arte 6ºano

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6 AN O o 1 TERMO

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Page 1: ARTE 6ºANO

6  ANOoo

1 TERMO

Page 2: ARTE 6ºANO

Nos Cadernos do Programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Mundo do Trabalho são indicadossites para o aprofundamento de conhecimentos, como fonte de consulta dos conteúdos apresentados ecomo referências bibliográficas. Todos esses endereços eletrônicos foram verificados. No entanto, como ainternet é um meio dinâmico e sujeito a mudanças, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciênciae Tecnologia não garante que os sites indicados permaneçam acessíveis ou inalterados, após a data deconsulta impressa neste material.

A Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia autoriza a reprodução do conteúdodo material de sua titularidade pelas demais secretarias do país, desde que mantida a integridade daobra e dos créditos, ressaltando que direitos autorais protegidos* deverão ser diretamente negociadoscom seus próprios titulares, sob pena de infração aos artigos da Lei no 9.610/98.

*Constituem “direitos autorais protegidos” todas e quaisquer obras de terceiros reproduzidas neste material que não estejam em domínio

público nos termos do artigo 41 da Lei de Direitos Autorais.

Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Mundo do Trabalho: Arte, Inglês e Língua Portuguesa: 6o ano/1o termodo Ensino Fundamental. São Paulo: Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia(SDECT), 2011.il. (EJA – Mundo do Trabalho)

Conteúdo: Caderno do Estudante.ISBN: 978-85-65278-00-3 (Impresso)

978-85-65278-08-9 (Digital)

1. Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Ensino Fundamental 2. Artes – Estudo e ensino 3. Língua Inglesa –

Estudo e ensino 4. Língua Portuguesa – Estudo e ensino I. Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciênciae Tecnologia II. Título III. Série.

CDD: 372

FICHA CATALOGRÁFICASandra Aparecida Miquelin – CRB-8 / 6090Tatiane Silva Massucato Arias – CRB-8 / 7262

Page 3: ARTE 6ºANO

Geraldo AlckminGovernador

Rodrigo GarciaSecretário

Nelson Baeta Neves FilhoSecretário-Adjunto

Maria Cristina Lopes VictorinoChefe de Gabinete

Ernesto Masselani NetoCoordenador de Ensino Técnico,Tecnológico e Profissionalizante

SECRETARIA DA EDUCAÇÃO

Herman VoorwaldSecretário

João Cardoso Palma FilhoSecretário-Adjunto

Fernando Padula NovaesChefe de Gabinete

Maria Elizabete da CostaCoordenadora de Gestão da Educação Básica

Concepção do programa e elaboração de conteúdos

Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia

Coordenação Geral do ProjetoJuan Carlos Dans Sanchez

Equipe TécnicaCibele Rodrigues Silva e João Mota Jr.

Geraldo Biasoto Jr.

Diretor Executivo

Fundação do Desenvolvimento Administrativo – Fundap

Equipe Técnica e PedagógicaAna Paula Lavos, Dilma Fabri Marão Pichoneri,Lais Schalch, Liliana Rolfsen Petrilli Segnini,

Lais Cristina da Costa Manso Nabuco de AraújoSuperintendente de Relações Institucionais e

Projetos Especiais

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Coordenação Executiva do ProjetoJosé Lucas Cordeiro

Coordenação TécnicaImpressos: Selma VencoVídeos: Fernando Moraes Fonseca Jr.

Maria Helena de Castro Lima, Silvia Andrade da SilvaTelles e Walkiria Rigolon

AutoresArte: Eloise Guazzelli. Ciências: Gustavo Isaac Killner.Geografia: Clodoaldo Gomes Alencar Jr., EdinilsonQuintiliano dos Santos e Mait Bertollo. História: FábioBarbosa. Inglês: Eduardo Portela. Língua Portuguesa:Walkiria Rigolon. Matemática: Antonio José Lopes.Trabalho: Maria Helena de Castro Lima e Selma Venco

Gestão do processo de produção editorial

Fundação Carlos Alberto Vanzolini

Antonio Rafael Namur MuscatPresidente da Diretoria Executiva

José Joaquim do Amaral Ferreira

Vice-presidente da Diretoria Executiva

Gestão de Tecnologias aplicadas à Educação

Direção da Área

Guilherme Ary Plonski

Coordenação Executiva do Projeto

Angela Sprenger e Beatriz Scavazza

Gestão Editorial

Denise Blanes

Gestão de Comunicação

Ane do Valle

CTP, Impressão e Acabamento

Imprensa Oficial do Estado de São Paulo

Gestão do PortalLuiz Carlos Gonçalves, Sonia Akimoto e

Wilder Rogério de Oliveira

Equipe de Produção

Assessoria pedagógica: Ghisleine Trigo Silveira

Editorial: Airton Dantas de Araújo, Célia Maria

Cassis, Daniele Brait, Fernanda Bottallo, Mainã

Greeb Vicente, Patrícia Maciel Bomfim, Paulo

Mendes e Sandra Maria da Silva

Direitos autorais e iconografia: Aparecido Francisco,

Beatriz Blay, Priscila Garofalo, Rita De Luca e

Roberto Polacov

Projeto gráfico-editorial: D’Livros Editora e

Distribuidora Ltda e Michelangelo Russo (Capa)

Caro(a) estudante,

É com grande satisfação que a Secretaria de Desenvolvimento Econômico,Ciência e Tecnologia, em parceria com a Secretaria da Educação do Estadode São Paulo, apresenta os Cadernos do Estudante do Programa Educação deJovens e Adultos (EJA) – Mundo do Trabalho, em atendimento a uma justa rei-vindicação dos educadores e da sociedade. A  proposta é oferecer um materialpedagógico de fácil compreensão, para complementar suas atuais necessidadesde conhecimento.

Sabemos quanto é difícil para quem trabalha ou procura um emprego se dedi-car aos estudos, principalmente quando se retorna à escola após algum tempo.

O Programa nasceu da constatação de que os estudantes  jovens e adultostêm experiências pessoais que devem ser consideradas no processo de aprendi-zagem em sala de aula. Trata-se de um conjunto de experiências, conhecimen-

Page 5: ARTE 6ºANO

tos e convicções que se  formou ao  longo da vida. Dessa  forma, procuramosrespeitar a trajetória daqueles que apostaram na educação como o caminhopara a conquista de um futuro melhor.

Nos Cadernos e vídeos que fazem parte do seu material de estudo, vocêperceberá a nossa preocupação em estabelecer um diálogo com o universo dotrabalho. Além disso, foi acrescentada ao currículo a disciplina Trabalho paratratar de questões relacionadas a esse tema.

Nessa disciplina, você terá acesso a conteúdos que poderão auxiliá-lo naprocura do primeiro ou de um novo emprego. Vai aprender a elaborar o seucurrículo observando as diversas formas de seleção utilizadas pelas empresas.Compreenderá também os aspectos mais gerais do mundo do trabalho, como ascausas do desemprego, os direitos trabalhistas e os dados relativos ao mercadode trabalho na região em que vive. Além disso, você conhecerá algumas estra-tégias que poderão ajudá-lo a abrir um negócio próprio, entre outros assuntos.

Esperamos que neste Programa você conclua o Ensino Fundamental e, pos-teriormente, continue estudando e buscando conhecimentos  importantes paraseu desenvolvimento e para sua participação na sociedade. Afinal, o conheci-mento é o bem mais valioso que adquirimos na vida e o único que se acumulapor toda a nossa existência.

Bons estudos!

Secretaria da Educação

Secretaria de DesenvolvimentoEconômico, Ciência e Tecnologia

Sumário

Arte .........................................................................................................................................  7Unidade 1Leitura de mundo pela arte 9

Unidade 2Arte, expressão do cotidiano 29

Unidade 3Arte e meio ambiente49

Unidade 4Arte e lixo 61

Inglês ................................................................................................................................  83Unit 1I know this word 85Eu conheço essa palavra

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First day at work 95Primeiro dia no trabalho

Unit 3Work and school 109Trabalho e escola

Unit 4Housing and housework123Moradia e trabalho doméstico

Língua Portuguesa ........................................................................................ 135Unidade 1Usos da linguagem 137

Unidade 2Gêneros cotidianos 153

Unidade 3Jornal: a leitura nossa de cada dia 173

Unidade 4Jornal: virando as páginas201

Unidade 5Jornal: para além da notícia217

Page 8: ARTE 6ºANO

LPELA

DE

ARTE

6o ANO1o TERMO

Caro(a) estudante,

Neste momento, você vai  iniciar seus estudos de Arte no contexto do Pro-grama EJA – Mundo do Trabalho.

Convidamos você para novos encontros com a arte, ampliando seu olharpara os detalhes que o cercam.

Na Unidade 1, você vai refletir sobre a importância da arte em nossasvidas e na vida de pessoas que viveram há muitos e muitos séculos. Verátambém como as linguagens da arte propõem diversas leituras do mundo quenos rodeia.

Na  Unidade 2, poderá perceber que a arte está no cotidiano de todos, comomeio de comunicação e expressão de ideias, sentimentos e pontos de vista.

Na  Unidade 3, entrará em contato com expressões artísticas que abordama temática da natureza e poderá discutir sobre o  lugar em que vivemos, comonos relacionamos e cuidamos dele, percebendo-se também como uma pessoatransformadora desse ambiente.

Por fim, na Unidade 4, vai aprofundar seus estudos sobre a relação entrearte e natureza, explorando principalmente a questão do lixo, e como podemostransformá-lo em arte.

Bons estudos!

1 MUNDO

EITURA

 ARTE

Você vai  iniciar, nesta Unidade, um debate a respeito da  impor-tância da arte na vida das pessoas, e de como ela revela os diferentes

olhares dos artistas sobre o mundo em que vivem. Poderá exercitar oseu olhar em relação a tudo aquilo que está ao seu 

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©PortaldeMapa

s

redor, utilizando aarte para expressá-lo.

Para iniciar...

Vivemos num mundo carregado de  imagens, sons, cores, formas.

Esses elementos trazem informações sobre nossa cultura, nossa histó-ria e como nosso cotidiano é construído.

Como ler o mundo explorando suas experiências e sua realidade?Como utilizar os vários materiais e procedimentos artísticos sem dei-xar de perceber suas propriedades e características?

•  Você já parou para pensar por que se faz arte?

•  Quem faz arte?

•  Onde se faz arte?

•  A  arte está presente apenas nos museus?

•  O que a arte provoca em você, por exemplo, quando escuta umamúsica, vê uma escultura na praça, assiste a um espetáculo deteatro ou dança? O artista revela em suas obras o seu modo de lero mundo?

Os primeiros registros por meio de desenhos e pinturas

A  arte acompanha o ser humano ao longo de toda a História.Na  Pré-história, há cerca de 40 mil anos, nossos antepassados mora-vam em cavernas e registravam cenas do cotidiano nas paredes, o queé conhecido como arte rupestre.

Você pode  imaginar como eram produzidas as tintas para a pin-tura rupestre?

Você sabia que a palavra“rupestre”significa rocha?Por isso, essa arte recebeutal denominação.

9

Arte – Unidade 1

Para  fazer essas pinturas, eram utilizadas tintas  feitas à base deossos queimados, cal, terra, sangue de animais e minérios em pó mis-turados com água ou gordura animal para pintar nas paredes.

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©PalêZuppani/

PulsarImagens

©FrédéricSoltan/Corbis-

Latinstock

Expressavam-se também por meio de esculturas em madeira, ossoe pedra.

Muitos exemplos dessa arte  foram encontrados em várias  loca-lidades mundo afora: França, Espanha, África do Sul, Austrália e,também, no Brasil, como nos Estados do Piauí e de Santa Catarina.

Teresina

PIAUÍ

ParqueNacionalda Serra

da Capivara

Parque Nacional Serra daCapivara com indicação de sítiosarqueológicos, incluindo aqueles

em que foram encontradaspinturas rupestres, 2009.

N

50 km Sítios arqueológicos localizados no parque

Fonte: Fundação Museu do Homem Americano (Fumdham).

Os desenhos e as pinturas retratavam pessoas em suas ativida-des cotidianas: os animais que caçavam (veados, cavalos, bisões e atémesmo mamutes), as armas e demais utensílios que usavam.

Esses desenhos e pinturas representavam o trabalho, tal comovivenciado naquele período, e tinham caráter místico: era comum, porexemplo, retratar um animal ferido com a crença de que a próximacaçada seria bem-sucedida.

10

Arte – Unidade 1

Observe, nas figuras a seguir, como os animais, as pessoas e otrabalho realizado eram registrados no período.

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©JoséFusteRaga/

Keystone

©PalêZuppani/

PulsarImagens

Pintura rupestre. Veado com filhote. Toca do Boqueirão da Pedra Furada, Parque Nacional Serra da Capivara, SãoRaimundo Nonato (PI).

Pintura rupestre. Primeiros vestígios de vida humana na Índia. Grutas de Bhimbetka, Madhya Pradesh, Índia.

11

Arte – Unidade 1

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Pintura rupestre. Wadi Anshal, nos montes Tadrart Acacus, Deserto de Acacus (parte do Saara), Líbia.

Músicas e danças também fazem parte da arte rupestre, com cenasque traduzem movimentos, ritmos e presença de adereços.

Pintura rupestre. Tema de festa. Toca do Baixão do Perna Quatro, Parque Nacional Serra da Capivara,São Raimundo Nonato (PI).

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Atividade 1 Com as mãos na Pré-história

1. Observe as  imagens de arte rupestre apresentadas anteriormente.Preste atenção nos detalhes das pinturas, especialmente no forma-to das  imagens e nas cores empregadas. O que você acha dessasimagens?

Arte – Unidade 1

Você sabia que,tradicionalmente, oshistoriadores chamamde Pré-história todo operíodo que antecedea escrita?Foram os historiadoresdo século XIX queelaboraram a noçãode que a humanidadeanterior à escritacorresponderia à Pré-

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-história. Na atualidade,os historiadoresconsideram que (desdesempre) a vida dohomem já é história,

e as pesquisas sobrecomo era a vida são feitaspelo estudo de pinturas eesculturas rupestres.

2. Faça uma pesquisa na internet sobre como era a vida na épocados registros rupestres: Como os seres humanos viviam? Qual eraa base de sua alimentação? Como se relacionavam entre si? Haviagoverno naquele tempo?

3. Crie uma pintura  inspirada na arte rupes-tre, mas abordando aspectos de seu coti-diano. Pinte com tinta natural à base deterra (ver receita no boxe ao lado) usandopincéis ou outra ferramenta. Você podetrocar tintas com seus colegas, pois cadatipo de terra recolhida resultará em coresdiferentes: uma será mais amarelada, ou-tra, esverdeada, amarronzada, ou aindaoutras mais.

4. Organize com sua turma uma exposiçãopara apresentar as “pinturas rupestres”e o resultado da pesquisa sobre a vidanesse período.

Tinta natural à base de terraIngredientes e materiais

•  Um pouco de terra sem matéria orgânica (isto é, semgalhos e folhas em decomposição).

•  Água.•  Cola branca líquida.•  Peneira.•  Recipiente para fazer a tinta.Modo de preparo

•  Coloque a terra em um recipiente e deixe ao sol atéque ela esteja bem seca. Depois amasse-a e peneire-a,para ficar bem fina.

•  No recipiente em que será feita a tinta, misture doisdedos de água com a mesma quantidade de cola líquida.

•  Acrescente a terra aos poucos, misturando sempre atéficar pastosa. Caso precise de uma tinta mais líquida,acrescente mais água.

Está pronta sua tinta preparada com o uso de materiaisnaturais.

13

Arte – Unidade 1

A importância da observação

A  observação é muito importante para nossa aprendizagem nos pro-cessos de criação e pode trazer desdobramentos para várias situaçõesno nosso cotidiano. O detalhe da flor aplicada na camiseta, a cor daparede na casa do vizinho, ver um profissional de determinada área tra-balhando, assim como um artista, uma propaganda na revista, no rádioou na TV, por exemplo, são observações que nos trazem ideias e estaspodem dar margem à leitura e produção de nossos trabalhos artísticos.

Atividade 2 Observando o entorno

1. Leia um trecho do poema Morte e vida severina, de  João Cabralde Melo Neto. Atente para a forma como o personagem observa

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©HomeroSérgio/

Folhapress

a paisagem:

Morte e vida severina

João Cabral de Melo Neto

[...]

O RETIRANTE TEM MEDO DE SE EXTRAVIAR PORQUE SEU GUIA, O RIOCAPIBARIBE, CORTOU COM O VERãO

– Antes de sair de casaaprendi a ladainhadas vilas que vou passarna minha longa descida.Sei que há muitas vilas grandes,cidades que elas são ditas;sei que há simples arruados,sei que há vilas pequeninas,todas formando um rosáriocujas contas fossem vilas,todas formando um rosáriode que a estrada fosse a linha.Devo rezar tal rosárioaté o mar onde termina,saltando de conta em conta,passando de vila em vila.Vejo agora: não é fácilseguir essa ladainha;entre uma conta e outra conta,entre uma e outra ave-maria,há certas paragens brancas,de planta e bicho vazias,vazias até de donos,e onde o pé se descaminha.Não desejo emaranharo fio de minha linha

nem que se enrede no pelohirsuto desta caatinga.Pensei que seguindo o rioeu jamais me perderia:ele é o caminho mais certo,de todos o melhor guia.Mas como segui-lo agoraque interrompeu a descida?Vejo que o Capibaribe,como os rios lá de cima,é tão pobre que nem semprepode cumprir sua sinae no verão também corta,com pernas que não caminham.Tenho de saber agoraqual a verdadeira viaentre essas que escancaradasfrente a mim se multiplicam.Mas não vejo almas aqui,nem almas mortas nem vivas;ouço somente à distânciao que parece cantoria.Será novena de santo,será algum mês de Maria;quem sabe até se uma festaou uma dança não seria? [...]

MELO NETO, João Cabral de. Morte e vida severina. Rio de Janeiro: Alfaguara, 2007.

14

Arte – Unidade 1

Severino, um retirante nordestino,é o personagem que “fala” nessetrecho do poema.

•  O que Severino observa?

João Cabral de Melo Neto, poetae diplomata brasileiro, nasceu em9 de janeiro de 1920, no Recife, emPernambuco.

Passou a infância nos engenhosde cana-de-açúcar da família e

estudou em sua cidade natal, numcolégio dos Irmãos Maristas.Em 1942, ainda no Recife, publicou seu primeiro livro de poemas,Pedra do sono.

Em fins de 1942, fixou residência no Rio de Janeiro.

Em 1943, publicou O engenheiro e, dois anos depois, prestouconcurso para a carreira diplomática.Funcionário do Itamaraty, viajou por diversos países, servindo naEspanha, Inglaterra, França e Senegal, mas a atividade literáriaacompanhou-o por todos esses anos, o que lhe valeu inúmerosprêmios, entre os quais: Prêmio José de Anchieta, de poesia, do IVCentenário de São Paulo, em 1954, e Prêmio da União Brasileira deEscritores, pelo livro Crime na Calle Relator, em 1988.

Page 15: ARTE 6ºANO

Foi casado com Stella Maria Barbosa de Oliveira, com quem teve osfilhos Rodrigo, Inez, Luiz, Isabel e João.Casou-se pela segunda vez, em 1986, com a poeta Marly de Oliveira.

Na poética de João Cabral de Melo Neto, podemos perceber trêsgrandes preocupações:•  O Nordeste e a sua gente: os retirantes, as suas tradições, osengenhos e, também, de modo muito particular, a sua cidade,o Recife.

•  A Espanha e as suas paisagens.

•  A arte e as suas diferentes manifestações: a pintura de Joan Miró,de Pablo Picasso e do pernambucano Vicente do Rego Monteiro.

Em 1969, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras.

Morreu em 9 de outubro de 1999, no Rio de Janeiro.

Das obras poéticas de João Cabral podemos citar: Morte e vidaseverina e outros poemas em voz alta e A educação pela pedra, ambasde 1966; Museu de tudo, 1975; Auto do frade, 1984; Agrestes, 1985;Sevilla andando, 1989.

•  Por que você acha que ele direciona sua observação paraesses aspectos?

Observar é olhar com muita atenção, é perceber detalhes não per-cebidos ou aparentemente sem importância. Foi assim que o poetatambém percebeu a vida e, sobre ela,  fez o poema, uma das  lin-guagens da arte.

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Arte – Unidade 1

2. Como você observa o mundo à sua volta? Como fazer dessa obser-vação uma produção artística que mostre o seu olhar singular?

Em primeiro  lugar, saia da sala de aula e observe a rua em que aescola se localiza.

a) Note bem as construções; repare se há árvores,  jardins, pra-ças; veja os postes de iluminação e observe as pessoas queestão passando pela rua. Registre suas observações.

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©LuisDávil

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Arte – Unidade 1

b) Construa uma “máquina de olhar” (ver  instruções no boxe aseguir). Com ela, volte a observar as mesmas coisas na rua.

Você mudaria seu registro sobre o que viu sem a “máquina deolhar”? O quê? Por quê?

Page 17: ARTE 6ºANO

Máquina de olharPara construir sua “máquina de olhar”, você vai precisar de uma folha de papel sulfite ou similar, do tamanho de uma folha decaderno universitário.Como fazer

•  Dobre a folha ao meio.

•  Recorte e retire um pequeno retângulo no meio da dobra central.

•  Abra e está pronta a sua “máquina de olhar”.

Como utilizar

Segure a folha com as mãos e coloque o olho na direção do recorte do papel. Este será seu campo de visão. Repare que,ao mover o braço para a frente ou para trás, provocará um zoom, afastando e aproximando a imagem observada, variandoo foco do bem próximo ao mais distante. Mais ainda, personalize sua “máquina” com cores e desenhos e guarde-a bem,pois ela será utilizada em outras ocasiões.

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Arte – Unidade 1

c) Selecione a  imagem que mais chamou a sua atenção no mo-mento da observação.

Descreva com o maior número de detalhes possível a cenaque você escolheu. Se for uma casa, por exemplo, detalhea cor da fachada, das janelas, os materiais utilizados, a al-tura, a  largura etc.

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ImagemdoacervodoProjetoPortinari/

Reprodução autorizadaporJoãoCandidoPorti

nari

d) Observando bem a descrição da  imagem, crie uma produçãoartística sobre seu entorno. Pode ser um desenho, uma pintu-ra ou escultura, um poema, um conto, a representação de umacena vista, uma composição com os sons ouvidos, comouma paisagem sonora, ou até uma pequena coreografia compassos e movimentos, como em uma dança.

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Arte – Unidade 1

Momento cidadania

Um dos elementos preferidos por Candido Portinari era o povo brasileiro. Na  obraRetirantes, de 1944, o artista retrata uma família de migrantes nordestinos fugindoda seca em direção ao Sudeste. À  época, grandes secas no Nordeste do País levavammilhares de famílias a esse destino.

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Candido Portinari. Retirantes, 1944. Óleo sobre tela, 190 cm x 180 cm. Coleção Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand,São Paulo (SP).

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Arte – Unidade 1

O que Portinari nos leva a pensar por meio de sua obra? O que nos mostra por meioda paisagem? E sobre a família retratada? Para dar maior expressividade, o artista vale-sede deformações em vez de realismo? Qual o efeito que esse recurso causa?

Desde a década de 1930 as grandes cidades do Sudeste no Brasil cresceram com otrabalho, a participação e as referências culturais dos cidadãos nordestinos.

Atualmente, embora haja o reconhecimento em relação ao trabalho e à cultura nor-destina, ainda assistimos a atos de discriminação e preconceito em relação a modos defalar e à origem das pessoas.

Para conscientizar a população sobre a igualdade de direitos de todos os brasileiros,foi criado o Conselho Estadual de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Nor-destina. Para saber mais entre no  site: <http://www.comunidadenordestina.sp.gov.br/portal.php/hist>. Acesso em: 19 dez. 2011.

Paisagens e histórias

Geografia6o ano/1o termo

Unidade 1

Fica a dica

A paisagem temsido transformada peloser humano ao longodo tempo, seguindointeresses sociais eeconômicos, como aderrubada de mataspara a abertura deespaço para plantações

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©MilitãodosSanto

s©LuisDávil

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e, também, para ocrescimento das cidades.O documentárioPlaneta Terra – A terracomo você nunca viu(BBC, 2006/2007)traz uma visão geraldo planeta em quevivemos e no qualtanto interferimos. Pormeio de sequências elapsos no tempo, obser-vamos a evolução domeio ambiente durantemilhares de anos.

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Você estudou na aula de Geografia o que é paisagem.

Faça a análise pela ótica da arte. Você parou para pensar que aspaisagens contam histórias de pessoas, de lugares e dos tempos?

Podemos dizer que a paisagem é a combinação de elementos natu-rais e de objetos técnicos; tudo o que vemos. A  paisagem mostra ahistória das pessoas que ali vivem, os recursos naturais de que dis-põem e a forma como os empregam.

A  paisagem é um gênero de pintura que sempre  foi muito utili-zado pelos artistas em todos os tempos e culturas.

Atividade 3   Olhares artísticos sobre a paisagem

Observe as duas paisagens apresentadas nas próximas páginas.Os artistas Sinval Medeiros e Militão dos Santos mostram com estasobras as suas leituras do mundo. Revelam um modo singular de olhara paisagem.

•   O que estas obras despertam em você?Arte – Unidade 1

•  Qual época e lugar estas obras retratam?

•  Estes seriam lugares nos quais você moraria? Por quê?

Sinval Medeiros nasceu em 5 de  dezembro de  1962 na cidade de  Currais Novos, RioGrande do Norte.Estudou até o 2o ano do Ensino Fundamental e não teve contato com escola de artes.

Migrou para São Paulo, em 1990, para trabalhar e melhorar de vida.

Durante algum tempo, teve problemas com alcoolismo e tornou-se morador de rua, e, parasobreviver, fazia pequenos trabalhos, ocasião em que também foi camelô.Em outubro de 2006, enquanto dormia na rua, na Avenida São João com a Rua LíberoBadaró, foi acordado por uma voz, que dizia: “Você não pode dormir aqui. Saia já daí!”.Porém, quando acordou, não viu ninguém e, assustado, correu pelo meio do Vale do Anhangabaú. Ao virar-se, viu uma belaimagem composta pelo Edifício Altino Arantes e o local onde dormia. Parou e falou consigo mesmo: “Vou pintar isso aqui”.A partir daí, parou de beber e não deixou mais de pintar.

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©LuisDávil

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O seu estilo primitivo, naïf, não tem como se comparar a nenhum  dos pintores do gênero, pois ele não tem ninguémcomo referência artística e não sabe o nome de nenhum  pintor.

Antonio Militão dos Santos nasceu em 15 de junho de 1956, em Caruaru, Pernambuco.

Aos 7 anos de idade contraiu meningite e perdeu 100% da audição.Em 1970, mudou-se para o Rio de Janeiro e se matriculou no Instituto Nacional de Educaçãode Surdos, onde aprendeu a linguagem labial e a de sinais e desenvolveu sua inclinaçãopara a pintura em aulas com o artista plástico Rubens Fortes Bustamante Sá.Em 1982, esteve no Uruguai, na Argentina e no Paraguai e retornou ao Brasil em 1986.Participou de diversas exposições coletivas, nas quais teve destaque e também conquistas:Menção Honrosa no I Salão Baronense de Artes (São Paulo, SP, 1979); Prêmio CategoriaOuro no II Salão de Artes Plásticas (São João do Meriti, RJ, 1981); Medalha de Bronze no I Festival de Arte Naïf Brasileira(Campinas, SP, 1987); Medalha de Bronze no II Festival de Arte Naïf Brasileira (Campinas, SP, 1989).Em 1990, voltou para o Recife, onde reside. Depois disso, tem realizado várias exposições individuais pelo Brasil.Seus trabalhos fazem parte também do círculo de comercialização de importantes galerias no exterior, como GottfriedMurbach (Zurique, Suíça).

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Arte – Unidade 1

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©MilitãodosSanto

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Sinval Medeiros. Sem título, 2010. Óleo sobre tela, 59 cm x 89 cm. Coleção particular.

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Arte – Unidade 1

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©Autvis2011©TheBridgemanArtLibrary/

Keystone

Militão dos Santos. Rio São Francisco, 2008. Óleo e acrílico sobre tela, 50 cm x 50 cm. Coleção particular.

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Arte – Unidade 1

Texturas na arte

Uma maneira interessante de olhar ao seu redor é tocar nas coisascom as mãos para perceber as texturas.

Nas artes visuais, um modo de trabalhar com texturas é a “frota-gem”. Você já ouviu falar nessa técnica?

Frotter é uma palavra em francês que significa “esfregar”,“roçar”, “friccionar”. Para utilizar a técnica da frotagem,coloca-se uma  folha de papel sobre uma superfície texturizadae esfrega-se a  folha de papel com um  lápis, giz, grafite, carvãoou outro material, para “transferir” a textura para o papel, comresultados inusitados.

Esse mesmo procedimento plástico foi usado pelo artista Max  Ernstna sua obra A floresta petrificada, de 1929, e em muitas outras pinturas.

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Max Ernst. A floresta petrificada, 1929. Carvão sobre papel, 783 cm x 600 cm. Museu Nacional de Arte Moderna, Centro Pompidou, Paris, França.

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Arte – Unidade 1

Atividade 4 Descobrindo texturas

Agora, você vai frotar as mais diferentes texturas, como árvores,calçadas, muros, objetos, e o que mais quiser experimentar.

Com folhas de papel sulfite e gizes de cera, explore as texturas dasmais diversas superfícies ao seu redor. Depois, crie uma paisagem, reco-lhendo as texturas frotadas que você considerou mais interessantes.

Você pode dar um efeito especial na sua composição, passandotinta aquarela bem aguada por cima de tudo.

Dê um título para sua produção.

Atividade 5 Olhar além dos olhos

Experimente fazer o exercício de olhar, utilizando o tato, o olfatoe a audição.

•  Coloque-se em um lugar da escola: pátio, sala de aula, refeitório etc.

•  Escute os sons, sinta os cheiros e perceba a temperatura.

•  Registre suas  impressões em desenhos, pinturas, sonoridades, ce-nas ou coreografias. O importante é perceber que a linguagem daarte registra outras  leituras do mundo,  impressões pessoais que,assim, podem ser expressas e comunicadas.

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©SucessionMatisse,Autvis

2011

©PhotoResearchers/

Latinstock

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Arte – Unidade 1

Atividade 6 Leitura do mundo pelas artes

Observe, na próxima página, a  imagem de uma obra do artistaHenri Matisse. Esse pintor francês disse certa vez:

Quando eu pinto verde não significa grama e quando pinto azul elenão significa céu.

“Conversation with Courthion”, 1941.© Succession H. Matisse

Assim ele resumiu a utilização das cores em suas obras, liberando-asda função meramente descritiva – ou seja, que reproduz a imagem talqual ela é – e dando-lhes uma função expressiva, isto é, o significadoque têm para o artista.

Matisse optou por negar as  ideias tradicionais, como a de que omar e o céu são sempre azuis, a vegetação é verde e o fogo é verme-lho. Como artista, ele escolheu as cores à sua maneira, e nos mostraseu modo pessoal de ler o mundo.

Compare a paisagem pintada por Matisse com a arte rupestre,as obras de Sinval Medeiros, Militão dos Santos, Candido Portinarie Max  Ernst, o poema de  João Cabral de Melo Neto e as produçõescriadas por você e seus colegas.

Como você responderia novamente à pergunta discutida no iníciodesta Unidade: O artista revela em suas obras o seu modo de ler o mundo?

Você também pode ter descoberto que os artistas utilizam diver-sas  linguagens artísticas para expressar suas  leituras: a  literatura, asartes visuais, a música, a dança, o teatro e tantas outras manifestaçõesartísticas.

E a leitura de mundo é realizada ainda em outras disciplinas,como Geografia, História, Ciências, Filosofia, Matemática, queolham o mundo de outros pontos de vista.

Henri Matisse nasceu em 31 de dezembro de 1869, em Le Cateau-Cambrésis, Norte da França.Estudou Direito em Paris e trabalhou como assistente jurídico. Aos 21 anos ficou seriamentedoente e, durante sua recuperação, começou a pintar.Frequentou aulas de arte na Escola de Belas-Artes, em Paris, e estudou diferentes estilos.Foi influenciado pelo impressionismo e pelo pós-impressionismo, de pintores comoCamille Pissarro, Paul Cézanne, Van Gogh, Paul Gauguin e Paul Signac e pelas pinturas deJ. M. W. Turner.Em uma exposição no Salão de Outono, em 1905, Matisse e seu grupo foram ironicamenteapelidados de “Les Fauves”, que significa “as feras”, em razão das cores fortes e ousadas

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©BridgemanArt-

Keystone

©SuccessionH.Matisse,Autvis2

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que eles usavam em suas pinturas. Assim, Matisse finalmente encontrou seu próprio estiloartístico, caracterizado pela ousadia, por cores brilhantes e executado em pinceladas largas.Em 1941, por causa de uma cirurgia abdominal que dificultava seu trabalho de ficar de pé em frente a um cavalete, o artistabuscou outra forma de expressão artística. Criou composições com recortes de papel nas mesmas cores vivas, fortes econhecidas de suas pinturas. Como tinha um assistente, podia trabalhar deitado na cama ou sentado em uma poltrona.Foi também escultor e ilustrador.Henri Matisse morreu em 3 de novembro de 1954, em Nice, na França.

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Arte – Unidade 1

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Henri Matisse. Jardins de Luxemburgo, c. 1901. Óleo sobre tela, 59,5 cm x 81,5 cm. Museu Estatal Hermitage, São Petersburgo, Rússia.

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Arte – Unidade 1

Você estudou

Nesta Unidade, você pôde discutir que a arte  já estava pre-sente desde o tempo do homem das cavernas. Além de manifes-tação artística, a arte também pode ser vista como documento etestemunho, pois registra o cotidiano da humanidade. Pode-seconhecer, por meio das obras de arte e da vida dos artistas, comoo outro olha o mundo e como se expressa, assim como você mes-mo e seus colegas.

Também é possível  interagir com alguns materiais e proce-dimentos artísticos, para perceber possibilidades variadas deexpressar-se por meio da arte.

Pense sobre

Cada pessoa enxerga e registra o mundo que a cerca de maneiraprópria. Uma boa dica para continuar a conversa sobre esse assuntoé assistir a  fragmentos do documentário  Janela da alma (direção deJoão Jardim e Walter Carvalho, 2001), em que pessoas com diferentesgraus de deficiência visual são entrevistadas e  falam como veem osoutros e como percebem o mundo.

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2     ARTE,

 EXPRESSãO

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DO COTIDIANO

A  arte é um meio de comunicação e expressão de ideias, sentimen-tos e pontos de vista. Cada linguagem da arte tem seus signos, códigose materialidades para dar concretude a essas ideias e a esses senti-mentos. Você vai conhecer nesta Unidade alguns artistas que expres-sam pela arte seus pontos de vista sobre o cotidiano e o trabalho.

Para iniciar...

Como será que o trabalho é visto pelos “olhos” da arte?

•  O que é o trabalho?

•  O que é ser um artista?

•  O artista também é um trabalhador?

Atividade 1 Uma cena de trabalho

1. Aprecie, na próxima página, a obra Operários, de Tarsila doAmaral. Deixe o olhar passear livremente pela obra.

Converse com seus colegas e registre suas conclusões:

•  Em que lugar se passa essa cena?

•  Quem seriam os personagens retratados?

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©TarsiladoAmaralEmpreendimentosFoto©Romulo

Fialdini

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Arte – Unidade 2

Tarsila do Amaral. Operários, 1933. Óleo sobre tela, 150 cm x 205 cm. Acervo do Palácio Boa Vista, Campos do Jordão (SP).

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©AlinariArchives,Florence/

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Arte – Unidade 2

•  Comente sobre a diversidade dos rostos. Que informações issonos traz?

•  Por que, em sua opinião, as pessoas estão agrupadas?

•  O que a obra faz pensar em relação ao trabalho coletivo?

•  Que sentimentos e pensamentos as cores escolhidas por Tarsilaao pintar esse quadro lhe provocam?

•  As fábricas e os operários ocupam espaços diferentes na pin-tura. Para você, que efeitos isso provoca?

•  Pelas expressões retratadas, o que eles poderiam estar sentin-do ou querendo expressar para quem aprecia a obra?

Tarsila do Amaral (1886-1973) foi uma famosa pintora brasileira que nasceu na cidade de Capivari, no Estado de São Paulo.Seus estudos em arte iniciaram-se no ano de 1916. A primeira técnica estudada pela artista foi a escultura. Depois aprendeudesenho e pintura no ateliê Pedro Alexandrino, em São Paulo.Fez parte da Semana de Arte Moderna em 1922, com Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Menotti Del Picchia e AnitaMalfatti, entre outros.Sua obra mais famosa, Abaporu, foi feita no ano de 1928. Esse quadro foi um presente de Tarsila para Oswald de Andrade,que era seu marido na época. A obra foi o símbolo do Manifesto Antropófago, que se propunha a construir uma artebrasileira após consumir e transformar a cultura europeia.Em 1951, participou da I Bienal de São Paulo e foi homenageada, em 1969, com uma exposição chamada Tarsila 50 anosde pintura.

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Arte – Unidade 2

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2. Tarsila do Amaral pintou Operários em 1933, época em que SãoPaulo já estava se tornando o principal centro urbano e industrialdo País. As primeiras fábricas instaladas no Brasil produziam bensnão duráveis, como tecidos, roupas e alimentos. A  partir de 1930,a indústria brasileira se ampliou e passou a produzir também bensduráveis, como carros e materiais de siderurgia.

Observe as imagens a seguir, que retratam algumas indústriaspaulistas desse período, e converse com seus colegas.

Primórdios da indústria no Brasil, c. 1930. Trabalhadoras de uma fábrica de sapatos, São Paulo (SP).

Primórdios da indústria no Brasil, c. 1930. Trabalhadores de umafábrica de sapatos, São Paulo (SP).

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Primórdios da indústria no Brasil, c. 1930. Trabalhadores de umafábrica de produtos de alumínio.

Arte – Unidade 2

Como vocês acham que essas imagens podem se relacionar com a

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obra Operários, de Tarsila do Amaral?

3. Agora, continue a conversa com seus colegas, com base nas ques-tões a seguir e registre suas conclusões:

a) Nesse quadro, Tarsila retratou alguns de seus companheirosdo movimento modernista, como Mário de Andrade, escritore autor de Macunaíma, Oswald de Andrade, poeta com quemfoi casada, e Anita Malfatti, pintora. Na opinião de vocês,por que a artista  incluiu os rostos de personalidades  intelec-tuais e artísticas da época e trabalhadores em um quadro quechamou Operários?

b) Eugênio Sigaud (1899-1979)  foi um artista carioca contem-porâneo de Tarsila do Amaral que também fez parte do mo-vimento modernista. Vejam como ele expressava sua posiçãoem relação à função da arte no mundo:

Sempre exaltei o operário anônimo, sempre denunciei a vida mas-sacrada pelo sistema. Sempre tive consciência da função social da arte.A meu ver,  toda arte pode concorrer para ativar o debate público,melhorando, assim, por via indireta, a vida do homem.

MORAIS, Frederico. Dacoleção: os caminhos da arte brasileira.Introdução de Cesar Luis Pires de Mello. São Paulo: Júlio Bogoricin, 1986.

•  Que relações vocês estabelecem entre a obra Operários, deTarsila do Amaral, e esse depoimento de Eugênio Sigaud?

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Arte – Unidade 2

•  Para vocês, as obras de arte também podem melhorar a vidadas pessoas? Como?

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©SuccessionPabloPicasso,Autvis2011©Oronoz/Album-

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©SuccessionPabloPicas

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Autvis201

1©Diomedia

4. A   leitura da obra de Tarsila do Amaral, ampliada pela conversasobre o depoimento de Sigaud e sobre o  início da  industrializa-ção no Brasil, será seu ponto de partida para a criação de umafotomontagem sobre o trabalho e o operário. Faça uma colagemutilizando-se de recortes de jornais e revistas, mas que pode tam-bém ser complementada por pinturas e desenhos.

5. Depois que as colagens estiverem prontas, organize com seus cole-gas uma exposição. Qual o ponto de vista que cada um expressousobre o trabalho?

VanguardaPalavra que vem daexpressão francesaavant- (antes, diante)garde (guarda), umareferência ao batalhãomilitar que antecedia osataques das tropas. Porisso vanguarda designaaquilo que está à frentedos tempos.

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A   função social da arte é um debate que atravessa temposhistóricos e movimentos artísticos.

As diversas vanguardas têm tido importante papel nesse de-bate, pois, por meio da experimentação das técnicas, dos temas,dos modos de fazer arte, buscavam confrontar a função da arte,tendo em vista a sociedade em constante transformação, ao va-lorizar elementos da modernização das relações: a  importânciado indivíduo livre das tradições, a igualdade entre homens e mu-lheres etc.

No  começo do século XX, em São Paulo, um grupo de artis-tas mobilizou o cenário cultural, ao se contrapor ao modelo eu-ropeu de arte e voltar seu olhar para a valorização dos operáriose da cultura do nosso povo. Conhecido como Movimento Mo-dernista, que culminou na Semana da Arte Moderna de 1922,esse grupo de vanguarda tinha como representantes escritorescomo Mário de Andrade e Oswald de Andrade, e pintoras comoTarsila do Amaral e Anita Malfatti.

Arte – Unidade 2

A arte como expressão política

Muitos artistas, como Tarsila do Amaral e Eugênio Sigaud, usa-ram a arte para expressar sua posição política e denunciar a vida mas-sacrada pelos conflitos sociais, entre eles guerras e exclusões.

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©SergioMoraes/Reuters-

Latinstock

Observe o painel Guernica, do artista espanhol Pablo Picasso:

Pablo Picasso. Guernica, 1937. Óleo sobre tela, 349 cm × 776 cm. Museu Rainha Sofia, Madri, Espanha.

Pablo Picasso nasceu em 25 de outubro de 1881 na cidade espanhola de Málaga.Estudou na Escola Superior de Belas-Artes de Barcelona, estimulado por seu pai, que eraprofessor de desenho.Em 1897, foi para Madri e se inscreveu na Real Academia de Belas-Artes de SãoFernando. Frequentava sempre o Museu do Prado, para copiar os grandes mestres.Em 1900, Picasso fez sua primeira viagem a Paris, com seu amigo Carlos Casagemas,que se suicidou em 1901. Nesse ano, começou o Período Azul das suas pinturas, comtons frios de azul.Em 1906, Picasso conheceu o artista Henri Matisse, que se tornou seu melhor amigo.Em 1907, pintou Les demoiselles d’Avignon, a sua primeira obra cubista em que apresenta figuras numa simultaneidade de planos.Apaixonou-se por Olga Koklova, uma bailarina. Casaram-se em 12 de julho de 1918. Quando Olga engravidou, criou umasérie de pinturas de mães com filhos.Em 1937, no auge da Guerra Civil Espanhola (1936-1939), pintou o mural Guernica, que mostra a violência e o massacresofridos pela população da cidade de Guernica.Entre o começo e o fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), dedicou-se também à escultura, à gravação e à cerâmica.Em 1943, Picasso conheceu a pintora Françoise Gilot e teve com ela dois filhos, Claude e Paloma.Em 1968, aos 87 anos, produziu em sete meses uma série de 347 gravuras, recuperando os temas da juventude: o circo, astouradas, o teatro, as situações eróticas.Durante a década de  1950 e a de  1960, pintou obras de  arte de  outros artistas famosos: O almoço na relva, de  ÉdouardManet, e As meninas, de Diego Velázquez, são exemplos desse período.Entre suas obras podemos citar: Arlequim, A guitarra, Mendigos, O cego, A família Soler, O moço do cavalo, Mulher de verdee A alegria de viver.Morreu em 1973 numa região perto de Cannes, na França.

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Arte – Unidade 2 Fica a dica

Lena Gieseke criouum vídeo em 3D daobra Guernica.

Acesse o site para realizaruma viagem virtual pelaobra. Disponível em:<http://www.cultura.dequalidade.com.br/index.php/pintura/cubismo-guernica-3d-de-pablo-picasso-em-3d/>.

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©SebastiãoSalgado/

AmazonasImages

Acesso em: 19 dez. 2011.

Em Guernica, o artista denunciou mortes, violência e tristeza cau-sadas pela Guerra Civil Espanhola (1936-1939).

A  Guerra Civil Espanhola, que levou Picasso a pintar esse mural,foi um dos acontecimentos mais traumáticos ocorridos antes daSegunda Guerra Mundial.

Em 1937, a cidade espanhola de Guernica vivenciou um con-fronto militar, comandado pela aviação alemã e por Adolf Hitler,aliado do ditador espanhol Francisco Franco.

Nesse ano, a população da cidade era estimada em 5 mil pessoase, nessa ação, calcula-se que mais de 1,5 mil pessoas foram mortas.Quando o governo da Segunda República espanhola no exílio enco-mendou a Picasso uma obra para uma exposição em Paris, em 1937,ele inspirou-se nesse massacre para denunciá-lo. Criou e recriou aobra de grandes dimensões em 34 dias, realizando 45 desenhos emque estudava a composição ou os detalhes da obra.

Picasso exibiu essa obra na França e pediu que ela fosse expostana Espanha somente quando a ditadura terminasse e a democraciaretornasse ao seu país, o que levou 44 anos para acontecer, em 1981.

Atividade 2 Com os pés na história

1. Outra obra de arte que traz um olhar sobre o trabalho é a fo-tografia em preto e branco Sem título, de Sebastião Salgado. Aimagem faz parte do livro Terra, que reúne fotografias feitasem acampamentos e assentamentos de trabalhadores brasileirossem-terra.

Nessa obra o artista focalizou os pés, e não o rosto das pessoas.

Sebastião Salgado nasceu em 1944 nacidade mineira de Aimorés. Estudou economiana Universidade Federal do Espírito Santo,e depois fez mestrado na Universidade deSão Paulo e doutorado na França, na EscolaNacional de Estatística.

Sua escolha pela fotografia surgiu após umaviagem à África em 1971, ocasião em queusou uma câmera emprestada de sua esposa.Dois anos depois, Salgado dedicou-se aoexercício da fotografia como denúncia social.Refugiados, povos privados de sua terra e deseus direitos e migrantes têm sido até agoraos modelos escolhidos por Sebastião em seutrabalho.

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Arte – Unidade 2

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Sebastião Salgado. Sem título, 1983. Fotografia em preto e branco em papel-cuchê, 51 cm x 71 cm (Ensaio A luta pela terra). Museu de Artedo Espírito Santo Dionísio del Santo, Vitória (ES). Doado pelo artista.

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Arte – Unidade 2

Sebastião Salgado

fotografou os pés bemde perto, em close. Nesseprocedimento, a lentefica muito próxima doobjeto a ser fotografado,revelando seus detalhes

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©HudsonCalasa

ns

e sutilezas.

Ao  olhar para essa fotografia, podemos fazer várias perguntas:

•   Quais sentimentos e pensamentos essa obra provoca em você?

•   Para você, qual foi o ponto de vista do fotógrafo ao fazer essafoto?

•  São pés de homens ou de mulheres? São pés jovens ou velhos?

•  As pessoas ficaram  lado a  lado para que seus pés fossem fo-tografados? Em que posição elas teriam ficado? Por que vocêacha que o artista resolveu fotografá-las assim?

•  O que as marcas como cicatrizes, manchas e rugas presentesnos pés fotografados contam da vida dessas pessoas?

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Arte – Unidade 2

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2. Você já pensou que seus pés também podem contar histórias?O que eles expressam a seu respeito? Que história pessoal seus péspoderiam contar?

Faça fotografias de seus pés, enfocando-os como fez SebastiãoSalgado.

3. Compartilhe com os colegas as fotografias e as histórias descober-tas sobre os seus pés.

A fotografia

A  palavra fotografia vem do grego phôs, photós (luz) e graphê(escrita, escrito, desenho, descrição).

A  base da fotografia é uma ciência antiga: a óptica, que estuda aluz e seus reflexos.

A máquina fotográfica foi inventada partindo-se da ideia dacâmera escura, que é uma caixa totalmente fechada contendo umpequeno orifício. Esse pequeno orifício permite que um foco de  luzentre na caixa.

Assim, quando a luz emitida por um objeto entra na câmeraescura, a imagem desse objeto é projetada invertida na parede do ladocontrário da caixa.

E por que a imagem fica invertida? É porque os raios de luzseguem trajetória retilínea, ou seja, “andam em linha reta”. Assim, aluz que parte do alto do objeto só pode se projetar na parte de baixoda caixa, e vice-versa.

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Arte – Unidade 2

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©MarolaEdiçõesM

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da.

©IsraelAntunes/

Folhapress

A terra é uma necessidade para a sobrevivência do serhumano, como modo de tirar dela seu sustento. É por  isso quea disputa pela terra sempre foi uma realidade para os gruposhumanos. E continua sendo.

No  Brasil, por exemplo, ainda existem movimentos sociais quebuscam obter o direito à terra – que continua, a maior parte dela,concentrada nas mãos de poucos (uma realidade que vem desdea época da colonização).

Além disso, a atual Constituição Federal (1988), em seu ar-tigo 186, consolida princípios para uma política de uso da terra,embasada na seguinte concepção da sua função social:

I – aproveitamento racional e adequado;II – utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preser-vação do meio ambiente;

III – observância das disposições que regulam as relações de trabalho;IV – exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dostrabalhadores.

A  Constituição prevê ainda que o Estado desapropriará,para Reforma Agrária, as terras que não estejam cumprindo talfunção social.

No  entanto, a disputa é tão acirrada (e desigual) que a questãoda terra (e da Reforma Agrária) continua a ser um dos grandesdesafios a ser enfrentados pelo Brasil.

Referência

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui%C3%A7ao.htm>. Acesso em: 19 dez. 2011.

Atividade 3 Alguns diálogos da arte sobre o cotidianodo trabalhador rural

1. O livro Terra, de Sebastião Salgado, recebeu várias composiçõesde Chico Buarque em suas páginas. Uma delas é a música Assen-tamento.

Leia a letra com atenção e, se possível, escute a música.

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Arte – Unidade 2

Assentamento

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©LuisDávil

a

Quando eu morrer, que me enterrem nabeira do chapadãocontente com minha terracansado de tanta guerracrescido de coraçãoTôo(apud Guimarães Rosa)

Zanza daquiZanza pra acoláFim de feira, periferia aforaA cidade não mora mais em mimFrancisco, SerafimVamos embora

Chico Buarque

Ver o capimVer o baobáVamos ver a campina quando floraA piracema, rios contravimBinho, Bel, Bia, QuimVamos embora

Quando eu morrerCansado de guerraMorro de bemCom a minha terra:Cana, caquiInhame, abóboraOnde só vento se semeava outroraAmplidão, nação, sertão sem fimÓ Manuel, MiguilimVamos embora

Chico Buarque de Hollanda nasceu em 19 de junho de 1944, no Rio de Janeiro.Em 1946, veio morar em São Paulo, onde o pai assumira a direção do Museu Paulista daUniversidade de São Paulo, também conhecido como Museu do Ipiranga.Em 1963, ingressou no curso de arquitetura na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo(FAU-USP). Cursou dois anos e parou em 1965, quando começou a se dedicar à carreiraartística. Nesse ano, lançou Sonho de um Carnaval, inscrita no I Festival Nacional de MúsicaPopular Brasileira, e Pedro Pedreiro.Em 1966, venceu o mesmo festival, com A banda, interpretada por Nara Leão.No festival de 1967, fez sucesso com Roda-viva, interpretada por ele e pelo grupo MPB-4.Em 1968, voltou a vencer outro festival, o III Festival Internacional da Canção da TV Globo,com a canção Sabiá.Musicou as peças Morte e vida severina e o infantil Os saltimbancos. Escreveu várias peças deteatro, entre elas Roda-viva, Gota d’água (com Paulo Pontes), Calabar (com Ruy Guerra), Óperado malandro, e alguns romances: Estorvo, Benjamim e Budapeste.Ameaçado pelo regime militar no Brasil, esteve em autoexílio na Itália, em 1969, onde chegou a fazer espetáculos com Toquinho.Ao voltar ao Brasil, continuou com composições que denunciavam aspectos sociais, econômicos e culturais, como as célebresConstrução e Partido alto.

•  Para você, quais palavras de Assentamento têm relação com a obra de SebastiãoSalgado e com as questões levantadas no “Momento cidadania”? Por quê?

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Arte – Unidade 2

2. Em grupo discutam os significados da  imagem do  livro Terra e amúsica Assentamento, de Chico Buarque:

•  O que mais chamou a atenção dos integrantes do grupo?

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©MarcosAndré/

OpçãoBrasilIm

agens

•  Como Sebastião Salgado e Chico Buarque expressam suas posi-ções políticas nessas obras?

Registre as conclusões do grupo.

Estátua vivaPrática comum nasruas de muitos centrosurbanos.

Usam-se o corpo, algunsobjetos e roupas trazidasde casa.Ao apreciar umaescultura e explorar seuespaço tridimensional, éimportante olhá-la pordiferentes ângulos.

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3. Tomando por base a discussãodo grupo, produza uma escul-tura corporal com os colegasparticipantes. Poderia ser feitatambém uma intervenção comoestátua viva na escola com oscorpos dos integrantes de cadagrupo.

Se achar interessante, tire fotosdas esculturas corporais e monteuma exposição.

Atividade 4 Outros artistas, outras histórias

Mestre Vitalino, assim como outros artistas, preocupava-se, emsuas obras, em retratar cenas do cotidiano. Ele era considerado umcronista de seu tempo e de seu lugar, o sertão de Pernambuco.

Com barro, ele criava bonecos que representavam os trabalha-

dores em seu ofício, como o barbeiro, as costureiras, o dentista. Eletambém representava as festas, os tocadores de pífanos e de tambores,

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©MarcoAntônioSá/

PulsarImagens

©MarcoAntônioSá/

PulsarImagens

os bois e o cangaço. Muitos artistas populares ainda se  inspiram notrabalho de Mestre Vitalino.

Vitalino Pereira dos Santos nasceu em 1909 em Ribeira dos Campos, uma pequena vilano município de Caruaru, Pernambuco.Filho de lavradores, quando criança modelava as cenas do cotidiano – bois, jegues, pessoas –com as sobras do barro usado por sua mãe na produção de utensílios domésticos.Como era analfabeto, carimbava as suas peças, mas, a partir de 1950, aprendeu a autenticara sua obra com o seu nome.Mestre Vitalino morreu em 1963. Seus filhos, Severino e Amaro, continuam a sua obra,recriando no barro as personagens do mundo nordestino.

Observe a imagem a seguir, de um “discípulo” de Mestre Vitalino:

Arte – Unidade 2

Arte popularNo Brasil, é comocostuma ser chamadaa arte produzida porhomens e mulheresque não frequentaramescolas de arte, tendofeito seu aprendizadocom pais ou parentesna rotina do dia a dia.

Anônimo. Retirantes, cerâmica. Caruaru (PE).

•  O que essa obra parece mostrar do ponto de vista dos artistas so-bre o cotidiano e o trabalho?

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Arte – Unidade 2

Do barro à cerâmica

A  arte da cerâmica é considerada patrimônio cultural do Brasil.

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©LuisDávil

a

Como uma das formas de arte mais antigas, acerâmica nasceu na Pré-história, na descoberta dobarro que endurecia aquecido pelas fogueiras rodeadaspelas pequenas comunidades. Ela precisa de pouco:“A cerâmica existe onde há água, árvores e barro”.

SAPIENZA, Tarcísio Tatit. Shoko Suzuki: cerâmica e tradição. Coord.Mirian Celeste Martins e Gisa Picosque. São Paulo: Instituto Arte naEscola, 2005, p. 5. (DVDteca Arte na Escola – Material educativo paraprofessor-propositor; 22.) Acompanha DVD. Disponível em: <http://

www.artenaescola.org.br/dvdteca/pdf/arq_pdf_106.pdf>.Acesso em: 19 dez. 2011.

Artesanato em barro. Cerâmica utilitária feita pela ceramistaMaria das Dores Cruz dos Santos, 2010. Prado (BA).

Artesanato em barro. Artesão dando acabamento em peça de cerâmica, 2009. Goiás (GO).

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Arte – Unidade 2

Desde a Antiguidade a produção de cerâmica era realizada no Brasil.

A  execução de artefatos em argila é uma atividade presente namaioria das comunidades indígenas brasileiras, nas quais é uma prá-tica essencialmente feminina. A  participação masculina acontece em

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©RogérioReis/

PulsarImagens

©RogérioReis/

Tyba

©WernerRudhart/

Kino

©CarlosTerrana/

Kino

algumas etapas do trabalho, como a coleta e o transporte da argila.

A  cerâmica desenvolveu características próprias em cada regiãoonde era produzida. Até os dias de hoje ela é realizada nas váriascomunidades indígenas, que criam objetos utilitários e decorativospara suas casas e também para os seus rituais.

Forno de queima decerâmica em olaria, 2011.Morro do Querosene,São Paulo (SP).

Algumas peças serviam ainda para o preparo e a armazenagemdos alimentos, outras para guardar restos mortais de familiares. Cons-truíam-se também instrumentos musicais, como apitos e adornos.

Para decorar as peças, eram utilizadas tintas naturais, retiradas docarvão e também do jenipapo e do urucum.

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Arte – Unidade 2

Page 45: ARTE 6ºANO

©Folhapres

s

Cerâmica asurini, do Médio Rio Xingu, próximo a Altamira (PA).Museu do Índio.

Cerâmica karajá, da Ilha do Bananal (TO).

Cerâmica dos povos indígenas Karipuna, Galibi, Galibi-marwornoe Palikur, que vivem na fronteira do Brasil com a Guiana Francesa,Oiapoque (AP). Museu do Índio.

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Cerâmica marajoara (reprodução), de povos que viveram naIlha de Marajó há mais de 8 mil anos, em Belém (PA).

Arte – Unidade 2

A cerâmica marajoara, comoa da página anterior, típica da  Ilhade Marajó, no norte do Brasil,tem a característica de utilizar odesenho de simetria cavado em bai-xo-relevo.

Page 46: ARTE 6ºANO

©elisabethdicavalc

anti

Atividade 5 O cotidiano e o trabalho pelos “olhos” da arte

Observe todas as imagens desta Unidade, inclusive as que suaturma produziu. Depois, converse com seus colegas e responda:

•  Você concorda que a arte pode expressar o cotidiano das pessoasem tempos e culturas diferentes? Por quê?

•  Você acha que a arte pode fazê-lo olhar diferente para o cotidiano?Por quê?

•  É possível pensar que essas são funções sociais da arte? Por quê?

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Arte – Unidade 2

Você estudou

Nesta Unidade, você estudou a arte como meio de comuni-cação e expressão de ideias, sentimentos e pontos de vista. Pôdever que, por meio da arte, as pessoas demonstram suas posiçõespolíticas e sociais perante o mundo e articulam pensamentos,convidando os espectadores a participar desse movimento.

Page 47: ARTE 6ºANO

©WolfgangVol

z

Além disso, você discutiu o “trabalho” como tema de pro-duções artísticas.

Pense sobre

O título desta obra de Di Cavalcanti nos mostra que estas mulheresreivindicam alguma coisa. O que seria? E quais seriam as reivindica-ções das mulheres do bairro em que você mora?

Di Cavalcanti. Mulheres protestando, 1941. Óleo sobre tela, 51 cm x 70 cm.

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3 ARTE E MEIO AMBIENTE

A  natureza tem sido temática de inúmeras produções artísticas. Volta-dos para as questões ambientais, os artistas vêm salientando a necessidadeda luta pela preservação do meio ambiente, pois a arte pode se constituir

Page 48: ARTE 6ºANO

©akg-images/Album-

Latinstock

em alternativa para alertar a sociedade sobre determinadas questões.

Para iniciar...

Como a arte nos ajuda a ver o lugar em que vivemos e como nosrelacionamos e cuidamos dele? A  arte pode nos ajudar a transformaresse ambiente?

Estamos no mundo e com ele nos relacionamos: vivemos, produ-zimos, consumimos e interferimos no meio ambiente.

•  Por que tem havido tanto interesse pelo meio ambiente?

•  O que pode acontecer ao planeta se não preservarmos a natureza?•  Como podemos fazer parte das ações de proteção do planeta?•  Como você acha que a arte pode chamar nossa atenção sobre o

mundo em que vivemos e os cuidados que precisamos ter com ele?

Land art: a “arte da Terra”A  natureza aparece na arte de

várias formas: nas obras de pinto-res de paisagem, por muitos séculos,ou em trabalhos contemporâneosfeitos no próprio ambiente, comoo do artista Christo e Jeanne--Claude, sua mulher e parceira,que embrulham grandes coisascomo prédios, monumentos, pon-tes etc. Entre muitas interven-ções no meio ambiente, Christoe  Jeanne-Claude envolveram 178árvores na Suíça, com tecidos utili-zados para proteger as árvores noinverno rigoroso. Christo e Jeanne-Claude. Árvores envolvidas, 1997-1998. Fundação Beyeler e

Parque Berower, Riehen, Suíça.

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Arte – Unidade 3

A obra Abacaxi,melancias e outras frutas,de Albert Eckhout,é classificada comonatureza-morta. Esse éconsiderado um gêneroda pintura do séculoXVI que retrata objetosinanimados.

Atividade 1   Um olhar sobre a natureza

1. No Brasil, onde chegou em 1637, o artista holandês AlbertEckhout retratava, em sua pintura, a natureza brasileira no sé-culo XVII, época em que não se dispunha da fotografia. Comointegrante da expedição holandesa, Eckhout tinha como  funçãodocumentar o modo de vida, os lugares e a natureza. Era um “ar-tista-viajante”.

Nos séculos XVII, XVIII e XIX,  os artistas-viajantes trabalharamcomo verdadeiros “repórteres fotográficos”. As  imagens que elesproduziam pretendiam se aproximar da realidade, mas tambémrevelavam o seu modo singular de ver a natureza.

Page 49: ARTE 6ºANO

MuseuNacionaldaDinamar

ca

Albert Eckhout. Abacaxi, melancias e outras frutas, s/d. Óleo sobre tela, 91 cm x 91 cm. Museu Nacional, Copenhague, Dinamarca.

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Arte – Unidade 3

Page 50: ARTE 6ºANO

Albert Eckhout. Mulher africana, 1641. Óleo sobre tela, 267 cm x 178 cm. Museu Nacional, Copenhague, Dinamarca.

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Arte – Unidade 3

•  Como a natureza se apresenta nessas duas obras de Eckhout?

•  Quais são as diferenças e semelhanças entre as duas imagens?

•  Em sua opinião, como estão mostradas, nas obras, as relaçõeshomem-natureza?

Page 51: ARTE 6ºANO

•  Se você observar as  imagens com cuidado, perceberá que ascores são usadas para dar a sensação de  luz e sombra. Comoisso ocorre? Há  mais algum elemento que colabora para re-forçar essa sensação?

•  Como a sombra e a luz se apresentam nessas imagens? O focode luz está mais evidente nas figuras ou no fundo? Por quê?

Albert Eckhout nasceu em 1610 em Groningen, na Holanda.Iniciou seus estudos em pintura com seu tio, Gheert Roeleffs.Aos 26 anos, trabalhou como ilustrador em Amsterdã e foi convidado para a missão artística francesa no Brasil por Mauríciode Nassau, governador-geral do Brasil holandês.Em 1637, Eckhout viajou para o Brasil, onde permaneceu por sete anos. No período em que esteve no Nordeste brasileiro,desenvolveu intensa atividade como documentarista da fauna e da flora e como pintor de tipos humanos.Albert Eckhout retornou para a Holanda em maio de 1644, fixando residência em Groningen.Casou-se e se transferiu para Amersfoort, a leste de Amsterdã, onde nasceram seus dois filhos.Em 1653, trabalhou em Dresden como pintor na Corte de Johan Georg II.No ano de 1663, voltou a morar em Groningen, onde faleceu por volta de fins de 1665 ou início de 1666.

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Arte – Unidade 3

2. As obras de Eckhout foram feitas com base em sua observaçãoapurada da natureza. Que tal você também exercitar seu olharsobre a natureza? Basta pegar uma fruta e começar...

Você pode desenhá-la de vários ângulos, ou apenas de umlado, e colori-la com a mesma cor e textura da fruta, ou, ainda,abri-la e desenhar sua imagem por dentro. Você pode tambémcomê-la e expressar seu sabor por uma palavra, uma cor, um chei-ro, uma textura... Faça vários exercícios, sempre seguindo suaspercepções.

3. Ao  final, organize com seus colegas uma composição com todasas produções da turma, montando uma grande natureza-morta.

Atividade 2 A ficção nos ensina a olhar?

O filme Avatar (direção de James Cameron, 2009) traz ques-tões interessantes para o debate sobre a preservação da natureza.Esse filme, uma ficção científica, passa-se no futuro e a história

Page 52: ARTE 6ºANO

mostra a necessidade de encontrar um equilíbrio entre o desenvol-vimento e o meio ambiente.

Uma das propostas de Avatar, ao ser lançado nos cinemas, eraproporcionar ao espectador uma nova experiência de “ver cinema”,utilizando a terceira dimensão, a chamada 3D, que cria imagenscom maior profundidade de campo, dando a  impressão de cenáriosmaiores, mais ricos e detalhados, numa visão semelhante à do olhohumano.

1. Depois de assistir ao filme Avatar, converse com seu grupo:

•  Que sentimentos e pensamentos o filme provocou em você?

•  O conflito descrito no filme se parece com alguma situação atual?

•  Quais relações do ser humano com a natureza o filme se pro-põe a discutir?

•  Quais foram as cenas mais marcantes para você?

•  Como a trilha sonora e o trabalho dos atores dão forma àexpressividade do filme?

•  Se as cores do filme fossem vermelhas, e não azuis, o filme

teria os mesmos significados para você? Causariam as mesmassensações? Por quê?

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Arte – Unidade 3

Que outras coisas você gostaria de debater sobre esse filme? Re-gistre a discussão do grupo para compartilhar com a sua classe.A  troca de pontos de vista pode enriquecer o olhar de cada um so-bre as relações humanas e o meio ambiente.

2. O  filme apresenta diversas cores numa  floresta biofluorescente.Crie a sua floresta com base na discussão sobre o filme.

Page 53: ARTE 6ºANO

©DevanirManzoli/

Folhapress

Você pode desenhar, pintar ou criar paisagens com formas pro-jetadas nas paredes com retroprojetor e papel-celofane para co-lorir o espaço. Pode também criar uma cena, uma coreografia,uma música etc. Se você resolver fazer uma pintura, que tal usaraquarela, uma tinta feita à base de água (ver receita no boxe)?Esse tipo de tinta vai ajudá-lo a dar um efeito “avatar” na suaprodução.

Tinta aquarelaIngredientes

1 colher de chá de goma-arábica.

1 copo de água.

1 colher de chá de pigmento em pó ou corante.

Modo de preparo

•  Em um pote, misture o corante com a goma-arábica.

•  Quando a mistura estiver bem homogênea, junte a água. Caso você queira tons maisclaros, é só acrescentar mais água na tinta, para diluí-la.

Como usar

Em uma folha de papel, use um pincel largo e passe uma camada de água limpa sobreela. Pinte seu desenho usando a aquarela e um pincel de pelos macios.

3. Organize com sua turma uma exposição. Que sensações e efeitosas imagens produzidas pela turma despertaram em você?

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Arte – Unidade 3

A arte preocupada com o meio ambiente

Frans Krajcberg é um artista cuja obra testemunha a destruiçãodo meio ambiente pela ação predatória do homem.

As queimadas e as devastações das florestas são temas presentesnas suas esculturas, fotografias e relevos. Em suas obras, ele usa res-tos de árvores e pigmentos naturais da própria terra, de minerais tri-turados, de folhas secas e de raízes, trazendo-os de novo para a vida.

Nascido na Polônia em 1921, Frans Krajcberg teve a vida marcada pela guerra. Tinha 18anos quando estourou a Segunda Guerra Mundial, em 1939. Seu país foi invadido peloexército alemão e toda a sua família foi levada para um campo de concentração.

No fim da guerra, foi estudar arte na Alemanha e, em 1948, emigrou para o Brasil, ondechegou a trabalhar como pedreiro, faxineiro, e, depois, desenvolveu sua arte.

Desde 1972, Frans foi morar em Nova Viçosa, Sul da Bahia, numa casa construída no alto deum imenso tronco de pequi, uma árvore da floresta brasileira, cujos frutos são usados naculinária. Lá ele também montou dois salões para abrigar suas obras.

Frans Krajcberg em sua casa,30 jan. 2002. Nova Viçosa (BA).

Atividade 3 Arte e natureza

Page 54: ARTE 6ºANO

©PauloFridman/

PulsarImagens

1. Observe algumas obras de Frans Krajcberg nas próximas páginas.

•  Como essas obras nos colocam diante da natureza?

•  De onde você acha que elas vieram? Como foram transporta-das até o local em que estão expostas?

•  O lugar onde o artista colocou suas esculturas poderia seroutro? Qual?

•  Que outro título você daria a elas?

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Arte – Unidade 3

Page 55: ARTE 6ºANO

©FransKrajcber

g©CristianaVieira/

AE

Frans Krajcberg. Cipós. Escultura. Espaço Cultural Frans Krajcberg. Curitiba (PR).

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Arte – Unidade 3

Frans Krajcberg. Cipós. Escultura. Jardim Botânico. Espaço Cultural Frans Krajcberg, 2004. Curitiba (PR).

Page 56: ARTE 6ºANO

Frans Krajcberg. Flor do mangue, 1965. Escultura, 12 m x 8 m x 5 m.

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Arte – Unidade 3

A  escultura é uma das linguagens das artes visuais que criam for-mas no espaço, em três dimensões: altura, largura e profundidade, e,portanto, é tridimensional. Para fazer uma escultura, o artista podemodelar materiais macios, entalhar na madeira ou na pedra, derreterbronze, utilizar plástico, pano, borracha, assim como usar materiaismuito diversos, como fez Krajcberg.

2. Construa, você também, a sua escultura utilizando materiais danatureza.

Para isso, selecione os materiais que estejam espalhados pelochão, como gravetos, folhas, sementes, pedras, areia e tudo o maisque quiser.

Se precisar fazer uma base, use uma caixa de papelão ou um peda-ço de madeira. Você pode pintar ou não a sua escultura.

3. Depois, você e seu grupo vão planejar uma exposição no espaçoda escola.

Atividade 4 O meio ambiente é meu também?

Discuta com seus colegas o texto a seguir:

Uma das propostas de Krajcberg é produzir mudanças na consciência e naação humana, nas atitudes e nos valores individuais e coletivos, mudanças queprovoquem uma nova forma de pensar para assegurar o equilíbrio da nossamorada, o planeta Terra. A questão ambiental não pode ser encarada apenascomo um problema local, de responsabilidade de um único segmento da socie-dade. Ela transcende a ciência, a economia e a política e está relacionada à vidadiária, aos valores morais e ao próprio futuro das gerações que estão por vir.

Page 57: ARTE 6ºANO

BORTOLOZZO, Silvia; VENTRELLA, Roseli. Frans Krajcberg. São Paulo: Moderna, 2006, p. 52.

Depois, responda individualmente:

•  O meio ambiente também é meu? Como posso ajudar a cuidardele?

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Arte – Unidade 3

•  É possível colaborar para provocar uma nova maneira de pensara natureza? Como?

•  Como a arte nos ajuda a ver o lugar em que vivemos e como nosrelacionamos e cuidamos dele? A  arte pode nos ajudar a transfor-mar esse ambiente?

•  Que ações podem ser desencadeadas na escola?

Você estudou

Nesta Unidade, você apreciou obras que abordam a temáticada natureza e as questões ambientais, valorizando a necessidade da

Page 58: ARTE 6ºANO

©MuseuItinerante/

Elo3

APOIO

REALIZAÇÃO

PATROCÍNIO

luta pela preservação do meio ambiente.

As discussões sobre as obras levaram a “reolhar” o lugar emque você vive, como se relaciona e cuida dele?

Pense sobre

O projeto Museu Itinerante foi proposto com o objetivo de demo-cratizar o acesso à arte. As exposições são compostas de reproduçõesde obras de arte, além de obras de artistas locais convidados, paravalorizar a produção local.

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Arte – Unidade 3

Observe o cartaz de uma das exposições e o relacione com a temá-tica que você discutiu nesta Unidade.

Como você acha que essa exposição expressa a relação humanacom a natureza? Você acha que pode haver maior harmonia nessarelação? De que forma a arte pode contribuir para isso?

APRESENTA

Page 59: ARTE 6ºANO

©LuizCarlosM

urauskas/

Folhapress

©AugustodeCampo

s

um olhar sobre a natureza das pessoas

O Museu Itinerante Rabobank chega à cidade de Brasília trazendo a exposição“A Natureza das Pessoas”, com 40 reproduções de obras pertencentes aos principais museus do mundo.

Conheça a visão de grandes artistas sobre a natureza, o meio ambiente e suas transformações ao longo dos tempos.Um privilégio poder visitá-las em um único lugar, bem pertinho de você!

Curadoria: Katia Canton

ENTRADA GRATUITA

Visitação: de 01 de junho a 15 de julho | diariamente, das 9h às 21h

Local: Espaço Cultural Renato Russo | CRS 508 BI. A Lj. 72 (W3 Sul) | Brasília | DF

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SecretariadeCultura

4 ARTE E LIXO

A presente Unidade tem como objetivo conhecer representa-ções artísticas que abordam a temática da arte articulada ao meioambiente e, principalmente, à problemática do lixo.

Para iniciar...

Leia o poema concreto de Augusto de Campos para descobrir aopinião dele sobre essa questão do lixo:

•  Qual você acha que é a opinião do poeta com relação ao lixo?

•  Em sua opinião, quem cria o lixo? E o luxo?

•  Em sua opinião, o que é o “mundo” do lixo?

•  O lixo é problema de quem?

Augusto de Campos (1931) é poeta, tradutor, ensaísta,crítico de  literatura e de  música. A partir de  1980,experimentou novas mídias, apresentando  seus poemas emluminosos, videotextos, neon, hologramas, por meio do laser,em animações computadorizadas e em eventos multimídia.Sua produção literária é mais conhecida como poesia

concreta.

Page 60: ARTE 6ºANO

©DomingosPeixoto/

AgênciaOGlobo

Poesia concretaFoi criada no Brasilna década de 1950,em contraponto àprodução poética daépoca, considerada, poralguns, como incapazde expressar a novarealidade gerada pelarevolução industrial.

CAMPOS, Augusto de. Luxo (1965). In: ______. Viva vaia. São Paulo: Ateliê Editorial, 2001.

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Arte – Unidade 4

Você sabia que oBrasil produz 260 miltoneladas diárias de lixo?A cidade que maisacumula dejetos éSão Paulo. São 18 miltoneladas por dia, oequivalente a 1,6 quilopor habitante.Isso significa que,no espaço de umavida, os 11 milhõesde paulistanos vãoproduzir o suficientepara cobrir todo omunicípio com umacamada de 1 metrode lixo.Apenas 55% dasgarrafas PET sãoreaproveitadas.Isso representa umdesperdício de, emmédia, R$ 250 milhões.

Fonte: CEMPRE. Compromissoempresarial para reciclagem.

Manual de GerenciamentoIntegrado do Lixo. São Paulo:

Cempre, 2010.

Page 61: ARTE 6ºANO

©AlexandreTokitaka/

PulsarImagens

Atividade 1   Pontos de vista sobre o lixo

1. Observe a imagem 

abaixo:

Atuação dos catadores no Aterro Metropolitano de Jardim Gramacho, 10 ago. 2009. Duque de Caxias (RJ).

•   Até onde as cidades vão suportar o aumento de seu lixo?

•  Reduzir a quantidade de  lixo doméstico, hospitalar, de var-rição de rua, de  shoppings, poderia ser uma solução para asaúde do planeta?

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Arte – Unidade 4

Page 62: ARTE 6ºANO

2. Observe a imagem e leia os trechos a seguir. Depois, discuta comseus colegas os pontos de vista defendidos.

Gari limpando e carregandocaminhão de lixo após feira livre,maio de 2008. São Paulo (SP).

Não há mágica no processo que faz desaparecer da frente de nossos olhos enarizes tudo o que não nos serve mais.

Há, sim, a dedicação e o suor de milhares de trabalhadores anônimos. Gentehumilde, mas consciente de sua importância e da importância do seu trabalho.Gente, sem a qual a cidade, qualquer cidade, se tornaria inviável. Gente essencial,mas apesar disso obrigada a enfrentar tantas vezes o preconceito, o desprezo, aindiferença dos demais. [...]

BRANDÃO, Ignácio de Loyola et al. O rosto e o resto: o cotidiano dos coletores de lixo de São Paulo.São Paulo: Abooks, Selurb, 2004, p. 7.

O lixo emprega estes homens que correm. Despejado nos lixões, será olhado,escolhido, apanhado, reciclado, vendido, fazendo sobreviver outros tantos. Oshomens que correm enchem as barrigas dos caminhões para poder encher asbarrigas da mulher e dos filhos [...].

BRANDÃO, Ignácio de Loyola. Homens que correm. In: ______ et al. O rosto e o resto: o cotidiano doscoletores de lixo de São Paulo. São Paulo: Abooks, Selurb, 2004, p. 19.

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Arte – Unidade 4

3. Após participar do debate, crie um mapa do consumo e dos possí-

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©RafaelAndrade/

Folhapress

veis caminhos do lixo.

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Arte – Unidade 4

Atividade 2 Arte de “lixo”

O artista plástico Vik Muniz retratou no documentário Lixo

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FotoGaleriaFortesVilaça©Autvis2

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extraordinário (2010) a vida dos catadores de materiais recicláveis nacidade de Duque de Caxias, no Estado do Rio de Janeiro.

Converse com seus colegas sobre as imagens das próximas páginas.

•  À  primeira vista, o que as obras de Vik  Muniz  despertaram emvocê?

•  Quais materiais o artista usou nessas obras?

•  Em sua opinião, o que fez com que o artista escolhesse esse mate-rial para essas obras?

Vicente José de Oliveira Muniz, Vik Muniz, filho de um garçom e de uma telefonista, nasceuem São Paulo, no dia 20 de dezembro de 1961.O artista estudou Publicidade e Propaganda na Fundação Armando Álvares Penteado(Faap). É fotógrafo, desenhista, pintor e gravador.Em 1983, mudou-se para Nova Iorque (EUA), onde mora até hoje. Para realizar suas criações,faz uso de procedimentos diversos e emprega nas obras, com frequência, materiais inusitadoscomo açúcar, chocolate líquido, doce de leite, ketchup, gel para cabelo, lixo e poeira. Seuprocesso de trabalho consiste em compor as imagens com os materiais, normalmenteinstáveis e perecíveis, sobre uma superfície, e fotografá-las. As reproduções em geral sãofeitas em grandes dimensões. O seu filme Lixo extraordinário retrata o mundo dos catadores de materiais recicláveis e a criaçãode suas obras, que em parte reverteram para a comunidade.

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Arte – Unidade 4

Page 65: ARTE 6ºANO

FotoGaleriaFortesVilaça©Autvis2

011

Vik Muniz. Mãe e filhos (Suellen), 2008. Fotografia, 231,2 cm x 180,4 cm (Série Imagens de lixo).

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Arte – Unidade 4

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FotoGaleriaFortesVilaça©Autvis2

011

Vik Muniz. A carregadora (Irma), 2008. Fotografia, 129,5 cm x 101,6 cm (Série Imagens de lixo).

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Arte – Unidade 4

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MuseuRealdeBelas-

Artes,Bélgica

Vik Muniz. Marat (Sebastião), 2008. Fotografia, 231,2 cm x 180,4 cm (Série Imagens de lixo).

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Arte – Unidade 4

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Jacques-Louis David. A morte de Marat, 1793. Óleo sobre tela, 162 cm x 128 cm. Museu Real de Belas-Artes, Bruxelas, Bélgica.

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Arte – Unidade 4

•  O artista afirma, no documentário Lixo extraordinário:

O  momento em que uma coisa se transforma em outra é o momentomais bonito. Aquele momento é um momento mágico, mesmo.

Considerando as obras que você observou, por que acha que elediz isso?

Page 69: ARTE 6ºANO

•  Suas primeiras impressões sobre essas obras se mantêm? Por quê?

•  Após essa apreciação das obras de Vik Muniz, você mudou deideia sobre o que é lixo e o que não é lixo? Por quê?

É com a  linguagem da fotografia que Vik  Muniz faz suas obras.Ele é um artista contemporâneo que muitas vezes parte de clássicosda pintura, como Leonardo da Vinci, Claude Monet, Albert Dürer,entre outros, para criar suas  fotografias, com materiais  inusitados.Imagine que ele  já fez trabalhos com macarrão, com chocolate e atécom nuvens no céu, desenhadas com um avião de fumaça.

Nas  imagens, vê-se que ele usou objetos descartados como mate-rial artístico para compor suas fotografias.

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Arte – Unidade 4

Autorretratos

As obras que você analisou na última atividade são retratos. VikMuniz, e vários outros artistas, também fazem autorretratos, ou seja,retratos deles mesmos.

O autorretrato é um gênero artístico muito presente em toda a his-tória da arte. O tema de olhar para si próprio é bastante antigo, comomostra o mito grego de Narciso, que se admirou tanto que morreu naságuas que refletiam sua imagem.

Atividade 3 Um olhar sobre si mesmo

Page 70: ARTE 6ºANO

FotoGaleriaFortesVilaça©Autvis2

011

1. Os artistas, em diferentes épocas e  lugares, representaram-se demuitas maneiras e de diversas formas, como pinturas, esculturasetc., além de fazer uso dos mais variados materiais, como pode-mos ver nos autorretratos apresentados nas próximas páginas.

•  O que estas obras despertam em você?

•  O que você achou dos diferentes modos dos artistas de mos-trarem seu olhar sobre si mesmos?

•  Você diria que os materiais escolhidos pelo autorretratistatambém são parte da imagem que o artista “tem” e “querpassar” de si mesmo?

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Arte – Unidade 4

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©FundaçãoIberêCamargoFoto©FabiodelReve

lvere

©Achutti/

Folhapress

Vik Muniz. Autorretrato outono 2, 2005. Fotografia, 101,6 cm x 76,2 cm (Imagem de folhas e terra).

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Arte – Unidade 4

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©RoyLichtensteinFoundation,Autvis2011©akg-images/Album-

Latinstock

©ChristopherFelve

r/Corbis-

Latinstock

Iberê Camargo. Sem título, 1946. Óleo sobre tela, 55,2 cm x 46,3 cm. Coleção Maria Coussirat Camargo, Fundação IberêCamargo, Porto Alegre, Brasil.

Iberê Camargo nasceu em 18 de novembro de 1914, em Restinga Seca (RS). Em 1942,mudou-se para o Rio de Janeiro, onde iniciou os estudos artísticos e participou deexposições. Em 1947, foi para a Europa e estudou com os pintores André Lhote, em Paris,e com De Chirico e Alberto Petrucci, em Roma.Voltou ao Brasil em 1950 e, em 1953, fundou o curso de gravura do Instituto Municipal deBelas-Artes do Rio de Janeiro, no qual passou a lecionar.Em 1961, foi escolhido o melhor pintor nacional na 6a Bienal de São Paulo.Sua última obra foi Solidão. Ele morreu em 1994, em Porto Alegre (RS).

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Arte – Unidade 4

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©DerekBayesAspect/

Lebrecht

Music&

Arts/Corbis-

Latinstock

©Autvis2011©JosephMartin/akg-images/Album-

Latinstock

Roy Lichtenstein. Autorretrato, 1978. Óleo e magna sobre tela, 177,8 cm x 137,1 cm. Coleção particular.

Roy Lichtenstein nasceu em 27 de outubro de 1923, em Nova Iorque (EUA).

Formou-se em artes, em 1946, pela Universidade de Ohio. Em 1956, realizou a litografiade uma nota de dólar que se tornou símbolo da obra de arte pop.Um de seus filhos apontou para um livro em quadrinhos do Mickey Mouse e disse: “Euaposto que você não pode pintar tão bem quanto isso, hein, pai?”, o que bastou para que elecomeçasse a produzir imagens tiradas do mundo dos quadrinhos. Usava cores fortes, comoazul-marinho, amarelo, vermelho e branco, e contornava com preto para realçar suas pinturas.Morreu em 1997, de pneumonia, em Nova Iorque.

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Arte – Unidade 4

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©AndyWarholFoundation,Autvis2011©akg-images/Album-

Latinstock

©marka-www.agbphoto.com.br/

Easypix

Francis Bacon. Autorretrato, 1972. Óleo sobre tela, 35,5 cm x 30,5 cm. Coleção Gilbert de Botton, Suíça.

Francis Bacon nasceu em Dublin (Irlanda), em 1919. Pintor autodidata, em 1933, ilustrou olivro Art Now, de Herbert Read, com a obra Crucificação.

Em 1944, a obra distorcida e fálica inspirada na Crucificação de Picasso, Três estudos defiguras na base de uma crucificação, foi aprovada pela crítica e marcou o ponto inicial dabrilhante carreira do artista. Sua primeira exposição individual ocorreu na Galeria Lefevre,em 1945. Em 1950, pintou telas inspiradas nas máscaras de William Blake e na pintura deVan Gogh. São figuras solitárias, sofredoras, anômalas, deformadas, vorazes.Morreu em 1992, em Madri, Espanha.

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Arte – Unidade 4

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©Autvis2011©Oronoz/Album-

Latinstock

Andy Warhol. Série de 12 autorretratos, 1966. Serigrafia e pintura acrílica sobre tela. Coleção particular.

Andy Warhol nasceu em 6 de agosto de 1928, em Pittsburgh (EUA). Em 1945, graduou-se emdesign no Instituto de Tecnologia de Carnegie, em Pittsburgh. Mudou-se para Nova Iorque ecomeçou a trabalhar como ilustrador de importantes revistas, além de fazer anúncios publicitáriose displays para vitrines de lojas. Sua primeira mostra individual foi em 1952, na Galeria Hugo, ondeexibiu 15 desenhos baseados na obra literária de Truman Capote. A exposição foi um sucesso.Nos anos 1960, usou imagens de publicidade em suas obras, aplicando cores fortes e brilhantes etintas acrílicas. Inseriu em suas obras temas do cotidiano e artigos de consumo, além de rostos defiguras conhecidas e símbolos icônicos da história da arte.Em 1963, inaugurou A Fábrica (The Factory), seu estúdio permanente, e realizou filmesexperimentais. Em 1969, criou a revista Interview, interessado em apoiar jovens artistas em iníciode carreira. Morreu em 1987, aos 59 anos.

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Arte – Unidade 4

Page 76: ARTE 6ºANO

Pablo Gargallo. Autorretrato. Bronze, 23 cm x 16 cm x 14,5 cm.

Pablo Gargallo nasceu em 5 de janeiro de 1881, na província de Zaragoza (Espanha). Em 1900, iniciou sua formação artísticaem Barcelona, na Escola de Belas-Artes de La Lonja. Em 1903, ganhou uma bolsa de estudos que lhe permitiu ir a Pariscompletar seus estudos.Entre 1911 e 1912, fez as primeiras máscaras com placas de metal planas, ligadas à estética cubista. Em 1914, retornou aBarcelona, onde foi nomeado professor de escultura na Escola de Artes e Ofícios.Em 1924, voltou a Paris e executou grandes peças em metal. Criou esculturas para a Feira Mundial de 1929, em Barcelona, epara outros eventos também em Barcelona e Nova Iorque. Morreu em 1934, em Reus, Tarragona.

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Arte – Unidade 4

•  Considerando os autorretratos apresentados, com qual delesvocê se identificou mais? Por quê?

Você sabia quealgumas cidades estãoproibindo o uso de

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©LeandroRobles/

Pingado

©LeandroRoble

s

©LúciaRosa/

ProjetoDulcineiaCatadora

sacolas plásticas emsupermercados?

Isso acontece porque,além da reciclagem,outras medidas precisamser tomadas para ajudarna preservação do meioambiente, com o uso demateriais mais fáceis deser decompostos ou quepodem ser facilmentereciclados como o papel.

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2. Traga de casa materiais que iriam para o lixo: embalagens plásti-cas, jornais, revistas, caixas etc. Não se esqueça de limpá-los paraa utilização.Organize-os visualmente de acordo com alguns critérios (tama-nho, natureza, cor, textura etc.). Depois, crie um autorretratocom os materiais que coletou.

Para isso, tenha como suporte para sua obra um papelão, no casode ela ser bidimensional, ou veja a necessidade de uma base demadeira, por exemplo, se ela for tridimensional; organize as peçaspara formar seu autorretrato, colando cada uma com cuidado.Você poderá fazer uso também de grampeador, fita adesiva etc. Sepreferir, pinte sua obra com tinta guache, para dar uma expressãodiferenciada.

3. Com seus colegas, monte uma exposição. Façam uma “roda deapreciação” dos autorretratos produzidos.

O papel do papel

Grande parte do lixo descartado, jogado fora por nós, é de papel.Só que, para produzir 1 tonelada de papel, são necessárias aproxima-damente 20 árvores. Além disso, para clarear a massa de papel, queoriginalmente não é branca, as indústrias usam produtos químicos, osquais contaminam as águas dos rios das cidades.

Mas, como você sabe, o papel pode ser reciclado.

Esse procedimento reaproveita papéis, criando texturas e coresdiferenciadas.

Arte – Unidade 4

Muita arte pode ser  feita com papelreciclado: desenhar, pintar, recortar efazer cartões, caixas, blocos de anotações,capa de caderno, entre outros.

O projeto “Dulcineia Catadora”é um coletivo paulistano que reúnecatadores, artistas e moradores deum bairro da cidade, com o objetivode divulgar a  literatura brasileira denovos autores, com capas feitas arte-sanalmente por catadores de papelãoe seus filhos.

Projeto “Dulcineia Catadora”. Produção artesanal de livros.

Você já pensou em fazer seu próprio papel reciclado? Veja a receita no boxe abaixo.

Papel reciclado

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©JonneRoriz/

AE

Materiais necessários

•  Jornais e/ou outros papéis usados, sem resíduos orgânicos,como restos de alimentos, que possam ser reciclados.

•  Um balde.•  Liquidificador.•  Uma vasilha rasa.•  Peneiras retangulares.•  Pano para secar.•  Cola branca.•  Varal e prendedores de roupas.Em geral, deve-se colocar um antifúngico na massa, como o vinagre.

Procedimentos

•  Pique bem o papel a ser reciclado.•  Coloque o papel no balde com bastante água.•  Deixe de molho na água de um dia para o outro.•  Retire aos poucos o papel da água e bata no liquidificador.•  Jogue essa massa na vasilha rasa.•  Repita a ação até que a vasilha fique bem cheia de massa ecoloque um pouco de cola branca.

•  Misture bem, e está pronto para confeccionar as folhas depapel reciclado.

•  Caso queira criar folhas coloridas ou texturizadas, é hora decolocar corantes, folhinhas, flores secas, papeizinhos picadosbem coloridos ou o que você inventar.

•  Coloque a peneira no fundo da vasilha e levante-a até a superfície.•  Vire a peneira com a massa em cima de um jornal.•  Aperte bem a superfície da peneira com um pano para retirar oexcesso de água.

•  Retire a peneira.•  Pendure o papel colado no jornal.•  Deixe secar. Quando o papel estiver seco ele descolará dojornal e estará pronto para ser usado.

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Arte – Unidade 4

Pensar em  lixo é também pensar no que consumimos e des-cartamos.

A  sociedade capitalista estimula os hábitos de consumo.Mas será que a felicidade é baseada no consumo?

O consumo exagerado traz problemas de descarte e atingetambém o meio ambiente.

Atividade 4 Divulgar ideias por imagens e palavrasCom o assunto “consumo e descarte” em mente, que tal criar uma

revista para distribuir na escola e/ou na comunidade, divulgando asideias da classe sobre os temas trabalhados nas aulas de Arte?

•  Cada grupo vai criar uma matéria para a composição da revista,escolhendo uma das seguintes abordagens: meio ambiente,  lixo,

Page 79: ARTE 6ºANO

©EduardoNicolau/

AE

material reciclável, consumo e descarte.

•  Escrevam os textos e criem os dese-nhos. Não é necessário colorir, o quefacilita a  impressão e valoriza os de-senhos.

•  Depois, é hora de pensar na diagra-mação, ou seja, na composição detextos e imagens que vão aparecer emcada página. É possível colar, sobre-por,  intercalar textos e  imagens, en-fim, organizar as páginas da formacomo quiserem. Para isso, vale a penapesquisar a diagramação em revistasde sua preferência.

•  Lembrem-se de que a capa deve seratraente para o leitor.

•  Ao final, não se esqueçam de deixar ano-tado os seus dados ou os créditos. Isso émuito importante para que seus leitorespossam entrar em contato com vocês!

Depois, é só tirar cópias e distribuir naProjeto “Dulcineia Catadora”. Capas artesanais de livros.

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escola e/ou na comunidade.

Arte – Unidade 4

Você estudou

Durante as aulas desta Unidade, você entrou em contatocom representações artísticas que abordam a temática da arte,do meio ambiente e do lixo. Conheceu ainda trabalhos artísticosvoltados para as questões ambientais, salientando a necessidadeda  luta pela preservação do meio ambiente, do consumo cons-ciente e do descarte – que também pode se transformar em arte.

Interagiu com vários materiais artísticos e  fez seu autorre-trato. Além disso, conheceu uma maneira de divulgar suas ideiaspor meio da criação de uma revista.

Pense sobre

O que você faz com o seu lixo? Qual é a responsabilidade daspessoas pela preservação do meio ambiente e, mais, pela garantia deum futuro melhor para as novas gerações? Como a arte pode ajudar

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©AlmeidaRocha/

Folhapress

©MatuitiMayezo/

Folhapress

a pensar sobre  isso e a construir uma visão crítica e mais conscientesobre o papel do ser humano no planeta?

Eduardo Srur. Caiaques, 2006. Intervenção urbana. Rio Pinheiros, São Paulo (SP).

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Arte – Unidade 4

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Eduardo Srur. Pets, 2008. Intervenção urbana. Rio Tietê, São Paulo (SP).

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