colégio de s. josé (ramalhão)

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Relatório Colégio de S. José (Ramalhão) Área Territorial de Inspeção do Sul Processo NUP 10.03.24/00296/EMS/17 ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS ESTABELECIMENTOS DO ENSINO PARTICULAR E COOPERATIVO Cópia para publicação, na qual foi expurgada a matéria reservada existente no documento original, homologado pelo Subinspetor-Geral da Educação e Ciência em 01-10-2018.

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Relatório

Colégio de S. José (Ramalhão)

Área Territorial de Inspeção do Sul

Processo NUP 10.03.24/00296/EMS/17

ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS

ESTABELECIMENTOS DO ENSINO

PARTICULAR E COOPERATIVO

Cópia para publicação, na qual foi expurgada a

matéria reservada existente no documento original,

homologado pelo Subinspetor-Geral da Educação e

Ciência em 01-10-2018.

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ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS ESTABELECIMENTOS DO ENSINO PARTICULAR E COOPERATIVO

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I. ENQUADRAMENTO

1. Preâmbulo

A atividade Organização e Funcionamento dos Estabelecimentos do Ensino Particular e

Cooperativo (OFEEPC) integra o plano de atividades da Inspeção-Geral da Educação e Ciência,

visando:

Verificar a existência das estruturas de gestão pedagógica.

Confirmar o cumprimento das matrizes curriculares.

Apreciar a fiabilidade dos registos de avaliação e de certificação.

Analisar a organização dos procedimentos administrativos.

Verificar o cumprimento dos requisitos aplicáveis ao nível:

dos recursos humanos;

dos recursos materiais;

dos procedimentos de segurança.

Verificar a correção dos procedimentos de execução dos contratos de apoio à família.

Assegurar o cumprimento do dever de transparência1.

De acordo com a metodologia desta atividade, em resultado de cada intervenção é elaborado um

projeto de relatório, o qual é remetido ao estabelecimento de educação e ou ensino

intervencionado, para pronúncia no prazo de 10 dias, podendo, neste período, ser demonstrada

a correção de eventuais desconformidades. Esta pronúncia é refletida no documento, que então

se converte em relatório, o qual é homologado e remetido à escola.

Se o relatório identificar eventuais incumprimentos em matérias que não são da competência da

IGEC, o documento homologado é igualmente remetido à(s) entidade(s) competente(s) nessa(s)

matéria(s).

Após a receção, pela escola, do relatório homologado, decorre um período de 60 dias para

implementação das medidas necessárias ao cumprimento das recomendações nele incluídas,

devendo a escola comunicar à IGEC as diligências efetuadas nesse sentido, apresentando os

correspondentes comprovativos.

Findo este prazo, a IGEC verifica o cumprimento das supramencionadas recomendações

(intervenção sequencial) e, caso persistam situações não corrigidas, comunica esse facto à

tutela, ou aos serviços da administração educativa competentes.

2. Introdução

A presente intervenção foi determinada por despacho de 21 de fevereiro de 2017 da chefe da 1 Artigo 39.º do Estatuto do Ensino Particular e Cooperativo de nível não superior, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 152/2013, de 4 de novembro

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Equipa Multidisciplinar da Área Territorial de Inspeção do Sul, e foi executada pela equipa de

inspeção constituída pelos inspetores António Barata e Manuel Espadanal entre os dias 15 e 22 de

maio de 2017.

Ao longo das três etapas da intervenção (preparação, trabalho de campo e elaboração do

relatório) foram consultados documentos diversos da escola (autorização de funcionamento e

respetivos averbamentos e aditamento, projeto educativo, regulamento interno, documentos de

planificação e operacionalização do currículo, processos individuais das crianças e dos alunos,

processos individuais dos docentes, listas e horários dos grupos e das turmas, medidas de

autoproteção contra incêndios em edifícios, licenças e relatórios das inspeções de segurança,

livro de manutenção, documentação relativa a contratos de apoio à família), foram realizadas

entrevistas com docentes, alunos, pais e encarregados de educação e a responsável pela

segurança, e foi realizada uma visita às instalações.

A equipa regista a atitude de mobilização dos responsáveis e professores da escola com quem

interagiu no decurso da intervenção.

3. Audiência prévia

Em 12 de abril de 2018, através de mensagem de correio eletrónico (NID E/05076/EMS/18), a

reitora do Colégio exerceu o direito de audiência prévia.

II. RELATÓRIO

1. Identificação e caracterização da escola

Designação:

Colégio de S. José, adiante designado por Colégio

Endereço:

Rua Elias Garcia, n.º 2, 2710-459, Sintra

Entidade titular:

APECEF – Associação para a Educação, Cultura e Formação, IPSS, homologada por despacho de

19-11-2014, da Subdiretora-Geral da Direção-Geral da Administração Escolar (DGAE)

Autorização de funcionamento:

Alvará n.º 694, emitido em 24 de setembro de 1942 pelo Ministério da Educação Nacional -

Inspeção-Geral do Ensino Particular

Oferta educativa:

Educação pré-escolar, 1.º, 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e ensino secundário

Direção pedagógica:

Colegial, constituída por Ana Isabel Henriques da Costa Feitor e Maria João Guerreiro dos Anjos,

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como consta do aditamento ao alvará, de 27 de fevereiro de 2014, da DGAE, as quais são

detentoras de habilitações e experiência pedagógica adequadas para o exercício do cargo.

Contratos e ou acordo celebrados com o Estado:

O Estado tem vindo a celebrar com a entidade titular do Colégio de S. José contratos de

desenvolvimento, a que se refere o artigo 9.º do Estatuto do Ensino Particular e Cooperativo de

nível não superior, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 152/2013, de 4 de novembro, adiante

designado por Estatuto.

Transparência:

O Colégio de S. José (Ramalhão) tem uma página na internet onde, entre outros aspetos, consta

a proposta educativa, os princípios que sustentam a organização curricular adotada e a

composição da direção. Também tem uma conta numa rede social onde divulga diversas

informações, incluindo as suas atividades. À entrada dos serviços administrativos estão afixadas

as modalidades e níveis de ensino ministrados, o custo das mensalidades e demais encargos, bem

como a autorização de funcionamento. No entanto, não é divulgada informação sobre o corpo

docente.

*

Em sede de audiência prévia, a reitora do Colégio referiu que: Todas as famílias do Colégio têm pleno

conhecimento de quem são os professores dos seus filhos, tendo também toda a facilidade de comunicar com cada

um, sempre que entendam necessário.

Ainda assim, de acordo com a vossa recomendação, iremos disponibilizar o acesso a informação mais detalhada sobre

o corpo docente.

Esta situação será confirmada na intervenção sequencial. Sublinha-se, contudo, que o artigo 39.º

do Estatuto determina que a divulgação da informação relativa aos aspetos aí referidos seja

pública, e não apenas destinada às famílias dos alunos.

*

O projeto educativo e o regulamento interno, bem como a tabela de preços são dados a

conhecer aos pais e encarregados de educação no momento da matrícula, e, no início do ano

escolar, são enviados por e-mail, encontrando-se disponíveis, também, nos serviços

administrativos.

Livro de reclamações:

O Colégio dispõe de livro de reclamações, o qual está divulgado, com a identificação completa e

a morada da entidade competente para apreciar as reclamações (e junto da qual o utente pode,

querendo-o, apresentar também a sua reclamação), como estipulado na subalínea ii) da alínea c)

do n.º 1 do artigo 3.º do Decreto-Lei n.º 156/2005, de 15 de setembro, alterado e republicado

pelo Decreto-Lei n.º 74/2017, de 21 de junho.

2. Comunidade escolar

Frequentam o Colégio 671 crianças e alunos: 80 crianças da educação pré-escolar (distribuídas

por quatro salas); 199 alunos do 1.º ciclo do ensino básico (oito turmas, duas por ano de

escolaridade); 155 do 2.º ciclo (três turmas do 5.º ano e quatro turmas do 6.º ano); 168 do 3.º

ciclo (três do 7.º ano, duas do 8.º ano e três do 9.º ano de escolaridade) e 69 alunos do ensino

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secundário (três turmas, uma por ano de escolaridade). Pese embora seja respeitada a lotação

global autorizada, a lotação é excedida no 2.º ciclo do ensino básico e na educação pré-escolar.

*

Em sede de audiência prévia, a reitora do Colégio esclareceu que [n]o presente ano letivo, o número

de alunos a frequentar o Colégio respeita a lotação autorizada para cada Ciclo de ensino, tal como consta na

autorização de funcionamento do Colégio (…).

Esta situação será verificada na intervenção sequencial.

*

A comunidade escolar é, ainda, constituída por 61 elementos que exercem funções docentes e

46 trabalhadores não docentes, dos quais dois são psicólogos, cinco exercem funções

administrativas e doze são técnicos das atividades de enriquecimento curricular.

3. Documentos estruturantes

O Colégio formalizou o projeto educativo e o regulamento interno, que foram enviados, para

conhecimento, aos serviços competentes do Ministério da Educação, pelo que foi respeitado o

determinado no n.º 2 do artigo 27.º e no n.º 6 do artigo 37.º, ambos do Estatuto.

As estratégias de concretização e desenvolvimento do currículo são objeto de planificação pelos

docentes, em reuniões promovidas para o efeito.

O regulamento interno define, entre outros aspetos, o regime disciplinar dos alunos e os serviços

de utilização obrigatória e de utilização facultativa. No entanto, não explicita as regras de

prioridade na admissão de alunos.

O projeto educativo resultou do diálogo entre os diversos elementos da comunidade educativa e

é aprofundado no âmbito da formação anual dos profissionais, docentes e não docentes, e nos

encontros com os pais e encarregados de educação no início e ao longo do ano letivo, estando

prevista a sua avaliação periódica.

O “projeto curricular” para o ano letivo de 2016-2017 decorre do projeto educativo e identifica,

entre outros aspetos, a proposta curricular do Colégio, definindo, para cada ciclo, nível de

educação ou nível de ensino: estrutura curricular e metas de aprendizagem, critérios de

avaliação, critérios de organização de turmas, critérios de elaboração dos horários e a oferta

extracurricular.

4. Organização do currículo

As estratégias de concretização e desenvolvimento do currículo constam dos planos de atividade

das turmas, bem como das planificações elaboradas pelos docentes. Algumas destas estratégias

constam mesmo do “Projeto Curricular 2016/2017”, de que são exemplos, ao longo dos vários

níveis de educação e ensino, os concursos de Matemática, os Jogos Matemáticos ou as

Olimpíadas da Matemática, que culminam no “Open Day”, o qual integra também a participação

no Campeonato Nacional de Jogos Matemáticos. A Feira da Ciência concretiza um conjunto de

estratégias de descoberta e consolidação desta área do conhecimento, desde a educação pré-

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escolar, tal como acontece em outras áreas curriculares, como música, artes plásticas e

expressão dramática, ou ainda na disciplina de programação.

As crianças da educação pré-escolar usufruem cinco horas diárias e 25 horas semanais de

atividades educativas, da responsabilidade da educadora titular de grupo. O horário está

compreendido entre as 9 h e as 16 h 30 min. O trabalho desenvolvido com as crianças é ainda

norteado pelo disposto nas anteriores orientações curriculares para a educação pré-escolar,

aprovadas pelo Despacho n.º 5220/97, de 4 de agosto, evidenciando transversalidade ao nível

das diferentes áreas de conteúdo e integrando a sensibilização à língua estrangeira – inglês, a

música, as artes, a matemática, a informática e a educação física. A educadora, em conjunto

com os docentes especializados, planeia, desenvolve e avalia estas atividades, assegurando a

perspetiva globalizante da ação educativa na educação pré-escolar.

*

Em sede de audiência prévia, a reitora do Colégio informou: Estamos em sintonia com o Despacho n.º

9180/2016, de 19 de julho.

Ainda assim, de acordo com a vossa recomendação, iremos fazer a planificação do próximo ano letivo à luz desse

documento, de modo a integrar de forma mais completa as novidades que inclui.

Esta situação será observada na intervenção sequencial.

*

Os horários das turmas do 1.º ciclo permitem constatar que a componente curricular está

organizada em 28 horas e 30 minutos semanais (1710 minutos), sendo cumprido o disposto no

anexo I do Decreto-Lei n.º 139/2012, de 5 de julho, alterado pelos decretos-leis n.º 91/2013, de

10 de julho, n.º 176/2014, de 12 de dezembro, e n.º 17/2016, de 4 de abril, conjugado com a

Portaria n.º 59/2014, de 7 de março. O Colégio oferece, em todos os anos de escolaridade, 240

minutos de inglês, oferta complementar (artes) e catequese/educação moral e religiosa católica

(EMRC), cada uma com a duração semanal de 60 minutos. Todas as turmas têm marcados no seu

horário 30 minutos para “assembleia”, integrada nas atividades de enriquecimento curricular.

No 2.º ciclo o total de tempo curricular a cumprir, por semana, é 1545 minutos no 5.º ano e 1470

minutos no 6.º ano, considerando 45 minutos para a disciplina de EMRC, pelo que é cumprido o

disposto no anexo II do Decreto-Lei n.º 139/2012, de 5 de julho, na sua redação atual, conjugado

com a Portaria n.º 59/2014, de 7 de março. Nestes tempos semanais não estão incluídos tempos

para a componente de apoio ao estudo, pelo facto de os mesmos não constarem dos horários dos

alunos. No entanto, o Colégio oferece aos alunos, diariamente, tempos para estudo,

acompanhados por um docente (segunda-feira, terça-feira, quinta-feira e sexta-feira das 17 h às

18 h e quarta-feira das 14 h 30 min às 16 h). Para além das disciplinas previstas na matriz

legalmente definida, o Colégio oferece, com caráter obrigatório para todos os alunos, as

disciplinas de latim (45 minutos no 5.º ano e 105 minutos no 6.º) e alemão (90 minutos no 5.º ano

e 105 minutos no 6.º). Nos horários constam, ainda, 60 minutos semanais para as reuniões de

“assembleia”.

No 2.º ciclo a disciplina de história e geografia de Portugal foi substituída, quanto aos conteúdos

lecionados, por uma disciplina de história.

*

Em sede de audiência prévia, a reitora do Colégio e ensino argumentou que [n]o termo do Ensino

Básico, os domínios de História e Geografia, constantes das metas curriculares aprovadas pelo Ministério da

Educação, estão apreendidos.

Ainda assim, de acordo com a vossa recomendação, estamos a rever o currículo e a designação destas disciplinas.

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Esta situação será verificada na intervenção sequencial.

*

No 3.º ciclo, o total de tempo a cumprir, por semana, é de 1570 minutos no 7.º ano, 1615 no 8.º

e 1590 no 9.º, pelo que é cumprido o disposto no anexo III do Decreto-Lei n.º 139/2012, de 5 de

julho, na sua redação atual, conjugado com a Portaria n.º 59/2014, de 7 de março. Por decisão

da direção do Colégio a disciplina de ciências naturais é apenas lecionada no 8.º ano, com uma

carga horária semanal de 290 minutos, e a disciplina de físico-química, também com uma carga

horária semanal de 290 minutos, é lecionada apenas no 9.º ano. Assim, na área disciplinar de

Ciências Físicas e Naturais apenas são lecionados, neste ciclo, 580 minutos, não sendo cumprido

o estipulado no anexo III do Decreto-Lei n.º 139/2012, de 5 de julho, na sua redação atual,

conjugado com a alínea a) do n.º 4 do artigo 3.º da Portaria n.º 59/2014, de 7 de março, que

estipulam uma carga letiva, nesta área, de 810 minutos e 607,5 minutos, respetivamente.

*

Em sede de audiência prévia, a reitora do Colégio referiu que [n]o presente ano letivo, está assegurada

a lecionação da componente das Ciências Físicas e Naturais no 3.º Ciclo, de acordo com os tempos legalmente

previstos, totalizando 610 minutos semanais.

Esta situação será verificada na intervenção sequencial.

*

Também na área disciplinar de Ciências Sociais e Humanas a direção decidiu que a disciplina de

geografia apenas seria lecionada no 7.º ano, com uma carga curricular semanal de 290 minutos.

No entanto, é cumprida a carga letiva, por ciclo, para esta área disciplinar.

No que diz respeito à disciplina de tecnologias de informação e comunicação, não é cumprido o

n.º 1 do artigo 11.º do Decreto-Lei n.º 139/2012, de 5 de julho, na sua redação atual, uma vez

que não é oferecida no 8.º ano. No 7.º ano esta disciplina designa-se programação.

*

Em sede de audiência prévia, a reitora do Colégio referiu que [o]s alunos do 3.º Ciclo do Colégio do

Ramalhão têm duas disciplinas no âmbito das tecnologias de informação e comunicação: Programação, no 7.º ano, e

Teatro e Multimédia, no 8.º ano. Os currículos destas disciplinas foram preparados de modo a abrangerem as metas

curriculares homologadas.

Ainda assim, de acordo com a vossa recomendação, estamos a rever o currículo e a designação destas disciplinas.

Esta situação será verificada na intervenção sequencial.

*

No ensino secundário, que o Colégio denomina “Liceu”, com uma turma por ano de escolaridade,

é oferecido o curso científico-humanístico de Ciências e Tecnologias, sendo cumprido o disposto

no anexo IV do Decreto-Lei n.º 139/2012, de 5 de julho, na sua redação atual, e no anexo I da

Portaria n.º 243-B/2012, de 13 de agosto, retificada pela Declaração de Retificação n.º 58/2012,

de 12 de outubro, alterada pelas portarias n.º 419-B/2012, de 20 de dezembro, n.º 59-B/2014,

de 7 de março, e n.º 165-A/2015, de 3 de junho, conjugado com a Portaria n.º 59/2014, de 7 de

março, com exceção da carga horária semanal da disciplina de educação física, no 11.º ano, à

qual correspondem apenas 100 minutos semanais.

*

Em sede de audiência prévia, a reitora do Colégio mencionou que [n]o presente ano letivo, está

assegurada a lecionação da disciplina de Educação Física no 11.º Ano, de acordo com os tempos legalmente previstos,

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totalizando 150 minutos semanais.

Esta situação será confirmada na intervenção sequencial.

*

O currículo oferecido aos alunos também integra as disciplinas de história, no 10.º (110 minutos)

e 11.º anos (100 minutos), desenho/teatro, também nos 10.º e 11.º anos (100 minutos) e

“desafios contemporâneos”, no 12.º ano (160 minutos).

*

Em sede de audiência prévia, a reitora do Colégio informou que [a]s matrizes curriculares em vigor no

presente ano letivo foram aprovadas pelo Conselho Pedagógico, conforme consta da respetiva ata. Foram

comunicadas às famílias no final do ano letivo anterior, com a indicação dos materiais didáticos a adquirir, e em

reuniões por turma, realizadas no início do ano letivo corrente.

Esta situação será confirmada na intervenção sequencial.

*

O Colégio, no âmbito dos serviços facultativos, disponibiliza academias extracurriculares: oficina

do teatro e da palavra, ballet, pop dance, hip-hop, schola cantorum, esgrima, taekwondo

songahm, ginástica rítmica, escolinha do Figo, ténis, fotografia, guitarra moderna, voz, aikido,

música (piano, violino, violoncelo, guitarra, flauta transversal, guitarra clássica) e natação.

5. Avaliação

A avaliação das aprendizagens das crianças/alunos desenvolve-se nas modalidades diagnóstica,

formativa e sumativa de modo contínuo e sistemático.

Os departamentos curriculares, em articulação com a coordenação e a direção pedagógica,

definiram e aprovaram critérios de avaliação para a educação pré-escolar, o ensino básico e o

ensino secundário, que constam dos diferentes planos de atividades de grupo e de turma. Os

critérios de avaliação foram também divulgados a alunos e encarregados de educação.

A avaliação na educação pré-escolar é feita trimestralmente, sendo comunicada e explicitada

em entrevista pessoal com os pais. A “Ficha Trimestral de Avaliação” avalia o desenvolvimento

pessoal de cada criança nas áreas de formação pessoal e social, desenvolvimento cognitivo,

desenvolvimento motor, expressão plástica, expressão e linguagem e matemática (para as

crianças de cinco anos, tendo por objetivo que no término da educação pré-escolar as crianças

tenham adquirido as noções básicas de quantidade, organização espacial e relações lógicas

dominadas). As crianças integram grupos mistos de três e quatro anos e grupos homogéneos de

cinco anos.

No ensino básico, no final de cada período letivo, a avaliação culmina na elaboração de uma

ficha da qual consta uma súmula descritiva da evolução das aprendizagens do aluno.

A informação resultante da avaliação sumativa é concretizada, no 1.º ciclo do ensino básico,

com a atribuição de uma menção qualitativa de Muito Bom, Bom, Suficiente e Insuficiente; nos

2.º e 3.º ciclos, com a atribuição de uma classificação de 1 a 5; e no ensino secundário, de 0 a 20

valores, em todas as disciplinas.

Estas classificações são tornadas públicas, no final de cada período letivo, dando cumprimento

ao disposto no n.º 3 do artigo 62.º do Estatuto.

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ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS ESTABELECIMENTOS DO ENSINO PARTICULAR E COOPERATIVO

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6. Organização dos serviços administrativos

Os processos das crianças e dos alunos analisados (20), que foram escolhidos de modo aleatório

(três da educação pré-escolar, seis do 1.º ciclo, quatro do 2.º ciclo, cinco do 3.º ciclo e dois do

ensino secundário), mostram-se organizados, e integram elementos de identificação, fichas de

registo da avaliação e registos biográficos, relatórios médicos e de avaliação psicológica,

programas educativos individuais, bem como relatórios circunstanciados. É assegurada a

confidencialidade da informação neles constante. Os alunos estão abrangidos por um seguro de

acidentes pessoais.

Os processos dos trabalhadores que exercem funções docentes que foram analisados (11)

mostram-se globalmente organizados e atualizados, dado que incluem elementos fundamentais

de identificação, comprovativos das habilitações académicas e profissionais e comprovativos de

robustez física e perfil psíquico.

A entidade titular aplica um sistema de controlo da assiduidade.

Os trabalhadores que exercem funções docentes, 61 no total, são, na generalidade, detentores

de habilitações profissionais e académicas adequadas ao curso que lecionam, nos mesmos termos

dos das escolas públicas, como determina o n.º 1 do artigo 45.º do Estatuto. No entanto, no caso

dos docentes abaixo discriminados, as habilitações afiguram-se insuficientemente adequadas

para as disciplinas que lecionam:

DOCENTES HABILITAÇÕES DISCIPLINA(S) QUE

LECIONA

(…) Post Graduate Certificate of Education, HE DISTANCE LEARN (FULL TIME

24 WEEKS OR MORE), Level 1 - Year of Programmme: 1 - University of

Sunderland + Lic. Em Design Gráfico

Inglês - 1.º CEB e

Sec.

(…) Licenciatura Lusófona - conclusão de 6 semestres, equivalentes a 180

ECTS, de acordo com o Despacho n.º 11316/2009, de 7 de maio.

Educação Física 5.º,

6.º e 7.º anos.

(…) Higher Diploma in Education (Postgraduate) for Secondary Education

(One academic year full-time or two academic years part-time study)

(University of the Witwatersrand, Johannesburg) + English Home

Language educator, - Grade 8-12, at Pretoria Technical High School

from 1991-2000 + Teacher's Federal Council.

Inglês 8.º, 9.º, 10.º e

11.º anos

(…) Sprache, Literatur und Kultur - Ludwig - Maximilians - Universität Müche

- Licenciatura em Línguas Literaturas e Culturas - Variante Estudos

Franceses FCSH UNL - e Curso de Pós-Graduação em Estudos

Portugueses FCSH - UNL

Alemão aos 7.º e 8.º

anos

*

Em sede de audiência prévia, a reitora do Colégio informou: Dos quatro docentes identificados no vosso

projeto de relatório, as professoras (…) e (…) já não fazem parte do nosso corpo docente, o professor (…) passou a

lecionar o Pré-escolar e o 1.º Ciclo. Quanto à professora (…) é nossa convicção que a sua habilitação é adequada para

a docência que exerce. Ainda assim, de acordo com a vossa recomendação, iremos averiguar, nomeadamente, a

situação de equivalência da habilitação da professora com o regime português. Teremos esse fator em conta na

distribuição docente do próximo ano letivo.

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ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS ESTABELECIMENTOS DO ENSINO PARTICULAR E COOPERATIVO

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Esta situação será certificada na intervenção sequencial

*

Na plataforma da Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC) foi

atempadamente preenchido o recenseamento escolar, pelo que se considera ter sido cumprido o

previsto no artigo 47.º do Estatuto.

Todos os trabalhadores do Colégio de S. José (Ramalhão), apresentaram certificados de registo

criminal, atualizados, em cumprimento do disposto no artigo 2.º da Lei n.º 113/2009, de 17 de

setembro, alterada pela Lei n.º 103/2015, de 24 de agosto, sendo que os mesmos se encontram

isentos dos registos mencionados nas alíneas a), b) e c) do n.º 4 do artigo 2.º do mesmo

normativo.

7. Instalações e equipamentos educativos

O Colégio de S. José funciona em dois edifícios integrados na Quinta do Ramalhão, com uma área

de cerca de 16 ha, propriedade da Congregação das Irmãs Dominicanas de Santa Catarina de

Sena.

Num dos edifícios funcionam as salas para a educação pré-escolar, com espaços adequados a

este nível de educação; no outro, de dois pisos, constituído por várias salas de aula, refeitório,

cozinha, ginásio, capela, biblioteca, sala de reuniões/assembleia, gabinetes, laboratórios,

devidamente equipados, e casas de banho adaptadas, funcionam os outros níveis de ensino, do

1.º ao 3.º ciclo do ensino básico e o ensino secundário.

Os espaços exteriores, inseridos na quinta, são polivalentes, com jardins, campos de diferentes

modalidades desportivas e recreios. É garantido acesso ao edifício e aos diferentes espaços

interiores e exteriores por pessoas com mobilidade condicionada.

A Autoridade Nacional de Proteção Civil (CDOS de Lisboa) emitiu parecer favorável, em 9 de

setembro de 2014, sobre as medidas de autoproteção contra o risco de incêndio.

Estão atualizados os certificados comprovativos da realização de vistorias ou inspeções aos

extintores de incêndio e às medidas de autoproteção contra incêndios em edifícios.

A entidade titular do Colégio contratou a prestação de serviços de refeitório com uma empresa,

a qual garante a implementação do sistema HACCP (Análise de Riscos e Pontos Críticos de

Controlo).

Existe livro de manutenção dos espaços desportivos, mas não existe livro de inspeção e

manutenção dos espaços de recreio, pelo que não é respeitado o disposto no artigo 30.º do

regulamento aprovado pelo Decreto-Lei n.º 203/2015, de 17 de setembro.

8. Contratos de apoio à família

O valor da anuidade, declarado no mapa resumo (Anexo II) do processo de candidatura ao

contrato de desenvolvimento de apoio à família, foi calculado de acordo com o ponto 5.º da

Portaria n.º 809/93, de 7 de setembro.

O valor da comparticipação do Estado, no âmbito do contrato antes referido, foi entregue, na

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ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS ESTABELECIMENTOS DO ENSINO PARTICULAR E COOPERATIVO

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totalidade, às famílias das crianças abrangidas pelo mesmo.

III. RECOMENDAÇÕES

1. Promover a divulgação pública de informação rigorosa e suficiente sobre corpo docente, nos

termos da alínea e) do n.º 2 do artigo 39.º do Estatuto do Ensino Particular e Cooperativo de

nível não superior, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 152/2013, de 4 de novembro.

2. Respeitar a lotação autorizada, tal como consta na autorização de funcionamento do Colégio

(a que se refere o artigo 32.º do Estatuto do Ensino Particular e Cooperativo de nível não

superior, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 152/2013, de 4 de novembro).

3. Proceder à planificação da atividade educativa com as crianças obedecendo às orientações

curriculares para a educação pré-escolar homologados pelo Despacho n.º 9180/2016, de 19

de julho.

4. Dar pleno cumprimento às matrizes legalmente definidas, nomeadamente:

4.1. Integrando na matriz curricular do 2.º ciclo (anexo II do Decreto-Lei n.º 55/2018, de 6

de julho, retificado pela Declaração de Retificação n.º 29-A/2018, de 4 de setembro)

uma disciplina denominada história e geografia de Portugal, respeitando os

conhecimentos, capacidades e atitudes previstos nos diversos documentos curriculares

vigentes, com particular destaque para as Aprendizagens Essenciais homologadas pelo

Despacho n.º 6944-A/2018, de 19 de julho;

4.2. Integrando na matriz curricular do 3.º ciclo (anexo III do Decreto-Lei n.º 55/2018, de 6

de julho, retificado pela Declaração de Retificação n.º 29-A/2018, de 4 de setembro)

uma disciplina denominada tecnologias de informação e comunicação, respeitando os

conhecimentos, capacidades e atitudes previstos nos diversos documentos curriculares

vigentes, com particular destaque para as Aprendizagens Essenciais homologadas pelo

Despacho n.º 6944-A/2018, de 19 de julho;

4.3. Assegurando, na componente de Ciências Físicas e Naturais, no 3.º ciclo, a lecionação

do tempo previsto no anexo III do Decreto-Lei n.º 55/2018, de 6 de julho, retificado

pela Declaração de Retificação n.º 29-A/2018, de 4 de setembro;

4.4. Assegurando, na disciplina de educação física, no 11.º ano, a lecionação do tempo

previsto no anexo VI do Decreto-Lei n.º 55/2018, de 6 de julho, retificado pela

Declaração de Retificação n.º 29-A/2018, de 4 de setembro, e no anexo I da Portaria

n.º 226-A/2018, de 7 de agosto.

5. Garantir que as matrizes curriculares, se elaboradas ao abrigo da autonomia na gestão do

currículo - prevista no n.º 3 do artigo 37.º do Estatuto do Ensino Particular e Cooperativo de

nível não superior, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 152/2013, de 4 de novembro, e

regulamentada pela Portaria n.º 59/2014, de 7 de março - sejam formalmente aprovadas,

constem de documento formal do Colégio e sejam previamente comunicadas aos pais e

encarregados de educação, tal como determina o n.º 4 do artigo 37.º do Estatuto.

6. Regularizar as situações relativas aos trabalhadores que exercem funções docentes, sem

habilitações académicas e profissionais adequadas para a docência das disciplinas ou das

áreas disciplinares que lecionam, em cumprimento do disposto no artigo 45.º do Estatuto do

Ensino Particular e Cooperativo de nível não superior, aprovado pelo Decreto-Lei n.º

Page 12: Colégio de S. José (Ramalhão)

ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS ESTABELECIMENTOS DO ENSINO PARTICULAR E COOPERATIVO

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152/2013, de 4 de novembro.

IV. PROPOSTAS

Propõe-se que:

1. O relatório seja homologado, nos termos do n.º 1 do artigo 15.º do Decreto-Lei n.º 276/2007,

de 31 de julho, alterado pelo Decreto-Lei n.º 32/2012, de 13 de fevereiro, e pela Lei n.º

114/2017, de 29 de dezembro.

2. O relatório homologado seja remetido:

2.1. Ao Colégio de S. José (Ramalhão), para conhecimento e cumprimento das

recomendações apresentadas no capítulo III deste relatório.

2.2. À Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares, para os devidos efeitos, atendendo ao

exposto nos parágrafos 8.º a 22.º da secção II.4 e no 4.º parágrafo da secção II.6 supra.

2.3. À Câmara Municipal de Sintra, para os devidos efeitos, atendendo ao exposto no 7.º

parágrafo da secção II.7 supra.

Local: Lisboa

24-04-2018

A equipa:

António Barata

Manuel Espadanal

V. HOMOLOGAÇÃO

Concordo.

À consideração do Senhor Inspetor-Geral da

Educação e Ciência, para homologação.

A Chefe de Equipa Multidisciplinar de

Acompanhamento, Controlo e Avaliação –

Sul

Teresa de Jesus 24-04-2018

Cópia para publicação, na qual foi expurgada a

matéria reservada existente no documento original,

por mim homologado em 01-10-2018.

O Subinspetor-Geral da Educação e Ciência

Por subdelegação de competências do Senhor Inspetor-Geral da

Educação e Ciência – nos termos do Despacho n.º 10918/2017, de

15 de novembro, publicado no Diário da República, 2.ª série, n.º

238, de 13 de dezembro de 2017