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EDUCAÇÃO FÍSICA PROFESSOR: Antonio Carlos 1 - HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA O homem primitivo já praticava a Educação Física, não a Educação Física convencional, como nós a conhecemos, mas, no seu dia-a-dia, na caça, na pesca, na luta contra o seu meio ambiente e nas homenagens aos deuses através das danças e ritmos. Os Chineses são um povo dos mais antigos e já possuíam há 3000 anos a.C. uma educação organizada. A Educação Física era muito importante para o povo chinês, foram eles os criadores do Kung Fu, praticado pela seita Tao-tsé. Este consistia em uma ginástica terapêutica que utilizava os exercícios de acordo com a doença a ser tratada. Além das práticas físicas, existia também o aspecto religioso, que tratava as enfermidades do corpo e da alma. A Índia é a nação que atingiu o maior grau de elevação espiritual da humanidade. Os Hindus criaram a YOGA. A yoga através de uma ginástica de posições, a Hatha-yoga, junto com a respiração adequada, é uma doutrina que busca a integração corpo e mente do indivíduo e sua integração com sua essência divina. Os Egípcios praticavam a natação, o remo, a navegação, e a caça. A dança era praticada, além do manejo do arco e flecha, a corrida de carros de guerra, o arremesso de lança, a esgrima com bastão e corridas de velocidade e resistência. Na Grécia, duas tribos lideraram por largos períodos a vida do povo grego: os Dórios em Esparta e os Jônios em Atenas. Os Espartanos eram rudes, fortes e belicosos (guerreiros), colocando a pátria acima de tudo. Na educação espartana, a educação era formar soldados. Até os 7 anos, a criança ficava com a mãe, sendo então entregue ao Estado, vivendo com outras crianças em regime de exercícios violentos e em função da vida militar. As meninas também tinham uma Educação Física intensa, e lutavam como qualquer homem. Tinham que ser fortes e saudáveis, para gerar filhos também saudáveis. A pátria estava acima do amor maternal. A educação destas crianças consistia quase que exclusivamente de Educação Física. Em Atenas era diferente. Até os 7 anos, os meninos iam a escola, onde aprendiam as letras, canto e música. Após os 12 anos, os estudos eram mais profundos e a ginástica cada vez mais dura. Dedicavam-se ao atletismo e recebiam treinamento militar. Buscavam a formação integral do indivíduo: alma, corpo e mente. As meninas eram educadas pela mãe. Sua educação era voltada unicamente para o lar. Em Roma a Educação Física era utilizada apenas para adestrar suas legiões. Era estritamente militar. Os jogos romanos eram sanguinários, como as lutas corporais (gladiadores) e condenação às feras. Com a queda do Império Romano, começa a Idade Média (395-1452), a igreja combatia toda atenção ao corpo, requerendo esta atenção apenas para a parte espiritual. Esta atitude da igreja só modificou com o aparecimento da Cavalaria e das Cruzadas.

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EDUCAÇÃO FÍSICA

PROFESSOR:

Antonio Carlos

1 - HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA

O homem primitivo já praticava a

Educação Física, não a Educação Física

convencional, como nós a conhecemos, mas, no seu

dia-a-dia, na caça, na pesca, na luta contra o

seu meio ambiente e nas homenagens aos deuses

através das danças e ritmos.

Os Chineses são um povo dos mais antigos e

já possuíam há 3000 anos a.C. uma educação

organizada. A Educação Física era muito importante

para o povo chinês, foram eles os criadores do Kung

Fu, praticado pela seita Tao-tsé. Este consistia em

uma ginástica terapêutica que utilizava os exercícios

de acordo com a doença a ser tratada. Além das

práticas físicas, existia também o aspecto religioso,

que tratava as enfermidades do corpo e da alma.

A Índia é a nação que atingiu o maior grau

de elevação espiritual da humanidade. Os Hindus

criaram a YOGA. A yoga através de uma ginástica

de posições, a Hatha-yoga, junto com a

respiração adequada, é uma doutrina que busca a

integração corpo e mente do indivíduo e sua

integração com sua essência divina.

Os Egípcios praticavam a natação, o remo,

a navegação, e a caça. A dança era praticada,

além do manejo do arco e flecha, a corrida de

carros de guerra, o arremesso de lança, a

esgrima com bastão e corridas de velocidade e

resistência.

Na Grécia, duas tribos lideraram por largos

períodos a vida do povo grego: os Dórios em

Esparta e os Jônios em Atenas.

Os Espartanos eram rudes, fortes e

belicosos (guerreiros), colocando a pátria acima de

tudo. Na educação espartana, a educação era

formar soldados. Até os 7 anos, a criança ficava

com a mãe, sendo então entregue ao Estado, vivendo

com outras crianças em regime de exercícios

violentos e em função da vida militar. As meninas

também tinham uma Educação Física intensa, e

lutavam como qualquer homem. Tinham que ser

fortes e saudáveis, para gerar filhos também

saudáveis. A pátria estava acima do amor

maternal. A educação destas crianças consistia

quase que exclusivamente de Educação Física.

Em Atenas era diferente. Até os 7 anos, os

meninos iam a escola, onde aprendiam as letras,

canto e música. Após os 12 anos, os estudos eram

mais profundos e a ginástica cada vez mais dura.

Dedicavam-se ao atletismo e recebiam

treinamento militar. Buscavam a formação integral

do indivíduo: alma, corpo e mente. As meninas eram

educadas pela mãe. Sua educação era voltada

unicamente para o lar.

Em Roma a Educação Física era utilizada

apenas para adestrar suas legiões. Era

estritamente militar. Os jogos romanos eram

sanguinários, como as lutas corporais

(gladiadores) e condenação às feras.

Com a queda do Império Romano, começa a

Idade Média (395-1452), a igreja combatia toda

atenção ao corpo, requerendo esta atenção apenas

para a parte espiritual. Esta atitude da igreja só

modificou com o aparecimento da Cavalaria e das

Cruzadas.

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EDUCAÇÃO FÍSICA

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Surgem os Feudos, nos quais, um senhor de

terras comandava outros senhores de terra menos

poderosos. Estes dominavam o povo humilde, “os

servos”. Um feudo era um castelo, com terras

cultivadas pelos servos, que davam uma parte do

cultivo para o seu senhor. Nos feudos, as atividades

físicas eram a caça, a pesca, as danças e os jogos

infantis e populares. Dentre os jogos populares

damos destaque ao “soule”, um ancestral do

futebol. A preferencia era para os jogos

coletivos.

Surge a cavalaria, quase sempre composta

por membros da nobreza, cuja finalidade era

proteger os senhores de terra. Os cavaleiros

recebiam uma educação voltada quase que

exclusivamente ao físico.

O esporte aristocrático praticado pelos

cavaleiros eram as justas e os torneios. As Justas

eram lutas entre dois cavaleiros que se

digladiavam vestidos com armaduras. Com a ajuda

de uma lança e espada tentavam derrubar o seu

adversário do seu cavalo. No início, quase sem

regras, a justa muitas vezes levava a morte. Mais

tarde surgiram regras mais simples, nas quais

bastava derrubar o cavaleiro ou quebrar a própria

lança no impacto contra o adversário. Os Torneios

eram iguais às justas, mas em equipes.

No Renascimento (século XIV A XVI) têm

fim às limitações impostas ao corpo e ao espirito, é

o redescobrimento da individualidade do ser humano

e da importância da Educação Física na formação

integral do homem.

A Educação Física volta a fazer parte do

currículo educacional, mais ainda voltado somente

para a burguesia. Em 1774 foi fundada pelo senhor

Johann Bernhard Basedow, na Alemanha, a

primeira escola onde a ginástica e as demais

disciplinas tinham a mesma importância. Desde

então, vários métodos e linhas doutrinárias foram

criadas, enriquecendo e aprimorando o nosso

conhecimento.

PRATICANDO

1) O homem primitivo foi o primeiro a

desenvolver a Educação Física, não da

maneira como conhecemos, mas nas suas

atividades do dia-a-dia. Para essas

atividades utilizou-se dos movimentos de seu

próprio corpo. Como são conhecidos esses

movimentos?

a) Movimentos originais;

b) Movimentos básicos;

c) Movimentos rápidos;

d) Movimentos lentos;

e) Movimentos do dia-a-dia.

2) A medida que o homem foi modificando o seu

habitat, conhecendo novas maneiras de

explorar o mundo, enfim, foi gradualmente

evoluindo, descobriu também que poderia usa

seus movimentos para novas tarefas e não

somente para fins de sobrevivência. Quais os

novos usos que o homem atribuiu aos seus

movimentos básicos?

a) Esperteza e destreza;

b) Dificuldade e facilidade;

c) Atenção e concentração;

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d) Diversão e competição;

e) Meditação e agitação.

3) Como conhecedores de varias técnicas como,

por exemplo, a irrigação, os egípcios estão

entre os mais avançados povos do mundo

antigo. Sua localização privilegiada lhe

garantia terras férteis e com grandes

possibilidades de praticas corporais. Entre as

varias técnicas conhecidas dos egípcios, é

atribuída a eles o desenvolvimento de uma

técnica eficaz de transporte individual pelas

águas. Qual técnica podemos atribuir a esse

povo?

a) As corridas;

b) O futebol;

c) A natação;

d) A navegação;

e) O arco e a flecha.

4) Berço da civilização ocidental, a Grécia antiga

contribuiu significativamente com vários

conhecimentos como a medicina, filosofia,

matemática, entre vários outros. Para a

Educação Física, os gregos sistematizaram e

organizaram uma modalidade esportiva que é

conhecida como o esporte-base. Que

modalidade foi essa?

a) Atletismo;

b) Natação;

c) Futebol;

d) Handebol;

e) Basquetebol;

5) No período medieval, a Igreja dominava todos

os aspectos da vida do homem, e por isso,

determinou que as práticas de atividades

físicas fossem proibidas. Quais as únicas

atividades físicas possíveis na Idade Média?

a) Atletismo e Natação;

b) Voleibol e Futebol;

c) Cavalaria e Cruzadas;

d) Saltos e Corridas;

e) Jogos Olímpicos e Mundiais.

6) De maneira geral, os primeiro praticantes da

atividade física no Brasil foram os índios. De

que maneira os indígenas se exercitavam?

a) Atividades dirigidas por professores;

b) Atividades rígidas e grosseiras;

c) Atividades mágicas e místicas;

d) Atividades de sua vida natural e livre;

e) Atividades econômicas e fechadas.

Cap. 2 – O CORPO DO SER HUMANO

Desde cedo, estudamos que o corpo é um

conjunto de órgãos e sistemas, semelhante à

estrutura física dos animais que, no caso dos

homens, se divide em cabeça, tronco e membros.

Cada parte possui um tipo de funcionamento e elas

integram-se de forma harmoniosa. Quando

estudamos o corpo, levando em consideração a

forma e a estrutura, chamamos de Anatomia; e o

estudo do funcionamento dos órgãos chama-se

Fisiologia.

O corpo humano (...) Na cabeça a gente ainda tem a cara, que fica na frente, e a nuca que está sempre atrás, por mais que a gente vire prá olhar ela. Os membros são para ter a ponta dos dedos, que senão a gente não podia fazer as contas nas provas de matemática. Os braços servem para

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proteger a gente da cosquinha, senão a gente ria com qualquer ventinho que desse embaixo do braço. O tronco é onde é mais bonito na mulher do que no homem. Atrás dele fica a espinha, que é uma porção de dobradiças prá gente poder sentar, se levantar, deitar e sair correndo quando acaba a aula. Se não fosse o tronco a gente seria só pernas o tempo todo.

Trecho do livro “Conpozissõis Imfãtis” de Millôr Fernandes. Rio de Janeiro, Nórdica, 1975. p.48

2.1 - CABEÇA

É constituída por crânio e face. O crânio é

um dos ossos mais resistentes do corpo humano,

pois é responsável por proteger o encéfalo, que é

formado por cérebro, cerebelo e bulbo. Na face

encontramos os órgãos dos sentidos: olhos, boca,

nariz e ouvidos, responsáveis por visão, mastigação

paladar, respiração e audição. A nossa face é

coberta pela pele, que é responsável por tato. De

maneira geral, a cabeça é responsável por

gerenciar as operações do nosso corpo, recebendo

e comandando ações e reações do corpo.

2.2 - TRONCO

É formado por tórax e abdome. No tórax

localizam-se a cavidade torácica, o coração, os

pulmões e o esôfago, por onde os alimentos passam

até o abdome. No abdome abriga o estomago,

fígado, baço, pâncreas, rins, intestinos e bexiga.

Tórax e abdome são popularmente conhecidos

como peito e barriga. Nas mulheres, o abdome

apresenta também os ovários e o útero. Tórax e

abdome são unidos por meio do músculo do

diafragma.

2.3 - MEMBROS

São basicamente divididos em pares, sendo

um par de membros superiores e outro de

membros inferiores. Os membros superiores, ou

também chamados de torácicos, são constituídos

pelos ombros, braços, antebraços e mãos. Já os

membros inferiores ou pélvicos são compostos por

quadril, coxas, pernas e pés. Os membros

superiores são ligados ao tórax por meio dos

ombros, e o a união entre coxas e tronco é feito

por meio do quadril.

3 - CORPO E LINGUAGEM CORPORAL

Linguagem é um distintivo do ser humano e

que acompanha a história da humanidade. A

linguagem corporal foi uma das primeiras formas

de comunicação humana e continua sendo uma das

mais fortes e expressivas. Desde a Antiguidade

mais remota, ela sempre tem sido um recurso

indispensável para a organização coletiva do

trabalho e para o estabelecimento das relações

sociais.

A Linguagem Corporal é uma forma de

comunicação não-verbal. Abrange principalmente

gestos, postura, expressões faciais, movimento

dos olhos e proximidade entre locutor e

interlocutor.

Os primeiros estudos científicos sobre

linguagem corporal foram feitos por Charles

Darwin e publicadas no livro “A expressão das

emoções em homens e animais”. Darwin defendia

que os mamíferos demonstravam suas emoções

através de expressões faciais.

O surgimento da linguagem verbal há mais de

40.000 anos e da escrita, há 4.000 anos só foram

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possíveis com o desenvolvimento de uma complexa

estrutura cerebral denominada de neocórtex.

O corpo é uma “casa” cheia de linguagens –

vozes, sorrisos, sensualidade, sexualidade, raça,

etnia – no sentido que são marcas vivas,

significantes, mutáveis, temporais, históricas.

Os corpos falam uma multiplicidade de

vozes, movimentos e corpos que se apresentam de

forma diferenciada nos posicionamentos de cada

indivíduo, de cada jovem, de cada adulto.

A linguagem corporal é a maneira pela qual a

comunicação é marcada pela intencionalidade do

corpo. O corpo é o elemento central da

comunicação. Emitimos mensagens corporais, somos

mímicos, expressamo-nos com gestos, choro, riso,

dor, grito, ruído, respiração, até pelo próprio

silêncio. Todos esses e outros elementos são

conteúdos de expressão da nossa linguagem. Como

seres humanos, podemos escolher palavras, criar

imagens, fazer abstrações e mentir utilizando,

sobretudo o neocórtex, porém o sistema límbico,

responsável pelos sentimentos, envia impulsos

elétricos ao corpo, gerando expressões e

movimentos, muitas vezes sem nos darmos conta

deles.

Pela expressão corporal, diferenciamo-nos

das outras pessoas, marcamos a nossa presença,

nossa identidade. O lógico iguala-nos, o sensível

diferencia-nos. Talvez por isso, o movimento e o

corpo sejam tão castrados, já que vivemos numa

sociedade massificada. As expressões não-verbais

não são consideradas na aprendizagem, mas

deveriam. A linguagem corporal diz muito a

respeito de nós mesmos, no olhar, no tom de voz,

no tônus muscular, e em vários outros contextos.

3.1 - O CORPO EM DIVERSAS

CULTURAS

De acordo com Zanin (et al. 2006), que cita

Santos (1994), a cultura está associada à

educação, lendas e crenças de um povo, sua comida,

seu idioma, manifestações artísticas e, de uma

forma mais genérica, com tudo o que caracteriza

uma população humana. Ele ainda acrescenta as

duas visões existentes de cultura nas suas várias

maneiras de entendê-la: "A primeira visão de

cultura remete a todos os aspectos de uma

realidade social; a Segunda refere-se, mais

especificamente, ao conhecimento, ideias e

crenças de um povo" (p. 23).

Ainda de acordo com Zanin (et al. 2006),

vale lembrar que a cultura humana é arbitrária e

dinâmica, porém, estudá-la possibilita uma

compreensão dos processos de transformação

pelos quais passam as sociedades contemporâneas.

Tais estudos procuram entender os processos de

simbolização, ou seja, os processos de substituição

de uma coisa por aquilo que a significa, que

permitem que uma ideia expresse um

acontecimento, descreva um sentimento. Dessa

forma, a cultura é uma construção histórica, um

produto coletivo da vida humana, que diz respeito a

todos os aspectos da vida social.

“Enquanto ordem simbólica, podemos afirma

que o corpo é uma representação dos modelos

impostos pela cultura. Esse corpo é submetido a

uma cultura somática entendida como sistema de

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regras, que são o produto das condições objetivas,

ou seja, conforme o modelo de "dever-se”. Nesse

sentido de como o homem deve ser no mundo,

considerando as diversas culturas, o antropólogo

Mauss (1974) apresenta, em seu discurso das

técnicas corporais, o retrato de diferentes

culturas. Com ênfase na construção de técnicas,

ele analisa diferentes maneiras de se viver, de

estabelecer regra e condutas representadas pelo

corpo com um objetivo que simboliza as

possibilidades da sociedade.” (Zanin et al. 2006)

“As técnicas seriam a maneira como os

homens, sociedade por sociedade, sabem servir-se

de seus corpos. Segundo Mauss (1974), há toda

uma classificação das técnicas (técnicas de

reprodução, de cuidados de limpeza do corpo, de

movimento e repouso), as quais surgem em função

de alguma tradição e eficiência. O corpo seria,

então, o primeiro e mais natural objeto do homem.”

(Zanin et al. 2006)

De acordo com ainda com Zanin (et al.

2006), o corpo é um tipo de símbolo social e

adquire, ao mesmo tempo, diversos significados

como vida e morte, puro e impuro, sagrado e

profano. Tal separação é criadora dos sentidos

onde o indivíduo demonstra socialmente que segue

ou não padrões culturais que programam a emoção.

4- O QUE É O MOVIMENTO?

Em física, o movimento consiste numa

mudança de posição de um corpo ou de um sistema,

em relação ao tempo, quando medido por um dado

observador num referencial determinado. Só se

pode medir o movimento relativo. O movimento

absoluto não possui significado.

A ciência que estuda o movimento é a

mecânica, a qual se divide em duas partes:

cinemática e dinâmica. A primeira procura descrever

o movimento, sem ter em conta as suas causas,

enquanto que a segunda pretende fundamentar um

modelo que estude essas causas.

O corpo humano é um dos principais objetos

de estudo do homem. À busca por compreender o

seu funcionamento, contrapõe-se sua complexidade,

levando cientistas e estudiosos a aprofundar cada

vez mais os seus estudos. Dentro deste âmbito se

encontra a Biomecânica, que é uma disciplina

derivada das ciências naturais que se preocupa com

a análise física dos sistemas biológicos, examinando,

entre outros, os efeitos das forças mecânicas sobre

o corpo humano em movimentos quotidianos, de

trabalho e de esporte.

Como referenciar este artigo:

movimento (física). In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto

Editora, 2003-2013. [Consult. 2013-02-23].

Disponível na www: <URL:

http://www.infopedia.pt/$movimento-(fisica)>.