capitulo 1 - apostila de valoraÇÃo

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    Avaliao de Impactos na PerciaAmbiental

    Curso de Capacitao Profissional

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    1 CAPTULO 1 ESTRUTURA DO SISTEMA AMBIENTALNesse captulo se encontram descritos a estrutura e os componentes do sistema ambiental,

    as qualidades intrnsecas dos recursos e os mtodos de avaliao do potencial ecolgico e do estado

    de conservao dos recursos naturais.

    1.1. COMPONENTES DO SISTEMA AMBIENTALVisando realizao de anlise tcnica dos impactos ambientais decorrente de uma obra ou

    acidente, inicialmente necessrio identificar os componentes do ecossistema mais afetados. Na

    figura 1.1 podem ser observados os componentes do meio fsico; do meio biolgico e antrpico. Os

    componentes ambientais realizam funes e servios ecossistmicos beneficiando sociedade e a

    natureza. A grande maioria dos servios providos pelos recursos naturais no tm valor estabelecido

    no mercado consumidor (preo), o que dificulta a sua valorao econmica.

    Figura 1.1 Componentes do sistema ambiental.

    SistemaAmbiental

    Meio Fsico

    Solo

    gua

    Ar

    MeioBiolgico

    Flora

    Fauna

    Servios

    MeioAntrpico

    Econmico

    Cultural

    MeioPaisagistico

    Natural

    Construdo

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    1.2. CARACTERSTICAS DOS RECURSOS NATURAISA sociedade se beneficia direta e indiretamente dos recursos que fornecem diversos bens e

    servios ambientais. Os benefcios so agrupados em sete componentes que formam o capital

    natural, quais sejam: (1) matrias-primas; (2) consumo de bens e servios ambientais; (3) seguridade;

    (4) descanso e lazer; (5) desenvolvimento espiritual; (6) proteo contra desastres naturais; (7)

    proteo sade.

    necessrio tambm incluir os fluxos derivados dos componentes do capital natural,

    indicados na tabela 1.1. A partir do estabelecimento dos fluxos que provm do capital natural e

    classificao dos recursos naturais, possvel estabelecer uma relao para identificar aportes de

    cada um dos recursos naturais. Isso facilita a valorao do dano social devido s alteraes causadas

    pelo homem.

    Para facilitar o uso dessas informaes na valorao do dano social, necessrio estimar a

    importncia do recurso afetado quanto aos bens e servios ambientais que fornece sociedade. Esta

    estimativa pode ser obtida, por exemplo, a partir da anlise do seu estado de conservao. A

    quantidade e qualidade dos fluxos que aportam do capital natural esto relacionados com o estado

    de conservao, de forma que, medida que melhora o estado de conservao do recurso os fluxos,

    so maximizados.

    1.3. QUALIDADES INTRNSECAS DOS RECURSOS NATURAISOs recursos naturais possuem qualidades intrnsecas, as quais determinam o seu potencial

    para exercer funes ecolgicas. Na tabela 1.2 esto indicadas as qualidades intrnsecas dos recursos

    naturais. As qualidades tambm estabelecem o potencial que o recurso natural apresenta para

    fornecer servios sociedade. As qualidades intrnsecas ou indicadores dos recursos naturais so:

    escala; elasticidade; complexidade, componente chave e representatividade.

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    Tabela 1.1. Benefcios fornecidos pelos recursos naturais para a sociedade e o meio ambiente

    Benefcios Sociais Comentrio Exemplo

    Matrias primas para

    processos produtivos

    Transformao de matria-

    prima em bens e servios

    Madeira, gua, ar, solo, rochas, areia, fauna,

    peixes, bactrias etc.

    Consumo dos bens e

    servios ambientais

    Bens e servios presentes na

    natureza, aproveitados pela

    sociedade.

    Respirar, tomar gua, fertilizar, produzir

    mveis, papel e celulose, construir, etc.

    Segurana

    Possibilidade e segurana de

    abastecimento de bens para

    necessidades futuras

    Genomas disponveis no ambiente,

    ecossistemas, para no futuro, usar na

    biotecnologia, farmacologia, medicina e

    agricultura.

    Lazer e Descanso

    Capacidade de o ambiente

    oferecer tranquilidade, paz,

    recreao, lazer e inspirao.

    Beleza da paisagem, ar puro, som agradvel

    da gua e vento, rios e mares para nadar,

    observar a vida silvestre, pescar, caar.

    Desenvolvimento

    espiritual

    Crescimento da harmonia

    com a natureza. Fortalecer a

    criatividade e o emocional

    para o bem-estar social

    Higiene mental por desfrutar a natureza, o

    que contribui para a estabilidade emocional,

    e criar uma sociedade tolerante, produtiva e

    motivada para o bem comum.

    Proteo contra os

    desastres naturais

    Condies adequadas para

    evitar e reduzir os desastres

    naturais e os riscos da

    populao

    A vegetao protege o solo, evita saturao

    da terra, inundaes e deslizamentos.

    Manejo adequado dos bosques resulta em

    ambientes com menor temperatura e mais

    umidade (melhoria do microclima)

    Proteo sadeMelhora da qualidade de

    vida, reduzir enfermidades.

    Regulao natural das populaes dospeixes, rpteis, mamferos, aves, insetos e

    roedores e outras.

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    Tabela 1.2 Qualidades intrnsecas dos recursos naturais

    1.4. VALORAO DAS QUALIDADES DOS RECURSOS NATURAISEm geral, possvel avaliar o potencial ecolgico dos recursos naturais. Geralmente, o

    potencial afetado pela alterao causada pela ao humana e, justamente, esta alterao do

    Qualidades Comentrio Exemplos

    Escala

    Dimenso: a magnitude do efeito

    temporal e espacial do recurso natural.Segundo a escala espacial, pode ser de

    Macroescala: escalas amplas km ou

    mais; Mesoescala: escalas de alguns ha;

    Microescala: poucos metros quadrados.

    Uma represa afetada com produtos tem um efeito em

    escala maior que em rea de pastagem. A magnitude do

    efeito da evaporao da gua superficial da lagoa de Itaipu

    no microclima maior que o efeito sobre a lagoa do

    Parque Birigui.

    Elasticidade

    nosprocessos,

    capacidad

    e

    de

    recuperao.

    Fragi

    lidade

    ecolgica

    (pouca

    capa

    cidade

    de

    recuperao) Taxa que a populao afetada retorna

    ao equilbrio depois da perturbao.

    Indica capacidade intrnseca para

    assimilar, suportar perturbaes de

    agentes exgenos. Caso particular de

    Elasticidade (Renovabilidade) quando o

    fator no tem capacidade de suportar

    mudanas e atinge um estadoirreversvel rapidamente.

    Os plipos coral morrem com pisoteamento; a capacidade

    de o coral se recuperar lenta ou reduzida; muito frgil.

    Uma lagoa adapta-se melhor as mudanas que o coral. As

    mariposas tm altas taxas de reproduo tem grande

    elasticidade. Uma ave de aparncia robusta como indivduo

    pode ser frgil devido sua escassa populao e baixa

    capacidade de reproduo. Algumas rvores suportam

    efeitos de fungos, mas, so frgeis pela sua limitadacapacidade de recuperao.

    Renovabilidade

    Capacidade de restabelecer ou regressar

    ao seu estado inicial.

    Elasticidade indica a capacidade de

    recuperao do fator.

    Processos cclicos, capacidade de

    reiniciar ciclos.

    Capacidade natural de reposio do

    fator afetado

    Extino. Recuperao do sapo dourado no mais

    possvel sua extino um processo irreversvel. A

    recuperao das populaes de crocodilos possvel,

    existem indivduos que podem se reproduzir. Ecossistema.

    Um bosque secundrio tem maior capacidade de

    recuperao que o clmax. Hidrologia. Um rio se renova

    mais rpido que o crescimento de um bosque primrio.

    Ciclos biogeoqumicos tm uma maior capacidade de

    renovao que dos sedimentares. O N2 tem um ciclo de

    maior capacidade que o fsforo (P)

    Representatividade

    Componente que representa as suas

    caractersticas prprias, no grupo

    sistema e/ou regio em determinado

    momento.

    O Parque Nacional do Iguau representante do bosque

    mido. Araucria representante do bosque do planalto

    paranaense.

    Complexidade

    Quantidade de interaes em que

    participa e as afeta.

    Variedade de elementos e as interaes

    entre os mesmos

    Um bosque tropical tem maior complexidade, mais

    espcies e mais interaes do que um bosque temperado.

    Um bosque natural mais complexo que uma plantao

    florestal (# espcies, tipo e interaes). Uma perturbao

    na nascente do rio pode ter maiores efeitos sobre a bacia

    do que na parte baixa da bacia.

    Componente chaveComponente de sustentao edependncia de um ecossistema, em

    relao variedade e outros fatores.

    Espcie chave do ecossistema: outras espcies tmdependncia do componente e desaparecem quando ele

    muito afetado. Mariscos em pntanos.

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    potencial ecolgico dos recursos afetados deve ser analisada para estabelecer a magnitude do dano

    ambiental. Nesse sentido, utiliza-se um conjunto de parmetros e pesos para avaliar o potencial do

    recurso natural. Isto significa que a valorao global dos recursos naturais obtida a partir da

    avaliao parcial dos indicadores utilizados no referido processo.

    Naturalmente para cada situao os parmetros ou critrios utilizados na valorao do

    recurso afetado tm pesos diferentes, porque, tm diferentes nveis de importncia sobre a

    integridade do recurso em anlise. A valorao da importncia relativa de cada parmetro realizada

    por grupos de especialista utilizando, por exemplo, uma escala de valores. Neste caso, a soma de

    todos os parmetros deve ser cem. Usualmente, a valorao individual da importncia de cada

    parmetro na valorao global do recurso realizada por uma equipe de especialistas.

    Alm do potencial ecolgico do recurso natural possvel tambm avaliar o seu estado deconservao. Tal avaliao realizada utilizando as caractersticas ou qualidade do recurso. A

    avaliao do estado de conservao do recurso geralmente realizada por especialistas que

    atribuem valores, escala numrica ponderada, para as caractersticas investigadas. Este processo

    permite estimar o estado de conservao dos recursos naturais em seu estado mximo de

    fornecimento de bens e servios ambientais,

    1.5. AVALIAO DO POTENCIAL ECOLGICO DOS RECURSOSNATURAIS

    Para estimar o potencial ecolgico dos recursos naturais admite-se que existe a relao

    direta entre as qualidades intrnsecas (caractersticas) e o potencial ecolgico. Esta hiptese

    justificada considerando as funes ecolgicas e capacidade mxima de os recursos fornecerem bens

    e servios ambientais. Em termos matemticos pode-se escrever,

    onde:

    = potencial do recurso natural (%); = qualidade i do recurso (0 < w < 10); = ponderao da qualidade i (%).

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    Considerando que o potencial ecolgico pode assumir valores de 0 a 100%, ento, esses valores

    podem ser associados s classes ou categorias indicadas na tabela 1.3.

    Tabela 1.3. Categorias associadas ao potencial ecolgico dos recursos naturais

    Categoria Faixa (%)

    Muito baixo 0 20

    Baixo 21 40

    Regular 41 60

    Alto 61 80

    Muito Alto 81 100

    1.6. AVALIAO DO ESTADO DE CONSERVAO DOS RECURSOSNATURAIS

    O estado de conservao do recurso refere-se ao nvel de manuteno dos processos que

    capaz de realizar. Este parmetro indica a condio do recurso em relao a sua capacidade de

    garantir o contnuo funcionamento. Na escala percentual, o 100% indica que o recurso est no

    estado mximo de conservao, enquanto 75%, por exemplo, indica que existe a deteriorao de

    25% do recurso por eventos passados.

    Existe uma srie de indicadores ou critrios que se deve identificar para poder avaliar o

    estado de conservao dos recursos. Para utiliz-los, em cada caso particular, feita a seleo prvia

    dos indicadores especficos e a sua ponderao. A ponderao de um critrio selecionado deve levar

    em conta a sua relao com a valorao global do recurso natural analisado.

    Para facilitar a ponderao inicial dos critrios, pode-se considerar uma distribuio

    uniforme, onde todos os indicadores adotados tm o mesmo peso ou importncia no processo de

    avaliao do estado de conservao dos recursos ambientais investigados. Nos casos em que os

    indicadores no tm pesos iguais, necessrio avaliar a importncia de cada indicador para depois

    atribuir os pesos.

    A estimativa do estado de conservao inicial do recurso, EC inicial, pode ser obtida a partir da

    avaliao ponderada de m indicadores, realizada por especialistas, adotando uma escala adequada

    de valores. Dessa maneira, pode-se escrever,

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    onde:

    = valor atribudo pelo especialista i para o indicador j;

    = valor mdio do indicador j; n = nmero de especialista do grupo de avaliao; j= 1, 2,..., m indicadores.

    Fazendo a ponderao j para o indicador j, a avaliao global do recurso natural ser:

    onde:

    = estado de conservao inicial do recurso (%); = ponderao atribuda para o indicador j.

    Uma vez avaliado o estado de conservao inicial dos recursos, necessrio estimar o estado

    de conservao aps o dano ambiental. Isto significa que necessrio estimar o nvel das alteraes

    ocorridas nos recursos afetados. Para tanto, os mesmos critrios escolhidos para avaliar o estado

    inicial dos recursos so analisados pelos especialistas, para qualificar o nvel da alterao provocada

    pelo impacto, mediante a atribuio de valores e pesos de uma escala numrica, como o que

    realizado para avaliar o estado de conservao inicial do recurso. Em termos matemticos, temos:

    onde:

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    = valor atribudo pelo especialista i para o grau de alterao do indicador j; = valor mdio do nvel de alterao do indicador j;

    = ndice de alterao do recurso natural.

    O estado de conservao final do recurso, EC final, aps o impacto, determinado a partir dos

    valores estimados do estado de conservao inicial do recurso e nvel do impacto. Em geral, o estado

    de conservao dos recursos naturais no est no valor mximo e, nesse caso, devemos calcular o

    nvel do impacto real a partir da relao,

    EC inicial x

    Assim, o estado de conservao final do recurso afetado pelo impacto determinado a partir

    dos valores do estado inicial de conservao e o nvel do impacto real,

    EC final = EC inicial * (1 - )

    EXEMPLO.

    Em setembro de 2001, um derrame de 20.000m3 de vinhaa em um rio causou a morte de

    grande quantidade de peixes de uma reserva pesqueira. Na investigao de campo foi verificado que

    no houve a morte de aves e animais da fauna terrestre. O acidente causou danos econmicos e

    socioambientais nas comunidades. Para estimar o valor econmico do impacto foi necessrio avaliar

    o potencial ecolgico e os estados de conservao inicial e final dos recursos afetados pelo acidente.

    SOLUO

    a) Estimativa do potencial ecolgico da regio afetadaPara estabelecer o grau de importncia ecolgica da regio afetada foram escolhidos cinco

    indicadores (critrios): elasticidade, componente chave, complexidade, escala e representatividade.

    Esses critrios foram ponderados e qualificados por um grupo de especialistas que atribuiu valores,na escala de zero a dez, para cada critrio. Os resultados obtidos nessa etapa da avaliao esto

    apresentados nas tabelas 1.4 e 1.5. Os especialistas avaliaram o grau de importncia de cada um dos

    critrios considerando a sua relao com o potencial ecolgico da regio afetada e atribuindo valores

    de zero a cem. Na sequncia, atriburam valores na faixa de zero a dez para qualificar o estado de

    conservao dos critrios analisados.

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    Tabela 1.4 Ponderao dos critrios de avaliao do potencial ecolgico dos recursos

    Qualidade Ponderao (%)

    Elasticidade 26,1

    Componente chave 20,9

    Complexidade 18,8

    Escala 17,2

    Representatividade 15,6

    Tabela 1.5 Qualificao nominal e real do potencial ecolgico dos recursos naturais

    Qualidade Ponderao(%)

    QualificaoNominal (0 10)

    QualificaoReal (Ponderada)

    Elasticidade 26,1 7,4 1,94 = (7,4 x 0,261)

    Componente chave 20,9 7,8 1,62

    Complexidade 18,8 8,4 1,58

    Escala 17,2 6,4 1,10

    Representatividade 15,6 8,3 1,29

    Potencial Ecolgico 7,53

    Os resultados da tabela 1.5 indicam o valor nominal mdio das qualidades dos recursos,

    determinado a partir dos valores individuais atribudos pelos especialistas, bem como o valor real

    (ponderados) mdio das qualidades selecionadas para estimar o potencial ecolgico dos recursos

    ambientais investigados. Os resultados indicam que o valor estimado para o potencial ecolgico da

    regio foi de 75,3%. Utilizando as categorias de potencial ecolgico da tabela 1.3 pode-se observar

    que a regio afetada apresenta um alto potencial ecolgico. O valor real do potencial ecolgico

    tambm pode ser determinado a partir da relao:

    =(0,261 x 7,4) + (0,209 x 7,8) + (0,188 x 8,4) + (0,172 x 6,4) + (0,156 x 8,3) = 7,53 (75,3%)

    O resultado acima indica que a regio do acidente apresenta alto potencial ecolgico, 75% do

    mximo, considerando os critrios de avaliao adotados.

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    b) Estimativa do estado de conservao da regio afetadaPara avaliar o estado de conservao da rea afetada foram adotados os critrios: beleza

    cnica; biomassa e abundncia; diversidade de espcies; redes trficas; reservas ecolgicas e

    pesqueiras; qualidade da gua superficial; estado dos mangues; qualidade dos sedimentos.

    A escolha dos critrios foi realizada pelos especialistas a partir de informaes tcnicas e

    entrevistas. Com os dados coletados, os especialistas ponderaro esses critrios considerando a sua

    importncia para o ecossistema. Em seguida, os especialistas utilizaram uma escala de 1 - 10, onde

    dez significa o estado timo de conservao. Na tabela 1.6 esto os critrios e pesos. As qualificaes

    nominal e real do estado de conservao da regio esto indicadas na tabela 1.7. Os resultados da

    tabela 1.7 foram obtidos a partir da relao:

    = (0,044 x 8,0) + (0,174 x 7,8) + (0,133 x 8,2) + (0,132 x 8,4) + (0,179 x 7,9) + (0,081 x 8,5) +(0,083 x 6,8) = 7,83 (78,3%).

    Tabela 1.6

    Ponderao dos critrios de avaliao do estado de conservao

    Critrio Ponderao (%)

    Beleza cnica 4,4

    Biomassa e abundncia 17,4

    Diversidade de espcies 13,3

    Redes trficas 13,2

    Reservas ecolgicas e pesqueiras 17,9

    Qualidade da gua superficial 17,5Estado dos mangues 8,1

    Qualidade dos sedimentos 8,3

    Total 100,0

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    Tabela 1.7 Qualificao dos critrios de avaliao do estado de conservao da regio afetada

    Critrios Ponderao

    (%)

    Qualificao

    nominal (1-10)

    Qualificao real

    (ponderada)

    Beleza cnica (BC) 4,4 8,0 0,35

    Biomassa e abundncia (BA) 17,4 7,8 1,35

    Diversidade de espcies (DE) 13,3 8,2 1,09

    Redes trficas (RT) 13,2 8,4 1,11

    Redes pesqueiras (RS) 17,9 7,9 1,42

    Qual. da gua superficial (QA) 17,5 7,3 1,27

    Estado dos mangues (EM) 8,1 8,5 0,68

    Qualidade dos sedimentos (QS) 8,3 6,8 0,56

    Estado de Conservao Inicial (j) (Y

    j) 7,83

    Os resultados mostraram que o estado de conservao inicial da regio era 78,3%. Isto

    significa que o estado de conservao no era timo, ou seja, antes do dano a regio j estava

    alterada em torno de 21,7%, em relao ao ponto timo. A situao do estado de conservao inicial

    da regio est ilustrada na figura 1.2.

    Figura 1.2 Representao do estado de conservao da rea afetada antes do dano.

    c) Estimativa do impacto ambiental da rea afetada

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    Para avaliar a alterao causada pelo acidente no estado de conservao da regio e a perda

    de servios, foram utilizados os mesmos critrios das etapas anteriores. Os especialistas qualificaram

    o nvel do impacto para cada critrio com a escala de 0 a 10, onde dez representa o impacto mximo

    e a perda da capacidade de fornecer servios. Com os critrios ponderados e os valores dos nveis do

    impacto obteve-se o ndice global do dano ambiental do acidente. Na tabela 1.8 esto os resultados

    da qualificao nominal e ponderada do impacto, obtidos com a relao:

    = (0,044 x 4,7) + (0,174 x 9,0) + (0,133 x 8,5) + (0,132 x 9,0) + (0,179 x 9,0) + (0,175 x 9,2) + (0,081 x

    3,5) + (0,083 x 6,3) = 8,1 (81,0%).

    A partir dos resultados da Tabela 1.8, pode-se afirmar que o nvel do impacto negativo

    causado pelo acidente foi de 81%. Isto significa que o impacto do evento causou uma reduo quase

    total dos benefcios. O ndice global do impacto pode ser utilizado para avaliar o dano ambiental

    total. Na Figura 1.3, pode-se observar a situao e os valores dos critrios de avaliao do impacto

    negativo do evento. O grfico mostra que o nvel de impacto mximo 10.

    Os resultados indicam que os impactos do acidente afetaram menos os Mangues (ES), a

    Beleza Cnica (BC) e a Qualidade dos Sedimentos (QS) e, com mais intensidade, a Qualidade da gua

    (QA), Biomassa (BA), Reservas (RS) e Diversidade de espcies (DE).

    Tabela 1.8 Nvel nominal e real do impacto ambiental sobre a regio atingida pelo acidente.

    CritriosPonderao

    (%)

    Qualificao

    nominal do

    impacto (1-10)

    Qualificao real do impacto

    (Ponderada)

    Beleza cnica (BC) 4,4 4,7 0,20 = (0,044 x 4,7)

    Biomassa e abundncia (BA) 17,4 9,0 1,57

    Diversidade de espcies (DE) 13,3 8,5 1,13

    Redes trficas (RT) 13,2 9,0 1,19

    Reservas pesqueiras (RS) 17,9 9,0 1,62

    Qual. da gua superficial (QA) 17,5 9,2 1,60

    Estado dos mangues (EM) 8,1 3,5 0,28

    Qualidade do sedimento (QS) 8,3 6,3 0,52

    ndice global do impacto ( j) (NAj) 8,1

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    rciaAmbiental|11/08/2010

    Figura 1.3

    Nvel do impacto sobre os critrios de qualificao da rea afetada

    d) Estimativa do estado de conservao da regio aps o acidenteConsiderando que o estado de conservao inicial no era timo, o nvel de impacto negativo

    real deve ser determinado com em funo do nvel nominal do impacto e do estado de conservao

    do recurso antes do acidente, aplicando a relao:

    ndice de Impacto Real = EC inicial x

    ndice de Impacto Real = 78,3% x 81,0% = 63,42%

    Assim, o ndice de impacto real 63,42%. Considerando que o dano ambiental causado

    igual diferena do estado de conservao inicial e final da regio afetada, deve-se estimar o valor

    do estado de conservao final do ambiente, a partir da relao:

    EC final = EC inicial x (1 - )

    EC final = 0,783 x (1 0,81) = 0,1488

    O resultado permite a constatao de que o estado final de conservao final da regio

    afetada igual a 14,88%. Isto significa que o acidente provocou uma significativa perda de servios

  • 7/31/2019 CAPITULO 1 - APOSTILA DE VALORAO

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    AvaliaodeImpactosnaPe

    rciaAmbiental|11/08/2010

    ambientais na regio decorrentes do despejo de vinhaa no rio. No grfico da figura 1.4 observa-se o

    estado de conservao inicial e final da regio afetada.

    Figura 1.4 - Estado de conservao inicial (quadrado) e final (tringulo) da rea afetada.

    EXERCCIO: