aguas subterrÂneas: conceitos, potencialidades

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MARIA ANTONIETA ALCÂNTARA MOURÃO HIDROGEÓLOGA CPRM – SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL AGUAS SUBTERRÂNEAS: CONCEITOS, POTENCIALIDADES, GESTÃO E MONITORAMENTO

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Page 1: AGUAS SUBTERRÂNEAS: CONCEITOS, POTENCIALIDADES

M A R I A A N T O N I E T A A L C Â N T A R A M O U R Ã O

H I D R O G E Ó L O G A

C P R M – S E R V I Ç O G E O L Ó G I C O D O B R A S I L

AGUAS SUBTERRÂNEAS: CONCEITOS, POTENCIALIDADES, GESTÃO E

MONITORAMENTO

Page 2: AGUAS SUBTERRÂNEAS: CONCEITOS, POTENCIALIDADES

CONCEITOS BÁSICOS

Conceito usado, por exemplo, nos seguintes instrumentos legais:

Lei nº 13.771, de 11 de dezembro de 2000. Dispõe sobre a administração, a proteção e a conservação das águas subterrâneas de domínio do Estado de Minas Gerais e dá outras providências.

Resolução CONAMA no 396, de 3 de abril de 2008. Dispõe sobre a classificação e diretrizes ambientais para o enquadramento das águas subterrâneas e dá outras providências.

Água no subsolo = Água Subterrânea: águas que ocorrem natural ou artificialmente no subsolo.

Aquífero: formação geológica com capacidade de acumular e transmitir água através de seus poros, fissuras ou espaços resultantes de dissolução e carreamento de grãos.

Page 3: AGUAS SUBTERRÂNEAS: CONCEITOS, POTENCIALIDADES

Condensação

O CICLO HIDROLÓGICO

Exalações

Vulcânicas

Gelo e Neve

Precipitação

Escoamento

Superficial

Escoamento

Superficial

Cursos

d’água

Cob. Vegetal

Evaporação

Evapotrans-

piração Evaporação

Oceanos

Atmosfera

Cob. Vegetal Rios e lagos

Armazenamento Subterrâneo

Nascentes

Infiltração

Fluxo

Subterrâneo

Exsuda-

ções

Neblina

Sublimação

Page 4: AGUAS SUBTERRÂNEAS: CONCEITOS, POTENCIALIDADES

DISTRIBUIÇÃO DAS ÁGUAS NOS PRINCIPAIS RESERVATÓRIOS NATURAIS

Reservatório Volume (km3x106)

Volume (%) Tempo médio de permanência

Oceanos 1.370 94 4.000 anos

Geleiras e capas de gelo 30 2 10-1000 anos

Águas Subterrâneas 60 4 2 semanas a 10.000 anos

Lagos, rios, pântanos e reservatórios artificiais

0,2 <0,01 2 semanas a 10 anos

Umidade nos solos 0,07 <0,01 2 semanas a 1 ano

Biosfera 0,0006 <0,01 1 semana

Atmosfera 0,0130 <0,01 ~10 dias

Page 5: AGUAS SUBTERRÂNEAS: CONCEITOS, POTENCIALIDADES

Caminhos da água da chuva

INFILTRAÇÃO e RECARGA

É o processo mais importante para

a recarga dos aquíferos

O volume e a velocidade de

infiltração são dependentes dos

seguintes fatores:

- Características dos solos e das

rochas

- Cobertura vegetal

- Topografia

- Precipitação

- Ocupação do solo

Caminho da água pelo subsolo

Page 6: AGUAS SUBTERRÂNEAS: CONCEITOS, POTENCIALIDADES

Zona de água do

solo: água

pelicular

(higroscópica) e

gravitacional

(livre)

Franja capilar:

água capilar

DISTRIBUIÇÃO DA ÁGUA NO SUBSOLO

Fonte: Decifrando a Terra, 2000

Zona de aeração

Zona subsaturada

Zona Saturada

Page 7: AGUAS SUBTERRÂNEAS: CONCEITOS, POTENCIALIDADES

DISTRIBUIÇÃO DA ÁGUA NO SUBSOLO

Fonte: BOSCARDIN BORGHETTI et al. (2004)

Page 8: AGUAS SUBTERRÂNEAS: CONCEITOS, POTENCIALIDADES

Zona de Aeração

Nível Freático

Aquífero Confinado

Aquífero Livre

RECARGA DOS AQUÍFEROS

Superfície Potenciométrica

Zona de Saturação

Page 9: AGUAS SUBTERRÂNEAS: CONCEITOS, POTENCIALIDADES

DISTRIBUIÇÃO DA RECARGA E DESCARGA

Fonte: Murck et al. 1995

Área de

recarga

Área de

descarga

Sis

tem

a

Aq

uíf

ero

Linhas de

fluxo

Dias

Anos

Décadas

Séculos

Milênios

Reservatório de água

subterrânea e os

“extravasores”

Page 10: AGUAS SUBTERRÂNEAS: CONCEITOS, POTENCIALIDADES

Rio Efluente

Aquífero raso

Nível d’água

Zona não saturada

Linha de Fluxo Subterrâneo

Dre

nag

em

Linhas potenciométricas

Linhas potenciométricas

Linha de Fluxo Subterrâneo

Nível d’água Zona não saturada

Rio Influente

Direção de Fluxo

Dre

nag

em

Direção de Fluxo

Fonte:www.usgs.gov

CONEXÃO ÁGUA SUBTERRÂNEA E ÁGUA SUPERFICIAL

Page 11: AGUAS SUBTERRÂNEAS: CONCEITOS, POTENCIALIDADES

RESERVAS DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS

RESERVAS PERMANENTES

RESERVAS REGULADORAS OU

RENOVÁVEIS

Nível d’água máximo médio

Nível d’água mínimo médio

Precipitação Anual Média

Reserv

as P

ote

ncia

is

Recursos repostos anualmente pela

RECARGA NATURAL proveniente

principalmente da precipitação

substrato impermeável

As reservas representam o volume de água passível de liberação armazenada em um

aquífero durante um determinado período de tempo.

Volume hídrico acumulado no meio aquífero,

não variável em decorrência da flutuação

sazonal do nível d’água.

Page 12: AGUAS SUBTERRÂNEAS: CONCEITOS, POTENCIALIDADES

Fonte: MDGEO, 2015

O RESERVATÓRIO SUBTERRÂNEO

Reserva Renovável

Reserva

Permanente

ou Geológica

Período Chuvoso

Page 13: AGUAS SUBTERRÂNEAS: CONCEITOS, POTENCIALIDADES

O RESERVATÓRIO SUBTERRÂNEO

Fonte: MDGEO, 2015

Período de Estiagem

Escoamento

Básico

Page 14: AGUAS SUBTERRÂNEAS: CONCEITOS, POTENCIALIDADES

O RESERVATÓRIO DE ÁGUA SUBTERRÂNEA

Fonte: MDGEO, 2015

Page 15: AGUAS SUBTERRÂNEAS: CONCEITOS, POTENCIALIDADES

RESERVAS RENOVÁVEIS E FLUXO DE BASE DOS RIOS

Hidrógrafa de vazão de um curso d’água

a) Nível do rio na posição mais

baixa e em equilíbrio com o

nível freático das margens

a a

b

b) O escoamento superficial eleva

o nível do rio estabelecendo forte

gradiente hidráulico com o nível

freático

c

c) Os níveis freáticos sobem e

estabelecem equilíbrio com o nível

do rio.

d

d) A redução do nível do rio

induz a drenagem das ÁGUAS

SUBTERRÂNEAS ESTOCADAS E

PROVENIENTES DA RECARGA

NO PERÍODO CHUVOSO

O regime de escoamento do rio passa a ser comandado pelo ESCOAMENTO SUBTERRÂNEO. A descarga mínima, mantida no período seco corresponde ao FLUXO DE BASE

Page 16: AGUAS SUBTERRÂNEAS: CONCEITOS, POTENCIALIDADES

RESERVAS DE ÁGUA SUBTERRÂNEA NO BRASIL

No Brasil, as RESERVAS DE ÁGUA SUBTERRÂNEA são estimadas em 112.000 km3 (112 trilhões de m3) e a contribuição média à DESCARGA DOS RIOS é da ordem de 2.400km3/ano (2,4 trilhões de m3;REBOUÇAS, 1988) Nem todas as formações geológicas possuem características hidrodinâmicas que possibilitem a extração econômica de água subterrânea para atendimento de médias e grandes vazões pontuais. As vazões já obtidas por poços variam, no Brasil, desde menos de 1 m3/h até mais de 1.000 m3/h

Fonte: http://www.abas.org/educacao.php

Page 17: AGUAS SUBTERRÂNEAS: CONCEITOS, POTENCIALIDADES

Distribuição das bacias sedimentares e dos domínios cristalinos (em rosa)

Áreas de recarga / exposição dos principais aquíferos

AS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS NO BRASIL

Page 18: AGUAS SUBTERRÂNEAS: CONCEITOS, POTENCIALIDADES

POTENCIAL DOS AQUÍFEROS NO ESTADO DE MINAS GERAIS

1

2

3

4

5

19.974 poços cadastrados em MG no

Sistema de Informações de Águas Subterrâneas – SIAGAS do Serviço Geológico do Brasil - CPRM

Page 19: AGUAS SUBTERRÂNEAS: CONCEITOS, POTENCIALIDADES

OS PRINCIPAIS AQUÍFEROS NA REGIÃO METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE

Belo Horizonte

Bairro

Jardim

Canadá

Associa-se à unidade geológica hospedeira dos

corpos de minério de ferro.

Apresenta importantes surgências com vazões

que alcançam 400 m3/h.

Os poços tubulares exibem vazões, em geral,

acima de 100 m3/h.

RESERVA GEOLÓGICA ESTIMADA (Silva et

al.,1994)

SERRA DO CURRAL - Aprox. 1800 milhões de m3

SINCLINAL MOEDA - Aprox. 10200 milhões de m3 Área de exposição do aquífero Cauê

em azul escuro

AQUÍFERO CAUÊ

Fonte: Mourão (2007), Silva et al. (1994), Beato et al. (2005)

Page 20: AGUAS SUBTERRÂNEAS: CONCEITOS, POTENCIALIDADES

O uso da água para abastecimento público prepondera sobre os

demais e representa 54,2% do volume total estimado como

captado (5.706.415 m3/mês).

A captação superficial de nascentes corresponde a 79,4% do

volume utilizado para esse fim, enquanto as captações superficiais

e subterrâneas (poços tubulares) respondem, respectivamente, por

13,3% e 7,3%.

As captações de nascentes e subterrâneas estão associadas

principalmente aos aquíferos Cauê e Gandarela.

A mineração representa o segundo usuário mais importante,

utilizando 26,7% do volume total captado. Cerca de metade do

volume retirado deve-se à atividade de desaguamento das minas e

o restante ao suprimento das demais demandas

OS PRINCIPAIS AQUÍFEROS NA REGIÃO METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE

Fonte: Mourão (2007), Silva et al. (1994), Beato et al. (2005)

Page 21: AGUAS SUBTERRÂNEAS: CONCEITOS, POTENCIALIDADES

USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

REGIÃO CENTRO-

OCIDENTAL DA APA SUL RMBH

PRESSÕES SOBRE O

AQUÍFERO

Page 22: AGUAS SUBTERRÂNEAS: CONCEITOS, POTENCIALIDADES

OS PRINCIPAIS AQUÍFEROS NA REGIÃO METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE

Fonte: Pessoa e Loureiro (2005), CPRM – APA Carste de Lagoa Santa (1998)

A região de Lagoa Santa, é abastecida por águas subterrâneas

captadas dos mananciais aquíferos cársticos. Atualmente

encontram-se cadastrados 177 poços tubulares na região.

Esses aquíferos produzem grandes quantidades de água, o que

reflete sua condição de excelente meio condutor e mantenedor de

água subterrânea.

Trata-se também de área de mineração de calcário e região de

expansão urbana (vetor norte).

AQUÍFEROS CÁRTICOS NA REGIÃO DE LAGOA SANTA

APA Carste de Lagoa Santa – Área de exposição dos

aquíferos cársticos em azul

Page 23: AGUAS SUBTERRÂNEAS: CONCEITOS, POTENCIALIDADES

O USO DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS E RESERVAS EXPLOTÁVEIS

Reservas Explotáveis

Quantidade: intimamente às propriedades

hidráulicas dos aquiferos. Os aquíferos têm

diferentes taxas de recarga, alguns deles se

recuperam lentamente e em outros a

recuperação é mais regular;

Qualidade: influenciada pela composição das

rochas, condições climáticas e de renovação

das águas, aspectos de uso e ocupação dos

terrenos;

Econômico: depende da profundidade do

aquífero e das condições de bombeamento

FATORES QUE CONDICIONAM O USO DA ÁGUA SUBTERRÂNEA

As reservas explotáveis correspondem à quantidade

máxima de água que poderia ser explotada de um

aquífero, sem que se produza alterações*:

Esgotamento ou redução da descarga de fontes e de poços pré-existentes;

Comprometimento do fluxo de base de cursos d’água; Captação de águas de qualidade química não tolerável Subsidência de terrenos; Rebaixamento excessivo do nível d’água a profundidades

antieconômicas

* Estas alterações podem ocorrer naturalmente, sem associação com a

explotação.

Conceito ainda bastante controverso pois qualquer

extração de água pode produzir impactos, sendo

necessário mensurar qual a intensidade tolerada com

relação ao benefício produzido e o período de tempo

considerado.

Page 24: AGUAS SUBTERRÂNEAS: CONCEITOS, POTENCIALIDADES

Um sistema de água subterrânea consiste em uma

massa de água que flui através dos poros ou fissuras

das rochas. Esta massa de água está em movimento.

A água é constantemente adicionada ao sistema pela

recarga dada principalmente pela precipitação, e a água

é constantemente liberada do sistema como descarga

dada pelas nascentes e a evapotranspiração.

Cada sistema de água subterrânea é único em que a

fonte e a quantidade de água que flui através do

sistema é dependente das características dos aquíferos

e de fatores externos, tais como: taxa de precipitação, a

localização de córregos e outros corpos de água

superficial e a taxa de evapotranspiração.

O único fator comum para todos os sistemas de água

subterrânea, no entanto, é que a quantidade total de

água abrangendo aquela que entra, está armazenada

e sai do sistema deve ser conservada.

A SUSTENTABILIDADE DA EXPLOTAÇÃO DE ÁGUA SUBTERRÂNEA

(Ground-Water Development, Sustainability, and Water Budgets – USGS;

http://pubs.usgs.gov/circ/circ1186/html/gw_dev.html).

R + Qent= Qeb + ET+ Qsaida + DS

COMPONENTES DE ENTRADA

R = recarga dada principalmente pela chuva e pela infiltração a partir dos cursos d’água

Qent = agua que entra no sistema a partir de aquíferos/bacias hidrogeológicas adjcentes

COMPONENTES DE SAÍDA

Qeb = descarga dos aquíferos nos cursos d’água – escoamento de base

ET = evapotranspiração

Qsaida = agua que sai do sistema a partir de aquíferos/bacias hidrogeológicas adjcentes

Ds = variação no armazenamento em função da variação do nível d’água

ET

ET

ET

P

P

P

Qeb Qs

Qeb

Page 25: AGUAS SUBTERRÂNEAS: CONCEITOS, POTENCIALIDADES

A longo prazo a origem da água que é extraída por

bombeamento provem da recarga ou da descarga do sistema.

A quantidade de água subterrânea que está disponível para

uso é dependente de como essas mudanças na entrada e

saída afetam o meio ambiente e que magnitude de alteração é

admitida.

Ao determinar os efeitos do bombeamento e a quantidade de

água disponível para uso, é fundamental reconhecer que nem

toda a água é bombeada é necessariamente consumida. Por

exemplo, nem toda água bombeada para a irrigação é

consumida por evapotranspiração. Uma parcela da água

retorna para o sistema de água subterrânea como infiltração .

Assim, é importante diferenciar entre a quantidade de água

bombeada e a quantidade de água consumida ao estimar a

disponibilidade de água e ao estabelecer estratégias de

gestão sustentável.

A SUSTENTABILIDADE DA EXPLOTAÇÃO DE ÁGUA SUBTERRÂNEA

(Ground-Water Development, Sustainability, and Water Budgets – USGS; http://pubs.usgs.gov/circ/circ1186/html/gw_dev.html).

As possibilidades de graves secas, de longo prazo, e as

mudanças climáticas também devem ser considerados . As

secas de longa duração, que quase sempre resultam em

redução da recarga de água subterrânea, podem ser

vistas como estresse natural em um sistema de água

subterrânea e em muitos aspectos têm efeitos

semelhantes à explotação de água subterrânea .

Page 26: AGUAS SUBTERRÂNEAS: CONCEITOS, POTENCIALIDADES

A. Condições naturais

D. Redução das taxas de bombeamento (ou recarga

artificial)

Conexão Agua Superficial/água subterrânea – Efeitos da explotação e exemplo de gestão Importância do Monitoramento Hidroclimatológico/Hidrogeológico

B. Bombeamento promove aprofundamento do NA e

redução das vazões dos cursos d’água

C. Bombeamento excessivo (sobre-explotação) afeta

vegetação que depende da umidade do solo e a

descarga nos cursos d’água

Page 27: AGUAS SUBTERRÂNEAS: CONCEITOS, POTENCIALIDADES

A ESTIAGEM SEVERA E SUAS CONSEQUÊNCIAS

0,000

500,000

1000,000

1500,000

2000,000

2500,000

Gráfico de Precipitação (mm) – Ano Hidrológico

Honório Bicalho – jusante da captação

Escoamento de base em vermelho

Page 28: AGUAS SUBTERRÂNEAS: CONCEITOS, POTENCIALIDADES

Redes de Monitoramento das Águas Subterrâneas

22 estações no aquífero Bauru – Bacia do Paraná

15 poços no aquífero Urucuia

14 poços em coberturas sedimentares – bacias representativas

2 poços no aquífero Areado

2 poços no aquífero fissurado

http://rimasweb.cprm.gov.br/layout/

!A Poços de monitoramento (Total 25)

!A Poços de monitoramento (Total 55)

Projeto Águas do Norte - PAN (IGAM/CPRM)

6 poços no domínio dos carbonatos

8 poços no domínio cristalino

4 poços no domínio de rochas pelíticas

2 poços no domínio de quartzitos

5 poços no domínio de xistos

Bacias representativas (Total 14)

Projeto RIMAS – Rede Integrada de Monitoramento

das Águas Subterrâneas (CPRM)

Page 29: AGUAS SUBTERRÂNEAS: CONCEITOS, POTENCIALIDADES

Gráficos de variação de nível d’água e chuva Triângulo Mineiro

Page 30: AGUAS SUBTERRÂNEAS: CONCEITOS, POTENCIALIDADES

Gráficos de variação de nível d’água e chuva Triângulo Mineiro

Page 31: AGUAS SUBTERRÂNEAS: CONCEITOS, POTENCIALIDADES

Gráficos de variação de nível d’água e chuva Triângulo Mineiro

Page 32: AGUAS SUBTERRÂNEAS: CONCEITOS, POTENCIALIDADES

CONSIDERAÇÕES FINAIS

As possibilidades de secas severas, de longo prazo e as mudanças climáticas devem ser

considerados em qualquer plano de gestão de recursos hídricos. Estiagens de longa duração quase

sempre resultam em diminuição da recarga de águas subterrâneas e reduções das descargas para os

rios. Portanto, às pressões relacionadas ao bombeamento somam-se as influências climáticas.

(Ground-Water Development, Sustainability, and Water Budgets – USGS).

A gestão bem sucedida claramente depende da avaliação conjunta dos recursos hídricos superficiais

e subterrâneos. A redução da descarga dos cursos d’água deve ser o fator primordial para o

estabelecimento de restrições ecológicas e para a solução de conflitos de uso (Applicability and

methodology of determining sustainable yield in groundwater systems - Kalf & Wooley , 2005).

Page 33: AGUAS SUBTERRÂNEAS: CONCEITOS, POTENCIALIDADES

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A avaliação dos recursos hídricos subterrâneos de uma determinada bacia, sistema aquífero, ou

região, e a sua relação com corpos d’água de superfície é altamente beneficiada pelo uso de modelos

numéricos, pois permitem a análise das reservas em termos de balanços de massa e a simulação de

cenários de explotação a intervalos de tempo que podem ser ajustados de acordo com as

necessidades dos gestores destes recursos (Applicability and methodology of determining sustainable

yield in groundwater systems - Kalf & Wooley , 2005).

A estimativa da quantidade de água subterrânea disponível para uso requer a consideração de dois

elementos-chave. Em primeiro lugar, o uso de águas subterrâneas e de superfície deve ser avaliado

em conjunto. Esta avaliação deve incluir a estimativa da quantidade de água disponível a partir das

alterações na recarga, descarga e armazenamento de água subterrânea para diferentes intensidades

de consumo de água. Em segundo lugar, visto que o uso da água subterrânea e superficial provoca

mudanças no sistema hídrico deve-se determinar o limiar aceitável para as interferências. (Ground-

Water Development, Sustainability, and Water Budgets – USGS).

Page 34: AGUAS SUBTERRÂNEAS: CONCEITOS, POTENCIALIDADES

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Um aspecto relevante a ser considerado é que a dinâmica das águas subterrâneas é distinta daquela

das águas superficiais. O rio tem uma baixa capacidade de armazenar água, mas, por outro lado, pode

entregar uma vazão instantânea muito maior do que os aquíferos. Adicionalmente, a explotação dos

aquíferos é feita por poços e nascentes que, geralmente, têm vazões estáveis (menos influenciadas pela

sazonalidade climática), mas, geralmente reduzidas quando comparadas às observadas em captações

superficiais. O aproveitamento dessa dinâmica própria das duas manifestações da água é muito pouco

utilizado no país. A grande capacidade de armazenamento e resistência contra longos períodos de

estiagem fazem dos recursos hídricos subterrâneos um grande aliado na redução dos estresses

hídricos que populações têm enfrentado ou ainda enfrentarão.

(Água subterrânea: reserva estratégica ou emergencial – Hirata et al. ,2010)

Page 35: AGUAS SUBTERRÂNEAS: CONCEITOS, POTENCIALIDADES

Obrigada!

[email protected]

Fone: (31) 3878.0385

“Acho que as águas iniciam os pássaros Acho que as águas iniciam as árvores e os peixes. E acho que as águas iniciam os homens. Nos iniciam. E nos alimentam e nos dessedentam. Louvo esta fonte de todos os seres, de todas as plantas, de todas as pedras.” Manoel de Barros

Page 36: AGUAS SUBTERRÂNEAS: CONCEITOS, POTENCIALIDADES

AQUÍFEROS EM ROCHAS CARBONÁTICAS

A circulação da água se faz nas fraturas e outras

descontinuidades (diáclases) que resultaram da dissolução do

carbonato pela água.

Essas aberturas podem atingir grandes dimensões, criando,

verdadeiros rios subterrâneos.

São aquíferos heterogêneos, descontínuos, com águas duras,

com fluxo em canais.

As rochas são os calcários, dolomitos e mármores.

Aquífero muito vulnerável à contaminação e à

explotação intensiva dada a forte conexão de águas

subterrâneas e superficiais.

Intensamente explotado em várias regiões, com

destaque para a bacia do Verde Grande, afluente do

rio São Francisco, Sete Lagoas, Montes Claros e

municípios adjacentes, Lagoa Santa, Vazante etc

Page 37: AGUAS SUBTERRÂNEAS: CONCEITOS, POTENCIALIDADES

AQUÍFEROS EM ROCHAS SEDIMENTARES DA BACIA DO PARANÁ (AQUÍFEROS BAURU E GUARANI)

Aquíferos porosos onde a circulação da água se faz nos poros formados entre os grãos de areia, silte e argila de granulação variada.

•Alta densidade de poços na zona urbana e em localidades agrícolas.

•Probabilidade de comprometimento da produtividade dos poços

•Área urbana de Araguari edificada nesse aquífero – risco de contaminação

•Encoberto pelos aquíferos Bauru e Serra Geral (basaltos) – Profundidade normalmente acima de 500 m.

•As áreas de recarga são reduzidas e ocupam cerca de 1.634 Km2 (BORGHETTI et al., 2004)

•Pouco explotado e conhecido na região do Triângulo Mineiro

Aquífero Bauru

Aquífero Guarani

Fonte: UFMG/CDTN, 2006

Page 38: AGUAS SUBTERRÂNEAS: CONCEITOS, POTENCIALIDADES

AQUÍFERO EM ROCHAS SEDIMENTARES DA BACIA DO URUCUIA

Importância dos sedimentos Urucuia na regulação do

regime dos principais rios da região contribuindo na

manutenção de seu escoamento de base (ou vazão do

rio no período de estiagem)

O represamento das águas das veredas e a extração

intensiva de água subterrânea para irrigação podem

comprometer a vazão dos cursos d’água.

Estudos indicam que a contribuição total desses

aquíferos para os cursos d’água é de 4,25.109 m3/ano

Fonte: CPRM – Projeto São Francisco (2001)

Aquíferos porosos onde a circulação da água se faz nos poros formados entre os grãos de areia, silte e argila de granulação variada.

Page 39: AGUAS SUBTERRÂNEAS: CONCEITOS, POTENCIALIDADES

Aquífero fraturado ou fissural - formado por rochas ígneas,

metamórficas ou cristalinas, duras e maciças, onde a circulação da

água se faz nas fraturas, fendas e falhas.

A capacidade dessas rochas de acumularem água está relacionada à

quantidade de fraturas, suas aberturas e intercomunicação,

permitindo a infiltração e fluxo da água.

AQUÍFERO EM ROCHAS METASSEDIMENTARES E METAVULCANICAS

Aquíferos geralmente de menor potencial relativamente aos

sedimentares e carbonáticos

Importantes no atendimento à demanda por água em regiões

com escassez de água superficial e pequenas comunidades

rurais.

Pode apresentar maior potencial em áreas em que se verifica

intercalações de rochas carbonáticas

Page 40: AGUAS SUBTERRÂNEAS: CONCEITOS, POTENCIALIDADES

AQUÍFEROS EM ROCHAS CRISTALINAS

Aquífero fraturado ou fissural - formado por rochas ígneas,

metamórficas ou cristalinas, duras e maciças, onde a

circulação da água se faz nas fraturas, fendas e falhas.

A capacidade dessas rochas de acumularem água está

relacionada à quantidade de fraturas, suas aberturas e

intercomunicação, permitindo a infiltração e fluxo da água.

Aquíferos geralmente de potencial reduzido,

especialmente na região nordeste de MG. Vazões um

pouco maiores são obtidas em poços na região centro-sul

em virtude da maior pluviosidade e espessura do manto

de intemperismo.

Importantes no atendimento à demanda por água em

regiões com escassez de água superficial e pequenas

comunidades rurais.