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. março 2019

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SUMÁRIO

MARÇO 2019

6. CORREIO AGRÍCOLA

8. ENTREVISTA

Segurança, nutrição animal

e sustentabilidade serão os pilares do setor

no futuro

José Romão Braz, presidente da IACA – Associação

Portuguesa das Indústrias de Alimentos

Compostos para Animais

CULTURAS

14. Tendências:

Todo o potencial da cultura da Stevia

16. Este alho ainda vai dar que falar

18. MILHO

1.º Congresso Ibérico do Milho:

Portugal e Espanha unem esforços

para defender milho e PAC na UE

22. AMBIENTE

Características e tratamentos aplicados

às águas residuais de matadouro

DOSSIER TÉCNICO

26. Nemátodes, a ameaça escondida à saúde

dos relvados

28. O sugador Halyomorpha halys,

uma nova ameaça à agricultura portuguesa

32. Cancro do castanheiro

– prós e contras da luta biológica

36. Bacterioses dos frutos secos:

riscos, epidemiologia e controlo de doenças

com potencial impacto económico

40. Mixomatose:

uma ameaça para a lebre-ibérica?

MERCADOS

46. Mercado tranquilo

14. CULTURAS

Stevia

iSto

ck

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ENTREVISTA

Quais são os principais desafios do setor

nos próximos anos?

Os principais desafios prendem-se com aqui-lo a que chamamos a ‘Visão 2030’, que é par-tilhada pela FEFAC, que é a nossa Federação Europeia, e pela IACA, a nível nacional, e que está em linha com os objetivos de desen-volvimento sustentável das Nações Unidas. Essa ‘Visão 2030’ assenta em três pilares: a Segurança Alimentar – que nós concreti-zamos, por exemplo, através do controlo das matérias-primas e do Qualiaca, que é o protocolo que temos com a DGAV que per-mite o controlo de entrada de matéria-prima proveniente de países terceiros, e que nos dá grande segurança, uma vez que os navios são controlados à chegada (a principal forma de transporte é por mar), por isso, se houver algum problema conseguimos evitar que o produto entre na cadeia de abastecimento. O segundo pilar é a Nutrição Animal – que tem a ver com o bem-estar e saúde alimentar, bem como com a alimentação de precisão, ou seja, toda uma nova forma de olhar para a alimentação animal em que estamos muito empenhados para garantir maior eficiência, melhores índices de conversão, menor im-pacto da atividade… Depois temos a Susten-tabilidade, que não é só uma moda, temos vá-rios exemplos concretos, como o aprovisio-namento de matérias-primas sustentáveis, sendo que o mais importante tem a ver com a soja. Mas temos vários programas e também

um Guia da Federação Europeia de Fabrican-tes de Alimentos Compostos para Animais (FEFAC), que permite harmonizar as várias origens e programas de sustentabilidade as-sociada a matérias-primas, temos um que é o Soja Plus, do Brasil, o SSAP, dos EUA, há já várias origens certificadas em termos de sustentabilidade e, uma vez que isto é, cada vez mais, uma exigência por parte das ca-deias de distribuição e dos consumidores, o setor não pode ficar alheio a essa realidade. No fundo, temos vindo a observar que toda a gente no Mundo se preocupa com a susten-tabilidade, por isso, vamos acabar por cami-

nhar sempre no sentido de ter cuidado com a utilização dos recursos, quer seja a água, os fertilizantes e todos os recursos que uti-lizamos para desenvolver a nossa atividade, como é o caso das matérias-primas.

O que é que distingue uma matéria-prima

sustentável de uma que não seja?

Uma matéria-prima sustentável tem um ca-derno de encargos para quem a produz que tem a ver com a forma como é feita a rotação das terras, a utilização de fertilizantes e da água, se há ou não deflorestação envolvida… Isto tem a ver com as práticas culturais, mas também com a relação com as comunidades locais e com os trabalhadores (por causa do trabalho escravo, no Brasil, por exemplo).Para os Estados Unidos, que disputam o pri-meiro lugar de produtor mundial de soja com o Brasil colheita a colheita, agora com a guer-ra comercial com a China (que era o destino de cerca de 60% das exportações dos EUA), a Europa tornou-se de novo um mercado mui-to mais importante para a soja norte-ameri-cana e, por isso, também se preocupam ainda mais com as questões da sustentabilidade.

Com a guerra dos EUA com a China, a Eu-

ropa beneficiou?

De certa maneira sim, porque teve o foco de um dos principais países exportadores, que precisava de alternativa aos seus mercados tradicionais, e a verdade é que a matéria-

Segurança, nutrição animal e sustentabilidade serão os pilares do setor no futuro

José Romão Braz

Presidente da IACA – Associação Portuguesa das Indústrias de Alimentos Compostos para Animais

No ano em que a IACA comemora 50 anos, fomos falar com o presidente da

associação sobre os desafios e constrangimentos da indústria da alimentação

animal, e também da fileira. José Romão Braz enaltece a capacidade dos

agricultores mundiais em produzir cada vez mais com menos recursos, e

alerta: “Somos 100% a favor da defesa do ambiente e da preservação do

nosso Planeta, mas isso implica defender as técnicas e propostas adequadas

para garantir o futuro da humanidade em termos de alimentação”.

Texto . Emília Freire

Fotos . Rodrigo Cabrita

“[Há] toda uma nova forma de olhar para a alimentação animal em que estamos muito empenhados para garantir maior eficiência, melhores índices de conversão, menor impacto da atividade.”

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ENTREVISTA

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ENTREVISTA

-prima tem qualidade, em termos de logística funciona muito bem, é o que funciona melhor.

E o preço?

O preço também acabou por beneficiar, por-que esta guerra comercial fez com que se de-gradasse o preço na Bolsa de Chicago.

Portanto, os três pilares da Visão 2030 são

os principais desafios futuros do setor?

Sim e também a Economia Circular. O nos-so setor foi dos primeiros a implementar es-te conceito, uma vez que há muitos anos que aproveitamos os subprodutos e coprodutos de outras indústrias – como os bagaços das vá-rias oleaginosas, e os subprodutos da indús-tria de moagem. Sempre fomos uma indústria que procurou fontes alternativas de matérias--primas e de nutrientes para poder concreti-zar o nosso objetivo, que é fazer chegar nu-trientes aos animais ao melhor preço possível.

E quais são os principais constrangimen-

tos que o setor terá de enfrentar?

Uma vez que o nosso principal custo são as matérias-primas, que representam cerca de 75 a 80% do custo do produto final, que são os alimentos para animais, e uma vez que Portugal não é autossuficiente – e mesmo que o fosse continuaria a ser o custo princi-pal –, temos vários constrangimentos ou cus-

tos acrescidos. Nesta situação, com Portugal a produzir apenas 20% das matérias-primas de que necessitamos, a logística torna-se fundamental e os portos são estratégicos e essenciais ao abastecimento, por isso, quan-do se fala de operacionalidade dos portos, greves… ou seja, quando se fala de instabi-lidade nos portos, é sempre um constrangi-mento à nossa atividade e um extra de custo à importação.A questão da armazenagem e dos silos por-tuários, em que temos uma empresa impor-tantíssima, que é a Silopor, cujo futuro ainda não está definido. Ainda sobre a questão de Portugal produzir apenas 20% das matérias-primas de que ne-cessitamos, agora não é um constrangimen-to mas sim uma aposta do setor. A IACA faz parte da Estratégia Nacional de Produção de Cereais, e alguns dos nossos associados até já investiram em secadores, como apoio à produção e à agricultura nacional, para poderem receber o milho no momento da colheita diretamente dos produtores. O que é um sinal claro da nossa indústria de que temos todo o interesse em que Portugal seja capaz de produzir mais.

E mais constrangimentos?

Os licenciamentos, em termos de alimen-tação animal, mas também da produção

pecuária, com quem temos uma grande li-gação, continuam a ser um enorme desafio, com uma grande complexidade, envolvendo diversas entidades…

Há anos que se fala disso. Qual é o proble-

ma: o peso do Estado e das diversas enti-

dades por onde o processo tem de passar?

São dois problemas: legislação difusa e di-versa e diversas entidades a ter de dar pare-cer sobre a matéria na área da agricultura, do ambiente e da economia. Costumo dizer que temos um triplo licenciamento, ou seja, nas câmaras municipais, que é a licença de uti-lização, mas para isso precisamos da licença ambiental e da licença da atividade económica em si. Esta última, que depende da Economia ou da DGAV [Direção-Geral de Alimentação e Veterinária], é, normalmente, a que corre melhor, depois, a parte ambiental é sempre mais complexa e a parte camarária também, porque, muitas vezes, não há abertura ou há determinados investimentos que não são bem-vindos, depende muito dos municípios.Outro fator fundamental, e que muitas vezes também se torna um constrangimento, é a aprovação das candidaturas aos sistemas de incentivos que tem muita burocracia, perío-dos muito específicos e limitados de candi-datura e tempos muito longos de aprovação e diferentes, conforme se trata do PDR 2020

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ou do Horizonte 2020, sendo que, normalmente, os dependentes do Minis-tério da Economia são mais expeditos que os da Agricultura.Por último, também temos o preço da energia, que, depois das matérias--primas, é o custo mais importante, mas aí temos de ter confiança de que o mercado livre está a trabalhar.

Qual é a posição da IACA em relação à redução da utilização dos an-

timicrobianos?

É dos temas que preocupa a nossa indústria. Primeiro ponto: a utilização de alimentos medicamentosos é sempre um serviço que a indústria de ali-mentação animal faz aos seus clientes, não produzimos alimentos medi-camentosos de forma comercial. Para se poder administrar um alimento medicamentoso numa exploração é necessário que o veterinário prescreva esse tratamento, está sujeito a grande escrutínio, com envio de cópia para a DGAV e tem de ficar também uma cópia na empresa, portanto, há um procedimento que tem de ser cumprido, é uma atividade regulada e nem todas as fábricas estão autorizadas a fazê-lo. Em termos gerais, estamos também a tomar medidas concretas para co-laborar na redução da utilização de antibióticos na alimentação animal: através do uso de novos ingredientes, de uma alimentação de precisão e de mais investigação no campo da alimentação propriamente dita. Por outro lado, sabemos que isto só não chega, porque é preciso investir em instala-ções e em maneio, e estas coisas já não estão nas nossas mãos, mas todos os agricultores sabem que este é um caminho que tem de ser percorrido. Muito embora se saiba que a utilização indevida dos antibióticos pelos hu-manos tem um impacto muito maior na resistência do que nos animais.Resumindo, o nosso setor está totalmente empenhado em colaborar com soluções, mas nós sozinhos não vamos conseguir resolver o problema. Por exemplo, o protocolo, que também assinámos no ano passado, para a re-dução da utilização de antibióticos na produção de carne de suíno foi um primeiro passo de vários que têm de ser dados.

A IACA tem falado, algumas vezes, na necessidade de aumento da

produção pecuária nacional, no sentido da autossuficiência. A indús-

tria da alimentação animal está preparada para este aumento?

Atingir a autossuficiência tem de ser um desígnio nacional, não pode ser só uma vontade da produção pecuária e da indústria de alimentação ani-mal, porque envolve o Estado e as fileiras, mas também os consumidores. Mas nós gostamos de pensar que somos a ‘cola’ que pode ajudar a ligar e impulsionar tudo isto, porque temos uma visão de fileira, fruto de muitos dos nossos associados, além da produção de alimentos, terem também pro-dução de grãos e pecuária ou até mesmo transformação. A nossa indústria é autossuficiente para as necessidades da produção animal e até tem capa-cidade instalada para responder a um aumento dessa produção.

“Neste conceito [economia circular], uma vez que há muitos anos que aproveitamos os subprodutos e coprodutos de outras indústrias – como os bagaços das várias oleaginosas, e os subprodutos da indústria de moagem. Sempre fomos uma indústria que procurou fontes alternativas de matérias-primas e de nutrientes.”

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ENTREVISTA

E ao nível das fontes alternativas de pro-

teína e de matérias-primas? Como estão

a correr esses processos em termos euro-

peus e nacionais?

Do ponto de vista das fontes de proteína, há muitos anos que ouvimos falar das protea-ginosas, que nunca vai resolver o problema mas pode amenizar a dependência da Europa do exterior.

Estamos a falar principalmente de soja…

Sim, mas em Portugal também importamos semente de girassol e de colza e os seus ba-gaços. Estas fontes de proteína são difíceis de combater, porque, por exemplo, no caso da soja, é uma matéria-prima de grande qualida-de. Por outro lado, o investimento e a investi-gação na área dos insetos e das algas pode vir a ser um contributo importante para fontes alternativas de nutrientes e de proteína, por-que quer uns, quer outros são ricos em pro-teína e já estão a ser aprovados alguns inves-timentos nessas áreas, que vemos com bons olhos. E há também a questão das farinhas de carne, cuja aprovação para utilização em termos cruzados, fala-se, estará para breve.Mas é preciso destacar o enorme aumento de produção de alimentos que tem havido no Mundo e enaltecer a capacidade que os agricultores têm tido de produzir mais grãos e fazer face às necessidades da população, produzindo mais com a mesma terra e me-nos recursos, conseguindo maior eficiência por hectare.

E as questões ambientais estão cada vez

mais na ordem do dia…

Claro, e a nossa indústria está também mui-to atenta. Estamos muito interessados na re-dução das emissões de carbono e, para isso, em conseguir medir qual é a nossa pegada, através do programa europeu PEFMED. O que pretendemos é encontrar uma metodo-logia, porque não pode cada um medir à sua maneira, e já há uma aprovada pela FEFAC, mas falta ainda a aprovação da CE, que nos permita medir a pegada de carbono e cada instalação. Mas não podemos deixar de dizer que é com alguma estupefação que ouvimos todos os dias afirmações desenquadradas relativa-mente ao impacte ambiental de determina-das atividades. Veja-se o caso da produção de leite: segundo vários professores univer-sitários, que estudam estes assuntos há mui-to tempo, está demonstrado cientificamente que a produção intensiva tem um impacto menor no ambiente do que a produção ex-tensiva. Ou seja, duas vacas que produzam 20 litros de leite cada uma têm um impacto ambiental cerca de 40 a 50% maior do que

uma vaca que produza 40 litros por dia, por-que temos de medir as emissões por unidade de produto produzido e não em termos ab-solutos. Por isso, defendemos uma produção equilibrada e ambientalmente eficiente.À nossa indústria interessa contribuir de for-ma positiva e séria para estes assuntos e não de forma alarmista. Somos 100% a favor da defesa do ambiente e da preservação do nos-so Planeta, mas isso implica defender as téc-

nicas e propostas adequadas para garantir o futuro da humanidade em termos de alimen-tação, a par do respeito pelo ambiente. Não podemos ser fundamentalistas sem apresen-tar soluções que garantam a alimentação dos tais nove mil milhões de pessoas que se es-peram para 2050.

Muitas serão certamente soluções inova-

doras e que estão a ser investigadas…

“Atingir a autossuficiência tem de ser um desígnio nacional, não pode ser só uma vontade da produção pecuária e da indústria de alimentação animal, porque envolve o Estado e as fileiras, mas também os consumidores. Mas nós gostamos de pensar que somos a ‘cola’ que pode ajudar a ligar e impulsionar tudo isto.”

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A IACA está precisamente a tentar tornar realidade um projeto que se chama InovFeed, que é um laboratório colaborativo no âmbito do INIAV [Instituto Nacional de Investiga-ção Agrária e Veterinária], que tem como objetivo debater, estudar e criar Investiga-ção & Desenvolvimento aplicada que possa ser utilizada pelo setor na área da atual ali-mentação animal, mas também estudar no-vas tendências de consumo e a evolução da alimentação para 2030, 2040 e 2050.Este laboratório tem como intervenientes o

INIAV, a IACA, as Universidades de Trás--os-Montes, do Porto, de Évora e de Lisboa, e nove empresas – uma tecnológica e oito do setor da alimentação animal. O projeto está em fase de aprovação e temos uma grande convicção de que irá ser aprovado. Este setor não quer pôr a cabeça na areia, quer conhecer o que é o futuro e cá estará para se adaptar, para reagir e para garantir os próximos 50 anos. Portanto, o nosso se-tor está aqui para contribuir para um futuro mais sustentável para todos.

O que gostaria de destacar neste ano de

comemoração dos 50 anos da IACA?

A comemoração dos 50 anos é, sem dúvida, o marco do ano para a Associação, temos or-gulho no nosso percurso e queremos perspe-tivar os próximos 50 anos. Gostaria de destacar a realização de um es-tudo de tendências de consumo e do conhe-cimento que o público em geral e os stakehol-ders têm da associação, da sua atividade e do setor, e um conjunto de iniciativas com a po-pulação mais jovem, numa colaboração com o Fórum Estudante, para comunicar o que somos e o que fazemos.Queremos assim, aproveitar esta ocasião para comunicar o nosso setor, temos a no-ção de que não somos conhecidos, porque estamos a montante da parte mais visível deste setor, que são os produtos de origem animal, mas queremos mostrar que sem a alimentação animal e a sua capacidade tec-nológica, também não seriam competitivos nem teriam a importância que têm no País. No fundo, queremos explicar o que vale o nosso setor, em termos de agroalimentar e a importância que tem e o quanto estamos empenhados em reforçar a importância do setor (ver caixa).

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UM SETOR COM GRANDE PESO

Com um volume de negócios de cerca de 1426 milhões de euros, a indústria da alimen-tação animal é um dos setores mais impor-tantes no panorama agroalimentar nacional, representando 12% do volume de negócios da agroindústria, influenciando, direta e indiretamente, as indústrias de carnes e de lacticínios. Com 111 empresas e 3500 traba-lhadores, é responsável por 1,2% do universo empresarial e 4% do volume de emprego do agroalimentar.Os alimentos para animais têm um peso de mais de dois mil milhões de euros na econo-

mia agrícola, representando cerca de 47% do total dos consumos intermédios e têm um peso na ordem dos 60 a 70%, em média, dos custos totais das explorações pecuárias.Em Portugal, este setor é representado, des-de há 50 anos, pela IACA, que integra atual-mente 43 fabricantes de alimentos compos-tos, com 53 unidades fabris e 15 empresas de pré-misturas e aditivos, num total de 58 associados, representando mais de 80% da produção nacional de alimentos compostos para animais e a totalidade das pré-misturas produzidas no País.