contestação (osmar)
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SERAFIM – ASSESSORIA & CONSULTORIA JURÍDICA MARCELO SERAFIM DE SOUZA - OAB/ES 18.472
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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA 14ª VARA DO TRABALHO DE VITÓRIA – ESPÍRITO
SANTO.
Bem-aventurados os que observam a justiça...
(Salmos 106:3)
PROCESSO Nº 0000845-69.2015.5.17.0014
ANDERSON SILVA DE CARVALHO ME, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o
n° 12.526.191/0001-09, situada na Rua Monte do Caparaó, nº 08, Bairro Colina de Laranjeiras,
CEP: 29.167-106 - Serra - ES, por seu advogado signatário, com escritório descrito no rodapé da
página, onde recebe as intimações e notificações de praxe, nos autos da Reclamação Trabalhista
que lhe move OSMAR HENRIQUE DE AVILA, já devidamente qualificado nos autos epigrafados,
em trâmite neste MM. Juízo, vêm com todo o acato e respeito à honrada presença de V. Exa.,
apresentar a presente CONTESTAÇÃO com supedâneo no artigo 847 da CLT, combinado com o
art. 300 do CPC, aplicado subsidiariamente por força do artigo 769 da CLT, com arrimo nos fatos
e fundamentos a seguir expostos:
I. DA SÍNTESE DA INICIAL
Busca o reclamante o judiciário alegando em síntese que fora admitido a prestar serviços para
a Reclamada, em 21/11/2011, sem registro em sua CTPS, nas funções de Marceneiro B,
trabalhando de segunda a sexta-feira de 07:30 às 17:30 horas, com 01 hora de intervalo para
almoço. Alega ainda que, após 17 (dezessete) meses laborando para a reclamada, o reclamante
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teve anotada sua CTPS, somente em 01/04/2013, o que após, continuou a exercer à mesma
função e horário de trabalho. Aduz ainda que, foi dispensado sem justa causa, em 09/03/2015,
não sendo emitido o respectivo aviso prévio, tendo trabalhado para a reclamada, durante 03
(três) anos e 04 (quatro) meses. Afirma ainda que, malgrado sua dispensa ter ocorrido em março
de 2015, até a presente data, a reclamada não procedeu à homologação da Rescisão do Contrato
de Trabalho na Entidade Sindical da categoria, estando “supostamente” a reclamada em débito
com o Reclamante, referente suas verbas rescisórias. Por último aduz que, quando de sua
dispensa sem justo motivo, não teria recebido o salário referente aos meses de outubro,
novembro e dezembro do ano de 2014, bem como janeiro, fevereiro e março do ano de 2015.
Alegando ainda que, a reclamada deixou de promover os recolhimentos fundiários em sua conta
vinculada do FGTS. Requerendo por último a aplicação das multas estatuídas nos artigos 477 e
467 do diploma celetário concomitantemente, bem como seja penalizada a reclamada ainda,
pela suposta ausência de assinatura na CTPS do reclamante.
Todavia, a reclamação suso não procede, conforme restará demonstrado nesta defesa e no
curso da lide.
II. DO DIREITO
II.I. DA AUSÊNCIA DE ASSINATURA NA CTPS DO RECLAMANTE
Alega o reclamante, que fora admitido para laborar para a reclamada, em 21/11/2011. Todavia,
sua CTPS teria sido anotada (conforme alega) somente em 01/04/2013.
Contudo, nefasta e infundada alegação obreira não procede. Em primeiro lugar porque o
reclamante sequer ousou provar o alegado e para o direito é assaz cediço, vige a máxima alegar
e não provar, é o mesmo que nada alegar. Haja vista, afirmar sem provar, é falácia.
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Neste desiderato, insta consignar, assente jurisprudência tem firmado entendimento. Como
exemplo, citamos o seguinte aresto. Senão vejamos, verbis:
APELAÇAO CÍVEL Nº 024.039.005.749. RELATOR: DES. CARLOS
HENRIQUE RIOS DO AMARAL. ACÓRDAO APELAÇAO CÍVEL SUPOSTA
PRESSAO PARA FAZER ACORDO. AUSÊNCIA DE PROVA. [...] Não há prova
nos autos que garantam a afirmação da recorrente. Existe um nexo íntimo
entre o ônus de provar e o ônus de alegar, de modo que ...alegar e não
provar, é o mesmo que nada alegar. Negado provimento ao recurso1.
Portanto, não merece acolhimento o pedido obreiro, atinente a suposta alegação de ausência
de assinatura em sua CTPS por um período fictício de 17 meses, conforme aleivosamente alega.
II.II. DA RESCISÃO DO CONTRATO DE TRABALHO
Alega o reclamante ter sido dispensado sem justa causa, em 09/03/2015, porém, aduz que não
foi emitido o respectivo aviso prévio, tendo trabalhado para a Reclamada, durante 03 (três) anos
e 04 (quatro) meses. E malgrado sua dispensa tenha ocorrido na data supramencionada, este
alega que a reclamada ainda não procedeu à homologação da Rescisão do seu Contrato de
Trabalho na Entidade Sindical da categoria.
Todavia, sua infundada alegação não merece prosperar. Haja vista, a homologação de sua
rescisão deu-se no sindicato obreiro representativo da categoria, que, inclusive promoveu a
combatida reclamatória trabalhista. O que deveras, não conseguimos entender Exa. Pois se a
homologação do reclamante deu-se em referido Sindicato, como este funestamente afirma que
não houve homologação em suas dependências da rescisão obreira. Dessarte, requer a
improcedência do pleito autoral neste particular.
1 TJ-ES - AC: 24039005749 ES 24039005749. Relator: CARLOS HENRIQUE RIOS DO AMARAL. Data de Julgamento: 26/06/2007. PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL. Data de Publicação: 27/08/2007
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II.III. DO SALDO DE SALÁRIO
O reclamante afirma que, quando de sua dispensa sem justo motivo, não recebeu o salário
referente aos meses de outubro, novembro e dezembro de 2014, bem como janeiro, fevereiro
e março de2015.
Todavia, infundada alegação obreira não procede. Haja vista, todas as verbas obreiras, seja
resilitórias ou contratual foram a contento adimplidas pela reclamada. O que leva-nos a
acreditar que, a astuta, nefasta, funesta, perniciosa e amoral vontade deliberada do reclamante,
em ver condenada em pecúnia a reclamada, não é outro, senão locupletar-se ilícita e
indevidamente. Portanto, neste particular, também não merece prosperar a infundada alegação
obreira.
II.IV. DOS DEPÓSITOS FUNDIÁRIOS, PREVIDENCIÁRIOS E MULTA
Alega o reclamante que, a reclamada deixou de promover os recolhimentos fundiários na conta
vinculada do FGTS do Reclamante. Devendo ser compelida a efetuar referidos pagamentos,
acrescidos da multa correspondente, além da obrigação de efetuar os recolhimentos
previdenciários ao INSS.
Ocorre que mais uma vez falta com a verdade o reclamante. Eis que todas as obrigações da
reclamada para com aquele foram rigorosamente a contento adimplidas pela reclamada.
Portanto, não procede infundada alegação, devendo ser desconsiderada pelo nobre julgador
monocrático, que saberá do alto de seu convencimento distinguir nítido e cristalino desejo
desmedido de locupletamento ilícito de realidade dos fatos, trazidos pela reclamada na presente
peça de resistência.
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II.V. DA MULTA DOS ARTIGOS 477 E 467 DA CLT
Aduz o reclamante que, a reclamada burlou a lei, bem como a Convenção Coletiva de Trabalho.
Sendo cabíveis conforme aduz, a multa estatuída no artigo 477 da CLT. Bem como alega, fazer
jus ao recebimento da multa no percentual de 50% (cinqüenta por cento), sobre as verbas
incontroversas, preconizada no artigo 467 da CLT.
Todavia, conforme supra apontado, jamais a reclamada burlou qualquer norma trabalhista, não
sendo cabível, portanto, a multa mencionada no artigo 477 da CLT. Bem como inexistem verbas
incontroversas na presente demanda. Portanto, de igual forma, incabível também a multa
estatuída no artigo 467 do diploma celetário.
II.VI. DA MULTA SEM CTPS ASSINADA
Demonstrado supra que o reclamante não laborou sem CTPS assinada nas dependências da
reclamada. E mais, que o reclamante sequer provou nos autos infundada alegação descabe a
multa em questão. É o que desde já se requer.
III – DO REQUERIMENTO
Diante do exposto, REQUER-SE A VOSSA EXCELÊNCIA QUE JULGUE IMPROCEDENTE A AÇÃO,
condenando-se o Reclamante ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios,
retendo-se os valores devidos por ele ao fisco e à Previdência Social.
Protesta-se pela produção de todas as provas em direito admitidas, documental, pericial e
testemunhal, principalmente pelo depoimento pessoal do Reclamante, sob pena de confesso e
compensação de todos os valores pagos a qualquer título.
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Termos em que,
Pede e espera deferimento.
Vitória/ ES, 15 de setembro de 2015.
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MARCELO SERAFIM DE SOUZA
ADVOGADO - OAB/ES 18.472