concreto protendido
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Concreto Protendido Pontes : Tabuleiro Celular
Prof. Eduardo C. S. Thomaz
Notas de aula
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Tabuleiro Celular Pontes construídas em balanços sucessivos.
Fig. 1 - Ponte sobre o Rio Pelotas - Vão central 189 m
Divisa do Rio Grande do Sul com Santa Catarina Projeto e construção: Dr. Eng. Sérgio Marques de Souza. 1963
Fig. 2 – Ponte sobre o Rio Pelotas Detalhes
189m30m 30m
250m
h viga = 11m
h laje = 1,2m
h viga = 3,2m
h laje = 0,12m
N.A.máx.
Contra-peso de terra
tirantes
175mTirante Tirante
tirantes Basalto
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Tabuleiro Celular Pontes construídas em balanços sucessivos.
• Fig. 3 - Auto-estrada alemã perto de Münster.
• Concreto Leve - Vão=85m
• Firma : Dyckerhoff & Widmann 1967
Fig. 4 – Detalhes
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Ponte Bendorf – Alemanha - Vão = 208m
Ponte em balanços sucessivos com tabuleiro celular. Firma : Dyckerhoff & Widmann - 1964
Fig 5 - Balanços sucessivos concretados no local
Sendo o vão lateral muito pequeno, foi necessário colocar contrapesos.
Ponte d´ Oleron – França – Vão = 79m Ponte em balanços sucessivos com tabuleiro celular.
Firma : Campenon Bernard -1966
Fig. 6 - Segmentos pré-moldados
Contrapeso Contrapeso
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Tabuleiro Celular em concreto protendido
Pré-dimensionamento baseado nas dimensões de obras existentes.
Figura 7
• Algumas obras têm um vão lateral muito pequeno, até mesmo igual a 0,30 L. Nesses casos, é necessário usar contrapesos sobre os apoios extremos para evitar o levantamento desses apoios.
• Quando os contrapesos não são suficientes, usam-se tirantes, para ancorar o tabuleiro na infra-estrutura.
Figura 8
h pilar
L ≈ 0,6 L a 0,8L ≈ 0,6 L a 0,8L
Vista Lateral
h vãoContrapeso, se necessário
B
h
b inf.
bw bw
b b
h bal.
h inf.
Seção Transversal
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Figura 9
• Um sistema estrutural muito usado é a ponte protendida contínua, com os pilares bipartidos.
• Esse pilares bipartidos têm boa estabilidade para resistir aos momentos fletores.
• Permitem, ao mesmo tempo, o encurtamento longitudinal da ponte no vão central.
• Esse encurtamento ocorre por causa da retração e da deformação lenta do concreto devida à protensão.
• Com esse tipo de pilar, as variações de temperatura no tabuleiro da ponte não causam grandes esforços nas fundações.
• Exemplo de obra com pilares bipartidos :
• Fig.10- Tabuleiro unicelular. Ponte Brasil – Argentina, sobre o rio Iguaçu. • Vãos : 130m - 220m -130m Largura do tabuleiro : 16,5m • Projeto : Figueiredo Ferraz – ETEL • Construção : Sobrenco – Supercemento - 1985
L ≈ 0,6 L a 0,8L ≈ 0,6 L a 0,8 L
Vista Lateral
Pilares bipartidos
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Outros sistemas estruturais, já foram usados nas pontes com tabuleiro celular.
Sistemas estruturais com tabuleiros contínuos
Figura 11 a
Figura 11 b
Figura 11 c
Figura 11 d
Figura 11 e
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Sistemas estruturais com tabuleiros articulados.
Esses sistemas estruturais são pouco usados hoje em dia. A flechas devidas à deformação lenta do concreto ( fluência) são muito grandes. As pontes ficam com problemas.
Figura 12 a
Figura 12 b
Figura 12 c
Figura 12 d
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Seção transversal
• São muito usadas as seções com 2 vigas.
• As vigas podem estar em planos inclinados ou em planos verticais.
• As seções com 3 vigas são de execução difícil e são pouco usadas nas pontes e nos viadutos.
• Em pontes e viadutos, com grande largura, são usadas seções transversais com 4 vigas
agrupadas de vários modos.
• Outras tipos de seção transversal já foram usadas. Hoje em dia, não são mais usadas.
Figura 13d
Figura 13 b
Figura 13 a
Figura 13c
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Tabuleiro Celular : Pontes construídas em balanços sucessivos.
Flecha lenta no meio do vão.
Ponte sobre o Rio Pelotas - Vão central L=189 m
Flecha lenta no meio do vão
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
500
550
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26
Tempo t (anos)
Flec
ha le
nta
no m
eio
do v
ão (m
m)
(+ /
- ) 3
0mm
Fig. 14 - Ponte Rio Pelotas : Medições de flechas no meio do vão ao longo do tempo.
A variação da flecha, durante o dia, se deve ao aquecimento da laje superior do tabuleiro pelo sol. Quando a laje superior é aquecida, a flecha no meio do vão aumenta. Quando, no fim do dia, a laje resfria, a flecha no meio do vão diminui. A variação da flecha, ao longo do tempo, segue uma curva afim com a variação da fluência do concreto comprimido, )(tϕ , prevista pela norma NBR 6118, no Anexo A, item A.2.2.3. A previsão da flecha lenta (t = ∞), na fase do projeto, foi de 600mm. A flecha lenta observada foi de 490mm. Ver [16] e [15]. As medições confirmam a regra empírica : “Após um ano temos a metade da flecha lenta final.”
∞=
×∞==)(t
(t))t(flecha)t(flecha
ϕ
ϕ
flecha (t = ∞)
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Altura da viga sobre o pilar.
Pontes em concreto protendidoTabuleiro Celular : Vigas com altura variável
0123456789
101112
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220
Vão (m)
h pi
lar (
m)
Figura 15
h pilar h vão
L ≈ 0,6 L a 0,8L ≈ 0,6 L a 0,8L
h
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Pontes em concreto protendido Tabuleiro celular com altura variável
Razão ( h pilar / h vão )
0.00
1.00
2.00
3.00
4.00
5.00
6.00
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240
vão (m)
Raz
ão (
h pi
lar /
h v
ão
Figura 16
h pilar h vão
L ≈ 0,6 L a 0,8L ≈ 0,6 L a 0,8L
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Viadutos urbanos em concreto protendido, com altura constante.
Tabuleiro tipo celularAltura constante
0
1
2
3
4
5
6
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140
vão L ( m )
altu
ra h
( m
)
Figura 17
L ≈ 0,6 L a 0,8L ≈ 0,6 L a 0,8L
h
h
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Ponte Rio Niterói - 1974
Projeto : Antonio Alves de Noronha Engenharia
Altura da viga = 4,70 m Largura do tabuleiro = 12,60 m
Comprimento da aduela = 4,80 m Largura 6,86 m
Fig. 18 - Ponte Rio Niterói
80m 80m
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Comparação entre as alturas das vigas
Pontes em Concreto Protendido - Tabuleiro Tipo Celular Altura constante x Altura variável
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220L = Vão da ponte (m)
h =
Altu
ra d
a V
iga
do T
abul
eiro
(m)
Altura Variável h pilar = L / 18
Altura constante h=L/23
Figura 19
L ≈ 0,6 L a 0,8L ≈ 0,6 L a 0,8L
h
h pilar
L ≈ 0,6 L a 0,8L ≈ 0,6 L a 0,8L
h
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Altura ( h bal.) da laje em balanço
0.350.35
0.0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.0 1.0 2.0 3.0 4.0 5.0 6.0
Comprimento (b) do Balanço da laje (m)
Altu
ra (h
bal
. ) d
a la
je e
m b
alan
ço (m
)
mínimo
Figura 20
h
b inf.
bw
b b
h bal.
h inf.
Seção Transversal
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Largura e Espessura da laje inferior, na seção sobre o pilar.
Tabuleiro celular
Laje inferior de compressão sobre o apoio no pilar (m2/m)( b inf. * h inf. / B )
0.0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1.0
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220
Vão da Ponte L (m)
área
da
laje
infe
rior (
m2
) / l
argu
ra d
o ta
bule
iro (m
)
Figura 21
B
h
b inf. ≈ 0,40 B a 0,65 B
bw bw
b b
h bal.
h inf.
Seção Transversal
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Área total das vigas sobre os apoios( 2 . b w ) x ( h pilar) / B
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240
vão (m)
área
tota
l das
vig
as (m
2 ) /
larg
ura
do
tabu
leiro
(m)
Figura 22
B
b inf.
bw bw
b b
h bal.
h inf.
Seção Transversal
h pilar
B bw
h pilar
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Tabuleiro celular com 2 vigas
Estimativa da quantidade de concreto
Espessura média do tabuleiro (m=m3/m2)
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.0
1.2
1.4
1.6
1.8
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
altura das vigas do tabuleiro (m)
espe
ssur
a eq
uiva
lent
e (m
)
Figura 14
Viadutos urbanos em concreto protendidoTabuleiro Tipo Celular
Espessura média ( m = m3/m2)
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90vão (m)
espe
ssur
a m
édia
( m
= m
3 /m2 )
Figura 23
Exemplo h vão=2,5m
Exemplo h apoio = 6,5m
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Pontes em concreto protendido.
Tabuleiro celular com 2 vigas
Estimativa da quantidade de aço CA40 ou CA50
Quantidade de aço comum CA50 ( kg/m2 )
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
altura da viga
Aço
( kg
/m2 )
B=9m
B=15m
B=21m
Figura 24
B
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Exemplo
Estimar as dimensões de uma ponte com os seguintes dados básicos: • Tabuleiro celular em concreto protendido. • Altura variável • Um vão central de L =100m • Uma largura total do tabuleiro B = 13,6m
SOLUÇÃO: 1. Altura da viga sobre o pilar : Figura 7 : Entre 4,7m a 6,5 m .
• Usar h pilar = 6,5m 2. Altura no meio do vão: Figura 8 : h pilar / h vão = ( 1,9 a 3,9 ): h vão = h pilar / ( 2,9 a 3,9 ) = 3,4m a 1,7m
• Usar h vão = h pilar / 2,6 ; h vão =2,5m
Figura 25
3. Área total das almas das vigas no apoio sobre os pilares:Figura 13: (2bw. h )/B=0,22 a 0,42 Com B=13,6m obtemos: ( 2 x bw) x h pilar = 2,99m2 a 5,71m2 Com hpilar =6,5m obtemos: ( 2x bw ) = 0,46m a 0.88m logo : bw = 0,23m a 0,44m Usar : bw = 0,40m
• No meio do vão usar a espessura mínima ≈ 0,20m 4. Largura da laje inferior na seção sobre o pilar. b inf. = 0,40 B a 0,65 B = 5,5m a 8,8m
• Usar b inf. = 0,50 B = 6,8m 5. Espessura da laje inferior na seção do apoio: Figura 7 : ( b inf. · h inf.) / B = 0,38 a 0,53 Com B=13,6m e b inf.=6,8m obtemos: h inf. = 0,76m a 1,06m
• Usar h inf = 0,90m • No meio do vão usar a espessura mínima ≈ 0,15m
6. Espessura da laje em balanço : Com o comprimento b = 3,10m, obtemos na figura 11 : h bal. = 0,45m > h bal. mínima = 0,35m
• Usar h bal. = 45cm
h pilar =6,5mh vão =2,5m
60m 100m
60m
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Pré-dimensionamento das Seções transversais
Seção transversal sobre o pilar
Figura 26
Seção transversal no meio do vão Figura 27
B =13,6m
h = 2,50m bw bw = 0,20 m h bal.=0,45m
h inf.=0,15m
b inf.=6,8m b=3,1m b=3,1m 0,30m 0,30m
B =13,6m
h =6,5m
bw =0,4m
h bal. =0,45m
h inf.=0,9m
b inf.=6,8m
b=3,1m b =3,1m
0,3m0,3m
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Compatibilizando as seções “pilar” e “meio do vão”.
• A largura da laje inferior varia ao longo da ponte para que seja mantida a inclinação da face lateral. ( Varia de 6,8m a 7,2m)
Figura 28
• Essas dimensões estimadas servem apenas para um estudo inicial da obra, inclusive para uma avaliação das fundações.
• É evidente que as dimensões dependerão da resistência do concreto que será usado na obra.
• O cálculo estrutural pode confirmar ou não as dimensões estimadas.
2,5m
6,5m
13,6m
6,8m
0,2m
0,4m
0,90 m
0,15m
0,45m0,15m
3,1m 3,1m
0,3 0,3
7,2m
Sobre o pilar
Meio do vão
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Referências :
1- Yves Guyon – Constructions en Béton Précontraint - Volumes 1 e 2 - Classes. États Limites – Cours CHEBAP - Eyrolles 1966
2- Fritz Leonhardt – Construções de Concreto – Volume 1 a 6 - Editora Interciência 1979
3- Eduardo Thomaz – Levantamento de dimensões de pontes com vigas pré-moldadas protendidas e de pontes com tabuleiro celular– 1975
4- Walter Podolny, Jr – Federal Highway Administration, U.S. Department of Transportation – Concrete cable-stayed bridges and the feasibility of standardization of segmental bridges in the United States of America. FIP 90 – Hamburg 1990
5- Kulka. F. , Thoman, S.J. and Lin, T.Y. , “ Feasibility of Standard Sections for Segmental Prestressed Concrete Box Girder Bridges” - Report FHWA/RD -82 / 024 ( citado em [4]).
6- Jörg Schlaich – The design of Structural concrete – IABSE Workshop – New delhi 1993
7- Fernando Uchoa Cavalcanti e Flávio Mota Monteiro – Adaptação de Projetos de Obras de Arte Especiais da Ferrovia do Aço. – Empresa de Engenharia Ferroviária – 1982
8- Kupfer Hebert – Tests on Prestressing Shear Reinforcement – Spannbetonbau in der Bundesrepublick Deutshland – 1983 -1986 - FIP 10th Congress - New-Delhi 1986.
9- Eduardo Thomaz – Notas de aula de Concreto Protendido - Pontes com vigas pré-moldadas protendidas e pontes com tabuleiro celular – IME – 2002 – RJ
10- Festschrift Rüsch – Stahlbetonbau – Bericht aus Forschung und Praxis - Editora Wilhelm Ernst & Sohn – Berlin – 1969
11- Walter Pfeil – Ponte Rio Niterói – Processos executivos. 1975
12- Diaz, Ernani : The technique of glueing precast elements of the Rio-Niteroi bridge. Matériaux et Constructions , Nr. 43 , Jan. / Febr. 1975 , S. 43-50
13- Noronha, A.A. und Muller, J. : Les tabliers en béton précontraint préfabrique du pont Rio-Niteroi au Brésil . Travaux , Dez. 1974, S. 52-59.
14- Kupfer Hebert – Segmentäre Spannbetonträger im Brückenbau - Deutscher Ausschuss für Stahlbeton – Heft 311 – Berlin - 1980
15- Walter Pfeil - Concreto Protendido – Métodos construtivos - Perdas de protensão – 3ª edição Editora Didática e Científica Ltda -1991
16- 10o B.E.C - 10o Batalhão de Engenharia e de Construção – E.B - Lajes / S.C. - Nivelamento do tabuleiro da ponte sobre o rio Pelotas. Acompanhamento anual – 1992.