contestação (osmar)

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SERAFIM – ASSESSORIA & CONSULTORIA JURÍDICA MARCELO SERAFIM DE SOUZA - OAB/ES 18.472 ______________________________________________________ Rua Constante Sodré, nº 220 Vitória/ES www.marceloserafim.jud.adv.br Sala 403, Bairro: Santa Lúcia 3022-1841 / 98859-6496 [email protected] EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA 14ª VARA DO TRABALHO DE VITÓRIA – ESPÍRITO SANTO. Bem-aventurados os que observam a justiça... (Salmos 106:3) PROCESSO Nº 0000845-69.2015.5.17.0014 ANDERSON SILVA DE CARVALHO ME, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n° 12.526.191/0001-09, situada na Rua Monte do Caparaó, nº 08, Bairro Colina de Laranjeiras, CEP: 29.167-106 - Serra - ES, por seu advogado signatário, com escritório descrito no rodapé da página, onde recebe as intimações e notificações de praxe, nos autos da Reclamação Trabalhista que lhe move OSMAR HENRIQUE DE AVILA, já devidamente qualificado nos autos epigrafados, em trâmite neste MM. Juízo, vêm com todo o acato e respeito à honrada presença de V. Exa., apresentar a presente CONTESTAÇÃO com supedâneo no artigo 847 da CLT, combinado com o art. 300 do CPC, aplicado subsidiariamente por força do artigo 769 da CLT, com arrimo nos fatos e fundamentos a seguir expostos: I. DA SÍNTESE DA INICIAL Busca o reclamante o judiciário alegando em síntese que fora admitido a prestar serviços para a Reclamada, em 21/11/2011, sem registro em sua CTPS, nas funções de Marceneiro B, trabalhando de segunda a sexta-feira de 07:30 às 17:30 horas, com 01 hora de intervalo para almoço. Alega ainda que, após 17 (dezessete) meses laborando para a reclamada, o reclamante

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Page 1: Contestação (Osmar)

SERAFIM – ASSESSORIA & CONSULTORIA JURÍDICA MARCELO SERAFIM DE SOUZA - OAB/ES 18.472

______________________________________________________

Rua Constante Sodré, nº 220 Vitória/ES www.marceloserafim.jud.adv.br Sala 403, Bairro: Santa Lúcia 3022-1841 / 98859-6496 [email protected]

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA 14ª VARA DO TRABALHO DE VITÓRIA – ESPÍRITO

SANTO.

Bem-aventurados os que observam a justiça...

(Salmos 106:3)

PROCESSO Nº 0000845-69.2015.5.17.0014

ANDERSON SILVA DE CARVALHO ME, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o

n° 12.526.191/0001-09, situada na Rua Monte do Caparaó, nº 08, Bairro Colina de Laranjeiras,

CEP: 29.167-106 - Serra - ES, por seu advogado signatário, com escritório descrito no rodapé da

página, onde recebe as intimações e notificações de praxe, nos autos da Reclamação Trabalhista

que lhe move OSMAR HENRIQUE DE AVILA, já devidamente qualificado nos autos epigrafados,

em trâmite neste MM. Juízo, vêm com todo o acato e respeito à honrada presença de V. Exa.,

apresentar a presente CONTESTAÇÃO com supedâneo no artigo 847 da CLT, combinado com o

art. 300 do CPC, aplicado subsidiariamente por força do artigo 769 da CLT, com arrimo nos fatos

e fundamentos a seguir expostos:

I. DA SÍNTESE DA INICIAL

Busca o reclamante o judiciário alegando em síntese que fora admitido a prestar serviços para

a Reclamada, em 21/11/2011, sem registro em sua CTPS, nas funções de Marceneiro B,

trabalhando de segunda a sexta-feira de 07:30 às 17:30 horas, com 01 hora de intervalo para

almoço. Alega ainda que, após 17 (dezessete) meses laborando para a reclamada, o reclamante

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______________________________________________________

Rua Constante Sodré, nº 220 Vitória/ES www.marceloserafim.jud.adv.br Sala 403, Bairro: Santa Lúcia 3022-1841 / 98859-6496 [email protected]

teve anotada sua CTPS, somente em 01/04/2013, o que após, continuou a exercer à mesma

função e horário de trabalho. Aduz ainda que, foi dispensado sem justa causa, em 09/03/2015,

não sendo emitido o respectivo aviso prévio, tendo trabalhado para a reclamada, durante 03

(três) anos e 04 (quatro) meses. Afirma ainda que, malgrado sua dispensa ter ocorrido em março

de 2015, até a presente data, a reclamada não procedeu à homologação da Rescisão do Contrato

de Trabalho na Entidade Sindical da categoria, estando “supostamente” a reclamada em débito

com o Reclamante, referente suas verbas rescisórias. Por último aduz que, quando de sua

dispensa sem justo motivo, não teria recebido o salário referente aos meses de outubro,

novembro e dezembro do ano de 2014, bem como janeiro, fevereiro e março do ano de 2015.

Alegando ainda que, a reclamada deixou de promover os recolhimentos fundiários em sua conta

vinculada do FGTS. Requerendo por último a aplicação das multas estatuídas nos artigos 477 e

467 do diploma celetário concomitantemente, bem como seja penalizada a reclamada ainda,

pela suposta ausência de assinatura na CTPS do reclamante.

Todavia, a reclamação suso não procede, conforme restará demonstrado nesta defesa e no

curso da lide.

II. DO DIREITO

II.I. DA AUSÊNCIA DE ASSINATURA NA CTPS DO RECLAMANTE

Alega o reclamante, que fora admitido para laborar para a reclamada, em 21/11/2011. Todavia,

sua CTPS teria sido anotada (conforme alega) somente em 01/04/2013.

Contudo, nefasta e infundada alegação obreira não procede. Em primeiro lugar porque o

reclamante sequer ousou provar o alegado e para o direito é assaz cediço, vige a máxima alegar

e não provar, é o mesmo que nada alegar. Haja vista, afirmar sem provar, é falácia.

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Neste desiderato, insta consignar, assente jurisprudência tem firmado entendimento. Como

exemplo, citamos o seguinte aresto. Senão vejamos, verbis:

APELAÇAO CÍVEL Nº 024.039.005.749. RELATOR: DES. CARLOS

HENRIQUE RIOS DO AMARAL. ACÓRDAO APELAÇAO CÍVEL SUPOSTA

PRESSAO PARA FAZER ACORDO. AUSÊNCIA DE PROVA. [...] Não há prova

nos autos que garantam a afirmação da recorrente. Existe um nexo íntimo

entre o ônus de provar e o ônus de alegar, de modo que ...alegar e não

provar, é o mesmo que nada alegar. Negado provimento ao recurso1.

Portanto, não merece acolhimento o pedido obreiro, atinente a suposta alegação de ausência

de assinatura em sua CTPS por um período fictício de 17 meses, conforme aleivosamente alega.

II.II. DA RESCISÃO DO CONTRATO DE TRABALHO

Alega o reclamante ter sido dispensado sem justa causa, em 09/03/2015, porém, aduz que não

foi emitido o respectivo aviso prévio, tendo trabalhado para a Reclamada, durante 03 (três) anos

e 04 (quatro) meses. E malgrado sua dispensa tenha ocorrido na data supramencionada, este

alega que a reclamada ainda não procedeu à homologação da Rescisão do seu Contrato de

Trabalho na Entidade Sindical da categoria.

Todavia, sua infundada alegação não merece prosperar. Haja vista, a homologação de sua

rescisão deu-se no sindicato obreiro representativo da categoria, que, inclusive promoveu a

combatida reclamatória trabalhista. O que deveras, não conseguimos entender Exa. Pois se a

homologação do reclamante deu-se em referido Sindicato, como este funestamente afirma que

não houve homologação em suas dependências da rescisão obreira. Dessarte, requer a

improcedência do pleito autoral neste particular.

1 TJ-ES - AC: 24039005749 ES 24039005749. Relator: CARLOS HENRIQUE RIOS DO AMARAL. Data de Julgamento: 26/06/2007. PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL. Data de Publicação: 27/08/2007

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II.III. DO SALDO DE SALÁRIO

O reclamante afirma que, quando de sua dispensa sem justo motivo, não recebeu o salário

referente aos meses de outubro, novembro e dezembro de 2014, bem como janeiro, fevereiro

e março de2015.

Todavia, infundada alegação obreira não procede. Haja vista, todas as verbas obreiras, seja

resilitórias ou contratual foram a contento adimplidas pela reclamada. O que leva-nos a

acreditar que, a astuta, nefasta, funesta, perniciosa e amoral vontade deliberada do reclamante,

em ver condenada em pecúnia a reclamada, não é outro, senão locupletar-se ilícita e

indevidamente. Portanto, neste particular, também não merece prosperar a infundada alegação

obreira.

II.IV. DOS DEPÓSITOS FUNDIÁRIOS, PREVIDENCIÁRIOS E MULTA

Alega o reclamante que, a reclamada deixou de promover os recolhimentos fundiários na conta

vinculada do FGTS do Reclamante. Devendo ser compelida a efetuar referidos pagamentos,

acrescidos da multa correspondente, além da obrigação de efetuar os recolhimentos

previdenciários ao INSS.

Ocorre que mais uma vez falta com a verdade o reclamante. Eis que todas as obrigações da

reclamada para com aquele foram rigorosamente a contento adimplidas pela reclamada.

Portanto, não procede infundada alegação, devendo ser desconsiderada pelo nobre julgador

monocrático, que saberá do alto de seu convencimento distinguir nítido e cristalino desejo

desmedido de locupletamento ilícito de realidade dos fatos, trazidos pela reclamada na presente

peça de resistência.

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II.V. DA MULTA DOS ARTIGOS 477 E 467 DA CLT

Aduz o reclamante que, a reclamada burlou a lei, bem como a Convenção Coletiva de Trabalho.

Sendo cabíveis conforme aduz, a multa estatuída no artigo 477 da CLT. Bem como alega, fazer

jus ao recebimento da multa no percentual de 50% (cinqüenta por cento), sobre as verbas

incontroversas, preconizada no artigo 467 da CLT.

Todavia, conforme supra apontado, jamais a reclamada burlou qualquer norma trabalhista, não

sendo cabível, portanto, a multa mencionada no artigo 477 da CLT. Bem como inexistem verbas

incontroversas na presente demanda. Portanto, de igual forma, incabível também a multa

estatuída no artigo 467 do diploma celetário.

II.VI. DA MULTA SEM CTPS ASSINADA

Demonstrado supra que o reclamante não laborou sem CTPS assinada nas dependências da

reclamada. E mais, que o reclamante sequer provou nos autos infundada alegação descabe a

multa em questão. É o que desde já se requer.

III – DO REQUERIMENTO

Diante do exposto, REQUER-SE A VOSSA EXCELÊNCIA QUE JULGUE IMPROCEDENTE A AÇÃO,

condenando-se o Reclamante ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios,

retendo-se os valores devidos por ele ao fisco e à Previdência Social.

Protesta-se pela produção de todas as provas em direito admitidas, documental, pericial e

testemunhal, principalmente pelo depoimento pessoal do Reclamante, sob pena de confesso e

compensação de todos os valores pagos a qualquer título.

Page 6: Contestação (Osmar)

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______________________________________________________

Rua Constante Sodré, nº 220 Vitória/ES www.marceloserafim.jud.adv.br Sala 403, Bairro: Santa Lúcia 3022-1841 / 98859-6496 [email protected]

Termos em que,

Pede e espera deferimento.

Vitória/ ES, 15 de setembro de 2015.

_________________________

MARCELO SERAFIM DE SOUZA

ADVOGADO - OAB/ES 18.472