consÓrcio pÚblico aplicado na saÚde pÚblica da … · ditadura militar e aventurava-se na...
TRANSCRIPT
CONSÓRCIO PÚBLICO: UM MODELO DE GESTÃO
APLICADO NA SAÚDE PÚBLICA DA REGIÃO DE JUAZEIRO DO NORTE – CE
EDLANE MARTINS DE ANDRADE MÁRIO CÉSAR SOUSA DE OLIVEIRA
JANINI FILGUEIRA ROSAS ANGÉLICA BARBOSA OLIVEIRA DANTAS
2
Painel 45/137 Consórcios e alianças para a gestão de serviços sociais
CONSÓRCIO PÚBLICO: UM MODELO DE GESTÃO APLICADO NA
SAÚDE PÚBLICA DA REGIÃO DE JUAZEIRO DO NORTE – CE
Edlane Martins de Andrade Mário César Sousa de Oliveira
Janini Filgueira Rosas Angélica Barbosa Oliveira Dantas
RESUMO
A gestão em Saúde Pública passa por inúmeras dificuldades e enfrentar as limitações dos recursos é o maior desafio do gestor, que diante de um ambiente de demandas reprimidas por serviços públicos, especialmente as de caráter essencial, como a saúde, vê-se instigado a fazer projetos em que recursos sejam aproveitados racional e economicamente. Os consórcios (Lei 11.107/2005) surgem como alternativa de cooperação federativa de fortalecimento da gestão para o desenvolvimento de ações conjuntas e de objetivos de interesse comum, visando melhoria da eficiência da prestação dos serviços públicos. Pela ousadia em inovar na gestão da saúde pública, este trabalho tem o objetivo de apresentar o modelo de uma administração consorciada na saúde pública, através do Consórcio Público de Saúde da Microrregião de Juazeiro do Norte, ofertando serviços especializados na área médica, através da Policlínica e serviços odontológicos, através do Centro de Especialidades Odontológicas Regional, a uma população estimada em 412.620 habitantes. O Estado do Ceará, os municípios de Barbalha, Granjeiro, Missão Velha, Jardim, Caririaçu e Juazeiro do Norte são membros federativos consorciados desse modelo.
3
INTRODUÇÃO
A criação do Sistema Único de Saúde (SUS) tem sido considerada a mais
bem sucedida das reformas sociais discutidas e construídas na democracia
brasileira. Fruto de um amplo movimento político que envolveu profissionais da área
de saúde, intelectuais e integrantes dos chamados movimentos sociais, insere-se no
contexto das lutas da população brasileira pela garantia de direitos básicos e
coletivos no momento em que o país deixava para traz os anos de repressão da
ditadura militar e aventurava-se na construção do regime democrático.
Desde que o Sistema Único de Saúde foi instituído no Brasil, a estratégia
privilegiada para sua implantação foi à descentralização, que é, notadamente, um
dos grandes avanços do SUS ao longo de sua implementação. Por outro lado, o
próprio avanço da descentralização trouxe a exigência de criação de mecanismos
que pudessem fazer frente aos problemas de gestão que dela decorreram.
Enfrentar as limitações dos recursos é o maior o desafio do gestor, em
especial o gestor municipal, que diante de um ambiente de demandas reprimidas,
orçamentos apertados e crescentes necessidades dos cidadãos por serviços
públicos; vê-se impulsionado a desenvolver projetos onde os recursos sejam
aproveitados de forma racional e econômica.
Nesse sentido, os consórcios de saúde têm se destacado como
instrumentos fundamentais para o desenvolvimento das políticas de saúde
brasileiras.
O Consórcio Público é uma associação entre dois ou mais entes
federados (municípios, estados e União) com a finalidade de desenvolver ações
conjuntas de interesse público. Sua formação surgiu com o advento da Emenda
Constitucional – EC19/98, que alterou o artigo 241 da Constituição Federal de 1998
(CF/88).
A lei federal dos Consórcios – Lei 11.107/2005; estabeleceu normas gerais
nos consórcios públicos; cabendo aos estados e aos municípios instituir normas
complementares e/ou específicas, voltadas às peculiaridades regionais e locais,
conforme competências dos entes federados definidas na constituição.
4
São os consórcios, através da lei que os regula, as instituições capazes
de suprir, de forma mais imediata, os chamados, vazios assistenciais, locais de
desassistência em razão da escassez de recursos de diversas naturezas. São eles,
os melhores instrumentos para a execução das políticas e ações de saúde definidas
no âmbito das comissões intergestores, podendo exercer funções gerenciais
diversas nas suas respectivas regiões. São também, os que podem, pela
racionalização dos recursos disponíveis, gerar um efeito multiplicador na assistência
muito maior do que um simples aumento de teto financeiro de um determinado
município.
Os Consórcios Públicos em Saúde ocupam, atualmente, o papel de
destaque na Política Pública do Estado do Ceará. Por meio dessa estratégia, está
sendo possível promover mudanças efetivas na saúde e possibilitar à população, o
acesso a serviços especializados, com qualidade, além de levantar a discussão
sobre financiamento da Atenção Especializada e o processo de organização da
Rede de Saúde.
O Ceará optou pela gestão consorciada, por ser a estratégia mais
compatível com os princípios do SUS e a que mais favorece o processo de
regionalização e descentralização das ações e serviços de saúde.
A maior conquista alcançada com a implantação dos consórcios foi a
reversão do modelo de gestão individual, pouco resolutiva e onerosa para um
sistema de saúde com um modelo compartilhado de recursos financeiros, recursos
humanos, tecnológicos, equipamentos, transportes, insumos, entre outros.
A maioria dos Consórcios Públicos cearenses é na área da saúde, sendo
os mesmos realizados para o gerenciamento das Policlínicas Regionais (Consultas
médicas especializadas e exames ambulatoriais), dos Centros de Especialidades
Odontológicas (CEOs) e o Transporte Sanitário dos pacientes para essas unidades.
O tipo de associação predominante de tais Consórcios é a de forma vertical, tendo
nos CEOs a participação da União, Estados e Municípios; e nas Policlínicas
Regionais o rateio apenas entre o Estado e os Municípios.
Entretanto, com a implantação dos Consórcios de Saúde no Ceará, vários
questionamentos surgiram. Qual o perfil dos Consórcios? Qual a contribuição desse
instrumento de administração pública para os serviços de saúde especializados?
5
O tratamento e as consultas especializadas já são suficientes para atender aos
usuários do SUS? Na relevância desses questionamentos e pela ousadia do Estado
em inovar nesse instrumento de gestão, que este projeto tem por objetivo apresentar
o arranjo atual acerca do funcionamento dessas duas unidades conforme as
necessidades regionais do cariri cearense consoantes às ações públicas
assistenciais.
2 OBJETIVO
Apresentar o arranjo atual acerca do funcionamento de duas unidades
consorciadas conforme as necessidades regionais do cariri cearense consoantes às
ações públicas assistenciais do Sistema Único de Saúde. Assim como pressuposto,
identificar os serviços ofertados e as metas de produções das duas Unidades.
3 CONSÓRCIO PÚBLICO
3.1 Conceito e característica
Consórcios Públicos ou Consórcios intergovernamentais são associações
voluntárias entre entes governamentais para produção e compartilhamento de
valores públicos, requerendo cooperação entre as partes interessadas na realização
de objetivos comuns (ANDRADE; MACHADO, 2014).
É um modelo disponível para os gestores públicos e atores políticos que
podem ser utilizados em praticamente todas as áreas de atuação e de
responsabilidade da Administração Pública (BATISTA, 2011).
O mesmo consórcio pode abranger mais de uma área de atuação. Assim,
os mesmos entes podem utilizar uma estrutura administrativa já consolidada e
transformá-la em um consórcio multifuncional. Destacar como o principal objetivo da
construção e manutenção de um consórcio, a otimização na gestão pública
municipal ou regional uma maior sensibilidade política pela aproximação com a
realidade dos cidadãos (VIANA, 2008).
6
Os consórcios podem ser firmados entre todas as esferas de governo
(união, estados e municípios) e em dois sentidos. O sentido Horizontal compreende a
cooperação entre dois ou mais entes da mesma esfera e nível organizacional como
por exemplo: dois ou mais municípios, dois ou mais estados. No sentido Vertical a
cooperação destina-se a entes de diferentes esferas e níveis organizacionais como:
Estado e Municípios; União e Estados; União e Municípios; União, Estado(s) e
Município(s) entra outras (GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ, 2009).
Após a publicação da Emenda Constitucional no 19/1998, alterando dentre
outros, o Art. 241 da Constituição Federal de 1988 passa a vigorar com a seguinte
redação:
Art. 241. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disciplinarão por meio de lei os consórcios públicos e os convênios de cooperação entre os entes federados, autorizando a gestão associada de serviços públicos, bem como a transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos serviços transferidos (BRASIL, 1998).
Vale ressaltar que muitos destes projetos, recursos e ações, realizados de
forma compartilhada, não estariam disponíveis ou não seriam viáveis para a maioria
dos municípios brasileiros se a caminhada fosse solitária (DALLABRIDA &
ZIMERMANN, 2008).
Este modelo de gestão, com uma visão associativa e não centralizadora,
resulta em um melhor aproveitamento de recursos públicos. O consórcio auxilia
promovendo uma gestão com visão local, focada nas diferenças e dificuldades
peculiares a uma força regional, capaz de viabilizar recursos financeiros e aumentar
o acesso e a complexidade na assistência aos munícipes (ANDRADE; MACHADO,
2014).
7
Figura 1 – Tipos de prestação de serviços públicos.
Fonte: Da própria autora.
3.2 Consórcios Públicos na Administração Pública Brasileira
3.2.1 Histórico e legislação
Ao longo dos anos a legislação brasileira foi se adequando às
necessidades da sociedade e do Estado. Ao passo que a legislação se modificava,
os gestores foram utilizando os recursos disponíveis, através de leis e seus
complementos, para melhorar a gestão pública (ANDRADE; MACHADO, 2014).
Conforme Ribeiro (2007) e Bastos (2007) a evolução jurídica dos
consórcios não foi diferente:
1891 a 1937: 1o e 2o Constituição Brasileira;
Consórcios – contratos celebrados entre municípios e entre estados e a
necessitavam respectivamente da aprovação do estado ou da união.
1937: 3o Constituição Brasileira;
Consórcios – reconhecimento formal – pessoas jurídicas de direito
público. Esta referência aconteceu de forma indireta, pois o termo
consórcio ainda não existia.
1946: 4o Constituição Brasileira;
Foco na autonomia dos entes federados.
8
1960: Início do debate sobre desenvolvimento e a cooperação entre os
entes Federados.
1961: Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina – criaram o banco
regional de desenvolvimento econômico da região sul – BRDE; surge a
primeira Autarquia Interfederativa do Brasil.
1964: Golpe Militar = Repressão Política;
Centralização do poder novamente.
1967: 5o Constituição Brasileira;
Os Consórcios perdem a personalidade jurídica e são vistos como
pactos de cooperação com o associativismo intermunicipal.
1985 e 1986: Implantação das ações integradas de saúde e debate
sobre a Reforma Sanitária Brasileira;
Criação dos dois primeiros Consórcios Intermunicipais de Saúde
(Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Regional de São João
da Boa Vista – CODERG e Consórcio Intermunicipal de Saúde da
Região de Penápolis), no Estado de São Paulo.
1988: 6o Constituição Federal Brasileira;
Receitas públicas descentralizadas e os municípios são reconhecidos
como entes federativos, acarretando no aumento da visão regional e da
constituição dos Consórcios Públicos.
1990: Implementação dos Consórcios de Saúde é prevista nas leis que
regem o SUS – Sistema Único de Saúde (Lei no 8.080/90 e Lei no
8.142/90).
1991 até 1996: NOB-SUS 01/91, NOB-SUS 01/93, NOB-SUS 01/96,
NOAS 01/91 e NOAS 02/01 (Normas Operacionais Básicas de Saúde e
de Assistência à Saúde). Novas regras sobre a relação entre as três
esferas administrativas e sobre a transferência de recursos entre elas.
1998: Emenda Constitucional no 19/98
Alteração do art. no 241 da Constituição Federal, introdução de
conceitos relativos aos Consórcios Públicos e a Gestão Associada de
Serviços Públicos.
9
2004: Apresentação de Projeto de Lei Federal para instituir normas
gerais para os Consórcios Públicos.
2005: Promulgação da Lei de Consórcios Públicos – lei no 11.107/05
Normas gerais sobre os Consórcios Públicos.
2007: Publicação do Decreto no 6.017/07
Normas para a execução da lei no 11.107/05.
3.2.2 Lei no 11.107/2005
A Lei dos Consórcios Públicos vem sendo colocada sobre grandes
expectativas, especialmente do que diz respeito à segurança jurídica das relações
entre seus associados sob o Contrato de Consórcio (Protocolo de Intenções) e
Contrato de Rateio (MACHADO E DANTAS, 2008).
O Protocolo de Intenções é o instrumento jurídico utilizado pelos entes
federados, interessados na celebração de um Consórcio, o qual tem como
consequência a criação desta pessoa jurídica. Ele deve ser elaborado e subscrito
pelo Poder Executivo de cada ente. Nele deve conter as obrigações, deveres e os
direitos tanto das partes envolvidas, quanto da entidade que está sendo criada. Após
a sua publicação, cada Poder Legislativo ratifica seu interesse na adesão. O 4o
artigo da Lei no 11.107/05 e o 5o artigo do Decreto no 6.017/07, trazem as cláusulas
obrigatórias e necessárias ao conteúdo do Protocolo de Intenções (BATISTA, 2011).
Após a criação do consórcio, anualmente será firmado um Contrato de
Rateio onde constarão as obrigações financeiras de cada ente para a manutenção e
o bom andamento dos serviços prestados pelo próprio consórcio. Os recursos
utilizados para este fim devem constar na Lei Orçamentária Anual de cada
associado e normalmente são rateados proporcionalmente de acordo com a
população de cada ente. (BATISTA, 2011)
Entretanto, não obstante aos aspectos pertinentes aos consórcios, pouca
atenção tem sido dada as relações intergovernamentais.
10
3.2.3 Relações intergovernamentais: problemas de ação coletiva,
neoinstitucionalismo e as limitações
A abordagem sobre as relações intergovernamentais revelam a dinâmica
entre os entes associados e os fenômenos relacionados à estabilidade ou
instabilidade das formas institucionais adotadas na expansão ou retração da
formação dos Consórcios (ANDRADE; MACHADO, 2014).
Para Andrade e Machado (2004) seu valor ao transpor o caráter
restritamente descritivo permitiu construir hipóteses explicativas acerca de eventos
ou efeitos percebidos. Duas referências teóricas pertinentes as sua análises
correspondem a problemas de ação coletiva e ao neoinstitucionalismo.
Partindo dos problemas de ação coletiva, cooperando ou não, um
indivíduo com interesses comuns aos demais poderia, portanto, usufruir do bem
público sem que tivesse que absorver os custos da sua produção. E na hipótese de
se beneficiar sem cooperar, o indivíduo se comportaria como um free rider surgindo,
daí, o clássico dilema da ação coletiva. Essa abrangeria, portanto, situações
problema em que, numa comunidade de indivíduos com interesses comuns, a
estratégia de cooperação com a ação coletiva esteja ameaçada pela alternativa do
comportamento “carona”, que uma vez difundido pode pôr em risco a própria
produção do bem público (OLSON, 1968).
Para Olson (1968) as relações intergovernamentais têm implicações
óbvias que não se poderia esperar que, mesmo tendo interesses em comum, a
cooperação fosse o único comportamento apresentado por parte dos governos
envolvidos.
Cabem aqui duas observações pertinentes; em primeiro lugar, num
sentido mais amplo, problemas de ação coletiva não necessariamente exigiriam que
o interesse comum entre governos se dirigisse a um típico bem público, até porque
estes são mais raros que outros tipos de bens compartilhados. Em segundo lugar,
as relações não seriam apenas de comportamento free rider que ameaçaria a ação
coletiva, mas também a deserção atraente das pressões domésticas com riscos
eleitorais e/ou a possibilidade de obter o benefício por outras vias com efeito similar
(OLSON, 1968).
11
Estas possibilidades se enquadram no que Tsebelis (1998) denomina
jogo da representação; considerando que o representante se insere em pelo menos
duas arenas – da barganha com outros representantes (arena da representação) e
da disputa com outros concorrentes, a representante (arena eleitoral) – e que, nesta
circunstância, suas escolhas numa arena levem em conta os resultados produzidos
na outra.
No que diz respeito ao neoinstitucionalismo, este se torna fundamental
nas interações entre os governos envolvidos em problemas de ação coletiva
reguladas pelas instituições. Tomadas amplamente como regras que definem quem
são os agentes, quais as estratégias ou jogadas possíveis e quais os resultados que
decorrem de cada uma delas (TSEBELIS, 1998); estas regras produzem resultados
estáveis na medida em que afetariam o cálculo estratégico dos agentes induzindo-os
a assumir um determinado padrão de comportamento (KNIGHT, 2001).
Para Miller e Hammond (1994), a indução do comportamento cooperativo
para promoção da ação coletiva, sanções institucionais deveriam afetar tal cálculo a
ponto de superar a disposição individual de minimizar esforços e maximizar
benefícios usufruídos. Assim como, de modo similar, os Consórcios
intergovernamentais estruturam regras que regulam interações e que podem induzir,
com maior ou menor eficácia, comportamentos cooperativos por parte de seus
membros.
É neste ponto para Scharpf (1997) que se introduz o problema da
cooperação nas associações para produção; proposto que envolve,
simultaneamente, as dimensões da produção e distribuição de valores, a falta de
acordo no aspecto distributivos sendo estes, capazes de retroagirem e inviabilizarem
acordos já concluídos.
Transpondo o problema para a constituição dos Consórcios
Intergovernamentais, é de se esperar que suas formas institucionais incluam
sistemas de compartilhamento de benefícios e custos que estabeleçam algum nível
de equivalência entre ambos no tratamento dos associados, prevenindo que alguns
possam auferir benefícios em proporção maior ou menor do que a da sua
participação relativa nos custos da parceria (ANDRADE; MACHADO, 2014).
12
É necessário que a sociedade se aproprie do ambiente democrático e
participativo, ao mesmo tempo, que os gestores públicos compartilhem uma nova
cultura democrática (DALLABRIDA & ZIMERMANN, 2008).
4 CONSÓRCIO PÚBLICO NA SAÚDE DO CEARÁ
A sociedade cada dia mais valoriza a qualidade de vida e cobra do setor
público este retorno. A prestação de serviços públicos deve ter como objetivo
atender às necessidades coletivas da sociedade com eficiência e qualidade. Para a
Administração Pública atender esta demanda que somente tende a aumentar,
recorre da transferência da prestação de seus serviços para suprir suas
competências e obrigações (ANDRADE; MACHADO, 2014).
Enfrentar as limitações dos recursos é o maior o desafio do gestor, em
especial o gestor municipal, que diante de um ambiente de demandas reprimidas e
crescentes por serviços públicos, vê-se impulsionado a desenvolver projetos onde
os recursos sejam aproveitados de forma racional e econômica, a fim de que não
haja prejuízo na execução das ações administrativas a nível local, especialmente as
de caráter essencial e estratégica, como a saúde (CEARÁ, 2009).
Com a estratégia de consórcios, a população tanto dos pequenos como
dos municípios de médio porte, passa a ter acesso aos mesmos serviços,
fortalecendo a regionalização. A sua prática na saúde opera na forma de rede em
diferentes graus de estruturação e abrangência, mas nenhuma delas tem sido tão
participativa e resolutiva no enfrentamento aos problemas de saúde no âmbito local,
quanto a rede consorciada e interfederativa em saúde (NOGUEIRA; SANTANA;
SILVA, 2014).
Os Consórcios Públicos em Saúde ocupam, atualmente, o papel de
destaque na Política de Saúde do Estado do Ceará. Por meio dessa estratégia, está
sendo possível promover mudanças efetivas e possibilitar à população, o acesso a
serviços especializados, com qualidade, além de levantar a discussão sobre
financiamento da Atenção Especializada e o processo de organização da Rede de
saúde (CEARÁ, 2009).
13
O Ceará optou pela gestão consorciada, por ser a estratégia mais
compatível com os princípios do SUS e a que mais favorece o processo de
regionalização e descentralização das ações e serviços de saúde, entre outras
vantagens (CEARÁ, 2009).
A maior conquista alcançada com a implantação dos consórcios foi à
mudança de paradigmas nas práticas de gestão em saúde. A reversão do modelo de
gestão individual, pouco resolutiva e onerosa para o sistema de saúde, com o
modelo compartilhado de recursos financeiros, recursos humanos, tecnológicos,
equipamentos, transportes, insumos, priorizando a parceria, as decisões conjuntas
sobre as questões de saúde (NOGUEIRA; SANTANA; SILVA, 2014).
Para condução do processo de implantação, a regionalização, que é uma
diretriz do Sistema Único de Saúde foi um eixo estruturante norteador da
descentralização e organização das ações e serviços de saúde, no âmbito regional
(CEARÁ, 2009).
O Ceará, através da Regionalização, dividiu e estado territorialmente em
vinte e duas microrregiões de saúde e cinco macrorregiões de saúde. Em cada
microrregião há uma instância de representação do Estado denominada
Coordenadoria Regional de Saúde (CRES).
As regionais de saúde por meio da participação das coordenadorias
regionais foram determinantes para a construção das redes de atenção à saúde no
SUS e no processo de implantação dos Consórcios, no levantamento e
informações sobre a saúde dos municípios, na realização de diagnósticos
situacionais, demandas atendidas e não atendidas, ofertas de serviços,
organização das oficinas de sensibilização aos gestores, equipes e prefeitos
(NOGUEIRA; SANTANA; SILVA, 2014).
A estratégia de Rede Interfederativa em Saúde, ao mesmo tempo em que
estabelece uma nova forma de intervenção positiva para melhorar a situação de
saúde no interior do Estado, agrega valor histórico e de vanguarda nas suas práticas
(NOGUEIRA; SANTANA; SILVA, 2014).
A formação dos Consórcios envolve um conjunto de etapas a serem
seguidas e devem estar bem claras e definidas na lei da sua criação (CEARÁ,
2009).
14
O Estado do Ceará optou por estimular a formação de Consórcios em
saúde tomando por base os municípios localizados numa mesma microrregião de
saúde, visando facilitar o processo de estruturação de redes de atenção à saúde e
tendo como referência o Plano de Desenvolvimento Regional – PDR.
Etapas necessárias à constituição dos Consórcios:
Articulação entre os gestores municipais e coordenadorias
microrregionais de saúde – CRES.
Elaboração do Protocolo de Intenções.
Ratificação do Protocolo de Intenção pelo Poder Legislativo de cada
ente consorciado, o que o transforma na Lei do respectivo Consórcio.
Elaboração do Estatuto e/ou Regimento Interno.
Pactuação do Contrato de Programa, obrigações referentes a
encargos, serviços e bens necessários à implementação dos
Consórcios, transferência de bens, cessão de pessoal para o
Consórcio e outros compromissos não relacionados a recursos
financeiros.
Em relação à prestação de serviço de saúde, é fundamental a
elaboração de uma Programação Pactuada Consorcial – PPC.
Contrato de Rateio, cuja finalidade é estabelecer obrigações
financeiras, ou seja, os compromissos da aplicação dos recursos pelos
entes consorciados.
Definição da dotação orçamentária específica ou créditos adicionais
por cada ente consorciado para assumir os compromissos no
pagamento das despesas assumidas no contrato de rateio.
Estruturação e organização do Consórcio.
4.1 Estatuto/Regimento
Os Estatutos e Regimentos são instrumentos que materializam a
existência da entidade. Devem conter cláusulas que explicitem direitos e obrigações
entre as partes envolvidas.
15
O Estatuto tem por finalidade dispor sobre a organização do Consórcio, a
estrutura administrativa, os cargos, as funções, atribuições e competências, forma
de eleição, de organização e demais regras para sua funcionalidade.
O Estatuto e/ou Regimento devem ser aprovados pela Assembleia Geral
e publicados na Imprensa Oficial, no âmbito de cada ente consorciado, para que
possam produzir os seus efeitos.
4.2 Contrato de Programa
O Contrato de Programa identifica os bens transferidos e sua
periodicidade, a indicação de quem arcará com o ônus, o passivo do pessoal cedido
e os recursos necessários à efetividade dos serviços e a responsabilidade
subsidiária de quem os transferiram.
Na formalização do Contrato de Programa são observados a prestação de
serviços de atendimento ambulatorial de média complexidade programado para a
população residente dos municípios consorciados, nas especialidades contratadas,
em dias e horários previamente definidos, com escala dos profissionais publicada
em cada Unidade de Saúde.
4.3 Contrato de Rateio
É o Instrumento jurídico formal que define as responsabilidades
econômico-financeiras por parte de cada consorciado e a forma de repasse de
recursos de cada participante, para a realização das despesas do Consórcio
Público.
O Contrato de Rateio pressupõe a elaboração de uma Programação
Pactuada Consorcial da média e alta complexidade ambulatorial, visto que, por
decisão do Governo do Estado, os Centros de Especialidades Médicas e os CEOs,
serão geridos através de Consórcio Público de Direito Público.
O Contrato de Rateio é formalizado anualmente, para cada exercício
financeiro, de acordo com a vigência das dotações orçamentárias existentes. Faz-se
necessário, portanto, garantir a programação orçamentária da LOA de cada ente
consorciado, em conformidade com os Planos Plurianuais – PPA, e os Contratos
de Programa.
16
5 CONSÓRCIO PÚBLICO DE SAÚDE DA MICRORREGIÃO DE JUAZEIRO DO NORTE –CPSMJN
O programa de expansão a melhoria da assistência especializada a
saúde do estado do Ceará, através do processo de Regionalização, dividiu
territorialmente o Estado em 22 microrregiões de Saúde, na qual a microrregião de
Juazeiro do Norte corresponde a 21a Região de Saúde – 21a CRES.
Figura 2 – Mapa das Microrregiões de Saúde do Ceará e de Juazeiro do Norte.
Fonte: SESA/2014.
21a Microrregião de Saúde Juazeiro do Norte
GRANJEIRO
CARIRIAÇU
JUAZEIRO DO NORTE
BARBALHA
MISSÃO VELHA
JARDIM
17
Essa regional de saúde foi compreendida por seis municípios conforme o
quadro abaixo.
Quadro 1 – Municípios consorciados e a população.
Fonte: IBGE Resolução no 10 – 28 de agosto 2013.
Conforme a Rede assistencial, cada Consórcio Público é responsável
pelo gerenciamento de uma Policlínica, de um CEO-R e do transporte sanitário dos
pacientes que no presente caso, localiza-se no município de Barbalha e Juazeiro do
Norte, respectivamente. Conforme o modelo abaixo.
MUNICÍPIOS CONSORCIADOS POPULAÇÃO
Barbalha 57.818 hab.
Caririaçu 26.821hab.
Granjeiro 4.569 hab.
Jardim 27.067 hab.
Juazeiro do Norte 261.289 hab.
Missão Velha 35.056 hab.
TOTAL 412.620 hab.
18
Figura 3 – Consórcio Público de Saúde da Microrregião de Juazeiro do Norte responsável por duas unidades de Saúde de média complexidade.
MÉDIA COMPLEXIDADE
CEO – R* POLICLÍNICA (Inaugurada 12/2009) (Inaugurada 12/2013)
Fonte: Da própria autora.
6 CENTRO DE ESPECIALIDADES ODONTOLÓGICAS REGIONAL – CEO-R
A Odontologia, durante anos esteve à margem das políticas públicas de
saúde. O acesso dos brasileiros à saúde bucal era extremamente difícil e limitado,
fazendo com que as pessoas se acostumassem a só procurar atendimento
odontológico em casos de dor.
Essa demora na procura ao atendimento aliada aos poucos serviços
odontológicos oferecidos perpetuou a visão da odontologia mutiladora e do cirurgião-
dentista com atuação apenas clínica.
Para mudar esse quadro, em 2003 o Ministério da Saúde lançou a Política
Nacional de Saúde Bucal – Programa Brasil Sorridente. O Brasil Sorridente constitui-
se de uma série de medidas que têm como objetivo garantir as ações de promoção,
prevenção e recuperação da saúde bucal dos brasileiros, entendendo que esta é
fundamental para a saúde geral e qualidade de vida da população.
CPSMJN
19
Sua principal meta é a reorganização da prática e a qualificação das
ações e serviços oferecidos, reunindo ações voltadas para os cidadãos de todas as
idades, com ampliação do acesso ao tratamento odontológico gratuito aos
brasileiros, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).
Uma das principais linhas de ação do Brasil Sorridente é a ampliação e
qualificação da atenção especializada (especialmente com a implantação de Centros
de Especialidades Odontológicas – CEO).
Figura 4 – Principais ações da Política Nacional de Saúde Bucal – Brasil Sorridente.
Fonte: Ministério da Saúde, 2010.
Os Centros de Especialidades Odontológicas (CEOs) são
estabelecimentos de saúde classificados como clínica especializada/ambulatório de
especialidade que oferece serviços de odontologia gratuitos à população e realiza,
no mínimo, as seguintes atividades:
I. Diagnóstico bucal, com ênfase no diagnóstico e detecção do câncer
bucal;
II. Periodontia especializada;
III. Cirurgia oral menor dos tecidos moles e duros;
IV. Endodontia; e
V. Atendimento a pacientes com necessidades especiais.
20
O Centro de Especialidades Odontológicas recebeu esse nome em
homenagem ao odontólogo Ticiano Van Den Brule Matos nascido em 05 de março
de 1957, em Juazeiro do Norte.
O Centro de Especialidades Odontológicas Doutor Ticiano Van Den Brule
Matos oferece serviços especializados em saúde bucal à população de 412.620 mil
habitantes de Barbalha, Caririaçu, Granjeiro, Jardim, Missão Velha e Juazeiro do
Norte, municípios que integram a 21a Microrregião de Saúde.
O Centro de Especialidades Odontológicas tem uma equipe de 41
profissionais entre técnicos e cirurgiões-dentistas. São 16 dentistas realizando uma
média de 110 atendimentos diários garantido pelo Sistema Único de Saúde.
O CEO-R inaugurado em dezembro de 2009 tem um perfil físico funcional
composto por uma Clínica Integrada com 09 cadeiras odontológicas destinadas ao
atendimento nas seguintes especialidades: Endodontia, Prótese/Dor Orofacial,
Periodontia e Ortodontia/Ortopedia Funcional dos Maxilares; 02 consultórios
dedicados para procedimentos em Cirurgia Oral Menor/Estomatologia e para
Atendimento a Pacientes Portadores de Necessidades Especiais. A Unidade
apresenta ainda Laboratório de Prótese e Órtese Odontológica e Serviço de Apoio
Diagnóstico com Radiologia Odontológica Periapical e panorâmico digital.
7 POLICLÍNICA JOÃO PEREIRA DOS SANTOS
A Policlínica recebeu o nome João Pereira dos Santos em homenagem
ao economista João Pereira dos Santos que faleceu em abril de 2009 com 101 anos
de idade.
A Policlínica Regional João Pereira dos Santos, localizada em Barbalha,
garante consultas com especialistas e realização de exames complexos nas seguintes
especialidades: Médicas (gastroenteropatia, reumatologia, cardiologia,
otorrinolaringologia, oftalmologia, Traumato-ortopedia, urologia, neurologia, angiologia,
endocrinologia e clinica médica). Não Médica (Nutricionista, psicóloga, fisioterapeuta,
terapia ocupacional e fonoaudiologia). Imagem (ultrassonografia, ecocardiograma,
doppler de membros inferiores, eletrocardiograma, colonoscopia e endoscopia).
21
8 OFERTA DE SERVIÇOS
8.1 Centro de Especialidades Regional de Juazeiro do Norte
A tabela abaixo disponibiliza a quantidade de ofertas de serviços
oferecidas aos municípios consorciados no ano de 2014.
Tabela 1 – Contrato de Programa dos serviços ofertados aos entes consorciados.
CONSULTAS ESPECIALIZADAS BARBALHA CARIRIAÇU GRANJEIRO JARDIM JUAZEIRO
DO
NORTE
MISSÃO
VELHA TOTAL
Pacientes Portadores de Necessidades Especiais
72 36 144 432 324 48 1056
Endodontia 240 108 288 108 1056 144 1944
Ortodontia 36 24 12 24 168 36 300
Periodontia 84 36 12 36 32 48 248
Cirurgia Oral Menor /
Estomatologia 156 72 12 72 672 96 1080
PRÓTESE 168 84 12 84 744 108 1200
Pessoas Pessoas Pessoas Pessoas Pessoas Pessoas Pessoas
TOTAL DE CONSULTAS 756 360 480 756 2996 480 5828
Fonte: Contrato do Programa, 2014.
22
8.2 Policlínica João Pereira dos Santos
A tabela abaixo disponibiliza a quantidade de ofertas de serviços
oferecidas aos municípios consorciados no ano de 2014.
Tabela 2 – Contrato de Programa consultas especializadas ofertadas aos entes consorciados.
CONSULTAS ESPECIALIZADAS BARBALHA CARIRIAÇU GRANJEIRO JARDIM JUAZEIRO
DO
NORTE
MISSÃO VELHA
TOTAL
REUMATOLOGIA 204 96 12 96 912 120 1.440
NEUROLOGIA 204 96 12 96 912 120 1.440
CARDIOLOGIA 444 204 36 216 1992 276 3.168
ANGIOLOGIA 144 72 12 72 660 96 1.056
ENDOCRINOLOGIA 204 96 12 96 912 120 1.440
NEFROLOGISTA 204 96 12 96 912 120 1.440
OTORRINOLARINGOLOGIA 288 144 24 144 1.332 180 2.112
OFTALMOLOGIA 288 144 24 144 1332 180 2.112
TRAUMATO-ORTOPEDIA 588 288 48 276 2.664 360 4.224
UROLOGIA 288 144 24 24 1332 180 1.992
TOTAL DE CONSULTAS 2.856 1.380 216 1.260 12.960 1.752 20.424
Fonte: Contrato do Programa, 2014.
Tabela 3 – Contrato de Programa dos exames de imagens ofertados aos entes consorciados
EXAMES DE IMAGEM BARBALHA CARIRIAÇU GRANJEIRO JARDIM
JUAZEIRO
DO NORTE
MISSÃO VELHA
TOTAL
RAIO X 1.176 564 96 576 5.328 720 8.460
ULTRASSONOGRAFIA 648 25 60 300 2.904 396 4.333
ECOCARDIOGRAMA 102 48 6 48 456 60 720
ECG 240 120 20 120 1.110 150 1.760
ENDOSCOPIA DIGESTIVA 200 88 16 88 896 120 1.408
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA
588 282 48 288 2.664 360 4.230
TOTAL DE EXAMES 2.954 1.127 246 1.420 13.358 1.806 20.911
Fonte: Contrato do Programa, 2014.
23
Tabela 4 – Contrato de Programa de procedimentos ofertados aos entes consorciados
Fonte: Contrato do Programa, 2014.
Tabela 5 – Contrato de Programa de exames laboratoriais ofertados aos entes consorciados.
EXAMES LABORATORIAIS BARBALHA CARIRIAÇU GRANJEIRO JARDIM JUAZEIRO
DO NORTE
MISSÃO VELHA
TOTAL
LABORATÓRIO CLÍNICO 1.008 468 84 468 4.560 612 7.200
TOTAL 1.008 468 84 468 4.560 612 7.200
Fonte: Contrato do Programa, 2014.
OUTROS PROCEDIMENTOS BARBALHA CARIRIAÇU GRANJEIRO JARDIM JUAZEIRO
DO NORTE
MISSÃO VELHA
TOTAL
CONSULTA ENFERMAGEM 1.176 564 96 576 5.328 720 8.460
CONSULTA NUTRICIONISTA 588 288 48 276 2.664 360 4.224
CONSULTA PSICOLOGIA 588 288 48 276 2.664 360 4.224
CONSULTA/PROCEDIMENTOS FISIOTERAPIA
588 288 48 276 2.664 360 4.224
CONSULTA/PROCEDIMENTOS TERAPIA OCUPACIONAL
588 288 48 276 2.664 360 4.224
FONOAUDIÓLOGO 32 16 8 16 160 24 256
AUDIOMETRIA TONAL 96 48 8 48 448 56 704
AUDIOMETRIA VOCAL 96 48 8 48 448 56 704
IMITACIONOMETRIACOM PESQUISA DE REFLEXO ACUSTICO
56 24 8 24 240 32 384
EMISSÕES ACÚSTICAS 56 24 8 24 240 32 384
TERAPIA FONOAUDIOLÓGICA 56 24 8 24 240 32 384
TOTAL 3.920 1.900 336 1.864 17.760 2.392 28.172
24
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os Consórcios Públicos de Saúde são instrumentos para administração
pública criados com a finalidade de gerar melhorias aos cidadãos; reduzindo a
burocracia, agilizando e viabilizando projetos regionais, compras compartilhadas que
refletem em um melhor aproveitamento dos recursos financeiros disponíveis.
Podem ser utilizados como artifício para fortalecer a região perante a
União, viabilizando projetos e recursos, que um município sozinho provavelmente
nunca alcançaria.
Entretanto, para que este instrumento funcione em plena capacidade e
não se torne uma utopia, necessita-se de bons gestores engajados e determinados
a aprender a lidar com uma nova gestão, principalmente no setor da saúde.
O modelo vem se tornado um instrumento importante para alcançar dois
objetivos fundamentais: o aumento do acesso à saúde e da qualidade de vida dos
munícipes consorciados.
25
10 REFERÊNCIAS
AMORIM, M. R. M. A. J.; Consórcios Públicos – O Poder de diálogo das prefeituras junto aos governos estadual e federal. Disponível em < http://www.seplan.go.gov.br/sepin/pub/conj/conj8/10.htm > Acesso em 27 de fevereiro de 2015. ANDRADE, M. L. C.; MACHADO, J. A. Cooperação intergovernamental, consórcios públicos e sistemas de distribuição de custos e benefícios. Revista da Administração Pública, v. 48, n.3, maio/junho, Rio de Janeiro, 2014.
BASTOS, F. A. Os Consórcios intermunicipais e a Nova Legislação. Revista Polêmica, no 19, mar/jun, Rio de Janeiro, 2007. Disponível em: Acesso em: 01 de fev. de 2012. BATISTA, S. As Possibilidades de implementação do consórcio público. 1. Ed.
– Brasília, DF: Caixa Econômica Federal, 244p. (Guia de Consórcios Públicos; v.3), 2011. BRASIL. Constituição (1988). Constituição da Republica Federativa do Brasil.
Brasília, promulgada em 05 de outubro de 1988. _______. Decreto no 6.017 de 17 de janeiro de 2007. Regulamenta a Lei no 11.107, de 6 de abril de 2005, que dispõe sobre normas gerais de contratação de consórcios públicos. Diário Oficial da União em 18 de janeiro de 2007. _______. Lei no 11.107 de 06 de abril de 2005. Dispõe sobre normas gerais de contratação de consórcios públicos e dá outras providências. Diário Oficial da União em 07 de abril de 2005. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11107.htm> CEARÁ (Estado). Secretaria da Saúde. Manual de Orientação – Consórcios
Públicos em Saúde no Ceará – Estratégia para o fortalecimento da regionalização da saúde. Ceará, 2009. CEARÁ. SECRETARIA DE SAÚDE DO ESTADO DO CEARÁ – Consórcios Públicos de Saúde do Estado do Ceará. Estatutos padronizados; Fortaleza, 2009. CRUZ, M. C. M. T.; ARAÚJO, F. F.; BATISTA, S. Consórcios numa perspectiva histórico-institucional. Cadernos Adenauer XII. Municípios e Estados: experiências com arranjos cooperativos, Rio de Janeiro, n. 4, p. 111-124, 2011. Disponível em http://www.kas.de/wf/doc/6761-1442-5-30.pdf Acesso: 27 de fevereiro de 2015.
26
DALLABRIDA, V. R.; ZIMERMANN, V. J. Descentralização na gestão pública e estruturas subnacionais de gestão do desenvolvimento: o papel dos consórcios 32 intermunicipais. Revista Brasileira de Gestão e Desenvolvimento Regional, v.5,
n. 3, p. 3-28, set./dez. 2009. Disponível em: < www.rbgdr.net/032009/artigo1.pdf>. Acesso em: 17 de fev. de 2015. Diário Oficial do Estado do Ceará (DOECE). Pág. 72. Caderno 2. de 13 de Dezembro de 2013. Extrato Contrato do Programa do Consorcio Público de Saúde da Microrregião de Juazeiro do Norte, 2014. KNIGHT, Jack. Institutions and social conflict. Cambridge: Cambridge University Press, 2001. MACHADO, G. G.; DANTAS, C. B. Constituição de consórcios públicos e implicações da Lei no 11.107/2005 nas associações intermunicipais anteriores. In: PIRES, M.C. S.; BARBOSA, M. E. B. Consórcios públicos: instrumento do federalismo cooperativo. Belo Horizonte: Fórum, 2008. p. 165-192. MILLER, G.; HAMMOND, T. Why politics is more fundamental than economics. Journal of Theoretical Politics, v. 6, n. 1, p. 5-26, 1994.
MINISTERIO DA SAÚDE, Portaria no 718/SAS, de 20 de dezembro de 2010, republicada em 31/12/2010. NOTA TÉCNICA Assunto: Passo a Passo para implantar Centro de Especialidades Odontológicas – Programa Brasil Sorridente. http://dab.saude.gov.br/portaldab/ape_brasil_sorridente.php?conteudo=ceo <Acessado em 28 de abril de 2015>. NOGUEIRA,M.F.N; SANTANA, W.W.M.; SILVA, L.A.C. Consórcios Públicos de Saúde no Ceará: da implantação à gestão. Fortaleza, 2014.
OLSON, J.M. The logic of collective action: public goods and the theory of groups. Nova York: Schocken Books, 1968. VIANA, A. L. A. et al. Novas perspectivas para a regionalização da saúde. São Paulo em Perspectiva, v. 22, n. 1, p. 92-106, jan./jun. São Paulo, 2008. Disponível em: www.seade.gov.br/produtos/spp/v22n01/v22n01_07.pdf. Acesso em: 11 de janeiro de 2015. RIBEIRO, W. A. Cooperação Federativa e a Lei de Consórcios Públicos. –
Brasília DF: CNM, 2007. SCHARPF, F. W. Games real actors play: actor-centered institucionalism. Boulder: Westview Press, 1997. TSEBELIS, G. Jogos ocultos: escolha racional no campo da política comparada. Tradução de Luiz Paulo Rouanet. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1998.
27
___________________________________________________________________
AUTORIA
Edlane Martins de Andrade – Centro de Especialidades Odontológicas Regional de Juazeiro do Norte.
Endereço eletrônico: [email protected] Mário César Sousa de Oliveira – Centro de Especialidades Odontológicas Regional de Juazeiro do Norte Centro de Especialidades Odontológicas Regional de Juazeiro do Norte.
Endereço eletrônico: objetiva.gestã[email protected] Janini Filgueira Rosas – Centro de Especialidades Odontológicas Regional de Juazeiro do Norte.
Endereço eletrônico: [email protected] Angélica Barbosa Oliveira Dantas – Centro de Especialidades Odontológicas Regional de Juazeiro do Norte.
Endereço eletrônico: [email protected]