coletÂnea de modelo de valoraÇÃo de danos ambientais

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  • 7/31/2019 COLETNEA DE MODELO DE VALORAO DE DANOS AMBIENTAIS

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    7.10 MODELO IBAMA VALORAO DO DANO PARA UNIDADES DE CONSERVAOPEIXOTO, S. L., WILLMERSDORF, O. G., Modelo de Valorao Econmica dos ImpactosAmbientais em Unidades de Conservao, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dosRecursos Renovveis - IBAMA, setembro, Braslia, Brasil, 2002.

    I. INTRODUO

    O Parecer Tcnico do DIREC/IBAMA/2003 apresenta uma metodologia para a valoraoeconmica de impacto ambiental em Unidade de Conservao (UCs). Esta metodologiafoi desenvolvida pela equipe de tcnicos do IBAMA coordenada pelo Dr. Peter H. Maypara avaliar o grau dos impactos com converso direta para compensao ambiental deempreendimentos pontuais de comunicao e telecomunicao, radiodifuso e outrasatividades afins, preexistentes em unidades de conservao.

    II. OBJETIVO DA PROPOSTA

    O objetivo estabelecer os parmetros para as compensaes ambientais decorrentesdos impactos ambientais causados pelos empreendimentos de comunicao localizadosnas unidades de conservao, salvaguardando-se, porm, a importncia e a necessidadede realizar novos estudos que venham aprimorar ou propor novos mtodos, tendo emvista a complexidade e as variadas abordagens existentes obre o assunto.

    III. IMPACTOS AMBIENTAIS DE EMPREENDIMENTOS DE COMUNICAO

    Os impactos ambientais de empreendimentos de comunicao localizados nas Unidades

    de Conservao (UCs) possuem magnitudes diferenciadas de acordo com a extenso dasinstalaes, dos procedimentos locais de manuteno, da infra-estrutura e dosequipamentos existentes, da presso das atividades antrpicas envolvidas, dentreoutros aspectos. Os relevantes considerados na proposta do IBAMA so: desmatamento,poluio, alterao do meio bitico e da paisagem, os incndios e a perda de visitao.

    Dentre os impactos verificados pela ao do desmatamento de vertentes e das reas debaixada, no mbito de uma bacia hidrogrfica, citam-se: eroso laminar; deslizamentos;perda de solos; aumento dos nutrientes nos corpos aquticos; assoreamento dos rios;inundaes na poca chuvosa; reduo de volume dgua nas nascentes, rios e lagos naestiagem; desestabilizao da relao solo/gua/biota; degradao dos ecossistemas.

    As mudanas ambientais e os impactos no meio bitico advindos de processos de uso eocupao do solo por empreendimentos de comunicao, podem ocasionar a alteraoda biota, incluindo-se o desaparecimento de espcies e a inverso do padro original derepresentatividade, favorecendo o aumento de espcies adaptadas sobrevivncia emreas degradadas.

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    Nas reas e locais onde h equipamentos dos servios de telecomunicao, radiodifusoe atividades afins, constata-se poluio sonora provocada pelos geradores de energiaeltrica, veculos, mo-de-obra operacional e de manuteno dos equipamentos.

    No caso das reas onde so encontradas cisternas tambm ocorre poluio hdrica por

    esgotos no tratados observados nas instalaes. Alm da poluio hdrica, h tambmpoluio causada pela deposio de resduos slidos do lixo gerado pelos funcionriosdos empreendimentos, podendo, inclusive, contaminar lenis freticos e corpos dguaprximos aos locais das instalaes.

    A presena dos servios de comunicao nas unidades de conservao pode aumentar aincidncia dos incndios pela reduo da umidade nas cercanias da instalao; reduoda evapotranspirao e aumento da temperatura; probabilidade de incidncia de fontesde ignio pelo pessoal de operao e manuteno, como fsforos, isqueiros, fogueiras,produtos inflamveis, veculos; entre outros, devido liberdade de acesso.

    Quando os empreendimentos de comunicao se encontram nas reas que possibilitama viso panormica, ocorre a perda da rea de uso pblico para os visitantes/usurios,resultando em perda de arrecadao financeira de ingressos, tendo em vista que estesrecursos poderiam ser aplicados nos programas de proteo, manejo e uso das UCs.

    IV. PROPOSTA METODOLGICA

    O modelo, inicialmente, estabelece o valor total dos impactos ambientais causados peloempreendimento pela seguinte relao:

    VT= (P1 + P2+ P3+ P4 +P5) / R

    Onde: VT: Valor total do dano; P1: Impacto de perda de rea; P2: Impacto sobre perda de visitao; P3: Impacto sobre perda de produo de bens; P4: Impacto sobre recursos hdricos; P5: Impacto sobre perda de servios ambientais; R: taxa de desconto oficial.A taxa de desconto a ser aplicada, ser definida pela Taxa de Juros de Longo PrazoTJLPestabelecida pelo Tesouro Nacional. Por exemplo, uma porcentagem de 12% que serconvertida para 0,12. A diviso por R faz com que o somatrio dos valores atribudos aoimpacto ambiental, calculados em termos anuais, seja expresso como a totalidade dovalor dos impactos associados permanncia do dano a longo prazo.

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    A partir do valor total (VT) obtm-se o percentual da compensao, definido pelo art. 36da Lei 9985/2000, sobre o custo de implantao do empreendimento (CEMP). O valor dacompensao ambiental (VCEMP) expresso pela seguinte equao:

    (

    )

    sendo que VCOMP 0,5.

    DETERMINAO DA REA DE INFLUNCIA DO EMPREENDIMENTO

    Todas as parcelas desse modelo se baseiam na rea de influncia do empreendimento.Considera-se aqui que a mesma no se restringe rea edificada, tendo em vista que osimpactos extrapolam a rea fsica onde se localizam as instalaes.

    A equao abaixo determina o clculo da rea de influncia do empreendimento (AEMP),definida a partir da anlise das diversas reas edificadas onde se localizam as instalaes.

    Verificou-se que, em geral, aforma geomtrica mais comum o quadrado. Desse modo,assumindo o quadrado como forma geral (AE) da rea edificada, incorpora-se aos ladosdo quadrado a faixa de influncia do impacto (F). Trata-se de um modelo matemticogeneralizvel para estimar a rea aproximada de qualquer figura geomtrica.

    O valor de F deve ser estabelecido atravs de vistoria tcnica do local, identificando-se adistncia do ponto mximo de influncia do empreendimento a partir da rea edificada,em direo rea florestada. A equao mostrada abaixo fornecer diretamente a novarea do empreendimento acrescida da faixa de influncia do impacto gerado.

    Onde: AEMP = rea de influncia do empreendimento; F = faixa de influncia do impacto, a partir da cerca edificada; A E = rea edificada.CLCULO DO IMPACTO DE PERDA DE REA (P1)

    A supresso da biota da rea edificada pelo empreendimento pressupe a eliminaoda flora e fauna do ecossistema atingido. A biota eliminada no pode ser reposta no

    local do empreendimento, somente podendo ser compensada em rea equivalente. Ovalor dessa parcela est associado rea impedida para fins de conservao (rea deinfluncia do empreendimento) e ao custo para substitu-la por uma outra rea de igualtamanho, fora da unidade de conservao, para realizao das atividades relacionadas.

    Considerando que o propsito compensar uma perda do ecossistema provocada peloempreendimento, a recriao de outra rea, mais prxima possvel da original perdida,

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    com solo, clima, fauna e flora semelhantes, adequada. Para tanto, multiplica-se o valorda rea de influncia do empreendimento pelo valor venal da rea do entorno, quepode ser obtido dos cadastros de ITR ou IPTU, conforme a rea do entorno seja rural ouurbana, respectivamente. O valor de fato da rea do entorno que possa ser adquiridapara esse propsito o valor de mercado.

    Assim, o valor dessa parcela o produto da rea do empreendimento (AEMP) pelo valorvenal mdio das propriedades do entorno da unidade de conservao (Vv), praticado noperodo da compensao. O valor da parcela dado pela equao:

    Onde: AEMP = rea de influncia do empreendimento; Vv = valor venal mdio dos terrenos do entorno.CLCULO DO IMPACTO SOBRE PERDA DE VISITAO (P2)

    Seja pela beleza cnica ou possibilidade de contato direto com a natureza, as unidadesde conservao que permitem o uso pblico so bastante freqentadas pela populao.Em virtude dessa caracterstica, algumas UCs auferem recursos financeiros atravs dacobrana de ingressos para visitao, o que em alguns casos se constitui em significativaparcela do oramento da unidade.

    Havendo empreendimentos de comunicao na rea de uso pblico de uma unidade deconservao, o espao torna-se indisponvel visitao, por questes de segurana.Alm disso, a presena de instalaes causa impacto na paisagem, reduzindo o interesse

    do pblico em visitar as reas em questo. Assim, quando o empreendimento estiverlocalizado fora da rea de uso pblico da UC, considera-se que no haver impactosobre a visitao. Desse modo, essa parcela no ser includa no clculo, pois ter valornulo. O clculo dessa parcela realizado com a seguinte equao:

    ( ) Onde: AEMP = rea de influncia do empreendimento; AUP = rea de uso pblico da UC, de acordo com seu Plano de Manejo;

    VI = valor do ingresso para visitao da rea; VM = visitao mdia anual com base nos ltimos cinco anos.CLCULO DO IMPACTO SOBRE PERDA DE PRODUO DE BENS (P3)

    Nas categorias das unidade de conservao de Floresta Nacional, Reserva Extrativista,Reserva de Desenvolvimento Sustentvel e Reserva de Fauna so permitidas a produo

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    e comercializao de bens naturais (Lei 9985/2000), como madeira, pescado e essnciasvegetais, constituindo-se um percentual importante da receita dessas unidades.

    A presena dos empreendimentos de comunicao em reas destinadas produo dosreferidos bens implica a reduo da possvel produtividade. Quando o empreendimento

    estiver localizado fora da rea de produo de bens, considera-se que no acarretarimpacto sobre sua produo e comercializao. Desse modo, a parcela no ser includano clculo, pois ter valor nulo.

    Para calcular essa parcela, utilizam-se os valores dos produtos potenciais que podem serobtidos na UC (ex: potencial de produo madeireira sob manejo sustentvel), quandohouver informaes sobre as quantidades e preos destes bens, utiliza-se a equao:

    ( ) Onde: AEMP = rea de influncia do empreendimento; Ap = rea de produo de bens, segundo o plano de manejo da UC; Pp = potencial produtivo estimado dos bens na UC.No caso da no existncia das informaes, pode-se utilizar o somatrio da receita anualobtida com todos os bens produzidos e comercializados na UC, tendo em vista que apresena do empreendimento pode afetar indiscriminadamente o potencial produtivodos bens que so obtidos na rea de produo da unidade. Assume-se, dessa forma, oprincpio da precauo extrado do art. 225 da Constituio e da Lei da Poltica Nacionaldo Meio Ambiente (Lei 6.983/1981). Nesses casos utiliza-se a equao:

    ( )

    Onde: qi = quantidade produzida do bem i; pi = preo de venda do bem i; n = quantidade de bens produzidos /comercializados, nos ltimos cinco anos; i = 1..., n (n = nmero de bens produzidos).CLCULO DO IMPACTO SOBRE RECURSOS HDRICOS (P4)

    Um dos servios ambientais prestados por unidades de conservao e recursos naturaisassociados o suprimento de gua de boa qualidade, regulada em volume estvel eprevisvel para consumo. Em alguns estados, notadamente, no Paran, estabeleceu-se oprincpio da compensao municipal pelo ICMS Ecolgico; tanto pelas UC presentes noseu territrio, bem como pelos mananciais que so os alicerces para o abastecimento degua de municpios vizinhos.

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    A valorao desses servios prestados pelas UCs depende de informaes sobre rea dabacia hidrogrfica afetada pelo empreendimento; preo cobrado para abastecimento evazo dgua captada; se no houver captao de gua na UC considerada, essa parcelaassume valor nulo. O clculo desta parcela se d atravs da seguinte relao:

    ( ) Onde: AEMP = rea de influncia do empreendimento; AB = rea da bacia hidrogrfica impactada dentro da UC; P = preo do metro cbico da gua cobrado para abastecimento; V = vazo anual da gua captada para abastecimento.CLCULO DE IMPACTOS SOBRE A PERDA DE SERVIOS AMBIENTAIS (P5)

    Os ecossistemas, alm dos componentes ambientais (animais, plantas, etc.), possuemfunes de reciclagem de nutrientes, fluxo energtico entre nveis trficos etc. No casode essas funes apresentarem um valor identificvel para a sociedade, so considerasservios ambientais.

    Alguns desses servios so facilmente reconhecidos pela populao, como o suprimentode gua das florestas e a regulao trmica fornecidas pelas reas verdes nos ambientesurbanos. No entanto, inmeros outros servios prestados pelos ecossistemas fogem percepo imediata, mas so importantes para a sociedade, como, por exemplo, refgiode hbitat para espcies migratrias, base de cadeias trficas em ecossistemas abertos,sumidouro de carbono em ecossistemas florestais, etc.

    Existem vrios trabalhos de valorao ambiental, os quais atribuem valores econmicospara os servios ambientais. Em tese, nenhum desses trabalhos tem condio de valorarintegralmente os servios prestados por um ecossistema, uma vez que a quantidade deecossistemas grande. necessrio, portanto, identificar e valorar os servios maisimportantes e ressaltar que o resultado final obtido (a soma dos valores dos serviosambientais) apenas uma parcela do valor econmico real prestado pelos ecossistemas.

    Nessas situaes, devem-se somar os valores dos servios ambientais considerados, queconstituiro o valor do fator VE (valor anual dos servios ambientais). Este fator deve ser

    multiplicado pela rea de influncia do empreendimento (AEMP), resultando no valor daparcela.O valor dessa parcela do impacto total determinada com a relao:

    Onde: VE = valor anual dos servios ambientais da UC; AEMP = rea de influncia do empreendimento.

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    7.11 MODELO CATES- VALORAO DE DANO PARA RECURSO FLORESTAL E OUTROSRIBAS, L. C. Metodologia para Valorao de Danos Ambientais-Caso Florestal, Revisoda Tese apresentada Escola Politcnica da Universidade de So Paulo para obtenodo ttulo de Doutor em Engenharia, So Paulo, 1996;

    INTRODUO

    O modelo foi desenvolvido Dr. Luiz Csar Ribas, em 1996, para o sistema florestal. Trata-se de um mtodo simples e direto para valorarao de danos ambientais irreversveis. Omtodo Custos Ambientais Totais Esperados (CATE) representa uma renda perptua quea sociedade estaria disposta a receber na forma de indenizao (pecuniria ou no) pelaocorrncia de determinada degradao ambiental. A referida metodologia considera apossibilidade de existncia de duas situaes:

    1. Custos Ambientais Totais Esperados / Dano Ambiental Intermitente (CATE I);2. Custos Ambientais Totais Esperados / Dano Ambiental Contnuo (CATE II).O conceito utilizado no modelo o mesmo empregado no sistema financeiro, como, porexemplo, quando se considera a dvida do montante principal e o juro, principalmente ocaso do perodo da inadimplncia, ou seja, a cada perodo de atraso do pagamento dasprestaes acrescem-se os juros correspondentes ao mesmo perodo.

    Naturalmente, os aspectos da multa diria e outros so desconsiderados para os danosambientais irreversveis. A vantagem desse modelo que, quanto maior o tempo deimplantao do projeto de recuperao do meio afetado maior ser o valor pecumirio

    do dano irreversvel. Esse aspecto induz aes imediatas de recuperar o dano ambiental.

    O modelo CATE estabelece o valor presente dos custos ambientais esperados para umdeterminado tipo de dano ambiental intermitente ou contnuo, para, ento, determinaro valor econmico dano ambiental irreversvel.

    DANO AMBIENTAL INTERMITENTE (CATE I)

    O modelo CATE I calcula o valor econmico do dano ambiental do tipo intermitente, ouseja, no contnuado e que no apresenta riscos. Os danos ambientais intermitentes sooriginados dos danos iniciais, e representam aes prejudicial no repetitiva, nica, noperidica. Analiticamente tem-se:

    1)1(

    )1()( /

    n

    n

    didd

    j

    jFCVICATE

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    DANO AMBIENTAL CONTNUO (CATE II)

    O modelo CATE II aplicado para valorao econmica dos danos ambientais contnuos.Os danos contnuos so aes prejudiciais que degradam o ambiente de forma peridica(repetitiva) apresentando riscos ambientais contnuos. Por exemplo, a emisso diria de

    poluente atmosfrica no meio ambiente. Analiticamente tem-se:

    n

    n

    didC

    jj

    jFCVIICATE

    )1(

    ]1)1)[(( /

    Onde:

    CATE I/II = Valor presente dos custos ambientais esperados para determinadodano ambiental intermitente ou contnuo, a partir dos fluxos de caixa produzidospor uma srie infinita de vidas teis de n anos ou, de outra forma, valor presentedos custos ambientais totais esperados de um determinado processo ambientaldegradativo, em unidade monetria por unidade de rea;

    Cd = Custos ambientais (valor presente) para a reparao dos danos ambientaisdiretos, para efeito da considerao dos valores ambientais diretos, em unidademonetria por unidade de rea;

    Vc = Valor comercial da rea, em termos de uma srie peridica anual, benefciodireto a ser auferido por motivo econmico, em unidade monetria por unidadede rea;

    F i/d = Fator de converso de custos ambientais diretos em custos indiretos, paraefeito de considerao dos valores ambientais indiretos, conforme depreendidode RIBAS (1996), em uma escala de 1 9;

    j = Taxa de juros (% ao ano);

    n = Perodo de rotao, horizonte de ocorrncia dos efeitos ambientais no tempo(normalmente uma gerao = 25 anos).

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    O fator Fi/d relaciona os custos ambientais diretos e indiretos de determinado processode degradao ambiental (considerao dos valores ambientais diretos e indiretos). Essefator relaciona os danos diretos e os danos indiretos decorrentes de uma ao negativa,utilizando os valores de correspondncia apresentados na Tabela 7.11.1.

    Tabela 7.11.1 Fator de relao dos danos ambientais diretos (d) e indiretos (i)FATOR (F i/d) Significado

    1 relao de predominncia inexistente de i sobre d

    3 pequena predominncia de i sobre d

    5 significativa predominncia de i sobre d

    7 predominncia forte de i sobre d

    9 predominncia absoluta de i sobre d

    2,4,6,8 valores intermedirios

    A irreversibilidade do dano ambiental origina-se durante o perodo de tempo decorridoentre o estabelecimento do cenrio do dano ambiental e implementao de medidas derecuperao, compensao, correo, preveno, controle e indenizao do mesmo. Osdanos ambientais irreversveis ocorrem at o momento em que as medidas mitigadorasso estabelecidas de forma satisfatria. Portanto,

    os danos ambientais irreversveis dependem do perodo de tempo decorridoentre evento danoso e a implantao das medidas ambientais preconizadas;

    as medidas preconizadas esto relacionadas aos modelos CATE I ou CATE II,genericamente, CATE.

    DANO AMBIENTAL IRREVERSVEL (DAI)

    ]1)1[( t

    jCATEDAI

    onde:

    DAI = danos ambientais irreversveis (R$ / ano); t = tempo decorrido entre o evento danoso e o inicio da remediao (tempo); j = taxa de juros ao ano (%); CATE = CATE I ou CATE II (R$).

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    EXEMPLO

    REA CONTAMINADA PELO DEPSITO IRREGULAR DE ENTULHOS

    alterao antrpica de uma rea de 10.000 m2; depsito de 60.000 m3 de entulho (60%), terra e outros materiais diversos (30%); altura do entulho de 1,20 m (processo em contnua evoluo histrica); alterao antrpica pela deposio ilegal de entulhos nas vrzea do Tiet; existncia de fonte poluidora das guas (infiltrao sem controle de fossas spticas); lixo a cu aberto (ao invs de empresa de transbordo de entulho com triagem e

    separao de metais, plsticos, madeiras, borrachas, etc.);

    queima de resduos a cu aberto (perodo noturno); Impactos ambientais diversos (infiltrao de chorume e outros lquidos poluentes; contaminao do solo e do lenol fretico; emisso de gases e materiais particulados; inconvenientes ao bem-estar pblico); alterao do terreno (riscos de eroso e escorregamento de massa) e; contaminao do solo e das guas superficiais / subterrneas;

    VALORAO ECONMICA DO DANO AMBIENTAL

    A. Clculo dos Custos Totais Ambientais Esperados (CATE) rea = 50.000 m2; Altura do material depositado = 1,2 metros; Volume do material depositado = 60.000 metros cbico;

    Estimativa dos custos para a remoo dos resduos da rea do terreno:

    Custo da coleta do entulho (locao de caambas estacionrias) = R$ 15,71 / m3(Revista Construo n. 2775, 04.2001);

    Estimativa do custo de remoo do material da rea do terreno para outra reaaprovada pela CETESB (preo da mo-de-obra, exclusive taxa de aterro sanitrio)= R$ 35,00 / m3.

    Vc = [60.000 x (R$ 35,00 + R$ 15,71)] = 60.000 m3 x R$ 50,71 / m3 = 3.042.600,00

    Vc = R$ 3.042.600,00

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    Cd = A x R$ = 5 hectares (50.000 m2) x R$ 10.695,30 / hectare = R$ 53.476,50(Custos Ambientais para reparao dos danos). O valor R$ 10.695,30 inclu mo-de-obra, equipamentos e produtos utilizados para recuperar o dano.

    Cd = 53.476,50

    F i/d = 9 (fator imputado em face dos atributos ambientais existentes na rea,bem como, situao da no restaurao de um quadro mnimo de estabilidadeambiental da rea, optou-se pela determinao da gravidade mxima)

    Para j = 6 % a.a. e n =25 anos tem-se,

    1)06,1(

    )06,1()950,476.5300,600.042.3(

    1)1(

    )1()(25

    25

    /

    n

    n

    didc

    j

    jFCVCATE

    Custos Totais Ambientais Esperados (CATE) = R$ 4.594.370,55

    B. Clculo dos Danos Ambientais Irreversveis (DA)Considerando o perodo de 11 meses (0,92 partes do ano) como referncia doincio do quadro de degradao ambiental tem-se que

    DAI = CATE [(1 + j) - 1]

    t

    DAI = R$ 4.594.370,55 x [ 1,06 - 1 ] 0,92

    DAI = R$ 253.013,34 (duzentos e cinqenta e trs mil, trezentos e setenta reais ecinqenta e cinco centavos)

    C. Valor Econmico do Dano AmbientalO quadro de degradao estabelecido na rea do terreno, segundo a caracterizaodos impactos e desconformidades administrativas e legais, em face das atividades

    modificadoras do meio ambiente local, reporta-se ao montante de R$253.013,34;referente aos danos ambientais irreversveis que devem ser somado ao montantedos custos ambientais totais esperados de R$ 4.594.370,55. Portanto, o valor totaldo dano ambiental igual a

    VALOR DO DANO AMBIETAL = 253.013,34 + 4.549.370,55 = R$ 4.802.383,89

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    7.12 MODELO VGB - VALORAO DO DANO PARA BENS DO PATRIMNIO CULTURAL

    INTRODUO

    Por muitos anos, o conceito de patrimnio cultural no Brasil era associado apenas aopatrimnio material, edificaes e objetos. Na atualidade, este conceito est associado

    noo de continuidade da trajetria de um povo representada pelo aporte material e

    imaterial da cultura. Assim, pode-se escrever:

    PATRIMNIO CULTURAL = BENS MATERIAIS + BENS IMATERIAIS

    O Art. 216, do Captulo III da Constituio Federal de 1988, define Patrimnio CulturalBrasileiro como bens de natureza material e no-materiais, individuais ou em conjunto,que so portadores de referncia identidade, ao e memria de diferentes

    grupos formadores da nossa sociedade nos quais se incluem:

    As formas de expresso; Os modos de criar, fazer e viver; As criaes cientficas, artsticas e tecnolgicas; As obras, objetos, documentos, edificaes e os espaos destinados s

    manifestaes artsticas e culturais;

    Os conjuntos urbanos e stios de valor histrico, paisagstico, artstico;arqueolgico, paleontolgico, ecolgico e cientfico.

    DEFINIES

    A) PATRIMNIO HISTRICOConjunto de bens mveis e imveis de determinada cidade, estado ou nao,cuja conservao de interesse pblico por questes histricas locais.

    PATRINNIO ARQUEOLGICO

    O patrimnio arqueolgico compreende a parte do patrimnio cultural materialpara a qual os mtodos da arqueologia fornecem conhecimentos bsicos. Nele,esto includos os vestgios da existncia humana, como as estruturas e artigosde todos os tipos, localizados na superfcie, no subsolo ou sob as guas, assimcomo todos os materiais associados aos mesmos.

    B) PATRIMNIO ARTSTICOConjunto de bens culturais de uma sociedade que inclui o legado, a memriahistrica e identidade cultural da nao, como, por exemplo, obras de grandesartistas, pintores, msicos, escritores, poesias e outras manifestaes annimasque apresentam significados sociais.

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    C) PATRIMNIO PAISAGSTICOConjunto de bens imveis naturais ou transformados com contornos estticos,

    culturais ou paisagsticos representativos da interao dos valores ambientais,

    sociais e culturais de uma determinada sociedade.

    MODELO DE VALORAO

    O mtodo apresentado considera os atributos que exercem influncia na formao dovalor. Ele tambm pode ser utilizado para estimar o valor econmico das indenizaesdas desapropriaes de imveis conforme citado por Josimar R de Almeida (ALMEIDA,R. J, Pericia Ambiental Judicial e Securitria, Ed. THEX, RJ, 2006). O modelo consideradois aspectos: o valor inicial e o valor de singularidade.

    O valor inicial representa o valor da terra ou da edificao construda afetada que est

    diretamente associada ao patrimnio cultural, desconsiderando a sua singularidade. Ovalor cnico ou de singularidade do bem atribudo a partir dos atributos de raridade,atratividade e fatores externos e internos, associados ao patrimnio cultural materialde interesse popular. Assim, pode-se escrever:

    VG = VI + VC (1)

    Onde:

    VG = valor global; VI = valor inicial (somente material); VC = valor cnico (de singularidade).

    CLCULO DO VALOR INICIAL (VI)

    O valor inicial determinado a partir dos valores de mercado da rea ou edificao dopatrimnio material afetada, ou seja,

    VI = VU x A (TERRA / EDIFICAO) (2)Onde:

    VI = valor inicial do bem; VU = valor unitrio da terra /edificao; A (TERRA /EDIFICAO) = rea de terra /edificao afetada pelo dano.

    Para monumentos histricos pode-se utilizar os custos da mo-de-obra especializada edos materiais necessrios para a restaurao do bem material danificado, ou seja,

    VI = VREPARAO DO BEM (2a)

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    CLCULO DO VALOR CNICO (VC)

    Para o valor cnico, inicialmente se estabelece um coeficiente de raridade do bem e dasua atratividade em relao populao:

    VC = VI x RA x FC (3)

    onde:

    VI = valor inicial; RA = coeficiente de raridade / atratividade do bem; FC = fator corretivo.

    O coeficiente RA indica os nveis de representatividade municipal, estadual e nacional.Para expressar o grau de raridade e atratividade e a sua influncia sobre a populao

    foram atribudos os pesos 3/6 para o nvel municipal; 2/6 para o estadual e 1/6 para onacional. Assim se tem

    Nvel de Raridade (RA):

    Comum = 1; Raro = 2; Exclusivo = 3.

    RA = (3x RAMUNICIPAL + 2 x RAESTADUAL x RANACIONAL) / 6 (4)

    O fator corretivo FC obtido a partir dos fatores externos e internos associados com opatrimnio material, considerando de quatro variveis principais: Acessibilidade (AC);Reputao turstica (RT); Facilidade de uso (FU) e Visual Paisagstico (VP), que,dependendo do caso, recebem os pesos apresentados na Tabela 7.12.1.

    Tabela 7.12.1 Fatores corretivos do valor cnico do bem cultural

    FATORES CORRETIVOS

    EXTERNOS INTERNOS

    ACESSIBILIDADADE (AC) FACILIDADE DE USO (FU)

    0,000,250,500,751,00

    Muito difcilDifcilRazovelBoaExcelente

    0,000,250,500,751,00

    Muito difcilDifcilRazovelBoaExcelente

    REPUTAO TURSITICA (RT) VISUAL PAISAGSTICO (VP)

    0,000,250,500,751,00

    NenhumaPoucaRazovelBoaMuita

    0,000,250,500,701,00

    FracoRegularInteressanteMuito InteressanteMagnfico

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    A incluso dos fatores corretivos na equao do valor cnico fornece:

    FC = [(AC + 2 x RT) / 3 + (FU + 2 x VP) / 3] / 2 (5)

    1.1.CLCULO DO VALOR GLOBAL (VG)A partir das relaes apresentadas para o clculo do valor inicial e do valor cnico dobem, considerando os atributos de raridade, atratividade e fatores corretivos indicadaspelas equaes (2) a (5), obtem-se a expresso geral (6) para estimar o valor do dano.

    VG = (VU x ATERRA / EDIFICAO) + {(VU x A TERRA / EDIFICAO) x (3x RAMUNCIPAL + 2x

    RAESTADUAL x RANACIONAL)/6) x [(AC + 2 x RT) / 3 + (FU + 2 x VP)/ 3] /2} (6)

    EXEMPLO

    Os desastres naturais causam danos ao patrimnio histrico e cultural de um pas. Oterremoto ocorrido em 15 de agosto de 2007 no Peru atingiu stios histricos, reservasnaturais e patrimnios histricos. Na Figuras 1 e 2 esto fotografias do dano causado auma antiga igreja localizada na regio de SAN VICENT de CANETE.

    Figura 7.12.1 Vista geral da igreja histrica afetada pelo terremoto do Peru

    Figura 7.12.2 Detalhe da igreja afetada pelo terremoto do Peru

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    CLCULO DO DANO

    A) Clculo do valor inicial (VI)Durante o diagnstico da igreja atingida pelo dano, os especialistas concluiramque as fundaes no foram afetadas, mas a cpula e imagens sofreram danosmais significativos. Os custos estimados para a restaurao da edificao e dasimagens foi U$ 25.000,00, incluindo os materiais e a mo-deobra. Portanto,

    VI = V REPARAO = U$ 25.000,00

    B) Clculo do valor cnico (VC):VC = VI x RA x FC

    Clculo de RA

    Para calcular o fator de raridade foram utilizados os dados obtidos da pesquisarealizada junto populao local e as informaes do Ministrio da Cultura. Osresultados indicam que RA MUNICIPAL = RA ESTADUAL = RA NACIONAL = 2. Assim,

    RA = (3x RAMUNICIPAL + 2 x RAESTADUAL x RANACIONAL) / 6RA = (3x2) + (2x2) + (2x1) = 12/6 = 2,0RA = 2,0

    Clculo de FC:

    FC = [(AC + 2 x RT) / 3 + (FU + 2 x VP) / 3] / 2

    A partir dos pesos dos fatores externos e internos da Tabela 7.12.1 obteve-se:

    Fatores Externos: AC (acessibilidade) = 0,75 (boa)RT (reputao turstica) = 0,75 (boa)

    Fatores Internos: FU (facilidade de uso) = 0,75 (boa)VP (visual paisagstico) = 0,5 (interessante)

    FC = [(0,75 + 2 x 0,75) / 3 + (0,75 + 2 x 0,5) / 3] / 2FC = [(2,3 / 3) + ( 1,75 / 3)] = [0,8 + 0,6] = 1,4FC = 1,4

    - Clculo de VC

    VC = 25.000, 00 x 2,0 x 1,4 = 70.000,00

    VC = US$ 70.000,00

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    C) Clculo do Valor Global (VG)VG = VI + VC = 25.000,00 + 70.000,00

    VG = US$ 95.000,00 (noventa e cinco mil dlares americanos)

    CONCLUSES

    A partir dos resultados desse modelo de valorao pde-se concluir que o terremotocausou um dano de US$ 95.000 ao patrimnio histrico da comunidade. Deste total,US$ 25.000 so referentes aos danos materiais, e US$ 70.000 so relativos ao valorcnico do bem afetado pelo terremoto.

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    7.13 MODELO CONDEPHAAT - VALORAO DO DANO PARA BENS DE VALOR CULTURAL(ARQUITETNICOS E NATURAIS)

    CONDEPHAAT, OS 3-94, Critrios para Valorao Monetria de Danos Causados a Bens deValor Cultura, Dirio Oficial do Estado de So Paulo; Seo I, SP, 104 (232), 15 dezembro de

    1994.

    INTRODUO

    Esse mtodo estabelece que o dano proporcional degradao do bem de valor cultural.Para efeito de aplicao da metodologia, apresenta a definio do bem de valor cultural e suastipologias. A valorao econmica do dano aos bens de valor cultural realizada considerandoos seguintes critrios:

    A)QUANTO CARACTERIZAO DO BEMI. TIPO DE PROTEORefere-se ao tipo de proteo administrativa sob o qual o bem se encontra tutelado ou poderse encontrar, aps o reconhecimento do seu valor cultural.

    a) Tombado: quando a deciso administrativa sobre o tombamento j foi tomada peloCONDEPHAAT, reconhecendo, portanto, suas caractersticas e valores significativos.

    b) Em Processo de Tombamento: quando os estudos destinados a embasar o parecer edeciso do CONDEPHAAT ainda se encontram em trmite.

    c) Protegido pela Lei de Uso e Ocupao do Solo: situao em que o bem, embora nonecessariamente tombado, est enquadrado, do ponto de vista administrativo, emlegislao de uso e ocupao do solo, conferindo-lhe determinadas restries.

    d) Integrante de rea Envoltria de Bem Tombado: situao em que o bem estlocalizado na vizinhana de outro bem Tombado, rea esta denominada envoltria. Alegislao confere restries aos bens inclusos nessa rea, sendo necessrio que asintervenes que se deseja fazer nessa rea sejam submetidas aprovao do rgoresponsvel.

    e) Inventariado, Cadastrado, Passvel de Preservao: refere-se ao bem que, emborano sendo objeto da tutela administrativa, possui valor esttico-formal, cognitivo,turstico ou paisagstico comprovados. , portanto, passvel de preservao, vez quepericiado em juzo ou reconhecido por inventrio, cadastros ou pareceres tcnicos.

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    II. GRAU DE ORIGINALIDADEEsse critrio refere-se s caractersticas dos bens de valor cultural e a freqncia com que elas

    podem ser verificadas, considerando-se o universo dos demais bens, protegidos ou no por

    instrumentos de preservao reconhecidos. Este conceito aplica-se somente aos bens naturais

    tombados e respectivas reas envoltrias.

    Quanto aos bens arquitetnicos, extremamente difcil avaliar-se o grau de originalidadedeles decorrente, quando o dano acontecer em rea situada na justaposio de tutelasdistintas. Havendo futuro reconhecimento de reas de relevante interesse ecolgico, interesseturstico, assim como santurios no interior de reas naturais tombadas, ainda que nodisponham de plano de manejo, ser-lhe- atribudo o grau de originalidade nico paraefeito desse critrio. Os critrios de avaliao do bem de valor cultural, quanto ao grau deoriginalidade so:

    a) nico: atribudo para reas naturais que, em seu plano de manejo ou plano sistemticode tombamento, so definidas como de restrio mxima quanto ao uso ou ocupao.

    b) Raro: atribudo para reas naturais que, ainda no tm plano de manejo ou sistemticode tombamento, ou, possuindo-os, no so neles definidas como de restrio mximano que diz respeito ao seu uso e ocupao.

    c) Recorrente: atribudo par as reas situadas em zonas envoltrias de reas naturaistombadas.

    III. GRAU DE CONSERVAOSomente ser aplicado s reas naturais tombadas, estando excludos os bens arquitetnicos.Refere-se ao estado de conservao em que a rea se encontrava antes da ocorrncia do danoocasionado, considerando os critrios de degradao e de recomposio da rea afetada.

    a) Bom: atribudo s reas no alteradas ou em estgio avanado de recomposio.b) Regular: atribudo para as reas parcialmente alteradas ou em estgio mdio de

    recomposio.

    c) Precrio: atribudo s reas muito alteradas ou em estgio inicial de recomposio.B QUANTO AO DANO CAUSADO AO BEM

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    IV. GRAU DE ALTERAOEsse item configura a gravidade da ao cometida sobre o bem. Em funo das caractersticasindividuais dos bens arquitetnicos e reas naturais, necessrio analis-los individualmente.Para os bens arquitetnicos, adota-se como referncia o conjunto das caractersticas avaliadas

    no processo de tombamento.

    Para bens naturais, grau da alterao Tabelas 7.13.1 e 7.13.2, conforme a extenso da rea.Para fins de aplicao da Tabela 7.13.1, entende-se por grandes reas extenses acima de500ha, revestidas por vegetao natural ou destinadas sua recuperao. Na aplicao daTabela 7.13.2, entende-se por pequenas reas as extenses de at 500ha revestidas porvegetao expressiva, usualmente econtradas em zonas urbanas.

    a) Severo: para bens arquitetnicos - demolio integral do bem.b) Grande: para bens arquitetnicos - alterao da rea ocupada, construda ou da

    volumetria.

    c) Mdio: para bens arquitetnicos - alterao de esquadrias externas (portas e janelas)no que se refere aos materiais e vos; alterao da cobertura quanto aos materiais ou forma; alterao dos espaos internos pela construo e/ou supresso de elementosdivisrios fixos.

    d) Pequeno: para bens arquitetnicos - alterao das folhas das portas internas semalterao de vos correspondentes; alterao de materiais de revestimento internoou externo (piso, paredes, forros, etc.); alterao do aspecto cromtico dos diversos

    elementos que compem a construo

    Observa-se que, para reas naturais atribuio desse critrio deve ser realizada utilizando asTabelas 7.13.1 e 7.13.2.

    V. CAUSA DO DANONesse item, identifica-se o motivo do dano, pelo efeito e caractersticas. Se comprovado que odano aconteceu devido a causas fortuitas ou de fora maior, ao indenizatria no cabvel,dada a inexistncia da culpa e a inevitabilidade do evento.

    Na hiptese de no ser possvel identificar o causador do dano, entende-se que caber aoproprietrio, pblico ou privado, ou at mesmo administrao da tutela, arcar com osencargos da reparao. Cada caso dever ser analisado individualmente, para que se julguepossvel e conveniente a reparao.

    a) Por ao caracteriza-se por ato ou atitude dolosa ou culposa, que provoque, diretaou indiretamente, a leso do bem.

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    b) Por omisso caracteriza-se por ato ou atitude no praticadas, acarretando dano aobem, quer por ausncia de comunicao do proprietrio, poder pblico ou da empresaprivado administrao, quer pela ausncia de ao dos rgos responsveis.

    VI. POTENCIAL DE RECUPERAORefere-se possibilidade tcnica de recuperar o bem, de forma a resgatar as caractersticasque determinaram a sua preservao. A possibilidade tcnica da recuperao no implicanecessariamente a deciso, por meios administrativos ou judiciais, de sua recuperao. Paraaplicao desse critrio, avaliam-se os bens arquitetnicos e as reas naturais separadamente.

    Para bens arquitetnicos, adota-se como referencial para avaliao da recuperao o conjuntode caractersticas determinado pelo tipo de proteo; para reas naturais, possvel contarcom a ao regeneradora do tempo, como elemento de avaliao desse critrio.

    a)

    Nulo: para bens arquitetnicos, quando inexistir a possibilidade de recuperao do bemlesado. Para reas naturais, quando a recuperao do bem lesado requisitar um dano aoutro bem, ou, quando a unidade considerada tenha perdido as condies mnimas desustentao de espcies ali ocorrentes, principalmente espcies ameaadas de extino.

    b) Parcial: atribui-se apenas s reas naturais, quando for possvel a recuperao doselementos afetados, por processos naturais, induzidos, ou por ambos.

    c) Integral: para bens arquitetnicos, quando a recuperao do bem for possvel de formatotal. Pressupe-se o domnio completo do conhecimento sobre como restituir o refazera parte afetada, tanto em termos tcnicos quanto no tocante a materiais empregados.

    Para reas naturais, quando a recuperao do bem for possvel em um grau muitoprximo situao anterior ao dano, pelos prprios processos naturais.

    VII. EFEITOS ADVERSOS DECORRENTESEsse item refere-se ao registro dos reflexos negativos nas atividades e processo considerados,decorrentes da leso. A pontuao pode ser cumulativa, computando-se, no mnimo, o valoratribudo ao subitem e, pois sempre estar presente o prejuzo pesquisa.

    a) Alterao da atividade de lazer: reduo ou impedimento do exerccio coletivo ouindividual das atividades de lazer relativas ao esporte, turismo e recreao.

    b) Alterao de atividade econmica: perda ou reduo das atividades econmicasrelacionadas ao bem lesado, nelas inclusas, dentre outras, a rede hoteleira e a prestaode servios tursticos.

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    c) Alterao de atividades culturais: perda, limitao ou impedimento das atividades decultura, tais como museologia, exposies, apresentaes pblicas, hbitos e costumesde comunidades e etnias.

    d) Alterao de processos naturais: prejuzos para as cadeias trficas, biodiversidade eequilbrio ecossistmico.

    e) Prejuzo para a pesquisa (atual e futura): efeitos negativos s atividades de pesquisa econhecimentos, individual ou coletivamente adquiridos no processo educativo bsico,acadmico, profissionalizante ou to somente informativo.

    Tabela 7.13.1 Grau de alterao em funo do tipo de dano, rea e nvel de proteo do bemlesado, para grandes reas (acima de 500 ha)

    Tipo dedano - rea

    Areolares(1)

    Pontuais(2)

    Lineares(3)

    Difusos ecolgicos ouecossistmicos (4)

    Nvel de

    proteo

    > 1 ha 1 a 0,1ha < 1000m2 Estreitos Largos Ocasional Sistemtico

    P1 S G M G S G S

    P2 G M P M G M G

    Tipo de dano

    (1)Areolares: derrubada expressiva de glebas para implantao de roa, pasto, obtenode lenha, construes, cortes, aterros e represamentos;

    (2)Pontuais: abertura de pequenas parcelas de rea para as mesmas finalidades doareolar;

    (3)Lineares-largos: construo de rodovias, ferrovias, dutos, sistemas de transmisso,etc.; Lineares-estreitos: abertura de pequena trilha, vias simples, assoreamento decanais, etc.;

    (4)Difusos: prejudiciais para a cadeia trfica, biodiversidade e para o equilbrio doecossistema:

    a. Ocasionais: quando ocorridos de forma eventual;b. Sistemticos: quando ocorridos de forma planejada e contnua.

    Nvel de proteo

    P1: proteo integral; P2: proteo parcial.

    Grau de alterao

    S: severo; G: grande; M: mdio; P: pequeno.

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    Tabela 7.13.2 Grau de alterao em funo do tipo de dano, rea e nvel de proteo do bemlesado, para pequenas reas (at 500 ha)

    Tipo dedano - rea

    Areolares(1)

    Pontuais(2)

    Lineares(3)

    Difusos ambientais(4)

    Nvel de

    proteo >1000m

    2

    10 - 1000m

    2

    < 10m

    2

    Estreitos Largos Ocasional SistemticoP1 S G M G S G S

    P2 G M P M G M G

    Tipo de Dano

    (1)Areolares: derrubada expressiva de vegetao para realizao de cortes, aterros,represamentos e construes que impliquem no aumento da rea impermeabilizada;

    (2)Pontuais: abertura de pequenas parcelas de rea para as mesmas finalidades doareolar, implantao de pequenas construes e instalaes de mobilirio urbano;

    (3)Lineares largos: construo de caminhos, caladas, alamedas, dutos, sistemas dedrenagem, linhas de transmisso, etc.; Lineares estreitos: abertura de pequena trilha,vias simples, assoreamento de canais, etc.;

    (4)Difusos: prejudiciais para as condies ambientais urbanas:a. Ocasionais: quando ocorrido de forma eventualb. Sistemtico: quando ocorrido de forma planejada e contnua

    Nvel de Proteo

    P1: proteo integral P2: proteo parcial

    Grau de Alterao

    S: severo G: grande M: mdio P: pequeno

    O enquadramento da situao verificada em cada um dos critrios estabelecidos correspondea uma pontuao atribuda a partir dos valores apresentados no Quadro 7.13.1.

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    Quadro 7.13.1 Valores para ponderao dos critrios de valorao de dano sobre bens culturais

    ASPECTO PONTOS OBSERVAESA QUANTO A CARACTERIZAO DO BEM

    I TIPO DE PROTEO

    a) Tombado 1,0b) Em processo de tombamento 0,8c) Atravs da lei de uso e ocupao solo 0,6d) Integrante de rea envoltrio de bem 0,4e) Inventariado/ cadastrado/ passvel 0,2

    II GRAU DE ORIGINALIDADE Vlido apenas para reas naturais etombadas e respectivas reasenvoltrias

    a) nico 0,8b) Raro 0,6c) Recorrente 0,4

    III GRAU DE CONSERVAO Vlido apenas para reas naturais etombadas e espectivas reasenvoltrias

    a) Bom 0,8b) Regular 0,4c) Precrio 0,2B QUANTO AO DANO CAUSADO AO BEM

    IV GRAU DE ALTERAOa) Severo 2,0b) Grande 1,5c) Mdio 1,0d) Pequeno 0,5

    V CAUSA DO DANO

    a) Por ao 1,0b) Por omisso 0,5

    VI POTENCIAL DE RECUPERAO

    a) Nulo 1,0b) Parcial 0,6c) Integral 0,2

    VII EFEITOS ADVERSOS DECORRENTES Atribuio pode ser cumulativa, casoos danos ocasionados repercutamem mais de um dos itensconsiderados

    a) Alterao de atividade de lazer 0,5b) Alterao de atividade econmica 0,5c) Alterao de atividade cultural 0,5d) Alterao de processo natural 0,5e) Prejuzos para pesquisa 0,5

    Uma vez obtida a pontuao alcanada pela situao verificada, a mesma ser aplicada na

    expresso matemtica apresentada abaixo, que definir o valor monetrio do dano causado.

    ()()

    onde:

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    R = coeficiente de reincidncia ( para o primeiro evento; para a primeirareincidncia; 1 para segunda reincidncia; 2 para terceira reincidncia, progressogeomtrica de razo 2);

    V = valor monetrio a ser adotado conforme as seguintes situaes:a) Para bens imveis arquitetnicos rurais, igual ao custo local de uma construo

    com as mesmas caractersticas tcnicas e arquitetnicas da que foi danificada, aser apurado na fase pericial no curso da ao;

    b) Para bens arquitetnicos urbanos, igual ao valor venal do imvel, conformeestabelecido anualmente pela administrao municipal, corrigido mensalmentepela variao UFIR, ou, por outro ndice oficial, equivalente que venha substitu-la;

    c) Para bens imveis naturais rurais, igual ao valor de mercado da rea, a ser apuradona fase pericial no curso da ao;

    d) Para bens imveis naturais urbanos, igual ao valor venal do imvel, como o item b. P = total de pontos obtidos pela aplicao do quadro 7.13.1.

    Nos casos onde esse ndice no for apurado, o valor da rea ser calculado a partir do valor dometro quadrado do setor fiscal onde localiza-se o bem, conforme estabelecido anualmentepela administrao municipal, por planta genrica de valores ou instrumento semelhante.Assim como no item b, esse valor dever ser corrigido mensalmente

    EXEMPLO

    Contaminao de 10ha de uma rea natural localizada em regio urbana-industrial. Houve acontaminao do solo, flora, gua superficial e subterrnea, fauna terrestre e aqutica. Aregio envoltria, apesar de descaracterizada em relao ao estado original, constituda porum mosaico de paisagens onde existem banhados, florestas e corpo hdrico de boa qualidade.A regio, conforme a lei de uso do solo, apesar de antropizada, presta servios ambientaispara a fauna local. O valor comercial da rea que foi contaminada com produto txico, obtidopor pesquisa do mercado imobilirio, igual a R$50,00/m2.

    VALORAO DO DANO

    A) Quanto as caracterticas do bem afetadoI Tipo de proteo: inventariado/ cadastrado/ passvel de preservao (e);II Grau de originalidade: recorrente (c);III Grau de conservao: regular (b).

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    B) Quanto ao dano causadoIV Grau de alterao: severo (a);V Causa do dano: por omisso (b);VI Potencial de recuperao: parcial (b);

    VII Efeitos adeversos decorrentes: (d + e).

    C) Atribuio da pontuaoAspectos de qualificao do dano Pontos

    A Quanto a caracterizao do bemI Tipo de proteo

    e) Inventariado/ cadastrado/ passvel 0,2II Grau de originalidade

    c) Recorrente 0,4III Grau de conservao

    b) Regular 0,4B Quanto ao dano causado ao bemIV Grau de alterao

    b) Grande 1,5V Causa do dano

    b) Por omisso 0,5VI Potencial de recuperao

    b) Parcial 0,6VII Efeitos adversos decorrentes

    d) Alterao de processo natural 0,5e) Prejuzos para pesquisa 0,5Total (P) 4,60

    ( )()

    R = 1,0 (segunda reincidncia)

    V = 100.000m2 x R$ 50,00 / m2 = R$ 5.000.000,00

    (P + 1,4)/5 = (4,60 +1,40)/5 = 1,2

    I = 1 x 5.000.000,00 x 10 1,2 = 5.000.000,00 x 15,85 = R$79.244.659,62

    VALOR DO DANO = R$ 79.244.659,62

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    7.14 MODELO CUSTO VIAGEM - VALORAO DO DANO PARA PARQUES NATURAIS EREAS RECREAO

    DIXON, J. A., et. al., Analisis Economico de Impactos Ambientales, 2 Ed., Banco

    Asitico de Desarrollo e Banco Mundial, Costa Rica, 1994

    INTRODUO

    Dentre os mtodos indiretos existentes para a valorao de amenidades ambientais, o

    Mtodo do Custo Viagem (MCV) um dos mais utilizados. A idia do mtodo que os

    gastos efetuados pelas pessoas para se deslocarem a um determinado local, geralmente

    para lazer e para recreao, podem ser adotados como uma aproximao dos benefcios

    proporcionados pela rea de recreao.

    Nesse mtodo, utiliza-se o comportamento do consumidor em mercados relacionados

    para valorar os bens ambientais que no tm valor de mercado explcito. Os gastos de

    consumo incluem as despesas da viagem e preparativos (equipamentos, alimentao,

    etc.), os bilhetes de entrada e as despesas realizadas no prprio local visitado.

    Os problemas do MCV so: a) escolha da varivel dependente para fazer a regresso; b)

    viagens com mltiplos propsitos; c) identificao se o indivduo residente ou turista

    eventual; d) clculo do custo da distncia; e) valorar o tempo; f) problemas estatsticos.

    A aplicao do mtodo geralmente est restrita valorao de caractersticas peculiares

    dos locais. O mtodo aplicado pelas agncias governamentais americanas e tem sido

    utilizado no Gr-Bretanha para valorar reas de recreao e atividades ao ar livre, como

    pescarias, caadas, passeios de barco e visitas a florestas.

    O mtodo baseia-se na utilzao de questionrios respondidos pelas pessoas existentes

    na rea de recreao, para coletar informaes sobre os custos da viagem, determinar a

    taxa de visitao e as caractersticas socioeconmicas dos entrevistados. Com base nos

    dados coletados, estima-se a curva de demanda e o valor do excedente do consumidor.

    Este ltimo representa uma estimativa do valor econmico do local analisado.

    EXEMPLO

    Um parque natural recebe anualmente visitantes de cinco diferentes regies. Para cadaregio foi determinada a populao, o nmero de visitantes (NV) e os custos da viagem

    para visitar o parque (CV), sendo utilizandos formulrios de perguntas. Os dados

    coletados na rea estudada esto apresentados na Tabela 7.14.1. Na Figura 7.14.1 est

    apresentada a curva de demanda ajustada por regresso linear das variveis nmero de

    visitantes em funo do custo da viagem ao parque valorado.

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    APLICAO DO MTODO

    Os passos para estimativa do valor-de-uso do Parque pelo mtodo do Custo Viagem so

    os seguintes:

    a) Ajuste da Curva de Demanda a partir dos Dados de NV e CV;b) Determinao do valor mximo de CV;c) Clculo do Valor de Uso e Valor de Uso Ponderado;d) Valorao do parque

    Tabela 7.14.1 Dados coletados dos visitantes pela administrao do Parque

    Regio PopulaoVisitantes

    (N)

    Visitas /1000

    hab. (NV)

    Custo

    Viagem (CV)

    Valor de

    Uso ($)

    Valor de Uso

    Ponderado ($)

    1 2.000.000 15.000 7,5 10 93,75 703,1252 8.000.000 48.000 6,0 15 60,5 363,00

    3 2.500.000 11.250 4,5 20 33,75 151,88

    4 15.000.000 45.000 3,0 25 15,00 45,00

    5 22.600.000 34.000 1,5 30 3,75 5,63

    TOTAL 153.250 22,5 206,75 1.268,63

    Figura 7.14.1 Ajuste linear dos dados coletados com as entrevistas

    7,5; 10

    6,0; 15

    4,5; 20

    3,0; 25

    1,5; 30

    0

    5

    10

    15

    20

    25

    30

    35

    0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 8,0

    Curva de Demanda

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    RESULTADOS

    a) Ajuste da Curva Inversa de Demanda (modelo linear);b) CV Mximo = 35 (pelo grfico);c) Clculo do Valor de Uso e Valor de Uso Ponderado do Parque;d) Valor Uso Ponderado = Valor de Uso x NV.

    ()

    Os resultados obtidos indicam que o valor-de-uso R$56,38/visitante (=1.268,63/22,5),

    no perodo. Tomando como base o nmero de visitantes no perodo considerado, o

    valor do parque R$8.640.235,00 (=15.3250 visitantes x R$56,38/visitante). Na verdade

    esse valor corresponde apenas ao valor-de-uso do parque, que dever ser somado aos

    valores de opo e de existncia do recurso natural avaliado.

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    7.15 MODELO DAP - VALORAO DO DANO POR ANLISE CONTIGENTE (VU + VE)

    INTRODUO

    Em alguns casos de valorao de recursos ambientais, os mercados de bens e servios

    ambientais no existem, no esto bem desenvolvidos e tampouco existem mercadosalternativos, que resulta na impossibilidade de valorar os efeitos de projeto ou impacto.Uma alternativa vivel nesses casos usar os mtodos de valorao contingentes (MVC).

    A idia bsica dos MVC que as pessoas tm diferentes graus de preferncia ou gostopelos bens ou servios, e isso se manifesta quando vo ao mercado e pagam quantiasespecficas por eles; isto , ao adquiri-los, expressam sua disposio a pagar (DAP) poresses bens ou servios. A estimativa do valor econmico a partir de funes de utilidadetambm pode ser realizado pelo conceito da disposio a receber compensao (DAC).

    MODELO DE DISPOSIO A PAGAR (DAP)

    Primeiro: o modelo confronta a pessoa com uma situao de ameaa da perda do bem,forando-a a decidir por uma determinada alternativa (opo de contingncia); segundo:a opo tratada como uma possibilidade de ocorrncia; terceiro: depende da pessoa edo nmero de indivduos consultados.

    Basicamente, o modelo determina o quanto as pessoas estariam dispostas a pagar parano deixar de usufruir do recurso. O somatrio do valor indicado por todos os indivduosconsultados, no local de interesse, fornece um valor monetrio para o recurso analisado,contruindo uma funo de demanda do recurso investigado.

    MODELO DE DISPOSIO A RECEBER (DAR)

    semelhante ao anterior, porm inverte, de certa forma, a proposta do modelo anterior,buscando descobrir quanto as pessoas exigiriam receber em troca da perda de um bem.Em outras palavras, por quanto uma populao venderia aquele recurso natural.

    A operacionalizao do MVC acontece pela aplicao de questionrios cuidadosamenteelaborados para obter das pessoas os valores da DAP ou de receber compensao (DAR).Existem diferentes formas de fazer isso, que resultam em diversas variantes: a) tcnicaperguntas abertas (open-ended); b) tcnica bidding game; c) modelo de referendo;d) modelo referendo repetio (follow-up); e) contingenteclassificatrio (ranking).

    Os resultados dos questionrios so obtidos e, posteriormente, analisados com modeloseconomtricos, visando valores mdios dos lances da DAP ou DAR. O MVC so aplicadospara: a) recursos de propriedade comum ou bens cuja excludibilidade do consumo nopode ser realizada, tais como a qualidade do ar ou da gua; b) recursos de amenidades,como os que apresentam caractersticas paisagisticas culturais, ecolgicas, histricas ousingularidade; c) situaes onde os preos de mercado estejam ausentes.

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    EXEMPLODEESTIMATIVA DO VALOR DE OPO DA PRAIA DO CASSINO

    FINCO, M. V. A., Instrumentos econmicos como ferramenta de valorao ambiental.

    Caso de estudo: Praia do Cassino, Rio Grande/RS, Brasil. Rio Grande: FURG, 2002, 94p.

    INTRODUO

    Segundo citado por Seroa da Motta, a estimativa do valor de opo (DAPT) de uma reade recreao na forma aberta de pesquisa de opinio, pode ser obtida multiplicando-sea disposio a pagar mdia (DAPMi) dos entrevistados pela populao presente no local,no perodo da pesquisa. A proporo baseada na percentagem dos entrevistados quese mostram dispostos a pagar um valor dentro do intervalo i correspondente a DAPMi.Com base nesse conceito, a relao funcional empregada no estudo para obter o valorde opo da Praia do Cassino foi

    ()

    Onde:

    DAPM = disposio a pagar mdia; ni = nmero de entrevistados dispostos a pagar; N = nmero total de pessoas entrevistadas; y = nmero de intervalos relativos s respostas quanto a DAP; i = um dos intervalos relativos s respostas quanto ao DAP; X = nmero de habitantes estimados na rea no perodo da pesquisa.

    RESULTADOS

    Dos 234 questionrios obtidos, 173 apresentaram resposta positiva quanto disposioa pagar pela preservao-conservao de bens e servios gerados na praia do Cassino, e61 apresentaram resposta negativa, isto , no se dispuseram a pagar pela preservaoda amenidade ambiental, conforme mostra a Tabela 7.15.1.

    Com os dados da referida tabela, e, mantendo-se os usurios que no se dispuseram apagar pela preservao da praia do Cassino (26%) de toda a populao considerada no

    clculo da DAPT; o valor de opo da praia do Cassino obtido foi R$711.282,05, por ms,no agregado. Observa-se, que o valor de opo encontrado para a amenidade ambientalpode estar de certa forma relacionado ao valor de uso do recurso,j que o questionriofoi aplicado para os indivduos que efetivamente usufruram o recurso natural.

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    Tabela 7.15.1 Intervalo das sries de disposio a pagar mdia, nmero de entrevistas epopulao da praia do Cassino na alta temporada (2001)

    Intervalo (R$/ms) Mdia (DAP/ni) Pessoas (ni) % (ni/N) Populao Total*

    (1) 0,00 0,00 61 26

    (2) 0,01 5,00 4,2 73 31,2

    (3) 5,01 25,00 8,8 81 34,6

    (4) 25,01 50,00 30,3 16 6,9

    (5) 50,01 100,00 53,4 3 1,3

    TOTAL 234 100 100.000

    * populao total que reside na Praia do Cassino durante a alta temporada, dados da Secretaria Municipalde Habitao e Desenvolvimento SMHAD (2001)

    COMENTRIO

    importante observar que os mtodos diretos de valorao econmica de bens naturais,como, o modelo contingente descrito, se revestem de maior complexidade e rigor paraajustar os dados coletados ao modelo economtricos. Nesse sentido, recomenda-se queantes da aplicao desses modelos, estudar na literatura especfica, os procedimentos emetodologias adequadas para sua utilizao.

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    7.16 MODELO CARDOZO - VALORAO DO DANO PARA COMPONENTE VALORVEL EINTANGVEL

    CARDOSO, A., R., A., A Degradao ambiental e seus valores econmicos associados,Editor Srgio Antonio Fabris, Porto Alegre, Brasil, 2003.

    INTRODUO

    Cardoso refere que o valor econmico de um dano ambiental pode ser obtido com duasparcelas. A primeira, diz respeito s variveis quantificveis do dano ambiental (q). Asegunda, est relacionada s variveis intangveis (i) do dano ambiental.

    As variveis do modelo so todas aquelas que tm valor econmico mensurvel, como,por exemplo, os investimentos no realizados para a preveno dos danos, os custo daslicenas ambientais e outras. As variveis intangveis so todas aquelas sem valor demercado estabelecido, como, por exemplo, o custo da morte de microorganismos, comofungos e bactrias.

    As variveis intangveis (i) so ponderadas com escala numrica de valores, no intervalode zero a quatro, em funo da intensidade e tempo de durao dos impactos. Os pesosdessa varivel do modelo so:

    a) Impacto de curto prazo (dias) Sem impacto = 0; Baixo impacto = 1; Mdio impacto = 2; Alto impacto = 3.

    b) Impacto de mdio e longo prazo (meses, anos) = 4A partir dos conceitos estabelecidos, pode-se estimar o Valor Econmico de Refernciado Dano Ambiental (VERD) atravs da equao:

    1n

    n

    1n

    n iqVERD

    onde:

    VERD = valor econmico de referncia do dano ambeintal; qn = somatrio das variveis economicamente quantificveis; in = somatrio das variveis intangveis ponderadas na escala de 0 a 4; n = nmero de variveis consideradas na valorao, variando de 1......

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    Para estabelecer as variveis intangveis, o sistema ambiental divido em componentesfsicos, biticos e respectivas subclassess. As classes e as subclasses adotadas no modelode Cardoso so:

    Fsico: inclu atmosfera, gua, solo e sedimentos; Bitico: inclu reino monera, protista, fungi; animal; plantas; antpico.

    As subclasses adotadas no modelo de Cardozo so:

    Reino Monera: bactrias e cianobactrias; Reino Protista: protozorios (ameba, paramcio); Reino Fungi: musgos e liquens; Reino Animal: vertebrados (peixes, anfbios, rpteis, aves e mamferos) e

    invertebrados (planrias, besouros, minhocas, lesmas, caramujos, centopeias,aranhas e caros) e;

    Reino das Plantas: vegetais superiores, intermedirios (samambais) e inferiores(algas verdes, vermelhas e pardas).

    O valor econmico de referncia do dano ambiental estimado pela avaliao poderadado impacto sobre as classes e subclasses dos componentes atingidos, multiplicando-seos somatrios das variveis quantificveis e intangveis.

    EXEMPLO. Corte ilegal de mata nativa de preservao para extrair 56 m3 de madeira.

    A.Variveis economicamente quantificveisI. Multa da infrao: Aplicada pelo rgo florestal pelo corte de 56m3 de lenha (R$10,00/m3); Valor da multa administraiva: q1 = 56m3 x R$10,00/m3 = R$560,00.

    II. Custo da percia solicitada pela justia: Dirias: q2 = R$50,00; Combustvel: q3 = R$30,00; 5 horas tcnicas: q4 = R$ 50,00.

    III. Perda de receita financeira Perda de receita - taxa de autorizaco para o corte da madeira(R$50,00) Taxa de autorizao: q5 = R$50,00IV. Custo de elaborao do EIA/RIMA no realizado Estudo de impacto ambiental: q6 = R$5.000,00

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    Substituindo os valores das variveis quantificveis na equao VERD tem-se:

    qn = q1 + q2 + q3 + q4 + q5 = R$ 5.740,00 (cinco mil setecentos e quarenta reais)

    B.Variveis IntangveisPara avaliao das variveis intangveis utiliza-se a matriz apresentada na Tabela 7.16.1

    Tabela 7.16.1 Ponderao das variveis intangveis do modelo de valorao

    Componentes ambientais Tempo de permanncia do impacto

    Classes Subclasse NCurto

    MedioLongo

    Sem (0) Baixo (1) Mdio (2) Alto (3) (4)

    Fsico

    Ar i 1 1

    gua i 2 1Solo i 3 4

    BiticoBactrias i 4 1Protozorios i 5 1Cogumelos i 6

    AnimalInvertebrado i 7 1Vertebrado i 8 1

    PlantasArbreo i 9 4Arbustivo i 10 4Herbceo i 11 4

    Antrpico

    Social i 12

    Paisagem i 13 4Econmico i 14Bem-estar i 15

    Subtotal = 15 0 6 0 0 20Total = 26

    RESULTADO

    Os dados da tabela indicam que foram identificadas 15 variveis intangveis, mas apenas11 foram consideradas no clculo do dano ambiental; 6 de baixo impacto e 5 de impactomais significativo. Assim, o valor do somatrio das variveis intangveis 26. A partir dos

    resultados obtidos, obtm-se estimativa do valor econmico do dano ambiental

    11 n

    n

    n

    n iqVERD = R$ 5.740,00 x 26 = R$ 149.240,00

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    7.17 MODELO FAMB - VALORAO DO DANO PARA DEGRAO DE FATOR ECOLGICO

    ROMAN, E., N., L., Avaliao Monetria do Meio Ambiente, Caderno do MinistrioPblico Paran, Curitiba, Paran, v.2, n.5, p. 143 147, junho, 1999.

    INTRODUO

    Elma Roman considera que a degradao do meio ambiente a alterao adversa dascaractersticas sistema, e que a sua valorao bastante complexa. Ela refere que, parase avaliar os danos ambientais, deve-se considerar as variveis impactadas para restituiro estado original dos elementos ambientais que foram alterados pelo dano.

    Segundo Elma, devem-se inicialmente determinar apenas os custos para se recuperar osfatores ambientais sem incluir sua importncia ecolgica. Por exemplo, na avaliao dodano devido supresso de rea florestal, deve-se considerar as etapas necessria paraa recomposio da regio desmatada, inclundo o solo, adubao, tratos culturais, mo-de-obra para o plantio das mudas, aluguel das mquinas e combustveis. O lucro obtidocom a madeira retirada tambm deve ser considerado na valorao do dano ambiental.

    A determinao contbil das atividades necessrias para recomposio da rea afetadaindica os recursos fianceiros necessrios para a implantao de uma nova rea florestal.Deve-se, ainda lembrar que a nova rea florestal levar no mnimo 30 para se recompor,portanto, aos custos da recomposio devem-se associar outras variveis ecolgicas,tais como o nvel da degradao, desmate procedido de fogo, destoca, e outras.

    Roman refere que o preo da natureza um conceito abstrato, mas de alguma forma

    deve ser incluido na valorao do dano ambiental. Para tanto, no modelo proposto pelaautora, associa o valor da natureza ao parmetro Fator Ambiental, que por definio igual ao valor dos custos de recuperao do dano.

    Assim, no modelo de valorao proposto por Roman, o valor econmico total do danoambiental duas vezes o valor dos custos de recuperao do meio afetado, inclundo ovalor do Fator Ambiental. Assim, a equao do modelo proposto tem a forma:

    AV = (X + Y + Z + .....N) + FAonde:

    AV = avaliao do dano ambiental (em unidades monetrias); (X, Y, Z, ...., n) = somatrio dos custos das n atividades de recuperao do dano; FA = Fator Ambiental (valor de FA = valor dos custos de recuperao do dano).Assim tem-se

    AV = (X + Y + Z + ... + n) + (X + Y + Z + ... + n) * 100%

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    Na percia ambiental requerida nas aes judiciais deve-se considerar eminentemente aavaliao econmica de forma objetiva. O Fator Ambiental visa incluso da relevnciaecolgica do dano ambiental sobre a natureza.

    ESTUDO DE CASO

    I. Nome do proprietrio: XXXXX;II. Local de ocorrncia do dano ambiental: Pitanga PR;

    III. Histrico: XXXXX;a. Autuaes recebidas pelo proprietrio: XXXX;b. Auto de Infraon 000000 data: dd/mm/aaaa;c. Enquadramento: queima de uma rea de 6ha de mata de reserva

    florestal

    IV. Especificao do dano ambiental:a. Constado pelo rgo ambiental do Estado do Paran, o uso do fogo para

    limpeza de 6 ha de mata nativa de reserva florestal.

    V. Reparao do dano ambiental:A reparao do dano ambiental deve restitui uma rea de 6ha, conformeautuao efetuada pelo rgo ambiental, atravs do isolamento da rea com

    cerca, plantio de mudas de essncias nativas, adubao, conduo das mesmasat a fase adulta com os devidos tratos culturais e combate a insetos (no foiobjeto de anlise dentro dos custos de recuperao)

    VI. Memria de clculoa. Clculo da rea: 6 hab. Isolamento da rea com cerca

    1 ha ------ 10.000 m2

    6 ha ------- x x = 60.000 m2 (rea quadrada)

    (60.000)1/2 = 244,94 m244,94 m x 4 = 979,79 m de cerca.

    c. Quantidade de arame farpado: Cerca com 5 fios.

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    5 x 979,79m = 4.898,95 m de arame farpado.1 rolo ------ 500 m

    X ------ 4.898,95 m x = 9,79 = l0 rolos.

    d. Custo do arame farpado:Custo de 1 rolo = R$ 40,0010 rolos x 40,00 = R$ 400,00

    e. Quantidade de palanques:1 palanque a cada 2,00 m.n de palanques: 979,79/2 = 489,89 = 490 palanques.

    f. Custo dos palanques:1 palanque = R$ 1,611,61 reais x 490 = R$ 788,90

    g. Quantidade e custo dos grampos para cerca:Custo dos grampos: R$ 1,90/ kg de grampos2 kg x R$ 1,90 = R$ 3,80

    h. Custo de mo-de-obra para construo da cerca:10 empregados fazem 200 buracos / dia

    200 buracos ------1 dia490 buracos ------ x x = 2,4 dias

    1 diarista cobra R$ 20,00 / diaR$ 20,00 x 10 empregados = R$ 200,00 / dia x 2,4 diasTotal = R$ 480,00

    i. Quantidade de mudas necessrias:1 muda a cada 4 m2 (espaamento 2m x 2 m)1 muda ----- 4 m2

    y ----- 10.000 m2 y = 2.500 mudas / ha

    2.500 mudas ----------1 haz ---------6 ha z = 15.000 mudas

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    j. Custo da mudas:15.000 mudas x R$ 0,25 = R$ 3.750,00

    k. Custo do coveamento das mudas (preparo e coveamento):1 diarista faz 42 covas / dia durante 8hs de trabalho

    42 covas ------------1 dia15.000 covas -------y y = 350 dias

    1 ms ----------- 42 covas x 20 (dias) = 840 covas / ms.

    10 diaristas = 8.400 covas / ms.15.000 / 8.400 = 2 meses para a confeco das covas.

    Custo diarista = R$ 20,00 / dia x 20 dias = 400,00 / ms10 diaristas x R$ 400,00 = R$ 4.000,00

    l. Custo do preparo das covas e plantio das mudas:1 diarista ------------ 100 mudas / dia10 diaristas --------- y y = 1.000 mudas

    1.000 mudas ------- 1 dia15.000 mudas ------ x x = 15 dias

    Custo de R$ 20,00 x 10 = 200,00 x 15 dias = R$ 3.000,00

    m. Custo tratos culturais:10 diaristas--------1 ms para realizar os tratos culturais

    R$ 20,00/ dia x 10 diaristas = 200,00 x 20 / dias = 4.000,00 x 4 anos (atque a muda esteja desenvolvida). = R$ 16.000,00

    VII. Totalizao dos Custosa. Isolamento da rea com cerca: (X)

    X = 400,00 (custo do arame) + 788,90 (custo dos palanques) + 3,80 (custodos grampos) + 480,00 (mo-de-obra)X= R$ 1.672,70

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    b. Plantio das mudas: (Y)Y = 3.750,00 (custo das mudas) + 4.000,00(custo coveamento) + 3.000,00(mo-de-obra)

    Y= R$ 10.750,00

    c. Tratos culturais: (Z)Z = R$ 16.000,00 (mo-de-obra)

    Valor Total = 1.672,70 + 10.750,00 + 16.000,00 = Total (X,Y,Z) = R$ 28.422,70

    VIII. Avaliao ambientalAV= (R$ 28.422,70)+ FA (fator ambiental)

    AV =(R$28.422,70) + 100%

    AV = R$ 28.422,70 + R$ 28.422,70 = R$ 56.843,40

    IX. ConclusoNesse oramento podem ser includos os custos de combate s formigas, adubao e amadeira queimada no local. Assim, a parcela do valor subjetivo do dano determinada,

    considerando dessa forma a relevncia do dano sobre a natureza. Conforme a autora, avalorao econmica do dano ambiental realizado dessa forma no produz divergnciasentre as partes. Na avaliao econmica do dano, pode-se tambm utilizar o preo dohectare da regio quando os valores de mercado no forem disponveis. Nesse caso,utiliza-se a mesma equao, mas, ao invs das variveis X, Y, Z, faz-se o seguinte calculo:

    AV= rea afetada (hectares) x (preo / hectare) (valor de mercado) + FA (100%)

    AV = 6 ha x R$ 4.500,00 + FA

    FA = 6 ha x R$ 4.500,00

    AV = 27.000,00 x 2

    AV = R$ 54.000,00