligonais nas folhas. Posteriormente, estas lesões desenvolvem e tornam-se irregulares, podendo cobrir grandes extensões.

6.2 - Cercosporiose (fungo)

Só manifesta-se nas folhas, na forma de manchas necróticas. As manchas, embora difiram um pouco de acordo com a espécie causal, normalmente são de coloração cinza oliváceo, com presença de frutificações do fungo no centro. Com o progresso da doença, as folhas tornam-se amarelas, secam e caem.

6.3 - Antracnose (fungo) Sintomas característicos aparecem na forma de cancros elípticos e profundos nas hastes jovens e pecíolos. Sob condições de alta umidade, observa-se no centro destas lesões uma massa de coloração rósea, constituída por esporos do fungo. Em decorrência desta infecção, ocorre desfolha e morte dos ponteiros.

7- DOENÇAS DO MILHO 7.1 - Risca do milho (vírus)

Os sintomas da doença caracterizam-se por pontos cloróticos e por estrias cloróticas estreitas ao longo das nervuras.

7.2 - Enfezamento vermelho e enfezamento pálido (fitoplasma) Os primeiros sintomas das plantas afetadas caracterizam-se por uma clorose marginal das folhas, que é seguida por um avermelhamento das pontas das folhas inferiores (enfezamento vermelho) ou uma clorose mais acentuada (enfezamento pálido). As plantas doentes também podem apresentar um número de espigas pequenas, que geralmente não produzem grãos. Outro sintoma comum é a diminuição do comprimento dos internódios superiores da planta.

7.3 - Ferrugem comum (fungo) A doença caracteriza-se pela presença de pústulas elípticas e alongadas de cor marrom-canela, em ambas faces da folha. Com o passar do tempo, as pústulas tornam-se mais escuras. Clorose e morte das folhas podem ocorrer em condições de severidade elevada.

7.4 - Míldio (fungo)

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As plantas infectadas sistemicamente apresentam-se com um aspecto clorótico e, ocasionalmente, exibem folhas com estrias e faixas brancas, usualmente mais estreitas e mais eretas em relação às plantas sadias. Os colmos apresentam-se mais finos, acamados. Plantas atacadas tem sua produtividade seriamente comprometida.

7.5 - Podridão de colmo causado por fungos (diplodia, fusarium, antracnose, pythium, gibberella, penicillium).

Os sintomas variam dependendo do fungo causador, atacando órgãos isolados ou toda a planta, ocorrendo, frequentemente, estrangulamento do colmo na região atacada. A parte do colmo afetada perde a sua firmeza, tendo como consequência o tombamento das plantas.

8 – DOENÇAS DO TOMATEIRO 8.1 - Vira-cabeça (vírus)

Os sintomas mais característicos são uma clorose acentuada nas folhas jovens, de cor bronzeada, seguida de uma paralisação no desenvolvimento da planta. Em pouco tempo, todo o ponteiro pode necrosar e com, freqüência, curvar-se para um dos lados, sintoma que empresta o nome à doença. Frutos jovens formados após a infecção podem desenvolver manchas anelares necróticas ou mosqueados. Frutos maduros mostram-se vermelhos-pálidos, com áreas amareladas contornadas por mosqueado irregular ou, ainda, manchas distintas com anéis concêntricos.

8.2 - Amarelos – topo amarelo e amarelo baixeiro (vírus) No topo amarelo, sintomas são observados na região apical da planta e são caracterizados por amarelecimento dos ponteiros, crescimento retardado e acentuado enrolamento e amarelecimento das folhas basais. A formação de flores e frutos é drasticamente reduzida. No amarelo baixeiro, há amarelecimento e enrolamento das folhas médias e inferiores, geralmente sendo observados em plantas com 30 a 60 dias após o transplante.

8.3 - Broto crespo ( vírus) Plantas jovens do tomateiro são facilmente infectadas com o vírus, mas a incidência da doença diminui com a idade do plantio. Plantas infectadas apresentam folhas novas com nervuras descoloridas e limbo enrolado para cima. Posteriormente, elas tornam-se espessas e quebradiças, apresentando várias tonalidades de coloração amarela entremeadas com púrpura. A planta torna-se enfezada, ereta, coriácea e com superbrotamento.

8.4 - Pinta bacteriana ou mancha bacteriana pequena (bactéria) Na pinta bacteriana, as lesões necróticas nas folhas são circulares ou irregulares e, na face inferior dos folíolos, apresentam cor pardo-escura a preta. Em geral, as lesões são circundadas por um grande halo amarelo, principalmente quando atingem folhas em desenvolvimento. Em frutos maiores, os sintomas são pontos necróticos que variam do tamanho da cabeça de um alfinete a alguns milímetros de diâmetro, levemente salientes e de cor pardo-escura a preta.

8.5 - Murcha bacteriana (bactéria)

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Os sintomas iniciam-se pela murcha das folhas mais velhas, seguida um a três dias após a murcha dos ponteiros, culminando com a murcha geral da planta.

8.6 - Requeima (fungo) O fungo ataca toda a parte aérea da planta, mas em geral, a doença inicia-se pelos tecidos situados em sua metade superior. Nas folhas, os primeiros sintomas surgem como manchas irregulares, de tecido encharcado verde-escuro, que podem aumentar rapidamente de tamanho. Posteriormente, essas áreas passam a cor pardo-escura com uma estreita faixa de tecido túrgido entre o tecido necrosado e o sadio. Quando há coalescência das manchas, estas podem destruir a maioria das folhas em pouco tempo. Nos frutos, em qualquer estágio, as lesões são do tipo podridão dura, de cor pardo-escura, profundas e de superfície irregular.

8.7 - Pinta preta ou mancha de alternaria (fungo) Toda a parte aérea da planta pode ser infectada em qualquer idade,

mas as lesões são mais abundantes nas folhas mais velhas. Nas folhas mais jovens, as lesões são menores. Nas folhas maduras, as lesões são necróticas, pardo-escuras, bordos definidos, circulares ou elípticos no início e irregulares mais tarde. No caule e no pecíolo, as lesões são semelhantes às da folha, tendendo a circunscrever os órgãos afetados e podendo provocar a morte dos mesmos. Nos frutos, as lesões iniciam-se com a cor marrom ou preta.

8.8 - Murcha de fusarium (fungo) É mais comum se manifestar em plantas no início do florescimento e frutificação. Sintomas nas folhas manifestam-se por um amarelecimento forte, tipo “gema de ovo”, nas mais velhas, progredindo para as mais novas. Os frutos geralmente não se desenvolvem, podendo ocorrer queda prematura e descoloração dos vasos.

8.9 - Murcha de verticillium (fungo) Os sintomas típicos da doença são manchas sempre localizadas no ápice ou lateralmente, com o contorno externo em forma de “v” e vértice voltado para a nervura principal. Em geral, as plantas não morrem, mas apresentam menor desenvolvimento e redução no tamanho dos frutos.

9 - DOENÇAS DO QUIABEIRO 9.1 - Oídio (fungo) O oídio é a principal doença da cultura do quiabeiro.

O fungo coloniza ambas as faces das folhas, começando pelas mais velhas. No início, aparecem áreas esbranquiçadas irregulares sobre as folhas, preferencialmente ao longo das nervuras principais. Com o desenvolvimento da doença, toda a superfície da folha pode ficar recoberta pelo fungo. Nesta fase, as folhas atacadas amarelecem e caem, causando grande desfolha na cultura.