conservaÇÃo pÓs-colheita de genÓtipos de … · exigências do programa de pós-graduação em...

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CÉLIA LUCIA SIQUEIRA CONSERVAÇÃO PÓS-COLHEITA DE GENÓTIPOS DE BANANEIRAS RESISTENTES A SIGATOKA NEGRA POR ATMOSFERA MODIFICADA Dissertação apresentada à Universidade Estadual de Montes Claros, como parte das exigências do Programa de Pós-graduação em Produção Vegetal no Semi-Árido, área de concentração em Pós- Colheita de Frutos e Hortaliças, para obtenção do título de “Magister Scientiae”. Orientadora: Profª. Drª. Gisele Polete Mizobutsi JANAÚBA MINAS GERAIS – BRASIL 2008

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Page 1: CONSERVAÇÃO PÓS-COLHEITA DE GENÓTIPOS DE … · exigências do Programa de Pós-graduação em Produção Vegetal no Semi-Árido, área de concentração em Pós-Colheita de frutos

CÉLIA LUCIA SIQUEIRA

CONSERVAÇÃO PÓS-COLHEITA DE GENÓTIPOS DE BANANEIRAS RESISTENTES A

SIGATOKA NEGRA POR ATMOSFERA MODIFICADA

Dissertação apresentada à Universidade Estadual de Montes Claros, como parte das exigências do Programa de Pós-graduação em Produção Vegetal no Semi-Árido, área de concentração em Pós-Colheita de Frutos e Hortaliças, para obtenção do título de “Magister Scientiae”.

Orientadora:

Profª. Drª. Gisele Polete Mizobutsi

JANAÚBA MINAS GERAIS – BRASIL

2008

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FICHA CATALOGRÁFICA Elaborada pela Biblioteca Setorial do Campus Avançado de Janaúba - Unimontes

634.772

S618c SIQUEIRA, Célia Lúcia

Conservação pós-colheita de genótipos de bananeiras resistentes a Sigatoka Negra por atmosfera modificada / Célia Lúcia Siqueira. – Janaúba, MG : Unimontes, 2008.

167f. Orientadora: Profª. Drª. Gisele Polete Mizobutsi Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual de Montes

Claros. 1. Banana – Fisiologia Pós-colheita – Atmosfera modificada.

2. Banana - Embalagens 3. Armazenamento 4. Refrigeração I. Título.

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CÉLIA LUCIA SIQUEIRA

CONSERVAÇÃO PÓS-COLHEITA DE GENÓTIPOS DE BANANEIRAS RESISTENTES À SIGATOKA NEGRA

POR ATMOSFERA MODIFICADA

Dissertação apresentada à Universidade Estadual de Montes Claros, como parte das exigências do Programa de Pós-graduação em Produção Vegetal no Semi-Árido, área de concentração em Pós-Colheita de frutos e hortaliças, para obtenção do título de “Magister Scientiae”.

APROVADA em 01 de Fevereiro de 2008.

Profª. Drª. Gisele Polete Mizobutsi UNIMONTES (orientadora)

Prof. Dr. Edson Hiydu Mizobutsi UNIMONTES

Dr. Rodrigo Meirelles de A. Pimentel EPAMIG

Prof. Dr. Wagner Ferreira da Mota UNIMONTES

UNIMONTES

MINAS GERAIS – BRASIL

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OFEREÇO

Aos meus pais, Manoel e Lourdes e

aos meus irmãos, Vânia, Welson, Sandra,

Leila e Graciele pela coragem, exemplo,

dignidade e incentivo que sempre me

motivou a continuar.

DEDICO

Ao meu esposo Gildete, pela

colaboração, compreensão, paciência

nos momentos difíceis e por seu

companheirismo.

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AGRADECIMENTOS

A Deus que me deu força, sabedoria e garra para vencer mais este desafio. À Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES - Campus de Janaúba/MG pela aprendizagem e oportunidades concedidas. Aos Professores Drs. Gisele Polete Mizobutsi e Wagner Ferreira da Mota pelo apoio durante todo o curso. À FAPEMIG pela aprovação do projeto de pesquisa. A Renata Mirian pela amizade. A Ildeu de Souza por gentilmente ter cedido os frutos para o desenvolvimento do experimento. Aos meus sobrinhos Karol, Rayanne, Rayara, Eugênia, Guilherme e Marina pelo amor doado. À Fazenda Experimental da EPAMIG, em especial ao Zilton e João Felizardo, por gentilmente terem cedido os frutos para o desenvolvimento do experimento. Aos amigos do curso de Agronomia da UNIMONTES: Maria Luísa, Hilário, Paulo, Néia, Maurício, Lorena e Raul, pelos momentos de alegria, bom humor, colaboração e companheirismo durante todo o experimento. A Cleide, técnica de laboratório, pela amizade e colaboração. A Luana Maro pelo apoio. Ao senhor Alcides e Dona Almerinda que me ajudaram muito nesta luta. À Coordenação do Curso de Pós-graduação, representada pela Profª. Drª. Clarice Corsato.

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SUMÁRIO

RESUMO GERAL ........................................................................... i

GENERAL ABSTRACT ................................................................. ii

1 INTRODUÇÃO GERAL .............................................................. 1

2 REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................ 3

2.1 Importância da banana ........................................................................... 3

2.1.1 A cultura da banana ............................................................................. 3

2..2 Importância Sócio-Econômica .............................................................. 3

2..3 Histórico da Sigatoka Negra ................................................................. 4

2.3.1 Primeiro relato de ocorrência da Sigatoka Negra em Minas Gerais ... 6

2.4 Genótipos resistentes a Sigatoka Negra ................................................ 7

2.5 Aspectos Fisiológicos ............................................................................ 8

2.5.1 Características da Banana ................................................................... 8

2.6 Pós-Colheita ........................................................................................... 11

2.6.1 Armazenamento Refrigerado .............................................................. 13

2.6.2 Controle e Modificação da Atmosfera ................................................ 16

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................... 19

CAPITULO I – TECNOLOGIAS DE CONSERVAÇÃO DE GENÓTIPOS DE BANANEIRAS RESISTENTES A SIGATOKA NEGRA NO NORTE DE MINAS GERAIS .....................................

26

RESUMO ............................................................................................. 26

ABSTRACT ......................................................................................... 27

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1 INTRODUÇÃO .............................................................................. 28

2 MATERIAL E MÉTODOS............................................................... 30 2.1 Sólidos Solúveis (SS) .................................................................................. 31 2.2 Acidez Total Titulável (ATT) ..................................................................... 31 2.3 Relação Sólidos Solúveis Totais/Acidez Titulável ..................................... 31 2.4 Análise de pH .............................................................................................. 31 2.5 Coloração do Pericarpo ............................................................................... 32 2.6 Tamanho e Diâmetro do Fruto .................................................................... 32 2.7 Firmeza ....................................................................................................... 32 2.8 Perda de Matéria Fresca do Fruto ............................................................... 32 2.9 Açúcares Solúveis Totais ............................................................................ 33 2.10 Análise Sensorial ...................................................................................... 33 2.11 Análise Estatística ..................................................................................... 34

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................... 35

3.1 Sólidos Solúveis (SS) .................................................................................. 35 3.2 Acidez Total Titulável (ATT) ..................................................................... 39 3.3 Relação Sólidos Solúveis Totais/Acidez Titulável ..................................... 42 3.4 Análise de pH .............................................................................................. 45 3.5 Coloração do Pericarpo ............................................................................... 49 3.6 Tamanho e Diâmetro do Fruto .................................................................... 53 3.7 Firmeza ....................................................................................................... 54 3.8 Perda de Matéria Fresca do Fruto ............................................................... 58 3.9 Açúcares Solúveis Totais ............................................................................ 60 3.10 Análise Sensorial ...................................................................................... 63

4 CONCLUSÕES .................................................................................. 65

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................... 66

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CAPITULO II – INFLUÊNCIA DA ATMOSFERA MODIFICADA SOBRE A VIDA PÓS-COLHEITA E QUALIDADE DE GENÓTIPOS DE BANANEIRAS RESISTENTES A SIGATOKA NEGRA NO NORTE DE MINAS GERAIS .................................................................................................. 71

RESUMO ................................................................................................ 71

ABSTRACT ............................................................................................ 72

1 INTRODUÇÃO ................................................................................... 73

2 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................ 74

2.1. Sólidos Solúveis (SS) .................................................................................. 75

2.2. Acidez Total Titulável (ATT) ...................................................................... 75

2.3. Relação Sólidos Solúveis Totais/Acidez Titulável ...................................... 75

2.4. Análise de pH .............................................................................................. 75

2.5. Coloração do Pericarpo ............................................................................... 76

2.6. Tamanho e Diâmetro do Fruto ..................................................................... 76

2.7. Firmeza ........................................................................................................ 76

2.8. Perda de Matéria Fresca do Fruto ................................................................ 77

2.9. Açúcares Solúveis Totais ............................................................................. 77

2.10. Análise Sensorial ....................................................................................... 77

2.11. Análise Estatística ...................................................................................... 79

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................ 80

3.1 Sólidos Solúveis (SS) ................................................................................... 80

3.2 Acidez Total Titulável (ATT) ....................................................................... 82

3.3 Relação Sólidos Solúveis Totais/Acidez Titulável ....................................... 85

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3.4 Análise de pH ............................................................................................... 89

3.5. Coloração do Pericarpo ............................................................................... 93

3.6. Tamanho e Diâmetro do Fruto ..................................................................... 97

3.7. Firmeza ........................................................................................................ 98

3.8. Perda de Matéria Fresca do Fruto ............................................................ 101

3.9. Açúcares Solúveis Totais ......................................................................... 105

3.10 Análise Sensorial ..................................................................................... 108

4 CONCLUSÕES ................................................................................ 109

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................. 110

CAPITULO III – EFEITO DA ATMOSFERA MODIFICADA EM CONJUNTO COM A REFRIGERAÇÃO NA CONSERVAÇÃO PÓS-COLHEITA DE GENÓTIPOS DE BANANEIRAS RESISTENTES A SIGATOKA NEGRA ............................................... 114

RESUMO ............................................................................................. 114

ABSTRACT ......................................................................................... 115

1 INTRODUÇÃO ................................................................................ 116

2 MATERIAL E MÉTODOS ............................................................. 118

2.1 Sólidos Solúveis (SS) ................................................................................ 119

2.2 Acidez Total Titulável (ATT) ................................................................... 119

2.3 Relação Sólidos Solúveis Totais/Acidez Titulável ................................... 119

2.4 Análise de pH ............................................................................................ 119

2.5 Coloração do Pericarpo ............................................................................. 120

2.6 Tamanho e Diâmetro do Fruto .................................................................. 120

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2.7 Firmeza ..................................................................................................... 120

2.8 Perda de Matéria Fresca do Fruto ............................................................. 120

2.9 Açúcares Solúveis Totais .......................................................................... 121

2.10 Análise Sensorial ..................................................................................... 121

2.11 Análise Estatística ................................................................................... 122

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................... 123

3.1 Sólidos Solúveis (SS) ................................................................................ 123

3.2 Acidez Total Titulável (ATT) ................................................................... 127

3.3 Relação Sólidos Solúveis Totais/Acidez Titulável ................................... 129

3.4 Análise de pH ............................................................................................ 133

3.5. Coloração do Pericarpo............................................................................. 137

3.6. Tamanho e Diâmetro do Fruto.................................................................. 140

3.7. Firmeza ..................................................................................................... 141

3.8. Perda de Matéria Fresca do Fruto ............................................................ 144

3.9. Açúcares Solúveis Totais ............................................................... 147

3.10 Análise Sensorial ..................................................................................... 150

4 CONCLUSÃO .................................................................................. 151

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................. 152

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RESUMO GERAL SIQUEIRA, Célia Lúcia. Conservação Pós–Colheita de Genótipos de Bananeiras Resistentes à Sigatoka Negra por Atmosfera Modificada. 2008. 167p. Dissertação (Mestrado em Produção Vegetal no Semi Árido) Universidade Estadual de Montes Claros, Janaúba, MG1. A cultivar Prata Anã é a mais plantada no Norte de Minas Gerais, desta forma, a economia da região está baseada numa variedade suscetível a Sigatoka Negra e ao Mal do Panamá. O controle genético por meio da utilização de genótipos resistentes e/ou tolerantes à doença tem sido a alternativa adotada no Estado para minimizar os prejuízos e evitar a disseminação da doença para outras regiões produtoras do Brasil. Devido a isso, o presente trabalho teve por objetivo avaliar o efeito da atmosfera modificada associada à refrigeração nas qualidades físico-químicas e sensoriais de seis genótipos de bananeiras. Os frutos foram colhidos no estádio pré-climatérico (V2), na fazenda Experimental da EPAMIG, localizada em Mocambinho, município de Jaíba-MG e na fazenda Experimental da UNIMONTES, localizada em Janaúba-MG. O Trabalho foi realizado no Departamento de Ciências Agrárias da Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES), Janaúba–MG, no Laboratório de Pós-Colheita de Frutos e Hortaliças. Os genótipos foram avaliados dois a dois totalizando três experimentos (Fhia 02 e PV4285), (Thap Maeo e Tropical), (Caipira e Pacovan Ken). Foram colhidos aleatoriamente, transportados para o laboratório e lavados com água e sabão, posteriormente, imersos por cinco minutos em 15 litros de suspensão do fungicida pós-colheita. Em seguida, os cachos foram divididos em buquês de três frutos, depois foram selecionados e armazenados em membrana de 10µm e 16µm e sem embalagem em bandejas de poliestireno expandido e acondicionados em temperaturas de 12ºC, 15ºC e 25ºC. Os três experimentos foram montados em delineamento experimental em blocos inteiramente casualizados, em esquema de parcelas subdivididas no tempo, tendo nas parcelas um fatorial 3 (embalagem de 10µm e 16 µm e sem embalagem) x 2 (genótipos), e nas subparcelas as avaliações em intervalo de 6 e 2 dias para frutos armazenados nas temperaturas de 12ºC, 15ºC e 25ºC, com quatro repetições e três frutos por unidade experimental. Os parâmetros avaliados foram: Sólidos solúveis (SS), acidez total titulável (ATT), SST/ATT, pH, cor, tamanho e diâmetro do fruto, firmeza, perda de massa fresca, açúcares solúveis totais(AST) e análise sensorial. A utilização da atmosfera modificada em bananas permitiu um período de 24 dias de armazenamento refrigerado, com adequada manutenção dos atributos físico-químicos e sensoriais.

1Profª. Drª. Gisele Polete Mizobutsi (orientadora) – UNIMONTES.

i

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GENERAL ABSTRACT SIQUEIRA, Célia Lúcia. Post-harvest technologies and sensorial analysis of banana trees genotypes resistant to Black Sigatoka in the North of Minas Gerais. 2008. 167p. Dissertation (Master's degree in Plant Production in Semi Arid) Universidade Estadual de Montes Claros, Janaúba, MG. The cultivar Prata Anã is the most grown in the North of Minas Gerais, this way, the economy of the region is based on a variety susceptible to Black Sigatoka and to Panama disease. The genetic control, through the use of genotypes resistant and/or tolerant to the disease has been the alternative adopted in the State to minimize the losses and to avoid the spread of the disease to another producing regions of Brazil. Due to that, the present work aimed to evaluate the effect of the modified atmosphere associated to cooling on the physiochemical and sensorial qualities of six banana genotypes. The fruits were picked in the pre climacteric stage (V2), on the Experimental farm of EPAMIG, located in Mocambinho, district of Jaiba - MG and on the Experimental farm of UNIMONTES, located in Janaúba - MG. The work was carried out in the Department of Agrarian Sciences of the Universidade Estadual de Montes Claros, (UNIMONTES) Janaúba. MG, in the Post-harvest Laboratory of Fruits and Vegetables. The genotypes were evaluated two by two totalizing three experiments (Fhia 02 and PV4285), (Thap Maeo and Tropical), (Caipira and Pacovan Ken) that were picked off at random, transported to the laboratory and washed, later, immersed for five minutes in 15 liters of post-harvest fungicide suspension. Soon afterwards, the bunches were divided in bouquets of three fruits, later, they were selected and stored in membrane of 10µm and 16µm and without packing on trays of expanded polystyrene and conditioned in the temperatures of 12ºC, 15ºC and 25ºC. The three experiments were designed set up in the design in blocks entirely randomized in schema of plots subdivided in the time, having in the plots a factorial 3 (packing of 10µm and 16µm and without packing) x 2 (genotypes), and in the sub parcels the evaluations in gap of 6 and 2 days per fruits in the temperatures of 12ºC, 15ºC and 25ºC, with four repetitions and three fruits per experimental unit. The evaluated parameters were: soluble solids (SS), total titratable acidity (TTA), SS /TTA, pH, color, length and fruit diameter, firmness, loss of fresh mass, total soluble sugar (TSS) and sensorial analysis. The use of the atmosphere modified on bananas allowed period of 24days of refrigerated storage, with appropriate maintenance of the physiochemical and sensorial attributes.

ii

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1 INTRODUÇÃO GERAL

A bananicultura está entre as atividades agrícolas de maior expressão

econômica e de elevado alcance social no Brasil. As estatísticas apontam para

uma produção anual em torno de 6,5 milhões de toneladas, sendo responsável

por cerca de 9,4 % da produção mundial e superada somente pela Índia (FAO,

2007). Segundo o IBGE (2006), o Brasil é um dos maiores produtores de banana

do mundo; a quantidade exportada desta fruta é bastante modesta, abrangendo o

Norte de Santa Catarina que exporta para o Mercosul e o Vale do Açu no Rio

Grande do Norte para a Europa no Reino Unido, sendo a Itália o principal

comprador. A banana é uma das principais frutas brasileiras exportadas, mas

está longe de liderar as exportações para os países mais desenvolvidos, que

possuem os mercados mais exigentes do mundo. O produto nacional é

desqualificado para os mercados europeus e norte-americanos, pois não atende

às exigências dos mesmos, principalmente em relação às qualidades

organolépticas da fruta (MATTHIESEN e BOTEON, 2004).

Embora o Brasil se destaque como o segundo país produtor de bananas, a

questão limitante para a exportação, além do alto consumo interno, é a falta de

controle de qualidade gerando perdas. Estas perdas devido ao manejo

inadequado da cultura somadas às que ocorrem na pós-colheita chegam a atingir

40% (INFORME GROPECUÁRIO, 2005).

A produção de banana destaca-se entre as atividades agrícolas do Norte

de Minas, especialmente das cultivares prata, sendo a região a segunda maior

produtora no Brasil. Apresentando condições edafoclimáticas ideais para a

exploração da bananicultura, a utilização generalizada das cultivares Prata tem a

Sigatoka Negra (Mycosphaerella fijiensis Morelet) como principal ameaça a

essa atividade (LEDO et al. 1997).

1

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Atualmente a Sigatoka Negra está disseminada em toda América Central

e em algumas regiões da África, Ásia e América do Sul. A doença foi constatada

na Colômbia, Venezuela, Equador e na região Norte do Brasil (CORDEIRO,

2005).

Devido à possibilidade da entrada da Sigatoka Negra na região norte

mineira, a cultura da banana poderá reduzir drasticamente em razão de as

variedades plantadas serem todas suscetíveis ao patógeno. O controle genético,

por meio da utilização de genótipos resistentes e/ou tolerantes à doença, tem

sido a alternativa adotada para minimizar os prejuízos e evitar a disseminação da

doença para outras regiões produtoras do Brasil. Entretanto, ainda não foram

recomendados genótipos adaptados às condições edafoclimáticas do Norte de

Minas Gerais por existirem poucos trabalhos relacionados com as características

físico-químicas e o período de armazenamento.

Entre estes genótipos alguns são considerados resistentes, altamente

resistente e medianamente suscetíveis à Sigatoka Negra. Sendo a banana uma

fruta climatérica, que amadurece rapidamente em altas temperaturas devido ter

uma alta taxa respiratória, tornam-se necessários estudos visando ao

prolongamento da vida pós-colheita. A banana geralmente não é armazenada, a

não ser quando destinada à exportação. Nesse caso faz-se uso de alta tecnologia,

como resfriamento em temperatura média de 14°C visando ao prolongamento da

vida de prateleira por 3 (três) a 4 (quatro) semanas após a colheita (Satyan et al.,

1992). A refrigeração é um método eficaz para o armazenamento prolongado de

frutos e hortaliças frescos.

Dessa forma, o presente trabalho objetivou avaliar o efeito de

embalagens de polietileno de baixa densidade associada ao armazenamento

refrigerado, às qualidades físico-químicas e sensoriais dos frutos de bananas.

2

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Importância da Banana

2.1.1 A Cultura da Banana

A banana, segundo dados da FAO citado por Nascente (2007), no ano de

2002, foi a segunda fruta mais produzida no mundo, ficando atrás somente da

melancia, sendo cultivada em 124 países do globo terrestre, ocupando uma área

aproximada de 4.209.435 hectares, correspondendo a uma produção de

69.510.944 toneladas. Contudo, verifica-se que apesar da banana ser produzida

em mais de 100 países, os cinco relatados abaixo são responsáveis por 58% da

produção total:

1. Índia - 16.000.000 toneladas em 490.000 hectares;

2. Equador - 7.561.119 toneladas em 228.985 hectares;

3. Brasil - 6.369.450 toneladas em 508.524 hectares;

4. China - 5.393.000 toneladas em 264.000 hectares;

5. Filipinas - 5.100.000 toneladas em 390.000 hectares.

Segundo Manica (1997), as principais variedades plantadas no Brasil são

do grupo Prata e Nanicão. A despeito do destaque na produção, o cultivo da

banana enfrenta alguns obstáculos como a alta incidência de doenças e os baixos

níveis de tecnologia utilizada na produção e na pós-colheita.

2.2 Importância Sócio-Econômica

O Brasil vem se destacando com grande potencial na fruticultura,

ocupando o terceiro lugar no ranking mundial com a quantidade de 39.134.000

toneladas de frutas (FAO, 2007). No caso específico da banana, o Brasil é o

3

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segundo maior produtor mundial, com produção aproximada de 6,8 milhões de

toneladas, numa área cultivada de 560 mil hectares (AGRIANUAL, 2001).

A bananicultura possui grande importância econômica e social, sendo

cultivada numa extensa região tropical geralmente por pequenos agricultores. O

Brasil também se apresenta como um dos maiores mercados do mundo para essa

fruta e o consumo per capita vem crescendo ao longo dos anos.

Sua importância social se deve à capacidade de geração de empregos.

Dados do Ministério da Agricultura e Abastecimento, 2002, informam que o

setor gera mais de 500.000 empregos diretos. Por ser uma das fruteiras mais

cultivadas no país, a banana possui também um papel de destaque para a

segurança alimentar e nutricional da população brasileira. De acordo com Alves

(1999), 99% da fruta produzida é consumida no mercado interno, fazendo parte

do hábito alimentar da população. É fundamental o papel da banana na

complementação alimentar das populações de baixa renda, suprindo algumas

necessidades diárias de potássio, cálcio, fósforo e vitamina A.

As cultivares mais produzidas e mais consumidas no Brasil são a Maçã,

Prata, Nanica e Pacovan, todas altamente suscetíveis a Sigatoka Negra. Com

esse fato, a bananicultura tem passado por mudanças substanciais envolvendo a

substituição das cultivares suscetíveis por outras resistentes à Sigatoka Negra

(NOGUEIRA e TORREZAN, 1997).

2.3 Histórico da Sigatoka Negra

Dentre as doenças, a Sigatoka Negra é a mais importante, ameaçando o

cultivo da banana no Brasil PEREIRA et al. (2000). Ela foi observada pela

primeira vez nas Ilhas Fiji em 1963. É causada pelo fungo Mycosphaerella

fijiensis Var. difformis, identificado por Mulder e Stover. A partir de Honduras

(1972) disseminou-se para Belice (1975), Guatemala (1977), Nicarágua (1979),

4

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México (1980), Costa do Pacífico (1981), Panamá - zona do Atlântico e Pacífico

(1981), Colômbia (1986), Equador (1987) e Peru (1995).

Essa doença se alastra nas folhas da bananeira, causando-lhes uma rápida

decomposição, reduzindo a capacidade fotossintética da planta, podendo levá-la

a morte antes mesmo da formação do cacho e dos frutos e, portanto, a

conseqüente redução da produção da bananicultura (CORDEIRO, 2005).

Conforme a EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

(2005), a Sigatoka Negra chegou ao Brasil pelo estado do Amazonas em 1998,

proveniente da América Central e da Colômbia.

Em 1999 o fungo já estava disseminado em todo o estado do Amazonas,

Rondônia e Acre. Em 2000 a doença atingiu Roraima, Amapá e parte do Mato

Grosso; em 2001, Pará. Em cinco anos, o fungo destruiu aproximadamente 70%

dos bananais do Amazonas. Atualmente a doença já atingiu os estados de Mato

Grosso do Sul, São Paulo, Paraná e, mais recentemente, Minas Gerais

(CORDEIRO, 2005). O fungo possui alta capacidade de propagação e tem como

principais vetores o vento, a chuva ou o transporte das folhas, mudas e frutas.

Segundo Simão (1998), a Sigatoka Negra é a doença que vem trazendo

maiores preocupações para produtores e pesquisadores de banana. Nos estados

do Acre, Rondônia e Mato Grosso essa disseminação tem ocorrido tanto por via

terrestre, quanto aquática1. Já nos estados do Amazonas, Pará, Amapá e Roraima

o transporte fluvial da banana é o principal meio de contaminação. Os altos

índices de temperatura e umidade encontrados nos estados do Norte durante o

ano todo favorecem a disseminação do fungo na região, uma vez que estes

fatores são importantes ao seu desenvolvimento. Os sintomas são semelhantes

1 A contaminação via aquática e terrestre dá-se através do contato do fruto com caixas, folhas, material propagativo etc.

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aos da Sigatoka Amarela2, porém a velocidade e a intensidade do ataque são

maiores.

De acordo com a EMBRAPA (2005), uma das alternativas mais viáveis

e econômicas para a convivência com a Sigatoka Negra é o uso de variedades

resistentes como parte do manejo integrado de pragas. Os genótipos

considerados resistentes são: FHIA- 01; FHIA- 02; FHIA- 03; FHIA- 18; FHIA-

20; FHIA- 21; FHIA- 22; Mysore; Pacova Ken; Prata Zulu; PV03-76; Thap

Maeo; Caipira; PV 42142; PV 4253; PV 4268; Ouro; PV 4285; ST 4208 e

Nanicão IAC 2001.

O desenvolvimento de variedades resistentes à Sigatoka Negra tem sido

uma das alternativas utilizadas pelas instituições nacionais e internacionais que

trabalham com a cultura da banana.

2.3.1 Primeiro relato de ocorrência da Sigatoka Negra em Minas Gerais

Em Minas Gerais, a identificação da doença foi processada com base

nos sintomas nas cultivares Prata, Prata Anã, Nanica e Nanicão e exames ao

microscópio ótico confirmando-se a presença do fungo P. fijiensis nas lesões

ou manchas foliares (EMBRAPA, 2005).

Atualmente a doença encontra-se disseminada em Minas Gerais nos

municípios de Cristina, São José Alegre, Gonçalves e Piranguçu, no Sul de

Minas, e Coronel Pacheco, na zona da Mata Mineira.

2 A sigatoka amarela também chamada cercosporiose é uma doença fúngica causada por Mycosphaerella musicola Leach.

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2.4. Genótipos resistentes à Sigatoka Negra

O uso de cultivares resistentes às pragas e doenças e condições

adversas do ambiente é a estratégia ideal do ponto de vista econômico e de

preservação do meio ambiente em regiões como Amazônia, onde a

bananicultura é caracterizada pelo baixo nível de adoção de tecnologias e

baixo retorno econômico (EMBRAPA, 2005).

Alguns genótipos resistentes à Sigatoka Negra são alvos de pesquisa

e análise visando a posterior introdução na região Norte mineira.

TABELA 1: Características de genótipos de bananeira resistentes ao fungo Mycosphaerella fijiensis.

Cultivares Sigatoka-Negra

Mal-do-Panamá

Grupo Genômico

Resistência ao Despencamento

Caipira AR R AAA Alta Thap Maeo R R AAB Muito alta Fhia 02 AM R R AAAA Baixa Pacovan Ken AR R AAAB Alta Tropical MS MS AAAB Baixa PV 4285 R R AAAB Baixa

Com relação à resistência ao fungo. Fonte: Pereira e Gasparotto (2001). AR - Altamente resistente; R - Resistente; MS – Medianamente suscetível.

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2.5 Aspectos Fisiológicos

2.5.1 Características da Banana

A banana passa por quatro fases de desenvolvimento: crescimento,

maturação, amadurecimento e senescência. O crescimento é o período de rápida

divisão e alongamento celular. A maturação começa antes de o crescimento

cessar e inclui diferentes transformações físicas e químicas que afetam a

qualidade sensorial da fruta. O amadurecimento torna a fruta apta ao consumo

em virtude das alterações na aparência, no sabor, no aroma e na textura; nessa

fase há o aumento na taxa respiratória e na produção de etileno. A senescência é

o período onde os processos bioquímicos anabólicos dão lugar aos catabólicos,

levando ao envelhecimento e morte dos tecidos (VILAS BOAS et al., 2001).

A respiração é um processo pelo qual os materiais orgânicos

armazenados (carboidratos, proteínas e gorduras) são quebrados em produtos

finais simples com liberação de energia (KADER, 2002). O etileno é um

hormônio vegetal volátil que desempenha um papel crucial no estímulo ao

amadurecimento dos frutos climatéricos, representando um gatilho que dispara

rapidamente as modificações que resultam na transformação da banana em um

fruto apto ao consumo (VILAS BOAS et al., 2001).

A respiração é o principal processo fisiológico de frutos, pois após a

colheita eles não dependem mais da absorção de água e nutrientes da planta-mãe

(CHITARRA e ALVES, 2001). A banana é classificada como um fruto de alta

perecibilidade devido às altas taxas de respiração em comparação com os outros

frutos, podendo atingir até 200 ml de CO2 kg-1 h-1 a 15°C (WILLS, 1998).

Durante o amadurecimento da banana ocorre aumento no teor de sólidos

solúveis devido à hidrólise do amido e da propectina (SALES, 2002). Tais

valores, segundo pesquisas de Pinto (1978), Carvalho (1989) e Chitarra e

Chitarra (1984), variam de 0,92% a 22,36%.

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O sabor dos frutos está relacionado aos teores de ácidos orgânicos da

polpa, os quais são classificados como acidez titulável (PALMER, 1971).

Juntamente com os açúcares, os ácidos orgânicos são utilizados como substratos

para o fornecimento de carbono e para a produção de energia nas diferentes

fases do ciclo vital dos produtos vegetais (VILAS BOAS, 1999).

Em banana verde o ácido oxálico predomina sobre os ácidos málico e

cítrico, contudo este ácido diminui com o amadurecimento, dando lugar ao ácido

málico como o mais importante (BLEINROTH, 1985). O amadurecimento

duplica, em alguns casos triplica, a acidez do fruto (TURNER, 2001); o pH da

polpa apresenta comportamento inverso ao da acidez (PALMER, 1971).

A relação sólidos solúveis / acidez total titulável (SS/ATT) também

aumenta durante o amadurecimento dos frutos em decorrência do incremento no

teor de sólidos solúveis e da variação na acidez, cujos valores encontram-se em

13,52 no fruto verde e 59,58 no fruto maduro em bananas do grupo prata

(PINTO,1978; ROSSIGNOLI, 1983; CARVALHO, 1984).

A coloração da casca é um importante fator na determinação da

qualidade da banana a ser comercializada (PALMER, 1971; RYALL e

PENTZER, 1974). Durante o amadurecimento, a mais flagrante modificação é o

amarelecimento da casca. A clorofila que confere a coloração verde à casca da

banana no estádio pré-climatérico é rapidamente degradada dando lugar aos

carotenóides, pigmentos amarelos que caracterizam a banana madura.Vilas Boas

et al., 2001 afirmam que, normalmente, não se observa síntese de carotenóides

durante o amadurecimento de bananas, mas o seu desmascaramento durante a

degradação das clorofilas. A idade dos frutos na colheita, bem como no próprio

cacho (posição das diferentes pencas) estabelece um gradiente no

desenvolvimento de coloração da casca sob condições naturais de

amadurecimento (LIZADA et al., 1990).

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A firmeza da banana deve ser medida, já que a mesma é um atributo de

qualidade de grande importância para o consumidor (CARVALHO, 1984). O

amaciamento da polpa da banana está intimamente relacionado com a

degradação de polissacarídeos pécticos e hemicelulose, bem como o amido

(KOJIMA et al., 1994; PANTASTICO et al., 1975).

Após a colheita, o processo de perda hídrica continua, não podendo ser

suprida mais pela planta-mãe. A perda d’água pode ser um dos principais

determinantes para perda de massa e deterioração do fruto (SIGRIST, 1992). A

perda de umidade ocorre através dos estômatos presentes na casca da banana;

em decorrência da transpiração, o fruto perde peso durante o armazenamento e

transporte (PALMER, 1971; SIMMONDS, 1973). A transpiração também é

responsável pela perda de aparência e textura da banana (HONÓRIO e

MORETTI, 2002).

A relação polpa/casca em banana é denominada “coeficiente de

amadurecimento”, uma vez que a polpa aumenta à medida que o fruto

amadurece (VILAS BOAS et al., 2001). Durante o amadurecimento da banana,

observa-se um aumento no peso da polpa em decorrência do incremento no seu

teor de umidade, sendo que esta água é obtida a partir da casca e,

provavelmente, também do engaço (LIZADA et al., 1990).

De acordo com Charles e Tung (1973) e Lustre et al. (1976), o aumento

na relação polpa/casca também está diretamente ligado com a concentração

diferenciada de açúcares nos dois tecidos. Com o amadurecimento da banana, é

mais significativa a remoção de água da casca pelo aumento da pressão

osmótica. Este aumento está relacionado com o acréscimo na concentração de

açúcar como conseqüência da hidrólise do amido (RYALL e LIPTON, 1972).

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2.6 Pós-Colheita

Com relação à etapa de pós-colheita, segundo Chitarra e Chitarra (2005),

na comercialização de frutos sob a forma in natura, os cuidados durante a fase

de armazenamento merecem maior atenção. O armazenamento visa, sobretudo, a

minimizar a intensidade do processo vital dos frutos por meio da utilização de

condições adequadas que permitam uma redução no metabolismo normal sem

alterações da fisiologia do fruto. A determinação do ponto de colheita mais

adequado tem como finalidade permitir o máximo aproveitamento da fruta com

a qualidade que atenda ao mercado consumidor. Entretanto, pelo grande número

de cultivares de bananeira que existem não é possível generalizar um fator que

possa ser considerado como referência para a colheita (BLEINROTH, 1992).

As bananas, em geral, atingem a maturidade fisiológica cerca de 90 a

150 dias após a emissão da inflorescência (MARRIOTT, 1980) dependendo do

clima, cultivar, nutrição, tratos culturais.

Os critérios mais utilizados na previsão do ponto de colheita, pela

praticidade ou pelos resultados que têm apresentado, são a determinação visual

do grau de desenvolvimento do fruto e o diâmetro do fruto por idade (ALVES,

2001). Na prática, a utilização apenas da coloração da casca do fruto como

indicativo do ponto de colheita pode dar uma falsa idéia do ponto de maturação,

visto que a cor se altera com a intensidade de radiação e disponibilidade de água

para a planta. Assim, em geral, os frutos são colhidos ainda verdes, no estádio de

completo desenvolvimento fisiológico indicado pelo desaparecimento das suas

quinas (BLEINROTH et al., 1992). Em laboratório, o ponto de colheita pode ser

determinado por métodos físicos que em geral envolvem a determinação do grau

de firmeza da polpa, ou químicos, por meio da estimativa da determinação do

conteúdo de amido e da relação entre a acidez total e os sólidos solúveis

(BLEINROTH, 1992).

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Conforme o Informe Agropecuário (2005), as perdas pós-colheita de

banana são estimadas em até 40% da produção. Desse total, um percentual

desconhecido é creditado às doenças que ocorrem ainda no campo,

determinando o descarte de frutos na casa de embalagens, e àquelas que ocorrem

na pós-colheita. O crescimento das exigências do mercado pela qualidade geral

dos frutos tende a mudar esta estatística.

São vários os problemas que afetam a bananicultura das regiões

produtoras, que se caracterizam desde o baixo nível de tecnificação empregado

nos cultivos, resultando em baixa produtividade e qualidade dos frutos; passando

por inadequações na pós-colheita até os problemas fitossanitários relacionados

às doenças como Sigatoka Negra, mal-do-Panamá, moko, nematóides e viroses

(INFORME AGROPECUÁRIO2005).

Após a colheita, os cachos são transportados, despencados, lavados,

classificados e embalados. Adicionalmente os frutos podem passar por

climatização ou algum tipo especial de conservação antes de serem novamente

transportados e, finalmente, comercializados. A banana é classificada como fruto

muito perecível pelo fato de ser climatérico e apresentar alta taxa respiratória e

alta produção de etileno após a colheita. Sua longevidade sob refrigeração não

vai além de três semanas, tanto para frutos maduros como para verde-maduros

“de vez” (ALVES et al., 1999).

Os principais fatores que afetam a qualidade comercial de bananas estão

mais relacionados com a aparência do que a qualidade interna do fruto. Isto

inclui a ausência de injúrias, manchas e queimaduras, casca com cor amarela

brilhante e adequada vida de prateleira (MARRIOT, 1980). Atualmente, no

manuseio dos frutos, que são práticas que vão desde o processo de colheita e

armazenamento até a distribuição e venda, atingem-se valores significativos de

perdas quantitativas e qualitativas. Do total de bananas colhidas, somente cerca

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de 40% a 50% chegam efetivamente às mãos dos consumidores (SANCHES et

al., 2004).

Entre as várias causas que originam estas perdas, estão os danos

mecânicos, resultantes de abrasão, impactos, compressão e corte. Em conjunto,

esses danos promovem alterações no padrão respiratório, na evolução do etileno,

na síntese e degradação de pigmentos, na ativação de enzimas, na alteração da

firmeza e no aumento da perda de água dos frutos (MORETTI, 2001). Outra

causa importante de perda é a não-utilização de armazenamento refrigerado após

a colheita (IBRAF, 2002).

2.6.1 Armazenamento Refrigerado

As condições externas às quais os frutos são submetidos logo após a

colheita afetam diretamente o tempo de vida útil e o seu comportamento

respiratório (MEDINA et al., 1978). A temperatura é um fator de grande

importância na preservação da qualidade de frutas e hortaliças não só pela

influência que exerce na atividade respiratória, como também pela sua influência

sobre a velocidade de crescimento microbiano (BOLIN e HUXSSOL, 1989).

Segundo Castro e Sigrist (1988), a respiração pode ser diminuída por

meio do decréscimo da temperatura e da modificação da atmosfera de

conservação das frutas, aumentando assim a vida pós-colheita.

A vida de prateleira pode ser prolongada pelo controle de doenças pós-

colheita, regulação de atmosfera, tratamentos químicos, irradiação e

refrigeração. A refrigeração é um método eficiente para armazenamento de

frutas e vegetais por longos períodos. Todos os outros métodos de regulação do

amadurecimento e deterioração são, na melhor das hipóteses, apenas métodos

suplementares às baixas temperaturas (CLEMENTE, 1999).

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As bananas podem ser conservadas sob refrigeração pelo período de uma

a três semanas, após este período devem ser removidas para câmaras de

maturação, onde são tratadas com etileno ou, previamente, com ethephon. A

temperatura mínima de armazenagem depende da sensibilidade da banana a

danos pelo frio, que é afetada pela cultivar, condições de cultivo e tempo de

exposição a uma dada temperatura. A umidade na câmara também afeta a

qualidade da banana, sendo recomendado o seu armazenamento na faixa de 85 a

95% de U.R. Embora esta faixa de umidade possa ser mantida em câmaras sem

controle automático, regando-se o piso com água duas vezes por dia, a operação

é tediosa e consome tempo. Por esta razão, é recomendável a frigoconservação

em câmaras automatizadas, que controlam tanto a temperatura quanto a umidade

relativa.

Chitarra e Chitarra (2005) postulam que as condições ideais de

armazenamento variam largamente de produto para produto, e correspondem às

condições ideais nas quais estes podem ser armazenados pelo maior espaço de

tempo possível sem que haja perda apreciável de seus atributos de qualidade tais

como: sabor, aroma, textura, cor e conteúdo de umidade. De acordo com Cereda

(1983), todos estes fatores tornam os frutos mais desejáveis ao aspecto que

apresentam, o qual pode ser melhorado pela conservação e embalagem.

A redução de temperatura diminui a respiração e atrasa a senescência por

desacelerar o metabolismo. Nos frutos refrigerados, a taxa metabólica deve ser

mantida a um nível mínimo suficiente para manter as células vivas, todavia de

forma a preservar a qualidade comestível durante todo o período de

armazenamento (WILEY, 1997).

Dentro da faixa de temperatura de 0°C a 30°C, a cada 10°C de aumento

na temperatura, a velocidade respiratória pode duplicar, triplicar ou mesmo

quadruplicar. O calor acelera a respiração e, conseqüentemente, promove a

degradação da qualidade de frutas e hortaliças. Por esse motivo, utiliza-se a

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tecnologia de resfriamento para diminuir o calor do produto e do ambiente onde

este se encontra (CORTEZ et al., 2002).

A utilização de baixas temperaturas no armazenamento reduz os

processos de amadurecimento e envelhecimento precoce das frutas e retarda o

desenvolvimento dos microrganismos que possam estar presentes (COELHO,

1994).

Chitarra e Lajolo (1985), estudando os aspectos biológicos e químicos da

banana-marmelo (Musa acuminata x Musa balbisiana, gr. ABB), em três

diferentes temperaturas, estabeleceram que as temperaturas de 25°C e 30°C

provocaram uma aceleração nas reações metabólicas, adiantando o processo de

amadurecimento em 16 e 16,5 dias respectivamente em relação a 20°C. O tempo

de conservação para vegetais resfriados depende das condições de

processamento e estocagem. Na estocagem de um produto é muito importante

que as oscilações de temperatura sejam reduzidas o quanto possível

(CLEMENTE, 1999).

Quando o produto é submetido a temperaturas fora de sua faixa

fisiológica aceitável, seu metabolismo é alterado e seus tecidos são danificados.

A banana é suscetível a injúrias por resfriamento a 12ºC ou temperaturas mais

baixas, sendo passível de escurecimento da polpa e da casca, coloração pálida e

o não amadurecimento do fruto, restringindo-se a faixa ótima de temperatura de

armazenamento variando de 13ºC a 15ºC e umidade relativa mínima de 85%

(BOTREL et al., 2001).

A gravidade da injúria por frio é diretamente proporcional à temperatura

de armazenamento e ao tempo de exposição às condições inadequadas: quanto

mais abaixo da temperatura crítica estiver armazenado o produto, mais

rapidamente irá surgir e mais grave será a injúria, bem como quanto maior o

tempo de exposição, maior a gravidade da desordem (HOBSON, 1987).

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A faixa ótima de temperatura do ar para a climatização é de 13,9 a

23,9ºC, na qual não ocorrem alterações na qualidade dos frutos. O aumento da

temperatura reduz o tempo para atingir-se um determinado estágio de cor da

casca. A manutenção da umidade relativa entre 85 e 95% durante a maturação é

vital para a obtenção de frutos de boa qualidade de cor e sabor. Alta umidade

relativa com adequada temperatura contribui grandemente para melhorar a

aparência, a palatabilidade e aumentar o período de comercialização.

2.6.2 Controle e Modificação da Atmosfera

Segundo Chitarra e Chitarra (2005), o armazenamento pela atmosfera

controlada (AC) consiste no prolongamento da vida pós-colheita de produtos,

por meio da modificação e controle dos gases no meio do armazenamento.

Como a composição normal da atmosfera se encontra em torno de 78% de

nitrogênio(N2), 21% de oxigênio (O2), 0,03 de gás carbônico (CO2), e pequenas

porcentagens de outros gases, a AC baseia-se, principalmente, no controle das

concentrações de O2 e CO2, visto que o N2 é um gás inerte.

O uso de produtos químicos não é necessário para o estabelecimento da

AC. O princípio básico é diminuir as porcentagens de O2 e aumentar as de CO2.

As condições de AC convencional usadas para o armazenamento comercial de

pêra e maçã são aquelas que utilizam 2% a 5% de CO2 + 2% a 5% de O2,

balanceados com N2. No armazenamento em atmosfera modificada (AM), a

atmosfera ambiental é geralmente alterada pelo uso de filmes plásticos,

permitindo que a concentração de CO2 proveniente do próprio produto aumente,

e a concentração de O2 diminua à medida que ele é utilizado pelo processo

respiratório.

Nesse tipo de armazenamento, as concentrações de O2 e CO2 não são

controladas, e variam com o tempo, temperatura, tipo de filme, permeabilidade

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dos plásticos, volume de espaço livre na embalagem, relação volume do produto

para volume do espaço livre e com a taxa respiratória do produto. A diferença

entre os dois métodos está, portanto, no grau de controle das concentrações de

gases. Esses processos podem ser considerados como complementos para os

procedimentos de refrigeração, podendo ser utilizados durante o transporte,

armazenamento temporário ou prolongado de produtos perecíveis destinados ao

mercado, ou para processamento. O uso comercial de ambos os métodos ainda é

limitado a alguns produtos, embora numerosos trabalhos experimentais venham

sendo desenvolvidos com muitas frutas e hortaliças.

Diante disso, linhas de pesquisas têm sido direcionadas para oferecer

técnicas alternativas de atmosfera modificada mais eficiente e de baixo custo.

Uma delas é o armazenamento usando sacos de polietileno de baixa densidade

que tem mostrado grande êxito no armazenamento de banana (CHAMARA et

al., 2000). Esse filme apresenta uma maior permeabilidade ao CO2 do que ao O2,

permitindo que a concentração de O2 decresça sem um conseqüente acúmulo de

CO2 na embalagem. Quando absorvedores de etileno como o permanganato de

potássio são utilizados em combinação com filmes de polietileno ocorre um

atraso ainda maior no amadurecimento do fruto (CHAMARA et al., 2000).

Outras técnicas de atmosfera modificada envolvem o uso de membranas de

silicone e sistema de difusão de canais capazes de controlar a difusão de gases

como CO2, O2 e etileno.

O uso de produtos bloqueadores de etileno, como por exemplo, 1-

metilciclopropeno (1-MCP) mostrou-se uma técnica alternativa promissora para

prolongar a vida útil de banana da cultivar ‘Prata-Anã’ (BOTREL et al., 2002).

Os dados de perdas demonstram que as práticas de pós-colheita

realizadas, muitas vezes, ainda não são suficientes para garantir uma boa

qualidade da fruta principalmente quando esta é comercializada em mercados

mais distantes. O desenvolvimento e a adaptação de novas tecnologias de

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refrigeração, atmosfera controlada e retardadores de amadurecimento permitirão

aos produtores e empresários alcançarem melhores condições e competitividade

nos mercados nacional e internacional (BOTREL et al. 2002).

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CAPITULO I

TECNOLOGIAS DE CONSERVAÇÃO DE GENÓTIPOS DE BANANEIRAS RESISTENTES À SIGATOKA NEGRA NO NORTE

DE MINAS GERAIS

RESUMO - O objetivo do trabalho foi verificar, durante o período de armazenamento, as avaliações das características físico-químicas e sensoriais e o efeito da atmosfera modificada associados à refrigeração dos genótipos de banana Fhia 02 e PV4285, ambos resistentes à Sigatoka Negra. Os experimentos foram instalados no delineamento experimental em blocos inteiramente casualizados, em esquema de parcelas subdivididas no tempo, tendo nas parcelas um fatorial 3x2 (com embalagem de 10µm e 16µm e sem embalagem e dois genótipos - Fhia 02 e PV 4285), e nas subparcelas as avaliações em intervalo de 6 e 2 dias para frutos armazenados nas temperaturas de 12ºC, 15ºC e 25ºC, com quatro repetições e três frutos por unidade experimental. Após o tratamento, os frutos foram dispostos em bandejas de poliestireno expandido (sem embalagem) e uso de filmes plásticos, embalagens de10µm e 16µm, e umidade relativa de 90%. As características avaliadas foram: Sólidos solúveis (SS), acidez total titulável (ATT), SS/ATT, pH, cor, tamanho e diâmetro do fruto, firmeza, perda de massa fresca, açúcares solúveis totais (AST) e análise sensorial. O uso da embalagem associada à refrigeração permitiu armazenar os frutos por 24 dias mantendo as características físico-químicas. Termos para indexação: Musa ssp, refrigeração, polietileno de baixa densidade e Mycosphaerella fijiensis Morelet.

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CONSERVATION TECHNOLOGIES OF BANANA TREES GENOTYPES RESISTANT TO BLACK SIGATOKA IN THE NORTH OF MINAS GERAIS

ABSTRACT – This work aimed at evaluating the storage period, the physiochemical, sensorial and nutritional characteristics of banana's genotypes, Fhia 02 and PV4285, both ones resistant to Black Sigatoka and the effect of the modified atmosphere associated to cooling. The experiments were in blocks entirely at random, in schema of plots subdivided in the time, having in the parcels a factorial 3x2 (with packing of 10µm e 16µm and without packing and two genotypes - Fhia 02 and PV4285), and in the sub parcels the evaluations in gap of 6 and 2 days in the temperature of 12ºC, 15ºC and 25ºC, with four repetitions and three fruits per experimental unit. After the treatment the fruits were disposed in trays of expanded polystyrene (without packing) and plastic films of 10µm and 16µm and relative humidity of 90%. The evaluated characteristics were: soluble solids (SS), total titratable acidity (TTA), SS/TTA, pH, color, size and fruit diameter, firmness, loss of fresh matter, total soluble sugar (TSS) and sensorial analysis. The packing use associated to cooling allowed to store the fruit per 24 days keeping its physical-chemical characteristics. Index terms: Musa ssp, cooling, low density polyethylene, Mycospharella fijiensis Morelet.

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1 INTRODUÇÃO

A cultivar Prata Anã é a mais plantada no Norte de Minas Gerais, desta

forma, a economia da região está baseada numa variedade suscetível a Sigatoka

Negra. Diante deste fato já existem genótipos sendo recomendados para o

cultivo na região Norte do país, apesar de serem escassos os trabalhos

relacionados a metodologias de conservação pós-colheita destes genótipos. A

região Norte de Minas Gerais vem despontando como um grande pólo frutícola

do Brasil, sendo a cultura da banana a principal atividade. Estima-se que a área

total ocupada por essa cultura está em torno de dez mil hectares e desse total

5.990 ha, considerando-se somente os perímetros irrigados. Do total da área

cultivada, cerca de 90% destinam-se à variedade ‘Prata Anã’ (RODRIGUES et

al., 2001).

De acordo com a CODEVASF (2005), a região Norte de Minas Gerais

no ano de 2004, apresentou uma produção global de banana acima de 32 mil

toneladas - equivalente a 225 cargas por semana, ou ainda, 32 cargas por dia -

com uma receita para os produtores de 9,0 milhões de reais. No aspecto social,

os projetos de irrigação geram 12.200 empregos diretos e 24.400 indiretos.

O Norte de Minas Gerais apresenta condições edafoclimáticas ideais

para a exploração da bananicultura, entretanto, os problemas fitossanitários

constituem a maior ameaça tendo em vista a utilização, generalizada, dos

cultivares Prata, suscetíveis a Sigatoka Negra (Mycosphaerella fijiensis Morelet)

(LEDO et al., 1997). A Sigatoka Negra está disseminada em toda América

Central e em algumas regiões da África, Ásia e América do Sul. A doença foi

constatada na Colômbia, Venezuela, Equador e na região Norte do Brasil

(CORDEIRO et al. 2005). O controle genético, por meio da utilização de

variedades e híbridos resistentes e/ou tolerantes à doença tem sido a alternativa

adotada para minimizar os prejuízos e evitar a disseminação da doença para

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outras regiões produtoras do Brasil. Com a grande possibilidade de ser detectada

a presença da Sigatoka Negra na região, e em virtude dos graves prejuízos

econômicos que esta causa, é de fundamental importância que os produtores

tenham o maior número de informações sobre os novos genótipos resistentes a

esta praga, pois, com certeza, esta é uma das principais medidas a serem

adotadas pelos produtores.

A manutenção da qualidade dos produtos hortifrutícolas deve-se às

técnicas de armazenamento pós-colheita que reduzem as taxas respiratórias,

retardam o amadurecimento e previnem as desordens fisiológicas dos frutos.

Devido ao fato de ser uma fruta climatérica, amadurece rapidamente em altas

temperaturas por ter uma alta taxa respiratória. O amadurecimento caracteriza-se

por uma série de transformações no fruto como mudanças na coloração da casca

(degradação da clorofila) e na firmeza, além da intensificação do sabor e aroma

(produção de voláteis) (CHITARRA e CHITARRA, 2005).

As perdas pós-colheita podem ter causas diversas, dentre as quais

destacam as doenças fúngicas. Chitarra e Chitarra (2005) afirmam que as perdas

brasileiras em bananas podem chegar a 30% do total produzido; e os fungos

pós–colheita são responsáveis por 80 a 90% do total das perdas causadas por

fitopatógenos.

O objetivo do presente trabalho foi verificar, durante o período de

armazenamento, as avaliações das características físico-químicas e sensoriais e o

efeito da atmosfera modificada associados à refrigeração dos genótipos de

banana Fhia 02 e PV4285, ambos resistentes à Sigatoka Negra.

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2 MATERIAL E MÉTODOS

Foram avaliados, entre abril e dezembro de 2007, dois genótipos de

banana, sendo eles: Fhia 02 (AAAA) e PV4285 conhecido como Preciosa

(AAAB), no Laboratório de Pós-Colheita de Frutos e Hortaliças da Unimontes.

Os frutos foram coletados na fazenda Experimental da EPAMIG, localizada em

Mocambinho, município de Jaíba-MG e na fazenda Experimental da

UNIMONTES, localizada em Janaúba-MG.

Foram selecionadas as pencas de bananas de cachos colhidos

aleatoriamente, no estádio pré-climatérico com índice de coloração dois, descrito

na escala de cores de Dadzie e Orchard (1996). Os frutos foram lavados com

água e sabão, posteriormente imersos por cinco minutos na suspensão do

fungicida Procloraz na concentração de 125 ppm e espalhante adesivo Hiraguem

na concentração de 0,3 ppm para cada litro de água. Em seguida, os cachos

foram divididos em buquês de três frutos, selecionados e embalados com

membrana MN860 (16µm), MV760 (10µm), e sem embalagem em bandejas de

poliestireno expandido e acondicionados em câmaras frias com temperaturas de

12ºC, 15ºC e 25ºC. As avaliações foram realizadas com intervalos de dois (2)

dias para a temperatura de 25ºC e de seis (6) dias para as temperaturas de 12ºC e

15ºC e umidade relativa 90%.

O experimento foi montado no delineamento experimental em blocos

inteiramente casualizados em esquema de parcelas subdivididas no tempo, tendo

nas parcelas um fatorial 3x2 (com embalagem de 10µm e 16µm, e sem

embalagem e dois genótipos - Fhia 02 e PV4285), e nas subparcelas as

avaliações em intervalo de 6 dias para frutos armazenados nas temperaturas de

12 e 15º C e 2 dias para temperatura de 25º C, com quatro repetições e três frutos

por unidade experimental.

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2.1 Sólidos Solúveis (SS)

A determinação dos sólidos solúveis foi feita por refratometria,

utilizando-se um refratômetro digital da marca ATAGO, modelo N - 1α, com

leitura na faixa de 0 a 95° Brix, e o resultado expresso em °Brix.

2.2 Acidez Total Titulável (ATT)

Foi determinada por meio da titulação de 10 gramas de polpa triturada da

fruta e homogeneizada com 90 mL de água destilada. Utilizou-se como titulante

solução de NAOH 0,1N adicionando à amostra três gotas de fenolftaleína a 1%

como indicador. Os resultados foram expressos em eq.mg Ácido Málico por 100

mg de polpa de acordo com as normas da Association of Official Analytical

Chemists (AOAC,1992).

2.3 Relação Sólidos Solúveis /Acidez Total Titulável

Foi obtida por meio da divisão da porcentagem de sólidos solúveis totais

pela acidez titulável.

2.4 Análise de pH

Foi realizada a determinação do pH utilizando-se 10 gramas de polpa

triturada e homogeneizada com 90mL de água destilada. A leitura foi feita

utilizando-se pHmêtro digital da marca DIGIMED, modelo DM20.

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2.5 Coloração do Pericarpo

Esta análise foi feita visualmente utilizando-se a escala de Loesecke

(1980): (1) totalmente verde, (2) verde com traços amarelos, (3) mais verde que

amarelo, (4) mais amarelo que verde, (5) amarelo com pontas verdes, (6)

totalmente amarelo, (7) amarelo com leves manchas marrons (WILLS et. al.,

1998).

2.6 Tamanho e Diâmetro do Fruto

O tamanho do fruto foi estimado com a utilização de um paquímetro

medindo-se o comprimento e o diâmetro médio, sendo o resultado expresso em

cm.

2.7 Firmeza

Foi utilizado um penetrômetro de bancada marca FACCHINI, modelo

FT 011. O teste de firmeza foi feito na região mediana do fruto e sem a retirada

da casca. A firmeza é determinada pela força de penetração, medida em Newton

(N), necessária para que a ponteira de 2,5 cm de comprimento e 0,8 cm de

diâmetro penetre na polpa do fruto.

2.8 Perda de Matéria Fresca do Fruto

Os frutos foram pesados no dia zero (montagem do experimento) e após

serem retirados do armazenamento (dia da avaliação). Os resultados foram

expressos em percentagem de perda de massa fresca ao longo do experimento, a

saber:

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PPF = 100 – [(PF x 100)/PI], onde:

• PPF, perda de massa fresca final (%)

• PF, massa final (g)

• PI, massa inicial (g)

2.9 Açúcares Solúveis Totais

Para determinação dos açúcares solúveis totais, amostras de 6 g foram

homogeneizadas em aproximadamente 50 mL de etanol a quente.

Posteriormente, houve extração dos açúcares solúveis totais em banho-maria a

80oC por 30 minutos e filtragem. Esse processo de extração foi repetido por três

vezes, e o etanol foi removido do filtrado com o uso do evaporador rotativo a

vácuo a 45oC. A fase aquosa foi, então, clarificada por intermédio de

centrifugação a 12.000 x g por 30 minutos. Alíquotas do extrato clarificado

foram, assim, quantificados; quanto aos teores de açúcares solúveis totais, foi

utilizada a metodologia descrita por Somogyi adaptada por Nelson (1944).

2.10 Análise Sensorial

Um grupo de trinta provadores por dia de análise constituiu um painel

não treinado que realizou a análise sensorial. A amostra, ou seja, um fruto de

banana, representando cada tratamento, foi fornecido aos provadores em

bandejas plásticas descartáveis aleatoriamente. Cada provador constituiu um

bloco experimental e fez a análise dos frutos dos tratamentos em cada dia de

amostragem, utilizando uma escala de notas de: 1 (desgostei extremamente),

2(gostei moderadamente), 3 (indiferente), 4(desgostei ligeiramente) 5 (gostei

extremamente). Os frutos utilizados foram os armazenados a 12ºC e do último

dia de leitura, somente os frutos maduros, já descascados e cortados em rodelas,

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e em condições de consumo foram servidos aos degustadores. Os frutos não

foram identificados para não mascarar os resultados obtidos os quais foram

comparados através da média ponderada.

Quadro 1: Escala de Notas

Desgostei extremamente

Gostei moderadamente

Indiferente

Desgostei ligeiramente

Gostei extremamente

Nota 1

Nota 2

Nota 3

Nota 4

Nota 5

2.11 Análise Estatística

Os dados foram interpretados por meio de análise de variância e de

regressão. As médias dos fatores qualitativos foram comparadas utilizando-se o

teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. Para os fatores quantitativos, os

modelos de regressão foram escolhidos com base na significância dos

coeficientes de regressão, utilizando-se o teste de t, de Student, a 5% de

probabilidade, no coeficiente de determinação e no potencial para explicar o

fenômeno biológico.

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3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 Sólidos Solúveis (SS)

O teor de sólidos solúveis cresceu em todos os frutos durante o período

de avaliação (Figura 1 a 5). Os maiores valores foram detectados nos frutos

armazenados sem embalagem, comprovando sua alta atividade metabólica em

relação aos demais tratamentos. Entretanto, neste experimento, a razão para o

aumento nos teores de SS, supostamente, deve-se ao amadurecimento do fruto,

concentrando, portanto, o conteúdo celular. A atmosfera modificada

proporcionou diminuição na velocidade do desenvolvimento dos teores de SS.

Os frutos acondicionados nas embalagens de 10µm e 16µm apresentaram

diminuição na velocidade do metabolismo, aparentando estádio menos avançado

de amadurecimento.

Estes dados são concordantes com Silva et al. (2006) e Souza et al.

(2002), onde a diminuição na atividade metabólica dos frutos embalados se deve

à modificação atmosférica no interior das embalagens, proporcionando

contenção nos teores de SST.

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EQUAÇÃO 1. _____ Y = -4,692 + 6,128X R2=0,9629 -------- Y = -0,565 + 2,883X R2=0,812 ….….. Y = -2,75 + 4,2X R2=0,9583 FIGURA 1. Teor de sólidos solúveis totais de bananas Fhia 02 armazenadas a 25ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 8 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais. EQUAÇÃO 2. _____ Y = -4,81 + 6,3X R2=0,96 -------- Y = -2,384 + 3,806X R2=0,891 ……... Y = -1,322 + 3,558X R2=0,9525 FIGURA 2. Teor de sólidos solúveis totais de bananas PV4285 armazenadas a 25ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 8 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

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EQUAÇÃO 3. _____ Y = -7,22 + 10,83X - 1,485X2 R2=0,8922 -------- Y = -3,7736 + 1,6406X - 0,04126X2 R2=0,5465 ........... Y = 2,0506 + 0,5713X R2=0,7734 FIGURA 3. Teor de sólidos solúveis totais de bananas Fhia 02 armazenadas a 12ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 24 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais. EQUAÇÃO 4. _____ Y = 2,0166 + 0,2333X R2=0,8336 -------- Y = 7,85 ……... Y = 2,9600 + 0,2300X R2=0,9680

FIGURA 4. Teor de sólidos solúveis totais de bananas PV4285 armazenadas a 12ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 24 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

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EQUAÇÃO 5. _____ Y = 0,5388 + 0,8839X - 0,02376X2 R2=0,7820 -------- Y = 2,0488 + 0,3344X R2=0,9915 FIGURA 5. Teor de sólidos solúveis totais de bananas Fhia 02 e PV4285 armazenadas a 15ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 24 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

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3.2 Acidez Total Titulável (ATT)

A ATT das bananas, nos diferentes tratamentos, apresentou tendência de

elevação no decorrer do experimento para todos os frutos armazenados a 25ºC,

12ºC e 15ºC, no entanto pôde ser constatado que a elevação do teor de ATT foi

mais acentuada para os frutos armazenados a 25ºC. Em conformidade com

Carvalho et al. (1989) e Rocha (1984), sabe-se que a acidez titulável para a

banana cresce com o seu amadurecimento, e decresce quando a fruta se encontra

muito madura ou senescente. Todavia, neste trabalho, percebeu-se que este

aumento ocorreu de maneira menos acentuada nos frutos em atmosfera

modificada associada à refrigeração (Figuras 6 a 10). Esse comportamento

indica que houve retenção no metabolismo de transformação dos ácidos

orgânicos pelo uso das embalagens, o que foi também verificado por Gonçalves

et al.(2004), quando os valores iniciais de acidez estavam entre 0,34 e 0,37

atingindo 0,74 após período de 36 horas de exposição ao etileno.

EQUAÇÃO 6. _____Y = 0,1920 + 0,0230X R2=0,9477 ------- Y = 0,3499 - 0,0283X + 0,00228X2 R2=0,8545 …….. Y = 0,2222 + 0,0147X R2=0,9265

FIGURA 6. Acidez total titulável de bananas Fhia 02 armazenadas a 25ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 8 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

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EQUAÇÃO 7. _____ Y = 0,1409 + 0,0255X R2=0,9466 --------Y = 0,0764 + 0,0361X R2=0,9797

……...Y = 0,0175 + 0,0359X R2=0,9634 FIGURA 7. Acidez total titulável de bananas PV4285 armazenadas a 25ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 8 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais. EQUAÇÃO 8. _____ Y = 0,5054 - 0,03476X + 0,001302X2 R2=0,7783 --------Y = 0,0305 + 0,0596X - 0,001608X2 R2=0,9265 …….. Y = -0,216 + 0,490X - 0,069X2 R2=0,788 FIGURA 8. Acidez total titulável de bananas Fhia 02 armazenadas a 12ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 24 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

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EQUAÇÃO 9. _____Y = 0,2883 + 0,006309X R2=0,8451 ------- Y = 0,122 + 0,203X - 0,025X2 R2=0,604

......... Y = 0,036 + 0,238X - 0,027X2 R2=0,8371 FIGURA 9. Acidez total titulável de bananas PV4285 armazenadas a 12ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 24 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais. EQUAÇÃO 10. _____Y = 0,2768 + 0,0242X - 0,000697X2 R2=0,8105 --------Y = 0,2465 + 0,01193X R2=0,9541 FIGURA 10. Acidez total titulável de bananas Fhia 02 e PV 4285 armazenadas a 15ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 24 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

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3.3 Relação Sólidos Solúveis /Acidez Total Titulável

A relação SST/ATT dos frutos analisados durante o período de

armazenamento apresentou valores que podem ser considerados como ideais

para o consumo ao natural. Tais valores variaram de 30 a 65 (Figuras 11 a17)

estando acima do valor de 44,21 citado por Matsuura et al. (2002) para frutos

maduros da cultivar “Pacovan”.

Devido ao aumento no teor de sólidos solúveis, a relação foi

crescente durante todo o amadurecimento da banana. Este aumento talvez

esteja relacionado ao fato de o teor de sólidos solúveis aumentar em

proporções bem maiores que a acidez, tanto é que o fruto maduro tem sabor

doce, e não ácido, o que corrobora os resultados encontrados por Sales

(2002). Em experimento realizado por Domarco et al. (1996) não foi constatado

diferença estatística para a relação SS/ATT durante o período de análise para as

bananas irradiadas e armazenadas sem embalagem a 17°C. EQUAÇÃO 11. _____Y = -3,537 + 12,339X R2= 0.9646 ------- Y = -3,08 + 8,078X R2=0,8586 ……..Y = -5,764 + 7,89X R2=0,8266 FIGURA 11. Relação SS/ATT de bananas Fhia 02 armazenadas a 25ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 8 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

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EQUAÇÃO 12. ____ Y = -2,15 + 13,036X R2=0,9531 -------Y = 14,525 + 4,713X R2=0,9823 ……..Y = 5,512 + 5,738X R2=0,822 FIGURA 13. Relação SS/ATT de bananas PV4285 armazenadas a 25ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 8 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais. EQUAÇÃO 14. _____Y = 11,0961 + 0,42007X R2=0,7213 ------- Y = 17,43

……. Y = 9,8089 + 0,7543X R2=0,8495 FIGURA 14. Relação SS/ATT de bananas Fhia 02 armazenadas a 12ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 24 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

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EQUAÇÃO 15. _____Y = 8,3465 + 0,3628X R2=0,6658 ------- Y = 17,43 ……..Y = 17,43 FIGURA 15. Relação SS/ATT de bananas PV 4285 armazenadas a 12ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 24 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais. EQUAÇÃO 16. _____ Y = 16,1

-------- Y = 3,1232 + 1,4640X - 0,03494X2 R2=0,9798 ……... Y = 16,1

FIGURA 16. Relação SS/ATT de bananas Fhia 02 armazenadas a 15ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 24 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

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EQUAÇÃO 17. _____Y = 2,4513 + 2,0635X - 0,06553X2 R2=0,9343 ------- Y = 16,1 …..... Y = 8,7390 + 0,7060X R2=0,7941

FIGURA 17. Relação SS/ATT de bananas PV4285 armazenadas a 15ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 24 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

3.4 Análise de pH

Nas Figuras (18 a 23) pode-se observar que o pH diminui à medida que

avança a maturação dos frutos. Detectou-se o menor valor para os frutos

armazenados sob refrigeração associada à atmosfera modificada e os maiores

valores para os frutos armazenados a 25ºC, o que caracteriza o amadurecimento

mais rápido do fruto, conforme detectado por Dominguez e Vendrell (1993) ao

construírem as curvas de mudanças na respiração e produção de etileno para

bananas.

O pH variou de 3,63 a 6,2; valores próximos aos relatados por Matsuura

et al. (1999; 2002) de 4,3 a 4,6. O genótipo PV4285 apresentou valor de pH

superior ao genótipo Fhia 02.

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EQUAÇÃO 18. _____ Y = 6,1295 - 0,01274X R2= 0,8872 -------- Y = 5,79 - 0,0854X R2= 0,9337 .......... Y = 5,4854 - 0,0544X R2= 0,9957 FIGURA 18. pH de bananas Fhia 02 armazenadas a 25ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 8 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

EQUAÇÃO 19. _____Y = 6,2461 - 0,1419X R2= 0,9886

------- Y = 6,1404 - 0,1272X R2= 0,983 ......... Y = 6,3445 - 0,01622X R2= 0,9841

FIGURA 19. pH de bananas PV 4285 armazenadas a 25ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 8 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

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EQUAÇÃO 20. _____Y = 5,8491 - 0,0452X R2=0,9728 ------- Y = 6,2449 - 0,1631X + 0,0044X2 R2=0,7942 ......... Y = 6,2158 - 0,01657X + 0,0038X2 R2=0,8067 FIGURA20. pH de bananas Fhia 02 armazenadas a 12ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 24 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

EQUAÇÃO 21. _____Y = 5,6161 - 0,0127X R2=0,9253 ------- Y = 5,53 ……..Y = 5,4813 - 0,02558X R2=0,7750 FIGURA 21. pH de bananas PV4285 armazenadas a 12ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 24 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

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EQUAÇÃO 22. _____Y = 5,6435 - 0,0237X R2=0,9382 ------- Y = 5,16 ……. Y = 7,9997 - 1,5996√X + 0,2052X R2=0,6229 FIGURA 22. pH de bananas Fhia 02 armazenadas a 15ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 24 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

EQUAÇÃO 23. _____Y = 5,6087 - 0,02090X + 0,000476X2 R2=0,9397

------- Y = 5,7591 - 0,0476X R2=0,9612 …..... Y = 5,7425 - 0,0393X R2=0,8419 FIGURA 23. pH de bananas PV4285 armazenadas a 15ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 24 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

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3.5 Coloração do Pericarpo

A embalagem influenciou significativamente no desenvolvimento da

coloração das bananas. Pôde-se verificar que os frutos armazenados a 25ºC,

12ºC e 15ºC sem embalagem, independente da variedade houve aumento na

coloração dos frutos, demonstrando maior velocidade no estádio de

amadurecimento (Figuras 24 a 28). A embalagem, quando em concentrações

ideais de CO2 e O2, diminuiu a velocidade do metabolismo do fruto,

atrasando o amadurecimento, este comportamento é confirmado por alguns

autores (Souza et al., 2002; Neves et al., 2002; Yamashita et al., 2002). Por

isso, os frutos acondicionados em atmosfera modificada associada à

refrigeração (12ºC e 15ºC) apresentaram uma nota menor na coloração,

conseqüentemente um estádio menos avançado de amadurecimento que os

demais tratamentos (Figura 26, 27 e 28). Assim, pressupõe-se um aumento

no período de armazenamento quando associado à atmosfera modificada,

assegurando um maior período de comercialização com adequada

manutenção da qualidade destes frutos. As menores notas de coloração

foram encontradas para a PV4285 em todos os tratamentos.

Os valores são próximos dos obtidos por MARTINS et al. 2003 em

experimento com banana Prata, onde constataram que a coloração da casca

das bananas atingiu o grau 5 devido ao amadurecimento. Este fato também é

relatado por Bleinroth (1984), que cita que durante a maturação da banana

Prata comum há aumento considerável de sólidos solúveis e modificações na

coloração da casca.

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EQUAÇÃO 21. _____ Y = -1,1500 + 0,6875X R2=0,9245 --------Y = 1,0000 + 0,1750X R2=0,7205 …….. Y = 0,9000 + 0,2375X R2=0,6139

FIGURA 24. Coloração do pericarpo de bananas Fhia 02 armazenadas a 25ºC, com e sem embalagem de 10µm e 16µm, durante 8 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

EQUAÇÃO 25. _____ Y =-0,6000 + 0,5125X R2=0,9236 --------Y = 0,8500 + 0,2375X R2=0,8204 …….. Y = 1,1000 + 0,2000X R2=0,8311

FIGURA 25. Coloração do pericarpo de bananas PV4285 armazenadas a 25ºC, com e sem embalagem de 10µm e 16µm, durante 8 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

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EQUAÇÃO 26. _____ Y = 0,5333 + 0,1666X R2=0,6993 --------Y = 0,2309 + 0,3505X - 0,0074X2 R2=0,7106 .......... Y = -0,1500 + 0,4541X - 0,0104X2 R2=0,6930 FIGURA 26. Coloração do pericarpo de bananas Fhia 02 armazenadas a 12ºC, com e sem embalagem de 10µm e 16µm, durante 24 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais. EQUAÇÃO 27. _____ Y = 1,0380 + 0,2071X - 0,059X2 R2=0,6190

--------Y = 2,3880 - 0,0970X + 0,00446X2 R2=0,9513 ….…. Y = 2,7182 - 0,1740X + 0,00843X2 R2=0,8472

FIGURA 27. Coloração do pericarpo de bananas PV4285 armazenadas a 12ºC, com e sem embalagem de 10µm e 16µm, durante 24 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais

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EQUAÇÃO 28. _____Y= 1,3916+0,0895X R2=0,9376 FIGURA 28. Coloração do pericarpo de bananas armazenadas a 15ºC, com e sem embalagem de 10µm e 16µm, durante 24 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

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3.6 Tamanho e Diâmetro do Fruto

No que se refere ao comprimento e diâmetro, o genótipo PV4285 obteve

média superior ao da Fhia 02 (Figura 29 e 30).

FIGURA 29. Comprimento de bananas Fhia 02 e PV4285

FIGURA 30. Diâmetro de bananas Fhia 02 e PV4285

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3.7 Firmeza

Detectou-se um decréscimo da firmeza da polpa ao longo do período

de armazenamento. Foi constada diferença significativa entre os frutos com e

sem embalagem, sendo que os frutos-controle apresentaram as maiores

perdas. Estes frutos comparados aos frutos com embalagem de 10µm e 16µm

mostraram firmezas menores no mesmo período de armazenamento (Figura

31 e 32). A simples manutenção da atmosfera refrigerada, sem a utilização da

embalagem, não foi suficiente para controlar a drástica diminuição da

firmeza, que teve melhor manutenção dos valores nos frutos acondicionados

nas embalagens de 10µm e 16µm e associado à temperatura de 12ºC e 15ºC

(Figura 33, 34, 35,36). Tal fato, segundo Kader et al. (1989) e Kader (1992),

dá-se pela correta associação entre o tipo de fruto e espessura do filme de

polietileno utilizado. A elevação dos níveis de CO2 e a diminuição dos níveis

de O2, através do uso de embalagens plásticas, até concentrações não

prejudiciais, preservam a integridade dos tecidos celulares, possibilitando,

entre outros fatores, a redução da taxa e da velocidade das perdas de firmeza

dos frutos.

Martins et al.(2003) verificaram que os frutos de banana embalados

com filme de polietileno e armazenados por 11 dias a 12ºC mantiveram a

firmeza igual a dos frutos recém colhidos. Essa redução de firmeza ocorreu

em função do aumento da atividade das enzimas poligalacturonase e pectino

metil esterase ao longo do armazenamento ocasionando a perda da firmeza

(MOTA et al., 2003).

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EQUAÇÃO 29. _____Y = 160,605 - 12,6088X R2=0,9232 ------- Y = 130,941 - 5,3510X R2=0,9786 ……. Y = 109,225 - 3,6862X R2=0,9789 FIGURA 31. Firmeza do pericarpo de bananas Fhia 02 armazenadas a 25ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 8 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais. EQUAÇÃO 30. ____ Y = 124,441 - 6,2117X R2=0,9636

------- Y = 135,694 - 7,2011X R2=0,9394 ……. Y = 151,906 - 7,8627X R2=0,9213 FIGURA 32. Firmeza do pericarpo de bananas PV4285 armazenadas 25ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 8 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

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EQUAÇÃO 31. _____Y = 61,2515 + 5,9422X - 0,2265X2 R2=0,9630 ------- Y = 82,61

……. Y = -82,61 FIGURA 33. Firmeza do pericarpo de bananas Fhia 02 armazenadas a 12ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 24 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

EQUAÇÃO 32. _____ Y = 49,8179 + 29,2271√x - 3,2936X R2=0,7391

-------- Y = 88,0740 + 2,6366X - 0,1079X2 R2=0,9337 …….. Y = 86,7712 + 6,1364X - 0,2863X2 R2=0,9830

FIGURA 34. Firmeza do pericarpo de bananas PV4285 armazenadas a 12ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 24 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

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EQUAÇÃO 33. _____Y = 67,4875 + 19,8654√X - 3,3184X R2=0,7268 ------- Y = 229,839 - 78,2980√X + 8,9106X R2=0,9843 ......... Y = 172,554 - 48,9600√X + 5,3814X R2=0,6750 FIGURA 35. Firmeza do pericarpo de bananas Fhia 02 armazenadas a 15ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 24 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

EQUAÇÃO 34. ______ Y = 84,52

-------- Y = 124,917 - 2,5153X R2=0,6978 ………Y = 119,609 - 2,4867X R2=0,8320

FIGURA 36. Firmeza do pericarpo de bananas PV4285 armazenadas a 15ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 24 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

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3.8 Perda de Matéria Fresca do Fruto

Foi constatada a interferência da embalagem nas porcentagens das

perdas de massa fresca dos frutos (Figura 37). As maiores perdas foram

observadas nos frutos-controle sem embalagem e armazenados a 25ºC, que

chegaram a 28,11% num período de 8 dias de armazenamento. Nos frutos

armazenados com embalagem de 10µm e 16µm as perdas foram de 1,18% e

.4,72%, respectivamente. A embalagem aliada à refrigeração reduziu a perda de

matéria fresca dos frutos, sendo que os frutos armazenados a 12ºC (Figura 38) e

sem embalagem apresentaram perda de 17,61%, e os frutos armazenados com

embalagem de 10µm, 0,91%; e quando embalados a 16µm mantiveram-se

constantes. Os frutos armazenados a 15ºC (Figura 39) apresentaram perda de

matéria fresca de 15,49% para aqueles sem embalagem, e para os embalados a

10µm e 16µm, 2,8% e 4,85% respectivamente. A redução nas perdas de massa

fresca observada nos frutos em atmosfera modificada, possivelmente, foi

decorrente do aumento da umidade relativa do ar no interior das embalagens,

saturando a atmosfera ao redor dos frutos, levando à diminuição do déficit de

pressão de vapor d’água e, conseqüentemente, reduzindo a transpiração dos

frutos (KADER et al., 1989).

Magalhães et al. (2004), em experimento feito com a utilização do cálcio

na conservação pós-colheita de banana, verificaram porcentagem de perda de

matéria fresca diária de 0,82% ao final dos 16 dias após a colheita com perda

acumulada de 13,2% de matéria fresca, o que confirma as citações de Chitarra e

chitarra (2005) e Santos (2003), os quais afirmam que a refrigeração, aliada à

atmosfera modificada é o melhor método para manutenção da qualidade.

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EQUAÇÃO 35 ______ Y = - 9,6585 + 2,3069X R2= 0,9882 ---------.Y = -1,5751 + 0,3445X R2= 0,9766 …….... Y = 1,7119 + 0,3756X R2= 0,9359

FIGURA 37. Perda de massa fresca de bananas Fhia 02 e PV4285 armazenados a 25ºC, com e sem embalagem de 10µm e 16µm, durante 8 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais. EQUAÇÃO 36. _____ Y = -1,6817 + 0,8038X R2=0,9662 -------- Y = 4,54

.......… Y = -0,1440 + 0,0439X R2=0,9281 FIGURA 38. Perda de massa fresca dos frutos de bananas Fhia 02 e PV 4285 armazenados a 12ºC, com e sem embalagem de 10µm e 16µm, durante 24 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

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EQUAÇÃO 37. _____ Y = -1,3920 + 0,7034X R2=0,7410 -------- Y = -1,1105 + 0,1651X R2=0,5556 …..... Y = 4,56 FIGURA 39. Perda de massa fresca dos frutos de bananas Fhia 02 e PV4285 armazenados a 15ºC, com e sem embalagem de 10µm e 16µm, durante 24 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

3.9 Açúcares Solúveis Totais

Durante o período de avaliação, constatou-se que os frutos tornaram-se

doces após a colheita como resultado da degradação do amido acumulado

durante a sua formação, com conseqüente conversão em açúcares solúveis. O

amido, principal constituinte da polpa da banana imatura (Vilas Boas, 1995),

varia em torno de 15 a 25% na banana ‘Prata’, e reduz-se na polpa madura para

2,1 a 3,0% (Rossignoli,1983; Carvalho, 1984; Vilas Boas, 2001).

Os teores de açúcares encontrados nos frutos-controle do genótipo Fhia

02 (Figura 40), armazenados sem embalagem a 25ºC, chegaram a

aproximadamente 15,95% num período de 8 dias; nos frutos armazenados com

embalagem de 10µm e 16µm, os teores encontrados foram 17,25 e 13,39%

respectivamente. Os frutos de PV4285 (Figura 41), armazenados sem

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embalagem a 25ºC chegaram a aproximadamente 15,38% num período de 8

dias; naqueles com embalagem de 10µm e 16µm, os teores foram de 15,84 e

17,43% respectivamente. Os frutos armazenados a 12ºC (Figura 42)

apresentaram teores de açúcares solúveis totais de 18,05 e 15,06% para Fhia 02

e PV4285, respectivamente, quando armazenados por um período de 24 dias;

enquanto que os frutos armazenados a 15ºC (Figura 43) apresentaram teores de

açúcares em torno de 16% por um período de 24 dias.

Loesecke (1980) observou que a banana começa a amadurecer

simultaneamente com a degradação do amido a partir das extremidades do fruto

e progredindo em direção ao meio. Da hidrólise do amido provêm os açúcares

solúveis que são, na maior parte, glicose, frutose e sacarose (Sgarbiere et al.,

1965/66), atingindo teores de 20% na banana madura (Rossignoli,1983; Ayub,

1990; Vilas Boas, 2001)

EQUAÇÃO 38. _____ Y = -1,1525 + 2,1388X R2=0,7310 -------- Y = -1,699 + 2,369X R2=0,6817 ……... Y = -0,688 + 1,7602X R2=0,7038

FIGURA 40. Açúcares Solúveis Totais de bananas Fhia 02 armazenadas a 25ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 8 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

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EQUAÇÃO 39. __Y=-1,361+2,0936X R2=0,6977 -----Y=-1,667+2,189X R2=0,6678 …..Y= 2,31+2,4676X R2=0,6704

FIGURA 41. Açúcares Solúveis Totais de bananas PV4285 armazenadas a 25ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 8 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

EQUAÇÃO 40. _____ Y = -1,7378 + 0,8248X R2=0,7177

-------- Y = -1,2815 + 0,7035X R2=0,7142

FIGURA 42. Açúcares Solúveis Totais de bananas Fhia 02 e PV4285 armazenadas a 12ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 24 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

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EQUAÇÃO 41. ______ Y=-1,7095+0,7642X R2= 0,7184

FIGURA 43. Açúcares Solúveis Totais de bananas Fhia 02 e PV4285 armazenadas a 15ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 24 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

3.10 Análise Sensorial

A análise sensorial dos genótipos Fhia 02 e PV4285 foram realizadas a

fim de se verificar a aceitação dos mesmos por parte dos consumidores. Essa

análise foi feita utilizando os sentidos humanos: visão, gustação, olfato e

sensibilidade cutânea. De acordo com Teixeira et al.(2001), a interação dos

órgãos humanos do sentido com os alimentos são usados para avaliar qualidade,

aceitabilidade por parte do consumidor. A Tabela 1 comprova que os melhores

resultados obtidos nas análises físico-químicas convergem para o mesmo

tratamento escolhido pelos julgadores na análise sensorial. Os frutos com melhor

aceitação foram os acondicionados em embalagens de 10µm e 16µm e

armazenados a 12ºC. Deste modo, fica evidenciada a eficácia da atmosfera

modificada, quando as concentrações de CO2 e O2 são ideais durante o

armazenamento (Mosca et al., 1999) na manutenção da qualidade dos frutos,

bem como no prolongamento da vida útil (KADER, 2002).

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TABELA 1: Análise sensorial em genótipos bananas Fhia 02 e PV4285 sob

condições do Norte de Minas Gerais armazenadas a 12ºC.

Fhia 02 PV 4285

6,66 % - gostei extremamente

50,00 % - gostei moderadamente

16,67 % - indiferente

10,00 % - desgostei ligeiramente

16,67 % - desgostei extremamente

20,0 % - gostei extremamente

26,67 % - gostei moderadamente

40,00 % - indiferente

0,00 % - desgostei ligeiramente

13,33 % - desgostei extremamente

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4 CONCLUSÕES

A utilização da atmosfera modificada em bananas permitiu um período

de 24 (vinte e quatro) dias de armazenamento refrigerado, com adequada

manutenção dos atributos físico-químicos e sensoriais.

Os genótipos Fhia 02 e PV4285 apresentaram baixa aceitação pelos

consumidores.

A embalagem 10µm associada ou não à refrigeração obteve melhores

resultados.

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CAPÍTULO II

INFLUÊNCIA DA ATMOSFERA MODIFICADA SOBRE A VIDA PÓS-COLHEITA E QUALIDADE DE GENÓTIPOS DE BANANEIRAS TROPICAL E THAP MAEO RESISTENTES A SIGATOKA NEGRA NO NORTE DE MINAS GERAIS

RESUMO – O objetivo do trabalho foi avaliar o período de armazenamento, as características físico-químicas e sensoriais dos genótipos de banana, Tropical e Thap Maeo, resistente e medianamente suscetível a Sigatoka Negra respectivamente e o efeito da atmosfera modificada associada à refrigeração. Foram realizados três experimentos, o primeiro em temperatura ambiente 25ºC, o segundo a 12ºC e o terceiro a 15ºC. Estes experimentos foram instalados no delineamento experimental em blocos inteiramente casualizados em esquema de parcelas subdivididas no tempo, tendo nas parcelas um fatorial 3x2 (com embalagem de 10µm e 16µm e sem embalagem e dois genótipos - Tropical e Thap Maeo), e nas subparcelas as avaliações em intervalo de 6 e 2 dias para frutos armazenados nas temperaturas de 12, 15ºC e 25ºC, com quatro repetições e três frutos por unidade experimental. Após o tratamento os frutos foram dispostos em bandejas de poliestireno expandido (sem embalagem) e embalagens de10µm e 16µm e umidade relativa de 90%. As características avaliadas foram: Sólidos solúveis (SS), acidez total titulável (ATT), SST/ATT, pH, cor, tamanho e diâmetro do fruto, firmeza, perda de massa fresca, açúcares solúveis totais (AST) e análise sensorial. O uso da embalagem associada à refrigeração permitiu armazenar os frutos por 24 dias mantendo as características físico-químicas.

Termos para indexação: Musa ssp, refrigeração, atmosfera modificada e Mycosphaerella fijiensis Morelet.

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MODIFIED ATMOSPHERE INFLUENCE ON THE POST-HARVEST LIFE AND QUALITY OF GENOTYPES OF BANANA TROPICAL AND THAP MAEO RESISTANT TO BLACK SIGATOKA IN THE NORTH OF MINAS GERAIS

ABSTRACT – The purpose of this work was to evaluate storage period, physiochemical, sensorial and nutritional characteristics of banana’s genotypes Tropical e Thap Maeo, resistant and the slightly susceptible to Black Sigatoka respectively, and the modified atmosphere effect associated to cooling. Three experiments were carried out: the first one in the temperature of 25ºC, the second one at 12ºC and the third one at 15ºC. These experiments were designed in blocks entirely at random in schema of plots subdivided in the time, having in the parcels a factorial 3x2 (with packing of 10µm and 16µm and without packing and two genotypes - Fhia 02 and PV4285) and in the sub parcels the evaluation in gap of 6 and 2 days for fruits stored at 12ºC,15º and 25ºC with four repetitions and three fruits per experimental unity. After the treatment the fruits were disposed in trays of expanded polystyrene (without packing) and packing of 10µm e 16µm and relative humidity of 90%. The evaluate characteristics were total soluble solids (SS), total titratable acidity (TTA), SS/TTA, pH, color, size, fruit diameter, firmness, loss of fresh matter, total soluble sugar and sensorial analysis. The packing use associated to cooling allowed to store the fruit per 24 days keeping its physical-chemical characteristics. Index terms: Musa ssp. Cooling, modified atmosphere.and Mycosphaerella fijiensis Morelet.

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1 INTRODUÇÃO

Mesmo existindo um grande número de variedades de banana no Brasil,

quando se consideram características como preferência dos consumidores,

produtividade, tolerância a pragas e doenças, resistência à seca e ao frio, restam

poucas alternativas para serem usadas comercialmente. A capacidade produtiva

deve ser aliada ao uso das técnicas de armazenamento pós-colheita que reduzem

as taxas respiratórias, retarda o amadurecimento e previnem as desordens

fisiológicas dos produtos, permitindo a manutenção da qualidade de produtos

hortifrutícolas. Devido a isso os maiores problemas do cultivo no Brasil são a

falta de variedades comerciais produtivas, com porte adequado e resistência às

principais doenças, nematóides e insetos, além do manejo inadequado do sistema

solo-água-planta (EMBRAPA, 2005).

Uma das estratégias para a solução dos problemas mencionados,

principalmente em relação às “sigatokas”, é a criação de novas variedades

resistentes mediante o melhoramento genético que possibilita a obtenção de

híbridos superiores; além de ser uma tecnologia de alcance entre os diversos

níveis de produtores, é capaz de reduzir o custo de produção e, evidentemente,

de preservar o meio ambiente da ação maléfica dos agrotóxicos (EMBRAPA,

2005).

O presente trabalho foi desenvolvido, avaliando o período de

armazenamento associado à atmosfera modificada e uso de refrigeração, com a

finalidade de estudar as características físico–químicas visando a uma possível

introdução desses genótipos na região Norte de Minas caso haja uma

contaminação dos bananais atuais pela Sigatoka Negra.

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2 MATERIAL E MÉTODOS

Foram avaliados, entre abril e dezembro de 2007, dois genótipos de

banana, sendo eles: Tropical e Thap Maeo, no Laboratório de Pós-Colheita de

Frutos e Hortaliças da Unimontes. Os frutos foram coletados na fazenda

Experimental da EPAMIG, localizada em Mocambinho, município de Jaíba-MG

e na fazenda Experimental da UNIMONTES, localizada em Janaúba-MG.

Foram selecionadas as pencas de bananas de cachos colhidos

aleatoriamente, no estádio pré – climatérico com índice de coloração dois,

descrito na escala de cores de Dadzie e Orchard (1996). Os frutos foram lavados

com água e sabão, posteriormente imersos por cinco minutos na suspensão do

fungicida Procloraz na concentração de 125 ppm e espalhante adesivo Hiraguem

na concentração de 0,3 ppm para cada litro de água. Em seguida, os cachos

foram divididos em buquês de três frutos, selecionados e embalados com

membrana MN860 (16µm), MV760 (10µm), e sem embalagem em bandejas de

poliestireno expandido e acondicionados em câmaras frias com temperaturas de

12ºC, 15ºC e 25ºC. As avaliações foram realizadas com intervalos de dois (2)

dias para a temperatura de 25ºC e de seis (6) dias para as temperaturas de 12ºC e

15ºC e umidade relativa 90%.

O experimento foi montado no delineamento experimental em blocos

inteiramente casualizados em esquema de parcelas subdivididas no tempo, tendo

nas parcelas um fatorial 3x2 (com embalagem de 10µm e 16µm, e sem

embalagem e dois genótipos - Tropical e Thap Maeo), e nas subparcelas as

avaliações em intervalo de 6 dias para frutos armazenados nas temperaturas de

12 e 15º C e 2 dias para temperatura de 25º C, com quatro repetições e três frutos

por unidade experimental.

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2.1 Sólidos Solúveis (SS)

A determinação dos sólidos solúveis foi feita por refratometria,

utilizando-se um refratômetro digital da marca ATAGO, modelo N - 1α, com

leitura na faixa de 0 a 95° Brix, e o resultado expresso em °Brix.

2.2 Acidez Total Titulável (ATT)

Foi determinada por meio da titulação de 10 gramas de polpa triturada da

fruta e homogeneizada com 90 mL de água destilada. Utilizou-se como titulante

solução de NAOH 0,1N adicionando à amostra três gotas de fenolftaleína a 1%

como indicador. Os resultados foram expressos em eq.mg Ácido Málico por 100

mg de polpa de acordo com as normas da Association of Official Analytical

Chemists – (AOAC,1992).

2.3 Relação Sólidos Solúveis /Acidez Total Titulável

Foi obtida por meio da divisão da porcentagem de sólidos solúveis totais

pela acidez titulável.

2.4 Análise de pH

Foi realizada a determinação do pH utilizando-se 10 gramas de polpa

triturada e homogeneizada com 90mL de água destilada. A leitura foi feita

utilizando-se pHmêtro digital da marca DIGIMED, modelo DM20.

75

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2.5 Coloração do Pericarpo

Esta análise foi feita visualmente utilizando-se a escala de Loesecke

(1980): (1) totalmente verde, (2) verde com traços amarelos, (3) mais verde que

amarelo, (4) mais amarelo que verde, (5) amarelo com pontas verdes, (6)

totalmente amarelo, (7) amarelo com leves manchas marrons (WILLS et. al.,

1998).

2.6 Tamanho e Diâmetro do Fruto

O tamanho do fruto foi estimado com a utilização de um paquímetro

medindo-se o comprimento e o diâmetro médio, sendo o resultado expresso em

cm. Foi utilizado um penetrômetro de bancada marca FACCHINI, modelo

FT 011. O teste de firmeza foi feito na região mediana do fruto e sem a retirada

da casca. A firmeza é determinada pela força de penetração, medida em Newton

(N), necessária para que a ponteira de 2,5 cm de comprimento e 0,8 cm de

diâmetro penetre na polpa do fruto.

2.7 Firmeza

Foi utilizado um penetrômetro de bancada marca FACCHINI, modelo

FT 011. O teste de firmeza foi feito na região mediana do fruto e sem a retirada

da casca. A firmeza é determinada pela força de penetração, medida em Newton

(N), necessária para que a ponteira de 2,5 cm de comprimento e 0,8 cm de

diâmetro penetre na polpa do fruto.

76

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2.8 Perda de Matéria Fresca do Fruto

Os frutos foram pesados no dia zero (montagem do experimento) e após

serem retirados do armazenamento (dia da avaliação). Os resultados foram

expressos em percentagem de perda de massa fresca ao longo do experimento, a

saber:

PPF = 100 – [(PF x 100)/PI], onde:

• PPF, perda de massa fresca final (%)

• PF, massa final (g)

• PI, massa inicial (g)

2.9 Açúcares Solúveis Totais

Para determinação dos açúcares solúveis totais, amostras de 6 g foram

homogeneizadas em aproximadamente 50 mL de etanol a quente.

Posteriormente, houve extração dos açúcares solúveis totais em banho-maria a

80oC por 30 minutos e filtragem. Esse processo de extração foi repetido por três

vezes, e o etanol foi removido do filtrado com o uso do evaporador rotativo a

vácuo a 45oC. A fase aquosa foi, então, clarificada por intermédio de

centrifugação a 12.000 x g por 30 minutos. Alíquotas do extrato clarificado

foram, assim, quantificados; quanto aos teores de açúcares solúveis totais, foi

utilizada a metodologia descrita por Somogyi adaptada por Nelson (1944).

2.10 Análise Sensorial

Um grupo de trinta provadores por dia de análise constituiu um painel

não treinado que realizou a análise sensorial. A amostra, ou seja, um fruto de

banana, representando cada tratamento, foi fornecido aos provadores em

77

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bandejas plásticas descartáveis aleatoriamente. Cada provador constituiu um

bloco experimental e fez a análise dos frutos dos tratamentos em cada dia de

amostragem, utilizando uma escala de notas de: 1 (desgostei extremamente), 2

(gostei moderadamente), 3 (indiferente), 4 (desgostei ligeiramente) 5 (gostei

extremamente). Os frutos utilizados foram os armazenados a 12ºC e do último

dia de leitura, somente os frutos maduros, já descascados e cortados em rodelas,

e em condições de consumo foram servidos aos degustadores. Os frutos não

foram identificados para não mascarar os resultados obtidos os quais foram

comparados através da média ponderada.

Quadro 1: Escala de Notas

Desgostei extremamente

Gostei moderadamente

Indiferente

Desgostei ligeiramente

Gostei extremamente

Nota 1

Nota 2

Nota 3

Nota 4

Nota 5

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2.11 Análise Estatística

Os dados foram interpretados por meio de análise de variância e de

regressão. As médias dos fatores qualitativos foram comparadas utilizando-se o

teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. Para os fatores quantitativos, os

modelos de regressão foram escolhidos com base na significância dos

coeficientes de regressão, utilizando-se o teste de t, de Student, a 5% de

probabilidade, no coeficiente de determinação e no potencial para explicar o

fenômeno biológico.

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3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 Sólidos Solúveis (SS)

O teor de sólidos solúveis aumentou ao longo do período de avaliação

em todos os frutos porque atingiram o amadurecimento (Figura 1 a 3). Os frutos

armazenados a 25ºC e 12ºC sem embalagem obtiveram os maiores valores,

alcançando 17,1 e 13,55ºBrix, respectivamente, comprovando sua alta atividade

metabólica em relação aos demais tratamentos (Figura1 e 2). Houve exceção

para o armazenamento a 15ºC (Figura 3) em que a embalagem de 16µm obteve

maior resultado de 17,13ºBrix. A embalagem de polietileno inibiu a produção

dos teores de SS, entretanto, neste experimento, pode ser que a razão para o

aumento em tais teores deva-se à desidratação parcial destes frutos durante o

período de amadurecimento, concentrando, portanto, o conteúdo celular. Os

frutos acondicionados a 12ºC e 15ºC nas embalagens de 10µm e 16µm por um

período de 24 dias apresentaram diminuição na velocidade do metabolismo,

aparentando estádio menos avançado de amadurecimento. Estes dados são

concordantes com Silva et al. (2006) e Souza et al. (2002), onde a diminuição na

atividade metabólica dos frutos embalados se deve à modificação atmosférica no

interior das embalagens, por conseguinte, acarretando diminuição nos teores de

SS.

Costa et al.(2003) constataram em experimento com banana Prata que,

independente da concentração de 1-MCP associado à refrigeração e à

embalagem, a tendência foi de elevação dos teores de sólidos solúveis;

resultados próximos foram encontrados também nas avaliações dos genótipos

Fhia 02 e PV4285 avaliados neste trabalho. O teor de SS fornece um indicativo

da quantidade de açúcares existente na fruta, visto que a elevação nos açúcares

solúveis totais contribui para a elevação nos SS (BOTREL e CENCI, 2002).

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EQUAÇÃO 1. ______ Y = 1,4050 + 1,9625X R2=0,8412 --------- Y = 3,1225 + 0,6187X R2=0,9474 ..…….. Y = 2,4250 + 0,7025X R2=0,8953 FIGURA 1. Teor de sólidos solúveis de bananas Tropical e Thap Maeo armazenadas a 25ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 8 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais. EQUAÇÃO 2. _____ Y = 3,6050 + 0,4145X R2=0,9532 ------- Y = 3,2225 + 0,4187X R2=0,9735 …….. Y = 3,488 + 0,4129 R2=0,7646 FIGURA 2. Teor de sólidos solúveis de bananas Tropical e Thap Maeo armazenadas a 12ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 24dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

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EQUAÇÃO 3. ____ Y = 2,89 + 0,5633X R2=0,9511

------ Y=1,885 + 0,5062X R2=0,9132 ........ Y=1,955 + 0,6325X R2=0,8630 FIGURA 3. Teor de sólidos solúveis de bananas Tropical e Thap Maeo armazenadas a 15ºC sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 24 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

3.2 Acidez Total Titulável (ATT)

A banana apresenta baixa acidez quando verde e aumenta com o

amadurecimento até atingir um máximo, quando a casca está completamente

amarela (BLEINROTH, 1985). Em banana ‘Prata’ verde e madura, a acidez

titulável encontra-se entre 0,17 e 0,67 %, respectivamente, expressando-se os

resultados em ácido málico (ROSSIGNOLI, 1983). A ATT nos diferentes

tratamentos (Figuras 4 a 7) apresentou tendência de elevação no decorrer do

experimento para todos os frutos armazenados a 25ºC, 12ºC e 15ºC, contudo foi

possível verificar que não houve diferença significativa da sua elevação nos

frutos com e sem embalagem. Os frutos Thap Maeo apresentaram maior acidez

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em relação aos de banana Tropical, com valores variando de 0,24 a 0,49 e 0,23 a

0,40, respectivamente (Figura 4). Observou–se um decréscimo da acidez total

titulável dos frutos Tropical (Figura 5) armazenados sem embalagem a 12ºC por

um período de 24 dias, provavelmente houve redução do metabolismo. Os frutos

do genótipo Thap Maeo acondicionados com e sem embalagens a 12ºC por um

período de 24 dias revelaram um aumento na velocidade do metabolismo com

valores entre 0,49 e 0,53 aparentando um maior estádio do amadurecimento

(Figuras 6). Os frutos Thap Maeo apresentaram maior acidez em relação aos

frutos de banana Tropical quando armazenados a 15ºC, com valores variando de

0,25 a 0,60 e 0,32 a 0,50, respectivamente (Figura7).

Os valores de ATT dos genótipos avaliados variaram de 0,23 a 0,60,

estando dentro da faixa sugerida por diversos autores, que se situa entre 0,22% e

0,65% Cerqueira (2000) e Matsuura et al.(2002).

EQUAÇÃO 4. _____ Y = 0,2368 + 0,0210X R2=0,9598 -------- Y = 0,2415 + 0,0317X R2=0,9860

FIGURA 4. Acidez total titulável de bananas Tropical e Thap Maeo armazenadas a 25ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 8 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

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EQUAÇÃO 5. _____ Y = 0,3246 +0 ,0022X R2=0,5737 --------- Y = 0,3225 + 0,0056X R2=0,8540 ……… Y = -0,2586 + 0,0094X R2=0,9878 FIGURA 5. Acidez total titulável de bananas Tropical armazenadas a 12ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 24 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais. EQUAÇÃO 6. _____ Y = 0,1892 + 0,0140X R2=0,8819 ------- Y = 0,2776 + 0,0107X R2=0,9355

…….. Y = 0,3305 + 0,0069X R2=0,8059 FIGURA 6. Acidez total titulável de banana Thap Maeo armazenadas a 12ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 24 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

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EQUAÇÃO 7. _____Y = 0,3294 + 0,00712X R2=0,9616 ......... Y = 0,2569 + 0,0143X R2=0,9971 FIGURA 7. Acidez total titulável de bananas Tropical e Thap Maeo armazenadas a 15ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 24 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

3.3 Relação Sólidos Solúveis /Acidez Total Titulável

A relação SS/ATT dos frutos analisados durante o período de

armazenamento apresentou valores que podem ser considerados como ideais

para o consumo ao natural. Os valores para a relação sólidos solúveis/acidez

variaram de 13,53 a 42,06, inferiores aos encontrados por Chitarra e Chitarra

(1990), que foi de 96. Nos frutos Tropical e Thap Maeo armazenados a 25ºC,

sem e com embalagem de 10µm e 16µm, aos 8 dias, os valores SST/ATT foram

de 42,06; 17,86 e 18,17, respectivamente (Figura 8). Para a banana Tropical,

(Figura 9) os resultados obtidos foram 26,63; 18,52 e 27,9 respectivamente para

frutos armazenados a 12ºC, sem embalagem e com embalagem de 10µm e

16µm, aos 24 dias após a colheita. Para os frutos Thap Maeo (Figura 10), foram

19,39; 13,53 e 15,58 para aqueles armazenados a 12ºC, sem embalagem e com

embalagem de 10µm e 16µm, aos 24 dias após a colheita. Para os frutos

Tropical (Figura 11): 23,63; 20,51 e 28,84% armazenados a 15ºC, sem

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embalagem e com embalagem de 10µm e 16µm aos 24 dias após a colheita. Para

os frutos Thap Maeo (Figura 12): 27,77; 20,26 e 17,50 armazenados a 15ºC, sem

embalagem e com embalagem de 10µm e 16µm, aos 24 dias após a colheita.

Devido ao aumento no teor de sólidos solúveis, a relação também foi

crescente durante todo o amadurecimento da banana. Segundo Sales (2002),

este aumento talvez esteja relacionado ao fato de o teor de sólidos solúveis

aumentar em proporções bem maiores que a acidez, tanto é que o fruto

maduro tem sabor doce e não ácido.

Em experimento realizado por Matssura et al. (2002), com diferentes

genótipos de bananeiras, foi verificado diferença significativa SS/ATT das

cultivares Caipira (86,3) e Nanica (79,6) em relação aos demais genótipos

avaliados.

EQUAÇÃO 8. _____ Y= 11,5955 + 3,8081X R2=0,7625

-------- Y= 13,2744 + 0,5732X R2=0,7423 ……... Y= 11,1222 + 0,7107X R2=0,7013

FIGURA 8. Relação SS/ATT de bananas Tropical e Thap Maeo armazenadas a 25ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 8 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

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EQUAÇÃO 9. _____ Y = 12,2311 + 0,5999X R2=0,9509 ------- Y = 11,0812 + 0,3103X R2=0,615

……. Y = 23,0327 - 6,5168√x + 1,5336X R2=0,9678 FIGURA 9. Relação SS/ATT de bananas Tropical armazenadas a 12ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 24 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais. EQUAÇÃO 10. __Y= 37,4787-16,3989√x+2,5938X R2=0,9316 -----Y= 10,2525+0,8366√x-0,0341X R2=0,9858 ....Y=13,7935-3,1527√x+0,7182X R2=0,9903 FIGURA 10. Relação SS/ATT de bananas Thap Maeo armazenadas a 12ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 24dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

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EQUAÇÃO 11. _____ Y = 12,4907 + 0,4645X R2=0,9814

------- Y = 9,5978 + 0,4549X R2=0,5915 …….. Y = 6,375 + 0,9362X R2=0,7738

FIGURA 11. Relação SS/ATT de bananas Tropical armazenadas a 15ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 24 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

EQUAÇÃO 12. _____ Y = 19,5389 - 5,8602√x + 1,5394X R2=0,7112 --------- Y = 8,0382 + 3,8264√x - 0,2717X R2=0,6824 ..…….. Y = 17,5

FIGURA 12. Relação SS/ATT de bananas Thap Maeo armazenadas a 15ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 24 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

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3.4 Análise de pH

Pôde-se observar que o pH diminuiu à medida que avançou a maturação

dos frutos, tanto em temperatura de 12ºC e 15ºC quanto em temperatura de

25ºC. O pH dos frutos Tropical armazenados a 25ºC, sem e com embalagem de

10µm e 16µm, aos 8 dias após a colheita foi de 4,6; 4,76 e 4,83 respectivamente

(Figura 13) e nos frutos Thap Maeo foi de 4,5; 4,6 e 4,4 respectivamente (Figura

14). O pH dos frutos Tropical armazenados a 12ºC, sem e com embalagem de

10µm e 16µm, aos 24 dias após a colheita foi de 4,9, 4,6 e 4,1 respectivamente

(Figura 15); enquanto que dos frutos Thap Maeo (Figura16) nas mesmas

condições foi de 4,6; 4,8 e 4,6 respectivamente . Verifica-se pela Figura 17 que

o pH dos frutos Tropical armazenados a 15ºC, sem e com embalagem de 10µm e

16µm, aos 24 dias após a colheita foi de 5; 4,7 e 4,3 respectivamente, já nos

frutos Thap Maeo (Figura 18), foi de 5,3; 4,7 e 5,1 respectivamente .

Os resultados são próximos também dos obtidos por Martins et al.,

2003, em que os valores médios de pH das bananas embaladas e analisadas aos

11 e 16 dias de refrigeração foram de 5,15 e 4,39, respectivamente. Estes valores

se encontram dentro da faixa citada por Bleinroth (1990) que é de 5,0 a 5,6 para

bananas maduras.

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EQUAÇÃO 13. _____Y = 6,1295 - 0,01274X R2=0,6824 ------- Y = 5,79 - 0,0854X R2=0,9362 ......... Y = 5,4854 - 0,0544X R2=0,8432

FIGURA 13. pH de bananas Tropical armazenadas a 25ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 8 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais. EQUAÇÃO 14. _____Y = 6,2461 - 0,1419X R2=0,8609 ------- Y = 6,1404 - 0,1272X R2=0,9756 ….….Y = 6,3445 - 0,01622X R2=0,6584 FIGURA 14. pH de bananas Thap Maeo armazenadas a 25ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 8 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

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EQUAÇÃO 15. ______ Y = 5,6675 - 0,03179X R2=0,9291 --------- Y = 5,7105 - 0,0459X R2=0,9439 …..….. Y = 5,6680 - 0,0623X R2=0,8200

FIGURA 15. pH de bananas Tropical armazenadas a 12ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 24 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais. EQUAÇÃO 16. ______ Y = 5,4640 - 0,0325X R2=0,8433 --------- Y = 5,4685 - 0,0277X R2=0,9677 ……… Y = 5,4325 - 0,0337X R2=0,9164 FIGURA 16. pH de bananas Thap Maeo armazenadas a 12ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 24 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

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EQUAÇÃO 17. _______ Y = 5,6210 - 0,02628X R2=0,9526 -----------Y = 5,4780 - 0,0293X R2=0,8743 ……….. Y = 5,8220 - 0,0633X R2=0,9284 FIGURA 17. pH de bananas Tropical armazenadas a 15ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 24 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais. EQUAÇÃO 18. ______ Y = 5,3795 - 0,0213X R2=0,8477

---------- Y = 5,4560 - 0,029X R2=0,8641 Y = 5,13 FIGURA 18. pH de bananas Thap Maeo armazenadas a 15ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 24 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

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3.5 Coloração do Pericarpo

A embalagem influenciou significativamente no desenvolvimento da

coloração das bananas. Pode-se verificar pelas Figuras 19 a 23 que os frutos

armazenados a 25ºC, 12ºC e 15ºC sem embalagem, independente da variedade,

evidenciou maior nota na coloração demonstrando um avanço do

amadurecimento. Observa-se que nos frutos armazenados a 25ºC, sem

embalagem por um período de 8 dias, o valor final obtido foi de 3,69. Já nos

frutos armazenados a 12ºC e 15ºC sem embalagem, por um período de 24 dias,

os valores obtidos foram 5,15 e 5,89; 4,84 e 6,5 respectivamente. No entanto, os

frutos acondicionados em atmosfera modificada associada à refrigeração 12ºC e

15ºC mudaram de cor mais lentamente e, aparentemente, em estádio menos

avançado de amadurecimento que os demais tratamentos (Figura 20 a 23). O

grau de coloração obtido para os genótipos Tropical e Thap Maeo, com

embalagem de 10µm e 16µm por um período de 24 dias armazenados foi 2,7 e

3,25; 5,19 e 4,2 a 12ºC; e de 2,84 e 3,7; 5,7 e 5,55 a 15ºC respectivamente.

Dessa forma, pressupõe-se um aumento no período seguro de

comercialização, com adequada manutenção da qualidade destes frutos. Este

comportamento, segundo alguns autores (Souza et al., 2002; Neves et al., 2002;

Yamashita et al., 2002), pode ser explicado pelo fato de que a embalagem,

quando em concentrações ideais de CO2 e O2, diminui a velocidade do

metabolismo do fruto, atrasando o amadurecimento. Os valores encontrados

neste estudo são próximos dos obtidos por Martins et al.(2003) em experimento

de banana Prata onde constataram que a coloração da casca das bananas atingiu

o grau 5 devido ao amadurecimento. Este fato também é relatado por Bleinroth

(1972) que afirma que durante a maturação da banana Prata comum há aumento

considerável de sólidos solúveis e modificações na coloração da casca.

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EQUAÇÃO 19. ______ Y = 1,65 + 0,2562X R2=0,8354 ---------.Y = 1,8000 + 0,1125X R2=0,6750 ……… Y = 1,8750 + 0,0937X R2=0,8653

FIGURA 19. Coloração do pericarpo de bananas Thap Maeo e Tropical armazenadas a 25ºC, com e sem embalagem de 10µm e 16µm, durante 8 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

EQUAÇÃO 20. _____ Y = 1,3500 + 0,1583X R2=0,7367

------- Y = 1,9000 + 0,0333X R2=0,9411 …...... Y = 1,8500 + 0,0583X R2=0,9423

FIGURA 20. Coloração do pericarpo de bananas Tropical armazenadas a 12ºC, com e sem embalagem de 10µm e 16µm, durante 24 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

94

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EQUAÇÃO 21. _____Y=1,6000+0,1791X R2=0,9433 -------.Y=1,8000+0,1416X R2=0,9031 …..… Y=1,5000+0,1125X R2=0,7993

FIGURA 21. Coloração do pericarpo de bananas Thap Maeo armazenadas a 12ºC, com e sem embalagem de 10µm e 16µm, durante 24 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais

EQUAÇÃO 22. _______ Y = 1,4500 + 0,1416X R2=0,7645 --------- Y = 1,7500 + 0,0458X R2=0,6436 ............... Y = 1,6000 + 0,0875X R2=0,7989 FIGURA 22. Coloração do pericarpo de bananas Tropical armazenadas a 15ºC, com e sem embalagem de 10µm e 16µm, durante 24 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

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EQUAÇÃO 23. ______ Y = 1,7000 + 0,2000X R2=0,8888 --------- Y = 1,5000 + 0,1750X R2=0,9323 .............Y = 1,3500 + 0,1750X R2=0,8963 FIGURA 23. Coloração do pericarpo de bananas Thap Maeo armazenadas a 15ºC, com e sem embalagem de 10µm e 16µm, durante 24 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

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3.6 Tamanho e Diâmetro do Fruto

No que se refere ao comprimento e diâmetro, o genótipo Thap Maeo

obteve média superior ao genótipo Tropical (Figuras 24 e 25).

FIGURA 24. Comprimento de bananas Tropical e Thap Maeo

FIGURA 25. Diâmetro de bananas Tropical e Thap Maeo

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3.7 Firmeza

Ocorreu diminuição na firmeza dos frutos durante o período de analise,

constatando diferença significativa entre aqueles com e sem embalagem. Estes

dados são concordantes com os observados por Hobson e Harman (1986), em

que relatam que nos frutos climatéricos o amadurecimento inicia-se com

elevação da atividade respiratória, o que acarreta grandes transformações físicas

e químicas, dentre elas o amolecimento dos seus tecidos. Constata-se na Figura

26 que os frutos dos genótipos Tropical e Thap Maeo, armazenados a 25ºC por

um período de 8 dias, apresentaram perdas diárias de firmeza de 4,22% e

33,27%, respectivamente. Quando utilizou associação da embalagem à

refrigeração, observou-se queda nas perdas diárias da firmeza (Figura 27). Os

resultados obtidos foram 2,23%, 0,67% e 2,6% para frutos armazenados a 12ºC,

sem embalagem e com embalagem de 10 µm e 16µm por um período de 24 dias.

Para o genótipo Tropical (Figura 28), as perdas diárias da firmeza foram 0,59%;

0,82% e 3,09% quando armazenados a 15ºC sem embalagem e com embalagem

de 10µm e 16µm por um período de 24 dias, enquanto que para o genótipo Thap

Maeo (Figura 29), foram de 2,98%; 1,72%; 2,88% nas mesmas condições. Os

resultados obtidos nesta pesquisa são próximos daqueles encontrados por Mota

et al.( 2003) em que os frutos embalados com filme de polietileno e

armazenados por 11 dias a 12ºC mantiveram a firmeza igual a dos frutos recém

colhidos.

Martins et al.( 2003) verificaram que nos frutos de bananas embalados

houve redução de firmeza em função do aumento da atividade das enzimas

poligalacturonase e pectino metil esterase ao longo do armazenamento

ocasionando a perda da firmeza.

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EQUAÇÃO 24. ______ Y = 98,6708 + 4,2250X - 0,7072X2 R2=0,8567 --------- Y = 78,4684 + 33,2706√x - 15,66X R2=0,8715

FIGURA 26. Firmeza do pericarpo de bananas Tropical e Thap Maeo armazenadas a 25ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 8 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

EQUAÇÃO 25. ______ Y = 113,059 - 2,2386X R2=0,9278

--------- Y = 106,361 - 0,6773X R2=0,8234 ………. Y = 113,916 - 2,6032X R2=0,8688 FIGURA 27. Firmeza do pericarpo de bananas Tropical e Thap Maeo armazenadas a 12ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 24dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

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EQUAÇÃO 26. ______ Y = 120,721 - 0,5965X R2=0,8676 ----------- Y = 114,988 - 0,8245X R2=0,6987 ……….. Y = 117,411 - 3,0910X R2=0,7719 FIGURA 28. Firmeza do pericarpo de bananas Tropical armazenadas a 15ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 24dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

EQUAÇÃO 27. ______ Y = 95,2240 - 2,9847X R2=0,9417

---------.Y = 102,512 - 1,7286X R2=0,6652 ……… Y = 102,837 - 2,8814X R2=0,6601

FIGURA 29. Firmeza do pericarpo de bananas Thap Maeo armazenadas a 15ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 24 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

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3.8 Perda de Matéria Fresca do Fruto

Verificou-se que todos os frutos submetidos à atmosfera modificada

(AM), e associados a embalagens tiveram menor perda de massa fresca quando

comparados aos frutos sem embalagem (Figuras 30 a 33). As maiores perdas

constatadas nos frutos-controle e armazenados a 25ºC chegaram a

aproximadamente 13% num período de 8 dias de armazenamento, já nos frutos

armazenados com embalagem de 10µm e 16µm, as perdas foram de 2%. Sendo

que os frutos armazenados a 12ºC apresentaram perda de 22%, 1% e 1% para os

frutos armazenados sem embalagem e embalados a 10µm e 16µm,

respectivamente. O mesmo ocorreu com os frutos armazenados a 15ºC, os quais

apresentaram perda de matéria fresca de 23%, 2% e 2% para os frutos

armazenados sem embalagem e embalados a 10µm e 16µm. A redução nas

perdas de massa fresca observada nos frutos em atmosfera modificada,

possivelmente, seja decorrente do aumento da umidade relativa do ar no interior

das embalagens, saturando a atmosfera ao redor dos frutos, levando à

diminuição do déficit de pressão de vapor d’água e, conseqüentemente,

reduzindo a transpiração dos frutos (KADER et al., 1989). Verifica-se na Figura

30 que nos frutos de banana Tropical armazenados a 25ºC, sem embalagem e

com embalagem de 10µm e 16µm, por um período de 8 dias, as perdas diárias

de matéria fresca foram de 1,69; 0,14 e 0,14 enquanto que os frutos de banana

Thap Maeo foram de 1,19; 0,35 e 0,14 respectivamente Ao utilizar associação da

embalagem à refrigeração, observa-se queda nas perdas diárias conforme mostra

a Figura 32. Os resultados obtidos foram 0,92; 0,052 e 0,061 para frutos

armazenados a 12ºC sem embalagem e com embalagem de 10µm e 16µm por

um período de 24 dias. De acordo a Figura 33, as perdas diárias foram de 0,97;

0,10 e 0,098 para frutos armazenados a 15ºC, sem embalagem e com embalagem

de 10µm e 16µm por um período de 24 dias.

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Os resultados encontrados neste experimento são próximos daqueles

obtidos por Magalhães et al .(2004) em estudo feito com a utilização do cálcio

na conservação pós-colheita de banana, que verificaram porcentagem de perda

de matéria fresca diária de 0,82% chegando ao final dos 16 dias após a colheita

com perda acumulada de 13,2%, o que corrobora também as citações de Chitarra

e Chitarra (2005) e Santos (2003), em que a refrigeração, aliada à atmosfera

modificada é o melhor método para manutenção da qualidade.

EQUAÇÃO 28 _______ Y = -0,4800 + 1,6995X R2=0,9003 ----------- Y = -0,0250 + 0,1423X R2=0,9336 ……….. Y = 0,0011 + 0,1410X R2=0,9471

FIGURA 30. Perda de massa fresca de bananas Tropical armazenadas a 25ºC, com e sem embalagem de 10µm e 16µm, durante 8 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

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EQUAÇÃO 29 _______ Y = -1,4707 + 1,1967X R2=0,8317 ----------- Y = -0,3713 + 0,3059X R2=0,7535 ………... Y = -0,0545 + 0,1470X R2=0,9868

FIGURA 31 . Perda de massa fresca de bananas Thap Maeo armazenadas a 25ºC, com e sem embalagem de 10µm e 16µm, durante 8 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais. EQUAÇÃO 30. ______ Y = 0,8105 + 0,9233X R2=0,9889 ----------Y = 0,0285 + 0,0527X R2=0,9893

………..Y = -0,0075 + 0,0616X R2=0,9615 FIGURA 32. Perda de massa fresca de bananas Tropical e Thap Maeo armazenadas a 12ºC, com e sem embalagem de 10µm e 16µm, durante 24 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

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EQUAÇÃO 31. _______ Y = 0,1519 + 0,9754X R2=0,9988 -----------Y = -0,2551 + 0,1058X R2=0,9123

……….Y = -0,1754 + 0,0981X R2=0,9478 FIGURA 33. Perda de massa fresca de banana Thap Maeo e Tropical armazenadas a 15ºC, com e sem embalagem de 10µm e 16µm, durante 24 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

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3.9 Açúcares Solúveis Totais

O acúmulo de açúcares durante o amadurecimento torna a banana doce e

apreciável, considerando-se que o sabor é um dos mais importantes atributos de

qualidade da banana (VILAS BOAS et al. 2001).

Verificou-se que os valores de açúcares encontrados nos frutos-controle

e armazenados a 25ºC chegaram a aproximadamente 16,05% e 15,94%, num

período de 8 dias, para os frutos do genótipo Tropical e Thap Maeo

respectivamente (Figura 34). Os frutos armazenados a 12ºC (Figura 35)

apresentaram valores de açúcares solúveis totais variando de 17,04% e 18,28%

para os frutos de banana Tropical e Thap Maeo respectivamente, aos 24 dias

após a colheita. Enquanto para os frutos armazenados a 15ºC (Figura 36), estes

apresentaram valores de açúcares em torno de 17% independentemente da

embalagem utilizada, por um período de 24 dias de armazenamento após a

colheita.

Observa-se que os teores médios de açúcares totais variaram de 15,94%

a 18,28%, não havendo diferença significativa entre os valores encontrados. Os

menores teores foram registrados no genótipo Thap Maeo aos 8 dias de

armazenamento a 25ºC.

Os resultados dos açúcares solúveis totais encontrados neste trabalho

estão de acordo com os obtidos por Rossignoli (1983) quando avaliou banana

‘Prata’ submetida à atmosfera modificada em filmes poliméricos de diferentes

densidades (21, 43, 61 e 110 micras) por 45 dias de armazenamento, cujos

valores variaram de 18,8% a 24,9%.

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EQUAÇÃO 32. _______ Y = -1,3055 + 2,1699X R2=0,7047

----------- Y = -2,3945 + 2,293X R2=0,6183 FIGURA 34. Açúcares Solúveis Totais de bananas Tropical e Thap Maeo armazenadas a 25ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 8dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

EQUAÇÃO 33. ________ Y= -1,5818 + 0,7761X R2=0,7389

------------ Y= -1,8051 + 0,837X R2=0,7067

FIGURA 35. Açúcares Solúveis Totais de bananas Tropical e Thap Maeo armazenadas a 12ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 24 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

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EQUAÇÃO 34. __Y=-1,3396+0,7825X R2= 0,7025

FIGURA 36. Açúcares Solúveis Totais de bananas Tropical e Thap Maeo armazenadas a 15ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 24 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

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3.10 Análise Sensorial

A análise sensorial dos genótipos Tropical e Thap Maeo foi realizada a

fim de se verificar a aceitação dos mesmos por parte dos consumidores. Essa

análise foi feita utilizando os sentidos humanos: visão, gustação, olfato e

sensibilidade cutânea. De acordo com Teixeira et al.(2001), a interação dos

órgãos humanos do sentido com os alimentos é usada para avaliar qualidade,

aceitabilidade por parte do consumidor. A Tabela 1 comprova que os melhores

resultados obtidos nas análises físico-químicas convergem para o mesmo

tratamento escolhido pelos julgadores na análise sensorial. Os frutos utilizados

para análise sensorial estavam em condições ideais de consumo. Deste modo,

fica evidenciada a eficácia da atmosfera modificada quando as concentrações de

CO2 e O2 são ideais durante o armazenamento (Mosca et al., 1999) na

manutenção da qualidade dos frutos, bem como no prolongamento da vida útil

(KADER, 2002). O genótipo Tropical teve melhor índice de aceitação pelos

consumidores devido já adquirir característica própria como sabor, cheiro, cor e

aroma que são quesitos básicos para uma boa aceitação do produto pelo

consumidor.

TABELA 1 - Análise sensorial em genótipos de bananas Tropical e Thap Maeo sob condições do Norte de Minas Gerais armazenadas a 12ºC.

Tropical Thap Maeo

53,33 % - gostei extremamente

26,67 % - gostei moderadamente

13,33 % - indiferente

6,67 % - desgostei ligeiramente

0,00 % - desgostei extremamente

20,0 % - gostei extremamente

16,67 % - gostei moderadamente

10,00 % - indiferente

16,67 % - desgostei ligeiramente

36,66 % - desgostei extremamente

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4 CONCLUSÕES

O uso de refrigeração associada à atmosfera modificada foi eficiente

para retardar o início do amadurecimento em bananas resistentes à Sigatoka

Negra por um período de 24 dias.

O genótipo Tropical teve melhor índice de aceitação pelos

consumidores.

A embalagem de 10µm foi mais eficiente na conservação dos atributos

físico-químicos dos genótipos de bananas.

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CAPITULO III

EFEITO DA ATMOSFERA MODIFICADA EM CONJUNTO COM A REFRIGERAÇÃO NA CONSERVAÇÃO PÓS-COLHEITA DE GENÓTIPOS DE BANANEIRAS RESISTENTES A SIGATOKA

NEGRA

RESUMO – O objetivo do trabalho foi avaliar o período de armazenamento, as características físico-químicas, sensoriais, nutricionais dos genótipos de banana, Caipira e Pacovan Ken, ambos altamente resistentes a Sigatoka Negra e o efeito da atmosfera modificada associada à refrigeração. Este experimento foi instalado no delineamento experimental em blocos inteiramente casualizados em esquema de parcelas subdivididas no tempo, tendo nas parcelas um fatorial 3x2 (com embalagem de 10µm e 16µm e sem embalagem e dois genótipos - Caipira e Pacovan Ken), e nas subparcelas as avaliações em intervalo de 6 e 2 dias para frutos armazenados nas temperaturas de 12, 15ºC e 25ºC, com quatro repetições e três frutos por unidade experimental. Após o tratamento os frutos foram dispostos em bandejas de poliestireno expandido (sem embalagem) e embalagens de10µm e 16µm e umidade relativa de 90%. As características avaliadas foram: Sólidos solúveis (SS), acidez total titulável (ATT), SST/ATT, pH, cor, tamanho e diâmetro do fruto, firmeza, perda de massa fresca, açúcares solúveis totais(AST) e análise sensorial. O uso da embalagem associada à refrigeração permitiu armazenar os frutos por 24 dias mantendo as características físico-químicas. Termos para indexação: Banana, embalagem, armazenamento e atmosfera modificada.

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PHYSIOCHEMICAL AND SENSORIAL EVALUATION OF BANANA GENOTYPES RESISTANT TO BLACK SIGATOKA IN THE NORTH OF MINAS GERAIS STATE

ABSTRACT: The goal of the present work was to evaluate storage period, physiochemical, sensorial and nutritional characteristics of banana’s genotypes Caipira and Pacovan Ken, both highly resistant to Black Sigatoka and modified atmosphere effects associated to cooling. The experiments was designed in blocks entirely at random in schema of plots subdivided in the time, having in the parcels a factorial 3x2 (with packing of 10µm and 16µm and without packing and two genotypes – Caipira and Pacovan Ken) and in the sub parcels the evaluation in gap of 6 and 2 days for fruits stored in the temperatures of 12ºC, 15ºC and 25ºC with four repetitions and three fruits per experimental unity. After the treatment the fruits were disposed in trays of expanded polystirene (without packing) and packing of 10µm and 16µm with relative humidity of 90%. The evaluated characteristics were soluble solids (SS) total titrable acidity (TTA), SS/TTA, pH, color, size, fruit diameter, firmness, loss of fresh matter, total soluble sugar (TSS) and sensorial analysis. The packing use associated to cooling made possible to store the fruits for 24 days 033333keeping its physiochemical characteristics. Index terms: banana, packing, storage and modified atmosphere.

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1. INTRODUÇÃO

A banana é a principal fruta no comércio internacional e a mais popular

no mundo. Em termos de volume é a primeira fruta exportada, perdendo apenas

para as frutas cítricas no que se refere a valor, além de representar segurança

alimentar para muitos países em desenvolvimento. Segundo informações da

FAO, estima-se que as exportações mundiais de banana superam US$5 bilhões

por ano, o que a torna uma fonte vital de renda para muitos países (Unctad,

2007). Devido a isso, a região Norte de Minas Gerais vem despontando como

um grande pólo frutícola do Brasil, sendo a cultura da banana a principal

atividade. Calcula-se que a área total ocupada por essa cultura está em torno de

dez mil hectares e desse total 5.990 ha, considerando-se somente os perímetros

irrigados. Do total da área cultivada, cerca de 90% destinam-se à variedade

‘Prata Anã’ (RODRIGUES et al., 2001).

O Norte de Minas Gerais apresenta condições edafoclimáticas ideais

quando associado à irrigação para a exploração da bananicultura, entretanto, os

problemas fitossanitários constituem a maior ameaça tendo em vista a utilização

generalizada dos cultivares Prata, suscetíveis à Sigatoka Negra (Mycosphaerella

fijiensis Morelet) (LEDO et al., 1997). A Sigatoka Negra está disseminada em

toda América Central e em algumas regiões da África, Ásia e América do Sul. A

doença foi constatada na Colômbia, Venezuela, Equador e em alguns estados

brasileiros (Cordeiro et al., 2005). O controle genético por meio da utilização de

variedades e híbridos resistentes e/ou tolerantes à doença tem sido a alternativa

adotada para minimizar os prejuízos e evitar a disseminação da doença para

outras regiões produtoras do Brasil a fim de não acabar com o pólo frutícola do

norte mineiro, base da economia regional que está sustentada no arranjo

produtivo da bananicultura.

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As perdas pós-colheita podem ter causas diversas, dentre as quais se

destacam as doenças fúngicas. Chitarra e Chitarra (2005) afirmam que as perdas

brasileiras em bananas podem chegar a 30% do total produzido; e os fungos são

responsáveis por 80 a 90% do total das perdas causadas por fitopatógenos. Com

a grande possibilidade de ser detectada a presença da Sigatoka Negra na região,

e em virtude dos graves prejuízos econômicos que esta causa, é de fundamental

importância que os produtores tenham o maior número de informações sobre os

novos genótipos resistentes, pois com certeza, esta é uma das principais medidas

a serem adotadas pelos produtores.

Atualmente, são escassos os trabalhos a respeito da época de colheita,

metodologias de conservação dos frutos da banana, bem como as análises

sensoriais e aceitação do produto pelo consumidor e análises físico-químicas

destes novos materiais resistentes à Sigatoka Negra.

Dessa forma, o presente trabalho teve por objetivo avaliar o período de

armazenamento e o efeito da atmosfera modificada associada ao uso de

refrigeração, as características físico-químicas e sensoriais de dois genótipos de

banana, sendo eles: Caipira que é um triplóide (AAA) e a Pacovan Ken que é um

tetraplóide (AAAB), ambos altamente resistentes à Sigatoka Negra (Silva et al.,

2002).

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2 MATERIAL E MÉTODOS

Foram avaliados, entre abril e dezembro de 2007, dois genótipos de

banana, sendo eles: Pacovan Ken e Caipira, no Laboratório de Pós-Colheita de

Frutos e Hortaliças da Unimontes. Os frutos foram coletados na fazenda

Experimental da EPAMIG, localizada em Mocambinho, município de Jaíba-MG

e na fazenda Experimental da UNIMONTES, localizada em Janaúba-MG.

Foram selecionadas as pencas de bananas de cachos colhidos

aleatoriamente, no estádio pré-climatérico com índice de coloração dois, descrito

na escala de cores de Dadzie e Orchard (1996). Os frutos foram lavados com

água e sabão, posteriormente imersos por cinco minutos na suspensão do

fungicida Procloraz na concentração de 125 ppm e espalhante adesivo Hiraguem

na concentração de 0,3 ppm para cada litro de água. Em seguida, os cachos

foram divididos em buquês de três frutos, selecionados e embalados com

membrana MN860 (16µm), MV760 (10µm), e sem embalagem em bandejas de

poliestireno expandido e acondicionados em câmaras frias com temperaturas de

12ºC, 15ºC e 25ºC. As avaliações foram realizadas com intervalos de dois (2)

dias para a temperatura de 25ºC e de seis (6) dias para as temperaturas de 12ºC e

15ºC e umidade relativa 90%.

O experimento foi montado no delineamento experimental em blocos

inteiramente casualizados em esquema de parcelas subdivididas no tempo, tendo

nas parcelas um fatorial 3x2 (com embalagem de 10µm e 16µm, e sem

embalagem e dois genótipos – Pacovan Ken e Caipira), e nas subparcelas as

avaliações em intervalo de 6 dias para frutos armazenados nas temperaturas de

12 e 15º C e 2 dias para temperatura de 25º C, com quatro repetições e três frutos

por unidade experimental.

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2.1 Sólidos Solúveis (SS)

A determinação dos sólidos solúveis foi feita por refratometria,

utilizando-se um refratômetro digital da marca ATAGO, modelo N - 1α, com

leitura na faixa de 0 a 95° Brix, e o resultado expresso em °Brix.

2.2 Acidez Total Titulável (ATT)

Foi determinada por meio da titulação de 10 gramas de polpa triturada da

fruta e homogeneizada com 90 mL de água destilada. Utilizou-se como titulante

solução de NAOH 0,1N adicionando à amostra três gotas de fenolftaleína a 1%

como indicador. Os resultados foram expressos em eq.mg Ácido Málico por 100

mg de polpa de acordo com as normas da Association of Official Analytical

Chemists (AOAC,1992).

2.3 Relação Sólidos Solúveis /Acidez Total Titulável

Foi obtida por meio da divisão da porcentagem de sólidos solúveis totais

pela acidez titulável.

2.4 Análise de pH

Foi realizada a determinação do pH utilizando-se 10 gramas de polpa

triturada e homogeneizada com 90mL de água destilada. A leitura foi feita

utilizando-se pHmêtro digital da marca DIGIMED, modelo DM20.

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2.5 Coloração do Pericarpo

Esta análise foi feita visualmente utilizando-se a escala de Loesecke

(1980): (1) totalmente verde, (2) verde com traços amarelos, (3) mais verde que

amarelo, (4) mais amarelo que verde, (5) amarelo com pontas verdes, (6)

totalmente amarelo, (7) amarelo com leves manchas marrons (WILLS et. al.,

1998).

2.6 Tamanho e Diâmetro do Fruto

O tamanho do fruto foi estimado com a utilização de um paquímetro

medindo-se o comprimento e o diâmetro médio, sendo o resultado expresso em

cm.

2.7 Firmeza

Foi utilizado um penetrômetro de bancada marca FACCHINI, modelo

FT 011. O teste de firmeza foi feito na região mediana do fruto e sem a retirada

da casca. A firmeza é determinada pela força de penetração, medida em Newton

(N), necessária para que a ponteira de 2,5 cm de comprimento e 0,8 cm de

diâmetro penetre na polpa do fruto.

2.8 Perda de Matéria Fresca do Fruto

Os frutos foram pesados no dia zero (montagem do experimento) e após

serem retirados do armazenamento (dia da avaliação). Os resultados foram

expressos em percentagem de perda de massa fresca ao longo do experimento, a

saber:

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PPF = 100 – [(PF x 100)/PI], onde:

• PPF, perda de massa fresca final (%)

• PF, massa final (g)

• PI, massa inicial (g)

2.9 Açúcares Solúveis Totais

Para determinação dos açúcares solúveis totais, amostras de 6 g foram

homogeneizadas em aproximadamente 50 mL de etanol a quente.

Posteriormente, houve extração dos açúcares solúveis totais em banho-maria a

80oC por 30 minutos e filtragem. Esse processo de extração foi repetido por três

vezes, e o etanol foi removido do filtrado com o uso do evaporador rotativo a

vácuo a 45oC. A fase aquosa foi, então, clarificada por intermédio de

centrifugação a 12.000 x g por 30 minutos. Alíquotas do extrato clarificado

foram, assim, quantificados; quanto aos teores de açúcares solúveis totais, foi

utilizada a metodologia descrita por Somogyi adaptada por Nelson (1944).

2.10 Análise Sensorial

Um grupo de trinta provadores por dia de análise constituiu um painel

não treinado que realizou a análise sensorial. A amostra, ou seja, um fruto de

banana, representando cada tratamento, foi fornecido aos provadores em

bandejas plásticas descartáveis aleatoriamente. Cada provador constituiu um

bloco experimental e fez a análise dos frutos dos tratamentos em cada dia de

amostragem, utilizando uma escala de notas de: 1 (desgostei extremamente), 2

(gostei moderadamente), 3 (indiferente), 4 (desgostei ligeiramente) 5 (gostei

extremamente). Os frutos utilizados foram os armazenados a 12ºC e do último

dia de leitura, somente os frutos maduros, já descascados e cortados em rodelas,

e em condições de consumo foram servidos aos degustadores. Os frutos não

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foram identificados para não mascarar os resultados obtidos os quais foram

comparados através da média ponderada.

Quadro 1: Escala de Notas

Desgostei extremamente

Gostei moderadamente

Indiferente

Desgostei ligeiramente

Gostei extremamente

Nota 1

Nota 2

Nota 3

Nota 4

Nota 5

2.11 Análise Estatística

Os dados foram interpretados por meio de análise de variância e de

regressão. As médias dos fatores qualitativos foram comparadas utilizando-se o

teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. Para os fatores quantitativos, os

modelos de regressão foram escolhidos com base na significância dos

coeficientes de regressão, utilizando-se o teste de t, de Student, a 5% de

probabilidade, no coeficiente de determinação e no potencial para explicar o

fenômeno biológico.

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3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 Sólidos Solúveis (SS)

O teor de sólidos solúveis aumentou em todos os frutos durante o

período de avaliação (Figura 1 a 6). Foi observado (Figuras 1e 2) que os frutos

Pacovan tiveram valores em graus ºBrix superiores aos dos encontrados no

genótipo Caipira armazenados a 25ºC, sem embalagem e com embalagens de

10µm e 16µm. Foi verificado que nos frutos Pacovan e Caipira armazenados sob

refrigeração, sem embalagem e com embalagens de 10µm e 16µm, obtiveram-se

os valores ºBrix menores do que encontrados a 25ºC.

A embalagem de polietileno proporcionou diminuição na velocidade do

desenvolvimento dos teores de SS. Todavia, neste experimento, a razão para o

aumento nos teores de SS, supostamente, deve-se à desidratação parcial destes

frutos durante o período de amadurecimento, concentrando, portanto, o conteúdo

celular. Os frutos acondicionados a 12ºC e 15ºC nas embalagens de 10µm e

16µm por um período de 24 dias apresentaram diminuição na velocidade do

metabolismo, aparentando estádio menos avançado de amadurecimento (Figuras

3 e 6 ). Estes dados são concordantes com Silva et al. (2006) e Souza et al.

(2002), onde a diminuição na atividade metabólica dos frutos se deve à

modificação atmosférica no interior das embalagens, proporcionando menores

valores nos teores de SS.

Costa et al.(2003) constataram que, independente da concentração de 1-

MCP, a tendência foi de elevação dos teores de sólidos solúveis, apresentando

ao final do armazenamento 8,8% em frutos não tratados (0,PPB) e 3,5 a 4,0%

nos frutos tratados (30, 60 e 90 ppb). O teor de SS fornece um indicativo da

quantidade de açúcares existente na fruta, visto que a elevação nos açúcares

solúveis totais contribui para a elevação nos SS (BOTREL e CENCI, 2002).

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EQUAÇÃO1. ______ Y = 0,2100 + 2,0275X R2=0,9112 ---------- Y = 0,9900 + 1,6525X R2=0,9300 ............. Y = 0,5400 + 1,5375X R2=0,7905 FIGURA 1. Teor de sólidos solúveis de bananas Pacovan armazenadas a 25ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 8 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

EQUAÇÃO 2. ______ Y = 0,2900 + 1,3500X R2=0,8079 ----------Y = 3,2420 + 1,2347X R2=0,9615 ............. Y = 2,5200 + 0,9925X R2=0,8084 FIGURA 2. Teor de sólidos solúveis de bananas Caipira armazenadas a 25ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 8 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

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EQUAÇÃO 3. ______ Y = 1,9000 + 0,2600X R2=0,9464 --------- Y = 0,6900 + 0,5341X R2=0,8479 ............ Y = 2,5300 + 0,2616X R2=0,7849 FIGURA 3. Teor de sólidos solúveis de bananas Pacovan armazenadas a 12ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 24 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

EQUAÇÃO 4. _______ Y = 2,5200 + 0,3625X R2=0,6927 ----------- Y = 3,1200 + 0,1825X R2=0,7357 .............. Y = 3,0000 + 0,3625X R2=0,8180 FIGURA 4. Teor de sólidos solúveis de bananas Caipira armazenadas a 12ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 24 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

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EQUAÇÃO 5. _______Y = 0,1099 + 0,7358X R2=0,8585 -------- Y = 2,9000 + 0,1066X R2=0,7511 ………. Y = 1,7200 + 0,4475X R2=0,9473

FIGURA 5. Teor de sólidos solúveis de bananas Pacovan armazenadas a 15ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 24 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

EQUAÇÃO 6. _______Y = 1,2300 + 0,6175X R2=0,8618 ---------- Y = 2,8000 + 0,5441X R2=0,9556 ………. Y = 1,9700 + 0,4608X R2=0,7709 FIGURA 6. Teor de sólidos solúveis de bananas Caipira armazenadas a 15ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 24 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

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3.2 Acidez Total Titulável (ATT)

A banana apresenta baixa acidez quando verde, que aumenta com o

amadurecimento até atingir um máximo, quando a casca está completamente

amarela (BLEINROTH, 1985). Em banana ‘Prata’ verde e madura a acidez

total titulável encontra-se entre 0,17 e 0,67%, respectivamente,

(ROSSIGNOLI, 1983). A ATT das bananas, nos diferentes tratamentos,

conforme mostram as Figuras 7 a 8, aumentou no decorrer do experimento para

os frutos armazenados a 25ºC, 12ºC e 15ºC. O que se pode verificar é que não

houve diferença significativa no aumento da ATT nos frutos com e sem

embalagem. O fruto da banana Caipira apresentou maior acidez em relação aos

frutos da Pacovan (Figura 7). Foi observado aumento da ATT nos frutos de

banana Pacovan e Caipira acondicionados com e sem embalagens a 12ºC e 15ºC

por um período de 24 dias (Figuras 8 e 9), que provavelmente foi devido ao

aumento na velocidade do metabolismo, aparentando estádio mais avançado de

amadurecimento.

Este comportamento também pôde ser comprovado por Gonçalves et al

.(2004), quando os valores iniciais de acidez estavam entre 0,34 e 0,37 atingindo

valores de 0,74 após período de exposição ao etileno de 36 horas.

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FIGURA 7. Acidez total titulável de bananas Pacovan e Caipira armazenadas a 25ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 8 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

EQUAÇÃO 7. ________ Y= 0,2209+0,0153X R2=0,9952

................ Y=0,2721+0,0098X R2=0,7872 FIGURA 8. Acidez total titulável de bananas Pacovan e Caipira armazenadas a 12ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 24 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

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EQUAÇÃO 8. _______Y= 0,2725+0,0112X R2=0,8948

.............. Y= 0,3793-0,0743√x+0,0191X R2=0,8548 FIGURA 9. Acidez total titulável de bananas Pacovan e Caipira armazenadas a 15ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 24 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais. 3.3 Relação Sólidos Solúveis /Acidez Total Titulável

A relação SS/ATT dos frutos analisados durante o período de análise

apresentou valores que podem ser considerados como ideais para o consumo ao

natural devido estar relacionado com o sabor das frutas e ser um índice mais

representativo que a medição isolada dos açúcares ou da acidez (CHITARRA e

CHITARRA, 1990). Os valores para a relação sólidos solúveis /acidez variaram

de 15,11 a 35,85, sendo inferiores aos encontrados por Chitarra e Chitarra

(1990). Foi observado que nos frutos Pacovan (Figura 10), armazenados a 25ºC

sem e com embalagem de 10µm e 16µm por um período de 8 dias, os valores

SS/ATT foram maiores que os resultados encontrados para os frutos Caipira

(Figura11). Ao utilizar a associação da embalagem à refrigeração nos frutos de

banana Pacovan (Figura 12), os resultados obtidos foram menores quando

comparados com os resultados dos frutos Caipira (Figura 13). Foram observados

maiores valores da relação SS/ATT para os frutos Pacovan em relação aos

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frutos caipira (Figura 14), diferenciando significativamente entre si. Devido ao

aumento no teor de sólidos solúveis, a relação também foi crescente durante

todo o amadurecimento da banana. Este aumento talvez esteja relacionado ao

fato de o teor de sólidos solúveis aumentarem em proporções bem maiores

que a acidez, tanto é que o fruto maduro tem sabor doce e não ácido

(SALES, 2002). Por outro lado, em experimento realizado com banana Prata

por Domarco et al. (1996), não se constatou diferença estatística para a variável

SS/ATT durante o período de análise, para as bananas irradiadas e armazenadas

sem embalagem a 17°C.

EQUAÇÃO 9. ______ Y = 7,4298 + 2,9422X R2=0,9086 --------- Y = 8,4735 + 2,5743X R2=0,8135 ……... Y = 6,8114 + 2,2356X R2=0,8050 FIGURA 10. Relação SS/ATT de bananas Pacovan armazenadas a 25ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 24 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

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EQUAÇÃO 10. _______ Y= 4,7320+1,9672X R2=0,7918 -----------Y= 14,5235+1,1603X R2=0,8733 ...............Y=11,0667+1,0254X R2=0,6430 FIGURA 11. Relação SS/ATT de bananas Caipira armazenadas a 25ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 24 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais. EQUAÇÃO 11. ______ Y = 8,3009 + 1,1617√x + 0,0468X R2=0,5832 --------- Y = 8,8163 + 0,5745X R2=0,8120

............ Y = 15,15 FIGURA 12. Relação SS/ATT de bananas Pacovan armazenadas a 12ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 24 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

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EQUAÇÃO 12. _______ Y = 12,3016 + 0,3712X R2=0,6569 ----------- Y = 15,15 ….……Y = 12,7152 + 0,4697X R2=0,9119 FIGURA 13. Relação SS/ATT de bananas Caipira armazenadas a 12ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 24 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais. EQUAÇÃO 13. _______Y = 8,8163 + 0,5981X R2=0,7667

.............. Y = 8,4784 + 1,1407X R2=0,8986

FIGURA 14. Relação SS/ATT de bananas Pacovan e Caipira armazenadas a 15ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 24 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

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3.4 Análise de pH

Pode-se observar que o pH diminui à medida que avança a maturação

dos frutos, tanto em temperatura de 12ºC e 15ºC quanto em temperatura de

25ºC. Quanto ao pH dos frutos Pacovan (Figura 15) e Caipira (Figura 16),

armazenados a 25ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm por um período

de 8 dias, foi observado que não houve diferença significativa entre eles.

Também foi constatado que os frutos armazenados sob refrigeração de 12ºC não

diferiram estatisticamente entre si (Figura 17 e 18). Verifica-se que o pH dos

frutos Pacovan (Figura 19), armazenados a 15ºC sem e com embalagem de

10µm e 16µm por um período de 24 dias foi menor do que o dos frutos Caipira

(Figura 20) nas mesmas condições de armazenamento e atmosfera modificada.

Os valores são próximos também dos obtidos por Martins et al.(2003),

onde o pH das bananas embaladas e refrigeradas avaliadas aos 11e 16 dias de

refrigeração foram de 5,15 e 4,39 respectivamente. Estes valores são

concordantes com os encontrados neste experimento.

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EQUAÇÃO 14. _______ Y = 5,8000 - 0,1579X R2=0,9849 ----------- Y = 5,8010 - 0,1698X R2=0,8711 ............... Y = 5,7440 - 0,1610X R2=0,9688 FIGURA 15. pH de bananas Pacovan armazenadas a 25ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 8 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

EQUAÇÃO 15. _______ Y = 5,7565 - 0,1690X R2=0,9747

----------- Y = 5,5105 - 0,1242X R2=0,8174 ............... Y = 5,604 - 0,1615X R2=0,9903 FIGURA 16. pH de bananas Caipira armazenadas a 25ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 8 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

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EQUAÇÃO 16. _______Y = 5,6070 - 0,0317X R2=0,8345 ---------- Y = 5,5455 - 0,0359X R2=0,6654 .............. Y = 5,4965 - 0,0501X R2=0,9067

FIGURA 17. pH de bananas Pacovan armazenadas a 12ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 24 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

EQUAÇÃO 17. _______Y = 5,4620 - 0,0341X R2=0,9121 ---------- Y = 5,4178 - 0,0196X R2=0,6584 ............. Y = 5,3375 - 0,0222X R2=0,7308 FIGURA 18. pH de bananas Caipira armazenadas a 12ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 24 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

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EQUAÇÃO 18. _______Y = 5,7690 - 0,0519X R2=0,9596 ---------- Y = 5,09 ............. Y = 5,5480 - 0,438X R2=0,7535 FIGURA 19. pH de bananas Pacovan armazenadas a 15ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 24 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais. EQUAÇÃO 19. ______ Y = 5,3975 - 0,0240X R2=0,8028

--------- Y = 5,3520 - 0,0311X R2=0,9413 ............ Y = 5,3265 - 0,0219X R2=0,9389 FIGURA 20. pH de bananas Caipiras armazenadas a 15ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 24 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

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3.5 Coloração do Pericarpo

As embalagens de 10µm e 16µm influenciaram significativamente no

desenvolvimento da coloração das bananas. Pôde-se verificar (Figuras 21 a 25)

que nos frutos armazenados a 25ºC, 12ºC e 15ºC sem embalagem, independente

da variedade, houve aumento na coloração demonstrando um avanço do

amadurecimento. Observa-se que no armazenamento dos frutos Pacovan e

Caipira Figura (21 e 22) sem embalagem, por um período de 8 dias, o grau de

coloração obtido foi igual para os dois genótipos, não tendo diferença

significativa entre eles. No entanto, os frutos acondicionados em atmosfera

modificada associada à refrigeração, mudaram de cor mais lentamente e,

aparentemente, em menor estádio de amadurecimento que os demais tratamentos

(Figura 23 a 25). O grau de coloração obtido foi maior para frutos Pacovan e

menor para a Caipira, quando armazenados a 12ºC sem embalagem por um

período de 24 dias. Para os frutos armazenados a 15ºC (Figura 24 e 25), o grau

de coloração foi menor para frutos Pacovan nas embalagens de 10µm e 16µm

quando comparados com os valores encontrados para os frutos do genótipo

Caipira. Assim, pressupõe-se um aumento no período de comercialização, com

adequada manutenção da qualidade destes frutos. Este comportamento, segundo

alguns autores (Souza et al., 2002; Neves et al., 2002; Yamashita et al., 2002),

pode ser explicado pelo fato de que a embalagem, quando em concentrações

ideais de CO2 e O2, diminui a velocidade do metabolismo do fruto, atrasando o

amadurecimento.

Tais valores são próximos dos obtidos por Martins et al.(2003), onde

constataram que a coloração da casca das bananas atingiu o grau 5 devido ao

amadurecimento. Este fato também é relatado por Bleinroth (1972), que cita que

durante a maturação da banana Prata comum há aumento considerável de sólidos

solúveis e modificações na coloração da casca.

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EQUAÇÃO 20. _____ Y = 1,6000 + 0,2500X R2=0,7812 ------- Y = 2,1714 - 0,3714X + 0,0714X2 R2=0,8571 …….. Y = 2,1714 - 0,3714X + 0,0714 X2 R2=0,8571

FIGURA 21. Coloração do pericarpo de bananas Pacovan armazenadas a 25ºC, com e sem embalagem de 10µm e 16µm, durante 8 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

EQUAÇÃO 21. _______ Y = 1,6000 + 0,2500X R2=0,7812 ---------- Y = 1,6000 + 0,2250X R2=0,6750 ……......Y = 2,1714 - 0,5714X + 0,0714X2 R2=0,8571

FIGURA 22. Coloração do pericarpo de bananas Caipira armazenadas a 25ºC, com e sem embalagem de 10µm e 16µm, durante 8 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

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EQUAÇÃO 22. _______ Y = 1,7166 + 0,0958X R2=0,9423 ............. Y = 1,6833 + 0,0708X R2=0,7998

FIGURA 23. Coloração do pericarpo de bananas Pacovan e Caipira armazenadas a 12ºC, com e sem embalagem de 10µm e 16µm, durante 24 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais. EQUAÇÃO 23. _______ Y = 1,4000 + 0,1833X R2=0,9166

---------- Y = 3,29 ............. Y = 1,5500 + 0,1416X R2=0,9031

FIGURA 24. Coloração do pericarpo de bananas Pacovan armazenadas a 15ºC, com e sem embalagem de 10µm e 16µm, durante 24 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais

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EQUAÇÃO 24. ______ Y= 1,4000+0,1666X R2=0,8928 ------- Y=1,5000+0,1708X R2=0,9297 ……....Y=1,3500+0,1416X R2=0,7983 FIGURA 25. Coloração do pericarpo de bananas Caipira armazenadas a 15ºC, com e sem embalagem de 10µm e 16µm, durante 24 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais. 3.6 Tamanho e Diâmetro do Fruto

No que se refere ao comprimento e diâmetro dos frutos, as médias do

genótipo Pacovan foram superiores ao genótipo Caipira (Figuras 26 e 27).

FIGURA 26. Comprimento dos genótipos Pacovan e Caipira

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FIGURA 27. Diâmetro dos genótipos Pacovan e Caipira 3.7 Firmeza

Ocorreu diminuição na firmeza dos frutos durante o período de analise,

constatando diferença significativa entre os frutos com e sem embalagem, dados

estes concordantes com Hobson e Harman (1986), que relatam que nos frutos

climatéricos o amadurecimento inicia-se com elevação da atividade

respiratória, o que acarreta grandes transformações físicas e químicas, dentre

elas o amolecimento dos seus tecidos. Foi verificado (Figura 28 e 29) que nos

frutos Pacovan armazenados a 25ºC por um período de 8 dias, as perdas de

firmeza foram maiores do que nos frutos Caipira sob as mesmas condições; isso

provavelmente foi devido à reduzida massa de casca das frutas.Quando utilizou

associação da embalagem à refrigeração de 12ºC e 15ºC, observou diminuição

nas perdas diárias da firmeza (Figura 30 a 32) para os frutos Pacovan e Caipira

armazenados aos 24 dias após a colheita.

Martins et al. (2003) verificaram que frutos de banana Prata embalados

com filme de polietileno e armazenados por 11 dias a 12ºC mantiveram a firmeza

igual a dos frutos recém colhidos.

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EQUAÇÃO 25. _______Y = 123,547 - 5,6392X R2=0,6853

---------- Y = 120,605 - 6,1065X R2=0,6358 ………..Y = 116,5 - 6,8522X + 0,7057X2 R2=0,8586

FIGURA 28. Firmeza do pericarpo de bananas Pacovan armazenadas a 25ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 8 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

EQUAÇÃO 26. ______ Y = 111,616 - 4,6060X R2=0,7767

--------- Y = 108,116 - 5,2265X R2=0,9153 …….... Y = 107,184 - 3,7805X R2=0,8771 FIGURA 29. Firmeza do pericarpo de bananas Caipira armazenadas a 25ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 8 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

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EQUAÇÃO 27. _______Y=92,45 Y=88,42 FIGURA 30. Firmeza do pericarpo de bananas Pacovan e Caipira armazenadas a 12ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 24 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

EQUAÇÃO 28. ______ Y = 115,152 - 3,1385X R2=0,9501

-----------Y = 124,957 - 2,7798X R2=0,8480 - ...............Y = 106,951 - 2,8880X R2=0,8639

FIGURA 31. Firmeza do pericarpo de bananas Pacovan armazenadas a 15ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 24 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

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EQUAÇÃO 29. _______ Y = 112,504 - 2,1886X R2=0,9015 ----------- Y = 101,328 - 2,0020X R2=0,9098 ………... Y = 122,432 - 3,4061X R2=0,8738

FIGURA 32. Firmeza do pericarpo de bananas Caipira armazenadas a 15ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 24 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

3.8 Perda de Matéria Fresca do Fruto

Observou-se que todos os frutos com embalagens de 10µm e 16µm

associadas à refrigeração tiveram menor perda de massa fresca quando

comparados aos frutos sem embalagem (Figura 33 a 36). As maiores perdas

foram verificadas nos frutos armazenados a 25ºC e sem embalagem, nos frutos

armazenados com embalagem de 10µm e 16µm as perdas foram menores; já nos

frutos armazenados a 12ºC e 15ºC não houve diferença significativa. O uso das

embalagens reduziu bastante a perda de massa fresca dos frutos em todos os

tipos de armazenamento e os dois genótipos não influíram nos resultados. A

redução nas perdas de massa fresca observada nos frutos em atmosfera

modificada, possivelmente, seja decorrente do aumento da umidade relativa do

ar no interior das embalagens, saturando a atmosfera ao redor dos frutos,

levando à diminuição do déficit de pressão de vapor d’água e,

conseqüentemente, reduzindo a transpiração dos frutos KADER et al.( 1989).

Observou-se que nos frutos armazenados a 25ºC sem embalagem e com

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embalagem de 10µm e 16µm por um período de 8 dias, as perdas diárias de

matéria fresca foram de 1,68; 0,44 e 0,41 (Figura 33). Ao utilizar associação da

embalagem à refrigeração, observa-se queda nas perdas diárias conforme

observados nas Figuras 34 a 36. Os resultados obtidos foram maiores para frutos

armazenados a 12ºC e 15ºC sem embalagem, e menores para os frutos com

embalagem de 10µm e 16µm aos 24 dias após colheita para os frutos Pacovan e

Caipira não havendo diferença significativa.

Magalhães et al. (2004), em experimento feito com a utilização do cálcio

na conservação pós-colheita de banana, verificaram porcentagem de perda de

matéria fresca diária de 0,82%, chegando ao final dos 16 dias após a colheita

com perda acumulada de 13,2% de matéria fresca. Esses dados assemelham-se

aos de Chitarra e Chitarra (2005) e Santos (2003), os quais observaram que a

refrigeração, aliada à atmosfera modificada é o melhor método para manutenção

da qualidade.

EQUAÇÃO 30. _______ Y = 0,5527 + 1,6876X R2=0,9922

............. Y = -0,1977 + 0,4449X R2=0,9876 ---------- Y = -0,0628 + 0,4147X R2=0,9964

FIGURA 33. Perda de massa fresca dos genótipos Pacovan e Caipira armazenados a 25ºC, com e sem embalagem de 10µm e 16µm, durante 8 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais

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EQUAÇÃO 31. ______Y = 0,3108 + 0,8463X R2=0,9767 ------- Y = 0,1118 + 0,0674X R2=0,9496

……... Y = -0,0263 + 0,0700X R2=0,8649

FIGURA 34. Perda de massa fresca dos genótipos Pacovan e Caipira, armazenados a 12ºC, com e sem embalagem de 10µm e 16µm, durante 24 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

EQUAÇÃO 32. ______ Y = 1,3570 + 0,7134X R2=0,9416 --------- Y = 0,0699 + 0,0616X R2=0,9734 ……… Y = -0,1005 + 0,0799X R2=0,9302 FIGURA 35. Perda de massa fresca dos genótipo Pacovan armazenado a 15ºC, com e sem embalagem de 10µm e 16µm, durante 24 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

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EQUAÇÃO 33. ______Y = 0,7373 + 0,7677X R2=0,9918 …....... Y = -0,015 + 0,0752X R2=0,9847 -------- Y = -0,3876 + 0,1270X R2=0,8745 FIGURA 36. Perda de massa fresca do genótipo Caipira armazenado a 15ºC, com e sem embalagem de 10µm e 16µm, durante 24 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

3.9 Açúcares Solúveis Totais

A hidrólise do amido e a síntese de açúcares durante o amadurecimento

da banana são transformações bioquímicas importantes, havendo evidências de

que ocorre de forma homogênea no fruto, além do amadurecimento está

relacionado com outras modificações complexas, entre as quais: aumento da

taxa respiratória, da produção de etileno, da concentração de açúcares,

solubilização de substâncias pécticas, degradação da clorofila, mudanças na

permeabilidade dos tecidos entre outros (CHITARRA e CHITARRA, 2005).

Os teores de açúcares encontrados nos frutos dos genótipos Pacovan e

Caipira, armazenados sem embalagem a 25ºC (Figura 37 e 38), chegaram a

17,23% e 14,30% respectivamente num período de 8 dias, enquanto que

naqueles com embalagem de 10µm e 16µm, os teores foram menores. Nos

valores encontrados para os frutos Pacovan e Caipira armazenados a 12ºC não

houve diferença significativa em nenhuma interação e nem efeito isolado.

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Observou-se que nos frutos armazenados a 15ºC (Figura 39), os teores de açúcar

foram maiores para os frutos Pacovan em relação ao genótipo Caipira,

armazenados por um período de 24 dias após a colheita (Figura 38).

Loesecke (1980) verificou que a banana começa a amadurecer

simultaneamente com a degradação do amido, a partir das extremidades do fruto

e progredindo em direção ao meio. Da hidrólise do amido provêm os açúcares

solúveis, que são, na maior parte, glicose, frutose e sacarose atingindo teores de

20% na banana madura Rossignoli (1983); Ayub (1990) e Vilas Boas (1995).

EQUAÇÃO 34. _______ Y = -2,116 + 2,4186 X R2=0,6514

------------Y = -0,8935 + 2,1046X R2=0,6515 ............... Y = -1,402 + 2,1817X R2=0,7142

FIGURA 37. Açúcares Solúveis Totais de bananas Pacovan armazenadas a 25ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 8 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

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EQUAÇÃO 35. ______ Y = -0,9545 + 1,972X R2=0,6846

--------- Y = -1,2277 + 1,9813X R2=0,6516 ............ Y = -1,08 + 1,852X R2=0,6636

FIGURA 38. Açúcares Solúveis Totais de bananas Caipira armazenadas a 25ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 8 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais. EQUAÇÃO 36. ______ Y = -1,389 + 0,8164X R2=0,6963

----------Y = -1,3393 + 0,7437X R2=0,7226

FIGURA 39. Açúcares Solúveis Totais de bananas Pacovan e Caipira armazenadas a 15ºC, sem e com embalagem de 10µm e 16µm, durante 24 dias, nas condições do Norte de Minas Gerais.

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3.10 Análise Sensorial

Os atributos sensoriais como sabor, aroma, textura e cor são

influenciados significativamente pela composição química e, nos frutos de

bananeira, principalmente pelos ácidos, açúcares e compostos fenólicos (SOTO

BALLESTERO, 1992). A análise sensorial dos genótipos Caipira e Pacovan

Ken foi realizada a fim de se verificar a aceitação dos mesmos por parte dos

consumidores. Essa análise foi feita utilizando os sentidos humanos: visão,

gustação, olfato e sensibilidade cutânea. De acordo com Teixeira et al.(2001), a

interação dos órgãos humanos do sentido com os alimentos é usada para avaliar

qualidade, aceitabilidade por parte do consumidor. A Tabela 1 comprova que os

melhores resultados obtidos nas análises físico-químicas convergem para o

mesmo tratamento escolhido pelos julgadores na análise sensorial. Os frutos sob

refrigeração, por conservarem as características físico-químicas em condições

ideais de consumo, foram os degustados. Deste modo, fica evidenciada a

eficácia da atmosfera modificada, quando as concentrações de CO2 e O2 são

ideais durante o armazenamento (MOSCA et al., 1999) na manutenção da

qualidade dos frutos, bem como no prolongamento da vida útil (KADER, 2002).

TABELA 1. – Análise sensorial em genótipos de bananas Pacovan e Caipira sob condições do Norte de Minas Gerais armazenada a 12ºC.

Pacovan Caipira

16,67 % - gostei extremamente

50,00 % - gostei moderadamente

16,67 % - indiferente

10,00 % - desgostei ligeiramente

6,66 % - desgostei extremamente

0,00 % - gostei extremamente

16,67 % - gostei moderadamente

16,67 % - indiferente

50,00 % - desgostei ligeiramente

16,66 % - desgostei extremamente

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4 CONCLUSÃO

O uso da atmosfera modificada associada à refrigeração foi eficiente

para retardar o início do amadurecimento em bananas resistentes à Sigatoka

Negra por um período de 24 dias.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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