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Depois de 35 anos de sólida experiência, oferecemos: Soluções legais e avançadas na sua vida comercial; Controle e racionalização da massa trabalhadora; Reacção rápida e eficiente em circunstâncias traumáticas - disputas matrimoniais, falecimento de ente queridos, acidentes de percurso, e ataques cerrados de Autoridades Reguladoras Cambridge Office Park, Cnr. Kirby and Oxford St. Bedfordview * Tel: +27 11 622 0960 * 072 881 3970 * 010 023 0824 Cell: +27 (0) 72 153 6760 * E-mail: [email protected] Contactos: 011 496 1650/7 * [email protected] * www.oseculoonline.com * Director: F. Eduardo Ouana SEGUNDA-FEIRA, 31 DE AGOSTO DE 2020 Suplemento Desportivo “Se Marcelo não se recandidatasse a Presidente da República havia um problema grave” - diz primeiro-ministo África do Sul Comunidade Ramaphosa aborda corrupção que assola o ANC António Costa considera esclarecidos “mal-entendidos” com Ordem dos Médicos Destaque e guarde o Calendário da I Liga Falta professor para ensinar Português em Durban última página 5 página 3 página 7

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Depois de 35 anos de sólida experiência, oferecemos:Soluções legais e avançadas na sua vida comercial;Controle e racionalização da massa trabalhadora;

Reacção rápida e eficiente em circunstâncias traumáticas - disputas matrimoniais, falecimento de ente queridos, acidentes

de percurso, e ataques cerrados de Autoridades ReguladorasCambridge Office Park, Cnr. Kirby and Oxford St. Bedfordview

* Tel: +27 11 622 0960 * 072 881 3970 * 010 023 0824Cell: +27 (0) 72 153 6760 * E-mail: [email protected]

Contactos: 011 496 1650/7 * [email protected] * www.oseculoonline.com * Director: F. Eduardo Ouana SEGUNDA-FEIRA, 31 DE AGOSTO DE 2020

Suplemento Desportivo

“Se Marcelo não se recandidatasse a Presidente da República havia um problema grave” - diz primeiro-ministo

África do Sul

Comunidade

Ramaphosa aborda

corrupção que assola

o ANC

António Costa considera esclarecidos “mal-entendidos” com Ordem dos Médicos

Destaque e guarde o Calendário da I Liga

Falta professor

para ensinarPortuguês

em Durban

última

página 5

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2 O SÉCULO DE JOANESBURGO . 31 DE AGOSTO DE 2020

O Mundo acabou por não ficar tão malquanto se pensava. Graças a Deus nãomorreram nem estão a morrer tantas pes-soas como se pensava da pandemia e oplaneta ainda não parou de girar. O quepara já, são bons sinais. A temperaturaglobal até chegou a baixar e a Naturezateve oportunidade de recuperar algunsníveis, certos animais reapareceram eenfim, as coisas até parecem bem enca-minhadas.

O que se passa no Mundo de hoje é bi-zarro, porque devido à falta de circulaçãode aviões e de carros e outros meios po-luentes, há locais no Mundo onde a cama-da de ozono até se reestabeleceu. Noentanto, por todo o bem que a pandemiaestá a provocar, há também um estrago.O custo em termos de vidas humanas,

sem falar nas mortes provocadas pelovírus, é tremendo. Quantas pessoas mor-rem à fome? Quantas pessoas estão de-sesperadas porque perderam os seusempregos? Quantas pessoas estão com-pletamente perdidas sem saber o que fa-zer?

Os custos socio-económicos são muitomais elevados e duradouros dos confina-mentos do que o próprio vírus. Mas, temoque os governos e principalmente asautocracias africanas, tenham tomado ogosto a estes “estados de emergência” e“estados de alerta” quer permitem sub-verter a Constituição, o direito civil, tudoem prol de um “bem maior”. Temos deusar máscara obrigatoriamente em todosos locais, desinfectamos as mãos à entra-da de todos os estabelecimentos e aquestão que eu levanto é: e o stock?Quem é que desinfecta o stock? A outra grande questão que levanto é até

quando é que isto vai durar? Para sem-pre? Isto porque há vários locais aqui emJoanesburgo, Cidade do Cabo e Durban,por exemplo, onde as pessoas estão nosagora reabertos bares a conviver semmáscaras e sem distanciamento social.Portanto ou isto é para todos e a sério ouentão acabem com a palhaçada de umavez por todas.

Não se pode viajar internacionalmente.Não se pode andar em espaços públicossem máscara. Já chega! O Mundo temque voltar ao que era, mais forte, mais sá-bio devido ao que se passou, mas voltar ànormalidade.

E das coisas boas que todos aprende-mos, é que somos capazes de fazer ascoisas por nós mesmos, com qualidadesuperior. Com capacidade e com resulta-dos muito além dos esperados. Não pre-cisamos, com ou sem embargos de via-gens e exportações, enviar coisas paraserem produzidas lá fora. Cada país con-segue sobreviver e até prosperar casoassim se queira. Basta querer!

Tempode decisõese mudanças

O Meu Aparo!

por Michael Gillbee

Com a alta incidência de desemprego, a origi-nar nestes tempos de pandemia o constante eassustador encerramento de postos de trabalho,agravado com a entrada no país de numerososilegais, que ainda vêm na África do Sul o bastiãocom estruturas no continente para superar certascarências, são cada vez mais almas a estender amão à caridade, como por todo o lado vemoshoje, pelos vários pontos das urbes, com maisfrequência em cruzamentos de ruas, onde o trân-sito é controlado por semáforos, umas que res-salta à vista, a reconhecida necessidade e o am-paro se torna premente, e outras que pela manei-ra como se apresentam não escondem ser víti-mas do álcool e da droga, nódoas negras quegeralmente marcam as famílias atingidas por es-sa tortura.

Para procurar ‘matar’ a fome de alguns, pelomenos os visivelmente mais carenciados, já quese torna impossível a todos poder saciar, sãoconfeccionados alimentos de primeira necessi-dade a expensas de alguém que compadecidoespalha a mensagem de Deus, com palavras,actos e obras, a negros, brancos e mestiços quede olhar macerado pela fome, aguardam que porsi seja repartido uma malga de sopa fumegante,uma fatia de pão, uma peça de fruta, um copo desumo, uma chávena de café ou um copo de leitequento que aconchegue o seu vazio estômago. São, como atrás referimos, casos de mendigos,

desempregados, alcoólicos, toxicodependentes,desprezados à deriva e deitados ao abandonopela sociedade, a beneficiar da solidariedade deum coração condoído, da ternura do semelhantecom espírito de bem-fazer, e do carinho de al-guém que adverso ao egoísmo se debate parapôr cobro a estes casos, que infelizmente não sóabundam, como tendem a aumentar entre nós.

Fazem parte do número dos que hoje são aten-didos por igrejas, catedrais, orfanatos, casas derepouso, lares de terceira idade, instituições de-dicadas à beneficência, e nalguns casos gruposque se organizam exclusivamente com essa fina-lidade, os oriundos de países vizinhos e outroscomo do Zimbabué, Zâmbia, Zaire, Nigéria, enalguns casos até do leste europeu, que espiri-tual e materialmente destituídos, vivem legais ouilegalmente na África do Sul, para além de outraspessoas que ultimamente e em desespero aquise instalaram e beneficiam do sistema de pro-tecção que vem sendo utilizado, tendente a mini-mizar o sofrimento e desespero dessas criaturasque em situação aflitiva aqui procuraram socorro.

Todos nós, em qualquer altura da nossa vida,logicamente uns mais, outros menos, já encon-trámos ou cruzamos com pessoas desvanecidasou meias moribundas, a quem muitas vezes emdesprezo viramos a cara ou injustamente evita-mos o contacto, coisa que o bom cristão nuncadevia fazer, mas antes e em clemência certificar-se do porquê e ter para com eles compaixão euma palavra de conforto, já que no amanhã po-demos nós vir a enfrentar essa situação. Nuncadigas desta água não beberei, ou por esta situa-ção não passarei.

Talvez a razão consista em receio de não con-seguir solução para os problemas que nos pos-sam ser apresentados, e como pessoas com-padecidas saber avaliar e distinguir a verdade da

mentira e a quem recorrer, consoante os casos,para ajudar esses necessitados, tendo em contaque mesmo alguns aparentemente de saúde eem idade de poderem trabalhar, é a falta de em-prego que a isso os obriga, se bem que entretodos esses, há quem fuja ao trabalho e procureuma vida de menor esforço, acabando muitasvezes por pagar o justo pelo pecador, esquecen-do-nos que Deus previne um abrigo para os seusfilhos doentes, abandonados, viciados e despre-zados.

Para aqueles a que a nada são sensíveis, quese passeiam com o rei na barriga, ou pensamque a eles isso nunca acontecerá, daí que “im-porta que haja fome se eu a não tenho”, deviamem reflexão saber avaliar o quanto custa, estarna situação de pessoas que já cumpriram prisão,frequentaram casas de correcção, ou estiveraminternados em centros de reabilitação no abusodo álcool, droga, ou outros que no consumo dedeterminadas substâncias nocivas à saúde,estão na rota destrutiva e carecem de adequadotratamento para delas se poderem libertar, assimcomo daqueles que em crise resultante de casa-mentos desfeitos, desamparo na velhice, desem-prego e situações de desavenças familiares fo-ram deitadas ao abandono, enveredando por ca-minhos menos indicados e dificilmente se vêmlivres;

Doentes que dependentes de medicina não te-rem dinheiro para a adquirir a fim de recuperar asaúde, enfrentam enfermidades ou carências detratamento psicológico, esperam longos mesese nalguns casos até anos para lhes ser concedi-da a mensalidade de invalidez ou incapacidade,provenientes muitas vezes de ataques de epilep-sia, cardíacos, asmáticos, diabéticos ou outracrónica deficiência;

Os que sem ambição andam vagueando pelarua ao Deus dará, as que simplesmente não têmesperança no destino, ou aquelas que vivendo odia-a-dia rejeitados, explorados e sem abrigopróprio, procuram em último recurso lugar ondepossa habitar, “embora sem as comodidades das

que felizmente muitos têm”, mas pelo menoscom o mínimo de condições lhes possa servir deguarida;Muitos dos que chegaram a esta triste situação,

não têm roupa para substituir a que trazem vesti-da, nem dinheiro para mandar lavar a que usam,estão com fome, não têm documentos de identi-ficação, nem tão pouco papéis que provem a suaarte, grau de instrução ou referência de empre-go, novos e idosos, muitos deles que se julgaminactivos e sem forças para reagir ao infortúnio,pensando ser classificados pelo próximo de pre-guiçosos, parasitas, sabujos, lixo ou outra coisade fraca valia, baixam os braços e mergulham noabismo.

Nestas circunstâncias o emprego de qualquerqualidade onde auferisse nem que fosse o míni-mo de remuneração, seria a única solução oumaneira mais viável de reabilitação, só que infe-lizmente poucos dos que lhes podiam satisfazeressa carência, estarão na disposição de os acei-tar e lhes proporcionar esse desejo, que paramuitos carenciados além de tida como uma bên-ção, poderia ser o início da recuperação deseja-da. A ajuda de cada um de nós, pequena que seja,

poderá evitar que alguns desses carenciados ve-nham a morrer desprezados pela sociedade, nu-ma valeta, atrás de uma parede, debaixo de umaponte, ou ao relento, em que nestes tempos frio-rentos o seu único recurso para pernoitar, nor-malmente em passeios de ruas, é uma embala-gem de papelão como colchão, e um pequenocobertor oferecido por alguma alma caridosapara se agasalhar, ou até servir de peça de ves-tuário com que enrolado a ela vá passando osseus tristes dias de incerteza.

Por outro lado, quanto a nós, como certamentedeve ser a opinião da esmagadora maioria daspessoas de bem, é preferível estender a mão àcaridade, do que optar pelo roubo, ou enveredarpela violência sacrificando e assassinando pes-soas inocentes e indefesas.

Vicente Dias

O agravar dos tempos faz aumentar o número de famintos a recorrer a quem lhes possa ‘matar’ a fome

SENTADOS NUM MURO DE TIJOLOS SABOREANDO UM PRATO DE COMIDA OFERECIDO PELO BOM SAMARITANO

SERVINDO UMA REFEIÇÃO QUENTE AOS QUE EM DESESPERO PROCURAM A SOLIDARIEDADEDE ALGUÉM QUE LHES POSSA VALER

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31 DE AGOSTO DE 2020 . O SÉCULO DE JOANESBURGO 3

COMUNIDADE: Notícias de Durban

O padrasto de Fernando Pessoa, João MiguelRoza, foi nomeado cônsul de Portugal na capitalda Colónia Britânica no Natal, África do Sul, em1895, assumindo as funções como o primeirocônsul de Portugal no mesmo ano.

A 13 de Junho de 1888 nasceu em Lisboa Fer-nando António Nogueira Pessoa , cujos paiseram Joaquim de Seabra Pessoa e Maria Mag-dalena Pinheiro Nogueira, que casaram a 5 deSetembro de 1887. A mãe teve uma educaçãodistinta e aprendeu a falar alemão, inglês e fran-cês. Tiveram dois filhos, Fernando e Jorge, quenasceu a 21 de Janeiro de 1893.

O marido faleceu a 13 de Julho de 1893, dei-xando dois filhos de 5 anos e 5 meses de idade.Porém, Jorge faleceu a 21 de Janeiro de 1894 apoucos dias de completar um ano de idade. Um

Encontram-se inscritos no Consulado de Durbancerca de 13.500 membros da nossa comunidadeem KwaZulu Natal.Tem sido notável a óptima assistência feita tanto

pelo Consulado de Portugal em Joanesburgo,assim como pela Embaixada de Portugal emPretória. Durante estes dez anos, pelos cônsulesgerais Carlos Pereira Marques, Luísa da PalmaFragoso e presentemente Francisco-Xavier deMeireles, assim como os embaixadores PauloBarbosa, João Pinto Ramos, António RicocaFreire e Manuel Carvalho.

Todas estas entidades visitaram e continuam avisitar, sempre que possível, e a estar presentes

junto dos membros da nossa comunidade, assimcomo com as autoridades municipais e provinci-ais. Portugal e a República da África do Sul man-têm uma excelente relação bilateral.Um ponto relevante tem sido a participação dos

membros da nossa comunidade durante aseleições presidenciais, europeias e legislativas,comparecendo sempre no Consulado Honoráriopara cumprir o dever de votar. Há anos compare-ciam cerca de duas dezenas e actualmente re-gista-se mais de uma centena.

O Consulado de Portugal em Durban continuoucomo de Carreira até 2009, sendo então feitauma reestruturação pelo secretário de Estadodas Comunidades, António Fernandes da SilvaBraga, na conformidade do Regulamento Consu-lar de 31 de Março de 2009 e o Ministério dosNegócios Estrangeiros.

Foi decidido continuar como Consulado Hono-rário de Portugal em Durban, sendo Elias Antóniode Sousa nomeado cônsul honorário de Portugalem Durban, com funções alargadas. Esta no-meação foi oficialmente aceite pelo então Presi-dente da República da África do Sul, Jacob Ge-dleyihlekisa Zuma, a 4 de Outubro de 2009.

Após a reestruturação foi tomada em conside-ração uma proposta para uma revisão do quadrodo pessoal no Consulado. Anteriormente existiao cônsul, uma chanceler e três funcionários, to-talizando cinco membros efectivos, sendo reduzi-do para três, cônsul honorário e duas assistentesTécnicas.

Porém o atendimento, aconselhamento, assis-tência e prestação de serviços tem sido muito efi-caz para os nossos conterrâneos e membros deoutras comunida-des que solicitam informaçõessobre Portugal. As duas funcionárias informamcabal e profissionalmente sobre todas as ques-tões relacionadas com os serviços consulares.

A assistente técnica, Cristina Gomes, trabalhanos serviços consulares há 31 anos, tendo inicia-

do a sua carreira no Consulado-Geral em Joa-nesburgo, mas após 18 meses foi para Durbanem Agosto de 1991. É notável e importante men-cionar que o Livro de Reclamações não contémuma única reclamação durante os últimos trintaanos.As instalações do Consulado de Portugal foram

sempre localizadas no centro da cidade de Dur-ban, mas devido a vários factores especialmentea segurança e a acessibilidade, foi decidido relo-calizar as instalações em 389 Lilian Ngoyi Road,Windermere, Durban.

Esta localidade é mais acessível através de

transporte público ou privado e oferece melhoracesso de entrada para pessoas que necessitamde assistência. A mudança foi muito bem aceitepelos membros da nossa comunidade, mas so-bretudo com imensa satisfação que os serviçosconsulares continuariam em Durban.

Isto foi extremamente importante, caso contrá-rio os serviços seriam prestados em Joanes-burgo a uma distância de 630 quilómetros. Alémda distância muitos membros da comunidadeestão numa idade mais avançada e não seriafácil percorrer esta distância para manter e con-tinuar com a nacionalidade portuguesa.

ano e meio mais tarde a mãe casou com JoãoMiguel Roza e em 1896 saíram de Portugal parase juntarem ao marido e padrasto João MiguelRoza, que era cônsul de Portugal em Durban.

A sede da Chancelaria do Consulado, assimcomo a residência da família era no n.º 157 daWest Street, no centro da cidade de Durban, on-de viveram durante aproximadamente dez anos.Durante a estadia em Durban nasceram quatrofilhos: Henriqueta Magdalena Nogueira Roza,nascida em 1896 e faleceu aos quatro anos deidade, Maria Clara Nogueira Roza, nascida em1899, Luís Miguel Nogueira Roza em 1901 eJoão Maria Nogueira Roza em 1903.

Em 1905 João Miguel Roza, juntamente com afamília, saiu de Durban e foi para Pretória, ondeteve uma função diplomática por pouco tempo,regressando a Portugal.

Padrasto de Fernando Pessoa foi o primeiro cônsul de Portugal no Natal

O PRIMEIRO CÔNSUL DE PORTUGAL NO NATAL COM A FAMÍLIA EM 1901 DURANTE UMA VISITA A LIS-BOA. ESQ. FERNANDO PESSOA, MÃE, IRMÃO LUIS MIGUEL, CÔNSUL-GERAL

E IRMÃ HENRIQUETA MADALENA

UM DOCUMENTO COM A ASSINATURA DO CÔNSUL-GERAL E CARIMBO DO CONSULADO DE PORTUGAL NO NATAL

DA ESQUERDA: CÔNSUL-GERAL DE PORTUGAL EM JOANESBURGO, FRANCISCO-XAVIER DE MEIRELES,CRISTINA GOMES, EX-SECRETÁRIO DE ESTADO DAS COMUNIDADES PORTUGUESAS, JOSÉ LUIS

CARNEIRO, SANDRA GOMES E ELIAS DE SOUSAREITOR DO LICEU DHS, A PINHEIRO, EMBAIXADOR DE PORTUGAL NA ÁFRICA DO SUL, MANUEL CAR-

VALHO E O ARQUIVISTA DO LICEU DHS, J. ODDY

De Consulado de Carreira a Honorário

13.500 cidadãos inscritos no Consulado de Durban

O ensino de Português em Durban recebeu oapoio da comunidade até Outubro de 2019,quando a professora responsável foi transferidapara outro país. Actualmente não existe um do-cente oficial para o ensino da língua de Camões.

A nossa juventude e alguns adultos pretendemo seu desenvolvimento, por fins de cultura e denegócios. Na província foram feitos e assinadosalguns protocolos com a Alliance Française eDurban University of Technology, mas desde osegundo semestre de 2019 que não existe o en-sino de Português. Porém continuam cerca decinco dezenas de jovens a solicitar que seja rein-troduzido o ensino da nossa língua em KwaZulu-

Natal.O Português originou do latim vulgar, que foi

introduzido na Península Ibérica pelos conquista-dores romanos. Podemos citar o catalão, o cas-telhano e o galego-português, do qual resultou alíngua portuguesa que tem mais de 800 anos e éfalada por cerca de 270 milhões de pessoas,sendo a terceira língua europeia mais falada nomundo.

Várias celebrações alusivas à nossa história,cultura, danças e tradições têm recebido ao lon-go destes anos a contribuição e apoio do Con-sulado Honorário de Portugal em Durban, comoo jantar de gala do Dia de Portugal, de Camões

e das Comunidades Portuguesas, o festival alusi-vo a esta data, assim como outros eventos. In-felizmente, este ano não foram feitas as celebra-ções devido à pandemia de covid-19.

Os encontros regularmente organizados peloCorpo Diplomático de Durban têm sido semprerepresentados pelo cônsul honorário de Portugalem Durban. Existe uma boa compreensão e par-ticipação de todos os cônsules na província.

Alguns membros da comunidade portuguesatêm requerido para obter a nacionalidade portu-guesa e nos passados dez anos cerca de 300 pe-didos foram realizados, dos quais 90% são sul-

Falta professor para ensinar Português

Textos e fotos de João de Gouveia

(cont. na pag. seguinte)

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4 O SÉCULO DE JOANESBURGO . 31 DE AGOSTO DE 2020

Portugueses do Mundo

africanos. O tempo de formalização é cerca devinte e quatro meses.

Contactamos alguns membros da nossa comu-nidade que estão envolvidos em vários sectores,

comércio, agremiações, organizações e outrosmeios, que comentaram o seguinte:

“Na minha opinião, em relação ao ConsuladoHonorário de Portugal em Durban, são atravésda experiência que tenho tido das duas funcio-nárias, Cristina Gomes e Sandra Gomes, serviço

rápido e excelente. Mesmo quando estive deférias em Portugal e necessitei de alguns docu-mentos, contactei o Consulado e os recebi imedi-atamente. A relocalização das instalações foiuma excelente decisão. Recomendo a todos osmeus familiares, amigos e membros da comu-nidade para usarem os serviços do ConsuladoHonorário de Portugal em Durban.”

“Sem dúvida que o serviço diplomático imple-mentado depois da transição para Consuladohonorário melhorou drasticamente em todos ossentidos. Atendimento, sem esnobismo, maisacolhedor e prestável. Localização mais acessí-vel e mais segurança numa área mais aprazível.”

“A mudança das instalações para Morningsidefoi uma decisão certa por questão de segurança.O funcionamento do Consulado Honorário pelaminha experiência e de várias pessoas da comu-nidade, funciona profissionalmente. As funcio-nárias prestam informações muito úteis em por-tuguês e inglês. Queria realçar uma diferença docônsul honorário dos outros cônsules. Quando asautoridades portuguesas visitam esta provínciatem sempre a preocupação de as levar a firmasportuguesas em KwaZulu Natal.”

“Formulamos votos para que os serviços deassistência prestados à nossa comunidade con-tinuem no futuro, e sempre que possível, pro-mover mais iniciativas que venham contribuir ebeneficiar a todos, os membros da comunidade,os que trabalham no Consulado Honorário dePortugal em Durban, apoio e contribuição docônsul-geral de Portugal em Joanesburgo e daEmbaixada de Portugal em Pretória”.

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Ensino de Português em Durban sem professor(cont. da pag. anterior)

O filme de animação "Elo", de Alexandra Rami-res, foi seleccionado para o Festival de Cinemade Toronto, em setembro, no Canadá, revelou aAgência da Curta-Metragem.

Com animação a grafite em papel e sem diálo-gos, "Elo" é a única produção portuguesa inte-grada no programa de curtas-metragens do fes-tival, que começa no dia 10 de setembro.

"Elo", com argumento de Alexandra Ramires eda escritora Regina Guimarães, é ainda o pri-meiro filme da realizadora em nome próprio, de-pois de ter coassinado "Água mole", com LauraGonçalves, que soma 19 distinções internacio-nais.

O Festival Internacional de Cinema de Toronto(TIFF), codirigido pela programadora portuguesaJoana Vicente, decorrerá em Setembro com umaprogramação reduzida, por causa da covid-19, evirada sobretudo para o 'online', embora tenhaalguns eventos presenciais limitados.Além de "Elo", o festival contará com o filme pa-

lestiniano "Gaza, mon amour", dos irmãos TarzanNasser e Arab Nasser, com coprodução portu-guesa, pela Ukbar Filmes, como anunciado nofinal de Julho.A longa-metragem de ficção, que se estreará no

festival de Veneza antes de chegar a Toronto, foiparcialmente rodada no Algarve e inspira-se nu-ma história verídica ocorrida em Gaza, em 2014,quando um pescador encontrou uma estátua deApolo no mar.

O TIFF abrirá com "David Byrne's AmericanUtopia", de Spike Lee, a lançar pela HBO, queregista em filme o espetáculo homónimo do mú-sico dos Talking Heads.

Destaque ainda para a inclusão de "One nightin Miami", a estreia na realização da atriz ReginaKing com um filme sobre o pugilista MuhammadAli, "Quo vadis, Aida", de Jasmila Zbanic, e "Asuitable boy", de Mira Nair, escolhido para encer-rar o festival.Foi ainda seleccionado "Casa de Antiguidades",

do brasileiro João Paulo Miranda Maria.O compositor norte-americano Terence Blan-

chard, nomeado para o Óscar e seis vezes ven-cedor de Grammys, também vai ser distinguidoeste ano com o prémio Variety Artisan, para aárea do entretenimento, em Toronto, cerca deuma semana depois de ter recebido o prémioCampari Passion, do Festival de Veneza, que serealiza nos dias 2 a 12 de Setembro.Em tempos de pandemia da covid-19, que afec-

tou o calendário dos festivais de cinema e toda aindústria cinematográfica, o TIFF juntou-se a out-ros eventos de outono, nomeadamente os festi-vais de Veneza (Itália), Telluride e Nova Iorque,nos Estados Unidos, num esforço colaborativopara a estreia conjunta do filme "Nomadland", deChloe Zhao.

A fotógrafa freelancer Micaela Sousa, a viver emBerlim, recebeu uma bolsa no contexto do pro-jecto “Pandemic Healing Arts Project” e mostraparte do seu trabalho, realizado durante a pan-demia de covid-19 numa exposição.

“À semelhança de outras cidades alemãs, Ber-lim tomou medidas para evitar o contágio entrecidadãos, e isso implicou o encerramento de ga-lerias, o cancelamento e/ou adiamento de traba-lhos, e a consequente falta de fontes de rendi-mento para artistas, muitos dos quais freelan-cers. Nessa altura, surgiram apoios estatais esistemas de ajuda mútua, com artistas queapoiavam outros artistas”, explicou Micaela Sou-sa (conhecida por Nomadic By Choice), em de-clarações à agência Lusa.Um colectivo de artistas da Holzmarkt (mercado

de madeira, que representa o maior projecto dedesenvolvimento urbano sustentável da cidade)

e da associação "We Did Nothing Wrong”, ambascom sede em Berlim, uniram-se para atribuir bol-sas a artistas afetados pelas medidas de con-tenção como parte de uma iniciativa chamada"Pandemic Healing Arts Project".“Com recurso a fundos privados, ‘crowdfunding’

e o trabalho voluntário de uma pequena equipa,as bolsas foram uma forma de apoiar artistas,ajudando-os a continuar o seu trabalho e incenti-var a criação. O processo de candidatura foi des-complicado. A candidatura foi feita ‘online’ e tiveapenas de apresentar o portfólio e o conceito deprojecto que ia desenvolver”, adiantou a artistaportuguesa.

Micaela Sousa e os restantes seleccionados ti-veram quatro semanas para desenvolver projec-tos relacionados com a temática da pandemia.“É muito emocionante para mim fazer parte des-

te leque de artistas. Acima de tudo, é bom sentir

que a relevância da criação artística é, novamen-te, enfatizada em Berlim”, partilhou.

A “Pandemic Healing Arts” reúne os trabalhosde 44 artistas, das mais diversas áreas, numaexposição inaugurada no dia 13 de Agosto e pa-tente até 12 de Setembro. Está ainda previstauma exposição itinerante das obras em várioslocais da cidade.“O trabalho que desenvolvi é uma série fotográ-

fica, de 12 imagens, intitulada ‘I Am Here - A pureact of witnessing’. Esta história visual é essen-cialmente focada na minha experiência pessoal eemocional, de me encontrar num momento deextrema dissonância”, apontou.

“Há um aspecto de espontaneidade neste pro-jeto. Enfrentando uma ameaça invisível, mesmoquando nos envolvemos no distanciamento so-cial, todos estamos de alguma forma conecta-dos. Compartilhamos desrealização, medo, an-

siedade, descrença, indignação pela inação eincerteza, mas também esperança, possibilidadenas nossas vidas e, acima de tudo, o puro ato detestemunhar. Esta é uma tentativa de expressarestados emocionais, de representar o invisível e,em última análise, enquadrar o portal de um novomundo de escolhas”, sublinhou a fotógrafa por-tuguesa.

Micaela Sousa admite que, antes da pandemiade covid-19, estava há bastante tempo a traba-lhar ininterruptamente em projectos comerciais,sem conseguir dedicar tempo a projectos pes-soais. A covid-19 veio forçar uma pausa.

“Alguns rituais diários mantiveram-me com ospés assentes no chão nos últimos 6 meses. Te-nho feito muitas e longas caminhadas (…) Useientão a minha linguagem primária - imagens -para ‘escrever’ notas visuais que documentarama cidade e, de como a pandemia mudou as nos-sas rotinas, comportamento social e uso do es-paço público. A oitava Arte tem esse aspeto dedestacar visivelmente a perspetiva. Todos osdias era igual, mas todos os dias era diferente”,realçou.

A exposição “Widerkunst III. Mehr Zeit, mehrMut, mehr Kunst” (“Resistência III. Mais tempo,mais coragem, mais arte”) foi criada em coopera-ção com a Genossenschaft für UrbaneKreativität, Tina Zimmermann, Widerkunst,Holzmarkt, We did nothing wrong e Humans forfuture.

Fotógrafa portuguesa em Berlim ganha bolsa para trabalho sobre pandemia

Filme de animação de Alexandra Ramiresintegrado na competiçãodo festival de Toronto

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31 DE AGOSTO DE 2020 . O SÉCULO DE JOANESBURGO 5

ÁFRICA DO SUL

O presidente da África do Sul, Cyril Ramapho-sa, fez uma descrição fulminante da corrupçãoque assola o Congresso Nacional Africano, nopoder desde 1994.

Cyril Ramaphosa, em carta de 23 de Agosto,enviada a todos os membros do ANC, inicia coma polémica em torno da celebração de contratospara ajudar o país a lidar com o contágio de co-vid-19.

“O que causou a maior indignação é que exis-

tem empresas do sector privado e indivíduos (in-cluindo funcionários públicos) que exploraramuma grave crise médica, social e económica paraenriquecer injustamente”, diz a carta.

“Esta é uma traição imperdoável para os mi-lhões de sul-africanos que estão a ser afectadosnegativamente pelo impacto da pandemia, pas-sando fome diariamente, desesperançados e de-sempregos.”

Ramaphosa também escreveu na carta que foidescoberto que “biliões de randes que deveriamter sido gastos com transporte público adequado,melhor infraestrutura para os pobres, electricida-de confiável e acessível, agricultores negrosemergentes e desenvolvimento mais amplo danossa terra foram roubados para encher os bol-sos de alguns criminosos”.O presidente Ramaphosa disse que as pessoas

não deveriam pensar no ANC como um caminhopara o poder, riqueza e influência.No final das contas, disse o presidente,“não pa-

raremos a corrupção em nossas fileiras, a menosque aprofundemos a consciência ética dos nos-sos membros e, particularmente, dos nossos lí-deres”.A África do Sul está em 70º lugar entre 198 paí-

ses no Índice de Corrupção Internacional deTransparência de 2019. No ano anterior ocupava73º posto.

A Comissão Parlamentar do Ensino Superior,Ciência e Tecnologia expressou preocupaçãocom os atrasos na aquisição de laptops para oPrograma Nacional de Ajuda Financeira aosEstudantes (NSFAS).

O responsável da comissão, Philly Mapulane,disse que já se passaram quatro meses desdeque o ministro da Educação Superior, Blade Nzi-mande, anunciou que o governo adquirirá lap-tops para todos os alunos qualificados do NSFASnas universidades, faculdades de Educação,ensino técnico e vocacional (TVET).

Os laptops fazem parte da estratégia de apren-dizagem remota do governo para salvar o anoacadémico de 2020, como resultado do país faceàs restrições causadas pela pandemia.

“Os alunos estão a aguardar ansiosamente aentrega desses laptops que até agora não foramdistribuidos devido a atrasos desnecessários nafinalização dos processos de aquisição pelaNSFAS”, disse Mapulane.

Acrescentou que, desde então, foram apresen-tadas à comissão alegações de que há “interfe-rência” nos processos de aquisição do equipa-mento.

“Estão a ser feitas tentativas para manipular oprocesso de aquisição e, finalmente, abortá-loporque certos responsáveis de serviço não sãorecomendados, seguindo os processos de ges-tão da cadeia de suprimentos da NSFAS”, disse.

Apontou que a comissão levará essas alega-ções a sério e as acompanhará junto com admi-nistrador da NSFAS, Randall Carolisen.

“Gostaríamos de apelar a Carolisen para nãopermitir qualquer interferência indevida nos pro-cessos de gestão da cadeia de abastecimento deNSFAS, e para concluir rapidamente este pro-cesso de aquisição dos laptops para que os alu-nos de famílias pobres e da classe trabalhadorapossam estudar e ser ensinados conforme.“O país não pode permitir outro escândalo como

o de compras de quipamento de covid-19.”

INVESTIGAÇÃO

O alerta do parlamento veio um dia depois de opresidente Cyril Ramaphosa publicar uma cartaaberta ao ANC, na qual adverte que o partidoestava fundamentalmente relacionado com asrecentes alegações de corrupção sobre covid-19.Ramaphosa disse que os relatórios e descober-

tas recentes de corrupção relacionados com aajuda de emergência de covid-19 são “uma trai-ção imperdoável para milhões de sul-africanos”.O ANC lançou uma investigação em todo o par-

tido sobre as alegações, onde todos os ramos elíderes provinciais são obrigados a elaborar listasde cada pessoa acusada ou a enfrentar acusa-ções de transgressão.

Essas listas devem então ser entregues ao ga-binete do secretário-geral do partido, Ace Ma-gashule, de acordo com o semanário sul-africanoCity Press.

Apesar de se falar em diminuir mais a corrup-ção, há uma crença generalizada de que o go-verno de ANC, carece de qualquer vontade oucapacidade real de lidar com a questão, além deuma conversa superficial sobre o assunto.

Tem sido dito por muitos que roubar recursospúblicos durante uma emergência de saúdeequivale a um crime contra a humanidade. Mas aprotectora pública Busisiwe Mkhwebane diz quetecnicamente não é o caso na África do Sul.Mkhwebane também acredita que o nome de"corrupção" é usado de maneira muito vaga,principalmente pelos órgão de informação.

A corrupção deve ser classificada como crimecontra a humanidade? Não na África do Sul, dis-se a protectora pública, na segunda-feira, argu-mentando que mesmo o recente escândalo deaquisições de equipamentos de protecção para acovid-19 (PPE), não consta nos critérios estabe-lecidos pelo Estatuto de Roma para tal delito.

O tratado que criou o Tribunal Penal Internacio-nal em 1998, do qual a África do Sul é signatária,afirma que um crime contra a humanidade en-volve actos cometidos contra uma população ci-vil “em prol de um estado ou política organiza-cional”.

De acordo com Mkhwebane: “Para que a cor-rupção seja um crime contra a humanidade, esse

crime deve ser uma política daquele estado emparticular. Ao nível das políticas, o governo [daÁfrica do Sul] reconhece que a corrupção preju-dica a boa governação”.Ela disse que por isso a corrupção não pode ser

comparada a um crime contra a humanidadecomo o apartheid, que era a política do governodo Partido Nacional.Argumentou que seria uma história diferente se

alguém pudesse provar que o governo estavadeliberadamente subfinanciando órgãos como ogabinete da protectora pública ou agências deaplicação da lei, a fim de "sabotar" tentativas deinvestigar e processar a corrupção.A protectora falava num vídeo-conferência dedi-

cado ao tema, organizado pela Associação dasNações Unidas para a África do Sul (UNASA).A noção de que a corrupção em torno de covid-

19 em particular deve ser vista como um crimecontra a humanidade foi recentemente divulga-da, entre outros, pela Organização Mundial daSaúde, pelo presidente no parlamento deSCOPA/Comité Permanente de Contas Públicas,

Mkhuleko Hlengwa, e num editorial do DailyMaverick.

Mkhwebane optou por interpretar a questãonum sentido jurístico técnico, em vez de nívelmoral, como outros pretendem. No entanto,mesmo a questão jurídica está agora a ser leva-da a sério por especialistas na matéria - comoMax du Plessis apontou recentemente - que che-garam a interpretações diferentes do Estatuto deRoma em comparação com Mkhwebane.“Isso não quer dizer que a corrupção seja toma-

da de ânimo leve”, disse a protectora pública,descrevendo as alegações actuais de fraude emaquisições de PPE como “graves”.Ela também usou o seu discurso para criticar os

órgãos de informação por ‘rotular’ prematura-mente indivíduos como “corruptos” sem evidên-cias suficientes, e sugeriu que o termo “corrup-ção” foi usado em demasia em contextos ondenão era apropriado.

“Muitas vezes nos referimos erroneamente agastos irregulares, infrutíferos, perdulários ou máadministração no sector público como corrup-ção”, disse Mkhwebane.

“Infelizmente, na África do Sul, quando se falasobre corrupção, na maioria das vezes o focoestá na classe negra, servidora pública.”

Ela sugeriu que o nome deveria ser restrito àdefinição contida na Lei de Prevenção e Com-bate a Actividades Corruptas: a influência deoutra pessoa a tomar uma decisão corrupta paraobter gratificação.Ao longo do seu discurso, Mkhwebane repetida-

mente fez referência ao sector privado comofonte de uma corrupção ignorada.

“Quando você tem uma pessoa nomeada paraservir no conselho da PIC [Public InvestmentCorporation], que lida com triliões em pensõesde serviço público, estamos a levar a sério asquestões de corrupção e liderança ética?”

No sector público, Mkhwebane sugeriu que acorrupção era "geralmente cometida" em tornodos gastos do governo com aquisições, dosquais ela afirmou que "80 a 90%" vão para "em-presas brancas".

A protectora pública também exortou os jovensa “verificar os gastos do Tesouro com compras”,

Ramaphosa aborda a corrupção no país que assola o Congresso Nacional Africano

O Chefe de Estado escreveu uma dura carta aos membros do partido a manifestar insatisfação

Mkhwebane diz que corrupção não pode ser classificada como um "crime contra a humanidade"

Parlamento alertapara outro escândaloà volta de covid-19

O PRESIDENTE CYRIL RAMAPHOSA ENVIOU A TODOS OS MEMBROS DO ANC UMA CARTA SOBRE A POLÉMICA EM TORNO DA CELEBRAÇÃO DE CONTRATOS PARA AJUDAR O PAÍS A LIDAR

COM O CONTÁGIO DE COVID-19

(cont. na pag. seguinte)

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6 O SÉCULO DE JOANESBURGO . 31 DE AGOSTO DE 2020

ÁFRICA DO SUL

pois “esse dinheiro nem mesmo está a ajudar aempoderar o nosso povo”, mas “vai para as mes-mas pessoas que se beneficiaram com o apar-theid”.

Questionada sobre como o sistema de licitaçãodo governo pode ser alterado, Mkhwebane disseque o acordo actual prioriza injustamente as ofer-tas mais baratas.

Ela estava-se a referir à estipulação da Lei deEstrutura da Política de Aquisições Preferenciaisde que as propostas acima de um certo limite de-veriam ser concedidas com referência de 10% àsconsiderações do BBBEE e referência de 90%ao preço.

“Muitas empresas negras não têm anatomia fi-

nanceira quando fazem cotações. Às vezes, elescotam preços que não competem com seus ho-mólogos”, disse Mkhwebane.

A certa altura, a protectora pública pareceuquestionar se seria útil que a Constituição con-sagrasse a presunção da inocência até que aculpa seja provada, dizendo: “É tão lamentávelcomo a nossa Constituição é redigida ... NossaConstituição está nos ajudar a desenraizar e lidarcom questões ou crime e corrupção?”.No entanto, pouco depois, Mkhwebane também

protestou contra os procedimentos da Comissãode Inquérito de Zondo sobre a Captura do Esta-do, afirmando que é inaceitável que as testemu-nhas sejam autorizadas a alegar irregularidadesno inquérito sem apresentar provas nesse senti-do.

“Você não deve dizer na comissão Zondo quealguém é corrupto, então você, como órgão deinformação, exibe essa história sem evidênciasfactuais”, ela reclamou.

A protectora pública disse que era dever dosjovens na África do Sul "fazer a sua própria pes-quisa" e "certificar-se de não levar as histórias[dos jornais pelo valor da face".

Mkhwebane concluiu que uma das chaves parao combate à corrupção no país é garantir umaequipa liderada por pessoas éticas que respei-tem a Constituição.

“Você não pode continuar a ter pessoas em po-sições de liderança quando há conclusões contraelas por instituições como o Ministério Público”,disse a terminar.

Mkhwebane diz que corrupção não pode ser classificada como um "crime contra a humanidade"(cont. da pag. anterior)

O Tesouro Nacional publicou o relatório de re-ceitas e despesas do governo local para o quar-to trimestre do ano financeiro de 2019/20, mos-trando que a dívida do consumidor municipalcontinua a aumentar.

O relatório cobre o desempenho em relação aoorçamento rectificativo do governo local para oquarto trimestre do ano financeiro municipal queterminou em Junho de 2020 e inclui gastos emrelação a dotações de subsídios condicionaispara o mesmo período.

No total, os municípios gastaram 79,9% ou384,3 biliões de randes do orçamento total dedespesas ajustadas de 481,2 biliões a 30 de

Junho deste ano. Em relação à receita, o factura-mento agregado e outras receitas totalizaram88,8% ou 427,5 biliões do orçamento de receitaajustada total de 481,4 biliões, disse o Tesouro.

Do orçamento rectificativo para despesas ope-racionais no valor de 412,4 biliões, 343 biliões ou83,2% foram gastos até o final de Junho de 2020.

O relatório mostra que os municípios ajustarampara baixo o orçamento para salários e despesascom pagamentos de 123,5 biliões. Isso constitui30% de seu orçamento total ajustado de despe-sas operacionais de 412,4 biliões.

A 30 de Junho de 2020, o gasto era de 88,5%,ou 109,4 biliões.

No período em análise, os dispêndios de capi-tal totalizaram 41,2 biliões, ou 59,9%, do orça-mento de capital ajustado de 68,8 biliões.

A receita de água facturada foi de 23,3 biliõescontra despesas de 27,1 biliões;A receita facturada com fontes de energia foi de

76,2 biliões, contra despesas de 69,8 biliões;A receita facturada para gestão de águas re-

siduais foi de 7,1 biliões contra despesas de 6,8biliões, e as taxas cobradas pela gestão de resí-duos foram de 9,8 biliões, contra despesas de8,2 biliões.

DÍVIDA DO CONSUMIDOR

As dívidas agregadas dos consumidores muni-cipais totalizaram 191,5 biliões a 30 de Junho de2020, acima dos 181,3 biliões registados no ter-ceiro trimestre de 2019/20.

Na África do Sul, a dívida do consumidor muni-cipal refere-se ao não pagamento de taxas depropriedade, taxas / encargos por serviços pres-tados pelos municípios (por exemplo, água, sa-neamento, electricidade e remoção de lixo) evárias outras obrigações financeiras aos municí-pios (que incluem por exemplo, multas de trânsi-to e pagamentos de aluguer de imóveis).

A dívida do consumidor municipal compreendeos atrasos no pagamento de taxas de imóveis,serviços e outros encargos municipais, bemcomo valores considerados irrecuperáveis.

O relatório observou que as agências governa-mentais respondem por 7,7% ou 14,8 biliões(18,1 biliões reportados no terceiro trimestre de2019/20) do total de devedores pendentes.

O maior componente desta dívida, no entanto,refere-se às famílias e representa 69,9% ou133,9 biliões, ante 70,5% ou 127,7 biliões no ter-ceiro trimestre.

É preciso reconhecer que nem toda a dívidapendente de 191,5 biliões é realisticamente co-brável, já que esses valores incluem dívidas commais de 90 dias, juros de mora e outras recupe-rações, segundo o Tesouro.

O Departamento de Empresas Públicas foi aoparlamento dar uma actualização sobre o pro-gresso que está a fazer na abordagem dos desa-fios governamentais enfrentados pelas entidadesestatais (SOEs).

O recém-nomeado director-geral do departa-mento, Kgathatso Tlhakudi, disse que é sua res-ponsabilidade garantir que as sete principais es-tatais que estão sob sua jurisdição sejam finan-ceiramente sustentáveis, adequadamente finan-ciadas e operacionalmente robustas, entre outras coisas.

As entidades incluem Alexkor, Denel, Eskom,Safcol, South African Airways (SAA), South Afri-can Express e Transnet.

ALEXKOR

A mineradora de diamantes Alexkor relatou pre-juízo sem actividades geradoras de receita.

A entidade diamantífera depende exclusiva-mente da receita da Pooling and Sharing JointVenture (PSJV).Jackie Modisane, vice-directora-geral do Depar-

tamento de Empresas Públicas, disse que o de-sempenho do PSJV tem sido irregular por causada má gestão, corrupção e preços baixos dosdiamantes.

“Consequentemente, o desafio de liquidez doPSJV teve um impacto substancial na posiçãofinanceira da companhia. Alexkor, portanto, nãoé uma empresa contínua”, disse.

Modisane disse ao comité parlamentar que asreservas de caixa da Alexkor devem esgotar-seaté Setembro de 2020.

Segundo notou, a secretaria, não tem condi-ções de dar mais recursos à entidade, que nãotem como gerar receita. Além disso, a entidadenão tem acesso aos mercados financeiros, tãopouco pode solicitar apoio do fisco.As perdas da Alexkor em 2019 totalizaram 173,6

miliões de randes.

DENEL

A empresa de armas Denel registou outra per-da de 1,7 biliões devido ao declínio significativona arrecadação de receitas.

O departamento disse que a perda é directa-

mente atribuível aos actuais desafios de liquidez.A Denel precisa de encontrar fundos para hon-

rar uma decisão judicial de que deve pagar ossalários pendentes e cumprir as obrigações le-gais, como pagar ao fundo de pensão dos seusfuncionários.Seu ex-presidente-executivo disse à Reuters no

mês passado que Denel pode não sobrevivernos próximos meses a menos que o governo odeixe usar alguns fundos de resgate prometidospara gerar receita em vez de pagar dívidas.

ESKOM

Modisane disse que a Eskom acumulou um vol-ume na receita sustentada pelo aumento das ta-rifas.

Disse que embora a caixa das operações este-ja a aumentar é insuficiente para cobrir os custoscrescentes.

Visto como o maior risco para a economia dopaís, a Eskom recebeu 133 biliões em resgatesdesde 2008 e deve receber outros R112 biliõesnos próximos três anos.

A Eskom não gera caixa suficiente para cobrirseus custos e está a sobreviver com resgates dogoverno. Sua pilha de dívidas é de 454 biliões,dos quais 300 biliões são garantidos pelo gover-no, relata a Bloomberg.

No último relatório, Eskom estava a projectaruma perda de 20 biliões para o ano financeiro de2020.

SAFCOL

A terceira maior empresa estatal da África doSul, a South African Forestries Company Limited(Safcol), relatou prejuízo de 47 miliões, tambémcomo resultado da queda na arrecadação de re-ceitas e altas despesas operacionais.

O mandato do grupo é conduzir negócios flo-restais que incluem colheita de madeira, proces-samento de madeira e actividades relacionadas,tanto doméstica quanto internacionalmente.

Actualmente, emprega cerca de 5.000 pessoaspor meio de empregos directos e indirectos e, porextensão, é responsável por cerca de 20.000 vi-das em comunidades adjacentes às suas opera-ções.

SOUTH AFRICAN AIRWAYS (SAA) E SOUTH AFRICAN EXPRESS

A SAA foi colocada sob resgate de negócios emDezembro de 2019, devido ao declínio do de-sempenho e à sua incapacidade de pagar suasdívidas.

O plano de resgate do ABusiness foi aprovadoem Julho passado pelos credores, e váriasopções de captação de recursos para implemen-tação do plano de resgate do negócio estão a serconsideradas.

“Isso está a ser realizado com a assistência doRand Merchant Bank, que foi nomeado consultorde transacções para garantir que a melhor opçãode garantir o financiamento seja escolhida”, dis-se Modisane.

A SA Express foi colocada sob resgate comer-cial em Fevereiro deste ano e posteriormente co-locada em liquidação provisória a 29 de Abril de2020 pelo Tribunal Superior. Os liquidatários pro-visórios anunciaram a manifestação de interessepela venda do negócio.

De acordo com o departamento, existe a pro-babilidade de a companhia aérea ser liquidada a30 de Setembro de 2020 caso não haja interessede algum potencial investidor.

Sobre o fortalecimento das estruturas e ferra-mentas de governança nas entidades estaduais,o sector informou que posições críticas estão areceber a devida atenção nas diversas empre-sas.

Em Maio, as finanças da SAA de 2019 reflecti-ram uma perda de R5 bilhões para a empresa,enquanto as perdas da SA Express totalizaram590 milhões.

TRANSNET

Em uma nota mais positiva, a receita da Trans-net cresceu 3% para 57 biliões de randes no anofinanceiro de 2019/20.

O departamento atribuiu esse crescimento àmenor demanda do que anteriormente, o que re-sultou em desempenho de baixo volume.

“De acordo com o Plano Corporativo, a receitadeveria aumentar para 78 biliões, mas o covid-19e o confinamento tornam improvável que issoseja alcançado”, disse Modisane.

O comité também ouviu que a Transnet finalizouo recrutamento e nomeação dos principais exe-cutivos, o director executivo e o director finan-ceiro do Grupo.

Transnet foi a única das sete grandes empresas públicas que registou lucros no ano financeiro de 2020

Maioria dos sul-africanos nãopaga pelos serviços municipais

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31 DE AGOSTO DE 2020 . O SÉCULO DE JOANESBURGO 7

PORTUGAL

O primeiro-ministro considerou que ficaram es-clarecidos os "mal-entendidos" com a Ordem dosMédicos na sequência do surto de covid-19 numlar de Reguengos de Monsaraz e salientou o seuapreço por este sector profissional.

Esta posição foi assumida por António Costanuma declaração aos jornalistas, em São Bento,após uma reunião de quase de três horas com obastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Gui-marães, na terça-feira, na qual também estive-ram presentes a ministra da Saúde, Marta Temi-do, e o secretário de Estado António Lacerda Sa-

les.Numa declaração sem direito a perguntas por

parte dos jornalistas, o líder do executivo voltoua remeter o "caso concreto" verificado no lar deReguengos de Monsaraz "para as instituiçõescompetentes, que, com a informação já disponí-vel, apurarão" o que se passou.

"Tive a oportunidade de informar e esclarecermais em pormenor o senhor bastonário [da Or-dem dos Médicos] sobre a forma como o Estadodesde Junho tomou conhecimento, agiu e reagiuperante a situação em concreto que ocorreu nolar de Reguengos. Fico particularmente satisfeitopor o senhor bastonário poder sair daqui - espero- sem a menor dúvida sobre a enorme conside-ração e apreço que tenho pelos médicos, peloseu trabalho, assim como tenho pela generalida-de dos profissionais de saúde", declarou AntónioCosta.

No final da sua declaração, tendo ao seu ladoMiguel Guimarães, o primeiro-ministro reforçouesta mensagem: "Temos de trabalhar mais emequipa para garantir a todos os cidadãos, seja osque residem nas suas casas, sejam os que resi-dem nos lares ou em outro espaço, os melhorescuidados possíveis - e, para isso, nenhum de nósserá pouco"."Agradeço ao senhor bastonário [da Ordem dos

Médicos] a oportunidade e a franqueza destaconversa. Espero que todos os mal-entendidosestejam esclarecidos. E fico particularmente re-conhecido pela forma como aqui testemunhou,de forma inequívoca, o meu apreço e considera-ção pelos médicos portugueses e pelo trabalho

que desenvolvem", acrescentou.Ao longo das três horas de reunião, de acordo

com o primeiro-ministro, houve "uma conversamuito útil sobre o contributo da Ordem dos Médi-cos" no combate à pandemia da covid-19 e sobre

a actuação do Serviço Nacional de Saúde (SNS)."Temos de nos preparar para o pior. Desejamos,

naturalmente, que não haja segunda vaga dacovid-19, mas temos de nos preparar para o ris-co da segunda vaga. Desejamos que haja vaci-na, mas temos de nos preparar para a possibili-dade de a vacina não chegar tão depressa",referiu.

Por isso, na perspectiva de António Costa, "éfundamental não baixar a guarda"."Exige-se que, da parte de todas entidades, Es-

tado ou associações públicas como a Ordem dos

Médicos, ou ainda instituições da economia so-cial, se faça um enorme esforço de trabalho emconjunto. Não há um mundo sem falhas. E, pe-rante as falhas, mais do que atirar pedras, maisdo que apontar o dedo, devemos procurar res-ponder em concreto às realidades que existem",acrescentou.

EM QUALQUER LAR UM IDOSO TEM SEMPRE DIREITO A ASSISTÊNCIA DO SNS

O primeiro-ministro frisou que um idoso, inde-pendentemente da residência ou do lar em quese encontre internado, tem direito a assistênciapor parte do Serviço Nacional de Saúde (SNS) edos seus médicos de família.Tendo ao seu lado Miguel Guimarães, o líder do

executivo referiu que, durante a longa reunião,"mereceu natural atenção a situação que diz res-peito aos lares - uma realidade que não é nova eque é conhecida na sociedade portuguesa".

Neste contexto, António Costa observou entãoque o sistema de lares assenta em instituiçõesprivadas de solidariedade social (IPSS), miseri-córdias e mutualidades.

Um sistema que, segundo António Costa, "temde merecer uma reflexão profunda da sociedade"e onde "a colaboração da Ordem dos Médicos éabsolutamente essencial".

"Um idoso internado numa residência ou numlar não deixa de ser um cidadão português e,portanto, com direito a assistência na saúde, de-signadamente por parte dos médicos de família epor parte do SNS", frisou o primeiro-ministro.

Depois, António Costa observou que ocorre emmúltiplos países o debate em torno da medicali-zação dos lares e das residências para idosos.

"Num país com a dinâmica demográfica queapresenta, este é um debate tão urgente como

útil. Tive a oportunidade de recordar ao senhorbastonário o esforço que o Estado tem feito des-de o início desta pandemia da covid-19 parareforçar as condições financeiras e humanas,tendo em vista que as IPSS, misericórdias e mu-tualidades façam ainda melhor trabalho", defen-deu.

Neste ponto, o primeiro-ministro fez então umaalusão indirecta ao surto de covid-19 num lar deReguengos Monsaraz, salientando que "nuncase deve confundir a árvore com a floresta, sejana actuação dos lares, seja na actuação dos mé-dicos ou do Estado".

"As prioridades do Governo passam pelo de-senvolvimento da rede de cuidados continuadosintegrados e pelo desenvolvimento dos progra-mas de assistência domiciliária para diminuir ograu de institucionalização", acrescentou.

BASTONÁRIO SATISFEITO COM “RESPEITO”DO PRIMEIRO-MINISTRO PELOS MÉDICOS

O bastonário da Ordem dos Médicos (OM), Mi-guel Guimarães, mostrou-se satisfeito com amensagem de “respeito e confiança” do primeiro-ministro nos profissionais, após a audiência comAntónio Costa, na sequência da tensão dos últi-mos dias.

“O primeiro-ministro transmitiu de forma claraaquilo que é o respeito e a confiança que temnos médicos portugueses, aquilo que espera dosmédicos nesta época e sempre, e deixou umapalavra também aos representantes da Ordemdos Médicos daquilo que é a valorização do tra-balho desses profissionais”, afirmou o líder daOM, depois de mais de duas horas de reuniãoem São Bento e numa declaração sem direito aperguntas dos jornalistas.

Sobre a polémica em torno da actuação no larde Reguengos de Monsaraz, Miguel Guimarães

evitou alongar-se em comentários, ao explicarapenas que “a situação está entregue às autori-dades competentes, nomeadamente ao Ministé-rio Pú-blico e à Inspecção-Geral das Actividadesem Saúde”. No entanto, enalteceu os médicosque prestaram cuidados no Lar da Fundação Ma-ria Inácia Vogado Perdigão Silva.“Gostaria também de deixar uma mensagem de

forte solidariedade para os médicos que estive-ram a trabalhar no lar de Reguengos de Monsa-raz, que, mesmo não tendo as condições maisadequadas, não deixaram de estar presentes efizeram um trabalho magnífico”, frisou, em con-traste com as críticas de recusa de auxílio aosutentes.

Paralelamente, o bastonário deixou ainda umalerta sobre o período de outono-inverno e os“desafios” que a pandemia de covid-19 vem colo-car sobre a resposta de um sector que nestaépoca já costuma enfrentar a questão da gripesazonal.“Não sabemos se vamos ou não ter uma segun-

da onda, mas temos de contar com essa situa-ção e preveni-la; temos de recuperar os doentesnão-covid, que ficaram para trás no período emque a pandemia teve uma força grande no país;temos de ter em atenção a gripe sazonal – embo-ra julgue que, se as pessoas respeitarem as re-gras, vai ter menos impacto este ano; e temos decontar com a proteção às pessoas mais despro-tegidas, concretamente, nos lares”, notou.

SECRETÁRIO DE ESTADO DA SAÚDEGARANTE BOA RELAÇÃO ENTRE GOVERNO E MÉDICOS

O secretário de Estado da Saúde, António La-cerda Sales, assegurou na semana passada quegoverno e profissionais de saúde mantêm uma“boa relação”, apesar da escalada das críticasentre executivo e Ordem dos Médicos (OM) nosúltimos dias.

Na conferência de imprensa de actualizaçãosobre o combate à pandemia de covid-19, o go-vernante sublinhou que o primeiro-ministro “temestado sempre ao lado dos profissionais de saú-de”, independentemente das críticas a propósitoda actuação face ao surto no lar de Reguengosde Monsaraz, que culminaram num pedido daOM para uma audiência urgente com o chefe degoverno, na terça-feira.

“Deixaremos ao Ministério Público e à Inspec-ção-Geral de Actividades em Saúde a conclusãodos inquéritos que estão a decorrer e que estãoem segredo de justiça. O primeiro-ministroreuniu-se na amanhã de terça-feira com o basto-nário da Ordem dos Médicos e a boa relação queexiste entre todos ficou reforçada”, adiantou La-cerda Sales, sublinhando: “E se houve algumatensão, essa tensão foi diluída. Devemos prosse-guir neste desígnio de unidade nacional”.

Contudo, o secretário de Estado não deixou desubscrever a mensagem de António Costa, quevincou que o papel de uma ordem profissionalnão é “fiscalizar o Estado”, sobre a auditoria mo-vida pela Ordem dos Médicos na resposta aosurto de covid-19 no lar Fundação Maria InáciaVogado Perdigão Silva.

“O dever da OM é de regular e de monitorizaraquilo que é o exercício da actividade dos seusprofissionais. A primeira obrigação é tratar osseus doentes, seja em que condições for. Não

existindo dúvidas de que a OM tem competên-cias disciplinares, também sabemos que não tempoder de fiscalização”, referiu, acrescentando: “AOM está vinculada ao princípio de legalidade,deve actuar em obediência à lei e dentro dospoderes que lhe são conferidos”.Ainda no que toca à situação pandémica nos la-

res de idosos, a directora-geral da Saúde disseexistirem actualmente 20 surtos activos nestasinstituições, num total de 148 em todo o país.

O caso de Mora mereceu uma explicação deta-lhada de Graça Freitas, que revelou a existênciade “62 casos diagnosticados” e o envolvimentode “mais de 400 pessoas”, tendo sido efectuados“592 testes” até à data.

Quanto ao previsível aumento de turistas, coma inclusão de Portugal na lista de corredores se-guros do Reino Unido, não está prevista uma in-tensificação das medidas de prevenção dasautoridades, adiantou Graça Freitas, garantindoque os turistas “são bem-vindos” ao país.

“Aplica-se o mesmo a todo o país e todas asproveniências. A segurança começa nos própriosturistas, quando chegamos a um país, devemosobservar as regras”, salientou, sem deixar de de-legar também a resposta nos diferentes agenteseconómicos, como hotéis e restaurantes: “Nãoestão isentos da responsabilidade de regularema aplicação das regras. Não é só terem as condi-ções de acordo com as normas, mas fazer comque essas normas sejam respeitadas”.

Primeiro-ministro considera esclarecidos “mal-entendidos” com Ordem dos Médicos

A DIRECTORA-GERAL DA SAÚDE, GRAÇA FREITAS, ACOMPANHADA PELO SECRETÁRIO DE ESTADODA SAÚDE, ANTÓNIO LACERDA SALES, NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA DIÁRIA SOBRE O NOVO

CORONAVÍRUS, NO MINISTÉRIO DA SAÚDE (Foto Lusa)

BASTONÁRIO DAORDEM DOS MÉDICOS,

MIGUEL GUIMARÃESPRIMEIRO-MINISTRO

ATÓNIO COSTA

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8 O SÉCULO DE JOANESBURGO . 31 DE AGOSTO DE 2020

PORTUGAL

A Comissão Europeia propôs a concessão deum apoio de 5,9 biliões de euros a Portugal noquadro do ‘SURE’, instrumento para ajudar osEstados-membros a preservar postos de traba-lho durante a pandemia de covid-19.

Depois de, na segunda-feira, ter proposto aoConselho um pacote de apoios no montanteglobal de 81,4 biliões de euros para 15 países,indicando na altura que ainda estava a analisarum pedido formal das autoridades portuguesas,o executivo comunitário propõe então “incluirPortugal e disponibilizar um total de 87,3 biliõesde euros de apoio financeiro do 'SURE' a 16 Es-

tados-membros”.“Após a aprovação destas propostas pelo Con-

selho, o apoio financeiro assumirá a forma deempréstimos concedidos pela UE a Portugal acondições favoráveis. Estes empréstimos ajuda-rão Portugal a fazer face aos aumentos súbitosda despesa pública destinados a preservar o em-prego. Concretamente, ajudarão Portugal a co-brir os custos directamente relacionados com ofinanciamento do seu regime nacional de redu-ção do tempo de trabalho”, indica o executivo co-munitário, em comunicado.O ‘SURE’ constitui uma das três “redes de segu-

rança” do pacote de resposta de emergência àcrise provocada pela pandemia da covid-19,orçado num total de 540 biliões de euros, acorda-do pelos ministros das Finanças da zona euro eda UE e aprovado num Conselho Europeu cele-brado em 23 de Abril.

Além do programa ‘SURE’, a “rede de segu-rança” para trabalhadores, o pacote é constituídopor uma “rede” para as empresas – um fundo degarantia pan-europeu do Banco Europeu deInvestimento – e outra para os Estados, a linhade crédito do Mecanismo Europeu de Estabilida-de, através da qual os Estados-membros podemrequerer até 2% do respectivo Produto InternoBruto (PIB) para despesas direta ou indirecta-mente relacionadas com cuidados de saúde, tra-tamentos e prevenção da covid-19.

Este regime para preservar postos de trabalhoestará operacional até 31 de Dezembro de 2022,mas poderá ser prorrogado por um novo períodode seis meses “se as graves perturbações eco-nómicas causadas pelo surto de covid-19 persis-tirem”, anunciou na ocasião o Conselho.

As contribuições para os fundos de pensõesaumentaram 40,2% para 669,9 milhões de eurosno primeiro semestre deste ano, face ao períodohomólogo, divulgou a Autoridade de Supervisãode Seguros e Fundos de Pensões (ASF).

Já os benefícios pagos registaram um cresci-mento de 3,2%, em termos homólogos, para388,9 milhões de euros.O número de fundos de pensões passou de 232

em dezembro passado para 233 em Junho, apósterem sido extintos dois fundos de pensões fe-chados e constituídos três novos fundos de pen-sões PPR.Os montantes geridos pelos fundos de pensões

caíram 0,6% em relação ao final de 2019, total-izando cerca de 21,7 biliões de euros.

“Esta evolução resultou da diminuição de 1,3%nos fundos de pensões fechados. Tendo em con-sideração as contribuições entregues aos fundose as respetivas pensões pagas, a rentabilidadedos fundos de pensões, face ao final do ano de2019, foi de -1,9%”, lê-se no relatório divulgadopela ASF.

Em Junho de 2020, as carteiras de investimen-to dos fundos de pensões eram constituídassobretudo por títulos de dívida (51%), seguindo-se fundos de investimento (33%), imóveis (8%),depósitos bancários (4%) e ações (4%).

Os indicadores coincidentes mensais para aactividade económica e para o consumo privadovoltaram a cair em julho, atingindo “novos míni-mos históricos”, segundo dados divulgados peloBanco de Portugal (BdP).

“Em Julho, o indicador coincidente mensal paraa atividade económica e o indicador coincidentemensal para o consumo privado voltaram a redu-zir-se, atingindo novos mínimos históricos”, refe-re o banco central em comunicado.No mês em análise, a taxa de variação homólo-

ga do indicador para a atividade económica foinegativa em 11,9%, agravando-se face aos -10,8% de Junho, enquanto a variação homólogado indicador para o consumo privado passou de-12,0% em Junho para -13,5% em Julho.

Considerando o trimestre terminado em Julho,a taxa de variação homóloga dos indicadores

para a actividade económica e para o consumoprivado foram negativas em 10,7% e 11,8%, res-pectivamente, agravando-se face aos -9,2% e -10,0% de Junho, pela mesma ordem.Desde o início do ano, a taxa média de variação

do indicador coincidente mensal para a activi-dade económica é de -7,5% (0,9% no períodohomólogo de 2019), enquanto a do indicadorcoincidente mensal para o consumo privado é de-7,6% (2,2% em 2019).

Os indicadores coincidentes são indicadorescompósitos que procuram captar a evolução sub-jacente da variação homóloga do respetivo agre-gado macroeconómico, pelo que não reflectemem cada momento a taxa de variação homólogado respetivo agregado de Contas Nacionais.

Ressalvando que a incorporação de nova infor-mação pode reflectir-se mensalmente na revisãodos valores passados dos indicadores coinciden-tes, o BdP alerta que, “na actual conjuntura, faceàs variações bruscas e significativas nas sériesusadas no cálculo dos indicadores coincidentes,é expectável que se verifiquem revisões mensaisnestes indicadores superiores às habituais”.

“Adicionalmente – acrescenta - o perfil alisadosubjacente à metodologia de cálculo dos indi-cadores pode implicar revisões mensais com umsentido que difere ao longo do tempo”.

O presidente da Confederação dos Empresá-rios do Algarve (CEAL) considerou um “bom sinalpara a economia do Algarve" o levantamentopelo Reino Unido da quarentena imposta a via-jantes com origem em Portugal devido à pande-mia da covid-19.

“Era uma decisão esperada há muito tempo,porque não fazia grande sentido essa penaliza-ção para os viajantes oriundos de Portugal, sen-do uma decisão boa para Portugal e para o Al-garve, porque poderá beneficiar bastante a épo-ca de golfe que se aproxima”, disse à agênciaLusa o presidente da CEAL, Carlos Luís.

Na opinião do dirigente da confederação dosempresários algarvios, a decisão do Governo bri-tânico “já não vem salvar muita coisa em termosde verão, mas pode ajudar na recuperação daeconomia nos próximos meses”.

“Nesta altura, quem tinha de reservar fériaspara o verão já reservou para outros lados, pa-gou e não vai anular para vir para o Algarve. A re-gião poderá beneficiar, contudo, é das reservasde última hora para o mês de Setembro, mas overão já está perdido”, recordou.Para Carlos Luís, a medida pode vir a beneficiar

a época de golfe, que começa a partir de Outu-bro, ressalvando que a época de verão “pode sersalva, minimamente, se os irlandeses acompa-nharem os britânicos nessa decisão”.

“Os mercados britânico e o irlandês são os maisimportantes de golfe e aí poderemos salvar aépoca. Mas, tudo depende do planeamento queas pessoas fizeram, porque as coisas não po-dem ser mudadas de um momento para o outro,porque têm custos, custam dinheiro”, concluiu.O Governo britânico incluiu Portugal na lista dos

países com “corredores de viagem” para Ingla-terra cujos passageiros ficam isentos de cumpriruma quarentena de duas semanas imposta de-vido à pandemia covid-19.Pelo contrário, Croácia, Áustria e a ilha de Trini-

dad e Tobago, nas Caraíbas, foram retiradas dalista devido ao crescente número de infecções,tal como aconteceu com França, Países Baixos,Mónaco, Malta, as ilhas Turcas e Caicos e Aruba,e anteriormente com Bélgica, Andorra, Bahamas,Espanha e Luxemburgo.

O Reino Unido introduziu a necessidade deautoisolamento por 14 dias a todas as pessoasque cheguem do estrangeiro ao Reino Unido a 8de Junho para evitar a importação de infecções,mas um mês depois isentou cerca de 70 paísese territórios, considerados de baixo risco.

A isenção de quarentena é acompanhada coma mudança do conselho do Ministério dos Ne-gócios Estrangeiros (MNE) contra as viagensnão essenciais para aqueles destinos, impor-tante para efeitos de seguro de viagem.

Bruxelas propõe 5,9 biliões de eurospara o Governo preservar empregos

Contribuições para fundosde pensões aumentaram40% para 669,9 milhõesde euros no 1.º semestre

Empresários dizem que fim da quarentena britânica é "bomsinal" para a economia algarvia

Actividade económica e consumoprivado atingiram novosmínimos históricos em Julho

A portaria que estabelece as normas de criaçãode uma reserva qualitativa para o vinho do Porto,no valor de cinco milhões de euros, entrou emvigor e fixa o pagamento de 500 euros por pipa.

Esta foi uma das medidas anunciadas pelo Mi-nistério da Agricultura para apoiar a Região De-marcada do Douro e visa criar condições aos

produtores para escoar a produção da vindimade 2020, minimizando os efeitos nos seus rendi-mentos, decorrentes da redução do consumo eda quebra de mercados, uma consequência dacrise provocada pela pandemia de covid-19.

A portaria n.º 201-B/2020, publicada em Diárioda República (DR) e que entrou em vigor, esta-

belece, para o vinho com denominação de ori-gem protegida (DOP) Porto, as normas de exe-cução para o apoio à medida de armazenamen-to de vinho em situação de crise, através da con-stituição de uma reserva qualitativa de 10.000pipas de mosto (550 litros cada).

Executivo cria reserva qualitativa para o vinho do Porto

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MOÇAMBIQUE

O Presidente moçambicano condenou o ataqueque destruiu as instalações da redacção do jor-nal Canal de Moçambique na noite de penúltimodomingo, avançando que as autoridades foraminstruídas para investigar e trazer os autores à"barra da justiça"."Condeno veementemente os ataques ao Canal

de Moçambique. A Liberdade de Imprensa é umpilar da democracia e conquista dos moçambi-canos que deve ser protegida", disse o chefe deEstado moçambicano, numa breve nota divulga-da na sua página do Facebook.

A redacção do semanário Canal de Moçambi-que, localizada no centro de Maputo, ficou des-truída, após desconhecidos terem ateado fogo.

No interior da redacção, cujas portas foram ar-rombadas, é possível ainda encontrar pequenosrecipientes com combustível, o que mostra que ofogo terá sido posto por desconhecidos.

Na sua nota, Filipe Nyusi acrescenta que ins-truiu as autoridades para que investiguem e res-ponsabilizem os autores do ataque.

"Instruímos as autoridades a investigar e trazeros perpetradores à barra da justiça", declarou ochefe de Estado moçambicano.

Várias figuras estiveram na porta das insta-lações do semanário hoje em solidariedade paracom o órgão.

O caso foi remetido à 6.ª Esquadra da Políciada República de Moçambique (PRM) da Cidadede Maputo, aguardando-se que as autoridadesapurem as circunstâncias e os autores do fogoposto.

O Canal de Moçambique é um dos principaissemanários do país e tem-se destacado por tra-balhar em matérias como corrupção e governa-ção.

O jornal já foi várias vezes alvo de processosjudiciais por alegada calúnia e o seu diretcor-executivo, Matias Guente, foi recentemente inti-mado pela Procuradoria-Geral da República pararesponder a perguntas sobre textos que o sema-nário escreveu envolvendo contratos na área desegurança entre o Governo e as multinacionaispetrolíferas que operam na província de CaboDelgado, norte de Moçambique.

No final do último ano, Matias Guente escapoua uma tentativa de rapto em Maputo, um episó-dio também ainda por ser esclarecido e que ge-rou repúdio por parte de várias entidades mo-çambicanas e internacionais, incluindo os Esta-dos Unidos e a União Europeia.

ENCONTRADOS BIDÕES DE COMBUSTÍVELNO INTERIOR DA REDACÇÃO

O editor da publicação, André Mulungo,avançou que foram encontrados bidões no inte-rior da redacção, um dos quais ainda tinha umpouco de combustível.

Os autores do incêndio terão introduzido os bi-dões de combustível no interior das instalações

do jornal depois de arrombarem a porta da frenteda casa, declarou o editor.

"Os sinais que encontrámos no interior da re-dacção não deixam dúvidas de que se trata deum acto criminoso e não de um acidente", frisou.O jornalista adiantou que o incêndio foi domina-

do por uma equipa de bombeiros, mas o equipa-mento da redacção foi totalmente consumidopelas chamas.

O editor do Canal de Moçambique assegurouque o jornal não vai parar o seu trabalho, estandoos jornalistas a trabalhar para as próximas edi-ções, publicadas às quartas-feiras, no pátio doprédio onde funciona o jornal."Este incêndio não nos vai parar, seria uma vitó-

ria para os que deitaram fogo na redacção e umaderrota para a liberdade de imprensa. O mal nun-ca pode vencer", sublinhou André Mulungo.

A redacção do Canal de Moçambique localiza-se no rés-do-chão de um prédio de dois andares.André Mulungo assinalou que o incêndio não se

propagou aos outros andares do edifício.

RENAMO CONSIDERA INCÊNDIO “UM GRAVE FERIMENTO À DEMOCRACIA”

O presidente da Renamo, principal partido deoposição em Moçambique, manifestou solidarie-dade ao semanário Canal de Moçambique peloincêndio, provocado por fogo posto, na redacçãodo jornal, considerando que se trata de um "gra-ve ferimento à democracia"."A agressão que o Canal de Moçambique sofreu

é um grave ferimento à democracia e ao Estadode Direito. Os autores desse crime não devemficar impunes como sempre", disse o presidenteda Resistência Nacional Moçambicana (Rena-mo), Ossufo Momade, numa mensagem divulga-da na sua página da rede social Facebook.

Ossufo Momade defendeu que "as agressõescontra a liberdade de imprensa devem ser repu-diadas devido à inconstitucionalidade e covardia"que representam, acrescentando que não devemser toleradas.

"Esse caso não deve ser mais um que seráarquivado, exigimos às autoridades competentesque levem a investigação deste assunto com adevida seriedade e celeridade", disse OssufoMomade.

Também a Nova Democracia (ND), um partidosem assento no parlamento, considerou que o in-cêndio na redacção do Canal de Moçambique é"uma tentativa de intimidação e bloqueio".

"Estas práticas macabras representam a corro-são da liberdade e integridade física dos que opi-nam diferente", refere um comunicado do partidoenviado à comunicação social.

A Nova Democracia manifestou também apoioe solidariedade ao Canal de Moçambique, lem-brando alguns casos de ameaças a activistas ejornalistas no país."A nossa posição de indignação estende-se aos

jornalistas e activistas precursores da liberdadeque em todo o país têm sofrido sevícias e agres-sões no exercício do seu dever e direito de infor-mar e consciencializar", acrescenta o comunica-do da Nova Democracia.

ONG EXIGE ESCLARECIMENTOS SOBRE O “ATAQUE BÁRBARO” AO JORNAL

O Instituto para a Comunicação Social na ÁfricaAustral (MISA-Moçambique) exigiu esclareci-mentos sobre o incêndio, provocado por fogoposto, que destruiu as instalações da redacçãodo jornal Canal de Moçambique no penúltimo do-mingo, em Maputo.

"O MISA-Moçambique exige que as autoridadesajudem a esclarecer o mais breve possível estecaso, responsabilizando exemplarmente os seusactores, e que tome as medidas que forem ne-cessárias para que casos idênticos não voltem aacontecer", lê-se na nota distribuída à imprensa.

A redacção do semanário Canal de Moçambi-que, localizada no centro de Maputo, ficou des-truída, quando desconhecidos atearam fogo nanoite de domingo, disse o editor da publicação,André Mulungo.O MISA considera que nunca pode haver demo-

cracia numa sociedade onde as instituições da li-berdade de expressão e de imprensa são "sis-tematicamente vítimas da intimidação e da

ameaça", que é precisamente o objectivo que osautores deste ataque pretendem alcançar."Este ataque nunca deve ser visto de forma iso-

lada do contexto de uma estratégia global, postaem marcha pelas forças mais retrógradas danossa sociedade, para reverter o processo de-mocrático em Moçambique, fazendo estremeceros pilares que o sustentam", acrescenta.

"O MISA Moçambique lamenta profundamenteque actos atentatórios contra a liberdade de ex-pressão e contra a liberdade de imprensa acon-teçam no país com regularidade, sem que osseus autores e promotores sejam responsabiliza-dos", frisou.

Várias organizações da sociedade civil conde-

naram o atentado, considerando que se trata deum "duro golpe contra a liberdade de imprensa,um dos fundamentos da democracia".

O Sindicato Nacional de Jornalistas (SNJ) tam-bém repudiou o caso e manifestou-se disponívelpara apoiar o Canal de Moçambique.

"Enquanto se organizam, o SNJ está na dispo-sição de conceder um espaço para a redacçãodo Canal de Moçambique ocupar, enquantocriam as condições para o retorno da sua activi-dade", declarou o secretário-geral do SNJ,Eduardo Constantino.

CAMPANHA DE ANGARIAÇÃO DE FUNDOS PARA O SEMANÁRIO

Jornalistas e activistas estão a organizar umacampanha de angariação de fundos para o CanalDe Moçambique, que teve a sua redacção des-truída após um incêndio provocado por fogo pos-to, disse a coordenadora da iniciativa.

"Fazemos este movimento de solidariedadeporque pensamos que não se pode matar a nos-sa democracia calando a imprensa e cada um denós tem obrigação de lutar pela continuidade dasliberdades individuais, de expressão e imprensa,que são garantias constitucionais", disse ElisaComé, coordenadora da campanha, designada"Juntos Pelo Canal".

A campanha, difundida através de plataformasdas redes sociais, visa apoiar a reposição do ma-terial necessário para o funcionamento da redac-ção do Canal de Moçambique, que actualmentetem recorrido ao pátio do seu edifício para garan-tir os serviços mínimos."E em paralelo ao movimento público, organiza-

mos uma forma de apoio como jornalistas, ondetodos os colegas estão a canalizar o seu apoio eposteriormente faremos lá chegar", acrescentou.

Presidente Nyusi quer autores do ataque contra Canal de Moçambique na “barra da justiça”

CADEIRAS E COMPUTADORES QUE QUEIMARAM DURANTE O INCÊNDIO NO SEMÁRIO CANAL DE MOÇAMBIQUE

O PRESIDENTE FILIPE NYUSI QUER OS AUTORES DO CRIME LEVADOS À "BARRA DA JUSTIÇA"

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MINISTRO DA ECONOMIA,

PEDRO SIZAVIEIRA

ATAQUES NO NORTE

A Commonwealth manifestou a sua disponibili-dade para apoiar Moçambique na assistência apopulações deslocadas devido à violência arma-da em Cabo Delgado, no Norte de Moçambique,informou fonte oficial.

A posição foi assumida durante uma conversa

telefónica entre o chefe de Estado moçambica-no, Filipe Nyusi, e o ministro para Assuntos daCommonwealth no Ministério dos Negócios Es-trangeiros, Tariq Ahmad, segundo uma nota doPresidente de Moçambique divulgada na sua pá-gina na rede social Facebook.

"O governante britânico condenou os actos ter-roristas em Cabo Delgado e manifestou interes-se do seu país em apoiar as acções da Agênciade Desenvolvimento Integrado do Norte, incluin-do o apoio humanitário aos deslocados", refere anota de Filipe Nyusi.

A primeira-dama moçambicana, Isaura Nyusi,ofereceu 50 toneladas de diversos produtos a umcentro de acolhimento de deslocados devido àviolência armada em Cabo Delgado, no norte deMoçambique.

Tendo em conta a situação dos deslocados, "oapoio é insuficiente", mas espera-se que "minimi-ze o sofrimento" daquelas pessoas, disse IsauraNyusi, no âmbito da visita que realiza àquela pro-víncia do norte de Moçambique, citada pelo jor-nal "O País".

O apoio, em produtos alimentares e de higiene,foi entregue ao centro de acolhimento 3 de Fe-vereiro, no distrito de Metuge, em Cabo Delgadoe que alberga cerca de três mil deslocados, nasua maioria mulheres e crianças.

Durante a visita ao centro, a primeira-dama pe-diu que as famílias mantenham a esperança,pois "apesar do sofrimento, melhores dias virão."

"O Governo está a trabalhar para repor a segu-rança e garantir o regresso às vossas casas enormalização das vossas vidas, por isso pedi-mos que tenham esperança, este problema umdia vai passar", disse.A capital provincial, Pemba, tem sido o principal

refúgio para as pessoas que procuram abrigo esegurança em Cabo Delgado, mas há quem pre-fira fugir para outros distritos e até províncias daregião, com destaque para Nampula.

O Governo moçambicano e a Total assinaramum memorando de entendimento para uma forçaconjunta para a segurança do projecto de gásnatural do consórcio da multinacional francesaem Cabo Delgado, norte de Moçambique, anun-ciou a empresa.

Em comunicado divulgado na segunda-feira24de Agosto, a Total avança que o acordo pre-coniza que o consórcio - Total E&P MozambiqueÁrea 1 - preste apoio logístico à força conjunta.Por seu lado, as autoridades moçambicanas de-

vem assegurar que a força conjunta actue deacordo com os Princípios Voluntários sobre Se-gurança e Direitos Humanos (VPSHR), um con-junto de padrões internacionais que regulam arelação entre empresas do setor extrativo, forçasde defesa e segurança e comunidades.

O ministro dos Recursos Minerais e Energia

moçambicano, Max Tonela, citado na nota, mani-festou "orgulho" com o memorando de entendi-mento, enfatizando a criação de condições desegurança para o desenvolvimento de projectosde gás natural na província de Cabo Delgado.

"Este memorando de entendimento reforça me-didas de segurança e esforços para a criação deum ambiente operacional seguro para parceiroscomo a Total, que permita o seu investimentocontínuo na indústria moçambicana, para peque-nas e médias empresas e para as nossas comu-nidades", declarou Max Tonela.

O director-geral da Total em Moçambique, Ro-nan Bescond, disse que, "tendo em conta a situa-ção de segurança em Cabo Delgado, a priori-dade é garantir a segurança dos trabalhadores edas operações do projecto".

"Reconhecendo os benefícios que o projecto

Mozambique LNG trará para as comunidadeslocais, o país e todas as partes envolvidas, a To-tal e o Governo de Moçambique estão empenha-dos em assegurar progressos contínuos rumo àentrega bem-sucedida do projeto", disse RonanBescond.A província de Cabo Delgado é alvo de ataques

por grupos armados desde outubro de 2017, quejá causaram a morte de, pelo menos, 1.059 pes-

soas em quase três anos, além da destruição devárias infraestruturas.

De acordo com as Nações Unidas, a violênciaarmada levou à fuga de 250.000 pessoas de dis-tritos afectados pela insegurança, mais a norteda província.

A autoria de algumas das acções armadas emCabo Delgado já foram reinvidicadas pela orga-nização "jihadista" Estado Islâmico.

As Forças de Defesa e Segurança moçambica-nas anunciaram a "maximização de acções depatrulhamento ostensivo" para combater e cap-turar "terroristas" que têm protagonizado ataquesarmados na província de Cabo Delgado.

Segundo um comunicado de imprensa do ba-lanço das actividades do comando-geral da Polí-cia da República de Moçambique, as FDS indi-cam que "mantêm activos" os seus "dispositivosoperacionais" naquela província do norte paratravar as incursões de grupos armados.

A nota não avança detalhes sobre as opera-ções, frisando apenas que as FDS procuram"maximizar as acções de patrulhamento ostensi-vo, combate e perseguição dos terroristas".

Na penúltima semana, os insurgentes realiza-ram ataques sequenciados às aldeias de Anga,Buji, Ausse e à vila sede de Mocímboa da Praia(norte de Moçambique), e, segundo dados doMinistério da Defesa, pelo menos 59 "terroristas"morreram em operações de resposta das forçasgovernamentais.

Os grupos armados invadiram o porto de Mo-

címboa da Praia e os confrontos deixaram umnúmero desconhecido de mortos, incluindo ele-mentos das forças governamentais, segundo in-formações avançadas à Lusa por uma fonte doexército.

Várias infraestruturas foram vandalizadas e,neste momento, as linhas de comunicação tam-bém estão interrompidas em Mocímboa da Praia.

O ministro da Defesa de Moçambique, JaimeNeto, disse que os grupos armados estão infiltra-dos nas comunidades e a comandar ataquescontra a vila a partir das instalações portuárias.

Além de Cabo Delgado, a nota das Forças deDefesa e Segurança de Moçambique indica quetambém prosseguem acções operativas paracapturar guerrilheiros da autoproclamada JuntaMilitar da Resistência Nacional Moçambicana(Renamo), um grupo dissidente do principal par-tido de oposição acusado pelas autoridades deprotagonizar ataques armados em estradas epovoações do centro de Moçambique.

Os ataques atribuídos à Junta Militar da Rena-mo já provocaram a morte de, pelo menos, 25pessoas desde agosto de 2019.

As Nações Unidas defenderam a necessidadede garantir um financiamento de mais de 100 mi-lhões de dólares para ajudar os moçambicanos alidarem com o impacto da pandemia da covid-19e a insegurança no norte do país.

"As Nações UNidas e a comunidade humani-tária lançaram dois apelos, o Apelo Rápido

Covid-19 e o Plano de Resposta Rápida paraCabo Delgado, no total de cerca de 103 milhõesde dólares [87,3 milhões de euros], para lidarcom as necessidades mais críticas de milhões depessoas que enfrentam condições humanitáriasseveras, que seriam incapazes de resistir ao im-pacto de saúde e socioeconómico da pandemia,incluindo aqueles que foram desalojados pelacrescente insegurança no norte de Moçambi-que", lê-se numa nota divulgada.Assinada pela coordenadora residente da ONU

em Moçambique, Myrta Kaular, pela chefe demissão da Organização Internacional para asMigrações, Laura Tomm-Bonde, e pelo represen-tante residente do Alto Comissariado na ONUpara os Refugiados, Samuel Chakwera, a notaexplica que as verbas não chegam para apoiarMoçambique."Fizemos tudo o que podíamos com os recursos

que tínhamos; muito foi feito, mas é urgentemen-te necessário mais recursos e esforços adicio-nais, porque esta é uma altura para a verdadeirasolidariedade, um tempo para os parceiros emtodo o mundo se unirem em torno de Moçambi-que e ajudar a proteger a vida dos mais vulne-ráveis", acrescenta-se no comunicado, que citavárias histórias de moçambicanos ajudados porestes programas humanitários."Através destes planos, a ONU e a comunidade

internacional vão continuar a apoiar Moçambiqueno progresso rumo ao desenvolvimento susten-tável através da resposta à covid-19", conclui-seno texto.

MOÇAMBIQUE

Governo e Total assinam acordo para segurança do projecto de gás natural em Cabo Delgado

Forças governamentais anunciam“maximização" de patrulhamentoostensivo em Cabo Delgado

Commonwealth disponível para apoiar assistência a populações deslocadas

Nações Unidas pedem 103 milhõesde dólares para ajudar o país

Primeira-dama oferece50 toneladas deprodutos a deslocados

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31 DE AGOSTO DE 2020 . O SÉCULO DE JOANESBURGO 11

ANGOLA

A Bolsa de Dívida e Valores de Angola (BODIVA)disse que a nomeação para administradoraexecutiva de Cristina Lourenço, filha do Presi-dente angolano, João Lourenço, se trata de "umregresso a casa" daquela antiga colaboradora dainstituição.

Numa nota de imprensa distribuída, a BODIVArealça que a nomeação em Março passado deCristina Lourenço, surgiu da necessidade decompletar a composição do Conselho de Admi-nistração, na sequência da resignação de umdos seus administradores.

O documento sublinha que "o percurso e em-penho enquanto colaboradora da BODIVA, entre2014 e 2016, e a capacidade de gestão demons-trada no processo de criação e implementaçãode uma unidade de estrutura do Ministério dasFinanças, estiveram na base da decisão destacomissão de convidar um antigo quadro para as-sumir a função"."Um regresso à casa", destaca a nota, lembran-

do que, à excepção do seu presidente, a comis-são executiva em funções desde Novembro de2019 é composta exclusivamente por quadros daBODIVA, "de competência académica e sobretu-do profissional comprovada, que desde a suaconstituição dedicaram e dedicam o seu saber,

aptidão e zelo em prol da consolidação do mer-cado de capitais angolano".

"Relativamente aos procedimentos legais, im-porta referir que, enquanto sociedade anónimade domínio público, que se rege pelas normasaplicáveis às sociedades anónimas, os membrosdos órgãos sociais, no qual se inclui o Conselhode Administração, são eleitos por deliberaçãounânime em sede da mesa da Assembleia-Ge-ral", salienta a BODIVA.

Esta nota surge depois de recentes notícias so-bre o poder político em Angola, publicadas peloJornal de Negócios, que tem merecido críticasem vários círculos sociais do país por aquilo queé classificado como um "alegado ato de nepo-tismo".

Muitos associam a questão aos actos pratica-dos anteriormente pelo ex-Presidente angolanoJosé Eduardo dos Santos, que nomeou filhos,como Isabel dos Santos e José Filomeno "Zenu"dos Santos, para cargos públicos.

No despacho n.º 2260/20, de 5 de Maio, o Mi-nistério das Finanças confirma a dispensa deCristina Giovana Dias Lourenço, onde é técnicasuperior de 2.ª classe, para dirigir os departa-mentos de Finanças e Património e de Comuni-cação e Intercâmbio da Bolsa angolana.

O Governo angolano desistiu de alocar divisasestrangeiras para a importação de um conjuntode produtos, entre hortícolas, leguminosas e detransformação industrial, cuja produção satisfazjá a procura interna.

A decisão foi aprovada na oitava reunião ordi-nária da Comissão Económica do Conselho deMinistros, realizada sob orientação do Presidenteangolano, João Lourenço.Em declarações à imprensa no final da reunião,

o ministro da Indústria e Comércio de Angola,Victor Fernandes, referiu que a Comissão Eco-nómica do Conselho de Ministros decidiu quepara aqueles produtos, nomeadamente feijão,tomate, cebola, massambala, massango, batata-doce, alho, cenoura e água engarrafada, entreoutros, cuja capacidade interna já pode satisfa-zer a procura, já não haverá a alocação dedivisas para a sua importação com recursosordinários do tesouro.

A consultora Oxford Economics considerou quea moeda de Angola deverá depreciar-se mais de50% face ao valor do ano passado, o que fez ainflação subir para o nível mais alto desde De-zembro de 2017."Principalmente devido à queda do preço do pe-

tróleo este ano e à liberalização cambial, o kwan-za perdeu cerca de 20% do seu valor desde o iní-cio do ano, tendo passado a barreira dos 600dólares em Junho, mas recuperou graças a umaumento dos preços petrolíferos nas últimas se-manas", escrevem os analistas, vincando que"ainda assim a moeda nacional continua vulnerá-vel às mudanças no sentimento global e deverádepreciar-se mais de 50% em 2020".Na nota enviada aos clientes, os analistas apon-

tam que a desvalorização do kwanza "vai conti-nuar a pressionar os preços dos consumidores,devido à forte dependência de Angola de produ-tos importados" e alertam que a implementaçãodo Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA),bem como a subida das propinas, "vai continuara colocar pressões sobre a inflação".

O Instituto Nacional de Estatística divulgou queo Índice de Preços no Consumidor Nacional(IPCN) em Angola subiu para 22,93% em Julho,um acréscimo de 5,69 pontos percentuais faceao período homólogo.

Em termos mensais, a inflação registou umavariação de 1,78%, entre Junho e Julho de 2020.

Tendo como referência a província de Luanda,a taxa de inflação registada no período de Junhoa Julho de 2020 foi de 1,83%, cerca de 0,13 pon-tos percentuais inferior à registada no períodoanterior.

A variação homóloga situou-se nos 22,17%, ouseja, um acréscimo de 4,58 pontos percentuaisface ao período anterior.

O Banco Nacional de Angola (BNA) emitiu umacircular com orientações para a validação de pa-gamentos a entidades não residentes, com vistaa evitar fraudes e fuga de capitais, dando 90 diasaos bancos para avaliar contratos dos clientes.

Na carta circular divulgada no seu ‘site’, o BNAreferiu que a contratação de serviços no exteriordo país pode representar um risco elevado defraude cambial e facilitar a movimentação ilícitade fundos para o exterior do país e destaca que“tem vindo a detetar um número elevado de con-tratos suspeitos de fuga de capitais e fraudecambial”.

O regulador angolano decidiu, por isso, emitirorientações que os bancos devem observar navalidação dos pagamentos ao abrigo de con-tratos de prestação de serviço, ou de faturas,conforme o caso, a entidades não residentes.

Os bancos devem fazer, num prazo de 90 dias,uma avaliação de todos os contratos ativos dosseus clientes ao abrigo dos quais estão a ser fei-tos pagamentos, para se certificarem da sua le-gitimidade, cessando pagamentos em casos du-vidosos.

Nos casos em que existem indícios de fraudecambial, os bancos devem abordar o cliente esolicitar os devidos esclarecimentos.As instruções do BNA têm também em conta “a

necessidade de se assegurar a legitimidade dastransferências de moeda estrangeira para o exte-rior” e “a utilização adequada dos recursos es-cassos de moeda estrangeira do país”.“Torna-se necessário reforçar a necessidade de

as instituições financeiras bancárias procederema uma avaliação rigorosa das operações cambi-ais de invisíveis correntes dos seus clientes, pes-soas colectivas, considerando a sua responsabi-lidade nesta matéria”, justifica.

As operações cambiais de invisíveis correntesreferem-se a actos, negócios ou transações rela-cionadas com viagens e transferências corren-tes, bem como pagamento de serviços e rendi-mentos entre Angola e o estrangeiro ou entre re-sidentes e não residentes.

A carta circular centra-se nas operações de in-visíveis correntes que abrangem os contratos deprestação de serviços técnicos e especializadosrealizados por entidades não residentes e excluias operações cambiais ligadas aos contratos dealuguer de meios de transporte, de resseguros eoutros similares.

Além de serem obrigados a cumprir o Aviso n.º2/2020, de 9 de Janeiro sobre as Regras e Pro-

cedimentos para a Realização de OperaçõesCambiais de Invisíveis Correntes por PessoasColectivas, os bancos devem também consideraroutras questões agora decretadas pelo BNA.

Entre estas estão o “conhecimento do cliente”,para uma “avaliação efetiva da legitimidade dasoperações cambiais solicitadas”, incluindo adimensão do negócio e histórico das operaçõescambiais realizadas nos últimos anos e os tiposde serviços contratados no exterior, nomeada-mente o objecto dos contratos.Devem também avaliar os serviços contratados,

sublinha o BNA, assinalando que estes deverãoser serviços de assistência técnica ou serviçosespecializados, que não estejam disponíveis emAngola como os prestados por pessoal qualifica-do na área jurídica, medicina, engenharia, arqui-tectura, contabilidade, formação/ensino e equi-parados.

“Não se recomenda a contratação de um ouvários trabalhadores estrangeiros através de umcontrato de prestação de serviços celebrado comcada um deles, quando estes tiverem um víncu-lo laboral com uma empresa com a qual a enti-dade residente cambial celebrou um contrato deprestação de serviços”, salienta ainda o regu-lador angolano.

Por outro lado, as empresas contratantes de-vem ter natureza, dimensão, complexidade eactividade que justifique a contratação no es-trangeiro, não sendo “recomendada a contrata-ção de serviços no exterior por empresas no sec-tor do comércio de produtos alimentares ou deoutros produtos que não requeiram assistênciatécnica ou serviços profissionais especializados”.

Quanto à entidade contratada, “deve ser umaempresa com capacidades técnicas compro-vadas no sector” e “estrutura de pessoal adequa-da”.“Não se recomenda a contratação de serviços a

empresas desconhecidas, de fachada ou semhistórico”, refere também a carta circular.

Quando a entidade contratada é uma empresado grupo da entidade contratante, esta última de-ve poder provar que os preços praticados nocontrato são preços de mercado, acrescenta oBNA.O contrato “não pode conter objetcos vagos, im-

precisos ou indeterminados, tal como “aconsel-hamento”, “consultoria”, “gestão”, “marketing” ou“procurement”, entre outros” e ter um prazo “coe-rente com a sua finalidade”, o mesmo se aplican-do ao seu valor.

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Banco Nacional reforça regraspara evitar fuga de capitaise fraude cambial

Bolsa diz que nomeação de filha de João Lourenço é um "regresso a casa"

Kwanza deve desvalorizar maisde 50% este ano

Executivo deixa de alocar divisas estrangeiras para importar artigos cuja produção satisfaz procura

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12 O SÉCULO DE JOANESBURGO . 31 DE AGOSTO DE 2020

ANGOLA

A comissão interministerial responsável pela or-ganização do 45º aniversário da independêncianacional de Angola decidiu cancelar vários even-tos previstos no programa de acções para a cel-ebração no dia 11 de Novembro.

Segundo uma nota divulgada à imprensa, adecisão foi tomada devido à “situação epidemi-ológica do país”. Foram cancelados o acto cen-tral – previsto para decorrer no Memorial AntónioAgostinho Neto, em Luanda – e os desfiles civil emilitar.

Há algumas semanas, o contrato celebradoentre o Governo e uma empresa privada para a

criação de um hino alusivo aos 45 anos da inde-pendência foi duramente criticado em Angola,pelo custo elevado. A nota de imprensa informa que a campanha de

comunicação e marketing será reestruturada.No entanto, não esclarece se haverá qualqueralteração no contrato com a empresa e nos cus-tos da produção do dito hino.

CELEBRAÇÕES SIMBÓLICAS

O comunicado informa que serão marcadas “ce-lebrações com actos de natureza simbólica, que

não envolvam a participação massiva de cida-dãos e não se constituam em foco de propa-gação” do novo coronavírus.

Os actos provinciais e de representações diplo-máticas no exterior alusivos ao aniversário daindependência também serão reconfigurados etambém serão simbólicos para garantir presença

reduzida de pessoas.A comissão interministerial declara que “conti-

nuará a trabalhar no sentido de garantir que asacções comemorativas ao 45º aniversário inde-pendência nacional de Angola decorram, en-quanto marco de transcendental importânciapara a memória colectiva do povo angolano, numclima de harmonia”.

O Governo angolano encaixou 31 biliões dekwanzas (44 milhões de euros) com a privatiza-ção de 14 empresas, de 2019 até Abril deste ano,anunciou o secretário de Estado para as Finan-ças e Tesouro de Angola.

Osvaldo Victorino João, que falava no final deoitava reunião da Comissão Económica do Con-selho de Ministros, dirigida pelo Presidente an-golano, João Lourenço, disse que até ao finaldeste ano a expectativa é de arrecadação demais de 100 biliões de kwanzas (142,1 milhõesde euros), com a privatização de 51 activos, ex-cluindo as empresas do sector financeiro.Segundo Osvaldo Victorino João, desde o início

do Programa de Privatizações 2019-2022 (PRO-PRIV) até Abril deste ano, foram registados 14activos, maioritariamente da Zona EconómicaEspecial, e também da área agroindustrial, comrelevo para a Fazenda de Camaiangala, além deativos do setor de frios, nomeadamente entre-postos e matadouros.

O governante angolano referiu que, com os 14activos, se espera a criação de 150 postos detrabalhos diretos e 320 indiretos.

"A maior parte dos activos que mencionamossão localizados em Angola, mas existem pelomenos dois dos 14 que se localizavam em Lis-boa e que faziam parte da esfera de activos daSonangol [petrolífera estatal]", disse.

Em curso, prosseguiu, estão 51 processos deprivatização, que o Governo espera que estejamconcluídos até ao final do ano, devendo metadedeles ter os seus concursos já terminados entreSetembro e Outubro.

"Entre esses activos, referir activos do sector fi-

nanceiro, temos o concurso aberto para a priva-tização do BCI [Banco de Comércio e Indústria],está também em processo de privatização aENSA [seguradora estatal] e as acções da So-nangol no banco BAI [Banco Angolano de In-ves-timento] e no banco Caixa Geral de Angola", enu-merou.

O secretário de Estado para as Finanças e Te-souro angolano sublinhou que fora do sistema fi-nanceiro existem activos no sector da agroindús-tria, para o qual foram já recebidas, nesta segun-da fase de lançamento de concursos, várias pro-postas para a compra de dois ativos.

"Pensamos que até ao final do mês de Setem-bro teremos parte desses activos da agroindús-tria privatizados e aqui estamos a falar de silos,matadouros e de uma fábrica de latas em Ben-guela e diversos activos do mesmo sector",disse.No sector da agropecuária, está em curso a pri-

vatização de cinco ativos, entre os quais duasgrandes fazendas (Kizenga e Pungo Andongo,localizadas na província de Malanje), processoque está já em curso há algum tempo, esperan-do-se a sua conclusão ao longo de Setembro.

"Temos mais alguns sectores relevantes. Doponto de vista de processos em curso, está emfase final a segunda vaga de concursos para pri-vatização de indústrias da Zona EconómicaEspecial", disse Osvaldo Victorino João, realçan-do que foram lançadas 13 unidades, para asquais receberam 67 propostas de compra,devendo estar concluído também no próximomês.

As participações sociais do Estado nas cerve-jeiras Cuca, EKA e Ngola estão também a ser pri-vatizadas, processos que deverão terminar abreve trecho.

A nível do sector industrial, acrescentou Os-valdo Victorino João, estão em privatização ostrês maiores ativos do Estado angolano no setor,nomeadamente as fábricas têxteis TEXTANG II,África Têxtil e SATC.

Para a venda destes activos foram já recebidasdez candidaturas, perspectivando-se que atésetembro estejam concluídos os processos deprivatização destas unidades fabris.

O Governo angolano manifestou-se "sensível"às orientações do secretário-geral das NaçõesUnidas sobre a reabertura das escolas em África,mas também está consciente das condições debiossegurança deficitárias nas instituições deeducação do país.

A posição foi expressa pela ministra de Estadopara a Área Social, Carolina Cerqueira, no finalde uma visita que efetuou ao Hospital PediátricoDavid Bernardino de Luanda.

Carolina Cerqueira frisou que o Governo está aauscultar os parceiros sociais sobre essa matériado regresso às aulas, suspensas em Angola des-de Março passado devido à pandemia da covid-19, que já causou no país mais de 90 mortos emum total de 2.044 casos.Segundo Carolina Cerqueira, está a ser realiza-

do um levantamento sobre as vantagens e des-vantagens da reabertura das escolas, numa fasemarcada pelo aumento de casos de infecçãocom o novo coronavírus.

"Nós estamos atentos aos apelos a nível inter-nacional do secretário-geral da ONU, António

Guterres, da necessidade de pôr as crianças naescola para preservar o futuro delas e não atro-fiar a formação das crianças", referiu.

A governante angolana sublinhou que o Gover-no está consciente de que a criança em casaestá mais sujeita à violência, às violações, aosmaus tratos.

"Mas também estamos conscientes de que ascrianças são mais vulneráveis a serem contami-nadas, por serem crianças, por muitas vezes vi-verem em zonas periféricas sem água, sem bios-segurança, sem adultos, que vão para a rua parao sector informal, e as crianças ficam abandona-das. As escolas ainda não têm as melhores con-dições", admitiu Carolina Cerqueira.A ministra garantiu que brevemente será conhe-

cido o trabalho de auscultação com as escolas,encarregados de educação, parceiros sociais eigrejas.

"E certamente que as medidas mais conscien-tes vão ser tomadas e não vão defraudar as ex-pectativas das famílias e a segurança das cri-anças. Vamos devagar e bem", frisou.

A polícia angolana deteve, em Luanda, o princi-pal mentor de um grupo que falsificava comprov-ativos de testes da covid-19, foi anunciado pelasautoridades.

De acordo com uma nota de imprensa do Mi-nistério do Interior de Angola, o grupo estava se-diado no mercado dos Kwanzas, em Luanda,tendo a detenção do suspeito ocorrido naquele

local, depois de uma investigação policial.A nota acrescenta que o cidadão, de 30 anos,

que confessou ser o autor de todos os documen-tos falsos apreendidos, será presente ao Minis-tério Público para os procedimentos processuaisnecessários.Angola regista, desde Março até à presente da-

ta, um total de 1.935 casos, dos quais 88 óbitos,

632 recuperados e 1.215 activos, incluindo cincodoentes em estado crítico, com ventilação mecâ-nica invasiva e 19 graves.

A província de Luanda, capital de Angola, é oepicentro da doença e está sob cerca sanitáriadesde o registo dos primeiros casos no país, comalgumas excepções para saída, para as quais éexigida a apresentação de um teste de covid-19.

Por causa da pandemia covid-19: Actividades do 45º aniversário da independência suspensas

O comunicado dos organizadores sugere que “hino mi-lionário” dos 45 anos da independência de Angola pode-rá ser revisto. Comemorações simbólicas com menosparticipantes devem ser organizadas para lembrar a datahistórica.

Governo atento ao apelo para regresso às aulas mas ciente das dificuldades

Detido líder de grupo de falsificadores de teste da covid-19

Angola já arrecadou 44 milhões de euroscom privatização de 14 activos desde 2019

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31 DE AGOSTO DE 2020 . O SÉCULO DE JOANESBURGO 13

LUSOFONIA

BRASIL

O Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, insistiuna eficácia da cloroquina como tratamento dacovid-19, durante um encontro com dezenas demédicos sobre a pandemia, que já causou maisde 114 mil mortes no país.

"A História não se vai lembrar dos fracos, co-vardes e das omissões", disse Bolsonaro numacerimónia realizada no Palácio do Planalto, emBrasília, com representantes de grupos de médi-cos que promovem o uso da cloroquina e da hi-droxicloroquina contra o novo coronavírus.

Esses medicamentos usados regularmente empacientes com malária, entre outros males, têmgerado polémica na comunidade científica globalgraças aos seus efeitos colaterais e a falta decomprovação da sua eficácia contra a covid-19.

Bolsonaro defende publicamente a aplicaçãodessas substâncias quando surgirem os primei-ros sintomas da covid-19 e diz ter usado cloro-quina quando foi infetado pela doença, no iníciode Julho.

No evento, o Presidente brasileiro afirmou quequando surgiram as primeiras notícias sobre apandemia começou a estudar a situação e ficousabendo que a cloroquina era recomendada nosEstados Unidos, França, Índia, apesar das dúvi-das da Organização Mundial do Saúde (OMS).

Bolsonaro também recordou as divergênciasque teve com o médico e deputado Luiz Henri-que Mandetta, ex-ministro da Saúde, que se de-mitiu no início da pandemia por defender o isola-mento social e por não ter aprovado uso da cloro-quina contra a covid-19 no país.

"Assim como um paciente muda de médico, eumudei de ministro", disse Bolsonaro, que man-tém no comando do Ministério da Saúde o gene-ral Eduardo Pazuello, um especialista em logísti-ca sem experiência em saúde.

"Precisamos de um gestor", disse Bolsonaro aomencionar o militar que, na qualidade de ministrointerino da Saúde alterou os protocolos do órgãoe permitiu o uso da cloroquina com o apareci-mento dos primeiros sintomas do novo corona-vírus.

Segundo Bolsonaro, o problema da cloroquinatem sido, na verdade, o debate político que sur-giu na comunidade científica em relação à suaeficácia contra a covid-19.

"Se não tivesse sido politizado, muitas mais vi-das poderiam ter sido salvas", garantiu o Presi-dente brasileiro.

A confiança dos consumidores no Brasil cresceu1,4 pontos em Agosto face ao mês de Julho, atin-gindo 80,2 pontos, informou o Índice de Confian-ça do Consumidor medido pela Fundação Ge-túlio Vargas (FGV).Apesar da recuperação, em agosto os consumi-

dores brasileiros não estavam tão optimistasquanto em Julho, quando o índice da FGV quemede a confiança dos consumidores cresceu 7,7pontos.

De acordo com o levantamento, "o tímidoaumento da confiança dos consumidores emAgosto representa uma desaceleração no ritmode recuperação iniciado em Maio" e reflecte a"grande incerteza" dos brasileiros perante a criseprovocada pela pandemia de covid-19.A situação preocupa tanto as pessoas com ren-

dimentos mais baixos quanto aquelas com rendi-mentos mais altas.

Segundo o estudo, os brasileiros com menorrendimento preveem maiores dificuldades nospróximos meses, quando o Governo lideradopelo Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, sus-pender um subsídio de 600 reais (cerca de 90,50euros) que concedeu aos trabalhadores queperderam rendimento com a chegada da covid-19 ao país.

Bolsonaro anunciou que a ajuda será prorroga-da até Dezembro com um valor supostamentemenor que ainda não foi definido.Embora seja o quarto mês consecutivo de cres-

cimento após o colapso sofrido em abril (-22 pon-tos), o nível do indicador da FGV está 7,8 pontosabaixo do registado em Fevereiro, antes da che-gada do novo coronavírus ao Brasil, e 8, 7 pon-tos abaixo do índice de agosto do ano passado.

O número de assassínios cresceu 6% no Brasilno primeiro semestre do ano face ao mesmo pe-ríodo de 2019, segundo dados divulgados.

Segundo o portal de notícias G1, a subida doscrimes violentos no país aconteceu durante apandemia de covid-19, que obrigou autoridadeslocais a decretarem medidas de isolamento so-cial para evitar a proliferação do novo coron-avírus, condição que em tese deveria favorecer a

queda deste indicador, já que nas suas casas apopulação está menos exposta aos crimes co-metidos nas ruas.

O portal brasileiro realiza mensalmente umacontagem sobre crimes violentos no país comdados das secretarias de Segurança Pública dos26 estados brasileiros e o Distrito Federal emparceria com o Núcleo de Estudos da Violênciada Universidade de São Paulo (NEV-USP) e oFórum Brasileiro de Segurança Pública.Em seis meses foram registadas 22.680 mortes

violentas, contra 21.357 mortes contabilizadasno mesmo período do ano passado. Ou seja, nacomparação ocorreram 1.323 mortes a mais.

Os indicadores sobre o aumento no número deassassínios cometidos no país interrompeu umatendência de queda registada nos últimos anos,incluindo 2019, quando este tipo de crime regis-tou uma queda de 19% na comparação com oano imediatamente anterior.

Os dados indicaram que 17 estados brasileirosapresentaram aumento no número de assassí-nios registados no período. Deste total, cinco es-tados tiveram subidas superiores a 15%: Ala-goas, Espírito Santo, Paraíba, Maranhão e Cea-rá.Apenas o estado do Ceará, localizado na região

nordeste do país, registou um aumento de102,3% nas mortes violentas do primeiro semes-tre.

Segundo este levantamento, os estados e cida-des do nordeste foram responsáveis peloaumento dos assassínios registados no Brasil jáque este tipo de crime cresceu 22,4% naquelaregião.

O Brasil criou 131.010 postos de trabalho for-mais (com contrato) em Julho, interrompendouma sequência de quatro meses consecutivosem negativo devido às medidas de isolamentopara travar a pandemia da covid-19, informou oGoverno.

O resultado de Julho é fruto da diferença entreas contratações, que chegaram a 1.043.650, eos despedimentos, que somaram 912.640, se-gundo dados divulgados pelo Ministério daEconomia e que reflectem uma tímida recu-pecração económica do país, o segundo maisafectado em todo o mundo pela covid-19.

O mercado de trabalho formal brasileiro rom-peu, assim, uma trajectória negativa que se pro-longava desde Março, quando governadores eprefeitos começaram a adoptar quarentenas nosseus territórios para travar a propagação dovírus.

O executivo atribuiu os bons resultados de Ju-lho ao programa que promoveu durante a criseda saúde para evitar demissões e que ajudou osempregadores a completar os pagamentos aosseus trabalhadores.

O ministro da Economia, o liberal Paulo Gue-des, destacou, numa conferência virtual, que osdados mostram um regresso lento, mas seguroda actividade económica no país.

“Há sinais de fortalecimento da economia bra-sileira”, disse o governante.No entanto, o saldo ainda é negativo no acumu-

lado dos primeiros sete meses do ano, períodoem que foram registados 8.914.379 despedimen-tos e 7.821.801 contratações, o que significa quecerca de 1,1 milhões de postos de trabalho desa-

pareceram.O número total de empregados com contrato de

trabalho no Brasil atingiu 37.717.045 em Julho, oque representa um aumento de 0,35% em rela-ção ao mês anterior.

O Ministério da Economia detectou crescimen-to dos postos de trabalho formal em quatro dascinco atividades económicas que foram anali-sadas, com destaque para a indústria de trans-formação (+53.068) e a construção civil(+41.986).

Contudo, o sector de serviços, que respondepor praticamente três quartos do Produto InternoBruto (PIB) brasileiro, apresentou uma queda de15.948 empregos formais.Apesar dos indicadores macroeconómicos mais

recentes indicarem uma ligeira melhoria, o Brasil

caminha para uma das piores recessões das últi-mas décadas.

Segundo analistas consultados pelo BancoCentral, a economia brasileira encerrará 2020com queda de 5,52%, embora organismos inter-nacionais, como o Banco Mundial e o FundoMonetário Internacional, sejam mais pessimistase coloquem essa retração entre 8 e 9%.Por sua vez, o Governo brasileiro de Jair Bolso-

naro, que durante a crise da saúde focou a suaatenção nos efeitos económicos da pandemia,prevê uma contração do PIB em torno de 5%.

Os efeitos da pandemia também fizeram dis-parar a taxa de desemprego, que está acima de13%, equivalente a 12,8 milhões de pessoas àprocura de trabalho num país onde cerca de 40%dos trabalhadores estão no sector informal.

Criados 131 mil postos de trabalhoformais após quatro meses em negativo

Confiança dos consumidores brasileiroscresce 1,4 pontos em Agosto

Assassínios cresceram durante a pandemia

Bolsonaro volta a defender usode cloroquina em encontro com médicos

O activista e analista do ambiente brasileiroPedro Graça Aranha disse, em entrevista à Lusa,que os investidores estrangeiros já estão a dei-xar o Brasil e continuarão a sair se as políticasambientais do governo não mudarem.“Eu tenho a certeza que o capital estrangeiro vai

embora do Brasil. Aliás, o capital estrangeiro jáestá indo embora do Brasil. É isso que este go-verno está fazendo. Pondo os investidores todospara fora", afirmou o activista, licenciado em bio-logia e zootecnia, que se destacou na defesa daMata Atlântica, no Rio de Janeiro.

"Quem é que vai investir num país que não temrespeito pela biodiversidade?" - questionou,recordando que a Europa ainda recentementeapresentou o Green Deal.

O Green Deal, o Pacto Verde Europeu, que é omapa com que a União Europeia tenciona ace-

lerar a sua transição ecológica para uma econo-mia neutra em emissões de dióxido de carbono,até 2050, foi apresentado em Dezembro pelapresidente da Comissão, a alemã Ursula von derLeyen.No Brasil, com a covid-19, “tudo piorou” em ter-mos ambientais, por isso as emissões de gasescom efeito de estufa "aumentaram cerca de54%" nos últimos meses.

“Porque o desmatamento não parou na Ama-zónia, a produção de minério no Brasil não pa-rou. No Brasil parou o urbano, o comércio, osalão de beleza. Mas as fábricas, a mineração, aagricultura, o agronegócio, o desmatamento, asqueimadas, em nenhum momento pararam. Sóse acelerou. Sem respeito pelas políticas ambi-entais tão duramente construídas durante muitoanos", lamentou.

Brasil em risco de perder capital estrangeirose política ambiental não mudar

O sector de serviços no Brasil cresceu 5% emJunho face ao mês de Maio, interrompendouma sequência de quatro taxas negativas se-guidas com perdas acumuladas de 19,5%, in-formou o Instituto Brasileiro de Geografia eEstatística (IBGE).

O órgão de estatísticas frisou que mesmocom o resultado positivo obtido em Junho, ovolume de serviços no país ficou 14,5% abaixodo patamar registado em fevereiro, último mêsantes da adoção das medidas de isolamentosocial para controle da pandemia de covid-19.Na comparação entre Junho 2020 e o mês do

ano passado houve uma queda de 12,1%. Osector de serviços fechou o primeiro semestrede 2020 recuando 8,3%, com queda em quatrodas cinco actividades pesquisadas.

Em junho, entre os 166 serviços investigadospelo IBGE, o segmento de restaurantes foi umdos que mais influenciaram o índice.

Sector de serviçoscresceu 5% em Junho

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14 O SÉCULO DE JOANESBURGO . 31 DE AGOSTO DE 2020

LUSOFONIA

CABO VERDE

Os bancos cabo-verdianos concederam, em trêsmeses, moratórias a créditos de empresas e par-ticulares de mais de 6,2 milhões de euros, devi-do à pandemia de covid-19, segundo dados doBanco de Cabo Verde (BCV).

De acordo com um relatório mensal do Bancode Cabo Verde sobre indicadores económicos efinanceiros, o crédito ao sector privado aumentou1,4% em Junho face a Dezembro (7,1% em ter-mos homólogos), “em boa medida impulsionadopela medida de contingência de suspensão depagamentos de juros e capital em dívida aprova-da em Abril”.O documento, refere ainda que “os pagamentos

suspensos no quadro da moratória de créditoascendiam a 30 de Junho a 679 milhões de escu-dos”, equivalente a mais de 6,2 milhões deeuros.

Além disso, o crédito “efetivamente em utiliza-ção”, no quadro das linhas covid-19 negociadaspelo Governo com a banca – outra das medidasde apoio económico para mitigar os efeitos dapandemia -, totalizava, à data de 7 de Julho, 142milhões de escudos (1,3 milhões de euros).A Lusa noticiou anteriormente que 2.128 empre-

sas, particulares e câmaras cabo-verdianas fo-ram abrangidas pela moratória ao pagamento decrédito aos bancos, segundo dados do bancocentral até finais de Junho, “nomeadamente em-presas de diversos ramos de actividade e dimen-sões, particulares e câmaras municipais”.

Além desta medida, e através da anunciadaOperação Monetária de Financiamento, o bancocentral “cedeu fundos” aos bancos comerciais nomontante total de 2.556 milhões de escudos (23milhões de euros), até 28 de Julho, aumentandoassim a liquidez dessas instituições.

O Governo cabo-verdiano tem lançado váriasmedidas para minimizar os impactos da criseeconómica no arquipélago, dependente do turis-mo e fechado ao exterior devido à pandemia pro-vocada pelo novo coronavírus.

Este regime de moratória é aplicável aos con-tratos de crédito “celebrados por empresas, em-presários em nome individual, instituições parti-culares de solidariedade social, associações semfins lucrativos e outras entidades da economiasocial” e, no caso dos consumidores individuais,“aplica-se aos contratos de crédito para habita-ção própria permanente e outros créditos”, expli-cou anteriormente o banco central.Para aceder ao regime de moratória, os clientes

dos bancos não podiam, à data de 28 de Março,estar em incumprimento de prestações pecuniá-rias há mais de 90 dias, nem estar em situaçãode insolvência, no caso das empresas, devendoainda ter a situação junto da Autoridade Tribu-tária e Aduaneira e da Segurança Social regulari-zada.

O banco central explicou que podem aceder aesta moratória todos os clientes individuais quetenham residência em Cabo Verde “e estejamem situação de isolamento profilático ou dedoença ou prestem assistência a filhos ou netos”,os que “tenham sido colocados em redução doperíodo normal de trabalho ou em suspensão docontrato de trabalho, em virtude de crise empre-sarial” ou estejam em situação de desemprego.

Aos restantes clientes, não abrangidos peloregime de moratória, o BCV está a apelar paraque continuem “a honrar os seus compromissosjunto da banca, por forma a se garantir o normalfuncionamento do sistema financeiro”, enquanto“pilar fundamental” do país.

O vice-primeiro-ministro de Cabo Verde, OlavoCorreia, afirmou que a suspensão do serviço dadívida do país, aprovada após o apoio do G20, é“uma boa medida” no imediato, mas pediu a suaconversão em investimentos.

“O povo de Cabo Verde agradece este gestoque vai dar ao executivo maior folga para a bata-lha na mitigação desta crise que o país e o mun-do atravessa”, afirmou Olavo Correia.

A Lusa noticiou na quinta-feira que o grupo depaíses credores responsável pela organizaçãoda Iniciativa de Suspensão do Serviço da Dívida(DSSI) anunciou que Cabo Verde vai beneficiarda isenção de pagamentos de dívida até 31 deDezembro deste ano.

"Segundo o pedido feito para a DSSI e apoiadapelo G20, o Clube de Paris reconheceu que aRepública de Cabo Verde é elegível para benefi-ciar da iniciativa, por isso os representares dosPaíses Credores no Clube de Paris aceitaramfornecer a Cabo Verde uma suspensão do ser-viço da dívida de 1 de Maio até 31 de Dezembrodeste ano", lê-se numa nota.

Assumindo tratar-se de uma “boa medida decurto prazo”, o vice-primeiro-ministro cabo-ver-diano, que é também ministro das Finanças, as-sume que o objectivo é ir mais além: “Ainda te-mos um grande trabalho a ser feito por forma aque possamos atingir os resultados que o paísalmeja em relação ao longo prazo que é a con-versão da dívida pública externa atual de CaboVerde em investimentos estratégicos para o fu-turo”.Na nota divulgada, os credores oficiais explicam

que "o Governo da República de Cabo Verdeestá empenhado em canalizar os recursos liber-

tados por esta iniciativa para o aumento da des-pesa para mitigar os impactos económicos, soci-ais e de saúde da crise da covid-19, e está tam-bém empenhado em procurar de todos os cre-dores oficiais bilaterais um tratamento do serviçoda dívida que esteja em linha com os termos daproposta".

No texto disponível no 'site' do Clube de Paris,lê-se ainda que estes credores "vão continuar acoordenar-se de perto com outros responsáveisna fase de implementação desta iniciativa, emparticular quando considerando uma possívelextensão do período de suspensão" dos paga-mentos destes dois países lusófonos.

Os membros do Clube de Paris "que participamna reorganização da dívida de Cabo Verde sãoos governos da Bélgica, França, Japão, Federa-ção Russa e Espanha", sendo que "Portugaltambém participa na reorganização da dívida dopaís".

Os observadores da implementação são repre-sentantes dos governos da Austrália, Áustria,Brasil, Canadá, Dinamarca, Finlândia, Alemanha,Irlanda, Israel, Itália, Holanda, Noruega, Coreiado Sul, Suécia, Suíça, Reino Unido e EstadosUnidos da América.

O texto do Clube de Paris não apresenta os va-lores envolvidos na suspensão dos pagamentos.

O ‘stock’ da dívida pública cabo-verdiana reno-vou máximos em Maio, pelo segundo mês con-secutivo, chegando a 136,9% do Produto InternoBruto (PIB) estimado para 2020, segundo cálcu-los com base nas estatísticas do banco central.

De acordo com um relatório mensal do Bancode Cabo Verde sobre indicadores económicos efinanceiros, a dívida pública do país totalizava251,6 biliões de escudos (2.290 milhões deeuros) a 31 de Maio, excluindo os títulos consoli-dados de mobilização financeira.

Trata-se de um aumento de quatro pontos per-centuais no espaço de um mês, tendo em contaque o ‘stock’ da dívida pública já tinha disparadoem abril para um pico de 132,8% do PIB, devidoàs necessidades de financiamento provocadaspela pandemia de covid-19, justificou anterior-mente o Governo.Tendo em conta a revisão em baixa da previsão

do PIB de Cabo Verde para 2020, no Orçamentodo Estado Rectificativo já em vigor, que passou aser de 183.748 milhões de escudos (1.674 mi-lhões de euros), o ‘stock’ da dívida pública cabo-verdiana subiu para 136,9% do PIB.

No mesmo relatório, o banco central destacaque com “o aumento das necessidades de finan-ciamento do Estado”, devido ao reforço dosapoios sociais às empresas e às famílias, ao re-forço do sistema de saúde e à forte quebra nasreceitas fiscais, o ‘stock’ da dívida públicaaumentou 8.236 milhões de escudos (75 milhõesde euros) em 2020, só até 31 de Maio.Até final do ano, segundo a previsão do Gover-

no, o ‘stock’ da dívida pública deverá ascender a267.880 milhões de escudos (2.438 milhões deeuros), equivalente a 145,8% do PIB esperadopara o país.

Devido à pandemia de covid-19, o Governocabo-verdiano prevê para 2020 uma recessãoeconómica que poderá oscilar entre os 6,8% e os8,5% e um défice das contas públicas de até11,4% do PIB.

A taxa de desemprego no país deverá duplicaraté final do ano, chegando a quase 20%.

O Governo cabo-verdiano confirmou que res-cindiu o contrato com a Sevenair, para permutade um avião Dornier da Guarda Costeira, por nãoter sido possível renovar os dois aviões CASApropostos pelo grupo português.

Em comunicado, o Governo de Ulisses Correiae Silva recorda que o acordo foi assinado com aSevenair em julho de 2018, prevendo a permutados aviões para vigilância marítima e evacuaçãomédica, e que envolveu a cedência temporáriapelo grupo português, durante um ano, de umavião Jetstream 32, aguardando a modernizaçãodos aviões CASA C212 Aviocar, que não chegoua ser concluída.

“Entretanto, ocorreu que ao fim do prolonga-mento do prazo de um ano a Sevenair não con-seguiu cumprir as obrigações contratualmenteestabelecidas, pois continuava, segundo nos foicomunicado pela própria empresa, dependenteda Airbus Militar [para modernização os aviõesCASA]”, lê-se no comunicado.

Daí que o Governo “acionou a cláusula de res-olução do contrato e informou a empresa de quedeixou de estar interessado na permuta do Dor-nier pelos aviões CASA”.

Além disso, explica, “deu início a uma série deconsultas no sentido de responder às necessi-dades urgentes da Guarda Costeira para a reali-zação das suas operações com total segurança,eficácia e eficiência”, nomeadamente as opera-ções de evacuação médica/sanitária, busca esalvamento e fiscalização e/ou patrulhamento daZona Económica Exclusiva de Cabo Verde.

O Governo cabo-verdiano anunciou em Julhoque já não pretendia trocar o antigo avião Dornier228 da Guarda Costeira por dois aviões CASA,negócio acertado com a Sevenair em 2018,optando pela sua venda e compra de outro apa-relho.

A Sevenair, proprietária dos dois CASA C212,admitiu, depois deste anúncio, que “por motivosde demora de disponibilidade, relacionados coma própria Airbus” no processo de modernizaçãodas aeronaves, o negócio da permuta tinha sidocolocado de parte, embora estando disponívelpara negociar diretamente a compra do Dornier.Na informação do Governo cabo-verdiano, é re-

ferido ainda que ao longo do ano de operação noarquipélago do avião Jetstream 32, cedido pelaSevenair, enquanto tentavam avançar com amodernização dos CASA, aquela aeronave reali-zou 196 missões, com o transporte de 396 pes-soas em evacuações médicas, entre as quais218 em estado de emergência agravada, “sal-vando-se, assim, a vida de muitos cidadãos ca-bo-verdianos”.

No Orçamento Rectificativo para este ano, queentrou este mês em vigor, está prevista umadotação específica de 600 milhões de escudos(5,5 milhões de euros) para a aquisição de um“avião para emergências”, através do Ministérioda Defesa (Guarda Costeira), para garantir, no-meadamente, as evacuações médicas entre asilhas, actualmente feitas por voos comerciais.

“O Governo entendeu, de acordo com os estu-dos feitos por técnicos e especialistas, em comoo custo da manutenção do Dornier [avião que

estava ao serviço da Guarda Costeira] é muitomais elevado do que o montante que precisamospara adquirir um avião mais novo e em con-dições. E mais adaptado para fazer as duas coi-sas [evacuações e patrulhamento]”, afirmou an-teriormente no parlamento o vice-primeiro-mi-nistro, Olavo Correia.

Os dois aviões militares destinavam-se, entreoutras operações da Guarda Costeira, ao trans-porte de doentes entre as ilhas cabo-verdianas,mas permaneciam, no final de 2019, em proces-so de operacionalização, com sucessivos atrasosna entrega, com as evacuações sanitárias aserem garantidas em voos comerciais.

Um negócio que Olavo Correia explicou nãoavançar: “De acordo com os estudos feitos, pararepararmos o Dornier, fazermos a manutenção egarantirmos a operacionalidade, precisamos depelo menos 4,8 milhões de euros. Com essemontante, nós podemos comprar aviões muitomais novos e em melhores condições de operarnos céus de Cabo Verde”.

Segundo o Governo, no comunicado, “fruto damelhoria das condições técnicas e de qualifica-ção dos Recursos Humanos nos Centros deSaúde e Hospitais Regionais nas várias ilhas”, asevacuações de “máxima urgência” têm “diminuin-do”, sendo por isso “natural que a aquisição dosmeios para a Guarda Costeira tenha um impactomais expressivo ao nível da capacidade nacionalde resposta às emergências, sobretudo nestaárea tão crucial como é a defesa da vida humananas mais variadas situações”.

Bancos concederam moratórias a créditos de empresas e particulares

Suspensão do serviço da dívida é "boa medida" mas nação quer mais

Governo confirma rescisão de contrato com portuguesa Sevenair

VICE-PRIMEIRO-MINISTRO DE CABO VERDE, OLAVO CORREIA

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31 DE AGOSTO DE 2020 . O SÉCULO DE JOANESBURGO 15

GUINÉ-BISSAU

LUSOFONIA

O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro SissocoEmbaló, prolongou na segunda-feira o estado deemergência no país por mais 15 dias no âmbitodo combate à pandemia provocada pelo novo co-ronavírus, refere um decreto presidencial divul-gado à imprensa.

O chefe de Estado refere que decidiu prolongaro estado de emergência, que terminava às 24:00de de segunda-feira, até 8 de Setembro, porqueas "medidas implementadas com vista a contro-lar a propagação da covid-19 e limitar o seu im-pacto na economia e em outros sectores da vidadas populações não lograram atingir aquele de-siderato".

No decreto, Umaro Sissoco Embaló salientaque tomou a decisão de prolongar o estado deemergência, tendo também em conta o relatóriodo Alto Comissariado para o Combate à Covid-19 e para "defender e preservar a saúde públi-ca".

"Neste contexto, torna-se necessário manter al-gumas medidas de combate à pandemia e exigiràs populações maior responsabilização e enga-jamento no cumprimento generalizado e rigorosodas mesmas", acrescenta o chefe de Estado.

O decreto determina a obrigatoriedade do usode máscara de protecção individual e o dever derespeitar o distanciamento social.

O Governo da Guiné-Bissau tinha proposto, nasequência de um Conselho de Ministros extra-ordinário, que o estado de emergência fosse pro-longado.

O estado de emergência na Guiné-Bissau foidecretado pela primeira vez em Março, depois deconfirmadas as primeiras infecções pelo novo co-ronavírus no país.Desde então, o Presidente guineense já prolon-

gou o estado de emergência por oito vezes, in-cluindo a decisão de segunda-feira.

Os dados divulgados pelo Alto Comissariadopara o Combate à Covid-19 indicam que a Gui-né-Bissau tem um total acumulado de 2.205 ca-sos, incluindo 34 vítimas mortais.Há mais de 1.000 casos activos no país, a maior

parte dos quais no Sector Autónomo de Bissau.Em declarações aos jornalistas, o coordenador-

adjunto do alto comissariado, o médico guine-ense Tumane Baldé, apelou aos guineensespara respeitarem as medidas impostas paracombater a pandemia."Temos a sensação de que os guineenses estão

a desconfinar e entendem que a pandemia pas-

sou. Isso não corresponde à verdade", afirmou omédico Tumane Baldé, salientando que os nú-meros no país estão a aumentar.

O médico guineense insistiu ainda na necessi-dade de as pessoas cumprirem o distanciamen-to social, respeitarem a utilização obrigatória demáscara e lavarem as mãos com frequência.

VIOLAÇÕES DE DIREITOS

Em Julho, a Associação Juvenil para a Promo-ção e Defesa dos Direitos Humanos (AJPDH)denunciou a ocorrência de várias violações dosdireitos dos cidadãos pelos agentes da polícia emais de mil detenções sobre alegado incumpri-mento das medidas de prevenção ao novo coro-navírus.O presidente da organização, Vladimir Victorino

Gomes, afirmou esperar a mudança de compor-tamento das autoridades.

"Exigimos ao Estado da Guiné-Bissau que con-solide os ganhos alcançados nestes últimos mo-mentos do estado de emergência. Ter a capaci-dade de avaliar os ganhos, procurar mantê-los ecriar mecanismos que possam continuar a sensi-bilizar os cidadãos, não as medidas que atentemcontra as liberdades fundamentais dos cida-dãos".

SITUAÇÃO DA COVID-19 NO PAÍS

"Do meu ponto de vista, o estado de emergên-cia tem que ser renovado, tendo em conta oaumento dos casos. É preciso que o Estado en-gaje e vigie as medidas das restrições, no quediz respeito ao uso correcto da máscara, porqueos cidadãos não estão a colaborar com esta me-dida", afirmou Quintino Dolé, estudante universi-tário.Mas a cidadã Celeste da Silva desvaloriza o es-

tado de emergência: "Com este estado de emer-gência estão abertos os bares e nos mercadosnão há distanciamento social, as pessoas nãousam máscaras. Para mim, o estado de emer-gência é uma fantochada".

Opinião diferente tem Aladje Dolé, funcionáriopúblico: "Acho que é muito importante renovar oestado de emergência, porque há necessidade.Os próprios cidadãos não estão a cumprir com ouso obrigatório da máscara, mas o Governo devefazer mais restrições para que a população acateas medidas".

A forte chuva que está a cair na Guiné-Bissaupoderá afectar cerca de 25 campos de cultivo dearroz, principal produto alimentar do país, disse odirector-geral da Agricultura, Malam Injai.

Um levantamento feito pela Direcção-geral lide-rada por Injai apontou que, se não forem adop-tadas medidas, pelo menos, 25 ‘bolanhas’ (arro-zais) de água salgada, um pouco por toda a Gui-né-Bissau, poderão sofrer inundações.

Segundo explicou o director-geral da Agricultu-ra, as medidas passam pelo Governo comprar edisponibilizar aos camponeses 300 tubos PVCpara que possam drenar os campos de cultivo,muitos dos quais já com água a chegar ao limitedo necessário.

Malam Injai afirmou ser urgente iniciar o traba-lho de "gestão racional" da água nas ‘bolanhas'através de uma descarga orientada, caso contrá-rio, avisou, muitos campos de cultivo de arroznão vão produzir.

Nos últimos dois meses, a Guiné-Bissau tem si-do fustigada por grande quantidade de chuvaque tem inundado campos do cultivo, vilas e atévárias zonas de Bissau, capital do país.

Tirando o excesso de água que poderá afetaralgumas ‘bolanhas', o director-geral prevê um"bom ano agrícola", embora saliente que a cam-panha de cultivo foi iniciada "um pouco tarde", jáque foi aberta a semana passada, quando emcondições normais ocorre entre maio e Junho.

A situação da pandemia da covid-19, que moti-vou a declaração do estado de emergência sani-tária pelas autoridades, esteve na origem doatraso na abertura do ano agrícola, admitiu o di-rector-geral da Agricultura.

Mesmo com o atraso na abertura do ano agrí-cola, Malam Injai destacou que o Governo "provi-denciou importantes apoios" aos camponeses,nomeadamente sementes agrícolas, insumos deprodução e pesticidas.

As sementes foram oferecidas à Guiné-Bissaupelo Senegal, num valor aproximado de cerca dedois milhões de dólares (cerca de 1,7 milhões deeuros), de acordo com o ministro da Agricultura,Abel Gomes.

O director-geral da Agricultura da Guiné-Bissaufalava à Lusa à margem da assinatura de umprotocolo, em Bissau, entre o seu ministério e odo Ambiente e Biodiversidade, para a implemen-tação do projecto “Agricultura Clima-Inteligente”no leste do país.

FUNDO PARA APOIAR VÍTIMAS DA CHUVA

O Governo da Guiné-Bissau decidiu criar umfundo social, de cerca de 150 mil euros, paraapoiar as vítimas do mau tempo que se tem feitosentir no país, onde tem chovido com muita in-tensidade.

A decisão consta no comunicado do Conselhode Ministros, divulgado à imprensa, na sequên-cia de uma reunião extraordinária, durante a qualforam analisados os danos sociais provocadospelas chuvas e a acentuada degradação das es-

tradas a nível nacional.Em relação à degradação das vias rodoviárias,

o Conselho de Ministros da Guiné-Bissau autori-zou o Ministério das Obras Públicas a "recorrer aparceiros particulares para uma rápida interven-ção, visando a manutenção dos troços de estra-das em situações mais críticas".

Na reunião extraordinária ficou também decidi-do autorizar o Ministério das Obras Públicas, emcolaboração com os ministérios das Finanças eTransportes, a viabilizarem medidas para melho-rar a pista de aterragem do aeroporto interna-cional Osvaldo Vieira e a aquisição de aparelhospara controlo de bagagens e passageiros.As já degradadas vias rodoviárias da Guiné-Bis-

sau estão praticamente intransitáveis devido àintensidade das chuvas que têm caído no país.

O mau estado das estradas levou já o Movi-mento da Sociedade Civil a pedir ao Governopara não cobrar, temporariamente, portagens àsviaturas, incluindo as de transporte de passagei-ros.

A época das chuvas na Guiné-Bissau ocorreentre Maio e Novembro.

O secretário-geral da ONU, António Guterres,quer que as autoridades da Guiné-Bissau “de-monstrem rapidamente" o seu compromisso naluta contra o tráfico de droga com a aplicação doplano aprovado em 2019 pelo anterior Governo.

"É essencial que as autoridades nacionais de-monstrem rapidamente o seu compromisso coma luta contra o tráfico de drogas, em particularapoiando a plena implementação do plano deacção estratégico nacional validado em dezem-bro de 2019", refere António Guterres, no últimorelatório sobre a situação política no país.

Segundo António Guterres, o actual contextopolítico, aliado ao prolongado estado de emer-gência devido à pandemia provocada pelo novocoronavírus, "parece criar um ambiente propícioao reagrupamento das redes de tráfico de drogae do crime organizado e ao reinício das suas acti-vidades".

O secretário-geral da ONU considera tambémque a forma como os anteriores chefes de insti-tuições de segurança nacional foram substituí-dos "podem ter tido um impacto negativo no fun-cionamento eficaz daquelas instituições".

"Também encorajo a comunidade internacionala continuar a apoiar o país na luta contra o flage-lo do narcotráfico e do crime organizado", disse,salientando que a ONU vai continuar a analisar oimpacto da nova dinâmica política e da pandemiasobre o narcotráfico e crime organizado para"que os narcotraficantes não explorem a situ-ação".

No relatório, António Guterres denuncia que a

14 de Março um cidadão português foi detidopela PJ no aeroporto de Bissau com 83 cápsulasde cocaína, mas que foi libertado por agentes daGuarda Nacional."As primeiras conclusões revelam que o suspei-

to regressou a Portugal. Além disso, após denún-cias a UNIOGBIS (gabinete político da ONU naGuiné-Bissau) e a UNODC (agência da ONUcontra a droga) estão a monitorar a investigaçãoem andamento e a verificar o manifesto dos pas-sageiros do avião com a ajuda da Interpol emPortugal", afirma.

Em 2019, a Guiné-Bissau fez as duas maioresapreensões de sempre de cocaína no país, noâmbito de duas operações, que culminaram coma condenação de várias pessoas a penas entreos 4 e os 16 anos de prisão.

Depois de a Comissão Nacional de Eleições terdeclarado Umaro Sissoco Embaló vencedor dasegunda volta das eleições presidenciais, o can-didato dado como derrotado, Domingos SimõesPereira, líder do Partido Africano para a Inde-pendência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), nãoreconheceu os resultados eleitorais, alegandoque houve fraude e meteu um recurso de conten-cioso eleitoral no Supremo Tribunal de Justiça,que não tomou, qualquer decisão.

Umaro Sissoco Embaló assumiu unilateralmen-te o cargo de Presidente da Guiné-Bissau em Fe-vereiro e acabou por ser reconhecido como ven-cedor das eleições pela CEDEAO, que tem medi-ado a crise política no país, e restantes parceirosinternacionais.

Campos de arroz em risco devido à chuva

Nações Unidas pedem compromissona luta contra tráfico de droga

Presidente da República prolonga estado de emergência

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Há certas alturas do ano que nosagradam, trabalhando cheios de ge-nica, bons planos familiares, coroadosde uma felicidade que marcam a nos-sa vida. Mas há outras que nos provo-cam dissabores, rezando até para queos dias passem tão rapidamente.Para mim, um dos momentos do ano

que não aprecio é o mês da devolu-ção da papelada que tem a ver comos impostos, à South African RevenueService, instituição sul-africana que li-da com o processo. É já a partir deamanhã, 1 de Setembro, que começaessa lenga-lenga.

Não porque gosto de fugir ao fisco,mas pela burocracia que temos as-sistido nos gabinetes de SARS, comdezenas de funcionários, alguns de-les sem saberem da sua ocupação, li-mitando-se a “passear” e a fazer amesma pergunta em meia volta quedão.

Nem todo o cidadão tem possibilida-de de contratar uma empresa de audi-toria ou especializada na matéria,sendo então obrigado a deslocar-seaos escritórios designados e aí poderreceber o apoio necessário.

Eu próprio, tenho feito esta ginásticatodos os anos, também com medo deo fazer através de uma via electróni-ca, já que uma pequena falha faz comque alguém seja sujeito a certos cas-tigos judiciários, como tem acontecidocom alguns. Conheço pessoas queainda hoje estão a dever milhões derandes por causa de um pequeno erroinformático.

Como todos nós sabemos, a SouthAfrican Revenue Service não brincacom serviço quando se trata destamatéria. Ameaça, dá prazo e mandaprender.

Este ano comprometeu-se a tornar opreenchimento das declarações deimpostos anuais o mais simples pos-sível para os indivíduos que cumpramdiligentemente suas obrigações fis-cais, os chamados bons contribuin-tes.

Ao mesmo tempo, quer torná-lo omais difícil e custoso possível para oscontribuintes não cumpridores e ‘cri-minosos’, que abusam do sistema, se-gundo chamou atenção um oficial daTax Consulting SA.No entanto, são encorajados os con-

tribuintes que cometeram erros ouque omitiram qualquer contribuiçãonas declarações fiscais do ano ante-rior, por qualquer motivo, a aproveitara oportunidade para regularizar seusprocessos por meio de um Programade Divulgação Voluntária (VDP).

O VDP foi criado para encorajar oscontribuintes a abordar SARS antesque o seu incumprimento seja detec-tado. A voluntariedade é um dos re-quisitos contidos na Lei de Administra-ção Tributária, que regulamenta oPrograma de Divulgação Voluntária.

Os contribuintes que foram chama-dos atenção por incumprimento, se-leccionados para uma auditoria, ouque já receberam uma carta judiciáriafinal, infelizmente não poderão contarcom o VDP.

“Estes terão que passar pelos pro-cessos normais, corrigir os seus er-ros, o que acarretará multas e juros,além de obrigações tributárias pen-dentes, podendo até passarem porum processo criminal.

São destas coisas que intimidam ocidadão, que fica sem saber o que po-derá encontrar ao longo do processode preenchimento dos documentos,pensando estar livre de qualquer in-fracção, enquanto nada.

Custa ser surpreendido pela justiçano meio de um processo que até o faz

voluntariamente. Resultado, muitos,com receio de serem ‘rasteirados’,optam pela fuga, acumulando uma dí-vida nunca esquecida pelos arquivis-tas de SARS.

No meio disto há também boas notí-cias. Através do Programa de Divulga-ção Voluntária, alguém pode ver todosos tipos de impostos cobertos. Os úni-cos impostos não abrangidos são osalfandegários e os especiais de con-sumo.

Quando um contribuinte recebe umaisenção de acordo com o VDP, as pe-nalidades são dispensadas e o reque-rente recebe uma amnistia no proces-so criminal. O contribuinte só será res-ponsável pelas obrigações fiscais pen-dentes. Outro aspecto comum e prejudicial é anão divulgação de rendimentos de ín-dole internacional que se deve aofacto de os contribuintes não terem co-nhecimento da sua verdadeira obriga-ção tributária.

O sistema tributário sul-africano mu-dou de um sistema baseado na fontepara um sistema baseado na residên-cia em 2001 - o que significa que os re-sidentes fiscais sul-africanos são tribu-tados sobre a sua contribuição no ex-terior.“No entanto, muitos sul-africanos com

propriedades no exterior não percebe-ram essa mudança e não incluíram re-ceita de juros estrangeira ou receita dealuguer fora do país nas suas decla-rações fiscais por muitos anos, sendosujeitos a penalidades por parte dajustiça.

Num país que ocupa 70º lugar entre198 países no Índice de Corrupção In-ternacional, custa ao pobre trabalha-dor ser ainda penalizado por pequenoincumprimento à lei do imposto, quan-do os “tubarões” continuam intocáveisdevido aos lugares políticos ou outrosde tirar chapéu que eles ocupam.

Sabemos que na África do Sul o sec-tor da justiça tem as suas ‘costas’ vira-da à classe pobre. Aliás, isso tem sidonotório durante os julgamentos que te-mos assistidos, com os processos aserem dados como desaparecidos,para evitar o desfecho do caso oucomo forma de despistar a evidência,continuando o pobrezinho entre asbarras prisionais.

O próprio presidente Cyril Ramapho-sa, manifestou-se preocupado com aalta corrupção que assola o país, aoponto de escrever uma dura carta aosmembros do seu partido, no poder, oCongresso Nacional Africano.

Ramaphosa quer que os implicadossejam justiçados e assim poderem lim-par a sua imagem como dirigentes,mensagem que não foi bem recebidapor uma parte dos membros da organi-zação. O certo é que isto não passe deuma jogada para enganar as massasou gastar a tinta e papel dos contri-buintes.

Querendo como não, lá vamos nóscumprir com os prazos de apresenta-ção da declaração de imposto de2020, já que chegou a hora para tal:

1 de Setembro a 16 de Novembro de2020: Contribuintes que registam onli-ne; 1 de Setembro a 22 de Outubro de2020: Contribuintes que não podemregistar electronicamente podem fazê-lo numa filial da South African Reve-nue Service;

1 de Setembro de 2020 a 29 de Ja-neiro de 2021: Contribuintes provisó-rios que registam electronicamente.

Bom contribuinte não ignora o prazoestabelecido. Chegou a hora do im-posto.

Eduardo Ouana

Hora do ImpostoEditorial

FUNDADO EM 1963PELO COMENDADOR ANTÓNIO BRAZ

31 DE AGOSTO DE 2020ANO LVIII

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PRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO COMENDADORA PAULA CAETANO

Um projecto de investigação que estudou as águas ter-mais da região Centro confirmou o efeito benéfico daágua termal de Monfortinho, concelho de Idanha-a-Nova,na melhoria do estado das doenças de pele, foi anuncia-do.

"Os resultados obtidos mostraram que o efeito benéfi-co, tradicionalmente reconhecido para a água termal deMonfortinho, na melhoria do estado das doenças da pele,é suportado em resultados laboratoriais que evidenciama capacidade desta água para reduzir a proliferação e ometabolismo das células que contribuem para o desen-volvimento de doenças como a psoríase e a dermatiteatópica", explica, em comunicado enviado a adminis-tração das termas de Monfortinho.

Os resultados do projecto de investigação realizadoentre Março de 2017 e Dezembro de 2018 foram recen-temente publicados no "International Journal of Biome-teorology".

Este resultou do trabalho conjunto de duas equipas deinvestigadores, uma da Universidade da Beira Interior(UBI) liderada por Ana Palmeira de Oliveira e outra daUniversidade de Coimbra (CNC-UC) liderada por TeresaCruz Rosete, que trabalharam em conjunto para validaro uso tradicional das águas termais da região Centro.

O projecto de investigação avaliou o potencial bioactivodestes recursos endógenos e contribuiu para suportar naciência o efeito da água termal de Monfortinho nas doen-ças da pele.

Do trabalho desenvolvido pelas investigadoras resul-taram várias apresentações em congressos científicos eem eventos para a comunidade, sendo este o segundoartigo científico publicado, encontrando-se ainda maisdois a aguardar decisão dos jornais científicos.

O financiamento esteve a cargo do Centro2020, comfundos especificamente aplicados para a valorização derecursos endógenos (PROVERE) e foi gerido pela Asso-ciação de Termas de Portugal - Termas Centro.

Investigação confirmabenefícios da água termal de Monfortinho em doenças de pele

O primeiro-ministro considera que se Marcelo Rebelode Sousa não se recandidatasse a Presidente da Repú-blica "havia um problema grave no conjunto do país" que,no seu entender, tem por certo que concorra a um segun-do mandato.Esta opinião foi transmitida por António Costa em entre-

vista ao semanário Expresso, em que também adiantaque, por exercer as funções de primeiro-ministro, adop-tará uma atitude de "recato" nas próximas eleições presi-denciais.Questionado sobre a possibilidade de existir um proble-

ma de "vacatura à direita" caso Marcelo Rebelo de Sou-sa decida não se recandidatar nas próximas eleiçõespresidenciais, António Costa foi mais longe na sua análi-se: "Havia um problema grave no conjunto do país, quedá isso por adquirido e se sente confortável com o Presi-dente".

Já sobre a forma como o PS vai gerir o processo daspróximas eleições presidenciais, o secretário-geral so-cialista disse que haverá um momento em que os órgãosdo seu partido se irão pronunciar sobre essa matéria.

"Sendo eu também primeiro-ministro, seja a pessoa quemenos interfira nesse debate, porque terei de ter com opróximo Presidente uma relação institucional. Não vouinterferir muito nessa campanha eleitoral", avisou.

Na perspetiva de António Costa, um primeiro-ministroem exercício, em período de eleições presidenciais, "de-ve manter recato".A seguir, António Costa foi confrontando com o facto de

o seu ministro e dirigente socialista Pedro Nuno Santoster afirmado que apoiará um candidato presidencial doBE ou do PCP se não houver ninguém da área do PS.

O primeiro-ministro, porém, entende que "os membrosdo Governo devem ter em relação às presidenciais umparticular dever de reserva, tendo em conta aquilo que éa relação que o Governo deve manter com o próximoPresidente, com quem terá de conviver muito tempo".

PRESIDENTE DA REPÚBLICA, MARCELO REBELO DE SOUSA E PRIMEIRO-MINISTRO, ANTÓNIO COSTA

Se Marcelo não se recandidatasse a Presidente da República havia um problema grave - diz primeiro-ministro

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Contactos: 011 496 1650/7 * [email protected] * www.oseculoonline.com Director: F. Eduardo Ouana SEGUNDA-FEIRA, 31 DE AGOSTO DE 2020

Desportivo

Totoloto / Portugal

Lo

to /

Áfr

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do

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9 23 38 45 7

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1

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9

1

10

última

CR7 quer conquistaro Mundo pela Juventus

Convocatória"atípica" em tempos de pandemia

FCP começa defesa do título frente ao Sp. Braga - SLB visita Famalicão

- Sporting recebe o Gil Vicente

Sorteio da I Liga:

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2 O SÉCULO DESPORTIVO . 31 DE AGOSTO DE 2020

DESPORTO

FC Porto

Equipa técnica: SérgioConceiç ão (treinador),Vítor Bruno, Dembelé,

Eduardo Oliveira eDiamantino Figueiredo

(adjuntos)Estágio: Lagos, AlgarveRegresso ao trabalho:

24 de Agosto

Benfica

SL BenficaEquipa técnica: Jorge

Jesus (treinador), João deDeus, Tiago Oliveira,

Mário Monteiro, MárcioSampaio, Gil Henriques

e Rodrigo Araújo(adjuntos)

Estágio: Por definirRegresso ao trabalho:

10 de Agosto

SP. Braga

Equipa técnica: CarlosCarvalhal (treinador),João Mário, Sérgio

Ferreira, João Meireles,Orlando Silva e Eduardo

(adjuntos)Estágio: Braga

Regresso ao Trabalho:13 de Agosto

Sporting CP

Equipa técnica: RúbenAmorim (treinador),

Carlos Fernandes, AdélioCâ ndido, Emanuel

Ferro, Tiago Ferreira eGonç alo Álvaro

(adjuntos)Estágio: Por definir

Regresso ao trabalho:14 de Agosto

Rio AveEquipa técnica: Mário

Silva (treinador),adjuntos por divulgarEstágio: Por definir

Regresso ao

Famalicão

Equipa técnica: JoãoPedro Sousa (treinador),

Rifa, Manuel Santos,Hugo Vicente, Vítor

Alcino, Carlos Pacheco(adjuntos)

Estágio: Por definirRegresso ao Trabalho:

17 de Agosto

Cláudio Ramos - GR (ex-Tondela) e Carraça

- DEF (ex-Boavista)

Helton Leite - GR (ex-Boavista), Gilberto - DEF

(ex-Fluminense/Brasil),Vertonghen - DEF (ex-Tottenham/Inglaterra),

Pedrinho - MED (ex-Corinthians/Brasil),

Cebolinha - AVA(ex-Grémio/Brasil) eWaldschmidt - AVA

(ex-Friburgo/Alemanha)

Zé Carlos - DEF (ex-Leixões),Francisco Moura - DEF (ex-

Académica), Al Musrati - MED(ex-Rio Ave), André Castro

- MED (ex-Goztepe/Turquia),Iuri Medeiros - AVA (ex-Nuremberga/Alemanha),

Gaitán - AVA (ex-Lille/França),Murilo - AVA (ex-Sp.

Gijón/Espanha) e GuilhermeSchettine - AVA (ex-Santa

Clara)

Adán - GR (ex-AtléticoMadrid/Espanha), Pedro

Porro - DEF (ex-ManchesterCity/Inglaterra), Antunes

- DEF (ex--Getafe/Espanha), Feddal - DEF (ex-Betis/Espanha),

Pedro Gonçalves - AVA(ex-Famalicão) e Nuno

Santos - AVA (ex-Rio Ave)

Francisco Geraldes - MED(ex-Sporting) e Gabrielzinho

- AVA (ex-Moreirense)

Zlobin - GR (ex-Benfica),Hugo Gomes - DEF (ex-

Varzim), Alexandre Penetra -DEF (ex-Benfica), Abdul - DEF

(ex-Chaves),Francisco Saldanha - MÉD

(ex-Benfica), Andrija Lukovic - MED (ex-Rakow/Polónia),Diego Batista - MED (ex-

-Benfica), FernandoValenzuela - AVA(ex-BarracasCentral/Argentina) e Jhonata

Robert - AVA(ex-Grémio/Brasil)

Defendi - GR (Farense),Vaná - GR (FC Porto),

Roderick - DEF(Wolverhampton/Inglaterra),

Ivo Pinto - DEF (DínamoZagreb/Croácia), Álex

Centelles - DEF(Valencia/Espanha), Nehuén

Pérez - DEF (Atlético deMadrid/Espanha), Cissé

- DEF (Châteauroux/França),Coly - DEF (Nice/França),

Racic - MED(Valencia/Espanha), Diogo

Gonçalves - AVA(Benfica), Fábio Martins -

AVA (Sp. Braga) eSchiappacasse - AVA

(Atlético de Madrid/Espanha)

Paulo Vítor - GR (Chaves),Messias - DEF

(América Mineiro/Brasil),Diogo Figueiras

- DEF (Sp. Braga), AlMusrati - MED (Sp.

Braga) e Gelson Dala- AV (Sporting)

Mathieu (fim da carreira)

Nadaa registar

Zlobin - GR (Famalicão)

Mercado de Transferências - I Liga Portuguesa

Entradas Saídas

Equipas

Eduardo - GR (termi-nou a carreira), Diogo

Viana - DEF, PedroAmador - DEF, Wallace

- DEF (Lazio/Itália),Palhinha - MED

(Sporting),Wilson Eduardo - AV

(Al-Ain/EmiradosÁrabes Unidos) e

Trincão - AV (Barce-lona/Espanha)

Leia, assineedivulgue

O Século de

Joanesburgo

Vit. GuimarãesEquipa técnica: TiagoMendes (treinador),

Sánchez Vera, CarlosMenéndez, Ricardo

Leite, Gil Sousa, Morenoe Fernando Aguiar

(adjuntos)Estágio: Quiaios 23Agosto-5 Setembro

Regresso ao Trabalho:17 de Agosto

MoreirenseEquipa técnica: Ricardo

Soares (treinador),Eduardo Moreira, Paulo

Lobo, Maurício Vaz,Leandro Mendes

(adjuntos)Estágio: Ofir,Esposende

Regresso ao Trabalho:17 de Agosto

Santa ClaraEquipa técnica: Daniel

Ramos (treinador),Renato Pontes, DaniloAccioly, Tiago Sousa,José Serrão, Pedro

Gonç alves e RodrigoQuaresma (adjuntos)Estágio: Penafiel (27

Agosto – 5 deSetembro)

Regresso ao Trabalho:17 de Agosto

Gil Vicente

Equipa técnica: RuiAlmeida (treinador),adjuntos por divulgarEstágio: Por definir

Regresso ao Trabalho:17 de Agosto

MarítimoEquipa técnica: LitoVidigal (treinador),

Professor Neca, FidalgoAntunes, Bruno Miguel,Octávio Moreira e José

Manuel Neves (adjuntos)Estágio: Lousada (1 a

12 de Setembro)Regresso ao Trabalho:

13 de Agosto

Boavista

Equipa técnica: VascoSeabra (treinador),

NunoDiogo, Cláudio Martins,Bruno Pereira e Jorge

Couto (adjuntos)Estágio: Por definir

Regresso ao Trabalho:10 de Agosto

P. Ferreira

Equipa técnica: Pepa(treinador), Hugo Silva,Samuel Correia, PedroOliveira e João Ricardo

(adjuntos)Estágio: Paços de

FerreiraRegresso ao Trabalho:

17 de Agosto

Trmal - GR (ex-FC Slovácko/Rep.Checa), Bruno Varela - GR (ex-

Ajax/Holanda), Tié - GR (ex-Chelsea/Inglaterra), Jorge

Fernandes - DEF (ex-Kasimpasa/Turquia), Mumin - DEF

(ex-Nordsjaelland/Dinamarca),Jonas Carls - DEF (ex-ViktoriaKöln/Alemanha), Bisseck - DEF

(ex-Roda/Holanda), Jung-Min Kim -MED (ex-Admira Wacker/Áustria),

Maddox - MED(ex-Southampton/Inglaterra), Holm- AVA (ex-RB Leipzig/Alemanha) e

Foster - AVA (ex-CercleBrugge/Bélgica)

Kewin - GR (ex-Mirassol/Brasil),Nahuel Ferraresi - DEF

(ex-ManchesterCity/Inglaterra), Pedro Amador -

DEF (ex-Sp. Braga), Iddriss - MED

(ex-Felgueiras), Yan - AVA (ex-Sport/Brasil), Derik Lacerda -AVA (ex-Académica), Lucas

Rodrigues - AVA (ex- Mafra) eMalik Abubakari - AVA (ex-Fafe)

Mansur - DEF (ex-SãoBento/Brasil), Júlio Romão -

MED (ex-AthleticoParanaense/Brasil), Gustavo

Viera - AVA(ex-Liverpool

Montevideo/Uruguai),André Mesquita - AVA

(ex-Marítimo B) e Jean Patric- AVA (ex-Ac. Viseu)

Daniel Fuzato - GR (ex-Roma/Itália), Souleymane Aw -DEF (ex-AvenirBéziers/França),

Talocha - DEF (ex-RigaFC/Letónia), Tim Hall - DEF(ex-Karpaty/Ucrânia), JoelPereira - DEF (ex-SpartakTrnava/Eslováquia), KanyaFujimoto- MED (ex-Tokyo

Verdy/Japão), Antoine Léautey- MED (ex-Chamois

Niortais/França) e BoubacarHanne - AVA (ex-

Wolverhampton/Inglaterra)

Lucas Áfrico - DEF (ex-Estoril),Hermes - DEF (ex

Cruzeiro/Brasil), Jean Cléber -MED (ex-CSA/Brasil), Fabrício -MED (ex-Gençlerbirligi/Turquia),

Rafik Guitane - MED (ex-Rennes/França), Barrera - AVA

(ex-Mafra), Tamuzo - AVA(ex-Avenir Béziers/França),

Marcelinho - AVA (ex-Londrina/Brasil) e RúbenMacedo - AVA (ex-Aves)

Yanis Hamache - DEF (ex-RedStar/França), Ricardo Mangas -DEF (ex-Aves), Jackson Porozo

- DEF (ex-Santos/Brasil),Angel Gomes - MED (ex-

Lille/França), Pizzuto - MED (ex-Pachuca/México), Agon Elezi -

MED (ex-Skenderbeu/Albânia) e Show - MED (ex-

Belenenses SAD)

Jordi - GR (ex-Vasco/Brasil)

e Martín Calderón- MED (ex-Real

MadridCastilla/Espanha)

Helton Leite - GR (Benfica),Neris - DEF

(Al Wasl/Emirados ÁrabesUnidos), Marlon - DEF

(Fluminense/Brasil),Fabiano - DEF (Palmeiras),

Ricardo Costa - DEF,Carraç a - DEF, Idris -MED, Obiora - MED,

Fernando Cardozo - AVA(Olímpia/Pa- raguai),

Mateus - AVA, Heriberto -AVA (Brest/Franç a) e Stojiljkovic - AVA

(Sp. Braga)

RicardoRibeiro- GR,SimãoBertelli-GR(OperárioFerroviário/Brasil),BrunoSant

os- DEF (AEL Limassol/Chipre),An-dré Micael - DEF (Varzim), Bruno

Teles - DEF (Académica), Pedrinho -MED (Riga FC/Letónia), Stephen

Eustáquio - MED (Cruz Azul/México),Vasco Rocha - MED, João Amaral -

AV (Lech Poznan/Polónia), Murilo - AV(Rio Ave) e Welthon - AV

(V. Guimarães)

Vukovic - MED e Xadas - AVA

Bruno Diniz - GR(Náutico/Brasil), WelligtonLuís - GR, Arthur Henrique- DEF (Ferroviária/Brasil),

Alex Pinto - DEF(Farense),

Kraev - MED(Midtjylland/Dinamarca),

Baraye - AVA(Parma/Itália), Naidji - AV

(Paradou/Argélia) e SandroLima - AV (Tianjin

Teda/China)

Miguel Silva - GR(APOEL/Chipre), Douglas - GR (terminou a carreira),

Bondarenko - DEF (Shakhtar

Donetsk/Ucrânia),Pedro Henrique - DEF,

Frederico Venâncio - DEF,Victor Garcia - DEF, Florent

- DEF (Paris FC/França),Lucas Evangelista

- MED (Nantes/França),Davidson - AVA

(Alanyaspor/Turquia), OlaJohn - AVA, Léo Bonatini -

AVA (Wolverhampton/Inglaterra) e João Pedro

- AVA (P. Ferreira)

Nuno Macedo - GR(Estoril), Pedro Trigueira

- GR (Tondela), IagoSantos - DEF (Al

Taawon/Arábia Saudita),Halliche - DEF, João

Aurélio - DEF, Bruno Silva- DEF (Mafra), Nuno

Santos - MED (Boavista),Bilel - AVA, Gabrielzinho - AVA(Rio Ave), LutherSingh - AVA (Paços deFerreira), Nenê - AVA

e Texeira - AVA

Mercado de Transferências I Liga Portugal

Entradas Saídas

Equipas

Mamadu Candé -DEF, César - DEF,

FranciscoRamos - MED (V.

Guimarães), Pablo -AV, Zé

Manuel - AV eGuilherme Schettine

- AV (Sp. Braga)

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31 DE AGOSTO DE 2020 . O SÉCULO DESPORTIVO 3

DESPORTO

Tondela

Equipa técnica: PakoAyestarán (treinador),

Joshe Viela, PedroTaborda e Ricardo Alves

(adjuntos)Estágio: Por definir

Regresso ao Trabalho:13 de Agosto

Belenenses SAD

Equipa técnica: Petit(treinador), Filipe

Anunciaç ão, FranclimCarvalho, Tozé Cerdeira

e Fábio Ferreira(adjuntos)

Estágio: Por definirRegresso ao Trabalho:

13 de Agosto

Portimonense

Equipa técnica: PauloSérgio (treinador), Bruno

Veríssimo, RicardoPessoa, Hélder Carvalho,

Pedro Silva e MarceloFroeder (adjuntos)

Estágio: Por definirRegresso ao Trabalho:

12 de Agosto

Nacional

Equipa técnica: LuísFreire (treinador),

Joaquim Rodrigues,Nuno Silva, Tiago

Louzeiro e Carlos Braz(adjuntos)

Estágio: Por DefinirRegresso ao Trabalho:

10 de Agosto

Farense

Equipa técnica: SérgioVieira (treinador), José

Ribeiro, Luís Matos,Ricardo Silva, Miguel

Rosa, André Afonso, RuiPedro Sousa e Ricardo

Reis (adjuntos)Estágio: Por definir

Regresso ao Trabalho:10 de Agosto

Pedro Trigueira - GR (ex-Moreirense), Joel Sousa - GR(ex-Molelos), Manu Sánchez -DEF (ex-Rayo Majadahonda/

Espanha), João Mendes - MED(ex-Académica), Salvador Agra -AVA (ex-Legia Varsóvia/Polónia)

e Rafael Barbosa- AVA (ex-Estoril)

Afonso Taira - MED (ex-Hermannstadt/Roménia), BrunoRamires - MED (ex-Feirense),

Cauê - MED (ex-AlbirexNiigata/Japão) e Miguel Cardoso

- AVA (ex-DínamoMoscovo/Rússia)

Welinton Júnior - AVA(ex-Aves)

Piscitelli - GR (ex-DínamoBucareste/Roménia), Lucas

Kal - DEF (ex-SãoPaulo/Brasil), Rúben Freitas -

DEF (ex--Mafra), Koziello - MED

(ex-Paris FC/França), Azouni -MED (ex-Kortrijk/Bélgica)

e Bobál - AVA (ex-Zalaegerszeg/Hungria)

Ricardo Velho - GR (ex-Sp.Braga), Defendi - GR

(ex-Famalicão), CláudioFalcão - DEF (ex-Aves),

Alex Pinto - DEF(ex-Gil Vicente), César - DEF

(ex-Santa Clara), Amine -MED (ex-Leixões), Pedro

Henrique - AVA (ex-Feirense) eMansilla - AVA (ex-V. Setúbal)

Miguel Carvalho - GR,Daniel Fernandes - GR,

Rafael Vieira - DEF(Académica), SávioMaciel - DEF (Vila

Nova/Brasil),Luís Rocha - DEF

(Chaves), André Vieira -MED (Varzim), FabrícioSimões - AVA (Feirense)

e Irobiso - AVA

Piscitelli - GR (ex-DínamoBucareste/Roménia),

Lucas Kal - DEF (ex-SãoPaulo/Brasil), Rúben

Freitas - DEF (ex--Mafra), Pedrão - DEF (ex-Palmeiras/Brasil), Koziello -MED (ex-Paris FC/França),

Azouni - MED (ex-Kortrijk/Bélgica),

João Victor - AVA (ex-Caldense/Brasil) e Bobál -

AVA (ex-Zalaegerszeg/Hungria)

Cláudio Ramos - GR (FCPorto), Diogo Silva - GR(Fafe), Fahd Moufi - DEF,

Marko Petkovic - DEF,João Reis - DEF (Chaves),

Philipe Sam-paio - DEF(Guingamp/-França),

Pepelu - MED (Levan-te/Espanha), Pité - MED,

Jonathan Toro - AVA (Hues-ca/Espanha), Ronan - AVA(Rio Ave), Ricardo Valente -AVA, Richard Rodrigues -AVA (Internacional/Brasil)

e Xavier - AVA(Panathinaikos/Grécia)

Koffi - GR(Mouscron/Bélgica), FilipeMendes - GR, Francisco

Varela - DEF, NunoCoelho - DEF (Chaves),

Show - MED(Boavista), André Santos -MED, Licá - AVA, MarcoMatias - AVA e Kikas -AVA (DOXA/Chipre)

Mercado de Transferências - I Liga Portuguesa

Entradas SaídasEquipas

Rodrigo Freitas - DEF(São Paulo/Brasil),

Júnior Tavares - MED(São Paulo/Brasil) eMarlos Moreno - AVA

(ManchesterCity/Inglaterra)

O seleccionador Fernando Santos afirmou nasegunda-feira que a convocatória de Portugalpara o arranque da Liga das Nações de futebolfoi feita de forma “atípica”, devido à covid-19, epor isso optou por chamar ‘velhos conhecidos’.

“Foi tudo feito em condições atípicas, com osjogadores a passarem por diferentes fases. Unsacabaram agora a época e estão de férias, out-ros estão a começar a pré-temporada ou então jáestão em competição. São nove, 10 meses semjogos, a falar pouco com os jogadores e, por isso,95% da convocatória são jogadores que estão cáhá mais tempo e que conhecem as novas ideias”,afirmou Fernando Santos.O seleccionador nacional, que falava na Cidade

do Futebol, em Oeiras, numa conferência de im-prensa em que as perguntas foram feitas pelos

jornalistas através de uma aplicação móvel, con-fessou que vai aproveitar as três ‘janelas’ dejogos até final do ano para preparar o Europeu,que foi adiado para 2021, devido à pandemia.

“Entramos na Liga das Nações como entramosem qualquer competição, que é para ganhar.Não somos favoritos, nunca assumimos isso,mas somos sempre candidatos. Além dos jogosda Liga das Nações, vamos também ter algunsjogos particulares e queremos aproveitar paracomeçar já a pensar no Euro”, disse o técnico de65 anos.

Sobre as estreias do guarda-redes Rui Silva edo avançado Trincão, Fernando Santos explicouque os dois jogadores já eram seguidos há al-gum tempo e que foram chamados para que ospossa “conhecer melhor”.

De regresso está o guardião Anthony Lopes,que já não era chamado desde a fase final doCampeonato do Mundo de 2018, que decorreuna Rússia.

“Não foi convocado por causa das exibiçõesque fez agora na Liga dos Campeões. É umguarda-redes de grande qualidade, em que con-fio em absoluto. Teve um problema familiar que oimpediu de, durante um tempo, estar na selec-ção. Felizmente, essa situação está ultrapassa-da. Era para voltar já em Março, se tivesse havi-do convocatória”, revelou.

Mesmo habituado a estar alguns meses semtreinar, como seleccionador, Fernando Santos a-ssumiu que a paragem de nove meses nas com-petições, por causa do novo coronavírus, foi“realmente diferente”.“Os seleccionadores não estão habituados a ter

trabalho de campo, de treino com frequência,mas, realmente, nove meses não é habitual. Émuito tempo sem ter contacto com os jogadores,sem falar com os jogadores. Vamos aproveitarestes dias para trocar ideias e relembrar con-ceitos”, concluiu.

Em jogos do Grupo 3, Portugal começa a de-fender o título da Liga das Nações no dia 5 deSetembro frente à Croácia, no Estádio do Dra-gão, no Porto, e três dias depois desloca-se aSolna, nos arredores de Estocolmo, para defron-tar a Suécia.

A selecção nacional ainda não efectuou qual-quer jogo em 2020, devido à covid-19. O últimoencontro aconteceu a 17 de Novembro do anopassado, no triunfo por 2-0 no Luxemburgo, quevaleu a qualificação para a fase final do Euro-2020, que, entretanto, foi adiado para 2021, de-vido à pandemia.

TRINCÃO E RUI SILVA ESTREIAM-SE NOS CONVOCADOS DA SELECÇÃO

O avançado Francisco Trincão, do FC Barcelo-na, e o guarda-redes Rui Silva, do Granada, es-trearam-se nos convocados da selecção portu-guesa de futebol, para os embates frente a Croá-cia e Sérvia, para a Liga das Nações.

Na lista apresentada pelo seleccionador Fer-nando Santos, para o início da defesa do troféu,convocou o “núcleo duro” da selecção, mas pro-

moveu as estreias de Trincão e Rui Silva, o re-gresso do guarda-redes Anthony Lopes, do Lyon,e também do defesa central Domingos Duarte,do Granada, que ainda não conta nenhuma inter-nacionalização.Apesar de algumas competições terem termina-

do mais tarde, nomeadamente a Liga dos Cam-peões, Fernando Santos optou por chamar al-guns jogadores que terminaram as suas compe-tições mais tarde.

LISTA DOS 25 CONVOCADOS

- Guarda-redes: Anthony Lopes (Lyon, Fra),Rui Patrício (Wolverhampton, Ing) e Rui Silva(Granada, Esp).

- Defesas: João Cancelo (Manchester City,Ing), Nélson Semedo (FC Barcelona, Esp), Do-mingos Duarte (Granada, Esp), José Fonte (Lille,Fra), Pepe (FC Porto), Rúben Dias (Benfica),Mário Rui (Nápoles, Ita) e Raphael Guerreiro(Borussia Dortmund, Ale).- Médios: Danilo Pereira (FC Porto), Rúben Ne-

ves (Wolverhampton, Ing), André Gomes (Ever-ton, Ing), Bruno Fernandes (Manchester United,Ing), Renato Sanches (Lille, Fra), João Moutinho(Wolverhampton, Ing) e Sérgio Oliveira (FCPorto).

- Avançados: Diogo Jota (Wolverhampton, Ing),André Silva (Eintracht Frankfurt, Ale), CristianoRonaldo (Juventus, Ita), Trincão (FC Barcelona,Esp), Gonçalo Guedes (Valência, Esp) e JoãoFélix (Atlético de Madrid, Esp).

Fernando Santos assume convocatória"atípica" em tempos de pandemia

Portugal vai defrontar a Suécia no Estádio JoséAlvalade, a 14 de Outubro, e a França no Estádioda Luz, a 14 de Novembro, para a Liga das Na-ções, anunciou na terça-feira a Federação Por-tuguesa de Futebol (FPF).

Em comunicado, a FPF deu conta dos locaisdos próximos quatro jogos em solo portuguêsdos campeões europeus, promovendo o regres-so ao Estádio José Alvalade a 7 de Outubro, coma recepção, em jogo particular, da Espanha.

Uma semana depois, a equipa comandada porFernando Santos volta a jogar no terreno doSporting, diante da Suécia, em jogo do Grupo 3da Liga das Nações.

Os encontros de Novembro vão ser disputadosno vizinho Estádio da Luz, palco de um jogo par-ticular com Andorra, no dia 11, e do embate coma França, campeã do mundo e vice-campeã daEuropa, marcado para dia 14.

Portugal começa a defender o título da Liga dasNações, conquistado em 2019, no dia 5 deSetembro frente à Croácia, no Estádio do Dra-

gão, no Porto, e três dias depois desloca-se aSolna, nos arredores de Estocolmo, para de-frontar a Suécia.

Portugal defronta Suécia em Alvalade e França na Luz para a Liga das Nações

O Real Madrid sucedeu na terça-feira ao FCPorto como vencedor da UEFA Youth League defutebol, ao derrotar o Benfica na final por 3-2,com os ‘encarnados’ a perderem pela terceiravez no jogo decisivo.

Pablo Rodríguez (26 minutos), Gutiérrez (50) eo ‘benfiquista’ Henrique Jocú (na própria baliza,aos 45), marcaram os golos dos ‘merengues’,com o ‘bis’ de Gonçalo Ramos (49 e 57) a nãoser suficiente para o Benfica, que desperdiçouuma grande penalidade, levantar o troféu dacompetição de juniores pela primeira vez e ‘imi-tar’ o FC Porto, que venceu a prova na últimatemporada, ao bater na final o Chelsea.

Esta é a terceira derrota das ‘águias’ na final daUEFA Youth League, depois dos desaires frenteao FC Barcelona, em 2013/14, e ao Salzburgo,na temporada de 2016/17, enquanto o RealMadrid, comandado pelo antigo avançado RaúlGonzález, se estreia a vencer a competição nasua primeira presença na final, disputada noCentro Desportivo de Colovray, em Nyon, naSuíça.

Benfica perdeu comReal Madrid na finalda Youth League

O Século deJoanesburgo

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4 O SÉCULO DESPORTIVO . 31 DE AGOSTO DE 2020

CALENDÁRIO DA I LIGAPORTUGUESA DE FUTEBOL2020/21

Famalicão-BenficaNacional-Boavista

Santa Clara-MarítimoVitória de Guimarães-Belenenses

Moreirense-FarenseFC Porto-Braga

Portimonense-Paços de FerreiraSporting-Gil Vicente

Tondela-Rio Ave

1.ª Jornada (20/9/2020) 18.ª Jornada (7/2/2021)

Gil Vicente-PortimonensePaços de Ferreira-Sporting

Belenenses-FamalicãoBenfica-MoreirenseBoavista-FC PortoBraga-Santa ClaraMarítimo-TondelaFarense-Nacional

Rio Ave-Vitória de Guimarães

2.ª Jornada (27/9/2020) 19.ª Jornada (14/2/2021)

Famalicão-Rio AveNacional-Belenenses

Benfica-FarenseSanta Clara-Gil Vicente

Vitória de Guimarães-Paços de FerreiraMoreirense-BoavistaFC Porto-Marítimo

Portimonense-SportingTondela-Braga

3.ª Jornada (4/10/2020) 20.ª Jornada (21/2/2021)

Famalicão-BoavistaNacional-Paços de Ferreira

Benfica-BelenensesSanta Clara-Sporting

Vitória de Guimarães-BragaMoreirense-MarítimoFC Porto-Gil Vicente

Farense-Rio AveTondela-Portimonense

5.ª Jornada (25/10/2020) 22.ª Jornada (7/3/2021)

Gil Vicente-Vitória de GuimarãesPaços de Ferreira-FC Porto

Belenenses-FarenseBoavista-BenficaBraga-FamalicãoMarítimo-Nacional

Rio Ave-MoreirensePortimonense-Santa Clara

Sporting-Tondela

6.ª Jornada (1/11/2020) 23.ª Jornada (14/3/2021)

Famalicão-MarítimoNacional-Gil VicenteBelenenses-Rio Ave

Benfica-BragaVitória de Guimarães-SportingMoreirense-Paços de Ferreira

FC Porto-PortimonenseFarense-Boavista

Tondela-Santa Clara

7.ª Jornada (8/11/2020) 24.ª Jornada (21/3/2021)

Gil Vicente-BenficaPaços de Ferreira-Boavista

Braga-Rio AveSanta Clara-Vitória de Guimarães

Marítimo-BelenensesFC Porto-Nacional

Portimonense-FamalicãoSporting-Farense

Tondela-Moreirense

10.ª Jornada (20/12/2020) 27.ª Jornada (18/4/2021)

Famalicão-SportingNacional-Santa Clara

Belenenses-BragaBenfica-Paços de Ferreira

Vitória de Guimarães-PortimonenseMoreirense-Gil Vicente

FC Porto-TondelaFarense-MarítimoRio Ave-Boavista

9.ª Jornada (6/12/2020) 26.ª Jornada (11/4/2021)

Famalicão-Gil VicenteNacional-Tondela

Belenenses-SportingBenfica-Portimonense

Boavista-BragaVitória de Guimarães-FC Porto

Moreirense-Santa ClaraFarense-Paços de Ferreira

Rio Ave-Marítimo

11.ª Jornada (27/12/2020) 28.ª Jornada (21/4/2021)

Famalicão-FC PortoNacional-Sporting

Belenenses-Paços de FerreiraBenfica-Tondela

Boavista-Santa ClaraBraga-Marítimo

Moreirense-Vitória de GuimarãesFarense-Gil Vicente

Rio Ave-Portimonense

13.ª Jornada (10/1/2021) 30.ª Jornada (2/5/2021)

Gil Vicente-MarítimoPaços de Ferreira-Braga

Nacional-MoreirenseSanta Clara-Famalicão

Vitória de Guimarães-FarenseFC Porto-Benfica

Portimonense-BelenensesSporting-Rio AveTondela-Boavista

14.ª Jornada (17/1/2021) 31.ª Jornada (9/5/2021)

Famalicão-Vitória de GuimarãesBelenenses-Tondela

Benfica-NacionalBoavista-SportingBraga-Gil Vicente

Marítimo-Paços de FerreiraMoreirense-Portimonense

Farense-FC PortoRio Ave-Santa Clara

15.ª Jornada (24/1/2021) 32.ª Jornada (12/5/2021)

Gil Vicente-Paços de FerreiraNacional-Famalicão

Santa Clara-BelenensesVitória de Guimarães-Marítimo

Moreirense-BragaFC Porto-Rio Ave

Portimonense-BoavistaSporting-BenficaTondela-Farense

16.ª Jornada (31/1/2021) 33.ª Jornada (16/5/2021)

Famalicão-MoreirensePaços de Ferreira-Tondela

Belenenses-FC PortoBenfica-Vitória de Guimarães

Boavista-Gil VicenteBraga-Portimonense

Marítimo-SportingFarense-Santa Clara

Rio Ave-Nacional

17.ª Jornada (3/2/2021) 34.ª Jornada (19/5/2021)

Gil Vicente-BelenensesPaços de Ferreira-Rio Ave

Santa Clara-BenficaVitória de Guimarães-Nacional

Marítimo-BoavistaFC Porto-Moreirense

Portimonense-FarenseSporting-Braga

Tondela-Famalicão

12.ª Jornada (3/1/2021) 29.ª Jornada (25/4/2021)

Gil Vicente-Rio AvePaços de Ferreira-Famalicão

Boavista-BelenensesBraga-Farense

Santa Clara-FC PortoMarítimo-Benfica

Portimonense-NacionalSporting-Moreirense

Tondela-Vitória de Guimarães

8.ª Jornada (29/11/2020) 25.ª Jornada (3/4/2021)

Gil Vicente-TondelaPaços de Ferreira-Santa Clara

Belenenses-MoreirenseBoavista-Vitória de Guimarães

Braga-NacionalMarítimo-Portimonense

Farense-FamalicãoRio Ave-Benfica

Sporting-FC Porto

4.ª Jornada (18/10/2020) 21.ª Jornada (28/2/2021)

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31 DE AGOSTO DE 2020 . O SÉCULO DESPORTIVO 5

DESPORTO

O Sporting tem dias contados para pagar RúbenAmorim, caso contrário poderá ver a dívida pelotécnico contratado ao Sporting de Braga aumen-tar em 1,7 milhões de euros, confirmou fonte pró-xima do processo.

De acordo com o jornal JN, a SAD liderada porAntónio Salvador enviou à homóloga presididapor Frederico Varandas uma carta em que dá umprazo até às 16:00 de 4 de Setembro para oSporting saldar a dívida de 11,7 milhões deeuros, a que acrescem juros vincendos até aoefectivo e integral recebimento da verba, pelatransferência de Rúben Amorim.

A carta seguiu com conhecimento à FederaçãoPortuguesa de Futebol (FPF), ao órgão de ges-tão de licenciamento (OGL) da FPF (licencia-mento para as provas da UEFA) e à Liga Portu-guesa de Futebol Profissional (LPFP).

Caso o Sporting não pague até esse dia, oBraga irá considerar definitivamente não cumpri-das as obrigações contratuais assumidas pelaSporting SAD para todos os efeitos legais e regu-lamentares.

Entre estes, entendem os bracarenses estar oartigo 91 do Regulamento Disciplinar da LPFP,que prevê uma "sanção de multa de montanteigual a 15% da obrigação em dívida, no caso damora se converter em incumprimento definitivo",o que faria acrescer em cerca de 1,7 milhões deeuros o valor em dívida.

No acordo então realizado entre os clubes em

março, o Sporting comprometeu-se a pagar 10milhões de euros (mais 2,3 milhões de IVA), cin-co deles no dia seguinte à apresentação de Rú-ben Amorim (05 de março) e mais cinco milhõesa 5 de Setembro.

Contudo, a SAD sportinguista falhou o primeiropagamento, o que levou a uma penalização de10%, ou seja, de 1,230 milhões de euros,acrescidos de IVA (quase 290 mil euros) e, desdeentão, os bracarenses têm cobrado juros men-sais, que, à data da carta, ascendiam a poucomais de 440 mil euros.Assim, a dívida total por Rúben Amorim chegou

aos cerca de 14,2 milhões de euros, dos quais oSporting liquidou 2,5 milhões, referentes ao IVAdo negócio, que coloca a dívida a rondar os 11,7milhões de euros.

Braga dá prazo até 4 de Setembro para Sportingsaldar dívida por Rúben Amorim

O FC Porto vai iniciar a defesa do título de cam-peão com uma recepção ao Sporting de Braga,na primeira jornada da I Liga portuguesa de fute-bol, a 20 de Setembro, ditou o sorteio da provarealizado na sexta-feira.

Já o Benfica, segundo classificado da últimaedição da I Liga, vai jogar no reduto do Fama-licão, enquanto a estreia do Sporting, quartocolocado em 2019/20, acontecerá em casa, pe-rante o Gil Vicente.

A I Liga arranca no fim de semana de 19 e 20de Setembro e termina no dia 19 de Maio de2021.

SPORTING-FC PORTO À QUARTA RONDA,BENFICA JOGA FORA ‘CLÁSSICOS’DA PRIMEIRA VOLTA

Sporting e FC Porto vão disputar o primeiro‘clássico' da I Liga de futebol 2020/21 à quartajornada, enquanto o Benfica vai jogar nos redu-tos dos dois rivais na primeira volta, ditou o sor-teio da prova.

Os campeões nacionais vão deslocar-se a Al-valade na quarta ronda, naquele que será o pri-meiro embate entre dois dos três habituais can-didatos ao título, marcado para o fim de semanade 17 e 18 de Outubro, logo a seguir à pausa docampeonato, para jogos das selecções nacio-nais.

As partidas entre ‘grandes' só voltarão em Ja-neiro de 2021, no final da primeira volta, com oFC Porto-Benfica, no Estádio do Dragão, na 14.ªjornada, e o Sporting-Benfica, no Estádio JoséAlvalade, na 16.ª.

Desta forma, perspectiva-se um final de cam-peonato emocionante, já que haverá dois ‘clássi-cos' na fase decisiva da competição, ambos noEstádio da Luz, onde em maio de 2021 o Benficareceberá o FC Porto, na 31.ª ronda, e o Sporting,na 33.ª e penúltima.

Por seu lado, o Sporting de Braga vai visitar ostrês ‘grandes' na primeira volta da I Liga. Além daronda inaugural no Dragão, os bracarensesjogam na Luz, na sétima jornada, e em Alvalade,na 12.ª, o que significa que serão anfitriões da-queles três emblemas na segunda metade.

Antes da visita ao reduto benfiquista, os ‘arse-nalistas' vão disputar dois dérbis minhotos,primeiro com o maior rival, Vitória de Guimarães,à quinta jornada, e logo depois com o Famalicão,na sexta.Já o dérbi portuense, entre FC Porto e Boavista,

terá lugar à segunda jornada, na qual estarãofrente-a-frente as duas equipas promovidas aoprimeiro escalão, Farense e Nacional.

Os algarvios, que estão de volta à divisão prin-cipal, vão receber, 18 anos depois, os três‘grandes' do futebol nacional no Estádio SãoLuís, em Faro, nas rondas 15 (FC Porto), 20

(Benfica) e 27 (Sporting).O Farense é, de resto, a única equipa da I Liga

que vai jogar pela primeira vez nos estádios daLuz (terceira jornada), José Alvalade (10.ª) e doDragão (32.ª), tendo em conta que quando caiupara o segundo escalão, em 2002, nenhum da-queles redutos, construídos para o Euro2004,ainda tinham sido erguidos.

Leiria vai receber a ‘final four’ da Taça da Liga defutebol profissional nas próximas três tempo-radas, sucedendo a Braga como anfitriã da com-

petição, anunciou a Liga de clubes.A cidade foi a escolhida em detrimento do Fun-

chal, na ilha da Madeira, e vai receber no EstádioMunicipal a primeira das três edições da ‘finalfour’, entre 16 e 23 de janeiro de 2021, numa ver-são da prova com um formato excecionalmentereduzido devido à pandemia de covid-19.

O Estádio Municipal de Leiria – Dr. MagalhãesPessoa foi um dos novos estádios construídosde raiz para a realização do Campeonato daEuropa de 2004, mas não recebe jogos da I Ligaportuguesa de futebol desde 2012, quando aUnião de Leiria foi despromovida administrativa-mente das competições profissionais.

No entanto, será a segunda vez que o EstádioMunicipal de Leiria recebe a decisão da Taça daLiga, depois de em 2013/14 ter acolhido a finalda sétima edição da prova, em que o Benficavenceu o Rio Ave, por 2-0.

A cidade de Braga acolheu a final da Taça daLiga nas últimas três temporadas, já no formatode ‘final four’, que tiveram como vencedores asequipas do Sporting (2017/18 e 2018/19) eSporting de Braga (2019/20).

Os estádios e cidades de Faro/Loulé (2007/08,2008/09, 2009/10 e 2016/17), Coimbra (2010/11,2011/12, 2012/13, 2014/15 e 2015/16) foram asoutras cidades a receber a final da Taça da Liganas suas 13 edições anteriores.

Sérgio Conceição (FC Porto) foi eleito na sexta-feira melhor treinador da I Liga portuguesa de2019/20 e Corona, também dos ‘dragões’, rece-beu o galardão de melhor jogador, anunciou aLiga Portuguesa de Futebol Profissional.

O técnico campeão nacional pelos ‘azuis ebrancos’ superou João Pedro Sousa (Famalicão)e Carlos Carvalhal (Rio Ave) nas escolhas dostreinadores e capitães da I Liga, enquanto Co-rona bateu a concorrência do companheiro deequipa Alex Telles e de Pizzi (Benfica).

Os vencedores, anunciados na cerimónia dosorteio dos campeonatos profissionais de2020/21, que decorreu em Vila Nova de Gaia(Porto), sucedem a Bruno Lage e Bruno Fernan-des, vencedores dos mesmos prémios na últimatemporada ao serviço de Benfica e Sporting, res-pectivamente.

FC Porto arranca I Liga com o Sp. Braga e Benfica visita FamalicãoPrimeiro ‘clássico’ à quarta ronda com deslocação do campeão a Alvalade

Leiria recebe ‘final four’ da Taça daLiga nas próximas três temporadas

‘Dragões’ Sérgio Conceição e Corona eleitos melhores treinador e jogador do ano

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DESPORTO

O Benfica ficou quarta-feira a saber que vai de-frontar Rapid Viena (Áustria), AZ Alkmaar (Paí-ses Baixos) ou PAOK (Grécia), treinado pelo por-tuguês Abel Ferreira, na terceira pré-eliminatória

da Liga dos Campeões de futebol.Depois da vitória dos gregos na terça-feira, foi a

vez de austríacos e holandeses seguirem emfrente, completando o lote de equipas que po-dem ‘calhar' aos lisboetas, vice-campeões nacio-nais, que são cabeças de série nesta fase, a parde Dínamo Kiev (Ucrânia) e Gent (Bélgica).

A jogar em casa frente aos checos do ViktoriaPlzen, o AZ precisou do prolongamento paravencer 3-1, tendo anulado um tento inaugural deLimbersky (78 minutos) no quinto minuto de des-contos, num penálti de Koopmeiners.

No prolongamento da partida apitada pelo por-tuguês Luís Godinho, o islandês Gudmundssonlançou os holandeses para a próxima fase, comtentos aos 98 e 118 minutos.

Na Croácia, um golo de Ercan Cara, aos 82 mi-nutos, foi suficiente para a equipa de Viena levarde vencida o Lokomotiva Zagreb, em eliminató-rias disputadas a apenas uma mão, ao contráriodos habituais jogos em casa e fora, devido à pan-demia de covid-19.

CR7 quer conquistar o Mundo pela Juventus

O futebolista internacional português CristianoRonaldo reforçou na quinta-feira a vontade deconquistar o “Mundo” pela Juventus, exaltandoos valores e a paixão do clube italiano.

“Enquanto me preparo para a minha terceiratemporada como ‘bianconero’, o meu espírito eambição estão tão elevados como sempre. Me-tas. Vitórias. Comprometimento. Dedicação. Pro-fissionalismo. Com todas as minhas forças e coma preciosa ajuda dos meus companheiros e detoda a equipa da Juventus, trabalhamos maisuma vez para conquistar a Itália, a Europa e oMundo!”, sintetizou o atleta, nas redes sociais.Aos 35 anos, Cristiano Ronaldo ambiciona con-

quistar a Liga dos Campeões - ganhou quatropelo Real Madrid e uma pelo Manchester United– pela ‘vecchia signora’, a qual ajudou a garantiros dois últimos títulos dos nove seguidos nocampeonato transalpino.

Na primeira época, a formação de Turim foi

afastada pelos holandeses do Ajax nos quartosde final e na presente temporada a equipa foi eli-minada pelos franceses do Lyon nos oitavos.

“Quebrar recordes. Ultrapassar obstáculos.Conquistar títulos e alcançar metas pessoais.Fazer mais e melhor, mais uma vez. Chegar maislonge e ter sucesso em todos os desafios que secoloquem no nosso caminho. Tornar cada anonuma aventura melhor do que a anterior e vencertudo com a ajuda dos adeptos”, complementou oluso.

O campeonato italiano começa a 19 de Setem-bro e Cristiano Ronaldo promete honrar a “fan-tástica e única paixão que é a Juventus”.

"Fazer jus à sua história, elevando o nosso no-me, os nossos valores e os nossos padrões omais alto possível. Somos a Juventus! Somos oscampeões! Estamos de volta e mais fortes doque nunca! Contamos convosco”, concluiu. INTERNACIONAL PORTUGUÊS CRISTIANO RONALDO

O futebolista argentino Lionel Messi comunicouao FC Barcelona a intenção de rescindir unila-teralmente o contrato que o liga aos catalães atéJunho de 2021, revelou fonte do clube às agên-cias EFE e AFP.

Segundo as agências espanhola e francesa, osadvogados do internacional argentino enviaramum fax ao FC Barcelona, no qual informam que ojogador pretende deixar a Catalunha já nesteverão, ao abrigo de uma cláusula que consta doseu contrato e que expirou a 10 de Junho.A imprensa espanhola revela que o contrato de

Messi inclui uma cláusula que lhe permite res-cindir unilateralmente o contrato no final de cadatemporada, embora com um prazo definido parao fazer.

Neste caso, o FC Barcelona alega que o prazoexpirou a 10 de Junho, pelo que considera que ocontrato do avançado, de 33 anos e que tem umacláusula de rescisão de 700 milhões de euros, éválido até 30 de junho de 2021.

Ainda assim, de acordo com o jornal espanholMarca, Messi e os seus advogados acreditamque o contrato poderá ser rescindido, com basenas alterações no calendário da época 2019/20,que foi prolongada devido à pandemia de covid-

19.A comunicação social espanhola, nomeada-

mente da Catalunha, revelou que Lionel Messi setinha reunido com Ronald Koeman, tendo con-fessado ao novo treinador do ‘Barça' que se sen-tia "mais fora do que dentro do clube".

Os ingleses do Manchester City e os italianosdo Inter de Milão têm sido apontados como pos-síveis destinos do ‘astro' argentino, que chegouao FC Barcelona em 2000, com apenas 13 anos.

Messi, seis vezes eleito o melhor futebolista domundo para a FIFA, soma mais de 731 jogos e634 golos pela equipa principal dos ‘blaugrana',ao serviço dos quais conquistou 10 ligas espa-nholas, seis taças do Rei de Espanha, oito super-taças espanholas, quatro ligas dos campeões,três supertaças europeias e três mundiais de clu-bes.

LIONEL MESSI RECUSA TREINAR

O futebolista argentino Lionel Messi recusa-sea treinar com o restante plantel do FC Barcelona,numa altura em que pretende rescindir unilateral-mente o contrato que tem com o emblema cata-lão até Junho de 2021.

“Messi comunicou-nos que não irá compareceraos treinos. Estamos a falar com o jogador e es-tamos a tentar arranjar a melhor solução para oclube e também para o próprio Messi”, disse odirector desportivo do FC Barcelona, RamonsPlantes.

O dirigente catalão falava aos jornalistas du-rante a apresentação de Trincão, contratado estaépoca ao Sporting de Braga, numa conferênciade imprensa virtual em que a chegada do extre-mo português foi ‘ofuscada’ pelo tema Messi.

“É preciso ter um respeito enorme pelo Messi epela sua história no clube. Esse casamento trou-xe muita alegria a todos. Estamos a conversar equeremos arranjar a melhor solução possível.Queremos um 'Barça' vencedor com Messi, queé um vencedor”, disse Plantes.

Lionel Messi pretende rescindir contrato e deixar FC Barcelona

Benfica joga com Rapid Viena, AZ Alkmaar ou PAOKna terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões

Desportivo

O britânico Lewis Hamilton (Mercedes) conquis-tou sábado a 93.ª 'pole position' da sua carreira,ao ser o mais rápido na qualificação para oGrande Prémio da Bélgica de Fórmula 1 e comnovo recorde no circuito de Spa-Francorchamps.

Hamilton gastou 1.41,252 minutos na sua me-lhor volta, melhorando dois décimos de segundo

face ao tempo que já tinha e que já era recordedo circuito belga.

O finlandês Valtteri Bottas (Mercedes) foi o se-gundo mais rápido, a 511 milésimos de segundode Hamilton e com apenas 15 milésimos de van-tagem para o terceiro classificado, o holandêsMax Verstappen (Red Bull).

O australiano Daniel Ricciardo (Renault) conse-guiu a melhor qualificação do ano, ao terminar naquarta posição, a oito décimos de segundo domais rápido da sessão.

Esta foi a 93.ª 'pole position' da carreira de Ha-milton, sexta nesta pista de Spa-Francorchampse quinta desta temporada, quando estão dispu-tadas sete qualificações.

Lewis Hamilton dedicou este resultado ao atorChadwick Boseman, falecido esta madrugadavítima de doença prolongada.

"Foi uma sessão muito limpa, melhorávamos acada sessão. Foi um dia importante para mim,pois acordámos com a triste notícia do faleci-

mento do Chadwick e essa notícia afetou-me",frisou Hamilton.

Já os dois Ferrari ficaram fora da derradeira fa-se da qualificação, a Q3, terminando em 13.º e14.º lugares, com o monegasco Charles Leclerce o alemão Sebastian Vettel, respetivamente.

Foi a primeira vez, em mais de 50 edições doGP da Bélgica, que os dois carros italianos fica-ram fora dos dez primeiros lugares.

O GP da Bélgica de Fórmula 1 é a sétima corri-da da temporada.

Lewis Hamilton é o líder do campeonato, com132 pontos, mais 37 do que o segundo, MaxVerstappen.

Lewis Hamilton venceu GP da Bélgicadepois da 93.ª 'pole position'