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Controle de Infecções Sistema BEDA de Controle no Consultório Odontológico Prof. Dr. Sérgio Narciso Marques de Lima Profa. Dra. Izabel Ioko Ito

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Controle deInfecções

Sistema BEDA de Controle noConsultório Odontológico

Prof. Dr. Sérgio Narciso Marques de Lima

Profa. Dra. Izabel Ioko Ito

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Índice

SINOPSE . ........................................................................... 5

IDENTICAÇÃO DOS RISCOS NA ATIVIDADE ODONTOLÓGICA... 6

CONHECIMENTO BÁSICO PARA O ENTENDIMENTO DOCONTROLE DE INFECÇÃO NO CONSULTÓRIO . ....................... 7

MODOS E ROTAS DE TRANSMISSÃO INFECCIOSA. ................. 8

CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS NO CONSULTÓRIO.............. 8

SISTEMA “BEDA” DE CONTROLE DE INFECÇÃO . .................... 9

MEDIDAS QUE IMPEDEM A CONTAMINAÇÃO DE PONTOSESPECÍFICOS ..................................................................... 11

ESQUEMA GERAL DA ESTERILIZAÇÃO POR AUTOCLAVE. ...... 12

CONSIDERAR AINDA NO SISTEMA BEDA DE CONTROLE DEINFECÇÃO NO CONSULTÓRIO ............................................. 13

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SISTEMA BEDA DE CONTROLE DEINFECÇÃO ODONTOLÓGICA

SINOPSE

Historicamente, o dentista não se tem preocupado com infecções no con-sultório. Quando questionado, afirma que está tudo bem. Este é o problema:não considera que o seu consultório é um ambiente de risco. Pode ser umfoco de contaminação de si mesmo, da assistente e do paciente. A infecçãopode até ir além do consultório.

Muitas coisas mudaram: as doenças, o conhecimento sobre microorganismos,os hábitos sociais, as técnicas de tratamento... Assim, é imperioso que ocontrole de infecção no consultório mude radicalmente também. Os concei-tos e práticas mudaram a partir do aparecimento da Hepatite B (HVB), virosegravíssima, de alta incidência nos consultórios. Com o aparecimento daAIDS (HIV), o assunto cresceu em importância e provocou nos dentistasreavaliação de seus métodos de controle de infecção

Mudanças radicais, então, são necessárias na rotina do consultório e nãodevem ser encaradas como obstáculos à prática odontológica, mas estímu-los para uma evolução indispensável nas atuais circunstâncias. Há riscos noexercício da Odontologia para o dentista, para a assistente e para o pacien-te. E não há saída a não ser praticar diuturnamente um eficaz método dedescontágio dentro da clínica.

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IDENTICAÇÃO DOS RISCOS NA ATIVIDADE ODONTOLÓGICA

Durante o atendimento ao paciente, todo o trabalho dentro da clínica éexecutado pelo dentista e sua assistente: atendem, limpam, esterilizam,desinfectam, marcam hora, realizam outras atividades decorrentes. É nesseambiente que se originam cadeias e rotas de contaminação, expandindodoenças infecto-contagiosas como hepatite B/A/Delta, herpes, AIDS e ou-tras menos graves. Muitos pacientes que se contaminaram em consultóriosnão tiveram suas rotas de contaminação identificadas, sendo impossívelafirmar que foi no consultório que aconteceu. Assim, o consultório comolocal de risco tem sido preservado. Mas é um local de risco incontestavel-mente.

O que aconteceu? Por que aquilo que o dentista fazia antes não é maissuficiente hoje? O que mudou?

Muitas hipóteses foram aventadas. Uma das mais aceitas é que a evoluçãodas formas microbianas contribuíram decisivamente para a patogenicidadedas doenças infecciosas. Os microorganismos são uma vida em pulsaçãocontínua. As ‘infecções hospitalares” são fortes exemplos desse novo qua-dro e da necessidade de mais rigor no controle das infecções.

Pouco menos do que a perfeição é um compromisso no controle da infec-ção. Pode esse compromisso ser considerado e assumido pelas assistentese, principalmente, pelos dentistas?

As medidas de controle devem ser práticas e realistas, com custos compa-tíveis para a classe odontológica. Estabelecer uma ordem e uma rotina éessencial para que não se contraiam infecções durante uma cirurgia, umavez que os profissionais estão com a mão na saliva e no sangue do paciente.Na ausência de métodos seguros todos correm o risco de contrair infecçõesbacterianas e viróticas não só da boca mas de todo o corpo do paciente.

Uma rota seriam os aerossóis expelidos pelo alta-rotação e ultra-som. Ou-tras rotas seriam o sangue, a saliva, os fluidos orgânicos sempre em contactocom as mãos dos profissionais.

Eis algumas áreas críticas para controle de infecção:1- Esterilização inadequada dos instrumentais reutilizáveis;2- Desinfecção dos instrumentais que não podem ser esterililizados;3-Luvas;4-Anti-sépticos para redução ao máximo das bactérias introduzidas nos te-cidos;

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5- Aerossóis do alta rotação e do ultra-som;6- Alta rotação passível de esterilização;7- Sistema “Flush” para desinfecção das linhas de abastecimento do altarotação;8- Controle da microbiota da água dos reservatórios que vão para as pontas.

CONHECIMENTO BÁSICO PARA O ENTENDIMENTO DO CONTROLEDE INFECÇÃO NO CONSULTÓRIO

Micróbios: bactérias e vírus, seres unicelulares patogênicos, capazes de causardoenças.

Bactérias: podem estar na forma vegetativa (fácil de matar) ou esporuladas(difícil de matar). Na cavidade bucal estão na forma vegetativa.

Esterilização: eliminação de todas as formas de vida.

Esterilizante: agente físico (autoclave, por exemplo) ou químico capaz dedestruir todas as formas de vida, inclusive esporuladas.

Desinfecção: eliminação de microorganismos patogênicos em seres inani-mados (por exemplo, na superfície de um alta rotação). Ou eliminação deformas vegetativas que ainda não atingiram as formas esporuladas (estassó morrem com esterilização).

Desinfectante: substância capaz de destruir microorganismos patogênicosde seres inanimados à temperatura ambiente.

Anti-sepsia: eliminação das formas vegetativas patogênicas de seres anima-dos (por exemplo, aplicação de Cepacol na boca).

Assepsia: método utilizado para evitar a contaminação de um ambiente. Umambiente isento de bactérias, diz-se que é asséptico.

Infecção Cruzada: transmitida indivíduo-indivíduo. No consultório, paciente-profissional/profissional-paciente. É uma cadeia que exige procedimentosglobais, de toda a equipe, para ser rompida e eliminada.

Contaminação Cruzada: quando há interposição de contaminação paciente-profissional-paciente.

Infecção Odontológica: semelhante à hospitalar, mas ocorrida no consultó-rio do dentista.

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MODOS E ROTAS DE TRANSMISSÃO INFECCIOSA

Infecção: reprodução/multiplicação/desenvolvimento de microorganismos emorganismos altamente desenvolvidos

Virulência: arsenal de ataque do microorganismo.

Resistência do Hospedeiro: arsenal de defesa.

Modos e Rotas: interação entre agente infeccioso-agente susceptível.

Reservatório: onde os microorganismos se encontram, estabilizam e repro-duzem.

Fonte: onde os microorganismos se encontram sem necessariamente sedesenvolver e multiplicar.

Transmissão: transferência da fonte ao agente susceptível.

Contacto: direto, se houver justaposição fonte-agente susceptível; indireto,se houver a interposição de um ser inanimado.

Contacto à Distância: transferência por meio de gotículas de “flugge”ouaerossóis.

Doenças de Risco: causadas por vírus (catapora, hepatite B/não-A/nãoB/Delta, conjuntivite herpótica, herpes simples/zoster, mononucleose infecci-osa, sarampo, rubéola, caxumba e AIDS) e bactérias (pneumonia, infecçõespor estafilococos / estreptococos / pseudomonas / klebsiella).

CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS NO CONSULTÓRIO

Críticos: penetram nos tecidos dos pacientes, entrando em contacto com osangue. Agulhas, por exemplo.

Semicríticos: não penetram, mas tocam na saliva e eventualmente no san-gue também. Espelho, por exemplo.

Não-críticos: não penetram, não tocam no sangue nem na saliva, mas po-dem por estes ser contaminados (mãos, saliva, aerossol, instrumentos).Botoneira, por exemplo.

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SISTEMA “BEDA” DE CONTROLE DE INFECÇÃO

O que é BEDA? É uma sigla para que o usuário não se esqueça de quecontinuamente ele tem que colocar Barreiras em seus equipamentos e ins-trumentos de uso diário e/ou Esterilizá-los, Desinfetá-los e cuidar da corre-ta Anti-sepsia no consultório ou clínica. O seu objetivo é impedir a contami-nação cruzada (profissional/auxiliar/paciente). Se aplicado o Sistema BEDA,quando das intervenções na boca dos pacientes, os resultados são maisprevisíveis e confiáveis, o pós-operatório será menos problemático e nãohaverá riscos de contágio. No Sistema BEDA, nenhum item é mais impor-tante que outro. Um ambiente asséptico próximo de 100% deve ser o obje-tivo máximo do profissional da saúde.

Barreiras: luvas, máscaras, gorros, óculos, roupas próprias e brancas.

Esterilização: todos os materiais críticos devem ser esterilizados.

Desinfecção: os materiais semicríticos não precisar estar esterilizados, masobrigatória e rigorosamente desinfectados. Idem com os materiais não-críti-cos.

Anti-sepsia: eliminação das formas vegetativas das bactérias. O controle damicrobiota (conjunto dos microorganismos) dentro dos consultórios ou clíni-cas reveste-se da mais alta importância.

As barreiras podem proteger o profissional, as superfícies, impedem a con-taminação de pontos específicos e de fundamental importância na operaçãode equipamentos e materiais, reduz a microbiota dos aerossóis. Todos de-vem trabalhar de luvas cirúrgicas de látex. No ato da limpeza podem-se usarluvas comerciais rústicas e resistentes. Norma inviolável para todos: nuncadesinfectar as luvas quando estiverem sujas de sangue, mas descartá-las;nunca atender pacientes de risco/alto risco com luvas não estéreis; nuncadesinfectar luvas por imersão química; nunca atender telefone, abrir portas,gavetas, fumar, cumprimentar pessoas, etc, após o atendimento de pacien-tes sem desinfectar as luvas ou usar uma sobreluva. É bom lembrar: luva ebico de Bunsen não combinam.

Os pacientes estão exigindo novas e eficientes medidas de proteção.Conscientização e reeducação na área da saúde fazem-se urgentes e neces-sárias.

Aconselha-se o uso de toalhas descartáveis. Os testes apontam culturaspositivas de microorganismos nas toalhas de pano. Que profissional usa

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somente toalha autoclavada a cada paciente? Então...

Máscaras protegem contra a inalação ou ingestão das partículas dos aerossóis.Devem ser substituídas sempre que estiverem úmidas ou ao final de umperíodo de trabalho. É fundamental que sejam descartáveis.

O gorro e a máscara são as primeiras barreiras que devem ser colocadas eas últimas a serem retiradas.

Os óculos protegem as mucosas da contaminação direta em virtude da pro-ximidade. Existem trabalhos que mostram a presença de partículas deamálgama dentro do globo ocular do dentista por estes trabalharem sem aproteção dos óculos.

A alta contaminação dos cabelos do dentista e da assistência também ocorrepor falta da proteção do gorro. Fluidos de aerossóis e orgânicos atingemfacilmente estes locais depois de algum tempo de trabalho.

O aerossol e as gotas de sangue e saliva contaminam facilmente a roupados profissionais,que não devem entrar no consultório vindo de fora e nemdevem sair.

As superfícies mais contaminadas pela mão dos profissionais são: cabo einterruptor do refletor, botoneira das cadeiras (daí a importância do coman-do no pé), encosto de cabeça, as pontas, encaixe das pontas, unidade auxi-liar, mesa auxiliar, cabo do Raio-X e qualquer outro botão ou controle quevenha a ser manipulado. Estas superfícies devem ser cobertas com barreirasimpermeáveis à água (plástico, látex ou alumínio - este menos prático queos outros). As barreiras devem ser práticas, baratas, impermeáveis e resis-tentes, pois precisam ser trocadas entre pacientes e oferecer segurança nocontrole de infecção.

Soluções desinfetantes de superfícies mais indicadas: fenóis sintéticos (porexemplo Duplofen a 5,0%), iodóforos com detergentes e hipoclorito de sódio.

Os fenóis sintéticos são os mais indicados por apresentar efeito residualgermicida toda vez que a superfície for umedecida. O feno sintético é indica-do pela ADA. Tem amplo espectro bacteriano. É tuberculicida. Pode serusado sobre metais, borrachas, plásticos e lentes, é menos tóxico que osglutaraldeídos. É econômico e fácil de aplicar. Desvantagens: não é esporicida,precisa ser diluído diariamente, seu uso prolongado pode provocar degrada-ção de certos plásticos e lentes, irrita a pele e os olhos, com o tempo formaum filma sobre a superfície. Fácil aplicação: preparado diariamente e atomizadosobre a superfície duas vezes; na primeira com esponja para limpar; na se-

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gunda com borrifo para deixar secar e preservar o efeito residual.Seqüência:esponjar-limpar-atomizar-secar.

Os iodos têm um alto poder de reatividade, por isso são altamente germicida.Atuam sobre bactérias G+ e G-, esporos e alguns vírus. Contudo são irri-tantes, alérgicos, corrosivos, além de mancharem a pele, a roupa, os equi-pamentos, etc.

Hipoclorito de sódio: indicado de 500 a 5000 ppm para matar bactérias dehepatite B. É corrosivo, irritante, destrói tecidos de algodão, tem odor desa-gradável. Sua eficácia e alta principalmente para desinfecção. É recomen-dado como conteúdo do Sistema de Assepsia Flush para desinfecção doconduto do Alta Rotação.

MEDIDAS QUE IMPEDEM A CONTAMINAÇÃO DE PONTOSESPECÍFICOS:

1-Controle no pé das cadeiras odontológicas. É fundamental, além das ra-zões ergonômicas, para minimizar a contaminação provocada pelasbotoneiras.

2-Sabões líquidos. Um sabonete sólido permite o desenvolvimento de colô-nias de bactérias, como bacilos grã-negativos e positivos, estreptococos eestafilococos. De preferência deve-se usar sabões líquidos mas germicidas,com bombas de aplicação tocada por pedal para livrar a mão do contactocom o frasco.

3-Suctores de alta potência Ciclone (bomba produtora de vácuo, de pressãonegativa nos bicos suctores). Minimizam os aerossóis contaminadores; lan-ça os fluidos contaminados diretamente no esgoto, para fora do ambientede trabalho; elimina a necessidade de o paciente cuspir na bacia (isto au-menta a produtividade de dentista e reduz a fadiga do profissional e pacien-te) o que obviamente minimiza a contaminação de superfície.

4-Anti-sepsia da cavidade oral reduz de 75% a 99,9% a quantidade demicroorganismos na boca do paciente. Na pré cirurgia, é altamente eficienteno controle da infecção.

5-Controle de AIDS e hepatite B no consultório se faz com luvas, máscaras,óculos e gorros, com todo o material esterilizado, equipamentos e materiaisdesinfectados, descarte de material, conscientização e reeducação de todaa equipe. Pouco menos do que a perfeição é o compromisso de todos no

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controle da infecção. Assim, todo o contágio será debelado.

6-Esterilização de todo o material crítico. Faz-se por autoclave, quimiclavee calor a seco. Dos três, a esterilização por autoclave é o preferido porqueapresenta a maior margem de segurança no controle da infecção. Apesar docalor seco ser mais econômico, comum em todos os consultórios brasilei-ros, a autoclavagem é de longe o método mais efetivo na esterilização dosmateriais críticos.

Uma regra básica: nunca desinfectar aquilo que se pode esterilizar.

ESQUEMA GERAL DA ESTERILIZAÇÃO POR AUTOCLAVE

1o. passo: descontaminar material

2o. passo: pré-lavar o material com desincrustante

3o. passo: lavar o material em água corrente

4o. passo: secar o material totalmente, com muito capricho

5o. passo: embalar o material e identificá-lo com pincel de retroprojetor.

6o. passo: aplicar indicadores de controle de esterilização

7o. passo: esterilizar o material e sempre atentar para os indicadores

8o. passo: armazenar o material com uma pedra de cânfora

Observações: A)nenhum material deve ser esterilizado se sobre ele houvermatéria orgânica. B)os desincrustantes comuns no mercado são Descrost100 ou Johnson 88. C)o material deve permanecer no desincrustante de 20a 25 minutos; se for levado para a cuba ultra-sônica, este tempo passa para7 a 10 minutos. D)desincrustante não é desinfectante. E)as manipulaçõesdevem obrigatoriamente ser feitas de luva comercial, rústica e resistente.F)a limpeza de pontas só é eficiente se feita em cuba ultra-sônica. G)odesincrustante não pode ser reutilizado. H)grande volume de água deve serutilizado na lavagem. I)secagem mal feita mancha ou danifica o instrumen-tal, até o enferruja pela presença de sais secos dentro das embalagens.J)embalá-los somente depois de comprovadamente 100% secos. L)use pa-pel “kraft” para embalar. M)saquinhos de pipoca (brilhante) podem também

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ser utilizados. N)pacotes seguros mantêm a esterilização por até 30 dias.O)os invólucros só devem ser abertos imediatamente antes do uso. P)paramaior segurança, a esterilização deve ser monitorada por meio de indicado-res, como fita 3M, e a esterilidade deve ser submetida aos testes biológicoscom ATTEST 3M.

Algumas conclusões sobre autoclave: a exposição direta ao vapor saturadode água a 120oC, por 10 minutos, destrói todas as formas microbianas devida; o tempo varia de acordo com o tipo de embalagem utilizada e anatureza de material que se quer esterilizar; o tempo máximo é de 30minutos depois de aquecida a autoclave (vantagem enorme sobre a estufa);há materiais que são esterilizáveis em 5 minutos. Vantagem da autoclave:pouco tempo gasto; boa penetração; alta produtividade; diversidade muitogrande de materiais que podem ser autoclavados. Desvantagem: corrosão eperda de corte dos instrumentais.

O calor seco (estufa):método eficiente de esterilização, quando normas etécnicas corretas são seguidas: quantidade correta de material colocado;maneira de acondicioná-lo; limpeza e secagem. A temperatura correta é de160oC. O ciclo é de 2 horas. Vantagens: eficaz para esterilizar metal, nãodestrói fio de instrumentos, não corrói e nem enferruja. Desvantagens:longo tempo; pequena penetração; descolore e queima papel e tecidos; comtemperatura superior a 170oC, destrói a têmpera do instrumento; apresentatemperatura no termostato diferente do termômetro colocado em cima (difi-culdade de controle). Simplificando, são três fases de esterilização a seco:1a. fase: tempo de aquecimento de 0 a 40 minutos e temperatura de 25oC a160oC; 2a. fase: tempo de colocação dos instrumentos dos 45 aos 70minutos e temperatura de 150oC a l60ºC,dando início ao ciclo de esteriliza-ção. 3a. fase: tempo de esterilização propriamente dito, sem abrir a porta daestufa, dos 80 aos 120 minutos e temperatura variando de 160oC a 162oCmarcada no termômetro e regulada pelo termostato bimetálico.

CONSIDERAR AINDA NO SISTEMA BEDA DE CONTROLE DEINFECÇÃO NO CONSULTÓRIO:

1-Anti-séptico: antes do tratamento, para redução da microbiota tópica;

2-Ultra-som: com o paciente anestesiado, aplicar a ponta D-10 de preferên-cia na cervical do dente e em toda a superfície do dente, inclusive até ofundo da bolsa periodontal, se for o caso, eliminando a placa e o tártaro ereduzindo a presença de estreptococos e enterococos. A raspagem é umeficiente método anti-séptico pré-cirúrgico.

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3-Jato de Bicarbonato de Sódio: excelente como pré-cirúrgico. Tem efeitobactericida. Ideal para remover placas de raízes expostas e removerendotoxinas bacterianas (antígenos).

4-Peças de mão: o que estão fazendo com as peças de mão? Esterilizandoou desinfectando? As peças de mão Dabi Atlante hoje são autoclaváveis.Seus condutos suportam água clorada 1X500. Submetem-se à vibração dascubas ultra-sônicas dentro de líquidos desincrustantes. O óleo lubrificantehoje é estéril e vem com dois bicos ejetores. São resistentes a Duplofen a5% ou Decident Sleeve. Por que tudo isso?

5-Ciclone: reduz os efeitos contaminadores do aerossol, da saliva e do san-gue, além de melhorar as condições de trabalho dentro da boca e dar maisqualidade ao tratamento.

O conceito de anti-sepsia tem sido incrementado nos anos recentes, devido,em parte, às doenças transmissíveis e à ansiedade da população em relaçãoà consciência de risco. O profissional deve incrementar suas medidas deanti-sepsia, em benefício do paciente e dele próprio.

(Resumo do Excepcional trabalho do Sr. Prof. Dr. Sérgio Narciso Marquesde Lima, professor titular de Periodontia do Departamento de Cirurgia daFORP/USP e da Sra. Profa. Dra. Izabel Ioko Ito, professora titular deMicrobiologia e Parasitologia da Faculdade de Farmácia da USP/RIBEIRÃO)

Ribeirão Preto, 1o. de abril de 1997 - Waldomiro W. Peixoto

DABI ATLANTE Compromisso com a Saúde Bucal

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