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UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Educação Física Gabriel Siqueira Fittipaldi Higor Silva Dias Waldeck Figueredo Guedes COMPARAÇÃO ENTRE OS NÍVEIS DAS CAPACIDADES FÍSICAS DE MULHERES IDOSAS PRATICANTES DE MUSCULAÇÃO E MULHERES FISICAMENTE ATIVAS Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Lins-SP 2014

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UNISALESIANO

Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

Curso de Educação Física

Gabriel Siqueira Fittipaldi

Higor Silva Dias

Waldeck Figueredo Guedes

COMPARAÇÃO ENTRE OS NÍVEIS DAS

CAPACIDADES FÍSICAS

DE MULHERES IDOSAS PRATICANTES DE

MUSCULAÇÃO E MULHERES FISICAMENTE ATIVAS

Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

Lins-SP

2014

Gabriel Siqueira Fittipaldi

Higor Silva Dias

Waldeck Figueredo Guedes

COMPARAÇÃO ENTRE OS NÍVEIS DAS CAPACIDADES FÍSICAS

DE MULHERES IDOSAS PRATICANTES DE MUSCULAÇÃO E MULHERES

FISICAMENTE ATIVAS

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado à banca examinadora do

Centro Universitário Católico Salesiano

Auxilium, curso de Educação Física sob a

orientação do (a) Prof.ª Esp. Giseli Barros

Silva e orientação técnica da Prof.ª Ma.

Jovira Maria Sarraceni.

LINS-SP

2014

Gabriel Siqueira Fittipaldi

Higor Silva Dias

Waldeck Figueredo Guedes

COMPARAÇÃO ENTRE OS NÍVEIS DAS CAPACIDADES FÍSICAS

DE MULHERES IDOSAS PRATICANTES DE MUSCULAÇÃO E MULHERES

FISICAMENTE ATIVAS

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,

para obtenção do título de Bacharel em Educação Física. .

Aprovada em: _ /12/2014

Banca Examinadora:

Prof.ª Orientadora: Giseli de Barros Silva

Titulação: Especialista em Fisiologia do Exercício pelo Centro Universitário Católico

Salesiano Auxilium.

Assinatura:______________________________________

1º Prof.(a):___________________________________________________________

Titulação:____________________________________________________________

___________________________________________________________________

Assinatura:______________________________________

2º Prof.(a)___________________________________________________________

Titulação____________________________________________________________

Assinatura:______________________________________

Dedicamos esse trabalho primeiramente ao nosso

Deus que nos deu suporte para realizá-lo em meio aos

problemas que surgiram.

Dedicamos a nossa família que nos apoiou desde o

início até o presente momento.

Dedicamos também a nossa orientadora Giseli

Barros, que em tudo que pode nos ajudou e sempre

contribuiu para a realização de nossa pesquisa.

Dedicamos a todos os professores que passaram

em nossa graduação e que foram marcantes em nossas

vidas com a transferência de conhecimentos e

experiências vividas ao longo desses quatro anos.

AGRADECIMENTOS

Agradecimento Higor

Gostaria de agradecer a Deus pela minha vida, pela minha saúde, pelo meu

alimento diário, pelo meu trabalho, pelos meus familiares e amigos, agradeço pela

chance de concluir o curso que eu tanto sonhei, e também pelas oportunidades

dadas a mim de superar os obstáculos durante esses quatro anos de graduação. Foi

um período difícil, mas muito satisfatório, difícil, pois conciliar os estudos, estágios e

o trabalho não é uma tarefa fácil, e satisfatório, quando você percebe que passou

por todas estas barreiras sem deixá-las nenhuma te desanimar. Agradeço também a

minha heroína, minha mãe, que durante essa graduação me incentivou a não

desistir nos momentos mais difíceis, principalmente quando chegava do trabalho

cansado sem animo pra estudar. Agradeço ao meu pai pelo apoio financeiro durante

o primeiro ano de faculdade. Agradeço também pela parceria de quatro anos dos

meus amigos Gabriel Fittipaldi e Waldeck Guedes, companheiros do trabalho de

conclusão de curso e também de outros trabalhos realizados durante a graduação, e

também ao Danilo Cardoso, parceiro de boas resenhas durante o intervalo, entra

nessa lista também minha companheira de classe Edilma de Souza, pela

disponibilidade em enviar os conteúdos didáticos ao e-mail de cada um. Não posso

deixar de lembrar-se dos funcionários da instituição, principalmente da Raquel

Hortêncio, funcionária da biblioteca, que dentre tantos alunos transeuntes do local

consegue lembrar-se do nome de muitos e atende a todos com muita atenção e

carinho. A nossa orientadora Giseli Barros, pela sua simpatia para com todos e sua

disponibilidade para conosco, ajudando-nos na realização de nossa pesquisa em

tudo que possível. O nome da professora Ana Cláudia também não poderia passar

em vão, agradeço a ela por substituir nossa orientadora no momento de sua licença

maternidade e nos apoiar no seminário realizado no início do semestre. A todos os

professores que tive em minha graduação, pelos ensinamentos da teoria e pela

passagem da prática vivida por eles, professores que despertaram em mim o amor

por essa profissão.

Agradecimento Gabriel

Agradeço primeiramente a Deus, a quem sempre nos momentos difíceis

recorri, e nos momentos felizes tive o privilégio de agradecer.

A minha esposa Samara, que me ajudou no decorrer desses anos, com seu

companheirismo, sempre me apoiando nas horas de dificuldade, compartilhando

comigo as alegrias e o principal, não me deixou desistir!

A minha avó Neuza, que além de ser como uma mãe é uma das pessoas

mais importantes da minha vida. Independentemente do momento ou lugar em que

estejam os meus pensamentos sempre encontrarão você! Agradeço não só pela

oportunidade de estudo, mas por todo carinho e educação que de você eu recebi.

Aos amigos Higor e Waldeck que foram companheiros de diversos momentos,

dividimos tristezas e somamos nossas alegrias. Pessoas que sem explicação

tornaram minha vida durante esses quatro anos uma vida mais alegre e divertida.

Vou sentir saudade.

A professora orientadora Gisele, que com paciência soube esclarecer nossas

principais dúvidas e nos orientou da melhor maneira possível. Também a professora

orientadora Jovira que nos auxiliou de forma imprescindível neste trabalho. E a

todos os professores do Curso de Educação Física que fizeram parte da minha

formação.

Enfim, agradeço a todos que mesmo indiretamente contribuíram na minha

formação, tanto profissional quanto pessoal.

Agradecimento Waldeck

Costumo dizer que nada na vida conseguimos sozinho, principalmente se

tratando de um curso superior. Onde forças precisam ser unidas para que todos os

obstáculos sejam vencidos.

Primeiramente agradeço a Deus por ter me dado à oportunidade de cursar

uma faculdade e apesar de todas as dificuldades poder concluí-las. Agradeço por ter

posto pessoas maravilhosas em meu caminho, pois sem elas não teria chegado tão

longe.

Sou inteiramente grato a minha esposa que controlou a situação em casa, me

aturando em meus momentos de estresse e cuidando da casa principalmente na

questão financeira para que pudesse dar sequencia nos estudos.

Meus agradecimentos à professora Bernadete, minha principal incentivadora,

apostou em mim quando pensava na hipótese de cursar uma faculdade de ensino

superior.

Agradeço minha grande amiga Debora Ferraz que esteve presente quando

pode em tudo que precisei, pelo incentivo para que eu voltasse atrás quando desisti

do curso superior ainda no primeiro ano.

Aos meus amigos Higor Dias e Gabriel, colegas de classe e de grupo de TCC

e agora amigos. Não tenho palavras para agradecer tudo que fizeram por mim

principalmente na reta final de curso.

Nossa orientadora Giseli, pelo desempenho, pela amizade, pelo carinho e

prontidão para com todos.

A todos os professores e o coordenador por nos tornar pessoas de

conhecimento mais apurado, pela amizade, compreensão e dedicação ao trazer o

que tinham de novo no mercado cientifico.

Aos meus colegas de classe principalmente aos mais próximos, Gabriel

Fittipaldi, Danilo, Jéssica Alves, Meiryelen, Thais e Aylin.

Não poderia deixar de lado o prof. Dr. Wonder Higino, nosso grande mestre e

amigo, também ao secretário de esportes Luiz Henrique e seu irmão Igor, pessoas

que ajudaram muito.

Finalmente ao grupo de TCC, pelos quatro anos juntos e pela batalha no dia-

a-dia para trazer tudo de melhor e acrescentar em nosso trabalho.

RESUMO

Com o envelhecimento há uma série de declínios nas principais capacidades físicas nos idosos, como força, flexibilidade, coordenação motora, resistência aeróbia e agilidade. Esses decaimentos geram uma diminuição da capacidade funcional e por consequência uma maior prevalência de acidentes e doenças nesta faixa populacional. A Organização Mundial da Saúde e o Colégio Americano de Medicina Esportiva ressaltam que a atividade física é uma das principais formas de minimizar e/ou reverter os declínios sociais, físicos e psicológicos que predominantemente acompanham a população com idade avançada, e o treinamento de força é considerado dos principais métodos que geram grandes modificações em algumas destas capacidades físicas. Com isso o presente estudo teve como objetivo avaliar e comparar a aptidão funcional de mulheres idosas praticantes de musculação e mulheres praticantes de atividades físicas diversas, como caminhadas, jogos lúdicos e atividades manuais, a partir do protocolo americano da bateria de testes AAHPERD. Foi realizada a aplicação da bateria em duas amostras constituídas por 24 mulheres divididas em dois grupos, o grupo praticante de musculação (G1-n=13) e o grupo ativo (G2-n=11), que realizavam essas atividades no mínimo há seis meses. A bateria de testes da AAHPERD foi composta por cinco testes motores que avaliaram as seguintes variáveis da aptidão funcional: agilidade e equilíbrio dinâmico (AGIL); coordenação (COO); flexibilidade (FLEX); força e endurance de membros superiores (RESISFOR) e resistência aeróbia geral e habilidade de andar (RAG). Os resultados apresentam diferenças nas capacidades de força e flexibilidade com os valores de (G1=25,53 ± 7,75- G2=20,58 ± 3,32) e (G1=30,92 ± 7,61;G2=21,66 ± 7,63). Após os dados obtidos conclui-se que a prática do treinamento muscular traz maiores resultados aos valores das capacidades físicas quando comparado com as atividades físicas diversas em mulheres idosas.

Palavras-chave: Atividade física. Musculação. Envelhecimento. AAHPERD.

Abstract

With aging there are a number of major declines in physical capacities in the elderly, such as strength, flexibility, coordination, agility, and aerobic endurance. These decays produce a decrease in functional capacity and consequently a higher prevalence of injury and illness in this population group. The World Health Organization and the American College of Sports Medicine emphasize that physical activity is one of the main ways to minimize and / or reverse the social, psychological and physical declines that accompany predominantly elderly population, and strength training is considered the main methods that generate large changes in some of these physical capacities. With this, the present study aimed to evaluate and compare the functional fitness of elderly women practicing bodybuilding and female practitioners of various physical activities such as walking, fun games and manual activities, from the American protocol battery AAHPERD tests. Applying battery was performed in two samples of 24 women divided into two groups, the practitioner group fitness (G1, n = 13) and the active group (G2, n = 11), who carried out these activities at least for 6 months. The test battery consisted of AAHPERD five motor tests that evaluated the following variables of functional fitness, agility and dynamic balance (AGIL); Coordination (COO); flexibility (FLEX); strength and endurance of the upper limbs (SRTSM) and general aerobic endurance and ability to walk (RAG). Analyzing the data obtained it is concluded that the practice of muscle training brings results to larger values of the physical capabilities when compared with the various physical activities in older women.

Keywords: Physical activity. fitness. aging. AAHPERD.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...........................................................................................................11

1 CONCEITOS PRELIMINARES ............................................................................. 13

1.1 Capacidades físicas ............................................................................................ 13

1.2 Coordenação motora ........................................................................................... 13

1.2.1Importância da coordenação motora ................................................................. 14

1.3 Equilíbrio ............................................................................................................. 15

1.3.1 Fatores influentes no processo de equilíbrio .................................................... 16

1.3.2 Queda ............................................................................................................... 16

1.4 Resistência .......................................................................................................... 16

1.4.1 Classificações de resistência ........................................................................... 17

1.5 Agilidade .............................................................................................................. 18

1.6 Força ................................................................................................................... 19

1.6.1 Tipos de força ................................................................................................... 20

1.6.2 Testes propostos para medir a força ................................................................ 21

1.7 Flexibilidade ........................................................................................................ 21

1.7.1 Tipos de flexibilidade ........................................................................................ 22

1.8 Treinamento muscular ......................................................................................... 23

1.8.1 Respiração durante o treinamento muscular .................................................... 24

1.9 Benefícios do treinamento muscular ................................................................... 25

2 CASUÍSTICAS E METODOS ......................................................................... 27

2.1 Casuísticas .......................................................................................................... 27

2.2 Critérios de Inclusão e exclusão .......................................................................... 27

2.3 Caracterização da Amostra ................................................................................. 28

2.4Condições ambientais .......................................................................................... 28

2.5Desenho Experimental ......................................................................................... 28

2.6.1 Confiabilidade da bateria de Testes ................................................................. 29

2.6.2 Bateria de Testes ............................................................................................. 30

2.6.3 Teste de agilidade e equilíbrio dinâmico .......................................................... 30

2.6.4 Teste de coordenação motora .......................................................................... 30

2.6.5 Teste de flexibilidade ........................................................................................ 31

2.6.7 Teste de resistência aeróbia geral ................................................................... 32

2.7 Materiais utilizados .............................................................................................. 32

2.8 Análise Estatística .......................................................................................... 32

RESULTADOS...........................................................................................................33

3.1 Discussão ............................................................................................................ 34

CONCLUSÃO ............................................................................................................ 41

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 42

11

INTRODUÇÃO

A organização mundial da saúde está preocupada com o aumento da

população dos idosos levando em contas incapacidades trazidas por essa faixa

etária, causadas por diversos fatores. Em consequência de uma evolução

significativa da sociedade e de possuir-se uma taxa relevante de idosos nos dias de

hoje, começam a surgir diversos temas de interesse relacionados diretamente com

esse tipo de grupo social, como o cuidado com o corpo, melhora da qualidade de

vida, independência nas atividades de vida diárias (AVD´s), entre outros fatores.

Tendo em vista esses fatores abordados anteriormente, a atividade física vem

adquirindo cada vez mais importância por ser um dos elementos dos quais dispomos

para incidir em tais aspectos. A atividade física é uma das principais formas de

minimizar e/ou reverter os declínios sociais, físicos e psicológicos que

predominantemente acompanham a população com idade avançada (CIPRIANI,

2010).

Mesmo com inúmeros estudos comprovando a importância da atividade física,

há pessoas totalmente sedentárias. Diversos benefícios dessa prática já foram

apresentados e comprovados cientificamente, incentivando a prática pela população,

mesmo assim vem sendo ignorada.

Benedetti et al. (2007); Gobbi et al. (1997); Matsudo et al. (2002) apontam a

atividade física como umas das maneiras de retardar muitos dos declínios físicos,

psicológicos e sociais causados pelo avançar da idade, poupando assim a

capacidade funcional, independência e autonomia dos idosos. (UENO et al., 2012).

A capacidade funcional é definida por Clarck (1989) como a capacidade de realizar

as atividades corriqueiras e súbitas do dia a dia, de forma segura e eficaz e sem

lassidão excessiva. Esta capacidade é composta por cinco componentes, quais

sejam: resistência de força, agilidade e equilíbrio dinâmico, flexibilidade,

coordenação e resistência aeróbia. Dessa forma, o nível dos componentes da CF

reflete diretamente no sucesso ou fracasso durante a realização das atividades de

vida diária. Além dos benefícios citados, acima a atividade física orientada

corretamente favorece aos idosos saudáveis ou portadores de cardiopatia, aumento

do bom colesterol (HDL), tem efeito benéfico na distribuição de gordura corporal e

melhora a resposta a insulina. A atividade física proporciona novas sensações e

12

aumenta a comunicação dos idosos entre si e com pessoas de outras idades. Além

da melhora da saúde óssea, portanto, redução no risco de osteoporose; melhora da

estabilidade postural, reduzindo assim o risco de quedas, lesões e fraturas

associadas; e incremento da flexibilidade e amplitude de movimento. (apud ACSM,

2014).

Estima-se que uma alta porcentagem dos idosos na faixa sexagenária seja

dependente para realizar suas AVD’s. Esta situação eleva o custo com gastos em

saúde para essa faixa etária, essa verba destinada para o tratamento dos idosos,

mesmo em países mais ricos ainda é insuficiente. Sabe-se que essa população

tende a aumentar com o decorrer dos anos e é necessária a criação de projetos

para minimizar ou prevenir essas incapacidades. Esses programas são muito

importantes para os idosos já acarretados, pois lhe proporcionam uma melhora na

qualidade de vida. Ao longo deste estudo se notará a presença de algumas

terminologias para o mesmo método de treinamento como treinamento muscular,

treino de força e musculação, pois Baecheles e Groves (2000) toda essa

nomenclatura se equivale ao uso de halteres, pesos livres e máquinas, com o intuito

de melhorar a aparência, condicionamento físico e/ou desempenho esportivo (apud

SANTANA, et al. 2010). Em conta disso, foi realizado uma pesquisa experimental

de caráter quantitativo com o objetivo de comparar dois tipos de treinamentos em 5

qualidades físicas de mulheres idosas, o grupo de pesquisa foi composto por 24

mulheres, sendo 2 grupos avaliados, o grupo praticante de musculação e o grupo de

mulheres praticantes de atividades físicas variadas. Os resultados dos testes foram

analisados e comparados através de protocolos de análise de variância, teste T e

média de desvio padrão. A pesquisa foi realizada no Centro Universitário Católico

Salesiano Auxilium de Lins no período de junho a setembro de 2014.

13

1 CONCEITOS PRELIMINARES

1.1 Capacidades físicas

As qualidades físicas ou capacidades físicas são atributos físicos treináveis

no organismo humano, possui uma relação estreita no objetivo de um programa de

treinamento. Segundo Mathews e Fox (1983) o treinamento neuromuscular propícia

um quadro de alterações nas fibras musculares, como o aumento nas concentrações

de creatina muscular (39%), ATP (18%) e glicogênio (66%), além das atividades

enzimáticas glicolíticas e adaptações no sistema nervoso, que resultam em

mudanças no padrão de recrutamento de unidades motoras. Essas alterações

dependerão da intensidade e especificidade do treinamento. (apud DANTAS, 2003).

A seguir, uma abordagem sobre as principais capacidades físicas encontradas no

ser humano e suas principais características.

1.2 Coordenação motora

Meinel (1960) descreve a coordenação motora como um quadro harmonioso

de todos de todas as etapas de um processo motor, visando um objetivo de executar

um movimento, Hollman e Hetinger (1989) propõem que essa qualidade física é a

resultante de uma ação nervosa central e do trabalho muscular em um movimento.

As características fisiológicas dessa qualidade física podem ser descritas

vulgarmente como a delimitação dos movimentos aos músculos efetores e o

desligamento dos movimentos paralelos. Essa qualidade física e dividida em dois

tipos: a coordenação motora intramuscular e coordenação motora intermuscular.

(apud BARBANTI, 1997).

A coordenação motora intramuscular se diz respeito à ação neuromuscular

dentro de uma sequência de movimentos em cada músculo, a quantidade de

unidades motoras recrutadas para realizar uma ação muscular. (BARBANTI, 1997).

A coordenação motora intermuscular como o próprio nome propõe, é a cooperação

de vários grupos musculares para a realização de um determinado movimento.

(BARBANTI, 1997).

14

1.2.1 Importância da coordenação motora

Essa qualidade física tem fundamental importância para a aprendizagem

motora, ela possibilita o atleta aprender e desenvolver movimentos complexos em

um curto espaço de tempo, além de oferecer um poder de ritmo, equilíbrio e

percepção de tempo ao praticante. (BARBANTI, 1997).

São qualidades de sequência de processo de condução motora, específicas

e, de acordo com a situação, baseadas em experiências motoras. São, portanto pré-

condições de desempenho para o domínio especialmente de exigências

coordenativas, desenvolvem-se na base de mecanismos funcionais do sistema

nervoso central. (BARBANTI, 1997).

De acordo com Roth (1987), em geral a coordenação motora é apresentada,

atualmente, por modelos de circuito de regulação de envio e retorno é orientado no

erro, os quais são denominados de teorias fechadas do esquema. Hirtz (1985)

defende cinco capacidades coordenativas: (1) Capacidade de diferenciação

sinestésica pela qual os movimentos recebem sua diferenciação detalhada e o

escalonamento devido, principalmente, as informações sinestésicas dos músculos e

tendões; (2) Capacidade espacial de orientação baseada em observações e

processamento de informações; (3) Capacidade de equilíbrio abrange a manutenção

e restauração do equilíbrio em situações alternadas; (4) Capacidade complexa de

reação são a iniciação e execução adequada de ações motoras de pouca duração a

partir de sinais distintos; (5) Capacidade de ritmo determina o registro, a

armazenagem e a representação de estruturas pretendidas e dinâmicas de tempo e

contidas no próprio movimento. (BARBANTI, 1997).

As crianças e jovens possuem maiores chances de desenvolver a

coordenação motora, haja vista que eles estão em fase de desenvolvimento motor, a

melhor faixa para se iniciar o desenvolvimento dessa qualidade é a de 6 anos de

idade e Hofmann, Grundamann, Hirtz (1985) propõem a idade pré escolar como

ideal para o desenvolvimento dessa habilidade. (apud BARBANTI, 1997).

Para alguns autores, aspectos devem ser levados em consideração no

momento do desenvolvimento dessa habilidade, fatores como, não realizar trabalhos

de coordenação em estado de fadiga e introduzir novos elementos para a

aprendizagem continua de experiências motoras. (BARBANTI, 1997)

15

1.3 Equilíbrio

O equilíbrio é um quadro complexo que envolve fatores como a recepção e a

integração de estímulos sensoriais, a análise e a execução de movimentos para

controlar o centro gravitacional sobre uma base, controlado pelo sistema de controle

postural, que abrange as informações fornecidas pelos sistemas somato-sensorial,

sistema vestibular e os receptores visuais. O sistema sensorial propicia a posição

corporal em relação ao ambiente ou outros fragmentos, no tempo em que o sistema

motor é ativado, corrigindo e adequando os músculos para a realização dos

movimentos e o sistema nervoso central associa as informações advindas do

sistema sensorial para enviar impulsos nervosos aos músculos. Com o passar dos

anos esse sistema fica debilitado, o que pode causar a eliminação de alguma etapa

desse controlador postural, levando a um aumento da instabilidade e aumentando o

número de quedas. O controle da postura atua conforme a posição corporal,

partindo desse ponto alguns autores dividem essa capacidade física em dois tipos:

equilíbrio estático e equilíbrio dinâmico. Algumas estruturas como os órgãos

sensoriais, aparelho de Golgi, receptores articulares, contribuem para manter a

posição de equilíbrio, através de um contrabalanceio das tensões musculares.

(REBELLATO et al., 2008).

No equilíbrio estático a base de suporte se mantem estável enquanto o centro

de massa corporal se movimenta, nesta situação o senso de equilíbrio deve manter

o centro de massa corpórea dentro da base de suporte. (REBELLATO et al., 2008)

Alguns autores propõem que quanto menor a capacidade de manter o equilíbrio na

posição estática maior é a probabilidade de queda. No equilíbrio dinâmico os dois

componentes se movimentam e o centro de massa jamais de alinha a base de

suporte durante a fase de apoio unilateral do movimento. (REBELLATO et al., 2008).

Fatores como a diminuição de força de membros inferiores e aumento da

incapacidade levam ao aumento do risco de quedas em idosos. As mudanças das

percepções podem alterar os tempos de repostas musculares aos desequilíbrios.

Nos idosos há um comprometimento da ação dos músculos auxiliadores nos

movimentos instáveis, propiciando o aumento das quedas. (SILVA, 2011).

16

1.3.1 Fatores influentes no processo de equilíbrio

Para Farinatti; Guimaraes, (2005); e Matsudo, (2003) as fibras de contração

rápida possuem grande influência no processo de equilíbrio, pois elas contribuem

em situações de emergência e no tempo de reação de algumas situações, onde os

músculos efetores se responsabilizam pela restauração do equilíbrio. (apud PEDRO,

AMORIM, 2008).

Alguns autores como Gozzoni (2002), Farinatti et al. (2004) propõem o

fortalecimento dos membros inferiores, haja vista que essa estrutura é responsável

pela movimentação e quando ausente a força nessa musculatura há uma maior

predisposição de quedas, levando a uma marcha debilitada, fatores esses que

corroboram para uma perda de independência. (PEDRO, AMORIM,. 2008).

A marcha é uma das funções mais comprometidas com o envelhecimento,

pois há um comprometimento de vários órgãos responsáveis pelo controle motor.

(SILVA, 2011).

1.3.2 Queda

A queda é o principal fator que causa mortes em idosos acima dos 65 anos.

Ela pode causar aos idosos desde escoriações leves à independência funcional. Seu

risco aumento com o passar dos anos e sua maior incidência ocorre nas mulheres.

As quedas estão totalmente relacionadas a fatores intrínsecos com a marcha e a

postura. Ou fatores extrínsecos, como o ambiente que o individuo vive. (SILVA,

2011).

O número de quedas em idosos de 65 a 74 anos chega a tingir a 32%, 35%

em pacientes de 75 a 84 anos e até 51% em idades acima de 85 anos. (SILVA,

2011).

1.4 Resistência

O termo resistência possui vários conceitos, de acordo com autores

diferentes, Weineck (2000) define resistência como “a capacidade geral psicofísica

de tolerância à fadiga em sobrecargas de longa duração, bem como a capacidade

de uma rápida recuperação após estas sobrecargas”. (apud CARMO, 2010).

17

Para Gobbi, Villar & Zago, (2005) resistência motora é o componente da

capacidade funcional que realizar movimentos durante um determinado intervalo de

tempo sem perdas significativas na qualidade da execução, prolongando o tempo de

execução até o surgimento dos sintomas e sinais de fadiga. (apud JUNIOR, 2010).

É uma qualidade física que resume a competência do sistema

cardiorrespiratório. O principal substrato energético dessa qualidade física é o

glicogênio muscular, devido a algumas alterações este pode chegar a acido pirúvico.

Na presença de O2, este ácido se transforma em CO2 e H2O, partindo dessa ação,

com a eliminação dos metabólitos e a oxidação do acido pirúvico, a atividade pode

continuar, caracterizando a resistência aeróbia. (BARBANTI, 1997).

O transporte de oxigênio e a utilização deste pelos tecidos são fatores

preponderantes nesta qualidade física. (BARBANTI, 1997). O grau de

desenvolvimento dessa capacidade depende de alguns fatores como, as

particularidades da modalidade, eficiência da técnica e da tática e fatores

psicológicos. Partindo dos recursos mais utilizados por essa capacidade, os autores

classificaram resistência em vários índices como, resistência geral e especial,

resistência de treinamento e de competição, local, regional e global, aeróbia e

anaeróbia, muscular e vegetativa, sensorial e emocional, estática e dinâmica, de

velocidade e de força. (PLATONOV, 2008). A resistência geral é a capacidade de

realizar uma atividade prolongada e com eficácia de caráter não especifico, essa

capacidade prevalece quando o esforço durar mais que três minutos e solicitar mais

que 1/6-1/7 da musculatura esquelética, com intensidade superior a 50% da

capacidade circulatória, podendo esta ser dividida em curta, média e longa duração.

(BARBANTI, 1997).

1.4.1 Classificações de resistência

Resistência localizada aeróbica acontece quando um esforço de intensidade

moderada de duração menor que três minutos, com atuação menor que 1/6-1/7 da

musculatura esquelética. (BARBANTI, 1997).

Resistência aeróbia é capacidade de permanecer em um esforço de

intensidade moderada e de longa duração, nessa capacidade há um consumo

considerável de oxigênio. Hollman e Hettinger (1989) propõem que a atividade tenha

18

no mínimo 3 minutos de duração e exija 50% da capacidade circulatória para que ela

seja classificada como resistência aeróbia. (BARBANTI, 1997).

Resistência anaeróbia é a capacidade de permanecer em um trabalho de

intensidade máxima ou submáxima com baixa quantidade de oxigênio por um tempo

inferior a 3 minutos. (BARBANTI, 1997).

Resistência localizada anaeróbia ocorre quando o esforço exigir menos de

1/6-1/7 da musculatura e possuir intensidade elevada. (BARBANTI, 1997).

A resistência especial é capacidade de realização eficaz do trabalho e

superação da fadiga nas condições específicas que a atividade competitiva exige.

Matveev (1977) subdividiu essa nomenclatura em resistência especial do

treinamento, que consiste no volume e intensidade total do processo de treinamento

e a resistência especial de competição onde se avalia a capacidade de trabalho, a

eficiência das ações motoras nas condições de competição. (BARBANTI, 1997).

Criar condições para a transformação e aumento das cargas do treinamento e

superar a resistência aos exercícios desportivos selecionados são fatores que irão

influenciar desenvolvimento da resistência geral. (BARBANTI, 1997).

Para a melhora dos níveis de resistência especial é preciso dar estímulos que

estimulem as capacidades e características da atividade realizada. (BARBANTI,

1997). Tipos de esforços podem interferir essa capacidade, são os esforços

absolutos e esforços relativos.

Esforço absoluto- Uma atividade de alta intensidade que não permite a

recuperação no seu decurso. Exemplo: prova de velocidade. (TUBINO, 1979).

Esforço relativo- Atividade de intensidade moderada que permite a

recuperação parcial durante o seu decurso. Exemplo: provas de longa distância.

(TUBINO, 1979).

1.5 Agilidade

Baumgartner e Jackson (1995), Johnson e Nelson (1979) e Stanziola e Prado

(1982) propõem que a agilidade seja uma capacidade física que se caracteriza pela

mudança rápida de direção do corpo ou de parte dele. (GORGATTI; BÖHME,

2003). Além da velocidade, esta qualidade física necessita também de altos níveis

de flexibilidade para o seu desenvolvimento (TUBINO, 1979), capacidades de força

19

(força de potência) velocidade e coordenação para o seu desenvolvimento

(GORGATTI; BÖHME, 2003).

Winnick (1995) apresenta agilidade como uma qualidade física que tem como

característica a mudança de direção sem perda de velocidade e ritmo. Barrow e

Mcgee (1978) afirmam que esta é uma qualidade física inata, que pode ser

melhorada com o tempo e a experiência. Hoofmann (1987) diz que agilidade é uma

resultante da capacidade coordenativa e das mobilidades musculares. (GORGATTI;

BÖHME, 2003).

A agilidade é uma das qualidades físicas que mais declinam com o

envelhecimento, podendo contribuir para a debilidade na capacidade funcional do

idoso, que pode interferir no seu cotidiano e por consequência prejudicando sua

qualidade de vida e independência. (GORGATTI; BÖHME, 2003). Essa qualidade

física é muito exigida em muitas atividades cotidianas, como a deambulação com

desvios de pessoas e objetos e a locomoção pela casa atendendo ao telefone ou

realizando outra atividade simultaneamente, em vista disso, a manutenção dessa

qualidade física pode prevenir o número de quedas em indivíduos com idade

avançada. (GOBBI et al., 2002). Na literatura possuem um número de estudos

relativamente pequeno que relatam a influência do envelhecimento nos níveis da

agilidade, mesmo tendo fundamental importância nas atividades de vida diária.

Um dos testes mais confiáveis e mais utilizados para a verificação dos níveis

dessa qualidade é a bateria da American Alliance for Health, Physical Education,

Recreation and Dance (AAHPERD), esta bateria é utilizada principalmente na

população com idade avançada. De acordo Osness et al. (1990, p. 4) o teste de

agilidade e equilíbrio dinâmico é composto basicamente de movimentos

semelhantes aos realizados no dia-a-dia, como mudanças de direção, mudanças na

posição do corpo e movimentação para frente. (apud GOBBI et al., 2002). A

agilidade, assim como as outras qualidades físicas treináveis, depende de outras

capacidades físicas e habilidades motoras, partindo desse pressuposto, o mais

indicado para a melhora dos níveis dessa qualidade seria um programa diversificado

de atividades. (GOBBI et al., 2002).

1.6 Força

20

O Termo força muscular possui vários conceitos, alguns autores definem essa

capacidade física da seguinte forma, para Gobbi (2005) força é a resultante da

contração muscular, podendo ser máxima ou não, capaz de produzir movimento

com o encurtamento do músculo (força dinâmica) ou não (força estática). Para

Barbanti (1997) força é a capacidade de exercer tensão contra uma resistência,

capacidade que pode envolver mecânicos e fisiológicos. Zakharov (1992) define

essa capacidade física como uma capacidade de superação dos esforços

musculares contra uma resistência externa. (PLATONOV, 2008).

1.6.1 Tipos de força

Existem três tipos básicos de força: a força máxima, força de velocidade de

força de resistência. (PLATONOV, 2008).

Força máxima entende-se pela capacidade máxima de produção de força

durante uma contração muscular voluntária máxima, força essa que é muito utilizada

em esportes como halterofilismo, os saltos, alguns tipos de luta, no remo e na

patinação. (PLATONOV, 2008).

A força de velocidade é definida como a maior produção de força em um

menor tempo possível, capacidade comandada pelo sistema neuromuscular. Esse

tipo de força apresenta um papel fundamental em provas de velocidade (50 metros)

patinação de velocidade, boxe e esgrima. Essa força possui duas ambiguações,

força potente e força inicial, força potente é realizada quando há grande resistência

e força inicial quando há baixa resistência, com velocidade inicial alta, exemplo, tiro

de partida em provas de velocidade. (PLATONOV, 2008).

Falando-se de um mesmo programa de treinamento, as mulheres apresentam

ganhos de força similares, porém elas não apresentam o mesmo grau de hipertrofia.

Podem ocorrer dois tipos de hipertrofia: Transitória e Crônica. A Hipertrofia

Transitória é o aumento do volume muscular que ocorre durante uma sessão de

exercício simples. Ela é decorrente do acúmulo de líquido nos espaços intersticial e

intracelular do músculo e dura um curto período de tempo. A Hipertrofia Crônica

refere-se ao aumento do tamanho muscular que ocorre com o treinamento de força

de longa duração. Ela reflete as alterações estruturais reais do músculo como

resultado de um aumento do número de fibras musculares. (PLATONOV, 2008).

21

A força é uma capacidade de extrema importância nas realizações das AVD’s

e da capacidade funcional pelas pessoas com idade avançada, portanto o

treinamento dessa qualidade física por pessoas mais velhas tem fundamental

importância. (ROCHA et al., 2009) além de portadores de doenças cardiológicas,

hipertensos e jovens, como se imagina. (GUEDES, 2003).

Atualmente é de conhecimento de todos que a manutenção e os

desenvolvimentos dos níveis de força são de fundamental importância não só para

atletas, mas também para todas as pessoas. A sarcopenia gerada pela falta de

atividade física pode concomitantemente acarretar o declínio dos níveis de força.

(BARBANTI, 1997).

1.6.2 Testes propostos para medir a força

a) Teste de preensão da mão – Grip Dinamômetro

b) Teste de força abdominal;

c) Salto vertical;

d) 10 saltos sucessivos;

e) Arremesso de medicine-ball;

f) Salto longitudinal;

g) Teste na barra estático;

h) Teste de 1 RM.

1.7 Flexibilidade

Flexibilidade é compreendida como a capacidade de geral de mobilidade das

articulações de todo o corpo, mas, ao se referir a apenas uma articulação é mais

adequado citar mobilidade. A deficiência dessa capacidade retarda e dificulta os

processos de outras capacidades motoras, interfere também nos níveis de

coordenação, força e velocidade, aumenta também a susceptibilidade de lesões

musculares e articulares (cápsula e ligamentos) e também impede o uso adequado

das capacidades elásticas dos músculos na preparação da força. (PLATONOV,

2008). No tornozelo, a deficiência dessa qualidade física aliada à falta de equilíbrio,

pode ser insuficiente para a locomoção, propiciando a um aumento de quedas.

22

(UENO, 1999). Na faixa entre os 30 e 70 anos de idade há um declínio de 20-50 dos

níveis dessa capacidade. (GONÇALVES; GURJÃO; GOBBI; 2007).

1.7.1 Tipos de flexibilidade

Ela é classificada em dois tipos: flexibilidade ativa e flexibilidade passiva.

(PLATONOV, 2008).

Flexibilidade ativa é a capacidade de execução de movimentos com grande

amplitude devido às cadeias musculares que envolvem essas articulações.

(PLATONOV, 2008).

Flexibilidade passiva é a capacidade de atingir grandes amplitudes

articulares, resultante de fatores externos. Em atletas ocorre a reserva de

flexibilidade, situação onde o atleta atinge o nível necessário de flexibilidade e suas

amplitudes articulares extrapolam o nível que era necessário para a realização

eficiente dos exercícios competitivos. Algumas pessoas podem apresentar grande

desenvolvimento de flexibilidade ativa e baixo desenvolvimento na flexibilidade

passiva ou vice versa. (PLATONOV, 2008)

Deve-se ressaltar que cada articulação possui seu grau de amplitude. Articulações

sinoviais em gínglimo ou dobradiça como a do joelho pode apresentar um alto grau

de amplitude de um determinado movimento com a extensão, e baixo grau de

amplitude, em outro movimento, como na flexão. Características elásticas dos

músculos, pele, tecido conjuntivo (ligamentos, tendões, fáscias e aponeuroses) e

estruturas das articulações são alguns dos fatores que irão influenciar o grau de

amplitude. O alto grau de flexibilidade pode trazer efeitos negativos como a

desestabilização das articulações e maiores chances de traumatismos (ALTER,

2001; DEVRIES e HOUSH, 1994 apud PLATONOV, 2008). Dentre todos os fatores

que interferem nessa amplitude, o tecido muscular é o mais propenso a mudanças, o

aumento excessivo dessa musculatura limita significativamente a extensão do tecido

muscular, tornando um fator limitante na mobilidade articular. (PLATONOV, 2008)

Pesquisadores como Kircher e Gleins (1967) dizem que a mulher por possuir

tecidos menos densos é normalmente mais flexível que o homem. (apud

PLATONOV, 2008).

Para Alter (2001), a progressão dessa capacidade física, é fundamental o

foco na extensão das unidades musculo-articulação e nos limites físicos do

23

alongamento, a progressão dessa capacidade fica sujeito ao aperfeiçoamento da

plasticidade da atividade do sistema nervoso, principalmente dos receptores

mecânicos presentes nas articulações, que ocasiona o reflexo de extensão dos

músculos e o mecanismo confinante. É importante realizar exercícios para o

desenvolvimento de flexibilidade por toda a vida, a utilização de exercícios que

exigem um alto grau de amplitude propicia um alto nível de flexibilidade também na

velhice. (PLATONOV, 2008).

Os exercícios que possibilitam um aumento da flexibilidade podem ser

divididos em ativos e passivos. Para o desenvolvimento da flexibilidade passiva, são

realizados exercícios com o auxílio de uma pessoa ou equipamentos (halteres e

extensores). A flexibilidade ativa é desenvolvida com exercícios que utilizem ou não

sobrecarga (halteres, medicine-balls, barras). De Vries e Housh (1994), impõem que

no treinamento para desenvolver a flexibilidade é necessário que haja anteriormente

um aquecimento intenso como exercícios de ginástica e massagens, e para

Platonov (1986), para desenvolver essa qualidade física é necessário de 20 á 60

minutos de treinamento diário dessa capacidade, distribuindo essa frequência ao

longo do dia, no treinamento pela manhã e no aquecimento de 20 a 30% dos

exercícios e porcentagem restante no decorrer do treinamento ao longo do dia.

(PLATONOV, 2008).

1.8 Treinamento muscular

O treinamento muscular, por muito tempo foi conhecido como halterofilismo, a

mudança de nome ocorreu devido à implantação do outros materiais no lugar dos

halteres. O treinamento muscular é o mais antigo método de treino utilizado pelo

homem. Apesar do halterofilismo não ter sido disputado nos antigos jogos olímpicos

realizados na Grécia, algumas histórias como a de Milon de Crotona, que caminhava

longas distâncias com um bezerro sobre sua cabeça mostra a importância desses

métodos pelos antepassados. Weber (1846) com estudos sobre a fisiologia muscular

deu início a história do treinamento muscular. O treinamento muscular está voltado

para o desenvolvimento da resistência muscular localizada e da força explosiva e

dinâmica. (apud DANTAS, 2003).

No treinamento muscular deve haver implementos que servirão como uma

resistência aos movimentos, estes implementos podem ser alodinâmicos (halteres,

24

as barras com anilhas, roldanas, polia e sistemas de alavanca) e os implementos

isodinâmicos, que se caracterizam em ação de alavancas, eles igualam as

diferenças do musculo durante produção de força do musculo durante o movimento,

pode ser usado o aparelho de preensão de pernas 45º como exemplo. (DANTAS,

2003).

1.8.1 Respiração durante o treinamento muscular

Este é um tema que é muito abordado, mas de maneira errônea, alguns

assuntos classificam as respirações e as caracterizam como ocasionador de

hipertrofia e aumento de força. Bittencourt (1984) disse que não há uma maneira

certa ou errada de respirar, e sim uma maneira adequada. (DANTAS, 2003).

São três os tipos de respiração:

a) Respiração continuada: Esta é realizada autonomicamente do movimento,

mas ela se torna dificultada de acordo com o implemento de carga, pois a

necessidade da realização de esforço para realizar o movimento leva à um

bloqueio da respiração. (DANTAS, 2003).

b) Respiração eletiva: Esta consiste em uma respiração ritmada, é

dependente da fase do movimento, não é recomendada essa respiração

em treinamentos de alta intensidade (peso elevado). Essa respiração é

muito utilizada em exercícios que diminuem ou comprimem a cavidade

abdominal. (DANTAS, 2003).

c) Respiração combinada: Movimento realizado pela combinação de duas

fases respiratórias, por exemplo, durante a fase positiva do movimento é

realizado o bloqueio da respiração, e durante a fase negativa e realizada a

expiração. (DANTAS, 2003).

Para a prescrição do treinamento muscular é necessário que haja um

conhecimento dos principais fatores do método de treino pela parte do treinador,

métodos esses que possuem uma relação absoluta entre si, para que possa

manipular as cargas de treinamento de acordo com a capacidade do individuo.

Esses métodos são volume e intensidade. O volume é dado pelo número de

exercícios, série, rol de exercícios a serem realizados dentro de uma sessão,

número de repetições dentro da série, número de passagens, em treinamento

circuitado, uma passagem é determinada por cada vez que a série for executada, e

25

sessão, que é compreendido pelo total de exercícios executados em uma sessão de

treinamento. A intensidade é dada pela quilagem, velocidade de execução dos

movimentos e intervalo. (DANTAS, 2003).

1.9 Benefícios do treinamento muscular

A atividade resistida com pesos para os idosos é uma forma de diminuir os

declínios de força e massa muscular relacionados com a idade, o que resulta em

melhoria da qualidade de vida. Estudos evidenciam que o treinamento de força de

alta intensidade tem um profundo efeito sobre a independência funcional e a

qualidade de vida de idosos com idades até acima de cem anos. O fortalecimento

muscular resulta em melhoria da força, resistência, densidade óssea, flexibilidade,

agilidade e equilíbrio, embora o aumento da força muscular pareça ser o fator mais

determinante na melhora da contínua independência. (ESTORCK, ERBA e

CORREA, 2014).

Os benefícios gerais são:

a) Aumento da força muscular;

b) Aumento da potência muscular;

c) Aumento das fibras musculares tanto do tipo I como do tipo II;

d) Pequeno aumento da área de secção transversal;

e) Diminuição dos níveis de dor;

f) Diminuição de gordura intra-abdominal;

g) Melhoria dos fatores neurais;

h) Diminuição da porcentagem de gordura;

i) Diminuição dos riscos de doenças cardiovasculares;

j) Diminuição dos riscos de desenvolvimento de diabetes;

k) Diminuição de lesões causadas por quedas;

l) Aumento da capacidade funcional;

m) Melhoria da postura geral;

n) Aumento da motivação e melhoria da auto-imagem;

o) Aumento da agilidade;

p) Aumento da flexibilidade;

q) Aumento da resistência

r) Melhora na velocidade de andar;

26

s) Melhora no equilíbrio;

t) Melhora da ingestão alimentar;

u) Diminuição da depressão;

v) Melhora dos reflexos;

w) Manutenção da densidade óssea, prevenindo a tão temida

osteoporose e suas consequências degenerativas.

Deve deixar claro que apesar de todos os benefícios que a musculação traz

não só para o idoso quanto para o jovem, é de fundamental importância que exista

prazer por parte do praticante ao se realizar qualquer atividade física. É muito

importante que corpo e mente esteja em harmonia. (ESTORCK et al., 2014).

1.9.1 A programação básica do treinamento com musculação para o idoso

Para a elaboração de um programa que realmente traga benefícios e seja

segura e compatível com o idoso, os seguintes fatores devem ser lembrados:

a) O programa deve ser individualizado. Sempre há inúmeras variáveis que

devem ser consideradas na montagem do programa e cada uma delas

varia entre os indivíduos.

b) A progressão deve ser linear.

c) A ação de radicais livres e o envelhecimento celular. A intensidade correta

dos exercícios de musculação e alongamentos, bem como uma dieta que

suplemente corretamente as principais vitaminas antioxidantes (vitaminas

A, C e Beta Caroteno), ajudam a diminuir a ação dos radicais livres que

afetam no envelhecimento celular e aumentam o risco de doenças.

d) Identificar todos os fatores de risco. Os fatores de risco como obesidade,

hipertensão, tabagismo, relação cintura-quadril, devem ser levados em

consideração para a segurança do exercício.

e) Requerer a liberação médica para este tipo de atividade. Somente o

médico pode verificar se o idoso está apto ou não para se engajar num

programa de musculação.

f) Não utilizar a manobra de valsava ou respiração bloqueada. A expiração

forçada contra a glote fechada, como na manobra de valsava, aumenta a

pressão.

27

g) Realizar somente quando houver bem estar físico, usar sapatos e roupas

adequados, evitar o fumo e o uso de sedativos e etc. Esta atividade deve

ser antecedida de aquecimento, principalmente para os idosos, no final

deve haver uma volta à calma com alongamentos. Exercícios de alto

impacto podem causar lesões ósteo-articulares nos idosos, e deve ser

evitados.

Vários aspectos devem ser levados em conta na hora da prescrição da

atividade, como o prazer que ela proporciona para o individuo, suas características e

limitações. O idoso deve praticar toda e qualquer atividade física, desde que seja

direcionada e adaptada, como para qualquer outro individuo. Treinamentos de força,

flexibilidade mobilidade articular e equilíbrio são fundamentais para a melhora da

realização das AVD’s. (ESTORCK, et al, 2014).

2 CASUÍSTICAS E METODOS

2.1 Casuísticas

O estudo desenvolvido objetivou-se em avaliar voluntárias com idade acima

de 60 anos ou mais, as participantes foram selecionados por meio de convite verbal.

Os participantes foram informados sobre a proposta da pesquisa, detalhando

os objetivos, metodologia, e benefícios em reunião com os responsáveis da

pesquisa. Posteriormente, os interessados em participar receberam e assinaram o

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo A).

2.2 Critérios de Inclusão e exclusão

Os critérios de inclusão:

a) Serem ativas (praticante de atividade física regular) e praticantes de

musculação. (6 meses)

b) Ter idade de 60 anos ou acima (Idosas)

c) Ter assinado o termo de consentimento livre e esclarecido

Os critérios de exclusão:

a) Ter problemas que poderão influenciar na realização dos exercícios

propostos pelo programa.

28

b) Não ter a idade proposta

c) Gênero diferente do proposto (homens)

2.3 Caracterização da Amostra

As participantes foram convidadas por meio contato verbal e indicação da

Prof. Ma. Giseli Barros Silva. A amostra foi composta por 24 mulheres com idade de

60 ou mais, divididos em dois grupos, o grupo praticante de musculação (G1-n=13)

e o grupo praticante de atividades físicas diversas (G2-n=11). Não tendo problemas

de saúde que possa comprometer o andamento da pesquisa, que participaram

desse estudo de forma voluntária, provenientes da Clínica de Educação Físicas do

Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, da cidade de Lins-SP, Academia

de Musculação Corpo e Movimento e mulheres praticantes de atividades físicas

regulares conhecidas pelos pesquisadores.

2.4 Condições ambientais

As atividades foram aplicadas no Centro Universitário Católico Salesiano

Auxilium de Lins, da cidade de Lins no período entre os meses de Agosto a Outubro

de 2014, no horário matutino, com o clima agradável para as participantes.

2.5 Desenho Experimental

Foram entregues os termos de consentimento e instruídas a marcarem a data

para realização da DMO antes que fossem iniciados os testes.

2.6 Validação da bateria de Testes da AAHPERD

Rikli & Jones (1999) apresentam 3 tipos de critérios para a validação de uma

bateria, são eles: de conteúdo, de critério e discriminante.

O conteúdo sugere que o teste meça o parâmetro que o se propôs a medir

partindo do da definição já existente na literatura acerca da capacidade a ser

avaliada, por exemplo, flexibilidade, que é definida como a amplitude de movimento

de uma ou mais articulações. (apud ZAGGO, GOBBI, 2003).

29

A validade do critério é dado pela correlação da medida de um teste com

outro teste, Bravo et al. (1995) fizeram uma análise dos resultados obtidos em um

teste de esforço máximo de esteira com o teste proposto pela bateria, onde foi

encontrado uma relação de r=-0,58 e quando excluídos os valores anormais

chegava-se a r=-0,70, valores que estão próximos daqueles próximos daqueles

encontrados quando resultados de teste de campo são comparados com os

resultados obtidos em laboratório, para ou autores a bateria de testes além de não

precisar de tantos equipamentos especiais e treinamentos específicos resulta em

uma correlação altamente significante e se torna com grande aplicabilidade em

idosos. (apud ZAGGO, GOBBI, 2003).

A validade tem como função especificar, como exemplo, os valores de aptidão

de funcional entre indivíduos sedentários e ativos, Zago et al. (2000) quando

aplicaram o teste de força em mulheres idosas e encontraram diferença estatística,

portando a bateria de testes possui boa aceitação, estando apta para ser aplicada.

(apud ZAGGO, GOBBI, 2003).

2.6.1 Confiabilidade da bateria de Testes

A confiabilidade é determinada pela consistência interna, estabilidade e

objetividade. A consistência é classificada pela credibilidade de várias tentativas

seguidas uma da outra no mesmo dia. A estabilidade também é classificada pela

credibilidade, mas na situação de aplicação em dias diferentes pelas mesmas

pessoas e objetividade está relacionada à aplicação da bateria por pessoas

diferentes e em dias diferentes.

O começo da credibilidade da bateria da AAHPERD se iniciou em 1990,

quando foi verificada a consistência interna para os testes de flexibilidade,

resistência de força e coordenação motora acima de 0,90, e um coeficiente acima de

0,91 para flexibilidade, 0,85 para agilidade e 0,72 para coordenação motora. Em

1997, Mobily e Mobily, ao estudarem a consistência interna de bateria no mesmo dia

de teste, verificaram que no inicio, após quatro semanas e oito semanas de

treinamento, verificaram resultados acima de 0,90 nas cinco capacidades avaliadas.

(apud ZAGGO, GOBBI, 2003).

30

2.6.2 Bateria de Testes

A bateria de testes American Aliance for Health Physical Education,

Recreation and Dance (AAHPERD) descrito por Osness (1990) é uma bateria que

avalia cinco componentes da aptidão funcional de idosos: flexibilidade, agilidade e

equilíbrio dinâmico, coordenação, resistência e resistência de força de membros

superiores.

2.6.3 Teste de agilidade e equilíbrio dinâmico

O participante sentado em uma cadeira, com os calcanhares localizados ao

solo ao sinal de “pronto, já” moveu-se para a direita e contornou um cone que estava

posicionado a 1,50m para trás e 1,80m para o lado da cadeira, retornando para a

cadeira e sentando-se. Imediatamente o participante se levantou, moveu-se para a

esquerda e circundou o segundo cone, retornando para a cadeira e sentando-se

novamente. Isto completou um circuito.

O avaliado deveria concluir dois circuitos completos. Como resultado final, foi

considerado o menor tempo, anotado em segundos. Para certificar que a

participante sentou-se, ela deveria fazer uma pequena elevação dos pés.

2.6.4 Teste de coordenação motora

Um pedaço de fita adesiva com 76,2 cm de comprimento foi fixado sobre uma

mesa. Sobre a fita foram feitas seis marcas com 12,7 cm equidistantes entre si, com

a primeira e última marca a 6,35 cm de distância das extremidades da fita. Sobre

cada uma das seis marcas foi fixado, perpendicularmente à fita, um outro pedaço de

fita adesiva com 7,6 cm de comprimento. A participante sentou-se de frente para a

mesa e usou sua mão dominante para realizar o teste. Se a mão dominante fosse a

direita, uma lata de refrigerante era colocada na posição 1, a lata dois na posição 3

e, a lata três na posição 5. A mão direita foi colocada na lata 1, com o polegar para

cima, estando o cotovelo flexionado num ângulo de 100 a 120 graus.

Quando o avaliador sinalizou, um cronômetro foi acionado e, o participante,

virando a lata inverteu sua base de apoio, de forma que a lata um fosse colocada na

posição 2; a lata dois na posição 4 e a lata três na posição 6. Sem perder tempo, o

avaliado, estando agora com o polegar apontado para baixo, apanhou a lata um e

31

inverteu novamente sua base, recolocando-a na posição 1 e da mesma forma

procedeu colocando a lata dois na posição 3 e a lata três na posição 5, completando

assim um circuito. Uma tentativa equivale à realização do circuito duas vezes, sem

interrupções.

No caso de o participante ser canhoto, o mesmo procedimento foi adotado,

exceto as latas que foram colocadas a partir da esquerda, invertendo-se as

posições. A cada participante foram concedidas duas tentativas de prática, seguidas

por outras duas válidas para avaliação, sendo estas últimas duas anotadas até

décimos de segundo e considerado como resultado final o menor dos tempos

obtidos.

2.6.5 Teste de flexibilidade

(FLEX): O teste de flexibilidade foi realizado no banco de Wells. A voluntária,

descalçada, posicionou-se sentada sobre um colchonete com os membros inferiores

estendidos e os pés distantes entre si. Ao sinal de avaliador ele deveria realizar uma

flexão de tronco com as mãos sobrepostas e deslizar sobre o banco permanecendo

na posição final no mínimo por 2 segundos. O avaliador segurou o joelho do

participante para não permitir que o mesmo se flexionasse. Foram oferecidas duas

tentativas de prática, seguidas de duas tentativas de teste. O resultado final foi dado

pela melhor das duas tentativas e anotadas em centímetros.

2.6.6 Teste de força de membros superiores

Foi utilizado um halter pesando 2Kg. A participante sentou-se em uma cadeira

sem braços, apoiando as costas no encosto da cadeira, com o tronco ereto, olhando

diretamente para frente e com a planta dos pés completamente apoiadas no solo. O

braço dominante deveria permanecer relaxado e estendido ao longo do corpo

enquanto a mão não dominante apoiava-se sobre a coxa. O primeiro avaliador

posicionou-se ao lado do avaliado, colocando uma mão sobre o bíceps do mesmo e

a outra suportou o halter que foi colocado na mão dominante do participante. O

halter deveria estar paralelamente ao solo com uma de suas extremidades voltadas

para frente. Quando o segundo avaliador, responsável pelo cronômetro, sinalizou

com um “vai”, o participante contraiu o bíceps, realizando uma flexão do cotovelo até

32

que o antebraço tocasse a mão do primeiro avaliador, que estava posicionada no

bíceps do avaliado. Quando esta prática de tentativa foi completada, o halter foi

colocado no chão e 1 minuto de descanso foi permitido ao avaliado. Após este

tempo, o teste foi iniciado, repetindo-se o mesmo procedimento, mas desta vez o

avaliado realizou o maior número de repetições no tempo de 30 segundos que foi

anotado como resultado final do teste.

2.6.7 Teste de resistência aeróbia geral

O participante foi orientado a caminhar (sem correr) 804,67 metros numa pista

de atletismo de 233m, o mais rápido possível. O tempo gasto para realizar tal tarefa

foi anotado em minutos e segundos.

2.7 Materiais utilizados

Na realização da bateria de testes foram utilizados cones de agilidade,

cadeira de madeira, halteres (2 kg) e colchonetes. Para aferição da estatura foi

utilizado o estadiômetro Sanny e para o peso corporal foi utilizado a balança de

bioimpedância Tanita. A verificação dos tempos foi mensurada pelo cronômetro

Simple Stopwatch, versão 1.0.2.

2.8 Análise Estatística

Para analise estatísticas foi utilizado o teste de normalidade de Shapiro Wilk,

e o teste t Student para amostras independentes para a comparação entre grupos

em média e desvio padrão, e para comparação dos dados pareados foi utilizado

analise de variância ANOVA one-way, seguido do teste de post hoc de TUKEY.

33

3 RESULTADOS

Para apresentação dos resultados os mesmos foram expressos em forma de

tabelas e apresentados em cálculos de média e desvio padrão os dados de peso,

altura e idade.

TABELA 1 - Características biométricas e idade dos sujeitos do grupo de

musculação (G1), e grupo ativo (G2).

(G1- n=13) (G2-n=11)

PESO 63,56 ± 6,65 61,55 ± 10,43

ESTATURA 158 ± 0,06 151,3 ± 0,47

IDADE 65,15 ± 6,34 68,75 ± 7,28

Fonte: elaborada pelos autores, 2014.

Na tabela acima foram expressos os dados em média e desvio padrão das

variáveis de peso, estatura e idade dos sujeitos do grupo de musculação (G1) e

grupo ativo (G2).

TABELA 2 - Comparação das capacidades de Agilidade, Força, Resistência,

Flexibilidade e Coordenação motora da bateria de AAHPERD.

Grupo de Musculação Grupo Ativo

Agilidade (seg)

Força (rept.)

Resistência (min)

Flexibilidade (cm)

Coordenação (seg)

12,94 ± 2,81

25,53 ± 7,75

8,84 ± 1,28

30,92 ± 7,61

7,14 ± 2,33

15,14 ± 4,02

20,58 ± 3,32*

9,46 ± 1,40

21,66 ± 7,63*

6,79 ± 1,76

Fonte: elaborada pelos autores, 2014. * p≤0,05 o Grupo musculação em relação ao Grupo ativo.

34

Observa-se na Tabela 2 que, após a análise estatística, uma diferença

significante quando comparado a resposta da força, no exercício de flexão de

cotovelo, e também houve diferença significante ao comparar a flexibilidade,

observando as outras variáveis comparadas, nota-se diferença entre todas elas a

favor do grupo Musculação, porém na variável de coordenação, o grupo ativo teve

melhor resultado, entretanto não apresentou diferença estatisticamente significante.

3.1 Discussão

O objetivo do presente estudo foi verificar a diferença entre os níveis das

qualidades físicas de mulheres idosas praticantes de musculação e fisicamente

ativas. O envelhecimento vem acompanhado de declínios das capacidades físicas,

essas diminuições, tanto de força quanto de potência são fatores que influenciam

diretamente na independência funcional nessa faixa populacional. Diversas

organizações promocionais de saúde recomendam a prática de atividades com

pesos, por saber que se trata de um método eficiente para o ganho de massa

muscular, traz melhorias nas capacidades funcionais e por consequência, uma

melhora na qualidade de vida (CALORI, FILHO, GURJÃO, 2012). E no presente

estudo notou- se melhores resultados do grupo praticante de musculação em quatro

capacidades físicas das cinco avaliadas. Foram as capacidades de força,

flexibilidade, agilidade e resistência.

Ainda de acordo com estudos de CALORI, FILHO, GURJÃO, 2012, para

alcançar as melhoras que essa atividade proporciona deve-se seguir algumas

recomendações como a atenção nas variáveis de treinamento, como a velocidade

de contração, intensidade, número de séries e repetições. Um dos métodos de

prescrição mais utilizados para o treinamento com pesos é a zona de repetições

máximas, faixa de treinamento que se trabalha para determinados objetivos.

Nóbrega et al., (2005) e Stone (1991) relatam que o treinamento de força

proporciona um aumento na flexibilidade, principalmente se incluso em um programa

de condicionamento geral. Primeiramente, o treinamento de flexibilidade deve ser

incluso em um programa geral assim como é recomendado no treinamento de força

à execução de movimentos completos, ainda recomenda-se exercícios o trabalho de

exercícios para a musculatura agonista e antagonista, trabalho este que recruta

ambos os lados das articulações. (apud FLECK, SIMÃO, 2008).

35

Em uma comparação de níveis de flexibilidade feita entre indivíduos com

idades variadas, Spirduso (1995) reafirmou a ideia que a flexibilidade declina com o

envelhecimento, quando analisados os resultados entre os indivíduos que tinham

idade entre 55 e 85 anos, visualizou-se a diminuição de 50% em mulheres e 35%

em homens nos níveis de flexibilidade (apud ZAGGO, GOBBI, 2003).

Recentemente Barbosa et al., (2002) verificaram o aumento de 13% nos

níveis de flexibilidade de mulheres idosas, o programa de treinamento força foi

constituído por 10 semanas e o teste proposto para mensurar esses níveis foi o teste

de sentar e alcançar. A hipertrofia muscular pode interferir na amplitude de

movimento de uma articulação dentro de um programa de treinamento. (apud

FLECK, KRAEMER, 2006).

Um fator que pode determinar a influência do treinamento de força nas

capacidades de flexibilidade articular é a intensidade no qual o exercício é realizado,

Fatorous et al. (2006) em um estudo envolvendo 58 idosos divididos em 3 grupos

em um período de 12 semanas, verificaram que existe um relação intensidade-

dependência forte, o grupo treinado com baixa intensidade (40% de 1-RM) obteve

menor amplitude de aumento na flexibilidade (3-12%), quando comparados aos

grupos treinados com moderada intensidade (60% de 1-RM) (6-22%) e alta

intensidade (80% de 1-RM) (8-28%). Resultado que corrobora com o de Santarém,

(1999) e Sharkey (1998) onde eles citam que pesquisadores da Califórnia, Estados

Unidos, em um estudo comparativo entre os benefícios provenientes de variados

tipos de atividades físicas como jardinagem, caminhada e esportes vigorosos,

constataram melhores níveis de saúde em praticantes das atividades vigorosas.

(FLECK, KRAEMER, 2006). Vê se que a intensidade do exercício exerce grande

influência nos resultados finais.

Em outra análise de comparação do treinamento de força com os níveis de

flexibilidade em mulheres idosas, Barbosa et. al. (2002), encontraram melhora de

13% nos níveis de flexibilidade no teste de sentar e alcançar, (apud GONÇALVES,

GURJÂO, GOBBI, 2007), teste semelhante ao proposto em nosso estudo.

Gosselin, L. E et al., (1998) e Kovanen, V. Suominen, H. Heikkinen, E. (1984)

sugerem que o treinamento de força pode resultar em um turn-over de colágeno em

diferentes estruturas do sistema músculo-esquelético, já que a taxa de degradação e

síntese de colágeno pode ser afetada pela atividade física, devido ao estresse

36

mecânico aplicado em longo do eixo longitudinal da fibra muscular, nota-se uma

diminuição da formação de pontes cruzadas, como visto em animais, essa

diminuição de pontes cruzadas principalmente no tendão, acarreta uma melhor

deformação dessa estrutura, causando uma extensibilidade, diminuindo as chances

de ruptura além de facilitar a transmissão da força gerada pela musculatura para os

ossos, o que levaria ao aumento da amplitude de movimento. Também pela

diminuição da co-ativação dos músculos antagonistas ao movimento em músculos

treinados, gerando uma maior amplitude articular quando realizado de forma ativa.

(apud GONÇALVES, GURJÂO, GOBBI, 2007).

Segundo Fleck & Kraemer (2006), relatam que há um decréscimo nos níveis

de força de aproximadamente 15% por década na 6º e 7º década de vida e em cerca

de 30º após essa faixa.

Em estudo realizado com 64 pessoas institucionalizadas foi utilizada a bateria

de AAHPERD como meio avaliativo para um treinamento físico (treinamento de força

e caminhada, duas vezes por semana durante quatro meses) Verificou-se o

aumento dos valores de algumas capacidades físicas como força (33%)

coordenação (18%) equilíbrio e agilidade (14%), flexibilidade (10%) e resistência

aeróbia (7%). Neste mesmo tempo verificou-se a diminuição do número de quedas

em mais de 50%. O ASCM sabendo da importância dessa bateria realizou uma

revisão onde abordava alguns aspectos importantes que devem ser salientados, tais

como, a resistência aeróbia e a força muscular, onde são consideradas as duas

capacidades físicas mais importantes a serem abordadas em um processo de

envelhecimento, a agilidade e o equilíbrio dinâmico tem média evidência é esta

associada com as quedas e os meios preventivos, a coordenação motora não

apresenta tanto destaque na saúde, mas sabe-se que ela exerce um papel

importante na prevenção dos acidentes, como as quedas, assim como a flexibilidade

que tem um pequeno papel na saúde, mas é necessária para a realização de outras

atividades. (BENEDETTI, MAZO, GONÇALVES, 2014).

De acordo com Maior (2003) ressaltam que o treinamento de força acarreta

às adaptações neurais e estruturais do sistema neuro- muscular.

Em nosso experimento, uma das capacidades físicas que obtiveram resultado

estatisticamente significante foi a força. Alguns autores como Bittencourt (1986) e

Santarém (1999) respondem que este fato ocorrido acontece devido ao método

37

trabalhado, onde eles classificaram o treinamento muscular como o principal método

para o desenvolvimento desta capacidade física, devido ao aprimoramento das

unidades motoras e proliferação das estruturas musculares, ainda sobre este tipo de

treinamento Hakkinen e Komi (1985) destacam os acréscimos específicos na

ativação muscular e nas proporções do desenvolvimento de força. (apud

SCHNEIDER, MILANI, 2002).

Em um estudo realizado por Schneider (2002), mostrou que indivíduos com

idade acima de 90 anos podem conseguir ganhos de força através do treinamento

muscular e por consequência uma melhora nos aspectos interligados com a

capacidade funcional, como a mobilidade geral, situação que pode ter influenciado o

resultado dos testes de agilidade e equilíbrio dinâmico do presente estudo.

Em um exame de um programa de treinamento progressivo de força com

mulheres saudáveis com idade media de 59 anos com duração de 12 semanas

Moriganti et al. (1995) verificaram que os níveis de força aumentaram durante as 12

semanas de intervenção, sem nenhum sinal de estabilização. (SCHNEIDER,

MILANI, 2002).

Sipila et al. (1996) apud (CARVALHO, SOARES, 2004) encontraram uma

velocidade da marcha significativamente elevada após um treinamento de força de

18 semanas em mulheres idosas entre 79 e 78 anos. Os treinamentos desta

capacidade física além de aumentarem os níveis de força aumentaram também à

coordenação neuromuscular e a potência. A manutenção destas capacidades pode

diminuir significativamente o risco de queda e aumentar a independência funcional.

(CARVALHO, SOARES, 2004).

Em um exame de um programa de treinamento progressivo de força com

mulheres saudáveis com idade média de 59 anos com duração de 12 semanas

MORIGANTI et al. (1995) verificaram que os níveis de força aumentaram durante as

12 semanas de intervenção, sem nenhum sinal de estabilização. (SCHNEIDER,

MILANI, 2002).

Os treinamentos desta capacidade física além de aumentarem os níveis de

força aumentaram também à coordenação neuromuscular e a potência.

(CARVALHO, SOARES, 2004).

Sabe-se que o treinamento com pesos acarreta modificações neuro-

musculares, partindo desse pressuposto há de se concluir que também há

38

alterações nas capacidades coordenativas tanto intra e intermusculares, porém em

nosso estudo não conseguimos obter resultados melhores quando comparado ao

grupo que praticava atividades físicas diversas. Consideramos alguns fatores que

podem ter influenciado nesse resultado, como a prática de algumas atividades

manuais que exigem grande trabalho da coordenação motora fina, como a

realização de bordados e costuras pelas mulheres do G2, que pode ter interferido no

melhor resultado por esse grupo.

A agilidade é uma capacidade de mudança de direção sem perda de

velocidade, é uma característica inata, mas pode ser melhorada com o treinamento.

Ela é caracterizada por ser uma atividade muscular complexa que envolve fatores

como força e velocidade, sabe-se que o treinamento muscular gera melhora nos

níveis de força. (THIESS, SCHNABEL E BAUMANN, 1980 apud GORGATTI,

BÖHME, 2003) o que pode servir de reposta à um melhor nível de agilidade do

grupo praticante de musculação encontrado no nosso estudo. Em um estudo

comparativo onde foi aplicado a bateria da AAHPERD em três grupos que

praticavam musculação, dança e atividade física geral, (Matsudo, Matsudo, Barros

Neto & Araújo, 2003) notaram melhores valores de agilidade no grupo que

praticavam a modalidade de dança, respostas a isso podem ser dadas pelo fator do

grupo apresentar menor média de idade e pela utilização de movimentos de

mudança de direção e mudança de altura do centro de gravidade na modalidade.

(apud UENO et al, 2012).

Zaggo & Gobbi (2003), após a aplicação da bateria de testes da AAHPERD

em um estudo longitudinal, verificaram que os níveis de agilidade aumentaram e se

mantiveram após um ano de treinamento com atividades generalizadas com

intensidade moderada.

No mesmo estudo, o resultado do grupo que praticava atividades físicas

gerais corrobora, com os obtidos em nosso experimento, um baixo resultado no

teste de resistencia aeróbia geral, que pode ser respondido pela insuficiência do

treinamento diversificado em causar melhoras significativas nesta capacidade.

Segundo Arantes et al (2009), verificaram em um estudo comparativo,

envolvendo mulheres idosas praticantes de musculação e hidroginástica , que as

mulheres praticantes do treinamento muscular possuem melhores níveis de variáveis

espaciais e temporais no andar, ainda se tratando do andar, alguns autores como

39

Persh et al (2009) verificaram que a o treinamento com pesos foi eficiente para

reverter os efeitos deletérios do envelhecimento. (apud GONZAGA. et al. 2011).

Apesar de não serem significativas as melhoras nos níveis de resistência

aeróbia geral, o treinamento de força pode levar a ocorrência de adaptações que

resultarão em benefícios para o sistema cardiovascular, situação esta que pode ser

uma das respostas para o melhor rendimento do grupo praticante de musculação no

teste de RAG em nosso estudo. (CARVALHO, SOARES, 2004).

Em um estudo realizado após um treinamento de força de 16 semanas,

notou-se diminuição da frequência cardíaca e a pressão arterial em teste submáximo

de marcha em tapete em sujeitos entre os 60 e os 77 anos. (CARVALHO, SOARES,

2004), a resposta a isso é dada pela maior percentagem de fibras tipo I recrutadas, e

a melhor redistribuição do fluxo sanguíneo e o aumento do limiar anaeróbio.

(CARVALHO, SOARES, 2004).

De acordo com uma pesquisa feita por Leite (2000), foram encontrados níveis

com elevação de 4% a 10% nos valores de VO2 em indivíduos submetidos ao

treinamento com pesos, um dos fatos que podem responder ao melhor desempenho

do G1 no teste de resistência aeróbia geral. (resistência muscular e hipertrofia).

(GOMES, 2009). Fleck (2002) ressalta que o tipo de programa é uma forte condição

para que esta modificação ocorra com níveis significativos. (apud GOMES, 2009).

Em outro estudo realizado por Spirduso (1995), encontrou grande diferença

nos níveis de consumo máximo de oxigênio quando comparou idosos ativos, atletas

e sedentários, verificando que a taxa de diminuição foi menor nos indivíduos atletas

e ativos em comparação com o grupo de sedentários. (apud ZAGGO, GOBBI, 2003).

Ainda neste mesmo sentido, em outra pesquisa, envolvendo intensidades

auto-selecionadas em caminhadas foi verificado que indivíduos com mais idade

apresentavam uma velocidade inferior quando comparado a indivíduos mais jovens,

mas em contrapartida apresentaram uma resposta fisiológica mais significativa,

esses resultados foram obtidos através de diferenças etárias somente. O colégio

americano de medicina esportiva (ACSM) propõe algumas intensidades que são

necessárias para atingir significativas alterações organológicas, intensidades entre

50-85% do consumo máximo de oxigênio e de 55-90% da frequência cardíaca

máxima. Alguns estudos anteriores sugerem que intensidades autoselecionadas

podem gerar estímulos benéficos à saúde, e em contrapartida, estudos atuais

40

mostram que esta pode ser fisiologicamente inadequada, pois se trata de um

estimulo inferior aos apresentados pela ASCM. (ANDRADE, MATSUDO, 2010).

O peso corporal das mulheres participantes do grupo de musculação foi

superior quando comparado ao grupo de mulheres ativas, mas estatisticamente

insignificante, umas das respostas para esse acontecido pode ser dada pelo

aumento de massa magra acarretado pelo treinamento de força, segundo o ACSM

(2001) o treinamento de força é um eficiente estimulo para aumentar a massa livre

de gordura e a força muscular, ajudando a preservar a massa magra,

simultaneamente aumentando a perda de gordura. Além desse aumento de massa

magra há um aumento há um aumento das fibras lentas e fibras rápidas nos idosos,

fato esse que influencia diretamente na realização das atividades cotidianas e de

lazer. (FLECK, SIMÃO, 2008).

Para estudos futuros o grupo tem a intenção de aplicar a bateria em uma

grupo com menor grau de prática de atividade física e em um grupo praticante de

musculação, e realizar uma analise comparativa com os valores de aptidão funcional

geral para a faixa etária proposta, onde terá uma melhor visualização dos

benefícios obtidos pela prática da musculação.

41

CONCLUSÃO

Sabemos que com o envelhecimento, o idoso esta sujeito à diminuição da

massa muscular, e quando se fala em mulheres idosas, ainda podemos lembrar-nos

da perda de massa óssea, o qual esta ligada também a pós menopausa, sendo

assim o individuo idoso perde algumas capacidades físicas as quais são importantes

para as atividades de vida diária. Contudo, o presente estudo verificou que a

musculação é de suma importância para mulheres na terceira idade, e pode reverter

esta situação, pois após analise dos resultados obtidos nesta pesquisa, o grupo de

mulheres praticantes de musculação apresentou resultados melhores em quatro das

cinco capacidades físicas, avaliadas pela bateria proposta quando comparado ao

grupo ativo, em principal nas variáveis de força e flexibilidade as quais apresentaram

diferenças significantes.

Conclui-se então que a prática orientada do treinamento muscular é um ótimo

meio de trabalho para a melhora das principais capacidades físicas das idosas.

42

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46

ANEXOS

47

Anexo A

COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA – CEP / UniSALESIANO

(Resolução nº 01 de 13/06/98 – CNS)

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

I – DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE OU RESPONSÁVEL LEGAL

1. Nome do Paciente:

Documento de

Identidade nº

Sexo:

Data de Nascimento:

Endereço:

Cidade: U.F.

Telefone:

CEP:

1. Responsável Legal:

Documento de

Identidade nº

Sexo: Data de Nascimento:

48

Endereço:

Cidade: U.F.

Natureza (grau de parentesco, tutor, curador, etc.):

II – DADOS SOBRE A PESQUISA CIENTÍFICA

1. Título do protocolo de pesquisa:

2. Pesquisador responsável:

Cargo/função: Inscr.Cons.Regiona

l:

Unidade ou Departamento do

Solicitante:

3. Avaliação do risco da pesquisa: (probabilidade de que o indivíduo sofra algum

dano como conseqüência imediata ou tardia do estudo).

SEM RISCO RISCO MÍNIMO RISCO MÉDIO

RISCO MAIOR

4. Justificativa e os objetivos da pesquisa (explicitar):

49

5. Procedimentos que serão utilizados e propósitos, incluindo a identificação dos procedimentos que são experimentais: (explicitar)

6. Desconfortos e riscos esperados: (explicitar)

7. Benefícios que poderão ser obtidos: (explicitar)

8. Procedimentos alternativos que possam ser vantajosos para o indivíduo:

(explicitar)

9. Duração da pesquisa:

10. Aprovação do Protocolo de pesquisa pelo Comitê de Ética para análise

de projetos de pesquisa em / /

III - EXPLICAÇÕES DO PESQUISADOR AO PACIENTE OU SEU REPRESENTANTE LEGAL

1. Recebi esclarecimentos sobre a garantia de resposta a qualquer pergunta, a qualquer dúvida acerca dos procedimentos, riscos, benefícios e outros assuntos relacionados com a pesquisa e o tratamento do indivíduo.

2. Recebi esclarecimentos sobre a liberdade de retirar meu consentimento a

qualquer momento e deixar de participar no estudo, sem que isto traga prejuízo à

continuação de meu tratamento.

3. Recebi esclarecimento sobre o compromisso de que minha identificação se

50

manterá confidencial tanto quanto a informação relacionada com a minha privacidade.

4. Recebi esclarecimento sobre a disposição e o compromisso de receber

informações obtidas durante o estudo, quando solicitadas, ainda que possa afetar

minha vontade de continuar participando da pesquisa.

5. Recebi esclarecimento sobre a disponibilidade de assistência no caso de

complicações e danos decorrentes da pesquisa.

Observações complementares.

IV – CONSENTIMENTO PÓS-ESCLARECIDO

Declaro que, após ter sido convenientemente esclarecido (a) pelo pesquisador responsável e assistentes, conforme registro nos itens 1 a 6 do inciso III, consinto em participar, na qualidade de paciente, do Projeto de Pesquisa referido no inciso II.

________________________________ Local, / /

.

51

Assinatura

____________________________________

Testemunha

Nome ..............................................................................:

Endereço.:........................................................................

Telefone .:........................................................................

R.G. .......:........................................................................

52

____________________________________

Testemunha

Nome .....:

Endereço.:

Telefone .:

R.G. .......:

53

APÊNDICES

54

Apêndice A

Figura 1-Teste de Agilidade e Equilíbrio dinâmico

Figura 2- Teste de coordenação motora