coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - ufrj

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COLETÂNEA DE TEXTOS SOBRE MONOGRAFIAS DO CURSO DE VIGILÂNCIA AMBIENTAL EM SAÚDE COLETÂNEA DE TEXTOS SOBRE MONOGRAFIAS DO CURSO DE VIGILÂNCIA AMBIENTAL EM SAÚDE

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Page 1: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

COLETÂNEA DE TEXTOS

SOBRE MONOGRAFIAS

DO CURSO DE

VIGILÂNCIA AMBIENTAL

EM SAÚDE

COLETÂNEA DE TEXTOS

SOBRE MONOGRAFIAS

DO CURSO DE

VIGILÂNCIA AMBIENTAL

EM SAÚDE

Page 2: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

Diretoria de Vigilância e

Controle Sanitário (DIVISA)

Núcleo de Estudos de

Saúde Coletiva

Secretaria de Saúde do

Estado da Bahia

Universidade Federal do Rio de Janeiro Centro de Ciências da Saúde

Núcleo de Estudos de Saúde Coletiva Curso de Especialização em Vigilância Ambiental em Saúde

TEXTOS SOBRE MONOGRAFIAS DO CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM VIGILÂNCIA AMBIENTAL EM SAÚDE

Organizadores:

Volney de M. Câmara (NESC/UFRJ)

Anamaria Testa Tambellini (NESC/UFRJ) Raylene Logrado Barreto (DIVISA/SESAB)

Denise Magalhães da Costa (DIVISA/SESAB)

- 2004 -

Page 3: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

Ficha Catalográfica Elaborada por: Regina Rezende dos Santos CRB. 5 / 1326

Textos sobre monografias do curso de Especialização em

Vigilância Ambienta em Saúde / Volney de M. Câmara... [et al.] -

Salvador-BA:

DIVISA, 2004.

479p.

1. Textos sobre monografias 2. Monografias do Curso de

Especialização em Vigilância Ambiental em Saúde.

I. Câmara, Volney de M. II. Universidade Federal do Rio de

Janeiro/ Núcleo de Estudos de Saúde Coletiva. III. Diretoria

de Vigilância e Controle Sanitário. IV. Título.

Page 4: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

EQUIPE TÉCNICA

ORGANIZADORES

Volney de M. Câmara (NESC/UFRJ) Anamaria Testa Tambellini (NESC/UFRJ)

Raylene Logrado Barreto (DIVISA/SESAB) Denise Magalhães da Costa (DIVISA/SESAB)

ORIENTADORES DE MONOGRAFIAS

Anamaria Testa Tambellini Carmem Froes Asmus

Heloísa Pacheco Ferreira Maria de Fátima Siliansky de Andreazzi

Maria Imaculada Medina Lima Maria Izabel de Freitas Filhote

Roberto Medronho Volney de M. Câmara

Este documento foi parcialmente realizado com recursos do Convênio realizado entre o NESC/UFRJ e a DIVISA através do projeto Contribuição para o Desenvolvimento da Vigilância Ambiental em Saúde para a Diretoria de Vigilância e Controle Sanitário – Divisa, da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia.

Page 5: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

II CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM VIGILÂNCIA AMBIENTAL EM SAÚDE

Coordenação do Curso

Volney de M. Câmara

Docentes do NESC/UFRJ Adriano da Rocha Ramos

Ana Maria Testa Tambellini Antonio José Leal da Costa

Carmem Froes Asmus Heloísa Pacheco Ferrreira

Maria Imaculada Medina Lima Maria Izabel de Freitas Filhote

Maria de Fátima Siliansky de Andreazzi. Monica Magnanini. Roberto Medronho.

Volney de M. Câmara

Docentes Convidados Alexandre Pessoa Silva, AMBIOS – São Paulo

Alonzo Herling, CGVAM/SVS/Ministério da Saúde Estela Maria Bonini, CGVAM/SVS/Ministério da Saúde

Fernando Ferreira Carneiro, CGVAM/SVS/Ministério da Saúde Flávio Pereira Nunes, CGVAM/SVS/Ministério da Saúde Maria da Glória Teixeira, Universidade Federal da Bahia

Jorge H. Machado, Fundação Oswaldo Cruz José A. Escamilla, Representação da OPAS no Brasil

José Antônio Cejudo Luiz Moraes, Universidade Federal da Bahia

Maria Conceição Q. O. Riccio, SUVISA/SESAB Marta Dantas, CGVAM/SVS/Ministério da Saúde

Olaf Malm, Instituto de Biofísica da UFRJ Raquel Rigotto Universidade Federal do Ceará Raylene Logrado Barreto, DIVISA/SESAB

Tadeu Dias Pais, Sub-Prefeito, Capela do Socorro, São Paulo Tânia Franco, Universidade Federal da Bahia

Secretaria Executiva na DIVISA/SESAB

Denise Magalhães da Costa (Coordenação Executiva) Raylene Logrado Barreto

Realização

Núcleo de Estudos de Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro

Apoio Divisão de Vigilância e Controle Sanitário (DIVISA) da Secretaria de Saúde do

Estado da Bahia Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade

Federal do Rio de Janeiro Representação no Brasil da Organização Pan Americana da Saúde (OPAS)

Page 6: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

LISTA DE ALUNOS APROVADOS

ANA CRISTINA SAMPAIO DE CERQUEIRA RÊGO

ANA MARIA SANTOS MESSEDER DE CASTRO

ANA ZULEIDE MENDANHA SANTOS ROSA

ANDREA HELENA ARGOLO FERRARO

ARUZIA DE OLIVEIRA LUNA E ALMEIDA

CARLOS LOPES DOS SANTOS

CRISTINA MARIA MOTA GESTEIRA

CASSIA SILENE OLIVEIRA

DARCI SANTOS SILVA

DENISE MAGALHÃES DA COSTA

ELIZETE AMARAL GOMES GONÇALVES

IONE ROSAS CASAIS E SILVA

ISAIR DE ABREU FARIAS

JANETE DOS SANTOS BENJAMIN

MÁRCIA GOMES DUARTE

MÁRCIA MOISES

MARCUS FERNANDES CARDOSO

MARIA CONCEIÇÃO QUEIROZ OLIVEIRA RICCIO

MARIA DA CONCEIÇÃO SALES RIBEIRO

MARIA CRISTINA PASSOS PRESÍDIO

MARIA TEREZA VARGAS LEAL MASCARENHAS

MARLY PEDREIRA DANTAS

NELSON LUIZ DA CUNHA

NÚBIA REGINA SILVA SANTOS

ORION DE QUEIROZ CARREIRA FILHO

RAYLENE LOGRADO BARRETO

ROSANA DE CASTRO PEREIRA

RUBEM CERQUEIRA DE SOUZA

SHEILA ANDRADE VIEIRA

SILVIO ROBERTO DOS ANJOS E SILVA

SONIA SANTOS OLIVEIRA

ULISSES NASCIMENTO NEVES FILHO

Page 7: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

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CONTRIBUIÇÃO PARA A VIGILÂNCIA EM SAÚDE AMBIENTAL NO ESTADO DA BAHIA

Volney de M. Câmara

Anamaria Testa Tambellini Raylene Logrado Barreto

Denise Magalhães da Costa (Organizadores)

Questões como a poluição dos diversos compartimentos ambientais, a

qualidade da água para consumo humano, os desastres naturais e por produtos

perigosos encontram-se na agenda dos países e instituições internacionais. A

complexidade destas questões evidenciam as dificuldades com que o Sistema

Único de Saúde (SUS) precisa se confrontar para realizar com êxito a promoção

de uma vida saudável às populações e garantir às futuras gerações um ambiente

mais propício à saúde das coletividades que compõem o mosaico de identidades

definidoras da nação brasileira. Este é o principal papel da Vigilância Ambiental

em Saúde (VAS).

A VAS compreende atividades que visam a obtenção de informações e

ações para conhecer os fatores do ambiente que se considera cientificamente

como determinantes e condicionantes da saúde do homem, com a finalidade de

recomendar e adotar medidas de prevenção e controle. A sua implementação no

Brasil teve como principal marco legal a Portaria do Ministério da Saúde no. 1399

de 15 de dezembro de 1999 e vem sendo conduzida pela Coordenação Geral de

Vigilância Ambiental em Saúde (CGVAM), atualmente setor da Secretaria de

Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, antes contida na Fundação Nacional

da Saúde.

A complexidade das situações de risco presentes no ambiente e de seus

efeitos à saúde das populações a elas expostas exigem para o seu enfrentamento

uma infra-estrutura do SUS que inclua recursos humanos capacitados,

equipamentos, apoio para análises laboratoriais e desenvolvimento de programas

especiais de prevenção e controle. Também devem ser privilegiados

diagnósticos/ações que tenham como premissas os preceitos da ética, uma

abordagem interdisciplinar, a articulação com os diversos setores do aparelho de

estado e a participação da população e de seus representantes na sociedade civil

na gestão, tomada de decisões e realização das atividades deste campo.

Page 8: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

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Visando contribuir para a formação de recursos humanos nesta área, o

Núcleo de Estudos de Saúde Coletiva desenvolveu o II Curso de Especialização

em Vigilância Ambiental em Saúde (VAS) em Salvador, Estado da Bahia, no

período de julho a dezembro de 2003. No primeiro curso, participaram alunos que

eram os coordenadores da Vigilância Ambiental em Saúde de diversos estados

brasileiros. A escolha da Bahia como local para este segundo curso teve como

principal critério o fato deste estado apresentar-se em um estágio de realização

do programa bastante desenvolvido, estando em fase de implantação as

atividades desta vigilância nas regionais de saúde (DIRES) que são responsáveis

pela atuação de diversos municípios, tendo a DIVISA manifestado interesse para

co-participar da realização deste curso em todos os níveis que se fizessem

necessários. Por outro lado, para o NESC a realização deste curso foi uma

experiência relevante, porque foi possível avaliar uma metodologia para

treinamento de profissionais inseridos na área visando a hierarquização de

atividades através do SUS em um estado e a contribuição para obtenção de maior

competência técnico científica neste campo de atuação.

Este curso visou discutir conceitos e metodologias para o desenvolvimento

de programas de Vigilância Ambiental em Saúde. Foi privilegiada uma abordagem

conceitual interdisciplinar/intersetorial das questões e pretendeu-se desta forma

que o profissional da Vigilância contribua, nos locais onde estiver trabalhando,

para a efetiva promoção das condições de saúde da população em parceria com

a comunidade e demais profissionais que atuam nesta área. Visou também:

• Analisar o planejamento e programação das ações dos programas de

vigilância inseridos no Sistema de Saúde.

• Conhecer os conceitos e fundamentos da Toxicologia Ambiental.

• Identificar os principais fundamentos e métodos da Epidemiologia e da

Bioestatística e sua aplicação no desenvolvimento dos programas de

vigilância.

• Conhecer os principais programas de computação úteis para a Vigilância

Ambiental em Saúde.

• Identificar as metodologias para monitoramento ambiental dos poluentes

ambientais.

• Avaliar as metodologias para monitoramento biológico e dos efeitos adversos

na saúde dos poluentes ambientais.

Page 9: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

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• Avaliar as medidas disponíveis para monitorar, prevenir e controlar a

exposição e os efeitos adversos das situações de risco presentes no

ambiente.

• Elaborar uma proposta de programa de Vigilância Ambiental em Saúde

aplicável ao município, local ou instituição do aluno.

Foram preenchidas 33 vagas durante o processo de seleção. Somente

foram aceitas inscrições dos candidatos com apresentação do diploma de

graduação reconhecido pelo Ministério da Educação. A avaliação discente

consistiu-se de provas e conceitos baseados no desempenho de atividades

didáticas. Destes 33 alunos, 32 foram aprovados e receberam o título de

especialista. A avaliação do curso foi realizada através da comparação de dois

questionários aplicados nas fases anterior e posterior do curso, na qual os alunos

pontuavam seus conhecimentos sobre os pontos levantados.

A carga horária total do curso foi de 360 horas e utilizou como principais

instrumentos didáticos seis disciplinas e a realização, por parte de cada aluno, de

uma monografia sobre temas de interesse em Vigilância em Saúde Ambiental. O

QUADRO 1 apresenta cada uma das disciplinas, bem como os principais temas

ministrados.

Quanto às monografias, principal objeto deste documento, os Professores

do curso indicaram duas possibilidades. A primeira seria o estudo da estrutura da

Vigilância Ambiental em Saúde do local de atuação do profissional/aluno, quer

seja o estado, a regional ou o município, sendo para isso, sugerido um roteiro que

incluía, entre outras questões, as políticas, estrutura, atividades existentes e

programadas, elaboração de diagnóstico em Saúde Ambiental e propostas a

serem implementadas. A segunda possibilidade incluiria a análise de temas

específicos de interesse para a VAS, de livre escolha dos alunos.

Esta publicação apresenta monografias que foram adaptadas sob a forma

de artigo, sendo as quatro primeiras sobre a estruturação/implementação

propriamente dita da VAS, seguidas de outras treze que analisam temas

específicos de interesse desta vigilância, incluindo: desenvolvimento institucional,

pactuação das ações de vigilância, capacitação, sistema de informação, atenção

primária ambiental, água para consumo humano (quatro monografias), acidentes

Page 10: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

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com produtos químicos, transporte de materiais radioativos e exposição ao

mercúrio.

A primeira monografia adaptada foi a de Raylene Logrado Barreto, que

contemplou uma avaliação da implantação da Vigilância Ambiental em Saúde no

Estado da Bahia, com destaque para a promoção de capacitações, especificando

a implantação do programa de vigilância e controle da qualidade da água para

consumo humano; o investimento no sentido da implantação da vigilância

relacionada à qualidade do ar e a vigilância relacionada à desastres e acidentes

em geral que envolvam substâncias químicas.

A implantação de uma proposta de estruturação da VAS no Município de

Salvador foi o tema de Ulisses N. N. Filho, que descreveu os principais aspectos

que caracterizam sua estrutura, enfatizando o contexto histórico, político,

institucional e organizacional.

A terceira monografia analisou a estruturação da Vigilância Ambiental em

Saúde no Município de Jequié. Darci Santos Silva, desenvolveu seu estudo com o

objetivo definir um modelo de implantação para orientar a prática da vigilância à

saúde em geral, auxiliando na instrumentalização específica do Sistema de

Vigilância Ambiental em Saúde, nos diferentes níveis de gestão.

Como convidada de outro estado, Sheila Vieira contribuiu apresentando

uma proposta de estruturação da VAS para o Acre. Entre outros, são descritos

aspectos históricos, geográficos e ambientais do Estado e a importância desse

setor dentro da organização da atenção à saúde. Foram destacados os

indicadores de vigilância ambiental em saúde, com a finalidade de direcionar e

auxiliar as pesquisas operacionais que servirão para embasar a VAS, sem perder

a visão da importância do trabalho interdisciplinar, as atividades em conjunto das

vigilâncias, a articulação com os diferentes atores institucionais públicos, privados

e com a comunidade.

Ana Zuleide M. Rosa avaliou o desenvolvimento institucional da área de

vigilância ambiental no âmbito do Ministério da Saúde. Abrangeu a sua trajetória a

partir dos anos 70 até os dias atuais, enfatizando a área da Coordenação Geral

de Vigilância Ambiental em Saúde - CGVAM da Secretaria de Vigilância em

Saúde – SVS.

Page 11: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

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A sexta monografia refere-se ao estudo realizado por Andréa Helena

Argolo Ferraro sobre a pactuação das ações da VAS no estado da Bahia em

2003. Seus resultados mostram a contribuição da Vigilância Sanitária para a

programação local de ações da VAS com especial referência àquelas que

objetivam atuar sobre os fatores não biológicos, ficando as ações destinadas aos

fatores biológicos com a Divisão de Vigilância Epidemiológica.

O desenvolvimento do Curso Básico de Vigilância Ambiental no Estado da

Bahia (CBVA) enfocando criticamente suas mudanças foi o tema apresentado por

Sonia Santos Oliveira, destacando o número expressivo de profissionais das

vigilâncias municipais e regionais participantes; a utilização dos princípios da

pedagogia da problematização; a diversificação metodológica; a necessidade de

revisão do material; e a aplicação do curso conforme programação atual, isto é,

com carga horária de oitenta horas para concentração e trinta de dispersão.

Marcia Gomes Duarte foi responsável pela oitava monografia, que

representa um termo de referência para o desenvolvimento de um sistema de

informação geográfico (GIS) como elemento de uma avaliação integral de riscos

ambientais que possa contribuir para a tomada de decisão dotados de maior

eficácia para a saúde pública através da avaliação integral dos riscos ambientais

a que uma população está exposta. Propõe-se o aproveitamento das informações

disponíveis nos sistemas já desenvolvidos e que estão sendo utilizados pelos

órgãos de controle ambiental de forma individualizada, o cruzamento destas

informações com dados de saúde e sua visualização cartográfica.

A estratégia da Atenção Primária Ambiental - APA e os desafios e

propostas para a sua implementação no Brasil são apresentados por Márcia

Moisés, através do relato dos eventos organizados pela Coordenação de

Vigilância Ambiental em Saúde - CGVAM da Secretaria de Vigilância em Saúde -

SVS/MS que contribuíram para a implementação da estratégia da Atenção

Primária Ambiental – APA no Brasil. A autora propõe recomendações, apontando

sugestões para nortear futuras ações a ser realizadas por técnicos, militantes,

ativistas e líderes que atuam ou venham a atuar na área de saúde e ambiente.

Maria Cristina Passos Presídio desenvolveu uma análise da qualidade da

água para consumo humano dos sistemas de abastecimento de água da 1ª

Diretoria Regional de Saúde (DIRES), composta pelos municípios de Candeias,

Page 12: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

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Camaçari, Dias D’Ávila, Itaparica, Lauro de Freitas, Madre Deus, Salvador,

Simões Filho, São Francisco do Conde, Santo Amaro e Vera Cruz, através do

banco de dados do sistema de informação de vigilância da qualidade da água

para consumo humano – SISÁGUA. Concluiu que a água fornecida pela rede de

abastecimento de água da regional, na maioria dos meses do ano de 2002,

apresentava sub-sistemas com amostras fora dos padrões estabelecidos pela

Portaria 36/90.

Ana Maria Santos Messeder de Castro fez uma avaliação do programa de

vigilância da qualidade da água para consumo humano para Salvador com o

objetivo de analisar os dados referentes ao cadastro, controle e vigilância. Os

resultados encontram-se em desacordo com a Portaria no 36/90GM e em relação

às ações de vigilância.

O padrão de potabilidade da água para consumo humano, na área de

abrangência da 6ª regional de saúde, mais especificamente as áreas urbanas do

município de Itacaré, foi analisado por Núbia Regina Silva Santos. Visou, entre

outros objetivos, realizar um levantamento e análise tendo em vista a

disponibilidade e caracterização desses recursos hídricos, como também traçar

um perfil das condições de saneamento das doenças de maior prevalência e de

assistência à saúde para as comunidades em estudo.

Cristina Maria Mota Gesteira contemplou em sua monografia um estudo da

fluoretação em água de abastecimento público no Município de Salvador,

verificando se os teores de flúor na água de abastecimento situavam-se acima,

abaixo ou na concentração recomendada e observou que grande parte das

amostras encontravam-se inadequadas, considerando-se os riscos/benefícios da

fluoretação da água.

Um levantamento preliminar dos acidentes com produtos químicos no

estado da Bahia representou a contribuição de Denise Magalhães da Costa para

a vigilância dos acidentes com produtos perigosos. As conclusões enfatizam o

predomínio dos acidentes marítimos, industriais e rodoviários, sendo os dois

últimos mais graves para o ambiente e a saúde. Também foi verificada que a

atuação dos setor saúde, apesar de incipiente, está começando a se estruturar

nesse sentido, buscando trabalhar articulado com os diversos órgãos envolvidos

no assunto através de um trabalho intersetorial e multidisciplinar.

Page 13: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

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Marly Pedreira Dantas avaliou as condições do transporte das fontes

radioativas a serem utilizadas nos 11 (onze) serviços de Medicina Nuclear de

Salvador/BA, baseando-se nos requisitos exigidos como meios de proteção e

segurança pela legislação pertinente em vigor. Observou que diversos itens

pesquisados na operacionalização do transporte das fontes radioativas,

contrariam o disposto nas normatizações vigentes, alguns considerados como

infrações graves sob o aspecto da proteção radiológica.

Cássia Silene Lima Oliveira descreveu o amálgama dentário, sua

composição, manipulação e uso, assim como o reconhecimento dos resíduos e

seu destino (lixo e esgotamento sanitário), dado o risco de uma metilação sutil na

presença de fatores facilitadores. Os dados foram obtidos por visitas em

consultórios e faculdade de Odontologia para observações de procedimentos de

trabalho, qualidade dos componentes do próprio amálgama, a qualidade

profissional dos serviços de restauração em amálgama, os procedimentos no

processo de trabalho que podem gerar mais resíduos e a ausência de

estruturação para a recuperação do mercúrio do amálgama dentário.

Por fim, Maria Conceição Queiroz Oliveira Riccio fez uma avaliação a

respeito da implementação da política de vigilância ambiental em saúde proposta

para o país , incluindo aspectos da sua estruturação organizacional no âmbito da

Secretaria de saúde do Estado da Bahia – SESAB, iniciada em 1999, no contexto

da vigilância à saúde.

Page 14: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

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QUADRO 1: TÍTULO, CARGA HORÁRIA E COORDENADORES DAS DISCIPLINAS DO CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM VIGILÂNCIA AMBIENTAL EM SAÚDE DA UFRJ, 2003.

TÍTULO, CARGA HORÁRIA E COORDENAÇÃO DA DISCIPLINA

EMENTA/TEMAS

Aspectos Conceituais, Estratégias e Medidas de Prevenção e Controle da

Vigilância Ambiental em Saúde (90 horas).

Coordenação: Maria Izabel de Freitas Filhote e Volney de Magalhães Câmara.

1ª parte: Conceitos, objetivos e componentes dos programas de Vigilância Ambiental em Saúde: Elementos e atividades; as situações de risco nos ambientes ocupacional e geral; fontes de informação; seleção de contaminantes químicos prioritários para inclusão nos programas de vigilância; e estudos de caso. 2ª parte: A identificação e gestão dos riscos; a determinação de níveis seguros de exposição e estabelecimento de normas de exposição; o processo de adoção de decisões; a comunicação dos riscos; a elaboração de programas educativos.

Organização do Setor Saúde e Vigilância Ambiental em Saúde (45 horas).

Coordenação: Anamaria Testa Tambellini e Maria de Fátima Siliansky

Sistema de Saúde - formas de organização e principais diretrizes e instrumentos jurídico-administrativos; processos e metodologia de programação de ações de saúde e diagnósticos administrativos; o programa de Vigilância Ambiental em Saúde e sua inserção no Sistema de Saúde; critérios multi-setoriais da vigilância; conceitos de hieraquização e descentralização e os níveis Federal, Estadual e Municipal de atuação do programa.

Noções de Toxicologia Ambiental (45 horas).

Coordenação: Carmen Asmus.

Conceitos básicos; toxicocinética; mecanismos de ação tóxica; avaliação da toxicidade; elementos da avaliação de risco; fontes de informação toxicológica; avaliação toxicológica.

Elementos de Epidemiologia para a Vigilância Ambiental em Saúde (90

horas).

Coordenação: Roberto Medronho

Medições apropriadas para fins de vigilância; calculo de taxas de morbidade e mortalidade; noções básicas de probabilidade e principais testes estatísticos; participação da Epidemiologia na avaliação de riscos; os aportes da Epidemiologia descritiva (estudos ecológicos) e analítica aos programas de vigilância.

Noções Básicas para a Utilização de Programas Computacionais em Atividades de Vigilância (45 horas).

Coordenação: Monica Magnanini

Apresentação dos programas e treinamento em computadores; exercícios; aspectos didáticos sobre os temas abordados.

O Monitoramento Ambiental e dos Efeitos Adversos à Saúde dos Agentes

Químicos (45 horas).

Coordenação: Heloísa Pacheco-Ferreira

Aspectos conceituais do monitoramento ambiental; fontes nacionais e locais de dados de monitoramento, redes de monitoramento, estatísticas sobre qualidade toxicológica de água, ar e alimentos; coleta e análise de amostras de ar; coleta e análise de amostras em água e alimentos; coleta e análise de amostras em solos e sedimentos; utilização da rede de laboratórios de toxicologia e o controle da qualidade analítica; bases conceituais do monitoramento biológico e monitoramento clínico; principais efeitos adversos; principais manifestações adversas dos metais no sistema nervoso e testes neurológicos úteis para o monitoramento; alterações de comportamento; uso de testes psicológicos para monitoramento; coleta e análise de amostras de sangue e urina; coleta e análise de amostras de cabelo; uso dos Centros de Informação Toxicológica.

SUMÁRIO

1 - Raylene Logrado Barreto

Page 15: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

18 Estruturação da Vigilância Ambiental no Estado da Bahia - 13 – 31 2 - Ulisses Nascimento Neves Filho Proposta de Estruturação da Vigilância Ambiental em Saúde no Município de Salvador - 32 – 60 3 - Darci Santos Silva A Estruturação da Vigilância Ambiental em Saúde no Município de Jequié-Ba: Oportunidades para melhoria da Qualidade de Vida – 61 – 77 4 - Sheila Andrade Vieira Estruturação da Vigilância Ambiental em Saúde no Estado do Acre – 78 – 110 5 - Ana Zuleide Mendanha Santos Rosa Desenvolvimento Institucional da Área de Vigilância Ambiental no Âmbito do Ministério da Saúde – 111 - 133 6 - Andréa Helena Argolo Ferraro Estudo da Pactuação das Ações de Vigilância Ambiental no Estado da Bahia no ano de 2003: a contribuição da divisa – 134 - 145 7 - Sonia Santos Oliveira O Desenvolvimento do Curso Básico de Vigilância Ambiental no Estado da Bahia – 146 - 164 8 - Márcia Gomes Duarte Termo de Referência para o Desenvolvimento de um Sistema de Informação Geográfico para Vigilância Ambiental em Saúde – 165 - 185 9 - Márcia Moisés A Estratégia da Atenção Primária Ambiental – APA e os desafios e propostas para a suaimplementação no Brasil – 186 - 214 10 - Maria Cristina Passos Presídio Uma análise da qualidade da água para consumo humano dos sistemas de abastecimento de água da 1ª diretoria regional de saúde através do banco de dados do sistema de informação de vigilância da qualidade da água para consumo humano – Siságua – 217 - 250 11 - Ana Maria Santos Messeder de Castro Uma avaliação do programa de vigilância da qualidade da água para consumo humano em Salvador, Estado da Bahia. – 251 - 269 12 - Núbia Regina Silva Santos Padrão de potabilidade da água para consumo humano, na área de abrangência da 6ª regional de saúde: Áreas urbanas do município de Itacaré. – 270 - 282 13 - Cristina Maria Mota Gesteira A fluoretação em água de abastecimento público no município de Salvador. – 283 - 312 14 - Denise Magalhães da Costa Levantamento preliminar dos acidentes com produtos químicos no Estado da Bahia - uma contribuição para a vigilância ambiental em saúde dos acidentes com produtos perigosos – 314 - 340 15 - Marly Pedreira Dantas O Transporte das Fontes Radioativas para os Serviços de Medicina Nuclear Instalados no Município de Salvador/Ba – 341 - 374 16 - Cássia Silene Lima Oliveira Mercúrio de amálgama dentária: disponibilização para o Meio Ambiente – 375 – 409 17 – Maria Conceição Queiroz Oliveria Riccio Estruturação da Vigilância Ambiental, no Contexto da Vigilância à Saúde, do Estado da Bahia – 410 - 442

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Page 16: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE NÚCLEO DE ESTUDOS DE SAÚDE COLETIVA

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM VIGILÂNCIA AMBIENTAL EM SAÚDE

ENTAL NO ESTADO DA BAHIA ESTRUTURAÇÃO DA VIGILÂNCIA AMBI

Raylene Logrado Barreto

Adaptação da Monografia apresentada ao Núcleo de Estudos de Saúde Coletiva como pré-requisito para a obtenção do Titulo de Especialista em Vigilância Ambiental em Saúde

- 2003 -

Page 17: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ
Page 18: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

RESUMO

Neste documento é realizada uma avaliação da implantação da Vigilância

Ambiental em Saúde no Estado da Bahia iniciada em 1999 e regulamentada

através do Decreto nº 7.546 de março de 1999, onde situa a Vigilância Ambiental

na Diretoria de Vigilância e Controle Sanitário. O estudo foi do tipo exploratório,

de natureza descritiva e visou obter um diagnóstico da situação atual da

estruturação da vigilância Ambiental em Saúde no Estado da Bahia, utilizando

leitura e análise de documentos, coleta de dados em arquivos e observação.

Entre os resultados destacam-se: promoção de capacitações, incluindo o Curso

de Especialização em Vigilância Ambiental em Saúde, Curso Básico de Vigilância

Ambiental (CBVA), Curso de Epidemiologia Ambiental, Avaliação e

Gerenciamento de Riscos Ambientais, entre outros; a implantação do Programa

de Vigilância e Controle da Qualidade da Água para Consumo Humano; o

investimento no sentido da implantação da Vigilância relacionada à Qualidade do

Ar no município de Camaçari e a vigilância relacionada à Desastres e Acidentes

com Produtos Perigosos em Camaçari e Feira de Santana. No final são

apresentadas recomendações com vistas à melhoria da estruturação da Vigilância

Ambiental em Saúde.

Palavras-chave: Saúde; Ambiente; Vigilância; Estruturação; Saúde Ambiental.

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22 Estruturação da Vigilância Ambiental no Estado da Bahia

Raylene Logrado Barreto

INTRODUÇAO

A realização deste estudo se justifica em face da inexistência de uma

descrição da estruturação da Vigilância Ambiental (VAS) no Estado da Bahia. Ao

realizá-lo pretende-se refletir sobre esta questão e contribuir para a produção de

conhecimento na dimensão política-organizativa, necessária ao desenvolvimento

da Vigilância Ambiental em Saúde, e melhoria das práticas de sua gestão.

Assim, o estudo da implantação da Vigilância Ambiental em Saúde

contemplando a estrutura organizacional, atividades existentes e programadas,

diagnóstico em saúde ambiental e propostas de trabalho, é uma das

possibilidades de se identificar limites e perspectivas da implantação das ações

de Vigilância Ambiental. Outrossim, pode-se estabelecer quais são as

perspectivas para o avanço da mesma no Estado da Bahia. Para examinar tal

questão, partiu-se do pressuposto de que o grau de implantação das ações de

vigilância em Saúde Ambiental no estado varia em função da capacidade dos

gestores em priorizar a promoção e proteção da saúde. Sob este enfoque, o atual

desenvolvimento e organização das ações de vigilância ambiental no Estado da

Bahia serão objetos de estudo deste documento, que contempla os seguintes

objetivos específicos: Identificar e analisar as políticas gerais de interesse para a

Vigilância Ambiental em Saúde; descrever as atividades existentes e

programadas, incluindo capacitação, atividades de monitoramento ambiental e

prevenção e controle; identificar os principais problemas ambientais de interesse

para a saúde e propostas do estado na área de Vigilância Ambiental em Saúde.

A partir da década de 1980, várias conferências internacionais foram

realizadas pela Organização Mundial da Saúde que evidenciaram a importância

da relação entre o ambiente e a saúde das populações. Na área acadêmica,

aumentou o número de pesquisas no campo da Saúde Ambiental que apontaram

o impacto na saúde relacionado com diversas situações de risco como presença

de poluição química em diversos compartimentos ambientais, ausência de

saneamento ambiental, alterações climáticas, projetos de desenvolvimento que

Page 21: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

23 Estruturação da Vigilância Ambiental no Estado da Bahia

Raylene Logrado Barreto

alteraram características ambientais, entre outros (Augusto et al, 2001; Esrey et

al, 1990; Câmara & Tambellini, 2002).

No Brasil, a nível nacional a Vigilância Ambiental em Saúde (VAS) foi

estruturada a partir da implantação do Projeto VIGISUS pela Fundação Nacional

de Saúde. Sua regulamentação ocorreu através da Instrução Normativa nº 1 de

25 de setembro de 2001 da Fundação Nacional de Saúde/Ministério da Saúde

que definiu competências no âmbito federal, estadual e municipal. A VAS é

definida como um conjunto de ações e serviços prestados por órgãos e entidades

públicas e privadas relativas à Vigilância Ambiental em Saúde, visando o

conhecimento e detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores

determinantes e condicionantes do ambiente que interferem na saúde humana,

com a finalidade de recomendar e adotar medidas de prevenção e controle de

riscos relacionados às doenças e outros agravos à saúde. Estabelece-se como

prioridade a informação de fatores biológicos (vetores, hospedeiros, reservatórios,

animais peçonhentos), qualidade da água para consumo humano, poluentes

ambientais físicos e químicos que possam interferir na qualidade da água, ar e

solo e os riscos decorrentes de desastres naturais e acidentes com produtos

perigosos (Franco Netto e Carneiro, 2003; Tambellini & Câmara, 2002).

A Vigilância Ambiental em Saúde engloba as áreas de vigilância da

qualidade da água para consumo humano, vigilância e controle de fatores

biológicos, contaminantes ambientais e as questões de saúde relacionadas aos

desastres e acidentes com produtos perigosos. O Sistema de Informação deve

possibilitar a coleta de dados e a agregação destes em informações complexas

que formarão os indicadores (Franco Netto e Carneiro, 2002).

A Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) com base no Decreto nº 3.450,

de 09 de maio de 2000 estabeleceu como sua competência institucional a “gestão

do sistema nacional de vigilância ambiental” e, através da Instrução Normativa nº

1, de 25 de setembro de 2001, regulamenta a Portaria MS nº 1.399 de 15 de

dezembro de 1999, no que se refere às competências da União, Estados,

Municípios e Distrito Federal, na área da Vigilância Ambiental em Saúde.

Page 22: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

24 Estruturação da Vigilância Ambiental no Estado da Bahia

Raylene Logrado Barreto

A Bahia é o quinto estado do país em extensão territorial e corresponde a

36,3% da área total do Nordeste brasileiro. Da área de 564.692,67 km2, cerca de

68,7% encontram-se na região semi-árida, enquanto o litoral medindo 1.183 km,

abriga vários tipos de ecossistemas, favorecendo a atividade turística por sua rara

beleza. Tendo como eixo polarizador à cidade de Feira de Santana, o sistema

rodoviário tem como vias principais a BR-242, que liga a cidade de Salvador ao

oeste do estado e a capital federal; a BR-101 de sentido norte/sul com traçado

paralelo ao litoral; a BR-116 que liga a metrópole ao sudoeste (SEI, 2002) 5.

A população do estado, segundo dados do Censo 2000 (IBGE, 2001)6 é de

13.070.250 habitantes, sendo que a taxa anual de incremento demográfico vem

caindo. Entre 1980 e 1991 era de 2,1%, caindo para 1,1% no período de

1991/2000. Nesse mesmo período a população urbana cresce a um ritmo duas

vezes superior ao da população total, e as áreas rurais do estado já apresentam

redução absoluta de população. No entanto, a população rural da Bahia ainda é a

maior do país. O processo de urbanização baiano é marcado, por um lado, pela

concentração de parcela expressiva da população urbana na capital e, por outro,

pela dispersão desta população em centenas de centros urbanos de pequeno

porte. O setor primário, sobretudo o relacionado às atividades agrícolas, é

responsável por 38,3% da ocupação total na Bahia e entre 1999 e 2001, sofreu

um decréscimo de 361 mil ocupados. Durante este mesmo período, a ocupação

no setor secundário também diminuiu, às custas da Industria de Transformação.

Já o setor terciário, detém 47% das ocupações no estado, sobretudo no comércio

e na prestação de serviços.

O índice de mortalidade infantil em 2001 foi de 44,0 óbitos de menores de 1

ano por 1000 nascidos vivos. Quanto às principais causas de morte de menores

de 1 ano, nota-se a persistência, de doenças mais relacionadas com precárias

condições de vida da população (doenças infecciosas e parasitárias, as do

aparelho respiratório e as doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas), ao

lado do avanço das afecções do período perinatal, ligadas à qualidade da

assistência à gestante, ao parto e à criança.

Page 23: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

25 Estruturação da Vigilância Ambiental no Estado da Bahia

Raylene Logrado Barreto

PLANO DIRETOR DE REGIONALIZACAO DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE

Um dos maiores desafios na construção do Sistema Único de Saúde é

exatamente o de organizar um sistema que leve em conta a grande

heterogeneidade dos municípios e estados brasileiros, tanto do ponto de vista da

capacidade instalada em termos da prestação de serviços, quanto da capacidade

gerencial existente. Considera-se que, “para o aprofundamento do processo de

descentralização, deve-se ampliar a ênfase na regionalização e no aumento da

equidade, buscando a organização de sistemas de saúde funcionais com todos os

níveis de atenção, não necessariamente confinados aos territórios municipais e,

portanto, sob responsabilidade coordenadora das Secretarias Estaduais de

Saúde” (Portaria 95, de 25/01/01 p. 2).

Nessa perspectiva, o Ministério da Saúde em 2001 aprovou a Norma

Operacional de Assistência a Saúde (NOAS), que “amplia as responsabilidades

dos municípios na Atenção Básica, define o processo de regionalização da

assistência, cria mecanismos para o fortalecimento da capacidade de gestão do

SUS e procede a atualização dos critérios de habilitação dos estados e

municípios” (Portaria nº 95, de 25/01/01), assumindo, portanto, a regionalização

da assistência como uma estratégia de hierarquização dos serviços de saúde, a

ser desenvolvida em todo território nacional.

Para a implementação dessa estratégia, a Norma Operacional 2001 –

NOAS revisada e reeditada em 2002, Portaria nº 373 de 227 de fevereiro de 2002

– institui o Plano Diretor de Regionalização – PDR como instrumento ordenador

do processo em cada estado e no Distrito Federal, definindo como

responsabilidade das Secretarias Estaduais de Saúde, a elaboração deste Plano,

a ser submetido a CIB – Comissão Intergestores Bipartite, ao CES – Conselho

Estadual de Saúde. O PDR faz parte do conjunto de requisitos a serem cumpridos

pelos Estados para qualificação a Norma.

A Secretaria Estadual de Saúde da Bahia – SESAB, através da

Superintendência de Apoio a Descentralização – SUDESC, assumiu a

Page 24: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

26 Estruturação da Vigilância Ambiental no Estado da Bahia

Raylene Logrado Barreto

responsabilidade de coordenar a elaboração do Plano Diretor de Regionalização,

para o que foi formado um grupo técnico que desenvolveu os estudos necessários

discutido em 26 Seminários Regionais, envolvendo os secretários municipais de

saúde dos 417 municípios do Estado.

A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia conta com 30 (trinta) Diretorias

Regionais de Saúde foi subdividido em seis macro-regiões de Saúde, que

correspondem a grandes áreas com características físicas e socioeconômicas

relativamente peculiares.

Ao nível central, representado pela Diretoria de Vigilância e Controle

Sanitário (DIVISA), compete: planejar, coordenar, assessorar, supervisionar,

acompanhar e avaliar o desenvolvimento das atividades pelas Regionais e

municípios, assim como desenvolver atividades de capacitação de recursos

humanos que atuam na área, além de executar atividades exclusivas do Estado

pela sua complexidade ou abrangência, e ainda o desenvolvimento de atividades

em nível complementar ou suplementar às desenvolvidas pelos demais.

A região Nordeste abrange o litoral norte do Estado e o Recôncavo, onde

se encontra localizada a Região Metropolitana de Salvador. Nela estão situados

111 municípios, com uma população total de 5.515.943 habitantes, que

representam cerca de 41,7% da população do Estado.

A região Sul abrange a zona agropecuária de Jequié e a zona cacaueira,

onde situam-se as cidades de Ilhéus e Itabuna. Esta Macro-região inclui 79

municípios, com uma população total de 1.933.269 habitantes, cerca de 14,6% do

Estado.

A região do Extremo Sul, de vocação eminentemente turística, é onde se

localiza Porto Seguro. Nela estão situados 21 municípios, com uma população

total de 680.239 hab., cerca de 5,2% da população do Estado.

A região Sudoeste do Estado tem como centros socioeconômicos Vitória

da Conquista e Guanambi. Aqui existem 64 municípios, com uma população total

de 1.516.994 habitantes, cerca de 11,5% da população do Estado.

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27 Estruturação da Vigilância Ambiental no Estado da Bahia

Raylene Logrado Barreto

Na região Oeste, banhada pelo Rio São Francisco, encontra-se Barreiras.

Nessa localidade encontram-se 36 municípios, com uma população total de

776.124 habitantes, cerca de 5,9% da população do Estado.

Na região Norte, onde se situa Juazeiro, na divisa com Pernambuco,

também foi incluída a região de Feira de Santana, entroncamento rodoviário para

todo o Estado. Essa extensão abrange 106 municípios, com uma população total

de 2.791.545 hab., cerca de 21,1% da população do Estado.

Conforme o desenho definido no PDR, a DIVISA em 2002 passou por uma

reestruturação interna, funcionando com três coordenações: Suporte Estratégico,

Suporte Operacional e Vigilância Sanitária e Ambiental. Objetivando resolver os

problemas de fracionamento do processo de controle de estabelecimentos

sujeitos à fiscalização sanitária, de modo a atingir-se uma melhor eficiência nas

atividades desenvolvidas, a Coordenação de Vigilância Sanitária e Ambiental é

composta por seis núcleos, abrangendo as seis macro-regiões do Estado. Conta

com profissionais multidisciplinares que são responsáveis pelas ações de

vigilância sanitária e ambiental dos respectivos núcleos, proporcionando assim

uma maior proximidade com as Diretorias Regionais de Saúde e municípios,

determinando processo de organização destes níveis, a partir das ações de

monitoramento e supervisão.

O Decreto nº 7.546 de 24 de março de 1999 que trata do Regimento da

Secretaria da Saúde situa a Coordenação de Vigilância Ambiental na Diretoria de

Vigilância e Controle Sanitário da Superintendência de Vigilância e Proteção da

Saúde. Posteriormente, foi aprovado o novo regimento da Secretaria da Saúde,

através do Decreto nº 8.392 de dezembro de 2002. Este regimento estabelece a

nova estrutura organizacional da Diretoria de Vigilância e Controle Sanitário,

instituindo a Coordenação de Vigilância Sanitária e Ambiental com as seguintes

competências:

• Acompanhar e fiscalizar o cumprimento das normas técnicas aplicáveis à

vigilância sanitária e ambiental;

• Executar as ações de inspeção de tecnologia de produtos e da prestação

de serviços relacionados direta e indiretamente com a identificação,

Page 26: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

28 Estruturação da Vigilância Ambiental no Estado da Bahia

Raylene Logrado Barreto

eliminação ou controle de riscos e perigos potenciais, aplicando medidas

previstas na legislação vigente, visando garantir a qualidade de serviços e

produtos colocados à disposição da comunidade e subsidiar processos na

área de defesa do consumidor e/ou outras instituições afins, que se refere

a sua área de atuação;

• Supervisionar e assessorar os grupos de trabalho de vigilância sanitária e

ambiental dos órgãos regionais da Secretaria da Saúde do Estado e das

Secretarias Municipais de Saúde, visando assegurar o exercício de

praticas adequadas de atenção à saúde;

• Implementar o processo de articulação institucional com as esferas de

governo, visando garantir níveis de desempenho técnico satisfatório;

• Coordenar e supervisionar as ações de vigilância sanitária e ambiental,

assegurando como principio norteador a multidisciplinariedade técnica das

equipes de trabalho;

• Promover os meios para o intercambio de experiências em vigilância

sanitária e ambiental, visando universalizar o conhecimento e tratamento

das questões afetas às diversas regiões do Estado;

• Fornecer dados para os sistemas estaduais de informação sanitária e

ambiental, oriundos de estudos e projetos;

• Realizar estudos e inventários de recursos naturais e outros estudos, em

seu âmbito de atuação;

• Realizar análises técnicas em sua esfera de competência, para subsidiar

outros órgãos do Estado no licenciamento de empreendimentos ou

atividades potencialmente geradoras de impactos sanitários e ambientais;

• Autorizar a concessão de alvarás sanitários e outros documentos previstos

na legislação vigente concernentes à produtos, serviços e ambiente,

relacionados direta ou indiretamente com a saúde;

• Exercer ações de vigilância sanitária sobre o exercício de profissões,

ocupações técnicas e auxiliares, relacionadas direta ou indiretamente com

a saúde;

• Coordenar e executar o processo de registro de produtos na sua esfera de

competência.

Page 27: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

29 Estruturação da Vigilância Ambiental no Estado da Bahia

Raylene Logrado Barreto

A atuação da Vigilância Ambiental em Saúde em todos os níveis de

governo requer articulação constante com os diferentes atores institucionais

públicos, privados e com a comunidade para que as ações integradas sejam

implantadas de forma eficiente, a fim de assegurar que os setores assumam suas

responsabilidades de atuar sobre os problemas de saúde e ambiente em suas

respectivas áreas (Franco Netto e Carneiro, 2003).

O financiamento das ações da Vigilância Ambiental em Saúde é realizado

por meio do Orçamento da União, pela Programação Pactuada Integrada de

Epidemiologia e Controle de Doenças (PPI/ECD), onde são estabelecidas metas

a serem cumpridas pelos estados e municípios, no sentido de controlar e prevenir

doenças e outros agravos e, em relação à Vigilância Ambiental em Saúde.

Com a implementação do Projeto de Estruturação da Vigilância Ambiental

em Saúde - VIGISUS a partir de 1999, o Centro Nacional de Epidemiologia

(CENEPI)/ FUNASA, viabilizou o apoio financeiro para a execução das atividades

de vigilância ambiental em saúde em todos os estados.

A DIVISA, para o desenvolvimento das atividades de sua competência,

conta com recursos financeiros do Estado, quer seja da fonte do tesouro estadual

ou recursos oriundos do SUS, através de repasse fundo a fundo para o Fundo

Estadual de Saúde, como também de recursos provenientes do Termo de Ajuste

e Metas, assim como, recursos do Projeto VIGISUS, oriundos do Banco Mundial

no componente de desenvolvimento das ações de Vigilância Ambiental, projeto

este gerenciado pela DIVISA com gestão dos recursos financeiros pela

Superintendência de Vigilância e Proteção à Saúde (SUVISA). Dentro do Projeto

VIGISUS são desenvolvidas ações conjuntas com o Centro de Estudos da Saúde

do Trabalhador (CESAT), Laboratório Central de Saúde Publica (LACEN), ambas

diretorias da estrutura da SUVISA, além de trabalhos com outras instancias a

exemplo do Centro de Informação Anti-Veneno (CIAVE), visando o exercício da

vigilância da saúde humana a partir do monitoramento de situações de riscos

ambientais, desenvolvendo desse modo parcerias com órgãos efetivamente

executores na área ambiental, a exemplo do Centro de Recursos Ambientais

(CRA), entre outros.

Page 28: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

30 Estruturação da Vigilância Ambiental no Estado da Bahia

Raylene Logrado Barreto

Os recursos financeiros provenientes da Programação Pactuada Integrada

de Epidemiologia e Controle de Doenças - PPI-ECD, definidos pela Portaria nº

1399/99 que estabelece ações de vigilância da qualidade da água para consumo

humano não estão sendo utilizados especificamente pela vigilância ambiental.

ATIVIDADES EXISTENTES E PROGRAMDAS

Os Recursos Humanos para a Vigilância Ambiental em Saúde

A DIVISA conta com 199 (cento e noventa e nove) servidores, sendo que

101 (cento e um) são de nível superior e 89 (oitenta e nove) de nível médio e

elementar. Objetivando desenvolver habilidades e competências nos profissionais

de Vigilância Sanitária e Ambiental do Estado, de modo a facilitar o enfrentamento

dos desafios organizacionais e cumprir o seu papel institucional de assessoria aos

municípios, por conseguinte, garantir uma racionalização dos serviços prestados

com conseqüente melhoria na qualidade de vida da população, foram promovidas

importantes capacitações na área de Vigilância Ambiental em Saúde, descritas na

tabela 1.

Entre os 48 cursos realizados para um total de 1690 participantes destaca-

se destaca o Curso Básico de Vigilância Ambiental em Saúde – CBVA, que

capacitou equipes dos níveis central, regional e municipal, tendo-se alcançado um

total de 518 técnicos treinados, buscando desta forma instrumentalizá-los para

estruturação da vigilância ambiental em saúde nos níveis regional e municipal.

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31 Estruturação da Vigilância Ambiental no Estado da Bahia

Raylene Logrado Barreto

Tabela 1 – Principais capacitações realizadas pela DIVISA de 1999 à 2003 na área de Vigilância Ambiental em Saúde.

CURSO

QUANTIDADE

Nº PESSOAS TREINADAS

1. Curso Básico de Vigilância Ambiental em Saúde

17 518

2. Curso de Vigilância e Controle da Qualidade da Água para Consumo Humano

08 420

3. Curso de Avaliação e Gerenciamento de Riscos

01 30

4. Curso de Nivelamento para Vigilância Ambiental em Saúde e Qualidade do Ar

01 32

5. Curso de Epidemiologia para Vigilância Ambiental em Saúde

02 60

6. Treinamento Sistema de Informação em Vigilância da Qualidade da Água - SISÁGUA

06 150

7. Seminário sobre Acidentes Químicos Ampliados

01 42

8. Oficina de Vigilância Ambiental em Agrotóxicos

03 86

9. Curso Básico Vigilância Ambiental em Agrotóxicos

05 120

10. Curso de Especialização em Vigilância Ambiental em Saúde

01 32

11. Curso Internacional para Gerentes sobre Saúde, Desastres e Desenvolvimento

01 27

12. Seminário Nacional para Avaliação da Portaria MS nº 1469 pelo setor Saúde

01 140

13. Curso de Vigilância Epidemiológica dos Efeitos Adversos dos Agrotóxicos sobre a Saúde Humana

01 35

TOTAL 48 1692

A Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano

O Estado, desde 1999, vem desenvolvendo ações com vistas à

estruturação da vigilância ambiental relacionada à qualidade da água para

consumo humano, sendo esta a área que está mais avançada no processo de

estruturação da VAS. O Estado da Bahia foi escolhido como área piloto para

Page 30: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

32 Estruturação da Vigilância Ambiental no Estado da Bahia

Raylene Logrado Barreto

estruturação desta modalidade de vigilância, juntamente com os estados de São

Paulo, Pernambuco, Rio Grande do Sul e Paraná. Entre as atividades realizadas

pode-se destacar:

• Cadastramento dos sistemas e fontes alternativas de abastecimento de

água para consumo humano.

• A estruturação da rede laboratorial para suporte às ações de vigilância da

qualidade da água para consumo humano. Implantados 05 laboratórios (2ª,

4ª, 6ª, 19ª e 20ª DIRES). Em fase de implantação: 3ª, 12ª, 14ª DIRES,

proporcionando o monitoramento da qualidade da água nestas regiões.

• A disponibilização pela Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da

Saúde em 2004 de 14 kits de equipamentos destinados à estruturação de

laboratórios de baixa complexidade com vistas ao cumprimento da Portaria

MS 1469/00 para o Estado.

• A implantação do SISÁGUA na 2ª Dires e municípios da Região

Metropolitana de Salvador. Uma das dificuldades encontradas no Estado

para implantar o SISÁGUA é devido o mesmo funcionar on-line e as

Regionais e Municípios não ter acesso à internet. A partir de março/2004, a

CGVAM/SVS estará disponibilizando para os Estados a versão SISÁGUA

of-line e, com isso estaremos avançando na descentralização do referido

sistema para as Regionais e Municípios.

A Vigilância da Qualidade do Ar

Com referencia à vigilância da qualidade do ar, o estado da Bahia também

se apresenta como área piloto na estruturação da vigilância. Técnicos da DIVISA

participaram de cursos, reuniões e eventos promovidos pela CGVAM/SVS/MS,

como também de um seminário realizado em Volta Redonda/RJ com o objetivo de

conhecer as ações que estão sendo desenvolvidas pelo município, que também

é piloto na implantação do programa.

No estado da Bahia, o município de Camaçari foi escolhido como local

piloto para implantação da vigilância da qualidade do ar, tendo em vista a

Page 31: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

33 Estruturação da Vigilância Ambiental no Estado da Bahia

Raylene Logrado Barreto

existência neste município do Pólo Petroquímico. Já foram realizadas reuniões

com participação do referido município, Centro de Recursos Ambientais – CRA,

Secretaria de Meio Ambiente, Fundação Nacional de Saúde – FUNASA, no

sentido de criar um grupo intersetorial com vistas a contribuir na identificação e

avaliação dos efeitos agudos e crônicos oriundos da contaminação do ar sobre a

saúde das populações expostas. Os padrões da qualidade do ar existentes serão

avaliados, buscando relação com o perfil epidemiológico do município.

A Vigilância dos Desastres Naturais e com Produtos Perigosos

O estado da Bahia também participa a nível nacional como piloto na

implantação desta área, tendo sido definidos como municípios alvo os de

Camaçari e Feira de Santana. Foram realizados diversos eventos, reuniões e

seminário com a participação de técnicos da área da Saúde, Meio Ambiente,

Defesa Civil, Polícia Rodoviária Estadual, Corpo de Bombeiros, com o objetivo de

estruturar a área no estado, com vistas à criação de estratégias de trabalho para

prevenção de danos maiores às populações afetadas e expostas aos efeitos dos

mesmos.

Foi realizado um curso promovido pela CETESB na área de Preparação e

Respostas a Acidentes Químicos Ampliados de representantes da área da saúde

(estadual e municipal), meio ambiente e policia rodoviária estadual.

Na área de desastres naturais destaca-se a realização do curso

Internacional para Gerentes sobre Saúde, Desastres e Desenvolvimento no

período de 22/09 à 03/10/03 em Salvador com participação de 27 técnicos.

A Vigilância da Qualidade do Solo

O Estado da Bahia, juntamente com o Rio de Janeiro, São Paulo e Distrito

Federal, foram definidos como aqueles onde sendo testada a implantação da

vigilância da qualidade do solo. Na Bahia, foi contemplado o município de Santo

Page 32: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

34 Estruturação da Vigilância Ambiental no Estado da Bahia

Raylene Logrado Barreto

Amaro no estudo de avaliação de riscos à saúde humana com a utilização da

metodologia ATSDR (Agência para as Substâncias Tóxicas e o Registro de

Doenças dos EUA). O município teve o solo contaminado pela Companhia

Brasileira de Chumbo (COBRAC), instalada no município em 1960 e incorporada

em 1989 pela PLUMBUM, tendo sido desativada em 1993. Já foi apresentado

relatório pela SVS/MS com as recomendações da avaliação de riscos á saúde

humana e, a SESAB, Secretaria Municipal de Saúde de Santo Amaro, CGVAM e

demais órgãos envolvidos estão trabalhando no sentido de montar estratégia para

atuação na remediação da área contaminada e na identificação e avaliação de

saúde da população exposta, organizando e implantando um programa de

vigilância e assistência à saúde.

As ações de Vigilância Ambiental em Saúde para serem efetivamente

implementadas pelos níveis estadual, regional e municipal exigem a incorporação

de conhecimentos científicos e tecnológicos. Neste sentido, tem-se lançado mão

de vários instrumentos e estratégias, a exemplo de treinamentos, oficinas, troca

de experiências, solicitação de consultorias ao nível federal e Universidades,

contratação de consultoria, dentre outros.

Recentemente, foi firmado contrato de prestação de serviços de consultoria

técnica com o Núcleo de Estudos de Saúde Coletiva da Universidade Federal do

Rio de Janeiro com o objetivo de contribuir com a implantação da Vigilância

Ambiental em Saúde no Estado, identificando e prevenindo riscos à saúde

humana oriundos da contaminação do meio ambiente.

Os produtos desta consultoria deverão contemplar:

• Diagnóstico ecológico – social e sanitário da Bahia, definindo

prioridades para atuação nas seis macro-regiões do Estado da

Bahia;

• Elaboração de rotinas para investigação de casos epidemiológicos

por poluentes ambientais;

• Treinamento da equipe da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia

na investigação de casos epidêmicos por poluentes ambientais;

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35 Estruturação da Vigilância Ambiental no Estado da Bahia

Raylene Logrado Barreto

• Desenvolvimento de um sistema de informação em

geoprocessamento para Vigilância Ambiental em Saúde;

• Realizar estudo epidemiológico sobre o caso de poluição na

localidade de Coroa Vermelha.

O Diagnóstico das Questões de Interesse para a VAS

Os principais problemas de saúde relacionados com aspectos do ambiente

incluem:

• Impacto ambiental das atividades agrárias extensivas e intensivas,

implicando em desmatamento, contaminação atmosférica com

queimadas, perda da fertilidade e compactação do solo,

contaminação dos solos, águas e população pelo uso intensivo de

agrotóxicos;

• Impacto ambiental devido à atividade industrial afetando a

atmosfera, os solos e águas, incluindo as subterrâneas, causando

sérios danos ao meio ambiente, à saúde dos trabalhadores e

populações expostas;

• Impacto devido à destinação inadequada dos resíduos sólidos,

contribuindo para incidência por doenças diarréicas, ascaridíase,

dentre outras.

• Intermitência no abastecimento de água;

• Destinação inadequada do esgotamento sanitário;

• Acidentes com produtos perigosos, devido à presença do Pólo

Petroquímico de Camaçari e o tráfego rodoviário no Estado;

• Deslizamentos de terra, principalmente devido aos morros

ocupados, existentes na Região Metropolitana de Salvador;

Page 34: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

36 Estruturação da Vigilância Ambiental no Estado da Bahia

Raylene Logrado Barreto

• Contaminação de solos e águas, por conta de depósitos de resíduos

industriais, de mineração, dentre outros.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pode-se afirmar que no processo de estruturação da Vigilância Ambiental

em Saúde na Bahia o investimento na capacitação de recursos humanos dos

níveis central, regional e municipal foi o principal instrumento utilizado para a

consolidação da área, possibilitando aos profissionais condições para o

enfrentamento das questões ambientais que interferem na saúde humana.

Para continuidade do processo de estruturação desta área, merece

destaque a importância de buscar articulação com os órgãos ambientais e outras

entidades públicas e privadas, considerando-se que as atividades de vigilância e

controle de riscos ambientais devem ser realizadas com o envolvimento dos

diversos setores, de modo assegurar que estes assumam suas responsabilidades

em relação aos problemas de saúde e ambiente.

Deve-se incentivar a supervisão aos municípios para acompanhar a

implantação e/ou implementação das atividades de vigilância ambiental em saúde

relacionadas a água, ar, solo e desastres e acidentes com produtos perigosos,

garantindo que as ações cheguem aos municípios.

Verificou-se que os maiores obstáculos para estruturação da Vigilância

Ambiental em Saúde dependem na verdade, de condicionantes políticos,

administrativos e organizativos, que estão presentes principalmente na estrutura

do espaço de trabalho da área como: o número insuficiente de técnicos, infra-

estrutura deficiente nas regionais e municípios, insuficiência de equipamentos e

laboratórios para suporte às ações.

Evidenciam-se limites e possibilidades, avanços significativos, problemas e

nós críticos para o aperfeiçoamento operacional, muitos dos quais levarão tempo

para que sejam superados.

Page 35: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

37 Estruturação da Vigilância Ambiental no Estado da Bahia

Raylene Logrado Barreto

Entre as recomendações que se pode julgar de levada pertinência para os

próximos quatro anos, incluem-se: garantir o acesso da população às informações

necessárias ao controle social; promover o processo de educação continuada

para apoio às atividades de Vigilância Ambiental em Saúde das equipes técnicas

dos níveis estadual, regional e municipal; incorporar a intersetorialidade como

prática necessária ao cumprimento do controle dos riscos a que a sociedade está

exposta; rever a atual estrutura organizacional da DIVISA, contemplando área

estratégica de vigilância ambiental; realizar concurso público para garantir equipe

técnica para atender as demandas da vigilância ambiental em saúde, tendo como

objetivo dar um maior apoio técnico aos municípios; Intensificar supervisão de

forma sistemática do nível estadual para os níveis regional e municipal; fortalecer

as instâncias regionais, com vistas à consolidação da descentralização das ações

e serviços de saúde; estruturar laboratórios de Vigilância Ambiental em Saúde de

baixa complexidade em regionais de saúde; Adquirir novos equipamentos de

informática; implantar/implementar os subsistemas de ar, contaminação do solo,

desastres e acidentes com produtos perigosos.

Page 36: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

38 Estruturação da Vigilância Ambiental no Estado da Bahia

Raylene Logrado Barreto

REFERÊNCIAS Augusto, L.G.S., Florêncio, L. e Carneiro R.M. Pesquisa (Ação) em Saúde

Ambiental. Recife; Editora Universitária, 2001

Tambellini, A. T. & Câmara, V. M. Vigilância Ambiental em Saúde: Conceitos,

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Cadernos de Saúde Coletiva, ISSN 1414-462x, 10 (1): 77-93, jan-jun, 2002.

Franco Netto & Carneiro, F.F. Vigilância Ambiental em Saúde e a promoção de

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Franco Netto, G & Carneiro, F.F. Vigilância Ambiental em Saúde no Brasil.

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MINISTERIO DA SAÚDE. Projeto VIGISUS – Estruturação do Sistema de

Vigilância em Saúde. 2ª ed. Revisada. Brasília, DF: Fundação Nacional da

Saúde, 1998.

Page 37: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

NÚCLEO DE ESTUDOS DE SAÚDE COLETIVA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM VIGILÂNCIA AMBIENTAL EM SAÚDE

PROPOSTA DE ESTRUTURAÇÃO DA VIGILÂNCIA AMBIENTAL EM SAÚDE NO MUNICÍPIO DE SALVADOR

Ulisses Nascimento Neves Filho

Adaptação da Monografia apresentada ao Núcleo de Estudos de Saúde Coletiva como pré-requisito para a obtenção do Titulo de Especialista em Vigilância Ambiental em Saúde

- 2003 -

Page 38: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ
Page 39: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

41 Proposta de Estruturação da Vigilância Ambiental em Saúde no Município de Salvador

Ulisses Nascimento Neves Filho

INTRODUÇÃO

O Brasil é um país em desenvolvimento, com uma população de

aproximadamente 170 milhões de habitantes, existindo precárias condições de

saneamento e baixos investimentos em saneamento ambiental em algumas

áreas, onde os recursos disponíveis para o desenvolvimento social são restritos, o

que acarreta algumas conseqüências para a saúde da população (NETTO &

CARNEIRO, 2002; IBGE, 2000). Segundo Netto & Carneiro (2002) o processo de

desenvolvimento social (urbanização acelerada, saneamento precário,

desmatamentos e contaminação ambiental) e econômico tem repercussões nas

relações que ocorrem nos ecossistemas, causando impactos e agravos sobre a

saúde dos seres humanos.

No Brasil, as ações de prevenção nos sistemas de saúde estruturam-se por

intermédio das várias formas de vigilância, influenciadas por modelos envolvendo

relações entre agentes e hospedeiros, ou de fatores de risco biológicos, tendo por

objeto central o controle dos modos de transmissão das doenças e dos fatores de

risco, os quais possibilitou alguma governabilidade e eficácia de sua ação no

âmbito do setor saúde, principalmente para as doenças infecto-contagiosas

clássicas (VIGILÂNCIA AMBIENTAL EM SAÚDE, 2002).

Sendo assim, destacam-se as Vigilâncias Epidemiológicas (sobre

populações), Sanitária (de produtos e serviços), Saúde do Trabalhador (das

condições e riscos à saúde no ambiente de trabalho) e Ambiental (dos riscos

sócios-ambientais) (NETTO & CARNEIRO, 2002).

Em alguns municípios brasileiros, as vigilâncias supracitadas não se

encontram estruturadas, citando-se como exemplo a Vigilância Ambiental em

Saúde do município de Salvador, na Bahia. Desta maneira, o escopo do presente

trabalho é descrever, analisar e retratar uma proposta de Estruturação da

Vigilância Ambiental em Saúde (VAS) no município de Salvador, capital do Estado

da Bahia, a terceira cidade brasileira em termos populacionais, com mais de 2,0

milhões de habitantes e que tem apresentado nos últimos anos um grande

processo de urbanização caracterizado por mudanças sócio - econômicas e

Page 40: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

42 Proposta de Estruturação da Vigilância Ambiental em Saúde no Município de Salvador

Ulisses Nascimento Neves Filho

geográficas que combina em sua atualidade o moderno e o antigo; um dos custos

de vida mais elevados do país e serviços urbanos insuficientes, riqueza e miséria.

Salvador, ocupa uma área de 313 Km2 e limitando-se com os municípios de

Candeias, Lauro de Freitas, São Francisco do Conde, Simões Filho, Madre de

Deus, com o Oceano Atlântico e a Baía de Todos os Santos. (CEI, 1994; IBGE,

1991).

OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL

Este trabalho objetiva descrever os principais aspectos que caracterizam a

Estrutura da Vigilância Ambiental em Saúde no município de Salvador,

enfatizando o seu contexto histórico, político, institucional e organizacional.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Contribuir para a promoção da Saúde Pública no município do Salvador por

meio de implementações de ações de prevenção, controle e intervenção,

através de articulações com órgãos intra e inter institucionais.

• Atuar em todos os fatores ambientais de riscos que interferem na saúde

humana da população de Salvador.

• Analisar e interpretar todos dados e/ou informações relacionadas com a

saúde e sua interface com os processos produtivos.

• Utilizar a Epidemiologia Ambiental como instrumento de vigilância e

controle da saúde e do meio ambiente.

• Adotar como medidas de prevenção à riscos ambientais e de saúde, os

procedimentos de Avaliação e Gerenciamento Ambiental.

• Construir Indicadores de Saúde e Ambiente.

Page 41: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

43 Proposta de Estruturação da Vigilância Ambiental em Saúde no Município de Salvador

Ulisses Nascimento Neves Filho

• Contribuir com o Sistema de Informação de Vigilância Ambiental em

Saúde.

• Realizar estudos e pesquisas na área de Vigilância Ambiental em Saúde

que relacionem os efeitos sobre a saúde de determinados fatores

ambientais.

METODOLOGIA

A metodologia empregada para o desenvolvimento do presente trabalho,

baseou-se em pesquisas bibliográficas, notas de aulas, palestras ministradas

durante o curso, visitas realizadas às Secretarias Estaduais e Municipais de

Saúde, Instituições de Ensino Público de Saúde Coletiva, Órgãos de Meio

Ambiente da Bahia e revisão de literatura sobre o referido assunto.

DESENVOLVIMENTO

POLÍTICAS

“O conceito de política refere-se aos processos sociais que conduzem a

adoção e execução de decisões através das quais se estabelecem valores para

toda a sociedade. Pode ser definida, também, como uma forma de distribuição do

poder na sociedade ou num setor como é o caso da saúde” (CURSO DE

ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA COM ÁREA DE CONCENTRAÇÃO

EM GESTÃO DE SISTEMAS E SERVIÇOS DE SAÚDE, SUB-MÓDULO DE

POLÍTICAS DE SAÚDE, 2003, p.02).

Historicamente, no Brasil, as atividades no campo da vigilância e saúde

ambiental organizaram-se de forma fragmentada e pontual, visando dar respostas

imediatas a problemas emergenciais acarretando a dispersão destas atividades

por diferentes níveis de governo (Federal, Estadual e Municipal) e diferentes

setores destes níveis (Saúde, Agricultura, Meio Ambiente, Trabalho,

Abastecimento, Habitação, etc) (MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, 2003).

Page 42: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

44 Proposta de Estruturação da Vigilância Ambiental em Saúde no Município de Salvador

Ulisses Nascimento Neves Filho

A reforma do sistema brasileiro de saúde iniciou-se com os Programas das

Ações Integradas da Saúde – AIS (1984), dos sistemas Unificados

Descentralizados de Saúde – SUDS (1987), a Constituição Federal de 1988 e as

Leis Federais 8.080 (Lei Orgânica da Saúde) e 8.142 (ISC, 2003).

A partir da Constituição Federal de 1988, o setor saúde foi ordenado

institucionalmente com a constituição do Sistema Único da Saúde (SUS) cujas

ações e serviços de público de saúde integram uma rede regionalizada e

hierarquizada, obedecendo às diretrizes de descentralização, com direção única

em cada esfera de governo, atendimento integral com prioridade para as

atividades preventivas e participação da comunidade no seu controle e

administração (MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, 2003). Salienta-se que a Lei Federal

8.142 de 28 de dezembro de 1990 ampliou ainda mais a participação dos

usuários na gestão do SUS.

O artigo 196 da CF informa que:

“A saúde é direito de todos e dever do estado, garantido mediante políticas

sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros

agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para a sua

promoção, proteção e recuperação”.

Da mesma forma, o artigo 198, Parágrafo Único, desta Lei, determina, que

o financiamento para às ações e serviços oferecidos pelo SUS se dará com

“recursos do orçamento da Seguridade Social, da União, dos Estados, do Distrito

Federal e dos Municípios, além de outras fontes”

Ressalta-se, que a Lei Federal No 8.080 (1990) que dispõe sobre as

condições de promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o

funcionamento dos serviços de saúde informa que “o conjunto de ações e

serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições públicas federais,

estaduais e municipais, da administração direta e indireta e das fundações

mantidas pelo Poder Público, constituem o Sistema Único de Saúde”.

Page 43: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

45 Proposta de Estruturação da Vigilância Ambiental em Saúde no Município de Salvador

Ulisses Nascimento Neves Filho

A Portaria do Ministério da Saúde No 1.399 (1999), o Decreto No 3.450

(2000) e a Instrução Normativa No 1 (2001) que regulamenta a Portaria No 1.399

(1999), definem que “a gestão do Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica

e Ambiental, é de competência do Ministério da Saúde, através da Fundação

Nacional de Saúde (FUNASA), dos Estados, dos Municípios e do Distrito

Federal”, destacando-se:

“O Sistema Nacional de Vigilância Ambiental em Saúde – SINVAS,

compreende o conjunto de ações e serviços prestados por órgãos e

entidades públicas e privadas relativos a vigilância ambiental em saúde,

visando conhecimento e detecção ou prevenção de qualquer mudança

nos fatores determinantes e condicionantes do meio ambiente que

interferem na saúde humana, com a finalidade de recomendar e adotar

medidas de prevenção e controle dos fatores de riscos relacionados às

doenças e outros agravos à saúde, em especial: I - vetores ; II -

reservatórios e hospedeiros ; III - animais perçonhentos ; IV - água para

o consumo humano ; V – ar ; VI - solo; VII - contaminantes ambientais ;

VIII - desastres naturais e IX - acidentes de produtos perigosos”.

(FUNASA, 2001, p.01).

“Compete à FUNASA, às Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde

ou órgãos equivalentes nos estados e municípios, a gestão do

componente federal, estadual e municipal do SINVAS, respectivamente,

conforme definido nesta Instrução Normativa”. (FUNASA, 2001. p. 02)

Percebe-se assim, que a Vigilância Ambiental tem um caráter

interdisciplinar e intersetorial, sendo priorizada a vigilância dos fatores do

ambiente que interferem na saúde tais, como: fatores biológicos, contaminantes

ambientais físicos e químicos (mercúrio, chumbo, agrotóxicos), vigilância da

qualidade da água, dentre outros (DIVISA, 2002).

Desta maneira, através da análise deste contexto, percebe-se que a

Vigilância Ambiental em Saúde encontra-se inserida no SUS por meio de

legislações federais (leis, decretos, portarias e instruções normativas) que dão

Page 44: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

46 Proposta de Estruturação da Vigilância Ambiental em Saúde no Município de Salvador

Ulisses Nascimento Neves Filho

suporte legal a sua implementação, restando sua implementação e estruturação

nos diversos municípios brasileiros.

POLÍTICA DO ESTADO DA BAHIA/SALVADOR SOBRE A VAS

De acordo, com Políticas Sociais Na Bahia: Saúde e Saneamento (1997,

p. 01) :

“o processo de descentralização tem, ainda, na enorme heterogeneidade

territorial, econômica e social do país, importante fator a pesar na sua

dinâmica de resultados. Assim, embora a importância das transferências

federais nos orçamentos estaduais e municipais seja um fenômeno

nacional, verifica-se que nas áreas mais desenvolvidas há maior

capacidade tributária gerando recursos próprios e uma certa autonomia

para implementar políticas públicas. Na maioria dos casos, contudo, e

sobretudo no Nordeste, os municípios têm economia pouco diversificadas,

estagnadas ou em crise, necessitando do apoio estadual e federal o que,

em princípio, lhes impede o ingresso em uma efetiva descentralização”.

Da mesma forma, no documento Políticas sociais na Bahia: saúde e

saneamento VIEIRA Apud FLEURY (1988), ressalta que “a descentralização é

definida como o processo de investir de autoridades as estruturas político-

administrativas locais para a formulação de suas políticas e o desempenho das

funções de natureza local”.

No contexto atual sobre a municipalização das ações e serviços de saúde

deve-se distinguir a diferença entre Gerenciamento de Unidades de Saúde e

Gestão do Sistema de Saúde. No primeiro caso o município assume a gerência e

a administração interna de unidades ambulatoriais ou hospitalares que pertenciam

ao Estado ou a União, enquanto no segundo o município além de assumir o

gerenciamento, assume a Gestão do Sistema Municipal de Saúde.

Page 45: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

47 Proposta de Estruturação da Vigilância Ambiental em Saúde no Município de Salvador

Ulisses Nascimento Neves Filho

A Secretaria de Assistência à Saúde do Ministério da Saúde, (1995)

especifica:

“a descentralização da gestão do sistema implica em transferir ao

Município a possibilidade e as condições de planejar seu Sistema de

Saúde, a competência de se relacionar com os prestadores, a definição

dos tetos e metas, por prestador, da totalidade dos serviços localizados no

Município, bem como a efetiva gerência de todos os instrumentos técnicos

e administrativos de gestão como, por exemplo, o Sistema de Informações

Ambulatoriais e o Sistema de Informações Hospitalares”.

Nessa perspectiva, o que caracteriza a descentralização do SUS,

respeitando às competências próprias de cada nível político-administrativo do

governo, é a municipalização da gestão do sistema, com a organização

regionalizada e hierarquizada da rede de serviços, e não só a transferência da

gerência de unidades do Município.

Esta situação pode ser evidenciada, como exemplo, através da

Incorporação do extinto INAMPS pelo Ministério da Saúde que provocou a

absorção das estruturas, funções e competências das superintendências

Regionais pelas Secretarias Estaduais de Saúde, no caso da Bahia a Secretaria

Estadual de Saúde. Da mesma forma, algumas atribuições e atividades da

SESAB, estão sendo repassadas para os municípios como o de Salvador, capital

do Estado da Bahia como pode ser vista nas citações abaixo:

“Quanto às unidades cedidas pela SESAB aos municípios, (208) foram

repassadas em 1994, registrando-se ainda um número significativo de

transferências em 95 (194), mantendo-se o processo de cessão de uso em

1996 (120) e 1997 (115). Cabe observar que as unidades cedidas, em sua

maioria, são Postos e Centros de saúde, integrantes da rede básica, às

quais se acrescentam casas de partos e hospitais locais” (ver Políticas

sociais na Bahia: saúde e saneamento, op. cit., p. 30.).

Page 46: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

48 Proposta de Estruturação da Vigilância Ambiental em Saúde no Município de Salvador

Ulisses Nascimento Neves Filho

“Paralelamente às transferências de recursos financeiros, quer através da

distribuição de cotas de AIHs (Autorizações de Internações Hospitalares)

aos hospitais da rede municipal, quer mediante a celebração de convênios

entre a SESAB e os municípios, ocorreu a transferência de bens móveis e

imóveis, por meio de termos de cessão de uso de unidades construídas

pela SESAB, bem como de cessão de material permanente, direta e

indiretamente, através de transferências de recursos financeiros da fonte

(recursos provenientes do Tesouro estadual).

O Ministério da Saúde editou em 1993 e 1996 às Normas Operacionais

Básicas que normatizaram e estimularam o processo de municipalização. A partir

de 1993, com a Norma Operacional Básica 001/93 (Brasil, 1993), são

estabelecidos os critérios para a intensificação do processo de descentralização

de funções e responsabilidades, atribuindo-se aos municípios o papel de principal

prestador de serviços, mediante cessão progressiva de unidades federais e

estaduais, bem como pela re-alocação dos recursos humanos.

O cumprimento da NOB 001/93 implica a transferência de recursos

financeiros aos municípios (mediante a apresentação da produção de serviços

ambulatoriais e hospitalares da rede própria), a transferência e recursos físicos e

humanos (mediante cumprimento de uma série de requisitos, em processo

negociado) e a transferência da gestão dos recursos destinados ao pagamento da

rede privada contratada e conveniada (mediante cumprimento de outros

requisitos, de forma negociada). Além disso, a NOB 001/93 prevê duas formas

alternativas de recursos: o Fundo de Apoio ao Estado (FAE) e o Fundo de Apoio

ao Município (FAM), calculando os repasses a partir de critérios populacionais

(ISC, 2003).

Conforme, os parâmetros da NOB 001/93 um dos requisitos mínimos para

a municipalização é a criação do Fundo Municipal de Saúde, do Conselho

Municipal de Saúde e a elaboração de um Plano Municipal de Saúde. Atualmente,

os requisitos para a municipalização atende os requisitos estabelecidos na Norma

Operacional Básica do Sistema Único de Saúde – SUS (NOB – SUS/96) que é

Page 47: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

49 Proposta de Estruturação da Vigilância Ambiental em Saúde no Município de Salvador

Ulisses Nascimento Neves Filho

decorrente, sobretudo, da experiência ditada pela prática dos instrumentos

operacionais anteriores – em especial da NOB 1993 – o que possibilitou o

fortalecimento da crença na viabilidade e na importância do SUS para a saúde de

todos os brasileiros (NOB – SUS, 1996) e da Norma Operacional da Assistência à

Saúde – NOAS/SUS 02/2002 que considera a necessidade de dar continuidade

ao processo de descentralização e organização do SUS que amplia as

responsabilidades dos municípios na Atenção Básica; estabelece o processo de

regionalização como estratégia de hierarquização dos serviços de saúde e de

busca de maior equidade cria mecanismos para o fortalecimento da capacidade

de gestão do SUS e procede à atualização de critérios de habilitação de estados

e municípios (ISC, 2003).

A criação e desenvolvimento de Conselhos de Saúde, ao nível Federal,

Estadual e Municipal, ocorreu a partir de 1993, através da participação paritária

dos representantes dos Usuários, Trabalhadores de Saúde, Prestadores de

Serviços e Governo nas decisões Político-Gerenciais acerca do Sistema de

Saúde (POLÍTICAS SOCIAIS NA BAHIA: SAÚDE E SANEAMENTO, op. cit., p 13)

Esta situação contribui para constituir o SUS como um espaço de cidadania

por meio discussões e soluções sobre os principais problemas em termos da

organização e produção dos Serviços no Sistema Estadual de Saúde, como a

implementação de propostas e estratégias de que visam a organização da oferta

de ações e serviços segundo a lógica da “vigilância da Saúde” proposta pela

Vigilância da Saúde (DIVISA) e de assistência da saúde (DEPAS), no âmbito do

Conselho Estadual de saúde. Hoje além do Conselho Nacional de Saúde e dos 26

Conselhos Estaduais, já se contam mais de 3.000,00 Conselhos Municipais de

Saúde.

Na Bahia, o Subsistema de Saúde do Estado, as medidas de promoção,

proteção e recuperação de saúde, são organizados e regulamentados pelo

disposto na Lei Estadual 3.982, de 29 de dezembro de 1981, no Decreto Estadual

29.414 de 05 de janeiro de 1983 e demais norma complementares estabelecidas

pela Secretaria de Saúde.

Page 48: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

50 Proposta de Estruturação da Vigilância Ambiental em Saúde no Município de Salvador

Ulisses Nascimento Neves Filho

O Decreto Estadual 29.414 de 05 de janeiro de 1983 informa que os

municípios do Estado da Bahia, por intermédio de seus órgãos de saúde

competentes, apresentam às seguintes competências, dentre outras:

“articular seus planos locais de saúde com os planos federais e estaduais

para às áreas respectivas com vistas a uma gradual interiorização das

ações”; integrar seus serviços de promoção, proteção e recuperação da

saúde, no subsistema estadual de saúde”.; manter e operar os serviços de

interesse da população local, especialmente os de primeiros socorros,

observadas as diretrizes da Política Nacional de Saúde, os Planos e

Programas Nacionais e Estaduais de saúde e de desenvolvimento,

ajustados às condições sócio-econômicas”.

No município de Salvador, os direitos e obrigações que se relacionam com

a saúde e o bem estar individual e coletivo são regulados pela Lei Municipal

5.504/99 (Código Municipal de Saúde) que determina:

“a saúde é um direito fundamental de todo ser humano, sendo dever de

todo município, que integra com a União e o estado o Sistema Único de

saúde – SUS, concomitantemente com a coletividade e o indivíduo, adotar

as medidas necessárias ao seu pleno exercício”.

“para o planejamento e organização dos serviços, serão estabelecidos

mecanismo de atuação intersetorial e interinstitucional com outros órgãos

governamentais ou não governamentais, objetivando proporcionar melhor

aproveitamento de recursos efetividade das ações e serviços”.

“A Secretaria Municipal de Saúde submeterá à apreciação à apreciação do

Conselho Municipal de Saúde, os relatórios trimestrais de atividades e

acompanhados dos resumos da execução orçamentária e das prestação

de contas dos recursos movimentados pelo Fundo Municipal de Saúde, de

acordo com as normas legais e disposto no inciso XIII do artigo 3o , do

Regimento Interno do Conselho Municipal de Saúde”.

Page 49: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

51 Proposta de Estruturação da Vigilância Ambiental em Saúde no Município de Salvador

Ulisses Nascimento Neves Filho

“Aos conselhos locais de saúde caberá o acompanhamento dos Programas

de Saúde ao nível de Saúde da Rede Municipal”.

“O Sistema Municipal de Saúde de Vigilância a Saúde em salvador, deve

se articular com órgãos da administração municipal, instituições

governamentais e não governamentais destinados a promoção da saúde,

sendo composto pelos seguintes órgãos da estrutura da secretaria

municipal de saúde; A nível central, os órgãos da SMS, que desenvolvem

atribuições de promoção, prevenção, proteção e recuperação da saúde ; A

nível distrital, as unidades de saúde pertencentes a rede de serviços e as

unidades especiais que compões os distritos sanitários da SMS,

responsáveis pela organização, planejamento e execução das ações e

serviços, pela vigilância sanitária e vigilância epidemiológica, em suas

respectivas áreas de abrangência ; os órgãos, as unidades de serviços de

saúde e as unidades especiais integrantes do Sistema Municipal de

Vigilância à Saúde atuarão em colaboração entre si e em articulação com

os demais órgãos pertinentes nas diferentes esferas do governo”.

Ressalta-se que, segundo CARRERO (2000), o conjunto de leis

promulgadas ou decretadas dadas a um povo denomina-se legislação. Desta

forma, percebe-se que no Brasil, à proteção a SAÚDE è estabelecida com base

em inúmeras leis, decretos, portarias, resoluções e regulamentos, sendo que

estas se encontram organizadas e hierarquizadas, seguindo um ordenamento

jurídico (CARRERO, 2000)

ESTRUTURA ESTRUTURA GERAL DA VAS

Por definição, a vigilância ambiental em saúde se configura como um

conjunto de ações que proporcionam o conhecimento e a detecção de qualquer

mudança nos fatores determinantes e condicionantes do ambiente que interferem

Page 50: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

52 Proposta de Estruturação da Vigilância Ambiental em Saúde no Município de Salvador

Ulisses Nascimento Neves Filho

na saúde humana, com a finalidade de identificar as medidas de prevenção e

controle dos fatores de riscos e das doenças ou outros agravos à saúde

relacionadas ao ambiente e às atividades produtivas. Conforme, supracitado a

Vigilância Ambiental em Saúde divide-se em duas subáreas: Vigilância e Controle

de Fatores de Risco Biológico (Vetores, Hospedeiros e Reservatórios e animais

peçonhentos) e Vigilância e Controle de Fatores de Riscos Não Biológicos (Água

para Consumo Humano, Contaminantes Ambientais, Ar, Resíduos Tóxicos e

Desastres Naturais e Tecnológicos) que requer ações e informações integradas

de diferentes setores com o objetivo de prevenir e controlar os fatores de riscos

de doenças e de outros agravos à saúde decorrente do ambiente e de atividades

produtivas.

No município de Salvador, a Vigilância Ambiental em Saúde não se

encontra estruturada como pode ser vista no organograma d Estrutura

Organizacional da Secretaria Municipal de Saúde de Salvador (v. Figura I) ,

sugerindo-se de imediato, a seguinte Proposta de Readequação da Estrutura

Organizacional da SMS com inclusão de uma Subcoordenadoria de Vigilância

Ambiental em Saúde, com participação dos usuários na gestão através da

existência dos Conselhos Municipais, Distritais e Locais de Saúde (v. Figura II),

que encontra respaldo legal sua implementação, por meio da Programação

Pactuada e Integrada de Epidemiologia e Controle de Doenças (PPI-ECD) através

da FUNASA e de projetos estruturantes com apoio financeiro do Projeto de

Estruturação do Sistema Nacional de Vigilância em Saúde do Sistema Único de

Saúde VIGISUS – e outras fontes de financiamento que venham a ser

identificadas.

Page 51: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DA SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE - SMS FIGURA 1

Subcoordenadoria de

Atenção e Vigilância à

Saúde

Subcoordenadoria

Administrativa

Subcoordenadoria de

Acompanhamento

Distrital

Subcoordenadoria de

Controle de Zoonoses

Subcoordenadoria

de Vigilância

Epidemiológica

Subcoordenadoria de

Assistência Hospitalar e

Pronto Atendimento

Subcoordenadoria de

Atenção à Saúde da Comunidade

Subcoordenadoria de

Acomp. e Desenv. e

Distrito Sanitário

Subcoordenadoria de

Controle dos Serviços de

Saúde

Subcoordenadoria de

Informação em Saúde

Subcoordenadoria da

Central de Regulação de

Vagas e Internação

Coordenadoria de Saúde

Ambiental

Coordenadoria de

Atenção e Promoção à

Saúde

Gerência de Unidade de

Saúde Tipo IV

(12)

Gerência de Unidade de

Saúde Tipo III

Gerência de Unidade de

Saúde Tipo II

Gerência de Unidade de

Saúde Tipo I

Coordenadoria de

Distritos Sanitários

(16)

Gabinete

do

Secretário

Conselho

Municipal de

Saúde

Conselhos

Distritais de Saúde

Coordenadoria Administrativa

Subcoordenadoria de

Material e

Patrimônio

Subcoordenadoria de

informática

Subcoordenadoria de

Apoio Administrativo

Núcleo de

Execução

Orçamentária e

SE

CR

ET

ÁR

IO

Assessoria

Técnica

Coordenadoria de

Desenvolvimento de

Recursos Humanos Subcoordenadoria de

Capacitação e

Desenvolvimento de

Subcoordenadoria de

Administração de

Pessoal

Gerência Hospitalar

(03)

Subgerência de Atenção

à Saúde Hospitalar (03)

Subgerência

Administrativa Hospitalar

(03)

Subgerência de Pronto

Atendimento Hospitalar

(03)

Coordenadoria

Executiva do Fundo

Municipal de Saúde

Subcoordenadoria de

Liquidação de Despesas

Subcoordenadoria de

Controle de Contas

Subcoordenadoria de

Contabilidade

Gerência de Unidade de

Saúde Tipo Especial

Auditoria

Ouvidoria em Saúde

Coordenadoria de

Regulação e Avaliação

Conselhos Locais

de Saúde

Subcoordenadoria de

Vigilância Sanitária

Page 52: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ
Page 53: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

Proposta de Estruturação da Vigilância Ambiental em Saúde no Município de Salvador Ulisses Nascimento Neves Filho

PROPOSTA DE ORGANOGRAMA PARA A VAS - SALVADOR

Setor de Animais

Peçonhentos

SUBCOORDENADORIA DE VIGILANCIA AMBIENTAL EM SAÚDE

Núcleo de Fatores de Risco não Biológicos

Setor de Contaminantes Ambientais

Gerência Macroregional de Controle de

Vetores

Setor de Água para Consumo Humano

Núcleo de Informação e Avaliação da VAs

Núcleo de Manejo e Controle da População Animal

Núcleo de Entomologia e Pesquisa Operacional

Núcleo de Fatores de Risco Biológicos

Setor de Vetores Hospedeiros e Reservatórios

Setor de Resíduos Tóxicos e Desastres Naturais e Tecnológicos

Setor de Controle e Poluição do Ar

*FONTE - ADAPTADO DA PROPOSTA DE ORGONOGRAMA DA SES/PB 2003

FIGURA II

Page 54: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

55 Proposta de Estruturação da Vigilância Ambiental em Saúde no Município de Salvador

Ulisses Nascimento Neves Filho

Depreende-se da análise do Organograma proposto que a estrutura geral

da Vigilância Ambiental em Saúde estaria ligada a Coordenadoria de Saúde

Ambiental, órgão da Administração Direta da SMS e a Subcoordenadoria da

Vigilância Ambiental em Saúde, sendo constituídos pelos Núcleos de Vigilância

de Fatores de Risco Biológicos e Setores de Vetores, Hospedeiros e

Reservatórios e Animais Peçonhentos, bem como, de Fatores de Riscos Não

Biológicos e Setores de Água para Consumo Humano, Contaminantes

Ambientais, Ar, Resíduos Tóxicos e Desastres Naturais e Tecnológicos, além dos

Núcleos de Entomologia e Pesquisa Operacional, de Manejo e Controle da

População Animal e de Informação e Avaliação da VAS (FIGURA II).

No nível da Coordenação, compete às ações de coordenar, apoiar,

monitorar e avaliar às ações relacionadas a fatores determinantes para a saúde,

referentes a produtos, serviços e meio ambiente, nele incluído o ambiente de

trabalho, incluídas as atividades de Supervisão, Assessoria Técnica,

Planejamento/PPI-ECD, Controle e Avaliação, Gestão de Insumos Estratégicos:

medicamentos específicos, EPI, Equipamentos de Asperção de Inseticidas,

Treinamento, Normatização Complementar (SES/PB, 2003); (CÓDIGO

MUNICIPAL DE SAÚDE DE SALVADOR, 2002).

No nível de subcoordenação, compete assessorar os núcleos de Vigilância

Ambiental em Saúde, inclusive nos Distritos Sanitários, normatizar rotinas e

procedimentos, dar apoio técnico e operacional para o desenvolvimento de

programas, projetos e atividades de Vigilância Ambiental em Saúde, manter

articulação inter e intra institucional, analisar e emitir parecer em processos

administrativo decorrente de ações de Vigilância Ambiental em Saúde, exercer

outras competências correlatas (CÓDIGO MUNICIPAL DE SAÚDE DE

SALVADOR, 2002).

No nível de execução compete às ações de Supervisão áreas e dos

programas de controle vetorial, ações de vigilância, programas de controle,

identificação, monitoramento ambiental para pesquisa e classificação de vetores,

suporte laboratorial com análise físico-química e bacteriológica da água e

aplicação de inseticida (SES/PB, 2003).

Page 55: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

56 Proposta de Estruturação da Vigilância Ambiental em Saúde no Município de Salvador

Ulisses Nascimento Neves Filho

ARTICULAÇÕES INTRA E EXTRASETORIAIS

A atuação da Vigilância Ambiental em Saúde, em todos os níveis de

governo, requer articulação constante com os diferentes atores institucionais

públicos, privados e com a comunidade, para que ações integradas sejam

implementadas de forma eficiente, assegurando que os setores assumam suas

responsabilidades frente aos problemas de saúde e ambiente, em suas

respectivas áreas (VIGILÂNCIA AMBIENTAL EM SAÚDE, 2002). Desta forma, a

VAS deverá trabalhar articulada com órgãos Intra Institucional como Vigilância

Epidemiológica, Vigilância Sanitária, Vigilância da Saúde do Trabalhador, Sistema

Nacional de Laboratórios de Saúde Pública, Engenharia de Saúde Pública,

Sistema de Informação em Saúde, e Inter Institucional tais como: órgãos

responsáveis pelo meio ambiente (Ministério do Meio Ambiente, CRA/BA,

Secretaria Municipal de Meio Ambiente, outros), órgãos responsáveis pela

Limpeza Pública (LIMPURB), órgãos responsáveis pelos sistemas coletivos de

abastecimento d’água (EMBASA) e saúde (ANVISA, FUNASA) e ONG’S que

atuam na defesa do meio ambiente (SES/PB, 2003; VIGILÂNCIA AMBIENTAL EM

SAÚDE , 2002).

NECESSIDADE/EXISTÊNCIA DE RECURSOS HUMANOS, MATERIAIS, FINACEIROS E ATIVIDADES DE CAPACITAÇÃO/FORMAÇÃO REALIZADAS E PLANEJADAS.

A implantação do sistema deverá ser garantida através da transferência

dos recursos humanos e materiais já existentes, e, também através da

capacitação de novos recursos humanos e da alocação de recursos materiais

necessários ao aprimoramento das atividades já desenvolvidas (MUNICÍPIO DE

SÃO PAULO, op. cit., p. 05). Assim, considerando as atribuições de cada um dos

níveis do sistema de saúde, deveremos contar, com uma equipe de profissionais

de nível superior (multidisciplinar – formação em Biologia, Engenharia Sanitária,

Page 56: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

57 Proposta de Estruturação da Vigilância Ambiental em Saúde no Município de Salvador

Ulisses Nascimento Neves Filho

Medicina, Medicina Veterinária, Nutrição, Biologia, Química, Enfermagem,

Farmácia, Bioquímica, Física Nuclear), responsáveis pela coordenação,

orientação e execução das atividades de Vigilância Ambiental; profissionais de

nível médio profissionalizante com curso técnico em saneamento, edificações,

alimentos, química, nutrição, patologia clínica, agronomia, agropecuária,

segurança do trabalho, envolvidos em atividades externas; e profissionais de nível

básico, envolvidos na execução de atividades administrativas e de suporte

(MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, op.cit., p. 05). É necessário que estas equipes

contem com o apoio jurídico especializado em Direito Sanitário, que poderá se

localizar a nível regional ou central, e que terá a função de orientar as equipes

nas questões que, freqüentemente, resvalam para o terreno jurídico (ISC, 2002;

MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, op.cit., p. 05).

Ressalta-se que é relevante que estes profissionais contem com pessoal

de apoio em número suficiente para que não ocorram deficiências no desenrolar

das atividades.

A Secretaria Estadual de Saúde pode e deve atuar, em conjunto com a

Secretaria Municipal, neste caso a do município de Salvador, capacitando e

reciclando os recursos humanos e garantir o apoio técnico e profissional

necessário à implantação e ao desenvolvimento das atividades de Vigilância

Ambiental em Saúde (MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, op.cit., p. 06).

Quanto aos Recursos Materiais considera-se importante a existência de

uma Ouvidoria e do Disque-denúncia exclusiva para uso da população, que será

um dos meios de recebimento de informações e atuação das atividades de

Vigilância Ambiental em Saúde, além da disponibilidade de veículos, em número

suficiente para o desempenho das atividades. O edifício ou prédio nos quais estão

instalados a Vigilância deverão possuir adequadas condições de infra-esrutura

(ambientes climatizados naturalmente ou artificialmente, boa circulação e

materiais de revestimento de fácil higienização), podendo ser de propriedade do

município, alugado ou cedido pelo Estado ou União por um período de tempo

acordado entre às instituições.

Page 57: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

58 Proposta de Estruturação da Vigilância Ambiental em Saúde no Município de Salvador

Ulisses Nascimento Neves Filho

Os equipamentos necessários ao desenvolvimento das ações de Vigilância

(EPI’s, máquina fotográfica, câmara de vídeo, outros), devem incluir planos e

proposta de manutenção para os mesmos.

Sugere-se, a elaboração de um plano de capacitação e/ou criação de

Laboratórios que sejam voltados para o atendimento das necessidades geradas

pelo funcionamento do sistema, atuando de forma integrada com outros

laboratórios (LACEN/BA) obedecendo aos mesmos padrões de qualidade

adotados por àquela instituição.

Quanto aos Recursos financeiros, salienta-se, que o SINVAS é financiado

com recursos públicos da União por meio de ações, programas e projetos

específicos e da sistemática de financiamento estabelecida pelas Portarias do

Ministério da Saúde Nos 1.399/99 e 01/2002 que é extensiva aos estados e

municípios por meio do atendimento à critérios e procedimentos. Destaca-se,

como formas de financiamento para a implementação e Estruturação da Vigilância

Ambiental em saúde, conforme já mencionado anteriormente o PPI-ECD e o

VIGISUS.

ATIVIDADES EXISTENTES E PROGRAMADAS

Como a Vigilância Ambiental em Saúde no município de Salvador não se

encontra estruturada, não existe Atividades Existentes e Programadas, sugerindo-

se, conforme Proposta de Estrutura para VAS às seguintes atividades

programadas, de monitoramento ambiental e de prevenção e controle (SES PB,

2003):

Para o Núcleo de Vigilância dos Fatores não Biológicos - Cadastramento

das Fontes de Abastecimento D’água e manutenção e/ ou adequação do SIS –

Água, criação de 01 (hum) Laboratórios para análise da água par consumo

humano, Implantação, em conjunto com a ANVISA, da vigilância de Agrotóxicos,

em áreas de risco” (SES/PB, 2003). Para o Núcleo de Informação e Avaliação -

levantamento de dados e analise das metas da VAS, na PPI/EC, consolidação e

Page 58: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

59 Proposta de Estruturação da Vigilância Ambiental em Saúde no Município de Salvador

Ulisses Nascimento Neves Filho

analise de dados dos Programas de Controle Vetores, produção de informativo da

VAS.

Para o Núcleo de Manejo e Controle da População Animal - planejamento

da campanha de Vacinação contra Raiva Animal, acompanhamento e avaliação

das ações de profilaxia de Raiva Humana, desenvolvidas pela SMS,

Treinamentos em Profilaxia da Raiva Humana e Animal, para profissionais das

SMS e monitoramento da Raiva Animal.

Para o Núcleo de controle de Vetores - acompanhamento e avaliação das

ações de controle vetorial, desenvolvidas pelas SMS.

Para o Núcleo de Entomologia e Pesquisa Operacional - realização de

atividades inerentes a condição de Núcleo de Monitoramento da resistência de

Aedes Aegypti.

AVALIAÇÃO DAS ATIVIDADES QUANTO A SUA EFETIVIDADE

Ressalta-se que a efetividade ou eficácia das ações e/ou atividades de

Vigilância Ambiental em Saúde estão condicionadas a integração intra ou extra

setorial tendo em vista a dificuldade de “realizar atividades de vigilância e controle

de riscos ambientais para a saúde humana relacionados a qualquer de seus

fatores, sem uma avaliação e ação conjunta de todos os setores envolvidos com o

meio ambiente e a saúde humana” (VIGILÂNCIA AMBIENTAL EM SAÚDE, 2002).

Salienta-se que a efetividade destas ações pode e deve ser avaliada

através de um conjunto de indicadores que permitam mensurar as mudanças

ocorridas com relação ao conhecimento relacionado e sua transmissão, como

também, através de práticas positivas associadas à proteção individual, domiciliar

e coletiva.

Deve-se utilizar e/ou escolher indicadores que reflitam as transformações

na qualidade de vida no decorrer das diferentes fases do projeto. Sendo assim,

deverão ser utilizados dados referentes à cobertura das ações de saneamento,

saúde, saúde do trabalhador, outros. Aliados a esses indicadores serão coletados

Page 59: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

60 Proposta de Estruturação da Vigilância Ambiental em Saúde no Município de Salvador

Ulisses Nascimento Neves Filho

indicadores econômicos como, por exemplo, renda média da população e

indicadores sociais, como grau de escolaridade.

Combinadas essas informações, pode-se ter uma idéia da qualidade de

vida da população, das mudanças decorrentes da implantação das atividades

estabelecidas no projeto e da relação existente entre esses indicadores e a

presença do dengue.

INDICADORES DE SAÚDE PARA A VAS

Um importante instrumento para orientação prática das atividades

vigilância, visando o entendimento do conjunto de ações de promoção, prevenção

e controle dos riscos ambientais e a melhoria das condições de meio ambiente e

saúde das populações, é a construção ou formulação de Indicadores de Vigilância

Ambiental em Saúde, pois propicia diagnósticos mais seguros que subsidiam o

Sistema de Informação em Vigilância Ambiental em Saúde. Estes (Indicadores),

devem seguir o modelo proposto pela OMS, através da utilização de uma Matriz

de Causa-Efeito, que mostra a relação das situações de exposição do homem e

as condições de saúde e doença em que se encontram, devendo ser: os mais

específicos possíveis, sensíveis a mudanças específicas nas condições de

interesse, cientificamente imparciais, confiáveis, de máximo benefício e utilidade e

representativo das condições de interesse (INDICADORES DE VIGILÂNCIA

AMBIENTAL EM SAÚDE, 1999).

Ressalta-se que para cada setor da VAS (água para consumo humano, ar,

outros), serão definidos indicadores que vão subsidiar as ações propostas,

citando-se como exemplo a água para o consumo humano que apresenta

Indicadores da Qualidade Física (cor, turbidez, sabor e odor), Química

(alcalinidade, fósforo, DBO e DQO) e Biológicos (coliformes e algas) (MOTA,

1995), além da utilização de Indicadores de Saúde Tradicionais como Coeficiente

de Mortalidade Geral (CMG), Esperança de Vida, Mortalidade Infantil, Materna,

outros.

Page 60: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

61 Proposta de Estruturação da Vigilância Ambiental em Saúde no Município de Salvador

Ulisses Nascimento Neves Filho

ATIVIDADES DE MONITORAMENTO AMBIENTAL E DE PREVENÇÃO E CONTROLE

São atribuídas, entre outras, às seguintes atividades e/ou atribuições para

a Vigilância Ambiental em Saúde: monitorar as condições de saúde e ambiente,

assegurando a descentralização das ações e as prioridades locais (inferindo-se

as DIRES, os Distritos e, outros); utilizar indicadores que relacionem saúde e

condições de vida, produzindo estimativas da contribuição de diferentes fatores

ambientais e sócio-econômicos para problemas de saúde; analisar as

necessidades e exigências para a saúde nos vários setores do desenvolvimento,

tais como habitação, agricultura, ocupação urbana, mineração, transporte e

indústria; formular políticas de vigilância ambiental em saúde em parceria com

setores afins; promover a ênfase nas questões de saúde e ambiente, junto às

agências, organizações públicas, privadas e comunidades, em todos os níveis,

para inclusão nos seus trabalhos, planos e programas das questões referentes a

vigilância ambiental; apoiar a execução de pesquisas visando a melhor

compreensão, avaliação e gerenciamento de riscos ambientais e subsidiar as

políticas e o planejamento, a avaliação e o desenvolvimento de recursos humanos

e institucionais na área de vigilância ambiental em saúde e nos diferentes níveis

de gestão.

Da análise do contexto acima, destaca-se que algumas destas atividades

acima mencionadas (formulação de políticas, planejamento, pesquisas e, outras)

estão de acordo com a citação de Mota Apud Rouqueirol (1995), “prevenção, em

Saúde Pública, é ação antecipada, tendo por objetivo interceptar ou anular a

evolução de uma doença”.

Sendo assim, menciona-se a importância dos Sistemas de Informações de

Serviços de Saúde “Por definição, todo Sistema de Informação de Serviços de

Saúde, enquanto instrumento gerencial deve estar apto a fornecer subsídios para

a operação e organização dos serviços, auxiliando o processo de tomada de

decisão a partir do monitoramento e avaliação das ações desenvolvidas. Deve,

ainda ser capaz de facilitar a investigação e o planejamento, com vistas ao

Page 61: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

62 Proposta de Estruturação da Vigilância Ambiental em Saúde no Município de Salvador

Ulisses Nascimento Neves Filho

controle de doenças. Destaca-se os Sistemas de Informação de Mortalidade

(SIM), de Nascidos Vivos (SINASC), de Agravos de Notificação (SINAN), de

Acesso à Base de dados, Sistema de Informações Ambulatoriais, Sistema de

Informações Hospitalares, e outros (ver documento A experiência da construção

de um sistema de informação geográfica em um serviço básico de assistência à

saúde Apud Moraes, 2003).

DIAGNÓSTICO EM SAÚDE AMBIENTAL, PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE INTERESSE PARA A VAS E COBERTURA DOS PROBLEMAS NO ATUAL PROGRAMA

“As condições ambientais têm grande influência sobre a saúde da

população, desta forma, um ambiente onde não há água de boa qualidade, onde

os resíduos são dispostos de forma inadequada, favorecendo à proliferação de

organismos patogênicos ou de substâncias nocivas, contribui para a existência de

muitas doenças” (MOTTA, 1995).

A cidade do Salvador apresenta alguns problemas ambientais como

ausência de sistemas de esgotamento sanitário, abastecimento e coleta regular,

respectivamente, de água potável e resíduos sólidos, em determinados Bairros

como o Subúrbio Ferroviário localizado na “Cidade Baixa”, bem como, a Epidemia

da Dengue, a Qualidade do Ar Interior em Ambientes Climatizados Artificialmente

de Uso Público ou Privado como nos Shoppings Centers e a Qualidade do Ar em

áreas urbanas, sendo que este último será tratado (resumidamente) aqui com

maior ênfase, por ser um assunto de grande interesse para a Saúde Pública e

bastante difundido ou divulgado para a população e nos meios de comunicação.

Como o município de Salvador não dispõe de Serviços de Monitoramento

da Qualidade do Ar às informações abaixo mencionadas referem-se a estudos e

pesquisas realizadas nas cidades brasileiras de São Paulo e Rio de Janeiro que

contam com tais serviços, servindo para chamar a atenção da importância e

existência e Monitoramento dos Serviços da Qualidade do Ar (EPIDEMIOLOGIA

E SERVIÇOS DE SAÚDE, 2003, p.30).

Page 62: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

63 Proposta de Estruturação da Vigilância Ambiental em Saúde no Município de Salvador

Ulisses Nascimento Neves Filho

Ainda este documento cita que “no Brasil, alguns estudos investigatórios

dos efeitos da poluição do ar na saúde encontraram associações estatisticamente

significantes com a mortalidade infantil, mortalidade em idosos e hospitalizações

em crianças e adultos por causas respiratórias, casos vivenciados em são Paulo e

no Rio de Janeiro”, sabendo-se que as crianças e os idosos são mais pré-

dispostos aos efeitos da poluição do ar.

É bom salientar que todos os Problemas Ambientais acima mencionados

estão cobertos ou serão monitorados por setores específicos, conforme proposta

de organograma para a VAS.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Na concepção de vida atual, desenvolvimento social e populacional, e

reiterando que os recursos disponíveis para o desenvolvimento social são

restritos, existe uma preocupação muito grande dos efeitos sobre a saúde

relacionados ao meio ambiente.

Em conformidade com, Indicadores de Vigilância Ambiental em Saúde

(1999, p.02) uma resposta do Setor Saúde ao movimento geral em que todas as

atividades do homem se reúnem na busca de compatibilizar o desenvolvimento

social com as necessidades humanas, é a Estruturação da Vigilância Ambiental

em Saúde, sobressaltando: “o setor saúde passa a ter um interlocutor natural

junto aos outros setores, estabelecendo um inter-relacionamento entre questões

de desenvolvimento, ambiente e saúde, buscando dar respostas para o

atendimento das necessidades e para a melhoria da qualidade de vida das

populações”.

Entende-se, a partir desta, a grande importância dos estudos e tarefas

desenvolvidas tais, como: a análise dos processos de produção, a integração inter

e intra-institucional, o processamento e interpretação de informações visando o

conhecimento, detecção, prevenção e controle dos problemas de saúde

existentes e relacionados aos fatores ambientais. (VIGILÂNCIA AMBIENTAL,

2003)

Page 63: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

64 Proposta de Estruturação da Vigilância Ambiental em Saúde no Município de Salvador

Ulisses Nascimento Neves Filho

Para que estas metas e finalidades sejam alcançadas, propõe-se de

imediato, para a VAS de Salvador a criação e/ou reestruturação do banco de

dados de seu interesse, a sistematização de informações a ela relativas, a

implementação de programas de educação em saúde e a implantação da carreira

do Agente, Técnico, Inspetor ou Fiscal de Vigilância Ambiental.

Pretende-se assim, buscar um desenvolvimento social e econômico

compatível com as necessidades humanas com participação da sociedade e

visando a melhoria da qualidade de vida em saúde de toda a população

soteropolitana.

Page 64: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

65 Proposta de Estruturação da Vigilância Ambiental em Saúde no Município de Salvador

Ulisses Nascimento Neves Filho

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS A REORGANIZAÇÃO DAS ATIVIDADES DE SAÚDE AMBIENTAL E VIGILÂNCIA

NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO. São Paulo: Cooperazione Italiana, 2003. 06

p.

BAHIA. Lei No 3.982, de 29 de dezembro de 1981. Dispõe sobre o Subsistema de

Saúde do Estado da Bahia, aprova a Legislação Básica sobre, promoção,

proteção, e recuperação da saúde e dá outras providências. Diário Oficial do

Estado da Bahia. Bahia, 1981.

BRASIL. Constituição Federal (1988). Constituição da República Federativa do

Brasil. Brasília. DF: Senado Federal. 1988.

BRASIL. Decreto No 3.450, de 09 de maio de 2000. Aprova o Estatuto da

FUNASA. Brasília, 2000.

BRASIL. Instrução Normativa No 01.399, de 25 de setembro de 2001.

Regulamenta a Portaria MS No 1.399, de 25 de setembro de 2001, no que

refere às competências da União, Estados, Municípios e Distrito Federal, na

área de Vigilância Ambiental em saúde. Brasília, 2001.

BRASIL. Lei No 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições

para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o

funcionamento dos serviços correspondentes e das outras providências.

Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília, 1990.

________ Lei No 8.142, de 28 de dezembro de 1990. Dispõe sobre a participação

da comunidade na Gestão do SUS e sobre as transferências

intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e dá outras

providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília, 1990.

BRASIL. Norma Operacional Básica do Sistema Único de Saúde (NOB - SUS/96)

de 06 de novembro de 1996. Diário Oficial da União. Brasília, 1997.

BRASIL. Portaria No 1.399, de 15 de dezembro de 1999. Regulamenta a NOB

SUS 01/96 no que refere às competências da União, Estados, Municípios e

Page 65: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

66 Proposta de Estruturação da Vigilância Ambiental em Saúde no Município de Salvador

Ulisses Nascimento Neves Filho

Distrito Federal, na área de epidemiologia e controle doenças, define a

sistemática de financiamento e dá outras providências. Brasília, 1999.

_______. Portaria No 373, de 27 de fevereiro de 2002. Aprova na Forma do Anexo

i desta Portaria, a Norma Operacional da Assistência à Saúde (NOAS-

SUS/02). Brasília, 2002.

CARRERO, A. A. Curso de Especialização em Engenharia de Segurança do

Trabalho: Legislação e Normas Técnicas. Salvador, 2000. p. 09.

CENTRO DE ESTATÍSTICAS E INFORMAÇÕES. Informações Básicas dos

Municípios Baianos. Salvador: CEI, 1994.

DIRETORIA DE VIGILÂNCIA E CONTROLE SANITÁRIA. Vigilância Sanitária e

Ambiental: Informações Gerais. Bahia: DIVISA, 2002.

EPIDEMIOLOGIA E SERVIÇOS DE SAÚDE. Rio de Janeiro, 2003.

FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE. Vigilância Ambiental em Saúde. Brasília:

FUNASA, 2002.

GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA, 2002. Curso de Nivelamento para Vigilância

Ambiental em Saúde e Qualidade do Ar. Salvador: SESAB, 2002.

GOVERNO DO ESTADO DA PARAÍBA, 2003. Programa de Estruturação da

Vigilância Ambiental. João Pessoa: Secretaria de Estado da Saúde, 2003.

GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA, 1997. Políticas Sociais na Bahia: Saúde e

Saneamento. Descentralização no Brasil. Salvador: IPEA-SEI/SEPLANTEC,

1997.

GOVERNO DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO. A reorganização das atividades de

Saúde Ambiental e vigilância no município de São Paulo, mimeo, 2003.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Demográfico de 2000.

Rio de janeiro, 2000. p. 01

INFORME EPIDEMIOLÓGICO DO SUS, 1999. Indicadores de Vigilância

Ambiental em Saúde. Brasília, 1999.

INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA. Curso de Extensão em Direito Sanitário.

Salvador: UFBA/CEPEDISA/FSP/USP/DIVISA, 2002.

Page 66: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

67 Proposta de Estruturação da Vigilância Ambiental em Saúde no Município de Salvador

Ulisses Nascimento Neves Filho

INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA. Curso de especialização em Saúde Coletiva

com área de concentração em gestão de sistemas e serviços de saúde. Sub

Módulo Políticas de Saúde. Salvador: ISC/UFBA – UESC-UEFS-UESB, 2003.

MINISTÉRIO DA SAÚDE, 199. Secretaria de Assistência à Saúde. Brasília, 1995.

MOTA, Suetônio. Introdução à Engenharia Ambiental. Rio de Janeiro, 1995.

NETTO, G. F.; CARNEIRO, F. F. Vigilância Ambiental em Saúde no Brasil.

Revista Ciência & Ambiente. Rio de Janeiro, 2002. p. 12.

SALVADOR. Lei No 5.504, de 01 de março de 1999. Institui o Código Municipal de

Saúde. Diário Oficial do Município de Salvador. Salvador, 1999.

SECRETARIA DE ADMINISTRAÇÃO DE ARACAJU, 2003. Concurso Público

para a área de Saúde. SEAD/Aracaju, 2003.

SEGUNDO RELATÓRIO DO COMITÊ DE ESPECIALISTA DA OMS. O Controle

da Esquistossomose. Rio de Janeiro: Fiocruz, cap, 1-3 ; 5-7 ; 13 e 20, 1993.

Page 67: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE NÚCLEO DE ESTUDOS DE SAÚDE COLETIVA

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM VIGILÂNCIA AMBIENTAL EM SAÚDE

TAL EM SAÚDE NO MUNICÍPIO A ESTRUTURAÇÃO DA VIGILÂNCIA AMBIENDE JEQUIÉ-BA: OPORTUNIDADES PARA MELHORIA DA QUALIDADE DE

VIDA

Darci Santos Silva

Adaptação da Monografia apresentada ao Núcleo de Estudos de Saúde Coletiva como pré-requisito para a obtenção do Titulo de Especialista em Vigilância Ambiental em Saúde

- 2003 -

Page 68: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ
Page 69: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

RESUMO

Este documento apresenta uma proposta ao processo Estruturação da

Vigilância Ambiental no município de Jequié/BA, com o objetivo de definir um

modelo de implantação que poderá orientar a prática da vigilância à saúde,

auxiliando na instrumentalização do Sistema de Vigilância Ambiental em Saúde,

nos diferentes níveis de gestão, sobretudo para outros municípios.

O referencial teórico compõe-se dos conceitos de saúde-ambiente, além de

levantamentos sobre articulação setorial dos serviços de vigilância à saúde,

dentro Sistema Único de Saúde-SUS. A opção metodológica foi o levantamento

bibliográfico de conteúdos relacionados ao tema proposto, com ênfase na

situação organizacional do sistema de saúde vigente, visando sempre a

identificação de fatores que possam ser incorporados ao modelo de estruturação

a ser implantado no município, além da incorporação de novos fatores ao modelo

desenvolvido.

Palavras Chaves: Vigilância Ambiental; Saúde; Vigilância Sanitária

Page 70: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ
Page 71: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

72 A Estruturação da Vigilância Ambiental em Saúde no Município de

Jequié-Ba: Oportunidades para melhoria da Qualidade de Vida Darci Santos Silva

INTRODUÇÃO

Vigilância Ambiental em Saúde: Oportunidades para melhoria da qualidade de vida.

As políticas de Vigilância Ambiental em Saúde são influenciadas pela

dinâmica do processo de desenvolvimento do país e dos intercâmbios com outras

sociedades pelos acontecimentos, cenários, atores sociais, políticos e

institucionais e seus recursos e interações, de confronto e cooperação. Partindo

desse princípio, para compreender a trajetória das políticas desta nova forma de

vigilância, é preciso conhecer os diferentes contextos social, econômico e político

do país, buscando evitar o senso comum que, por um lado, focaliza e reduz seus

problemas e, por outro, os amplia como fossem somente seus.

Dessas características decorre a observação de que não existe uma

Vigilância Ambiental desvinculada de políticas local, regional, nacional e

internacional como também dissociada das demais formas de vigilância e dos

conhecimentos técnicos e científicos detidos por outras instituições. Por tratar-se

de uma atividade inerente ao Estado, ela “orienta a execução de ações de

controle dos fatores ambientais que interferem na saúde humana” além de

instrumentalizar princípios e políticas para o setor, em uma dada conjuntura.

O atual momento do Sistema de Saúde brasileiro configura uma arena

política e ideológica, marcada pelo conflito entre as necessidades de saúde do

dito homem moderno e os interesses da antiga cultura hegemônica do capital,

cujo principal interesse é a universalização da miséria e globalização da

excludência.

Por este motivo, principalmente nos tempos atuais, os sistemas locais de

saúde enfrentam o importante desafio de identificar seus avanços, pontos de

retrocessos e ainda de gerirem suas dificuldades, de modo a promover impacto

positivo sobre as condições de vida e saúde da população.

Page 72: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

73 A Estruturação da Vigilância Ambiental em Saúde no Município de

Jequié-Ba: Oportunidades para melhoria da Qualidade de Vida Darci Santos Silva

Caracterização do Município.

O Município de Jequié possui uma área total de 3.035 KM2, localizando-se

a uma altitude de 216 m, latitude 13’85” Sul e longitude 40’08” W. Situa-se na

região sudeste do Estado, distando 364 Km em relação à Capital Estadual,

Salvador, especificamente entre a zona da mata e Caatinga, fato este que lhe

confere um clima quente e úmido com temperaturas oscilando entre 130 (junho) e

36o (fevereiro) (IBGE, 2000). A população de Jequié possui as características

apresentas a seguir:

Quadro 01: Distribuição por Faixa Etária da População do Município de Jequié/Ba, 2000.

ASPECTOS DEMOGRÁFICOS DADOS POPULACIONAIS 1. TOTAL 2. URBANA 3. RURAL 147.202 130.296 16.906 5. DISTRIBUIÇÃO DA FAIXA ETÁRIA

SEXO Faixa Etária MASC FEM.

TOTAL

TOTAL 71.899 75.303 147.202 Fonte: IBGE/2000

Os dados descritos acima demonstram que a população Jequieense é de

147.202 habitantes, o que, quando relacionado com a distribuição das pessoas ao

longo do espaço territorial, apresenta uma densidade demográfica de 48.5

hab/km2. Assim, é importante ressaltar que, de acordo com o IBGE 2000, o

crescimento vegetativo da população Jequieense é negativo (-2.88%), vez que a

população estimada para o ano 2000 era de 183.472. Evidenciando a

predominância da população urbana, com a concentração de 88.5 % do

contingente populacional nesta área, conseqüência do êxodo rural. Uma das

principais conseqüências de tal fato é a deposição de grandes massas

populacionais nas periferias da cidade, desempenhando atividades de

subemprego e constituindo os chamados “Bolsões de Pobreza” (IBGE, 2000).

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74 A Estruturação da Vigilância Ambiental em Saúde no Município de

Jequié-Ba: Oportunidades para melhoria da Qualidade de Vida Darci Santos Silva

Outro dado que também pode ser percebido ao observarmos o quadro 01 é

o fato de que há uma equivalência percentual entre a população masculina

(48.80%) e feminina (51.20%). Tal fato é de grande importância Epidemiológica

visto que, devido ao processo de apropriação histórico-cultural do gênero

masculino no que se refere às relações de trabalho (geralmente extradomiciliar,

braçal), causas externas e permissividade cultural (maior aceitação de alguns

costumes, vícios e comportamentos), morrem um número maior de homens em

relação às mulheres, gerando desagregação familiar, aumento dos gastos com a

previdência social devido ao pagamento de pensões e benefícios etc.

Aspectos Ambientais

São notáveis as transformações pelas quais a paisagem natural de Jequié

vem sendo submetida. Tal fato pode ser demonstrado principalmente na morte

precoce da grande maioria dos principais rios da região, inclusive o Rio de Contas

e Jequiezinho (que cortam a cidade), promovida principalmente pela retirada de

areia de seus leitos e lançamento de dejetos domiciliares e industriais. Também

são freqüentes as queimadas e o desmatamento com a finalidade de cultivar

pastos para a criação de gado de corte e produção de leite.

O órgão responsável pelo saneamento básico da cidade é a Empresa

Baiana de Água e Saneamento S/A – EMBASA. Segundo informações da referida

empresa, 31.415 (81 %) domicílios são abastecidos com água tratada, sendo que

destes apenas 18.535 (59%) possuem hidrômetro. Na maioria dos distritos o

abastecimento é realizado através da simples captação, armazenagem e

distribuição sem que a mesma sofra qualquer processo de tratamento; ao passo

que em outros a água consumida é proveniente de poços artesianos, nascentes,

fontes e rios.

No que se refere ao esgotamento sanitário, 17.278 (55%) residências são

ligadas à rede de esgoto geral, tendo seus dejetos tratados em moderna estação

de tratamento. Quando lançados ao meio ambiente, os mesmos encontram-se em

condições compatíveis com a saúde e preservação da natureza.

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75 A Estruturação da Vigilância Ambiental em Saúde no Município de

Jequié-Ba: Oportunidades para melhoria da Qualidade de Vida Darci Santos Silva

A coleta de lixo é realizada pela Prefeitura Municipal – Departamento de

Obras. Nas áreas centrais da cidade as coletas são diárias com rotas e horários

preestabelecidos. Nas áreas periféricas, são utilizados contêineres para

armazenagem, donde são recolhidos de 02 em 02 dias. O destino final de tais

produtos é um aterro sanitário, localizado aproximadamente 08 Km em relação ao

centro da Cidade.

ESTRUTURAÇÃO DA VIGILÂNCIA AMBIENTAL EM SAÚDE Marco Legal

A principal iniciativa no âmbito do Ministério da Saúde, relacionadas à

temática entre saúde e ambiente, é a estruturação de uma área de vigilância

ambiental em saúde na FUNASA.

Para a implementação da Vigilância Ambiental em Saúde já existem

instrumentos legais do SUS, definidos por meio de leis, decretos e portarias.

A Lei n.º 8.080, de 19 de setembro de 1990, que nos artigos 3º, 6º, 7º, 15º

e 16º, se refere à organização do Sistema Único de Saúde (SUS) e as atribuições

relacionadas à área de saúde ambiental, conforme transcrito a seguir:

A Portaria nº 1.399, de 15 de dezembro de 1999, regulamenta a NOB SUS

01/96 no que se refere às competências da União, estados, municípios e do

Distrito Federal, na área de epidemiologia e controle de doenças e define a

sistemática de financiamento; define os critérios para habilitação e certificação de

estados e municípios e estabelece a competência da FUNASA, dos estados, dos

municípios e do Distrito Federal, na gestão do Sistema Nacional de Vigilância

Epidemiológica e Ambiental em Saúde.

O Decreto nº 3.450, de 9 de maio de 2000, aprova o estatuto da FUNASA,

estabelecendo como sua competência a gestão do Sistema Nacional de Vigilância

Epidemiológica e Ambiental em Saúde.

Page 75: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

76 A Estruturação da Vigilância Ambiental em Saúde no Município de

Jequié-Ba: Oportunidades para melhoria da Qualidade de Vida Darci Santos Silva

A Portaria FUNASA nº 410, de 10 de agosto de 2000, aprova o Regimento

Interno da Fundação Nacional de Saúde (FUNASA), estabelecendo, nos artigos

92°, 93° e 94° as competências da Coordenação Geral de Vigilância Ambiental

em Saúde (CGVAM), no âmbito do CENEPI.

Aspectos Gerais

Em linhas gerais, a Vigilância Ambiental em Saúde está estruturada da

seguinte forma: No âmbito da União, existem diversos órgãos que desenvolvem

projetos e ações relacionados à saúde ambiental, são eles:

• FUNASA, responsável pela implementação e coordenação;

• Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA, responsável pela

fiscalização de produtos, serviços de saúde, ambientes de trabalho e

ambientes de risco à saúde pública;

• Fundação Oswaldo Cruz - FIOCRUZ, responsável pelo

desenvolvimento de diversos programas e projetos de ciência e

tecnologia e desenvolvimento de recursos humanos em saúde

ambiental;

• Secretaria de Políticas de Saúde – SPS/MS coordena ações no

Programa Cidade dos Meninos através do Departamento de Ciência

e Tecnologia, além de coordenar o Grupo Técnico de Saúde do

Trabalhador pelo Departamento de Ações Programáticas;

• Assessoria de Assuntos Internacionais – AISA/MS coordena e

articula os trabalhos referentes ao cumprimento de acordos

internacionais na área de saúde ambiental.

Devido ao seu caráter integrador a estruturação e a operacionalização da

Vigilância Ambiental em Saúde demandam articulação com outros ministérios

como o Ministério do Meio Ambiente, Ministério do Trabalho, Ministério das

Page 76: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

A Estruturação da Vigilância Ambiental em Saúde no Município de Jequié-Ba: Oportunidades para melhoria da Qualidade de Vida

Darci Santos Silva

Organização e Funcionamento da Saúde no Município.

Relações Exteriores, Ministério da Educação e o Ministério do Planejamento,

além de outros órgãos e agências do Governo Federal.

A Secretaria Municipal de Saúde foi criada através de Lei 187/91 de 02 de

Janeiro de 1991. Em 24.12.1997, como conseqüência do avanço no processo

de Municipalização das Ações de Saúde, a mesma foi modificada pelo Legislativo

Municipal através da Lei no 1433/97. Nesta ocasião, criou-se Departamentos e

processou-se a extinção de alguns cargos. Assim, atualmente encontra-se

estruturada da seguinte forma:

A locação de serviços e distribuição do poder de decisão é dada segundo o

organograma a seguir:

Em março de 2001 a Secretaria Municipal de Saúde assumiu a Gestão

Plena do Sistema Municipal de Saúde (NOB/SUS 01/96), tendo sido adequada

conforme requisito da NOAS/SUS/2001, em 21 de setembro de 2001 (Comissão

Intergestora Bipartite).

• Departamento de Vigilância Epidemiológica e Saúde do

Trabalhador;

• Departamento de Planejamento Acompanhamento e Avaliação;

• Secretário de Saúde;

• Departamento de Vigilância Sanitária e Ambiental;

• Departamento de Assistência à Saúde;

• Departamento de Auditoria;

• Departamento Administrativo e Financeiro.

77

Page 77: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

Organograma - Estrutura da Secretaria Municipal de Saúde de Jequié.

Prefeito

Secretária da Saúde Conselho Municipal de

Departamento de Planejamento,Acompanhamento e avaliação

CC2

Departamento de Auditoria

Departamento Administrativo Financeiro

CC2

Departamento de Assistência a Saúde

Departamento de Vigilância Sanitária

e Ambiental

Departamento de Vigilância Epidemiológica e Ambiental

CC2

Coord. Núcleo de Informações de saúde

Coo Financeiro Coord. Serv. Médicos Coord. Serv. Vig. Epidemiológica CooCooCoo

rd. Serv.

rd. Serv. Adminisrd. Serv. R. Humrd. Material e Pa

trativo Coord. Serv. Odontológicos Coord. Serv. Saúde do Trabalhador anos Coord. Serv. Enfermagem Coord. Serv. Alimentar e Nutricional trimônio Coord. Serv. Saúde Comunidade

Page 78: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

79 A Estruturação da Vigilância Ambiental em Saúde no Município de

Jequié-Ba: Oportunidades para melhoria da Qualidade de Vida Darci Santos Silva

De acordo com a estrutura descrita acima, as atividades relacionadas à

vigilância e controle de riscos ambientais para a saúde humana no município de

Jequié são de competência da Vigilância Sanitária e Ambiental. As ações

desenvolvidas nesta área dividem espaço com outras relacionadas à vigilância de

produtos, serviços de saúde, medicamentos, além de outras que compõem o

âmbito da vigilância sanitária.

Sabendo que a vigilância ambiental possui caráter integrador e, salientando

que a sua implementação demanda de uma sistematização, principalmente na

determinação das atribuições de cada componente desse sistema, se faz

necessária então, a criação de uma subcoordenação dentro do Departamento de

Vigilância Sanitária, que concentre ações no campo de saúde e ambiente.

Diante da atual estrutura da saúde no município, não se torna possível a

organização de uma vigilância ambiental atuante. Tal fato é expresso, pela falta

de capacitação dos profissionais que atuam nos órgãos que a ela estão ligados.

Como por exemplo: a Vigilância Epidemiológica desenvolve ações de combate a

vetores, e todos os projetos que são desenvolvidos no município, somente são

para combate, tratamento, e outras medidas terapêuticas. Em alguns casos não

conseguem sequer exterminar um foco, devido à dificuldade enfrentada pelos

agentes em entrar em determinado local (residência, estabelecimento comercial,

etc.). A existência de uma vigilância ambiental estruturada resolveria este

problema, visto que sua articulação com outros órgãos como Promotoria,

Secretaria de Segurança Pública, dentre outros, concentraria os esforços obtendo

maior resolutividade.

As atividades relacionadas ao controle e monitoramento ambiental no

município ficam na dispensação do governo do estado através do Centro de

Recursos Ambientais-CRA, Secretaria de Recursos Hídricos-SRH, e Instituto

Brasileiro de Meio Ambiente-IBAMA. Porém, a visão de ambiente existente nestes

órgãos, é completamente dissociada às questões de saúde da comunidade, pois

se uma empresa que emite poluentes atmosféricos passa por uma inspeção

ambiental, das observações proferidas, estão os lançamentos sanitários e

atmosféricos, se é possuidor de fossa séptica e filtros de fumaça, além de outros.

Page 79: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

80 A Estruturação da Vigilância Ambiental em Saúde no Município de

Jequié-Ba: Oportunidades para melhoria da Qualidade de Vida Darci Santos Silva

Porém não se questiona se o referido estabelecimento atende às condições

mínimas de higiene; se as atividades desenvolvidas constituem-se em atividades

de risco à saúde dos trabalhadores. Demonstrando uma fragmentação do grande

conjunto ambiente e saúde.

Faces da Problemática Saúde/Ambiente

São muitos os problemas ambientais existentes em Jequié. Se partirmos

do princípio da relação dos fatores físicos com os de saúde, veremos que os

maiores problemas existentes são de interesse da saúde.

• Falta de saneamento básico em algumas regiões periféricas do município, levando as pessoas a utilizarem fontes alternativas de obtenção de água para seu consumo, estando esta última, na maioria das vezes contaminada;

• Poluição dos rios, contribuindo para a proliferação de elevada incidência de esquistossomose mansônica, conforme dados levantados pela Secretaria Municipal de Saúde;

• Elevada incidência de cisticercose, atribuído ao consumo de carne de porco criados em meio aos esgotos a céu aberto existentes nos bairros mais pobres da periferia e até mesmo na zona rural;

• Elevada incidência de dengue na população geral do município; • Elevada incidência de leishmaniose tegumentar na população

periférica e rural, provenientes do desmatamento florestal; da extinção de espécies animais (hospedeiros primários); fatores culturais, relacionados à utilização dos recursos naturais; fatores econômicos;

• Grande incidência de problemas de saúde relacionados ao ambiente de trabalho, provenientes das empresas de grande porte dos diversos setores como: calçados, construção civil, exploração de pedras, dentre outras;

• Embora o município também desenvolva atividades ligadas à agricultura, não se tem constatado a existência de maiores problemas relacionados a utilização de agrotóxicos, fato este justificado, talvez, pelo tamanho dessas culturas.

Os problemas descritos acima representam a cristalização das

necessidades da população em relação aos serviços de saúde e modos de vida,

Page 80: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

81 A Estruturação da Vigilância Ambiental em Saúde no Município de

Jequié-Ba: Oportunidades para melhoria da Qualidade de Vida Darci Santos Silva

tendo todos eles um condicionamento ambiental. Sua identificação, transforma

esta parte do estudo em um momento de extrema importância à reorientação

estratégica da política de saúde no nível local, fazendo com que o enfrentamento

dos mesmos se torne, além de um desafio uma necessidade.

PROPOSTAS PARA ESTRUTURAÇÃO DA VIGILÂNCIA AMBIENTAL EM SAÚDE NO MUNICÍPIO

A implantação da Vigilância Ambiental em Jequié, seguiria ao modelo

adotado pelo Estado da Bahia, onde se encontra inserida dentro da Vigilância

Sanitária e Ambiental, embora já se tenha definido o seu papel. Na estruturação

dos serviços, o Departamento de Vigilância Sanitária e Ambiental passaria por

uma reformulação onde seriam criadas algumas coordenações:

• Coordenação de Alimentos;

• Coordenação de Vigilância Ambiental em Saúde;

• Coordenação dos Serviços de Saúde;

• Coordenação de Medicamentos.

Coordenação dos Serviços de Saúde

Coor nação de Alimentos

Coordenação de Medicamentos

l

de

B s

Vetores Hospedeiros

Coordenação de VigilânciaAmbiental em Saúde

Riscos iológico

SoReservatórios Água

Riscos Não Biológicos

Vigilância Sanitária e Ambienta

DesastresAr Contaminantes lo

Page 81: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

82 A Estruturação da Vigilância Ambiental em Saúde no Município de

Jequié-Ba: Oportunidades para melhoria da Qualidade de Vida Darci Santos Silva

Vale salientar, que este modelo de estruturação não significa fragmentar a

vigilância sanitária e ambiental, mas, sobretudo organizá-la, a fim de que suas

ações sejam melhor desenvolvidas.

Dentro desta perspectiva, faz-se necessário, que o município através de

seus gestores, amplie a redação do código de postura existente atualmente,

incorporando a este, competências relacionadas ao controle do meio ambiente,

como condicionante da qualidade de saúde da comunidade.

A atuação da Vigilância Ambiental em Saúde requer uma articulação com

os diversos segmentos que compõem a sociedade a fim de tornar efetiva a sua

atuação. Existem no município alguns órgãos, oficiais ou na; setores da

comunidade que desenvolvem alguns programas e projetos relacionados ao meio

ambiente que por sua vez correlaciona-se com a saúde:

- O Centro de Recursos Ambientais (CRA), responsável pelo controle e

proteção do meio ambiente no município e região;

- A Secretaria de Recursos Hídricos (SRH), responsável pelo controle dos

recursos hídricos do município, trabalhando na preservação das bacias

hidrográficas existentes na região;

- A Secretaria de Desenvolvimento Econômico Municipal, responsável pela

elaboração e implementação de projetos voltados ao desenvolvimento

municipal;

- O Departamento de Vigilância Epidemiológica e Saúde do Trabalhador,

responsável pelo controle dos fatores de riscos biológicos (vetores,

hospedeiros, animais peçonhentos) e saúde do trabalhador;

- O Departamento de Vigilância Sanitária e Ambiental (DEVISAM),

responsável pela fiscalização de produtos e serviços de saúde bem como

dos fatores de risco não biológicos (qualidade da água para consumo

humano, contaminantes ambientais)

- A Secretaria de Infra Estrutura e Meio Ambiente; responsável pelos

projetos de desenvolvimento urbano, arborização, saneamento, coleta

seletiva de lixo;

Page 82: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

83 A Estruturação da Vigilância Ambiental em Saúde no Município de

Jequié-Ba: Oportunidades para melhoria da Qualidade de Vida Darci Santos Silva

- O Ministério Público gerencia e fiscaliza, os recursos destinados ao

desenvolvimento de projetos na área ambiental, bem como atua em

conjunto com outros órgãos para efetivação de suas atividades;

- O Corpo de bombeiros, responsável pelo combate à incêndios, controle de

produtos perigosos e atividades de risco à comunidade;

- O Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST), atua na

fiscalização dos ambientes de trabalho verificando a exposição dos

trabalhadores a determinados fatores de risco, no tratamento de saúde

ocupacional;

- A Empresa Bahiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), atua na

implantação e implementação de projetos relacionados à agricultura;

- A Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (ADAB), responsável pela

fiscalização dos produtos de origem animal, controle da pecuária;

- O Grupo Ecológico Rio das Contas (GERC), órgão não-governamental,

atua no desenvolvimento de projeto de prevenção da mata atlântica, na

conservação dos recursos hídricos, acompanhando o uso dos recursos

utilizados pelo gestor municipal no desenvolvimento dos projetos;

Tendo em vista a necessidade de uma assessoria para implantação e

implementação da Vigilância Ambiental em Saúde, é necessário, a articulação do

município com outros órgãos nas instâncias estaduais e federais para fomentar e

apoiar a estruturação. No âmbito da saúde, por exemplo, caberá aos órgãos do

Estado (SESAB/DIVISA) a elaboração da Programação Pactuada Integrada (PPI)

em conjunto com o município, e apoio a estruturação através do Projeto VIGISUS,

além de outras fontes de financiamentos.

Para esta estruturação, o município deverá dispor de uma equipe

multiprofissional articulada e capacitada, que possibilite para uma maior

resolutividade dos problemas a serem enfrentados. Dessa forma é imprescindível

a qualificação do corpo técnico de níveis superior e médio, em cursos

relacionados a esta área de conhecimento, geralmente fornecidos pela

coordenação estadual. Também não podemos deixar de citar a criação de termos

de cooperação técnica entre as instâncias que já desenvolvem atividades

Page 83: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

84 A Estruturação da Vigilância Ambiental em Saúde no Município de

Jequié-Ba: Oportunidades para melhoria da Qualidade de Vida Darci Santos Silva

relacionadas com o meio ambiente e saúde, como ONG’s, Universidades e outros

órgãos oficiais e não oficiais.

A estrutura referida poderá assumir algumas reformulações, na medida que

suas atividades demonstrarem necessidades.

CONCLUSÃO

A estruturação de uma vigilância, que atenda às exigências adequadas ao

bom desenvolvimento do município, preservando a sua integridade física e de sua

população, nem sempre é um caminho fácil, pelo contrário, é longo e as

mudanças continuarão sendo as mais difíceis, pois sabemos que os modelos de

desenvolvimento econômico defendidos atualmente têm sido inversamente

proporcionais à preservação ambiental e, aliado ao modelo de saúde médico-

assistencialista, torna ainda mais difícil se trabalhar devido a sua complexidade,

exigindo abordagens inovadoras, criativas, com bases técnico-científicas.

A reavaliação dos problemas de saúde relacionados ao meio ambiente,

com uma visão otimista, nos permite adquirir uma habilidade emocional, e um

maior crescimento como pessoa, melhorando as relações indivíduo-ambiente,

tornando-as mais saudáveis. Sendo que, para começar, devemos adotar uma

visão panorâmica da reação que temos à vida, fruto de um aprendizado. É

necessário desaprender maus hábitos e aprender novos valores, novas formas de

agir, pensar e encarar “os problemas”, não permitindo o estado de inércia e de

solidão como ator desse novo processo de mudança.

“Assim, para se entender e intervir na saúde, no momento atual, torna-se

necessário combinar distintas abordagens e enfoques, reestruturação produtiva

na globalização da economia, mudanças urbanas, transformações

organizacionais do trabalho, fatores de riscos industriais e ambientais e aspectos

de saúde psicofísica do trabalhador” (DIAS, 2000).

Durante a análise deste estudo, podemos concluir que a Secretaria

Municipal de Saúde de Jequié possui em sua estrutura um sistema de

Page 84: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

85 A Estruturação da Vigilância Ambiental em Saúde no Município de

Jequié-Ba: Oportunidades para melhoria da Qualidade de Vida Darci Santos Silva

gestão/gerência dos serviços de Saúde do tipo participativo, com a formação do

Conselho Local de Saúde paritário e deliberativo, favorecendo a construção e

implementação de um sistema Integrado de Vigilância Ambiental em Saúde.

Como ficou evidenciado, a discussão saúde e ambiente aponta para a

necessidade imediata de se rever à forma como é exercida e praticada a gestão

do meio ambiente e da vigilância em saúde mo município de Jequié. A

estruturação de uma nova forma de vigilância, de caráter integrador, buscando a

reorientação do modelo de saúde rompendo o paradigma ambiental vigente e

estabelecendo uma relação de co-responsabilidade entre os atores sociais com

as questões da coletividade corroborando para uma melhor qualidade de vida.

BIBLIOGRAFIA REFERIDA E CONSULTADA BRASIL, 1990. Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as

condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização

e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências.

Brasília.

BRASIL, 1999. Portaria nº 1.399, de 15 de dezembro de 1999. Regulamenta a

NOB SUS 01/96 no que se refere às competências da União, estados,

município e Distrito Federal na área de epidemiologia e controle de doenças,

define a sistemática de financiamento e dá outras providências. Brasília.

BRASIL, 2001. Instrução Normativa nº 1, de 25 de setembro de 2001.

Regulamenta a Portaria MS n.º 1.399, de 15 de dezembro de 1999, no que se

refere as competências da União, estados, municípios e Distrito Federal,na

área de vigilância ambiental em saúde. Brasília.

Brasil. Fundação Nacional de Saúde. Vigilância ambiental em saúde/Fundação

Nacional de Sáude. – Brasília: FUNASA, 2002.

Page 85: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

86 A Estruturação da Vigilância Ambiental em Saúde no Município de

Jequié-Ba: Oportunidades para melhoria da Qualidade de Vida Darci Santos Silva

CÂMARA, V. de M. e Galvão, L.A.C. (1995). A patolodia do trabalho numa

perpecitva ambiental. In Mendes, A Patologia do Trabalho. São Paulo, Editora

Atheneu.

COSTA, E. A., 1999. Vigilância Sanitária. Proteção e defesa da saúde. São Paulo:

Ed. Hucitec e Sociedade Brasileira de Vigilância de Medicamentos.

DIAS, E.C.; JÚNIOR, M.F Organização da atenção à saúde no trabalho. Temas

básicos para o profissional que cuida da saúde dos trabalhadores. São Paulo:

Editora Roca Ltda, 2000. 357 p.

IBGE. Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo

Demográfico brasileiro de 2000. Rio de Janeiro, 2003.

MENDES, E. V. Um novo paradigma sanitário: a produção social da saúde. São

Paulo: Hucitec, 1996, cap. 4, p. 233-300.

OPAS (Organização Panamericana da Saúde), 2000. Atenção Primária

Ambiental.Washington DC

TAMBELLINI, A.T. & Câmara, V. M. A temática saúde e ambiente no processo de

desenvolvimento do campo de saúde coletiva: Aspectos históricos,

conceituais e metodológicos. Ciência e Saúde Coletiva, Abrasco, RJ Ciência

& Saúde Coletiva. Vol 3(2):47-59.

Page 86: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

NÚCLEO DE ESTUDOS DE SAÚDE COLETIVA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM VIGILÂNCIA AMBIENTAL EM SAÚDE

ESTRUTURAÇÃO DA VIGILÂNCIA AMBIENTAL EM SAÚDE NO ESTADO DO ACRE

Sheila Andrade Vieira

Adaptação da Monografia apresentada ao Núcleo de Estudos de Saúde Coletiva como pré-requisito para a obtenção do Titulo de Especialista em Vigilância Ambiental em Saúde

- 2003 -

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Page 88: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

RESUMO

Esta monografia tem como objetivo a estruturação do nível estadual do

sistema de vigilância ambiental em saúde do Estado do Acre, com o apoio à

estruturação dos núcleos de vigilância ambiental no nível municipal do sistema e

a integração intersetorial do sistema estadual de vigilância ambiental na busca de

soluções para os problemas relacionados ao meio ambiente e ao homem.

Realizou-se um levantamento no que vem sendo discutido no mundo e no Brasil,

apresentando as realizações efetuadas no nível local mesmo que de forma ainda

discreta. Para isto, foram realizadas entrevistas abertas com funcionários de

setores afins à Vigilância Ambiental em Saúde da administração estadual, com

objetivo de identificar as atividades ligadas ao meio ambiente e à saúde que vem

sendo desenvolvidas por alguns setores. São descritos aspectos históricos,

geográficos e ambientais do Estado, a importância desse setor dentro da

organização da saúde, visando a eficiência e a eficácia nos estudos e análises

acerca do adoecer do homem e sua intrínseca relação com o meio ambiente,

tendo como ponto de partida a identificação dos fatores biológicos e não

biológicos. Destacam-se os indicadores de vigilância ambiental em saúde, com a

finalidade de direcionar e auxiliar os estudos, sem perder a visão da importância

do trabalho interdisciplinar, o trabalho em conjunto das vigilâncias, saúde do

trabalhador, a articulação com os diferentes atores institucionais públicos,

privados e com a comunidade.

Page 89: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ
Page 90: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

91 Estruturação da Vigilância Ambiental em Saúde no Estado do Acre

Sheila Andrade Vieira

INTRODUÇÃO

Este trabalho inicia-se fazendo um breve levantamento bibliográfico de

como surgiu a preocupação da vigilância ambiental em saúde no mundo, o

surgimento das políticas públicas relacionadas ao ambiente saúde.

A intrínseca ligação com as vigilâncias epidemiológica e sanitária, saúde do

trabalhador, são aqui descritas levando em consideração a importância da

interdisciplinaridade para um estudo que busque prevenir os riscos e efeitos

adversos à saúde e ao ambiente, são também abordados neste trabalho os

indicadores de vigilância ambiental, fundamentais para conhecimento integrado

da realidade saúde/ambiente nos levantamento feitos pelas vigilâncias ou órgãos

afins da vigilância ambiental.

Está apresentado neste texto um breve histórico da questão ambiental no

Brasil, com ênfase nas legislações nas três esferas de governo, chegando ao

Estado do Acre, onde se procura mostrar um pouco dos aspectos históricos e

geográficos, como também os aspectos sócio-ambientais. Segue uma avaliação

da estruturação da vigilância ambiental em saúde, suas atividades realizadas por

área, identificando os setores internos e externos que tem afinidades com a

vigilância ambiental, chegando, por fim na proposta de estruturação da vigilância

ambiental em saúde no Estado do Acre, onde se procurou respeitar as

características geográficas da região.

Com este estudo espera-se contribuir para o entendimento do processo a

vigilância ambiental em saúde e a necessidade de sua estruturação no Estado do

Acre.

Page 91: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

92 Estruturação da Vigilância Ambiental em Saúde no Estado do Acre

Sheila Andrade Vieira

OBJETIVOS

Geral

Estruturar o nível estadual do sistema de vigilância ambiental em saúde do

Estado do Acre.

Específicos

• Apoiar a estruturação dos núcleos de vigilância ambiental no nível

municipal do sistema, através de assessoramento técnico;

• Capacitar recursos humanos para operacionalização das ações de nível

municipal do sistema de vigilância ambiental;

• Realizar acompanhamento e visitas técnicas de supervisão ao nível

municipal;

• Efetivar o sistema estadual de vigilância ambiental no Acre objetivando a

integração intersetorial.

METODOLOGIA

Inicialmente realizou-se um levantamento bibliográfico junto a autores que

trabalham a questão da vigilância ambiental em saúde, como também a busca de

informações sobre a situação sócio-ambiental do Estado do Acre nos órgãos

ligados à administração estadual, no IBGE, em jornais e na Internet. Foram

realizadas entrevistas abertas com funcionários de setores afins à Vigilância

Ambiental em Saúde da administração estadual, com objetivo de identificar: As

atividades ligadas ao meio ambiente e à saúde que vem sendo desenvolvidas

pelo seu setor.

Não se adotou questionários devido ao tempo limitado para elaboração da

pesquisa, como também, para deixar as pessoas (funcionários) à vontade para

repassar as informações solicitadas.

Page 92: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

93 Estruturação da Vigilância Ambiental em Saúde no Estado do Acre

Sheila Andrade Vieira

A pesquisa tem a finalidade de reunir em um único trabalho informações

gerais da vigilância ambiental em saúde através da literatura científica. Desta

forma, foi elaborado um projeto de estruturação da vigilância ambiental do Estado

do Acre para ser desenvolvido em duas etapas:

A primeira etapa será a estruturação do nível estadual para implantação

das ações de vigilância ambiental na Secretaria de Estado de Saúde do Acre e o

apoio estrutural à implantação dos núcleos no nível municipal, através da

aquisição de materiais permanentes, equipamentos de informática e unidades

móveis.

Na segunda etapa serão realizadas capacitações de recursos humanos

para operacionalização das ações nos níveis estaduais e municipais. Porém, os

cursos e treinamentos serão realizados em todos os municípios do Estado. Os

técnicos capacitados em cada município efetuarão o sistema de vigilância

ambiental no Estado.

POLÍTICAS GERAIS DE INTERESSE DA VIGILÂNCIA AMBIENTAL EM SAÚDE

Grandes questões de âmbito mundial são hoje discutidas enfatizando o

relacionamento das características do ambiente com a saúde. Muitas delas foram

incorporadas na luta pela cidadania, entre as quais podem ser citadas: as

alterações terrestres e do ecossistema aquático que provocaram mudanças de

condições específicas provocando agravos à saúde; o aumento da prevalência de

câncer de pele associado à destruição da camada de ozônio; as mudanças de

temperatura e sua influência na dispersão de contaminantes, ocorrendo a

distribuição de várias patologias, com destaque para as doenças infecciosas,

causadas pela interferência ambiental na presença de vetores (TAMBELLINI e

CÂMARA, 1998).

Embora as populações possam ser afetadas por desastres naturais como

erupções vulcânicas ou depósitos naturais de substâncias de elevada toxicidade,

na quase totalidade as poluições ambientais de grandes proporções têm como

principal origem os processos produtivos.

Page 93: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

94 Estruturação da Vigilância Ambiental em Saúde no Estado do Acre

Sheila Andrade Vieira

A relação entre o ambiente e o padrão de saúde de uma população define

um campo de conhecimento referido como “saúde ambiental” ou “saúde e

ambiente”. Segundo a Organização Mundial de Saúde, esta relação incorpora

todos os elementos e fatores que potencialmente afetam a saúde (TAMBELLINI e

CÂMARA, 2002).

Durante um longo período da história as questões ambientais relacionadas

à saúde eram preocupações praticamente exclusivas de instituições voltadas ao

saneamento básico. Na década de 70, com o agravamento dos problemas

ambientais causados pelo crescimento industrial surgiram novas instituições, que

contribuíram para o desenvolvimento de ações de controle de poluição, mas sem

vínculo direto com o sistema de saúde (TAMBELLINI e CÂMARA, 1998).

A saúde do trabalhador foi o elo existente entre as questões do sistema de

saúde e a saúde ambiental, contribuindo para o aumento das preocupações com

os problemas de saúde relacionados com o ambiente (TAMBELLINI e CÂMARA,

1998).

Neste período, crescem os movimentos ecológicos, organização não-

governamentais - ONGs e outras formas organizadas da sociedade civil pela

preservação e conservação do meio ambiente e da saúde. (OPAS, 2000;

TAMBELLINI e CÂMARA, 1998).

A participação ativa da comunidade organizada é importante durante o

processo em busca do desenvolvimento sustentável. Para isso, necessita-se

desenvolver e implantar estratégias que permitam à comunidade participar da

análise de suas próprias necessidades e desenvolver possíveis soluções ou

inovações (OPAS, 2000; TAMBELLINI e CÂMARA, 1998).

Reuniões internacionais sobre saúde, ambiente e desenvolvimento

sustentável vêm sendo realizadas nos últimos anos no intuito de assumirem

compromissos internacionais para melhorar ou amenizar a situação de saúde e o

meio ambiente no mundo. Eventos como a Conferência das Nações Unidas sobre

o Meio Ambiente e o Desenvolvimento ou Cúpula da Terra (ECO – 92, Rio de

Janeiro, 1992); a Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento

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95 Estruturação da Vigilância Ambiental em Saúde no Estado do Acre

Sheila Andrade Vieira

Sustentável dos Pequenos Países Insulares em Desenvolvimento (SIDS,

Barbados, 1994); a Conferência de Cúpula das Américas (Miami, 1994); a

Conferência Pan-Americana sobre Saúde e Ambiente no Desenvolvimento

Humano Sustentável (COPASADHS) Washington, D.C., 1995 e as Reuniões de

Cúpula de Santa Cruz de la Sierra (Bolívia, 1996) e Santiago (Chile, 1998);

A Conferência Internacional sobre Atenção Primária à Saúde (APS),

reunida em Alma-Ata, URSS, em setembro de 1978, reiterou firmemente: “que a

saúde, estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente a

ausência de enfermidade ou doença, é um direito humano fundamental e que o

alcance do maior grau possível de saúde é um objetivo social sumamente

importante em todo o mundo, cuja realização exige a intervenção de muitos

outros setores sociais e econômicos, além do da saúde”;

A 25º Conferência Sanitária Pan-Americana, reunida em setembro de 1998,

na cidade de Washington, aprovou as orientações estratégias e programáticas

(OEP) para o período 1999 – 2002, que constituem os delineamentos de políticos

para a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e estão dirigidas ao

alcance da meta mundial de saúde para todos no século XXI; evidenciam que a

conservação e proteção da saúde e do ambiente são o centro da preocupação do

novo modelo de desenvolvimento a ser impulsionado pelos países.

Desenvolvimento humano sustentável (OPAS, 2000; CÂMARA, 2002).

Além dessas reuniões internacionais sobre saúde e meio ambiente, existe

a preocupação com o assunto por parte das organizações internacionais como

Organização Mundial de Saúde – OMS, a Organização Pan Americana de Saúde

– OPAS, o UNICEF. Os governos assumiram compromissos e responsabilidades

e estabeleceram mandatos para orientar a ação dos organismos internacionais e

inter-governamentais (OPAS, 2000).

Para implementar e cumprir os acordos e planos de ações estabelecidos

nas reuniões internacionais à cerca da saúde, meio ambiente e desenvolvimento

sustentável, se faz necessária uma ação multissetorial coordenada, a fim de

assegurar que os distintos setores assumam suas responsabilidades de atuar

sobre os problemas de saúde ambiental em suas respectivas áreas e jurisdições.

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96 Estruturação da Vigilância Ambiental em Saúde no Estado do Acre

Sheila Andrade Vieira

A autonomia dos Estados (em termos de liberdade e responsabilidade) na

promoção ao desenvolvimento econômico tem que estar assegurada. No entanto

este desenvolvimento responda às necessidades de desenvolvimento humano,

das gerações presentes e futuras, incluindo a associação entre desenvolvimento,

proteção do ambiente, preservação da saúde e promoção do bem-estar humano

de forma sustentável.

A VIGILÂNCIA AMBIENTAL EM SAÚDE NO BRASIL

Ao longo do desenvolvimento das vigilâncias no Brasil, aconteceram fatos

que caracterizam episódios epidêmicos, acidentes e intoxicações. Eles tiveram

como origem situações de risco presentes no ambiente e na saúde humana, que

foram enfrentados indistintamente pelas vigilâncias epidemiológica ou sanitária

nos diferentes estados brasileiros. Com a implantação do Projeto VIGISUS, pelo

Ministério da Saúde, a Fundação Nacional de Saúde iniciou um processo de

institucionalização das ações de vigilância ambiental em saúde que foi

intensificado em 2001 através da estruturação do Sistema Nacional de Vigilância

em Saúde (SINVAS). Este foi regulamentado pela Instrução Normativa Nº. 1 de

25 de setembro de 2001 da Fundação Nacional da Saúde - Ministério da Saúde

que definiu competências no âmbito federal, dos estados, do Distrito Federal e

dos municípios, para estes fins (NETTO e CARNEIRO, 2001).

Este sistema define a vigilância ambiental em saúde como: “Um conjunto de ações e serviços prestados por órgãos e entidades públicas e privados, visando o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes do meio ambiente que interferem na saúde humana, com a finalidade de recomendar e adotar medidas de prevenção e controle dos fatores de risco relacionados às doenças e outros agravos à saúde”.(FUNASA, 2001; NETTO e CARNEIRO, 2001).

Dando prioridades para intervenção:

“Fatores biológicos representados pelos vetores, hospedeiros, reservatórios e animais peçonhentos e fatores não biológicos, que incluem a qualidade da água para consumo humano, ar, solo,

Page 96: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

97 Estruturação da Vigilância Ambiental em Saúde no Estado do Acre

Sheila Andrade Vieira

contaminantes ambientais, desastres naturais e acidentes com produtos perigosos” (FUNASA, 2001).

No Brasil, as principais questões ambientais relacionadas com as

condições de saúde incluíram: o aumento da poluição atmosférica nas grandes

cidades e sua relação com a morbidade e mortalidade, principalmente em idosos;

o processo acelerado de penetração e instalação das relações de produção

capitalista “modernizadoras” na Amazônia, caracterizadas como novas fronteiras

de expansão econômica, trouxeram mudanças no ambiente característico da

região de modo a determinar agravamentos do quadro endêmico e epidêmico de

determinadas morbidades; os depósitos de lixo urbano e de resíduos perigosos

que contaminam o solo por metais pesados; a utilização de substâncias químicas

de elevada toxicidade, tais como pesticidas na agricultura, chumbo, benzeno e

outros na indústria, mercúrio em atividades de mineração, que levam a quadros

sanitários com agravos de diferentes gravidades (TAMBELLINI e CÂMARA,

1998).

Aos pesticidas, além dos riscos gerados no desenvolvimento do trabalho

agrícola e consumo dos produtos, foram acrescidas novas situações relacionadas

com seus resíduos (TAMBELLINI e CÂMARA, 1998).

A portaria Nº. 125/FUNASA, de 14 fevereiro de 1999 – Art. 2º e 10º - cria a

CGVAM e define que à CGVAM compete organizar e orientar, normalizar e

coordenar o sistema de vigilância ambiental, objetivando a ampliação da

capacidade de detectar precocemente situação de risco à saúde humana que

envolvam: fatores físico, químicos e biológicos na água, ar e solo, prevenir e

controlar as zoonoses, estabelecer ações de vigilâncias entomológicas para

monitorar as ações de controle nas doenças transmitidas por vetores e analisar o

impacto de mudanças ambientais e situações de catástrofes e desastres naturais

sobre a saúde das populações, visando o desencadeamento das ações

preventivas.

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98 Estruturação da Vigilância Ambiental em Saúde no Estado do Acre

Sheila Andrade Vieira

Estrutura CGVAM

PolíticaPolítica

MetodologiaMetodologia

InformaçãoInformação

Acordos InternacionaisAcordos Internacionais

IntersetorialidadeIntersetorialidade

Projetos EspeciaisProjetos Especiais

LaboratóriosLaboratórios

JurídicoJurídico

Capacitação/ComunicaçãoCapacitação/Comunicação

CGVAMCGVAM

Secretaria de Vigilância em SaúdeSecretaria de Vigilância em Saúde

Vigilância em Saúde Ambiental

Vigilância em Saúde AmbientalPolítica/GestãoPolítica/Gestão

GabineteGabinetePlanejamentoPlanejamento

SecretariaSecretaria Apoio administrativoApoio administrativo

ÁguaÁgua

ArAr

Desastres NaturaisDesastres Naturais

Sub. QuímicasSub. Químicas

Acid.Prod.PerigososAcid.Prod.Perigosos

Fatores FísicosFatores Físicos

Amb. TrabalhoAmb. Trabalho

SoloSolo

O ESTADO DO ACRE

O espaço territorial hoje conhecido como Estado do Acre já foi palco de

muitas discussões diplomáticas entre o Brasil e os países Bolívia e Peru acerca

da sua posse. Vários foram os tratados, acordos e tentativas de demarcação de

fronteiras até chegar à decisão histórica que determinava a anexação do território

acreano ao Brasil at

ravés do tratado de Petrópolis, assinado em 1903, cujas

negociações e termos finais do acordo foram conduzidos pelo então Embaixador

José Maria da Silva Paranhos - o brasileiro Barão do Rio Branco (OLIVEIRA,

1970; LIMA, 1994).

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99 Estruturação da Vigilância Ambiental em Saúde no Estado do Acre

Sheila Andrade Vieira

A exemplo de muitos outros Estados brasileiros, o Acre teve a sua

formação histórico–econômica marcada por grandes ciclos de prosperidade

intercalados por outros de profunda decadência.

Com a mudança de estrutura econômica do Acre muda-se toda a filosofia

em tor

odoviário chegasse ao

Acre. A partir da conclusão da estrada, as terras acreanas passaram a ser

s traziam consigo um novo valor para a

terra, o valor comercial (VIEIRA, 2001).

isso, os seringueiros eram

obrigados a procurar os seringais mais distantes, muitas vezes fora do Brasil

(BECKER, 1974

O Estad

brasileira entre

74°WGr, possu

33,59% na zona

Sua exte

km) entre os se

países do Peru e a Bolívia e, com o Estado brasileiro do Amazonas (831 km) e

com o

no da terra. No momento do monoextrativismo não havia uma mentalidade

em torno da terra em si, mas sim voltada para as árvores (castanheira,

seringueira, dentre outras). Ou seja, tudo o que interessava era extrair, coletar

desde “drogas do sertão”, borracha, castanha a madeiras-de-lei.

O povoamento no Estado foi induzido pelas rodovias Belém – Brasília e a

São Paulo – Cuiabá, fazendo assim, com que o tráfego r

procuradas por grupos empresariais e investidores isolados, em sua maioria

“sulistas”, assim chamados por virem em maior número de São Paulo, Paraná e

Minas Gerais, investiam na compra de terras por preços irrisórios, além dos

incentivos dados pelo governo federal, ele

Interessados principalmente no capim, os sulistas acabam expulsando os

seringueiros de dentro das terras, muitas vezes trazendo mão-de-obra do Centro-

Sul e até do Paraguai para derrubarem a mata. Com

).

o do Acre está localizado no extremo Ocidental da Amazônia

as latitudes de 07º07’S a 11°08’S e as longitudes de 66°30’W a

i 22 municípios, sua população é de 557.526 habitantes, sendo

rural e 66,41% na zona urbana (IBGE, 2000).

nsão territorial mede 445 km na direção N/S e quase o dobro (809

us extremos E/W. Faz fronteira internacional (2.183 km) com os

Estado de Rondônia (22 km). (FUNTAC apud PENHA, 1996).

Page 99: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

100 Estruturação da Vigilância Ambiental em Saúde no Estado do Acre

Sheila Andrade Vieira

O clima do Estado é caracterizado pelas altas temperaturas e elevados

índices de precipitações pluviométricas. (RIBEIRO, 1977).

regiões do Estado.

com duração média de 05 dias.

sobre as populações ocorre levando em consideração os elementos meteorológicos básicos: as

es no tempo são sentidas principalmente pelos

idosos e pelas crianças, onde em det

rvidas e resíduos sólidos

oriundos das residências, postos de lavagem e indústrias, sem nenhum tipo de

na população

(MESQUITA, 2001).

No Estado, o período chuvoso vai de dezembro a abril, sendo que para os

municípios situados na região Leste do Estado apresenta o mês de janeiro. Na

região Central do Estado apresentam o mês de dezembro. Na região Oeste do

Estado apresenta o mês de março. O período seco ocorre no inverno (junho a

agosto) para todas as

As temperaturas mínimas absolutas são registradas, freqüentemente,

durante os meses de junho, julho, agosto e setembro, ocasião em que as frentes

frias penetram na região originando as friagens, que permanecem com

temperaturas baixa e

Os impactos do clima na população são inúmeros. Com as altas temperaturas locais, a entrada das massas de ar polar atlântica e polar continental provocam queda de temperatura, momentânea-mente, para valores médios próximos de 18ºC, denominadas de friagem, para em seguida, subirem e atingir valores médios em torno de 36ºC. Esse movimento brusco das temperaturas provoca mudanças no organismo humano com a mesma intensidade das mudanças climáticas. Desta forma, podemos constatar que o impacto do clima

temperaturas máxima e mínima e as chuvas abundantes ou escassas, distribuídas ao longo das estações do ano (MESQUITA, 2001).

Essas constantes oscilaçõ

erminados casos chegam a óbitos. O

impacto da descida das temperaturas e a poeira que aparece no ar provocam um

processo respiratório infeccioso na população.

No período seco a situação dos recursos hídricos se torna crítico, pois os

canais passam a receber somente esgotos, águas se

tratamento, propiciando manifestações de doenças tropicais

Page 100: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

101 Estruturação da Vigilância Ambiental em Saúde no Estado do Acre

Sheila Andrade Vieira

A vegetação é composta por floresta tropical aberta originária dos baixos

platôs aluviais nas áreas de planície e nas áreas de depressão interfluviais, pela

floresta tropical densa, que é originária dos interflúvios sedimentares

(MESQ

hoje, as mais importantes vias de comunicação e de transportes entre

as diversas localidades da região. Possuindo rios sinuosos e volumosos,

esc n viais de deposição de sedimentos

(M Q

rios na configuração da região. O Rio

Juruá é o r oeste do Estado do Acre

e, o Purus que recebe diretamente o Rio Acre como principal afluente, drena o

les d

ua geologia encontra-se inserida na província geológica dos depósitos da

era Cenoz

Sua fauna apresenta riqueza de variedades de espécies, deste de aves,

cies de invertebrados

2001).

• Área indígena da cabeceira do rio Acre;

UITA, 2001).

A hidrografia da região norte é bastante complexa. No Acre, assim como na

maior parte da Amazônia brasileira, os rios constituíram no passado, e ainda

constituem

oa do suas águas por estreitas planícies flu

ES UITA, 2001; VIEIRA, 2002).

Vale salientar a importância desses

esponsável maior pela drenagem da porção

te o Estado (VIEIRA, 2002).

S

óica, (era que dividiu o terciário do quaternário) cujos sedimentos são

representados pela formação Solimões, formando solos com argila, silte e areia,

sendo em sua maioria solos aluviões, sujeitos a inundações anuais, sendo dessa

forma, solos jovens e vulneráveis (MESQUITA, 2001).

Geomorfologia extremamente homogênea, sem apresentar no seu relevo

grandes desníveis altimétricos.

peixes, mamíferos, répteis, quelônios, além de várias espé

(MESQUITA,

O extrativismo praticado no Estado não causa impacto ambiental e

consistem na coleta de castanha, borracha, óleo, resina, e frutas silvestres. Estas

atividades deram origem às seguintes reservas extrativistas e áreas de proteção

ambiental:

• Estação Ecológica do rio Acre;

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102 Estruturação da Vigilância Ambiental em Saúde no Estado do Acre

Sheila Andrade Vieira

• Reserva extrativista Chico Mendes; • Reserva extrativista Santa Quitéria; • Reserva extrativista Cachoeira; •

principal atividade econômica (MESQUITA, 2001).

ITUAÇÃO SÓCIO-AMBIENTAL DO ESTADO DO ACRE

O governo do Acre, com o apoio da sociedade, está construindo novo

model

as

ativida

educação

ambiental, no que se refere tanto à formação da equipe técnica multidisciplinar

Reserva extrativista São Luiz do Remanso; • Reserva extrativista do Alto Juruá • Reserva extrativista Figueira.

Na zona rural, o agricultor realiza o extrativismo da borracha e da castanha

como produto de exportação. A agricultura de subsistência é realizada nas

colônias agrícolas, nos projetos de assentamento (Boa água, Baixa Verde,

Espinhara, Hélio Pimenta, Carão, Colibri, Moreno Maia, Geraldo Mesquita,

Figueira e o Vista Alegre). Das atividades produtivas da zona rural a pecuária

extensiva apresenta-se como a

S

o de gestão voltado integralmente à conservação da cobertura vegetal, sem

abrir mão da possibilidade de crescimento e desenvolvimento econômico.

Valorizando o homem do campo, envolvendo desde comunidades de produtores

rurais até populações tradicionais e incentivando o uso de práticas sustentáveis

através de um conjunto de políticas públicas. Tem sua economia voltada para o

setor primário, com tendência para a industrialização dos produtos da floresta:

borracha, castanha e madeira.

O controle ambiental das atividades impactantes praticado através do

Instituto do Meio Ambiente do Acre - IMAC, embora exercido desde 1989,

defronta-se ainda com inúmeras dificuldades para efetivar o gerenciamento d

des existentes e, sobretudo, de atuar preventivamente nas atividades

impactantes previstas para se instalarem em todo o Estado. Entre as dificuldades,

destacam-se a carência de profissionais que possam atuar nos setores

responsáveis pelo licenciamento, fiscalização, monitoramento e

Page 102: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

103 Estruturação da Vigilância Ambiental em Saúde no Estado do Acre

Sheila Andrade Vieira

(qualit

INDÚSTRIAS / FÁBRICAS

A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Naturais - SEMA em

arceria com o Instituto de Meio Ambiente do Acre - IMAC, através do convênio

eio Ambiente e apoio financeiro do Fundo Nacional

o Meio Ambiente, está realizando o Inventário Estadual de Resíduos Sólidos

Industriais do Estado do Acre, para dar subsídios a uma política de gestão voltada

par m o, r clagem, tratamento e destinação

fina e -se aten

Resolu N° 313/02, a plicação um formulário específico

para coleta de informações sobre os resíd indu es de

gra alidade do a, poluição do solo e visual.

o tem como ob aracteri idos

ind ado, s gestã

industr tar ban Resíduos Sólidos Industriais;

dispon latório final pa o inventário nacional e para sociedade.

Diante do exposto, o Estado, através da SEMA e do IMAC, tem se

o crescimento das indústrias madeireiras e agro-extrativistas,

observando um acréscimo considerável de resíduos industriais que atualmente

não es

ativo) que possa melhor subsidiar as decisões a serem tomadas, quanto à

quantidade de técnicos especializados para atender as atividades de rotina do

IMAC.

p

firmado com o Ministério do M

d

a inimização da geraçã eutilização, reci

l adequada dos resíduos. D

ção CONAMA

sta forma, procura

través da a

der o que preconiza a

uos sólidos striais, causador

nde impacto na qu ar, poluição hídric

O inventári jetivo: conhecer e c zar os resíduos sól

ustriais gerados no Est

iais do Estado, implan

ibilizar re

ubsidiar a política de

co de dados de

o de resíduos sólidos

ra

preocupado com

tão caracterizados impossibilitando a adoção de medidas e tecnologias que

visem sua reutilização e reaproveitamento que e dêem um destino final adequado.

ATIVIDADES INDUSTRIAIS

Page 103: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

104 Estruturação da Vigilância Ambiental em Saúde no Estado do Acre

Sheila Andrade Vieira

• Abatedouros (bovino, • Indústria de • Indústria Química;

• Distribuidoras de • Manipulação de • Recondicionament

de 80, em áreas de pastagens nos municípios de Rio

Branco, Senador G

ocupação pela pec

Indústria de Fumo; • Indústria Cerâmica;

• Indústria de Bebidas;

• Indústria de calçados e artefatos de couro;

• Padarias; • Marmoraria;

suíno, frango); Alimentos; • Torrefação de Café; • Marcenarias • Industria de

Borracha; • Indústria de

Vestuário; • Movelarias • Indústria

Cerâmica; • Serraria

(desdobramento); • Indústria de

Laminados • Indústria de

Plástico;

bebidas; utilizadores de Pet;

Medicamentos;

o de Pneus;

AGROTÓXICOS

Existe pouca divulgação referente ao estudo e controle do uso de

agrotóxicos em plantas e animais no estado. Alguns experimentos foram

realizados na década

uiomard, Brasiléia e Assis Brasil, onde o processo de

uária e agricultura foi mais intenso. Em hortaliças o controle de

pregas vem sendo realizado por Folidol, Dithane, Ovacom, Bemlat, Dipel,

Gramicina, Servim, DDT, Malathion, Decis, Diazenon, Diesel, Aldrim, Fuguran,

Tamaron, Oxicloreto de cobre, Formol e Plantacol.

A utilização do Tordon para erradicação de plantas daninhas pelos

agricultores e pecuaristas tem contribuído, acentuadamente, para aumentar os

problemas de toxidez do solo, contaminação das águas perenes e confinadas.

Para a saúde humana, os agrotóxicos utilizados pelos agricultores do

Estado vêm provocando uma série de distúrbios digestivos, neurológicos e

musculares, devido a sua composição possuir o composto 2,4

(Diclorofenoxiacético). Atualmente, o efeito do uso do agrotóxico vem ocorrendo,

com maior incidência nos municípios de Xapuri, Rio Branco e Brasiléia.

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105 Estruturação da Vigilância Ambiental em Saúde no Estado do Acre

Sheila Andrade Vieira

O Estado do Acre através do IMAC, com auxílio do IDAF, Ministério Público

ente com os comerciantes de agrotóxicos e a sociedade em

eral, vêm buscando ter um maior controle e fiscalização do uso de agrotóxico

pelos

o, servindo para controle e fiscalização por parte dos

rgãos responsáveis.

s Comerciantes de Produtos Químicos do

stado

apoio ao Conselho Es

é composta por técnicos representantes

Agrári

e órgãos afins, juntam

g

agricultores e pecuaristas, respaldado na Lei Estadual Nº 1.116 de 13 de

janeiro de 1994 e no Decreto Estadual Nº 4.809 de 05 de fevereiro de 2002.

O IDAF cadastrou e vem mantendo atualizados os comércios que vendem

produtos químicos no Estad

ó

Foi criada a Associação do

E do Acre, onde estes estão se organizando no intuito de ter maior

segurança ao vender os produtos químicos e dar igualmente segurança para

quem está comprando, há projetos para a construção de um galpão para

armazenar as embalagens descartadas pelos agricultores e pecuaristas.

A Câmara Técnica de Agrotóxicos do Acre - CTAA, criada como órgão de

tadual de Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia – CEMACT,

dos seguintes órgãos: Secretaria de

Estado de Produção, Secretaria Executiva de Agricultura e Pecuária, Secretaria

de Estado de Saúde, Instituto do Meio Ambiente do Acre, Conselho Regional de

Engenharia Arquitetura e Agronomia do Acre, Delegacia Federal de Agricultura,

Embrapa Acre, Universidade Federal do Acre / Departamento de Ciências

as, Federação de Agricultores do Estado do Acre e Organizações não-

governamentais.

POLUIÇÃO DO AR

Não existe no estado um controle eficaz da qualidade do ar. Porém, existe

um projeto no IMAC para implantação do Plano de Controle de Poluição Veicular

– PCPV para 2004. Entre as dificuldades encontradas para está a falta de

equipamentos adequados.

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106 Estruturação da Vigilância Ambiental em Saúde no Estado do Acre

Sheila Andrade Vieira

DESM

rincipalmente à

exploração insustentável dos recursos naturais.

xistia uma política voltada para alternativas de

tratamento dos resíduos gerados

conômico para o uso dos produtos madeireiros e não

madeireiros, são políticas públicas desenvolvidas pela gestão do governo no

intuito de minimizar os índices

madeireira,

definida pelo ZEE/AC, que veio para nortear as políticas públicas de meio

ambiente no estado,

relação à área do

estado (15.242.648 hectares). Desta forma, estima-se um incremento médio em

torno de 60 mil hectares/ano de área desmatada (

Xapuri), e Baixo Acre, (Acrelândia, Bujari, Capixaba, Plácido de Castro, Porto

ATAMENTOS/QUEIMADAS

O processo de ocupação territorial do Acre tem influenciado nos índices de

desmatamento do Estado. A derrubada da floresta e a queima da vegetação por

atividades humanas são grandes transformadoras das paisagens acreanas e têm

crescido muito nas últimas décadas (ZEE/AC, 2000). Isso devido p

Enquanto não havia um Zoneamento Ecológico-Econômico - ZEE no

Estado, a exploração madeireira cresceu sem planejamento e com ritmo

acelerado em toda a região, comprometendo a qualidade ambiental e a saúde da

população, uma vez que ine

por esta atividade.

O incentivo à adoção de práticas sustentáveis, como plano de manejo

sustentado e incentivo e

de desmatamento e queimada no Estado, gerando

rendas alternativas e agregando valores aos produtos da floresta.

O manejo florestal e a definição das zonas com aptidão

pode assegurar o uso sustentável dos recursos naturais

embora não contemple a utilização posterior desses recursos de forma a

minimizar os impactos gerados.

Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE,

considerados dados oficiais pelo Governo Brasileiro, o Acre apresenta hoje cerca

de 10% de seu território desmatado e, desde o ano de 1977, apresenta uma taxa

média de desflorestamento aproximada de 0,4%/ano com

ZEE/AC, 2000).

Com base nos dados do ZEE/AC, a região do Estado mais desmatada é o

Vale do Acre, que é dividido em Alto Acre (Assis Brasil, Brasiléia, Epitaciolância,

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107 Estruturação da Vigilância Ambiental em Saúde no Estado do Acre

Sheila Andrade Vieira

Acre, Rio Branco e Senador Guiomard), compreendendo cerca de 86% da área

total desflorestada no estado.

Vale ressaltar que nessa região residem cerca de 70% da população do

50% dos projetos de assentamentos e

e colonização do Acre.

s considerados os mais críticos do

Estado

ípios do Vale do Juruá, onde esta sendo desenvolvido o projeto

piloto de Reestruturação e Consolidação do Meio Ambiente.

IMAC ainda desenvolve o Projeto de

estão Ambiental Integrada – PGAI, que no primeiro momento estruturou as

ações

ental –

SIVAM.

LIXO/ATERROS (RESÍDUOS SÓLIDOS)

a maior cidade do Estado, conseqüentemente possui a

ma

produzir uma média de 199 toneladas ao dia, desse total são recolhidos ao lixão

cerca de 5.969.612 toneladas/mês (SENSUR, 2002). Mesmo com uma coleta

eficaz a SENSUR, órgão responsável pela coleta de lixo no município, não atende

estado e nelas estão implantadas mais de

d

Com base nessas informações, o IMAC desencadeou ações de controle

das atividades de queimadas em 03 frentes de trabalho para a gestão e

gerenciamento das atividades de exploração florestal: 1) Controle Ambiental; 2)

Ações Preventivas e Educativas e 3) Monitoramento e Fiscalização.

Através do Projeto de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais –

PROARCO, que tem como fonte imagens de satélite que mapeiam o sul do Pará

e uma parte do Acre (Sena Madureira, Plácido de Castro e Bujari), o IMAC vem

monitorando os focos de calor nestes município

, e desenvolvendo ações punitivas no intuito de diminuir o desmate e a

queima. Nos demais municípios, assumem uma política preventiva, como é o

caso dos munic

Além dos projetos acima citados o

G

dentro do IMAC, e atualmente está ajudando a sensibilizar e descentralizar

gradativamente a gestão municipal a assumir as ações do meio ambiente.

Trabalha em parceria com o exército no Sistema de Vigilância Ambi

Rio Branco, por ser

ior produção de lixo doméstico, hospitalar, brooks e diversos, chegando a

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108 Estruturação da Vigilância Ambiental em Saúde no Estado do Acre

Sheila Andrade Vieira

a u

rios: r artins, rio

Re

não po

Cruzei

existem

ÍNDICE DE

tev

22.16/

LEGISLAÇÃO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE

• e a Lei Orgânica dos Municípios

IMAC e dá outras providências.

UMA, e dá outras providências.

• LEI nº 871 , de 24/09/1987 – Cria a Fundação de Tecnologia do Estado do

• , de 21/01/1992 – Institui o Sistema Estadual de Meio

Ambiente, Ciência e Tecnologia – SEMACT e o Conselho Estadual de Meio

• LEI 1.117 , de 26/01/1994 – Dispõe a política ambiental do Estado do Acre

• , de 09/07/1997 - Dispõe sobre os instrumentos de controle do

ma grande parcela da população, que acabam jogando o lixo produzido nos

io Acre, rio São Francisco, rio Fundo, rio Batista, rio Dias M

denção, rio da Judia e igarapés, sem nenhum tipo de tratamento, pois o Estado

ssui estação de tratamento de esgotos.

No Estado não existem aterros controlados. Em Rio Branco, Xapuri e

ro do Sul estão em face de licenciamento, no restante do Estado só

lixões.

MORTALIDADE DO ESTADO

Segundo os Indicadores de Saúde da Atenção Básica, o Estado do Acre

e uma Taxa de Mortalidade Neonatal de 12.78/1.000, Mortalidade Infantil de

1.000 e Mortalidade Materna de 72.11/100.000. (SESACRE, 2002).

LEI nº 15-A , de 26/10/1964 - Dispõe sobr

do Estado do Acre.

LEI Nº 851 , de 23/10/1986 – Cria o Instituto de Meio Ambiente do Acre –

LEI nº 860 , de 09/04/1987 – Institui a Secretaria do Desenvolvimento

Urbano e Meio Ambiente – SED

Acre – FUNTAC, e dá outras providências.

LEI nº 1.022

Ambiente, Ciência e Tecnologia – CEMACT, e dá outras providências.

e dá outras providências.

LEI nº 1.235

acesso aos recursos genéticos do estado do Acre e dá outras providências.

Page 108: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

109 Estruturação da Vigilância Ambiental em Saúde no Estado do Acre

Sheila Andrade Vieira

• LEI nº 1.238 , de 22/08/1997 – Dispõe sobre alterações de dispositivos da

Lei nº. 1.235 (Lei Recursos Genéticos), de 09 de julho de 1997 e dá outras

providências.

DECRETO nº 503 , de• 06/04/1999 – Institui o programa estadual de

• 4.771 , de 15/09/1965 – Institui o novo Código Florestal.

• LEI Nº 6.938 , de 31/08/1981 – Dispõe sobre a Política Nacional do Meio

• DECRETO Nº 96.189 , de 21/06/1988 – Cria, no Estado do Acre, a Floresta

ica, e dá outras providências.

• DECRETO Nº 98.863 , de 23/01/1990 – Cria a Reserva Extrativista do Alto

• LEI Nº 9.605 , de 12/02/1998 - Lei de Crimes Ambientais.

1981, que dispõe sobre a Política Nacional de Meio Ambiente, seus fins e

de formulação e aplicação, e dá outras providências.

zoneamento ecológico – econômico do estado do Acre (ZEE/AC), e dá

outras providências.

• LEI nº 1.289 , de 07/07/1999 – Dispõe sobre a inspeção e fiscalização

sanitária e industrial dos produtos de origem animal no Estado do Acre e

dá outras providências.

• LEI nº 1.294 , de 08/09/1999 – Institui o Conselho e Cria o Fundo de Pesquisa e Preservação do Patrimônio Histórico Cultural do Estado do Acre e dá outras providências. LEI Nº

Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação e dá outras

providências.

Nacional do Macauã, com limites que especif

Juruá.

• DECRETO Nº 99.144 , de 12/03/1990 – Cria a Reserva Extrativista Chico

Mendes.

DECRETO Nº 3.179 , de 21/09/1999 - Dispõe sobre a especificação das

sanções aplicáveis às condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e

dá outras providências.

• LEI Nº 9.984 , de 17/07/2000 – Dispõe sobre a criação da Agencia

Nacional de Água – ANA, e dá outras providências.

• LEI Nº 10.165 , de 27/12/2000 – Altera a Lei nº. 6.938, de 31 de agosto de

mecanismos

Page 109: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

110 Estruturação da Vigilância Ambiental em Saúde no Estado do Acre

Sheila Andrade Vieira

VIGILÂ

Saúde do Estado do Acre, encontra-

se

Vigilân

para o

estado transformou-se na área ância ambiental em saúde, devido ao

tipo de ações que desenvol

mesmo assim se encontra na fase de absorção das ações de responsabilidade do

seto q utros setores da secretaria de saúde.

ATIVID PELA VIGILÂNCIA AMBIENTAL EM SAÚDE

Ações de dengue

apuri e Epitaciolância passam a assumir as ações de dengue a partir

e 12 de dezembro de 2003. Com esses municípios o Estado tem a

mpanhar, supervisionar e dar apoio técnico quando

ec s

são re

nspeção nos domicílios para detecção,

• Educação sanitária;

Decreto , de 10/02/2003 - Homologa a demarcação administrativa da Terra

Indígena Jaminawá/Envira, localizada no Município de Feijó, no Estado do

Acre.

Vale salientar que no Estado do Acre não existe legislação específica para

vigilância ambiental em saúde.

NCIA AMBIENTAL EM SAÚDE NO ACRE

Atualmente a Vigilância Ambiental em

dentro no Departamento Setorial de Ações de Saúde – Coordenação da

cia Epidemiológica, como área técnica.

O antigo setor de endemias que veio da descentralização da FUNASA

técnica de vigil

ve e por ter uma quantidade razoável de profissionais,

r ue antes estava sendo executadas por o

ADES DESENVOLVIDAS

O Estado do Acre tem 02 municípios já certificados (Rio Branco e Feijó),

sendo que X

d

responsabilidade de aco

n es ário. Ficam sob a responsabilidade do estado os demais municípios, onde

alizadas as seguintes ações:

• Levantamento de índice, incluindo i

eliminação de criadouros e tratamento de focos, se necessário, coleta de

amostras para análise;

Page 110: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

111 Estruturação da Vigilância Ambiental em Saúde no Estado do Acre

Sheila Andrade Vieira

• Inspeção e tratamento em pontos estratégicos (locais com grande

concentração de depósitos, preferências para desova do mosquito);

• Capacitações de profissionais de saúde que atuam na área;

s educativas;

sem a presença do vetor da

Amarela e Dengue – FAD.

na responsabilidade do Estado a Ultra

Baixo Volume – UBV, aplicaç cida para cortar a cadeia de transmissão

de dengue.

Aç s

ia com equipe multiprofissional (médico, enfermeiro, laboratorista);

Encaminhamento para tratamento;

ionais de saúde para acompanhamento e

to dos casos;

ntrole de medicamento

da de casos.

Aç s

• Profilaxia da raiva humana;

• Campanha

• Inspeção em armadilhas nos municípios

dengue;

Supervisão das ações nos municípios;

• Digitação e consolidação das informações entomológicas no sistema Febre

Mesmo com a municipalização, fica

ão de inseti

õe de leishmaniose

• Busca ativa baseada na quantidade de casos que chega no centro de

referênc

• Sensibilização dos profiss

conseqüentemente, fechamen

• Manter atualizado o SINAN e, paralelamente, o co

para evitar per

õe da raiva

• Disponibilidade de imunobiológicos;

• Controle da raiva humana;

Capacitação de profissionais nos municípios em controle da raiva;

• Treinamento em tratamento profilático humano;

Capacitação em tratamento profilático anti-rábico humano;

Page 111: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

112 Estruturação da Vigilância Ambiental em Saúde no Estado do Acre

Sheila Andrade Vieira

• vidades;

• do;

Aç s

• A

• Treinamento para profissionais da saúde municipal;

• Investigação de surtos nos municípios;

rojeto para campanhas de vacina, etc,);

• edominância e distribuição

da fauna anofélica, flebotomínica e triatomínicas nas

ria, leishmaniose tegumentar americana e nas

hagas, bem como nos

cional de Colonização e

• evalência da malária e Ita nas

localidades acometidas (ambiental, ecológica e biológica);

da presença, ausência, densidade, predominância

e abundância de espécies da fauna anofélica em 2 bairros do município de

ta Cecília);

Notificação e investigação de focos;

Controle da raiva canina;

Assessoria aos CCZ em ati

• Encaminhamento das amostras de cães para análise laboratorial;

Controle da cobertura vacinal mínima (= ou > 80%) do Esta

• Assessoria aos municípios com elaboração das campanhas de vacina anti-

rábica;

õe de animais peçonhentos

ssessoria aos municípios;

• Supervisão;

• Ações de controle (p

ões do laboratório de entomologia

Levantamento da presença, densidade, predominância e distribuição

geográfica de espécie da fauna anofélica e flebotomínica no Estado;

Levantamento da presença, densidade, pr

geográfica de espécie

áreas acometidas de malá

localidades com suspeita de casos de doença de c

projetos de assentamento feitos pelo Instituto Na

Reforma Agrária - INCRA;

Estudo dos fatores que determinam a pr

• Estudo do ciclo sazonal

Rio Branco com incidência de malária (Taquari e San

Page 112: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

113 Estruturação da Vigilância Ambiental em Saúde no Estado do Acre

Sheila Andrade Vieira

• Dar suporte técnico para as escolas, para efeito de oficinas de saúde e

do trabalho de pesquisas entomológicas

dos;

Aç s

aboratório de endemias

atendimento ao público que solicita

nas residências, estabelecimentos públicos e priva

õe do LACEN L :

• Realiza exames de colenesterase sanguínea de 6 em 6 meses com os

devido à

municipalização de Rio Branco, esse exame se encontra parado,

ão pertence;

e malária e leishmaniose;

• Supervisão técnica nos laboratórios municipais;

agentes de campo da dengue. Porém, no momento,

esperando saber a qual gest

• Revisão de malária,

• Revisão leishmaniose;

• Controle de qualidade d

Treinamentos e capacitações para profissionais de saúde do Estado e dos

municípios em malária e leishmaniose;

Laboratório de microbiologia:

• Análise de água (piscina, potável e balneabilidade);

• Pesquisas de coliformes totais;

• Pesquisas de coliformes termotolerantes;

• Pesquisas de E. Coli;

• Verificação do aspecto e do odor;

• Determinação de pH, dureza total, cor e turbidez;

• Pesquisa vibrião colérico “choleral”;

• Análise de 30 amostras de água para consumo humano semanal;

Page 113: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

114 Estruturação da Vigilância Ambiental em Saúde no Estado do Acre

Sheila Andrade Vieira

Não implementadas devido à falta de insumos (vidrarias e reagentes)

• Análise de águas residuais;

• Demanda bioquímica de oxigênio;

• Demanda química de oxigênio;

• Oxigênio dissolvido;

ecer a realidade

a qualidade da água para consumo humano em cinco bairros considerados

eriféricos (Alto Alegre, Defesa Civil, Jorge Lavocat, Montanhês e Tancredo

nças, no

tuito de obter apoio para aplicação do mesmo. Em seguida foi realizado

Esgoto, Água e Saneamento -

DEAS.

A proposta deste trabalho é garantir a distribuição de hipoclorito, viabilizar

a proteção das fontes coletivas de água, desenvolver atividades de educação

escolas, , realizar

r (Pe e coliformes totais, de coliformes

. Coli) (30 am r fontes alternativas

Todas as atividades desenvolvidas no laboratório seguem as normas da

Portaria Nº 1469/2000 e Resolução CONAMA Nº 20 de 18/06/86.

AÇÕES DA QUALIDADE DA ÁGUA PARA CONSUMO HUMANO

Este setor elaborou um projeto piloto no Estado para conh

d

p

Neves), onde fez articulações com os representantes dos bairros e lidera

in

levantamento da quantidade de casas e população existente nos referidos bairros.

Além da população do bairro, procurou parcerias com os agentes comunitários de

saúde, agentes jovens, pastoral da criança, polícia comunitária, grupo de jovens

(igrejas), Secretaria da Juventude, adjunto da solidariedade, direção de escolas,

LACEN, Vigilância Sanitária e Departamento de

ambiental em saúde nas igrejas e outros espaços comunitários

análise da água de bebe squisas d

termotolerantes, de E ostras semanais), cadastra

e coletivas nos referidos bairros.

Page 114: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

115 Estruturação da Vigilância Ambiental em Saúde no Estado do Acre

Sheila Andrade Vieira

Paralelo a esse projeto trabalha-se com o plano de ação da portaria Nº.

469/2000, juntamente com a implantação do Sistema de Informação de

Vigilân

SETOAMBIE

cia sanitária • Saúd• Vigil

• Instituto do Meio Ambiente do Acre

1

cia da Qualidade da Água para Consumo Humano – SISAGUA.

Dentro do IMAC existe a gerência de recursos hídricos (IMAC) que é

responsável pela autorização para exploração da água, análise da água, recebe

denúncias de possíveis contaminações da água e recursos hídricos de forma

geral, porém, não há comunicação entre saúde e meio ambiente.

RES INTERNOS E EXTERNOS INTERLIGADOS A VIGILÂNCIA NTAL

A atuação da VAS, em todos os níveis de governo, requer articulação com

os diferentes atores institucionais públicos, privados e com a comunidade, para

que ações integradas sejam implementadas de forma eficiente, assegurando que

os setores assumam suas responsabilidades frente aos problemas de saúde e

ambiente, em suas respectivas áreas de atuação.

Intra-setorial Extra-setorial

• Vigilâne do trabalhador

ância epidemiológica • LACEN • Saúde Comunitária

• Universidade Federal do Acre • IBAMA • Ministério da Agricultura • Secretaria de educação • Fundação de Tecnologia do Acre - FUNTAC • Ministério público • Organizações não-governamentais • Dep. de Esgoto, Água e Saneamento.

Page 115: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

116 Estruturação da Vigilância Ambiental em Saúde no Estado do Acre

Sheila Andrade Vieira

CONS

ciosa e parasitárias de notificação

compu

os e objetivos da Epidemiologia voltada

para a

por órgãos voltados à conservação e

reservação do meio ambiente, em muitos casos, sem levar em consideração a

relaç de

fato e de direito a vigilância tado. Esta, além de outras

tividades específicas servirá como órgão articulador entre os setores internos e

xternos afins, para estudos, pesquisas, para a compreensão de como utilizar, em

ue situações e como analisar os problemas ambientais ligados à saúde humana,

ndo como prioridade a vigilância do ambiente, com o intuito de identificar

ituações de riscos que antecedam os efeitos considerados adversos para a

aúde.

Para desenvolver suas atividades dentro da nova proposta apresentada a

AS necessita ter uma equipe multiprofissional capacitada e com perfil para

abalhar com ambiente saúde, entre outros: médicos veterinários, biólogos,

ngenheiros sanitaristas, engenheiros florestais, enfermeiros, médicos (clínica

eral ou sanitarista), geógrafos (geoprocessamento), bioquímicos, analistas de

istemas, agrônomos, entre outros profissionais que posam somar

onhecimentos. (Cerca de 30 profissionais de nível superior e 10 níveis médios).

A Secretaria de Estado de Saúde, através da Programação Pactuada

tegrada de Epidemiologia e Controle de Doenças – PPI/ECD de 2003, vem

uscando certificar através de portaria ou outro meio legal a Vigilância Ambiental

m Saúde no Estado, porém, ainda não conseguiu. Contudo, vem desenvolvendo

suas atividades.

IDERAÇÕES FINAIS

A implantação da VAS no Acre ainda é incipiente. Alguns dos profissionais

de saúde que estão envolvidos nesta atividade possuem mais experiências com

Epidemiologia voltada para doença infec

lsória, com abordagem diferente da Epidemiologia voltada ao ambiente

saúde. Da mesma forma, encontramos alguns profissionais da área de ambiente

que não são familiarizados com conceit

saúde ambiente.

As informações dos problemas ambientais existentes no Estado do Acre e

os trabalhos que vem sendo desenvolvidos

p

ão ambiente saúde, nos mostra a grande necessidade de se estruturar

ambiental em saúde no Es

a

e

q

te

s

s

V

tr

e

g

s

c

In

b

e

Page 116: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

117 Estruturação da Vigilância Ambiental em Saúde no Estado do Acre

Sheila Andrade Vieira

A proposta apresentada a seguir necessita de recursos financeiros,

cursos humanos capacitados e equipamentos, de vontade e determinação

efetivação da estruturação da

vig

parcer

dois ní

extrasetorial em um prazo de três anos.

que e

Estadu

RAMA PROPOSTO DA COORDENAÇÃO DE VIGILÂNCIA AMBIENTAL EM SAÚDE

re

política por parte dos gestores de saúde para a real

ilância ambiental em saúde no Estado do Acre. Esses recursos sairão de

ias entre as três esferas de governo.

Como resultado, espera-se implantar o sistema de vigilância ambiental nos

veis de gestão (estadual e municipal) buscando a integração intersetorial e

A proposta de organograma para vigilância ambiental em saúde do Acre,

stabelece como meta inicial estruturação no nível central da Secretaria

al de Saúde, divide-se em subáreas.

ORGANOG

Coordenação de Vigilância Ambiental em Saúde

Riscos Biológicos

Vigilância Epidemiológica e Ambiental

Riscos Não Biológicos

Vetores Água

Ar

Solo

Desastres Naturais

Sub. Químicas

Acid. Prod. Perigosos

Fatores Físicos

Hospedeiros

Reservatórios

Page 117: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

118 Estruturação da Vigilância Ambiental em Saúde no Estado do Acre

Sheila Andrade Vieira

METAS DA PPI / ECD DO ESTADO

Vig n

da SES de acordo com a Instrução Normativa FUNASA 01/2001;

de cadastro, controle e vigilância da qualidade da

água para consumo humano de acordo com a portaria Nº 1469/2000, em

• ão o Sistema de Informação de Vigilância da

com o plano de ação do Estado;

VigilâEntomológicas

de focos e/ou criadouros do Aedes

aegypti e Aedes albopictus em imóveis de municípios infestados, (652.968

• Realizar pesquisa larvária de Aedes aegypti em pontos estratégicos em

municípios infestados e não infestados. (12.336 pesquisas);

• Realizar visita a imóveis com focos do Aedes aegypti, (113697 visitas);

Realizar tratamento de imóveis com focos do Aedes aegypti, (87.535

malária (seletivo).

siduais em pontos estratégicos, (5.507

tratamentos),

ilâ cia Ambiental de Fatores Não Biológicos

• Estruturar competência de vigilância ambiental em saúde no nível central

• Realizar as atividades

50% dos municípios;

Implementação/implantaç

Qualidade da Água para Consumo Humano – SISAGUA, em 08 municípios,

de acordo

ncia de Doenças Transmissíveis por Vetores e Antropozoonoses

• Realizar identificação e eliminação

inspeções);

Realizar pesquisa larvária de Aedes aegypti com armadilhas em municípios

não infestados, (11.856 pesquisas);

Controle Vetorial

tratamentos);

• Realizar borrificações intradomiciliares para controle da

(9.499 borrificações);

• Realizar aplicação de inseticidas re

Page 118: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

119 Estruturação da Vigilância Ambiental em Saúde no Estado do Acre

Sheila Andrade Vieira

Imunização de Reservatórios

• Realizar campanha de vacinação anti-rábica em cães e gatos, (80.344

cães e 16.263 gatos);

Realizar bloqueio• de focos de raiva animal, em 100% dos focos notificados.

Controle de Reservat

As atividades da Pactuação Integrada de Epidemiologia e Controle de

exec ão de Vigilância Ambiental em

estr s em regime de comodato ou outro

conseqüências ações em conjunto.

órios

Realizar captura e apreensão de cães em áreas de Centro de Controle de

Zoonoses, (7.200 cães);

• Realizar exame laboratorial para vigilância de raiva canina, (0,2% /161

animais).

Doenças – PPI/ECD serão somadas as já realizadas nos referidos setores da

vigilância ambiental em saúde no Estado.

ESTRUTURAÇÃO DE GESTÃO

A Secretaria de Estado de Saúde será responsável pelo gerenciamento e

ução da proposta, através da Coordenaç

Saúde.

Os equipamentos e materiais permanentes adquiridos para apoiar a

uturação nos municípios serão repassado

instrumento de equivalente legalidade.

Ações deverão contar com a parceria dos órgãos governamentais e não-

governamentais que tratam do meio ambiente e da cidadania;

Integração das vigilâncias com reuniões e capacitações tendo como

Page 119: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

120 Estruturação da Vigilância Ambiental em Saúde no Estado do Acre

Sheila Andrade Vieira

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N

O

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121 Estruturação da Vigilância Ambiental em Saúde no Estado do Acre

Sheila Andrade Vieira

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PAN-AMERICANA DA SAÚDE. Organização MunDivisão de Saúde e Ambiente. Atenção Primária Ambiental. Washingto

nceitos, caminhos e interfaces com outros tipos de vigilância. R

V

Page 121: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

NÚCLEO DE ESTUDOS DE SAÚDE COLETIVA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM VIGILÂNCIA AMBIENTAL EM SAÚDE

DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL DA ÁREA DE VIGILÂNCIA AMBIENTAL NO ÂMBITO DO MINISTÉRIO DA SAÚDE

Ana Zuleide Mendanha Santos Rosa

Adaptação da Monografia apresentada ao Núcleo de Estudos de Saúde Coletiva como pré-requisito para a obtenção do Titulo de Especialista em Vigilância Ambiental em Saúde

- 2003 -

Page 122: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ
Page 123: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

RESUMO

Contextualização do desenvolvimento institucional da Vigilância Ambiental

em Saúde - VAS no Ministério da Saúde - MS e no Sistema Único de Saúde -

SUS. Sua trajetória a partir dos anos 70 até os dias atuais, enfatizando a área da

Coordenação Geral de Vigilância Ambiental em Saúde - CGVAM da Secretaria de

Vigilância em Saúde - SVS, com estrutura ainda em definição no MS.

Page 124: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ
Page 125: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

126

NOTA

r os conhecimentos na área de vigilância ambiental

em sa

) da Secretaria de

Vigilância em Saúde (SVS), abordando os aspectos institucionais do seu

desenvolvimento no âmbito do Ministério

L EM SAÚDE

o Nacional de Saúde - FUNASA, entende-se por Vigilância

Ambiental em Saúde - VAS, um conjunto de ações e serviços que visam o

conhe

Histórico

pertando uma certa preocupação por parte

das au

INTRODUTÓRIA

No sentido de aprimora

úde, é feita uma breve explanação acerca do desenvolvimento da

Coordenação Geral de Vigilância Ambiental em Saúde (CGVAM

da Saúde (MS) e no Sistema Único de

Saúde (SUS).

VIGILÂNCIA AMBIENTA

Conceito

De acordo com a Instrução Normativa (IN) nº 01, de 25 de setembro de

2001, da Fundaçã

cimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores

ambientais que interferem na saúde humana, no sentido de recomendar e adotar

medidas de prevenção e controle dos fatores de riscos relacionados a doenças e

a outros agravos à saúde.

A partir dos anos 70, com o novo ciclo industrial observado no Brasil,

especialmente em São Paulo, a poluição cresceu, e com ela os problemas

ambientais foram se agravando e des

toridades, o que possibilitou o surgimento de novas instituições, como a

Companhia Estadual de Tecnologia e Saneamento Básico - CETESB no estado

de São Paulo e a Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente - FEEMA

no Rio de Janeiro (CNS/MS, 2003).

Page 126: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

127

Em 1972, em Estocolmo, é realizada a Conferência de Meio Ambiente,

onde são discutidos pela primeira vez a nível internacional, os problemas

ambientais. (CNS/MS, 2003).

Em 1974 é criada a Divisão de Ecologia Humana e Meio Ambiente, no

âmbito

Em 1978 A Secretaria de Saúde do Estado do Rio Grande do Sul tem sua

estrutu

de 80, com o crescimento da área "Saúde do Trabalhador"

abriu-se caminho para a incorporação da saúde ambiental no Setor Saúde. Foi

criado

o conceito de

desenvolvimento sustentável, que sugere uma forma de desenvolvimento

econô

Em 1990 o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento - PNUD

passa

e vida (CNS/MS, 2003).

CO 92),

despe

do Ministério da Saúde - DEHMA/MS (CNS/MS, 2003).

Em 1977 o Ministério da Saúde passa a monitorar a qualidade da água

(CNS/MS, 2003).

ra transformada para Secretaria de Saúde e Meio Ambiente do Rio Grande

do Sul (CNS/MS, 2003).

Na década

na Fundação Oswaldo Cruz - FIOCRUZ, o Centro de Estudos de Saúde do

Trabalhador de Ecologia Humana - CESTEH, aproximando saúde e ambiente

(CNS/MS, 2003).

Em 1987 é divulgado pela primeira vez, através do relatório da Comissão

Bruntland, da Organização das Nações Unidas - ONU,

mico que atenda as necessidades do presente sem comprometer a

capacidade das futuras gerações no suprimento de suas necessidades (CNS/MS,

2003).

a utilizar a metodologia do índice do desenvolvimento humano (IDH) para

medir o grau de desenvolvimento dos países, incluindo nesse indicador a

expectativa d

Em 1992, no Rio de Janeiro, é realizada a Conferência Nacional das

Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento - UNCED (E

rtando nos representantes dos 170 países participantes, uma maior

preocupação com os problemas de saúde relacionados com o meio ambiente.

Nessa Conferência foi aprovada a Agenda 21 Global, que assume o compromisso

Page 127: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

128

de mudar o padrão de desenvolvimento do novo século, idealizando a construção

de um plano de ação e de um planejamento participativo em âmbito global,

nacional e local, que seja capaz de permitir, de forma negociada, o nascimento de

um no

ão em nível mundial em 5% das emissões de gases poluentes

(CNS/

rviços

assiste

nal de Vigilância Ambiental e cria a Coordenação Geral de Vigilância

Ambie

imento Interno da

FUNA

de Trabalho para Assuntos Internacionais em

Saúde

vo modelo de desenvolvimento (FNMA 2003).

Em 1995 é realizada em Washington - EUA, a Conferência Pan-Americana

de Saúde e Ambiente no Contexto do Desenvolvimento Sustentável - COPASAD,

onde o Brasil apresentou diretrizes para implantação do Plano Nacional de Saúde

e Ambiente (CNS/MS, 2003).

Em 1997 é realizada em Kyoto - Japão, a III Conferência das Nações

Unidas sobre Mudança de Clima, tendo como resultado a ratificação do protocolo

que previa reduç

MS, 2003).

Em 1988 é promulgada a Constituição da República Federativa do Brasil,

que no seu artigo 198 cria o Sistema Único de Saúde - SUS e estabelece suas

diretrizes, entre elas, no Inciso II determina: "...atendimento integral, com

prioridades para as atividades preventivas, sem prejuízo dos se

nciais...". No artigo 200, Inciso VIII: "...Colaborar na proteção do meio

ambiente, nele compreendido o do trabalho..." (FUNASA, 2002)

Em 2000 com o Decreto 3.450 de 10 de maio, o estatuto da FUNASA é

aprovado e estabelece como atribuição do CENEPI, a gestão do Sistema

Nacio

ntal (SVS 2003).

Com a Portaria 410 de 10 de agosto, é aprovado o Reg

SA que estabelece as competências da CGVAM no âmbito do CENEPI.

(SVS 2003).

É publicada a Portaria 1469/MS que aprova o controle e a vigilância da

qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade.

Em 2001 é criado o Grupo

e Ambiente (Portaria MS 922 de 21 de junho), para discutir e internalizar

os aspectos relacionados à saúde e meio ambiente nos acordos, tratados,

Page 128: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

129

convenções, protocolos e outros instrumentos de direito internacional público, por

meio do qual, o Ministério da Saúde avalia a implementação da Agenda 21

(NETTO, G. F.; CARNEIRO, F. F., 2003).

/MS cria o Sistema Nacional de Vigilância Ambiental em Saúde

SINVAS, através da Instrução Normativa nº 1 de 21 de setembro, que

regula

, op cit).

incumbência de

onstruir a política ambiental no âmbito do Ministério da Saúde. Fazem parte

do Ministro/MS e a Secretaria de Vigilância em Saúde/MS (NETTO, op cit.).

Em 2002 a Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio + 10)

é reali

/2000 que trata do controle e da

vigilância da água para consumo humano e seu padrão de potalidade (CNS/MS,

2003)

Com o Decreto 4.726, de 9 de junho, é criada a Secretaria de Vigilância em

Saúde no Ministério da Saúde - SVS/MS e a CGVAM fica a ela subordinada, uma

A FUNASA

-

menta a Portaria do Ministério da Saúde - MS nº 1399 de 15 de dezembro

de 1999, estabelecendo nas três esferas de governo as principais atribuições

referentes à vigilância ambiental em saúde, descrevendo suas ações específicas

e as medidas de prevenção e controle dos fatores de riscos físicos, químicos e

biológicos do meio ambiente, relacionados às doenças e agravos à saúde

(NETTO

É publicada a Portaria 2253/GM de 11 de dezembro, que institui a

Comissão Permanente de Saúde Ambiental (COPESA), com a

c

dessa Comissão, a FUNASA, a ANVISA, a Secretaria Executiva/MS o Gabinete

É celebrado em 7 de novembro um Termo de Cooperação Técnica entre o

Ministério da Saúde e o Ministério do Meio Ambiente, para desenvolver políticas e

ações integradas de saúde ambiental, com vistas a identificar as áreas de

cooperação prioritárias para integrar um plano de ação plurianual (NETTO, op

cit.).

zada em Joanesburgo na África do Sul. (CNS/MS, 2003).

É constituída a Portaria 343/GM de 19 de fevereiro, que institui a Comissão

de Biossegurança em Saúde (DOU de 10 de abril, Seção 2 pág. 20).

Em 2003 entra em vigor a Portaria MS1469

Page 129: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

130

vez que o CENEPI/FUNASA/MS é extinto e suas ações passam a integrar a SVS

VS/2 03).

titucional da CGVAM.

rocedendo-se leituras que proporcionaram um estudo mais aprofundado do

m, informações nos relatórios de atividades das

reas.

ERAL DE VIGILÂNCIA AMBIENTAL EM SAÚDE - CGVAM

ente ao Secretário de Vigilância em Saúde da SVS/MS, a

CGVAM vem se estruturando no âmbito do MS e do SUS - por meio de um

m reuniões semanais, que conta com representantes de todas as

áreas

Vigilância Ambiental em

ú S e de Fomento e Cooperação Técnica em Saúde Ambiental.

s no

ASA, a CGVAM vem dando continuidade às suas

atividades, entre elas a implantação da vigilância ambiental em saúde em todas

as Unidades Federadas (UF) e a elabor

ara coordenação do SINVAS.

(S 0

METODOLOGIA

Para desenvolver este trabalho, foi feito um levantamento das publicações

e normas existentes acerca da vigilância ambiental, procurando-se selecionar

aquelas mais centradas no desenvolvimento ins

P

assunto. Além de buscar també

á

Em seguida ao levantamento, procedeu-se a leitura dos documentos,

organizando-os em ordem cronológica e por objeto de interesse.

COORDENAÇÃO G

Ligada diretam

colegiado co

da SVS -, onde está se definindo o seu Regimento Interno com a

incumbência de coordenação do Sistema Nacional de

Sa de - SINVA

Ainda com estrutura em formação, porém, com metas já definida

âmbito do CENEPI/FUN

ação, junto à COPESA, da política de

saúde ambiental p

Page 130: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

131

Subsi

gradas intra e

intersetoriais, com o objetivo de desenvolver estratégias que façam cumprir o

1/00 da FUNASA/MS que cria o SINVAS e

define

stemas

No sentido de melhor coordenar o SINVAS, a CGVAM definiu suas áreas

de atuação em subsistemas (água, ar, solos, desastres, substâncias químicas,

acidentes com produtos perigosos, fatores físicos, ambiente de trabalho). Esses

subsistemas têm atividades específicas, porém, com ações inte

determinado na Instrução Normativa nº

as competências da área de vigilância ambiental.

Responsabilidades das Áreas

A CGVAM é dirigida por um Coordenador Geral, que é assessorado por um

Gabinete, um Planejamento e por duas Coordenações que estão à frente das

áreas técnicas que compõem à CGVAM, conforme apresentado a seguir:

Coordenador Geral

Gerencia a CGVAM.

a) Gabinete

Presta assessoria direta ao Coordenador Geral e coordena as atividades

administrativas da Secretaria e do Apoio Administrativo.

• Secretaria

Dar suporte ao Coordenador no cumprimento de seus compromissos.

• Apoio Administrativo

Dar suporte à CGVAM na execução de suas atividades.

b) Planejamento

Estrutura e acompanha as ações da CGVAM.

c) Coordenação da Vigilância Ambiental em Saúde.

Coordena a gestão dos sub-sistemas.

• Água

Page 131: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

132

Garantir água para o consumo humano de acordo com o padrão de

potalidade previsto na Portaria MS 1469/2000. Principais avanços: elaboração do

"Subsistema Nacional de Vigilância da Qualidade da Água" - VIGIAGUA,

implantado em todas as Unidades Federadas; elaboração do "Sistema de

Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano" -

S implantado em todas as Unidades Federadas.

• Ar

SI AGUA, também

Reduzir e prevenir os agravos à saúde relacionados à contaminação do ar.

Principais avanços: elaboração do modelo de norma técnica de "Vigilância do Ar"

- VIGIAR, o qual está em estudo no município de Volta Redonda-RJ.

• Solo

Identificar e cadastrar populações expostas em áreas com solos

es no solo. Principais avanços:

ela cionado à

vés do qual está se articulando com

outras áreas ambientais no sentido de elaborar um modelo de norma e plano de

e avaliação de risco à saúde humana por

substâ

taminação de Solo" - SISSOLO.

s

contaminados ou contaminantes present

boração do "Subsistema de Vigilância em Saúde Ambiental Rela

Contaminação do Solo" - VIGISOLO, atra

ação com aplicação de metodologia d

ncias perigosas; elaboração do "Sistema de Informação de Vigilância

Ambiental em Saúde sobre Con

• Desastre

Área ainda em estruturação, com o objetivo principal de criar um modelo

de vigilância ambiental em saúde na área de desastres.

• Substâncias químicas

Proteger a população dos riscos químicos. Principais avanços: participação

da CGVAM na Comissão Intersetorial de Segurança Química - COPASQ, e no

a Química, criado a partir da Agenda

21, on

osição

m tâncias químicas. Nesse sentido, foi elaborado um relatório sobre

as ações empreendidas para a redução de riscos causados pelos poluentes

Fórum Intergovernamental sobre Seguranç

de a CGVAM representa o Ministério da Saúde. O objetivo principal da

COPASQ é estruturar um plano de redução do impacto ambiental e exp

hu ana a subs

Page 132: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

133

(benze

• Fatores físicos

no, asbesto, chumbo, agrotóxicos e mercúrio) de maior prioridade para

prevenção e controle.

ropor, desenvolver e implantar políticas e planos que estruturem ações de

n ento de radiações que ameaçam ou afetam a saúde

human

es de linhas de transmissão de alta tensão e de telefonia celular.

utos perigosos

P

co trole e monitoram

a. Principais avanços: instituído Grupo de Trabalho (Portaria 220/2002)

com o Objetivo de propor normas e procedimentos referentes aos limites de

padrões máximos de exposição humana a campos eletromagnéticos

provenient

• Acidentes com prod

Co mana. nhecer, prevenir e controlar os fatores de risco à saúde hu

• Ambiente de trabalho

Promover a saúde do trabalhador.

d) Coordenação de Gestão e Política

Construir mecanismos para a estruturação e operacionalização da

biental em saúde.

• Po

vigilância am

lítica

Assessorar a CGVAM na formu

de Sa

lação e implementação da Política Nacional

úde Ambiental através da COPESA, uma vez que a mesma foi criada para

viabilizar essa política, construindo uma integração intrasetorial entre seus

representantes - MS, FUNASA, ANVISA, FIOCRUZ.

• Metodologia

Articular com todos os subsistemas no sentido de desenvolver uma

gestão integrada e matricial (horizontal/vertical) entre as áreas da CGVAM.

• Informação

Page 133: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

134

Área a ser estruturada com o objetivo de produzir informações estatísticas

que facilite a interpretação da dinâmica com os demais sistemas, no sentido de

construir e identificar indicadores de saúde ambiental.

• Acordos Internacionais

Acompanhar e internalizar os acordos internacionais.

• Intersetorialidade

Acompanhar as questões envolvidas com a segurança química, que busca

prevenir os efeitos adversos para o ser humano e o meio ambiente, decorrentes

da produção, armazenagem, transporte, manuseio, uso e descarte de produtos

químicos.

• Projetos Especiais

Resolver contaminação ambiental e exposição humana.

• Laboratórios

Atuar em conjunto com a Coor

para viabilizar as ações referentes a anális

denação Geral de Laboratórios - CGLAB

es.

• Jurídica

Prestar assessoria jurídica à CGVAM.

pacitação/Comunicação• Ca

Construir o Plano Diretor de Capacitação de RH para a VAS, com a visão

alidade e intersetorialidade entre todas as áreas específicas e de integr

estratégicas, buscando a promoção, prevenção e recuperação da saúde.

Quadro f

Desde 1999, quando foi criada, a Vigilância Ambiental vem formando seu

quadro

de suas a os diferentes níveis para detecção e prevenção dos

problemas.

uncional

funcional com uma equipe multiprofissional, tendo em vista a coletividade

ções para atuação n

Page 134: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

135

Em 2000 contava apenas com 1 Coordenador Geral, 1 Secretária, 3

de nível superior, 2 Cservidores onsultores e 5 Administrativos. Porém, de 2001

a 20

Consultor ravam

outras

integrante da de 1 Consultor e 1 servidor de nível superior, passou a

contar

Em a CGVAM, porém, através de

contra

servidores m, uma equipe

multiprofissinal de 37 técnicos que atuam na estruturação dos diferentes

cordo com a formação acadêmica, especialização e

experi

Articu Articulação com as vig

suas ações a CGVAM articula-se com as diversas

vigilâncias, conforme descrito a seguir:

) "Vigilância Epidemiológica, no tratamento de doenças relacionadas ao

ncia da doença/agravo - (causa/efeito);

dutos que produzem efeitos sobre

to pode trazer ao

a Saúde do trabalhador, relacionado aos processos

afetar os sistemas ecológico-sociais (vigilância

- população exposta

02, através de contrato do VIGISUS (edital público), contratou mais 8

es, além de receber 4 servidores de nível superior que integ

áreas, e assim, pôde ampliar seu quadro técnico, passando de 5 para 17

s. Com a saí

com 15 técnicos.

2003 mais 2 Consultores deixaram

to da UNESCO (edital público), contratou mais 17 e recebeu mais 2

de nível superior de outras áreas, completando, assi

subsistemas da CGVAM, de a

ência de cada um.

lação e interfaces

ilâncias

Para melhor desenvolver

a

ambiente ecológico-social (vigilâ

b) Vigilância Sanitária, referente aos pro

o ambiente (quais os riscos que este produ

consumidor);

c) Vigilância d

produtivos que possam

das condições de trabalho, da exposição a riscos

em área de risco);

d) Vigilância Entomológica, na formulação de indicadores para construção

de mapas de risco;

Page 135: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

136

e) Vigilância de agentes (causa - atua no sentido de evitar o

encontro/exposição);

Vigilância f) de processos (em situações complexas, compreendidas por

g) os fatores de risco (entre a vigilância de agentes e de

h) assivos ambientais (resíduos originados de

ambiente - relacionada à exposição da população em área

MBELLINI, A. T. & CÂMARA, V. M., 1992).

Interfa

Alé

interface c

) Sistema Nacional de Laboratórios de Saúde Pública;

Saúde;

c) Engenharia de Saúde Pública;

em outras instituições como:

b) Meio Ambiente - CONAMA;

RH;

relativas à Proteção da Camada de Ozônio

(PROZON);

meios processuais (ambientes ecológicos, sociais e do trabalho);

Vigilância d

processos);

Vigilância dos resíduos/p

todas as fases do processo produtivo);

i) Vigilância no

de risco "(TA

ce com outros setores

m da articulação com as diversas vigilâncias, faz-se necessário a

om:

a

b) Informação em

d) Atenção Integral à Saúde Indígena;

e) Promoção da Saúde;

f) Ações Básicas de Saúde

Participação

a) Conselho Nacional de Saúde - CNS;

Conselho Nacional do

c) Organizações Não-Governamentais - ONGs;

d) Sindicatos;

e) Movimentos Sociais;

f) Conselho Nacional de Recursos Hídricos - CN

g) Conselho Nacional de Defesa Civil - CEDEC;

h) Comitê Executivo Interministerial - criado para estabelecer diretrizes e

coordenar ações

Page 136: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

137

i) Grupo de Trabalho para Assuntos Internacionais em Saúde e Ambiente;

Comissão de Biossegurança emj) Saúde (Portaria 699/GM, de 9 de abril

k) o Plano de Ação para a Segurança Química -

l) sso e Uso do Genoma Humano (Portaria 20/GM,

m)

o)

p)

oletiva.

ontes de informação

Para desenvolver melhor suas ações, a CGVAM necessita de informações

cos, químicos, biológicos, mecânicos, psicossociais),

características especiais do ambiente, pessoas expostas, efeitos adversos à

saúde

Sistema de Informações de Mortalidade - SIM;

de 2003);

Comissão Coordenadora d

COPASQ;

Comissão sobre o Ace

de 27 de junho de 2002);

Conselho Nacional de Recursos Hídricos;

n) COPESA;

Agenda 21

Fóruns Nacionais e Internacionais;

q) Grupo Temático de Saúde e Ambiente - criado pela Associação

Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO), para inserção dessa temática

no campo saúde c

F

como: fatores de risco (físi

(doenças e acidentes), para tanto, conta com as seguintes fontes de

informação:

a) "Sistema de Vigilância sobre a Qualidade da Água para Consumo

Humano - SISAGUA;

b) Sistema de Informações Hospitalares - SIH/SUS;

c)

d) Sistema de Informações Ambulatoriais do DATASUS;

e) Sistema de Notificação de Agravos - SINAN:

f) Sistema de Informações de Nascidos Vivos - SINASC;

g) Sistema de Informações Tóxico-farmacológicas da Fundação Oswaldo

Cruz - SINITOX;

Page 137: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

138

h) Censos Demográfico e Agropecuário da Fundação Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística - IBGE;

i) Sistema Nacional de Informações em Saneamento da Secretaria de

Desenvolvimento Urbano;

j) Sistema de Informações Hidrológicas da Agência Nacional de Energia e

Eletricidade - ANEEL;

k) Informações sobre imagens de satélites e monitoramento de queimadas

do Instituto Nacional de Pesquisas Especiais - INPE;

Informações sobre recursos hídricos, qualidade dos assentamentos

humanos, biodiversidade, Amazônia Legal e de políticas de

nto sustentável do Ministério do Meio Ambiente - MMA;

m) Sistemas de monitoramento do ar - realizados pelos órgãos ambientais

DISCU

Espaç

ua equipe, a CGVAM conquistara a

amplia

m 4

pequenas salas no 7º andar do Prédio da FUNASA, em péssimas condições de

funcio

omo o de definir papéis e

compromissos de cada área, foi realizada no período de 19 a 21 de setembro de

2003,

stratégias de ação

para sua contribuição na consolidação do SUS.

l)

desenvolvime

estaduais: CETESB em São Paulo, e FEEMA no Rio de Janeiro."

(CÂMARA, 2003)

SSÃO

o físico da CGVAM

Apesar da grande rotatividade de s

ção do seu quadro funcional, mas em conseqüência, criara um problema

sério de espaço físico, uma vez que estava instalada com 45 pessoas e

namento, onde a equipe dividia tudo: o computador, a mesa e até mesmo a

cadeira.

No intuito de amenizar essa situação, bem c

uma oficina de planejamento da CGVAM, visando uma maior integração

entre sua equipe recém formada, bem como a formulação de e

Page 138: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

139

A partir dessa oficina, está se buscando fortalecer o componente de

planejamento da CGVAM, no sentido de construir um sistema que integre todas

as áreas da CGVAM, com monitoramento e avaliação permanentes. Para tanto,

um Pla

determinações do SINVAS.

vem

sofrendo influências negativas, como:

, o que pode contribuir para o aumento de

asos de câncer de pele”.

dem levar a morte.

no de Ação elencando as prioridades determinadas na oficina está sendo

desencadeado de forma colegiada e organizada com as áreas, indo de encontro

com às

Influências negativas

Com o avanço da tecnologia, bem como com a falta de colaboração do

próprio ser humano no sentido de preservar o meio ambiente, o sistema

“A perda da camada de ozônio

c

O aumento da contaminação aérea por monóxido de carbono e outros

agentes químicos patógenos contribuindo para o aumento das patologias

cardiovasculares, respiratórias e cânceres.

Os acidentes de grandes proporções em indústrias que contaminam todo o

ambiente do entorno, podendo gerar patologias que afetam a população.

Os processos acelerados de industrialização são responsáveis por

residências em péssimas condições de vida em áreas de periferias dos centros

urbanos que através da água de consumo e condições de saneamento causam

diarréias e outros eventos que po

Os projetos de desenvolvimento como a construção de hidrelétricas

modificam sistemas ecológicos e geram processos mórbidos.

Page 139: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

140

As patologias relacionadas ao uso excessivo de agrotóxicos e outros

poluentes causam intoxicações de diversos tipos de gravidade, poluição

intradomiciliar, entre outros.

ico, vem se estruturando, indo de

encon

m o

intuito de fazer cumprir seu principal objetivo, ou seja "vigiar para prevenir".

onstruindo ambientes saudáveis

participação da sociedade e das organizações

locais,

lização de

O consumo de alimentos e produtos poluídos por formas de produção

inadequadas gera a contaminação bacteriológica de seus produtos (CÂMARA,

2003).

Procurando combater esses efeitos negativos, a vigilância ambiental, ao

longo dos anos, conforme relatado em seu histór

tro ao principio da precaução, do crescimento solidário, definindo ações e

intervenções para prevenção e controle desses efeitos negativos ao ambiente.

Para tanto, se relaciona com as áreas afins, no sentido de estimular a interação

entre saúde, meio ambiente e desenvolvimento, na busca de aprofundar o

conhecimento das diversas situações de risco e suas conseqüências, co

C

No âmbito da COPESA, desde 2001, a CGVAM vem coordenando o

Grupo de Trabalho de Atenção Primária Ambiental/APA, que vem propiciando a

disseminação da vigilância ambiental em saúde e a troca de experiências e

discussões sobre a temática da construção de ambientes saudáveis,

desenvolvendo estratégias de

identificando a solução dos problemas ambientais primários que atingem a

saúde e que limitam a qualidade de vida e do desenvolvimento sustentável, o que

possibilitou a inserção da CGVAM na Agenda 21 local, por meio do Termo de

Cooperação Técnica celebrado entre o Ministério da Saúde e o Ministério do Meio

Ambiente - MMA (FNMA, 2003).

A Agenda 21 local surgiu devido ao reconhecimento pela Agenda 21

Brasileira em acordo com a Agenda 21 Global, da importância do nível local

concretizar políticas públicas sustentáveis, que enfatiza a participação e a

cooperação das autoridades locais como fatores determinantes na rea

Page 140: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

141

seus o

ontaminantes, tendo em vista seu

sistem

vestir-se melhor

nesse

ervar o mundo onde vivem.

bjetivos, cabendo a cada autoridade local dialogar com seus cidadãos,

organizações locais e empresas privadas e aprovar uma Agenda 21 local (FNMA,

2003).

A articulação com os atores envolvidos em todos os níveis de governo e

com a comunidade possibilita a construção de uma ação integrada, que visa

assegurar que cada setor assuma suas responsabilidades em relação aos

problemas de saúde e ambiente, promovendo a melhoria das condições

ambientais e preservando os recursos naturais.

O tema da Campanha da Fraternidade para 2004 "Água, fonte da vida" é

uma ótima oportunidade para discussão da área de vigilância ambiental como um

todo, não só nas Igrejas como nas escolas, universidades e outras instituições.

Para tanto, faz-se necessário uma integração com a Conferência Nacional dos

Bispos do Brasil - CNBB, no sentido de se desenvolver atividades conjuntas.

Trabalhando com as crianças

Conforme abordado na REVISTA DA SAÚDE. CNS/MS; abril, 2003, O Dia

Mundial da Saúde de 2003 teve como tema: "O futuro da vida: ambientes

saudáveis para as crianças" dedicado a estimular a criação de ambientes mais

seguros para nossas crianças. Nesse sentido, a OPAS recomenda o

desenvolvimento de políticas de ação em âmbito local, regional e nacional, para

prevenir a enfermidade infantil.

A criança está mais exposta aos riscos c

a imunológico mais indefeso, já que ainda está em desenvolvimento, além

da sua inocência em relação aos riscos a que está exposta, cujas conseqüências

são levadas para a idade adulta, já que, muitas doenças e mal hábitos

apresentados no adulto, teve origem a partir de uma infância mal construída.

O tema apresentado é sugestivo de que se pense em in

s pequeninos, que serão os adultos de amanhã, e se forem bem

trabalhados na infância, crescerão conscientes dos seus valores e do seu espaço,

e ao invés de destruir, irão construir e pres

Page 141: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

142

Observando a criança, pode-se perceber o interesse que ela tem em

ssar. Sente-se importante quando participa de alguma atividade e

reconhecida. Gosta de ser elogiada e se sente motivada para continuar

desen

tem um bom relacionamento com a natureza, o que se

torna m

aúde (ASCOM/MS),

elaboraram um documento que foi entregue em mãos para a ministra do Meio

Ambie

s dizer que as leis devem ser

cumpr

stivo, portanto, que seja desenvolvidos trabalhos de conscientização

voltad

expandidos para as diversas instituições.

aprender e repa

é

volvendo essas atividades que a faz sentir-se importante. Observa-se

também, que a criança

ais fácil defender aquilo de que se gosta e se acredita. Um bom exemplo

disso foi a Conferência Nacional de Meio Ambiente com slogan "Vamos cuidar do

Brasil", realizada em Brasília - DF, no período de 28 a 30 de novembro de 2003,

que promoveu, também, a "Conferência Infanto-Juvenil" integrada por

delegados com idade de 11 a 15 anos que ao final da conferência, conforme

relata a Assessoria de Comunicação do Ministério da S

nte, Marina Silva, com propostas relativas aos temas água, escola, seres

vivos, comunidade e alimentos, além de sugerir a formulação de um plano de

ação para conscientizar a população da necessidade de preservação da água,

bem como o desenvolvimento de um projeto de coleta e reciclagem do lixo

produzido na escola, e implantação de hortas comunitárias com a participação de

toda a comunidade e ainda, a criação da Semana Nacional de Vigilância

Sanitária e Cidadania Estudantil. No documento, as crianças dizem esperar que

suas reivindicações sejam atendidas: "Queremo

idas e nós vamos cobrar". Concluem o texto com uma frase que lembra a

importância de preservar o meio ambiente: "Apenas no dia em que o homem

poluir o último rio, matar o último peixe e cortar a última árvore ele verá que não

pode alimentar-se de dinheiro" (ASCOM 2003).

É suge

os para as crianças e adolescentes, que sejam divulgados nas escolas, nas

Igrejas, nos parques de diversão. Que sejam promovidas palestras, passeios

ecológicos, camisetas, revistas, panfletos, filmes e outros que abordem a

conscientização popular para a preservação do meio ambiente.

Que os ecoclubes (grupos de crianças e adolescentes que desenvolvem

atividades escolares voltadas para o meio ambiente) sejam fortalecidos e

Page 142: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

143

CONCLUSÃO

ncia, por si só, já dar a idéia de vigiar, cuidar, prevenir para

ão deixar acontecer.

nistério da Saúde, e que, apesar das condições ainda

inadeq

casa, ou ficando muito além do horário. É

assim, que cada um vem dando a sua parcela de contribuição com a CGVAM e

com o SUS.

O importante é "vestir a camisa e arregaçar as mangas" e ser um vigilante

mas em todos os lugares por onde andar,

, no sentido de fazê-las respeitar a

s que se fizerem presentes, de forma a

ar aqueles que estão a nossa volta, e assim, podermos caminhar com

iência tranqüila de que a nossa contribuição está sendo dada em busca

A palavra vigilâ

n

E é como um vigilante cuidadoso que a Vigilância Ambiental em Saúde, por

meio de seus atores espalhados por este Brasil afora, busca unir esforços no

sentido de desenvolver estratégias que promovam ações voltadas para a

preservação do meio ambiente, além de buscar parcerias com outras instituições

afins e articular-se com outras áreas e movimentos sociais, no sentido de

mobilizar a sociedade para o enfrentamento dos problemas.

Diante do exposto conclui-se que a CGVAM - embora sendo uma área

nova no âmbito do Mi

uadas de trabalho e com rotatividade de sua equipe técnica, formada,

praticamente, por consultores -, tem dado sua parcela de contribuição para a

consolidação do SUS, buscando desenvolver estratégias que possibilitem na

construção de um modelo de atenção à saúde voltado para a qualidade de vida,

contribuindo, também, com a promoção de ambientes saudáveis, conforme

proposto na 10ª Conferência Nacional de Saúde.

É bom lembrar também, que a grande família CGVAM não mede esforços

para cumprir o seu papel, cada um contribui como pode, seja dividindo

equipamentos, levando trabalho para

ambiental não só no trabalho,

educando principalmente nossas crianças

natureza e defendê-la em todos os lugare

conscientiz

a consc

Page 143: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

144

de uma qualidade melhor de vida, para nós, para o nosso próximo e para as

demanda de atividades a serem desenvolvi

número de denúncias e sugestões que chegam diariamente à CGVAM,

recomenda-se, que seja retomada a proposta da mesma se estruturar como

para

a sociedade e para o meio ambiente, no intuito de gerar impacto na qualidade

surg

tomadas, no

melh a aquisição

de mais computadores, mas suas instalações operacionais ainda deixam muito a

ltar a execução de suas atividades, ainda está em

traba

como as áreas, se a sua própria

es?

futuras gerações.

RECOMENDAÇÕES

Diante da grande importância do assunto abordado, bem como da extensa

das, levando-se em conta o grande

um Departamento, uma vez que como Departamento, terá mais autonomia

viabilizar com mais precisão suas ações que são voltadas diretamente para

de vida de cada ser humano, o que, sem dúvida, prevenirá ou retardará o

imento da doença.

É recomendável, também, que providências imediatas sejam

sentido de que a CGVAM tenha condições adequadas de trabalho, o que já

orou com a conquista da ampliação do seu espaço físico e com

desejar, o que, além de dificu

contradição com a vigilância do trabalho e do ambiente: "vigiar as condições de

lho, a exposição do trabalhador em área de risco". Diante dessa situação,

recomendar as boas condições ambientais a outr

não oferece estas boas condiçõ

Page 144: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

145

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Page 146: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

NÚCLEO DE ESTUDOS DE SAÚDE COLETIVA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM VIGILÂNCIA AMBIENTAL EM SAÚDE

ESTUDO DA PACTUAÇÃO DAS AÇÕES DE VIGILÂNCIA AMBIENTAL NO ESTADO DA BAHIA NO ANO DE 2003: A CONTRIBUIÇÃO DA DIVISA

Andréa Helena Argolo Ferraro

Adaptação da Monografia apresentada ao Núcleo de Estudos de Saúde Coletiva como pré-requisito para a obtenção do Titulo de Especialista em Vigilância Ambiental em Saúde

- 2003 -

Page 147: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ
Page 148: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

RESUMO

Na Bahia, o órgão coordenador das ações da Vigilância Ambiental em

Saúde - VAS é a Diretoria de Vigilância e Controle Sanitário - DIVISA, enquanto

que, o órgão que programa junto aos municípios a maioria das ações da VAS é a

Diretoria de Vigilância Epidemiológica e Controle de Doenças – DIVEP. Este

artigo propõe analisar a contribuição da DIVISA no processo da Programação

Pactuada e Integrada/PPI, que favoreceram a implementação da - VAS nos

municípios baianos em 2003, a partir da análise documental e entrevistas com

técnicos dos níveis estadual, regional e municipal. Os resultados mostram que a

PPI da Vigilância Sanitária apresenta muitas contribuições para a programação

local de ações da VAS referentes àquelas com fatores não biológicos, ficando as

ações de fatores biológicos com a DIVEP. Conclui-se que a PPI elaborada pela

DIVISA, em 2003, não determina a implementação da VAS no nível municipal,

embora favorece a execução de algumas ações. Por outro lado a DIVISA

promove capacitações as quais auxiliam na construção e sedimentação técnica

dos níveis estadual e municipal, bem como fortalece aquela Diretoria no

cumprimento do seu papel de coordenador Estadual de VAS.

Palavras chave: Programação Pactuada Integrada, Vigilância Ambiental em

Saúde, Vigilância Sanitária.

Page 149: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ
Page 150: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

151 Estudo da Pactuação das Ações de Vigilância Ambiental no

Estado da Bahia no ano de 2003: a contribuição da divisa Andréa Helena Argolo Ferraro

INTRODUÇÃO A natureza da Vigilância Sanitária envolve conhecimento de espectro

multidisciplinar, em função de suas

proposta do Sistema Nacional de Vigilância Ambiental em Saúde –

SINVAS, é definida como: “um conjunto de ações e serviços prestados por órgãos

e entidades públicas e privadas

de-ambiente.

No nível federal foi criada especificamente para gerir a VAS uma Coordenação

Geral de Vigilância Ambiental

integrada, para que não sejam desmembradas as ações da VAS do eixo da

ações terem caráter eminentemente

preventivo. (Costa) De acordo com lei federal nº 8.080/90, ela passou a incorporar

a noção de risco à saúde, que deve servir como pano de fundo para as suas

ações. Atualmente, existe grande discussão sobre o conceito de Risco

(Rouquayrol, Diniz - texto elaborado para o Curso de Vigilância Sanitária,

fotocopiado)

Seu campo de atuação se dá diretamente sobre os produtores de bens

(alimentos, medicamentos, equipamentos médicos e odontológicos, produtos

domissanitários, de higiene pessoal, e outros); os prestadores de serviços que

influenciam a saúde das pessoas (profissionais de saúde e afins); a saúde do

trabalhador; e o meio ambiente. (Tambellini, & Câmara) A vigilância ambiental em

saúde, na

relativas à vigilância ambiental em saúde, visando

o conhecimento e a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores

determinantes e condicionantes do meio ambiente que interferem na saúde

humana, com a finalidade de recomendar e adotar medidas de prevenção e

controle dos fatores de risco relacionados às doenças e outros agravos à saúde“

(Brasil).

A vigilância ambiental em saúde/VAS está inserida na atenção integral á

saúde, e faz parte da vigilância da saúde, atuando na interface saú

(CGVAN). Já nos âmbitos estadual e municipal, não

existe determinação de que órgão deverá executá-la, ficando, até então, a critério

de cada Unidade Federativa a decisão de criar ou não uma unidade gestora da

VAS ou até mesmo de designar a integração das ações da VAS em outra unidade

de Vigilância (Epidemiológica, Sanitária, da saúde do trabalhador). Há, entretanto,

uma recomendação aos estados, apenas, quanto à programação pactuada

Page 151: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

152 Estudo da Pactuação das Ações de Vigilância Ambiental no

Estado da Bahia no ano de 2003: a contribuição da divisa Andréa Helena Argolo Ferraro

vigilância epidemiológica (Brasil). Dessa forma, os estados podem identificar que

órgão executará tais ações.

No caso da Bahia, as ações da VAS foram incorporadas na Vigilância

Sanitária (Bahia).Diante da compreensão de que os riscos, as previsões e os

possíveis efeitos adversos constituem os instrumentos do enfoque de risco. E

devido ao entendimento de que o objetivo do enfoque de risco seria então,

mensu

MOÇÃO À SAÚDE... (Diniz - texto elaborado para o Curso de

Vigilância Sanitária, fotocopiado) Com base neste enfoque de risco que as ações

de VA

Arretche). Contudo, existe certo consenso

em torno das idéias centrais como transferência de recursos financeiros e de

poder

ações de

saúde não se deu de forma homogênea entre as diversas ações. É notória a

observ

rar os riscos para a saúde da população e identificar os fatores de risco a

eles associados, possibilitando assim que se organize a atenção de acordo com

necessidades melhores definidas, E ORIENTADAS PARA A PREVENÇÃO DE

AGRAVOS E PRO

S, no estado da Bahia, foram incorporadas a VISA, ao entender que, onde

há risco proveniente dos processos produtivos e ou ambientais e que venha a

atingir grupos populacionais ou indivíduos, são de competência da vigilância

sanitária.

A descentralização entendida enquanto estratégia para a organização da

prestação de serviços de saúde é amplamente discutida na literatura e é marcada

pela ambigüidade e contradições com diferentes entendimentos e aplicações,

além de diferentes focos de análise (

decisório, controle social sobre a aplicação de recursos, aumento de

responsabilidades e das competências locais (Guimarães). A municipalização das

ações de saúde particularmente da atenção básica da saúde, se constituiu num

dos focos mais importantes da política de descentralização do SUS.

No Estado da Bahia, ainda que a municipalização da saúde tenha sido

acelerada no período de 1998, o processo de descentralização das

ação de que, por exemplo, a vigilância epidemiológica é, entre tantas

outras, amplamente executada pelos municípios; entretanto com as ações de

vigilância sanitária, no mesmo período, isso não aconteceu com a mesma

Page 152: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

153 Estudo da Pactuação das Ações de Vigilância Ambiental no

Estado da Bahia no ano de 2003: a contribuição da divisa Andréa Helena Argolo Ferraro

intensidade, como mostra o Relatório da Oficina de Descentralização das Ações

de Vigilância Sanitária no período de maio de 1998 (DIVISA).

A programação pactuada integrada da epidemiologia e controle de doença

(PPI -

ntra incluída

no eix

amações municipais, incorporando as ações sob sua

respon

elhor a sua função de

coordenação, regulação e de cooperação técnica, junto aos municípios. Desta

A Norma Operacional Básica do SUS - NOB/96 reafirma a necessidade

de aperfeiçoar a gestão do SUS para a reordenação do modelo de atenção à

saúde valorizando os resultados advindos de programação com critérios

epidemiológicos e de desempenho das ações (BRASIL, VRANJAC).

A atribuição das ações de saúde desenvolvidas pelos níveis de governo, no

âmbito do SUS, ainda hoje é definida a partir de uma programação, articulada

com os três níveis, o que vem a ser denominado de Programação Pactuada

Integrada – PPI.

ECD) “é o conjunto de atividades, de metas e de recursos financeiros,

pactuados entre FUNASA – Secretarias Estaduais de Saúde e Secretarias

Municipais de Saúde” (Brasil). Criada em 1999, a PPI -ECD pode ser considerada

como um instrumento utilizado para contribuir com o processo de

descentralização das ações básicas de saúde. A pactuação explícita das ações

da vigilância ambiental em saúde na PPI – ECD, até então, se enco

o da Vigilância Epidemiológica, e, de forma difusa e implícita no eixo da

programação da Vigilância Sanitária.

A PPI auxilia especialmente o planejamento local e estadual a partir da

programação das ações de saúde, possibilitando ao executor local perceber

melhor sua capacidade de atuação. Por outro lado ela é vista, também, como

instrumento para a regulação do Sistema Único de Saúde. Assim, o processo de

elaboração da PPI deve respeitar a autonomia de cada gestor, devendo o Estado

harmonizar as progr

sabilidade direta, mediante negociações com os demais níveis.

O processo de avaliação da PPI permite ao Estado analisar os avanços e

os limites dos municípios e refletir sobre a sua participação nesse processo, suas

possibilidades e dificuldades. Podendo, assim, executar m

Page 153: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

154 Estudo da Pactuação das Ações de Vigilância Ambiental no

Estado da Bahia no ano de 2003: a contribuição da divisa Andréa Helena Argolo Ferraro

forma, o Estado avalia também o seu desempenho no alcance das metas

previstas por ações em todo o seu território.

a vigilância sanitária foram incorporadas à PPI, no estado da

ahia, a partir do ano de 2000 (DIVISA), quando o processo de descentralização

das aç

Intergestora Bipartite (CIB) nº

028/01, a qual define a equi

nitária, passando por elaboração de material informativo e ações

onjuntas de alimentação e manutenção de sistemas de informação.

exposto fica claro a necessidade de se analisar a contribuição da

iretoria de Vigilância e Controle Sanitário no processo de Programação

Estado no acompanhamento da programação pactuada integrada, nos eixos da

VAS e

partir daí, buscar soluções no sentido da DIVISA ocupar efetivamente o seu papel

participando do processo de programação e pactuação das ações não só da

Vigilância Sanitária, mas também da Vigilância Ambiental.

As ações d

B

ões de vigilância estava bem adiantado e, mais de 80% dos municípios já

se encontravam em alguma forma de habilitação na NOB SUS 01/96. Até o

momento, não existe normatização nacional para a programação pactuada

integrada para as ações de vigilância sanitária. A legislação que legitima o eixo da

Vigilância Sanitária é a Portaria da Comissão

pe mínima e o elenco de ações para cada tipo de

modelo de gestão municipal da saúde (DIVISA).

As ações de vigilância sanitária programadas pelos municípios contemplam

ações que vão desde o cadastramento de estabelecimentos, realização de

inspeções nos mais diversos tipos de estabelecimentos, atendimento a

denúncias, controle de qualidade de produtos, educação e comunicação em

vigilância sa

c

Diante do

D

Pactuada Integrada das Ações de Vigilância Ambiental no Estado da Bahia.

Identificando os pontos positivos no processo da pactuação das ações da

vigilância sanitária que favorecem a implantação das ações da VAS municipal no

estado da Bahia; com vistas a aperfeiçoar o papel da Vigilância Sanitária do

VISA.

A partir dessa avaliação será possível identificar os avanços e limites e, a

Page 154: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

155 Estudo da Pactuação das Ações de Vigilância Ambiental no

Estado da Bahia no ano de 2003: a contribuição da divisa Andréa Helena Argolo Ferraro

METODOLOGIA

O processo de pactuação das ações de VAS foi analisado a partir do

estudo exploratório de documentos oficiais: legislação, manual da Programação

Pactuada Integrada utilizado no ano de 2003 e relatórios de Gestão da DIVISA.

Foram analisadas as planilhas do eixo da vigilância sanitária, e do eixo da

vigilân

20 m

cia epidemiológica e controle de doenças.

Depois de aplicado o Termo de Compromisso, foram entrevistados 1(um)

Gestor da Superintendência de Vigilância à Saúde - SUVISA, 1 gestor da DIVISA,

1 técnico de cada uma das 30 Diretorias Regionais de Saúde – DIRES,

responsável pelo momento da programação na regional, bem como 1 gestor dos

unicípiosa em Gestão Plena do Sistema Municipal. Destes últimos,

participaram da pesquisa 20 técnicos de DIRES e 09 de Municípios. Totalizando –

54 atores.

RESULTADOS

Os resultados obtidos, da pesquisa em relatórios da DIVISA, mostram que

embora os municípios venham programando as ações de VAS na PPI da

Vigilância Epidemiológica e ECD e de forma discreta na PPI da Vigilância

Sanitária, poucos são os municípios que realmente conseguiram ainda que de

forma incipiente implementar e ou desenvolver ações de VAS.

Da entrevista com os técnicos das Diretorias Regionais de Saúde o

problema (ponto negativo) mais argumentado entre os 90% respondentes foi a

a Municípios em gestão Plena do Sistema Municipal: 1)Alagoinhas, 2)Amargosa, 3)Barra do

Choça, 4)Barreiras, 5)Camaçari, 6)Catu, 7)Eunápolis, 8)Ibotirama 9)Ilhéus, 10)Irecê, 11)Itaberaba,

12)Jequié, 13)Juazeiro, 14)Laje, 15)Medeiros Neto, 16)Porto Seguro, 17)São Sebastião do Passe,

18)Senhor do Bonfim, 19)Teixeira de Freitas, 20)Vitória da Conquista.

Page 155: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

156 Estudo da Pactuação das Ações de Vigilância Ambiental no

Estado da Bahia no ano de 2003: a contribuição da divisa Andréa Helena Argolo Ferraro

não im

s DIRES e Municípios, enquanto 40% argumentou a dificuldade de

stabelecer uma ligação oficial entre os demais órgãos envolvidos, nas ações

ais com o Centro de Recursos Ambientais, Departamento de

efesa Animal, Vigilância Epidemiológica.

m seu discurso uma grande tendência de se trabalhar com o

modelo de vigilância em saúde: “uma PPI onde todos as vigilâncias possam

progra

ia se consolida com muitas

contribuições para a programação local de ações da vigilância ambiental. Isso

reforça

plantação da VAS na regional de saúde e nos municípios, devido à falta de

recursos humanos capacitados. A percepção dos técnicos quanto à influência da

DIVISA na implantação das ações de VAS foi enfatizado por 60% como sendo da

busca da qualificação/capacitação de técnicos e na condução da programação de

ações junto a

e

interinstitucion

D

Quanto à entrevista com os técnicos dos municípios em gestão plena do

sistema municipal, o ponto negativo identificado por 60% foi a dificuldade na

compreensão do agir sob a ótica da vigilância em saúde e de forma

interinstitucional. 70% deles identificam o papel da DIVISA também como principal

promotor de capacitação de recursos humanos na área de VAS.

Ao entrevistar a gestora da Superintendência de Controle de Vigilância da

Saúde, verifica-se e

mar e pactuar em um único instrumento de forma integrada”. O mesmo se

pode observar da entrevista com a Diretora da DIVISA.

Pode-se afirmar que a DIVISA, embora ainda não tenha conseguido

acompanhar e analisar com profundidade a programação e execução das metas

pactuadas junto aos municípios fomentou que a planilha da PPI do eixo da

Vigilância Sanitária existisse desde 2000. As ações de vigilância sanitária

programadas pelos municípios contemplam ações desde o cadastramento de

estabelecimentos, realização de inspeções nos mais diversos tipos de

estabelecimentos, atendimento a denúncias, controle de qualidade de produtos,

educação e comunicação em vigilância sanitária, passando por elaboração de

material informativo, ações conjuntas e alimentação e manutenção de sistemas

de informação. Em 2003, a PPI Vigilância Sanitár

a DIVISA no cumprimento do seu papel, enquanto coordenador estadual

das ações da Vigilância Ambiental em Saúde.

Page 156: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

157 Estudo da Pactuação das Ações de Vigilância Ambiental no

Estado da Bahia no ano de 2003: a contribuição da divisa Andréa Helena Argolo Ferraro

Fica bastante evidente a divisão das ações da Vigilância Ambiental em

Saúde no Estado: ficando as ações relacionadas aos fatores biológicos com a

Vigilância Epidemiológica e as relativas aos fatores não biológicos com a

Vigilância Sanitária e Epidemiológica, o que denota uma falta de articulação entre

as mesmas.

DISCUSSÃO

Segundo o Decreto Estadual nº 7.546 de 24 de março de 1999, a

coordenação das ações da VAS é de responsabilidade da DIVISA. Entretanto,

segundo a orientação da Portaria da FUNASA nº 1.399 de 15/12/99 em seu artigo

22, inc

erá resolvido

quando efetivamente o modelo da Vigilância em Saúde passar a vigorar na esfera

estadu

a

DIVEP (Diretoria de Vigilância e Epidemiológica e Controle de Doenças) as ações

iológicas. Possivelmente, pela histórica distância com os demais setores da

que a Vigilância Sanitária teve, e vem tentando quebrar, este

to ainda aconteça. Os dados mostram que a DIVISA, no ano de 2003,

conse

cia ambiental, por isso não há

iso I, há recomendação às Secretarias Estaduais de Saúde para a não

separação das atividades de vigilância epidemiológica, vigilância ambiental em

saúde e operações de controle de doenças. Impasse que só s

al da Bahia.

A Avaliação da Programação Pactuada Integrada no que se refere às

ações de vigilância ambiental, pela Diretoria de Vigilância e Controle Sanitário e

Ambiental do Estado da Bahia (DIVISA) é insuficiente para demonstrar o grau de

execução das ações pactuadas, uma vez que a análise completa das ações da

VAS não é realizada em conjunto com a Vigilância Epidemiológica, considerando

que a DIVISA acompanha e coordena as ações por fatores não biológicos e

b

Saúde no Estado

fa

guiu uma maior aproximação tanto com a Coordenação Estadual da

Atenção Básica, quanto com a DIVEP, prometendo grandes possibilidades de

aprimoramento da programação das ações da VAS.

A pactuação da Vigilância Sanitária contempla ações que apresentam

interfaces entre a vigilância sanitária e a vigilân

Page 157: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

158 Estudo da Pactuação das Ações de Vigilância Ambiental no

Estado da Bahia no ano de 2003: a contribuição da divisa Andréa Helena Argolo Ferraro

maiore

processo quanto ao fato da DIVEP estar

sabilidade no Estado, é da DIVISA.

ossivelmente, este fato acontecia por que não existe publicado até o momento

Esta

que as ações básicas envolvem, também, a vigilância sanitária, e também, pelo

rumo

aconteça na perspectiva da Vigilância à Saúde, contemplando desta forma as

xecução, no âmbito municipal,

Possivelmente, o esforço da DIVISA em

Regi

imple

pactu

nível

favorece a execução de ações devido a falta de recursos humanos treinados na

s monitoramentos das ações pactuadas na planilha da Vigilância

Epidemiológica. Tal afirmativa não pode ser evidenciada pela análise documental

nem pelas entrevistas ou. O que se pode observar é que faltavam maiores

esclarecimentos dos envolvidos no

programando ações cuja respon

P

recomendação do nível federal para a PPI com ações de vigilância sanitária. O

do vinha programando e realizando a PPI com tais ações por compreender

compromisso com SUS, no sentido de cumprir a Diretriz da Descentralização

à municipalização.

Acredita-se que, para o próximo ano 2004, a programação no Estado já

interfaces da Vigilância Ambiental, com todas as outras vigilâncias.

Os resultados sugerem que existe pouca e

das ações de VAS programadas junto às Vigilâncias Sanitária e Epidemiológica

relação à capacitação de profissionais

dos níveis central, regional e municipal, relatados pelos técnicos das Diretorias

onais de Saúde e dos Municípios que fizeram parte do estudo, seja

promissor, conforme foi considerado nas entrevistas. O processo de

mentação da VAS necessitaria, apenas, de políticas de recursos humanos

capazes de garantir a permanência de técnicos qualificados em seus territórios.

CONCLUSÕES

Conclui-se que a programação pactuada integrada elaborada pela DIVISA,

ada em 2003, não determina a estruturação ou não estruturação da VAS no

municipal, por trabalhar apenas com ações por fatores não biológicos, nem

execução de suas ações fixados nos municípios.

Page 158: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

159 Estudo da Pactuação das Ações de Vigilância Ambiental no

Estado da Bahia no ano de 2003: a contribuição da divisa Andréa Helena Argolo Ferraro

As capacitações efetuadas ao longo do período em estudo auxiliam na

construção e sedimentação técnica dos níveis regional e municipal, bem como

stadual

REF

xtraído de http:// www.bireme.gov.br

fortalece a DIVISA no cumprimento do seu papel enquanto coordenador e

da Vigilância Ambiental em Saúde.

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160 Estudo da Pactuação das Ações de Vigilância Ambiental no

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Page 160: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

NÚCLEO DE ESTUDOS DE SAÚDE COLETIVA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM VIGILÂNCIA AMBIENTAL EM SAÚDE

O DESENVOLVIMENTO DO CURSO BÁSICO DE VIGILÂNCIA AMBIENTAL NO

ESTADO DA BAHIA

Sonia Santos Oliveira

Adaptação da Monografia apresentada ao Núcleo de Estudos de Saúde Coletiva como pré-requisito para a obtenção do Titulo de Especialista em Vigilância Ambiental em Saúde

- 2003 -

Page 161: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ
Page 162: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

RESUMO

Este trabalho mostra a avaliação do desenvolvimento do Curso Básico de

Vigilância Ambiental em Saúde (CBVA) a partir da análise de diversos

documentos do Ministério da Saúde e da DIVISA, bem como dos instrumentos de

avaliação do próprio curso aplicados aos alunos. Entre as principais observações

destacam-se: o número expressivo de profissionais das vigilâncias municipais e

regionais participantes; a utilização dos princípios da pedagogia da

problematização a diversificação metodológica que facilitaram o processo ensino-

aprendizagem; a necessidade de revisão do material didático (textos e estudos de

caso) e a aplicação do curso conforme programação atual com carga horária de

oitenta horas para concentração e trinta de dispersão. Conclui-se que são

importantes as revisões e avaliações para seu aprimoramento, contribuindo assim

para a estruturação da Vigilância Ambiental em Saúde, nas diversas esferas de

Governo no Estado.

Palavras-Chave: Vigilância; Ambiente; Saúde; Cursos; Pedagogia.

Page 163: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ
Page 164: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

165 O Desenvolvimento do Curso Básico de Vigilância Ambiental no Estado da Bahia

Sonia Santos Oliveira

INTRODUÇÃO

O processo de desenvolvimento social e econômico repercute nas relações

que ocorrem nos ecossistemas, gerando impactos na saúde dos seres humanos.

Neste sentido torna-se fundamental que o Sistema Único de saúde realize

ncipais atividades

aos processos de produção, integração,

rocessamento e interpretação das informações relacionadas ao ambiente e à

aúde e da execução de ações referentes ao controle dos riscos e das doenças

prevenção e promoção da saú

da pelo projeto VIGISUS.

Para tanto se utilizou como estratégia a aplicação do Curso Básico de Vigilância

Ambiental (

material didático quanto

s

quanto

atividades de Vigilância Ambiental em Saúde (VAS). As pri

deste tipo de vigilância referem-se

p

s

de (Franco Netto & Carneiro 2002; Tambellini &

Câmara, 2002).

Para estruturação da Vigilância Ambiental em Saúde (VAS), a Fundação

Nacional de Saúde (FUNASA) em acordo com a Secretaria da Saúde do Estado

da Bahia (SESAB) através da Diretoria de Vigilância e Controle Sanitário (DIVISA)

resolveu incluir a Bahia entre os 5 estados, para uma experiência piloto na

implantação da Vigilância Ambiental em Saúde, financia

CBVA), criado para atender a necessidade de capacitação de técnicos

para atuarem na área de Vigilância Ambiental em Saúde (COPASAD, 1995).

Nessa perspectiva foi realizado o pré-teste do CBVA no Estado, em 2000 que

contou, entre outros, com a participação de autores dos textos utilizados no curso.

Ao longo dos 4 anos de execução do Curso foram realizadas alterações no

ao conteúdo e principalmente na metodologia. Tais

alterações foram orientadas pela CGVAM/FUNASA, através de Oficinas de

Avaliação, que contaram com a participação dos Estados que estavam em

processo de implantação e/ou implementação da VAS,e dos autores dos textos e

instrutores. Foram utilizadas como referências as avaliações dos treinando

a metodologia e conteúdo do curso, contextualizado a partir da realidade

local.

Neste documento será realizado um estudo exploratório a partir de

pesquisas em textos científicos e análise de documentos diversos do

Page 165: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

166 O Desenvolvimento do Curso Básico de Vigilância Ambiental no Estado da Bahia

Sonia Santos Oliveira

MS/FUNASA, SESAB/ DIVISA entre outros órgãos. Também serão analisados os

dados coletados através de instrumentos de avaliação de curso aplicados aos

alunos e relatórios de atividades da DIVISA.

O CURSO DE VIGILÂNCIA AMBIENTAL EM SAÚDE - CBVA

A VAS no Sistema Único de Saúde

A Vigilância Ambiental em Saúde requer a articulação entre todos os

níveis de governos e organizações não governamentais a fim de que a

comunidade participe e assuma a sua responsabilidade face aos problemas de

saúde e de ambiente. Dentro da visão sistêmica, de que as partes são

interligadas e intercomplementares, não se pode abordar os problemas

ambientais a fim de se obter uma ação integrada, sem articular as diversas

disciplinas, em suas concepções conceituais e metodológicas (FUNASA,

2000;

s que não podem ficar estanques entre si, pelo

contrá

comuns a diversas disciplinas (conceito

brasile

e se observar

a formação dos instrutores e a propost

intersetoriais e a interdisciplinares

FUNASA, 2001; Tambellini & Câmara, 1998).

O arcabouço institucional responsável pelas políticas públicas e

privadas se organizam em setores, divididos por especificações, com

objetivos próprios, ma

rio, esses setores têm que se complementar (FUNASA, 2003a,

FUNASA 2003b).

A interdisciplinaridade pode ser entendida como uma atitude frente a

determinados conhecimentos que são

iro). A interdisciplinaridade se baseia em pilares como a pesquisa, o

conteúdo, os princípios, o entendimento do que seja comunidade, a parceria

e o trabalho em equipe. Tornando imprescindível o apoio das instituições.

Para se trabalhar com a interdisciplinaridade, deve-se seguir um

projeto pedagógico, buscando experiências monitoradas, além d

a de conteúdos temáticos. As ações

não aceitam sujeição de uma parte a outra,

Page 166: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

167 O Desenvolvimento do Curso Básico de Vigilância Ambiental no Estado da Bahia

Sonia Santos Oliveira

mas u a um objetivo maior

que é a promoção da saúde.

ma relação de parceria e cooperação, tendo em vist

A con u

str ção e as estratégias de desenvolvimento

A história do Curso onfunde com o processo de na Bahia se c

desen v ctos vol imento do mesmo no País, desencadeado pela CGVAM, nos aspe

metod goló icos e de conteúdo, uma vez que a construção foi coletiva e

democrática. Sendo realizado o pré-teste em 2000 na cidade de Salvador-Ba.

Estiveram presentes os autores dos textos, representantes da OPAS/OMS,

coordenadores e técnicos da CGVAM, juntamente com alunos estrategicamente

escolhidos da Região metropolitana de Salvador (RMS), das Diretorias Regionais

de Saúde (DIRES), DIVISA e outros setores da SESAB. Na oportunidade foram

realizadas avaliações críticas do material didático e da metodologia aplicada no

Curso (Teixeira, 2002).

Inicialmente o curso apresentava a seguinte estrutura: carga horária 40

horas, turma composta de 10 alunos para 2 monitores, a metodologia utilizada era

de leitura dinâmica com respostas as perguntas contidas no texto, estudo de

casos (FUNASA, 2000).

No ano de 2001 após a revisão dos textos foram realizados em Salvador

dois CBVA que contou com a clientela da VISA estadual e municipal. Nesses

cursos não houve alteração significativa da programação tão pouco da

metodologia utilizada (FUNASA 2001).

Em 2002 foi realizada “Oficina de Avaliação e Revisão do CBVA”,

promovida pela CGVAM, contou com a presença da DIVISA, que apresentou as

sugestões a seguir, conforme as avaliações orais e escritas dos treinandos

(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2003). Nesta oficina, segundo Teixeira (2002) surgiram

propostas de mudança estrutural significativas do Curso tais como:

• revisão do manual do instrutor e mudança de nome para Guia de

Orientação para o Instrutor;

Page 167: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

168 O Desenvolvimento do Curso Básico de Vigilância Ambiental no Estado da Bahia

Sonia Santos Oliveira

• capacitação técnica e pedagógica dos instrutores;

• revisão dos textos existentes resumindo-os, possibilitando discussões e

atividades de grupo;

• criação de um banco de estudos de caso, e revisão dos existentes, com

diversos temas da área de VAS;

• mudança metodológica utilizando a pedagogia da problematização;

• descentralização do CBVA com acompanhamento e supervisão da

CGVAM.

Por considerar que a pedagogia da problematização parte da observação

da realidade com priorização dos problemas a serem trabalhados; e ao

compreender o homem como agente de mudança dessa realidade, (MINISTÉRIO

DA SAÚDE, 1994) é importante a utilização de diferentes técnicas e dinâmicas

que permitam ao aluno identificar e refletir os problemas da sua região e o seu

papel enquanto profissional e a função social do seu trabalho.

A DIVISA, ainda em 2002, aplicando os princípios da nova pedagogia

adotada (problematização) e no intuito de fortalecer a intersetorialidade e manter

a interdisciplinaridade, buscou adequar a programação do curso aproximando a

realidade local, incluindo dinâmicas de grupo, para facilitar a integração dos

participantes e visitas a locais de interesse do grupo como: estação de tratamento

de água, esgotos, Indústrias, lixões ou aterro sanitário e áreas de proteção

ambiental etc. Tais visitas seguem roteiro de verificação dos processos

produtivos, tratamento de água, destino final dos resíduos sólidos e esgotamento

sanitário com observação dos fatores de riscos para a saúde.

Neste ano foram realizados seis cursos correspondendo a um curso por

macro região, com recursos do Estado (DIVISA, 2002).

No ano de 2003 foi novamente realizado pela CGVAM uma “Oficina de

Atualização do Curso Básico de VAS - CBVA” na qual foi apresentado pelo grupo

de trabalho q trutor, ue revisou o material didático do CBVA, o novo Guia do Ins

fundamentado na pedagogia da dialética considerada o melhor processo de

Page 168: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

169 O Desenvolvimento do Curso Básico de Vigilância Ambiental no Estado da Bahia

Sonia Santos Oliveira

ensino aprendizagem para a diversidade de temas e realidades dos profissionais

demandados pelo curso (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2003).

O agui do Instrutor, assim como o termo de referência do CBVA e os

conteúdos foram discutidos e reavaliados pelos participantes resultando como

produto final

desse ano o

foram feitos

número de m

pelos municí lhéus e Ibicaraí, todos

nanciados pelo Projeto VIGISUS.

Nesse ano a programação foi revista e adaptada para quarenta horas

todológicos estabelecidos para a carga horária de

oitenta ho

escassez de recursos humanos, o que prejudica a organização dos serviços na

DIVISA, DIRES e secretarias municipais de saúde, não foi possível realizar o

curso na o mo preconizado

atualmente.

um CD room, com todo o material instrucional do curso. A partir

s Estados passam a assumir a realização dos Cursos. Na Bahia

quatro cursos, em macro regiões diferentes aumentando assim o

unicípios e DIRES atendidos. Três outros cursos foram promovidos

pios de Brumado e Anagé, Irará e Itambé, I

fi

conforme os princípios me

ras, foram incluídas palestras, apresentações de filmes. Em razão da

pr gramação de oitenta horas de concentração, co

A Estruturação do Curso Objetivos

Macro

Conceituar e oferecer instrumentos para a implantação ou implementação

da Vigilânc

Micro Ob i

âmbito de atuação técnica;

Objetivo

ia Ambiental em Saúde nos Estados e Municípios.

jet vos

• Identificar, avaliar e interferir quanto aos problemas de saúde

relacionados ao meio ambiente no

Page 169: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

170 O Desenvolvimento do Curso Básico de Vigilância Ambiental no Estado da Bahia

Sonia Santos Oliveira

• Discutir estratégias adotadas quanto as políticas públicas de

articulação dos vários segmentos como

SVS/CGVAM, FUNASA Regional, Secretaria de Meio Ambiente e de

ração Técnica, Associações Profissionais,

entais e outros setores da sociedade com

ento e Meio

Ambiente. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002)

a) Fase In

• dos textos e respostas a questões referidas nos

• equenos grupos de 10 participantes.

• Realização de Plenária final para avaliação do Curso (FUNASA,

b) Fase A a

Aplica

seqüência de

• Dinâmicas de grupo;

• Apresentação de vídeos; e,

Vigilância Ambiental em Saúde;

• Fortalecer a mobilização e

Educação, Universidades, Pesquisadores, Escolas de Saúde

Publica, Órgãos de Coope

Órgãos não Governam

vistas a intersetorialidade entre Saúde, Saneam

Metodologia

icial (40 horas):

Leitura e discussão

textos.

Trabalho em p

• Utilização de dois instrutores por grupo.

2002).

tu l (40 horas adaptada das 80 previstas pelo Ministério)

ção dos princípios da pedagogia problematizadora seguindo a

atividades do Guia do Instrutor incluindo:

Palestras sobre os diversos temas;

• Visitas a aterros ou lixões, ETA, estação de tratamento de esgoto,

áreas de proteção ambiental etc.

Page 170: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

171 O Desenvolvimento do Curso Básico de Vigilância Ambiental no Estado da Bahia

Sonia Santos Oliveira

Trabalhos

estudos de casos escolhidos de acordo

atual para adaptação às quarenta

hor

A realização de palestras substituindo a leitura dos textos de temas

semelhantes;

• A metodologia oportuniza os alunos a expressarem livremente suas

opiniões e conhecimentos, na construção de novos conceitos e

positivas em suas áreas de atuação, em

em pequenos grupos:

• Leitura e discussão dos textos;

Realização de Exercícios;

• Leitura e discussão dos

com as realidades locais;

• Construção de mapas;

• Construção de Plano de Ação para VAS.

As alterações feitas na programação

as foram as seguintes:

• A colocação como opção de escolha pelos alunos realizar estudo

de caso ou visita;

• A apresentação de filmes e as dinâmicas no início dos turnos, com

redução de tempo para o almoço;

• Apresentações de temas variados pelos instrutores e ou alunos,

suprimindo assim a leitura de textos.

propostas de intervenções

favor da vida saudável, modificado a relação saúde – doença

existente. Material didático

• Guia de Orientação do Instrutor.

• Módulos contendo textos das diversas áreas instrumentais da

Vigilância Ambiental em Saúde:

Page 171: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

172 O Desenvolvimento do Curso Básico de Vigilância Ambiental no Estado da Bahia

Sonia Santos Oliveira

• Saúde Pública e Ambiente

• Vigilância Ambiental no SUS

• s de Casos sobre: Água para Consumo Humano,

• onário de Avaliação de

• Sistema de Informações para Vigilância Ambiental em Saúde

• Epidemiologia e Ambiente

• Mapeamento de Riscos

• Avaliação de Riscos

• Gerenciamento de Riscos

Módulos de Estudo

dengue, Leptospirose e Agrotóxicos.

Outros Materiais: Filmes, Aplicação de Questi

Risco, Aplicação de Questionário de Avaliação do Curso, Textos

diversos (crônicas, poesias e músicas).

Client

vel superior para

partici

ela

Técnicos de nível superior das Secretarias Estadual e Municipal de Saúde

e dos diversos setores das áreas do Meio Ambiente, Educação, Recursos

Hídricos, Agricultura, Universidades e de ONGS. Na Bahia a maioria dos

municípios, principalmente os de pequeno porte (com menos de 20.000

habitantes), apresentam dificuldade para liberar os técnicos de ní

parem dos cursos, encaminhando técnicos de nível médio.

Avaliação – Métodos e Instrumentos

A avaliação dos cursos é feita através da aplicação do questionário padrão

da IV a: D ISA, que apresenta indicadores de satisfação do treinando quanto

Estrutu rante. Em alguns cursos o ra do Curso, Infra-estrutura e avaliação do Minist

que io por st nário não foi aplicado, sendo utilizado outros métodos de avaliação,

exemp lo: dinâmica de avaliação – Expressão Coletiva e avaliação oral, onde os

alunos re o desenvolvimento do Curso.

expressavam suas opiniões sob

Page 172: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

173 O Desenvolvimento do Curso Básico de Vigilância Ambiental no Estado da Bahia

Sonia Santos Oliveira

Os Pr

s instituições e áreas do conhecimento como:

geógrafo, psicólogo, arquiteto, zootecnista, médico, enfermeiro, veterinário,

assistente administrativo, agente comunitário de saúde, agente de saúde pública,

auxiliar de saneamento, técnico de saneamento e professores.

lunos constavam as seguintes referências:

A ogia itou ar s a

• O uave, i cesso

apren gem

ãos d a do m

mbie infra-est a, saú c;

pro o como esenvo curso nsiderado ressa

para atuar como multiplicador, embora as pessoas não se sintam seguras

incipais Resultados

Os principais resultados obtidos estão apresentados nos Quadros 1, 2 e 3.

Vale destacar que foram realizados 13 cursos organizados pelo estado e 4

cursos organizados pelos municípios. Participaram representantes de 213

municípios, o que equivale a aproximadamente a 51% do total de municípios do

Estado. Também abrangeram:

28 DIRES – o equivalente a 93% do total de Diretorias Regionais de

Saúde do Estado.

• 06 Macros regiões (100%) das macro regiões definidas no Plano

Diretor de Regionalização do Estado em 2000.

• 518 profissionais das diversa

farmacêutico, odontólogo, nutricionista, assistente social, químico, biólogo,

engenheiro sanitarista, engenheiro civil, engenheiro agrônomo, pedagogo e

outros.

Entre estes profissionais 71 eram de nível médio, destacando as seguintes

categorias profissionais: auxiliar de enfermagem, técnico de laboratório,

Com relação a alteração da metodologia do Curso as avaliações dos

a

• metodol possibil maior p ticipação do lunos;

curso ficou mais s

.

o que facil tou o pro de ensino

diza

• Promoveu maior aproximação entre os diversos órg a áre eio

a nte, rutur d te, e

• O cess se d lveu o foi co inte nte

para tal, com apenas um curso.

Page 173: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

174 O Desenvolvimento do Curso Básico de Vigilância Ambiental no Estado da Bahia

Sonia Santos Oliveira

Observou-se que n da

Vigilân

omovida pe neste ano, o estudo de caso da água foi

ticip erificou-se, porém, que existe carência de casos

com outros assuntos para atender as necessidades das diversas realidades,

or exemplo, e caso sobre resíduos de serviços de saúde,

esgotamento sanitário e resíduos sólidos.

Quanto ao material instrucional os alunos consideraram os textos de

onceitos

repetitivos. A carga horária de quarenta horas foi considerada pequena para o

melhor desenvolvimento do curso.

sultado d

representou o mesmo para cada participante foram citadas as seguintes palavras

chaves: compromisso, conjunto, ótimo, natureza, dúvida, decepção,

e ect são, recicla , conhecimento, importante,

apr mação zado, grati te, cultura, re namento,

integra erança, prod

uadro 1 - Número de participantes segundo instituição nos Curso Básico de igilância Ambiental por ano. Estado da Bahia, 2000 a 2003.

sionais Profis- Sionais

Profis- sionais

Profis- sionais de

Profis- sionais de

Total

nos cursos realizados a tes de 2003 em razão

capacitação em cia do Controle da Qualidade da Água para Consumo

Humano pr la DIVISA

priorizado pelos par antes. V

como, p studos de

excelente conteúdo, porém, complexos muitas vezes de difícil entendimento,

principalmente para os profissionais de nível médio, e em alguns, com c

Como re as dinâmicas de Avaliação do curso sobre o que

sclarecimento, exp ativa, mis gem

e rensão, info , aprendi fican lacio

ção, esp utivo, crescimento e caminho.

QV Ano Profis-

Da DIVISA Das DIRES

da SMS outros setores

Instituições afins

2000 08 04 11 08 -------------- 31 2001 11 12 55 ------------- 01 79 2002 06 16 102 06 09 129 2003 04 17 91 01 12 125 Total 29 49 259 15 22 374

Quadro 2 - Cursos Básicos de Vigilância Ambiental realizados pelos municípios – Projeto VIGISUS no período de 2002 e 2003.

Page 174: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

175 O Desenvolvimento do Curso Básico de Vigilância Ambiental no Estado da Bahia

Sonia Santos Oliveira

Local do Curso Municípios participantes Nº de participantes Encruzilhada Encruzilhada

Barra do Choça 22

Brumado Brumado Anagé

44

Feira de Santana Irará Itambé

37

Ilhéus Ilhéus Ibicaraí Una Canavieiras

41

Total 10 144 Quadro 3 –Locais de realização dos Cursos Básico de Vigilância Ambiental por Macro Região e número de participantes. Estado da Bahia, 2000 a 2003.

Local do Curso Macro Região Quantidade de Curso

Número de participantes

Salvador RMS 04 129 Ibotirama Oeste 01 22 Vitória da Conquista

Sul/Sudeste

01

22

Paulo Afonso Nordeste 01 19 Itabuna Sul/Sudeste 01 29

Feira de Santana Nordeste 01 28 Porto Seguro Sul 01 24 Alagoinhas Nordeste 01 46

Jequié Sul 01 39 Juazeiro Norte 01 16

Total - 13 374

ole da Qualidade da Água para Consumo Humano, cresce a demanda

pelo CBVA, uma vez que ele instrumentaliza os técnicos para tal.

o de

profissionais das diversas áreas.

DISCUSSÃO

Em razão da demanda da implantação das ações de VAS nas DIRES e nos

municípios como também da necessidade de respostas ao programa de Vigilância

do Contr

Dado a necessidade do trabalho interdisciplinar e intersetorial da VAS,

compreendendo que o compartilhamento das ações de disciplinas distintas

possibilita a compreensão da totalidade do problema buscou-se a participaçã

Page 175: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

176 O Desenvolvimento do Curso Básico de Vigilância Ambiental no Estado da Bahia

Sonia Santos Oliveira

O Projeto VIGISUS como elemento estruturante da VAS, tornou possível a

realização dos Cursos, a partir do financiamento do mesmo ao Estado e

Municípios.

A DIVISA embora com um número pequeno de participantes no curso

cumpr

trabalho da

quipe técnica.

erar que a pedagogia da problematização parte da observação

a realidade com priorização dos problemas a serem trabalhados; e ao

compr

problemas da sua região e o seu

papel

entre os participantes na construção do conhecimento de forma aberta

e dem

ficientes de suporte técnico pedagógico para tal. Há que se

consid

cessidades dos treinados

em desen

ial da estruturação da VAS.

i o seu papel de coordenador Estadual de VAS entendendo que a

capacitação profissional é de grande importância para a descentralização de suas

atividades no processo de implantação ou implementação da VAS nas DIRES e

Municípios. Promove e incentiva e desenvolvimento dos cursos em busca da

ampliação e internalização das ações de VAS nos processos de

e

Por consid

d

eender o homem como agente de mudança dessa realidade, (MINISTÉRIO

DA SAÚDE, 1994) é importante a utilização de diferentes técnicas e dinâmicas

que permitam ao aluno identificar e refletir os

enquanto profissional e a função social do seu trabalho.

A aplicação dos princípios da problematização no curso proporciona a

integração

ocrática e proposição de intervenções em seu meio.

O curso traz a premissa de formação de multiplicadores, embora não

apresente subsídios su

erar ainda como aspectos limitantes os conjunturais referentes a

organização dos serviços e as particularidades da clientela do curso, que requer

dos instrutores maior habilidade para atender as ne

volver suas múltiplas inteligências no processo de aprender ao de

educar.

O estudo de caso da água foi escolhido como prioritário em alguns cursos

por conta da demanda de implantação ou implementação do programa de

Vigilância do Controle da Água para Consumo Humano em todos os municípios

do Estado e por ser na maioria deles o marco inic

Page 176: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

177 O Desenvolvimento do Curso Básico de Vigilância Ambiental no Estado da Bahia

Sonia Santos Oliveira

Em relação à carga horária de quarenta horas utilizadas até então,

ra reduzida, a diversidade proporcionada pela metodologia

ontribuiu para a otimização deste tempo. Atendendo as necessidades dos alunos

par n

o do curso se justificam dadas as

par

treinan

aborda ções que se estabelecem entre os colegas e instrutores e as

opo

CONC

elemen

revisão xtos: em linguagem e conceitos.

ersetorial

contribui para a implementação das aç

parcer

alcanc da VAS por parte principalmente do pessoal de

nív

ção do processo de avaliação e

rev o

conteú

Outros pontos incluem a insuficiência da carga horária de 40 horas para

ma abordagem mais detalhada dos assuntos do curso; a necessidade de

mpliação do quadro de instrutores no estado, a relevante quantidade de

pante dos cursos e a constatação da

referência pelos grupos em discutir o estudo de caso de Vigilância do Controle

e Qualidade da Água para Consumo Humano.

verificou-se que embo

c

a i iciar o processo de estruturação da VAS em seus locais de trabalho.

Os resultados das dinâmicas de avaliaçã

ticularidades dos seres humanos e do conhecimento cognitivo que cada

do traz, aliado ás suas expectativas, aproximação com os temas

dos, as rela

rtunidades pedagógicas de participação que lhes são oferecidas.

LUSÕES

Destaca-se a importância da pedagogia da problematização como

to facilitador do processo ensino – aprendizagem. E a necessidade de

dos te

A participação de clientela heterogênea interdisciplinar e int

ões de VAS e estabelecimento de

ias.

Em razão da complexidade dos temas abordados existe dificuldade de

e e compreensão do objeto

el médio em geral.

É de elevada importância a manuten

isã constante do CBVA nos aspectos metodológicos e de organização de

do pela SVS/CGVAM, DIVISA/CSE e COVISAM.

u

a

profissionais de nível médio partici

p

d

Page 177: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

178 O Desenvolvimento do Curso Básico de Vigilância Ambiental no Estado da Bahia

Sonia Santos Oliveira

OMENDAÇÕES REC

de nível superior que

ental, Educação Ambiental.

• Acompanhamento dos profissionais das VAS regionais e municípios

• Criação de estudos de casos sobre resíduos sólidos, de serviços de

• Ampliação do quadro de instrutores do CBVA com curso de

o humano como

• Realização em 2004 quatro cursos para cobrir 90% dos municípios do

estado com a participação do CBVA.

• Desenvolvimento dos próximos cursos conforme programação atual

com carga horária de 80 horas de concentração e 30 horas de

dispersão.

• Preparação e articulação com a CGVAM de um curso avançado de

Vigilância Ambiental em Saúde para profissionais

contemple temas não abordados no CBVA tais como: Legislação

Ambiental, Saneamento Ambi

• Realização de um curso de qualificação técnica em Ações Básicas de

Vigilância Sanitária e Ambiental para profissionais de nível médio de

VAS.

avaliando e orientando o desenvolvimento das ações de VAS.

saúde e esgotamento sanitário.

Capacitação Pedagógica.

Revisão dos textos adequando-os aos princípios pedagógicos e

metodológicos concebidos no curso.

• Inclusão do estudo de caso da água para consum

conteúdo a ser trabalhado em todos os cursos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Page 178: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

179 O Desenvolvimento do Curso Básico de Vigilância Ambiental no Estado da Bahia

Sonia Santos Oliveira

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Brasília, DF. Senado,1988.

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--Regimento da Secretaria da Saúde. Diário Oficial do Estado da Bahia. Salvador, 13 de dezembro de

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DIV

FUN

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mar/2003a.

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DESENVOLVIMENTO HUMANO SUBSTENTÁVEL. Plano Nacional de Saúde e Ambi

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-------. Curso Básico de Vigilância Ambiental em---

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180 O Desenvolvimento do Curso Básico de Vigilância Ambiental no Estado da Bahia

Sonia Santos Oliveira

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2003d. 155p. Encadernado. -----------. Curso Básico de Vigilância Ambiental em Saúde- CBVA- módulo IV.

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TEIXEIRA, S.D. O Desenvolvimento do Processo Pedagógico no Curso de

Vigilância Ambiental. Brasília, DF. 2002. 24p. Monografia (Especialização em Vigilância Ambiental) – Núcleo de estudos de Saúde Coletiva, Universidade Federal do Rio de Janeiro.

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181 O Desenvolvimento do Curso Básico de Vigilância Ambiental no Estado da Bahia

Sonia Santos Oliveira

Page 181: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE NÚCLEO DE ESTUDOS DE SAÚDE COLETIVA

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM VIGILÂNCIA AMBIENTAL EM SAÚDE

TERMO DE REFERÊNCIA PARA O DESENVOLVIMENTO DE UM SISTEMA DE

INFORMAÇÃO GEOGRÁFICO PARA VIGILÂNCIA AMBIENTAL EM SAÚDE

Márcia Gomes Duarte

Adaptação da Monografia apresentada ao Núcleo de Estudos de Saúde Coletiva como pré-requisito para a obtenção do Titulo de Especialista em Vigilância Ambiental em Saúde

- 2003 -

Page 182: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ
Page 183: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

RESUMO

Proposta para desenvolvimento de um sistema de informação que permita

a tomada de decisão através da avaliação integral dos riscos ambientais a que

uma população está exposta. Este sistema deverá ter a capacidade de utilizar as

informações disponíveis nos sistemas já desenvolvidos e que estão sendo

utilizados pelos órgãos de controle ambiental de forma individualizada, cruzar as

informações, visualizar as informações cartograficamente, e através de

indicadores permitir a avaliação da situação de saúde da população, o

desempenho da vigilância ambiental e a efetividade e eficácia das intervenções

aplicadas. Basicamente a estrutura do sistema deverá ser modular, composto de

um módulo central cuja função será de coletar e sistematizar os dados e

informações disponíveis nos módulos periféricos e processar as informações de

acordo com a necessidade do usuário. Este sistema irá favorecer e facilitar a

implantação do Sistema Nacional de Vigilância Ambiental em Saúde, nos dois

níveis de Gestão da Saúde, municipal e estadual (Diretorias Regionais ou

Microrregiões e DIVISA). Este deverá ser desenvolvido em ambiente Web, com

acesso a Internet e Intranet da SESAB e da DIVISA.

Page 184: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ
Page 185: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

186 Termo de Referência para o Desenvolvimento de um Sistema de

Informação Geográfico para Vigilância Ambiental em Saúde Márcia Gomes Duarte

INTRODUÇÃO

A Constituição Federal de 1988 é um marco importante para a saúde

pública

romoção passam a ter importância fundamental no planejamento

estraté

tância do desenvolvimento tecnológico para a

amplia

no Brasil, por definir a SAÚDE como um direito de todos, estabelecendo

assim o seu conceito, “A saúde é direito de todos e dever do estado, garantido

mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de

doenças e de outros agravos e ao acesso UNIVERSAL e IGUALITÁRIO às ações

e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”.

Nesta nova forma de encarar SAÚDE, fica demonstrado que cuidar apenas

da doença não é mais suficiente. O cidadão passa a ter direito a um conjunto de

ações que protejam e promovam a saúde, conceitos como o da prevenção,

precaução e p

gico e intervencionista em qualquer área da saúde.

Considerando o ambiente como um dos fatores determinantes na

qualidade de vida e saúde da população, as pessoas como parte integrante do

ambiente influenciando e sendo influenciada por este, a forte relação entre

ambiente e saúde, a impor

ção da capacidade de atender as necessidades do homem, as questões

econômicas e políticas, bem como os conflitos de interesse que estas questões

envolvem, a interdisciplinaridade das intervenções e a complexidade das

situações de risco, torna-se imprescindível o desenvolvimento de um sistema

capaz de permitir, facilitar e viabilizar o mapeamento, monitoramento,

acompanhamento, avaliação e controle dos riscos e agravos a que uma

população pode estar ou vir a estar exposta em função das condicionantes do

ambiente.

Este trabalho tem por objetivo elaborar uma Proposta de Termo de

Referência que possa contribui para o desenvolvimento de um Sistema de

Vigilância Ambiental em Saúde.

Page 186: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

187 Termo de Referência para o Desenvolvimento de um Sistema de

Informação Geográfico para Vigilância Ambiental em Saúde Márcia Gomes Duarte

PROP

Diante da definição de Vigilância Ambiental em Saúde, contida na

publica

avos que extrapolam a competência do

setor s

direta

na saú

a saúde que está estruturada de forma única,

hierarq

lidade e a identificação de todos os fatores envolvidos

e suas conseqüências, logo, torna-se fundamental que os dados decorrentes da

ação dos

desenvolvimento de ações de promoção, prevenção e proteção da saúde.

OSTA PARA DESENVOLVIMENTO DE UM SISTEMA DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICO PARA VIGILÂNCIA AMBIENTAL EM SAÚDE

ção da FUNASA (2002, p.7), que é “um conjunto de ações que proporciona

o conhecimento e a detecção de qualquer mudança nos fatores determinantes e

condicionantes do meio ambiente que interferem na saúde humana, com a

finalidade de identificar as medidas de prevenção e controle dos fatores de risco

ambientais relacionados às doenças ou outros agravos à saúde”. Observa-se que

a abrangência da Vigilância Ambiental em Saúde é vasta e diversificada,

envolvendo vários fatores de riscos e agr

aúde.

As alterações no meio ambiente, quer sejam decorrentes da atividade

humana, quer sejam por fenômenos naturais, podem vir a ter repercussão

de da população. A complexidade que envolve esta questão impõe que, a

intervenção para solucionar os problemas deve ter característica prioritariamente

multidisciplinar e intersetorial.

Os atores envolvidos não apresentam em sua estrutura organizacional e na

metodologia de trabalho compatibilidade que possa facilitar a integração; um

exemplo desta situação é a área d

uizada e descentralizada, com suas competências estabelecidas por nível

de gestão governamental, reduzindo a interposição de ações e a área de

produção agrícola, cujas competências a nível federal, estadual e municipal estão

organizadas de forma individualizada. A identificação de um agravo relacionado

com o meio ambiente, quando observado por apenas um ator, não permite a

visualização integral da rea

diversos atores sejam mapeados, comparados, analisados e

trabalhados no contexto geral, de modo a propiciar uma tomada de decisão que

venha a refletir na melhoria da saúde da população, garantindo o

Page 187: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

188 Termo de Referência para o Desenvolvimento de um Sistema de

Informação Geográfico para Vigilância Ambiental em Saúde Márcia Gomes Duarte

A intersetorialidade e o gerenciamento de informações são estratégias

importantes para se obter sucesso na intervenção dos problemas ambientais e o

desenvolvimento de um sistema informatizado que possibilite acesso ao conjunto

de informações disponíveis, facilitará todo o processo de intervenção.

Conforme a definição Stair, e Reynolds, em Princípios de Sistemas de

Informação – Uma Abordagem Gerencial “sistema de informação é um conjunto

de elementos ou componentes inter-relacionados que coletam (entrada),

manipulam (processamento) e disseminam (saída) os dados e a informação e

fornecem um mecanismo de feedback para atender a um objetivo”. Todo sistema

de informação é composto de elementos de entrada, mecanismos de

processamento, saídas e metas.

No caso específico do sistema proposto, o Objetivo/Meta é a obtenção de

um conjunto de informações capaz de permitir uma tomada de decisão que venha

alterar

am o diagnóstico e a avaliação da situação em estudo.

Estas definem a forma ou caminho da configuração do sistema. Quando do

desen

o desenvolvidos para atender as novas demandas.

Considerando que um dos Princípios e Diretrizes do SUS é a descentralização

(artigo

ções que envolvem o ambiente.

beneficamente as condições a que estão submetidas as populações.

As saídas serão os mapas, relatórios, gráficos, tabelas e outros

instrumentos que permit

volvimento do sistema proposto, os atores envolvidos deverão participar de

todo processo de definição das saídas, como forma de garantir a maior

abrangência possível do mesmo.

As entradas serão os dados que alimentam os sistemas de informação

existentes ou aqueles que serã

7º da Lei 8.080/90), este sistema deverá ser estruturado de forma que a

base para a geração de informação seja o município, devido a sua proximidade

com a realidade territorial.

Outras entradas de dados e informações importantes serão as instituições

que realizam ações de inspeção, fiscalização, mapeamento, acompanhamento e

avaliação das situa

Page 188: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

189 Termo de Referência para o Desenvolvimento de um Sistema de

Informação Geográfico para Vigilância Ambiental em Saúde Márcia Gomes Duarte

Este sistema deve ter como principais características: complexidade, em

função do grande número de elementos altamente relacionados e interconectados;

alto nível de abertura, porque tem a proposta de interagir com o ambiente;

rmanente de mudanças, inclusões,

alteraç

ão, com o

objetiv

o

que ap

sistema d

os sistem

têm de co

de informa

Os desvio orreção do sistema.”.

Thiry-Cherques (2002, p.131).

Qu jeto os diversos atores devem definir,

nos seus próprios sistemas, os parâmetros, padrões e limites de controle

referentes tanto ás entradas e como

avaliar o Sistema Central no que se refere

submódulos, o proces

a definirem os par

específicos deste.

dinamismo, devido a possibilidade pe

ões ou qualquer forma de atualização; adaptabilidade, em função da

capacidade de resposta a mudança do ambiente e ser permanente, porque os

problemas relacionados com os ambientes infelizmente, demandam tempo, logo

este sistema deve ser desenvolvido para funcionar por um longo período de

tempo. E principalmente ser gerencial e suporte para tomada de decisão, isto é,

deverá ter a capacidade de administrar, processar, manipular e organizar vários

sistemas de informação (software, bancos de dados, sistemas de

compatibilização de diversas linguagens), uniformizando a informaç

o de alcançar a eficiência e efetividade.

Diante da complexidade do sistema de informação proposto, uma

importante característica ou função deverá o Feedback. A seguir uma definiçã

onta para a importância desta fase do projeto de desenvolvimento de um

e informação.

“Feedback, retroação, retroinformação, ou retroalimentação é a função que

as cibernéticos – os sistemas com capacidade de se autocontrolarem –

mparar a saída ou produto com os padrões previamente estabelecidos e

r ao próprio sistema sobre sua qualidade, quantidade, intensidade, etc.

s verificados alimentam os esquemas de auto-c

ando do desenvolvimento do pro

as saídas. Conjuntamente, estes deverão

a coleta de informação nos diversos

samento destes dados e as saídas apresentadas, de modo

âmetros, padrões de comparação e limites de controle

Page 189: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

190 Termo de Referência para o Desenvolvimento de um Sistema de

Informação Geográfico para Vigilância Ambiental em Saúde Márcia Gomes Duarte

Etapas de desenvolvimento do projeto

Quando do desenvolvimento de uma tecnologia, devem ser definidos os

parâm

Thiry-Che inamos tecnologia e

domín

de tecnol

capazes d

[hardware a etapa deverão ser

consid

As

discrimina

acompanh

a)

, processos de trabalho e procedimentos de todas elas;

os, objetivos, indicadores, área de

c)

d) Marco Lógico – Descrição da finalidade, objetivo, metas, recursos

ue podem facilitar o alcance das metas

e)

etros que a compõem e uma definição desses elementos, está descrita por

rques (2002, p.187) “O que na prática denom

io tecnológico compreende, então o compósito formado pelos operadores

ogias [peopleware] que detém conhecimentos específicos [brainware]

e manipular a informação [software] requerida para operar os artefatos

] contidos em uma tecnologia”. Na definição de cad

erados o envolvimento e o dimensionamento destes elementos.

etapas abaixo descritas deverão estar minuciosamente relatadas e

das em cronograma físico-financeiro de modo a facilitar o

amento no cumprimento destas, bem como o desembolso financeiro.

Identificação das instituições envolvidas e levantamento da missão,

atividades

b) Levantamento de todos os sistemas de informação em funcionamento

existentes (na área ambiental e da saúde - nível federal, estadual e

municipal), identificando a linguagem em que estes foram

desenvolvidos, a base de dad

atuação e sua inter-relação com outros sistemas;

Equacionamento preliminar dos problemas que podem dificultar a

estruturação do Módulo Central;

necessários, indicadores de desempenho (controle do desenvolvimento

do sistema), e os pressupostos (condições necessárias e externas, ao

desenvolvimento do sistema, q

estabelecidas);

Descrição do produto final esperado;

Page 190: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

191 Termo de Referência para o Desenvolvimento de um Sistema de

Informação Geográfico para Vigilância Ambiental em Saúde Márcia Gomes Duarte

f) Definição do Modelo a ser desenvolvido incluindo o sistema central, os

se deve ser definida a seqüência lógica de

desenvolvimento do sistema;

g)

cidas ou desenvolvidas;

es, nível de inserção institucional e a influência de questões

econômicas e políticas em cada unidade funcional (serão assim

i) e e conhecimento dos

processos de trabalho de cada unidade funcional, para escolha dos

administradores internos de desenvolvimento de sistemas.

j) Desenvolver indicadores básicos que permitam avaliar o desempenho

is quantitativamente e qualitativamente e avaliar

a eficiência/efetividade das intervenções realizadas, na melhoria da

pertencem à unidade funcional, se possível o Manual do

Usuário;

necessárias até poder considerar o produto validado preliminarmente;

subsistemas e os sistemas de ligação (compatibiliza a linguagem entre

sistemas). Nesta fa

Identificação e avaliação das relações interinstitucionais existentes ou

que deveriam ser fortale

h) Avaliação da cultura funcional existente em cada unidade, identificando

dificuldad

denominadas as instituições e órgãos envolvidos);

Identificação dos usuários com perfil, interess

Levantamento e descrição das atividades, elaboração de Checklist, e a

distribuição de tarefa entre os administradores de desenvolvimento do

sistema;

das unidades funciona

qualidade de vida da população;

k) Buscar resgatar nos sistemas existentes os Registros de Projeto

(memória de desenvolvimento do sistema de informação), pelo menos

daqueles que

l) Todas as etapas de desenvolvimento devem ser registradas, inclusive

as alterações, inserções ou exclusões, garantindo assim a memória do

sistema – Registro de Projeto;

m) Fase de implantação em unidade piloto para verificar as condições de

funcionamento do sistema, realizando as adequações que se fizerem

Page 191: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

192 Termo de Referência para o Desenvolvimento de um Sistema de

Informação Geográfico para Vigilância Ambiental em Saúde Márcia Gomes Duarte

n) Elaboração do Manual do Usuário;

o) Treinamento dos usuários, incluindo a intervenção na cultura das

unidades funcionais;

p) Prazo estimativo para implantação do produto final e cronograma de

execução, com todas as etapas discriminadas e compatível com o

desembolso financeiro;

q) Prazo de manutenção ao sistema, compatível com a complexidade do

mesmo;

r) Entrega da Certidão de Posse para a Secretaria da Saúde do Estado da

Bahia, ou a instituição que financiar o desenvolvimento do Sistema de

Informação em Vigilância Ambiental em Saúde.

As etapas descritas são as consideradas mínimas, podendo ser incluídas

outras que se fizerem necessárias para garantir a eficiência e efetividade do

sistema a ser desenvolvido.

Descrição do módulo central

O Sistema de Informação para Vigilância Ambiental em Saúde deverá ser

composto por módulos que interagem entre si, e os dados cadastrados ou

alimentados deverão ser atualizados automaticamente em tempo real, e servirá

de base de cálculo para todos os submódulos, construção de indicadores e/ou

emissão de relatórios.

O Módulo Central é o gerenciador do sistema de informação, deverá ter a

capacidade de se relacionar com os sistemas integrantes dos submódulos,

coletar dados disponíveis nos bancos de dados destes sistemas, organizar a

consolidação dos dados de acordo com a necessidade do usuário tendo como

base um programa de geoprocessamento e desenvolver indicadores de interesse

de cada usuário, de forma a respaldar a tomada de decisão a cada situação

imposta.

Page 192: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

193 Termo de Referência para o Desenvolvimento de um Sistema de

Informação Geográfico para Vigilância Ambiental em Saúde Márcia Gomes Duarte

Deverá ser desenvolvido um sistema de senhas de forma a garantir a

segurança e a inviolabilidade do Módulo Central e dos sistemas de cada unidade

funcional, estas deverão estar dispostas em níveis de acesso, devendo ser

previsto um usuário mestre, que será o responsável pela habilitação dos demais

usuários e por seu nível de inserção no sistema geral. Todos os usuários deverão

ter garantida a visibilidade de todos os arquivos disponíveis no módulo central e

nos submódulos, porém o acesso a cadastramento, alteração, inclusão e

exclusão de dados, relatórios, planilhas, dentre outros elementos dependerá do

nível de acesso de cada usuário.

O usuário de uma unidade funcional poderá visualizar e utilizar os dados e

inform

ionamento destas questões, todos o

submódulos e o módulo central devem ter contido em sua estrutura a função de

CORREIO ELETRÔNICO, de modo a facilitar a comunicação e a resolutividade

s-português; verificação automática, a partir do dicionário principal,

da ortografia e da gramática simultaneamente ao digitar; unidade de estatística;

editor

vice-versa, e para o

ações disponíveis nos sistema de outras unidades, contudo não poderá

alterar os dados encontrados. Considerando que algumas informações podem

conter discordâncias entre as diversas unidades funcionais, e que o problema em

estudo pode requerer agilidade no equac

das não conformidades encontradas.

No Módulo Central devem estar previstos no mínimo os seguintes

componentes ou funções: Portal para Vigilância Ambiental em Saúde; Menu

Principal que permite acesso fácil à todos os componentes do sistema, aos

submódulos, a Internet e Intranet; rodar em rede informatizada; unidade de

consulta com capacidade de acessar vários arquivos ou pastas através de janelas

e trabalhar simultaneamente com estas, importando ou exportando dados; banco

de dados organizado de forma a permitir acesso a grupos de registros através de

palavras chaves (filtragem de dados); dicionário de sinônimos e antônimos e

dicionário inglê

de texto e um editor de imagem; organizador de entrada de dados a partir

dos submódulos ou da digitação direta; planilhas eletrônicas; gerador de relatórios

a partir do organizador de entrada e/ou planilhas eletrônicas, com formato final de

texto, gráfico, tabela, formulário, dentre outros; conversor de arquivos produzidos

no módulo central para os sistemas dos submódulos ou

Page 193: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

194 Termo de Referência para o Desenvolvimento de um Sistema de

Informação Geográfico para Vigilância Ambiental em Saúde Márcia Gomes Duarte

am do a comunicação entre os

diversos submódulos

comparação das s envolvidos à cerca de um

mesmo episódio e com capacidade de avaliar a informação e sinalizar as

dife o módulo central como para os

submódulos; ser

acessado a partir do menu principal; sistema de HELPDESK on line, que permita

a comunicação imediata ao gerente geral

submódulos, d as, agilizando

a manutenção

No que us

e a capacidade de realizar backup automaticamente no servidor que estará

gerenciando o acesso de dados, informações, arquivos, dentre outros, de todos

os sistemas in

Arquitetura e tecnologia de projeto

envolvimento de projeto que pode ser

utilizada como parâmetro para a definição da arquitetura do Sistema de Vigilância

Ambiental em em parte do material

distribuído pe TAMENTO DA INFORMAÇÃO”. As

vantagens para esta escolha são: a ANVISA é uma instituição federal ligada ao

Min nterface

raz ia Ambiental em Saúde, facilidade de acesso às

informações,

sistemas e a ANVISA pode vir a ser um

deste projeto.

Tomando posta por Paulo César Gomes de

Medeiros (2002), G

implantação do portal de serviço em

desenvolvimento do referido portal poderão ser utilizadas as seguintes

arquiteturas e tecnologias ou as que vierem a substitui-las:

biente Windows; importador de arquivos, garantin

; analisador de informações, de forma a permitir a

informações produzidas pelos atore

renças; sistema de ajuda tanto para

o Manual do Sistema (módulo central e submódulos), deve

do módulo central ou os gerentes dos

os problemas que podem ocorrer nos diversos sistem

dos mesmos, garantindo a funcionalidade.

se refere a segurança deverá estar previsto a proteção contra vír

tegrantes do módulo central;

A ANVISA tem uma política de des

Saúde. As informações descritas a seguir faz

la ANVISA, identificado por “TRA

istério da Saúde, atua na área de Vigilância Sanitária com uma i

oável com a Vigilânc

redução das dificuldades referentes a compatibilização entre

agente financiador do desenvolvimento

como base a estrutura pro

erente de Desenvolvimento de Sistemas da ANVISA para

Vigilância Sanitária, quando do

Page 194: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

195 Termo de Referência para o Desenvolvimento de um Sistema de

Informação Geográfico para Vigilância Ambiental em Saúde Márcia Gomes Duarte

a) PARA DE

o do sistema PMI para Gerenciamento de Projetos e o

UML para Modelagem de Objetos;

b) DESEN

l SQL Server 2000;

e Rede – Windows 2000 Server;

c) IDIOMAS

d) NAVEG

Microsoft Internet Explorer 4.0 ou superior;

NETSCAPE 4.0 ou superior.

e) CONTROLE DE SESSÕES DE USUÁRIOS - Persistente em disco

f) ARQUITETURAS

conceito de OPERABILIDADE

CONJUNTA, que significa a capacidade de sistemas diferentes

SENVOLVIMENTO DE PROJETOS

Utilizaçã

VOLVIMENTO DE SISTEMA

Tecnologia de Desenvolvimento – ASP Active Server Pages;

Gerenciador de banco de dados relaciona

Sistema operacional MS Windows, Linux e Unix;

Sistema Operacional d

100% em ambiente WEB, sendo o servidor MS IIS e Apache;

Arquiteturas .NET, J2SE e J2EE;

Uso intensivo de Web Services.

DE APLICAÇÃO

Português e Inglês

ADOR

Web Services – é uma aplicação lógica, programável, acessível,

que usa protocolos padrões da Internet, para que se torne

possível a comunicação transparente de máquina para máquina

e aplicação-para-aplicação.

O objetivo está definido no

Page 195: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

196 Termo de Referência para o Desenvolvimento de um Sistema de

Informação Geográfico para Vigilância Ambiental em Saúde Márcia Gomes Duarte

se comunicarem e compartilharem dados, sem estarem ligados

entre si.

Web server application;

Windows desktop application;

Os seus componentes são:

HTTP [Hyper Text Transfer Protocol], que é o protocolo que

permite acesso a navegação na Internet;

SOAP [Simple Object Access Protocol], é um protocolo de

acesso a objetos, baseado em XML para comunicação de

máquina-a-máquina;

WSDL [Web Service Description Language], é um formato XML

que descreve os serviços disponibilizados por um Web Services.

g) PLATAFORMA DE DESENVOLVIMENTO

Class Libraries – ASP. NET, WinForms (Windows UI), Web

Services, Web UI, XML, Networking, ADO .NET, Base Class;

Common Language Runtime (CLR);

VB . NET, C++, C#, Jscript . NET.

h) JAVA 2 STANDARD EDITION E JAVA 2 ENTERPRISE EDITION;

Considerando que os diversos sistemas existentes foram

desenvolvidos em diversas linguagens deverá ser previsto o

desenvolvimento de sistema de apoio cuja finalidade é permitir que o

módulo central tenha acesso a estes, coletando os dados e as informações

necessárias aos processos de trabalho e tomada de decisão.

Page 196: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

197 Termo de Referência para o Desenvolvimento de um Sistema de

Informação Geográfico para Vigilância Ambiental em Saúde Márcia Gomes Duarte

ATORES IDENTIFICADOS PRELIMINARMENTE

FUNASA – Fundação Nacional de Saúde, ANVISA – Agência Nacional de

Vigilância Sanitária, IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos

Recursos Naturais Renováveis, CNEN – Comissão Nacional de Energia Nuclear,

CRA – Centro de Recursos Ambientais, SESAB – Secretaria da Saúde do Estado

da Bahia, CMA – Coordenação de Modernização Administrativa, DIVISA –

Diretoria de Vigilância e Controle Sanitário, DIVEP – Diretoria de Vigilância

Epidemiológica, LACEN – Laboratório Central de Saúde Pública Professor

Gonçalo Moniz, CESAT – Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador, SEI –

Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia, EMBASA –

Empresa Bahiana de Águas e Saneamento, Ministério da Agricultura Pecuária e

Abastecimento e Secretaria da Agricultura do Estado da Bahia, Corpo de

Bombeiros, CNEN – Comissão Nacional de Energia Nuclear.

DESCRIÇÃO DOS SUBMÓDULOS

Inicialmente foram identificados os sistemas que devem estar incorporados

ao Módulo Central. Quando do desenvolvimento do Sistema de Vigilância

Ambiental em Saúde, os atores poderão identificar outros sistemas que deverão

ser agregados a este, bem como a necessidade de desenvolvimento de novos

sistemas. Foram identificados inicialmente os seguintes submódulos: Cadastro

Único na SESAB (a ser desenvolvido), Geoprocessamento, IBGE, RNIS - Rede

Nacional de Informações em Saúde, DATASUS, SINAIS – Sistema Nacional de

Controle de Infecções em Serviços de Saúde, SINAVISA – Sistema Nacional de

ento), SISAGUA – Sistema

e Informação de Vigilância da Qualidade da Água, Cargas Perigosas (a ser

desen

Informação em Vigilância Sanitária (em desenvolvim

d

volvido), Fontes Radioativas (a ser desenvolvido), SIM – Sistema de

Informação de Mortalidade, SINASC, SEIA, SINAN – Sistema de Informação de

Agravos de Notificação, RCBP – Registro de Câncer de Base Populacional,

Sistema de Informação de Agrotóxico, SIA-SUS – Sistema de Informações

Ambulatoriais do SUS, SIH-SUS – Sistema de Informações Hospitalares do SUS;

Page 197: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

198 Termo de Referência para o Desenvolvimento de um Sistema de

Informação Geográfico para Vigilância Ambiental em Saúde Márcia Gomes Duarte

SÍNTESE – Sistema Integrado de Tratamento Estatístico de Séries Estratégicas;

SGAIH – Sistema Gerenciador de Autorização de Internação Hospitalar; SIG-RHS

– Siste

ional, SISCOLO - Sistema de Controle do Câncer do Colo

Uterino, SISDST/AIDS - Sistema de Informação de DST/AIDS, SIHIPERDIA -

Sistema de Controle de Hipertensos, SIAB - Sistema de Informação da Atenção

Básica, SI

Informação Ambulatorial; SIHSUS - Sistema de Informação Hospitalar; SISREG –

Sistema de Regulação; SISPPI - Sistema de Pactuação Programada e Integrada;

SPIV - Sistema de Informação do Projet

SUS;

Mensal d

Públicos; s; SISCAN –

Sistem

Tuberculo óxico-

Farmacológicas; SNGPC – Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos

Contro o de Produtos

Sanea Ar; Sistema de

Controle da Saúde do Tr

Lançament

CONSIDERAÇÕES GERAIS E RECOMENDAÇÕES

O grande desafio desta proposta é a integração das informações

disponíveis nos diversos sistemas existentes ou em desenvolvimento e a

interlocução entre os diversos atores que integram direta ou indiretamente o

Sistema de Vigilância Ambiental em Saúde, de modo a garantir que o

planejamento das ações e a aplicação de recursos materiais e financeiros sejam

ma de Informação e Gestão de Recursos Humanos em Saúde; SI-API –

Sistema de Avaliação do Programa de Imunização, SI-EDI – Sistema de Estoque

e Distribuição de Imunização, SI-EAPV – Sistemas de Efeitos Adversos Pós

Vacinas, SISMAL – Sistema de Informação de Malária, SISFAD – Sistema de

Informação de Febre Amarela e Dengue, SISVAN - Sistema de Vigilância

Alimentar e Nutric

SPACTO - Sistema do Pacto da Atenção Básica, SIASUS – Sistema de

o VIGISUS; CADSUS - Cadastramento do

SCNS - Sistema Cartão Nacional de Saúde; HEMOPROD – Produção

as Unidades Hemoterápicas; HOSPUB – Sistema para Hospitais

SISCEL – Sistema de Controle de Exames Laboratoriai

a de Informação do Câncer; SILTB – Sistema Informação Laboratorial de

se; SINITOX – Sistema Nacional de Informações T

lados; PROMOSAN – Programa Nacional de Monitorament

ntes Domissanitários; Sistema de Controle da Qualidade do

abalhador; Sistema de Controle, Monitoramento e

o no ambiente de metais pesados.

Page 198: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

199 Termo de Referência para o Desenvolvimento de um Sistema de

Informação Geográfico para Vigilância Ambiental em Saúde Márcia Gomes Duarte

realizados de forma otimizada, integral e racional, refletindo na melhoria da

da população.

ara a efetivação desta proposta recomendamos a criação de um Comitê

(se ne verá

acompanhar todo o processo de desenvolvimento, implantação, implementação,

seguin

o do processo licitatório para

, disponibilizando pessoal

Acompanhamento e avaliação da utilização do sistema;

qualidade de vida

P

formado por todos os atores identificados, com a finalidade de avaliar, adequar

cessário) e validar este Termo de Referência. Este Comitê de

capacitação e manutenção do sistema, além de garantir participação nas

tes etapas:

Identificação das fontes de recursos disponíveis, de forma a viabilizar

financeiramente o projeto;

Sensibilização dos gestores para a importância do projeto;

Acompanhamento e estruturaçã

contratação de empresa com competência e habilidade para o

desenvolvimento e gerenciamento de projeto deste porte;

Participação em todas as frentes de trabalho

capacitado de acordo com as atividades a serem desenvolvidas;

Aculturamento das instituições para o uso da tecnologia;

Avaliação e deliberação quanto a inclusão, alteração ou exclusão de

sistemas no Módulo Central.

Page 199: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

200 Termo de Referência para o Desenvolvimento de um Sistema de

Informação Geográfico para Vigilância Ambiental em Saúde Márcia Gomes Duarte

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esclarece a competência das três esferas de governo e estabelece as

bases para a descentralização

vigilância em saúde no âmbito do SUS. .DOU, Brasília.

____________________. Portaria nº 453, de 01 de junho de 1998.

Estabelece as diretrizes básicas de proteção rad

radiodiagnóstico médico e odontológico, dispõe sobre o uso dos raios-X

diagnósticos em todo o território nacional e dá ou

Page 200: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

201 Termo de Referência para o Desenvolvimento de um Sistema de

Informação Geográfico para Vigilância Ambiental em Saúde Márcia Gomes Duarte

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Estabelece normas para prevenção e o controle das infecções

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________________________

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_________________________,

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1990. Estabelece as condições de funcionamento e manutenção dos

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Infecção Hospitalar. Brasília, 2000.

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fevereiro de 2002. Estabelece normas destinadas ao exame e aprovação

dos projetos físicos de e

Brasília.

ANVISA. Resolução-RE nº176, de 24 de outubro

de qualidade do ar em ambientes climatizados artificialmente de uso

público e coletivo. DOU, Brasília.

Energia Nuclear. Resolução CNEN – 10/88 de

radioproteção. D.O.U 01 de agosto de 1988, Rio de Janeiro.

Page 201: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

202 Termo de Referência para o Desenvolvimento de um Sistema de

Informação Geográfico para Vigilância Ambiental em Saúde Márcia Gomes Duarte

_________. CONAMA. Resolução nº05 de agosto de 1993. Define normas

mínimas para tratamento de resíduos sólidos oriundos de serviços de

saúde, portos e aeroportos, bem como a necessidade de estender tais

BAHIA

ão básica

_________. Lei Estadual nº7.799 de 07 de fevereiro de 2001. Institui a Política

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exigências aos terminais ferroviários e rodoviários. DOU. Brasília.

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subsistema de saúde do Estado da Bahia, aprova a legislaç

sobre promoção, proteção e recuperação da saúde e dá outras

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providências.DOE. Salvador, 2001.

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Regulamento da Lei Estadual nº7.799 de 07 de fevereiro de 2001.D.O.E.

Salvador, 2001.

_______. Secretaria da Saúde do Estado da Bahia. Portaria nº1.083 de 14 de

maio de 2001. Define padrões de qualidade da assistência para a auto

avaliação hospitalar com foco na qu

hospitalares e implanta a vigilância epidemiológica da qualidade dos

serviços. DOU, Salvador.

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Recursos Humanos. Departamento de Assistência à Saúde. Prevenção e

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______________________________. Superintendência de Regulação, Atenção e

Promoção de Saúde. Diretoria de Assistência à Saúde. Coordenação de

Gestão da Qualidade e Avaliação Tecnológica. Qualidade e Controle de

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________________________________.Departamento de Vigilância da Saúde.

Divisão de Vigilância San

Vigilância Sanitária. Salvador, 1998.

Page 202: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

203 Termo de Referência para o Desenvolvimento de um Sistema de

Informação Geográfico para Vigilância Ambiental em Saúde Márcia Gomes Duarte

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Page 204: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

NÚCLEO DE ESTUDOS DE SAÚDE COLETIVA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM VIGILÂNCIA AMBIENTAL EM SAÚDE

A ESTRATÉGIA DA ATENÇÃO PRIMÁRIA AMBIENTAL - APA E OS

DESAFIOS E PROPOSTAS PARA A SUA IMPLEMENTAÇÃO NO BRASIL

Márcia Moisés

Adaptação da Monografia apresentada ao Núcleo de Estudos de Saúde Coletiva como pré-requisito para a obtenção do Titulo de Especialista em Vigilância Ambiental em Saúde

- 2003 -

Page 205: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ
Page 206: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

RESUMO

Este artigo objetiva relatar os eventos organizados pela Coordenação de

Vigilância Ambiental em Saúde - CGVAM da Secretaria de Vigilância em Saúde -

SVS/MS que contribuíram para a implementação da estratégia da Atenção

Primária Ambiental – APA no Brasil. A autora obteve fundamentação teórica

relacionada às temáticas abordadas: a APA, a Atenção Primária à Saúde, a

Vigilância Ambiental em Saúde e a Participação Comunitária. O estudo inicia-se

com um histórico da formação do Grupo Técnico de Atenção Primária Ambiental e

Agenda 21 Local no Sistema Único de Saúde - GT APRIMA no âmbito da

Comissão Permanente de Saúde Ambiental – COPESA e descreve os eventos

realizados no período de maio de 2000 a novembro de 2003.

A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica que privilegiou a leitura,

a discussão e a análise de documentos arquivados na CGVAM. Após os relatos a

autora fez breves análises dos processos organizados e propõe recomendações,

apontando sugestões para o fortalecimento do GT APRIMA e para nortear futuras

ações que venham a ser realizadas por técnicos, militantes, ativistas e líderes que

atuam ou venham a atuar na área de saúde e ambiente.

Palavras-chaves: Atenção Primária Ambiental, Atenção Primária à Saúde,

Vigilância Ambiental em Saúde e Participação Comunitária.

Page 207: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ
Page 208: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

209 A Estratégia da Atenção Primária Ambiental – APA e os desafios

e propostas para a sua implementação no Brasil Márcia Moisés

INTRODUÇÃO

Em outubro de 2002, foi oficializado o Grupo de Trabalho sobre Atenção

Primária Ambiental e Agenda 21 Local no SUS, no âmbito da Comissão

Permanente de Saúde Ambiental do Ministério da Saúde - COPESA, tendo como

sigla - GT APRIMA e Agenda 21 Local no SUS. A COPESA foi instituída tendo

como principal função assessorar o Ministério da Saúde - MS na construção da

política nacional de saúde ambiental.

ão, avaliar as proposições para a

política

artir do olhar da saúde. O

T vem contando com a participação de mais de cinqüenta entidades da

ociedade civil organizada e membros de diversos ministérios que têm contribuído

na reflexão sobre as questões de saúde ambiental.

Este GT tem como linhas de ação a identificação de experiências

adas à APA e a Agenda 21 Local; a realização e promoção de estudos,

Em 09 de outubro de 2003, a Portaria Nº 2.253/01 foi revogada pela

Portaria Nº 1.931, publicada no Diário Oficial da União – DOU, Folha 58 – Seção

1, em 10 de outubro de 2003. O novo texto trouxe alterações expressivas como a

mudança da coordenação da COPESA realizada pela Fundação Nacional de

Saúde – FUNASA, para a Secretaria de Vigilância em Saúde – SVS, através do

Coordenador Geral de Vigilância Ambiental em Saúde – CGVAM.

Atualmente a COPESA tem como atribuiç

de saúde ambiental e possui quatro grupos de trabalho, sendo três destes

criados no ano de 2003: o GT de Atenção Primária Ambiental e Agenda 21 no

SUS, o GT de Saúde e Segurança Química, o GT de Gerenciamento dos

Resíduos dos Serviços de Saúde, o GT de Formulação e Acompanhamento da

Política Nacional de Saúde Ambiental.

O GT APRIMA e Agenda 21 Local no SUS são compostos por vários atores

institucionais e sociais, e vêm propiciando relatos de experiências e discussões

sobre a temática da preservação ambiental, visando estabelecer com os

principais agentes de processo de transformação e mudança, a ampliação do

grau de comprometimento das instituições e organizações para um

desenvolvimento sustentável, humano e solidário a p

G

s

relacion

Page 209: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

210 A Estratégia da Atenção Primária Ambiental – APA e os desafios

e propostas para a sua implementação no Brasil Márcia Moisés

debates e divulgação de propostas; a promoção da organização e mobilização

ocial para construção de ambientes saudáveis; o desenvolvimento e apoio de

Projeto

Local no SUS, o Plano de Trabalho do GT APRIMA e Agenda 21 Local no SUS..

GT também vem articulando-se através de uma rede colaborativa pela Internet,

oo

s

s Pilotos de Implementação da APA e da Agenda 21 no SUS; o

desenvolvimento de interfaces com os sistemas de informação existentes; e a

elaboração e implementação de propostas de capacitação e formação. A principal

missão do GT é subsidiar as decisões da COPESA, embasada nas propostas

oriundas das discussões do GT e dos trabalhos desenvolvidos em suas linhas de

ação.

Desde sua oficialização em novembro de 2002, o GT APRIMA e Agenda 21

Local no SUS, vem propiciando inúmeros fóruns de debates e reflexões

sistematizados através de oficinas, reuniões e seminários. Foi organizado durante

um dos importantes eventos - a I Oficina Nacional do GT APRIMA e Agenda 21

O

a rede APRIMA - aprima@yah gupos.com.br.

as ações realizadas pelos moderadores do GT APRIMA e Agenda 21 Local no

SUS,

Neste documento será realizada uma revisão dos eventos desenvolvidos

por integrantes da Coordenação de Vigilância Ambiental em Saúde, separando-os

em duas fases distintas. A primeira fase contemplará o período de maio de 2000 a

outubro de 2002, tendo como marco principal e propulsor das ações de APA no

país, o I Seminário Nacional de APA no Brasil organizado pela Coordenação

Regional de FUNASA do Estado do Rio de Janeiro – CORERJ, com apoio da

Organização Pan - Americana de Saúde – OPAS. A segunda fase contemplará

que além de coordenadores do processo, são técnicos da CGVAM –SVS,

considerando o período de novembro de 2002 a novembro de 2003 tendo como

marco, a oficialização do GT no âmbito da COPESA.

Page 210: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

211 A Estratégia da Atenção Primária Ambiental – APA e os desafios

e propostas para a sua implementação no Brasil Márcia Moisés

METO

DOLOGIA

No estudo foi utilizada a metodologia de pesquisa bibliográfica para a

fundamentação teórica e para relatar os eventos realizados e coordenados pelos

técnicos da CGVAM – SVS no período de maio de 2000 a novembro de 2003,

sobre a temática Atenção Primária Ambiental - APA. A metodologia utilizada

privilegiou a leitura, discussão e análise de manuais, livros, cartilhas, memórias,

relatórios, termos de referência, ofícios e outros documentos arquivados na

CGVAM – SVS, mas é também um relato organizado através da observação

criteriosa e participação ativa nos eventos realizados. Após os relatos a autora fez

análises dos processos organizados e propôs recomendações, apontando

sugestões para o crescimento e fortalecimento do GT APRIMA e Agenda 21 Local

no SUS e para implementação de ações de APA no Brasil.

ASPECTOS CONCEITUAIS

De acordo com a Organização Pan - Americana de Saúde (1999), "A

atenção primária ambiental é uma estratégia de ação ambiental, basicamente

preventiva e participativa em nível local, que reconhece o direito do ser humano

de viver em um ambiente saudável e adequado, e a ser informado sobre os riscos do

ambiente em relação à saúde, bem - estar e sobrevivência, ao mesmo tempo que define

suas responsabilidades e deveres em relação à proteção, conservação e recuperação

do ambiente e da saúde" (http://wwww.opas.org.br/ambiente/temas).

O conceito da APA é novo e se relaciona com o processo de

desenvolvimento das nações com o paradigma dos temas ambientais atuais. As

atividades desenvolvidas na APA permitem estabelecer um marco amplo e

flexível para orientar as intervenções ambientais locais com um enfoque plural e

participativo. A APA constitui-se assim, em uma proposta de associação

organizada e voluntária de cidadãos, baseada nas práticas de ajuda mútua e

relações solidárias. Deve ser entendida como uma nova forma de atuar sobre o

espaço ambiental e a saúde pública.

Page 211: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

212 A Estratégia da Atenção Primária Ambiental – APA e os desafios

e propostas para a sua implementação no Brasil Márcia Moisés

A OPAS (1999) sinaliza que o conceito de APA foi elaborado e amplamente

discutido em importantes atividades como a Conferência Pan – Americana sobre

Saúde

adãos, através da proteção do ambiente e do

fundamentada em valores básicos da Atenção Primária da Saúde - APS, aos

que mostram - se mais amplos do que

os da

e Ambiente no Desenvolvimento Humano Sustentável realizada em

Washington em 1995, a Reunião Regional sobre APA realizada no Chile em 1997,

a Reunião Sub-regional para a América Central sobre APA realizada em Costa

Rica em 1998 entre outras, constituindo–se, assim, em uma proposta de

associação organizada e voluntária de cidadãos, baseada nas práticas de ajuda

mútua e relações solidárias. Pontua também, que as experiências de APA podem

surgir de diferentes maneiras como: por demandas da própria comunidade, por

conflitos ambientais manifestos, por iniciativa de organizações ecológicas e de

ONGS, por gestão das autoridades locais e governamentais e por organização de

experiências locais de saúde ambiental, sendo que a primeira experiência de APA

no Brasil ocorreu no município de Toledo no Estado do Paraná.

O objetivo geral da APA é alcançar as melhores condições de saúde e

qualidade de vida dos cid

fortalecimento das comunidades no âmbito da sustentabilidade local. A APA está

quais incorporou seus próprios princípios,

APS. Os princípios básicos da APA são: a participação da comunidade

buscando através da capacitação e o aumento da consciência ambiental que a

sociedade participe de forma efetiva das políticas de saúde e ambiente; a

organização sendo enfatizada a enorme importância que a comunidade se

organize para que suas demandas e ações em torno da defesa de seus direitos

ambientais tenham êxito e adquiram relevância; a prevenção e proteção

ambiental entendida como toda iniciativa que busque alcançar um melhor nível de

desenvolvimento econômico e social deve evitar ou minimizar o dano ambiental,

através da sensibilização, educação, pesquisa, difusão e participação cidadã; a

solidariedade e a equidade, implicando num compromisso dos cidadãos entre si e

do Estado para com eles e com a justiça social para remediar desigualdades e

assegurar que cada pessoa tenha acesso a um meio ambiente saudável; a

integralidade sendo apontado que as ações ambientais devem ser vistas como

parte de um sistema e não como responsabilidade de um setor em particular que

Page 212: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

213 A Estratégia da Atenção Primária Ambiental – APA e os desafios

e propostas para a sua implementação no Brasil Márcia Moisés

monop

O documento - Municípios e Comunidades Saudáveis – Guia dos Prefeitos

02), lembra que a construção da

partici

e poderão ser obtidos através de parcerias. Os membros

olize a dinâmica em torno da busca da sustentabilidade local e a

diversidade enfatizado como um dos princípios fundamentais da ecologia.

Alguns compromissos foram firmados com o objetivo de desenvolver e

implantar estratégias que permitam à comunidade realizar um diagnóstico sobre

os problemas de saúde e ambiente e participar da análise de suas próprias

necessidades e desenvolver possíveis soluções e inovações para resolução ou

encaminhamento dos problemas. Destacam-se alguns exemplos como: a

Conferência de Estocolmo realizada em 1972, primeiro grande evento

internacional em torno dos problemas ambientais organizado pela ONU; a

Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento de

1992(RIO 92 ou ECO 92 ou Cúpula da Terra), realizada no Brasil na Cidade do

Rio de Janeiro; a Conferência Pan - Americana sobre Saúde e Ambiente no

Desenvolvimento Sustentável – COPASAD, realizada em Washington, D.C, em

1995 e a 25ª Conferência Sanitária Pan – Americana, realizada em Washington,

D.C, em setembro de 1998.

A participação comunitária e a APA

para Promover Qualidade de Vida (OPAS. 20

pação comunitária é um processo que se inicia quando várias pessoas

decidem compartilhar suas necessidades, aspirações e experiências, com o

objetivo de melhorar suas condições de vida. Para isso se encontram, se

organizam, identificam prioridades, dividem tarefas, estabelecem metas e

estratégias de acordo com os recursos (financeiros, técnicos e humanos)

existentes e aqueles qu

de uma comunidade podem ou não pertencer à mesma área geográfica. O

importante é que se sintam como membros daquela comunidade. O mesmo texto

salienta que uma comunidade organizada não é necessariamente uma

comunidade participativa, pois para que ocorra a participação, a comunidade deve

ter o direito e a responsabilidade de tomar decisões que sejam viáveis e que

afetam a vida de seus membros (OPAS. 2002).

Page 213: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

214 A Estratégia da Atenção Primária Ambiental – APA e os desafios

e propostas para a sua implementação no Brasil Márcia Moisés

A Carta Pan - Americana sobre Saúde e Ambiente no Desenvolvimento

Sustentável acordada na COPASAD em 1995, ao fixar os princípios de política e

estratégia, estabelece que “a participação dos indivíduos e das comunidades para

manter e melhorar seus ambientes de vida deve ser promovida e apoiada”.

Enfatiza que a participação comunitária deve basear-se em estratégias para o

desenvolvimento sustentável incluindo a APA. Quanto ao enfoque de participação

omunitária a APA dispõe de metodologias para a formulação de diagnósticos

ão comunitária, diagnósticos

ambie

umas estratégias como a Atenção Primária à Saúde - APS,

ampla

,

independentemente de seu estágio de desenvolvimento, em um espírito de

autoconfiança e autodeterminação. Ela forma parte integral do sistema de

c

ambientais participativos e técnicas como: organizaç

ntais e avaliações de impacto ambiental, planejamento ambiental, avaliação

de riscos, educação popular e comunicação social, educação ambiental, manejo

de conflitos ambientais (negociação e resolução) e pesquisas ambientais

integradas. Existem também ferramentas que facilitam a aplicação e a

instrumentalização da APA, assim como sua vinculação e relação com as

estruturas ambientais nacionais, estaduais, municipais e regionais como os

indicadores locais de sustentabilidade e qualidade ambiental, os Centros de

Atenção Primária Ambiental - CAPA e os líderes ambientais, tecnologias

apropriadas, monitoramento primário ambiental, lideranças comunitárias e

unidades de demonstração (OPAS, 1999).

A Atenção Primária à Saúde – APS e a APA

Para permitir à comunidade participar da análise de suas próprias

necessidades e desenvolver possíveis soluções e inovações, foram

desenvolvidas alg

mente debatida na Conferência Internacional sobre Atenção Primária a

Saúde realizada em Alma Alta - cidade da antiga União Soviética, atual Rússia,

em setembro de 1978.

A atenção primária à saúde é a atenção essencial à saúde, baseada em

métodos práticos, cientificamente evidentes e socialmente aceitos e em

tecnologias tornadas acessíveis a indivíduos e famílias na comunidade por meios

aceitáveis e a um custo que as comunidades e os países possam suportar

Page 214: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

215 A Estratégia da Atenção Primária Ambiental – APA e os desafios

e propostas para a sua implementação no Brasil Márcia Moisés

serviço

A Vigi

9, cita que

ompete a SVS, a coordenação e a gestão do Sistema Nacional de Vigilância

Ambie

ade de identificar as medidas de prevenção e

controle dos fatores de risco ambientais relacionados às doenças ou outros

agravo

s de saúde do qual representa sua função central e o principal foco de

desenvolvimento econômico e social da comunidade. Constitui o primeiro contato

de indivíduos, famílias e comunidades com o sistema nacional de saúde, trazendo

os serviços de saúde o mais próximo possível aos lugares de vida e trabalho das

pessoas e constitui o primeiro elemento de um processo contínuo de atenção

(OMS apud Mendes, 2001).

lância Ambiental em Saúde – VAS e a APA

O Decreto n° 4.726, de 09 de junho de 2003, em seu artigo 2

c

ntal em Saúde - SINVAS, anteriormente citada como atribuição da

FUNASA, devido a estrutura ministerial que as atribuía ao extinto CENEPI. O

SINVAS foi organizado tendo como base o Decreto n° 3.450 de 09 de maio de

2000, visando sua implantação em todo território nacional. No documento -

Instrução Normativa - IN Nº 1 de 25 de setembro de 2001 da FUNASA, que

regulamenta a Portaria MS - Nº 1.399, de 15 de dezembro de 1999, no que se

refere às competências da União, Estados e Municípios e Distrito Federal, na área

de Vigilância Ambiental em Saúde – VAS, é conceituada como um conjunto de

ações que proporciona o conhecimento e a detecção de qualquer mudança nos

fatores determinantes e condicionantes do meio ambiente que interferem na

saúde humana, com a finalid

s à saúde.

Segundo Netto & Carneiro (2003, p.31) “o campo de atuação da VAS está

representado na interface entre saúde, ambiente, o chamado campo de saúde

ambiental”. Quanto à APA, o documento explicita que a partir de 1998, a OPAS

vem incentivando a implantação nos seus países membros incluindo o Brasil,

esta estratégia visando à estruturação de instrumentos voltados à saúde

ambiental, sob a ótica das estratégias da Agenda 21, utilizando os conceitos de

desenvolvimento sustentável e dos espaços, ambientes e cidades saudáveis.

Page 215: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

216 A Estratégia da Atenção Primária Ambiental – APA e os desafios

e propostas para a sua implementação no Brasil Márcia Moisés

Importante pontuar, que até mesmo sistemas de vigilância devem conter

componentes que possibilitem a vigilância cidadã do seu ambiente para se

alcanç

Janeiro –

RJ.

ar uma vida saudável. Existem muitos contextos, principalmente das

populações mais isoladas que vivem no campo e necessariamente exigem esta

estratégia, o que implicará numa vigilância participativa de suas condições

ambientais que tenham repercussão na saúde. Iniciativas como a APA deve ser

incorporado como um componente do SINVAS.

Atividades sobre Atenção Primária Ambiental - APA realizadas com apoio

de técnicos da CGVAM. Período de maio de 2000 a outubro de 2002.

O I Seminário de Atenção Primária Ambiental no Brasil foi realizado pela

FUNASA – Coordenação Regional do Rio de Janeiro - CORERJ, no período de

24 a 25 de maio de 2000, no Hotel Novo Mundo – Município do Rio de

O evento foi considerado um marco e teve como objetivo, discutir a

participação ativa da comunidade, com o apoio dos governos estadual e

municipal, em ações de proteção ao meio ambiente e melhoria da qualidade de

vida da população visando a gestão ambiental adequada às necessidades do

cidadão, dentro de um enfoque holístico e ambiental. No seminário foram

debatidas propostas de associação organizada e voluntária de cidadãos para a

conservação do meio ambiente e promoção da saúde, baseadas em práticas de

ajuda mútua e relações APA.

Em 2001, foi realizada a I Oficina Nacional de Atenção Primária

Ambiental como uma das estratégias para a Vigilância Ambiental em Saúde,

coordenada por técnicos do antigo CENEPI da FUNASA, atual SVS, no Município

de São Mateus – ES, no período de 06 a 07 de agosto de 2001. A Oficina ocorreu

como parte integrante do I Encontro Estadual sobre Saúde e Meio Ambiente,

promovido pela FUNASA – CORE do Estado do Espírito Santo. Durante o evento,

foram apresentados e discutidas a estratégia da APA, apresentação e discussão

da implementação da VAS, apresentação de experiências locais de APA e

apresentação e discussão das ações de promoção da saúde, o aprofundamento

discussão sobre APA, identificando estratégias de sua implementação nos

Page 216: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

217 A Estratégia da Atenção Primária Ambiental – APA e os desafios

e propostas para a sua implementação no Brasil Márcia Moisés

estados, considerando o contexto da VAS e construindo um modelo simulado de

APA.

No período de 23 a 24 de agosto de 2001, em Brasília, a Oficina de

trabalho sobre Atenção Primária – Avançando o SUS, teve como objetivo

apresentar a Atenção Primária Ambiental – APA – como uma das estratégias de

implementação do SINVAS. Os objetivos específicos tiveram a proposta de

discutir diretrizes estratégicas e operacionais para implementação da APA nas

ações básicas, preventivas e de promoção da saúde no SUS, e discutir as bases

para elaboração de um Programa de Capacitação de Recursos Humanos em

APA. As principais recomendações incluíram: realizar uma agenda de interfaces

interna e externa ao MS; estabelecer um processo de elaboração de capacitação

em APA; articular mais atores para as próximas reuniões e agendar um segundo

encontro com um grupo ampliado para o final de novembro de 2001.

A III Oficina Nacional sobre a implantação da Atenção Primária

Ambie

olvimento dos eixos temáticos e estratégias pedagógicas

para c

ntal no SUS, realizada durante o dia 11 de abril de 2002, teve como

objetivo definir a estratégia, a viabilidade e a metodologia pedagógica necessária

para a implementação da APA no SUS. Foram relatadas as propostas de APA

implementadas e em implementação no contexto do SUS e realizada uma

avaliação sobre a viabilidade da estratégia, lições e desafios. Discutiu-se a

possibilidade de desenv

apacitação em APA. Foram apontadas as seguintes propostas: a criação

de um Grupo de Trabalho envolvendo o PACS/PSF, Saúde do Trabalhador,

Promoção da Saúde e FUNASA com o objetivo de discutir a estratégia de

implementação da APA no contexto da Atenção Básica; o desenvolvimento de

uma proposta conjunta que trabalhe esta estratégia no contexto das ações do

Programa de Município Saudável e a contribuição na criação de um programa

relacionado ao “Campo Saudável”; o levantamento e avaliação das experiências

do PACS/PSF relacionadas a APA já desenvolvidas no Brasil; a organização e

realização de uma oficina pré – conferência do CONASEMS; o desenvolvimento

de um módulo de APA para ser utilizado nos treinamentos das equipes de saúde

da família e dos agentes comunitários de saúde através dos pólos de capacitação

Page 217: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

218 A Estratégia da Atenção Primária Ambiental – APA e os desafios

e propostas para a sua implementação no Brasil Márcia Moisés

e secretarias municipais de saúde; para o desenvolvimento de ações conjuntas e

divulgar a APA por meio de articulação com o MMA.

ração e execução de políticas

pública

enação de Saúde do Trabalhador - COSAT, Ministério

da Ed

Em Fortaleza, Ceará foi desenvolvido no dia 3 de julho de 2002 o

Seminário de APA e a Estratégia de Saúde da Família: Caminhos para a

Promoção da Saúde. Este evento foi promovido pelo Conselho dos Secretários

Municipais de Saúde do Ceará com apoio dos MS, OPAS - Representação no

Brasil; FUNASA; Secretaria da Saúde do Estado e Associação dos Prefeitos do

Estado do Ceará. Teve como objetivos: discutir as questões ambientais a partir de

uma visão de mundo ecológica, que reconhece a integração, totalidade e

interdependência dos seres e sistemas vivos; disponibilizar conhecimentos e

ferramentas de gestão que auxiliem na elabo

s em prol da construção de ambientes saudáveis e de comunidades

sustentáveis na ótica da estratégia da promoção da saúde e apresentar e discutir

a atenção primária ambiental e sua relação com a estratégia de saúde da família.

A programação constou de mesas redondas e debates sobre temas como:

APA a estratégia de Saúde da Família: Caminhos para promoção da saúde com

enfoques sobre a Promoção da Saúde as questões ambientais, a APA como

estratégia para construção de ambientes saudáveis e comunidades sustentáveis

e a Saúde do Trabalhador no contexto da APA, problemas ambientais, agravos e

experiências exitosas.

Em 10 de agosto de 2002 foi criada a REDE de Atenção Primária

Ambiental – APRIMA, que tem como associados de diversas instituições e

movimentos sociais como: FUNASA, SVS, Agenda 21-MMA, IBAMA - Instituto

Brasileiro de Meio Ambiente, Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG,

FIOCRUZ, ANVISA, Coord

ucação - MEC, OPAS, Ministério do Trabalho e Emprego - MTE, Ministério

do Meio Ambiente - MMA, Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental,

Ciência e Tecnologia - CETESB, Secretaria Municipal de Ambiente do Estado do

Espírito Santo, Secretaria de Meio Ambiente do Município de Toledo - PR, SMS

de Curitiba, Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais, Projeto Caparaó,

ONG Catavento, ONG Água e Vida, Consórcio Serra da Mesa, Consórcio da MRA

Page 218: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

219 A Estratégia da Atenção Primária Ambiental – APA e os desafios

e propostas para a sua implementação no Brasil Márcia Moisés

5, entre outras. O site do grupo é denominado http:// br.groups.yahoo.com/ e o e-

mail: [email protected].

O GT APRIMA, citado no grupo yahoo na categoria de causas e ativismo,

tem listado as seguintes configurações em seu diretório: o português como idioma

principal, associação restrita, todas as mensagens precisam ser aprovadas pelos

moderadores (técnicos da CGVAM/SVS), todos os associados podem enviar

mensagens, arquivo de mensagens somente para associados e anexos de e-mail

são p

SP-SP e organizada pelo GT APRIMA e Agenda 21 Local no SUS.

Teve

ermitidos. Seus associados têm como proposta trocar informações,

opiniões, sugestões, incluindo denúncias, fomentando um espaço coletivo,

democrático, criativo e informal para compartilhamento de idéias e provocando

discussões sobre a temática saúde e ambiente.

A I Oficina Nacional de Atenção Primária Ambiental e Agenda 21 Local no

SUS. Pré-Momento da III Conferência Regional Latino – Americana de Promoção

da Saúde e Educação para a Saúde objetivou construir uma proposta de trabalho

integrado – Plano de Trabalho - a partir das ações e experiências desenvolvidas

no campo da Atenção Primária Ambiental e da Agenda 21 Local no contexto do

SUS. Teve como resultado além do documento, a realização do Corredor

Temático de Saúde, Ambiente, Trabalho, Habitação, Saneamento e Sociedade

realizado no Fórum Social Mundial de Porto Alegre em janeiro de 2003. A Oficina

foi realizada nos dias 09 e 10 de novembro de 2002 na Faculdade de Saúde

Pública – U

como objetivo estruturar e promover debates entre técnicos, cientistas e

representantes da sociedade civil organizada sobre uma proposta de trabalho

integrado a partir das ações e experiência desenvolvidas no campo da APA e da

Agenda 21 Local no SUS.

O evento contou com a presença de sessenta técnicos e representantes da

sociedade civil organizada que desenvolvem ações e experiências no campo da

APA e da Agenda 21 no SUS e que possuíam experiência na temática. Sua

programação privilegiou a apresentação de experiências. Foram aplicadas

dinâmicas de interação e relaxamento e organizadas discussões em quatro

grupos focalizando os temas apresentados tendo como eixo norteador o

Page 219: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

220 A Estratégia da Atenção Primária Ambiental – APA e os desafios

e propostas para a sua implementação no Brasil Márcia Moisés

documento “Plano de Trabalho do GT APA e Agenda 21 Local no SUS”. Foram

feitas novas discussões sobre o documento que foi reorganizado. Os relatos dos

grupos foram apresentados em plenária e sistematizados tendo como produto

final o

ento e Sociedade no Fórum Social Mundial – FSM uma proposta de

trabalh

centralizado na CGVAM

e na DSST- SIT- MTE; participar ativamente e de forma organizada do Congresso

documento consolidado. Outro importante produto foi a proposta de

realização do Corredor Temático de Saúde, Ambiente, Trabalho, Habitação,

Saneamento e Sociedade realizado no Fórum Social Mundial de Porto Alegre em

janeiro de 2003.

A Oficina de APA e Agenda 21 Local no SUS do Fórum Social Mundial -

FSM, realizada em Porto Alegre – RS, no período de 23 a 28 de janeiro de 2003

teve no Corredor Temático - CT de Saúde, Ambiente, Trabalho, Habitação,

Saneam

o integrada, acordada durante a I Oficina Nacional de Atenção Primária

Ambiental e Agenda 21 Local no SUS e formalizada no documento "Plano de

Trabalho do GT sobre APA e Agenda 21 Local do SUS. O CT teve como objetivos

estruturar, promover e fomentar debates entre ativistas, técnicos e militantes dos

movimentos ambientalistas, da saúde do trabalhador e da saúde ambiental,

reunindo contribuições que visam redirecionar o padrão atual de desenvolvimento

no Brasil e no mundo. Contou com a participação de técnicos, ativistas e

representantes da sociedade civil organizada que desenvolvem ações e

experiências no campo da saúde, ambiente, saneamento, educação, trabalho e

sociedade.

O CT foi concluído com uma plenária no auditório da FUNASA - CORERS

com as seguintes propostas: aderir aos princípios do FSM como base política de

nossa organização e aos eventos do Fórum como eixo principal para as

atividades, agregar valores e princípios como da cooperação, da solidariedade, da

cumplicidade e da aliança com os movimentos sociais e populares; ética; conflito

de interesses; intersetorialidade, interdisciplinaridade e transversalidade;

organizar movimento baseado nos principais pontos explicitados no documento

Plataforma e Diretrizes para atuação da Rede, apresentada pela Rede Brasileira

Contra a Contaminação Humana e Ambiental e aprovada na plenária final;

construir a Memória do Corredor 2003, sendo o trabalho

Page 220: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

221 A Estratégia da Atenção Primária Ambiental – APA e os desafios

e propostas para a sua implementação no Brasil Márcia Moisés

da AB

rojetos populares sobre a temática

saúde e ambiente. As propostas foram as seguintes: dar continuidade a parceria

com a

o de projetos de educação popular, tendo como modelo o Curso Básico

de Vig

RASCO, na Conferência Extraordinária de Saúde e na Conferência

Nacional de Meio - Ambiente e organizar um II Corredor Temático na próxima

atividade de caráter nacional no FSM.

O Encontro dos Estados Articulados do Movimento Popular de Saúde

– MOPS no período de 27 a 30 de março de 2003, na chácara São José das

Irmãs Karethianas em Londrina – PR foi uma das propostas inclusas no Projeto

“Auxílio Financeiro para realização do Encontro Nacional do MOPS e apoio a

Secretaria Nacional”, organizado em 2002, e teve como objetivo principal garantir

a atuação do movimento no resgate das práticas culturais em saúde, na defesa

de cada cidadão no exercício de seus direitos a uma verdadeira qualidade de

vida.

O encontro contou com a presença de cinqüenta participantes de onze

estados, sendo discutidos três eixos temáticos: princípios e estratégias do MOPS,

Capacitação e Formação e Relação entre os estados e o MOPS Nacional.

Durante o evento foi realizada uma Oficina da APA com os integrantes

fomentando discussões sobre o tema. As principais propostas oriundas do

Encontro objetivaram construir e implementar p

CGVAM para realização de atividades sobre a temática saúde e ambiente;

capacitar os representantes do MOPS e outros movimentos populares de saúde

para o controle social em atenção à saúde e ambiente visando a qualificação da

atuação desses atores junto aos Conselhos de Saúde e outros espaços de

controle social; capacitar os quadros do MOPS, em saúde e ambiente visando a

efetivaçã

ilância Ambiental em Saúde – CBVA, com enfoque popular e dirigido aos

representantes de níveis médio e superior, principalmente educadores e agentes

de saúde populares e solicitar apoio para efetivação da comunicação popular e

atividades culturais, aplicadas às questões de saúde e ambiente, considerando as

atividades já realizadas através do Jornal “Saúde em Contas Gotas”, organizado

pela Rede de Educadores Populares de Saúde e experiências realizadas pelo

MOPS em educação popular como teatro de bonecos.

Page 221: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

222 A Estratégia da Atenção Primária Ambiental – APA e os desafios

e propostas para a sua implementação no Brasil Márcia Moisés

O Encontro dos Centros de Atenção Primária Ambiental - CAPAS dos

Municípios do Estado do Espírito Santo, coordenados pela Associação

Nacion

capacitação, com

proposta de resolução através de Oficinas de Capacitação para líderes,

organi

RA 5 foi

realiza

al de Municípios e Meio Ambiente – ANAMA. foi realizado no dia 15 de

abril de 2003, no auditório da FUNASA – CORE do Estado do Espírito Santo, teve

como objetivo integrar e articular os CAPAS existentes no Estado, envolvendo os

municípios de Vitória, Aracruz, Santa Teresa, Fundão, Nova Venécia, São Mateus

e Aimorés, visando a troca de experiências e a organização da agenda de

trabalho para 2001. Foram realizadas exposições sobre APA e a importância de

revigorar o grupo no processo de mudança governamental, ações realizadas pelo

GT APRIMA e Agenda 21 Local no SUS, o Programa Comunitário de Saúde

Ambiental realizado nas escolas públicas de nível médio do Estado do Rio de

Janeiro e relatos dos representantes dos CAPAS. Dentre as considerações finais

destacam-se: a necessidade de divulgar as ações dos CAPAS, sendo que será

realizado um informativo para ser colocado na rede, pois explicitaram a falta de

divulgação das atividades realizadas e a notória falta de

zada pelos representantes dos CAPAS, líderes comunitários,

representantes das ONGs e outros parceiros.

O Projeto Executivo de Mapeamento de Riscos Ambientais em Saúde

Ambiental, desenvolvido pelo Consórcio Intermunicipal da Macro Região

Ambiental Número5 – MRA 5 do Estado do Rio de Janeiro no ano de 2003

organizou sucessivos eventos ao longo do ano de 2003, visando por em prática

uma das deliberações da I Oficina Regional de Vigilância Ambiental em Saúde da

MRA 5.

A I Oficina Regional de Vigilância Ambiental em Saúde da M

da no período de 13 a 14 de novembro de 2002 no Município de Rio das

Ostras – RJ e teve como objetivo envolver o governo em seus três níveis e a

sociedade civil organizada e realizar um projeto com o título: “Projeto Executivo

de Mapeamento de Riscos Ambientais em Saúde Ambiental. O Projeto consolida-

se através do mapeamento de riscos ambientais em todos os municípios que

compõem a MRA5, entendendo que esta atividade será indutora para a execução

Page 222: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

223 A Estratégia da Atenção Primária Ambiental – APA e os desafios

e propostas para a sua implementação no Brasil Márcia Moisés

de outra de suas deliberações, que é a implantação do Centro de Atenção

Primaria Ambiental em Saúde – CAPAS”.

O principal produto da Oficina – o Projeto de Mapeamento de Riscos

Ambientais da Macro – Região Ambiental 5 tem como objetivo principal a

realização do Mapeamento de Riscos Ambientais nos municípios que compõem a

Macro

ento, a MRA 5 foi dividida em três

setore

riscos

ambie

com grande

conhecimento e militância na área de saúde e ambiente, líderes comunitários,

militan

riscos ambientais em saúde, preservação de mananciais e

recuperação das matas ciliares, agrotóxicos - danos ambientais e à saúde

human

Região Ambiental 5 MRA – 5 e como objetivos específicos colaborar com o

fortalecimento da sociedade civil em busca de saúde e qualidade de vida. No

intuito de facilitar a elaboração do Mapeam

s, que segundo os coordenadores do Projeto, foram definidas pelas

similaridades locais, vizinhança física e por pertencerem a mesma bacia

hidrográfica, sendo que por este motivo os Municípios de Casimiro de Abreu e

Macaé se incluem em dois setores: Setor Praia Sul - Casimiro de Abreu, Rio das

Ostras e Macaé; Setor Serrano - Casimiro de Abreu, Macaé, Trajano de Moraes,

Conceição de Macabu, Santa Maria Madalena e Nova Friburgo e Setor Praia

Norte - Campos, Quissamã, Carapebus e São João da Barra.

A execução do Projeto durante o ano de 2003, foi realizada em três etapas:

ações de mobilização social, organização, capacitação da equipe coordenadora;

informação, divulgação e convocação, ciclo de debates, sessões locais de

mapeamento e conclusão do mapeamento e consolidação dos mapas de

ntais e apresentação do Mapa através de realização de plenária macro-

regional. Os Ciclos de Debates foram realizados nos municípios de Casimiro de

Abreu (junho) e Santa Maria Madalena (agosto), Quissamã (outubro) e São João

da Barra (novembro), sendo convidados vários palestrantes

tes da área de saúde e ambiente e comunidade em geral.

Os eventos visaram instigar os participantes com temas como: radiações

eletromagnéticas não ionizantes, poluição industrial, ocupação desordenada do

solo, mapeamento de

a, estruturação da VAS e construção de indicadores de saúde ambiental,

APA, manejo de bacias hidrográficas, formação de Comitês de Bacias

Page 223: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

224 A Estratégia da Atenção Primária Ambiental – APA e os desafios

e propostas para a sua implementação no Brasil Márcia Moisés

Hidrográficas, avaliação de riscos de dutovias (gasodutos e oleodutos),

agrotóxicos e seus impactos na saúde e no ambiente, saneamento de pequenas

localidades, alterações climáticas, queimadas entre outros, com utilização de

metodologia participativa e problematizadora e muita criatividade, aproveitando os

recursos locais com efetiva presença da comunidade.

Os resultados do Projeto de Mapeamento Ambiental de Riscos à Saúde,

serão apresentados 2004, durante a realização da II Oficina Regional de

Vigilância Ambiental em Saúde da MRA5.

Na Oficina de Atenção Primária Ambiental com a ONG Verdejar

Proteç

A segunda atividade realizada foi a organização e participação efetiva nas

ativida s

ão Ambiental e Humanismo e a participação nas atividades do

Domingo Ecológico na Serra da Misericórdia - Complexo do Alemão –RJ,

realizada nos dias 07 e 08 de junho de 2003 a primeira teve como objetivo

principal capacitar líderes, representantes e entidades da região e do Fórum de

ONGs da Serra da Misericórdia para lidar com as questões de APA. Com a

conclusão da Oficina de APA ficou explicitado em relatório, enviado para os

representantes da ONG e diversos setores que a comunidade solicita a

desativação da pedreira e o reflorestamento da Serra da Misericórdia, conforme já

citado anteriormente nos documento "Serra da Misericórdia - A última área verde

da Leopoldina" e Boletim do Grupo Verdejar Ano I N° 1 de maio de 1999.

de do Domingo Ecológico com ginástica, caminhada e plantio de mudas

na Serra da Misericórdia, dinâmicas de grupo, recital de poesias, feira de troca

solidária, apresentação de grupo de capoeira e eventos musicais.

A iniciativa desenvolvida na região pelo grupo Verdejar constitui em um

laboratório privilegiado para o desenvolvimento de ações de APA em áreas de

favela. O grupo formado por jovens, idosos e até crianças conseguiu deter a

grilagem de terras e a favelização na Serra da Misericórdia e até mesmo o avanço

do tráfico de drogas.

A Oficina de Vigilância Ambiental em Saúde e Atenção Primária

Ambiental realizada no Encontro Regional de Saúde do Movimento dos

Page 224: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

225 A Estratégia da Atenção Primária Ambiental – APA e os desafios

e propostas para a sua implementação no Brasil Márcia Moisés

Trabalhadores Rurais Sem Terra - MST que ocorreu no Município de Cantagalo

- PR no período de 09 a 10 de julho de 2003, teve como objetivo promover

discussões com os representantes das brigadas presentes dos Estados do

Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul para lidar com as questões da APA.

Foram aplicadas dinâmicas de grupo, realizada construção coletiva dos conceitos

de saúde, educação e ambiente e suas interfaces e também realizado mapas de

risco através da técnica do Mapa Falante apontando os principais problemas de

saúde

s assentamentos de reforma agrária. Percebeu-se no final do evento, a

import

relacionados com as questões ambientais, correlacionando-o na

construção da Matriz de Corvalán.

O evento, com os representantes do MST, atingiu seu objetivo de pensar

coletivamente, através da participação efetiva e real em soluções e/ou

encaminhamentos, utilizando a aguçada percepção desenvolvida pelo grupo

presente para os problemas apontados, correlacionando questões e

problemáticas de saúde e às de ambiente, consolidando e expandindo parcerias,

legitimando propostas e ações. Possibilitou também, mantermos parceria na

busca de contribuir com a minimização dos problemas existentes na área da

saúde no

ância de dar continuidade ao processo iniciado, de capacitação de líderes

sobre temática saúde e ambiente, utilizando material educativo específico para

trabalhadores do campo e método pedagógico participativo e problematizador.

A Oficina para Elaboração do Termo de Referência da Cartilha

Nacional de Atenção Primária Ambiental foi coordenada em Brasília pelo

Ministério da Saúde através de representação do GT APRIMA e Agenda 21 Local

no SUS da CGVAM -SVS e pelo Ministério do Meio Ambiente - MMA, contando

com a presença de quarenta e um participantes. Teve como objetivo promover

articulação política, troca de experiências e debate com diversos grupos e setores

da sociedade – instituições públicas e da sociedade civil organizada, além de

ONGs, grupos e/ou movimentos populares para elaboração do Termo de

Referência da Cartilha -TR sobre Atenção Primária Ambiental relativa as ações

locais de saúde ambiental sob o eixo da democracia, sustentabilidade e

intersetorialidade. Foram explicitados pontos como: a necessidade de elaborar

uma cartilha ou um instrumento APA e da existência de uma primeira cartilha

Page 225: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

226 A Estratégia da Atenção Primária Ambiental – APA e os desafios

e propostas para a sua implementação no Brasil Márcia Moisés

elaborada na OPAS e traduzida para o português, mas que não vem atendendo

às necessidades locais das comunidades brasileiras, existindo a necessidade de

aprimorar o instrumento para a linguagem brasileira e levar em consideração o

SUS; revisitar o capítulo da saúde da Agenda 21 brasileira, formar políticas

pública

lada.

fazer um instrumento com

mpla participação do grupo, propondo uma agenda de trabalho; a sistematização

dos trabalhos dos grupos será realizada por cinco pessoas, representando os três

ialidade dentro do MS e a intersetorialidade com os

emai

ocumento que será elaborado; textos que

subsidiarem a Oficina serão modificados e colocados na Rede APRIMA; a

s mais democráticas no momento atual, permitindo que diferentes atores

busquem alternativas mais condizentes; ter vontade política para fazer a

transversalidade, o governo necessita de agir de forma articu

Foi proposta a construção de uma cartilha técnica ou outro instrumento

com conteúdos político e éticos, tentando trabalhar com técnicos e com

representantes dos movimentos populares, trabalhando a construção do

conhecimento coletivo. Foram destacados que o instrumento/ cartilha a ser

construído deve-se pensar em como citar as estratégias como Fóruns Sociais,

Municipais, Estaduais e Nacionais, a Agenda 21 Local, o Desenvolvimento Local

Integrado e Sustentável – DLIS, Municípios Saudáveis, SILOS e APA.. Foram

destaques algumas definições e princípios básicos como o conceito de APA, de

Promoção da Saúde, de Agenda 21, de DLIS, de Municípios Saudáveis e do

FSM.

Foram apresentados em plenária os seguintes pontos: aproveitar o grupo

dos participantes e rever o material elaborado por consultores que serão

contratados para uma revisão final; necessidade de se

a

grupos, trabalhar a intrasetor

d s Ministérios; intervir no processo de capacitação que já está sendo

iniciado, com a capacitação de agentes de saúde ambiental, organizar uma

agenda para o grupo com proposta de seminários para que o GT APRIMA

participasse como: o Fórum Social Brasileiro e o Fórum das Cidades Saudáveis;

todo o material terá que ser retornado para o grupo fazer uma nova revisão e uma

avaliação com participação efetiva do grupo APRIMA, assegurar a participação

efetiva do grupo participante do GT APRIMA e da Oficina na avaliação e revisão

da cartilha; colocar um glossário no d

Page 226: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

227 A Estratégia da Atenção Primária Ambiental – APA e os desafios

e propostas para a sua implementação no Brasil Márcia Moisés

memória do evento será divulgada na Rede APRIMA para sugestões e

idade, no contexto do SUS, incitando o processo de

reflexão da inclusão do componente saúde ambiental na Atenção Básica –

Progra

os Bairros, do

Plano

o-se aos temas ambientais e às políticas

ambientais nacionais e internacionais.

modificações e firma-se a intenção de organizar mais uma Oficina para debater os

resultados finais do material produzido e os encaminhamentos dos futuros

projetos pilotos para testagem do material em diversas regiões do país.

Um dos principais pontos enfatizados pelos participantes no final do evento

foi a utilização do termo Cadernos para Ações Locais em Saúde Ambiental ao

invés de Cartilha Nacional de Atenção Primária Ambiental.

A Oficina de APA realizada no Município de Pinheiral - RJ, no período de

20 a 21 de outubro de 2003 teve como principal objetivo contribuir para o

desenvolvimento de ações integradas de saúde ambiental ao nível local com

participação da comun

ma Agente Comunitário de Saúde/Programa Saúde da Família. O evento

culminou com a realização de diagnóstico participativo com utilização da Matriz de

Corvalán. Foi realizada uma seleção de representantes para composição de

grupo responsável que fará a elaboração do projeto de inserção das ações de

saúde ambiental no SUS visando a melhoria de saúde com propostas de

realização do Plano de Ação Integrado (Interno), de Mapeamento d

de Ação Integrado e Intersetorial, de Avaliação e Sustentabilidade e de

Organização do Cronograma de Reuniões para 2003.

Resultados e discussão

Como cita a OMS (1999, p.26), a APA não é uma negação, nem uma

substituição da APS, mas é uma proposta qualitativamente diferente. As bases

para o conceito de APA encontram-se na vertente da APS, pois esta estratégia

baseia-se nos valores de equidade, participação, eficiência e integração da APS,

mas vai além, incluindo a descentralização, a interdisciplinaridade, a participação

efetiva, a organização, a coordenação, a autonomia e a solidariedade. A novidade

é utilizar a APA como estratégia, aplicand

Page 227: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

228 A Estratégia da Atenção Primária Ambiental – APA e os desafios

e propostas para a sua implementação no Brasil Márcia Moisés

Uma importante elucidação para os desejosos em utilizar a estratégia da

APA é que os técnicos selecionados para atuar junto com os representantes dos

Movimentos Sociais com objetivo de organizar os cursos, oficinas e materiais

educativos coadunem com os seguintes princípios explicitados por Bogo (2003):

"Sabe

upa espaço de poder,

sem ti

o mais importante resultado obtido pelo GT APRIMA e

Agend

al no SUS, consolidação dos marcos teórico-

conceituais, articulação e interface com os sistemas de informação existentes,

propos

financiamento, desenvolvimento e apoio

de pr

r relacionar-se com todas as forças sociais sem "ideologizar" as

divergências, respeitando as diferenças( se essas não representem desvios) ,

buscando sempre a unidade em torno dos objetos Estabelecer uma linguagem

acessível nas formas de comunicação com o povo Saber interpretar as

circunstâncias políticas e as tradições de luta do povo. Saber interpretar quais são

as forças sociais capazes de se constituir em forças de mudança e quais são as

formas de organização que se deve estabelecer para que estas participem

ativamente ". (p. 421).

A utilização de métodos participativos e problematizadores, que valorizam

a participação efetiva da comunidade, muitas vezes tornam-se processos de difícil

realização, exigindo gradual mudança de paradigma, grande paciência e

flexibilidade. Demo (1988, p. 2) cita que “é preciso entender que participação que

dá certo traz problemas. Pois este é seu sentido. Não se oc

rá-lo de alguém. O que acarreta riscos, próprios do negócio".

Pode-se citar que

a 21 Local no SUS para a implementação da APA no Brasil foi a construção

e elaboração de forma coletiva do documento “Plano de Trabalho do GT sobre

Atenção Primária Ambiental e Agenda 21 Local no SUS”, com explicitação da

finalidade, atores envolvidos, linhas de ação com identificação de experiências

relacionadas a APA e Agenda 21 Loc

tas de elaboração e implementação de capacitação e formação,

contribuição na promoção de debates e divulgação da APA e da Agenda 21 Local

no SUS, articulação inter e intrasetorial,

ojetos - piloto de implementação da APA e Agenda 21 no SUS,

encaminhamentos finais e comentários.

Page 228: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

229 A Estratégia da Atenção Primária Ambiental – APA e os desafios

e propostas para a sua implementação no Brasil Márcia Moisés

Quanto ao desenvolvimento e apoio de Projetos Piloto de implementação

da APA e Agenda 21 no SUS, o GT por meio da COPESA, vem desenvolvendo

pro

campo

articul istério

do

propos

FNMA

21

“Da A

construção de espaços saudáveis e convergências no Brasil” está sendo iniciado

o d

suas d

edital a

inc

concre

saúde, explicita-se que:

Ambie

novam

processo de confusão de competências entre os setores de saúde e ambiente”

(Ca

ção do Corredor Temático

ent

Sociai

Agend

jetos com o objetivo de contribuir para o aprimoramento metodológico deste

.

Dentro do enfoque da intersetorialidade, destaca-se a consolidação da

ação e parceria da CGVAM – SVS com a Secretaria Executiva do Min

Meio Ambiente – MMA, através do Fundo Nacional do Meio Ambiente na

ta de Construção de Agendas 21 Locais explicitada no novo Edital do

n° 2 de julho de 2003. O edital financiará projetos relacionados à Agenda

Local, incorporando a utilização da estratégia da APA. Segundo o documento

tenção Primária Ambiental para a Atenção Primária em Saúde Ambiental:

esenvolvimento de uma integração transversal das iniciativas, preservando

efinições e espaços de atuação, mas agregando novos olhares. O novo

inclui a revisão de algumas características do edital anterior e

orporação de novas parcerias. A inserção da CGVAM na Agenda 21 Local se

tiza através da APA (Carneiro & Moisés et al, 2003).

Quanto à sigla APA referir-se ao termo primária e não incluir o termo

“... não se utiliza a terminologia “Atenção Secundária ou Terciária

ntal” e como APA é uma estratégia promovida pelo setor saúde, o termo

ente carece de qualquer referência a este, o que pode contribuir no

rneiro & Moisés et al, 2003, p.2).

Outros importantes destaques foram: a organiza

re outros e os Encontros, Seminários, Oficinas e Reuniões com os Movimentos

s, principalmente MST e MOPS.

Além dos itens explicitados no Plano de Trabalho do GT APRIMA e

a 21 Local no SUS, podemos enfatizar os seguintes avanços para a

Page 229: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

230 A Estratégia da Atenção Primária Ambiental – APA e os desafios

e propostas para a sua implementação no Brasil Márcia Moisés

implementação da estratégia de Atenção Primária Ambiental no Brasil, que

tiveram intensa participação do GT para obtenção de resultados favoráveis:

oletiva com participação efetiva de técnicos, militantes e

representantes dos movimentos sociais e segmentos da sociedade;

onstrução de espaços saudáveis e

convergência no Brasil”, organizado pelos moderadores do GT e

RASCO, durante a exposição oral

e nas Oficinas da Matriz de Corvalán ou Matriz de

ão a Oficina de APA realizada no Complexo do Alemão no

reservando

suas definições e espaços de atuação, mas agregando novos olhares.

A construção do Termo de Referência para a elaboração da Cartilha

Nacional de Atenção Primária Ambiental, através de um processo de

construção c

A proposta de construção de Cadernos de Ações Locais de Saúde

Ambiental, oriunda da Oficina para Construção do Termo de Referência da

Cartilha Nacional de APA, com enfoque nacional e popular;

O fortalecimento do GT através das atividades realizadas (oficinas,

seminários, encontros, reuniões) e pela troca de conhecimentos e

experiências via Internet;

A realização de eventos com metodologia participativa e problematizadora,

facilitando o processo de construção coletiva sobre enfoques de saúde e

ambiente, atrelado às questões sociais, políticas e econômicas do país;

A valorização e socialização das experiências através de apresentações

orais e de posters sobre as atividades do GT no VII Congresso da

ABRASCO;

A organização do artigo “Da Atenção Primária Ambiental para a Atenção

Primária em Saúde Ambiental: c

apresentado no VII Congresso da AB

com o título: “A formação do Grupo de Trabalho de Atenção Primária

ambiental – APA e Agenda 21 Local no SUS”;

A utilização com facilidad

Saúde e Ambiente ou Matriz de Causa e Efeito;

A construção de indicadores de saúde ambiental no nível local, como

exemplificaç

Município do Rio de Janeiro – RJ;

O desenvolvimento de uma integração transversal das iniciativas, como

Agenda 21, cidades e municípios saudáveis, DILIS e APA, p

Page 230: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

231 A Estratégia da Atenção Primária Ambiental – APA e os desafios

e propostas para a sua implementação no Brasil Márcia Moisés

Re

Trabalho do GT APRIMA e Agenda 21 Lo

Oficina Nacional de Atenção Pr

novembro de 2002:

contribuições;

ntes do GT APRIMA e

aliação progressiva para que

os os setores, principalmente com o

fundamental neste processo. A

muitas vezes exige

Outra

Elaborar textos sobre APA e incluí-los nos Cursos Básicos de Vigilância

o técnica e pedagógica com utilização de metodologia

participativa e problematizadora para os líderes comunitários, o pessoal da

comendações

Seria interessante reforçar alguns comentários já elucidados no Plano de

cal no SUS reestruturado durante a I

imária Ambiental e Agenda 21 Local no SUS, em

Enviar o Plano de Trabalho do GT, já aprovado na plenária para todas as

entidades, aprovando primeiramente na COPESA, objetivando a realização

de discussões internas para novas

Realizar reuniões periódicas com os representa

Agenda 21 Local no SUS e convidados, a partir de um planejamento

coletivo, para estabelecer um processo de av

este plano possa ser implementado em um período de três anos;

As estratégias de APA e Agenda 21 Local no SUS devem ser construídas

com a participação de tod

fortalecimento da sociedade civil organizada no âmbito local por meio da

participação popular, considerada

existência de diversos setores e interesses conduz a necessidade de se

pactuar uma proposta; o processo participativo

paciência e determinação.

s recomendações importantes:

Ambiental – CBVA e outros cursos que vem sendo organizados pela

CGVAM em todo Brasil;

Incluir a temática APA no cronograma dos cursos de Vigilância Ambiental

em Saúde, incluindo o Curso de Especialização em Vigilância Ambiental

em Saúde;

Propor capacitaçã

atenção básica, setor ambiental e outros sobre a temática APA;

Page 231: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

232 A Estratégia da Atenção Primária Ambiental – APA e os desafios

e propostas para a sua implementação no Brasil Márcia Moisés

Propor formação específica em saúde ambiental para os profissionais que

desejem atuar na área;

Fomentar a realização de iniciativas para a construção de indicadores de

saúde ambiental no nível local tendo como exemplos as experiências de

Ampliar o grupo de participantes da REDE APRIMA, objetivando troca de

conhecimentos, informações e experiências;

organizar cursos sobre Atenção Primária Ambiental;

Produzir material didático como fitas de vídeo, CD ROM, cadernos, folders

por exemplo, o MST;

zado em

denominado Cartilha Nacional de APA ou de Cadernos para Ações Locais em

Elabo

de Pr

Atenç

“exis estar mais sintonizadas

Mapeamento de Riscos Ambientais da MRA-5, Complexo do Alemão no

Rio de Janeiro, Municípios do Espírito Santo;

Propor a utilização durante as oficinas, mapeamentos de risco, reuniões e

outros, a utilização da Matriz de Corvalán para a construção dos

indicadores de saúde e ambiente;

Assessorar os CAPAS e outras iniciativas locais;

Promover e

e outros sobre a temática APA;

Produzir material específico para crianças e adolescentes sobre a temática

APA como músicas, gibis e outros;

Discutir a estratégia da APA com relação ao campo, aproveitando espaços

privilegiados no âmbito, como,

Dar continuidade a articulação alcançada entre os movimentos sociais no

campo da saúde e ambiente no III Fórum Social Mundial reali

janeiro de 2003 em Porto Alegre – RS.

Outra importante recomendação seria a construção de um instrumento,

Saúde Ambiental (conforme proposto pelo grupo de participantes na Oficina para

ração do Termo de Referência da Cartilha Nacional de Atenção Primária

Ambiental), com modificação do nome, pois no Brasil a sigla APA que dizer Área

oteção Ambiental.

Seguindo os comentários citados no Plano de Trabalho do GT sobre

ão Primária Ambiental – APA e Agenda 21 Local no SUS (2002, p.7)

tem várias sugestões de definições que poderiam

Page 232: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

233 A Estratégia da Atenção Primária Ambiental – APA e os desafios

e propostas para a sua implementação no Brasil Márcia Moisés

com a realidade brasileira”. Fica explicitado o desafio de mudança da definição de

com utilização do termo Ações Locais de Saúde Ambiental, com a proposta

speitar o setor saúde como promotor do processo

APA

de re e recolocar a saúde

milita rea de saúde e ambiente, têm sobre

que estas idéias deixem de servir aos interesses menores e sirvam aos interesses

politic

BIBL

CARNEIRO.F.; MOISÉS.M.; PERES, F. et al. Da Atenção Primária Ambiental

o Brasil. In: VII CONGRESSO DA

CAR

CON

CON

a MRA 5. Rio de Janeiro: 2003.5p

iro: 2003. 21p.

os Ambientais da MRA-5 realizada em 06 de junho de 2003 em Casimiro de Abreu –RJ. Rio de Janeiro: 2003. 6.p

ambiental como o objeto agregador das ações no nível local.

Importante concluirmos, pontuando a grande preocupação que técnicos,

ntes, ativistas e líderes que atuam na á

a utilização da estratégia da APA como forma de cooptação. Devemos fazer com

dos movimentos populares, sendo que para isso é importante se apropriar

amente da idéia e da ação (Carneiro & Sá, 2002).

IOGRAFIA BOGO, A. Arquitetos de sonhos.São Paulo: Expressão Popular, 2003.176p.

para a Atenção Primária em Saúde Ambiental: construção de espaços saudáveis e convergências nABRASCO, 2003. Brasília.6p.

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Relatório do Seminário de Atenção Primária Ambiental e a Estratégia de Saúde da Família: Caminhos para a promoção da saúde. Brasília: 2002.

4p.

SÓRCIO INTERMUNICIPAL DA MACRO REGIÃO AMBIENTAL Nº 5.Projeto de Mapeamento de Riscos Ambientais d

__________.Projeto Executivo de Mapeamento de Riscos Ambientais da Macro Região Ambiental 5. Rio de Jane

__________. Relatório da I Mesa Redonda Regional do Mapeamento de Risc

Page 233: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

234 A Estratégia da Atenção Primária Ambiental – APA e os desafios

e propostas para a sua implementação no Brasil Márcia Moisés

__________. Relatório do II Ciclo de debates do Mapeamento de Riscos Ambientais em Saúde da MRA –5 realizado em 08 de agosto de 2003 em

COO Estados Articulados.

____

COS Relato da Organização e

GRESSO DE SAÚDE COLETIVA.2003, Brasília. Anais. Brasília:

DEM

DIÁR

MINI DE SAÚDE.

.

2001.5p.

Santa Maria Madalena -RJ. Rio de Janeiro: 2003. 3p

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Saúde em Conta Gotas, Brasília, abril de 2003. Nº 34 –Ano 4. Rede de

Educadores Populares de Saúde, p.3.

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IO OFICIAL DA UNIÃO. Nº 110 de 10 de junho de 2003. Decreto nº 4.726.

De 09 de junho de 2003.

__________. Seção 1. Folha 58. Nº 197 de 10 de outubro de 2003. Portaria Nº 1.931. De 09 de outubro de 2003.

STÉRIO DA SAÚDE. FUNDAÇÃO NACIONAL

COORDENAÇÃO REGIONAL DO RIO DE JANEIRO. Relatório do Seminário de Atenção Primária Ambiental realizado Hotel Novo Mundo

–Município do Rio de Janeiro – RJ. Período de 24 a 25 de maio de 2000. 7p

MINISTÉRIO DA SAÚDE. FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE. CENTRO

NACIONAL DE EPIDEMIOLOGIA. COORDENAÇÃO DE VIGILÂNCIA

AMBIENTAL EM SAÚDE. Relatório da I Oficina Nacional de Atenção Primária Ambiental como uma das estratégias para a Vigilância Ambiental em Saúde. Brasília:

__________ . Relatório da Oficina de Trabalho sobre Atenção Primária Avançando o SUS. Brasília. 2001. 5p.

__________.Instrução Normativa Nº 1, de 25 de setembro de 2001. Brasília:

7p.

Page 234: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

235 A Estratégia da Atenção Primária Ambiental – APA e os desafios

e propostas para a sua implementação no Brasil Márcia Moisés

MINI

l em saúde. Brasília: Fundação Nacional de Saúde, 2002.44 p.

MINI AÇÃO NACIONAL DE SAÚDE. CENTRO

cia Regional

__________.Projeto de realização de Oficina Nacional de Atenção Primária

____

NAMA e dos Centros de Atenção Primária Ambiental Santo. Brasília: 2003.3p

realizadas junto à ONG Verdejar Proteção Ambiental e

____

____ lizadas junto aos representantes do

STÉRIO DA SAÚDE. FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE. Vigilância

ambienta__________. Textos de Epidemiologia para Vigilância Ambiental em Saúde.

Brasília: Fundação Nacional de Saúde. 2002. 131p.

STÉRIO DA SAÚDE. FUND

NACIONAL DE EPIDEMIOLOGIA. COORDENAÇÃO DE VIGILÃNCIA

AMBIENTAL EM SAÚDE. Relatório da Oficina de Atenção Primária Ambiental e a Estratégia de Saúde da Família: Caminhos para a Promoção da Saúde. Fortaleza: 2002. 4p.

__________.Termo de Referência para a realização da I Oficina Nacional de Atenção Primária Ambiental e Agenda 21 Local no SUS. Brasília: 2002.

8p.

__________. Relatório da I Oficina Nacional de Atenção Primária Ambiental e Agenda 21 Local no SUS. Pré - momento da III ConferênLatino-Americana de Promoção da Saúde e Educação para a Saúde.

Brasília: Fundação Nacional de Saúde. 2002. 2p.

Ambiental como estratégia da Vigilância Ambiental em Saúde junto ao Movimento Popular de Saúde – MOPS. Brasília: 2003. 6p.

______. Relatório do Encontro da Associação Nacional de Municípios e Meio Ambiente – A–CAPAS dos Municípios do Estado do Espírito

MINISTÉRIO DA SAÚDE. .SECRETARIA DE VIGILÃNCIA EM SAÚDE.

COORDENAÇÃO DE VIGILÃNCIA AMBIENTAL EM SAÚDE.

COORDENAÇÃO DE VIGILÃNCIA AMBIENTAL EM SAÚDE. Memória das Atividades Urbanismo. Brasília: 2003. p5.

______.Memória parcial da Oficina para elaboração da Cartilha Nacional de Atenção Primária Ambiental. Brasília: 2003. 12p

______.Memória das atividades reaMovimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST no período de

Page 235: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

236 A Estratégia da Atenção Primária Ambiental – APA e os desafios

e propostas para a sua implementação no Brasil Márcia Moisés

09 a 10 de julho de 2003 no Município de Cantagalo – PR. Brasília:

2003.4p.

______.Relatório da____ Oficina de Atenção Primária Ambiental como

MINI

nda 21 Local no Sistema

____ e Referência para elaboração da Oficina para elaboração da Cartilha Nacional de Atenção Primária Ambiental. Brasília: 2003.6p.

__________. FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE. Curso Básico de Vigilância Ambiental em Saúde – CBVA. Módulo I. Brasília. 2003. 64p.

MISTÉRIO DA SAÚDE. SECRETARIA DE VIGILANCIA EM SAÚDE. Relatório

Técnico do Projeto VIGISUS. Componente II. Brasília: outubro de 2003. 10

p.

MISTÉRIO DA SAÚDE. SECRETARIA DE VIGILANCIA EM SAÚDE.

COORDENAÇÃO DE VIGILÃNCIA AMBIENTAL EM SAUDE. Relatório de Execução da Ação Relacionada a Política Nacional de Saúde Ambiental. Brasília: 2003.9p.

__________.Relatório de Gestão.Brasília: 2003.27p.

MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. Memória do Corredor Temático de

Saúde, Ambiente, Trabalho, Habitação, Saneamento e Sociedade no Fórum Social Mundial. Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego – SIT .

2003. 58p.

NETTO.G.F.; CARNEIRO.F; MOISÉS.M et al. A formação do Grupo de Trabalho de Atenção Primária Ambiental – APA e Agenda 21 Local no SUS. In: VII CONGRESSO DE SAÚDE COLETIVA. 2003, Brasília. Anais.

Brasília: ABRASCO, 2003.v.1,p.410.

NETTO.G.F; CARNEIRO.F.F. A Vigilância Ambiental em Saúde e a promoção de

ambientes saudáveis. Revista da Saúde. O Brasil falando como quer ser

Instrumento de Vigilância Ambiental em Saúde na Atenção Básica – PAC/PSF. Brasília: 2003.7p.

STÉRIO DA SAÚDE. COMISSÃO PERMANENTE DE SAÚDE AMBIENTAL –

GT DE APA E AGENDA 21 LOCAL NO SUS. Plano de Trabalho do GT sobre Atenção Primária Ambiental – APA e AgeÚnico de Saúde – SUS. Brasília: 2002.5p.

______ Termo d

Page 236: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

237 A Estratégia da Atenção Primária Ambiental – APA e os desafios

e propostas para a sua implementação no Brasil Márcia Moisés

tratado. A de vida e bem

-estar. Pub rasília, ano IV-

ORGANIZAÇÃO PANAMERICANA DA AÚDE.ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE

SAÚDE. DIVISÃO DE SAÚDE E AMBIENTE. Programa de Qualidade

Ambiental. Atenção Primária Ambiental (APA). Washington, D.C.1999.60p.

__________.Municípios e Comunidades saudáveis.Guia dos prefeitos para

mbientes saudáveis: Promoção da saúde, qualidade

licação do Conselho Nacional de Saúde CNS. B

n°4 –p.31.abril.2003

S

promover qualidade de vida Brasília:.2002. 69p.

ROYQUAYROL.M.Z.; FILHO.N.A. et al. Epidemiologia e Saúde. Rio de Janeiro:

Medsi. 2003.728p.

Page 237: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

NÚCLEO DE ESTUDOS DE SAÚDE COLETIVA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM VIGILÂNCIA AMBIENTAL EM SAÚDE

UMA ANÁLISE DA QUALIDADE DA ÁGUA PARA CONSUMO HUMANO DOS SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DA 1ª DIRETORIA REGIONAL DE

S DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE VIGILÂNCIA DA QUALIDADE DA ÁGUA PARA CONSUMO HUMANO –

SISÁGUA

Maria Cristina Passos Presídio

Adaptação da Monografia apresentada ao Núcleo de Estudos de Saúde Coletiva como pré-requisito para a obtenção do Titulo de Especialista em Vigilância Ambiental em Saúde

- 2003 -

SAÚDE ATRAVÉS DO BANCO DE DADO

Page 238: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ
Page 239: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

RESUMO

O objetivo deste trabalho foi fazer uma análise da qualidade da água para

consumo humano dos sistemas de abastecimentos de água que atendem a

popula 2

s

,

,

e

tes. Concluiu-se que a água fornecida pelos sistemas de

abaste

s

rmes totais no controle

da rede de distribuição, que apresentou amostras fora dos padrões em apenas

quatro meses do ano de 2002.

: Água, Qualidade da Água

ção da área da 1ª Diretoria Regional de Saúde da Bahia no ano de 200

através dos dados do Sistema de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo

Humano - SISÁGUA. A 1ª Diretoria Regional de Saúde é composta pelo

municípios de Candeias, Camaçari, Dias D’Ávila, Itaparica, Lauro de Freitas

Madre Deus, Salvador, Simões Filho, São Francisco do Conde, Santo Amaro e

Vera Cruz. As variáveis estudadas foram turbidez da água, cloro residual livre

intermitência dos sistemas de abastecimento de água, coliformes totais

coliformes termotoleran

cimento de água da regional, na maioria dos meses do ano de 2002, em

todas as variáveis houveram sistemas com amostras fora dos padrõe

estabelecidos pela Portaria 36/90, exceto quanto a colifo

Palavras Chave

Page 240: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

INTRO

A qualidade da água tem sido comprometida desde o manancial até a

torneira das casas

Segundo FUNASA apud Rebouças (1997: 6) “este quadro está

DUÇÃO

Devido a escassez crescente do recurso água e à deterioração da

qualidade dos mananciais, o abastecimento público de água em termos de

qualidade e quantidade tornou-se uma preocupação crescente. “A sociedade

mundial precisa ficar alerta a redução dos estoques de água doce no planeta,

ao uso indiscriminado, a contaminação, a poluição e a degradação dos

mananciais e as conseqüências que todos esses problemas acarretarão para o

futuro da humanidade” (FUNASA apud OLIVEIRA FILHO, 2000).

mesmo passando por sistema de abastecimento. A

qualidade da água tratada nos sistemas de abastecimento de água tem caído

ao chegar na rede de distribuição em decorrência da intermitência do serviço

de distribuição, pela baixa cobertura da população com sistema público de

esgotamento sanitário, pela obsolência da rede de distribuição, pela

manutenção deficiente, entre outros. A contaminação intradomiciliar se deve

muitas vezes pela precariedade das instalações hidráulico-sanitárias, pela falta

de manutenção ou manutenção inadequada dos reservatórios e pelo manuseio

inadequado da água (FUNASA, 2002).

No Brasil, a água doce como um recurso natural renovável tem sido

afetada em várias regiões do país em função dos processos de urbanização,

industrialização, mineração e de produção agrícola não levarem em conta a

capacidade de suporte dos ecossistemas (FUNASA apud REBOUÇAS, 1997).

sensivelmente associado ao lançamento – deliberado ou não – de mais de 90%

dos esgotos domésticos e cerca de 70% dos efluentes industriais não tratados,

o que tem gerado a poluição dos corpos de água doce de superfície, em níveis

nunca antes imaginado”.

Page 241: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

242

A Bahia não foge a realidade do Brasil no tratamento que é dado a água.

A Empresa Baiana de Águas e Saneamento, EMBASA, é a maior prestadora

de serviços de tratamento de água do Estado, atendendo a cerca de 7,2

milhões de pessoas em 344 municípios dos 417 existentes no Estado da Bahia

(EMBASA, 2003). As sessenta e sete cidades restantes possuem sistemas

unicipais de abastecimento de água.

pode-se veicular um elevado número de substancias

químicas e biológicas potencialmente capazes de causar enfermidades por

meio

LEGISLAÇÃO

águas do

publicou a

água para consumo humano. Esta Portaria foi revisada e dessa revisão

elabor

2001 que

controle e padrão

de pot il

regulament

FUNASA, se estabeleceu o Sistema Nacional de Vigilância Ambiental em

m

Através da água

da ingestão de água contaminada. A quantidade insuficiente de água

fornecida ao indivíduo levando a hábitos de higiene insatisfatórios pode,

também, gerar doenças relacionadas a higiene inadequada do corpo, dos

utensílios e do ambiente domiciliar. A qualidade, quantidade e regularidade no

fornecimento são fatores determinantes na ocorrência de doenças veiculadas

pela água ao homem.

O objetivo desse trabalho é fazer uma análise da qualidade da água do

abastecimento público fornecida a população da 1ªDiretoria Regional de Saúde

através do banco de dados do SISÁGUA no ano de 2002.

Em 1986 publicou-se a Resolução nº 20 do CONAMA, que classifica as

s mananciais e busca protege-las; em 1990 o Ministério da Saúde

Portaria nº36 que estabelecia normas e padrões para a qualidade da

ou-se a Portaria 1469 publicada em 2000 e republicada em fevereiro e

estabelece os procedimentos e responsabilidades relativos ao

vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu

ab idade, e dá outras providências.

Com a Instrução Normativa nº 01, de 25 de setembro de 2001, que

a a Portaria nº 1399/1999 de 15 de dezembro de 1999, da

Page 242: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

243

Saúde

ambiental

Este sistema define a vigilância ambiental em saúde como o conjunto de

ações

fatores de ferem na

saúde

controle d enças ou outros agravos à

saúde. Ele também indica como prioridades para intervenção os fatores

biológ

rais

e acid

estruturar e implantar o Sistema Nacional de

Vigilân

de Vigilância da Qualidade da Água para

ilidade da FUNASA na Coordenação Geral de Vigilância Ambiental.

foi criada a Secretaria de

e que hoje é a responsável pela exec ma.

implantou o Programa Nacional de Vigilância da

20 ados

tar

cia sobre sistemas e soluções alternativas de

de a captação distribuição

– SINVAS, definindo as bases para a implementação da vigilância

em saúde no país (FUNASA, 2002).

que proporciona o conhecimento e a detecção de qualquer mudança nos

terminantes e condicionantes do meio ambiente que inter

humana, com a finalidade de identificar as medidas de prevenção e

e riscos ambientais relacionados às do

icos representados pelos vetores, hospedeiros, reservatórios e animais

peçonhentos e os fatores não biológicos, que incluem a qualidade da água

para consumo humano, ar, solo, contaminantes ambientais, desastres natu

entes com produtos perigosos (FUNASA, 2002).

O Subsistema Nacional de Vigilância da Qualidade da Água para

Consumo Humano, também chamado de VIGIÁGUA faz parte do SINVAS. O

VIGIÁGUA tem como meta

cia Ambiental em Saúde relacionado à Qualidade da Água para

Consumo Humano, e como objetivos específicos garantir os padrões de

potabilidade da água para consumo humano segundo a Portaria nº 1469/00,

reduzir a ocorrência de doenças e agravos transmitidas e/ou veiculadas pela

água e, expandir a vigilância da qualidade da água para consumo humano para

as áreas indígenas (FUNASA, 2002).

O Programa Nacional

Consumo Humano, em 2002 encontrava-se a nível federal sob

responsab

Com a reestruturação do governo federal, em 2003

Vigilância em Saúd ução desse progra

O Ministério da Saúde

Qualidade da Água para Consumo Humano em

utilizados como estados

00 em cinco est

-piloto, dentre eles a Bahia, co

atividades de vigilân

m o objetivo de execu

abastecimento de água das comunidades des até a

Page 243: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

244

e consumo com a finalidade de garantir a sua qualidade. atividades

ua para consumo humano, monitorar,

liar situações de risco, re s de

SISTEMA DE INFORMAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA PARA CONSUMO

e

Humano, SISÁGUA,

das

consumo humano, que tem por objetivo geral coletar, transmitir e disseminar

d e

i o a Portaria nº

1469/00 do Ministér es para avaliação da

q ap

Os objetivos e

diversas formas de

abastecimento de água;

• sistematizar as informações sobre o controle da qualidade da água

de abastecimento de água

e pelos responsáveis pelas soluções alternativas coletivas de

abastecimento de água;

em função das diversas formas de abastecimento de água;

Essas

englobam diagnosticar a qualidade da ág

processar informações, ava comendar medida

controle e disseminar informações para a população.

OHUMANO – SISÁGUA

O Sistema d Informação da Qualidade da Água para Consumo

é um dos instrumentos concebidos para ser utilizado no

desenvolvimento ações da vigilância e controle da qualidade da água para

ados gerados rotin iramente de forma a produzir informações necessárias à

prática da vigilância d

secretarias municipa

a qualidade da água para consumo humano por parte das

s e estaduais de saúde, em cumpriment

io da Saúde, ou seja informaçõ

ualidade da água, ós uma análise consistente dos dados.

specíficos SISÁGUA são:

• sistematizar as informações cadastrais das

fornecida pelos prestadores dos serviços

• coletar e sistematizar informações para fins da vigilância da

qualidade da água de sistemas públicos e privados e de soluções

alternativas coletivas e individuais de abastecimento de água;

• propiciar a prática da vigilância da qualidade da água para consumo

humano pelo gestor municipal, de forma sistematizada;

• possibilitar a promoção da análise da classificação de risco à saúde

Page 244: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

245

• possibilitar a avaliação conjunta de informação de vigilância

ambiental com vigilância epidemiológica de forma a identificar as

situações de risco;

• auxiliar as tomadas de decisões sobre ações preventivas e

corretivas, assim como avaliar os procedimentos adotados;

mento a partir de

indicadores epidemiológicos.

indicadores sanitários concebidos para serem utilizados na

igilância da qualidade da água para consumo humano foram selecionados

como

is da cadeia desenvolvimento-

meio

• disseminar as informações de forma a socializá-las junto aos órgão

públicos e a sociedade civil organizada.

A gerência do SISÁGUA segue as orientações do SUS quanto às ações

descentralizadas e hierarquizadas. O sistema funciona em rede iniciando na

instância municipal, passando pela estadual e chegando na esfera federal.

A partir da estruturação da vigilância ambiental em saúde, a FUNASA

iniciou o processo de discussão em vários fóruns, no qual foram estabelecidos

os indicadores sanitários para priorização de ações de sanea

Alguns dos

v

indicadores do SISÁGUA. O Quadro 1 mostra os indicadores sanitários

selecionadas para representar os diversos níve

ambiente-saúde relacionados à vigilância da qualidade da água para

consumo humano. O Quadro 2 apresenta os indicadores do SISÁGUA com

seus respectivos significados.

Quadro 1 – Indicadores de vigilância da qualidade da água para consumo humano.

Indicador Fonte 1. Qualidade bacteriológica da água (consumida e distribuída)

Prestador de serviço

2. Turbidez da água Prestador de serviço 3. Níveis de cloro residual Prestador de serviço 4. Tratamento domiciliar da água Secretarias Municipais de

Saúde 5. Atendimento da legislação de controle da qualidade da água de consumo humano

Prestador de serviço

6. Atenágua d

dimento da legislação de vigilância da qualidade da e consumo humano

Secretarias Municipais de Saúde

7. Instalações intradomiciliares IBGE 8. Cobertura da população em abastecimento de água IBGE

Page 245: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

246

9. Cobertura da população em esgotamento sanitário IBGE 10. Cobertura da população em limpeza pública IBGE 11. Tratamento da água Prestador de serviço 12. Desinfecção da água Prestador de serviço 13. Consumo per capita de água Prestador de serviço 14. Regularidade do serviço de abastecimento de água Prestador de serviço 15. Intermitência do serviço de abastecimento de água Prestador de serviço 16. Certificação dos operadores de SAS Prestador de serviço

Fonte: FUNASA, 2003

Quadro 2 – Indicadores selecionados para o SISÁGUA Grupo de indicadores Indicadores selecionados Qualidade bacteriológica da água

Percentual das amostras com ausência de coliformes totais na rede de distribuição; Percentual das amostras com ausência de coliformes termotolerantes na rede de distribuição.

Turbidez da água Turbidez da água – percentual das amostras com turbidez dentro dos padrões em relação à Portaria MS nº 1469/00 (< 5 UT) na rede de distribuição.

Nível de cloro residual Percentual das amostras com cloro residual livre dentro dos padrões em relação à Portaria MS nº 1469/00 (> 0,2 mg/l) na rede

ção. de distribuiCobertura de Percentuabaste

al da população do município atendida com sistema de cimento de água abastecimento de água.

Tratamento da água Percentual da população do município atendida com sistema de abastecimento de água com tratamento.

Desinfecçã a Percentual da população do município atendida com sistema de abastecimento de água com desinfecção.

o de águ

Consumo per capita Consumo médio per capita da população atendida por sistemas de abastecimento de água no município.

Regularida ma de de Percentual da população do município atendida com sisteabastecimento de água com intermitência.

Fonte:

A PRI

Salvador,

Simões Filho, São Francisco do Conde, Itaparica e Vera Cruz, situados na

Região Metropolitana de Salvador e Santo Amaro situado no Recôncavo

icípios relacionados encontram-se no continente, exceto

Itapari e

FUNASA, 2003.

MEIRA DIRETORIA REGIONAL DE SAÚDE

A Primeira Diretoria Regional de Saúde é composta pelos municípios de

Candeias, Camaçari, Dias D’Ávila, Lauro de Freitas, Madre de Deus,

Baiano. Todos os mun

ca Vera Cruz que constituem a Ilha de Itaparica.

Page 246: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

247

A Vigilância Sanitária e Ambiental dos municípios é a responsável pela

do Programa Nacional de Vigilância da Qualidade da Água nos

e todos participaram desde o início da implantação do Programa

execução

mesmos,

Nacion

Estado.

Ess to de

água, cuja prestadora é a Embasa e, utilizam como fontes de alimentação tanto

ananciais subterrâneos.

Alé

principalm da por águas de solução alternativa

de aba

de abaste

água, incluindo, entre outras, fonte, poço comunitário, distribuição por veículo

transp

METODO

critivo realizado na área

de atuação da 1ª Diretoria

Áre Metropolitana

de Salvador e é formada pelos municípios de Candeias, Camaçari, Dias

’Ávila, Madre de Deus, Lauro de Freitas, Itaparica, Vera Cruz, Salvador,

imões Filho, São Francisco do Conde e o município de Santo Amaro no

ecôncavo baiano. Estes municípios estão na área de atuação da Primeira

iretoria Regional de Saúde.

As variáveis do estudo são cloro residual, turbidez, coliformes totais,

oliformes termotolerantes e intermitência do sistema de abastecimento de

gua.

Fonte e coleta de dados: foram utilizados dados secundários nas

nálises. Os dados foram coletados dos relatórios gerenciais de sistemas de

al de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano no

es municípios são abastecidos por 18 sistemas de abastecimen

mananciais de superfície como m

m dos sistemas de abastecimento de água a população,

ente a rural, também é abasteci

stecimento de água, definida pela Portaria 1469 como “toda modalidade

cimento coletivo de água distinta do sistema de abastecimento de

ortador, instalações condominiais horizontal e vertical”.

LOGIA

Desenho do estudo: trata-se de um estudo des

Regional de Saúde.

a de estudo: a área de estudo está situada na Região

D

S

R

D

c

á

a

Page 247: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

248

abastecimento de água para consumo humano do Sistema de Informação de

ara Consumo Humano – SISÁGUA no dia 12 de

dezem ro de 2002 no endereço eletrônico do sistema www.

UA1469/relatórios gerenciais (Portaria 36/90).

Análise dos dados: foram analisados os dados dos relatórios gerenciais

(Porta

ia 36/90 para turbidez( < 1uT) no

controle da entrada da rede de distribuição.

Vigilância da Qualidade da Água p

b

Funasa.gov.br/SISÁG

ria 36/90) do SISÁGUA do ano de 2002, da área em estudo, quanto a

turbidez, cloro residual, intermitência, coliformes totais e coliformes

termotolerantes. Os dados dos relatórios gerenciais do SISÁGUA são

indicadores de qualidade da água calculados pelo SISÁGUA , que na época do

estudo eram basedos nos padrões de potabilidade da água para consumo

humano da Portaria 36 GM de 19 de janeiro de 1990. Os indicadores são os

seguintes:

Indicadores Bacteriológicos: • IBTCSE – indica o percentual das amostras com ausência de

coliformes totais no controle da entrada da rede de distribuição de

água.

• IBTCSR - indica o percentual das amostras com ausência de

coliformes totais no controle da rede de distribuição de água.

• IBTVS - indica o percentual das amostras com ausência de

coliformes totais na vigilância dos sistemas de abastecimento de

água.

• IBFCS – indica o percentual das amostras com ausência de

coliformes termotolerantes no controle da rede de distribuição.

• IBFVS - indica o percentual das amostras com ausência de

coliformes termotolerantes na vigilância dos sistemas de

abastecimento.

Indicador de turbidez:

• ITCSE – indica o percentual das amostras dentro dos padrões de

potabilidade da água da Portar

Page 248: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

249

• ITCSR – indica o percentual das amostras dentro dos padrões de

potabilidade da água da Portaria 36/90 para turbidez (< 5uT) no

controle da rede de distribuição.

• ITVS – indica o percentual das amostras dentro dos padrões de

potabilidade da água da Portaria 36/90 para turbidez (< 5uT) nas

amostras de vigilância dos sistemas de abastecimento de água.

residual livre

dentro dos padrões da Portaria 36/90 na vigilância dos sistemas de

Indicador de cloro residual livre:

• ICRCSE – indica o percentual das amostras com cloro residual livre

dentro dos padrões da Portaria 36/90 (<0,2 mg/l) no controle da

entrada da rede de distribuição.

• ICRCSR – indica o percentual das amostras com cloro residual livre

dentro dos padrões da Portaria 36/90 no controle da rede de

distribuição.

• ICRVS – indica o percentual das amostras com cloro

abastecimento de água.

Indicador de regularidade do abastecimento de água:

• IRA – indica o percentual da população do município atendida com

sistemas de abastecimento de água sem intermitência.

Page 249: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

250

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Coliformes totais

Verifica-se na Tabela 1 que quanto ao indicador IBTCSE que determina

m ausência de coliformes totais na entrada da

rede distribuição apenas os meses de agosto, outubro e novembro encontram-

se de

82%), março (94,07%), abril (94,37%) e junho (94,82%)

encon

o percentual das amostras co

acordo com os padrões da Portaria 36/90, ou seja, ausência de

coliformes totais na água da entrada da rede de distribuição. Os meses de

janeiro (98,31%), fevereiro (97,71%), abril (99,28%), maio (98,74%), junho

(96,7%), julho (99,33%), setembro (99,49%) e dezembro (99,58%) estão abaixo

do padrão estabelecido pela Portaria 36/90, sendo que o mês de março

apresentou o menor percentual do indicador de qualidade da água com

79,27%. O percentual de amostras fora dos padrões estabelecidos variou de

0,42% a 20,73% nos meses do ano de 2002. A presença de coliformes totais

nas amostras coletadas na entrada da rede de distribuição indica que o

tratamento não foi eficiente, principalmente na etapa de desinfecção da água.

Quanto ao indicador IBTCRS que determina o percentual de amostras

com ausência de coliformes totais no controle da rede de distribuição, os

meses de janeiro (88,

tram-se abaixo dos parâmetros estabelecidos na Portaria 36/90, que é de

95% das amostras da rede de distribuição deverão estar com ausência de

coliformes totais sendo que o mês de janeiro (88,82%) apresentou o menor

valor do indicador. O percentual de amostras fora dos padrões estabelecidos

variou de 5,18% a 11,18% nos meses do ano de 2002. A contaminação da

água na rede de distribuição pode ter origem no tratamento ineficiente da

estação, em contaminação na própria rede em decorrência do sistema está

operando com pressão negativa gerada pela intermitência no fornecimento de

água, ou pela rede não esta em bom estado de conservação possibilitando a

penetração de contaminantes na mesma.

Page 250: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

251

Analisando os dois indicadores observamos que a água na rede de

distribuição de acordo com os padrões da Portaria 36/90 apresentou um maior

número de meses com o percentual de amostras dentro dos padrões do que na

entrada da rede de distribuição. Isto não quer dizer que a água da rede de

distribuição tenha melhor qualidade do que a da entrada da rede, visto que o

padrão da entrada da rede é mais exigente do que o da rede.

O isolamento de coliformes totais, embora não guarde uma relação

exclusiva com recontaminação de origem fecal, serve também como indicador

da integridade da rede de distribuição. Águas com tratamento inadequado, por

exemplo, sem a garantia do cloro residual ou com infiltrações na rede podem

permitir o acúmulo de sedimentos, matéria orgânica e promover o

desenvolvimento de bactérias, incluindo aquelas do grupo coliformes que não

são de origem fecal. Por isso, na avaliação da qualidade da água distribuída, a

Portaria 36/90 tolera a detecção eventual de coliformes totais em 5% das

ausência de coliformes termotolerantes.

erifica-se na Tabela 2 que quanto ao indicador IBTVS que determina o

percen

vigilância são fornecidos pelas Vigilância Sanitária e Ambiental e coletados na

amostras, mas requer

V

tual de amostras com ausência de coliformes totais na vigilância dos

sistemas de abastecimento todos os meses apresentaram percentuais muito

abaixo do padrão estabelecido pela Portaria 36/90, sendo que os meses de

fevereiro, março e abril não foram informados os dados no SISÁGUA. Os

meses que apresentaram piores índices foram julho, e novembro ambos com

0% de amostras sem contaminação, seguido de junho com 6,67%, outubro

com 18,18% e setembro com 25%. O percentual de amostras fora dos padrões

estabelecidos variou de 12,77% a 100% nos meses do ano de 2002.

Analisando o indicador IBTCSR do controle na rede de distribuição e o

indicador IBTVS da vigilância dos sistemas de abastecimento verificamos que

houve uma quantidade muito maior de amostras contaminadas na vigilância do

que no controle da rede. Essa diferença é um dado relevante para a Vigilância

da Qualidade da água, uma vez que os dados de controle na rede são

fornecidos pela prestadora coletados na rede de distribuição e os dados de

Page 251: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

252

mesma rede de distribuição dos municípios da regional. O grupo de coliformes

totais engloba um grande número de gêneros e espécies de bactérias que nem

sempr

abelecidos variou de 0,54% a 3,36% nos meses

do ano

patível com o

volume de água a ser tratado e o tempo de contato são fundamentais para a

desinf

fevereiro

março e abril não houve informação dos dados no SISÁGUA. O mês de maio

aprese

e são patógenas, podendo ocorrer naturalmente no solo, na água e em

plantas, mas a simples presença desse indicador serve como alerta para o

desencadeamento de medidas corretivas.

Coliformes termotolerantes

Verifica-se na Tabela 3 que quanto ao indicador IBFCS que determina o

percentual de amostras com ausência de coliformes termotolerantes no

controle da rede de distribuição apenas os meses de janeiro e dezembro

encontram-se dentro dos padrões da Portaria 36/90, com ausência de

coliformes termotolerantes em 100% das amostras de controle e vigilância. Nos

dez meses restantes, ou seja, em 83,33% dos meses do ano, existiram

amostras contaminadas por coliformes termotolerantes. O percentual de

amostras fora dos padrões est

de 2002. A presença de coliformes termotolerantes na água da rede

indica que houve contaminação na rede com material de origem fecal, ou que o

tratamento não foi adequado, ou seja, a quantidade de cloro com

ecção da água.

Quanto ao indicador IBFVS que determina o percentual de amostras

com ausência de coliformes termotolerantes na vigilância dos sistemas de

abastecimento, só os meses de janeiro, junho, agosto, setembro e outubro

encontram-se dentro dos padrões da Portaria 36/90. Nos meses de

ntou o menor percentual do indicador IBFVS (58,33%) demonstrando

uma grande contaminação na rede de distribuição com coliformes

termotolerantes, ou seja 41,67% das amostras apresentaram contaminação.

Seguindo o mês de maio com 58,33% de IBFVS vem dezembro com 82,61% e

novembro com 85,29% . O percentual de amostras fora dos padrões

estabelecidos variou de 5,41% a 41,67% nos meses do ano de 2002.

Page 252: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

253

Analisando os indicadores do controle da rede – IBFCS – e o indicador

de vigilância dos sistemas de abastecimento – IBFVS - no mês de maio o

indicador de vigilância foi bem inferior ao indicador de controle. Essa diferença

sugere que se faça um acompanhamento mais apurado dos dados de controle

apresentados e que se faça uma avaliação da coleta das amostras de

vigilância para identificar se não está havendo contaminação na coleta e

manipulação dessa amostra. O importante é que em 83,33% dos meses do

ano exitiram amostras com contaminação por coliformes termotolerantes no

contro

s a saúde é grande.

dual livre

le da rede e em 58,33% dos meses do ano existiram amostras

contaminadas por coliformes termotolerantes na vigilância dos sistemas de

abastecimento, só que com um percentual de amostras contaminas muito

maior do que no controle da rede. Essa contaminação é grave e o risco do

consumo dessa água causar dano

Cloro resi

Verifica-se na Tabela 4 que quanto ao indicador ICRCSE que determina

o percentual de amostras com cloro residual livre dentro dos padrões da

Portaria 36/90 no controle da entrada da rede de distribuição em todos os

meses existem amostras fora dos padrões, sendo que o mês de dezembro foi

o que apresentou o menor percentual do indicador com 88,95% das amostras

dentro dos padrões, seguido do mês de setembro com 96,76% e janeiro com

97,18% das amostras dentro dos padrões. O percentual de amostras fora dos

padrões estabelecidos variou de 0,07% a 11,05% nos meses do ano de 2002.

É preciso que o cloro tenha uma dosagem adequada ao volume de água a ser

desinfetada para que fique um residual de cloro livre, cujo padrão para entrada

da rede é de 0,5mg/l, que vai para a rede de distribuição garantindo assim que

a água que chegará na ponta da rede tenha o teor mínimo de 0,2mg/l se não

houver contaminação na rede de distribuição que consuma esse cloro residual

livre. A água entrando na rede de distribuição com o teor de cloro residual

Page 253: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

254

menor do que o padrão estabelecido na Portaria 36/90,não garante que a água

chegará na ponta da rede com o teor mínimo 0,2 mg/l .

Quanto ao indicador ICRCSR que determina o percentual das amostras

com cloro residual livre dentro dos padrões no controle da rede de distribuição,

em todos os meses existiram amostras fora dos padrões, sendo que o mês de

que apresentou o menor percentual do indicador ICRCSR foi janeiro (86,45%),

seguido de março (91,68%), maio (92,12%), junho (92,43%) e fevereiro

(93,46%). Os demais meses tiveram um indicador ICRCSR melhor variando de

94,1% a 99%. O percentual de amostras fora dos padrões estabelecidos variou

de 1% a 13,55% nos meses do ano de 2002. O padrão de cloro residual livre

na rede de distribuição é de 0,2mg/l, menor que o padrão da entrada da rede, e

se esse teor mínimo de cloro residual livre não estiver presente na rede quer

dizer que ele pode ter sido consumido por uma contaminação na rede ou que o

teor de cloro residual livre na saída da estação de tratamento não foi suficiente

para que a água chegasse na ponta da rede com o teor necessário para

garant

a entrada da rede. Apenas no mês de dezembro o indicador ICRCSE de

contro

ir a qualidade da água.

O teor adequado de cloro residual mantido na rede de distribuição é um

indicador de qualidade e segurança sanitária do sistema, uma vez que o teor

de 0,2 mg/l é considerado suficiente para inativação bacteriana.

Analisando os dados dos indicadores ICRCSE e ICRCS, verificamos que

na rede de distribuição houve um maior número de amostras fora do padrão do

que n

le na entrada da rede apresentou um percentual menor do que o

indicador da rede, ou seja, nesse mês houve um maior número de amostras

fora dos padrões na entrada da rede do que na rede de distribuição.

Verifica-se na Tabela 5 que quanto ao indicador ICRVS que determina o

percentual de amostras com cloro residual dentro dos padrões da Portaria

36/90 na vigilância dos sistemas de distribuição de água, em todos os meses

houveram amostras fora dos padrões, só não podemos afirmar isso nos meses

de fevereiro, março e abril, pois os dados não foram lançados no SISÁGUA.

Nos meses de setembro e outubro o indicador apresentou 0% de amostras

Page 254: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

255

dentro dos padrões, seguido dos meses de novembro com apenas 16,13%,

dezembro com 26,67%, maio com 33,33% e agosto com 39,39%. Nos demais

meses o indicador ICRVS variou de 40% a 71,43%. O percentual de amostras

fora d

ibuição.

Analisando os indicadores ICRCSR do controle na rede e ICRVS da

vigilância dos sistemas de abastecimento, houve uma diferença significativa

entre os indicadores, revelando um percentual de amostras fora dos padrões

muito maior na vigilância dos sistemas de abastecimento de água do que no

e de distribuição.

a água referidas acima, consegue-se remover cistos de

protozoários (Giardia e Cryptosporidium) resistentes a cloração, e também

outros microorganismos sensíveis a cloração. Portanto havendo amostras com

os padrões estabelecidos variou de 28,57% a 100% nos meses do ano

de 2002. Esses valores indicam que a água dos sistemas de abastecimento

quanto a vigilância da qualidade da água encontrava-se sem a proteção do

desinfetante, que é o cloro, estando sujeita a contaminação ou já contaminada

na rede de distr

controle da red

Turbidez

Verifica-se na Tabela 6 que quanto ao indicador ITCSE que determina o

percentual das amostras dentro dos padrões da Portaria 36/90 para turbidez no

controle da entrada da rede de distribuição, em todos os meses do ano de

2002 houveram amostras fora dos padrões, sendo que o mês de janeiro

(69,22%) foi o que apresentou o menor percentual do indicador de qualidade,

seguido dos meses de fevereiro(73,4%), maio(81,4%) e abril(82,85%). Nos

demais meses houve uma variação do indicador entre 86,26% a 98,46%. O

percentual de amostras fora dos padrões estabelecidos variou de 1,54% a

30,78% nos meses do ano de 2002. O padrão de turbidez na entrada da rede é

de 1 uT, as amostras fora do padrão indicam que as etapas

coagulação,floculação e filtração não foram eficientes para eliminar a turbidez

da água. A turbidez da água não é um padrão de estética, mas um indicador de

natureza sanitária, uma vez que com a remoção da turbidez nas etapas do

tratamento d

Page 255: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

256

a turbidez fora dos padrões já na entrada da rede de distribuição o risco existe

de pessoas contrairem doenças consumindo essa água.

indicador ITCSR que determina o percentual de amostras

idade da água da Portaria 36/90 para turbidez no

enco

de ju

julho

estab

ou se

receb

saiu

pode

saúd abastecida.

ITCS

contr

de ju

conta

rede

1uT.

percentual das amostras dentro dos padrões de turbidez da água da Portaria

setem

Nos

SISÁ

(83,3 indicador variou de

vario

Quanto ao

dentro dos padrões de potabil

controle da rede de distribuição, apenas os meses de março e novembro

ntram-se dentro dos padrões. O menor percentual do indicador foi no mês

nho com 50,69% das amostras dentro dos padrões, seguido do mês de

com 94,97% de indicador. O percentual de amostras fora dos padrões

elecidos variou de 0,66% a 49,31% nos meses do ano de 2002. A

turbidez elevada na rede de distribuição, onde o parâmetro aceitável é de 5 uT,

ja mais flexível do que na entrada da rede, demonstra que essa água

eu contaminantes na rede de distribuição que elevaram a turbidez, ou já

da estação de tratamento com a turbidez elevada. Sendo assim a água

está veiculando microorganismos patogênicos, o que é um risco para a

e da população

Analisando os indicadores ITCSE do controle da entrada da rede e o

R do controle da rede de distribuição, observamos que o indicador de

ole na entrada da rede foi menor na maioria dos meses exceto nos meses

nho e julho. Durante esses dois meses deve ter havido uma maior

minação na rede de distribuição, uma vez que o parâmetro de turbidez na

é de 5 uT, portanto mais flexível do que o da entrada da rede que é de

Verifica-se na Tabela 7 que quanto ao indicador ITVS que determina o

36/90 na vigilância dos sistemas de abastecimento, apenas os meses de julho,

bro e outubro encontram-se dentro dos padrões em 100% das amostras.

meses de fevereiro, março e abril não houve informação dos dados no

GUA. O mês que apresentou o menor percentual do indicador foi maio

3%), seguido de junho (89,66%). Nos demais meses o

93,55% a 100%. O percentual de amostras fora dos padrões estabelecidos

u de 2,08% a 16,67% nos meses do ano de 2002. Os resultados indicam

Page 256: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

257

que

poss

dano

vigilância dos sistemas o indicador ITVS esteve melhor do que o ITCSR nos

contr

conta

Intermitência

perce

sem

regio

da re e abastecimento sem intermitência,

deze

entre

estab

a Po

opera

distri gativa na rede de distribuição e,

nos

estru

distri

distri

nos meses em que existiram amostras fora dos padrões existe

ibilidade da água está veiculando microorganismos que podem causar

s a saúde.

Analisando os indicadores ITCSR do controle da rede e ITVS da

meses de janeiro, junho, julho, setembro e outubro. No entanto tanto no

ole da rede como na vigilância o indicador demonstra risco de

minação.

Verifica-se na Tabela 8 que quanto ao indicador IRAS que determina o

ntual da população da regional atendida com sistema de abastecimento

intermitência, que houve intermitência em todos os meses do ano na

nal, sendo que o mês de mais crítico foi junho onde 81,03% da população

gional foi abastecida por sistemas d

seguido dos meses de outubro com 82,76%, novembro com 82,97% e

mbro com 84,51%. Nos demais meses houve uma variação do indicador

84,92% a 91,53%. O percentual de amostras fora dos padrões

elecidos variou de 8,47% a 18,97% nos meses do ano de 2002. Segundo

rtaria 36/90 em nenhum momento o sistema de abastecimento pode ser

do de maneira a causar pressão negativa em qualquer ponto da rede de

buição. A intermitência causa pressão ne

essa pressão negativa pode carrear para dentro da rede contaminação externa

pontos onde podem estar ocorrendo algum vazamento ou dano na

tura da rede. A intermitência do sistema associado a danos na rede de

buição é um dos principais causadores de contaminação na rede de

buição.

Page 257: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

258

CLUSÕES

exposto conclui-se que:

CON Pelo

em 33,33% dos

xistiram sistemas que não

amostras fora dos padrões estabelecidos

variou de 0,54% a 3,36% nos meses do ano de 2002.

• A qualidade da água quanto a coliformes termotolerantes na vigilância

dos sistemas de abastecimento de água em 44,44% dos meses do ano (4

• A qualidade da água quanto a coliformes totais no controle da entrada da

rede de distribuição em 75% dos meses do ano de 2002 existiram

sistemas com amostras fora dos padrões estabelecidos pela Portaria

36/90 sendo que esse percentual de amostras fora dos padrões

estabelecidos variou de 0,42% a 20,73% nos meses do ano de 2002.

A qualidade da água quanto a coliformes totais no controle da rede de

distribuição dos sistemas de abastecimento de água

meses do ano de 2002 (4 meses) existiram sistemas com amostras fora

dos padrões estabelecidos na Portaria 36/90. O percentual de amostras

fora dos padrões estabelecidos variou de 5,18% a 11,18% nos meses do

ano de 2002.

• A qualidade da água quanto a coliformes totais na vigilância dos sistemas

de abastecimento de água em 100% dos meses do ano, onde houve

informação dos dados no SISÁGUA, e

atenderam aos padrões estabelecidos na Portaria 36/90, e em três meses

do ano os dados não foram lançados no SISÁGUA. Sendo que o

percentual de sistemas com amostras fora dos padrões foi bem maior do

que nos controles da entrada da rede e da rede de distribuição. O

percentual de amostras fora dos padrões estabelecidos variou de 12,77%

a 100% nos meses do ano de 2002.

A qualidade da água quanto a coliformes temotolerantes no controle da

rede de distribuição, em 83,33% (10 meses) dos meses do ano de 2002

existiram sistemas com amostras fora dos padrões estabelecidos pela

Portaria 36/90. O percentual de

Page 258: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

259

meses), onde foram informados os dados no SISÁGUA, existiram

sistemas com amostras contaminadas por coliformes termotolerantes, ou

drões estabelecidos pela Portaria 36/90. O percentual de

amostras fora dos padrões estabelecidos variou de 5,41% a 41,67% nos

rcentual de amostras fora dos padrões foi

• a quanto ao cloro residual livre na vigilância dos

padrões

ortaria 36/90, sendo que o mês de

a dos

seja, fora dos pa

meses do ano de 2002.

A qualidade da água quanto ao nível de cloro residual no controle da

entrada dos sistemas de abastecimento em 100% dos meses existiram

sistemas com um pequeno percentual de amostras fora dos padrões

estabelecidos pela Portaria 36/90, exceto no mês de dezembro que esse

percentual foi maior atingindo 11,05%. O percentual de amostras fora dos

padrões estabelecidos variou de 0,07% a 11,05% nos meses do ano de

2002.

• A qualidade da água quanto ao nível de cloro residual no controle da rede

de distribuição em 100% dos meses do ano de 2002 existiram sistemas

com amostras fora dos padrões estabelecidos pela Portaria 36/90, sendo

que na rede de distribuição o pe

superior ao da entrada da rede, exceto no mês de dezembro. O

percentual de amostras fora dos padrões estabelecidos variou de 1% a

13,55% nos meses do ano de 2002.

A qualidade da águ

sistemas de abastecimento de água no ano de 2002, em 100% dos

meses do ano, em que os dados foram informados no SISÁGUA,

observamos que existiram sistemas com amostras fora dos padrões

estabelecidos pela Portaria 36/90. Em três meses do ano não lançaram

os dados no SISÁGUA. O percentual de amostras fora dos

estabelecidos variou de 28,57% a 100%

A qualidade da água quanto a turbidez no controle da entrada da rede de

distribuição em 100% dos meses do ano existiram sistemas com amostras

fora dos padrões estabelecidos pela P

janeiro foi o que apresentou o maior número de amostras for

padrões (30,78%). O percentual de amostras fora dos padrões

estabelecidos variou de 1,54% a 30,78% nos meses do ano de 2002.

Page 259: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

260

,31%

rões estabelecidos na Portaria 36/90. Em três

O percentual de amostras fora dos padrões estabelecidos

s com intermitência em

100% dos meses do ano. %. O percentual de amostras fora dos padrões

47% a 18,97% nos meses do ano de 2002.

• O não atendimento a portaria 36/90 quanto aos padrões de potabilidade

d opulação abastecida ao risco

de contr

• O SISÁ no

entanto ios

gerencia m ilância dos

sistemas de aba to e so stemas e

soluções alternativas que apresent mostras os padrõe , o

número dessas a e o end dos po coleta d las.

Quanto ao controle da entrada da r a rede d buição ele não

informa os sistemas e soluções alte s que ap aram amo tras

fora dos padrões, a quantidade de amostras realizadas e a quantidade

das amostras fora dos padrões.

A qualidade da água quanto a turbidez no controle da rede de distribuição

em 83,33% dos meses do ano (10 meses) existiram sistemas com

amostras fora dos padrões estabelecidos na Portaria 36/90. O percentual

de amostras fora dos padrões estabelecidos variou de 0,66% a 49

nos meses do ano de 2002.

A qualidade da água quanto a turbidez na vigilância dos sistemas de

abastecimento em 66,66% (6 meses) dos mese do ano de 2002 onde

houve informação dos dados no SISÁGUA, existiram sistemas com

amostras fora dos pad

meses do ano não foram lançados dados no SISÁGUA quanto a esse

parâmetro.

variou de 2,08% a 16,67% nos meses do ano de 2002.

A qualidade da água quanto a intermitência do abastecimento de água, a

população abastecida foi atendida por sistema

estabelecidos variou de 8,

a água das variáveis em estudo, expôs a p

air doenças veiculadas pela água.

GUA se mostrou como um bom instrumento para avaliação,

é preciso detalhar mais as informações em seus relatór

is e de ois listagem, p não informa quanto a vig

stecimen luções alternativas, os si

aram a fora d s

mostras ereços ntos de e

ede e n e distri

rnativa resent s

Page 260: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

261

• A Vigilância Sanitária e Ambiental dos municípios e estadual precisam

acompanhar mais de perto as informações das prestadoras que

administram os sistemas de abastecimento de água quanto ao não

cumprimento dos padrões estabelecidos na Legislação e exigir a tomada

das medida para a adequação da água aos padrões estabelecidos, se

necessário aplicando as medidas legais cabíveis, evitando que o não

cumprimento da Legislação persista por meses, como foi visto no

trabalho.

• As prestadoras que administram os sistemas de abastecimento de água

têm que atender aos padrões de potabilidade da água estabelecidos na

Legislação para não expor a população abastecida ao risco de contrair

pela água.

• A s municípios de acordo com a

Porta ente a

vigilâ e água

de se

• Os da te aste imento de água

têm que ser informados ao SISÁGUA mensalmente. Esta recomendação

vai para o tor públ está re onsável pelo lançamento

dos dados no UA, no caso a Diretoria de Vigilância e

Controle Sanitário – DIVISA era a responsável no ano de 2002.

• Implantação de um programa de educação permanente em vigilância da

qualidade da água para consumo humano para gestores e técnicos da

Vigilância S nit bienta unicíp estado e restadores

de serviço e ab o de

• Realização de inspeções nos sistemas de abastecimento de água.

• O SISÁGUA emitir relatórios de listagem de controle da entrada da rede e

da rede de distribuição informando os sistemas e soluções alternativas

RECOMENDAÇÕES

doenças veiculadas

Vigilância Sanitária e Ambiental do

ria 36/90 e a pactuação na PPI tem que realizar mensalm

ncia da qualidade da água dos sistemas de abastecimento d

us municípios.

dos d vigil ne ância e co trole dos sis mas de ab c

se do serviço ico que sp

SISÁG nosso

a ária e Am l dos m ios, do p

d asteciment água.

Page 261: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

262

que apresentaram amostras fora dos padrões estabelecidos pela Portaria

as por sistema e solução

alternativa e a quantidade de amostras fora dos padrões por sistema e

solução alternativa, por mês, por município, regional, estado e país.

• O SISÁGUA emitir relatórios de listagem de vigilância dos sistemas e

solução alternativa que apresentaram amostras fora dos padrões

estabelecidos pela Portaria vigente, o número dessas amostras fora dos

padrões e o endereço do local de coleta das mesmas por mês, município,

regional, estado e país.

• O SISÁGUA emitir relatório de listagem das localidades por sistema e por

município.

• O SISÁGUA incluir nos relatórios de listagem dos sistemas e soluções

alternativas por municípios, regional e estados a instituição que

administra os sistemas e soluções alternativas.

– TABELAS E GRÁFICOS

humano a de rede TCSR dos

astecimento da 1ª Diretoria Regional de a Bah 2

MESE IBTCS IBTCSR(%)

em vigor, a quantidade de amostras realizad

9

TABELA 1

Qualidade bacteriológica da água para consumoquanto a coliformes totais nos controles da entradde distribuição - IBTCSE e rede de distribuição - IBsistemas de abSaúde d ia no ano de 002

S E(%) Janeir 98,31 88,82 o Fever 97,71 97,37 eiro Março 79 94,07 ,27 Abril 99 94,37 ,28 Maio 98 95,17 ,74 Junho 96 94,82 ,7 Julho 99, 95,62 33 Agost 10 98,27 o 0 Setem 99 98,57 bro ,49 Outubr 1o 00 98,23 Novembro 100 98,51 Dezembro 99,58 96,49

Fonte: SISÁGUA, 2003.

Page 262: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

263

GRÁFICO 1

2

ano de

de úde

da Bahia no ano de 2002 ME SR )

Qualidade bacte riológica da água para consumo humano quanto acoliforme s totais nos controle s da entrada da re de de dis tribuição-IBTCSE e re de de distribuição dos s is te mas de abastecime nto-IBTCSR da 1ª D ire toria R e gional de Saúde da Bahia no ano de2002

0

20

40

60

80

100

120

o o o lmaio

junho

julho

agost

o

setem

bro

outub

ro

nove

mbro

dezem

bro

IBT

CSE

(%) E

IBT

CR

S(%

janeir

fevere

irmarç ab

ri

) IBTCSE(% )IBTCSR(% )

Fonte: SISÁGUA, 2003

TABELA

Qualidade bacteriológica da água para consumo humquanto a coliformes totais no controle da rede distribuição - IBTCSR e na vigilância dos sistemasabastecimento - IBTVS da 1ª Diretoria Regional de Sa

SE TCS IB (%) S(%IBTV Janeiro 88,82 23 87, Fevereir 97,37 o - Março 94,07 - Abril 94,37 - Maio 95,17 33 58, Junho 94,82 7 6,6 Julho 95,62 0 Agosto 98,27 71 38, Setemb 98,57 ro 25 Outubro 98,23 ,18 18 Novemb 98,51 0 ro Dezemb 96,49 ,9 ro 11

Fonte:SISÁGUA, 2003

Page 263: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

264

GRÁFICO 2

Fonte: SISÁGUA, 2003

TABELA 3

Qqudistribuição - IBFCS e na vigilância dos sistemas de abastec ento - 1ª onada Bahia no ano de 2002

ME IBFCS(% FVS(%)

Q ualid ad e b ac te rio ló gica d a água p a ra co nsumo humano q uanto aco lifo rmes to ta is no co ntro le d a red e d e d istrib uição - IB TC S R e na vigilânc ia d o s sistemas d e ab a tec imento d e água - IB TV S d a 1 ªD ire to ria R egio na l d e S aúd e d a B ahia no ano d e 2 0 0 2

0

20

40

60

80

100

120

Janeir

o

Fevere

iroMarç

oAbri

lMaio

Junho

Julho

Agosto

Setembro

Outubro

Novem

bro

Dezembro

IBTS

R(%

) e IB

TVS(

%) IBT C S R(% )

IBT V S ( % )

ualidade bacteriológica da água para consumo humano anto a coliformes termotolerantes no controle da rede de

im IBFVS da Diretoria Regi l de Saúde

SES ) IB Ja 100 100 neiro Fevereiro 98,73 - Ma 99,71 -

rço

Ab 99,15 - ril Ma 96,64 58,33 io Ju 97,48 100 nho Ju 99,46 94,59 lho Ag 97,04 100 osto Se 97,56 100 tembro Ou 97,79 100 tubro Novembro 98,79 85,29 Dezembro 100 82,61

Fonte: SISÁGUA, 2003

Page 264: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

265

GRÁFICO 3

Nível de cloro residual da água umo humcontrole da entrada da rede -ICRC no controle dade distribuição - ICRCSR dos siste e abastecimenágua oria Regional de Saúde da Bahia no ano de 2002

MESES ICRCSE(%) RCSR(%)

Fonte: SISÁGUA, 2003 TABELA 4

para cons ano no SE e rede mas d to de

da 1ª Diret

IC 97,18 86,45 Janeiro Fevereiro 99,3 93,46 99,52 91,68 Março 99,03 94,1 Abril 99,47 92,12 Maio 99,58 92,43 junho

99,49 94,45 Julho Agosto 98,9 96,05 Setembro 96,76 97,4 Outubro 99,93 99 Novembro 99,57 96,9 Dezembro 88,95 98,42

Fonte: SISÁGUA, 2003

Q u alid ad e b ac te rio ló g ic a d a ág u a p a ra c o n s u m o h u m an o q u an to a c o lifo rm e s te rm o to le ran te s n o c o n tro le d a re d e d e d is trib u iç ão -I B F C S e n a v ig ilân c ia d o s s is te m as d e a b as te c im e n to d e á g u a -I B F V S d a 1 ª D ire to ria R e g io n a l d e S a ú d e d a B ah ia n o a n o d e2 0 0 2

20

40

60

80

100

120

Janeir

o

Fevere

iroMarç

oAbri

lMaio

Junho

Julho

Agosto

Setembro

Outubro

Novem

bro

Dezembro

IBFC

S(%

) e IB

FVS(

%)

0

IB F C S (% )IB F VS (% )

Page 265: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

266

GRÁFICO 4

Fonte: SISÁGUA, 2003

TABELA 5

ível de cloro residual no controle da rede de distribuição - NICRCS e na vigil sistem ecime ua - ICRVS da 1ª Diretoria

MESES ICRCSR(%) ICRVS(%)

R ância dosRegional de Saúde da Bahia no ano de 2002

as de abast nto de ág

Ja 86,45 40 neiro Fevereiro 93,46 - M 91,68 - arço Ab 94,1 - ril M 92,12 33,33 aio Ju 92,43 71,43 nho Ju 94,45 54,05 lho Ag 96,05 39,39 osto Se 97,4 0 tembro O 0 utubro 99 Novembro 16,13 96,9 Dezembro 98,42 26,67

Fonte: SISÁGUA, 2003

GRÁFICO 5

Nível de cloro residual da água para consumo humano no controle daentrada da rede de distribuição - ICRCSE e da rede de distribuição dos sistemas de abatecimento de água - ICRCSR da 1ª Diretoria Regionalde Saúde da Bahia no ano de 2002

75

80

85

90

95

100

105

Janeir

o

Fevere

iroMarç

oAbri

lMaio

Junho

Julho

Agosto

Setembro

Outubro

Novem

bro

Dezembro

ICR

CSE

(%) e

ICR

CSR

(% ICRCSE(%)ICRCSR(%)

Page 266: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

267

N íve l de cloro re s idual no controle da re de de dis tribuição -ICR CSR e na v igilância dos s is te mas de abas te cime nto de água -

da B ahia no ano de

0

20

40

60

80

100

120

Janeir

o

Fevere

iroMarç

oAbri

lMaio

Junho

Julho

Agosto

Setembro

Outubro

Novem

bro

Dezembro

ICR

CSR

(%) e

ICR

VS(

%)

ICR VS da 1ª D ire toria R e gional de Saúde2002

ICRCSR(% )ICRVS(% )

Fonte: SISÁGUA, 2003

TABELA 6 Turbidez da água para consumo humano no controle da entrada da rede de distribuição-ITCSE e na rede de distribuição-ITCSR dos sistemas de abastecimento de água da 1ª Diretoria Regional de Saúde da Bahia no ano de 2002

MESES ITCSE(%) ITCSR(%) Janeiro 69,22 95,63 Fevereiro 73,4 98,89 Março 89,45 100 Abril 82,85 97,42 Maio 81,4 97,19 Junho 82,3 50,69 5 Julho 98,46 94,97 Agosto 87,25 98,79 Setembro 86,26 96,93 Outubro 92,57 99,34 Novembro 97,84 100 Dezembro 91,38 96,67

ISÁGUA, 2

Fonte: S 003

Page 267: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

268

GRÁFICO 6

Turbidez da água para consumo humano no controle da entrada da rede de distribuição - ITCSE e na rede de distribuição dossistemas de abastecimento de água - ITCSR da 1ª DiretoriaRegional de Saúde da Bahia no ano de 2002

0

20

40

60

80

100

120

Janeir

o

Fevere

iroMarç

oAbri

lMaio

Junho

Julho

Agosto

Setembro

Outubro

Novem

bro

Dezembro

ITC

SE(%

) e IT

CSR

(%) ITCSE(%)

ITCSR(%)

Fonte: SISÁGUA, 2003

TABELA 7

Turbidez da água para consumo humano no controle da rede de distribuição-ITCSR e na vigilância dos sistemas de abastecimento de água-ITVS da 1ª Diretoria Regional de Saúde da Bahia no ano de 2002

MESES ITCSR(%) ITVS(%)

Janeiro 95,63 97,92 Fevereiro 98,89 - Março 100 - Abril 97,42 - Maio 97,19 83,33 Junho 50,69 89,66 Julho 94,97 100 Agosto 98,79 96,97 Setembro 96,93 100 Outubro 99,34 100 Novembro 100 93,55 Dezembro 96,67 95,24 Fonte: SISÁGUA, 2003

Page 268: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

269

GRÁFICO 7

Turbidez da água para consumo humano no controle da rede dedistribuição - ITCSR e na vigilância dos sistemas de abastecimento de água - ITVS da 1ª Diretoria Regional de Saúde da Bahia no anode 2002

20

40

ITC

SR(%

0

Janeir

o

Fevere

iroMarç

oAbri

lMaio

Junho

Julho

Agosto

Setembro

Outubro

Novem

bro

Dezembro

60

80

100

120

) e IT

VS(

%) ITCSR(%)

ITVS(%)

Fonte: SISÁGUA, 2003

TABELA 8

Regularidade dos sistemas de abastecimento de água-IRAS da 1ª Diretoria Regional de Saúde da Bahia no ano de 2002

MESES IRAS(%) Janeiro 91,53 Fevereiro 89,84 Março 90,67 Abril 85,32 Maio 86,06 Junho 81,03 Julho 88,57 Agosto 85,06 Setembro 84,92 Outubro 82,76 Novembro 82,97 Dezembro 84,51

Fonte: SISÁGUA

Page 269: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

270

GRÁFICO 8

Regularidade dos sistemas de abastecimento de água - IRAS da 1ª

IRA

S(%

)

Diretoria Regional de Saúde da Bahia no ano de 2002

9294

84868890

788082

7476

Janeir

o

Fevere

iroMarç

oAbri

lMaio

Junho

Julho

Agosto

Setembro

Outubro

Novem

bro

Dezembro

IRAS(%)

Fonte: SISÁGUA, 2003

Page 270: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

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Sanitária) – Escola de Saúde Pública do

.M. Vigilância Amb

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273

de Janeiro, Cadernos de Saúde Coletiva, ISSN 1414 – 462 x, 10 (1): 77-

93, jan – jun, 2002.

UNICEF. 2003 – Ano internacional da água potável. Unicef. Disponível em:

http://www.unicef.org/brazil/agua. Acesso em: 05 de dezembro 2003.

Page 273: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

NÚCLEO DE ESTUDOS DE SAÚDE COLETIVA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM VIGILÂNCIA AMBIENTAL EM SAÚDE

UMA AVALIAÇÃO DO PROGRAMA DE VIGILÂNCIA DA QUALIDADE DA ÁGUA PARA CONSUMO HUMANO EM SALVADOR, ESTADO DA BAHIA.

Ana Maria Santos Messeder de Castro

Adaptação da Monografia apresentada ao Núcleo de Estudos de Saúde Coletiva como pré-requisito para a obtenção do Titulo de Especialista em Vigilância Ambiental em Saúde

- 2003 -

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Page 275: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

RESUMO

m analisados dados

secun

Os recursos hídricos tornaram-se cada vez mais escassos nos últimos

anos. O abastecimento público em termos de quantidade e qualidade é uma

preocupação crescente da humanidade, devido à escassez da água e

deteriorização dos mananciais pelo lançamento de efluentes e resíduos,

tornando-se um fator importante na transmissão de enfermidades. O presente

trabalho tem por objetivo analisar os dados referentes ao cadastro, controle e

vigilância, parte integrante do Programa de Vigilância da Qualidade da Água

desenvolvido pelo município de Salvador-BA. Fora

dários sobre a qualidade da água do sistema público de abastecimento,

na entrada da rede e rede de distribuição, durante o ano de 2002, baseados

nos seguintes parâmetros: coliformes totais, coliformes termotolerantes, cloro

residual, turbidez e flúor. Os resultados obtidos encontram-se em desacordo

com a Portaria no 36/90GM e em relação às ações de Vigilância, observa-se a

necessidade de implementação do programa visando o cumprimento das

ações pactuadas, o atendimento à legislação e a avaliação dos riscos que a

água de consumo representa para a saúde humana.

Palavras Chave: Qualidade da Água, Água para consumo, Vigilância; Saúde

Ambiental; Monitoramento.

Page 276: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ
Page 277: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

278 Uma avaliação do programa de vigilância da qualidade da água

para consumo humano em Salvador, Estado da Bahia. Ana Maria Santos Messeder de Castro

INT

trê

rec

tais recursos ficaram escassos em quantidade e qualidade, mais difíceis e

am

doc

com

pot

deterioração dos mananciais os,

investimentos têm sido aplicados no m ento para garantir

a qualidade da água nas estações de trat e da água decai

no sistema de distribuição pela intermitênc

população com sistema públic

rede de distribuição, manutenção defici

SAÚD

o humano a serem observados

em todo o território nacional. Essa atribuição foi delegada à Secretaria de

Vigilân

RODUÇÃO

Os recursos hídricos tornaram-se cada vez mais escassos nas últimas

s décadas, derrubando os mitos de que a água é abundante no planeta e um

urso renovável. Com o crescimento da população e a intensa urbanização,

complexos de se obter e conservar, e mais caros para distribuir, prover e

pliar (Rattes, 2003). O Brasil detém cerca de 12% das reservas de água

e do planeta. Todavia, estas reservas são extremamente mal distribuídas,

grande concentração na Amazônia. Além disso, é preciso que se torne

ável e chegue à torneira do cidadão (Rattes, 2003).

No tocante à qualidade do abastecimento público de água, a

pelo lançamento de efluentes e resíduos tóxic

torna-se fator importante na transmissão de enfermidades. Embora

onitoramento e tratam

amento, esta qualidad

ia do serviço, baixa cobertura da

o de esgotamento sanitário, obsolescência da

ente, entre outros (MINISTÉRIO DA

E, 2003). Nos domicílios os níveis de contaminação se elevam pela

precariedade das instalações hidráulico-sanitárias, pela falta de manutenção

dos reservatórios e pelo manuseio inadequado da água (FUNASA, 2001).

A vigilância da qualidade da água para consumo humano é de

responsabilidade do setor saúde (Decreto Federal nº 79367/1977), que atribui a

competência ao Ministério da Saúde para elaboração de normas e definição do

padrão de potabilidade de água para consum

cia em Saúde, por meio da Coordenação Geral de Vigilância Ambiental

em Saúde (CGVAM).

A Vigilância da qualidade da água consiste no conjunto de ações

adotadas continuamente pelas autoridades de saúde pública para garantir que

Page 278: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

279 Uma avaliação do programa de vigilância da qualidade da água

para consumo humano em Salvador, Estado da Bahia. Ana Maria Santos Messeder de Castro

a água consumida pela população atenda aos padrões e normas estabelecidos

na legislação vigentes e para avaliar os riscos que a água de consumo

representa para a saúde humana. Deve ser uma atividade rotineira preventiva

de ação sobre os sistemas públicos e soluções alternativas de abastecimento

de águ

uição atendem aos

regulamentos estabelecidos na legislação vigente;

as diversas modalidades de fornecimento de água

às populações, seja coletiva ou individual, de forma a verificar o grau de

risc

ortaria MS

nº1469/2000). Estes sistemas apresentam uma variedade de possíveis

a a fim de garantir o conhecimento da situação da água para consumo

humano, resultando na redução das possibilidades de enfermidades

transmitidas pela água utilizada para consumo humano (MINISTÉRIO DA

SAÚDE, 2003).

A vigilância tem três grandes componentes:

a) Análise permanente e sistemática da informação sobre a qualidade da água

para confirmar se o manancial, o tratamento e a distrib

objetivos e

b) Avaliação sistemática d

o representado à saúde em função do manancial abastecedor,

adequabilidade do tratamento e questões de ordem operacional;

c) Análise da evolução da qualidade física, química e microbiológica e sua

correlação com as enfermidades relacionadas com a qualidade da água em

todo o sistema de abastecimento, a fim de determinar o impacto na saúde

dos consumidores.

A atuação da vigilância relacionada à qualidade da água deve se dar

sobre todas e quaisquer formas de abastecimento de água coletivas ou

individuais na área urbana e rural, de gestão pública ou privada, incluindo as

instalações intradomiciliares. Desse modo, o campo de atuação dar-se-á sobre

as seguintes formas de abastecimento:

• Sistemas de abastecimento de água para consumo humano:

instalações compostas por conjunto de obras civis, materiais e

equipamentos, destinadas à produção e a distribuição canalizada de água

potável para populações, sob a responsabilidade do poder público, mesmo

que administrada em regime de concessão ou permissão (P

Page 279: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

280 Uma avaliação do programa de vigilância da qualidade da água

para consumo humano em Salvador, Estado da Bahia. Ana Maria Santos Messeder de Castro

com

intes componentes: manancial, captação, adução,

trat

ões intradomiciliares: conjunto composto por uma ou mais

unidades constituído por canalizações, reservatórios, equipamentos e

out

a que devem ser processadas,

binações de unidades que se integram com o propósito de atender à

população por meio de água encanada. Não existe arranjo único que possa

caracterizar um sistema de abastecimento de água, no entanto, a maioria

consta dos segu

amento, reservação, distribuição, eventualmente estações elevatórias e

ligações prediais.

• Solução alternativa de abastecimento de água: toda modalidade de

abastecimento coletivo de água distinta do sistema de abastecimento de

água, incluindo entre outras, fonte, poço comunitário, distribuição por

veículo transportador, instalações condominiais horizontal e vertical

(Portaria MS nº1469/2000). As soluções alternativas coletivas se

diferenciam dos sistemas de abastecimento de água, pois a distribuição da

água pode ou não ocorrer por meio de rede canalizada, independentemente

de ambas as formas de suprimento serem coletivas.

• Soluções individuais: todas e quaisquer soluções alternativas de

abastecimento que atendam a um único domicílio.

• Instalaç

ros componentes destinados ao abastecimento interno de água.

As ações de Vigilância Ambiental em Saúde relacionadas à qualidade da

água para consumo humano são de competência do setor saúde, enquanto as

ações de controle da qualidade da água para consumo humano competem aos

responsáveis pela operação do sistema, ou solução alternativa de

abastecimento. Nas situações de surto e emergências, a qualidade da água

também é objeto das ações da vigilância ambiental em saúde relacionada à

qualidade da água para consumo humano, a qual terá uma atuação conjunta

com as vigilâncias epidemiológica e sanitária.

A Fundação Nacional de Saúde – FUNASA concebeu um sistema de

informação em Vigilância Ambiental em Saúde, do qual faz parte o Sistema de

Informação de Vigilância e Controle da Qualidade da Água para Consumo

Humano – SISAGUA. O SISAGUA tem por objetivo coletar e fornecer

informações para avaliação da qualidade da águ

Page 280: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

281 Uma avaliação do programa de vigilância da qualidade da água

para consumo humano em Salvador, Estado da Bahia. Ana Maria Santos Messeder de Castro

estabe

ilizados na prevenção e controle de doenças e agravos

Mundial da Saúde (OMS), adaptada da

estrutu

iretoria de Vigilância e Controle Sanitário (DIVISA), resolveu cadastrar os

ADO DE

ENTO DE ÁGUA DE SALVADOR –SIAA de Salvador.

lecendo uma correlação entre as distintas informações ambientais e

epidemiológicas, identificando os problemas, assim como as causas, de modo

a identificar as medidas corretivas pertinentes (MINISTÉRIO DA SAÚDE,

2003).

A concepção do SISAGUA baseou-se na definição de indicadores

sanitários ut

relacionados ao saneamento. Tais indicadores foram definidos com o uso da

metodologia proposta pela Organização

ra Pressão – Situação – Resposta, desenvolvida pela Organização para

Cooperação Econômica e o Desenvolvimento (OECD), com base num trabalho

realizado pelo Governo do Canadá (Von Shirnding, 1998).

MATERIAIS E MÉTODOS

Trata-se de um estudo descritivo que teve como objetivo analisar os

dados referentes ao cadastro dos sistemas de abastecimento de água, o

controle (dados fornecidos pela prestadora) e as ações de vigilância no período

de janeiro a dezembro de 2002. Este trabalho foi realizado na área urbana do

município de Salvador, Estado da Bahia, por ser a capital do estado, estar com

o programa iniciado e dispor de maior número de dados.

Salvador é abastecida por quatro sistemas de abastecimento (ETA

Principal, ETA do Cobre, ETA Teodoro Sampaio e ETA Vieira de Melo),

formados por mananciais superficiais. Estes sistemas em alguns pontos se

interligam através da rede de distribuição, havendo áreas de mistura das

águas, onde a própria prestadora de abastecimento (EMBASA) não sabe

informar quais as localidades onde isso ocorre. Desse modo, para facilitar o

cadastramento dos sistemas, a Secretaria de Saúde do Estado, através da

D

quatro sistemas como um sistema único, o SISTEMA INTEGR

ABASTECIM

Page 281: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

282 Uma avaliação do programa de vigilância da qualidade da água

para consumo humano em Salvador, Estado da Bahia. Ana Maria Santos Messeder de Castro

Salvador possui uma população de 2.443.107 habitantes e segundo os

critérios da PPI-ECD são necessários no mínimo a coleta de 80 amostras de

água mensais para sistemas de abastecimento de água e 80 amostras para

soluções alternativas.

O Programa de Vigilância e Controle da Qualidade da Água para

Consumo Humano desenvolvido no município de Salvador, segue os mesmos

moldes do nível central e estadual em sua área de abrangência e com

competências definidas na Portaria nº1469/00. É desenvolvido na Secretaria

Municipal de Saúde, através da Coordenadoria de Vigilância á Saúde, na Sub-

Coordenadoria de Vigilância Sanitária, que dispõe de uma equipe formada por

três té

a não são

alizadas pelo Laboratório Central de Saúde Pública Professor Gonçalo Moniz

nsais. Os resultados das análises são encaminhados à

Vigilância Sanitária Municipal, em média, após vinte a trinta dias da data da

ostras. Estes laudos são analisados e quando os mesmos

ncon

soluções alternativas coletivas nem individuais.

cnicos de nível superior, dois de nível médio, um estagiário e um

coordenador. Consiste na coleta de amostras de água para análises físico-

químicas e microbacteriológicas, onde são verificados os seguintes

parâmetros: Coliformes totais, coliformes termotolerantes, turbidez, cloro

residual e flúor. As análises de pesticidas e metais pesados aind

re

– LACEN.

Os instrumentos de coleta incluíram formulários de cadastro, controle de

sistemas de abastecimento de água e consolidado de vigilância da qualidade

da água para consumo humano (elaborado pela Diretoria de Vigilância e

Controle Sanitário – DIVISA). Os pontos de coleta estão distribuídos na rede de

distribuição e são coletados nos mesmos pontos em que a prestadora

(Empresa Baiana de Água e Saneamento - EMBASA) coleta. São realizadas

duas vezes por semana, onde em cada dia são coletadas cinco amostras, num

total de quarenta me

entrega das am

e tram-se fora dos padrões exigidos pela legislação em vigor, é realizada a

recoleta. Persistindo análises fora dos padrões, é encaminhada ao responsável

pela prestadora uma solicitação para adequações que se fizerem necessárias.

Por ainda não estarem cadastradas, não foram analisadas amostras das

Page 282: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

283 Uma avaliação do programa de vigilância da qualidade da água

para consumo humano em Salvador, Estado da Bahia. Ana Maria Santos Messeder de Castro

As variáveis do estudo incluíram Coliformes totais, Coliformes

termotolerantes, cloro residual, turbidez, flúor e intermitência. Foram obtidos

dados

s itens preenchidos, o que demonstra facilidade no

esenvolvimento das ações seguintes de acesso ao sistema de informação –

. Ainda não foi desenvolvido o cadastro de soluções alternativas

coletiv

pela operação de

sistem

dez

secundários através do SISAGUA e da Secretaria de Saúde de

Salvador, que foram processados utilizando-se planilha no Excel, para

elaboração de tabelas e gráficos e analisados com base na Portaria

nº36/90GM.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Verificou-se que o Sistema Integrado de Abastecimento de Água de

Salvador – SIAA abastece 441.419 domicílios, com consumo médio per capita

de 155 l/hab/dia. O sistema é formado pelos seguintes mananciais: Rio do

Cobre, Rio Ipitanga, Rio Joanes, Rio Paraguaçu e Rio Pituaçu. Realiza

tratamento convencional com fluoretação. O cadastro do sistema encontra-se

com todos os seu

d

SISAGUA

as e individuais, fato este necessário, pois nas áreas periféricas, onde

não há água canalizada, as soluções alternativas suprem a demanda de água

da população. Nestes locais a água além de não sofrer tratamento é bastante

manipulada, ficando sujeita ao risco de contaminação por microorganismos.

Os resultados estão apresentados segundo o controle de qualidade da

água para consumo humano realizado pelos responsáveis

a ou solução alternativa de abastecimento e pelo Programa de Vigilância

da Água sobre a responsabilidade da Secretaria de Saúde. O controle da

qualidade da água se diferencia da vigilância pela responsabilidade

institucional, forma de atuação, áreas geográficas de intervenção, pela

freqüência e número de amostras e pela aplicação dos resultados.

I - Análise dos dados de controle do Sistema de Abastecimento

a) Turbi

Page 283: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

284 Uma avaliação do programa de vigilância da qualidade da água

para consumo humano em Salvador, Estado da Bahia. Ana Maria Santos Messeder de Castro

Observa-se pela Tabela 1, que o número de amostras mensais

coletadas para turbidez na entrada da rede e rede de distribuição encontram-se

acima do que determina a l

huvas

todos os

mananciais que abastecem o município são superficiais.

Na rede de distribuição das 1517 amostras coletadas, 123 (8,11%)

estava

ostras coletadas

ncontra-se bem acima do número determinado pela Portaria nº 36/90, tanto

e, quanto na rede de distribuição. Do total de amostras

analisadas 1,99% estavam em desacordo com a legislação na entrada da rede

e 3,92

68%) encontravam-se fora do padrão. No

mês de março de 105 amostras coletadas, 51 (48,57%) estavam insatisfatórias.

egislação, que é de 30 amostras/mês na entrada da

rede, e 11 amostras/mês na rede de distribuição. Das 1436 amostras coletadas

na entrada da rede, 187 (13,02%) encontravam-se fora do padrão. No mês de

junho houve um aumento considerável em relação aos demais, com amostras

fora do padrão tanto na entrada da rede (38,09%), como na rede de

distribuição (80,83%) o que pode estar relacionado ao aumento das c

nesta época do ano e infiltrações na rede, observando-se ainda que

m em desacordo com a Portaria nº 36/90. Nos demais meses apesar

dos percentuais de amostras fora do padrão serem baixos, a turbidez elevada

influencia nos processos usuais de desinfecção, atuando como escudo aos

microorganismos patogênicos minimizando a ação do desinfetante.

b) Cloro Residual

Na Tabela 2 verifica-se que a quantidade de am

e

na entrada da red

% estavam fora dos padrões na rede de distribuição. A presença do cloro

em concentrações suficientes é fundamental como agente bactericida, sendo

notória a eficiência da cloração na redução de doenças de veiculação hídrica

(Freitas et al, 2002).

d) Coliformes

Observa-se na Tabela 3 que na entrada da rede, apesar da Portaria nº

36/90 apenas recomendar a realização de coletas, foram coletadas 986

amostras durante o ano, onde 56 (5,

Page 284: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

285 Uma avaliação do programa de vigilância da qualidade da água

para consumo humano em Salvador, Estado da Bahia. Ana Maria Santos Messeder de Castro

O número de amostras coletadas para o parâmetro Coliformes na rede de

distribuição encontrava-se muito acima do que determina a Portaria nº 36/90.

Coliformes termotolerantes corresponde a

337, ou seja, 0,07% do total coletado, tornando-se um sinal inequívoco de re-

ao longo da rede de distribuição. Com relação aos Coliformes

totais este valor se eleva para 5,03% e o percentual de amostras com mais de

três C

e) Flú

36/90, onde o mínimo é de 11 amostras/mês. Em todos os meses

existiram amostras fora do padrão, num percentual total de 38,96%. Isto

elmente devido a variação dos teores em decorrência da

mperatura e mistura das águas de diversas ETA’s na rede.

e estar presente na água

de abastecimento, mas o uso sistêmico de soluções fluoretadas aumentam o

risco d

A Tabela 4 mostra que de 6.694 amostras coletadas, o daquelas em

desacordo com a legislação para

contaminação

oliformes por 100ml é de 3,38%. Este fato, embora não guarde uma

relação exclusiva com re-contaminação de origem fecal, serve como indicador

da integridade do sistema de distribuição. Águas insuficientemente tratadas,

sem garantia do residual de cloro, ou infiltrações podem permitir o acúmulo de

sedimentos, matérias orgânicas e promover o desenvolvimento de bactérias

incluindo aquelas do grupo Coliformes que não E. Coli ou termotolerantes

(Bastos et al, 2000).

or

A Tabela 5 evidencia que a quantidade de amostras realizadas para

análise de flúor na entrada da rede ficou bem acima do determinado pela

Portaria nº

acontece provav

te

Dentre as 309 amostras, 38,96% estavam em desacordo com a Portaria

36/90, todavia, o presente trabalho não dispõe de dados para avaliar se as

mesmas encontram-se com teores inferiores ou superiores ao recomendado,

que gira em torno de 0,6 à 0,8mgF/L. O flúor, por ser um elemento

recomendado para a prevenção de cárie dentária dev

e fluorose, daí a importância do monitoramento constante (Freitas et al,

2002).

Page 285: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

286 Uma avaliação do programa de vigilância da qualidade da água

para consumo humano em Salvador, Estado da Bahia. Ana Maria Santos Messeder de Castro

e) Intermitência

Refere-se ao fornecimento de água descontínuo ao longo de 24 horas, o

que d

al de 5

à 10%

ortaria nº 36/90GM (Tabela 6). Em relação a

mín

na Endemias e Controle de

06

b)

O número de amostras coletadas para este parâmetro foi abaixo do

pactuado na PPI em todos os meses, que deveria ser de 80 amostras/mês

(Tabela 7). Das 22 amostras analisadas durante o ano na entrada da rede, 13

(59,1%) estavam em desacordo com a legislação. Um percentual elevado,

tendo em vista que a água já sai da ETA sem o residual mínimo necessário,

ficando sujeita à contaminação ao longo da rede. Do percentual de amostras

fora do padrão, todas apresentavam teores de cloro abaixo do que determina a

Portaria nº 36/90 que é de no mínimo 0,5mg/L na entrada da rede de

distribuição. Na rede de distribuição o total de amostras foi de 353, onde 164

(46,5%) estavam fora do padrão.

etermina pressões negativas na rede de distribuição favorecendo a

entrada de impurezas na mesma. A distribuição mensal demonstrada no

Gráfico 1, mostra que é elevado o número de domicílios com intermitência,

variando de 21.989 à 45.510 domicílios, correspondendo a um percentu

em relação ao número total de domicílios abastecidos pela rede.

II – Análise das Atividades de Vigilância da Secretaria de Saúde

a) Turbidez

Foram analisadas 22 amostras distribuídas ao longo do ano, coletadas

na entrada da rede de distribuição. Todas se encontravam satisfatórias,

conforme determina a P

quantidade de amostras coletadas não houve atendimento quanto ao número

imo de coletas, que deveria ser de 80 amostras/mês conforme estabelecido

PPI-ECD Programação Pactuada Integrada –

Doenças. Das 360 amostras coletadas na rede de distribuição durante o ano,

(1,7%) estavam em desacordo com a legislação vigente.

Cloro Residual

Page 286: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

287 Uma avaliação do programa de vigilância da qualidade da água

para consumo humano em Salvador, Estado da Bahia. Ana Maria Santos Messeder de Castro

c) Flúor

Este parâmetro só foi determinado no mês de janeiro, onde foram

co 05 amo as e e am- pa os

meses seguintes não houve coleta.

d) Coliformes

la Tabelaatende ao pactuado na PPI que é d ostras/mês. Na entrada da rede,

da tras das, 17,4 ont -se e esacordo com a

le a Co es to s e 01 ) p oliform termot ntes.

Na distr

Coliformes totais, 75 (21,2%) encontra

ortaria nº 36/90, que tolera 5% das amostras com até 3 coliformes/100ml.

rmes termotolerantes,

24 (6,8%) estavam insatisfatórias, não havendo contaminação apenas no mês

de outubro, apesar do número de coletas ter sido bem reduzido em relação aos

dema

CONC ES

base nos resultados p etros sico- cos e

micro icos isado este ho, par ntrole como para

vigilân era que onitoramento da qualidade da água para

consu o á se aliza nti ente vido nálises

encon -se em cord om rtaria nº 36/90GM. A recoleta é

indicada nos casos de contaminação por coliformes.

Verificou-se a necessidade do cadastramento das soluções alternativas

e individuais de abastecimento de água, com atualização anual, para, através

letadas str todas ncontrav se dentro dos drões. N

Pe 8 observa-se que o número de amostras mensais não

e 80 am

s 23 amos coleta 04 ( %) enc ravam m d

gislação par liform tai (4,35% ara C es o aler

rede de ibuição, das 354 amostras coletadas durante o ano para

vam-se insatisfatórias conforme a

P

Apenas no mês de outubro não houve contaminação.

Das 354 amostras coletadas para análise de Colifo

is.

LUSÕ

Com dos arâm fí quími

bacteriológ anal s n trabal tanto a co

cia, consid -se o m

mo human dever r re do co nuam de as a

trarem desa o c a Po

Page 287: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

288 Uma avaliação do programa de vigilância da qualidade da água

para consumo humano em Salvador, Estado da Bahia. Ana Maria Santos Messeder de Castro

dos indicadores de vigilância da qualidade da água para consumo humano,

subsidiar análises de risco.

Quanto ao número de amostras coletadas para controle, observou-se o

atendimento a o. Já e

coletadas para todos os parâmetros lisados está ito infer uado.

Também para a cia, faz-se ne ário o moni mento

Há nece e de implem ção do Programa de Vigilância da

Qualidade da Água para Consumo Humano, desenvolvido pelo município de

Salvador, visa primento ações pac adas, o nto à

legislação e a s riscos

saúde humana, resultando na redução da possib ade de ão de

doenças. Entre as sugestões para o melhor controle da qualidade da água em

alvador, pode-se incluir:

ade e doenças de veiculação hídrica, visando a identificação de

áreas de risco e adoção de medidas preventivas.

men d n lida d a

umo Hu – SI U municípi e Salvado

ção c LAC pa alização dos demais parâmetros exigidos

la Portaria 69/00 ex o de meta pesados e tóxic

legislaçã m relação à vigilância, o número de amostras

ana mu ior ao pact

vigilân cess tora do flúor.

ssidad enta

ndo o cum das tu atendime

avaliação do que a água de consumo representa para a

ilid transmiss

S

• Realização do cruzamento dos dados de qualidade da água com os dados

de mortalid

• Imple tação do Sistema e I formação da Qua de a Água par

Cons mano SAG A, no o d r.

• Articula om o EN ra re

pe nº 14 , a empl is agro os.

Page 288: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

289 Uma avaliação do programa de vigilância da qualidade da água

para consumo humano em Salvador, Estado da Bahia. Ana Maria Santos Messeder de Castro

Tabela 1- Distribuição das Amostras de água segundo análise de controle da turbidez por meses do ano, em Salvador, Bahia, 2002.

Entrada da Rede Rede de ibuição Distr

Meses Nº ostras

Fora do Padrão

%F. Padrão Fora do Pad

% F. Padrão Am

Nº Am s ostra rão

Janeiro 176 34 19,32 147 5 3,4 Fevereiro 152 25 16,45 152 1 0,66 Março 189 18 9,52 1 0 0 Abril 120 13 10,83 1 2 1,78 Maio 109 17 15,6 1 3 2,42 Junho 63 24 38,09 1 97 80,83 Julho 104 0 0 1 6 4,48 Agosto 105 20 19,05 126 2 1,59 Setembro 104 12 11,54 122 3 2,46 outubro 115 9 7,83 113 2 1,77 novembro 96 3 3,12 106 0 0 dezembro 103 12 2 1,51

3,02 123 8,11

29 12 24 20 34

11,65 1

132 1517

Total 1436 187 Fonte: SISAGUA, 2002.

abela 2- Distribuição das Amostras de água segundo análise Tc

de controle do loro por lvador, B .

residual,

Entrada da Rede meses do ano, Sa ahia, 2002

Rede de Distribuição

Meses Nº Amo as

Fora Padrão Nº Am s

Fora Padrão % str % ostrajaneiro 1 23 3,6 76 0 0 638 fevereir

o 1 1 6 46 8,79

1 3 6,92 1 2 5,06 1 2 3,48 1 1,59 1 2,95 1 2 3,12 1 2 3 28 4,02 1 8,33 573 13 2,27 1 11 2,06

0 12,5 9 1,93

254

53 3 ,9 523 março 90 0 0 549 8 abril 20 0 0 533 7 maio 10 0 0 604 1 junho 26 2 542 6 julho 05 0 0 706 2 agosto

06 3 ,8 697

setembro 08 9 outubro 13 0 0 535 novembro dezembro 104

95 0 0 108 0 13 466

474Total 1506 30 1,99 6 3,92 Fonte: SISAGUA, 2002.

Page 289: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

290 Uma avaliação do programa de vigilância da qualidade da água

para consumo humano em Salvador, Estado da Bahia. Ana Maria Santos Messeder de Castro

Tabela 3 - Distribuição de amostras segundo análise de controle para coliformes totais na entrada da rede de água, por meses do ano, em Salvador,

ahia, 2002.

Meses Am ras %

B

Nº ost Fora Padrão Janeiro 89 1 1,12 Fevereiro 7 0 Março 10 51 4Abri 8 0 Maio 8 1 Junho 6 2 Julh 8 0 Agosto 7 0 Setembro 5 0 Outubro 9 0 Novembro 8 0 Dezembro 8 1 Tot 9 56

9 - 85 ,57

l 9 - 7 1,15

2 6

3,23 o -

4 - 6 - 3 1

- -

5 1,17 al 86 5,68

Fonte: SISAGUA, 2002. Tabela 4 – Distribuição de amostras segundo análise de controle para coliformes na rede de distribuição de água, por meses do ano, em Salvador,

Amostras Coli Total

% Termotolerantes % Mais de 3ColiTotal

%

Bahia, 2002. Meses Nº de

janeiro 627 58 9,25 0 - 50 7,97feve 48 15 0 11 2,27março 7 5,03 0 - 23 4,28a 533 18 3,38 - 2,63m 598 39 6,52 - 5,02junho 543 20 3,68 ,18 0,00julho 698 33 4,73 ,14 2,00agosto 693 37 5,34 ,29 3,75setembro 569 29 5 - 3,16outubro 526 28 5 ,19 3,61novembro 431 13 3,02 0 - 2,55d 454 20 4,40 - 2,20Total 6694 337 5,03 5 ,07 226 3,38

reiro 5 537 2

3,09 -

bril 0 14 aio 0 30

1 0 0 1 0 14 2 0 26

,10 0 18 ,32 1 0 19

11 ezembro 0 10

0Fonte: SISAGUA, 2002.

Page 290: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

291 Uma avaliação do programa de vigilância da qualidade da água

para consumo humano em Salvador, Estado da Bahia. Ana Maria Santos Messeder de Castro

Tabela 5 –Distribuição de amostras água segundo análise de controle de flúor, na rede de distribuição, em Salvador, Bahia, 2002.

Meses Nº Amostras Fora Padrão

%

janeiro 66 13 19,70 fevereiro 47 12 25,53 março 43 12 27,91 Abril 59 15 25,42 Maio 77 26 33,77 junho 64 40 62,50 Julho 72 40 55,55 agosto 80 37 46,25 setembro 73 29 39,73 outubro 73 25 34,25 novembro 66 29 43,94 dezembro 73 31 42,46 Total 793 309 38,96

Fonte: SISÁGUA, 2003

Tabela 6 –Distribuição de amostras de água segundo análise de vigilância do arâmetro turbidez por meses do ano, Salvador, Bahia, 2002.

Rede de Distribuição

p

Meses Entrada da rede

Amostra % Nº Fora Padrão Nº Amostra Fora Padrão % janeiro - - - 31 1 3,2 fevereiro 2 0 0 21 0 0 março 2 Abril 2

0 0 32 0 0 0 0 48 2 4,2

31 1 3,2

bro 1 0 0 23 0 0 tal 22 0 0 360 6 1,7

Maio 2 0 0 21 0 0 Junho 3 0 0 33 1 3,1 Julho - - - 43 0 0 agosto 4 0 0 setembro 4 0 0 41 0 0 outubro 2 0 0 7 0 0 novembro - - - 29 1 3,5 dezem

ToFonte: Secretaria de Saúde de Salvador-Ba, 2002.

Page 291: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

292 Uma avaliação do programa de vigilância da qualidade da água

para consumo humano em Salvador, Estado da Bahia. Ana Maria Santos Messeder de Castro

Tabeparâ

M Rede de Distribuição

la 7 –Distribuição de amostras de água segundo análise de vigilância do metro cloro residual por meses do ano, Salvador, Bahia, 2002.

eses Entrada da Rede Nº

Amostra Fora Padrão % Nº Amostra Fora Padrão %

janeiro - - - 31 17 54,84 fevereiro 2 1 50 21 13 61,91 março 2 1 50 32 20 62,5

mjuju - 43 6 13,95

on 55,17 d 55,56

abril 2 1 50 48 30 62,5 aio 2 1 50 21 8 38,09 nho 3 1 33 31 11 35,48 lho - -

agosto 4 1 25 31 12 38,71 setembro 4 4 100 41 26 63,41 utubro 2 1 50 7 5 71,43 ovembro - - - 29 16 ezembro 2 2 100 18 10

Total 22 13 59,1 353 174 49,29 Fonte: Secretaria de Saúde de Salvador-Ba.

Tabela 8 – Distribuição de amostras de água segundo análise de vigilância o parâmetro Coliformes na Rede de Distribuição, dor, Bahia, 2002.

para por meses do ano em Salva

s %

Meses Nºde Amostras

ColiTotal % Termotolerante

Janeiro 31 7 22,60 1 3,20 FevMarAbrMaiJunJulh 1 2,32 Agosto 19 1 5,30 0 - Setembro 42 5 11,90 1 2,38 Outubro 7 0 0,00 0 - Novembro 30 9 30,00 7 23,33 Dezembro 23 4 17,40 3 13,04 Total 354 75 21,20 24 6,80

ereiro 21 7 33,30 3 14,30 ço 32 6 18,70 2 6,25 il 48 5 10,40 2 4,17 o 24 5 20,80 2 8,33 ho 34 12 35,30 2 5,88 o 43 15 34,90

Fonte: Secretaria de Saúde de Salvado 2002. r,

Page 292: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

293 Uma avaliação do programa de vigilância da qualidade da água

para consumo humano em Salvador, Estado da Bahia. Ana Maria Santos Messeder de Castro

Gráfico 1 – rmitência na distribuição da rede d o ano em Salvador, Bahia, 2002.

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Distribuição do número de domicílios com intee abastecimento de água por meses d

FONTE: SISAGUA, 2002.

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F

, out/2003

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Estabelece os procedimentos e responsabilidades relativas ao controle e vigilância da qualidade da

05.000

10.00015.00020.00025.0003

45.00050.000

janeiro março maio julho setembro novembro

Distribuição dos Do icílios com Intermitência.

0.00035.00040.000

m

Page 293: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

294 Uma avaliação do programa de vigilância da qualidade da água

para consumo humano em Salvador, Estado da Bahia. Ana Maria Santos Messeder de Castro

água para consumo humano e seu padrão de potabilidade, e dá outras providências. Portaria nº 1469 de 29 de dezembro de 2000.

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MINISTÉRIO DA SAÚDE. Programa Nacional de Vigilância Ambiental em Saúde Relacionada a Qualidade da Água para Consumo Humano.

Brasília, junho de 2003, 39 p.

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Ministério da Saúde. Normas e padrões de potabilidade de água destinada ao consumo humano. Brasília - DF, 1990.

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RATTES, M.; Cultura da abundância, o mal das águas. Informe Publicitário

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VON SCHIRNDING, Y.E.R. Indicadores para o Estabelecimento de Políticas e a Tomada de Decisão em Saúde Ambiental. Minuta para

Discussão na Oficina de Indicadores de Saúde e Monitoramento

Ambiental. Organizado e coordenado pelo CENEPI/FUNASA e OPAS, Rio

de Janeiro – Genebra, agosto de 1998, 97 p.

Page 294: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

NÚCLEO DE ESTUDOS DE SAÚDE COLETIVA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM VIGILÂNCIA AMBIENTAL EM SAÚDE

Adaptação da Monografia apresentada ao

- 2003 -

PADRÃO DE POTABILIDADE DA ÁGUA PARA CONSUMO HUMANO, NA ÁREA DE ABRANGÊNCIA DA 6ª REGIONAL DE SAÚDE:

Áreas urbanas do município de Itacaré.

Núbia Regina Silva Santos

Núcleo de Estudos de Saúde Coletiva como pré-requisito para a obtenção do Titulo de Especialista em Vigilância Ambiental em Saúde

Page 295: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ
Page 296: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

RESUMO

ação do meio ambiente, contribuem para ocorrências de doenças e mortes

prema

o ponto de vista de saúde pública, o problema mais sério, referente à

poluiçã

le de vigilância efetiva junto à comunidade consumidora do

produt

de saneamento, doenças mais prevalentes e

assistê

ruta e satisfatórios para a maioria da água tratada. As observações

realiza

A saúde e a doença são processos dinâmicos, estando o homem interagindo

com as forças biológicas, físicas, mentais e sociais que tendem a ameaçar o

equilíbrio do seu estado de saúde. As condições ambientais adversas, assim como

a degrad

turas de milhões de pessoas.

Os problemas de poluição dos mananciais nos centros urbanos, já atingem

níveis de preocupação, exigindo maior controle dos despejos como também

tecnologia mais adequada para tratamento e recuperação das águas poluídas.

D

o dos recursos hídricos, está associado as águas peridomiciliares poluídas

por dejetos humanos lançados diretamente ao solo ou através de descargas e

esgotos, causando grande número de doenças como as verminoses.

O objetivo principal desse trabalho foi o de realizar um diagnóstico do padrão

de potabilidade da água consumida por populações no contexto regional urbano,

propondo um contro

o, como também sensibilizar e conscientizar os gestores de saúde pública a

promover ações que visem mitigar a relação dos processos produtivos do homem

com o meio ambiente, através do exercício da cidadania. Além disso, visou realizar

um levantamento, disponibilidade e caracterização desses recursos hídricos, como

também traçar um perfil das condições

ncia à saúde para as comunidades em estudo.

Foram então realizadas coletas de águas consumidas por essas

comunidades, sendo que os resultados das análises não foram satisfatórios para a

água b

das no campo e os resultados das entrevistas semi-estruturadas, sugerem

ações imediatas de saneamento.

Palavras chaves: Água – Saneamento – Poluição da água

Page 297: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ
Page 298: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

299 Padrão de potabilidade da água para consumo humano, na área de abrangência

da 6ª regional de saúde: Áreas urbanas do município de Itacaré. Núbia Regina Silva Santos

INTRO

que são lançados diariamente (CASSARO,

2003).

or ano,

principalmente crianças em países subdesenvolvidos (MACAN, MARKAR,

2003).

OTE-

WHITE, 1990 e SANTOS, 2001).

om os problemas

ambie

s e

DUÇÃO

O Brasil dispõe de água suficiente para atender a todos, pois concentra

cerca de 12% da água doce do planeta, porém, além da distribuição ser

irregular, essas águas são também receptoras de milhões de toneladas de

dejetos humanos e outros resíduos

A falta de água tratada e saneamento associados a pobreza e a falta de

higiene, criam o ambiente propício à difusão de doenças infecto-contagiosas

(BERTOLLI Fº, 2001), provocando a morte de milhões de pessoas p

Em diversas localidades do país muitas comunidades tem recorrido às

fontes alternativas disponíveis no meio ambiente. São explorados poços, rios,

nascentes, água de chuva entre outros. Deve-se levar em consideração que

algumas comunidades dispõem de água tratada, porém devido a baixa renda

familiar esses recursos alternativos são também explorados para amenizar

gastos financeiros.

Muitos trabalhos envolvendo comunidades na percepção sobre o

processo saúde, doença e qualidade de vida, tem sido realizados no país,

sendo observados o envolvimento de fatores de ordem política, econômica,

sócio-cultural, como também os fatores relativos ao meio ambiente (FO

A idéia do ambiente como elemento importante para a saúde é muito

antiga, mas do ponto de vista técnico-científico, só recentemente tem merecido

maior precisão em termos de conceitos e metodologias (FUNASA/CBVA,

2003).

Autoridades e Ongs de diversos países preocupados c

ntais no planeta realizaram encontros internacionais para discutir sobre

a situação do meio ambiente no mundo, gerando assim documento

Page 299: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

300 Padrão de potabilidade da água para consumo humano, na área de abrangência

da 6ª regional de saúde: Áreas urbanas do município de Itacaré. Núbia Regina Silva Santos

propos

da vigilância ambiental em saúde no país (MINISTÉRIO DA

SAÚD

qualitativos são requeridos para

aborda

vigilância

ambiental no País (BRASIL, 1999).

a vigilância da qualidade da água para consumo humano, a

umpre papel de instrumento técnico, aprovado pelas Comissões

Interge

tas importantes que evidenciam a conservação e proteção da saúde e

do ambiente (OPAS/OMS, 1999; MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002 b).

Esse processo que envolve degradação ambiental, saúde e doença,

possibilitou o surgimento do campo multidisciplinar denominado “saúde

ambiental” (FUNASA/CBVA, 2003; FUNASA/CGVAM, 2002). Surge então o

Sistema de Vigilância Ambiental em Saúde que define as bases para

implementação

E, 2002 a; BRASIL, 199; FUNASA/CGVAM, 2002).

Algumas considerações são relevantes para adoção de um modelo de

vigilância à saúde. Além dos riscos ambientais, deve-se levar em consideração

o contexto onde se processa as relações do homem com a natureza.

As avaliações de risco incluindo dados

r o sistema. O princípio da precaução é outro conceito que deve servir

de guia para a ação em vigilância ambiental, o que quer dizer que doenças e

desastres ou acidentes devem ser antecipados pelo reconhecimento anterior

dos riscos e dos contextos nocivos à saúde (AUGUSTO & FREITAS, 1998).

Deve-se levar em consideração que nesse contexto a Saúde Coletiva

tem grande relevância para a compreensão da saúde de forma mais ampla

(TAMBELINE & CÂMARA, 1988).

A partir da Portaria nº 125/1999, de 14 de fevereiro de 1999 e da

Portaria nº 1.399/1999, a qual regulamenta a área da Epidemiologia e controle

de doenças determina a necessidade de uma programação Pactuada Integrada

(PPI). São lançadas as bases para uma real estruturação da

No âmbito d

PPI-ECD c

stores Bipartide (CIB) de cada estado, na qual são definidas as

atividades e metas a serem cumpridas para fortalecer o Sistema Nacional de

Vigilância Epidemiológica e Ambiental em Saúde (MINISTÉRIO DA SAÚDE,

2002 a).

Page 300: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

301 Padrão de potabilidade da água para consumo humano, na área de abrangência

da 6ª regional de saúde: Áreas urbanas do município de Itacaré. Núbia Regina Silva Santos

A água, este recurso natural de grande relevância para manutenção da

vida, pode afetar a saúde do homem se esta estiver poluída por produtos

químicos radioativos, geralmente efluentes de esgotos industriais, ou se estiver

contaminada por agentes biológicos ou através de contato direto, ou por meio

de insetos vetores que necessitam da água em seu ciclo biológico

(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1994).

No estágio atual de conhecimento sobre microbiologia sanitária e a

epidemiologia, tornar-se redundante reafirmar a importância da veiculação hídrica

de dive

smitidas pela água (MARTINS VIEIRA, 1999).

água apresenta características físicas e biológicas. Segundo BASTOS

pais características físicas envolvem aspectos mais de ordem

stética e psicológica, guardando pouca relação com a segurança sanitária. A

turbide

atógenos microbianos possíveis.

Um método mais lógico é detectar organismos normalmente presentes nas

fezes

e desinfecção da água (MARTINS VIEIRA, 1999).

a).

rsos patógenos (bactérias, vírus, protozoários e helmintos) e a transmissão

fecal-oral de doenças associadas ao consumo de água (BASTOS, 2002).

As bactérias patógenas encontradas nas águas contaminadas, como

também nos alimentos, constituem uma das principais fontes de morbidade em

nosso meio e são as responsáveis pelos numerosos casos de enterites, diarréias

infantis e doenças epidêmicas, como a febre tifóide e o cólera, apresentando

resultados frequentemente letais (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1994;

ROUQUAYROL, 1999; ROITMAN, 1988). Os lactentes, as crianças, os anciãos e

as pessoas debilitadas ou que vivem em condições anti-higiênicas, são os mais

expostos às enfermidades tran

A

(2002), as princi

e

z é um indicador de natureza sanitária e não meramente estética.

A característica biológica dar-se pela presença de microorganismos. Não

é fácil localizar na água todas e cada um dos p

dos seres humanos e outros animais de sangue quente, que serão

utilizados como indicadores da contaminação fecal e da eficiência do

tratamento

A adição de cloro na água tem finalidade sanitária, pois elimina

microorganismos presentes na mesma (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002

Page 301: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

302 Padrão de potabilidade da água para consumo humano, na área de abrangência

da 6ª regional de saúde: Áreas urbanas do município de Itacaré. Núbia Regina Silva Santos

A Portaria MS nº 1.469/2001 estabelece procedimentos e responsabilidades

quanto ao controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano.

O controle da qualidade da água, que deve ser exercido pela entidade

responsável pela operação do Sistema de Abastecimento de Água, quanto à

sua vigilância por meio dos órgãos de saúde pública (BRASIL, 2001), são

instrumentos essenciais para a garantia da proteção à saúde dos

consumidores.

Localizado no Sul da Bahia, o município de Itacaré apresenta um cenário

exuberante de belezas naturais, representado por praias, rios, cachoeiras e

florestas. Esse município comporta uma população um tanto heterogênea,

devido a inserção de pessoas vindas de outros estados do Brasil e de outros

países, atraídas pela sua exuberância natural.

lização de

coletas de água em sistemas e soluções ou fontes alternativas de uso coletivo

para f

ra

comun

de.

aré para aplicação da pesquisa.

Essa pesquisa objetiva registrar um diagnóstico do padrão de

potabilidade de águas consumidas por populações humanas no contexto

urbano regional, em conformidade com a Portaria nº 1.467 do Ministério da

Saúde, de 29 de dezembro de 2000 e republicada no Diário Oficial de 22 de

fevereiro de 2001 (Anexo I), (BRASIL, 2001), considerando a rea

ins de realização de análises físico-química e microbiológica, como

também objetiva realizar um levantamento, disponibilidade e caracterização

desses referidos recursos e por fim traçar um perfil das condições de

saneamento, doenças mais ocorrentes e assistência à saúde, pa

idades localizadas em áreas urbanas (sede, distritos e povoados) no

município de Itacaré, área de abrangência da 6ª Regional de Saú

METODOLOGIA

Realizou-se levantamento de dados junto à 6ª Diretoria Regional de

Saúde sobre o Programa de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo

Humano, como também sobre outros programas pertinentes à saúde que foram

objetos para a escolha do município de Itac

Page 302: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

303 Padrão de potabilidade da água para consumo humano, na área de abrangência

da 6ª regional de saúde: Áreas urbanas do município de Itacaré. Núbia Regina Silva Santos

Ainda

uição da prestadora local, que realiza

tratam

nos laboratórios de análises de água da 6ª

Dires e

também disposição da rede de distribuição e tratamento da água. Observou-se

ainda

a população. Realizou-se também entrevistas semi-estruturadas

com re

unto à comunidade da sede, do distrito e

dos povoados do município.

sendo 18 destas provenientes de

sistemas de abastecimento e 7 de fontes alternativas coletivas, distribuídas

istrito de Taboquinhas e povoados da Rua da Palha e Água Fria

o município de Itacaré (Quadros 1, 2, 3 e 4).

baseando-se nesses dados, decidiu-se trabalhar com todas as fontes

alternativas coletivas, sistemas de abastecimento e com todos os pontos de

coleta de água da rede de distrib

ento da água, disponível na área urbana do município. Foram coletadas

amostras de águas brutas e tratadas para realização de análises físico-química

e microbiológica nos seguintes pontos: fontes alternativas da sede, distrito e

povoados; no sistema de abastecimento do distrito e em todos os pontos da

rede de distribuição do sistema de abastecimento da sede.

As análises foram realizadas

m Ilhéus. Durante o desenvolvimento da pesquisa foram observadas as

condições de saneamento do município como: disposição do lixo, tipo de

esgotamento sanitário, disposição das fontes alternativas coletivas como

condições de moradia, assistência à saúde e doenças que mais

acometem

presentantes de instituições públicas locais e regionais como também a

realização de observação participante j

RESULTADOS

Foram realizadas 25 coletas de água,

entre a sede, d

d

Observou-se e constatou-se que apenas na sede do município do

município há disponibilidade de água tratada, fornecida pela prestadora local, a

EMBASA.

No distrito e povoados, como também em alguns locais da sede, a

população consome água bruta proveniente de poços, rio e nascente.

Page 303: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

304 Padrão de potabilidade da água para consumo humano, na área de abrangência

da 6ª regional de saúde: Áreas urbanas do município de Itacaré. Núbia Regina Silva Santos

Na sede do município de Itacaré, coletou-se amostras de água tratada,

para fins de realização de análises físico-química e microbiológica, em 17

pontos da rede de distribuição da prestadora local, a EMBASA. Desse total, 16

amostras atenderam aos padrões de potabilidade estabelecidos pela Portaria

MS n

m suas residências.

As amostras realizadas nessas fontes não atenderam aos padrões de

potabi

da

ausência do cloro, essa água apresentou coliformes totais e fecais.

liformes fecais e totais, e de um

poço denominado de “Fonte da Rua Nova” que apresentou na água as

mesm

ternativas apresentaram 0 uH.

entou a ausência de coliforme fecal. Essas águas

ainda apresentaram 0 uH para cor aparente.

º 1.469/2001, enquanto que apenas uma amostra não atendeu aos

padrões de potabilidade devido a cor aparente que acusou 60 uH. Ainda na

sede constatou-se duas fontes alternativas coletivas exploradas pela população

local. A Fonte da Bica e a Fonte do Miranda são dois braços (cursos dágua)

originários de uma mesma nascente. Essa água é consumida de forma bruta,

sendo que algumas poucas famílias costumam filtra-las e

lidade, pois além da ausência de cloro apresentaram coliformes total e

fecal.

No distrito de Taboquinhas constatou-se a presença de um Sistema de

Abastecimento de água, mantido pela Prefeitura do Município, porém não há

realização de tratamento nessa água sendo fornecida a população de forma

bruta. A vazão é realizada de um dos principais rios do município. Além

Constataram-se ainda as instalações de um chafariz que também

apresentou ausência de cloro e presença de co

as características do chafariz, exceto pela ausência de coliforme fecal.

Nesse distrito, apenas o sistema apresentou para a cor aparente 50 uH,

enquanto que as demais fontes al

No povoado da Rua da Palha constatou-se a presença de dois poços

rasos: a Cisterna da Rua da Palha e a Cacimba do Edízio e no povoado de

Água Fria constatou-se um outro poço denominado “Fonte do Bonga”. As

amostras de água dessas fontes alternativas, após análises, acusaram a

ausência de cloro e a presença de coliformes totais e fecais, exceto para a

Fonte do Bonga que apres

Page 304: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

305 Padrão de potabilidade da água para consumo humano, na área de abrangência

da 6ª regional de saúde: Áreas urbanas do município de Itacaré. Núbia Regina Silva Santos

Durante realização de visitas nos locais da pesquisa, observou-se que

cada comunidade tem seus próprios conceitos sobre a água ideal para o

consumo humano, saúde e doença.

s doenças notificadas que mais ocorrem no município são as

verminoses, principalmente amebíase e ascaridíase, diarréias, dengue e DST.

xceto esta última citada, as demais são consideradas doenças por veiculação

hídrica.

DISCUSSÃO

O município dispõe em abundância, de recursos hídricos como

nascentes, rios e provavelmente um lençol freático de grande extensão, pois

observou-se que a menos de 2 metros de profundidade do solo, em diversas

localidades do município têm-se água. No entanto, a falta de uma política

direcionada ao setor saúde-saneamento, particularmente no distrito e

povoados, como também no bairro Santo Antônio, pode vir ocasionar surtos de

doenças de veiculação hídrica como, por exemplo, cólera e salmoneloses. É

Segundo o coordenador de saúde do município as atividades de VISA

ainda está restrita as inspeções, realização de cadastros de estabelecimentos

comerciais e apuração de denúncias, devido a sua recente inserção no

município. O cronograma de coleta de água não está sendo cumprido

regularmente por motivos diversos e ainda não foi possível implantar o

programa de vigilância da mesma.

As residências dos municípios de Itacaré são servidas em sua maioria

por fossas. Em algumas situações os dejetos orgânicos são lançados

diretamente na superfície do solo e em valas através de sanitários suspensos.

A assistência básica à saúde é precária, principalmente nos distrito e

povoados.

Não há atuação efetiva do PACS e da VISA com relação as atividades

de água. Apenas a coleta é realizada.

A

E

Page 305: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

306 Padrão de potabilidade da água para consumo humano, na área de abrangência

da 6ª regional de saúde: Áreas urbanas do município de Itacaré. Núbia Regina Silva Santos

necessário a percepção dos responsáveis pelo serviço de saúde para

aplicabilidade do princípio de precaução com realização de métodos e medidas

doen

que

usê de esgotamento sanitário com tratamento) e a disponibilidade

iret ontribuem significativamente para o desencadeamento de

alter

gente microbiológicos provenientes de diversas fontes de poluição de formas

que

páss

asilhames suspensos por cordas em que são coletadas essas águas, etc.

umidores, em particular os de fontes

desc

por t

onh a pode oferecer, mesmo que

minação dessas águas, pois a

apen realização

utiliz

é a a

mitigadoras para conter a tempo a possível ocorrência de acidentes, surtos de

ças e outras gravidades nessas comunidades.

No contexto do processo saúde-doença e meio ambiente, observou-se

devido a falta de saneamento básico (destinação inadequada do lixo e

ncia de rede a

e o fácil acesso aos recursos hídricos locais expostos às fontes poluidoras

as e indiretas, cd

determinadas doenças, como por exemplo as verminoses.

Mediante resultados das análises e visitas in loco, as soluções

nativas, mesmo que protegidas externamente, estão contaminadas por

a

direta e indiretas: águas residuais e dejetos humanos (no caso do manancial

abastece o chafariz); fezes de animais de sangue quente; principalmente

aros silvestres; a falta de cuidados de higiene, principalmente dos

v

Para a maioria dos cons

alternativas, a água ideal para consumo basta ser límpida como um cristal, pois

onhecem os riscos de natureza sanitária.

Os consumidores de água tratada, no caso fornecida pela EMBASA e

erem uma assistência à saúde mais próxima dos locais onde residem, já

ecem os riscos de doenças em que a águc

esta seja límpida e transparente.

Não é possível delimitar o grau de conta

técnica utilizada para a análise microbiológica é o colilerte, no qual acusa

as a presença ou ausência de coliformes, não sendo possível a

de contagem de colônias. Porém para evitar riscos em saúde pública, o padrão

ado, conforme Portaria do MS nº 1.469/01, para o parâmetro coliformes,

usência dos mesmos.

Page 306: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

307 Padrão de potabilidade da água para consumo humano, na área de abrangência

da 6ª regional de saúde: Áreas urbanas do município de Itacaré. Núbia Regina Silva Santos

A base de sustentação da vida encontra-se inserida nesse recurso

e forma direta e indireta.

ndes impactos ambientais:

no início do século XX, lançando efluentes químicos e gases no ambiente,

de g

mb iversas formas de vida.

meio ambiente sem alterá-lo, mas é possível verificar o grau de intensidade

pode

e su contexto.

num

natural, a água, o qual o homem a utiliza como sua principal fonte de alimento,

d

Foram várias as etapas que marcaram os gra

guerras, a industrialização no final do século XIX e sua expansão tecnológica

juntamente com o aumento da população, o meio ambiente sofreu agressões

rande impacto, descaracterizando sua paisagem original e propiciando um

iente insalubre para as da

É importante ressaltar que o homem não pode se dar ao luxo de ocupar

o

no qual este ambiente será alterado. Desta forma, as medidas mitigadoras

m ser estudadas e aplicadas, visando impedir a destruição dos recursos

stentação inseridos nessed

A longo prazo, a humanidade deverá encontrar um meio de convivência

equilíbrio dinâmico com a sua única fonte de poder: a natureza.

Page 307: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

308 Padrão de potabilidade da água para consumo humano, na área de abrangência

da 6ª regional de saúde: Áreas urbanas do município de Itacaré. Núbia Regina Silva Santos

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M

Page 308: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

309 Padrão de potabilidade da água para consumo humano, na área de abrangência

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Page 309: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

NÚCLEO DE ESTUDOS DE SAÚDE COLETIVA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM VIGILÂNCIA AMBIENTAL EM SAÚDE

A FLUORETAÇÃO EM ÁGUA DE ABASTECIMENTO PÚBLICO NO

MUNICÍPIO DE SALVADOR.

Cristina Maria Mota Gesteira

Adaptação da Monografia apresentada ao Núcleo de Estudos de Saúde Coletiva como pré-requisito para a obtenção do Titulo de Especialista em Vigilância Ambiental em Saúde

- 2003 -

Page 310: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ
Page 311: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

RESUMO

e

dentária em crianças de 0 a 6 anos. Desta forma, o objetivo do presente estudo

foi ana

Palavrfluoretação.

A fluoretação da água de abastecimento público tem sido considerada

como método mais efetivo e econômico para prevenção da cárie dentária, fato

reconhecido cientificamente. Mas para tal, a taxa de flúor na água deve ser

rigorosamente avaliada, pois a baixa concentração desse íon torna sua

aplicação ineficaz. Por outro lado sua superdosagem pode causar fluoros

lisar a situação da fluoretação da água de abastecimento no município

de Salvador, Bahia, verificando se os teores de flúor na água de abastecimento

situam-se acima, abaixo ou na concentração recomendada.

Embora os responsáveis pelas ETA’s que abastecem o município de

Salvador, tenham afirmado que o processo de controle da fluoretação da água

era rigoroso e seguia a legislação brasileira, observou-se que 63% das

amostras encontravam-se inadequadas, considerando-se os riscos /benefícios

da fluoretação da água.

as-chave: Flúor; Fluoretação da água; Heterocontrole; Vigilância da

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Page 313: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

314

INTRODUÇÃO

A magnitude do problema da cárie dental demanda, sem dúvida, ampla

utilização de medidas preventivas de alcance coletivo. Dentre os meios de

comba

esar de existirem meios de atuação eficientes

vamente baixo, atinge todos os países do

mundo, afetando em alguns deles mais de 90% da população, embora com

suas conseqüências podem ser

itadas: o dano causado pela perda das unidades dentais, resultando em

insufic

onsumida por sua população. Essa substância tem potencialidade para

e dentes cariados, perdidos e obturados (Folha

São P

te à cárie, a fluoretação das águas de abastecimento público tem

destaque merecido, seu reduzido custo, a comprovada eficácia, a segurança

que oferece e aplicabilidade a grandes grupos populacionais possibilitaram a

sua utilização como uma excelente estratégia no campo da saúde pública.

Na Odontologia, a cárie é considerada, mundialmente, como o principal

problema de saúde pública. Ap

para evitá-la a custo per capita relati

diferentes perfis de morbidade. Entre as

c

iência mastigatória; as alterações na estética facial como causa indireta

de doenças periodontal e maloclusões, que podem interferir diretamente na

formação da personalidade por afetar a auto-estima principalmente dos grupos

mais jovens da população (Chaves, 1986).

Cinqüenta anos depois da primeira fluoretação do Brasil e passados 30

anos desde que uma lei que torna obrigatória a adição de flúor à água de

consumo, 60% dos municípios brasileiros ainda não tem água fluoretada

c

reduzir em 60% os índices d

aulo -Folha Cotidiano -Página C 1 - 20/10/2003).

Segundo avaliação preliminar do Ministério da Saúde, a cobertura

populacional da fluoretação da água não passa de 70 milhões de pessoas

(56,4% da população do país). Nenhum morador do Acre, do Amazonas, do

maranhão, da Paraíba e do Rio Grande do Norte teve acesso a esse benefício

até hoje.

Page 314: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

315

Tão importante quanto garantir a implantação desta medida é o seu

controle. Os teores de flúor têm que estar dentro de limites pré-estabelecidos

para que esteja assegurada a efetividade e a segurança do método. Disto

depreende-se a necessidade de ações que acompanhem a execução da

medida.

Em face desta realidade, o presente trabalho é uma iniciativa que aborda

os dois aspectos da questão: técnico e o político. A dimensão técnica é

contemplada pela coleta dos teores de flúor na água de abastecimento público

do município de Salvador através de métodos solidamente amparados na

literatura disponível. O âmbito político reside na decisão de estimular o sistema

de saúde a encampar as atividades de vigilância sanitária e ambiental,

cumprindo assim sua missão.

efetivo e econômico para prevenção da cárie dentária,

fato reconhecido cientificamente. Mas para tal, a taxa de flúor na água deve ser

rigoros

oretação de águas de abastecimento imposta

pela Lei 6.050 de 24/05/74 e Decreto 76.872 de 21/12/75, tem sido uma

medida de saúde polêmica. Defendida por aqueles que vêem como mais uma

A prevenção da doença dentária pode ser feita pelo controle da placa

dental (higiene oral), o consumo de carboidratos (dieta) e pelo uso racional do

flúor, tendo em vista os fatores relacionados com as dificuldades do sucesso

absoluto das duas medidas o uso racional é imprescindível como meio

complementar para êxito no combate da cárie dental (CURY,1989).

A fluoretação da água de abastecimento público tem sido considerada

como o método mais

amente avaliada, pois a baixa concentração desse íon torna sua

aplicação ineficaz. Por outro lado, sua superdosagem pode causar fluorose

dentária em crianças de 0 à 6 anos. Desta forma, o objetivo do presente estudo

foi analisar a situação da fluoretação da água de abastecimento na cidade de

Salvador, verificando se os teores de flúor na água de consumo público situam-

se acima, ou abaixo ou na concentração recomendada, bem como identificar o

mecanismo de controle operacional executado na ETA (Estação de Tratamento

de Água).

A obrigatoriedade da flu

Page 315: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

316

opção

variam entre 17º

e 35 º C sendo a média das máximas de 28º C e a média das mínimas 22º C.

REVIS

de enfrentamento do problema de alta ocorrência da cárie dentária no

país, é contestada por outros que destacam os seus efeitos prejudiciais à

saúde, como a fluorose dentária ou outras doenças que podem estar

associadas com disponibilidade em excesso de íons de flúor no corpo humano.

A grande maioria dos trabalhos científicos elege a fluoretação das águas

como a medida preventiva de alcance coletivo de maior impacto para controle e

prevenção da cárie dentária. Este método ocupa espaço privilegiado

principalmente, em cidades onde os programas de saúde bucal coletiva não

são efetivos, possibilitando uma redução em torno de 60% na prevalência de

cárie, e as pessoas recebem, permanentemente concentração “ótima” (0,6 a

0,8 ppm de flúor na água).

Caracterização do município de Salvador

Incluída na Região Nordeste do Brasil, situada a 38º 31’ de longitude

oeste de Greenwich e 13º 00’ de latitude sul. Possui uma forma ligeiramente

triangular, com a sua base voltada para o norte e o vértice para o sul, onde se

localiza a entrada da Baia de Todos os Santos. O clima predominante é o

quente úmido, com regime climático tropical moderado e chuvas acentuadas no

outono e no inverno (abril a julho). As temperaturas absolutas

ÃO DA LITERATURA

No início do século XX cárie dentária era um problema de saúde pública,

na maior parte do planeta. As populações conviviam com infecções, dor,

sofrimento e mutilação. É uma doença multifatorial que possui diversos modos

de prevenção. Dentre essas medidas, em populações onde as condições de

higiene oral causem alta prevalência de lesões cariosas, a fluoretação artificial

da água, como citado anteriormente, é medida importante para interferir nos

processos dinâmicos de desenvolvimento e progressão da cárie (Murray, 1992;

Pinto, 1990; Thylstrup et al, 1995).

Page 316: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

317

Mc Kay foi o primeiro a relacionar o flúor à cárie dentária ao observar

que, em Colorado Springs, a maioria das crianças apresentava esmaltes

manch

la diferença (Mc Kay & Black, 1916;

Mc.Kay, 1928). A formulação dessa hipótese fez com que se iniciassem

estudo

o

fato da população ter passado a partir de 1909, a ser abastecida com água de

um po

entrações

de flúor na água (0,7ppm., p.ex., na maioria do território brasileiro) são capazes

lência de cárie em aproximadamente 60%. Esse poder

reventivo do flúor seria confirmado em centenas de estudos realizados em

todo o

ados (mottled enamel) e muito baixa prevalência de cárie. Observou que

as crianças de outras áreas não apresentavam dentes manchados, mas nelas,

a prevalência de cárie era tão alta quanto em outras áreas dos Estados Unidos.

Analisando as condições climáticas e os hábitos alimentares como as razões

dessa diferença, percebeu que a água ingerida por ambos os grupos era a

única diferença entre eles. Aventou a hipótese de que algum elemento químico

existente na água seria responsável pe

s sobre a água em algumas localidades onde a população apresentava

dentes manchados.

Churchill (1931), pesquisando a água de Bauxita, Arkansas, através de

exames espectrográficos, detectou 13,7 ppm de flúor. Chamou-lhe atenção

ço profundo recém-perfurado, e as crianças, desde então, apresentaram

dentes manchados. Novas investigações levaram a estabelecer uma

concentração de flúor nas águas que fosse capaz de produzir o máximo

benefício da prevenção de cáries e o mínimo tolerável de fluorose dentária nas

populações expostas.

Dean (1938), que propôs a denominação “fluorose dentária” para os

dentes manchados, chega ao valor de 1ppm, admitindo pequenas variações

associados às características ambientais, sobretudo à temperatura. Neste

estudo, comparou dados secundários sobre prevalência de fluorose dentária

em 26 estados e a relação flúor – cárie - fluorose em 21 estados dos EUA.

Com bases nestes estudos científicos, a tese de que adequadas conc

de reduzir a preva

p

mundo (Chaves, 1977).

Page 317: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

318

O significado dessa descoberta levou Cox (1939) a propor que a

American Dental Association (ADA) recomendasse oficialmente a fluoretação

da água. Isso viria a ocorrer em 1950, quando já estavam bem consolidados os

resulta

iegas, 1989). Segundo o Ministério da Saúde brasileiro a

medida é recomendada por mais de 150 organizações de ciência e saúde,

incluin

de, 1999). No mundo científico,

criou-se uma grande polêmica da utilização da fluoretação das águas de

abaste ie dental. Em

verdad

com notáveis mudanças em sua ocorrência no último

século

t al., 1996). O processo cárie afeta mais de

95% da população brasileira, deteriora a qualidade de vida de muitas pessoas,

provocando dor e infecções que, sem tratamento podem agravar outras

dos das primeiras experiências de fluoretação controlada (ADA, 1951). A

Organização Mundial da Saúde (OMS), a Organização Pan Americana da

Saúde (OPAS), o Ministério da Saúde e todas as entidades nacionais

representativas da área odontológica no Brasil recomendam a fluoretação das

águas de abastecimento público nos locais onde há indicação técnica para

aplicar a medida (V

do, entre outros, a Federação Dentária Internacional e a Associação

Internacional de Pesquisa Odontológica.

O programa de flouretação da água tem sido, então, implementado em

aproximadamente 39 países, atingindo mais de 200 milhões de pessoas.

Acrescente-se a isto um adicional estimado de outros 40 milhões que ingerem

água naturalmente fluoretada (Ministério da Saú

cimento público como método de prevenção da cár

e, uso de qualquer substância, mesmo em benefício da saúde

comunitária, sempre gerou controvérsia.

Epidemiologia e Patogenia da Cárie Dental

A cárie dentária é uma doença que acompanha a humanidade ao longo

de sua história, mas

. Acompanhando a industrialização, a doença cresceu em prevalência,

afetando praticamente todas as pessoas nas populações relacionadas, e se

tornou um problema de saúde pública no final do século XIX, quando novas

tecnologias proporcionaram a produção de grandes quantidades de açúcar

refinado (Buischi, 1996; Bratthall e

Page 318: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

319

doenç

árie dental é uma doença infecciosa que resulta na dissolução e

estruição dos tecidos calcificados dos dentes. É caracterizada por uma

esmineralização da porção orgânica, resultando na desnaturação do

equilíbrio do processo dinâmico entre a

estrutura dental e o seu meio ambi ão

por ácidos orgânicos as

bactérias (Garrone Neto Narciso, 2003).

A in oorganismos

causadores através da

dsorção às proteínas salivares. Sob condições biológicas favoráveis, estas

bactér

idratos refinados,

princip

as gerais. Além disso, introduzem uma pesada carga financeira nos

serviços públicos e privados de saúde.

A c

d

d

colágeno. Ocorre quando há um des

ente, culminando numa desmineralizaç

provenientes da metabolização dos carboidratos pel

stalação da cárie dental se inicia quando os micr

desta patologia colonizam a superfície dentária

a

ias fermentam açúcares e produzem ácidos, capazes de desmineralizar

o esmalte dentário subjacente (Newbrun, 1990; Trystrup, 1998; Pinto, 1992).

A cárie é uma doença transmissível e multifatorial. A sua instalação

depende da presença de três fatores essências ou determinantes que,

interagindo entre si serão capazes de provocar um desequilíbrio no meio bucal,

criando condições favoráveis para o seu aparecimento. Tais fatores são

representados por hospedeiro suscetível, dieta e microbiota, que são definidas

como: o próprio paciente; dieta cariogênica, rica em carbo

almente a sacarose e Streptococcus mutans e Lactobacillus. A ação

conjunta desses fatores, ao longo de um determinado tempo, que pode durar

meses ou anos, resulta na cárie. Sem interação desses fatores, a cárie não se

desenvolve. O tempo, saliva, a presença de flúor e a higiene bucal são fatores

modificadores, capazes de dificultar a interação dos fatores essenciais.

(http://www.odontoinfantil.com.br//Artigos% acesso em 25/09/2003).

Flúor

grande potência de reatividade química, motivo pelo qual não é

e Flouretos

O Flúor é um elemento químico representado pelo símbolo F,

descoberto e isolado por Henry Moissan em 1886. Seu estado natural é gás e

possui

Page 319: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

320

encontrado livre na natureza. Ele está sempre associado a outros elementos

químicos compondo inúmeros compostos, solventes ou insolúveis (Buendia,

1996).

O Flúor ou Fluoreto é o 13ºelemento mais abundante na natureza - e,

também, o mais eletronegativo dos halogênicos, grupo que inclui ainda o cloro,

o bromo e o iodo. Com grande capaci ir com outros elementos

químicos e formar compostos orgânicos ânicos, o flúor está presente no

ar, no solo e n w.te ed/2104/flu

dade de reag

e inorg

as águas. http//(ww rra.pt/bilen car.htm, acesso

em: 26 set. 2003

O flúor p nção chav es

dentárias. Em todo o mundo, o flúor foi utilizado na prevenção de cáries de

várias maneiras: pela fluoretação das fontes de água potável, pela sua adição

ao sal

gente

uoretante. Entretanto, existem diversas considerações práticas envolvidas na

a ser utilizado, tais como: eficácia, grau de solubilidade,

custo,

).

ossui uma fu e na prevenção e controle das cári

, pela sua prescrição, ou através da aplicação tópica de géis ou soluções

e através da ampla utilização dos dentrifícios fluoretados. Não há dúvida de

que a descoberta das propriedades anticariogênicas do flúor constitui um dos

marcos da odontologia (Fejerskov et al., 1994).

Compostos de Flúor Utilizados na Fluoretação de Águas

Teoricamente, qualquer composto de flúor que seja solúvel, liberando,

portanto, íons fluoreto em solução aquosa, pode ser utilizado como a

fl

seleção do produto

continuidade de fornecimento pelo fabricante, distância entre a fonte

produtora e o consumidor, transporte, estocagem, manuseio do composto e

riscos operacionais.

De acordo com a portaria nº 635/Bsb do Ministério da saúde, de

26/12/75, que determina normas e padrões sobre fluoretação de águas de

abastecimento público, são quatro os compostos recomendáveis: Fluoreto de

Sódio (NaF), Fluorita ou Fluoreto de Cálcio (c), Ácido Fluossilícico (H2SiF6) (e

Fluossilicato de Sódio 9Na2SiF6).

Page 320: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

321

Os compostos mais utilizados no Sistema de Fluoretação das águas de

abastecimento no Município de Salvador o ácido fluossilícico e o fluossilicato

de sódio.

Características do ácido fluossilícico:

Fórmula H2SiF6

Peso Molecular 144,08

Densidade a 17,5° 1,1748

Ph da solução a 1% 1,2136

Solubilidade infinita

O ácido fluossilícico é um sub-produto resultante da fabricação de

fertilizantes, cujas indústrias localizam-se, principalmente, nas regiões Sul e

Sudeste. Devido à proximidade dos centros produtores, tornando-se mais fácil

a suas

orídrico e Tetrafluoreto de silício, motivo pelo qual deve

ser mantidos em lugares frescos e ventilados. Devido à sua corrosividade,

todos

ntato direto do composto com a pele, bem como evitar

qualquer possibilidade da sua ingestão ou inalação dos vapores desprendidos,

deve-s

aquisição a baixo custo, o ácido fluossilícico é o composto mais utilizado

na fluoretação de águas de abastecimento público nos Estados de São Paulo

Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraná, Goiás, Tocantins e parte de Minas

Gerais. É um líquido incolor, transparente, corrosivo, isento de matérias

suspensão, de odor picante e de ação irritante sobre a pele.

Segundo Buendia (1996), o ácido fluossilícico quando vaporiza se

decompõe em Ácido Flu

os recipientes, tubulações, válvulas, que estiverem em contato com ácido

no processo de dosagem, devem ser de material plástico, como PVC,

Polietileno, Polipropileno, Acrílico ou Teflon.

Em caso de co

e administrar, o mais rápido possível, um ou dois litros de leite para

beber ou um copo de solução saturada de Hidróxido de Cálcio ou Cloreto de

Cálcio.

Page 321: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

322

Características do Fluossilicato de Sódio:

Fórmula Na2SiF6

Peso Molecular 188,05 Peso Específico 1.200 Kg/m3

Umidade 0,5 % Pureza Comercial 98 a 99% PH em solução 3,5 Solubilidade 0,762 gramas /100 g de H2O a 25oC

O Fluossilicato de Sódio é um composto produzido a partir do Ácido

Fluossilícico sendo mais utilizado nas Regiões Sul, Norte e Nordeste. Suas

fontes produtoras localizam-se nos Estados de São Paulo e Minas Gerais,

podendo ser produzidos, também, nos Estados do Paraná, da Bahia e de

Alagoa

concentração de fluoretos

na faix

s, onde o Ácido Fluossilícico é reaproveitado pela falta de mercado.

Apresenta-se na forma de pó branco ou de cristais finos, de cor branca, não

higroscópio e inodoro. Por ser um composto corrosivo, todas as partes que

dosam o produto devem ser de PVC, Polietileno, Polipropileno ou Teflon.

Agua Fluoretada

A fluoretação visa alterar o processo saúde-doença da cárie dentária,

sendo uma medida ideal de saúde pública por ser eficaz, inócua, de baixo

custo e que tem vantagem de não exigir a intervenção ativa dos beneficiários

(Murray, 1992). Segundo esse autor, a fluoretação é o processo de adição de

fluoretos à água potável com o objetivo de manter a

a de concentração considerada ótima, entre 0,7 a 1,2 miligramas de

fluoretos por litro de água (1mgF /L + 1 parte por milhão), dependendo da

temperatura média anual, sendo que em climas moderados a concentração

ótima é de 1ppm.

Page 322: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

323

Fluoretação de águas é o processo pelo qual adicionamos compostos de

flúor às águas de abastecimento público, através de equipamentos dosadores,

a fim de proporcionar o teor adequado de íon fluoreto benéfico para a

prevenção da cárie dentária (Buendia, 1996).

A primeira menção de que se tem notícia recomendando oficialmente a

adição de flúor à água de abastecimento público no Brasil foi feito pelo X

Congresso Brasileiro de Higiene, realizado em Belo Horizonte (MG), em

outubr

ipal medida de saúde pública a nível

nacion

tadual ater suas águas fluoretadas no Brasil

foi Cu

icação da medida é recente e

o país

iscussões em relação a fluoretação

o de 1952. A história do processo de fluoretação de águas, no Brasil, tem

como marco inicial o ano de 1953, quando foi fluoretado o sistema de águas da

cidade de Baixo Guandu (ES), quando a Fundação SESP (Fundação de

Serviços Especiais de Saúde Pública) implantou o primeiro sistema de

fluoretação da água, exatamente um ano após a recomendação do X

Congresso Brasileiro de Higiene. Desde então, expandiu-se gradual e

firmemente, transformando-se na princ

al (Gomes Pinto, 1993).

Em 1956, Marília, São Paulo iniciou a fluoretação das águas (Buendia,

1984). A terceira cidade brasileira a fluoretar suas águas foi Taquara, no Rio

Grande do Sul, em outubro de 1957. O Rio Grande do Sul foi o primeiro Estado

brasileiro onde se estabeleceu, mediante lei, em 18 de junho de 1957, a

obrigatoriedade da fluoretação das águas de abastecimento público (Pires Filho

et al, 1989). A primeira capital es

ritiba, em 1958 e também a quarta cidade brasileira (Muniz,1968 apud

Amarante et al., 1993).

O Brasil possui larga tradição nesse campo, iniciada em 1957 e

chegando a 1989 com 1222 cidades protegidas e cerca de 64 milhões de

pessoas bebendo água com flúor. Mas, a massif

permanece como líderes mundiais na prevalência da cárie dentária

(Gomes Pinto, 1993).

No município de Salvador, segundo informações da EMBASA, desde

1975 até meados de 1989, este serviço fora oferecido a população sendo que,

pela falta do flúor e por ampliarem-se as d

Page 323: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

324

do sal

Finalmente,

no dia

com 5.725 m/s, que é alimentada pela

Barrag

bstância que vem sendo utilizada pela EMBASA é o ácido

fluossi

pansão da fluoretação das águas no

Brasil,

imento

econômico, pois só é prático se existe abastecimento público de água para

de cozinha, houve interrupção no processo de fluoretação das águas do

Município.

Durante o II º Seminário de Fluoretação em águas de Abastecimento

Público, realizado em julho de 1996, em Salvador, obteve-se da EMBASA o

compromisso de reativação deste serviço o mais breve possível.

14 de outubro de 1996, o sistema de fluoretação foi reativado, voltando

Salvador a fazer parte do grupo de cidades com este método.

Atualmente, a extensão da rede de distribuição da água de Salvador é

de 3.229 Km, sob a responsabilidade da ETA (Estação de Tratamento de

Água) Principal - Menino Jesus,

em de Pedra do Cavalo (Rio Paraguaçu).Além das ETA’S Vieira de

Mello e Teodoro Sampaio, localizada na Bolandeira (Boca do Rio),com a

distribuição de 4,086 m/s, sendo alimentada pelo Rio Joanes, Ipitanga .No

Subúrbio Ferroviário, além da ETA Principal contamos com a ETA do Cobre

(Bacia do Cobre) que também fornece água fluoretada.

A su

licico. Vale a pena ressaltar que, nas localidades onde o sistema de

fluoretação foi implantado e houve rigor na manutenção dos teores, além de

continuidade do processo sem interrupções Contudo, a manutenção de índices

aceitáveis, considerando a média das temperaturas mínimas (22ºC) e

máximas (28ºC) do município.

Nos anos 80 houve uma grande ex

decorrente de decisão governamental federal de apoiar financeiramente

iniciativas nessa área (Viann, et al, 1983) e conseqüência também da eleição

direta de governadores e o surgimento de novos coordenadores estaduais

empenhados em reorientar as políticas nesse setor.

A fluoretação pode integrar-se facilmente nas estações de tratamento de

água, pois representa apenas uma pequena parte do processo; entretanto é

um método indicado para os países com bom nível de desenvolv

Page 324: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

325

número suficiente de moradias; a população bebe essa água em vez da água

nto adequado em uma

estaçã

rretos; existem recursos suficientes para a instalação inicial e para

as despesas de funcionamento (OMS,1992).

do o Brasil,

correspondente a 42% da população, que recebiam água flouretada e 61,3 %

recebiam água tratada (Dantas, 1997).

gua, e, evidentemente o flúor na

forma de sal (fluoreto de sódio ou fluorsilicato de sódio) ou na forma de ácido:

ácido fluors

prevalência da cárie dentária na

segunda metade do século XX. O CDC considerou-a uma das dez maiores

conquistas da saúde públic

de 200 milhões de pessoas (Brasil, 1999).

de poços individuais ou cisternas; existe o equipame

o de tratamento ou do bombeamento; está assegurado o fornecimento

de um produto químico de flúor adequado, conta-se na estação de tratamento

com operários capazes de assegurar a manutenção do sistema e fazer os

registros co

Ademais, em muitos países em desenvolvimento o fornecimento

adequado de água potável, em quantidade suficiente e boa qualidade, ainda

constitui, em si um importante problema de saúde pública. Segundo os dados

levantados pela Coordenação de saúde Bucal do Ministério da saúde, em

1995, havia cerca de 65,5 milhões de pessoas em to

O padrão ótimo recomendado nas condições brasileiras é, em geral, de

0,7ppm F ou 0,7 mg de flúor para cada litro de água. A tecnologia de adição do

composto é bastante simples, bastando um equipamento do tipo dosador

gravimétrico, cone de saturação ou bomba dosadora como componente ligado

numa das últimas etapas de tratamento de á

ilícico (Frazão, 1998).

Para o Centro de Controle e Prevenção de Doenças – CDC (1999),

citado por Narvai (2000), a fluoreteção das águas de abastecimento público foi

o principal fator responsável pelo declínio na

a no século passado.

Dados do Ministério da Saúde demonstram que a medida vem sendo

recomendada por mais de 150 organizações, incluindo a Federação Dentária

Internacional, a Associação Internacional de Pesquisa Odontológica, a OMS e

a OPAS tendo implementado em aproximadamente 39 países, atingindo mais

Page 325: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

326

Para NarvaI (2000) os principais interessados na fluoretação de águas

de abastecimento público são os segmentos de baixa renda, na medida em

que o

ventiva da fluoretação da

água d

munidade, informando que a maioria dos

trabalh

saúde ou de instituições da sociedade civil

restrita

dão das análises do flúor, qualidade

da águ

benefício vem sendo proporcionalmente maior justamente nos

segmentos que não têm acesso a outros fatores de proteção, considerando

ser socialmente injusto não realizá-la ou interrompê-la.

Entretanto, esse autor afirma que a eficácia pre

epende da adequação do teor de flúor e da continuidade do processo,

sendo indispensável o controle operacional sobre as estações de

abastecimento de água e a estruturação de um programa permanente de

vigilância sanitária da fluoretação.

Cangussu et al. (2002) admitem que há dificuldade em se manter

sistemas operacionais de monitoramento dos níveis ótimos de flúor na água

através do heterocontrole, seja pela falta de recursos humanos técnico-

operacionais ou de relevância para co

os descreve níveis irregulares de fornecimento do flúor em municípios

brasileiros.

Zanetti (2001) acredita que o tema da fluoretação, no Brasil, resume-se

a duas decisões: fluoretar e garantir regularidade e qualidade da medida. Tais

decisões são desencadeadas pela ação de diferentes atores sociais que

possuem em comum a características de serem todos técnicos oriundos de

elites ligada à área do ambiente, da

s à classe de cirurgiões- dentistas.

A eficácia da fluoretação está ligada à não descontinuidade da medida.

Isto significa que deve haver permanente controle da dosificação do produto

químico para manter uma correção uniforme de íons flúor em todos os

momentos e em todas as partes da rede e para isso devem ser instalado

quatro mecanismos de controle de fluoretação: analítico na estação de

tratamento da água, de qualidade e exati

a da rede e da qualidade dos fluoretos empregado (OMS, 1992).

Page 326: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

327

Fatores de Risco que Causam a Fluorose Dentária

O uso clínico do flúor para redução da cárie dentária é indiscutível.

Porém

por quilo de massa corpórea (mg/kg),

endo que para a intoxicação aguda por flúor, Dose Provavelmente Tóxica

ação e os

cuidad

ação da

dentiç

e água há ocorrência de

toxicol

te do benefício quanto à

redução da cárie. Essa afirmação surgiu após levantamento epidemiológicos

realizados nas décadas de 30 e 40, sendo que estudos mais recentes, de

diversos países, vêm mostrando que a prevalência de fluorose vem

, a exposição excessiva a ele durante o período de formação dos dentes

pode levar à fluorose dentária o que implica na necessidade de controle da sua

ingestão.

Silva (2000) esclarece que as doses tóxicas de qualquer medicamento,

em geral, são referidas em miligramas

s

(DPT) seria 5mg/kg, a partir da qual seriam indicados a intern

os específicos para os pacientes, constituindo-se um tipo de intoxicação

que dificilmente seria causada pela ingestão de água fluoretada.

A fluorose dentária é um distúrbio específico da formação do esmalte

provocado por excesso de consumo de flúor durante o período de form

ão, caracterizada clinicamente por mancha esbranquiçadas, opacas e

embaçadas no esmalte, as quais podem se apresentar em forma de estrias,

manchas colorida e /ou depressões, com tratamento inteiramente limitado ao

uso de procedimentos restauradores que melhorem a aparência cosmética dos

dentes (Fejerskov et al, 1994; Murray, 1992).

Na última década, se tem observado em grande número de estudos

realizados, que em todas as localidades onde há funcionamento de sistemas

de fluoretação no serviço público de abastecimento d

ogia crônica, na forma de fluorose, classificada no nível “muito leve“ e

“leve“, em parcela significativa da população.

Em regiões com água fluoretada nos limites recomendados pela OMS

(0,7 a 1,5 ppm), estima-se que 10% da população apresente fluorose dentária

nas formas mais leves, o que seria aceitável dian

Page 327: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

328

aumentando em regiões com água de abastecimento fluoretada e não

t al, 1995; Cangussu et al, 2002).

com percentual de flúor acima dos padrões

ermitidos para consumo,entra na corrente sanguínea e se une ao cálcio

forman

fluoretada (Levy e

A água fluoretada,

p

do o fluoreto de cálcio, causando a fluorose e se depositando nos ossos

(www.apcd.org.br/bibloiteca/revisat/1999/set/out/99).

Pendrys,(1991) afirma que a ingestão de flúor tem se tornado acessível

através de fontes voluntárias e involuntárias, incluindo suplementos de flúor ou

vitamin

atura acerca de fatores de riscos para fluorose

dentária identificou quatro potenciais fatores: a fluoretação das águas de

consu

ravidade está

associ

tência de fatores ambientais,

fisiológ

posta aos efeitos tóxicos do flúor em

tecidos mineralizados (Assis, et al, 1999).

as, dentifrícios fluoretados e outros produtos contendo flúor, além de

substâncias aplicadas topicamente e bebidas preparadas em áreas fluoradas.

Evidências indicam que a ocorrência de fluorose em esmalte tem aumentado

em áreas fluoradas e não fluoradas. Segundo Osuji et al o potencial para

indução de fluorose tem aumentado significativamente devido ao uso

indiscriminado de produtos fluorados.

Uma revisão de liter

mo, suplementos fluoretados, ingestão de dentifrícios fluoretados (em

crianças com pouca idade) e além disso, sua incidência e g

ada a outras condições como absorção de flúor pelo corpo,temperatura

ambiente, alimentos e bebidas, amamentação com mamadeiras e no peito,

condições nutricionais (Dean,1994).

A ocorrência e a gravidade da fluorose dentária podem variar entre os

diferentes indivíduos populações, devido à exis

icos, bem como à maior exposição e disponibilidade a diferentes fontes

de flúor. Tais fatores mesmo em comunidades com águas não fluoretadas,

podem resultar em concentrações aumentada de flúor no fluído corporal,

alterando a manifestação individual em res

Tanto a prevalência quanto a severidade da fluorose dentária vem

crescendo desde 1945, tanto em áreas com água fluoretada como em

Page 328: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

329

localidades não fluoretadas,todavia, a maioria dos estudos apontaram que

estes aumento tem sido maior em áreas não fluoretadas (Clark,1995; Downer

et al.,1994; Clark et al.,1994 ).

Um novo fator tem sido associado à maior incidência e gravidade de

fluoros

retação de Águas

o de abastecimento de água deverá fornecer à

omunidade água de boa qualidade do ponto de vista físico, químico, biológico

No Brasil a utilização do método é garantida pela lei 6.050/74, que

estabelece a obrigatoriedade da fluoretação da água de abastecimento nos

sistemas que contam com estações de tratamento. O processo possibilita a

manutenção de concentrações baixas e constantes de flúor na cavidade bucal

para controlar o desenvolvimento da cárie. Entre 1986 e 1996, houve uma

queda de 53% na prevalência de cárie em crianças de 12 anos de idade

provocada pela política de fluoretação, sendo que em 1996 a cobertura de

água fluoretada atingia 42% da população brasileira.

Segundo Murray (1992), a legislação relativa à fluoretação da água pode

está vinculada, obrigando o Ministério da Saúde ou as coletividades de

determinada magnitude à fluoretação da água de abastecimento público, se

esta é pobre em flúor, além delimitar, permitir ou autorizar o Ministério da

erno local a prática de fluoretação.

e dentária em áreas com níveis muito baixos de flúor na água.

Indivíduos que moram em altitudes elevadas, de 1500 à 2000m acima do nível

do mar, apresentam–se mais susceptíveis aos efeitos tóxicos do flúor no

esmalte dentário em desenvolvimento.

Aspectos Legais da Obrigatoriedade da Fluo

Um sistema públic

c

e bacteriológico para promover a saúde da população como fundamento de

bem-estar social, direito estabelecido por Lei na Constituição do Brasil.

Saúde ou ao gov

Page 329: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

330

METODOLOGIA

Caracterização do estudo

Segundo seus objetivos, o presente estudo pode ser classificado como

uma pesquisa do tipo descritiva, uma vez que pretendeu descrever um fato

(fluoretação das águas de abastecimento) por meio de observação sistemática

das suas características, sem intervenção nas variáveis.

Para tanto, contou-se inicialmente com a obtenção de dados

quantitativos dos resultados diários da Empresa Baiana de Água e

Saneamento S.A. (EMBASA) respeito do sistema de fluoretação empregados

nas ETA’S: Vieira de Mello, Cobre, Teodoro Sampaio e Principal, que

abastecem o Município de Salvador, por 12 meses consecutivos (janeiro à

dezembro) no período de 2002. Foram analisadas amostras da água tratada e

fluoretada nas mesmas, com vistas a avaliar o teor de flúor na água a ser

ulação.

eqüencial para medição do íon flúor na água foi

ealizada seguindo recomendações preconizadas por Schneider Filho et al

as com base nestes teores e traçadas as médias

diárias e anuais do conjunto de amostras.

O teor de flúor nas amostras foi utilizado para classificá-las como

“aceitáveis” ou “inaceitáveis”, conforme a quantidade de flúor encontrada.

Quando essa quantidade situa-se na faixa de 0,6-0,8 mg F/l (ou ppm) a

distribuída à pop

Os dados foram analisados utilizando-se o Programa de Excel, por se

tratar de um estudo descritivo, obtendo-se freqüências simples.

A metodologia s

r

(1992), que se baseiam na dosagem direta dos íons flúor livres na dosagem

direta dos íons flúor com o uso de um eletrodo íon seletivo para flúor, em

conjunção com um medidor de atividade iônica.

As amostras de água foram classificadas segundo o teor de flúor

observado em cada mês. As análises da condição de cada ETA no período de

um ano (2002), foram feit

Page 330: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

331

amostra é considerada “aceitável” e, “inaceitável” quando o teor está fora dessa

faixa.

RESULTADOS

Na ETA Vieira de Mello durante os 12 meses (jan /dez), obteve faixas

de aceitabilidade entre as concentrações mínimas e máximas aceitáveis de íon

flúor determinadas na portaria Ministerial nº 635bsb/de 26 de dezembro de

1975, com média total anual de 0,68 ppm, havendo um declínio nos meses de

maio a julho com valores oscilando entre 0,65 - 0,66 ppm estabilizando durante

os outros meses como representa o Gráfico 1.

Gráfico 1 - Resultado consolidado da Fluoretação ETA Vieira Mello 2002

-0,100,200,300,400,50

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov DezMeses

Teor

de

Fl

0,600,70

0,90

uor

(ppm

0,80

)

2002 Mínimo Máximo

Fonte: EMBASA Observando o Gráfico 2 pode-se verificar que na ETA Cobre, neste mesmo período durante o mês de agosto houve um declive muito grande chegando a um teor de 0,12 ppm, com uma média total anual de flúor de 0,41 ppm, totalmente fora dos padrões de aceitabilidade.

Page 331: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

332

Gráfico 2 - Resultado consolidado da Fluoretação ETA Cobre 2002

-0,100,200,300,40

,50

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov DezMeses

Teor

de

Fl

00,60

uor (

p

0,700,800,90

pm)

2002 Mínimo Máximo

Fonte: EMBASA

A ETA Teodoro Sampaio como mostra o gráfico 3 manteve os padrões aceitáveis de flúor com média total anual de 0,67. No mês de setembro houve uma queda chegando a 0,seguida no mês seguinte.

61 ppm no valor do teor de flúor normalizando em

Gráfico 3 - Resultado consolidado da Fluoretação ETA Teodoro Sampaio 2002

0,9

de

Flu 0,5

0,60,70,8

or (p

pm)

00,10,20,30,4

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov DezMeses

Teor

2002 Mínimo Máximo

: EMBASA

Observando o gráfico 4 Fluoretação da ETA Principal, verificamos que oscilações nos valores do teor de flúor nos meses de abril, maio e novembro

Fonte

com os valores variando de 0,60 - 0,67 ppm com interrupção no mês de junho.

Page 332: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

333

Gráfico 4 - Resultado consolidado da Fluretação ETA Principal 2002

-

0,10

0,20

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov DezMeses

0,30

0,50

0,60

Teor

uor

(pp

0,70

0,80

0,90m

)

0,40

de

Fl

2002 Mínimo Máximo

: EMBASA

A média anual dos teores de flúor das 4 ETA’s em 2002, foi de 041ppm à 0,68ppm, porem merece destaque a ETA Cobre, que obteve teores de flúor inadequados com quantidades insuficientes do produto variando de 0,02 à 0,22 durante todo período, tornando a medida inócua.

Fonte

Resultados Consolidado da Fluoretação nas ETA'S Salvador

0,30,40,50,60,70,8

de

Flúo

r (p

pm)

00,10,2

ETA V.MELLO ETA COBRE ETA T.SAMPAIO ETA PRINCIPAL ETA'S

Teor

2002 Fonte: EMBASA Segundo os dados do Sistema de Informação da Qualidade da Água para

Consumo Humano da (SISÁGUA) em 2002, o Sistema Integrado Salvador, nas

amostras realizadas durante o período do estudo houve uma grande variação

da concentração de flúor de 20% (janeiro) a 63% (junho) de amostras fora dos

Page 333: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

334

padrões, as mesmas possuíam concentrações inadequadas, esses valores

demonstram as grandes incoerências existentes entre as informações

fornecidas pela EMBASA.

Gráfico 6 - Sistema Integrado Salvador 2002

20%26% 28% 25%

36%

56%

46% 44%

63%

40%

50%

60%

70%

40%34%

40%

10%

30%

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

20%

0%

Jan Fev

Fonte: SISÁGUA DISCUSS

Em

fluoretaçã m como

o seu

quando u

sistema o efetivos (Basting et al.,1997; Freire et

al,1996

adequaçã o que diz respeito à a adequação

gularidade dos níveis de flúor na água de consumo humano (Calvo, 1996;

orreia et al., 2001; Freire et al.,1996; Modesto et al.,1999).

Diante desse quadro e levando-se em consideração os resultados

btidos no presente estudo, podem-se identificar grandes distorções no

istema de controle operacional executado nas ETA’S que abastecem o

unicípio de Salvador. E, ainda que as ETA‘S tenham afirmado existir um

ÃO

bora no Brasil diversos estudos tenham demonstrado a eficácia da

o das águas de abastecimento público ao longo dos anos, be

impacto na prevenção e redução dos índices de cárie da população,

tilizada de maneira contínua, adequada e sob o controle de um

peracional e de vigilância

; Modesto et al ., 1999); outros tendem a falhar no que diz respeito à

o e, outros tendem a falhar n

re

C

o

s

m

Page 334: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

335

controle operacional dos teores de flúor na água tratada em seus reservatórios

entrais, as análises laboratoriais das amostras não demonstraram

regularidade nas concentrações de flúor (Gráfico 5).

A média anual dos teores de flúor de amostras realizadas durante o

período do estudo houve uma grande variação da concentração de flúor de

20% (janeiro) à 63% (junho) de amostras fora dos padrões, certamente

implicaram prejuízo dos benefícios advindos da fluoretação das águas de

abastecimento do município de Salvador (Gráfico 6).

As criticas feitas a fluoretação das águas de abastecimento público tem

um aspecto -clínico- patológico, considerando esta substância causa de

fluorose e agentes de outras doenças sistêmicas, mas envolvem também a

questão ética, de não permitir a livre escolha ao método preventivo e ter efeito

semelhante aos métodos tópicos menos danosos (Stookey, 1993). Entretanto,

quando se descreve a realidade do município, a inexistência de uma política

pública mais ampla voltada para a promoção de saúde bucal, especialmente a

educação em saúde e não disponibilização de outros métodos preventivo para

a maior patê da população, torna-se utópico e inviável a defesa a da

suspensão do método, principalmente de considerarmos o efeito protetor

detectado neste trabalho.

c

Gráfico 7 -Cobertura populacional benefiaciada pela Fluoretação da água nos municípios das regiões do Brasil-2003

28,1

76,5

56,8

24,3

50,7

74,5

39,95

70,3

4,211,8

60,1

32,4

01020

30405060

708090

Norte Nordeste CentroOeste

Sudeste Sul Brasil

regiões do Brasil

% d

e po

pula

ção

bene

ficia

da

População BeneficiadaMunicípios com água fluoretada

Fonte: OMS

Page 335: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

336

Atualmente, não resta dúvida de que o flúor tem um papel fundamental

preve

(2002) de 28 º C Tomando-se os valores sugeridos por Schneider Filho et al.

deve

obter

denta

ampl

das á

não a

organ lares e movimentos organizados

CON

‘'univ s pessoas tenham acesso a água

isso,

definitiva, faz cessar o efeito da medida.

indispensável o seu c

em termos de Vigilânc ocedimentos

rotineiros de controle operacional e na área de vigilância é imprescindível o

na promoção da saúde bucal, sendo considerado a pedra angular da

nção da cárie dental, tanto em crianças como adultos.

Para o Município de Salvador, considerando a temperatura média anual

(1992), pôde-se determinar que a concentração ótima de flúor na cidade

rá ser em média 0,7 ppm F (0,6 ppm F a 0,8 ppm F) para que se pudesse

o máximo de efeito preventivo, sem preocupações com riscos de fluorose

l.

Diante dos pontos ressaltados, evidencia-se a urgente necessidade de

iação do debate acerca do controle social sobre o sistema de fluoretação

guas públicas no município de Salvador. A discussão deveria envolver

somente os órgãos e técnicos vinculados a saúde e ao controle d

qualidade das águas de abastecimentos público, mas si, o conjunto das

izações sociais, entidades popu

interessados na defesa da qualidade de vida e saúde das populações.

CLUSÃO

A flluoretação das águas apresenta um enorme potencial de

ersalização” fazendo com que a

fluoretada. Esta, talvez seja a mais importante ação de saúde pública. Por

pode se considerar “socialmente injusto” não realizá -la ou interrompê-la.

A eficácia preventiva da fluoretação da água depende da adequação do

teor de flúor e da continuidade do processo. A interrupção, temporária ou

Essa característica faz com que seja

ontrole, seja em termos operacionais nas estações, seja

ia Sanitária. No primeiro caso, deve haver pr

Page 336: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

337

heterocontrole, compreendendo como “princípio segundo o qual se um bem ou

ço qualquer implica risco ou representa fator de proteção para a saúde servi

pública então além do controle do produtor sobre o processo de produção,

Estad

s

quali

que haja confiança no alcance dos objetivos.

erviço públicos de abastecimento de água é uma

plane

prom cárie

cessidade da manutenção da

prote

teore

deste agente protetor só deve ser cogitada quando existir uma proposta clara

a pop

ou na

Tend

recomendações:

distribuição e consumo deve haver controle por parte das instituições do

o”.

Assim, o controle da fluoretação por instituições não envolvida

diretamente em sua operacionalização é sine qua non para preservar a

dade do processo, para que as informações tenham credibilidade e para

A fluoretação em s

estratégia de prevenção de caráter coletiva que pode ser integrada ao

jamento local de saúde e realizada junto a programas de prevenção e

oção de saúde bucal com o objetivo de reduzir a incidência de

dentária.

Portanto, é importante reafirmar a ne

fluoretação das águas de abastecimento público como meio mais efetivo de

ção da cárie dental na Cidade de Salvador, acompanhada do controle dos

s ótimos da substância para que se evite a superdosagem. A suspensão

de reformulação da atenção à saúde bucal no município, disponibilizando para

ulação outros meios de manutenção da saúde bucal, seja na promoção

proteção específica.

RECOMENDAÇÕES:

o em vista o exposto neste estudo, são apresentadas as seguintes

• Manutenção do sistema de fluoretação das águas de abastecimento,

face aos avanços do quadro epidemiológico no Brasil;

Page 337: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

338

• Ênfase no controle e vigilância por órgãos competentes distintos da

empresa responsável pela fluoretação (heterocontrole), devendo a

riódicos com resultados obtidos;

tária e Ambiental da fluoretação das águas de

neamento.

instância responsável pelo mesmo tornar público, através dos meios

de comunicação, boletins pe

• Implantação e Implementação do “Programa permanente da

Vigilância Sani

abastecimento no Estado”;

• Inclusão dos dados sobre fluoretação no Sistema Nacional de

informação sobre Sa

Page 338: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

339

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Page 341: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

NÚCLEO DE ESTUDOS DE SAÚDE COLETIVA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM VIGILÂNCIA AMBIENTAL EM SAÚDE

LEVANTAMENTO PRELIMINAR DOS ACIDENTES COM PRODUTOS QUÍMICOS NO ESTADO DA BAHIA - UMA CONTRIBUIÇÃO PARA A VIGILÂNCIA AMBIENTAL EM

SAÚDE DOS ACIDENTES COM PRODUTOS PERIGOSOS

Denise Magalhães da Costa

Adaptação da Monografia apresentada ao Núcleo de Estudos de Saúde Coletiva como pré-requisito para a obtenção do Titulo de Especialista em Vigilância Ambiental em Saúde

- 2003 -

Page 342: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ
Page 343: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

RESUMO

cia do CRA-

adores.

ada a ausência do setor saúde nas ocorrências fazendo perceber a

ntervenção junto às comunidades

expos

se

estruturar nesse sentido, buscando trabalhar articulado com os diversos órgãos

envolv

O presente trabalho tem o objetivo de fazer um levantamento preliminar

dos acidentes com produtos perigosos no Estado da Bahia através do

levantamento dos acidentes registrados nos processos de emergên

Centro de Recursos Ambientais do Estado no período de setembro de 2001 a

setembro de 2003. Nos processos analisados foram verificados acidentes

ocorridos de acordo com o meio de transporte, a localização, os produtos

envolvidos, principais causas e conseqüências para o meio ambiente e para a

saúde.

As conclusões chamam a atenção para o predomínio dos acidentes

marítimos, industriais e rodoviários, sendo os de conseqüências mais graves

para o meio ambiente e a saúde os acidentes industriais e rodoviários. As

causas dos acidentes são predominantemente atribuídas aos trabalh

Foi verific

grande lacuna no acompanhamento e i

tas ao nível imediato, médio e longo prazo.

A atuação do setor saúde, apesar de incipiente, está começando a

idos no assunto através de um trabalho intersetorial e multidisciplinar.

Este trabalho se constitui num estudo preliminar que será aprofundado e

incorporado ao serviço tendo em vista contribuir para a Vigilância em Saúde

dos Acidentes com Produtos Perigosos.

Page 344: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

345 O Transporte das Fontes Radioativas para os Serviços de Medicina Nuclear Instalados no Município de Salvador/Ba

Marly Pedreira Dantas INTRODUÇÃO A Revolução Industrial no final do Século XIX deu início ao crescente

desen

e

movimentação dos produtos industrializ

explosões, incêndios, e emissões, individualmente ou combinados, que podem

envolv

isolados ou combinados, envolvendo

ma ou mais substâncias perigosas com potencial para causar

à saúde física e mental

nos se

volvimento de novas tecnologias de produção e os acidentes industriais

começam a surgir, despontando como um problema público. A partir da

Segunda Guerra Mundial, o aumento da demanda por novos materiais e

produtos químicos desencadeou na mudança da base de carvão para o

petróleo no processo industrial, dando início à expansão do complexo químico

industrial a nível nacional e internacional. Assim, o incremento global das

atividades de produção gerou um grande aumento na estocagem

ados e de matérias-primas entre os

pólos produtores e entre estes e os centro consumidores. Dentro deste

contexto observa-se um aumento na freqüência e na gravidade dos acidentes

envolvendo produtos químicos perigosos, que se dão tanto no âmbito interno

das indústrias quanto externo, no transporte desses produtos.

Assim, os acidentes com produtos químicos perigosos, mesmo quando

se dão no interior das fábricas, por envolverem substâncias tóxicas, sua ação

não se limita aos muros fabris. Desse modo, os acidentes envolvendo produtos

químicos, dependendo da sua magnitude e periculosidade dos produtos

envolvidos podem ser considerados Acidentes Químicos Ampliados, ou

Acidentes Químicos Maiores, tendo em vista que esses eventos resultam em

er uma ou mais substâncias perigosas, com potencial de causar

múltiplos danos, constituindo assim em sérios riscos à saúde dos

trabalhadores, das comunidades e do meio ambiente.

Acidente Industriais Ampliados ou Acidentes Químicos Maiores ou

Ampliados são definidos como eventos agudos, como explosões, incêndios e

emissões nas atividades de produção,

u

simultaneamente múltiplos danos, sociais, ambientais e

res humanos expostos (FREITAS, 2000, p.17).

Page 345: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

346 O Transporte das Fontes Radioativas para os Serviços de Medicina Nuclear Instalados no Município de Salvador/Ba

Marly Pedreira Dantas Os acidentes industriais começam a surgir a partir do processo de

industrialização e com o desenvolvimento de novas tecnologias de produção,

que foram se dando nas sociedades contemporânea a partir da Revolução

Industrial. Nesse inicio da industrialização, a tecnologia adotada era a produção

utilizan

l a nível nacional

e internacional. Paralelo a isso, ocorreu um grande aumento do transporte e

armaz

nessas atividades.

de acidente, como os de trabalho por exemplo.

ssim, o que caracteriza basicamente esses acidentes é, não apenas sua

ausar grande número de óbitos, mas também seu potencial de

s efeitos ultrapassem os limites

espac

ulações expostas.

do máquinas a vapor as quais, pôr empregarem alta pressão, só no ano

de 1836 resultaram em 14 explosões co 496 óbitos (MALHADO, 2000, p.25).

A partir da Segunda Guerra Mundial houve um crescente aumento da

demanda por novos materiais e produtos químicos, que veio acompanhado

pela mudança da base de carvão pelo petróleo, conduzindo ao

desenvolvimento e a expansão do complexo químico industria

enamento desses produtos. Assim, o crescimento global das atividades

de produção, armazenamento e transporte de substâncias químicas, levou ao

aumento do número de trabalhadores expostos aos riscos potenciais de

acidentes, bem como das comunidades no entorno das industrias até em áreas

mais distantes. Ao mesmo tempo observa-se um aumento na freqüência e

gravidade dos acidentes químicos

A denominação “acidente ampliado ou acidente químico ampliado” tem o

potencial de expressar de maneira mais adequada a possibilidade de

ampliação no espaço e no tempo das conseqüências desses acidentes sobre a

sociedade, a saúde (física e mental) e o meio ambiente, sem desqualificar

outros tipos

A

capacidade de c

permitir que a gravidade e extensão do

iais e bairros, cidades e países; e temporais como carcinogênese,

mutagênese, danos a órgãos-alvo específicos nos seres humanos e às

vegetações, seres vivos e meio ambiente futuro, além dos impactos

psicológicos e sociais sobre as pop

Page 346: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

347 O Transporte das Fontes Radioativas para os Serviços de Medicina Nuclear Instalados no Município de Salvador/Ba

Marly Pedreira Dantas Vulnerabil O ocio-

econômico ser considerados, não só os

aspecto e

econômico a esses acidentes.

A questão de vulnerabilidade técnica nos países de economia periférica

om o modelo de desenvolvimento econômico por eles

dotado nesses e tem como características ausência de sistemas políticos

concentração de capital, exploração de mão-de-obra e

abandono ou omissão do poder público no controle e na prevenção dos riscos

indust

olado

processo de urbanização, acompanhado de grande fluxo migratório do campo

e das

efeitos desses acidentes

ultrapassam os muros das fábricas e ampliam-se no espaço e no tempo, assim

como suas causas não podem restringir-se aos problemas internos e

ngenharias.

disso, é preciso valorizar a participação dos trabalhadores no processo de

idade e agravamento

s acidentes ampliados devem ser compreendidos no âmbito s

em que ocorrem, ou seja, devem

s técnicos científicos mas principalmente os aspectos sociais

s que determinam a vulnerabilidade

como o Brasil, interage c

a

democráticos, grande

riais. Tais características geraram como conseqüência uma rápida e

desordenada industrialização, o que resultou num intenso e incontr

regiões mais pobres para os grandes centros urbanos.

A análise interdisciplinar e a prevenção

Geralmente as análises das causas dos acidentes se restringem ao

âmbito das empresas, com enfoque em disciplinas específicas, com

predomínio das engenharias e quase sempre dissociadas uma das outras.

Para uma análise efetiva dos Acidentes Químicos Ampliados que

busque causas e conseqüências de forma responsável e legítima é preciso

ampliar esses limites tendo em vista que os

específicos das e

O desconhecimento dos condicionantes globais dos acidentes,

expressos pelas políticas mais gerais da sociedade limitam a compreensão da

origem dos acidentes e comprometem suas análises, relevando

excessivamente as causas imediatas (FREITAS & DRUYER, 1999). Além

Page 347: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

348 O Transporte das Fontes Radioativas para os Serviços de Medicina Nuclear Instalados no Município de Salvador/Ba

Marly Pedreira Dantas análise desses acidentes, pois permite uma aproximação com o trabalho real,

realizado no dia-a –dia dos processos produtivos, e permite avançar para um

gerenc

s monocausais dos acidentes que

ndem a culpar os trabalhadores de modo que, torna-se imprescindível

ciais/organizacionais na sua

ensão

iretamente com as relações de trabalho, que, por sua vez, expressa o estágio

de a

abordagens ergonômicas e das ciências

ganhando um contorno epidemiológico onde incorpore o entendimento da

relação do impacto sanitári

causa e ef

em geral, e principalmente na área

entender os acidentes como fenômenos

número de fatores que interagem entre si

de diversas abordagens específicas, oriundas de diferentes campos do

conhecimento, em um processo de c gias

integradas de análises ao fenômeno dos acidentes.

dade nas

dis s

da formação de uma equipe multiprofissional, como é de fundamental

imp t -a-dia no

trabalh m

trabalho efetivo, legítimo e responsável.

transporte de produtos perigosos e os acidentes

A questão dos acidentes químicos ampliados envolve também a questão

o transporte desses produtos. Nos últimos anos, o desenvolvimento

iamento participativo dos riscos e na análise dos acidentes.

É preciso superar as concepçõe

te

vincular os eventos aos aspectos sociais e geren

geração, através de abordagens que integrem a dimensão social à dim

técnica dos sistemas geradores de risco revelando aspectos que se relacionam

d

cid dania e democratização das relações de trabalho numa sociedade.

No campo da saúde pública, as análises dos acidentes devem combinar

sociais e humanas em geral,

o e identifique novos condicionantes para a relação

eito. Em outras palavras podemos dizer que, para a saúde pública

da saúde do trabalhador, trata-se de

complexos que possuem um amplo

e que exige a utilização e integração

onstrução de modelos e metodolo

adaptadas

Desse modo, torna-se indispensável, não só a interdisciplinari

cu sões e avaliações sobre os acidentes com produtos perigosos, através

or ância a participação dos trabalhadores que estão no dia

o real e podem oferecer subsídios para o desenvolvimento de u

O

d

Page 348: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

349 O Transporte das Fontes Radioativas para os Serviços de Medicina Nuclear Instalados no Município de Salvador/Ba

Marly Pedreira Dantas tecnológico das indústrias químicas e petroquímicas resultou em um aumento

tocagem e movimentação, tanto de matérias-

rimas como de produtos acabados, que são transportados dos pólos

produtores para os centros consumidores ou entre as próprias indústrias.

Os acidentes envolvendo transporte de substâncias químicas perigosas

diversas, dependendo de sua magnitude e periculosidade dos produtos

envolvidos, são considerados Acidentes Químicos Maiores, pois “resultam em

explosões, incêndios e emissões, individualmente ou combinados, podendo

envolver uma ou mais substâncias perigosas com potencial para causar

múltiplos danos à saúde e ao meio ambiente" ( ALVES,2000)

Os produtos perigosos em geral são transportados através de rodovias,

ar, ferrovias e dutovias. O transporte rodoviário de produtos químicos tem

sido desta um meio bastante utilizado no país e na Bahia, sendo

també

e

orretivas.

Levantamento dos acidentes c roduto ímico o Estad

Bahia, buscando identificá-los quanto à incidência, à localização, ao meio de

spo , princip is causas e conseqüências, bem como às substâncias

id spec ente

ealiza levan nto p r dos entes Produ

ímic sta Bah o em a co

significativo na produção, es

p

m

cado como

m ressaltado como o principal responsável pelos acidentes que

envolvem produtos perigosos, resultando sempre em prejuízos econômicos e

em danos sociais e ambientais ²

Desse modo, buscando minimizar os riscos bem como, eliminar ou

reduzir os impactos provocados por esses acidentes com produtos perigosos,

os diversos segmentos da sociedade envolvidos no assunto estão cada vez

mais buscando enfrentar os riscos através da adoção de medidas preventivas

c

OBJETIVOS

om p s qu s n o da

tran rte a

envolv as. E ificam visa:

• R r um tame relimina Acid com tos

Qu os no E do da ia, tend vista laboração com a

Page 349: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

350 O Transporte das Fontes Radioativas para os Serviços de Medicina Nuclear Instalados no Município de Salvador/Ba

Marly Pedreira Dantas Vigilân ien aúde dos Acidentes com Produtos

erigos

olabo a açã istem Inform dos

iden m Pr s Per s.

bsid post ação s pa eve contr

no Estado.

TER MÉT

esenh

T e de stud ritiv lizado s da ta de d

iden volve rodutos químicos no estado da Bahia.

A pesquisa dese a u do-se o fon dado

rocess mbie de E ência Centro Recu mbie :

RA, q o Órg mbie Es a Bah ste fo lhido

fonte de os so s aci s quí s ampliados, cons qu

o a Res o nº /03 o elho E ual de Amb

EPRA rova rma T a NT 2003 q stabel crité

cedi s p comu ção i a ao A d tuaçõe

rgê amb is, se s ind ias e tr ortado briga

unic ao ó ambi os ac es env do pr perig ,

nstitu nfraç ave o descu imento.

ESULTADOS

tenta e sete) processos do período de

setembro de 2001 a setembro de 2003. Destes, 78 (setenta e oito) consistiam

em ac

cia Amb tal em S

P os,

• C rar com implant o do S a de ações

Ac tes co oduto igoso

• Su iar pro as de voltada ra a pr nção e ole

dos referidos acidentes

MA IAL E ODO D o do Estudo

rata-s um e o desc o rea atravé cole ados

acerca dos ac tes en ndo p

foi nvolvid tilizan com te de s os

P os A ntais merg do de rsos A ntais

C ue é ão A ntal do tado d ia. E i esco como

dad bre o dente mico iderando e, de

acord com oluçã 3183 Cons stad Meio iente-

C M ap a No écnic -001/ ue e ece os rios e

pro mento ara nica mediat CR e si s de

eme ncias ienta ndo a ústr ansp ras o das a

com arem rgão ental ident olven odutos osos

co indo i ão gr seu mpr

R

Foram investigados 87 (oi

identes envolvendo produtos químicos, sendo objeto deste estudo e 09

(nove) não foram considerados para o objetivo deste trabalho por consistirem

Page 350: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

351 O Transporte das Fontes Radioativas para os Serviços de Medicina Nuclear Instalados no Município de Salvador/Ba

Marly Pedreira Dantas em denúncias não procedentes e processos de acompanhamento de

simulados de acidentes realizados pelas indústrias.

A pesquisa foi realizada na sede do CRA, tendo em vista a

impossibilidade da saída dos processos.

Total de processos analisados: 78 (setenta e oito)

Período que compreendeu o estudo: 02 (dois) anos-set/2001 a set/2003 Definição dos Tipos de Acidentes Adotada para Realização deste Estudo:

- Acidentes Industriais: Acidentes que ocorreram nas dependências internas das indústrias no processo produtivo;

- Acidentes Marítimos: Acidentes envolvendo derrames e vazamentos

por embarcações em movimento, poluindo as águas e as areias com

ralmente derrame e

retas e caminhões

pelotas de óleo.

- Acidentes Portuários: Acidentes que ocorreram envolvendo

embarcações estacionadas nos portos; foram destacados dos acidentes

marítimos por envolverem tripulantes e trabalhadores dos portos, bem

como pela gravidade de risco dos eventos, ge

vazamento de produtos inflamáveis e/ou tóxicos em atividade de carga e

descarga;

- Acidentes Ferroviários: Acidentes que ocorreram por tombamento e

descarrilhamento de trem;

- Acidentes Rodoviários: Acidentes com car

transportadores de produtos perigosos ocorridos nas rodovias;

- Acidentes Dutoviários: Acidentes ocorridos nos dutos transportadores de

produtos químicos;

- Disposição Inadequada de Resíduos: Acidentes envolvendo a

disposição de resíduos químicos, provenientes do processo produtivo,

em local inadequado.

Page 351: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

352 O Transporte das Fontes Radioativas para os Serviços de Medicina Nuclear Instalados no Município de Salvador/Ba

Marly Pedreira Dantas Total de acidentes por tipo

TOTAL DE ACIDENTES POR TIPO

26%

15%

24%

2% 6%

3%

Industriais

Portuários

Marítimos

Ferroviário

Rodoviário

Dutoviário

24%

Disposição Inadequadade Resíduo

Ressaltamos que, o número total de acidentes por tipo ultrapassa o

númer

TOTAL DE ACI

o total de processos de acidentes, tendo em vista que, os acidentes

marítimos atingem muitas vezes as praias de mais de um município do litoral,

sem que seja identificado, de acordo com os processos, se a procedência foi

de uma ou mais embarcações. Entretanto foi verificada a existência de

processos oriundos de denúncias feitas por mais de um município, num mesmo

dia, com queixa de poluição do mar e das areias das praias.

TIPO DE ACIDENTES POR MUNICÍPIOS

DENTES POR TIPO E MUNICÍPIOS

Munic io ípio Indústria Portuário Marítimo Ferroviário Disp.Inad. Rodoviário Dutoviár

Camaçari 09 - 02 - - - - Cairú - - 03 - - - - AméliaRodrig

ues

-

-

-

-

-

02

-

Santo Amaro - - - 02 - - - ConceFeira

ição de - - - 02 - - -

Candeias 02 01 - - 02 - -

Page 352: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

353 O Transporte das Fontes Radioativas para os Serviços de Medicina Nuclear Instalados no Município de Salvador/Ba

Marly Pedreira Dantas Salvador 02 03 02 - 01 01 - Ilha deItaparica

- 01 - - - - -

São Fco. do Conde

- 02 02 - - - 01

Valenç - 01 - - a - - - Simões Filh 03 - - 01 01 01 - o Senho do Bonfim

- - - - - 01 - r

MadreDeus

de - 05 - - - - 01

Feira dSantana

e 01 - - - - 02 -

Lauro Freitas

de

- - 03 - - - -

DiasD’Av - - - - ila 03 - - Mata de São João

- - - 04 - - 01

Marau - 01 - - - - - São Sebastiãodo Passé

- - 02 - - - -

Sto Estevão - - - - - 01 - Itatem - - - - - - 01 Conde - - 02 - - - - Jequié - - - - - 01 - Ipiau - - - - - 01 - Teixeira de Freitas

- - - - - 01 -

Itapebi - - - - - 01 - Juazeiro - - - 01 - - - Gandu - - - - - 02 - Itapemirim - - - - - 01 - Entre Rios - - - - - 01 - Araças - - - - - 01 -

Conseqüências para o ambiente

Lembramos que, quando se trata de acidentes com produtos químicos,

um mesmo acidente pode contaminar mais de um componente ambiental, o

que foi considerado nesse estudo.

Page 353: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

354 O Transporte das Fontes Radioativas para os Serviços de Medicina Nuclear Instalados no Município de Salvador/Ba

Marly Pedreira Dantas

Com relação à contaminação do solo, foi verificado que, a empresa

responsável pelo acidente em geral, realiza a limpeza do local através da

retirada do solo contaminado e encaminhamento para disposição final

adequada, de acordo com as orientações do órgão ambiental. Essa providência

é obrigatória de acordo com a legislação ambiental.

Quanto aos vazamentos com contaminação do mar/rio, o derrame é

contido e sugado por empresa especializada em socorro com acidentes

químicos ou pela Petrobrás, sendo encaminhado para tratamento e disposição

final adequada, seguindo também a orientação do órgão ambiental, salvo

algumas exceções onde a empresa foi multada.

A contaminação atmosférica foi a que, a curto prazo, atingiu e causou

problemas em maior número de pessoas, apesar de muitas vezes, após

investigação do órgão ambiental, as emissões não terem ultrapassado os

parâmetros permitidos tecnicamente. As condições climáticas estão

diretamente relacionadas ao nível de concentração dessas emissões e,

conseqüentemente, aos problemas de saúde das populações expostas, que

residem próximas à área industrial. A princípio, como as indústrias não estão

infringindo a legislação, esse tipo de evento poderá continuar acontecendo,

sem que se possa tomar nenhuma medida para contê-lo. No entanto é preciso

CONSEQUÊNCIAS PARA O MEIO AMBIENTE

33%

46%

19%

2% Contaminação do solo

Contaminação do mar/rio

ContaminaçãoAtmosférica

Mortandade decarangueijos ecrustáceos

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355 O Transporte das Fontes Radioativas para os Serviços de Medicina Nuclear Instalados no Município de Salvador/Ba

Marly Pedreira Dantas que os órgãos de saúde se aproximem e atuem nessa questão considerando

tratar-se de um problema de saúde publica. Conseqüências para a saúde TIPOS DE OCORRÊNCIAS NÚMERO DE

OCORRÊNCIAS NÚMERO DE VÍTIMAS

Evacuações 01 Não informado Ferimentos, escoriações 02 05 Queimaduras de 1º e 2º grau 01 04 Óbitos 04 04 Dores de cabeça, vômitos, olhos lacrimejantes, tonturas, coceira, nervosismo

06 Não informado.*

* Trata-se de ocorrências onde várias pessoas da comunidade foram afetadas, sendo algumas encaminhadas ao serviço de saúde. Está citado de forma generalizada.

Vale ressaltar que, com relação às conseqüências para a saúde, os

casos relatados acima foram os que constavam nos processos pesquisados.

No entanto, acreditamos que não corresponda à realidade em termos

quantitativos e qualitativos, tendo em vista que todos os demais casos

envolvendo emissões, derrames e vazamentos de produtos tóxicos não são

relatados se houve ou não queixas de problemas de saúde entre os expostos.

Lembramos também que não existe campo específico para a saúde no

formulário do órgão ambiental e que esses eventos não possuem a rotina de

serem acompanhados por órgãos da saúde.

Outro aspecto importante é a falta de acompanhamento e monitoração

dos expostos a esses acidentes por parte dos órgãos da saúde, o que

compromete ou inviabiliza um diagnóstico mais preciso das conseqüências

para a saúde das comunidades expostas. Considerando a toxidade dos

produtos envolvidos nos acidentes, torna-se imprescindível um estudo

epidemiológico das comunidades próximas aos centros industriais, tendo em

vista a elaboração de um perfil que subsidie de forma mais efetiva, ações

Page 355: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

356 O Transporte das Fontes Radioativas para os Serviços de Medicina Nuclear Instalados no Município de Salvador/Ba

Marly Pedreira Dantas preventivas e de controle de possíveis doenças que só se manifestam a médio

e longo prazo.

Órgãos envolvidos nos acidentes

De acordo com os dados colhidos nos Processos, foi verificado que as

ocorrências de emergência eram acompanhadas pelo Órgão Ambiental, pela

empresa responsável pelo acidente e por empresa especializada em socorro a

emergências químicas. No entanto, em alguns casos houve relato da

participação de outros órgãos a saber:

OUTROS ÓRGÃOS ENVOLVIDOS NOS ACIDENTES (ALÉM DO CRA)

ÓRGÃOS

Nº DE OCORRÊNCIAS

Corpo de Bombeiros 05 Polícia Rodoviária 05 Defesa Civil 02 Dpto.de Meio Ambiente Municipal 02 Secretaria Municipal de Saúde 01 LIMPURB- Limp. Pub.Urb de Salvador 01 SET- Serv.Engenharia de Tráfego 01

PRODUTOS ENVOLVIDOS NOS ACIDENTES

PRINCIPAIS PRODUTOS ENVOLVIDOS EM ACIDENTES PERIGOSOS

Óleo Diesel

Óleo Lubrificante

Alcatrão de Hulha

Soda Cáustica

NO2, SO2, TRS

SI de óleo (óleo externo)

GLP a granel

Amônia

CO2, No2, O3, SO2

Antrafuinona

Pelota de óleo

Hidrocarbono

Ácido Sulfúrico

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357 O Transporte das Fontes Radioativas para os Serviços de Medicina Nuclear Instalados no Município de Salvador/Ba

Marly Pedreira Dantas Álcool classe 3

Asfalto líquido Gás natural

DOP – Dioctel – Fatalato

Enxofre

Óleo Carbolina

MEG – Monoetilenglicol

Plástico, fibre, ferro, Cilindros

C9 DI – Hidrogenado

Flogard MS 6222

Dianadic DN 2106

Cotrol

Sicamato NA 0560 Cal

Resina TT935

Resina maleica e espessante acrílico

HCL – Ácido cloridrico

Para-Xileno

Ultralub – Éster metílico

Éster e metanol

Acrilato de Étila Paraxileno

Ácido Formico

Picche

DISCUSSÃO Acidentes rodoviários

Ocorreram em grande número sendo verificado o óbito de um motorista

e quatro encaminhamentos a unidades de saúde, sendo uma das vítimas um

pedestre que foi atingido por uma árvore tombada em conseqüência do

acidente. Este caso nos chama a atenção, pois ocorreu na área urbana de

Salvador, nas imediações da Estação Rodoviária/ Iguatemi, vindo da Av.

Paralela, consistindo no tombamento de um caminhão cilindro transportando a

substância química GLP a granel. Houve vazamento do produto, em pequena

quantidade. Consta como causa que o “motorista perdeu o controle”. O GLP é

um gás altamente inflamável, oferecendo perigo de incêndio e/ou explosão o

que poderia transformar o acidente numa tragédia, considerando

principalmente que o local do acidente é bastante movimentado. O motorista e

Page 357: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

358 O Transporte das Fontes Radioativas para os Serviços de Medicina Nuclear Instalados no Município de Salvador/Ba

Marly Pedreira Dantas outro passageiro foram levados para o Hospital Geral do Estado-HGE com

escoriações, bem como o pedestre sobre o qual uma árvore caiu devido ao

choque com o caminhão. Este pedestre consta que era um senhor de

61(sessenta e um anos). No relato não informa se houve mais alguma vítima

nem se existiu gravidade no caso do pedestre.Nesse evento estavam

presentes além do CRA, o Corpo de Bombeiros, a Polícia Militar, a Defesa

Civil, a LIMPURB e a SET-Eng. de Tráfego.

Os danos ambientais em conseqüência dos acidentes rodoviários em

geral não são significativos, segundo relatos do Órgão ambiental, considerando

que os produtos derramados são contidos, neutralizados, e/ou removidos pelas

empresas responsáveis pelo transporte do produto, por exigências legais do

Conselho Estadual do Meio Ambiente. Entretanto muito pouco é sinalizado nos

processos em termos de saúde.

No acidente em que houve o óbito do motorista o produto envolvido era

um produto tóxico, a saber, Meg-monoetilenogicol, que, por se apresentar em

baixa pressão de vapor não causou efeitos tóxicos e, devido à sua baixa

mobilidade no tipo de solo, e não haver corpo hídrico próximo. Caso contrário,

poderia ter causado danos graves para a saúde da população. O motorista

faleceu e o outro passageiro foi levado para um hospital próximo, não diz qual,

nem o órgão que o transportou. Também não é esclarecido se o motorista e o

outro passageiro sofreram danos em função do vazamento do produto

transportado. No entanto, nos chama a atenção o fato do produto ter se

espalhado na direção das casas próximas e foi a própria população que

construiu barreiras com o próprio solo a fim de impedir que o produto invadisse

suas residências. Consta que o produto atingiu um curral ao lado de uma

residência e os animais foram retirados; o curral teve que ser demolido para a

retirada do solo contaminado.

Trata-se de um caso grave de risco para a saúde da comunidade

exposta onde a presença do setor saúde se faz necessário tendo em vista o

acompanhamento e monitoramento dessas populações expostas, e demais

intervenções a nível de prevenção e controle dos ricos.

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359 O Transporte das Fontes Radioativas para os Serviços de Medicina Nuclear Instalados no Município de Salvador/Ba

Marly Pedreira Dantas No que se refere às causas principais dos acidentes rodoviários foram

apontadas em primeiro lugar as precárias condições das pistas de rolamento,

seguida de falhas do motorista tais como: “cochilou no volante”, foi

“ïmprudente”, “perdeu o controle”.Posteriormente vieram as falhas mecânicas

no veículo, pneus estourados, falta de acostamento e desnível acentuado,

chuvas fortes e luzes de outros veículos à noite vindo de direção contrária,

dificultando a visão do motorista. Vale ressaltar que, as falhas dos motorista

são citadas como uma das principais causas dos acidentes, de acordo com

estudo realizado por Alves,Daniel; e outros em “Diagnóstico Parcial das

Condições de segurança... no estado da Bahia/2000 com motorista de cargas

perigosas, onde foram verificadas condições de saúde dos motoristas

inadequadas ao tipo de serviço a saber: pressão arterial alta, nervosismo,

lombalgia, sedentarismo, hábito de bebida alcoólica em 56% dos entrevistados,

uso de medicamentos para evitar o sono - por alguns, dificuldade na visão

entre outros.

Enfim, os acidentes rodoviários expõem de forma bastante grave a

saúde do trabalhador motorista e das populações, principalmente devido aos

vários condicionantes que interferem para a exposição do risco, desde as

condições de conservação das estradas, passando pela desinformação dos

próprios motoristas que muitas vezes não sabem do risco a que estão

expostos, do estado de conservação e manutenção do veículo e a própria

condição de saúde do motorista.

Acidentes industriais

Os acidentes considerados industriais são os acidentes envolvendo

produtos químicos ocorridos nas dependências das industrias no processo

produtivo. De acordo com os dados levantados, estes ocorreram em grande

número e trouxeram conseqüências imediatas graves a saúde.

Entre os acidentes industriais foram verificados três óbitos, do total de

constatados entre todos os acidentes. Foi verificado um encaminhamento a

Unidade Hospitalar devido a acidente com queimaduras de 1º e 2º graus. Os

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360 O Transporte das Fontes Radioativas para os Serviços de Medicina Nuclear Instalados no Município de Salvador/Ba

Marly Pedreira Dantas óbitos de trabalhadores se deram em conseqüência do rompimento da

tubulação de gás natural com explosões em indústria situada no município de

Candeias. Os três trabalhadores que foram a óbito tinham 37, 39 e 42 anos de

idade e respectivamente 13, 15 e 20 anos de trabalho na indústria. Vale

ressaltar que, nesse caso não é registrado nenhum dano ao meio ambiente e

não diz a causa do acidente.

Das nove ocorrências internas do Pólo Petroquímico de Camaçari, cinco

foram registradas queixas de incômodos e problemas de saúde de moradores

do município de Dias D’Avila e de Camaçari, tais como: mal estar, ardência nos

olhos, nervosismo, pânico, tontura, asfixia, coceira, sendo muitos dos expostos

encaminhados a postos de saúde devido às emissões atmosférica. No entanto,

de acordo com inspeção e solicitação do órgão ambiental, as empresas

apresentaram relatório das emissões, não sendo verificadas emissões acima

dos padrões permitidos legalmente. As causas alegadas pelas empresas foram

sempre atribuídas às condições climáticas como ventos em calmaria e

estabilidade climática, o que prejudicou a dispersão da pluma formada pelas

emissões, resultando em um aumento das concentrações.

Dentre as principais causas de acidentes industriais registradas, estão

primeiramente as falhas na operação, seguida de problemas na operação do

sistema - não sendo especificado se compreende falhas na atuação dos

trabalhadores, posteriormente vem as falhas mecânicas, condições climáticas e

sistema de operação inadequada, isto é, sistema que não atende aos requisitos

de segurança para a saúde do trabalhador e da população. Ex.: “sistema

inadequado de exaustão e desempoeiramento” em fornos industriais.

Com relação às emissões, cabe pontuar as freqüentes queixas de

problemas de saúde sofridos pela comunidade e ao mesmo tempo, a não

ultrapassagem dos parâmetros das emissões permitidos legalmente.

Considerando que as condições climáticas interferem nas concentrações das

emissões e no conseqüente problema de saúde das populações, ressaltamos a

necessidade de equacionar melhor esses parâmetros e/ou controlar as

emissões adequando às previsão metereológica. É uma questão a ser

Page 360: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

361 O Transporte das Fontes Radioativas para os Serviços de Medicina Nuclear Instalados no Município de Salvador/Ba

Marly Pedreira Dantas discutida e enfrentada tendo em vista que a saúde pública encontra-se

vulnerável ao risco em função das “condições climáticas”.

Verificamos também a tendência a responsabilizar os trabalhadores

pelos acidentes, vindo confirmar as questões discutidas no referencial teórico,

que é uma situação perversa que contribui para escamotear as questões

políticas, sociais e econômico que envolvem os acidentes industriais com

produtos químicos.

Vale ressaltar que, em ocorrência verificada em uma fábrica de gelo

instalada em área residencial de Salvador, onde houve vazamento de amônia

durante a operação, consta no processo que o próprio operador descreve que

a “falha” foi sua que não percebeu que a mangueira estava pressurizada e

desconectou do cilindro contendo amônia. Entretanto o CRA verificou que no

equipamento operado não existia o instrumento para medir a pressão no

sistema de reposição de amônia, o qual é necessário para esse tipo operação.

Essa situação reflete uma condição injusta, fruto de uma ideologia que

tende a responsabilizar os acidentes de forma monocasual culpando os

trabalhadores, fazendo com que, este próprio trabalhador, que é “culpado” e

vitima, assuma e se perceba como o único responsável pelos acidentes.

Reflete também a condição de alienação e desconhecimento de muitos

trabalhadores que não sabem o risco a que estão expostos, todos os dias no

seu dia-a-dia no interior das indústrias.

Fatos desta natureza ocorrem, em grande parte, devido ao descaso

pelos trabalhadores, devido a uma estrutura política, social e econômica

desigual e injusta, refletindo o nível de cidadania da população.

Acidentes marítimos

Foram considerados os acidentes onde ocorre contaminação da água do

mar e da areia das praias com pelotas de óleo com suspeita de serem

provenientes, de acordo com o CRA, da lavagem de tanques de navios

transportadores em alto mar e que se dirigem para as praias. Em geral, nesses

Page 361: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

362 O Transporte das Fontes Radioativas para os Serviços de Medicina Nuclear Instalados no Município de Salvador/Ba

Marly Pedreira Dantas casos o órgão ambiental é acionado por moradores ou freqüentadores das

praias. O CRA, verificando a procedência, solicita a intervenção da Petrobrás,

que fez a limpeza das praias, bem como a coleta de amostra dessas pelotas e

encaminha para laboratório específico no Rio de Janeiro, a fim de se investigar

os componentes químicos do produto para possível associação com os

produtos transportados pelos navios e a possível identificação das

embarcações responsáveis. Cabe ressaltar que em nenhum processo foi

verificado o retorno com esses dados laboratoriais e a identificação do navio

responsável.

Esse tipo de ocorrência é muito freqüente nas praias do litoral da Bahia,

havendo inclusive várias queixas, provenientes de municípios distintos num

mesmo dia, que ficam registrados num mesmo processo.

A inadequada fiscalização do transporte marítimo no litoral do Estado,

aliada a falta de responsabilização por esses acidentes contribuem para a

freqüência e continuidade dessas ocorrências.

Acidentes ferroviários

Os acidentes ferroviários consistem em descarrilamento e tombamento

de vagões de trem transportadores de produtos químicos. Neste tipo de

acidente foi verificado registro de vítimas, além de danos ao meio ambiente

através de contaminação do solo e do ar.

Em acidente ocorrido entre as estações de Barrinha e Juazeiro, por

exemplo, houve tombamento dos vagões carregando gasolina e óleo diesel,

não sendo especificado a quantidade vazada. O local do acidente, segundo

documentação pesquisada, ficava a cerca de 01 km de residências. Foi feito

isolamento da área, utilizando produto para absorver o óleo, sendo retirado 250

kg do solo contaminado para ser disposto em local adequado. Não havia corpo

d’agua no local. A empresa ferroviária tomou todas as providências devidas

para mitigar os danos. Consta como “causa” deste acidente o descarrilamento

de um vagão intermediário.

Page 362: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

363 O Transporte das Fontes Radioativas para os Serviços de Medicina Nuclear Instalados no Município de Salvador/Ba

Marly Pedreira Dantas Chamamos a atenção para um outro evento ocorrido na BR – 101,

município de Conceição de Feira, onde houve descarrilamento de três vagões

e tombamento de um deles com derrame de produto Paraxileno, vindo de

indústria do Pólo Petroquímico de Camaçari com destino a São Paulo. O

acidente ocorreu a uma distância de cerca de 9km da zona urbana e, constava

na documentação pesquisada, que não havia residências “muito” próximas ao

local. Também não foi registrado pelo CRA qualquer queixa de moradores

sobre incômodos com o produto vazado. Entretanto o vazamento do Paraxileno

durou cerca de duas horas, sendo feito trabalho de contenção e retirada

durante toda a noite. É relatado, no processo que o Paraxileno é um líquido

incolor e inflamável - é um solvente. O vapor dele é mais pesado que o ar e

pode se espalhar por longas distâncias, formando gases tóxicos e depressores

do sistema nervoso central. A inalação pode causar dores de cabeça, náuseas,

vertigens, confusão, incoordenação, irritação da pele e olhos, além de

fetotoxidade em humanos. Foi vazado cerca de 100 litros do produto.

Verificamos assim, o grave risco a que as populações próximas às

rodovias estão expostas, bem como os trabalhadores envolvidos na contenção.

Chamamos a atenção que, não apenas nesse caso como no primeiro

comentado, onde as residências estavam bem próximas, havia risco de

incêndio entre outros.

Não é especificado que Órgãos estiveram acompanhando e realizando a

contenção e remoção do solo contaminado.

Acidentes portuários

São os acidentes decorrentes de vazamento e/ou derramamento de

produtos perigosos provenientes de navios estacionados em portos para carga

e/ou descarga desses produtos a serem transportados ou no abastecimento de

combustível.

As principais causas citadas deste tipo de acidente foram as falhas na

operacionalização, o que nos remete mais uma vez ao trabalhador como

principal responsável, seguido de defeitos mecânicos. Esses acidentes

Page 363: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

364 O Transporte das Fontes Radioativas para os Serviços de Medicina Nuclear Instalados no Município de Salvador/Ba

Marly Pedreira Dantas envolvem derrame/vazamento de produto químico no mar, bem como emissões

atmosféricas tóxicas.

Chamamos a atenção para acidente ocorrido no Terminal Químico de

Aratu (Posto de Aratu/Candeis–Ba.) foi verificado caso de vazamento/emissões

do produto Acrilato de Etila durante operação de armazenamento de tanque

que teve duração de uma hora e meia, sendo registrada queixa de problemas

de saúde em crianças numa escola deste município. Não é relatado causa ou

conseqüências para a saúde dos trabalhadores envolvidos nessa operação,

nem nos tripulantes do navio.

Ressaltamos também o vazamento de óleo diesel e óleo lubrificante

proveniente do reservatório de embarcação que trabalha no combate ao

vazamento de óleo no terminal de Madre de Deus. A causa citada foi “falha de

estanqueidade de válvula de fundo” da referida embarcação.

Nessas ocorrências, em geral o produto fica contido em uma barreira de

proteção e é posteriormente sugado e retirado do mar para disposição

adequada.

Consideramos importante chamar a atenção para a falta de dados

quanto as conseqüências para a saúde dos trabalhadores envolvidos nos

acidentes, bem como para a necessidade de acompanhamento, por parte do

setor saúde, das condições e dos riscos a que estão expostas as comunidades

afetadas por estes.

Acidentes dutoviários

São os acidentes ocorridos em dutos transportadores de produtos

químicos. Foi verificado um número pequeno desse tipo de ocorrência,

entretanto esse tipo de veículo para os produtos perigosos oferece risco

permanente onde são localizados tendo em vista tratar-se de instalação fixa.

Chamamos a atenção para uma ocorrência onde se deu vazamento de

gasolina numa dutovia localizada na orla marítima de Madre de Deus que

Page 364: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

365 O Transporte das Fontes Radioativas para os Serviços de Medicina Nuclear Instalados no Município de Salvador/Ba

Marly Pedreira Dantas passa enterrado na faixa de marés de praia onde consta como causa, furo no

duto transportador do produto.

Esta ocorrência, de acordo com o órgão ambiental, causou “danos

significantivos ao meio ambiente”, sendo contaminado 18 m3 de areias com

hidrocarboneto, que foi recolhido e enviado para disposição adequada. A área

foi interditada, sendo instaladas barreiras de absorção no mar e braçadeira de

vedação. Nesta ação consta a participação do CRA, das empresas

responsáveis pelo acidente e da Coordenação de Meio Ambiente e Secretaria

da Saúde do Município.

Não é citado se houve alguma conseqüência imediata para a

comunidade. Foi registrada, entretanto a dificuldade para localização do

vazamento, o que expôs por mais tempo os trabalhadores e a comunidade

próxima.

Disposição inadequada de resíduos

Foi apresentado como acidente, tendo em vista a ocorrência dessa

prática desencadear acidentes com grande potencial de risco. Chamamos a

atenção para uma ocorrência de disposição inadequada de resíduo químico

oriundo de uma indústria no município de Candeias, em terreno que dá acesso

a um bairro do local. O produto disposto foi DOWTHERM – 6 ou Alucoque, que

se constitui como uma mistura de éteres bifenílicos e óxido difenilo. Trata-se de

um Fluído Térmico usado no aquecimento de piche. O órgão ambiental foi

acionado por moradores da comunidade com queixas de que o odor eliminado

pelo resíduo estava causando problemas de saúde tais como dores de cabeça,

ânsia de vômito, olhos lacrimejantes e alguns moradores já tinham feito

vômitos. A indústria suspeita foi acionada a comparecer no local e assumiu

tratar-se de produto de seu setor produtivo.O médico da empresa prestou

consulta médica a alguns moradores sendo devidamente orientados. Consta no

processo que, o motorista da caçamba informou ter levado o resíduo para

aquele local por conta própria, a pedido de um morador, o qual não

Page 365: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

366 O Transporte das Fontes Radioativas para os Serviços de Medicina Nuclear Instalados no Município de Salvador/Ba

Marly Pedreira Dantas identificado, sob a justificativa de que o resíduo serviria para tapar buracos da

rua.

Consta no referido processo que o produto pode causar risco imediato a

algum órgão exposto ou na exposição prolongada, trazendo como

conseqüência problemas de saúde como o câncer e danos outros que só se

manifestam após longo tempo, além disso pode causar incêndio e queimadura.

Verifica-se nesse caso, mais uma vez, a tendência aos trabalhadores

serem os responsáveis pelos acidentes e o grave risco a que foram expostos

os moradores da comunidade bem como o próprio motorista e demais

trabalhadores envolvidos na retirada do produto do local. Cabe pontuar a

ausência do setor saúde no acompanhamento das conseqüências a médio e

longo prazo desse tipo de ocorrência, principalmente em casos como este onde

o produto envolvido causa danos imediatos a algum órgão exposto e a médio e

longo prazo.

CONCLUSÃO

Verificamos que, os acidentes com produtos químicos na Bahia

caracterizam-se predominantemente como: Acidentes Industriais (internos às

indústrias) e Rodoviários.

As causas desses acidentes são, em grande parte, analisadas de forma

monocausal e atribuídas aos trabalhadores. Quer seja o trabalhador de

indústria, quer seja o motorista do veículo transportador do produto químico.

Isso só confirma a problemática levantada da revisão de literatura apresentada

no inicio desse trabalho, reforçando a necessidade de uma abordagem mais

ampla e multidisciplinar na análise e na busca de uma proposta de trabalho de

prevenção e controle desses acidentes.

Os aspectos sociais, políticos e econômicos não podem mais ficar de

fora dessa discussão sob pena de não se chegar aos pontos mais relevante

para se enfrentar essa problemática, assim como é de fundamental importância

Page 366: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

367 O Transporte das Fontes Radioativas para os Serviços de Medicina Nuclear Instalados no Município de Salvador/Ba

Marly Pedreira Dantas da participação dos trabalhadores na discussão das análises dos acidentes e

nas propostas de trabalho preventivo.

As análises monocausais dos acidentes correspondem a uma ideologia

que perpetua o olhar para o “erro” individual, eximindo a sociedade como um

todo, da responsabilidade sobre esse cenário em que nos encontramos.

Precisamos assumir o “erro social” nos acidentes químicos ampliados para que

possa se dar, a partir da interdisciplinaridade e da participação dos

trabalhadores, propostas legítimas e eficazes na prevenção e controle dos

acidentes com produtos perigosos.

De acordo com o exposto, ressaltamos a necessidade da adoção de

programas públicos e privados que visem a melhoria das condições das

rodovias, bem como da segurança dos veículos transportadores de produtos

perigosos. Merece maior atenção os condutores destes veículos, tendo em

vista as precárias condições de saúde que muitos estão submetidos

exercendo essa atividade. Necessário também maior fiscalização das ferrovias,

dutos e das embarcações que fazem esse tipo de transporte.

Quanto aos acidentes industriais é de extrema importância a fiscalização

às condições internas de trabalho e dos equipamentos em operação, tendo em

vista o grande número de ocorrências provenientes de falhas mecânicas e no

sistema operacional.

Chamamos a atenção para a importância do setor saúde nessa

problemática dos acidentes com produtos perigosos, que encontra-se ainda

bastante incipiente mas caminhando no sentido de ocupar de forma efetiva o

seu lugar no controle e prevenção destes.

Lembramos aqui a inserção do setor saúde nessa questão é de extrema

relevância considerando que, os problemas de saúde advindos de acidentes

desta natureza têm o potencial de se ampliarem no espaço e no tempo,

atingindo, a depender da gravidade e magnitude, grande número de pessoas e

apresentando seqüelas a médio e longo prazo.

A Vigilância Ambiental em Saúde dos Acidentes com Produtos

Perigosos está se estruturando na construção de um trabalho intersetorial e

multidisciplinar, atendendo a especificidade e abrangência dessa problemática.

Page 367: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

368 O Transporte das Fontes Radioativas para os Serviços de Medicina Nuclear Instalados no Município de Salvador/Ba

Marly Pedreira Dantas Entre os aspectos limitantes para a realização desse trabalho

destacamos a complexidade do problema, a falta de um sistema formal de

registro com enfoque nos aspectos de saúde, fazendo com que tenhamos de

buscar em outros órgãos as informações sobre o assunto, além da falta de um

sistema de informações que integre os dados dos diversos órgãos que atuam

nos acidentes.

No Brasil, a infra-estrutura institucional dos órgãos de saúde ainda é

bastante precária e a falta de integração entre eles dificulta a formulação de

estratégias de controle e prevenção dos acidentes com produtos perigosos.

Este trabalho se propôs a fazer o levantamento preliminar dos Acidentes

com Produtos Químicos no Estado da Bahia, contribuindo com a Vigilância

Ambiental em Saúde relacionado aos Acidentes com produtos Perigosos e será

aprofundado e incorporado ao serviço.

RECOMENDAÇÕES:

1) Capacitação e estruturação do setor saúde para a prevenção, controle

e acompanhamento dos Acidentes Químicos Ampliados;

2) Fiscalização efetiva do setor saúde nas realidades internas das

indústrias;

3) Acompanhamento dos trabalhadores - motoristas dos veículos

transportadores de produtos perigosos - pelo setor saúde;

4) Intensificar a fiscalização e conservação das rodovias pelos órgãos

competentes;

5) Maior fiscalização dos navios e trens que transportam produtos

perigosos. pelos órgãos competentes;

6) Elaboração de propostas de esclarecimento e sensibilização para os

transportadores, fabricantes, expedidores, importadores e destinatários do

produto, quanto aos riscos e conseqüências deste tipo de acidente;

Page 368: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

369 O Transporte das Fontes Radioativas para os Serviços de Medicina Nuclear Instalados no Município de Salvador/Ba

Marly Pedreira Dantas 7) Incrementar a discussão sindical acerca da categoria dos motoristas

transportadores de produtos químicos, tendo em vista o risco a que estão

expostos;

8) Buscar parcerias com órgãos e entidades públicas e privadas;

9) Maior controle das condições dos dutos que transportam produtos

químicos;

10) Ampliar o quadro de pessoal aos órgãos de fiscalização para melhor

exercerem suas funções.

REFERÊNCIAS Bahia. Secretaria do Planejamento, Ciências Tecnologia - Seplantec. Meio

Ambiente: legislação básica do estado da bahia. Salvador: CRA, 1997.

270 p.

______________________________Bahia: nova legislação ambiental.

Salvador: CRA, 2001.186 p.

BRASIL, Ministério dos transportes. Portaria Federal nº 204,1996.

______________________________Decreto Federal nº 96.044 -

Regulamentação para transporte rodoviário de produtos perigosos,1998.

São Paulo.CUT/FUNDACENTRO. Acidentes Químicos Ampliados a visão dos

trabalhadores, Anais...Seminário Nacional dos Produtos Químicos, 1998

FREITAS, Carlos Machado de. Acidentes industriais ampliados: desafios e

perspectivas para o controle e a prevenção. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2000.

JACOBINA, Alexandre. Transporte Rodoviário de Produtos e Resíduos Perigosos - "abordagem crítica sobre a movimentação de produtos e

resíduos perigosos no brasil, com ênfasepara o modal rodoviário.{s.l.:s.n},

1996

ALVES, Daniel e outros : Diagnóstico parcial das condições de segurança do transporte rodoviário de produtos perigosos no estado da bahia - 2000.

www.upb.org.br/rodovias.pdf

Page 369: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

NÚCLEO DE ESTUDOS DE SAÚDE COLETIVA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM VIGILÂNCIA AMBIENTAL EM SAÚDE

O TRANSPORTE DAS FONTES RADIOATIVAS PARA OS SERVIÇOS DE MEDICINA NUCLEAR INSTALADOS NO MUNICÍPIO DE SALVADOR/BA

Marly Pedreira Dantas

Adaptação da Monografia apresentada ao Núcleo de Estudos de Saúde Coletiva como pré-requisito para a obtenção do Titulo de Especialista em Vigilância Ambiental em Saúde

- 2003 -

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RESUMO

DANTAS, Marly Pedreira. O Transporte das Fontes Radioativas para os Serviços de Medicina Nuclear instalados no município de Salvador/BA.

Salvador: UFRJ; CCS/NESC, 2003. Monografia (Especialização em Vigilância

Ambiental em Saúde).

O presente estudo exploratório desenvolve uma avaliação das condições

do transporte das fontes radioativas a serem utilizadas nos 11 (onze) serviços

de Medicina Nuclear de Salvador/BA, baseando-se nos requisitos exigidos

como meios de proteção e segurança pela legislação pertinente em vigor,

verificando em que medida o transporte atende a esta normatização, levando

em consideração as possibilidades de ocorrência de acidentes durante o

percurso, e conseqüentemente, o risco de contaminação radioativa, causando

danos à saúde humana e ao meio ambiente. Para a coleta dos dados

empregou-se pesquisa bibliográfica, documental e de campo, visando conhecer

a situação existente, visto que, apesar de ser campo de atuação da Vigilância

Sanitária, conforme fica comprovado, esta área nunca sofreu nenhum tipo de

intervenção. Diante dos resultados apresentados, observou-se que diversos

itens pesquisados na operacionalização do transporte das fontes radioativas

contrariam o disposto nas normatizações vigentes, alguns considerados como

infrações graves sob o aspecto da proteção radiológica, cuja negligência pode

ser causa para um acidente radiológico, com comprometimento da qualidade

de vida. O índice elevado de irregularidades observadas nesta pesquisa reflete

a omissão das autoridades regulatórias na área do transporte de materiais

radioativos, e apresenta propostas visando reverter este quadro, com vistas a

uma operação de modo mais seguro e ambientalmente sustentável.

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374 O Transporte das Fontes Radioativas para os Serviços de Medicina Nuclear Instalados no Município de Salvador/Ba

Marly Pedreira Dantas 1- INTRODUÇÃO

Nos dias de hoje, é inconcebível a prática da moderna Medicina sem os

recursos proporcionados pela Medicina Nuclear, área que consiste na

aplicação “ïn vivo” de material radioativo, e que oferece benefícios para todas

as outras especialidades médicas, seja auxiliando no diagnóstico, colaborando

no plano de tratamento, ou orientando e controlando a terapêutica.

Alem disso, devido ao desenvolvimento técnico nas pesquisas de física

nuclear, o campo da Medicina Nuclear tem avançado tecnologicamente à razão

de 15 a 20% ao ano nas duas últimas décadas, facilitando o acesso a esse tipo

de exame (LISBOA, 2002).

Por outro lado, não se pode ignorar os conhecimentos relativos ao risco

potencial à saúde representado pelas substâncias radioativas – os chamados

radionuclídeos – utilizadas neste precioso meio auxiliar, principalmente quando

empregadas de forma pouco cautelosa e imprudente.

Desta forma, a preocupação com as questões sanitárias e ambientais

decorrente do uso de material radioativo, tem levado as autoridades

regulatórias – a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e a Vigilância

Sanitária – à definição de normatizações e instruções estabelecendo padrões

técnicos e procedimentos operacionais de proteção radiológica, que permitam

usufruir dos benefícios da Medicina Nuclear em detrimento do risco associado

a esta prática.

Na maioria dos países, inclusive o Brasil, o Estado tem o monopólio da

posse, da distribuição e do uso de substâncias ou equipamentos emissores de

radiações ionizantes, instituindo o licenciamento de instalações e profissionais.

Assim, tanto a CNEN quanto as Vigilâncias Sanitárias Estaduais

licenciam e realizam inspeções periódicas a tais serviços, visando observar o

cumprimento das exigências normativas no interior dos serviços.

No nosso Estado, legalmente cabe à Secretaria da Saúde do Estado da

Bahia (SESAB), através da Diretoria de Vigilância e Controle Sanitário

Page 374: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

375 O Transporte das Fontes Radioativas para os Serviços de Medicina Nuclear Instalados no Município de Salvador/Ba

Marly Pedreira Dantas (DIVISA), a competência pela fiscalização, processo que tem um papel

fundamental como mecanismo de controle na garantia do direito à saúde.

Entretanto, as fontes radioativas utilizadas são adquiridas junto ao

Instituto de Pesquisas Nucleares (IPEN), um instituto da CNEN localizado em

São Paulo, expedidas por via aérea e transportadas até chegarem ao seu

destino, os serviços de Medicina Nuclear de Salvador/BA, sem nenhuma

fiscalização e controle de autoridades regulatórias em nosso Estado.

Além disso, as fontes radioativas empregadas não são “seladas”, ou

seja, o material radioativo não está hermeticamente encapsulado, o que

evitaria vazamentos e contacto com o referido material, sob condições de

aplicação específicas.

Neste sentido, o presente trabalho desenvolve uma avaliação das

condições do transporte das fontes radioativas a serem utilizadas nos 11 (onze)

serviços de Medicina Nuclear instalados no município de Salvador/BA,

baseando-se nos procedimentos que são exigidos como meios de proteção e

segurança pela legislação pertinente em vigor, verificando em que medida o

transporte atende a esta normatização, levando em consideração as

possibilidades de ocorrência de acidentes durante o percurso, e

conseqüentemente, o risco de contaminação radioativa, causando danos à

saúde humana e ao meio ambiente.

Mesmo sabendo das limitações de um trabalho monográfico, a nossa

inspiração para esta incipiente produção, teve sua matriz nas inquietações

surgidas durante o exercício como inspetor de Vigilância Sanitária, permitindo

compreender a importância de provocar uma investigação mais profunda ao

tema, uma situação completamente desconhecida, tendo em vista a relevância

sanitária e ambiental que ele aponta, entendo-se o Transporte de Material

Radioativo como todas as operações e condições associadas e envolvidas na

movimentação de material radioativo remetido de um local a outro, incluindo

tanto as condições normais como as condições de acidente.

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376 O Transporte das Fontes Radioativas para os Serviços de Medicina Nuclear Instalados no Município de Salvador/Ba

Marly Pedreira Dantas Este trabalho não pretende esgotar a discussão sobre o tema proposto,

mas apenas contribuir para despertar a consciência sanitária e ambiental de

todos os usuários envolvidos, sejam autoridades regulatórias, profissionais da

Medicina Nuclear, transportadores, e outros, visando tão somente ressaltar a

importância do atendimento aos dispositivos legais no transporte de fontes

radioativas, os quais podem representar a possibilidade de usufruir os

benefícios proporcionados pela Medicina Nuclear, com risco potencial mínimo.

2 – OBJETIVOS

• Identificar na legislação em vigor os aspectos relativos ao transporte de

materiais radioativos;

• Avaliar o transporte de materiais radioativos para os serviços de

Medicina Nuclear instalados no município de Salvador/Bahia, de acordo

com os requisitos de radioproteção e segurança exigidos na legislação

vigente;

• Levantar os riscos de acidentes radiológicos decorrentes do transporte

de materiais radioativos para os serviços de Medicina Nuclear de

Salvador/Bahia.

3 - REVISÃO DE LITERATURA

3.1. – A Medicina Nuclear

A Medicina Nuclear é a especialidade médica voltada para o diagnóstico

por imagens e procedimentos terapêuticos que utilizam a administração de

determinada molécula ligada à pequena quantidade de material radioativo

(CAMARGO, 1997).

A este complexo chamamos radiofármaco, sendo que o prefixo “radio”

refere-se ao material radioativo, ou radionuclídeo, ligado ao “fármaco”, a

molécula usada como veículo que é captada pelo tecido que se deseja estudar

ou tratar (CAMARGO, 1997).

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377 O Transporte das Fontes Radioativas para os Serviços de Medicina Nuclear Instalados no Município de Salvador/Ba

Marly Pedreira Dantas A pequena quantidade de material radioativo injetada é detectada por

um aparelho denominado de Câmara de Cintilação, que é um detector de

radiação computadorizado, capaz de acompanhar a evolução do material

administrado, fazendo imagens tomográficas e tridimensionais da região de

referência do estudo.

Segundo Mario Ferreira (2002, p.5), o uso interno de material radioativo

como traçador data de 1927, quando foi injetado o elemento Radônio na veia

de um braço de um paciente, e medido o tempo gasto para o mesmo chegar ao

outro braço, permitindo estimar a velocidade do fluxo sanguíneo de um braço

para o outro.

A Medicina Nuclear oficialmente originou-se em 1948, quando foi

realizado o primeiro radiocardiograma, injetando intravenosamente o Cloreto de

Sódio marcado com o sódio radioativo, utilizando-se um contador Geiger como

detector.

A Medicina Nuclear é mais utilizada para diagnóstico, servindo tanto

para obtenção de imagens radiológicas, como para estudar a fisiopatologia dos

órgãos-alvo, fornecendo com precisão uma avaliação anatomo-funcional de

diversos órgãos e sistemas.

Ainda conforme o mesmo autor, com objetivo terapêutico, na Medicina

Nuclear o radiofármaco é captado pela própria lesão a ser tratada, como por

exemplo, uso de Iodo (I131) para tratar tumores de tireóide. Esta prática é

diferente da Radioterapia, em que o tratamento é realizado com fonte

radioativa externa ao paciente.

3.2. – Os Radionuclídeos

A Radioatividade (“atividade de emitir raios”) foi descoberta por Henri

Becquerel em 1896, quando acidentalmente guardou em uma gaveta uma

rocha contendo urânio, juntamente com um filme fotográfico, o qual foi

sensibilizado por “alguma coisa” que saía da rocha, o que foi chamado de raios

ou radiação (MARTINS, 1997).

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378 O Transporte das Fontes Radioativas para os Serviços de Medicina Nuclear Instalados no Município de Salvador/Ba

Marly Pedreira Dantas A partir daí, comprovou-se que existem elementos chamados

radioativos, cujos átomos são instáveis, com núcleos muito energéticos, por

terem excesso de partículas ou de cargas. Esses átomos tendem à

estabilização, emitindo energia sob a forma de partículas (Alfa ou Beta) ou de

ondas eletromagnéticas (raios Gama), e transformando-se espontaneamente

em outros elementos químicos. A este processo denomina-se Decaimento

Radioativo ou Desintegração Nuclear.

De acordo com Lisboa (2002, p.28) e Cardoso (p.6-7), as partículas Alfa

emitidas têm carga elétrica positiva, são altamente energéticas e, portanto, têm

elevado poder de ionização. Entretanto, apresentam baixo poder de penetração

(penetra até 5 cm no ar e não penetra na pele). Ela só é perigosa quando

ingerida ou inalada, pois pode ser interrompida com papel e plástico.

As partículas Beta são carregadas negativamente, possuem menor

energia que as Alfa, mas apresentam maior poder de penetração (penetra

vários metros no ar e vários centímetros na pele e nos tecidos). Podem ser

paradas usando-se madeira e lâminas metálicas.

Já a radiação Gama não apresenta carga elétrica nem massa

mensurável, produz ionização fraca, mas tem elevado poder de penetração,

podendo atravessar vários metros de concreto e afetar todas as partes do

corpo humano. Para pará-la é necessário usar materiais mais densos, como o

chumbo.

Os núcleos instáveis de um mesmo elemento químico e de massas (nº

de prótons e de nêutrons) diferentes são denominados de Radioisótopos, e não

decaem ou se desintegram todos ao mesmo tempo.

Ao número de átomos que se desintegram por segundo chamamos de

Atividade, a qual é proporcional ao número de átomos instáveis presentes na

amostra. Sua unidade de medida é o Becquerel (Bq), correspondendo 1 Bq =

uma desintegração por segundo (antigamente utilizava-se como unidade de

medida o Curie, 1 Ci = 3,7 x 1010 Bq).

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379 O Transporte das Fontes Radioativas para os Serviços de Medicina Nuclear Instalados no Município de Salvador/Ba

Marly Pedreira Dantas Cada elemento radioativo, seja natural ou obtido artificialmente, decai a

uma velocidade que lhe é característica, e que não é alterada por nenhum

agente químico ou físico.

Ao tempo necessário para a Atividade de um elemento radioativo ser

reduzida à metade da Atividade inicial, denominamos de Meia-vida física (T ½)

(LISBOA, 2002).

Na Medicina Nuclear, além da Meia-vida física do elemento utilizado,

deve-se considerar ainda a Meia-vida biológica (TB), que é o tempo necessário

para que a metade do material radioativo administrado no organismo, seja

eliminado pelas vias normais de excreção (LISBOA, 2002).

3.3. – Os Radiofármacos da Medicina Nuclear

Segundo Eliana A. Lisboa (2002, p.31-33), os radionuclídeos

empregados na Medicina Nuclear raramente são usados na sua forma química

simples, sendo incorporados a diversos compostos químicos, levando em

consideração suas propriedades químicas, fisiológicas ou metabólicas, visando

o órgão-alvo.

São chamados de radiofármacos os compostos químicos com

radionuclídeos preparados para uso em humanos.

A grande maioria dos radiofármacos é empregada com objetivos

diagnósticos, e apenas alguns poucos para fins terapêuticos.

Conforme Eliana Almeida, nem todos os elementos radioativos

disponíveis na natureza podem ser utilizados na Medicina Nuclear. Entre os

critérios que determinam os radionuclídeos que podem ser utilizados para fins

médicos incluem-se, principalmente, a Meia-vida física e biológica, o tipo de

radiação produzida e a energia emitida por esta radiação.

A maioria dos radionuclídeos que existem na natureza tem meia-vida

longa, inviabilizando o seu emprego na Medicina Nuclear, que tem preferência

por elementos de meia-vida curta, e são produzidos artificialmente.

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380 O Transporte das Fontes Radioativas para os Serviços de Medicina Nuclear Instalados no Município de Salvador/Ba

Marly Pedreira Dantas Os principais radionuclídeos empregados na Medicina Nuclear incluem:

(I-131 e I-123); Índio (In-111); Gálio (Ga-67); Tecnécio (Tc-99m); Tálio (Ta-

201), e Samário (Sm-153).

De todos, o mais utilizado é o Tecnécio. As radiações mais úteis na

Medicina Nuclear são as partículas Beta e os raios Gama, considerando as

características próprias das mesmas citadas anteriormente (poder de

penetração e ionização).

Os radionuclídeos emissores de partículas Beta são usados com

objetivos terapêuticos. Entretanto, a maior parte da Medicina Nuclear tem

finalidade diagnóstica, e emprega radionuclídeos emissores de radiação Gama.

Assim, a avaliação diagnóstica e o acompanhamento terapêutico de

diversas doenças podem ser realizadas pela Medicina Nuclear. De acordo com

o órgão-alvo ou o sistema a ser avaliado, existem diversos radiofármacos

disponíveis com indicação precisa, conforme a finalidade:

a) Diagnóstico – descreve a biodistribuição corpórea do radiofármaco,

examinando o estado anatomo-funcional dos órgãos.

• Sistema Cardiovascular – Tecnécio-99m e Tálio-201

• Sistema Respiratório – Tecnécio-99m

• Sistema Músculo-esquelético – Fosfonatos

• Sistema Digestivo – Tecnécio-99m

• Sistema Urinário – Tecnécio-99m

• Sistema Endócrino – Iodo-131; Iodo-123 e Tecnécio-99m

• Sistema Nervoso Central – Tecnécio-99m

• Oncologia – Gálio-67; Tecnécio-99m e Tálio-201

b) Terapêuticos – Emprega-se radiofármacos Beta-emissores, capazes

de interagirem com a matéria, transferindo energia e causando a morte

localizada do tecido, mas atravessando apenas poucos centímetros no tecido

humano. Essa propriedade de produzir dose elevada sobre uma área

localizada e de curto alcance torna a partícula Beta extremamente importante

na Medicina Nuclear.

Page 380: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

381 O Transporte das Fontes Radioativas para os Serviços de Medicina Nuclear Instalados no Município de Salvador/Ba

Marly Pedreira Dantas • Iodo-131 – tratamento de doenças tireoidianas e carcinoma tireoidiano;

• Samário-153 – eliminação de dor óssea de origem metastática.

3.4. – EFEITOS BIOLÓGICOS DA RADIAÇÃO

Desde os primórdios da descoberta da Radioatividade, os cientistas

aprenderam que a radiação não é apenas fonte de benefícios, mas também

pode ser uma ameaça aos seres vivos se não for tratada adequadamente, e,

por isso, muitos morreram de doenças induzidas pela radiação a que foram

expostos em suas pesquisas (ANDRADE, 2003).

As radiações dos radionuclídeos empregados na Medicina Nuclear são

chamadas Radiações Ionizantes, pois ao interagirem com a matéria, ocorre

transferência de energia, que pode provocar excitação e ionização de átomos,

e determinar uma série de fenômenos e efeitos, na dependência das

propriedades da radiação emitida (ANDRADE, 2003).

Essa radiação, segundo Eliezer Cardoso, pode atingir a matéria através

de dois mecanismos de ação: Contaminação Radioativa (presença indesejável

de materiais radioativos em pessoas, materiais ou locais) ou Irradiação

(exposição de materiais ou pessoas à radiação por fonte externa, sem contato

íntimo com a fonte). Sempre que existe contaminação, também há irradiação

do local em que está depositado o material radioativo. Quando ocorre

contaminação interna de pessoas, seja por ingestão, inalação ou absorção

através da pele, a presença da fonte no interior do organismo é altamente

perigosa, pois provoca uma exposição contínua até que a desintegração cesse,

ou a fonte seja eliminada do organismo. Dessa forma, as fontes radioativas

usadas na Medicina Nuclear, tanto podem causar efeitos por irradiação, como

por contaminação, cuja gravidade está na dependência do poder de

penetração e de ionização, quer seja partículas Beta, quer seja raios Gama.

A ionização é o processo no qual um átomo ou molécula eletricamente

estável, ou seja, com número de prótons do núcleo igual ao número de elétrons

Page 381: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

382 O Transporte das Fontes Radioativas para os Serviços de Medicina Nuclear Instalados no Município de Salvador/Ba

Marly Pedreira Dantas dos orbitais, se torna instável, adquirindo carga elétrica positiva ou negativa

(OLIVEIRA & MOTA, 1993).

De acordo com Alexandre Andrade, as células quando expostas à

radiação sofrem ação de fenômenos físicos, químicos e biológicos. A radiação

causa ionização dos átomos, que afeta moléculas, que poderão afetar células,

que podem afetar tecidos, que poderão afetar órgãos, que podem afetar a todo

o corpo.

Segundo José Humberto Damante (1980, p.6-14), todos os átomos que

compõem as moléculas dos seres vivos encontram-se em equilíbrio elétrico.

Quando um fóton da radiação colide com um elétron de um átomo, ele pode

removê-lo de sua órbita, originando um íon positivo e por isso instável. Do

mesmo modo, o elétron removido pode se incorporar a outro átomo, formando

um íon negativo. Devido à forte tendência dos íons de buscarem a estabilidade,

eles podem se combinar com radicais livres de origem diversa, formar novas

moléculas ou substâncias químicas, muitas vezes incompatível com a vida da

célula, e resultar em efeitos deletérios e possíveis danos ao organismo

humano.

Deste modo, os efeitos das radiações ionizantes nos tecidos podem ser

por ação direta, quando provocam alterações morfológicas e funcionais ou até

mesmo morte das células, ou por mecanismo indireto, quando as células

sofrem as conseqüências devido à formação de substâncias incompatíveis à

sua fisiologia. As alterações morfológicas podem acontecer tanto no núcleo

(picnose, vacuolização e fragmentação cromossômica), como no citoplasma

(vacuolização, desintegração de mitocôndrias e aparelho de Golgi), e, com

relação às alterações funcionais, podem ocorrer distúrbios tanto na motilidade,

como no metabolismo e na reprodução celular.

Essas alterações podem ser reversíveis e serem reparadas pela própria

célula, sem deixar seqüelas. Entretanto, os danos podem ser irreversíveis,

sendo que a intensidade das reações provocadas nos tecidos está na

dependência da dose recebida, da área do corpo exposta, do tempo de

exposição e da sensibilidade do tecido irradiado.

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383 O Transporte das Fontes Radioativas para os Serviços de Medicina Nuclear Instalados no Município de Salvador/Ba

Marly Pedreira Dantas Apesar de se estabelecer uma relação de dependência direta entre dose

de radiação e efeito, vale salientar que dificilmente as variadas doses

empregadas para diagnóstico atingem níveis passíveis de causar danos

imediatos, já que existem doses permitidas, abaixo das quais nenhum efeito é

observado. A possibilidade de grandes doses, e conseqüentemente efeitos

intensos, decorre apenas do uso de radiação para fins radioterápicos ou em

explosões atômicas e acidentes envolvendo materiais radioativos, inclusive os

utilizados na Medicina Nuclear.

Em relação à parte do corpo, os danos aumentam à medida que a área

exposta aumenta, isto é, enquanto uma determinada dose aguda pode produzir

apenas um eritema numa área localizada do corpo, esta mesma dose pode

causar a morte de 50% dos indivíduos quando administrada ao corpo todo.

Quanto ao tempo, os efeitos da radiação ao corpo todo parecem mais

graves quando as doses são aplicadas com curto intervalo entre elas. Além

disso, o período de latência, que é o tempo entre a exposição e o aparecimento

dos primeiros efeitos, varia inversamente com a dose, ou seja, quanto maior a

dose, menor será o período latente, enquanto que para algumas exposições

baixas e crônicas pode alcançar até 25 anos.

Relativo à sensibilidade dos tecidos, uma célula sofre mais danos

quando está em reprodução ou quando mais jovem. Além disso, quanto menor

o grau de diferenciação celular dos tecidos, maior a sensibilidade dos mesmos

à radiação. Com base nisso, foi estabelecida a seguinte escala da

radiossensibilidade dos tecidos em ordem decrescente: células sanguíneas,

epitélio, endotélio, tecido conjuntivo, tecido ósseo, tecido nervoso e tecido

muscular.

Assim, ainda de acordo com Damante (1980), os efeitos biológicos são

classificados de diversas maneiras, a depender do aspecto avaliado. Deste

modo, podemos classificá-los em: efeitos somáticos, os que ocorrem e

manifestam-se apenas nos indivíduos irradiados; e genéticos, aqueles que

tornam-se evidentes nos descendentes da pessoa exposta.

Em decorrência das implicações entre dose e área exposta, para fins de

didática os efeitos somáticos são divididos nas seguintes possibilidades:

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384 O Transporte das Fontes Radioativas para os Serviços de Medicina Nuclear Instalados no Município de Salvador/Ba

Marly Pedreira Dantas a) Grandes doses ao corpo todo - possíveis apenas em casos de

explosões atômicas ou acidentes com energia nuclear. Numa

exposição acima de 100 R, podem provocar náuseas e vômitos em 1

a 2 horas, e em 1 ou 2 semanas depois da exposição, manifestações

de diarréia, indisposição, anorexia, cefaléias, alterações da

contagem de células sanguíneas, diminuição de plaquetas

(fenômenos hemorrágicos), tanto mais graves quanto maior for a

dose, sendo que 600 R pode ser considerada letal.

b) Grandes doses a áreas limitadas do corpo - Possíveis nos casos de

radioterapia causam efeitos reversíveis devido à morte das células

no local atingido. As conseqüências para o organismo estão na

dependência do tecido irradiado, podendo ocorrer, por exemplo,

esterilidade temporária quando a exposição atinge as gônadas ou

eritema e depilação quando a pele é irradiada.

c) Pequenas doses ao corpo todo - Nesta possibilidade está a

população de uma maneira geral, exposta às fontes naturais, e os

profissionais que trabalham com radiações ionizantes, como os

profissionais da Medicina Nuclear. Nestes casos, mesmo

obedecendo ao princípio dos limites máximos permitidos, não se

pode fugir do risco de uma diminuição paulatina da expectativa de

vida.

d) Pequenas doses a áreas limitadas - Possíveis nos exames

radiográficos, o risco decorre da repetição prolongada, isto é,

pequenas doses repetidas por um longo período de tempo, cujos

efeitos são cumulativos, e vão se somando até o aparecimento dos

primeiros sinais e sintomas.

Quanto aos efeitos genéticos, estes são decorrentes de irradiação às

gônadas, com ação deletéria sobre as moléculas de DNA no núcleo dos

gametas, alterando o código genético e originando mutações, podendo

determinar a morte do embrião ou malformações congênitas. Portanto, maior

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385 O Transporte das Fontes Radioativas para os Serviços de Medicina Nuclear Instalados no Município de Salvador/Ba

Marly Pedreira Dantas atenção deve-se ter à faixa da população em idade reprodutiva, sob risco do

comprometimento de gerações futuras.

Os efeitos biológicos podem ser também classificados em determinísticos

e estocásticos. Os determinísticos são aqueles que sempre ocorrem após

ultrapassar um determinado limiar de dose numa relação direta de causa/efeito,

e são resultantes de morte de células, sendo que a gravidade dos danos

aumenta com a dose. Por exemplo, o limiar de dose para opacificação

detectável do cristalino é 500 mGy em exposição aguda, enquanto que uma

dose de 150 mGy nos testículos provocaria esterilidade temporária (MOTA et

al., 1994).

Já os efeitos estocásticos são aqueles prováveis de ocorrer, a partir de

modificações produzidas em uma única célula, onde os danos se acumulam

com o tempo, e por isso podem apresentar um período de latência de vários

anos. Apesar da gravidade do dano não estar relacionada com a dose, a

probabilidade de ocorrência dos efeitos aumenta, com o incremento da dose,

sem contudo existir um limiar. Por exemplo, a probabilidade do aparecimento

de tumor maligno induzido por radiação aumenta com a dose, mas a sua

gravidade depende do tipo e localização do tecido atingido. Como o câncer

pode ocorrer a partir do dano potencial em uma única célula, apesar da

existência dos mecanismos de defesa e de reparo do organismo, conclui-se

que mesmo pequenas doses poderiam contribuir para o risco efetivo de uma

determinada pessoa, e na medida do possível devem ser evitadas.

Desta maneira, a Medicina Nuclear empregando fontes radioativas

chamadas de abertas ou não-seladas, onde os radionuclídeos não estão

hermeticamente encapsulados, apesar da fiscalização que envolve a posse e

manuseio dos materiais radioativos, não se pode negar o risco potencial de

ocorrência de acidentes durante o transporte deste material para os serviços de

Medicina Nuclear, com possibilidades de contaminação decorrente de

vazamento e contato, podendo provocar um acidente radiológico de proporções

graves, afetando o meio ambiente e a população exposta.

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386 O Transporte das Fontes Radioativas para os Serviços de Medicina Nuclear Instalados no Município de Salvador/Ba

Marly Pedreira Dantas 3.4. – A Legislação de Transporte de Materiais Radioativos

O crescente conhecimento da capacidade das radiações ionizantes em

provocar efeitos nocivos aos organismos vivos, evidenciou a necessidade de

controlar o seu uso, a fim de minimizar os riscos e ao mesmo tempo possibilitar

a utilização em condições adequadas. Com este objetivo surgiram normas

regulamentadoras, permitindo o controle de todos os envolvidos, sejam

profissionais, instituições, população geral e o próprio meio ambiente.

Entretanto, para que este controle seja exercido de maneira eficiente e

eficaz, faz-se necessário o conhecimento da legislação por todos aqueles

diretamente responsáveis pelo uso e aplicação das radiações ionizantes em

todas as áreas.

Diante disto, e fundamentando-se principalmente no direito à saúde, será

feita uma avaliação da legislação em vigor, destacando-se os aspectos

pertinentes, inclusive das normas sanitárias gerais relacionadas, e da

normatização específica internacional e nacional, sobre o tema deste trabalho.

Iniciando-se com a Carta Magna, a promulgação da Constituição

Federal de 1988 constituiu-se em um marco jurídico expressivo para a área da

saúde, instituindo o direito à saúde para todos, considerado como um dos

direitos fundamentais da pessoa humana. Além disso, ao estabelecer dentre os

objetivos fundamentais da República, a promoção do bem de todos, sem

discriminação, também subentende-se assegurado a saúde, num conceito

amplo, como direito social.

O texto constitucional ressalta ainda que o cuidado à saúde é

competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos

Municípios, bem como legislar concorrentemente sobre proteção e defesa da

saúde, possibilitando o aparecimento hierarquicamente das normas gerais,

suplementares e as de interesse local.

Com relação ao texto constitucional específico da área, enuncia a saúde

como direito de todos e dever do Estado, garantido por políticas

governamentais, que visam reduzir os riscos de doenças e de outros agravos,

assegurando acesso universal e igualitário às ações e serviços para promoção,

proteção e recuperação da mesma, os quais integram um Sistema Único de

Page 386: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

387 O Transporte das Fontes Radioativas para os Serviços de Medicina Nuclear Instalados no Município de Salvador/Ba

Marly Pedreira Dantas Saúde (SUS), com atribuição, dentre outras, de controlar e fiscalizar todos os

procedimentos e produtos de interesse para a saúde, bem como a execução

das ações de vigilância sanitária.

Como as radiações ionizantes repercutem diretamente na saúde,

compete às autoridades públicas, fixar normas, fiscalizar e exercer ações de

controle do seu uso, em obediência a todos esses preceitos constitucionais

destacados anteriormente.

Visando principalmente indicar os caminhos e viabilizar os mecanismos

da efetivação do direito à saúde e da reformulação do setor, em conformidade

com o comando constitucional já citado, foi sancionada a Lei Orgânica da

Saúde (LOS), a Lei nº 8.080 de 19 de setembro de 1990, que regula todas as

ações e serviços, dispondo sobre a promoção, proteção e recuperação da

saúde, além da organização e funcionamento do SUS.

De acordo com a referida Lei, é atribuição do SUS, dentre outras: a

colaboração na proteção do meio ambiente (Art. 6º, Inciso V), o controle e a

fiscalização de serviços e produtos de interesse para a saúde (Inciso VII),

incluídos os serviços e fontes da Medicina Nuclear, e mais especificamente a

participação no controle e na fiscalização da produção, transporte, guarda e

utilização de substâncias e produtos radioativos (Inciso IX). Além disso,

também compete ao SUS a execução das ações de vigilância sanitária, “um

conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de

intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e

circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde,

abrangendo “o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente se

relacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da

produção ao consumo”, o que inclui o transporte das fontes para as instalações

de Medicina Nuclear.

Em seguida a LOS estabelece como atribuições comuns à União, aos

Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios a definição de mecanismos de

controle, avaliação e fiscalização das ações e serviços de saúde, bem como a

elaboração de normas técnicas, inclusive de proteção da saúde e do meio

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388 O Transporte das Fontes Radioativas para os Serviços de Medicina Nuclear Instalados no Município de Salvador/Ba

Marly Pedreira Dantas ambiente, onde também estaria incluída a proteção contra as radiações

ionizantes.

Já a Portaria Federal nº 1.565 de 26/08/94, que define o Sistema

Nacional de Vigilância Sanitária, sua abrangência e as bases para a

descentralização da execução de suas ações e serviços, é uma legislação mais

recente, que reforça o disposto na Lei nº 8.080 e preconiza:

...“Art.3º. Entende-se por vigilância sanitária o conjunto de

ações capazes de:

I - eliminar, diminuir ou prevenir riscos e agravos à saúde do

indivíduo e à coletividade;

II - intervir nos problemas sanitários decorrentes da produção,

distribuição, comercialização e uso de bens de capital e

consumo, e da prestação de serviços de interesse da saúde; e

III - exercer fiscalização e controle sobre o meio ambiente e os

fatores que interferem na sua qualidade, abrangendo os

processos e ambientes de trabalho, a habitação e o lazer”.

Em seu Art. 6º estabelece como campo de atuação da Vigilância

Sanitária, dentre outros: a proteção do meio ambiente, os serviços de

assistência à saúde; o transporte de produtos radioativos e as radiações de

qualquer natureza.

Com relação às normas específicas sobre proteção radiológica, o

Conselho Nacional de Saúde, através da Resolução nº 6, de 21/12/88, ratifica a

competência das Secretarias de Saúde Estaduais pelo controle e fiscalização

na área das radiações ionizantes, e caracteriza como infração sanitária a

inobservância de normas da CNEN, inclusive a Norma CNEN-NE-5.01 que

define as diretrizes para operacionalização do “Transporte de Materiais

Radioativos” em todo o território nacional.

Com relação à Norma CNEN-NE-5.01, foi publicada no D.O.U. de

01/08/88, e estabelece os requisitos de radioproteção e segurança envolvendo

o transporte de produtos radioativos, necessários para garantir um nível

adequado de controle de eventual exposição de pessoas, bens e meio

ambiente à radiação ionizante.

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389 O Transporte das Fontes Radioativas para os Serviços de Medicina Nuclear Instalados no Município de Salvador/Ba

Marly Pedreira Dantas A seguir, destacaremos apenas os itens desta Norma referentes à

radioproteção e segurança, além das responsabilidades e requisitos

administrativos, que podem ser aplicados ao transporte das fontes radioativas a

serem utilizadas nos serviços de Medicina Nuclear.

Controles gerais e requisitos operacionais necessários:

1. Avaliação e controle da exposição à radiação para os trabalhadores

expostos, através de: monitoração individual e de área, de supervisão

médica e afastamento adequado do material radioativo (distância de

segregação de trabalhadores em transporte e de indivíduos do público

em geral);

2. Requisitos e controles para os embalados, modos e meios de transporte

e equipamentos, especialmente relacionados à contaminação e

vazamentos, e exposições à radiação, realizados através de

monitoração, observando-se os limites tabelados (caso necessário fazer

a descontaminação);

3. Informações sobre os riscos e treinamento adequado para os

trabalhadores envolvidos no transporte;

4. Elaboração de um Plano de Transporte que inclua dentre outros itens:

procedimentos de segurança, rotas, riscos de acidentes e medidas de

emergência.

A embalagem e a rotulagem dos produtos também estão definidas nesta

Norma, mas, como no caso das fontes de Medicina Nuclear são realizadas pelo

próprio fabricante, o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN),

órgão da CNEN, não serão objetos deste estudo, entendendo-se que os

embalados já obedecem aos requisitos legais determinados pela própria

CNEN.

No caso de suspeita de que um embalado está danificado ou com

vazamento, deve-se restringir o acesso, e solicitar apoio de técnico qualificado

em radioproteção para avaliar a extensão da contaminação e indicar as

medidas de proteção adequadas.

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390 O Transporte das Fontes Radioativas para os Serviços de Medicina Nuclear Instalados no Município de Salvador/Ba

Marly Pedreira Dantas O Nível de Radiação Máxima (NRM) em qualquer ponto da superfície

externa de um embalado não deve exceder a 2 mSv/h (200 mRem/h).

O NRM em qualquer posição normalmente ocupada por pessoas não

deve exceder a 0,02 mSv/h (2 mRem/h), a menos que tais pessoas usem

dosímetros individuais.

Os embalados, para fins de reconhecimento imediato do respectivo risco

potencial, devem ser enquadrados em categorias para rotulação, tabeladas

com base no risco do Índice de Transporte e do NRM.

Cada embalado deve exibir os rótulos de risco correspondentes de

acordo com os modelos e cores (I-Branca; II-Amarela; III-Amarela), os quais

devem ser afixados em duas faces externas opostas do embalado.

Cada embalado que contenha materiais radioativos com características

adicionais de perigo deve exibir outros rótulos específicos dessas

características, conforme classificação de risco definida pela ONU para

produtos perigosos.

Os rótulos devem ser preenchidos com as seguintes especificações: o

Conteúdo, com o nome do material radioativo, e a Atividade máxima do

mesmo.

Cada embalado com massa total superior a 50Kg, deve ter seu peso

bruto marcado externamente de maneira legível e durável.

Os embalados, durante o transporte, devem ser segregados de locais

ocupados por pessoas, filmes fotográficos virgens e outros produtos perigosos,

e acondicionados com segurança.

O carregamento total de embalados para transporte, deve ter IT

conforme tabelado e NRM de no máximo 2 mSv/h (200 mRem/h) em qualquer

ponto da superfície externa do meio de transporte, e de 0,1 mSv/h (10

mRem/h) a 2m dessa superfície externa.

Antes de cada embarque do embalado em um meio de transporte,

devem ser realizadas verificações de inspeção e/ou testes.

O veículo transportando embalados deve exibir uma placa de aviso

(“Radioativo” e o símbolo internacional de radiação) na face externa de cada

Page 390: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

391 O Transporte das Fontes Radioativas para os Serviços de Medicina Nuclear Instalados no Município de Salvador/Ba

Marly Pedreira Dantas uma das duas paredes laterais e da parede traseira da carroceria, sendo

obrigatória a remoção de quaisquer rótulos ou placas de aviso que não se

relacionem com a carga transportada.

Com relação à armazenagem em trânsito, os embalados devem ser

segregados de locais ocupados por pessoas, filme fotográfico virgem e outros

produtos perigosos, e colocados de modo que mantenham entre si uma

distância mínima de 6metros.

A CNEN ou entidades credenciadas por ela, realizará inspeções para

verificar o cumprimento dos requisitos desta e de outras Normas aplicáveis ao

transporte.

Como documentação de transporte, deve constar no envelope:

• Declaração do Expedidor, especificando: o material radioativo; o nº da

classe “7” das Nações Unidas; a inscrição “material radioativo”; o nº

ONU atribuído ao material; forma física e química do material; a

Atividade máxima e a categoria do embalado (I, II ou III);

• Requisitos operacionais para o transporte, inclusive o itinerário;

• Restrições impostas ao transporte;

• Ficha de Emergência, contendo os procedimentos nas situações de

emergência, e com designação de, pelo menos, um técnico em

radioproteção em caso de necessidade.

São responsabilidades do Transportador:

• Exigir do expedidor os documentos de transporte;

• Satisfazer os requisitos específicos aplicáveis ao meio de transporte

constantes dos regulamentos de transporte de produtos perigosos

vigentes no País;

• Implementar as ações de garantia da qualidade referentes ao trânsito,

armazenamento em trânsito e transbordos;

• Fornecer informações claras e por escrito para a equipe envolvida no

transporte referentes à: itinerário detalhado a ser seguido; instruções de

Page 391: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

392 O Transporte das Fontes Radioativas para os Serviços de Medicina Nuclear Instalados no Município de Salvador/Ba

Marly Pedreira Dantas estacionamento e paradas noturnas; e providências em situações de

emergência (com nome do técnico em radioproteção referendado pelo

expedidor);

• Obedecer a todos os requisitos de radioproteção aplicáveis;

• Utilizar corretamente no meio de transporte o símbolo internacional de

radiação.

Como qualquer transporte em território nacional, também deve ser

observado, além da normatização da CNEN, o prescrito no âmbito do Ministério

dos Transportes, pelo Regulamento do Transporte Rodoviário de Produtos

Perigosos, aprovado pelo Decreto nº 96.044 de 18/05/88, cujos itens

pertinentes ao tema deste trabalho serão destacados a seguir.

Os veículos e equipamentos utilizados no transporte de produtos

perigosos, devem portar rótulos de risco e placas de segurança, durante as

operações de carga, transporte, descarga, transbordo, limpeza e

descontaminação.

Os veículos usados no transporte de produtos perigosos devem portar

os equipamentos de emergência.

O expedidor é o responsável pelo acondicionamento adequado do

produto, devendo suportar os riscos do carregamento, transporte,

descarregamento e transbordo.

É obrigatória a rotulagem das embalagens externamente.

Deve-se evitar o uso de vias em áreas densamente povoadas ou de

proteção de mananciais, reservatórios de água ou reservas florestais e

ecológicas, ou que delas sejam próximas.

O itinerário deve ser programado de forma a evitar vias de grande fluxo

de trânsito e nos horários de maior intensidade de tráfego.

O veículo transportando produto perigoso deve evitar estacionar em

zonas residenciais, logradouros públicos ou locais de fácil acesso ao público,

áreas densamente povoadas ou de grande concentração de pessoas ou

veículos.

Page 392: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

393 O Transporte das Fontes Radioativas para os Serviços de Medicina Nuclear Instalados no Município de Salvador/Ba

Marly Pedreira Dantas O condutor do veículo deve ter treinamento específico.

Durante a viagem, o condutor é o responsável pela guarda, conservação

e bom uso dos equipamentos e acessórios do veículo, devendo examinar

regularmente as condições gerais do veículo, inclusive a existência de

vazamentos.

A documentação exigida é: Nota Fiscal do produto transportado e a

Ficha de Emergência para o transporte.

O contratante do transporte deve exigir do transportador: veículo e

equipamentos em boas condições operacionais e adequados para a carga a

ser transportada, cabendo ao expedidor avaliar as condições de segurança

antes de cada viagem, entregando os produtos devidamente rotulados,

etiquetados e acondicionados, bem como com os rótulos de risco e painéis de

segurança para uso nos veículos.

Constituem deveres e obrigações do transportador:

• Dar manutenção e utilização adequadas aos veículos e equipamentos;

• Vistoriar as condições de funcionamento e segurança do veículo e

equipamentos;

• Portar os equipamentos necessários às situações de emergência;

• Proporcionar ao pessoal envolvido no transporte: treinamento específico,

exames de saúde periódicos e condições de trabalho adequadas;

• Utilizar adequadamente os rótulos de risco e painéis de segurança;

Com relação à fiscalização para observação do cumprimento deste

Regulamento, é atribuída ao Ministério dos Transportes, o qual estimulará a

cooperação com órgãos e entidades públicas ou privadas mediante troca de

experiências, consultas e execução de pesquisas, com a finalidade, inclusive,

de complementação ou alteração deste Regulamento.

O descumprimento deste Regulamento sujeita o infrator às penalidades

de multa (classificadas segundo a gravidade da infração) e cancelamento do

Registro Nacional dos Transportadores Rodoviários.

Page 393: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

394 O Transporte das Fontes Radioativas para os Serviços de Medicina Nuclear Instalados no Município de Salvador/Ba

Marly Pedreira Dantas

4 – MATERIAIS E MÉTODOS

Para o desenvolvimento deste estudo, classificado como exploratório

considerando seus objetivos, com base nos procedimentos técnicos

empregados para a coleta dos dados, realizou-se: pesquisa bibliográfica em

livros, periódicos e outros impressos, bem como artigos científicos coletados

em meio eletrônico; pesquisa documental (leis, decretos, normas e

regulamentos outros), cujos dados foram utilizados de forma complementar,

servindo como parâmetro na interpretação dos resultados; bem como pesquisa

de campo através de investigação utilizando-se um Questionário, buscando

tanto o conhecimento direto da realidade, como também possibilitando uma

análise da problemática do transporte de material radioativo, permitindo

estabelecer correlações entre o mesmo e as exigências da legislação em vigor.

Na condução da pesquisa de campo foram realizadas visitas aos

serviços de Medicina Nuclear, visando não apenas buscar as informações

sobre a operacionalização do transporte das fontes radioativas empregadas,

como também garantir com precisão os dados coletados, evitando distorções

na análise e interpretação dos mesmos, os quais serão apresentados

posteriormente.

Para o levantamento, a amostra selecionada como objeto de

investigação compõe-se de todo o universo das instituições de Medicina

Nuclear instaladas em Salvador (BA), perfazendo o total de 11 (onze) serviços,

os quais foram visitados em dezembro/03, e, através de entrevistas com os

Page 394: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

395 O Transporte das Fontes Radioativas para os Serviços de Medicina Nuclear Instalados no Município de Salvador/Ba

Marly Pedreira Dantas profissionais presentes, coletou-se informações sobre os materiais radioativos

empregados, e principalmente como eles chegavam até o serviço.

Em cada instituição visitada, aplicou-se um Questionário elaborado

especificamente para este estudo.

5 – RESULTADOS

Para a coleta dos dados, foram visitados todos os (11) onze serviços de

Medicina Nuclear em funcionamento no município de Salvador/BA.

Com relação aos radionuclídeos utilizados, estes serviços recebem

freqüentemente os seguintes materiais, distribuídos conforme a Tabela 1.

Tabela 1: Distribuição de Radionuclídeos nos Serviços de Medicina Nuclear de Salvador/BA - Dezembro/2003 SERVIÇOS Tecnécio-99 Iodo-131 Gálio-67 Tálio201 Samário-153

1 X X

2 X X X X X

3 X X X

4 X X X

5 X X X

6 X X

7 X

8 X X X X

9 X

10 X X

11 X X

Page 395: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

396 O Transporte das Fontes Radioativas para os Serviços de Medicina Nuclear Instalados no Município de Salvador/Ba

Marly Pedreira Dantas Todas as fontes radioativas são produzidas no Instituto de Pesquisas

Energéticas e Nucleares – IPEN, que também é o órgão responsável pela

embalagem e rotulagem dos produtos, observando as exigências da legislação.

De posse das informações obtidas nas visitas aos serviços de Medicina

Nuclear, verificamos que, para o transporte das fontes radioativas, são

contratadas duas empresas, ambas autorizadas pela CNEN para transporte, e

com sede no Estado de São Paulo. São elas:

• EMPRESA 1 - que atende a 04 (quatro) serviços de Medicina

Nuclear em Salvador/BA; e

• EMPRESA 2 - que presta serviços de transporte às outras 07

(sete) instalações de Medicina Nuclear de Salvador/BA.

Gráfico 1: Distribuição de Serviços de Medicina Nuclear por Empresa

Transportadora – Salvador/BA - 2003

Empresa 2 04 serviços

36%

Empresa 1 07 serviços

64%

Estas empresas não mantêm filiais na Bahia, e, portanto, para atender

às necessidades dos serviços de Medicina Nuclear em nosso Estado,

contrataram empresas transportadoras sediadas em Salvador/BA, as quais

efetivamente realizam as operações de transporte, retirando as fontes

Page 396: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

397 O Transporte das Fontes Radioativas para os Serviços de Medicina Nuclear Instalados no Município de Salvador/Ba

Marly Pedreira Dantas radioativas no Aeroporto Internacional Luis Eduardo Magalhães, e entregando

diretamente nos serviços. As empresas contratadas são:

• TRANSPORTADORA A

Salvador -Bahia

• TRANSPORTADORA B

Salvador - Bahia

Ambas as empresas de transporte retiram as fontes radioativas,

devidamente embaladas e etiquetadas com o rótulo de risco, no Setor de

Cargas das companhias aéreas que transportam (mais freqüentemente Vasp e

Varig), e entregam diretamente nos serviços de Medicina Nuclear.

Quanto à freqüência de chegada dos produtos, os mesmos são

recebidos semanalmente, no horário da manhã em torno de 9:00h., sendo que

uma das empresas recebe e distribui aos Sábados e Terças-feiras e a outra

empresa aos Sábados e Quartas-feiras.

Com relação ao itinerário, uma das empresas cumpre a seguinte rota:

Aeroporto / Av. Paralela / Pau da Lima / Av. Paralela / Av. ACM / Brotas / Av.

ACM / Pituba / Av. Oceânica / Barra / Barra Avenida / Nazaré, com pontos de

parada apenas para as entregas nos serviços.

A outra empresa segue o trajeto: Aeroporto / Av. Paralela / Av. ACM /

Av. Garibaldi / Canela / Av. Joana Angélica / Nazaré, também parando apenas

nas proximidades dos serviços para a descarga.

Os veículos utilizados por ambas as empresas são do tipo utilitário, com

compartimento de cargas separado da cabine do motorista, ano de fabricação

variando de 1999 a 2001. Uma das empresas informa que eventualmente

também utiliza um veículo da marca Volkswagen modelo Kombi, cujo

compartimento de carga não é isolado, oferecendo riscos ao condutor do

veículo.

Conforme as informações dos responsáveis por ambas as empresas,

são realizadas manutenções periódicas nos veículos, com periodicidade

geralmente mensal, checando principalmente os seguintes itens: freios, pneus

e lanternas. Entretanto, não existe um programa de controle das manutenções,

o que dificulta um acompanhamento sistemático.

Page 397: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

398 O Transporte das Fontes Radioativas para os Serviços de Medicina Nuclear Instalados no Município de Salvador/Ba

Marly Pedreira Dantas Quanto à sinalização dos veículos, uma das empresas não informou e a

outra refere não utilizar nenhum tipo de rótulos de risco ou placas de segurança

quando do transporte de materiais radioativos, o que dificultaria a identificação

do tipo de carga perigosa quando da ocorrência de algum acidente no

percurso, impedindo a adoção imediata das medidas de controle cabíveis para

prevenção de contaminação.

Cumprindo as exigências da legislação, uma das empresas realiza, no

momento da operação de carregamento do veículo, a monitoração dos

embalados e do veículo, utilizando um instrumento detector de radiação, com o

objetivo de controlar a exposição dos envolvidos no transporte à radiação. Nos

embalados são realizadas medidas do nível de radiação na superfície e a 1,0

metro de distância do mesmo, enquanto que no veículo é medido o nível de

radiação nos seguintes pontos:

• Lateral Esquerda Dianteira

• Lateral Esquerda Mediana

• Lateral Esquerda Traseira

• Traseira

• Lateral Direita Traseira

• Lateral Direita Mediana

• Lateral Direita Dianteira

• Posição do Motorista

• Posição do Auxiliar

Já a outra empresa, não realiza nenhuma monitoração, seja dos

embalados ou do veículo.

Cada empresa tem dois condutores de veículos, sendo que todos eles

são habilitados no Curso MOPP – Movimentação de Produtos Perigosos,

cumprindo os dispositivos legais.

Entretanto, observando o conteúdo programático desses cursos, no

nosso entender, a carga horária total em torno de 40 horas, conforme a

Resolução nº 91 de 04/05/99 (que dispõe sobre os Cursos de Treinamento

Page 398: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

399 O Transporte das Fontes Radioativas para os Serviços de Medicina Nuclear Instalados no Município de Salvador/Ba

Marly Pedreira Dantas Específico e Complementar para Condutores de Veículos Rodoviários

Transportadores de Produtos Perigosos), é extremamente reduzida para

oferecer informações adequadas relativas ao risco dos materiais radioativos, e

o tratamento adequado a este tipo de produto, o que mereceria um treinamento

específico. Ressaltamos que em uma das empresas de transporte, um dos

condutores é Supervisor de Radioproteção.

Quanto à Monitoração Individual, apenas uma das empresas atende a

esta determinação legal, a fim de controlar as doses de radiação recebidas

pelos trabalhadores envolvidos no transporte, e conseqüentemente,

ocupacionalmente expostos. A outra empresa, além de não realizar a

Dosimetria, também não cumpre nenhum programa de controle biológico

através de exames médicos e laboratoriais periódicos para avaliação de saúde

de seus funcionários.

Em relação à documentação de transporte, ambas as empresas

cumprem as exigências da legislação vigente, visto que tais documentos são

recebidos no Aeroporto juntamente com os embalados. Os documentos que

acompanham as cargas são:

• Ficha do Expedidor;

• Ficha de Emergência;

• Ficha de Monitoração da Carga e do Veículo;

• Nota Fiscal;

• Envelope de Transporte.

Quanto aos Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e Coletiva

(EPC), uma das empresas informa que sempre tem disponível: Lanterna;

Calços para veículo; Placas com a inscrição “PERIGO AFASTE-SE”; Cones de

sinalização; Cordas; Jogo de ferramentas; Extintor de incêndio portátil; Luva,

capacete e máscara com filtro; Rótulos de risco e painéis de segurança;

Caneta dosimétrica; Detector portátil de nível de radiação; e Dosímetro

termoluminescente (TLD).

A outra empresa informa que não possui nenhum equipamento de

proteção específico para o transporte de materiais radioativos.

Page 399: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

400 O Transporte das Fontes Radioativas para os Serviços de Medicina Nuclear Instalados no Município de Salvador/Ba

Marly Pedreira Dantas Ainda em inobservância às exigências legais, uma das empresas não

tem Técnico em Radioproteção referenciado para situações de emergência,

mesmo atuando no transporte de material radioativo há 03 (três) anos.

6 – CONSIDERAÇÕES FINAIS E SUGESTÕES

O índice elevado de irregularidades observadas nesta pesquisa, reflete a

omissão das instituições responsáveis pela fiscalização na área do transporte

de materiais radioativos.

Diante dos resultados apresentados, observa-se que diversos itens

pesquisados na operacionalização do transporte das fontes para os serviços de

Medicina Nuclear instalados em Salvador/BA contrariam o disposto nas

normatizações vigentes, alguns considerados como infrações graves sob o

aspecto da proteção radiológica.

A existência do risco é inegável, inclusive pela própria natureza do

produto transportado, mas a negligência encontrada nesta área, acentua a

probabilidade de ocorrência de acidentes.

É inconcebível uma empresa que transporta produtos radioativos, não

ter informações mais específicas sobre os riscos deste tipo de material,

inclusive deixando de cumprir itens considerados fundamentais, como a

Monitoração dos embalados e dos veículos transportadores, procedimento

indicado para avaliar o nível de radiação existente, sendo considerado como

medida básica para controle de riscos, inclusive contaminação e vazamentos.

Visto que as empresas autorizadas pela CNEN, estão sediadas no Sul

do País, e apenas contratam transportadoras locais, sem repasse de

treinamento específico em radiações ionizantes (que não é exigência legal),

bem como de equipamentos de segurança necessários, fica evidente a

necessidade de fornecer educação e treinamento em proteção radiológica para

os envolvidos no transporte, instituindo um programa de treinamento que deve

incluir não apenas os novos funcionários, mas estabelecer também

atualizações e reciclagens periódicas.

Page 400: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

401 O Transporte das Fontes Radioativas para os Serviços de Medicina Nuclear Instalados no Município de Salvador/Ba

Marly Pedreira Dantas Deve-se salientar que os documentos legais determinam as

responsabilidades individuais, mas deixam claro a questão da co-responsabilidade

entre todos os envolvidos no transporte, cabendo às empresas autorizadas,

treinar e instruir as suas contratadas localmente, com o objetivo de realizar a

operação de modo seguro e ambientalmente sustentável.

Considerando que a Medicina Nuclear está em fase ascendente, com

muitos novos especialistas entrando no mercado, e a consolidação do SUS que

tornou acessível à população este procedimento de alto custo, devemos

considerar que quanto maior a divulgação da especialidade, maior será o

número de exames, e, conseqüentemente, aumento do consumo de material

radioativo (SILVA, 2003).

De acordo com o Princípio da Precaução, quando uma atividade

representa riscos à saúde humana ou ao meio-ambiente, devem ser

estabelecidas medidas de precaução, independente de estar plenamente

estabelecida cientificamente a relação de causa e efeito (MACHADO, 2001).

Desta forma, as exigências legais aplicáveis ao transporte de materiais

radioativos, constituem as precauções mínimas que devem ser observadas

para a prevenção de acidentes, bem como para restringir os efeitos de um

acidente ou emergência envolvendo os veículos transportadores deste tipo de

produto perigoso. Obedecidas as recomendações e os procedimentos definidos

nas normas vigentes, pode-se afirmar que os riscos são minimizados, visto que

não se pode ignorar possíveis percalços durante o transporte, capazes de

comprometer a integridade do material até seu destino final, tais como: colisão,

capotamento, incêndio, roubo do veículo, e outros.

Portanto, é fundamental que os profissionais envolvidos no transporte

estejam adequadamente treinados e atendam aos preceitos legais, não

negligenciando o risco e os possíveis danos.

Assim, faz-se necessário que a Vigilância Sanitária, cumprindo o seu

papel de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde, também incorpore essa

nova atividade, a de controle no transporte de material radioativo, no seu

campo de atuação, absorvendo-a como exercício do seu dever, visto que é da

Page 401: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

402 O Transporte das Fontes Radioativas para os Serviços de Medicina Nuclear Instalados no Município de Salvador/Ba

Marly Pedreira Dantas sua competência, conforme destacado anteriormente na apresentação da

legislação vigente.

Em nosso Estado, levando-se em conta que as ações de vigilância

sanitária na área das radiações ionizantes são atividades ainda centralizadas

na DIVISA, como sugestão, uma medida de precaução importante seria a

inclusão como documento necessário para o licenciamento inicial ou a

renovação do Alvará Sanitário dos serviços de Medicina Nuclear, do

documento Plano de Transporte, o qual deve conter os procedimentos de

segurança e mais todos os detalhes de como deve ocorrer a operação

envolvendo o transporte das fontes radioativas, o qual deve ser submetido à

aprovação da DIVISA.

Outra sugestão importante seria estabelecer articulação com outras

instituições envolvidas na fiscalização do transporte de produtos perigosos, tais

como órgãos ambientais (principalmente o Centro de Recursos Ambientais –

CRA), de transportes, e demais parceiros, para troca de experiências,

buscando com um trabalho integrado, a elaboração e publicação de uma

Norma Técnica de abrangência estadual, regulamentando a fiscalização do

transporte destes produtos, inclusive definindo as competências dos diversos

órgãos envolvidos no Estado da Bahia.

Apesar de não haver no Brasil registros de fatalidades resultantes de

acidentes envolvendo o transporte de material radioativo, os especialistas em

segurança de instalações e equipamentos radioativos, em todo o mundo,

trabalham com uma máxima em mente: havendo uma única chance de alguma

coisa dar errado, certamente ela vai dar errado. Assim, o caminho nesta área é

o controle, a fim de que os benefícios provenientes do uso correto da radiação

evitem ou superem os danos que poderiam ser causados à saúde humana e ao

meio ambiente, sem comprometimento do nível da qualidade de vida, desta e

de outras gerações.

Page 402: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

403 O Transporte das Fontes Radioativas para os Serviços de Medicina Nuclear Instalados no Município de Salvador/Ba

Marly Pedreira Dantas 7 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA, E. Medicina Nuclear – Importância e Indicações. São Paulo: Latin Med Editora Médica Ltda. Publicação eletrônica. Disponível em:

http://lwww.incx.com.br/lincx/atualização . Acesso em 27/09/03.

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404 O Transporte das Fontes Radioativas para os Serviços de Medicina Nuclear Instalados no Município de Salvador/Ba

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

NÚCLEO DE ESTUDOS DE SAÚDE COLETIVA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM VIGILÂNCIA AMBIENTAL EM SAÚDE

MERCÚRIO DE AMÁLGAMA DENTÁRIA: DISPONIBILIZAÇÃO

PARA O MEIO AMBIENTE

Cássia Silene Lima Oliveira

Adaptação da Monografia apresentada ao Núcleo de Estudos de Saúde Coletiva como pré-requisito para a obtenção do Titulo de Especialista em Vigilância Ambiental em Saúde

- 2003 -

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Page 407: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

RESUMO

Este presente trabalho visa o conhecimento do amálgama dentário, sua

composição, manipulação e uso, assim como o reconhecimento dos resíduos e

seu destino, lixo e esgotamento sanitário, onde se pode confirmar em estudos

os riscos de uma metilação sutil na presença de fatores facilitadores. Os

métodos utilizados foram visitas em consultórios e faculdade para observações

de procedimentos de trabalho e revisão da literatura existente. As informações

contidas visam estudar a necessidade de remediação, recuperação e

minimização dos resíduos de amálgama dentário. Para isto explorou-se: a

qualidade dos componentes do próprio amálgama; a qualidade profissional dos

serviços de restauração em amálgama; a qualidade dos procedimentos no

processo de trabalho que acabam por gerar mais resíduos quando mal

manipulado; e, a ausência de estruturação para a recuperação do mercúrio do

amálgama dentário.

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Page 409: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

410 Mercúrio de amálgama dentária: disponibilização para o Meio Ambiente

Cássia Silene Lima Oliveira OBJETIVO

O objetivo deste trabalho é abordar, através de revisão de literatura, a

questão do mercúrio de amálgama dentário e sua disponibilização para o meio

ambiente, enfocando a necessidade de se rever aspectos como, os

procedimentos técnicos, para minimização dos resíduos, assim como a

reciclagem deste material.

MERCÚRIO

“Mercúrio é o nome químico deste metal pesado de aspecto argêntio,

inodoro, de símbolo Hg, que deriva do latim hidrargyrum” (NASCIMENTO e

CHASIN, 2001). “São sinônimos e nomes comerciais do mercúrio: mercúrio

elementar, mercúrio metálico, hidrargírio, prata líquida, hidrargyrum ou

argentum vivum (latim), mercury (inglês), kwik ou quecksilber (alemão) mercure

(francês), mercúrio (italiano)”. (NASCIMENTO e CHASIN, 2001).

Foram encontrados recipientes pequenos, uma espécie de capsula, que

continha o metal nos túmulos do Egito, datado de 1600 a .C.. Suspeitando-se

que os árabes tenham introduzido essas cápsulas nos túmulos, muitos anos

depois, pois as mesmas eram usadas por eles como amuletos. A aparição

definitiva do mercúrio em relatos históricos vem de Aristóteles (384 – 382 AC),

citando o elemento como uma “prata líquida”. Os egípcios utilizavam mercúrio

como tinta para pintar as imagens de seus deuses. Os alquimistas deram

grande importância ao mercúrio. Representavam-no com o mesmo símbolo do

planeta mercúrio e costumavam fazer experiências com amálgamas. (TABELA

PERIÓDICA)

Existem relatos que o mercúrio foi usado na medicina desde a época de

Aristóteles até a Idade Média. Os antigos chineses acreditavam que o cinábrio

e o mercúrio tinham propriedades medicamentosas que prolongavam a vida.

Vários imperadores morreram de mercurialismo na tentativa de assegurar a

imortalidade, através da ingestão constante desse metal. Os antigos hindus,

por outro lado, acreditavam que o mercúrio possuía propriedades afrodisíacas.

No inicio do primeiro século depois de Cristo, na Grécia, o mercúrio foi usado

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411 Mercúrio de amálgama dentária: disponibilização para o Meio Ambiente

Cássia Silene Lima Oliveira como ungüento medicinal. Foi muito usado como componente de ungüentos ou

pomadas para o tratamento de diversas doenças da pele, assim como

cosmético, pelos romanos (D’ITRI; QUEIROZ; YAMADA et al., apud

NASCIMENTO e CHASIN, 2001).

Ao serem citadas as fontes de contaminação do mercúrio são referidos

entre a industria, agricultura e atividades minerais, também a odontologia, onde

a importância do mercúrio nesta prática está em que este é um dos compostos

básicos da amálgama. Salienta a presença de risco para os profissionais da

área, comenta que para um controle, necessita-se levar em conta os limites

estabelecidos (GALVÃO, 1992).

Inúmeros estudos de experimentação animal comprovam que o

metilmercúrio sofre biotransformação a mercúrio inorgânico, com rompimento

da ligação carbono-mercúrio da molécula. O real mecanismo ainda necessita,

porém, ser esclarecido. Este tipo de desmetilação parece ser mais eficiente em

exposição a longo prazo e ocorre preferencialmente no fígado, baço e

intestinos (NASCIMENTO e CHASIN, 2001).

Segundo VASCONCELLOS (2002), “fetos são particularmente

susceptíveis, pois o mercúrio atravessa a placenta e se acumula nos órgãos da

criança”. O mercúrio metálico é dissolvido no sangue e rapidamente

transportado para os órgãos através de difusão, logo após sua absorção. O

mercúrio metálico é oxidado para íons de mercúrio normalmente nos eritrócitos

e no fígado produzindo efeitos tóxicos depois de tal oxidação (MAGO apud

QUELHAS, 2002). “Estudos metabólicos indicam que a meia-vida no cérebro é

muito maior que em outros órgãos” (WATANABE apud QUELHAS, 2002).

A excreção do mercúrio é realizada através dos rins, por excreção

tubular, através do fígado pela bile, pela mucosa intestinal através das fezes,

por glândulas sudoríparas e salivares, pelo leite materno e uma pequena

porção pelo cabelo. As vias urinárias e fecais são as mais importantes para a

eliminação. A maior parte do mercúrio, após a exposição, será excretado via

bile e fezes. A via favorita é a urinária quando altas doses são usadas

(QUELHAS, 2002).

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412 Mercúrio de amálgama dentária: disponibilização para o Meio Ambiente

Cássia Silene Lima Oliveira Referindo-se ao mercúrio metálico, a absorção nesta forma de mercúrio

se realiza principalmente da inalação dos seus vapores. Quando na forma

líquida, pode ser absorvido pela pele e não sofre uma absorção significativa no

trato digestivo (0,01%). Em caso de administração endovenosa de mercúrio, se

observa de imediato embolia pulmonar (GALVÃO, 1992).

A exposição aos vapores de mercúrio produz uma alta concentração de

mercúrio nos pulmões, sendo absorvido em 80%. Dos pulmões o mercúrio

metálico se distribui pelo sangue e se acumula em altas concentrações no

cérebro e nos rins. A pele, pelo, fígado, glândulas salivares, testículos e

intestinos, mostram também presença de mercúrio, porém em menor

quantidade (GALVÃO, 1992). A via pulmonar é onde principalmente se dá a

absorção do vapor de mercúrio metálico, através da inalação. A percentagem

de retenção nos pulmões varia de 74% a 76% a uma concentração ambiental

de 100 mg/m³ (ZAVARIZ; GLINA, 1992).

O quadro neurológico pode se manifestar através de tremores,

alterações de sensibilidade dolorosa, térmica e tátil, mudanças nos reflexos,

coordenação motora e possivelmente parkinsonismo (ZAVARIZ; GLINA, 1992).

Os compostos orgânicos de mercúrio, por sua liposolubilidade,

atravessam com facilidade as membranas biológicas. Passam facilmente a

barreira hematoencefálica e a placenta. A eliminação deste composto é

realizada através das fezes como via principal e através da urina como via

secundária. A vida média em população exposta se estima de 100 a 190 dias

(GALVÃO, 1992).

“Os compostos metilmercuriais se encontram presentes na cadeia

alimentar, nos lugares onde há contaminação, apresentam uma forte tendência

à bioacumulação em animais (aves de caça, peixes, mariscos, aves e

mamíferos ictiófagos) e em vegetais” (GALVÃO, 1992).

Mercúrio e meio ambiente, transporte, distribuição e transformação

Existem dois ciclos envolvidos no transporte ambiental e na distribuição

do Hg. Um é global e envolve a circulação atmosférica do mercúrio elementar

na forma de vapores, a partir de fontes terrestres para os oceanos. O segundo

ciclo é mais local e depende da metilação dos mercuriais inorgânicos que se

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413 Mercúrio de amálgama dentária: disponibilização para o Meio Ambiente

Cássia Silene Lima Oliveira originam principalmente a partir de fontes antropogênicas. As fases desse

processo ainda são pouco compreendidas, porém, envolvem a circulação

atmosférica do dimetilmercúrio dependem do balanço entre a metilação e a

desmetilação bacteriana (BOENING, 2000 apud NASCIMENTO e CHASIN,

2001).

Alguns mecanismos podem metilar o mercúrio inorgânico, como os

biológico, por microrganismos e fungos; os químico ou abiótico, por meio de

diferentes processos; pela reação com os ácidos fúlvico e húmico, doadores do

grupo metila; numa mistura de acetaldeído, Hg2+ e NaCl (D’ITRI, apud

QUEIROZ, apud NASCIMENTO e CHASIN, 2001).

“A metilação é influenciada por fatores tais como temperatura,

concentração de bactérias presentes no meio, PH, tipo de solo ou sedimento,

concentração de sulfito e condições de oxi-redução do meio e de variações

sazonais” (CHEN YAN et al.,1994,apud VILLAS BOAS, 1997 apud

NASCIMENTO e CHASIN, 2001).“Em águas contaminadas, o mercúrio

encontra-se predominantemente ligado ao material particulado” (WHO apud

NASCIMENTO e CHASIN, 2001).

Do ponto de vista do risco para a saúde humana, as formas mais

importantes do mercúrio são o mercúrio em estado de vapor, os sais de

mercúrio e os derivados de aquil mercúrio, como o metil mercúrio, que é o

derivado mais tóxico, podendo introduzir-se nas cadeias alimentares através

dos peixes (QUELHAS, 2002).

AMALGAMA DENTÁRIO Histórico

O mercúrio no amálgama tem sido usado para restaurações dentárias

desde 1830, e seu início foi marcado pelo empirismo e desconhecimento de

suas propriedades, o que provocou vários acidentes e uma resolução proibitiva

de seu uso pela ASDS (American Society of Dental Surgeons) em 1845,

posteriormente revogada, o que não impediu uma batalha de conflitos internos

culminando com a quebra da sociedade (VIEIRA et. al., 1993)

Page 413: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

414 Mercúrio de amálgama dentária: disponibilização para o Meio Ambiente

Cássia Silene Lima Oliveira

Segundo o autor, citado em 1991, o primeiro amalgama da história

surgiu no início do século XVIII, na França, sendo composto por bismuto,

estanho, prata e mercúrio fundidos, sendo colocados diretamente sobre o

dente. Posteriormente, a plastificação passou a ocorrer a 68° C. Os primeiros a

usarem temperatura ambiente para misturar o amalgama foram o dentista

francês Onessiphore Taveau e o químico inglês Charles Bell, que utilizavam a

prata de moedas com o mercúrio. Devido ao trabalho inescrupuloso dos irmãos

Crawcour de Nova York, de reputação particularmente duvidosa, e

conhecimento apenas superficial sobre odontologia, o uso do amalgama

tornou-se vigorosamente proibido pela Associação Americana de Dentistas na

época, proibição esta, que ficou conhecida como a 1ª guerra contra o

amalgama. No fim do século XVIII, estudos dos professores Towesend, Foster

Flagg e G.V. Black, através do desenvolvimento de composição própria e

técnica para seu uso clínico, revogaram essa proibição. Ocorreram ainda mais

duas guerras contra o amalgama, cuja terceira persiste até a atualidade

(MARKET apud SANTOS).

Composição

O amálgama dentário é uma liga que resulta quando o mercúrio é

combinado com uma liga para amálgama, uma combinação de prata, estanho,

cobre e, algumas vezes, zinco. Esta reação é indicada como segue: Mercúrio +

Liga para amálgama Amalgama dentário (CRAIG, 1983).

O autor destaca que nas últimas duas décadas houve grandes

modificações em relação a este material. E cita a classificação das ligas para

amálgama quanto a sua composição, em ligas convencionais e ligas com alto

conteúdo de cobre. Denominando-se ligas convencionais aquelas cuja

composição obedece às determinações da especificação n°1 da American

Dental Association (1970). A quantificação das proporções de prata no mínimo

de 65%; estanho no máximo de 29%; cobre no máximo de 6%; zinco no

máximo de 2%; mercúrio no máximo de 3% (ARAÚJO)

Citado em 1996, o autor comenta que com o intuito de se reduzir a

utilização do mercúrio na odontologia, renovou-se o interesse no

Page 414: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

415 Mercúrio de amálgama dentária: disponibilização para o Meio Ambiente

Cássia Silene Lima Oliveira desenvolvimento de uma restauração livre de mercúrio, porém com

propriedades físicas comparáveis às do amalgama dental (NAVARRO et al,

apud SANTOS). Dentre os materiais restauradores metálicos livres de

mercúrio propostos como substitutos para o amalgama, podem-se incluir os

materiais que contém gálio em sua composição e o elemento índio

(DESHEPPER; NAKAJIMA apud SANTOS).

Na Suécia em 1998, o governo sueco decidiu suspender o uso de

amalgama para 1999 e por fim a proibição total para 2001, hoje (2002) o

amalgama já foi totalmente abolido dos países europeus (VASCONCELLOS,

2002).

Os organizadores do encontro no Parlamento Europeu em 1999

defenderam a eliminação programada do uso de amalgama no tratamento de

dentes, hoje obedecida e seguida em outros continentes também

(VASCONCELLOS, 2002).

Os vapores de mercúrio liberados estão diretamente relacionados com

cuidados básicos essenciais de higiene que o profissional e pessoal auxiliar

podem lançar mão, durante o uso das técnicas de manipulação, remoção e

armazenamento de resíduos de amálgama (NASCIMENTO apud SANTOS).

A quantidade de mercúrio liberada no ambiente pelo amálgama é

pequena, quando comparada a outras fontes. Apesar disso, os consultórios

odontológicos são freqüentemente incluídos nos planos de redução, já que seu

controle é de fácil execução (FAN apud SANTOS).

A questão da toxicidade do amálgama dentário no mundo

contemporâneo é considerada mais como um problema ambiental do que

individual. A simples remoção de restaurações à amálgama contaminará não o

paciente, mas o solo, rios e oceanos retomando ao homem através dos

alimentos. Partindo desta observação, conclui-se que em décadas posteriores

o uso do amálgama em países desenvolvidos declinará rapidamente, não

apenas pelos efeitos nocivos, mas principalmente face a uma grande demanda

por materiais mais estéticos, à questões ambientais, e pelo crescente

desenvolvimento e aceitação por parte dos profissionais a estes materiais

adesivos à estrutura dental (RAPOSO, 1997).

Page 415: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

416 Mercúrio de amálgama dentária: disponibilização para o Meio Ambiente

Cássia Silene Lima Oliveira A variável referente ao operador é o principal fator com relação ao tempo

de vida da restauração. O uso de ligas e técnicas que possibilitem a

padronização da manipulação e da aplicação do amálgama irá aumentar a

qualidade e o desempenho da restauração final (SKINNER, 1993).

As pesquisas mostram que a quantidade de mercúrio liberada é

principalmente afetada pelo tipo de liga usada. Ligas com alto conteúdo de

cobre ou ditas “não gama-2” são mais estáveis e perdem menos mercúrio em

relação a ligas convencionais, de acordo com (PSARRAS; REYNOLDS apud

SANTOS).

O método mais óbvio para reduzir o conteúdo de mercúrio da

restauração é através da diminuição da relação original mercúrio/liga. Este

método é conhecido como o do mercúrio mínimo ou técnica de Eames, em

reconhecimento ao dentista que desenvolveu este conceito. A mistura original

deve conter uma quantidade de mercúrio suficiente, de modo a propiciar uma

massa coesiva e plástica após a trituração. Mas esta quantidade de mercúrio

deve ser baixa, de maneira a conseguir-se nível aceitável de mercúrio na

restauração sem que haja necessidade da remoção de excessos consideráveis

durante a condensação. O conteúdo final de mercúrio em uma restauração

terminada deve ser comparável à relação original mercúrio/liga, usualmente da

ordem de 50%, podendo ser ainda menor nas ligas com partículas esféricas.

Uma mistura de amálgama preparada com uma relação mercúrio/liga de 6:5

contém 54,5% de mercúrio. A relação mercúrio/liga, recomendada para a

maioria das ligas modernas em forma de limalha, é de 1:1, ou seja, 50% de

mercúrio. Deve-se salientar que poderá haver pequenas variações, positivas ou

negativas, em pontos percentuais. Como nas ligas esféricas, a quantidade de

mercúrio recomendada é de cerca de 40%. O autor comenta que o uso de

pouco mercúrio nas ligas para amálgama com alto teor de cobre aumenta a

resistência. O inverso aconteceria com o aumento da quantidade de mercúrio

que, além disso, também reduziria a resistência à corrosão (ARAUJO, s.d.;

SKINNER, 1993).

SKINNER (1993) cita as possibilidades de dispensadores ou

proporcionadores para o mercúrio e a liga. Os comprimidos ou as pastilhas pré-

porcionadas constituem o método mais conveniente para um proporcionamento

Page 416: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

417 Mercúrio de amálgama dentária: disponibilização para o Meio Ambiente

Cássia Silene Lima Oliveira correto da liga, com as pastilhas pesadas, tudo o que requer é um dispensador

preciso de mercúrio, que como é líquido, pode ser medido em volume, sem que

haja perda apreciável da precisão (SKINNER, 1993).

As cápsulas descartáveis que contém quantidades pré-proporcionadas

de mercúrio e liga, são muito usadas na atualidade, elas contêm a liga tanto na

forma de comprimido como em quantidades de pó, isto associado a uma

quantidade adequada de mercúrio. Salienta-se que apesar de o material pré-

proporcionado ser mais caro, ele é mais conveniente, pois elimina a

possibilidade do extravazamento do mercúrio durante o proporcionamento e,

finalmente, a relação mercúrio/liga é correta (SKINNER, 1993).

Descrição do processo produtivo

O objetivo da condensação é compactar a liga na cavidade preparada,

de maneira a se obter a maior densidade possível. É recomendado que o

amálgama rico em mercúrio seja trazido à superfície de cada incremento que

está sendo condensado, de maneira que cada novo incremento una-se aos

anteriores. O principal objetivo é remover todo excesso de mercúrio de cada

incremento, à medida que ele está sendo compactado. A condensação faz com

que ele aflua à superfície. Com a técnica do mercúrio mínimo, a remoção da

camada umedecida e mole, que sobrenada em cada incremento durante a

condensação da liga, é com certeza menos crítica. Sob condições apropriadas

de trituração e condensação, existirá muito pouco perigo de se remover muito

mercúrio durante a condensação (SKINNER, 1993).

Na condensação manual os incrementos da liga devem ser levados e

inseridos na cavidade preparada por meio de dispositivos especiais, como o

porta-amálgama. Uma vez que o incremento de amálgama é inserido na

cavidade preparada, ele deve ser imediatamente condensado com uma

pressão suficiente para remover os vazios e adaptar o material às paredes da

cavidade. Após terminar-se a condensação de um incremento, sua superfície

deve ter uma aparência brilhante. Isto significa que existe presente, nessa

região, mercúrio suficiente para se difundir no incremento seguinte. Desta

forma, cada uma destas pequenas porções irá aderir aos incrementos já

condensados (SKINNER, 1993).

Page 417: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

418 Mercúrio de amálgama dentária: disponibilização para o Meio Ambiente

Cássia Silene Lima Oliveira Na condensação mecânica os princípios são os mesmos aplicados para

a condensação manual, incluindo a necessidade do uso de pequenos

incrementos de amálgama. A única diferença é que a condensação do

amálgama é feita essencialmente por um dispositivo automático (SKINNER,

1993).

Após o amálgama ter sido condensado na cavidade preparada a

restauração é esculpida, para reproduzir a anatomia correta do dente. Após a

escultura, a superfície da restauração deve ser alisada. Isto pode ser

conseguido através de um brunimento judicioso das superfícies e das margens

da restauração (SKINNER, 1993).

Preocupação ambiental

Em artigo, designado como manual de biossegurança no atendimento

odontológico, destacou-se a preparação do amálgama como atividade que

oferece maiores riscos de contaminação ambiental no consultório odontológico,

principalmente, se ele cair no chão. Sendo manipulado, o amálgama provoca a

formação de milhares de gotículas de mercúrio que contaminam o ambiente.

Por ser este procedimento repetido muitas vezes ao dia, durante a rotina de

trabalho, o risco aumenta acentuadamente, sendo mais grave quanto mais

quente estiver o ambiente. Ressalta-se que a condensação das restaurações

com dispositivos ultra-sônicos pode elevar os níveis de vaporização do

mercúrio acima dos limites toleráveis (SAÚDE PE, 2001).

Em observações feitas em consultórios coletivos pode se constatar os

fatos relatados no parágrafo anterior, onde a dinâmica na rotina do processo de

trabalho influenciou em vários incidentes de derramamento de mercúrio na

manipulação do amálgama.

Atualmente, há um grande intercâmbio de informações no mundo todo

sobre esse tema. Porém, devido à discussão nos meios de comunicação, em

alguns casos e nesses países que decidiram restringir o uso de amálgama, a

verdadeira situação é mal interpretada, o que dá lugar a numerosas perguntas

sobre a segurança do amálgama e aos pedidos de substituição de obturações

feitas com esse material. Os materiais alternativos existentes hoje para

Page 418: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

419 Mercúrio de amálgama dentária: disponibilização para o Meio Ambiente

Cássia Silene Lima Oliveira obturações aumentam de maneira considerável o custo do tratamento dental

(OMS e FDI, 1995).

Existem empresas que compram o mercúrio a granel e o colocam em

pequenos frascos de vidro, para depois vendê-los aos dentistas. A autora

comenta a respeito de uma empresa de seu conhecimento, onde essa

atividade não é feita em suas dependências, sendo realizado sala alugada em

bairro distante, sem ventilação e contratado um adolescente para executar a

colocação do mercúrio em vidrinhos. A autora ainda questiona quem conserta

os amalgamadores (RAABGLINA, 1997).

Em entrevista informal em uma loja especializada em material dentário,

foi relatada uma compra de mercúrio em quantidade considerável que de

acordo com a vendedora, o comprador comentou que revenderia com muita

vantagem. Ao que indica a vendedora, o comprador não era dentista e iria levar

a mercadoria para outra localidade.

Existem muitas recomendações a respeito dos cuidados para que não

haja contaminação de águas (rios, lagos, etc.), pois, o Hg pode incorporar-se à

cadeia alimentar, levando a desastres do tipo do que ocorreu em Minamata,

Japão (ILO apud NASCIMENTO e CHASIN, 2001). É interessante notar que

países desenvolvidos como os EUA tem se preocupado com a emissão de Hg

para o meio ambiente, estabelecendo uma série de pequenas e grandes

medidas no sentido de minimizar o uso e portanto a contaminação por Hg.

Exemplo disso são as decisões e resoluções de diversos estados dos EUA

proibindo ou restringindo o uso de Hg, entre estas encontra-se que :“Em 1998,

a associação Health Care Without Harm, de Vancouver, estabeleceu um

programa denominado “Torne a medicina livre de Hg” pedindo aos hospitais

para iniciar um processo faseado para eliminar o uso de produtos que

contenham mercúrio. Cerca de 600 hospitais se comprometeram com os

objetivos do programa. No entanto, esse número é ainda pequeno e representa

uma pequena fração dos hospitais e clínicas médicas americanas que

poderiam estar participando do processo (HSDB, 2000, EPA, 1999 apud

NASCIMENTO e CHASIN, 2001).

Page 419: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

420 Mercúrio de amálgama dentária: disponibilização para o Meio Ambiente

Cássia Silene Lima Oliveira

Amálgama e meio ambiente

Diversos autores como TEIXEIRA et al. (1970), CHAN & SVARE (1972),

WILSON & WILSON (1982) entre outros estudaram a emissão de vapores de

mercúrio em restaurações de amálgama. Sendo que os resultados foram

unânimes em apresentar elevada evaporação de mercúrio proveniente das

restaurações (MAREK apud SAQUY, 1996).

Várias fontes potenciais de contaminação que podem elevar o mercúrio

a níveis muito perigosos existem no consultório odontológico: derramamento

acidental, higiene inadequada do ambiente e trabalho, excesso de mercúrio de

amálgama recém-preparado, condensadores ultra-sônicos, aquecimento de

porta amalgama para desalojar partículas presas, falhas na refrigeração

durante a remoção de restaurações antigas, esterilização imprópria de

instrumentos contaminados com mercúrio, vazamento nos dispensadores,

estocagem inadequada de restos de amálgama, esgotos, lixos e tapetes

(SAQUY, 1996).

Outro fator importante a ser considerado é o nível de vapor de mercúrio

no ambiente dos consultórios odontológicos. Nos Estados Unidos, pelo menos

10% dos consultórios odontológicos apresentaram níveis de vapor de mercúrio

no ar mais elevados que o limite máximo permitido (MANTYLA; WRIGHT, apud

SAQUY, 1987).

ESTUDOS REALIZADOS

Em estudo realizado pela Faculdade de Odontologia de Porto Alegre em

2000, autores, Fortes e Samuel, foi avaliada a eficácia de meios para

armazenagem de resíduos de amálgama, no sentido de reduzir a liberação de

mercúrio para o ar ambiente, tendo em vista o valor preconizado pela NR-15,

da Portaria número 3214, de 8 de junho de 1978, do Ministério do Trabalho do

Page 420: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

421 Mercúrio de amálgama dentária: disponibilização para o Meio Ambiente

Cássia Silene Lima Oliveira Brasil. A fonte de mercúrio utilizada foi o amálgama em cápsula da marca

Dispersalloy (Dentsplay), foi então armazenados em potes, sendo um mantido

em seco, e os demais em água destilada, em glicerina e em solução de fixador

para radiografia odontológica. As amostra de ar foram analisadas através de

espectrofotometria de absorção atômica, para quantificação de mercúrio. Os

resultados mostram ser a glicerina o meio de armazenagem mais seguro, visto

que a quantidade de vapor de mercúrio encontrada no ar, tanto na coleta inicial

como após 30 dias, jamais ultrapassou o valor teto preconizado pela NR-15.

Em outro estudo realizado pelo Centro de Ciências Biomédicas da

Universidade Federal de Uberlândia, os autores revelaram que 74,85 por cento

dos cirurgiões dentistas não colocam os restos de Hg e amálgama em

recipiente com água e 28,41 por cento se protegem adequadamente com

máscaras e luvas (Rink e Borges e Figueira, et al., 1994).

Foi também realizado estudo a respeito da solução mais eficiente na

detenção dos vapores de mercúrio do amálgama dentário, e em seu resumo,

refere-se a identificação qualitativa do vapor de mercúrio captado de resíduos

de amálgama de prata, em diversos meios de armazenagem, com uso do

cloreto de paládio. O armazenamento dos resíduos de amálgama foram feito

em: solução de EDTA pH 7,3, solução de EDTA pH 6,0, álcool 96%, água,

fixador radiográfico, propilenoglicol, óleo vegetal (soja), óleo mineral e

revelador radiográfico. A conclusão dos resultados permitida foi: a solução de

cloreto de paládio revela a presença de vapor de mercúrio nas condições do

presente trabalho. Nenhuma das soluções utilizadas foram eficientes no

bloqueio da passagem do vapor de mercúrio. A solução de EDTA e álcool 96%,

foram as de menor eficiência, pois impediram a passagem de vapor de

mercúrio por apenas três dias. A solução de Fixador Radiográfico (Kodak) foi

aquela que se mostrou mais eficiente de todas as testadas, pois impediu a

passagem de vapor de mercúrio por dezessete dias (SAQUY, 1987).

Estudo em dentistas de Salvador

Foi realizado um estudo descrito em dissertação de mestrado da

Universidade Federal da Bahia, denominado, mercúrio em dentista de

Salvador, em 1993, onde foram estudados cento e vinte indivíduos, sendo 60

Page 421: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

422 Mercúrio de amálgama dentária: disponibilização para o Meio Ambiente

Cássia Silene Lima Oliveira dentistas que manipulam mercúrio e 60 indivíduos de outros grupos

profissionais, sem história de exposição ocupacional a este metal (ROCHA,

1993). No questionário usado foram coletadas informações sobre, entre outras

coisas, dados pessoais, horas diárias trabalhadas, aparelhos utilizados,

derramamento acidental de mercúrio no consultório e em residência, rotina de

trabalho, medidas de controle ambiental, presença de assistente do

profissional. Foram também realizadas outras observações, que no presente

trabalho são de menor relevância (ROCHA, 1993).

A distribuição por faixa etária mostrou que a maior percentagem dos

indivíduos tinha entre 30 a 49 anos, sendo a freqüência para o grupo de

expostos de 71,7% e de 65,0% para não expostos. Todos os dentistas

estudados referiram que trabalhavam com mercúrio apenas em seus

consultórios. Os profissionais estudados executavam suas atividades em 81

consultórios, assim distribuídos: 50,0% trabalhavam apenas em consultório

próprio; 35,0% dividiam sua carga horária semanal entre o consultório próprio e

o serviço público; 5,0% apenas em empresas privadas e 1,7% dividiam-se

entre o serviço próprio e a empresa privada (ROCHA, 1993).

No preparo do amálgama, os dentistas utilizam o amalgamador

mecânico em 78,5% dos seus consultórios e o gral e pistilo em 21,5%, sendo

nos consultórios próprios o local de maior uso deste aparelho (90,4%). Este

aparelho está alocado ao lado de uma “fonte de calor”, como estufa e

geladeira, segundo os profissionais, em 29,0% dos serviços. Quanto aos

serviços em que se utiliza o gral e pistilo para o preparo do amálgama, as

funções de proporcionar e “misturar” o mercúrio são executadas pelos

assistentes destes profissionais em 58,8% e 64,7%, respectivamente

(ROCHA, 1993).

“A eliminação do excesso de mercúrio utilizado por estes profissionais é

feita, preferencialmente, para o total de serviços, através do “lixo” (61,3%) e

rede sanitária (32,9%)”. Os profissionais estudados possuem uma média de

12,2 anos que exercem atividades nesta área. Destes, 51,7% tem entre 11 a 20

anos de clínica, 28,3% entre 5 a 10 anos, 15,0% tem até 5 anos e apenas 5,0%

trabalham há mais de 20 anos. (ROCHA, 1993)

Page 422: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

423 Mercúrio de amálgama dentária: disponibilização para o Meio Ambiente

Cássia Silene Lima Oliveira A distribuição das horas trabalhadas semanalmente, por serviço,

apresentou as seguintes médias: empresa privada, 33,3 h; serviço próprio,

31,4 h; serviço público, 21,4 h. No setor privado as jornadas são, em 50,0% de

até 20h/semana ou de mais de 40h/semana; no serviço próprio, maior número

de dentistas trabalham mais de 30h/semana (47,0%), enquanto no serviço

público, maior percentagem destes profissionais trabalham até 20h semanais

(54,9%). A média por semana de restaurações por amálgama realizadas por

estes profissionais foi de 28,8 para a empresa privada; de 20,1 para serviço

próprio e de 19,9 para o serviço público. A maior percentagem dos dentistas

realizavam, nestes serviços, até 30 restaurações por semana ( 81,3%). A

média semanal de remoções em serviço próprio foi de 13,1, em serviço público,

de 11,4 e em empresa privada igual a 11,0. Foram referidos 31 episódios de

acidentes com derramamento de mercúrio nos diversos consultórios, sedo que

67,7% destes ocorreram num período inferior há 1 ano Trinta por cento dos

dentistas e 41,7% dos não expostos revelaram a ocorrência de acidentes com

derramamento de mercúrio em suas residências, sendo que mais da metade

destes ocorreram nos últimos doze meses (ROCHA, 1993).

Na discussão a autora, referindo-se às análises das concentração média

deste metal em cabelo em comparação com o grupo não exposto, dados não

colocados anteriormente neste trabalho, salienta que os resultados

encontrados no estudo mostraram que a exposição dos dentistas de Salvador

ao mercúrio não é relevante. Os autores ao discutirem o assunto, atribuem esta

redução ao preparo do amálgama por assistentes e à utilização do

amalgamador. “Os dentistas de Salvador utilizam amalgamador mecânico em

78,2% dos seus consultórios. Naqueles serviços em que o processo é manual

(uso do gral e pistilo), são as assistentes, na maior partes das vezes (64,7%),

que misturam o mercúrio (CÂMARA et al, apud ROCHA, 1993)”.

O excesso de mercúrio utilizado por esses profissionais vem sendo

eliminado, preferencialmente, através do sistema de coleta de resíduos

urbanos (“lixo”) (61,3%) e da rede sanitária (32,9%), com conseqüente

contaminação ambiental (ROCHA, 1993).

Com todo progresso da odontologia, a cárie, atualmente, é a doença que

mais afeta a população. Quando presente, pode progredir e resultar na perda

Page 423: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

424 Mercúrio de amálgama dentária: disponibilização para o Meio Ambiente

Cássia Silene Lima Oliveira de estruturas dentárias, e o seu tratamento através de restaurações é muito

preocupante (RODRIGUES, 1994). “A freqüência com que restaurações de

amálgama tem sido substituídas foi bem demonstrada por BOYD e

RICHARDSON em 1985. Avaliando 5 dias de trabalho consecutivos de 108

dentistas, verificaram que foram removidas 3.662 faces de restaurações em

1707 dentes, numa média de 6,8 faces/dentista por dia” (RODRIGUES, 1994).

Estudos dos riscos do mercúrio odontológico em águas residuais

Uma interessante investigação foi realizada, através do Naval Institute

for Dental e Biomedical Research, USA, com o objetivo de estabelecer se

monometil mercúrio (MMHg) está presente na água de esgoto de unidades

odontológicas e se presente, determinar a concentração relativa do mercúrio

total. Foram coletadas amostras de água de esgoto em um período de 18

meses de três localizações: uma única cadeira dentária; um tanque de 250

galões em uma clínica com 107 cadeiras; e de um tanque de armazenamento

de uma clínica com 30 cadeiras. Um total de 13 amostras foram obtidas de

cadeira única dentária e do tanque na clínica de 107 cadeiras. Doze amostras

foram obtidas do tanque na clínica de 30 cadeiras. Amostras em cada

localização foram coletadas diariamente em uma seqüências curtas contíguas

separadas por 6 a 18 meses (STONE; COHEN; LIANG, et al., 2002)

Na coleta ao lado da cadeira, amostras foram obtidas no final do

trabalho diário após sete a oito pacientes. Os pacientes tiveram restaurações

de amálgama velhas removidas e/ou novas amálgamas. A obtenção das

amostras foi através da instalação de um sistema de coleta no final de

evacuação a alto volume (HVE). Foi tomado cuidado para se coletar somente a

porção líquida da amostra (sobrenadante), deixando as partículas assentarem

no fundo dos containers de coleta (STONE; COHEN; LIANG, et al., 2002).

O segundo conjunto de amostras foi coletado diretamente de um tanque

de 250 galões que acumulava a água de esgoto de uma clínica com 107

cadeiras dentárias. As amostras foram coletadas após os conteúdos dos

tanques serem agitados com um misturador rotativo por 5 minutos. Amostras

da clínica com 30 cadeiras representaram o terceiro conjunto de amostras e

Page 424: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

425 Mercúrio de amálgama dentária: disponibilização para o Meio Ambiente

Cássia Silene Lima Oliveira foram coletadas de tanque por sistema dentário à vácuo usado nesta

clínica”.(STONE; COHEN; LIANG, et al., 2002).

Ao sintetizar os resultados obtidos por Stone; Cohen; Liang, et al., níveis

de MMHg das cadeiras da clínica com 107 cadeiras foram aproximadamente

31 vezes maiores do que as amostras do lado da cadeira e 9,5 vezes maiores

do que amostras da clínica de 30 cadeiras. De acordo com os autores, por

comparação, os níveis de MMHg para oceanos abertos, lagos e chuva , são

das ordens de magnitude menor do que os níveis de MMHg vistos na água de

esgoto dentária ( parte por bilhão para amostras de água de esgoto comparada

à parte por trilhão para amostras de ambientes naturais) (STONE; COHEN;

LIANG, et al., 2002).

Há uma preocupação clara quanto a presença de Hg na água de esgoto

em clínicas dentárias, mas também uma matéria importante para se levar em

conta uma planta de tratamento de esgoto própria. Estas instalações usam

bactéria no tratamento e Hg prover um substrato para metilação mediada por

micróbios. Concentrações significantes de Hg tem sido medidas no efluente de

instalações de tratamento de água de esgoto. Um estudo de nove semanas

rastreando vestígios de Hg em uma planta de grande porte revelou uma carga

média diária de mercúrio de 284 g. A eficiência na remoção de mercúrio foi

determinada por ser 96%, resultando no derrame de 4% de Hg

(aproximadamente 10 g por dia ) no rio Mississipi, (BALOGH; LIANG apud

STONE; COHEN; LIANG, et al., 2002).

Os resultados sobrestimam a importância de limitar o despejo de todas

as formas de Hg nos fluxos de água de esgoto, como o potencial do Hg ser

transformado em espécies mais tóxicas. Sistemas para remover Hg das águas

de esgoto das unidades dentárias deveriam ser planejados de forma a

minimizar a produção de Hg orgânico. (STONE; COHEN; LIANG, et al., 2002)

Estudo sobre geração potencial de mercúrio da amálgama de resíduo

dentário.

A prefeitura de Seattle investigou o mercúrio do resíduo gerado das

clínicas dentárias. As concentrações de mercúrio neste fluxo de água residual

foi da faixa de 12 a 480 mg Hg/L excedendo os limites da descarga local de 0,2

Page 425: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

426 Mercúrio de amálgama dentária: disponibilização para o Meio Ambiente

Cássia Silene Lima Oliveira mg Hg/L. Em adição, os trabalhos de tratamento público na metrópole de

Seattle estimou-se que 1650 consultórios contribuíram com 14% do mercúrio

total no local da planta de tratamento de água residual. Estes dados mostram

a importância da contribuição de geradores de quantidade pequena.

(WELLAND apud DRUMMOND e CAILAS e CROKE, 2003).

Um estudo recente feito por Cerreño, Panero e Boehme focou na

descarga de mercúrio nos portos de Nova York e Nova Jersey. Este estudo

estimou que 4000 kg/ano de mercúrio foi gerada dos consultórios, e 1000

kg/ano de mercúrio despejado na água residuais desta região. Nossa pesquisa

prévia tem indicado que mais de 50% do mercúrio e prata, pode ser coletados

de partículas retidas na linha de coletores de águas residuais (CAILAS e

OVSEY e FAN et al, apud DRUMMOND e CAILAS e CROKE, 2003). Este

estudo foi realizado para avaliar, o potencial dos programas voluntários de

redução das fontes pontuais de poluição de amálgama (quantificando seus

componentes), requerendo para isto mudanças simples nas práticas de

disposição da amálgama dentária. Um segundo objetivo foi estimar as frações

das amálgamas de não contato, de contato e retiras nos dentes através de um

estudo em vitro (DRUMMOND e CAILAS e CROKE, 2003).

Os resultados para o total de amálgama de não contato gerada foi na

faixa de 0 a 1672 mg/dia/cadeira, com um valor médio de 421 mg/ dia/cadeira,

e o total de amálgama retida no coletor, amálgama de contato, de 9 a 466

mg/dia/cadeira, com um valor médio de 64 mg/dia/cadeira (DRUMMOND e

CAILAS e CROKE, 2003).

As estimativas indicam que os dentistas no estado de Illinois tem o

potencial de gerar 947 kg de mercúrio de amálgama de não contato por ano, o

qual pode ser reciclado, e 144 kg de mercúrio que tem o potencial de entrar no

meio ambiente como descarga de resíduo. Se há uma extrapolação para a

população total de dentistas práticos nos Estados Unidos (123.641), então os

dentistas práticos tem o potencial de gerar 18,159 kg de mercúrio de não

contato por ano, o qual pode ser reciclado e 2763 kg de mercúrio que tem o

potencial de entrar no meio ambiente. Estas estimativas são mostradas

posteriormente neste trabalho (DRUMMOND e CAILAS e CROKE, 2003).

Page 426: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

427 Mercúrio de amálgama dentária: disponibilização para o Meio Ambiente

Cássia Silene Lima Oliveira Também foi estimada a descarga de mercúrio nos Estados Unidos por

ano. Para mercúrio de não contato: 3,1 cadeiras por escritório x 1577 h de

cuidados de paciente por ano/7 h por dia de trabalho x 123,641 dentistas

práticos x 421 mg de amálgama de não contato por ano x 50% mercúrio na

amálgama = 18,159 kg de mercúrio por ano. Para mercúrio de contato na

descarga de água residual: 3,1 cadeiras por consultório x 1577 h de cuidados

com paciente por ano / 7 h dias de trabalho x 123,641 dentistas práticos x 64

mg do amálgama de contato por ano x 50% mercúrio na amálgama = 2763 kg

de mercúrio por ano (DRUMMOND e CAILAS e CROKE, 2003).

Estudo de tomada e acumulação do mercúrio da amálgama dentária em peixe.

Neste estudo, peixes foram expostos a amálgama dentária (tamanho na

faixa de 0,10 – 3,15mm) desta forma representando o tamanho e distribuição

das partículas encontradas dentro do fluxo de descarga de água residual dos

consultórios. Água experimental continha amálgama em 0g /l, 0,5g/l e 1g/l em

aquários de vidro em 15° C por 28 dias. Mercúrio foi encontrado em vários

tecidos e geralmente aumentou com exposição a altas quantidades de

amálgama dentária. Os níveis mais altos foram encontrados em todo o corpo (

17,68 ± 5,73 µg/g ) seguido pelo fígado (0,80 ± 0,16 µg/g) e músculo (

0,47±0,16 µg/g). A mais baixa concentração foi vista no cérebro ( 0,28 ±0,19

µg/g ). Comparados aos controles, concentrações de todo o corpo, músculo e

fígado por 28 dias às concentrações mais altas de amálgama foram 200 - ,

233- e 40 maior, respectivamente. Este estudo mostra que mercúrio de

exposição ambiental de amostras respectivas de amálgama dentária

tipicamente encontrada dentro dos fluxos de descargas dentárias é

biodisponível a peixes e pode acumular nos tecidos internos (KENNEDY,

2002).

O impacto ambiental da água residual contendo amálgama está fazendo

crescer a preocupação sobre esse assunto. A significância da bioacumulação

de mercúrio em peixe se deve principalmente aos efeitos diretos na vida

selvagem, e indiretamente através do consumo de fonte alimentar

Page 427: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

428 Mercúrio de amálgama dentária: disponibilização para o Meio Ambiente

Cássia Silene Lima Oliveira contaminada. Mercúrio é conhecido por bioacumular em peixe e poder

prejudicar a função osmoregulatória (HEATH apud KENNEDY, 2002). Outros

efeitos podem ocorrer como a estranha afinidade do mercúrio aos grupos sulfur

e sulfídrico, e por isso pode interferir em importantes funções biológicas nos

organismos. (BERLIN apud KENNEDY, 2002). Os critérios do guia de

qualidade da água dos Grandes Largos trás o nível para mercúrio ambiental na

água de 1,3 mg/l para proteção da vida selvagem. (US EPA apud KENNEDY,

2002)

Através deste estudo, fica claro que o mercúrio contido nas amálgamas

dentárias, como preparado neste experimento é biologicamente disponível para

tomada e acumulação por peixe em exposição ambiental. Mercúrio foi

encontrado em todos os tecidos examinados e alcançou concentrações de 200

vezes maior do que nos peixes controle. Também ficou claro neste estudo que

exposição curta à amálgama pode resultar em uma porção significante de

mercúrio em peixe de água doce. Os resultados deste estudo sugerem que

depósitos de amálgama dentária, pode apresentar-se como uma sobrecarga de

mercúrio ambiental para os organismos aquáticos tais como os peixes

(KENNEDY, 2002).

ESTUDO DE CASOS Observações e relatos de processo de trabalho em Salvador

Em visitas realizadas aleatoriamente em consultórios de Salvador, foram

observados alguns aspectos relacionados ao comportamento do profissional e

seu assistente em relação à manipulação do mercúrio e o destino dos resíduos

de amálgama, assim como a freqüência de uso desta restauração. A seguir são

destacados algumas observações de relevante importância tanto ambiental

como ocupacional, sendo este aspecto indiretamente relacionado a questão

ambiental pois o indivíduo é parte integrante do ambiente. Os ambientes

acompanhados de que se tem conhecimento nesta observação foram:

consultórios públicos (unidades de saúde e SESC); Universidade Federal da

Bahia (Faculdade de odontologia); consultórios particulares.

Page 428: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

429 Mercúrio de amálgama dentária: disponibilização para o Meio Ambiente

Cássia Silene Lima Oliveira Quanto a manipulação do mercúrio, apesar de haver muitos casos de

uso da trituração mecânica, maior parte em consultórios particulares, foram

presenciados em número razoável de consultórios o uso da trituração manual,

consultórios públicos, universidade de odontologia e um número considerável

de consultórios particulares, acarretando em alguns derramamentos de

mercúrio dentro do consultório principalmente no momento do uso da camurça

para retirada do excesso do metal, alguns destes estabelecimentos alegam que

o uso da trituração manual foi pelos seguintes motivos: devido a preferência

pessoal do profissional; inexistência ou defeito do amalgamador, em maioria

pelo último motivo. A maior parte do processo é realizado pelo assistente, em

consultórios os assistentes ao serem questionados a respeito do conhecimento

dos riscos da manipulação do mercúrio, afirmaram não ter conhecimento ou

não dar importância a magnitude do problema, alguns nem mesmo utilizavam

EPI's no momento da manipulação. Através de relatos, destacou-se que os

amalgamadores principalmente em serviços públicos permanecem quebrados

por bastante tempo. Foi encontrada uma profissional que afirma ter trabalhado

por dez anos no SESC, realizando a trituração manual e atualmente encontra-

se diagnosticada com contaminação por mercúrio.

A freqüência do uso de amálgama como restauração foi considerável em

todos os consultórios que fazem restaurações, nos consultórios com

especializações em área adversas não foi relatado por não trabalhar com

restaurações. Nas unidades de saúde foram relatadas cerca de cinqüenta

restaurações de amálgamas por semana, em consultórios particulares, uma

média de oito restaurações por semana, e na faculdade de odontologia foi

observado em quatro horas, cerca de doze manipulações com amálgama

dentário. Em alguns casos os profissionais não tinham idéia da freqüência do

uso de amálgama, sendo que alguns afirmam fazer um número irrisório. Uma

profissional relatou que o uso do amálgama acaba por ser indiretamente

incentivado pelas restrições que os planos de saúde odontológica fazem ao

uso de outras restaurações, pelos custos a elas relacionados. A professora

Céres Fontes (UFBa – Faculdade de Odontologia em Salvador), revela ocorrer

atualmente, muitas substituições de amálgama dentária, por outros materiais,

Page 429: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

430 Mercúrio de amálgama dentária: disponibilização para o Meio Ambiente

Cássia Silene Lima Oliveira por razões estéticas, consequentemente um incremento de resíduo precoce

para o meio ambiente.

Quanto ao destino dos resíduos designados pelos estabelecimentos

observados, demonstrou-se que preocupantemente todas as soluções

encontradas por estes são inadequadas, sendo que o armazenamento em

alguns casos estava correto embora o destino incerto, alguns não

armazenavam inadequadamente, colocados em recipiente sem água ou

qualquer meio que retardasse a passagem dos vapores de mercúrio, a estes

que realizavam o armazenamento foi questionado o destino ao qual

demonstraram insatisfação ao afirmar que guardavam sem saber o que fazer

com os resíduos, esperando uma solução por parte de algum órgão, outros

armazenavam e aguardavam por tempo indeterminado a visita de uma pessoa

que de acordo eles realizava a coleta, sem o conhecimento de nenhum órgão

fiscalizador, outros descartavam no lixo comum e nos perfuros cortantes,

outros simplesmente eram lançados no esgoto (pia). Houveram, duas

empresa, que buscando o licenciamento da vigilância sanitária manifestou

interesse na coleta dos resíduos de amálgama alegando encaminhar para

recuperação dos metais nela contido em outro estado, porém a apresentação

de documentos como a liberação pelo órgão ambiental para transporte de

substancias perigosas, não foi claramente definido, não constando a presença

do mercúrio nos documentos do Centro de Recursos Ambientais (CRA),

também não foi apresentado a licença do IBAMA assim como não foi

esclarecido segurança no processo de recuperação a ser utilizado.

Quanto ao esgotamento sanitário nos estabelecimentos, a contribuição

do descarte de mercúrio se dar no momento da trituração na remoção do

excesso do metal, e no processo da obturação da cavidade dentária, assim

como no polimento por envolver água como resfriamento do processo, também

foi relatado que na retirada do amálgama defeituoso, grande parte dos resíduos

são coletados pelo sugador e descartados na pia pelo paciente, apesar de

haver técnica para a retirada do amálgama sem danifica-lo tanto, este último

amálgama é dito amálgama de contato, sua reciclagem não é aconselhadora

embora possa ser minimizada.

Page 430: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

431 Mercúrio de amálgama dentária: disponibilização para o Meio Ambiente

Cássia Silene Lima Oliveira RESÍDUO - EMPRESAS ESPECIALIZADAS EM RESÍDUOS MERCURIAIS

A Vigilância Sanitária verifica o tratamento de resíduos no ato de suas

inspeções, concedendo licença ao profissional que esteja cadastrado no

Serviço de Coleta de Resíduo de Saúde, no Departamento de Limpeza Urbana

da Secretaria de Serviços e Obras da Prefeitura do Município de São Paulo

(Limpurb). Segundo Damenhain, a licença somente é fornecida para o

profissional que possua este cadastro no órgão da prefeitura (LIMA, 2003).

Em entrevista realizada pelo SEAP, Damenhain foi colocado diante da

problemática contaminação no ambiente de trabalho, impelido a imaginar

então como estaria o risco de contaminação ao meio ambiente. Este,

confirmando o problema ambiental em relação ao assunto, salienta que a

quantidade de resíduos mercuriais gerados em estabelecimentos odontológicos

é de grande monta. Comenta a respeito de estudo de resíduos que revela que

o lixo depositado em aterros sanitários, sofre a ação de bactérias de

comportamento exotérmico, o que eleva a temperatura do meio entre 45°C e

60°C, liberando desta forma uma grande quantidade de vapor de mercúrio para

a atmosfera. Leon Charatz, chefe da Divisão Técnica de Transbordo- Limpurb

5, São Paulo, salienta que o cadastramento é de responsabilidade de quem

gera o lixo. Charatz ressalta que se o dentista colocar o resíduo na rua ou der

um destino final inadequado, ele reponde pela Lei de Crimes Ambientais. No

Brasil, segundo Damenhain, a coleta de resíduos é uma responsabilidade

municipal. Desta forma ele recomenda que as associações profissionais

estabeleçam formas de destinação em conjunto com a municipalidade,

contando sempre que possível, com a assessoria de órgãos ambientais.

Nestas entidades, deve-se eleger um sistema de reciclagem dos resíduos para

envio dos mesmos às usinas de destilação de mercúrio. Damenhain lembra

que a Resolução Conama 5/93 (Conselho Nacional do Meio Ambiente)

determina que o gerador do resíduo é responsável pelo destino final do mesmo

(LIMA, 2003).

Existem empresas em alguns Estados como São Paulo, com tecnologia

desenvolvida para permitir a extração completa do mercúrio contido nos

resíduos de amálgamas dentários gerados no consultórios odontológicos,

Page 431: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

432 Mercúrio de amálgama dentária: disponibilização para o Meio Ambiente

Cássia Silene Lima Oliveira centros de saúde e outros lugares ligados à saúde bucal. A APCD - Associação

Paulista de Cirurgiões dentistas de São Bernardo do Campo, São Paulo, firmou

parceria com empresa chamada APLIQUIM, onde prevê o recolhimento dos

resíduos de todos os consultórios do município. Outras municipalidades e os

órgãos da Vigilância Sanitária em vários estados já estão, também, aderindo a

esse programa. Alguns procedimentos para coleta, armazenamento e

transporte de resíduos de amálgama dentário são ministradas por essa

empresa, assim como algumas recomendações:

O armazenamento de resíduos mercuriais deve ser feito sempre em

frascos fechados, adicionando-se água até cobrir a massa de amálgama

acumulada no frasco. Recipientes de aço podem ser aceitos para quantidades

maiores (são utilizados na comercialização de quantidades grandes de

mercúrio); o aço inoxidável, no entanto, não pode ser usado, pois o mercúrio

atacará o cromo e o níquel contido nesses aços. O armazenamento deve ser

feito em local seco, arejado, livre de temperaturas elevadas (longe dos fornos

ou estufas, por exemplo) e de riscos de choques (trânsito de pessoas ou

carrinhos).

Para transporte interno a embalagem plástica é suficiente. Para o

transporte rodoviário é recomendado que as embalagens plásticas de 500ml

sejam acondicionadas, em grupos de quatro frascos, em caixas de papelão ou

engradados de madeira, capazes de impedir a perfuração dos frascos durante

o transporte. Devem constar claramente na embalagem os símbolos de “Frágil”

e “Não Tombar”.

Para destinar de forma comprovada o mercúrio que é extraído dos

resíduos que recebe de clientes, a empresa responsável necessita possuir uma

Autorização especial do IBAMA para produzir e comercializar esse metal. O

mercúrio não é encaminhado a terceiros por doação ou para estocagem,

evitando-se assim o risco de um passivo ambiental para o próprio gerador do

resíduo.

Page 432: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

433 Mercúrio de amálgama dentária: disponibilização para o Meio Ambiente

Cássia Silene Lima Oliveira Classificação e normatização do resíduo

No Brasil os níveis de referencia para a contaminação com o mercúrio

são definidos pelas normas NBR10004- da Associação Brasileira de Normas

Técnicas – ABNT, e NR15- Norma Regulamentadora do Ministério do Trabalho.

A resolução Conama n° 283, de 12 de junho de 2001, sobre o Tratamento e a

Destinação Final dos Resíduos dos Serviços de Saúde, estabelece em seu Art.

13 que resíduos enquadrados como perigosos pela Norma 10004 (Grupo B do

Anexo I da referida Resolução) deverão ser submetidos a tratamento e

destinação final específicos. A Resolução SS-15, de 18 de janeiro de 1999, da

Secretaria de Estado da Saúde do Estado de São Paulo, aprova a Norma

Técnica Especial que estabelece Condições para Instalações e Funcionamento

de Estabelecimento de Assistência Odontológica e que dispõe em: Artigo 74 a

respeito dos restos mercuriais que deverão ser mantidos em recipiente rígido,

vedado por tampa rosqueável, contendo água em seu interior; e Artigo 75 que

diz que os resíduos mercuriais devem ser enviados para usinas de reciclagem,

visto que sua destinação final comum pode causar contaminações ao meio

ambiente (APLIQUIM, 2003).

Descrição processo de reciclagem-resíduos de amálgama

O Departamento de Odontologia Restauradora, FORP-USP, realizou um

trabalho onde o objetivo é apresentar um sistema de reciclagem do mercúrio

presente nos resíduos de amálgama, evitando, com isso, a contaminação do

meio ambiente. Para tanto, utilizou-se “a destilação à vácuo dos resíduos de

amálgama. Tais resíduos eram colocados em um frasco de kijdal conectado à

porção superior de um kitassato contendo água destilada e deionizada , o qual

conectava-se a um segundo kitassato contendo ácido nítrico. Este, por sua

vez, conectava-se à uma bomba de vácuo. Aquecia-se o amálgama colocado

no frasco de kejdal e coletava-se o mercúrio condensado no primeiro kitassato.

Os vapores do mercúrio que não se condensavam no primeiro kitassato,

reagiam com o ácido nítrico do segundo kitassato. Pode-se concluir que o

processo de reciclagem do mercúrio dos resíduos de amálgama é eficaz,

evitando-se a maior contaminação do meio ambiente” (PÉCORA e SOUZA e

MARCHESAN et al., 1998).

Page 433: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

434 Mercúrio de amálgama dentária: disponibilização para o Meio Ambiente

Cássia Silene Lima Oliveira

ASPECTOS LEGAIS

No ano de 1989, o Governo Federal brasileiro adotou algumas medidas

visando minimizar as exposições ambiental e ocupacional. Foram então

assinados os Decretos n° 9.507/1989, instituindo o licenciamento das

atividades extrativas de ouro junto a órgão ambiental competente, para que os

processos utilizados pudessem ser analisados e fiscalizados, e o n°

97.634/1989, por meio do qual se criou o cadastro de importadores, produtores

e comerciantes de mercúrio metálico, controlado pelo órgão federal do meio

ambiente, e que tem como função fiscalizar a entrada, distribuição e usos do

mercúrio no país, além da Portaria do IBAMA (Instituto Nacional do Meio

Ambiente e dos Recursos Renováveis) determinando o uso obrigatório da

retorta para a queima do amálgama (BRASIL, 1989 a; BRASIL, 1989 b;

BRASIL-IBAMA). (NASCIMENTO e CHASIN, 2001).

O CONAMA - Conselho Nacional do meio Ambiente estabeleceu, para

águas de classe I, II e III, o limite de 0,0002mg/L de mercúrio e para águas

salina e salobras: 0,0001 mg/L (NASCIMENTO e CHASIN, 2001).

Na Portaria Normativa n° 434, de 09 de agosto de 1989. O presidente do

Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis -

IBAMA, no uso das atribuições que lhe são conferidas pela Lei 7.735 de 22 de

fevereiro de 1989, publicada no Diário Oficial da União e em atendimento ao

disposto no Art. 6° do Decreto n°97.634 de 10 de abril de 1989, resolve: Artigo

1°- Implantar o Sistema de Cadastramento e Notificação - SICAN, de pessoas

físicas e jurídicas que importem, produzam e comercializem a substancia

mercúrio metálico; “Artigo 3° - As pessoas físicas e jurídicas enquadradas no

Decreto acima, deverão requerer seu cadastramento através da

correspondência dirigida à Diretoria de Controle e Fiscalização do IBAMA;

Artigo 5°,§ 1° - A importação e a produção de até 10 (dez) KgHg estão isentas

de recolhimento; § 2 °A comercialização de qualquer quantidade e a

importação e a produção de quantidades superiores a 10 (dez) KgHg, sofrerá a

incidência da contribuição de registro calculada mediante a aplicação da

fórmula indicada no “caput” deste artigo” (MINISTÉRIO DO INTERIOR, 2003).

Page 434: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

435 Mercúrio de amálgama dentária: disponibilização para o Meio Ambiente

Cássia Silene Lima Oliveira

PROPOSTA

A vigilância sanitária ficaria encarregada de efetuar discussões,

incentivos e alimentar parcerias no intuito de iniciar ações de redução da

geração dos resíduos de amálgama, assim como a reciclagem e

reaproveitamento do mercúrio de não contato na rede pública na área

odontológica. A princípio poder-se-ia receber apoio e orientação técnica da

Universidade Federal, a qual seria convidada a participar inclusive em estágio

inicial como modelo, uma espécie de projeto piloto, para avaliação, através de

sua unidade de assistência odontológica universitária, para coleta e reutilização

do mercúrio recuperado e contribuindo através de conhecimento nas

tecnologias limpas atuais existentes, desenvolvidas no Departamento de

Engenharia Ambiental da Escola Politécnica da Bahia com apoio da Faculdade

de Química. Em outro estágio haveria a ampliação e abrangência do projeto

para outros sistemas públicos e finalmente para os consultórios particulares. A

Associação de Odontologia da Bahia pode atuar como suporte educacional e

informativo colocando em prática plano de redução de resíduos de amálgama

através de divulgação de fatores minimizadores do desperdício como melhores

técnicas profissionais e qualidade de material, para a execução das

restaurações de amálgama.

Os personagens propostos e envolvidos incluem: Associação Brasileira

de Odontologia, Universidade Federal da Bahia, Sindicatos, consultórios

particulares e públicos, Prefeitura municipal de Salvador/ Secretaria Municipal

de Saúde através da Vigilância Sanitária e Ambiental, Órgão Ambiental

Estadual- CRA- Centro de Recursos Ambientais, DIVISA-Divisão de Vigilância

Sanitária, Limpurb. Buscando entre estes, aqueles que deverão ser órgãos

executores e órgãos de apoio. Como executores, salientam-se os órgãos de

ordem municipal com parceria efetiva da Vigilância de ordem estadual, que

receberam apoio através de parceria com outros órgãos, para coleta,

transporte, reciclagem e reutilização, alimentando a rede pública, com novos

estoque de mercúrio e reduzindo a carga poluidora no meio ambiente.

Page 435: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

436 Mercúrio de amálgama dentária: disponibilização para o Meio Ambiente

Cássia Silene Lima Oliveira RECOMENDAÇÕES E CONCLUSÃO

O amálgama dentário deverá ser tratado como contaminante do meio

por conter em sua composição substância perigosa, mercúrio, considerado

como resíduo perigoso; promover controle na produção, distribuição e no uso

do produto por conter mercúrio em sua composição; promover o

desenvolvimento de tecnologias limpas como suporte técnico na recuperação

do mercúrio em resíduos; promover recursos tecnológicos para a recuperação

do mercúrio em resíduos de amálgama dentário, facilitando e incentivando a

coleta orientada em períodos estabelecidos e rigorosos; buscar parcerias para

a promoção dos serviços de reciclagem, subsidiando a recuperação do

mercúrio e/ou outros metais do amálgama dentário.

Incentivar primeiramente, a coleta e recuperação do mercúrio residual do

processo do amálgama, e posteriormente promover o controle dos descartes

dos resíduos perigosos do amálgama dentário; buscar meios de exigência de

apresentação de documento que comprove a colaboração do profissional na

coleta e recuperação do mercúrio dos resíduos de amálgama, quando este for

requisitado em licenciamento e sempre que possível em atos de fiscalização;

buscar integração com órgãos ambientais, na tentativa de se encontrar

soluções, parcerias e anuência para o controle do transporte, armazenamento

e descarte do mercúrio; respeitar as normas de biossegurança , garantindo a

saúde do ambiente de trabalho, reduzindo também os riscos para o meio

ambiente.

Desenvolver e aplicar programas educativos e informativos, para: o

profissional desde sua formação, promovendo disciplina específica no intuito de

solidificar fundamentos ambientais; o assistente, promovendo seu treinamento

e seu conhecimento para a manipulação correta do mercúrio do amálgama; a

população, promovendo o conhecimento dos riscos ambientais do uso

inadequado do mercúrio, dando opção para livre escolha por outro material

restaurador; incentivar os planos assistências de saúde odontológica, para o

aumento da oferta de outros materiais restauradores.

Promover a prática de uso de EPIs e a higiene individual, inclusive

incentivo através de infra estrutura para a higiene do trabalhador em seu local

Page 436: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

437 Mercúrio de amálgama dentária: disponibilização para o Meio Ambiente

Cássia Silene Lima Oliveira de trabalho e meios adequados para a higienização dos equipamentos que

entram em contato com o mercúrio no processo de trabalho.

Promover a prática do controle periódico dos níveis de mercúrio no

sangue e na urina; assim como controlar as concentrações de mercúrio no

ambiente de trabalho por sistema descrito neste trabalho e promover estudo de

procedimentos nestes ambientes; sugerir para órgão licenciador do uso do

mercúrio a exigência do controle da venda de mercúrio em lojas de material

dentário somente para odontólogos devidamente identificados, evitando a

venda indiscriminada e posterior revenda.

Diante dos aspectos levantados neste presente trabalho, a reflexão das

vantagens e dos riscos decorrentes do uso do amálgama que contém a

substância considerada perigosa, o mercúrio, se faz mais que necessária. A

atualidade demonstra um quadro de desinteresse por alguns, tentativa de

convencimento por poucos, e desinformação de muitos, tudo isto aliado a

carência tecnológica e organizacional de nossa realidade. A compra dessa

substância é livre para qualquer cidadão, principalmente aos oportunistas com

interesses desconhecidos, assim como a atual situação de coleta eventual e

clandestina detectada com destino e procedimento também desconhecidos, a

manipulação é em sua maioria realizada por indivíduos sem conhecimento dos

riscos ou que subestimam os danos do uso inadequado, assim como é

subestimado o fato de que um simples defeito nos aparelhos usados na

trituração do amálgama ser capaz de causar grande risco ocupacional como

consequentemente ambiental. Até mesmo a busca por estudos mais

específicos são escassos, mesmo diante de tanta necessidade de controle e

informação ambiental. O fato que se salienta e pode-se concluir é a real

situação de risco, mesmo que a maior parte da literatura afirme ser menor

comparando-se a outras fontes, mas que pode ser minimizado, a partir das

observações no processo produtivo e identificação de inadequados

procedimentos profissionais e nos materiais que ofereçam melhores resultados,

assim como incorporar nas rotinas de trabalho a preocupação com o destino

dos resíduos, amparado em recursos humanos e tecnológicos adequados

como suporte, otimizando e criando gerenciamento, sendo assim, passo

desencadeador de procedimentos adequados para outros geradores,

Page 437: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

438 Mercúrio de amálgama dentária: disponibilização para o Meio Ambiente

Cássia Silene Lima Oliveira originando em benefícios ao meio ambiente e, portanto, à saúde humana, pois

o progresso se constitui não só de crescimento, mas também de

amadurecimento através da compreensão de um meio saudável gerado a partir

da ausência de ameaças de qualquer natureza ou fonte.

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Page 442: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

NÚCLEO DE ESTUDOS DE SAÚDE COLETIVA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM VIGILÂNCIA AMBIENTAL EM SAÚDE

ESTRUTURAÇÃO DA VIGILÂNCIA AMBIENTAL, NO CONTEXTO DA VIGILÂNCIA À SAÚDE, DO ESTADO DA BAHIA

Maria Conceição Queiroz Oliveira Riccio

Adaptação da Monografia apresentada ao Núcleo de Estudos de Saúde Coletiva como pré-requisito para a obtenção do Titulo de Especialista em Vigilância Ambiental em Saúde - 2003 -

Page 443: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ
Page 444: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

RESUMO

O presente trabalho traz um breve relato a respeito da implementação

da política de vigilância ambiental em saúde proposta para o país, incluindo

aspectos da sua estruturação organizacional no âmbito da Secretaria Estadual

de Saúde do Estado da Bahia - SESAB, iniciada em 1999, no contexto da

vigilância à saúde. Aborda o caráter multiprofissional e interdisciplinar das

ações a serem desenvolvidas na área, quando observa-se a necessidade do

envolvimento de todos os setores e da sociedade civil no intuito de minimizar

os problemas no meio ambiente que venham a determinar, ou contribuir com o

agravamento da situação de saúde das pessoas. Propõe uma reestruturação

organizacional para o setor, na estrutura da Superintendência de Vigilância e

Proteção da Saúde, da SESAB, de modo a que este possa melhor consolidar

sua implementação, com ampliação do seu leque de ações, em consonância

com os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde - SUS, assim como

sendo também parte efetiva do Sistema Estadual de Administração dos

Recursos Ambientais – SEARA, como previsto na Lei Ambiental do Estado da

Bahia – lei nº 7799 de 07/02/2001 em seu Art. 4º inciso IV.

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Page 446: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

447

INTRODUÇÃO

A saúde, o ambiente e o desenvolvimento estão interligados. É

sabido que os fatores ambientais afetam – positiva ou negativamente – na

saúde humana. Por outro lado, a maioria dos problemas ambientais tem

causas múltiplas, podendo também vir a determinar efeitos múltiplos, e

multiplicadores. Assim, o desenvolvimento depende das ações de melhoria da

saúde e da redução de riscos ambientais.

A forma como tradicionalmente as estruturas de saúde estão

conformadas, ainda que reconheçam a interferência do ambiente nos quadros

de saúde, historicamente não incluem investimentos nesta área como forma de

intervenção positiva para o alcance dos objetivos do setor saúde, relativos ao

controle de agravos e melhoria da qualidade de vida das pessoas.

A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia, seguindo diretrizes definidas

pelo Ministério da Saúde, incluiu em 1999, em sua estrutura organizacional, as

ações de vigilância ambiental. Estas ações passaram a ser desenvolvidas pela

Diretoria de Vigilância Sanitária através da área específica de vigilância

ambiental, com competências definidas em Regimento. Para tal investiu no

processo de discussão contando com o envolvimento de vários setores

relacionados à questão ambiental, registrando a participação de 613

profissionais dos níveis estadual e municipais, de 261 municípios do Estado,

num total de 18 oficinas de discussão.

Page 447: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

448

No momento atual da Secretaria Estadual – hoje gestora plena do

Sistema Estadual – e após estes anos iniciais de implementação da vigilância

ambiental em saúde, cabe uma avaliação do nível de implementação das

ações na área, com vista a redirecionar, ou mesmo confirmar sua estrutura

organizacional.

Page 448: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

449

Justificativa

O presente trabalho busca fazer uma análise da política pública traçada

para a área de vigilância ambiental em saúde abordando a situação atual da

implantação desta no âmbito da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia e a

partir desta análise propor a reestruturação da mesma, no contexto da

Secretaria Estadual, devendo ser contemplada não só a estrutura

organizacional, como também levantar atividades e propostas de trabalhos de

modo a contribuir na consolidação e no avanço dessa área de atuação da

saúde.

Tal proposta justifica-se no momento em que a SESAB – Secretaria

Estadual de Saúde, ao ter-se habilitado na Gestão Plena do Sistema de Saúde,

vem discutindo internamente, objetivando conformar um novo desenho

organizacional de modo a melhor dar conta de seu novo papel enquanto gestor

pleno da Saúde no Estado com destaque para as ações de coordenação e de

apoio e assessoramento aos municípios.

Page 449: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

450

Metodologia

Trata-se de trabalho de natureza descritiva em que lançamos

mão de leitura e análise de documentos (relatório de gestão da

SUVISA e DIVISA; regimentos da Secretaria Estadual, dentre

outros), materiais institucionais, levantamento de legislações e

outros documentos normativos e de revisão bibliográfica

relacionada ao tema, além de observações feitas ao longo do

tempo em que fizemos parte da equipe que compôs o então

criado Departamento de Vigilância à Saúde, transformado em

1999 em Superintendência de Vigilância e Proteção à Saúde.

Page 450: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

451 ESTRUTURAÇÃO DA VIGILÂNCIA AMBIENTAL, NO CONTEXTO DA VIGILÂNCIA À SAÚDE, DO

ESTADO DA BAHIA Maria Conceição Queiroz Oliveira Riccio

SURGIMENTO, CONCEITUAÇÃO E BASES LEGAIS DA VIGILÂNCIA

AMBIENTAL EM SAÚDE

Com a realização da Conferência da ONU em 1972, quando abordou-se

questões sobre meio ambiente, tal assunto passou a fazer parte das

preocupações governamentais. É neste momento que parece evidenciar-se as

grandes diferenças entre países desenvolvidos e os não desenvolvidos com

preocupações específicas para a forma de uso racional ou não dos recursos

naturais e o trato com tecnologias limpas ou poluente pelos diversos países.

No quadro de saúde, observa-se em algumas áreas do mundo uma

transformação no perfil epidemiológico, quando nos países desenvolvidos

constata-se o surgimento de doenças relacionadas ao modo de vida e

produção de sua população, com predomínio de doenças crônico-

degenerativas, doenças cardiovasculares, dentre outras. Por outro lado

observa-se a concomitância de doenças ditas da pobreza, em convívio com

doenças “do desenvolvimento” em boa parte de outros países. Fica evidente a

influência da situação de produção e como conseqüência desta, a participação

do ambiente na determinação da situação de saúde.

Com a realização em 1992, da Conferência das Nações Unidas sobre o

Meio Ambiente e Desenvolvimento, no Rio de Janeiro, a “ECO-92", sistematiza-

se a preocupação com a saúde humana, ocupando os seres humanos o centro

das preocupações. Assim, a saúde humana é vista como conseqüente às

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452 ESTRUTURAÇÃO DA VIGILÂNCIA AMBIENTAL, NO CONTEXTO DA VIGILÂNCIA À SAÚDE, DO

ESTADO DA BAHIA Maria Conceição Queiroz Oliveira Riccio

questões ambientais e do desenvolvimento e almeja-se “garantir o direito a

uma vida saudável e produtiva em harmonia com a natureza”, para usufruto

das gerações atuais e futuras. No contexto internacional assegurou-se a

autonomia dos estados na promoção do desenvolvimento econômico, devendo

estes serem responsáveis por responderem “às necessidades de

desenvolvimento humano e ambientais das gerações presente e futuras”,

levando necessariamente a se pensar em desenvolvimento, sempre atrelado à

necessidade de proteção ambiental e da preservação da saúde.

A constatação de que os problemas ambientais determinam em maior ou

menor escala, danos à saúde, a preocupação conseqüente para com os

problemas ambientais, levou à priorização do atendimento às necessidades de

saúde da população como parte do propósito de se perseguir o

desenvolvimento sustentável.

A agenda elaborada na "ECO-92" com fins de se buscar alcançar o

desenvolvimento sustentável como preparação para se chegar em melhores

condições ambientais e de saúde no século XXI, definia como meta a redução

dos riscos de poluição, por meio do desenvolvimento de tecnologias

apropriadas para o controle desta. Definia ainda o controle do uso de

agrotóxicos, uso de tecnologias que visassem a eliminação de resíduos sólidos

e o desenvolvimento de programas de melhoria das condições de saúde das

populações específicas, e já identificava como principais problemas, dentre

outros, a deteriorização na qualidade da água, e a ampliação da camada de

ozônio com as conseqüentes repercussões na saúde humana.

No Brasil, a Vigilância Ambiental em Saúde começa a ser estruturada

como tal, a partir do Projeto VIGISUS, Projeto de Implementação da Vigilância

à Saúde, a ser coordenada pela então FUNASA , Fundação Nacional de

Saúde, projeto este financiado pelo Banco Mundial.

A Instrução Normativa nº 01 de 25/09/2001, da FUNASA / MS, vem a

regulamentar a criação de um Sistema Nacional de Vigilância Ambiental em

Saúde, definindo competências para os níveis federal, estaduais e municipais.

Page 452: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

453 ESTRUTURAÇÃO DA VIGILÂNCIA AMBIENTAL, NO CONTEXTO DA VIGILÂNCIA À SAÚDE, DO

ESTADO DA BAHIA Maria Conceição Queiroz Oliveira Riccio

Define-se como Vigilância Ambiental em Saúde (VAS), um conjunto de

ações e serviços a serem prestados por órgãos e entidades públicas e/ou

privadas, relativas à vigilância, visando o conhecimento e detecção de

qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes do meio

ambiente que interferem na saúde humana, com a finalidade de recomendar e

adotar as medidas de prevenção e controle dos fatores de risco e das doenças

ou agravos, de acordo com a Portaria nº 410/MS de 10/10/2000.

A Vigilância Ambiental em Saúde é instituída no Brasil no contexto da

vigilância à saúde, cujo conceito é o de um "conjunto de atividades voltadas

para a identificação, análise, monitorização, controle e prevenção dos

problemas de saúde de uma comunidade. A vigilância à saúde engloba as

ações coletivas de saúde, expandindo a possibilidade da utilização da

epidemiologia no planejamento, programação e avaliação dos serviços de

saúde, incluindo ainda outras áreas do conhecimento". (Textos de

Epidemiologia para Vigilância Ambiental, pág. 21, FUNASA).

A vigilância à saúde, pode portanto, ser definida "como um conjunto de

intervenções intersetoriais sobre problemas de saúde (danos, riscos e

determinantes) que merecem uma atenção continuada, sob a forma de

operações voltadas para os grupos populacionais no território". (Plandevisa -

1998). Os elementos a seguir são assim, características desse modelo de

atenção à saúde, e que portanto constituem-se em elementos próprios da

vigilância ambiental em saúde, inserida no contexto da vigilância à saúde:

• intervenção sobre problemas de saúde;

• problemas que requerem atenção e acompanhamento contínuos;

• adoção do conceito de risco;

• articulação entre ações promocionais, preventivas e curativas;

• atuação intersetorial;

• ação sobre território, e

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454 ESTRUTURAÇÃO DA VIGILÂNCIA AMBIENTAL, NO CONTEXTO DA VIGILÂNCIA À SAÚDE, DO

ESTADO DA BAHIA Maria Conceição Queiroz Oliveira Riccio

• intervenção sob a forma de operações, entendendo-se operações como

sendo o conjunto articulado de ações definidas para o enfrentamento

de um problema.

A vigilância à saúde, portanto, engloba ações de vigilância sanitária,

vigilância epidemiológica, vigilância à saúde do trabalhador e vigilância

ambiental, entendendo-se por cada uma delas, de acordo com o definido na

Lei Orgânica da Saúde – LOS, Lei 8080 de 19 de setembro de 1990:

- vigilância sanitária como "um conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir

ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes

do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de

serviços de interesse da saúde, abrangendo:

I - O controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se

relacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da

produção ao consumo;

II - O controle da prestação de serviços que se relacionem direta ou

indiretamente com a saúde".

- vigilância epidemiológica: "conjunto de ações que proporcionam

o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores

determinantes e condicionantes de saúde individual e coletiva. Tem por

finalidade recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das

doenças ou agravos".

- Vigilância da saúde o trabalhador: "conjunto de atividades que se destina,

através das ações de vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, à

promoção e proteção da saúde dos trabalhadores, assim como visa à

recuperação e reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos

e agravos advindos das condições de trabalho".

Podemos assim afirmar que estão dadas as bases legais para a

conformação de um Sistema Nacional de Vigilância Ambiental em Saúde.

Observe-se que a Lei 8080/90, em seu Art. 3º vem a sistematizar a vigilância

ambiental: "A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre

outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o

trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e

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455 ESTRUTURAÇÃO DA VIGILÂNCIA AMBIENTAL, NO CONTEXTO DA VIGILÂNCIA À SAÚDE, DO

ESTADO DA BAHIA Maria Conceição Queiroz Oliveira Riccio

serviços essenciais"; os estágios de saúde da população expressam a

organização social e econômica do país. Mais adiante, em seu art 6º, nos

incisos V,VIII e X, temos referência à inclusão, no campo de atuação do SUS,

da colaboração na proteção do meio ambiente, compreendido aí o ambiente

do trabalho; o monitoramento da qualidade, que inclui aspecto de segurança

sanitária dos alimentos, águas e bebidas para consumo humano, estando

previsto portanto o monitoramento de qualidade em decorrência de

possíveis/prováveis contaminações por uso de agrotóxicos no processo de

produção agrícola.

Já em seu art 7º, nos incisos II e X, a LOS refere-se à integralidade das

ações dos serviços preventivos e curativos e a integração das ações de saúde,

meio ambiente e saneamento básico.

Quanto à estruturação da área sob a forma de sistema hierarquizado e

descentralizado, os Arts. 15 a 19 da Lei 8080/90, versam sobre as atribuições

por nível de governo, devendo ser consideradas como atribuições da área, a

coordenação, acompanhamento, avaliação e divulgação do estágio de saúde

da população e das condições ambientais, além da competência relacionada à

organização e execução de sistema de informação e de desenvolvimento de

estudos e pesquisas na área.

O projeto VIGISUS (Projeto de Estruturação da Vigilância Ambiental em

Saúde) foi de fundamental importância para a estruturação da Vigilância

Ambiental no país. Vale ressaltar que, tanto a nível nacional como em alguns

estados, existiam nas estruturas das Secretarias de Saúde, áreas que

equivaleram a embriões primários de uma vigilância ambiental, ainda que a sua

atuação fosse bastante enfocada em questões relacionadas ao saneamento

básico, a exemplo da COSAN – Coordenação de Saneamento, existente na

estrutura organizacional da Secretaria Estadual da Saúde do Estado da Bahia

(SESAB) na década de 80, cuja ação estava mais direcionada ao

desenvolvimento de atividades relacionadas à produção e distribuição de

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456 ESTRUTURAÇÃO DA VIGILÂNCIA AMBIENTAL, NO CONTEXTO DA VIGILÂNCIA À SAÚDE, DO

ESTADO DA BAHIA Maria Conceição Queiroz Oliveira Riccio

soluções individuais de saneamento a populações identificadas

desenvolvimento de ações educativas relativas a saneamento básico.

Em fevereiro de 1999, é criada a nível nacional, a partir da publicação

da Portaria nº 125/FUNASA, a Coordenação Geral de Vigilância Ambiental em

Saúde, com competência de organizar, orientar, normalizar e coordenar o

Sistema Nacional de Vigilância Ambiental. Esta objetivaria a ampliação da

capacidade de detecção de situações de risco à saúde humana advindos de

fatores físicos, químicos e biológicos. As áreas previstas de trabalho estão

focadas na água, ar e solo e contemplam riscos biológicos, físicos e químicos,

que são inseridos desde as possibilidades de ocorrência de desastre naturais

e outras catástrofes, até controle de doenças transmitidas por vetores. Tal

identificação de riscos, visa a adoção de medidas preventivas em tempo hábil.

Já a Portaria Nº 1399/MS de 15/12/1999 vem a estabelecer

competências para as três instâncias políticas quanto à Gestão do Sistema

Nacional de Vigilância Epidemiológica e Ambiental em Saúde, que tem por

objetivo controlar e prevenir doenças e agravos de modo geral e em especial

aqueles que se relacionam a fatores ambientais. Assim, ações de controle da

qualidade de água de consumo humano, controle de vetores, hospedeiros e

reservatórios são definidos como objetos de trabalho da vigilância ambiental.

No ano 2000 dá-se a assinatura do Decreto Nº 3450 de 10 de maio de

2000 que, aprovando o estatuto da FUNASA, aprovou a criação da CGVAM –

Coordenação Geral de Vigilância Ambiental, sendo atribuída ao CENEPI –

Centro Nacional de Epidemiologia, a competência de gerir o Sistema Nacional

de Vigilância Ambiental.

A nível estadual, a Bahia, que já em sua estrutura organizacional dos

anos 80 contemplava uma área técnica preocupada com questões ambientais,

numa lógica muito restrita, voltada especificamente para as questões de

saneamento como referido anteriormente, passa a constituir-se como uma

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457 ESTRUTURAÇÃO DA VIGILÂNCIA AMBIENTAL, NO CONTEXTO DA VIGILÂNCIA À SAÚDE, DO

ESTADO DA BAHIA Maria Conceição Queiroz Oliveira Riccio

área de preocupação da Vigilância Sanitária, com a lógica de identificação e

controle de risco. A Divisão de Vigilância Sanitária do então Departamento de

Vigilância à Saúde – DEVISA – continha em sua estrutura, a Unidade de

Saneamento Básico – USB. Mais adiante, na reestruturação organizacional

ocorrida em 1999, a Vigilância à Saúde ganha “status” de Superintendência,

albergando diretorias voltadas para as áreas de vigilância epidemiológica,

vigilância e controle sanitário, saúde do trabalhador, através do Centro de

Estudos em Saúde do Trabalhador e, Laboratório Central de referência em

saúde pública; respectivamente: DIVEP, DIVISA, CESAT e LACEN.

A Diretoria de Vigilância e Controle Sanitário apresentava em sua

composição funcional, a Coordenação de Vigilância Ambiental, responsável na

época (1999 a 2002), por estruturar a área de vigilância ambiental no Estado.

Cabia regimentalmente a essa coordenação, as ações de coordenação e

sistematização na área, de acordo com o que se segue:

1 - promover os princípios constitucionais e de legislação em relação à

saúde e ao meio ambiente, considerando especialmente os princípios de

qualidade, universalização e integralidade;

2 - conhecer, detectar e prevenir quaisquer mudanças em fatores

determinantes e condicionantes do meio ambiente que possa interferir

negativamente na saúde;

3 - detectar e mapear os determinantes e condicionantes de agravos e

riscos, visando a prevenção e a promoção da saúde;

4 - constituir e revisar, sistematicamente, indicadores de vigilância

ambiental, objetivando manter a efetividade de normas de procedimentos;

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458 ESTRUTURAÇÃO DA VIGILÂNCIA AMBIENTAL, NO CONTEXTO DA VIGILÂNCIA À SAÚDE, DO

ESTADO DA BAHIA Maria Conceição Queiroz Oliveira Riccio

5 - recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das

doenças e agravos decorrentes das condições adversas do meio ambiente;

6 - desenvolver um sistema de informações de vigilância ambiental;

7 - desenvolver estratégias para compatibilização dos sistemas de

informação das áreas de saúde, saneamento e meio ambiente, subsidiando as

políticas geradas por estes setores;

8 - contribuir para o desenvolvimento de políticas de ações intersetoriais

entre órgãos do governo e de maior integração intra-setorial das diversas

instituições que compõem o setor saúde;

9 - participar das instâncias de governo junto a Conselho e Câmaras

Técnicas com a função de encaminhar as propostas do setor para o

desenvolvimento sustentável;

10 - participar conjuntamente com os demais órgãos e entidades do

governo federal, estadual e municipais da análise e aprovação de projetos de

localização e operação de atividades produtivas, visando evitar impactos

negativos na saúde da população;

11 - elaborar, coordenar, supervisionar e monitorar a execução das

ações para controle ou eliminação de agravos à saúde decorrente das

condições adversas, em cooperação técnica com os municípios;

12 - articular-se com a Diretoria de Informação e Comunicação em

Saúde na produção, armazenamento e difusão de saberes temáticos

consolidando a acumulação e veiculação de conhecimento na área ambiental.

(Decreto Nº 7546 de 24 de março de 1999)

A partir de aprovação do Decreto 8.392 de 12 de dezembro de 2002 que

altera a estrutura organizacional e o regimento da SESAB, as ações de

Page 458: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

459 ESTRUTURAÇÃO DA VIGILÂNCIA AMBIENTAL, NO CONTEXTO DA VIGILÂNCIA À SAÚDE, DO

ESTADO DA BAHIA Maria Conceição Queiroz Oliveira Riccio

vigilância ambiental, no que se refere as ações de pertinências da Diretoria de

Vigilância e Controle Sanitário, passaram a ser exercidas através da

Coordenação de Suporte Estratégico e da Coordenação de Vigilância Sanitária

e Ambiental.

Salienta-se a inclusão de competências, tais como o de "incrementar e

manter Comissão Técnica de Garantia Ambiental articulada permanente com

os órgãos executores do sistema Estadual de Administração dos recursos

Ambientais" e as de "propor normas para as ações sanitárias e ambientais em

sua esfera de competência".

"Realizar a avaliação de riscos e agravos potenciais à saúde da

população, visando subsidiar as ações de vigilância sanitária e ambiental" e

"sistematizar estudos e pesquisas que respaldem técnica e cientificamente a

vigilância sanitária e ambiental". (Decreto Nº 8.392 de 12 de dezembro de

2002).

O processo produtivo caracterizado pela incorporação de tecnologias

diversas, incrementadas com a industrialização, associada ao processo de

urbanização decorrente da primeira, determinaram forte impacto no meio-

ambiente, entendido aqui como tudo o que envolve e condiciona o homem,

constituindo-se no seu mundo e dando a este o suporte material para o

desenvolvimento da vida biológica e social.

Os processos anteriormente referidos determinaram alteração

considerável no perfil epidemiológico das cidades, ocasionado a convivência de

padrões epidemiológicos próprios dos países desenvolvidos com padrões

típicos do subdesenvolvimento, em nosso país.

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460 ESTRUTURAÇÃO DA VIGILÂNCIA AMBIENTAL, NO CONTEXTO DA VIGILÂNCIA À SAÚDE, DO

ESTADO DA BAHIA Maria Conceição Queiroz Oliveira Riccio

ANÁLISE DA SITUAÇÃO SÓCIO-SANITÁRIA DO ESTADO da produção econômica

Do ponto de vista da produção, de acordo com dados apresentados em

publicação específica da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais

da Bahia (Série de Estudos e Pesquisas, nº 31 de dez 1996), o estado baiano

ocupava no ano de referência a 6ª economia do país, representando o seu PIB

– Produto Interno Bruto – 4,7% do país e 33% em relação à Região Nordeste,

sendo que 47,0% correspondem ao setor terciário e 33,1% ao setor

secundário.

Com referência ao setor primário, a agricultura representa 50,24% e no

setor secundário a indústria química representa ainda, em torno de 50% do

setor, seguida da metalúrgica com 10% da produção.

Observe-se que apesar disto a Bahia ainda é o 20º estado do país no

ranking nacional de IDH, apresentando uma expectativa de vida ao nascer de

67,7 anos para o ano 2000, abaixo da média nacional.

Hoje a Bahia, nos seu 564.692,67 km2, que classifica como o 5º maior

estado da Federação, apresenta grandes pólos de desenvolvimento,

representados pelos pólos fruticultor, produtor de grãos, de celulose e

industrial, este último com concentração no setor químico e calçadista.

O pólo de produção de grãos , cuja concentração situa-se no oeste da

Bahia, contempla além da produção da soja, a produção de milho e feijão.

Quanto a área agrícola, são ainda representativas, as produções de mamoma,

sisal, fumo, além da produção de algodão, sendo significativo o seu cultivo na

Região do Recôncavo e do Paraguaçu e no município de Guanambi, em

particular para a última cultura.referida.

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461 ESTRUTURAÇÃO DA VIGILÂNCIA AMBIENTAL, NO CONTEXTO DA VIGILÂNCIA À SAÚDE, DO

ESTADO DA BAHIA Maria Conceição Queiroz Oliveira Riccio

Na Região Norte do Estado, com concentração na área de Juazeiro,

temos destaque para a fruticultura, baseada no cultivo para exportação, de

frutas em padrões tecnológicos modernos, em larga escala, com base na

agricultura irrigada. Os destaques vão para a produção de manga, melão, uva,

mamão, laranja e banana, envolvendo outras áreas do Estado, a exemplo de

Itamaraju, Canavieiras, Camacã, Rio Real, além de tantos outros municípios.

Quanto à horticultura, o grande centro produtor do Estado situa-se no

sudoeste da Bahia, com destaque para Jaguaquara.

Em todas essas culturas o uso de insumos agrícolas é prática incorporada

pelos produtores, em maior ou menor grau.

Chama a atenção as pequenas produções disseminadas pelo Estado,

cujo acesso aos agrotóxicos se dá de forma quase sem controle, com

agravamento pelas condições de estocagem e aplicação de forma aleatória ,

sem qualquer observância às normas de segurança.

Quanto à atividade de mineração, embora o Estado não seja dos mais

importantes do país nesse setor, possui elevado potencial dada a diversidade

extrativa mineral para produção de pedras ornamentais, sobretudo mármore e

granito, a partir de, na maioria, empresas de pequeno porte, para extração em

bloco.

Mineração de urânio, magnesita e talco são também destaque, além de

persistência de exploração de pedras preciosas, a exemplo de esmeralda,

ametista e diamante em áreas da Chapada, cuja atividade determina grandes

impactos ambientais, com potenciais elevados de produção de agravos à

saúde humana.

Page 461: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

462 ESTRUTURAÇÃO DA VIGILÂNCIA AMBIENTAL, NO CONTEXTO DA VIGILÂNCIA À SAÚDE, DO

ESTADO DA BAHIA Maria Conceição Queiroz Oliveira Riccio

Quanto ao setor industrial, com base na indústria de bens intermediários,

destacam-se os pólos do CIA, Complexo Petroquímico de Camaçari e de

metalurgia do cobre.

A atividade industrial na Bahia está basicamente concentrada na Região

Metropolitana de Salvador - RMS, com presença de áreas industriais de

significância bem menor em Ilhéus, Itapetinga e adjacências, onde situam-se

sobretudo indústrias de laticínios. É crescente também a importância do setor

de produção de calçados, que incorporou-se mais recentemente ao parque

industrial naquela área.

Vem consolidando-se no Estado, na área do extremo sul, o ramo de

produção de celulose, que traz a preocupação da monocultura na região, com

possíveis grandes impactos ambientais. A produção de papel e incremento à

produção de móveis, situa este setor na quarta posição no setor industrial.

Mais recentemente deu-se a inserção da indústria automotiva no Estado,

na área da RMS, que tem atraído o surgimento de grande número de empresas

relacionadas.

Este quadro descrito é responsável pelo crecsimento do Setor Terciário,

como também é responsável pelo registro de uma série de doenças

ocupacionais, tais como disacusias, Lesão Por Esforço Repetitivo / Doença

Osteomuscular Relacionada ao Trabalho - LER / DORT, pneumocorioses,

dentre outros.

A composição do setor produtivo concentrado em determinadas regiões

do Estado, diferentemente de outras unidades federais onde registram-se pólos

produtivos dispersos pelo território onde encontra-se significativo número de

cidades de médio porte, tem contribuído para que ocorra concentração de

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463 ESTRUTURAÇÃO DA VIGILÂNCIA AMBIENTAL, NO CONTEXTO DA VIGILÂNCIA À SAÚDE, DO

ESTADO DA BAHIA Maria Conceição Queiroz Oliveira Riccio

população em áreas especificadas, particular na Região Metropolitana de

Salvador - RMS.

Esta situação traz grandes conseqüências decorrentes do processo

desordenado de urbanização, com repercussão necessariamente na situação

de saúde dessas populações, que associada a não estruturação adequada do

setor saúde, sobretudo no que se refere a atenção primária, provoca o

agravamento da situação.

da situação de saúde

Quanto aos indicadores de saúde observa-se que a ocorrência de

doenças cardiovasculares responde pela segunda causa de óbito no Estado (a

primeira causa é "sinais e sintomas mal definidos", que evidencia naturalmente

deficiências no sistema de saúde estadual). Seguem-se às doenças

cardiovasculares, os agravos decorrentes de causas externas e doenças

crônico-degenerativas, sendo de importância as neoplasias e a persistência de

doenças decorrente de fatores de riscos biológicos relacionadas a questões

ambientais, a exemplo de dengue, esquistossomose e leishmanioses e

doenças diarréicas como de grande ocorrências, sendo a qualidade da água de

consumo humano o principal fator responsável por estas últimas.

Na Bahia, de acordo com os conteúdos do Relatório de

Gestão/SESAB/2003, não há registro de caso de cólera desde o ano de 2001,

inclusive desde então, não é registrada a presença do Vibrião colérico nas

amostras de água processadas pela EMBASA (Empresa Baiana de

Saneamento) em seu programa de controle, que contempla análise para

pesquisa do agente causador da cólera em esgotos e mananciais. Contudo a

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464 ESTRUTURAÇÃO DA VIGILÂNCIA AMBIENTAL, NO CONTEXTO DA VIGILÂNCIA À SAÚDE, DO

ESTADO DA BAHIA Maria Conceição Queiroz Oliveira Riccio

ocorrência recente de casos em Pernambuco determinam a necessidade de

redobrar a vigilância em nosso Estado. Para tanto o monitoramento das

diarréias agudas, de modo constante e eficaz é imprescindível para o controle

da cólera. Para tanto a estreita parceria entre as áreas de vigilância sanitária e

epidemiológica, intermediada pela vigilância ambiental, é de fundamental

importância.

Salienta-se que, em 1999 a Bahia registrou 688 óbitos no grupo de

causas de “algumas doenças infecciosas intestinais”.

Com relação a agravos que guardam relação com o meio ambiente, seja

pela disposição de resíduos, seja decorrente de outros fatores que advem de

algum tipo de intervenção do homem no ambiente determinando seu

desequilíbrio, temos que a Bahia vem registrando casos de Leishmaniose

Tegumentar Americana, sobretudo em áreas da Mata Atlântica, da Chapada

Diamantina, além das regiões sudoeste e leste do Estado. Em 2003, dados

referentes a notificação até outubro, registram 1.926 casos, que corresponde a

um coeficiente de incidência de 14,3 / 100.000 hab.); em 2002, de janeiro a

dezembro ocorreram 2.199 casos (Coef. Inc. de 16,3 / 100.000 hab.). Quanto

ao Calazar, registrou-se 407 casos de janeiro a outubro de 2003 (3,0 / 100.000

hab.) contra 354 casos nos doze meses de 2002 (2,6 / 100.000 hab.).

Quanto a Malária, a Bahia registrou até outubro de 2003, 93 casos,

sendo que destes 68 foram autóctones. Esquistossomose também constitui-se

em agravo de importância na Bahia quando 176 dos 417 municípios são

considerados endêmicos.

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465 ESTRUTURAÇÃO DA VIGILÂNCIA AMBIENTAL, NO CONTEXTO DA VIGILÂNCIA À SAÚDE, DO

ESTADO DA BAHIA Maria Conceição Queiroz Oliveira Riccio

A Doença de Chagas ainda constitui-se num problema de importância no

nosso Estado: em 2003 registrou-se 535 casos (dados colhidos até

18/12/2003), com um registro de 400 óbitos anuais em média.

Quanto ao dengue, observa-se que as ações realizadas tem contribuído

para a redução da doença no Estado, que ainda registrou em 2002, 79.644

casos, sendo que vem se observando um aumento da ocorrência de formas

graves, ainda que em 2003 tenha-se registrado menos casos no número total

que em 2002. Registra-se que até outubro de 2003, 408 (98%) dos municípios

baianos estavam infestados pelo Aedes aegypti. Problemas como

irregularidade do abastecimento de água e acúmulo de lixo, têm contribuição

importante na persistência dos índices de infestação predial.

Registra-se ainda casos de Leptospirose, com Coef. de Incidência de 1,1

/ 100.000 hab. no estado, com maior ocorrência dos casos na capital.

Quanto a agravos decorrentes de outros fatores, ainda que pese a sub

notificação de casos, o número de atendimento registrados no Centro de

Informação Anti Veneno (CIAVE) no ano de 1999, segundo registros

constantes do “Anuário Estatístico, Informações de Saúde, Bahia – 2000”

(publicação da Diretoria de Informação e Comunicação em Saúde da SESAB),

apontam para a gravidade da situação referente a casos de intoxicação por

agrotóxicos e por pesticidas domésticos e raticidas e por domissanitários, que

significaram respectivamente 147, 642 e 265 casos.

Page 465: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

466 ESTRUTURAÇÃO DA VIGILÂNCIA AMBIENTAL, NO CONTEXTO DA VIGILÂNCIA À SAÚDE, DO

ESTADO DA BAHIA Maria Conceição Queiroz Oliveira Riccio

AVALIAÇÃO DA IMPLEMENTAÇÃO DA POLÍTICA DE VIGILÂNCIA

AMBIENTAL A PARTIR DA ANÁLISE DAS AÇÕES DESENVOLVIDAS

PELA VIGILÂNCIA AMBIENTAL EM SAÚDE NA SESAB

Embora ainda considere-se em fase de implantação, a área de vigilância

ambiental no Estado da Bahia já realizou atividades de importância na área,

com vistas a estruturação do Sistema no Estado.

Atividades de capacitação para formação de quadros, a exemplo de

realização de cursos básicos de vigilância ambiental em saúde - CBVA, que já

capacitou equipes dos níveis central, regionais e municipais, totalizando 480

técnicos treinados, dentre outros, são de relevância; realização de parcerias

com instituições formadoras, a exemplo da Universidade Federal da Bahia -

UFBA através do Centro de Tecnologias Limpas; do Centro Federal de

Educação Tecnológica da Bahia - CEFET e do Núcleo de Estudo de Saúde

Coletiva - NESC/UFRJ, para desenvolvimento de diagnósticos ambientais,

consultoria técnica para implementação da Vigilância Ambiental em Saúde -

VAS e para identificação de riscos à saúde humana decorrente de

contaminação ambiental, e para capacitação de técnicos, são algumas das

ações de suporte à implantação da Vigilância Ambiental no Estado;

participação dos trabalhos da CGVAM como piloto para implantação da

vigilância da qualidade da água, vigilância da qualidade do ar e para vigilância

da qualidade do solo; discussão e capacitação envolvendo instituições

relacionadas à questão de desastres naturais e acidentes com produtos

perigosos, para estruturação das ações de vigilância para a área, são algumas

das atividades já realizadas pelo setor, que demonstram que a implementação

das ações na área específica encontra-se em fase avançada, e pelo volume de

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467 ESTRUTURAÇÃO DA VIGILÂNCIA AMBIENTAL, NO CONTEXTO DA VIGILÂNCIA À SAÚDE, DO

ESTADO DA BAHIA Maria Conceição Queiroz Oliveira Riccio

atividades, apontam para a necessidade de revisão da estrutura organizacional

da área.

Destaque de importância é relativo ao investimento feito em

capacitação de recursos humanos. Observa-se que, de 1999 a 2003, 1692

técnicos foram treinados no Estado, nos cursos relatados a seguir:

- Curso Básico de Vigilância Ambiental em Saúde;

- Curso de vigilância e controle da qualidade da água para consumo

humano;

- Curso Básico de Vigilância Ambiental em Agrotóxicos;

- Treinamento em Sistema de Informação em vigilância da qualidade

da água;

- Seminário para avaliação da Portaria Nº 14769 / MS;

- Curso de avaliação e gerenciamento de riscos;

- Curso de vigilância epidemiológica dos efeitos adversos dos

agrotóxicos sobre a saúde humana;

- Curso de nivelamento para vigilância ambiental em saúde e

qualidade do ar;

- Curso Internacional para gerentes, sobre saúde, desastres e

desenvolvimento;

- Curso básico em Tecnologias Limpas;

- Curso de Especialização em Vigilância Ambiental em Saúde (em

conclusão).

Page 467: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

468 ESTRUTURAÇÃO DA VIGILÂNCIA AMBIENTAL, NO CONTEXTO DA VIGILÂNCIA À SAÚDE, DO

ESTADO DA BAHIA Maria Conceição Queiroz Oliveira Riccio

Com relação à

implantação dos Programas específicos estruturados pelo nível

federal, destaca-se na Bahia, o Programa de Vigilância da Qualidade da água

de consumo humano, quando o Estado foi identificado como um dos estados

pilotos para a implantação do SISÁGUA – Sistema informatizado de vigilância

da qualidade da água de consumo humano. Este contempla o cadastramento

de sistemas – formais ou de fontes alternativas - de abastecimento de água em

(fase final de implantação) e execução de atividades de controle da qualidade

da água de consumo humano, já incorporado à rotina dos serviços e já fazendo

parte efetiva de pactuação com municípios a partir da PPI – Programacão

Pactuada e Integrada; implantação de laboratórios para suporte às ações de

vigilância da qualidade da água para consumo humano (05 já implantados nas

Diretorias Regionais - DIRES - de Feira de Santana, Santo Antonio de Jesus,

Ilhéus, Brumado e Vitória da Conquista e mais 03 em implantação nas DIRES

de Alagoinhas, Serrinha e Itapetinga e outros 11 negociados).

Quanto ao SISÁGUA, têm-se registrado algumas dificuldades na

alimentação do Sistema por questões operacionais, contudo na região

metropolitana os municípios de Salvador, Lauro de Freitas e Vera Cruz o vem

alimentando regularmente e os demais municípios da área, de forma irregular,

dado inclusive as dificuldades em compatibilizar dados fornecidos pela principal

concessionária de abastecimento de água, referente resultados de análise

realizadas pela empresa, para o controle da qualidade da água distribuída pela

empresa.

Page 468: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

469 ESTRUTURAÇÃO DA VIGILÂNCIA AMBIENTAL, NO CONTEXTO DA VIGILÂNCIA À SAÚDE, DO

ESTADO DA BAHIA Maria Conceição Queiroz Oliveira Riccio

Vale salientar que ações de vigilância ambiental em saúde fazem parte

do elenco de ações de vigilância à saúde pactuadas com municípios na PPI.

Observa-se que desde 1999 o Estado realização a Pactuação Integrada das

ações básicas contemplando ações de vigilância à saúde.

Para 2004, dos 417 municípios do Estado, 376 municípios pactuaram

ações de vigilância ambiental.

Em 2003, realizou-se 2.196 análises, de vigilância, em amostras de

água dos Sistemas de abastecimento. No ano 2004 já temos registro no

SISÁGUA, de 619 análises realizadas.

Quanto a vigilância da qualidade do ar, estão em andamento estudos

na área de influência do Pólo Petroquímico de Camaçari, como um dos pilotos

definidos pela Coordenação Nacional – CGVAM – para fins de subsidiar a

estruturação da área específica no país. Para tanto na instância estadual, a

DIVISA tem envolvido, além das áreas pertinentes do setor saúde do município

em questão, o CRA – Centro de Recursos Ambientais da Secretaria do Meio

Ambiente e Recursos Hídricos do Estado, que para a execução de sua

atribuição como órgão fiscalizador na área ambiental, acompanha o

monitoramento da qualidade do ar na Região, através das análises realizadas

pela Empresa de Proteção Ambiental. - CETREL

Quanto à vigilância dos desastres naturais e com produtos perigosos, o

Estado, através da DIVISA também constitui-se em um dos pilotos identificados

Page 469: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

470 ESTRUTURAÇÃO DA VIGILÂNCIA AMBIENTAL, NO CONTEXTO DA VIGILÂNCIA À SAÚDE, DO

ESTADO DA BAHIA Maria Conceição Queiroz Oliveira Riccio

a nível nacional para a estruturação deste Subsetor da vigilância ambiental.

Destaca-se nesta área os investimentos que estão sendo feitos em capacitação

de recursos humanos e o envolvimento, além do CRA, das áreas de defesa

civil, através da CORDEC, coordenação estadual para as ações na área, e da

inclusão da Polícia Rodoviária Estadual. O envolvimento do SAMU – Serviço

de Assistência Móvel às Urgências – no processo é um ponto de relevância no

processo de integração entre as ações de vigilância à saúde e as ações

assistenciais.

Na sub área de vigilância da qualidade do solo, a Bahia também se

constitui num dos campos identificados para a realização de estudo piloto,

tendo inclusive se destacado no cenário nacional, quando, a partir de estudos

realizados no município identificado, Santo Amaro da Purificação, situado no

recôncavo baiano, estão sendo definidos os protocolos que servirão de

referência para as ações a serem desencadeadas no setor saúde, quer seja na

área de vigilância, quanto no que se refere à assistência específica à saúde na

perspectiva da atenção integral à saúde, quando de agravos determinados em

decorrência de contaminação de solo.

O caso Santo Amaro decorreu da contaminação ambiental por metais

pesados (chumbo em especial, cádmio, cobre, mercúrio, arsênico, dentre

outros de menor importância) por conta de funcionamento da empresa

produtora de lingotes de chumbo, que por 33 (trinta e três) anos funcionou sem

os devidos controles para mitigação de impactos ambientais, situação

agravada do ponto de vista de comprometimento da saúde humana pelo fato

da escória da empresa ter sido utilizada no calçamento de grande parte das

ruas do entorno da fábrica.

Page 470: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

471 ESTRUTURAÇÃO DA VIGILÂNCIA AMBIENTAL, NO CONTEXTO DA VIGILÂNCIA À SAÚDE, DO

ESTADO DA BAHIA Maria Conceição Queiroz Oliveira Riccio

De acordo com o relatório da “Avaliação de risco à saúde humana por

metais pesados em Santo Amaro da Purificação, Bahia, 2003” realizado por

equipe de especialistas coordenada pela Ambios Engenharia e Processos

LTDA, por encomenda da CGVAM / MS, a empresa em questão, produziu e

depositou, de acordo com Anjos, 1998, 490.000 toneladas de escória

contaminada com metais pesados. Segundo o mesmo relatório, a própria

empresa admitiu ter lançado, entre 1960 a 1977, 400 toneladas de cádmio no

meio ambiente, através emissões gasosas e ao longo dos seus 33 anos de

funcionamento, 1152 toneladas de SO2 mensais. Embora a quantidade de

metais pesados liberados para o Rio Subaé seja imprecisa, segundo dados

citados por Carvalho et at. (1989) constante do referido relatório, a empresa

despejou no rio, 250 toneladas de cádmio nos seus primeiros 20 anos de

atividade.

Através da DIVISA, que coordena no Estado as ações de vigilância

ambiental, e do CESAT, a SESAB participa do Projeto Nascente do Paraguaçu,

Projeto coordenado pelo CRA, financiado pelo Ministério do Meio Ambiente

com recursos do Banco Mundial. As atividades da vigilância ambiental no

Projeto, dizem respeito ao diagnóstico dos “usuários da água, do perfil de uso

de agrotóxicos e fertilizantes sintéticos e das condições de uso da água para

consumo humano” em 12 (doze) municípios da calha principal do Paraguaçu.

O projeto contempla ainda capacitação dos “atores locais” em vigilância

ambiental, em agrotóxicos.

Numa parceria com a Secretaria do Meio Ambiente do Estado, a

vigilância ambiental em saúde vem implementando ações de educação

sanitária e ambiental em 40 (quarenta) municípios identificados, visando a

elevação da qualidade de vida da população.

Page 471: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

472 ESTRUTURAÇÃO DA VIGILÂNCIA AMBIENTAL, NO CONTEXTO DA VIGILÂNCIA À SAÚDE, DO

ESTADO DA BAHIA Maria Conceição Queiroz Oliveira Riccio

Esta atividade congrega a participação de Técnicos de todas as

diretorias que compõem a Superintendência de Vigilância e Proteção da

Saúde.

Os trabalhos coordenados pela área da saúde através da vigilância

ambiental, tendo a CGVAM / MS e a DIVISA / SESAB como coordenadores,

tem provocado o envolvimento de diversas áreas, não só da esfera municipal,

como – e sobretudo – do nível estadual, tais como: Secretaria de Meio

Ambiente e Recursos Hídricos e do seu Centro de Recursos Ambientais (CRA);

Secretaria de Educação; Secretaria de Cultura e Turismo; Secretaria do

Trabalho e Ação Social; Secretaria de Combate à Pobreza e às Desigualdades

Sociais e da Secretaria de Ciência e Tecnologia e Inovação. Participam ainda a

Universidade Federal da Bahia e a Fiocruz/Ba, além de representantes da

comunidade, através da Associação das Vítimas da Contaminação por

Contaminação de Chumbo, Cádmio e outros Metais (AVICCA).

Está em vias de ser criado através de Decreto do Governo Estadual, o

“Programa Purificação de Santo Amaro, cujo Plano foi discutido e elaborado

pelas instâncias envolvidas, devendo ser coordenado pela Secretaria de

Ciência, Tecnologia e Inovação e que tem por objetivo a recuperação ambiental

mediante ações programáticas de desenvolvimento sócio-econômico e

ambiental e que tem por objetivo a recuperação ambiental mediante ações

programáticas de desenvolvimento sócio-econômico e ambiental no município

de Santo Amaro da Purificação, devendo o Conselho Estadual de Meio

Ambiente – CEPRAM, cuja composição inclui, além das Secretarias de Meio

Ambiente e Recursos Hídricos, Secretaria da Saúde, Secretaria da Agricultura,

Secretaria da Infra-estrutura e da Secretaria de Indústria e Comércio, cinco

ONG’s (Organização não Governamental) com atuação na área ambiental,

além de cinco outras representações da sociedade civil organizada, como

instituição encarregada de acompanhar as ações para a execução do

Programa.

Page 472: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

473 ESTRUTURAÇÃO DA VIGILÂNCIA AMBIENTAL, NO CONTEXTO DA VIGILÂNCIA À SAÚDE, DO

ESTADO DA BAHIA Maria Conceição Queiroz Oliveira Riccio

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A avaliação da implantação e desenvolvimento das atividades de

vigilância ambiental na Bahia através da Secretaria Estadual de Saúde, indica

que a mesma vem no caminho do cumprimento da sua missão, que em última

análise é a de contribuir na melhoria da qualidade de vida da população

residente no Estado e aponta para a necessidade de maior investimento e

estruturação na área específica, a partir da identificação de inúmeros e graves

problemas identificados no ambiente, com repercussão evidenciada, ou

potencial para a saúde humana.

A partir da observação de que a SUVISA tem em sua estrutura as

Diretorias de Vigilância Sanitária - DIVISA, na qual a vigilância ambiental está

regimentalmente inserida; Diretoria de Vigilância Epidemiológica - DIVEP- que

também executa ações de vigilância ambiental, notadamente no controle de

vetores e de zoonoses e no monitoramento e controle de agravos que estão

diretamente relacionados à qualidade da água de consumo humano; e Diretoria

de Vigilância da Saúde do Trabalhador - CESAT, que desenvolve ações

pertinentes à vigilância ambiental, sobretudo vigilância à saúde de populações -

trabalhadoras, a rigor - expostas a agrotóxicos, e considerando ainda que

outras ações desenvolvem-se em estruturas externas à SESAB, é que se

propõe a reorganização da área.

Page 473: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

474 ESTRUTURAÇÃO DA VIGILÂNCIA AMBIENTAL, NO CONTEXTO DA VIGILÂNCIA À SAÚDE, DO

ESTADO DA BAHIA Maria Conceição Queiroz Oliveira Riccio

Sendo as diretorias da SUVISA unidades gestoras, ordenadoras dos

recursos financeiros orçados para cada diretoria, recursos estes não apenas do

Tesouro Estadual mas também de fontes federais regulares ou captadas

através aprovação de Projetos e sendo a SUVISA a instância hierárquica

superior que congrega as áreas de vigilância sanitária, epidemiológica, saúde

do trabalhador e de laboratório de referência em saúde pública, acreditamos

ser uma opção interessante que a estrutura da vigilância ambiental em saúde

venha a constituir-se em área específica dentro da Superintendência, como

forma de melhor garantir o desenvolvimento das ações específicas da área.

Assim, a possibilidade de se poder gerenciar melhor os recursos

destinados a área de vigilância ambiental, a exemplo dos recursos do VIGISUS

(Projeto de Estruturação da Vigilância Ambiental em Saúde), da fonte própria

do Tesouro do Estado, e recursos outros referentes à área de vigilância

sanitária, como recursos do Termo de Ajuste e Metas - TAM, que garante

financiamento necessário para a realização de ações pactuadas entre o Estado

e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA, além de recursos da

vigilância epidemiológica referente ao Pacto da Certificação / PPI - ECD, que

contempla também ações da área ambiental, além de recursos da Rede

Nacional de Atenção à Saúde do Trabalhador - RENAST destinado a área de

Saúde do Trabalhador, que também podem ser aplicadas na área, quando

pertinente, ratificam a proposta de se ter a vigilância ambiental estruturada em

uma coordenação específica.

Outro aspecto a ser considerado, agora do ponto de vista de organização

administrativa, é o fato de que, sendo uma coordenação específica, mais

facilidade e governabilidade se teria para coordenar ações que devam estar

Page 474: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

475 ESTRUTURAÇÃO DA VIGILÂNCIA AMBIENTAL, NO CONTEXTO DA VIGILÂNCIA À SAÚDE, DO

ESTADO DA BAHIA Maria Conceição Queiroz Oliveira Riccio

sendo desenvolvidas por diretorias distintas, quer da estrutura da

Superintendência e até mesmo por outras a exemplo daquelas de pertinência

do Centro de Referência para a área de Toxicologia (CIAVE - Centro de

Informações Anti Veneno). É importante a inclusão de ações de

assessoramento à Superintendência de Vigilância e Proteção à Saúde -

SUVISA, com funções de coordenação e desenvolvimento de estudos e

pesquisas e de articulação intra e intersetorial com outros órgãos afeitos a área

ambiental, a exemplo da já citada Secretaria de Meio Ambiente e Recursos

Hídricos - SEMARH - e do Centro de Recursos Ambientais - CRA (órgão

executor e fiscalizador da política ambiental do Estado). Esta coordenação

deveria também acumular funções de ordenação dos recursos financeiros para

a execução de suas competências.

O momento é oportuno tendo em vista que, a partir de setembro do

presente ano, o Estado habilitou-se na Gestão Plena do Sistema de Saúde, de

modo que vem sendo desenvolvidas discussões internas com vista a melhor

estruturar a Secretaria, para que esta melhor exerça seu novo papel no

Sistema de Saúde SUS.

O princípio básico é de que a vigilância ambiental deva expandir suas

ações em consonância com os princípios e diretrizes do SUS e atentando ao

Plano Diretor de Regionalização que organiza os municípios em microrregiões,

agrupados por sua vez em macrorregiões, (hoje em número de oito),

observando o objetivo de promover uma maior equidade na alocação de

recursos e no acesso da população às ações de saúde em todos os níveis de

atenção.

A proposta apresentada visa em última instância o avanço do SUS no

Estado da Bahia, sobretudo no que se refere à vigilância ambiental em saúde,

Page 475: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

476 ESTRUTURAÇÃO DA VIGILÂNCIA AMBIENTAL, NO CONTEXTO DA VIGILÂNCIA À SAÚDE, DO

ESTADO DA BAHIA Maria Conceição Queiroz Oliveira Riccio

por tratar-se de área de interesse recente na estrutura de Saúde no Estado, e

mesmo no país, dado a observação da necessidade de, para consolidação da

área, investir no fortalecimento desta, com formação de quadros de

profissionais e de incorporar a intersetorialidade como prática imprescindível

para seu fortalecimento.

Necessário também é o investimento na disseminação de informações

à população de modo a favorecer o controle social, desenvolvendo-se de forma

sistemática, educação continuada junto à população. É necessário também a

continuidade dos investimentos em capacitação de equipes e retomada de

forma regular dos processos de supervisão aos sistemas municipais. O

investimento em estruturação física das áreas, assim como de laboratório de

apoio para realização de análises, como previsto no desenho da Rede Estadual

de Laboratório, de acordo com o quadro síntese exposto adiante, é de

fundamental importância.

Quanto às condições do laboratório para o suporte necessário à realização

de análise de importância para a VAS no que diz respeito a análises para

identificação de resíduos de agrotóxico em produtos, assim como para

identificação de metais pesados em amostras de água e solo. Também investiu-

se em Técnicos do Lacen, quando 03 bioquímicos realizaram capacitações na

área, no Laboratório Adolf Lutz, em São Paulo.

O trabalho da vigilância ambiental em saúde deve desenvolver-se de

forma abrangente, incluindo controle de riscos biológicos, químicos e físicos e

que contemplam vigilância da água, solo, resíduos e ar.

Porte do Laboratório Localização Gerenciamento Observação

Posto de Coleta Municípios Satélites Municipal 281 unidades

Laboratório Tipo II / Automatizado III (exame A) Em todos os

Módulos

Assistenciais

Municipal 90 unidades

Laboratório Tipo III Automatizado (exame A e B) Nas sedes das

Microrregiões

Municipal 37 unidades

Laboratório Tipo III Automatizado (exame A, B e C) Cidade referência de

Macrorregião

Estadual 08 unidades

Laboratório Tipo III – Alta Complexidade e Saúde

Pública (exame C e D)

Laboratório Central –

LACEN

Estadual 01 unidade

Page 476: Coletânea de textos sobre monografias do curso de vigilância ambiental em saúde - UFRJ

477 ESTRUTURAÇÃO DA VIGILÂNCIA AMBIENTAL, NO CONTEXTO DA VIGILÂNCIA À SAÚDE, DO

ESTADO DA BAHIA Maria Conceição Queiroz Oliveira Riccio

Laboratório de análise de qualidade da água Nas sedes (*) de

Microrregiões

Municipal 24 unidades

Laboratório de análise de qualidade de água e produtos Cidade referência de

Macrorregiões e Lab.

Cen. – LACEN

Estadual 07 unidades

(*) Considerando a densidade populacional e os recursos implantados e a distância entre os serviços, em 08 microrregiões não se

faz necessário a implantação de Laboratório de Análise de Qualidade da Água.

• Laboratório Tipo III realizando exames do Grupo A, B e C –

Gerenciamento Estadual.

Definidos conforme o perfil epidemiológico das Macrorregiões, situados em

cidades referências de Macrorregião.

• Laboratório Tipo III realizando exames do Grupo C e D

Referência Estadual realizando os Exames de Alta Complexidade e de

Saúde Pública. Exerce a função de Coordenador Técnico da Rede.

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