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Trabalho Inscrito na Categoria de Artigo Completo ISBN: 978-85-68242-94-0 213 EIXO TEMÁTICO: ( X) Bacias Hidrográficas, Planejamento e Gestão dos Recursos Hídricos ( ) Biodiversidade e Unidades de Conservação ( ) Campo, Agronegócio e as Práticas Sustentáveis ( ) Cidade, Arquitetura e Sustentabilidade ( ) Educação Ambiental ( ) Geotecnologias Aplicadas à Análise Ambiental ( ) Gestão dos Resíduos Sólidos ( ) Gestão e Preservação do Patrimônio Arquitetônico, Cultural e Paisagístico ( ) Mudanças Climáticas ( ) Novas Tecnologias Sustentáveis ( ) Paisagem, Ecologia Urbana e o Planejamento Ambiental ( ) Saúde, Saneamento e Ambiente ( ) Turismo e o Desenvolvimento Local Contaminação e Poluição das Águas Subterrâneas: Uma Breve Revisão Contamination and Pollution of Groundwaters: A Brief Review Contaminación y Polución de Aguas Subterráneas: Una Breve Revisión Paola Beatriz Fernandes dos Santos Mestranda em Engenharia Civil, UNESP- Ilha Solteira/SP, Brasil. [email protected] Amanda de Moraes Ricardi Mestranda em Engenharia Civil, UNESP- Ilha Solteira/SP, Brasil. [email protected] César Gustavo da Rocha Lima Professor Doutor, UNESP- Ilha Solteira/SP, Brasil. [email protected]

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EIXO TEMÁTICO: ( X) Bacias Hidrográficas, Planejamento e Gestão dos Recursos Hídricos ( ) Biodiversidade e Unidades de Conservação ( ) Campo, Agronegócio e as Práticas Sustentáveis ( ) Cidade, Arquitetura e Sustentabilidade ( ) Educação Ambiental ( ) Geotecnologias Aplicadas à Análise Ambiental ( ) Gestão dos Resíduos Sólidos ( ) Gestão e Preservação do Patrimônio Arquitetônico, Cultural e Paisagístico ( ) Mudanças Climáticas ( ) Novas Tecnologias Sustentáveis ( ) Paisagem, Ecologia Urbana e o Planejamento Ambiental ( ) Saúde, Saneamento e Ambiente ( ) Turismo e o Desenvolvimento Local

Contaminação e Poluição das Águas Subterrâneas: Uma Breve Revisão

Contamination and Pollution of Groundwaters: A Brief Review

Contaminación y Polución de Aguas Subterráneas: Una Breve Revisión

Paola Beatriz Fernandes dos Santos Mestranda em Engenharia Civil, UNESP- Ilha Solteira/SP, Brasil.

[email protected]

Amanda de Moraes Ricardi

Mestranda em Engenharia Civil, UNESP- Ilha Solteira/SP, Brasil. [email protected]

César Gustavo da Rocha Lima

Professor Doutor, UNESP- Ilha Solteira/SP, Brasil. [email protected]

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RESUMO Com a expansão territorial das zonas urbanas, industriais, o surgimento de bairros emergentes e o crescimento populacional consequentemente aumentam as pressões e os riscos de poluição das fontes hídricas, principalmente as subterrâneas. Diante deste contexto, este trabalho tem o objetivo de apresentar e levar em consideração algumas das ocorrências de contaminação e poluição que podem ocorrer nas águas subterrâneas e, com isto, abordar algumas referências bibliográficas com o propósito de demonstrar alterações da qualidade da água através da ação antrópica e da ação de contaminantes emergentes. São diversos os casos elencados, desde a poluição difusa até a pontual, onde pesquisadores se empenharam em estudar a dinâmica hidráulica subterrânea a fim de determinar quais os níveis de contaminação e/ou poluição da água consumida em diversas localidades. Dentre as referências disponíveis, destacam-se aqui nesta revisão problemas de contaminação da água subterrânea por esgotos domésticos, aterros sanitários e lixões, fármacos, cemitérios, radioatividade natural e artificial, resíduos industriais, arsênio, agrotóxicos e vazamento de combustível. PALAVRAS-CHAVE: Recursos Hídricos. Aquíferos. Qualidade da Água.

ABSTRACT With the territorial expansion of urban and industrial zones, the emergence of emerging neighborhoods and population growth consequently increase the pressures and risks of pollution of water sources, especially underground ones. In this context, this work aims to present and take into account some of the occurrences of contamination and pollution that may occur in groundwater, and with this, to address some bibliographical references with the purpose of demonstrating changes in water quality through action and the action of emerging contaminants. There are a number of cases, ranging from diffuse to punctual pollution, where researchers have undertaken to study underground hydraulic dynamics at the site in order to determine the levels of contamination and / or pollution of water consumed in several localities. Among the available references, we highlight in this review problems of contamination of groundwater by domestic sewage, landfills and dumps, drugs, graveyard, natural and artificial radioactivity, industrial waste, arsenic, pesticides and fuel leakage. KEYWORDS: Water Resource. Aquifers. Water Quality. RESUMEN Con la expansión territorial de las zonas urbanas, industriales, el surgimiento de barrios emergentes y el crecimiento poblacional consecuentemente aumentan las presiones y los riesgos de contaminación de las fuentes hídricas, principalmente las subterráneas. En este contexto, este trabajo tiene el objetivo de presentar y tomar en consideración algunas de las ocurrencias de contaminación y contaminación que pueden ocurrir en las aguas subterráneas, y con ello, abordar algunas referencias bibliográficas con el propósito de demostrar alteraciones de la calidad del agua a través de la acción antrópica y de la acción de contaminantes emergentes. Son varios los casos enumerados, desde la contaminación difusa hasta la puntual, donde investigadores se empeñaron en estudiar la dinámica hidráulica subterránea en el local a fin de determinar cuáles son los niveles de contaminación y / o contaminación del agua consumida en diversas localidades. En las referencias disponibles, destacan aquí en esta revisión problemas de contaminación del agua subterránea por alcantarillas domésticas, rellenos sanitarios y basurales, fármacos, cementerio, radiactividad natural y artificial, residuos industriales, arsénico, agrotóxicos y por fugas de combustible.

PALABRAS CLAVE: Recursos Hídricos. Acuíferos. Calidad Del Agua.

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1 INTRODUÇÃO

O crescimento populacional e a urbanização engendrada de forma acelerada e sem o devido

planejamento aumentaram a pressão antrópica sobre os recursos hídricos subterrâneos,

sobretudo no que se refere àqueles usados para o abastecimento urbano. Isto gerou numerosos

impactos sobre estes recursos naturais, principalmente por meio do lançamento de esgotos e

de resíduos urbanos e industriais nas águas (TUCCI, 2008).

A água subterrânea é uma fonte importante de água potável e, geralmente, requer tratamentos

menores ou nenhum tratamento devido ao seu estado de confinamento. Tal fato torna este

manancial hídrico ainda mais atrativo. No entanto, doenças causadas pelo consumo de água

subterrânea contaminada são relatadas por países em todos os níveis de desenvolvimento

econômico (WHO, 2006).

A exploração desses mananciais subterrâneos se tornou-se cada vez mais acessível devido às

tecnologias atuais. Com isso, as regiões urbanas/industriais com acesso a um aquífero livre (mais

próximo da superfície), podem gerar sérios riscos de contaminação ou poluição da água

dependendo do uso do solo ou da proteção inadequada dos poços. Rebouças (2006) apud. Meira

et al. (2014) alerta que a extração desordenada de águas subterrâneas, com poços mal

projetados ou abandonados e sem qualquer medida de proteção, constituem os principais focos

de poluição do manancial subterrâneo no meio urbano.

Porém podem existir outras causas resultantes na poluição do manancial subterrâneo, muitas

vezes desconhecidas pela população em geral. Diante deste contexto, torna-se fundamental

conhecer as variadas fontes poluidoras deste recurso tão vital aos seres vivos.

2 OBJETIVOS O objetivo deste trabalho é apresentar, com base na literatura sobre o assunto, a fragilidade da

água subterrânea à presença da ação antrópica sobre ela e algumas das principais fontes

potenciais de contaminação deste recurso, as quais nem sempre são de conhecimento geral da

sociedade.

3 FONTES POLUIDORAS 3.1 Esgotos domésticos Os esgotos são as principais fontes de poluição por atividade antrópica, neles pode-se observar

substâncias de produtos de limpeza e dejetos humanos. Segundo Beaudet et al. (2014), a

maioria dos microrganismos presentes nos esgotos, quando infiltrados no solo e em contato

com água utilizada no consumo humano, causam diarréia e outras doenças, como a “síndrome

do bebê azul” (metahemoglobinemia) causada pela ingestão frequente de água com nitrato em

concentrações elevadas, que afeta a capacidade de transporte de oxigênio no sangue.

Apenas um dado geral sobre o Brasil, segundo dados da ANA (2017), o sistema de coleta de

esgotos encontra-se da seguinte maneira: 53% sendo atendido por sistema coletivo (rede

coletora e estação de tratamento de esgotos); 12% atendido por solução individual (fossa

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séptica); 18% da população se enquadra na situação em que os esgotos são coletados, mas não

são tratados; e 27% é desprovida de atendimento, ou seja, não existe coleta nem tratamento de

esgotos. Tal fato chama a atenção, uma vez que parte destes esgotos podem potencialmente

atingir mananciais subterrâneos, contaminando a água e colocando em risco a saúde de

populações inteiras, principalmente em locais onde a exploração da água subterrânea ainda

ocorre de maneiras mais obsoletas.

Segundo estudos conduzidos por Silva et al. (2014), no bairro Pedra Noventa em Cuiabá (MT),

em um aquífero que ocorre em condição livre, foram medidos 31 poços tipo cacimba (ou

amazonas) dentro do bairro, para determinação de pH (potencial hidrogeniônico), amônia,

nitrato e fosfato. Os resultados das concentrações destes compostos se encontraram acima dos

Valores Máximo permissíveis para o consumo humano, exigidos pela Portaria n° 2914 de 2011,

do Ministério da Saúde, que dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da

qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade.

O bairro Pedra Noventa, Cuiabá (MT) cresceu de forma emergente e sem planejamento, não

podendo atender à demanda hídrica populacional. Desta forma, optou-se na escavação, pelos

moradores, de poços rasos tipo cacimba. Silva et al. (2014) ressaltou que as prováveis fontes de

contaminação foram fossas sépticas construídas pelos moradores do novo bairro e de matérias

orgânicas em decomposição que caem nos poços abertos. Contudo também concluíram que a

falta de saneamento básico da região contribuiu para as alterações provocadas nas águas

subterrâneas. Assim ela pode conter: bactérias, as quais provocam infecções intestinais

epidérmicas e endêmicas; vírus: provocam hepatites e infecções nos olhos; protozoários:

responsáveis pelas amebíases e giardíases; vermes: esquistossomose e outras infestações.

Causando riscos e danos à potabilidade da água para a população local.

3.2 Poluições por aterros sanitários e “lixões” Os aterros sanitários tem a finalidade de ser obras de engenharia que armazenam de forma

segura os resíduos sólidos urbanos em contraposição ao despejo de resíduos sem controle

“lixões”. As normas de construção dos aterros visam conter problemas de poluição ao meio

ambiente, principalmente aos recursos hídricos, e sem causar danos à saúde humana.

Entretanto, o “chorume” produzido nos aterros e principalmente nos lixões, tem alta

concentração de substâncias nocivas à saúde humana e são potencialmente fonte poluidoras

das águas subterrâneas (ELK, 2007). Alguns estudos têm sido publicados no sentido de

monitorar e avaliar a contaminação nessas áreas de deposição de lixo.

Mondelli et al. (2016) conduziram uma pesquisa no entorno de um aterro de resíduos sólidos

urbanos em Bauru (SP), no período de 2003 a 2008, com o objetivo de monitoramento ambiental

de um aterro em zona rural. Mondelli (2008) demonstrou que a camada de proteção do aterro

não apresentava a eficiência necessária, levando a outras plumas de contaminação que

variavam conforme a época, o tipo e a frente de disposição dos resíduos. Se os padrões das

amostras coletadas nos poços, segundo Mondelli et al. (2016), fossem comparados aos limites

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adotados pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo - CETESB (2014), os seguintes

parâmetros estariam representando nociva e potencial contaminação: pH, fosfato total, DBO

(Demanda bioquímica de oxigênio), Pb (Chumbo), Fe (Ferro) e Cr (Cromo).

De acordo com Ribeiro et al. (2006), no aquífero Alter do Chão, no bairro Novo Israel em Manaus

(AM), após investigação de contaminação por depósito de lixo (lixão) com a medição de 18 poços

tubulares (cerca de 80 metros de profundidade) e cacimbas, foram destacadas contaminações

por Alumínio (Al), Ferro (Fe), Arsenio (As), Cádmo (Cd), Antimônio (Sb), Chumbo (Pb), Selenio

(Se) e contaminações pontuais de Zinco (Zn) e Manganês (Mn). Concluiu-se que a água do bairro

Novo Israel (Manaus, AM) estava comprometida para consumo humano.

3.3 Fármacos

A existência de contaminantes emergentes nas águas superficiais, e subterrâneas gera à urgente

necessidade de monitoramento ambiental dessas substâncias nas águas, uma vez que a

potencialidade dos seus riscos ainda não é totalmente conhecida pelo homem.

A rota dos fármacos ainda não é bem definida, porém segundo Bila e Dezotti (2007) ela pode

estender para a água subterrânea. A interação dos fármacos exemplificada inicia na absorção

pelo organismo humano e no qual estão sujeitos a reações metabólicas e grandes quantidades

dessas substâncias serão excretadas via urina, fezes ou esterco animal.

O esterco ou o lodo digestivo da E.T.E (Estação de tratamento de esgoto) pode contaminar as

águas presentes no subsolo e os antibióticos usados como aditivos nas rações dos peixes e

criações de porcos e aves também auxiliam na contaminação. Consequentemente a disposição

inadequada dos fármacos industriais em aterros leva a contaminação de águas superficiais e

águas subterrâneas Torres et al. (2012). Essas substâncias são denominadas desreguladores

endócrinos, e são poluentes ambientais que interferem nas funções do sistema endócrino e em

seres humanos. Os efeitos observados incluem a redução da quantidade de esperma,

endometriose e o aumento da incidência do câncer de mama, de testículo e de próstata (Bila e

Dezotti, 2007).

Bila e Dezotti (2007) denotam que a água é uma fonte de exposição à desreguladores

endócrinos, onde as águas do subsolo podem ser contaminadas pela infiltração de substâncias

químicas através do solo, na agricultura ou mesmo em áreas urbanas, ou no descarte de

efluentes industriais e domésticos, sendo que muitas dessas substâncias não alcançam a

eficiência na remoção por processos convencionais de tratamento de água.

3.4 Cemitérios

Os cemitérios são utilizados mundialmente como uma forma das pessoas se despedirem e

visitaram seus familiares. Segundo Campos (2007), trata-se de um local onde são realizados atos

de sepultamento e enterros de cadáveres. Podem ser classificados em três tipos, sendo eles,

cemitérios parque, cemitérios horizontais e cemitérios verticais, cada tipo com suas intrínsecas

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características, que os distinguem entre os outros. Contudo, mesmo apresentando distinções

construtivas, os cemitérios oferecem riscos potenciais de contaminação ambiental e riscos

danosos à saúde pública.

As implantações de cemitérios possuem critérios, uma vez que a disposição inadequada gera

efeitos poluidores da água subterrânea. Estudos relacionados à implantação ambiental é

estabelecido pela resolução n° 335 do Conselho Nacional de Meio Ambiente – CONAMA de 3 de

abril de 2003 (CONAMA, 2003). Outros dados como caracterização hidrogeológica, níveis

inferiores das sepulturas com relação ao nível freático podem ser vistos com mais detalhes em

Francisco et al. (2017).

A contaminação relacionada aos cemitérios pode ocorrer por causa do necrochorume - produto

da coliquação, denominado pelo CONAMA 335/2003, que é constituído pelo líquido produzido

pela decomposição do corpo por microrganismos como vírus e bactérias (CONAMA, 2003).

Trata-se de um líquido viscoso, de cor castanho-acinzentada, com forte cheiro e grau variado de

patogenicidade (ALMEIDA et al. 2006). Águas contaminadas por este poluente podem transmitir

doenças como a febre tifoide, hepatite A, tétano, tuberculose entre outras.

O necrochorume pode se movimentar pelo solo ou água, atingindo o aquífero e contaminando

a água utilizada para abastecimento da população. Portanto é necessário analisar não apenas a

composição que constitui o líquido do necrochorume, mas também o tipo de solo de instalação

do cemitério. Os vírus e as bactérias oriundas do necrochorume, como os micrococcaceae,

estreptocos, bacilos e enterobactérias, possuem resistência muito elevada no solo e

principalmente na água, podendo causar epidemias se atingirem de fato a via aquática

subterrânea (WHO, 1998).

O necrochorume quando no interior do aquífero pode ser dissolvido (a depender da

solubilidade), carreado no sentido de fluxo do aquífero ou se depositar na camada inferior

impermeável do mesmo. Apesar de sua densidade ser maior do que a da água (d = 1,23 g/cm³),

seu valor é tão elevado a ponto de todo o poluente atravessar o aquífero até sua camada

impermeável, podendo propagar-se a um raio de 400 metros de distância do cemitério,

dependendo da geologia da região (LOPES, 2007 apud CARNEIRO, 2008). Com isto, parte do

necrochorume poderá ser carreada pela água subterrânea no sentido do fluxo da água e ser

espalhado pela região.

WHO (1998) elucida que se o necrochorume chegar ao aquífero e ainda contiver contaminante,

o manancial estará comprometido dado que vírus e bactérias mais resistentes contaminam a

água e a tornam imprópria para consumo humano.

WHO (1998) detectou, em três cemitérios do Brasil localizados no estado de São Paulo,

bactérias do grupo coliforme nas águas subterrâneas. Os vírus são mais facilmente fixados pelas

partículas do solo do que as bactérias, por isso estas últimas atingiram o lençol freático. Os vírus

presentes no necrochorume ficam adsorvidos nos grãos de argila, dificultando sua chegada ao

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aquífero. Porém em solos arenosos e cascalhos, estes podem alcançar longas distâncias.

(DUBOISE, 1976 apud WHO, 1998).

Silva et al. (2009) empregou o método geofísico para avaliar a existência de contaminação por

necrochorume na água subterrânea do cemitério da Vila Rezende, Piracicaba (SP). Através do

método foi possível constatar a confirmação da contaminação da água, uma vez que o nível

freático ocorre em baixa profundidade no local.

3.5 Radioatividade natural e artificial Nas águas subterrâneas, em algumas regiões, a presença de elementos radioativos naturais

pode ser detectada em decorrência das rochas presentes no local, devendo esta ser alvo de

monitoramento constante para determinar as concentrações destes componentes e evitar que

a água apresente um risco de periculosidade quando explotada (GOMES, 2013). Em Portugal, a

radioatividade natural por urânio está presente no solo e nas rochas, a qual pode contaminar a

água subterrânea (MADRUGA et al. 2015).Usinas nucleares ou atividades de mineração são

caracterizadas por radiação artificial. Sua contaminação nas águas subterrâneas pode ocorrer

pela falha de manutenção ou acidentes, por exemplo.

Quando avaliados, os efeitos por radiação natural ou artificial com relação ao risco para a saúde

não se diferem. Entretanto o controle da radiação natural se torna mais dificultoso, uma vez que

pode ser encontrado em diversos pontos no abastecimento de água antes de seu consumo,

diferentemente da origem artificial, que pode ter sua entrada controlada na rede de

abastecimento de água (WHO, 2011).

Nas cidades de Caetité e Lagoa Real (sudoeste da Bahia, Brasil) em 2008, o grupo Greenpeace

coletou amostras de águas de poços para determinar se as comunidades estavam sendo

expostas ao urânio das atividades de mineração, instaladas no território num raio de 20 km. Os

resultados demonstraram que a água utilizada para o consumo humano apresentou

contaminação acima dos índices adequados indicados pela Organização Mundial de Saúde

(WHO, 2006), e pela legislação brasileira do CONAMA (GREENPEACE, 2008).

Na Central Nuclear de Fukushima I, localizada no Japão, o acidente por maremoto (magnitude

de 7,9 até 9 escala Richter) causou o desligamento da usina. O césio-137 presente nos produtos

de pesca impactou a vida marinha e a pesca local, uma vez que a pesca de arrasto foi suspensa,

exceto a experimental. A solução implantada pela TEPCO (2018) foi a proibição de pesca de

crustáceos, peixes de algumas espécies, algas, moluscos e baleias, sendo que em algumas foram

proibidas todas as espécies. A contaminação da água do mar é agravada pela descarga da água

subterrânea contaminada, onde as autoridades japonesas tentam medidas construtivas para

evitar que isso ocorra (BUESSELER et al. 2011; GREENPEACE, 2019),

O acidente da Usina Nuclear Chernobyl na Ucrânia, ocorrido em 1986, foi um dos maiores

registrados na história pelo seu impacto causado. Com relação às águas subterrâneas, a

Internacional Atomic Energy Agency – IAEA (2006) publicou um acompanhamento dos últimos

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30 anos da usina, onde retrata diversos aspectos relacionados à contaminação causada pela

explosão da Usina. Na Europa Ocidental, inicialmente foi aconselhado evitar o consumo de água

potável de alguns países, impactando inclusive às irrigações presentes e os produtos obtidos

delas. Posteriormente, Faybishenko et al. (2014) retratou à importância do estudo da

vulnerabilidade dos aquíferos frente ao acidente de Chernobyl.

Os efeitos da radiação no organismo humano são desde câncer (tireoide, leucemia, câncer sólido não tireoidiano), cataratas, doenças cardiovasculares e outros efeitos que são estudados ao longo das gerações, como o aumento da síndrome de Down nove meses após o incidente de Chernobyl (UNSCEAR 1988; UNSCEAR 1988; UNSCEAR 2000; UNSCEAR 2001; UNSCEAR 2008; TAKAMURA et al. 2016).

3.6 Industrial A poluição de origem industrial pode ocorrer por falhas na manutenção, acidentes, problemas

de armazenamento, manuseio inadequado de inúmeros tipos de matérias-primas e produtos,

lançamentos irregulares ou despejos de efluentes, disposição inadequada de resíduos sólidos e

vazamentos de lagoas de efluentes. Os fatores que determinam são às substâncias nocivas que

podem ser levadas às águas subterrâneas, principalmente metais pesados e solventes.

No distrito de Capão Grande, Várzea Grande (MT), foi analisada uma pluma de contaminação

causada pela disposição inadequada em valas dos resíduos provenientes de uma indústria de

curtume na região (CUNHA et al. 2011). Resíduos de curtume não adequadamente tratados

podem atingir o lençol freático e reservatórios de rios com alto poder de contaminação. Em

análises químicas das águas subterrâneas, constatou-se a presença de cromo em concentrações

muito elevadas às permitidas pela legislação (0,05 mg/L) (Ministério da saúde, 2006). Com o

tempo, o cromo poderia contribuir para um efeito de bioacumulação, fenômeno que leva ao

aumento da concentração de substância tóxica no tecido nos níveis mais elevados da cadeia

alimentar. Os autores evidenciaram que a ingestão desses organismos pelo homem pode causar

graves danos à saúde, sendo considerado uma substância carcinogênica (Cunha et al. 2011).

3.7 Arsênio A contaminação por arsênio (As) é deliberadamente estudada e discutida no meio científico, uma vez que inúmeros estudos apontaram que este componente é ultra tóxico: 125 mg são fatais para um ser humano adulto. Se consumido em porções mínimas ao longo do tempo, leva ao óbito. O veneno se acumula no organismo e demora até duas décadas para se manifestar (GONÇALVES, 2011). Os efeitos carcinogênicos da intoxicação por Arsênio estão associados à exposição crônica por vários anos. Os tipos de cânceres associados à exposição crônica são: câncer de pele, pulmão (inalação), próstata, bexiga, rim e fígado (NRC, 2001). Segundo Borba et al. (2004), no Quadrilátero Ferrífero (MG), a presença de arsênio natural nas rochas pode ser levado a contaminar a água subterrânea através das atividades de mineração. Para a explotação segura na região torna-se essencial a precaução e controle intensivos, em razão dos valores detectados resultarem de 2 a 2980 μg/L, e na maioria das amostras o valor ser

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sempre superior ao permitido para o consumo humano, que é de 10 μg/L de Arsênio (FUNASA, 2000). 3.8 Poluições por agrotóxicos Os agrotóxicos são utilizados nas plantações com a intenção de aumentar a produtividade e podem ser levados para a água subterrânea por meio da poluição difusa ou pontual (GONÇALVES JUNIOR et al., 2000). Segundo Carmo et al. (2013), a atrazina e simazina são exemplos de herbicidas considerados pouco tóxicos, entretanto apresentam capacidade elevada em interferir nos sistemas nervoso e endócrino humano e da biota selvagem. Herbicidas possuem parâmetros físico-químicos que variam de acordo com o solo. O hexazinone por exemplo, utilizado nas plantações de cana-de-açúcar em Ribeirão Preto (SP), mostrou que possui potencial de contaminar as águas subterrâneas. É importante salientar que a região possui um grande potencial de explotação, uma vez que a cidade é abastecida apenas pelo manancial subterrâneo (aquífero Guarani) e está localizada em região de recarga, fatores estes que contribuem para dissipar o elemento no meio (QUEIROZ et al. 2009). 3.9 Vazamento de combustível Os postos de combustíveis são considerados potenciais poluidores, onde a poluição ocorre pelo vazamento dos tanques subterrâneos e pode ser ocasionada intencionalmente ou acidentalmente (SILVA et al. 2010). A fiscalização nos postos evita o risco de despejo de combustível para a água subterrânea, que uma vez poluída tem um alto custo para despoluir e de difícil remediação. Poluições por vazamento de tanques de estocagem de combustível podem atingir o solo e as águas subterrâneas e são substâncias nocivas que compõem a gasolina e óleo diesel (benzeno, tolueno, etilbenzeno, xileno, hidrocarbonetos, policíclicos 20 aromáticos, entre outros) que em determinadas concentrações são tóxicas ao ser humano e causam doenças (OLIVEIRA et al. 1998). Oliveira et al. (1998), conclui que compostos comumente denominados BTEX (benzeno, tolueno, etilbenzeno, xilenos) são depressores do sistema nervoso central, apresentando toxicidade crônica, mesmo em pequenas concentrações (da ordem de PPB – parte por bilhão). O benzeno é o mais tóxico entre eles, pois é o mais cancerígeno, causando leucemia mesmo se ingerido em baixas concentrações durantes períodos não muito longos de tempo (COUTINHO et al. 2007). A exposição aguda à compostos BTEX em altas doses e em curtos períodos por inalação ou ingestão pode levar a óbito (OLIVEIRA et al., 1998). 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O crescimento populacional acelerado e o desenvolvimento da sociedade têm papel marcante

no meio ambiente, exercendo grande pressão sobre os recursos hídricos, principalmente os

subterrâneos, contribuindo e ampliando às situações de poluição e contaminação das águas.

Dentre as referências disponíveis, destacam-se problemas de contaminação da água

subterrânea por esgotos domésticos, aterros sanitários e lixões, fármacos, cemitérios,

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radioatividade natural e artificial, resíduos industriais, arsênio, agrotóxicos e vazamento de

combustíveis.

O manancial subterrâneo é um importante recurso hídrico que precisa ser preservado, por isto

é importante que haja a difusão dos tópicos relacionados à contaminação da água subterrânea

entre a comunidade, como por exemplo o monitoramento da qualidade da água, com a intenção

de estimular a fiscalização dos órgãos públicos e dos possíveis risco de contaminação.

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