como o mÉtodo action learning pode contribuir...

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UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO Curso de Engenharia de Produção LUCIANO FRANCISCO BOLOGNA RA: 004201100486 COMO O MÉTODO ACTION LEARNING PODE CONTRIBUIR PARA RESOLUÇÃO DE CONFLITOS RELACIONADOS À COMUNICAÇÃO EM PROJETOS ESTUDO DE CASO Campinas 2015

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UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO

Curso de Engenharia de Produção

LUCIANO FRANCISCO BOLOGNA RA: 004201100486

COMO O MÉTODO ACTION LEARNING PODE

CONTRIBUIR PARA RESOLUÇÃO DE CONFLITOS

RELACIONADOS À COMUNICAÇÃO EM PROJETOS

ESTUDO DE CASO

Campinas

2015

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LUCIANO FRANCISCO BOLOGNA RA: 004201100486

COMO O MÉTODO ACTION LEARNING PODE

CONTRIBUIR PARA RESOLUÇÃO DE CONFLITOS

RELACIONADOS À COMUNICAÇÃO EM PROJETOS

ESTUDO DE CASO

Monografia apresentada ao Curso de

Engenharia de Produção da Universidade São

Francisco, como requisito parcial para

obtenção do título de Bacharel em Engenharia

de Produção.

Orientadora: Profº. Dra. Élen Nara Carpim

Besteiro

Campinas

2015

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LUCIANO FRANCISCO BOLOGNA RA: 004201100486

COMO O MÉTODO ACTION LEARNING PODE

CONTRIBUIR PARA RESOLUÇÃO DE CONFLITOS

RELACIONADOS À COMUNICAÇÃO EM PROJETOS

ESTUDO DE CASO

Monografia apresentada ao Curso de

Engenharia de Produção da Universidade São

Francisco, como requisito parcial para

obtenção do título de Bacharel em Engenharia

de Produção.

Data de aprovação:____/____/____

Banca Examinadora:

Prof. Élen Nara Carpim Besteiro (Orientadora)

Universidade São Francisco

Prof°.Emilio GrunebergBoog(Examinador)

Universidade São Francisco

Prof.. (Examinadora)

Universidade São Francisco

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ATA DE ARGUIÇÃO FINAL DA MONOGRAFIA DO ALUNO

LUCIANO FRANCISCO BOLOGNA

Aos 3dias do mês de Dezembro do ano de 2015, às 19:00 horas, nas dependências da

Universidade São Francisco, Campus Campinas, reuniu-se a Comissão da Banca

Examinadora, para avaliação da Monografia do Trabalho intitulado “Como o método Action

Learning pode contribuir para resolução de conflitos relacionados à comunicação em

projetos”, apresentada pelo aluno Luciano Francisco Bologna , como exigência parcial para

conclusão do curso de graduação no Curso de Engenharia de Produção - Automação e

Sistemas, da Universidade São Francisco, Campus de Campinas. Os trabalhos foram

instalados às XX horas pelo Prof. Dr/Ms.XX, Orientador do candidato e Presidente da Banca

Examinadora, constituída pelos seguintes Professores: Prof. Dr/Ms XX, da

Universidade/EmpresaXX, e pelo Prof. Dr/Ms XX, da Universidade/EmpresaXX. A Banca

Examinadora tendo decidido aceitar a monografia, passou à Argüição Pública do candidato.

Encerrados os trabalhos às XX horas, osexaminadores, consideraram o candidato aprovado e

com média final X,X (extenso). E, para constar, eu Prof. Dr/Ms. (Orientador), lavrei a

presenteAta, que assino juntamente com os demais membros da Banca Examinadora.

Campinas, 03 de Dezembro de 2015.

____________________________________

ProfDr/Ms X

Orientador e Presidente

Universidade São Francisco

__________________________________________

Prof. Dr/Ms Y

Universidade São Francisco

___________________________________

Prof. Dr/Ms Z

Universidade São Francisco

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"Os mais aptos para ajudar no desenvolvimento são aqueles que mesmo na

adversidade também lutam para compreender a si mesmo"

Reg Revans

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RESUMO

Este estudo visa analisar se o método Action Learning é aplicável na resolução de

conflitos relacionados à comunicação em projetos. A organização base para o

estudo passa por um momento de reestruturação na área de projetos devido à perda

ou atraso na execução das atividades. Observou-se que sua equipe de projetos não

tinha um desempenho satisfatório nas comunicações realizadas entre os membros

da equipe e seu gestor, e a falta dessa comunicação começa a impactar diretamente

nos projetos realizados pela empresa. A aplicação do método Action Learning, foi

realizada em um ―projeto piloto‖, tendo como objetivo, solucionar a falta de

comunicação dentro da área de projetos. O estudo foi realizado com a

implementação da metodologia na empresa, e sendo assim observado o

comportamento dos integrantes que participavam das ―sessões― de treinamento da

metodologia, bem como os pontos sugeridos nas reuniões. O resultado encontrado

foi à verificação de que o método Action Learning na gestão da comunicação em

projetos é a iniciativa necessária para garantir a geração, coleta e distribuição das

informações até o destinatário final com os assuntos relacionados sobre os projetos

de forma oportuna e adequada.

Palavras-chave: Action Learning, Comunicação, Gerenciamento de Projetos.

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ABSTRACT

This study aims to examine the Action Learning method is applicable in resolving

conflicts related to communication projects. The base organization for the study goes

through a period of restructuring in the project area due to loss or delay in

implementing the activities. It was observed that its project team did not perform

satisfactorily in the communications made between the team members and their

manager, and the absence of such notification begins to directly impact the projects

undertaken by the company. The application of the method Action Learning, was

held in a "pilot project", aiming, solve the lack of communication within the project

area. The study was conducted with the implementation of the methodology in the

company, and therefore observed the behavior of the members who participated in

"sessions" of the methodology training as well as the points suggested in the

meetings. The result was found to verify that the Action Learning method in

communication management in projects is the initiative necessary to ensure the

generation, collection and distribution of information by the end recipient with the

issues on projects in a timely and appropriate manner.

Key words: Action Learning, Communication, Project Management.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 –Ciclo normal de aprendizagem........................................................................ .28

Figura 2 - Ciclo do Action Learning ................................................................................. .29

Figura 3 - Diagrama de Ishikawa - Area de Projetos ..................................................... ..38

Figura 4 - Projetos realizados pela empresa em 2014 ................................................... ..39

Figura 5 - Projetos entregues em 2014 ........................................................................... ..40

Figura 6 - Projetos cancelados em 2014 ........................................................................ ..41

Figura 7 - Projetos fracassado em 2014. ........................................................................ ..42

Figura 8 - Resultado geral de todos os projetos realizados em 2014 .......................... ..43

Figura 9 - Organograma dos participantes das “sessões” de Action Learning .......... ..54

Figura10 - Avaliação realizada dentro da área de projetos ........................................... ..55

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 –Projetos Realizados pela Empresa em 2014 .................................................. 39

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 15

1.1 JUSTIFICATIVA ................................................................................................................. 16

1.2 QUESTÃO DE PESQUISA .................................................................................................. 17

1.3 OBJETIVOS ...................................................................................................................... 17

1.4 HIPÓTESE........................................................................................................................ 17

2. REVISÃO DA LITERATURA ........................................................................................... 18

2.1 GERENCIAMENTO DE PROJETO ........................................................................................ 18

2.2 GERENCIAMENTOS DE PROJETOS CONTEMPORÂNEOS...................................................... 20

2.3 SUCESSO DO GERENCIAMENTO DE PROJETOS .................................................................. 22

2.4 GERENCIAMENTO DA COMUNICAÇÃO EM PROJETOS ......................................................... 23

2.5 APRENDIZADO PELA AÇÃO “ACTION LEARNING” ............................................................. 25

2.6 O MÉTODO ACTION LEARNING ......................................................................................... 27

3.METODOLOGIA ............................................................................................................... 32

4. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS ......................................................................... 35

4.1. ESTUDO DE CASO .......................................................................................................... 35

4.1.1 A EMPRESA .................................................................................................................. 35

4.1.2 ESTADO ATUAL ............................................................................................................ 35

4.1.3 ANÁLISE DO PROBLEMA ................................................................................................ 37

4.1.4 SELEÇÃO DA FERRAMENTA DE COMUNICAÇÃO ............................................................... 43

4.1.5 IMPLANTAÇÃO DO ACTION LEARNING ............................................................................ 45

4.1.6 PRIMEIRA “SESSÃO” DE ACTION LEARNING ................................................................... 46

4.1.7 REUNIÃO PARA MUDANÇA DE ESTRATÉGIA NA APLICAÇÃO DO ACTION LEARNING ............ 49

4.1.8 MUDANÇA NA APLICAÇÃO DO MÉTODO ACTION LEARNING NA ÁREA DE PROJETOS ........... 50

4.1.9SEGUNDA “SESSÃO” DE ACTION LEARNING .................................................................... 50

4.1.10SITUAÇÃO ATUAL DO MÉTODO ACTION LEARNING NA ÁREA DE PROJETOS ...................... 53

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4.1.11 APLICAÇÃO DE MELHORIAS UTILIZANDO IDÉIAS DAS "SESSÕES" DE ACTION LEARNING ... 54

4.2 ANÁLISES DOS RESULTADOS ........................................................................................... 55

5. CONCLUSÃO ................................................................................................................. 58

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................... 61

ANEXO 1 ....................................................................................................................... 64

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1 INTRODUÇÃO

Com os avanços tecnológicos, as informações geradas pelas empresas se

tornaram mais eficientes. Porém, o fato de registrar bem os dados não garante a

utilização eficaz da informação, uma comunicação precisa irá depender das pessoas

envolvidas nesse processo. A metodologia de gerenciamento de projeto se mostrou

relevante, pois processos bem gerenciados garantem a sobrevivência das empresas

em um mercado competitivo.

A comunicação é um processo importante dentro da gestão de projetos, mas

os problemas com a falta dela não são exclusivos dos projetos. Os gerentes gastam

a maior parte do tempo resolvendo problemas decorrentes do andamentodos

projetos o que acaba deixando algumas questões em segundo plano. Reconhecer a

comunicação como um processo, evidenciando seus elementos, formas de

comunicação e partes envolvidas, é o primeiro passo para implantação de um

sistema de gestão eficiente. Um projeto pode gerar conhecimento dentro da

empresa, as informações e dados gerados devem ser tratadas de forma eficiente e

profissional sendo um diferencial dentro do mercado, quando se torna um ativo que

pode ser utilizado pela empresa na gestão de outros projetos.

As empresas buscam implementar ferramentas dentro da gestão de projetos,

para tentar minimizar os problemas no desenvolvimento de produtos ou serviço, mas

muitas vezes ocorre a falta de conhecimento na aplicação dessas ferramentas pelos

envolvidos no projeto, a falta de qualificação, um escopo mal definido ou falta de

planejamento, má administração do tempo, que se somados a falta de comunicação

leva muitos projetos ao fracasso.

Uma ferramenta utilizada para o gerenciamento da comunicação é o Action

Learning (AL), ou ―aprendizado pela ação‖ (tradução livre), que surgiu na década de

50, no Reino Unido. Trata-se de uma um método estruturado de resolução de

problemas, baseado no aprendizado em equipe e na conclusão de que o

aprendizado vem da ação. É utilizado preferencialmente quando problemas e metas

são reais, importantes e urgentes.

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Quando o Action Learning é aplicado nos processos, pode auxiliar as

organizações, por exemplo, a estabelecer um plano de sucessão efetiva e a buscar

o desenvolvimento de um conjunto de candidatos altamente qualificados para

promoção a posições de liderança executiva, bem como aprofundar a confiança dos

participantes em sua liderança e habilidades de participação em equipe, tornando a

empresa mais estratégica em suas metas e objetivos.

O estudo se propõe a buscar práticas de forma teórica, em que serão

analisadas empresas que utilizam esse método e qual é sua eficiência nas soluções

de comunicação do time de projeto. Adicionalmente serão analisados os processos

de comunicação de uma empresa dos setores de eletrônicos. Também se buscará

investigar a causa raiz do problema por meio de pesquisas bibliográficas em livros,

artigos e periódicos.

1.1 Justificativa

O tema de gestão de projeto se tornou importante dentro das organizações,

pois são os novos produtos ou serviços que mantem a sobrevivência das

organizações no mercado, e que a cada dia, se torna mais competitivo. Por outro

lado, essa sobrevivência demanda investimento em novos projetos, que na maioria

das vezes são mal elaborados pela falta de preparo dos envolvidos. Um projeto

fracassado ou mal gerenciado gera um alto custo para a empresa, que podem ser

evitados se a comunicação for vista como um fator relevante. A ferramenta Action

Learning consiste em um método que faz com que todos os participantes estejam

envolvidos de forma conjunta para a solução de problemas e que esses problemas

sejam vistos como um aprendizado de todos os envolvidos tendo como objetivo

principal o sucesso do projeto e aumento de lucratividade para as empresas.

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1.2 Questão de Pesquisa

Ferramentas são aplicadas no desenvolvimento de projetos, mas o que se

observa é que os gestores não estão preparados para administrar conflitos de

informação ou a falta dela dentro das organizações. Assim, essa pesquisa tem o

propósito de responder a seguinte questão: Quais os benefícios da ferramenta

Action Learning para a comunicação em projetos?

1.3 Objetivos

Objetivo Geral

Analisar como a ferramenta Action Learning pode contribuir para identificar a

falta ou falha de comunicação no gerenciamento de projetos. Serão verificados os

processos de comunicação de uma empresa dos setores de eletrônicos e bens de

consumo.

Objetivos Específicos

1- Descrever as práticas utilizadas de comunicação pelas empresas;

2- Descrever as melhores práticas de Action Learning;

3- Implantar a ferramenta no gerenciamento de projetos;

4- Solucionar o problema de comunicação no gerenciamento de projetos;

5- Apontar as principais dificuldades encontradas;

6- Relacionar os pontos divergentes entre teoria e prática.

1.4 Hipótese

Verificados os processos de comunicação, observou-se que a ferramenta de

Action Learning auxilia a gestão de projetos com o intuito de solucionar os

problemas de comunicação entre os envolvidos. Os principais benefícios

encontrados na literatura são: soluções de conflito com objetividade, aprendizado

prático, agregação de conhecimento permanente.

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2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Gerenciamento de Projeto

O gerenciamento de projetos é um conjunto de ferramentas gerenciais que

permitem a empresa desenvolverem um conjunto de habilidades incluindo

conhecimento e capacidades individuais, destinados ao controle de eventos não

repetitivo, únicos e complexos, dentro de um cenário de tempo, custo e qualidade

pré-determinados VARGAS (2000). É uma metodologia que favorece a

competitividade das organizações através da padronização das atividades ajudando

a evitar os imprevistos e as situações desfavoráveis que podem decorrer do

processo, aplicando ações corretivas e preventivas para a solução dos problemas.

(VALERIANO, 2001).

Segundo PMBOK (2008) projeto é um empreendimento temporário com o

objetivo de criar um produto ou serviço único. Projeto temporário significa que, cada

projeto tem um começo e um fim bem definidos e único, pois a forma que o produto

ou serviço e produzido é diferente de todos os outros produtos e serviços

semelhantes.

O Gerenciamento de Projetos surgiu como uma disciplina nos Estados

Unidos, através de seu percussor, Henry Gantt. Os projetos na época eram

controlados utilizando-se basicamente os gráficos de Gantt. Nesse período, dois

modelos de projeto matemático foram desenvolvidos o Program Evaluation and

ReviewTechnique ou o PERT e o Critical Path Method ou CPM.

Em 1969, o Project Management Institute (PMI) iniciou o desenvolvimento de

uma metodologia de gerenciamento para servir aos interesses das mais diversas

empresas. Em 1981, os diretores do PMI autorizaram o desenvolvimento de um guia

de projetos, o Project Management Body of Knowledge (PMBOK, 2008), contendo

os padrões que auxiliavam os projetos na prática.

Dentro do projeto existem trinta e nove processos estruturados segundo

PMBOK (2003) são cinco grupos (iniciação, planejamento, execução, controle e

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finalização) e nove áreas de conhecimento (escopo, tempo, custo, qualidade, risco,

comunicação, recursos humanos, aquisições e integração).

Para Archibald (2004) um projeto pode ser classificado de acordo com a

natureza, finalidade e tipo de indústria a que pertence. Para isto ele reconhece dez

diferentes categorias, cada uma possuindo etapas de ciclo de vida similares e

exclusivos processos de gestão. São elas:

1. Projetos de Defesa, Segurança e Aeroespaciais: armamentos; sistemas

de defesa; projetos de exploração espacial; operações militares; segurança pública.

2. Projetos de Mudanças Organizacionais e em Negócios:

aquisição/fusão; melhoria de processos de gestão; empreendimento de novos

negócios; reestruturação organizacional; grandes eventos judiciais e processos

litigiosos; mudanças e desenvolvimento organizacional.

3. Projetos de Sistemas de Comunicação: (dados, voz e imagem) sistemas

de comunicação em rede; sistemas de comunicação sem fio e de terceira geração.

4. Projetos de Eventos: (ex: Olimpíadas, Copa do Mundo, Convenção

Eleitoral, etc.) eventos internacionais; eventos nacionais.

5. Projetos de Empreendimentos, Investimentos, Construções e Obras:

projeto de engenharia, arquitetura; grandes construções e obras públicas; usinas;

viadutos; fábricas e instalações; navios e grandes equipamentos; grandes

manutenções e modificações; edificações industriais, comerciais, residenciais.

6. Projetos de Sistemas de Informação: desenvolvimento, implantação e

grandes manutenções de softwares e aplicativos. (nota: equipamentos e sistemas

hardware encaixam-se no tipo três de projetos).

7. Projetos de Desenvolvimento Regional ou Internacional: projetos

sociais e de desenvolvimento agropecuário/rural; educação; saúde; nutrição;

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populacional; empreendimentos em pequena escala; infra-estrutura - energia

(petróleo, gás, carvão, geração e distribuição de energia, industrial,

telecomunicações, transportes, urbanização, fornecimento e tratamento de água,

irrigação).

8. Projetos de Entretenimento e Mídia: filmes; programas de TV; peças

teatrais ou apresentações musicais.

9. Projetos de Desenvolvimento de Produtos ou Serviços: projetos para

desenvolvimento de novos produtos e equipamentos de informática;

produtos/processos industriais; produtos de consumo; produtos/processos

farmacêuticos; novos serviços (financeiros e outros).

10. Projetos de Pesquisa e Desenvolvimento: pesquisas e

desenvolvimento técnico em assuntos e temas relacionados ao meio ambiente;

industrial; desenvolvimento econômico; medicina; científico.

2.2 Gerenciamentos de Projetos Contemporâneos

Em um mundo cada vez mais globalizado as empresas começam a entender

que os aspectos competitivos são fatores decisivos para que se tenha uma presença

significativa de mercado. Hoje dentro das organizações não basta apenas se

preocupar com o monitoramento das atividades, mas também com todos os meios

envolvidos durante sua realização.

Nesta incessante busca pela obtenção de resultados quantitativos e

qualitativos, muitas empresas utilizam de uma estrutura voltada para projetos, e

estas, muitas vezes, apresentam uma forte correlação com os investimentos que se

fazem necessários para manter a organização competitiva.

Dentro desse cenário a busca por novos produtos ou serviços se tornou uma

questão de ―sobrevivência‖ de mercado, e para muitas empresas ter uma área de

projetos bem desenvolvida é o que mantem os seus produtos competitivos diante

dos consumidores que com o passar dos anos se tornaram mais exigentes.

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Dentro do gerenciamento de projetos existe uma parte fundamental para que

todas as etapas sejam executadas de forma correta, a comunicação entre os

membros da equipe é de extrema importância, quanto menos informação as

pessoas tem em relação aos processos da empresa e aos projetos, maiores são as

chances para boatos, o funcionário acaba imaginando situações que podem nem

existir, mas que impactam diretamente no rendimento dos profissionais e

consequentemente na organização, dentro desses boatos os principais assuntos

que contribuem para que essa instabilidade ocorra são aqueles que envolvem corte

de pessoal e mudanças na equipe.

Segundo (CHAVES, 2010) os tipos de comunicações são divididos em:

Verbal: é o tipo mais comum de comunicação. Deve-se usar a velocidade,

tonalidade e inflexões na voz para chamar a atenção do receptor.

Não Verbal: comunicação através de gestos, expressões faciais, linguagem

corporal, aparência, entre outros. Use seu corpo para atrair o receptor.

Escrita ou Gráfica: atualmente, uma das mais usadas no ambiente de

trabalho, principalmente, através do e-mail. O GP usa muito para criar seus planos,

gerar seus status report.

Em um processo de comunicação a informação deve ser objetiva e simples a

ponto de fazer com o que o receptor capte e entenda a informação que está sendo

passada pelo emissor, sendo que este deve respeitar as diferenças culturais e a

possível falta de conhecimento do receptor. Nunca o emissor deve fazer pré-

julgamentos, ser hostil e nem tão pouco preconceituoso.

"Um efetivo processo de comunicação é necessário para garantir que todas

as informações desejadas cheguem às pessoas corretas no tempo certo e de uma

maneira economicamente viável. O gerente de projeto utiliza-se da comunicação

para assegurar que o time do projeto trabalha de maneira integrada para resolver os

problemas do projeto e aproveitar suas oportunidades.‖ (VARGAS, 2000).

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2.3 Sucesso do Gerenciamento de Projetos

A literatura geralmente divide sucesso de projeto em dois componentes o qual

fatores de sucesso do projeto são análogas as variáveis independentes que

contribuem para a probabilidade de sucesso e os critérios de sucesso são

mensurados usados para determinar se o projeto foi de sucesso ou falha. No último

caso, o critério de sucesso como as variáveis dependentes (Muller and Jugdev,

2012).

Muitos projetos não são particularmente estratégicos com seu foco

direcionado para a primeira dimensão, eficiência do projeto, habilidade de entrega

de PM, que são fundamentais para o sucesso, mas deve ser exercido ao lado com

habilidade para refletir na experiência e nos contextos do projeto (Crawford et al.,

2006) e a interação de algumas formas de inteligência (administrativo, emocional e

técnica) para guiar a aplicação de ferramentas e técnicas de acordo com o contexto

(Turner et al., 2009).

As ferramentas de gerenciamento de projetos, e técnicas destinam-se a

ajudar os profissionais no seu trabalho e também a executar processos ao passo

que os métodos proporcionam diretrizes para assegurar que as práticas são

seguidas corretamente e que os resultados certos são atingidos. (PMBOK, 2008),

Práticas e controles envolvem aplicação de aspectos técnicos de

gerenciamento de projetos, e uso de métodos, ferramentas e técnicas para garantir

que as métricas do projeto estão dentro dos limites de aceitação. Tipicamente, os

projetos são controlados pelas variáveis, tempo, custo e escopo. Os sistemas de

controle são uni-dimensional (controle do escopo, controle de qualidade, controle

financeiro), multi-dimensional (ganho de valor e teoria das restrições).

Segundo (PMBOK, 2008), os vários métodos, programas, ferramentas e

técnicas de PM podem ser categorizadas como:

Métodos PM: o PMI (PMBOK).

Software PM: Microsoft Project, Primavera e Excel.

Ferramentas PM: Ganttcharts, estruturas de divisão de trabalho, método

caminho crítico, avaliação do programa e revisão de técnicas (PERT), pontos

fortes, fraquezas, oportunidades e ameaças (SWOT).

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Método de tomada de decisão: análise de custo benefício, análise de

decisão, análise de sensibilidade e árvore de decisão.

Ferramentas de avaliação de riscos: análise de probabilidade, análise de

custo do ciclo de vida, análise de confiança.

Tecnologia de Informação e Comunicação (ICT) ferramentas de suporte:

como um grupo integrado (e-mail, ferramenta colaborativa, acesso

compartilhado para web portal), vídeo conferência, ambiente virtual e

protocolo de voz da internet.

2.4 Gerenciamento da Comunicação em Projetos

O ato de comunicar em um projeto é muito mais do que simplesmente o envio

de um email esporádico ou uma reunião sem pauta e sem ata. Comunicar é a arte

que o ser humano tem para se fazer compreender, vender uma idéia, dar uma

explicação, ensinar aos outros, transmitir conhecimento, etc. A comunicação apoia a

tomada de decisões e ao mesmo tempo em que, se mal entendida e mal elaborada,

conquista "inimigos".

Para planejar a comunicação em projetos, o primeiro passo a ser dado diz

respeito à identificação dos principais receptores das informações que serão

produzidas. No campo do gerenciamento de projetos, eles também são chamados

de intervenientes e fazem parte da alta administração de uma empresa, do grupo de

gerentes, do grupo de fornecedores ou de clientes do projeto.

Além da comunicação na forma escrita os gerentes de projetos podem optar

em comunicar com sua equipe ou os clientes por meio de reuniões e cada reunião

tem uma finalidade específica:

Kick-off - a reunião inicial do projeto ou fase, tem o objetivo de abrir

oficialmente o projeto e todos os envolvidos no projeto devem participar:

patrocinador, gerentes funcionais, áreas de suportes e clientes, se for

necessário.

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Comitê de Gerência de Mudanças - objetiva avaliar os resultados de custos,

prazos, principais entregas, reservas gerencias e de contingências, riscos,

qualidade, funcionalidadesagregadas, fornecimentos e suprimentos.

Avaliação da equipe - avaliar indicadores e desempenho da equipe por meio

de reuniões individuais dos membros da equipe com profissionais de RH.

Dentro do projeto existem as nove áreas de conhecimento do gerenciamento

de projeto conforme PMBOK (2008) a seguir será abordada apenas a parte de

gerenciamento de comunicação:

De acordo com (CHAVES,2010) o gerenciamento inclui os processos

necessários para garantir a geração, coleta, distribuição, armazenamento,

recuperação e organização das informações do projeto na forma e nos prazos

apropriados conforme cinco processos:

Identificar as partes interessadas: selecionar todas as pessoas e/ou

áreas/organizações que podem ser afetadas pelo projeto ou podem afetar o

projeto, registrando as informações importantes quanto aos seus interesses,

impacto e envolvimento do projeto.

Planejar as comunicações: determinar as necessidades de informações no

projeto e planejar como será a comunicação.

Distribuir as informações: disponibilizar as informações necessárias

conforme planejado no plano de comunicação.

Gerenciar as expectativas das partes interessadas: interagir com as

partes interessadas a fim de atender suas necessidades e resolver problemas

que possam ocorrer. Adotar o PDCA (planejar-fazer-verificar-agir), para que o

plano de comunicação manter-se atualizado.

Reportar o desempenho: coletar e distribuir as informações sobre o

desempenho do projeto, através dos relatórios de acompanhamento do

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projeto, de forma clara e objetiva pontuando as atividades que estão em dia,

as atividades que estão atrasadas, se o projeto está adiantado, dentro do

prazo ou atrasado.

Para (CERQUEIRA, 2010) uma das ações para alcançar o sucesso do projeto

seja na organização executora quanto na organização cliente são comunicações

rápidas e precisas. A ausência de comunicação está entre as dez principais razões

pelas quais um projeto falha e conforme estudo de benchmarking em gerenciamento

de projetos Brasil realizado em 2010 pelo PMI para 40,1% a comunicação é o

terceiro problema que ocorre com mais frequência nos projetos.

2.5 Aprendizado pela Ação “Action Learning”

O Action Learning (AL), ou ―aprendizado pela ação‖ (tradução livre) é um

método estruturado de resolução de problemas, baseado no aprendizado em equipe

e na conclusão de que o aprendizado vem da ação.

Para Revans (1998) as pessoas não aprendem efetivamente por meio de

livros ou palestras, mas aprendem quando compartilham problemas reais e projetos.

O aprendizado ocorre quase de uma forma natural que continua para vida toda.

Para Pedler (1997), Revans sempre foi muito resistente em dar uma única

definição para AL, com essa atitude, procurou preservar o seu aspecto filosófico,

evitando que se transformasse em uma simples técnica gerencial.

Para Thorpe, Taylor e Elliot (1997) a estrutura de um programa de AL é

baseada no conceito de estilo de aprendizagem que pode ser adaptado às

necessidades do indivíduo, que difere dos procedimentos clássicos de ensino

centrados na memorização, pois ele foca a reflexão experiencial como determinante

no processo de aprendizagem em ação.

Este processo de desenvolvimento pessoal requer que o indivíduo reflita

sobre seu trabalho e busque fazer com que as coisas aconteçam ou mudem da

melhor forma e quando o processo de reflexão é natural, aborda problemas atuais e

automaticamente melhora a forma de enfrentar e combater os problemas futuros.

Na concepção de Hirota (2001), o AL decorre do questionamento sobre o

conhecimento programado, ou seja, aquele obtido por meio da educação formal e

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26

dos métodos tradicionais. Revans (1998) acredita que idéias e experiências não são

os únicos comportamentos importantes do AL, mas questionar também e descreve a

aprendizagem por meio da equação:

L = P + Q

(L = aprendizagem, P = conhecimento, Q = reflexão crítica).

A escola científica baseia-se no método científico, que Revans (1998),

descreveu utilizando um conjunto de sistemas Alfa, Beta e Gama para atingir os

objetivos de gestão.

O idealizador do AL, Reg Revans, trabalhou como astrofísico, administrador

escolar e universitário, atuou como professor e após essa fase migrou para a

carreira como consultor de gestão internacional. As origens do Action Learning são

inspiradas na situação do Titanic, Revans intrigado por qual motivo o grande navio

havia afundado começou a pensar sobre o assunto e se perguntar, "qual a diferença

entre inteligência e sabedoria?‖.

Sua formação como cientista forneceu-lhe o discernimento para "pedir

perguntas bobas‖, quando ele perdeu seu caminho na busca de respostas para suas

perguntas. Na verdade, aprendizagem pela ação tornou-se mais preocupado com o

questionamento. Revans trabalhou no Laboratório de Cavendish na Universidade de

Cambridge onde JJ Thomson e Ernest Rutherford também haviam trabalhado.

Conhecido pelo pioneirismo de um novo processo de desenvolvimento

gerencial, Reg Revans, chamou de ―aprendizagem pela ação‖, suas primeiras

experiências em um laboratório de investigação, onde os colegas compartilhavam e

comparavam os problemas, idéias e soluções, fazendo com que surgisse assim

esse conceito de ―aprendizado pela ação‖. Ele estava convencido de que, para que

uma organização sobreviver a sua taxa de aprendizagem deve ser pelo menos igual

à taxa de variação em seu ambiente externo e isso se tornou conhecido como a ―Lei

Revans‖.

Seu primeiro trabalho no aprendizado pela ação foi para o National Coal

Board, em seguida, se tornou o melhor empregador da companhia; ele foi convidado

a escrever um plano educacional para os seus trabalhadores, em 1945, e isso fez

com que a aprendizagem pela ação se tornasse uma teoria. Desenvolveu a

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aprendizagem ação em projetos na área da saúde, e até hoje continua sendo

desenvolvida mesmo com a morte Revans em Janeiro de 2003.

2.6 O método Action Learning

O método é utilizado preferencialmente quando problemas e metas são reais,

importantes e urgentes. Os melhores resultados com a aplicação de AL se dão

quando se tratam problemas complexos, se tornando um processo de reforma e de

libertação da visão humana dentro das organizações.

O processo baseia-se em ter um ou mais cruciais problemas dentro da

organização e, em tempo real, analisar a sua dinâmica; implementar soluções

propostas derivadas das críticas construtivas dos colegas; monitorar os resultados; e

ser responsável por essas ações, aprendendo com os resultados para que no futuro

a resolução de problemas e tomada de decisão seja melhorada. (HANSON,2010).

Em teoria isso é pouco diferente do procedimento lógico praticado dentro das

organizações para solução de problemas gerenciais. Na prática, irracionalidade é

gerada por engano, por complexidades e incertezas das organizações modernas.

Essa irracionalidade interfere na obtenção da mistura de lógica e energia emocional

necessária para transcender as dificuldades organizacionais.

A ação do processo de ensino tenta alcançar esta mistura através de rigor e

ritmo para o ciclo de aprendizagem e é através da utilização dos poderes positivos

de pequenos grupos, que sustentam essa disciplina e ritmo. Elementos estruturais

da aprendizagem pela ação são de que a autoridade e responsabilidade pela análise

e implementação são dadas para as pessoas que têm propriedade psicológica,

sustentada pelo pressuposto comprovado que as pessoas aprendem de forma mais

eficaz com os colegas da mesma posição.

O processo de aprendizagem pela ação se desenvolveu ao longo dos últimos

sessenta anos como um método para o desenvolvimento individual e organizacional.

Dentro das organizações, seu idealizador, descreveu como "a comunicação

ascendente de dúvida" uma oportunidade para que os indivíduos se dediquem a

aprender e a identificar ações que possam fazer uma diferença positiva para a

eficácia na solução de problemas da organização. "Os mais aptos para ajudar no

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desenvolvimento são aqueles que mesmo na adversidade também lutam para

compreender a si mesmo" (Reg Revans, 1998).

As perguntas fundamentais são aquelas que têm como foco examinar causas

implícitas e soluções de longo prazo, que reconhecem a importância dos

relacionamentos e o papel de cada um na solução de problemas.

Para o desenvolvimento da técnica, se constituem equipes de 4 a 8

participantes, preferencialmente, com formação e experiência diversificada, que se

reúnem para a discussão no que denominamos ―sessões‖ de AL. Além dos

participantes diretamente envolvidos, existe a figura do facilitador, que atua como

catalisador da aprendizagem, estimulando a reflexão e o comportamento alinhados

aos objetivos. Deve, por meio das perguntas, encorajar os envolvidos a atingir os

objetivos técnicos e, ao mesmo tempo, considerar as mudanças nas pessoas e no

sistema social e organizacional.

Nesse processo de AL o comprometimento da alta administração é

necessário, pois simboliza que as mudanças nas atitudes em todas as partes

interessadas estão a ser incentivadas com o significado de entende o "trabalho" em

sua organização conforme Figura 1 e Figura 2.

Figura 1. Ciclo normal de aprendizagem Fonte: Pedler (1997).

Observação

HipóteseAção

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29

Figura 2. Ciclo do Action Learning

Fonte: Pedler (1997).

Este processo, muitas vezes, parece desconfortável, por isso, qualquer

evidência de fragilidade, a gestão tem o compromisso de interromper o processo. É

o papel do gestor fornecer respaldo para que as pessoas que participam de um

programa de aprendizagem de ação possam desenvolver novos processos.

O tempo é necessário para quaisquer mudanças de comportamento e atitude,

isso significa que deve ocorrer o monitoramento do ―projeto piloto‖, de maneira

eficaz para observar se as mudanças estão sendo incentivada a partir dos gestores

para que os problemas do dia-a-dia sejam resolvidos de forma desconcentrada.

A aprendizagem pela ação é eficaz quando usado para enfrentar problemas

da organização ao vivo em vez de ―quebra-cabeças‖ técnicos. Como o aprendizado

é o cerne deste processo se torna particularmente valioso no desenvolvimento das

estruturas e dinâmicas de mudança organizacional.

Aprender a se desenvolver, para a efetiva solução dos problemas da

organização é essencial e que a gestão aceite que não há respostas ―secas‖ para o

que é visto como um problema comum organizacional pelo contrário os problemas

são específicos de uma determinada situação.

Observação

Reflexão

HipóteseReflexão

Ação

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Leva-se tempo para mudar a cultura organizacional, estilos de gestão e

estruturas organizacionais. A aprendizagem pela ação é significativamente mais

rápida e mais eficaz para alcançar esses fins do que outras formas de mudança

organizacional.

No entanto, o período intercalar é sempre difícil dentro da empresa para os

primeiros projetos, estes são chamados de "programas-piloto", "grupos de ação de

gestão‖ ou quaisquer outros tipos de nomes, o essencial é que os gestores sejam

suficientemente comprometidos intelectualmente e emocionalmente para querer se

tornar parte do sistema de aprendizagem organizacional.

A aprendizagem organizacional do qual é abordado não é apenas a aquisição

de conhecimento impessoal e também uma questão de recolher o máximo de dados

possível em qualquer área problemática. O que é necessário para decisões

gerenciais eficazes são a atitude e habilidade para selecionar os dados e a partir

desses dados identificar as ações específicas que constituem as informações

necessárias para resolver o problema.

Provocar o debate entre a equipe e incentivar a demandas para ações

posteriores com o foco de resposta para que se questionem ―O que vamos fazer a

partir daqui?”. Segundo Hanson (2010), os quatro elementos-chave do processo de

aprendizagem pela ação são:

1) Um problema organizacional crucial;

2) Pessoas dispostas a assumir riscos de desenvolver-se em suas

organizações;

3) Autoridade para tomar medidas sobre o problema;

4) Um sistema de aprendizagem reflexiva.

Dentro dos quatros elementos chave, algumas sugestões de perguntas

podem ser realizadas para se chegar à causa raiz do problema:

1. Perguntas para esclarecimento:

O que aconteceu?

Como você vê isso?

O que te faz dizer isso?

O que mais pode explicar a situação?

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Quem pode ajudar?

Quais os obstáculos que você imagina para solucionar essa situação?

2. Perguntas para investigar o problema:

Qual a diferença entre a situação atual e maneira que você gostaria que

fosse?

Você pode explicar?

Quem mais importa para este processo?

O que aconteceu?

Como você se sente?

3. Perguntas para a solução do problema:

Se todas as decisões ficassem em sua responsabilidade o que você faria?

Quais são as suas opções para a ação agora?

Existem outras possibilidades?

Onde você pode obter mais informações sobre isso?

Quem mais poderia ter interesse nessa solução?

Após uma série de questões, o grupo, da aprendizagem pela ação, deve

começar a chegar a um consenso sobre os problemas mais críticos e importantes, o

grupo deve estabelecer um ponto crucial do problema, que pode ser diferente do

original apresentando.

Determinar metas, uma vez que o problema-chave ou questão foram

identificados. O grupo deve procurar em um consenso a meta, para resolver o

problema.

Desenvolver estratégias de ação faz parte do tempo e da energia do grupo

para identificação possíveis estratégias de ação no ―programa piloto‖. As estratégias

são desenvolvidas via inquérito reflexivo e de diálogo.

Para tomada a ação, que acontece entre as sessões de aprendizagem pela

ação, o grupo como um todo, bem como membros individuais, devem coletar

informações, identificar status do suporte, e implementar as estratégias

desenvolvidas e acordadas pelo grupo.

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3 METODOLOGIA

Segundo Cervo, Bervian e Silva (2007), a pesquisa é uma atividade para a

investigação de problemas teóricos ou práticos por meio do emprego de processos

científicos.

A prática da ciência acontece, em regra com a aplicação do método de

pesquisa. Para Miguel (2012), a quanto à abordagem, as pesquisas podem ser

classificadas em:

Pesquisas quantitativas:

Os conceitos da hipótese devem ser mensuráveis e verificados.

Transformação de conceitos em medidas;

Demonstrar relação de causa-efeito na hipótese;

A pesquisa deve dirigir-se para conclusões que possam ser generalizadas

além dos limites restritos da pesquisa;

A pesquisa deve ser capaz de ser replicada.

Pesquisa qualitativa:

O pesquisador analisa os fatos sob a óptica do membro interno da

organização;

A pesquisa procura uma profunda compreensão do contexto da situação;

A pesquisa destaca a ordem dos fatos no decorrer do tempo;

Foco da pesquisa é mais desestruturado, flexível;

A pesquisa normalmente adota mais de uma fonte de dados.

Quanto ao tipo, Filippini (1997), divide a pesquisa categorias:

Survey – uso de instrumento de coleta de dados único (em geral um

questionário), aplicado a amostras de grande tamanho, com o uso de técnicas

de amostragem e análise e inferência estatística.

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Estudo de caso – análise aprofundada de um ou mais objetos (casos), com o

uso de múltiplos instrumentos de coleta de dados e presença da interação

entre pesquisador e objeto de pesquisa.

Modelagem – uso de técnicas matemáticas para descrever o funcionamento

de um sistema ou de parte de um sistema produtivo.

Simulação – uso de técnicas computacionais para simular o funcionamento

de sistemas produtivos a partir de modelos matemáticos.

Estudo de campo – outros métodos de pesquisa (principalmente de

abordagem qualitativa) ou presença de dados de campo, sem estruturação

formal do método de pesquisa.

Experimento – estudo da relação causal entre duas variáveis de um sistema

sob condições controladas pelo pesquisador.

Teórico/conceitual – discussões conceituais a partir da literatura, revisões

bibliográficas e modelagens conceituais.

A metodologia adotada para esta pesquisa será oestudo de campousando

discussões a partir da literatura, revisões bibliográficas e modelagens conceituais

para buscar responder às seguintes perguntas:

Quais os benefícios da ferramenta Action Learning para a comunicação

em projetos?

Através de um levantamento bibliográfico e documental que incluem a análise

de um estudo de caso, pois o objetivo é criar uma visão geral acerca da proposta de

abordagem do Action Learning que ainda precisa ser validade e testada através de

futuros trabalhos exploratórios, que pode ser investigativo com o uso de

procedimentos mais sistematizados (GIL, 2008).

Também se pretende analisar como a ferramenta Action Learning pode

contribuir para identificar a falta ou falha de comunicação no gerenciamento de

projetos nos processos de comunicação de uma empresa dos setores de eletrônicos

e bens de consumo.

O Action Learning foi escolhido por ser uma abordagem nova pouco difundida

no Brasil que se bem gerida dentro do gerenciamento de projeto especificamente na

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parte de comunicação, pode agregar excelentes resultados. Para o levantamento

dos casos e conceitos relevantes.

Uma vez revisada a bibliografia, foram analisados os itens relevantes à

proposta deste trabalho, identificando e detalhando os itens que embasassem os

objetivos deste trabalho para classificar os diferentes quocientes desta ferramenta.

Por fim, as informações compiladas foram apreciadas e analisadas para a

qualificação e a quantificação dos resultados.

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4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

4.1 Estudo de Caso

4.1.1. A Empresa

A empresa A é, um provedor global de serviços de outsourcing, com matriz

em St. Petersburg (EUA), sua unidade de negócios situada na região de Campinas,

atua no Aftermarket Services, para as operadoras de telefonia fornecendo reparos

multi-vendor, logística reversa, gestão de sobressalentes (spare parts) e reparo de

redes móveis (3G).

Hoje a empresa atende um mercado de US$ 40 bilhões por ano, na

intersecção entre a gestão do relacionamento com o cliente e soluções de suporte

de produtos, com mais de 32 mil funcionários operando em 17 unidades de negócio

ao redor do mundo. Em 2014 adquiriu a sua maior concorrente direta pelo valor de

US$ 725 milhões. Para o grupo foi um ganho significativo, não só de receita, mas

também de representação no mercado.

O ramo de atuação da empresa vem crescendo a cada ano com o emprego

de novas tecnologias, e fez com que a empresa buscasse aperfeiçoar a cada dia os

seus processos, disponibilizando recursos suficientes para ser competitiva diante de

seus concorrentes.

4.1.2 Estado Atual

Ao longo de seus projetos foi preciso avaliar e monitorar alguns pontos

importantes dentro da gestão para que se pudesse enfrentar e melhorar as

condições e os desafios em seu mercado de atuação.

Hoje a empresa possui projetos que são desenvolvidos no Brasil em outras

filiais do grupo. Qualquer melhoria realizada nos processos da empresa, assim como

o desenvolvimento de novos equipamentos, seja para a corporação ou para os

clientes são considerados um projeto. Esse desenvolvimento tem contribuído para

alavancar o crescimento da empresa e, além disso, ajuda a entender, as

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necessidades do mercado sempre pensando em como desenvolver novas soluções

e melhorar os processos internos.

Para os gestores da empresa gerenciar por meio de projetos tem um grau de

importância significativo, são neles que surgem novas oportunidades de negócios,

agregação de valor a marca e principalmente mostra que a empresa sabe da

importância em usar o seu capital humano, para alavancar os negócios e assim ter

uma participação significativa no mercado.

Tendo em vista que os projetos da empresa caminhavam de uma forma

promissora, o gestor de projetos observou uma falta de comunicação entre os

envolvidos, mesmo disponibilizando vários canais de comunicação (e-mail, mural,

telefone, reuniões, coffee break) percebe-se que não há uma divulgação eficaz das

informações.

Segundo ele outro ponto era a falta de consciência dos colaboradores da

importância de suas ações para o sucesso dos projetos, muitas vezes a falta dessa

consciência deixava os gestores sem suporte para as soluções de conflito dentro

dos projetos.

No entanto, os colaboradores não compreendiam bem as ações direcionadas

em uma perspectiva de pequeno, médio e longo prazo, podendo ser um fator que

dificultava o andamento do projeto. Analisando o cotidiano da empresa, verificou-se

que o problema central consistia na falta de definições de responsabilidade, pois os

envolvidos não tinham clareza suficiente de seus papéis e responsabilidades no

desenvolvimento dos projetos. Foi observado também que os envolvidos deixavam

de informar os seus colegas pelo simples fato de acharem aquelas informações

irrelevantes e por isso não necessitassem ser levadas a diante.

Outro ponto levantado foi às reuniões sobre os projetos havia uma falta de

informação das etapas do projeto, notou-se que não havia uma preocupação com o

cumprimento dos prazos pelos envolvidos, as informações eram expostas de uma

forma desordenada cada um tinha um dado diferente do mesmo evento, diversas

informações não eram reportadas para o gerente da área, o que mostrava que a

comunicação não era bem alinhada entre os envolvidos.

Analisando esse cenário percebeu-se que os projetos da empresa consumiam

recurso de forma exagerada e que os prazos não eram cumpridos de forma correta,

e quando o projeto estava para ser finalizado surgia uma informação adicional,

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gerando um atrasado na finalização do projeto. Diante disso a falta de comunicação

era um fator predominante na maioria dos projetos.

Foi verificado que a forma de comunicação ideal seria identificar e distribuir as

Informações necessárias para que elas estivessem disponíveis para os interessados

do projeto, coletar e divulgar as informações sobre o desempenho e formalizar a

conclusão de cada fase ou do projeto como um todo.

Foi cogitada a contratação de uma consultoria para tentar solucionar esses

problemas, mas percebeu-se que o assunto era pontual, pois a sua área de projetos

estava bem estruturada, o que precisaria era entender o porquê da falta de

comunicação e como isso poderia ser solucionado.

4.1.3 Análise do problema

Foi solicitado para a área de Engenharia de Processo da empresa realizar um

estudo sobre a causa raiz do problema e assim elaborar um plano de melhoria para

a área de projeto visando como ponto principal à falta de comunicação clara e

objetiva.

Primeiramente elaborou-se um questionário para o gestor de projetos (Anexo

1) que tinha como objetivo observar as experiências passadas de falta de

comunicação em outros projetos e de como isso impactava no sucesso dos projetos

atuais.

Foi realizado também um diagrama de Ishikawa1 conforme Figura 3, para

entender quais problemas existiam na equipe de projetose diante desses problemas

qual era o impacto final na execução.

1Ferramenta gráfica que ajuda a gerenciar e fazer o Controle da Qualidade (CQ) em diferentes

processos cujo principal objetivo é identificar quais são as causas para um efeito ou problema.

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Figura 3. Diagrama de Ishikawa- Área de Projetos.

Fonte: Dados da Pesquisa, 2015.

Para entender o problema, foi analizado o cenário de 2014. A área de

engenharia optou por uma representação gráfica conforme Figura 4, e após essa

verificação foi aplicado o Diagrama de Pareto usando o principio 80/202, para

analisar os últimos 12 meses em que foram realizados os projeto na empresa. Na

tabela, consta o total de projetos realizados, entre eles projetos de melhorias,

aquisição de equipamentos, dentre outros.

2Método quantitativo para estabelecer a relação precisa entre causas (inputs) e resultados

(outputs). Este método usa a possível existência da relação 80/20 como hipótese e a seguir coleta os fatos para revelar a verdadeira relação. Este é um procedimento empírico que pode conduzir a qualquer resultado entre 50/50 e 99,9/0,1. (KOCH, 2000, p. 38).

Causa Raiz (Root Cause): Falta de Comunicação nos Projetos

Falta de Alinhamento com o Gestor

Medida (Measurement) Mão de Obra (Manpower) Máquinas (Machine)

Método (Method)Material (Materials) Meio Ambiente (Environment)

Perda de Foco no Projeto

Falta de Report

Falta de Revisão das Etapas

Objetivo de Medições Claro

Falta de Reuniões Objetivas

Padrões Inadequados

Falta de Integração

Falta de Ferramenta de Apoio Áreas decentralizadas

Jornada de Trabalho Excessiva

Tempo de Execusão

Atraso no Projeto

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Figura 4. Projetos realizados pela empresa em 2014.

Fonte: Dados da Pesquisa, 2015.

Para efeito de análise, a empresa considera um projeto entregue quando ele

passou por todas as etapas e foi entregue para o cliente final, ou quando a melhoria

foi considerada eficaz. Projetos cancelados são aqueles que por algum motivo não

foram executados como: por cancelamento do cliente, estudo de viabilidade do

projeto, falta de recurso ou por passar o prazo acordado pelas partes. Projeto

fracassado é aquele que passou por todas as etapas, mas quando colocado no

mercado ele não atendeu a necessidade ou não gerou demanda trazendo de

alguma forma impactos para o cliente conforme Tabela 1.

Tabela 1. Projetos Realizados pela Empresa em 2014.

Fonte: Dados da Pesquisa, 2015.

Dezem

bro

Nov

embro

Out

ubro

Sete

mbro

Agosto

Julh

o

Junh

oM

aio

Abri l

Mar

ço

Fever

eiro

Jane

iro

16

14

12

10

8

6

4

2

0

To

tal

Fracassados

Cancelados

Entregue

Projetos em 2014

Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro

Projetos Entregue 6 5 3 0 2 11 12 0 3 12 1 0

Projetos em Atraso 4 7 6 2 4 1 0 0 1 11 1 3

Projetos Fracassados 4 3 1 0 0 1 0 0 1 2 2 0

Total de Projeto Realizados 10 15 10 2 6 14 12 0 5 25 4 3

2014

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40

Adicionalmente foi realizado uma análise do Diagrama de Pareto afim de

identificar os projetos que foram entregues, cancelados e fracassados. Essa

ferramenta foi utilizada para entender em quais meses a empresa teve um bom

resultado, mas por outro lado onde ela obteve um índice de projetos cancelados ou

fracassados.

Figura 5. Projetos entregues em 2014.

Fonte: Dados da Pesquisa, 2015.

Foi observado conforme Figura 5 que nos meses de Outubro, Junho, Janeiro,

Fevereiro, foram os melhores meses representando 80% de todos os projetos

entregues.Os outros 20% representaram um número menos expressivos dentro de

todos os projetos realizados. Nos três primeiros meses do ano, os números de

projetos entregues estavam dentro da normalidade segundo o gerente da área. Nos

meses de Junho e Outubro foram meses sazonais onde a demanda por melhorias

nos processos estavam mais objetivas, o que alavancou projetos mais eficazes para

atender a necessidade da empresa.

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Figura 6. Projetos cancelados em 2014.

Fonte: Dados da Pesquisa, 2015.

Dos projetos cancelados conforme Figura 6, observou-se que nos meses de

Fevereiro, Dezembro, Março, Janeiro e Maio, foram os meses que representaram

80% dos projetos cancelados. Para a empresa isso impactou de forma negativo,

porque desprendeu-se de recursos para desenvolvimento do projeto, só que por

algum motivo esses projetos não deram sequência. O gerente da área relatou que

quando um projeto é cancelado desmotiva um pouco a equipe, por outro lado ele

observou que a falta de comunicação começava a impactar nos projetos e que isso

poderia trazer futuros problema para a empresa.

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Figura 7. Projetos fracassados em 2014.

Fonte: Dados da Pesquisa, 2015.

Ao analisar os projetos fracassados conforme Figura 7, observou-se de que

os meses de Janeiro, Fevereiro, Novembro e Junho, foram os meses que

representaram 80% dos projetos fracassados. O gerente de projetos relatou que

esse fracasso é ponto mais difícil de justificar. A empresa quando inicia um projeto

busca trazer além da receita, um reconhecimento no mercado, mostrando que a

equipe consegue desenvolver equipamentos e processos de forma assertiva e

eficaz.

Um fracasso no projeto cria um questionamento pela organização se a equipe

de projetos está alinhada com os objetivos da empresa, uma vez feito esse

questionamento há uma instabilidade tanto na organização quanto na equipe e isso

para um gestor de projetos acaba sendo um desconforto.

Se nos projetos cancelados a falta de comunicação impactava, em um projeto

fracassado isso acaba se confirmando, pois em alguns processos a informação não

chegou de forma satisfatória. Dentro deste cenário o maior desafio para a área de

engenharia de processos é transformar esses dois cenários ruins em projetos de

sucesso, mas caso ocorra um cancelamento ou fracasso que ele seja o menor

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possível. A seguir são os resultados dos desempenhos dos projetos em 2014,

conforme Figura 8.

Figura 8. Resultado geral de todos os projetos realizados em 2014.

Fonte: Dados da Pesquisa, 2015.

Algumas ferramentas foram verificadas para solucionar os problemas de

comunicação como:

Métodos PM: o PMI (PMBOK).

Software PM: Microsoft Project, Primavera e Excel.

Ferramentas PM: Ganttcharts, estruturas de divisão de trabalho, método

caminho crítico, avaliação do programa e revisão de técnicas (PERT),

pontos fortes, fraquezas, oportunidades e ameaças (SWOT).

Para a engenharia de processo essas ferramentas poderiam ser utilizadas

para tentar solucionar os problemas de comunicação, mas após uma pesquisa mais

aprofundada eles perceberem que algumas ferramentas haviam sido utilizadas, mas

não alcançaram índices satisfatórios para solução dos problemas principalmente da

falha ou falta de comunicação no desenvolvimento dos projetos.

4.1.4 Seleção da Ferramenta de Comunicação

55,60%

31,30%

13,10%

0,00%

20,00%

40,00%

60,00%

80,00%

100,00%

Entregues Cancelados Fracassados

Tota

l d

e P

roje

tos

Re

aliz

ado

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Desempenho dos Projetos em 2014

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Foi identificada uma ferramenta chamada Action Learning, método pouco

difundido no Brasil, mas sebem administrado pela área de projetos,especificamente

na parte de comunicação, poderá agregar excelentes resultados para a empresa.

O método é utilizado preferencialmente quando problemas e metas são reais,

importantes e urgentes. O processo baseia-se em ter um ou mais cruciais problemas

dentro da organização e, em tempo real, analisar a sua dinâmica; implementar

soluções propostas derivadas das críticas construtivas dos colegas; monitorar os

resultados; e ser responsável por essas ações, aprendendo com os resultados para

que no futuro a resolução de problemas e tomada de decisão seja melhorada.

A princípio os envolvidos na área de projetos, questionaram se o método era

eficaz. Foi feito uma breve explicação e de que forma essa ferramenta poderia ser

utilizada. O gerente de projetos relatou que já tinha ouvido falar sobre esse método,

mas a maioria das aplicações era em unidades de ensino, e em indústrias tinha

pouca aplicação. E em gerenciamento de projetos quase nenhuma aplicação prática.

Afirmava também que para esse método ser eficaz teria que ter o envolvimento de

todos não só em projetos, mas em toda organização.

Para que houvesse um entendimento maior dos potenciais envolvidos, foi

elaborada uma apresentação. Nesse material havia o conceito do método, como

eram desenvolvidas nas organizações, quais empresas aplicavam o método, e por

fim um estudo de caso para ilustrar a sua aplicação prática. O gerente a área pediu

para que seus colaboradores fossem a esse treinamento, que cada um pudesse

expor as dificuldades dentro dos projetos e principalmente identificar por qual motivo

houve uma falha de comunicação e como esse método poderia contribuir para a

melhoria das atividades dentro dos projetos.

Após apresentar o método para a equipe, foi observado que o pessoal estava

muito resistente em colocar o método em prática. Surgiram vários comentários

paralelos como: ―para que mais uma ferramenta?‖, ―não precisamos de método para

conversar entre nós‖, ―vou aprender mais o que dentro da área de projetos?‖,‖esse

método é para inglês ver‖.

Diante desses comentários, observou-se que o desafio seria grande e que a

principal dificuldade para a aplicação do método era uma cultura mal administrada.

Talvez não só na área de projetos, mas também em toda a organização, existir uma

área que trabalha com inovação e melhorias, que possui uma ―cabeça fechada‖ para

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o novo, mostra que a área de projetos da empresa precisa se reestruturar para as

atender as exigências do mercado e descobrir métodos, ferramentas que possam

auxiliar nas tarefas do dia a dia e que essas tarefas possam trazer resultados

positivos tanto para a empresa quanto para a área de projetos.

4.1.5 Implantação do Action Learning

Feito esse primeiro contato, foi realizada uma reunião entre os gerentes e o

diretor geral da empresa, para que se discutisse qual seria a melhor forma de

aplicação do Action Learning na gestão de projetos e como seria ―desenhado‖ o

―plano piloto‖ para testar o método, mais especificamente na comunicação ente as

áreas que desenvolvem os projetos.

Nessa reunião foram levantados vários pontos, desde qual a eficácia desse

método até se a organização estava preparada para esse desafio. Feita todas as

considerações optou-se por implantar o Action Learning na empresa na forma de um

―plano piloto‖ para sanar os problemas na comunicação entre todos os envolvidos da

área de projetos.

Além disso, também foi estipulado cinco participantes, um de cada área para

que fossem discutidos por quais motivos os projetos não obtiveram um desempenho

melhor e de que forma poderiam ser melhor gerenciados e quais seriam os impactos

dentro da organização.Formam selecionados os representantes para dar inicio ao

projeto Action Learning são eles: o gerente de projetos, o supervisor de wharehouse,

o gerente de qualidade, e o gerente de engenharia e o gerente de

vendas.Estipularam-se também uma reunião diária com duração máxima de uma

hora sendo postergada por mais trinta minutos na parte da manha, com os

envolvidos. O objetivo foi o de trazer os problemas pontuais ou esporádicos da área

de projetos para uma discussão a fim de identificar os possíveis problemas e com

isso tomar uma ação mais rápida, não deixando o problema se estender ao longo do

processo, sendo contido na sua origem.

Para que o grupo de Action Learning conseguisse desenvolver as atividades,

foi convencionada uma apostila, contendo os conceitos do método, de que forma

deveria ser realizado a implementação e por fim um estudo de caso para ilustrar.

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Além disso, foram sugeridos sites que abordavam o assunto para que se tivesse

uma visão geral da metodologia de Action Learning.

Foi definido que os envolvidos no AL teriam uma semana para ler o material e

que na semana seguinte seria realizada a primeira reunião, para que se fosse

apontado os problemas e as possíveis soluções de cada ação, processo, área ou

projeto.

4.1.6 Primeira “sessão” de Action Learning

Na semana seguinte ocorreu à primeira reunião de AL. Todos os envolvidos

estavam presentes, mostrando que com a leitura do material acabou despertando de

alguma forma o interesse em participar desse ―projeto piloto‖. E que poderiater

ganhos significativos não apenas em projetos, mas na cadeia toda da empresa.

O gerente de projetos começou a expor as suas dificuldades em relação a

melhorar a performance dos projetos sugeridos e que a falta de comunicação entre

os membros da equipe trazia um impacto significativo na entrega. Que foram

identificados alguns fatores de comunicação que contribuíam para o atraso ou

fracasso dos projetos. O gerente de projetos também informou que alguns fatores

como falta de material, entrega errada de material, falta de feedback do cliente,

atraso na aprovação do projeto e perda de informação , contribuíram para tornar

complexo a execução de vários projetos e que, cada área,a partir daquele momento

deveria contribuir, ou seja, informar caso algum fato ocorra para que não se

alcançasse o esperado.

O gerente de projetos ficou como o facilitador das informações, trazendo para

discussão os problemas dentro da sua área. O primeiro ponto colocado foi por qual

motivo o principal projeto da empresa não se concretizou. Esse projeto envolvia um

cliente em potencial para a empresa e que, por fim, não gerou o resultado esperado.

Os pontos que foram colocados pela equipe de projetos foram de que o material

necessário para a confecção dos protótipos não chegou a tempo e que o cliente

necessitava de ver esse protótipo para aprovar o projeto, outro ponto levantado foi

levantado o fato da área de engenharia não confeccionar o layout da linha onde o

produto ia ser produzido.

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Após expor os pontos o supervisor de wharehouse, pontuou que o material

havia chego ao recebimento da empresa, porem na conferencia do material

observou-se que não era o mesmo pedido pela área de projetos. Que após essa

identificação foi realizado o contato com o fornecedor para que a troca desse

material, mas era necessário que a área de projetos solicitasse essa troca para que

fosse gerada a nota de devolução para o fornecedor. O que ocorreu de fato foi que a

pessoa responsável em fazer essa solicitação não realizou no prazo estipulado o

pedido, e sendo assim, o material não pode ser mais devolvido. O gerente de

projetos destacou que essa solicitação teria que ser assinada por ele, mas que

qualquer membro da equipe poderia realizar essa solicitação e apenas pedir a

aprovação dele.

Uma falta de comunicação dentro da área de projetos comprometeu todo o

processo de desenvolvimento, foi um impacto significativo, o gerente de projetos não

esperava que a sua equipe deixasse de resolver esse problema que era de extrema

importância para a concretização do projeto e pior do que isso não reportar para o

gestor esse problema para que o mesmo buscasse uma solução e não deixasse

comprometer o andamento do projeto pelo fato do material chegar errado na

empresa.

Para o gerente de engenharia o fato de não ter sido realizado o layout da

linha, se deu ao fato de que havia sido solicitado pelo engenheiro ao gestor da área

de projetos o cronograma para apresentar o layout para o cliente e, além disso, qual

seria a melhora área da empresa para se implementar essa linha . Porém, o gerente

de projetos informou que não havia recebido nenhum email sobre esse assunto e

que o cronograma havia sido disponibilizado na rede da empresa para que fosse

consultado por todos e que era realizada uma atualização a cada dois dias nesse

documento, gerente de engenharia apontou que esse documento não era atualizado

a pelo menos trinta dias e que não se tinha uma visão de como estava o

desenvolvimento desse projeto, sendo assim, difícil de oferecer um suporte para o

layout. Para o gerente de projetos esse documento estava sendo atualizado, em

uma consulta rápida no sistema constatou-se que esse documento não era

atualizado a pelo menos quarenta dias, o que comprometeu o cronograma sendo

assim começava a se entender que a equipe de projetos não tinha nada ou quase

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nada de comunicação entre eles e isso estava não apenas afetando a área, mas sim

a empresa.

Após os fatos serem colocados em discussão, começou a se pensar de que

forma poderiam ser resolvidos esses problemas para que nos próximos projetos não

ocorresse mais esse tipo de situação. O que ocorreu dentro do próprio ―plano piloto‖

foi uma falta de comunicação, que para os envolvidos seria apenas necessário

apontar os problemas e o gestor da área de projetos que tomaria as devidas ações

para correção dos erros operacionais. Eles estavam ali apenas para apontar e não

para solucionar o problema. O gestor de projetos salientou que então essa reunião

era para que todos pudessem ajudar com idéias e não apenas apontando os erros,

isso era válido desde que viesse com algum ponto a ser melhorado.

Para os gestores das outras áreas isso não era responsabilidade deles, pois

cada um tinha as suas próprias dificuldades e não havia sentido em agregar mais

problemas. O gestor de projetos salientou novamente que tudo aquilo que foi

exposto era a oportunidade não apenas de melhorar a comunicação em projetos,

mas também de como cada área envolvida nesse grupo poderia trazer de

contribuição não apenas na área de projetos, mas também em outras áreas. Com

essa reunião ficou claro que a forma de como o Action Learning foi apresentado

talvez tenha deixado algumas duvidas e que para os próximos encontros era

necessário uma maturidade melhor do assunto entre os envolvidos.

O diretor da empresa, perguntou para o gerente de projetos como tinha sido a

primeira sessão de AL, o mesmo disse que não tinha sido satisfatório e que teria que

rever o método para entender o porquê de não acontecer. Para o diretor ele estava

fazendo certo, mas escolhendo as pessoas de forma ―errada‖.Naquele grupo

existiam profissionais vaidosos e que não iam querer ajudar, pois cada um resolvia

as coisas esperando um elogio.

Que muitas das vezes não vinham conforme esperado e isso trazia um

descontentamento. Juntar essas pessoas para resolver um problema especifico de

uma área, poderia não trazer os resultados esperados, e consequentemente o

fracasso do método. Para o gerente de projetos a ―sessão‖ não foi produtiva, pois o

principal intuito não fosse resolver os problemas e sim ganhar elogios, e isso dentro

de um processo de Action Learning não agregaria nada.

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4.1.7 Reunião para mudança de estratégia na aplicação do Action Learning

O diretor da empresa convocou uma reunião com os gestores envolvidos no

AL, para achar uma saída para que o método não fracassasse.

Diante dos pontos mencionados pelos gestores sobre a primeira ―sessão‖ de

AL o diretor sugeriu que cada gerente nomeasse alguém da sua respectiva área

para ir a essas ―sessões‖ de AL, e ajudar a resolver os problemas pertinentes a área

de projetos.

Esse comunicado não foi muito bem recebido pelos gestores. Questionado

por essa decisão, o diretor disse que ele gostaria que fossem pessoas envolvidas no

processo diretamente e que para ele seria a forma mais objetiva de tentar solucionar

o problema.

Para os gestores o diretor deixou transparecer que eles não tinham

capacidade de lidar com os desafios desse ―plano piloto‖, mas por outro lado alguns

se sentiram aliviados de não precisar mais ir a essas ―sessões‖ que ao ver deles não

daria em nada.

Conversando o com diretor da empresa o gestor de projetos teve uma idéia

sobre a forma da aplicação do método. Se o problema estava na equipe de projetos

nada mais certo do que trabalhar o Action Learning dentro da área de projetos com a

sua equipe e agregando pessoas de outras áreas conforme a necessidade. Cada

integrante da equipe de projetos tinha a sua ―bagagem‖ anterior e talvez não tivesse

sendo direcionados de forma satisfatória em suas atividades dentro da equipe,

talvez seja necessário entender como a equipe trabalhava da forma que o

conhecimento era aplicado para entender o porquê das pessoas não se comunicar

de forma eficiente.

O diretor achou uma excelente ideia. Mostrando que o gerente de projetos

está preocupado em não apenas em resolver a comunicação, mas de entender

como a sua equipe trabalhava e com isso tirar o melhor de cada um e assim

fortalecer a equipe. Desde o começo do ―plano piloto‖ o método mostra que as

pessoas sozinhas não resolvem nada, é necessário que cada um dentro da área de

projetos ou em outras áreas fortaleça os seus conhecimentos e tragam essas idéias

e experiências para que esse conhecimento seja compartilhado por todos.

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4.1.8 Mudança na aplicação do método Action Learning na área de projetos

No dia seguinte, o gerente de projetos, convocou uma reunião com a sua

equipe, para que ele pudesse expor o plano do Action Learning. Nessa reunião o

gerente explicou que a primeira reunião de AL, não foi proveitosa. Afirmou também

que os problemas apontados pela sua equipe, não condizem com a realidade, que a

falha estava dentro da área de projetos, e os dados ou informações que eram

passados eram feitos de forma errônea ou incompleta e que isso, tinha um impacto

negativo nas soluções dos problemas do dia a dia.Além disso, a empresa estava

perdendo projetos por falta de uma comunicação mais eficiente e que isso poderia

comprometer toda a estrutura de negócios da empresa.Para que esse cenário fosse

melhorado era necessário implantar o Action Learning como uma forma para

solucionar esses problemas,que seria necessários que todos participem de forma a

contribuir para que a empresa consiga mais projetos e que, cada a área se

desenvolva mais e com isso melhore a sua performance diante ao desafios.

O gerente de projetos ficou como o facilitador e os integrantes do grupo de AL

como os que irão expor os problemas de comunicação. A reunião foi marcada para o

dia seguinte e o gerente de projetos pediu para que todos relacionassem os

problemas sem medo ou desconfiança. Ele pediu para que todos participassem de

forma a contribuir com idéias ou sugestões. O grupo topou em fazer essa ―sessão‖

de Action Learning na manhã seguinte expondo as suas dificuldades.

4.1.9 Segunda “sessão” de Action Learning

A segunda reunião foi feita na parte da manhã com todos os envolvidos. O

gerente de projetos não quis começar com uma pauta e sim deixar para que o grupo

direcionasse o primeiro problema a ser discutido. Então o grupo pontuou o primeiro

problema que era a falta de feedback da gerencia sobre o aproveitamento individual

de cada um.Não se tinha um parâmetro para saber se eles estavam atendendo ou

não a expectativa do gestor. E isso ocasionava um desconforto no pessoal. O gestor

expôs que o elogio ou a cobrança fazem parte do processo, e colocou também que

a sua equipe tinha um desempenho acima do esperado e que não seria necessário

ficar elogiando toda hora, pois para ele o elogio era entregar o projeto no prazo

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mostrando que a equipe tem garra e determinação para desenvolver os trabalhos e

assim chegar ao objetivo.

Outro ponto era que não se tinha um canal eficiente de comunicação. Eles

tinham email, ramal, mas em certos momentos isso não adiantava de nada, as

pessoas envolvidas não ―alimentavam‖ os outros envolvidos com as informações

pertinentes a cada projeto. Por acharem que algumas informações não eram

levadas ao conhecimento por acharem irrelevante, fez com a empresa perdesse

vários projetos no ano de 2014.

As ferramentas de comunicação fornecidas eram suficientes para que o grupo

trocasse informações entre si, o que poderia estar ocorrendo era àmá utilização

desses canais de informação, e isso estava impactando nos projetos.

A equipe de projetos estava receosa em apontar os problemas para o gestor,

pois isso poderia trazer problemas futuros em possíveis reestruturações na empresa,

ficar apontando problemas poderia ser um ponto a ser levado em consideração. O

gestor deixou claro que aqueles problemas eram de todos os envolvidos e que cada

um ali estava contribuindo para resolver os problemas de forma clara e objetiva e

que no futuro esses problemas fossem tratados de forma mais madura por todos os

envolvidos.

Um ponto que o grupo foi unânime é que a empresa precisaria adquirir

equipamentos novos para a área de projetos, que varias solicitações de compra

foram enviadas, mas sempre foram canceladas, a compra de equipamentos novos

para a área de projetos poderiam trazer um desenvolvimento mais rápidose com

isso desenvolvendo produtos e melhorias de forma a atender com mais agilidade. O

gestor disse que levaria isso ao setor de comprar para entender por qual motivo

esses equipamentos não foram comprados uma vez que já formam solicitados

havendo a necessidade de adquiri-los.

Para o gestor de projetos a reunião fluía de forma satisfatória, mas o ponto

que ele queria trabalhar de forma clara era a falta de comunicação entre os

membros da equipe, os pontos mencionados são importantes, mas era necessário

entender essa falta de comunicação, como facilitador ele fez uma pergunta a sua

equipe: Porque vocês não se comunicam de forma clara e objetiva entre vocês?

Um membro da equipe respondeu a pergunta do gestor dizendo que a

comunicação é uma forma natural do ser humano e para você se comunicar não

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necessariamente tem que ser de forma clara e objetiva, comunicação flui de forma

natural e para tal não é necessário nenhuma ―formula‖ e que todos naquela área

sabiam repassar as informações necessárias para o desenvolvimento das

atividades.

Para outra pessoa da equipe a falta de comunicação se dava pelo fato de que

cada um que trabalha ali sabe o que tem que fazer da forma que tem que fazer e

qual resultado têm que alcançar. Mas talvez a melhor resposta estivesse por vir com

o mais experiente profissional de projetos, Segundo ele, comunicação acontecia

porque ninguém ali na visão dele queria aprender uns com o outros, pensavam que

já sabiam tudo não queriam aprender e nem passar o conhecimento, cada um ali

tinha uma experiência anterior e isso fazia com que eles não necessitavam de

aprender nada já sabiam tudo.

O gestor ouvindo tudo aquilo que era falado, salientou que a troca de

experiência era fundamental para o crescimento individual e coletivo. Que isso

poderia trazer resultados excelentes para o grupo e consequentemente para a

empresa. Ele se direcionou para o grupo e indagou se tudo que era falado estava de

comum acordo por todos os mesmos disseram que sim. Eles confiavam que

estavam preparados para os desafios, mas naquela reunião perceberam que era

necessário aprender mais com os erros, com as experiências passadas e com os

outros membros da equipe. Perceberam que a falta de comunicação pelo fato de ao

perguntar uns para o outro poderia transparecer que eles não sabiam nada.

Para o gestor a falta de comunicação é a pior variável dentro de projetos, pois

a informação é o que move o desenvolvimento, é compreendido que essa é uma

variável que influencia, dentro de projetos, existem outras variáveis que contribuem,

mas a comunicação é um fator essencial para o trabalho em equipe.

Para o gestor a falta de comunicação é a pior variável dentro de um projeto,

pois a informação é o que move o desenvolvimento, é compreendido que essa é

uma variável que influencia que existem outras variáveis que contribuem, mas a

comunicação é um fator essencial para o trabalho em equipe.

Para todos os envolvidos naquela sessão de Action Learning entenderam o

que estava acontecendo. Fizeram uma análise que a principio parecia superficial ao

apontar os dos problemas de comunicação em projetos. Porém, eles começaram a

perceber que saber se comunicar fazia parte das suas competências como

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profissional, e que o método que está sendo implantado pode ser de grande

contribuição para o grupo. A empresa estava perdendo os seus projetos, não por

falta de capacidade de seus colaboradores, mas sim pelo simples fato de não saber

passar as informações adiante.

Ficou claro para a equipe que o Action Learning é um método que trabalha os

problemas pontuais e ações imediatas. A equipe de projetos necessitava de um

método de trabalho e o método AL para ser aplicado necessitava do empenho de

todos. Depois de algumas reuniões o ―plano piloto‖ caminhou de forma que facilitou

as pessoas tomarem com ações mais objetivas não deixando os problemas se

arrastarem. E que cada membro de equipe possa aprender e se desenvolver

melhorando os resultados dos projetos e da empresa.

4.1.10 Situação atual do método Action Learning na área de projetos da empresa

O grupo conta atualmente com o gerente de projetos como facilitador, 4

colaboradores que trabalham na área de projetos sendo dois Engenheiros de

Produção , um Engenheiros Mecânicos e um Engenheiro Elétrico e mais dois que

formam agregados de outras áreas, sendo um Analista de Compras e um Técnicos

em Materiais conforme Figura 9. Com isso, a área de projetos começa a criar uma

cultura diferente em relação a como repassar as informações e como tratar as

informações recebidas. Ainda existe alguns pontos a serem trabalhados, mas o

método Action Learning em primeiro momento mostrou que pode ser eficiente ao

solucionar o problema de comunicação. O projeto foi implantado há dois meses. É

prematuro saber se as pessoas conseguirão dar continuidade a tudo que foi

proposto, pois havia uma resistência em colocar o método em prática. Por mais que

os resultados começam a aparecer ainda de forma tímida, é visível que o método

começou a gerar algumas melhorias para os envolvidos. O gestor de projetos

sinalizou que a informação começa a fluir de forma mais clara, os prazos

começaram a serem cumpridos, os problemas decorrentes na elaboração dos

projetos começam a ser tratados quando surgem ou quando se observa que alguma

variável possa atrapalhar no desenvolvimento do projeto.

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Figura 9. Organograma dos participantes das ―sessões‖ de Action Learning

Fonte: Dados da Pesquisa, 2015.

4.1.11Aplicação de melhorias utilizando idéias das “sessões” de Action Learning

Com o AL algumas idéias de melhorias expostas nas ―sessões‖ foram

implantadas na área de projetos. Um mural para recados tanto da empresa quanto

do gestor da área, por exemplo. Nesse quadro também é colocado os KPI’s da

equipe. Outro quadro implantado utiliza o método Kanban, sinalizando como está o

desenvolvimento na área de projetos conforme Figura 10. Foram colocados nesse

quadro alguns itens para serem avaliados, os itens escolhidos foram: comunicação,

organização, informação, feedback , sinergia da equipe e por último solução de

problemas. Esses itens são avaliados ao longo do dia pelo gestor de projetos , se o

item está fluindo de forma satisfatória é sinalizado com um símbolo verde (BOM). Se

o item está sendo feita por alguns membros da equipe e não pelo grupo e sinalizado

com o símbolo amarelo (REGULAR). E se algum item não foi avaliado pela equipe e

isso está impactando no desenvolvimento dos trabalhos e sinalizado com o símbolo

vermelho (RUIM). Diante dessa sinalização em vermelho e feita uma reunião para

saber os motivos e caso não seja a falta de comunicação, quais são as variáveis que

estão impactando na condução dos projetos.

Gestor de Projetos

(Facilitador)

Engenheiro de Produção

Engenheiro de Produção

Engenheiro Mecânico

Engenheiro

Elétrico

Analista de Compras

Técnicos em Materiais

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Figura10. Avaliação realizada dentro da área de projetos

Fonte: Dados da Pesquisa, 2015.

Por outro lado, a implantação do método Action Learning começou a

despertar um interesse de outros gestores. Apresentaram interesse de usar o

método nas suas respectivas áreas. O diretor da empresa esta disposto em aplicar o

método para toda a empresa e não apenas em uma área especifica. Isso dependerá

do ―plano piloto‖ realizado na área de projetos, seja aplicado em conflitos de

comunicação, mas também em áreas onde a falta de uma ação em conjunto impacta

nas operações. O método incentiva a ação pelo aprendizado em grupo, de certa

forma há um aprendizado individual, mas para que ocorram os benefícios em grupo

é necessário que se pense no macro, para que a empresa possa chegar aos

resultados almejados.

4.2 Análises dos Resultados

Analisando os resultados colhidos na implantação do ―plano piloto‖ de Action

Learning, pode se chegar a algumas observações em relação à implementação

desse método na empresa. Para que o método seja eficaz a primeira coisa a se

fazer é trabalhar as pessoas conhecido com mindset (traduzido literalmente consiste

na configuração da mente), pode ser observado que as pessoas que estão

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trabalhando dentro das organizações ficam em ―pânico‖ quando houve a palavra

mudança. Seja no setor ou até mesmo na empresa, quando se tem essa reação

para o novo, pode transparecer que todos ali estão alienados com as suas tarefas e

que a mudança só traria ―problemas‖ para o andamento das atividades diárias, mas

o que se observa fazendo uma reflexão breve é que as empresas buscam renovar

as suas idéias e conceitos quanto ao mercado, para que cada vez mais possa

atender a necessidade de seus consumidores.

A empresa pesquisada consegue atender os seus clientes, mas quando ela

não consegue não há uma busca em entender o porquê que não ocorreu esse

atendimento, o fato de ser uma empresa de nome no mercado não garante que seus

processos atuam de forma satisfatória, e que a sua área de projetos anda conforme

a expectativa tanto da empresa quanto do cliente.

Outro ponto analisado é que o Action Learning sozinho deverá solucionar

todos os problemas da área de projetos, é necessário que o método seja levado

adiante para que a sua aplicação amadureça, é necessário despertar no grupo que

as suas ações têm de alguma forma um impacto que acaba sendo sentido por todos,

quando um projeto é finalizado e entregue a equipe demonstra que está com a

mesma sinergia e foco, mas quando o projeto fracassa ou é cancelado, é necessário

que a equipe entenda onde errou e solucione os erros na forma de uma

comunicação entre os envolvido,e que isso sirva de ―impulso‖ para novas idéias,

novas atitudes e por que não em novos conceitos, talvez em algum momento o

Action Learning possa mostrar que seja necessário abandonar velhos conceitos e

adquirir novos conceitos, métodos, ferramentas, etc., para que todos estejam

integrados com as diretrizes da empresa e o que ela espera dos seus colaboradores

envolvidos em seus projetos.

Para usar o método AL é necessário ter um treinamento sobre o método, a

literatura pode direcionar para a implementação, mas nesse estudo de caso

demonstrou que, a literatura direcionada, mas é necessário ter uma pessoa treinada

no método, para que possa ser feita uma interação melhor nas ―sessões‖ de AL,

quando houve uma dificuldade na implementação do método, principalmente na

escolha dos membros para as ―sessões‖. Ficou evidente que por não saber o

método na integra houve algumas divergências de como era para ser implantado e

de como foi implantado, e isso quase comprometeu a implementação do método, ele

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foi realizado da forma que a teoria descrevia, mas a falta de algo mais palpável

como uma vivência do método antes da implementação poderia ser de grande ajuda

na elaboração dessa equipe de Action Learning. Essa observação ficaria como

ponto de melhoria ou estudos futuros sobre a implementação do método Action

Learning.

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5 CONCLUSÃO

O presente estudo teve por objetivo analisar se o método Action Learning

pode contribuir para identificar a falta ou falha de comunicação no gerenciamento de

projetos. A coleta de dados, efetuada por meio de um estudo de caso envolvendo

uma empresa do setor de eletrônica, permitiu que fosse possível responder aos

objetivos específicos, bem como o objetivo geral.

Em relação ao objetivo geral a ferramenta Action Learning contribuiu para

identificar a falta ou falha de comunicação no gerenciamento de projetos. Ao se

realizar as ―sessões‖ de Action Learning os membros puderam expor as suas idéias

bem como as suas dificuldades. O gestor da área de projetos identificou que a sua

equipe estava sem um direcionamento adequado. Os problemas que a área de

projetos tinha eram por uma falta de comunicação entre os membros, mas também

se identificou que não era apenas a comunicação. A falta de um monitoramento

mais eficaz das atividades, impactava também no sucesso dos projetos. A gestão do

fator humano nas organizações requer dos gerentes uma compreensão apropriada

do comportamento de seus colaboradores, deve o gestor diagnosticar os problemas

organizacionais ocasionados por falhas na comunicação e ajudar a organização a

resolvê-los, tornando a comunicação eficaz.

A comunicação foi observada como é falha na maioria dos projetos, e isso

nem sempre ocorre por falta de ferramentas. A comunicação eficaz leva em

consideração diversos aspectos, como cultura, nível social, contexto, meio e todas

as formas de ruído existentes no processo.

O método Action Learning na gestão da comunicação em projetos foi visto

como uma iniciativa para garantir a geração, coleta e distribuição das informações

até o destinatário final. O Action Learning dentro da proposta de implantação teve

por objetivo transformar a comunicação de forma efetiva para que os projetos

obtenham sucesso, e com isso assegurar que a informação correta será entregue às

partes interessadas no momento certo e com eficiência.

Os objetivos específicos foram alcançados de forma satisfatória. Esse estudo

descreveu as práticas utilizadas de comunicação pelas empresas, onde se realizou

o estudo observando os ―canais‖ que são comuns a todos (e-mail, telefone), mas

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que na área de projetos estava sendo utilizado de forma errada, pelo fato das

informações não chegarem a que de fato era necessário, o canal estava certo, mas

sendo utilizado de forma parcial ou errada. Foi descrita as melhores práticas do

método Action Learning, e sendo assim foi aplicado o método na essência com a

formação de um grupo para as ―sessões‖ de AL, um facilitador para impulsionar os

problemas e assim fazer a reflexão com o grupo e chegar a uma solução dos

conflitos que são gerados no dia a dia além disso potencializou as ideias por

melhorias que seriam de grande valor para a área. Dentro disso as ―sessões‖

estimulavam o pensamento critico sobre as ações de cada um e como pode se

resolver os problemas de forma prática e objetiva não sendo necessário deixar com

que os problemas mal resolvidos impactem de forma negativa no desenvolvimento

dos projetos.

Outro ponto alcançado foi à implementação do método na área de projetos,

com isso tornou-se realidade um pensamento de se resolver esses problemas com o

Action Learning, mas isso só foi possível, porque a empresa almejava ter sucesso

em seus projetos, e por isso não poderia perder essas oportunidades de se

consolidar no mercado com um empresa que tem Know how para executar qualquer

tipo de projeto e entregar o que o cliente interno ou externo solicita da forma mais

eficiente possível.

Esse estudo apresentou algumas dificuldades quanto à implementação. As

pessoas da empresa estudada têm uma aversão a mudança e esse método para ter

êxito e necessário que as pessoas visem que ele pode influenciar de maneira

positiva em mudanças, oriundas das ―sessões‖ de AL, e que podem ser de grande

valia até em uma tomada de decisão por parte da empresa. Outro ponto observado

foi o excesso de vaidade dos gestores de outras áreas. Em um ambiente corporativo

os problemas internos são de competência de todos e não de áreas especificas,

quando é feita uma reunião para solucionar os problemas não é porque a área não

tem problemas que ela não possa contribuir para a solução em outras áreas. O

Action Learning integra essas pessoas que tem outras formações ou competência

para agregar conhecimento na solução dos problemas. As empresas modernas

começam a deixar de ser departamentais e passam a ser integradas, visando o

envolvimento de todos para que se consiga resolver as dificuldades, trazendo uma

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aprendizagem com os erros e utilizando de forma eficaz o capital humano da forma

mais dinâmica para as soluções de conflitos.

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ANEXOS1

Questionário para o Gerente de Projeto.

1- Como chegou a posição de GP? Conte um pouco da sua trajetória.

Após alguns anos como consultor membro da equipe responsável por fazer o

deploiment de projetos no cliente, adquiri experiência nas metodologias de

gerenciamento de projetos e fui promovido a Gerente de Projetos.

2- Quantos projetos você já participou? Fez algum treinamento? Interno ou

Externo?

Atuando como consultor entre os anos de 2008 e 2014, tive a oportunidade de

participar inúmeros projetos, variando de curto (uma semana), médio (03 meses) e

longo prazo (acima de 12 meses).

Possuo treinamento em Gerenciamento de Projetos pela UNICAMP, pautado nos

princípios do PMBOK, do PMI.

3- Quais os tipos de projetos você já executou ao longo da carreira?

Projetos de Consultoria, envolvendo o desenvolvimento e implementação de Sistema

de Gestão da Qualidade, Meio Ambiente, Segurança e Saúde Ocupacional e

Responsabilidade Social certificáveis.

4- Qual o número médio de pessoas envolvidas?

Geralmente os projetos continham equipe de 5 a 7 membros.

5- Existe algum conflito identificado que você pode mencionar? Conte como

gerenciou o conflito? Aponte exemplos de conflitos gerenciados com

resultados positivos e outro com resultados negativos.

Notadamente, os conflitos ocorridos foram em decorrência de ruídos na

comunicação, sejam entre o gerente do projeto e os demais integrantes do time,

entre os integrantes do time e/ou entre o cliente e o time.

6- A empresa faz algum tipo de avaliação ao final de cada projeto? Como avalia

os erros cometidos dentro do projeto? Existe algum tipo de registro? Existe a

prática de consultar os projetos finalizados?

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Devido à natureza da empresa, focada na prestação de serviços, todos os projetos

eram avaliados e validados pelo cliente, após a entrega. Os eventuais erros

ocorridos eram prontamente sanados antes da conclusão do projeto e

documentados, para que fosse possível analisar as falhas e revisar

estratégias/ações, para impedir que voltassem a ocorrer.

7- Existe algum problema de comunicação? Cite três dificuldades que enfrentou

no processo de comunicação e como o problema foi solucionado.

Tendo como base minha experiência, acredito que os ruídos de comunicação são os

principais ofensores no desenvolvimento de um projeto. Isto porque, caso as

demandas – sejam elas externas ou internas – não forem bem transmitidas, teremos

dificuldades em entregar o que o cliente – externo ou interno – deseja. Uma maneira

que encontramos para mitigar este problema foi implementar um questionário de

entrevista, para documentar as demandas, e alterar a maneira com a entrevista era

conduzida, buscando sempre perguntar repetidas vezes a mesma pergunta com a

finalidade de depurar a resposta e ter maior assertividade na obtenção e registro da

demanda.

8- Quais os recursos/ferramentas de comunicação disponibilizados pela

empresa? A equipe usa os recursos de forma correta?

São utilizados formulários específicos para elaboração de relatório de entrevista,

além das ferramentas usuais de comunicação, como email e telefone. De maneira

geral, a equipe utiliza corretamente as ferramentas.

9- Todas as informações sobre o projeto são reportadas aos responsáveis (a

você) de forma correto-satisfatória?

De maneira geral, sim.

10- Quando a equipe falha na comunicação, qual é o impacto dentro do projeto?

Quando não identificadas à tempo, as falhas de comunicação podem prejudicar

gravemente o projeto, alterando o direcionamento das ações e, consequentemente,

o entregável.