colÉgio estadual duque de caxias ensino fundamental e mÉdio · 3 educação geral. a escola...
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COLÉGIO ESTADUAL DUQUE DE CAXIAS ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
PROJETO POLÍTICOPEDAGÓGICO
2010
ANTONIO OLINTO – PARANÁ
SUMÁRIO
1. APRESENTAÇÃO --------------------------------------------------------------------------------1
2. IDENTIFICAÇÃO----------------------------------------------------------------------------------2
3. OBJETIVO GERAL-------------------------------------------------------------------------------5
4. MARCO SITUACIONAL-------------------------------------------------------------------------5
5. MARCO CONCEITUAL ----------------------------------------------------------------------- 12
6. MARCO OPERACIONAL --------------------------------------------------------------------- 17
7. AVALIAÇÃO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO ---------------------------- 19
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ------------------------------------------------------------- 20
1. APRESENTAÇÃO
Na constante busca de caminhos para ofertar uma educação de qualidade e
levando em conta a diversidade de alunos que formam a escola pública, o Colégio
Estadual Duque de Caxias – Ensino Fundamental e Médio, elabora o presente
Projeto Político Pedagógico, em busca das mudanças desejadas, atendendo
também às exigências da Lei de Diretrizes e Bases da Educação onde, nos artigos
12, 13 e 14, incumbem os estabelecimentos de ensino para que todos os
profissionais da educação e comunidade em geral, participem, elaborem e cumpram
o plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica de ensino.
Para que nosso colégio identifique-se como um espaço educativo,
acolhedor, socializador, humanitário e de ensino-aprendizagem com qualidade,
buscamos através de encontros, questionários, reuniões com os alunos, pais,
conselho escolar, APMF e todos os profissionais da educação construir
coletivamente nosso projeto, uma vez que somos todos agentes transformadores e
acreditamos que idéias compartilhadas e ações conjuntas são molas propulsoras
que levam às realizações.
A função de nossa escola é: “orientar e construir a aprendizagem para a
vida, contribuindo para a inserção social”. Sendo nosso colégio de muita relevância
para a maioria da população, nos cabe o dever de vincular, de modo integrado, a
educação com o mundo do trabalho e a prática social, consolidando a preparação
para o exercício da cidadania, como evoca a LDB, no artigo 2º, uma vez que, pelo
trabalho e pela cidadania, se faz presente a efetiva emancipação do homem.
Fortalecidos com as políticas da SEED, buscaremos o acesso e a
permanência do aluno na escola, atenderemos as culturas diferenciadas, nos
engajando sempre no trabalho coletivo, nos valorizando profissionalmente, através
da formação continuada, não esquecendo do compromisso das práticas de respeito
mútuo, justiça, solidariedade e igualdade.
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2. IDENTIFICAÇÃO
Nome: Colégio Estadual Duque de Caxias – Ensino Fundamental e Médio.
Código INEP: 41118502
Endereço: Rua Ernestina Weinhardt da Silveira, 86 – Centro.
Município: Antonio Olinto – CEP: 83.980-000
Código IBGE: 410130
Telefone/Fax: (42) 3533-1318 – E-mail: [email protected]
Entidade Mantenedora: Governo do Estado do Paraná
NRE: União da Vitória – Paraná
Código: 29
No dia 03 de outubro de 1968, as professoras: Sebastiana Correia Dubiel,
Joana Wanda Kogelinski e Zélia Blaskevicz Dubiel, juntamente com os alunos que
pertenciam à “Casa Escolar” inauguraram um novo estabelecimento de ensino, o
atual Colégio Estadual Duque de Caxias.
Nessa época a escola iniciou ofertando somente o ensino de 1ª à 4ª séries;
iniciou-se aí o trabalho pelo desenvolvimento educacional no município. Eram
poucos alunos, apenas quarenta, mas com uma enorme vontade de evoluir numa
estrutura educacional relativamente consistente.
Mas ainda era pouco. Precisava-se de mais opções de ensino, que viessem
suprir as necessidades de cada um em aprender. Começa, então, uma corrida em
busca do ensino de 5ª à 8ª séries. Com sessenta alunos matriculados na 5ª série no
período noturno, tinha como professores Carmem Salete Train, Cleonice Cruz,
Homero Euclides Schwartz e Maria Knapik Schwartz, sob a direção da professora
Sebastiana Corrêa Dubiel.
A escola, situada na sede do município, recebia alunos de outras localidades
do interior. Os anos foram passando e no dia 15 de dezembro de 1984, a primeira
turma se formava.
O colégio iniciou com a estrutura física de três salas, dois banheiros e uma
sala de direção. No ano de 1986, foram construídas mais três salas, uma secretaria
e mais dois banheiros (um masculino e um feminino). Em 1989 foi construída a
quadra de esportes.
A população aumentou e a necessidade de implantação do curso de
segundo grau surgiu. No ano de 1994, foi autorizada a implantação do curso de
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Educação Geral. A escola passou a denominar-se “Colégio Estadual Duque de
Caxias - Ensino de 1º e 2º graus”, tendo como diretor o professor Carlos Joel
Pavoski e como professoras: Adriana Train Ribeiro, Dionéia Maria Dallazen Aguiar,
Ediles de Fátima da Silva Santos, Feliciano Nunes Prochera, Maria Knapik Schwartz,
Padre Iomar Otto, Rose Mari Martins Gomes e Sônia Aurora de Pauli.
Em 1996 foi construído o laboratório de Ciências, com toda a infra-estrutura,
uma sala de aula e mais dois banheiros; nesse mesmo ano foi também realizada a
reforma da cobertura das salas, um saguão e um palco para apresentações.
Também a biblioteca com amplo espaço e o laboratório de informática com mais de
vinte computadores à disposição dos professores e alunos. No mesmo período o
portal do colégio e a reforma da cozinha se concretizaram.
No ano de 2003, foi realizada a reforma da quadra de esportes.
Atualmente, o colégio conta com aproximadamente 720 alunos regularmente
matriculados nos três turnos, oriundos de diversas localidades do município, com
professores empenhados no bom aprendizado dos mesmos.
Muitos dos alunos que aqui estudaram, estão exercendo profissões com as
quais sonharam. Uns, são políticos, outros, professores, alguns técnicos agrícolas,
enfermeiros, médicos e outras profissões relevantes.
Para que nosso Colégio fosse reconhecido, eis aqui alguns atos de
autorização.
A Escola Estadual Duque de Caxias – Ensino de 1º Grau foi criada através
da Resolução n.º 1588/82, DOE de 02/07/82. O Reconhecimento do
Estabelecimento e do Curso de 5ª à 8ª séries, ocorreu através da Resolução n.º
7754/84, DOE de 27/11/84. Com a implantação do 2º Grau, curso de Educação
Geral - Preparação Universal, através da Resolução n.º 3434/94, passou a
denominar-se Colégio Estadual Duque de Caxias – Ensino de 1º e 2º Graus. O
Reconhecimento do Curso de 2º grau ocorreu através da Resolução n.º 985/98 DOE
de 29/04/98. Com a implantação da nova Lei de Diretrizes e Bases, Lei n.º 9394/96,
mudou a denominação para Colégio Estadual Duque de Caxias – Ensino
Fundamental e Médio. O Regimento Escolar do Colégio tem como Ato Administrativo
de Aprovação o Parecer n.º 14/2001 de 12/01/2001.
Quanto a estrutura física, está organizada da seguinte forma:
11 salas de aula; 01 sala de direção; 01 secretaria; 01 sala para
coordenação pedagógica; 01 sala pequena para Sala de Apoio para alunos em
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contra turno de 5ª série; 01 cozinha; 01 cantina comercial; 01 laboratório de Física,
Química e Biologia, 01 laboratório de informática subdividido com Sala de Aula do
CELEM; 01 biblioteca escolar, subdividida com sala dos professores; 05 banheiros,
um para Profissionais da Educação (feminino/masculino), 02 para alunos
(masculino) e 02 para alunos (feminino).
Como material pedagógico, temos uma videoteca com 310 exemplares, um
kit com 50 DVDs (Acervo TV Escola). Nosso acervo bibliográfico consta com 15
enciclopédias, 3.165 livros de Literatura, 38 livros pedagógicos e 220 livros da
Biblioteca do Professor.
O Colégio Estadual Duque de Caxias – Ensino Fundamental e Médio,
oferece o Ensino Fundamental de 5ª à 8ª séries e Ensino Médio por blocos
semestrais na modalidade regular. Atende a 453 alunos no Ensino Fundamental e
225 no Ensino Médio por Blocos de Disciplinas, sendo 16 turmas do Ensino
Fundamental e 10 do Ensino Médio por Blocos de Disciplinas. O Estabelecimento
também oferta no período noturno para alunos egressos do Ensino Médio o Curso
Técnico Subsequente à Distância através do Programa E-TEC/Brasil – Curso
Gestão Pública.
Para que todos os alunos tenham oportunidade de frequentar o Ensino
Médio, o mesmo é ofertado nos três períodos e o Ensino Fundamental no período
matutino e vespertino.
Para alunos egressos do Ensino Médio e os matriculados, o
Estabelecimento oferece através do Projeto Viva Escola o Curso “Preparando para o
Vestibular” através de tele-aulas e apostilas do Eureka com carga horária de 04
(quatro) horas semanais.
Tendo em vista a importância do Ensino de mais uma língua estrangeira
para formação de nossos alunos, o estabelecimento implantou o CELEM com 04
turmas de Curso Básico de Língua Espanhola, com duração de 02 anos, para alunos
do Ensino Fundamental, Médio, Funcionários e Comunidade.
O Colégio tem como horário de funcionamento:
Período matutino das 7h30min às 11h50min
Período vespertino das 12h50min às 17h10min
Período noturno das 18h50min às 23h
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3. OBJETIVO GERAL
Assegurar a melhoria da qualidade do ensino, da inclusão e da permanência
do aluno, buscando a participação da gestão compartilhada com a comunidade
escolar, promovendo a integração entre a cultura escolar e outras culturas no rumo
de uma educação intercultural e comunitária.
4. MARCO SITUACIONAL
O Colégio Estadual Duque de Caxias – Ensino Fundamental e Médio, está
situado na zona urbana do município de Antonio Olinto e é formado por colonos
imigrantes, ucranianos e poloneses. Tem como fonte de renda a fumicultura e
agricultura, principalmente a de milho, feijão, batata e soja. Há aproximadamente
8000 habitantes. Geograficamente o município está localizado na região Sul do
Paraná, distando 120 km do Núcleo Regional de Educação de União da Vitória. O
Estado do Paraná em crescente desenvolvimento, está situado no Sul do Brasil,
onde a educação vem ocupando espaço no cenário nacional, em busca de um
caminho que efetive o anseio da própria população brasileira e principalmente de
seus profissionais da educação; uma escola pública, democrática e de qualidade
para todos.
Inseridos neste contexto está nosso colégio com uma demanda de
aproximadamente 720 alunos, 33 Professores, sendo 15 (QPM), 01 (QUP) e 17
(PSS), 05 Funcionários Administrativos (QPPE), 07 Funcionários de Serviços Gerais,
sendo 04 (QPPE), 02 (PEAD) e 01 (CLAD) , 01 Pedagoga (QPM) e 01 Pedagoga
(PSS), 01 Diretora (QPM) e 01 Diretora Auxiliar (QPM).
Dos alunos, 90% provêm do campo, os quais fazem uso do transporte escolar
que é oferecido às comunidades nos três períodos, conforme a distribuição das
turmas e turnos de Ensino Fundamental e Médio.
Os pais têm em média a renda de 01 a 03 salários mínimos mensais e muitos
deles estão incluídos nos programas sociais do Governo Federal.
A maioria das famílias é desprovida de bens culturais como livros, revistas e
jornais, mas trazem conhecimentos de vida bastante valiosos, onde procuram de
uma maneira bem peculiar transmitir aos filhos a importância de “se ter um estudo
para um futuro melhor”.
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Analisando o índice estatístico dos anos anteriores, nos deparamos com
aspectos negativos em relação ao ensino-aprendizagem dos nossos alunos, devido
fatores como: indisciplina, relação professor-aluno, despreparo e desmotivação de
alguns professores e alunos, causando ineficiência em nossa prática pedagógica,
resultando em evasões e repetências.
Levando em consideração o processo avaliativo contínuo, o qual acompanha
o aluno ao longo do ano letivo e, sendo a avaliação um dos processos que mais nos
angustia e merece estudo bem fundamentado e reflexivo para uma nova postura
frente à aprendizagem, estamos buscando através de reuniões pedagógicas,
diálogos, leituras e Pré-Conselhos diferenciados, reverter os índices estatísticos e
superar os aspectos negativos, utilizando metodologias adequadas, técnicas e
instrumentos diversificados para aferição como: trabalhos em grupos, oficinas,
participações efetivas em atividades individuais e em grupos, apresentação de
seminários, relatórios, práticas em laboratórios, provas orais e escritas, pesquisas
bibliográficas e internet.
Para alunos com aproveitamento insuficiente nas atividades avaliativas do
Bimestre, o Estabelecimento proporciona Recuperação Concomitante, a qual
desenvolve-se paralelamente às atividades escolares, assumindo várias formas,
como: trabalhos em grupos, alunos monitores, trabalhos e pesquisa, análise e
produção de diferentes tipos de textos, material concreto, novas tarefas explicativas,
novas avaliações e pesquisa orientada. Conforme Regimento Escolar, Artigo 119, a
Recuperação Concomitante é realizada com toda a turma que não atingir a média
6,0 (seis, vírgula zero), sendo facultado ao aluno que não atingir a média, fazer nova
Avaliação. Entre a nota de Avaliação e de Recuperação prevalece sempre a maior.
Durante o Bimestre realizamos o Conselho de Classe Coletivo conforme
estabelecido em Calendário Escolar e Pré-Conselho Individual com professores nas
suas horas atividades, onde os mesmos repassam para a Equipe Pedagógica as
dificuldades e informações referentes à turma e alunos, os quais, são chamados
quando necessário para uma conversa de conscientização. Realizamos também o
Conselho de Classe por turmas com a participação somente de alunos e Equipe
Pedagógica, onde os discentes têm oportunidade de dar sugestões, relatar
problemas e dificuldades quanto à aprendizagem em relação a cada disciplina. As
informações positivas e negativas são registradas pela Equipe e posteriormente
repassadas individualmente a cada professor, orientando para que planeje melhor
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suas aulas, faça diferentes leituras, troque idéias com colegas para que possam
melhorar a cada dia sua prática pedagógica.
Quanto à evasão no período diurno trabalhamos com professor, família,
Conselho Tutelar e o Programa Mobilização para Inclusão Escolar e a Valorização
da Vida (FICA). O professor, após cinco dias consecutivos de faltas do aluno,
comunica a Equipe Pedagógica e a mesma entra em contato com os pais. Caso não
haja retorno do aluno à escola é feita a comunicação ao Conselho Tutelar, que toma
as devidas providências. Procuramos acolher o aluno e desenvolver ações
motivadoras para sua permanência, cabendo também à família a tarefa de incentivar
e conscientizar sobre a importância do estudo, cuidando de sua freqüência às aulas.
Contudo, temos um índice elevado de evasão no Ensino Médio noturno, devido o
trabalho de bóias-frias temporários e migração para outras cidades a procura de
emprego.
Nossos alunos têm poucas perspectivas de trabalho no município dentro de
uma visão não inovadora e dos que concluem o Ensino Médio, apenas uma
pequena parcela prossegue seus estudos. Acreditamos que em nossa realidade, a
proposta mais concreta e o maior desafio para o Ensino Médio é diminuir as
desigualdades, formar cidadãos críticos e conscientes para poderem enfrentar uma
sociedade competitiva e desumana.
Nosso Colégio oferece o Ensino Fundamental nos três períodos: 08 turmas
no matutino e 08 no vespertino, tendo em média 30 alunos por turma. O Ensino
Médio por blocos semestrais tem como objetivo enfrentar os índices de repetência e
evasão presentes na modalidade. Assim, nosso estabelecimento passa a ofertar a
alternativa no início do ano de 2010 com 03 blocos de manhã, 03 à tarde e 04 à
noite.
Para atender a demanda de alunos para o Curso de Formação de Docentes
da Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental, na Modalidade Normal,
o estabelecimento implantou de forma descentralizada e gradativa através do
Colégio Estadual São Mateus o referido curso com abertura de somente uma turma
no período noturno com 45 alunos. A crescente demanda do Ensino Médio no
diurno, torna o espaço físico insuficiente neste período e ocioso no noturno, devido
dificuldades de transporte ao acesso dos alunos à escola e ainda a não
aceitabilidade dos pais para que seus filhos estudem a noite.
Além do Ensino Regular, oferecemos a progressão parcial, amparada pela
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Deliberação 005/98, na qual o aluno do Ensino Médio por Blocos Semestrais,
reprovado em até três disciplinas pode cursar, concomitantemente, as disciplinas
nas quais reprovou e o bloco subseqüente. A freqüência às aulas acontece em turno
contrário ao da matrícula da série, exigindo freqüência prevista em lei e
aproveitamento determinado pelo Regimento Escolar.
Para contribuir com a formação do aluno no desenvolvimento de atividades
relacionadas ao mundo do trabalho como forma educativa o Estabelecimento oferta
estágio não obrigatório para alunos com idade acima de 16 anos, o qual será
desenvolvido como atividade opcional acrescida à carga horária regular e
obrigatória.
Alunos em defasagem idade/série, que reprovam ou que iniciaram a série por
diversos anos e desistiram, mas, possuem conhecimentos e tem possibilidade de
avançar nos estudos, este Estabelecimento realiza o Processo de Reclassificação.
Os critérios e procedimentos constam no Regimento Escolar, Artigo 157,
regulamentado pela Deliberação n.º 09/2001 – CEE.
O calendário escolar para o ano letivo de 2010 foi elaborado pela SEED e
analisado em consenso com todos os Profissionais da Educação deste
Estabelecimento e demais escolas do município, adequando-o a nossa realidade.
As dependências, como Laboratório de Informática, Ciências e Biblioteca
são bem equipados, mas são deficientes quanto à demanda de Recursos Humanos.
Para visar o aperfeiçoamento profissional teórico e prático no próprio
contexto de trabalho, os professores realizaram aos sábados, grupos de estudos nas
disciplinas de Inglês, Matemática, Ciências, Sociologia, História e Cultura Afro-
Brasileira, Educação do Campo e Pedagogos, envolvendo professores do Ensino
Fundamental e Médio. Dentro da jornada de trabalho, nossos profissionais
participam da elaboração do Projeto Político Pedagógico, Reelaboração do
Regimento Escolar, reuniões de orientações pedagógico-didática, simpósios,
seminários, reuniões de trabalho para discutir a prática com colegas. Até o
momento, não temos nenhum professor participando do Projeto Folhas, mas, três
professores; um de História e dois de Geografia estão afastados da sala de aula
participando do PDE.
No setor administrativo, 03 Profissionais da Educação concluíram o Curso
Pró Funcionário, 04 estão cursando e 02 concluíram o curso de Pós-Graduação em
Gestão Escolar. Todos os envolvidos sentem necessidade de capacitação para
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aperfeiçoar-se e conseqüentemente melhorar o rendimento no trabalho e na prática
pedagógica.
Para assessorar a prática dos profissionais da educação, nosso Colégio
dispõe de equipamentos que suprem as reais necessidades da escola, os quais são:
aparelhos de televisão 20”, aparelhos de videocassete, computadores,
impressoras, antenas parabólicas, receptores de imagens, aparelhos micro system,
aparelho de fax, aparelhos de DVD, retroprojetores, geladeiras, freezer, fogões
industriais e cilindro elétrico. Quanto à Internet temos acesso via satélite, através do
Projeto Paraná Digital, onde todos os Profissionais da Educação, comunidade
escolar e alunos poderão utilizar para uso pedagógico. Recebemos também do
Governo do Estado do Paraná as televisões 29’ e pen-drives, com instalação nas
salas de aula.
A comunidade é bem participativa, engajada e comprometida nos eventos
que a escola promove como: festa junina, formatura, palestras e reuniões
pedagógicas. Os pais e outros representantes também participam através de
reuniões de Instâncias Colegiadas, como: Conselho Escolar e APMF. O Grêmio
Estudantil encontra-se em processo de formação. Por meio deles, todas as pessoas
ligadas a estes segmentos decidem sobre aspectos administrativos, financeiros e
pedagógicos. Assim, esses colegiados tornam-se não só um canal de participação,
mas também um instrumento de gestão democrática da própria escola.
Participamos de eventos promovidos em nível Municipal, Regional e
Estadual. Eventos como: Corrida Rústica, comemorações alusivas ao Dia do
Município, Festivais de Dança, da Canção e Teatro, FERA, Com Ciência e Jogos
Colegiais. Os mesmos são de grande aceitação e participação pela comunidade
escolar. O aluno precisa vivenciar situações diferentes das vividas em casa e a
escola deve propiciar essa prática de aprendizagem.
A Reformulação Curricular nas Escolas Públicas do Paraná iniciou-se em
2003, tendo como linha de ação a construção coletiva, pois sendo o currículo uma
produção social, construída por pessoas que vivem em determinados contextos
históricos e sociais, necessariamente, deve-se dar coletivamente a partir do que está
sendo vivido, pensado e realizado nas e pelas escolas. A Reformulação contou com
6 fases, as quais foram acompanhadas e monitoradas pelos Núcleos Regionais de
Ensino e SEED, tendo como princípios: a educação como direito de todo cidadão, a
valorização do professor e de todos os profissionais da educação, o trabalho
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coletivo, a gestão democrática em todos os níveis institucionais, o atendimento às
diferenças e a diversidade cultural, apresentando sua versão final na capacitação
dos professores nos dias pedagógicos do mês de julho de 2006.
Durante o período de construção das Diretrizes, foram realizados inúmeros
seminários, simpósios, reuniões técnicas e encontros descentralizados, com o
objetivo de favorecer a participação dos educadores nas discussões que se deram
ao longo de três anos de intensos debates. Esse processo de formação continuada
em torno das Diretrizes evidenciou a necessidade de nelas contemplar as
especificidades dos níveis e modalidades de ensino da Educação Básica, sem
perder de vista a contribuição dos diferentes componentes curriculares na formação
integral dos alunos ao longo do processo de escolarização.
Assim, além de tratar das especificidades da Educação Básica, as Diretrizes
Curriculares organizam-se a partir das disciplinas que compõe a Base Nacional
Comum e a Parte Diversificada. O texto que orienta a organização de cada uma das
disciplinas – Arte, Artes, Biologia, Ciências, Educação Física, Ensino Religioso,
Filosofia, Física, Geografia, História, Língua Portuguesa, Língua Estrangeira
Moderna, Matemática, Química e Sociologia – constitui-se de uma abordagem sobre
dimensão histórica da disciplina, com ênfase na problematização das relações entre
a(s) ciência(s) de referência e a disciplina escolar, os percursos da disciplina no
âmbito escolar, destacando-se os mais recentes indicativos que marcam a história
do componente curricular, o saber, o Currículo Básico, a Proposta de Reformulação
do 2º Grau e os Parâmetros Curriculares Nacionais.
Após estudos e discussões sobre a elaboração da Matriz Curricular,
concluiu-se que as disciplinas devem ser vistas de forma igualitária, assegurando a
legitimidade da vida escolar dos educandos, garantindo a validação de estudo e
possibilitando a continuidade do mesmo. Os temas Educação do Campo e os
Estudos sobre o Estado do Paraná estão inseridos na disciplina de História, segundo
a Lei nº 9.394, art. 26, parágrafo 2. Os conteúdos de Cultura Afro-Brasileira e
Africana são ministrados no âmbito de todo Currículo Escolar, em especial, na área
de Educação Artística, de Literatura e História Brasileira.
Para regulamentar, orientar e auxiliar o desenvolvimento das ações relativas
a Educação das Relações Étnico-Raciais e ao Ensino da História e Cultura Afro-
Brasileira Africana e Indígena, seguindo a instrução nº 17/2006 SEED e a Resolução
nº 3399/2010 GS/SEED foi composta a Equipe Multidisciplinar, a qual foi aclamada
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por assembléia com os seguintes representantes: Pedagoga: Rosilene Lucavei;
Professores das Áreas Humanas: Marilda de Lourdes Adrianczyk Staszyszen e
Solange Maria de Pauli; Professor da Área de Exatas: Pedro Ismael Diadio;
Professor da Área de Biológicas: Susan Kelli Siqueira; Agente Educacional: Liselote
Teresinha Majolo Boniatti e Representante das Instâncias Colegiadas: Antonia Maria
Kafka Diadio.
A Lei n.º 15.228 de 25/07/2006 institui as Disciplinas de Filosofia e
Sociologia como Disciplinas obrigatórias na Grade Curricular do Ensino Médio no
Estado do Paraná. A Filosofia com objetivo de proporcionar ao aluno a capacidade
de pensar e repensar de modo crítico o conhecimento produzido pela humanidade
na sua relação com o mundo e a constituição de valores culturais, históricos e
sociais. A Sociologia com objetivo de propiciar ao aluno a capacidade de pensar e
repensar de modo crítico o funcionamento da sociedade contemporânea, portanto,
ambas são de fundamental importância na construção e aprimoramento da
cidadania.
Entre os diversos motivos relevantes da inclusão educacional de pessoas
com necessidades especiais, destacam-se os princípios de justiça e igualdade, pois
todos têm direito à oportunidade de acesso à educação, nas mesmas condições. A
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional já indica o compromisso brasileiro
com a Escola Inclusiva, que garante a matrícula de todos os alunos em escolas
públicas ou privadas (LDB 9394/96, Cap. V, art. 58).
Fisicamente nossa escola está adaptada, pois possuímos alunos com
necessidades especiais. Salientamos que há necessidade de que todos os
profissionais da educação tenham uma concepção de ação pedagógica inclusiva, a
qual implica em renovar a prática com uma nova visão, resgatando e valorizando a
cultura negra, combatendo o preconceito, gestos e palavras de discriminação,
conhecendo os costumes de nossa comunidade, onde possam orientar-se por
práticas pedagógicas, que atendam a diversidade humana. O educador precisa ter
capacidade de conviver com as diferenças, superando os preconceitos da minoria e
o nosso sistema educacional deve organizar-se e estruturar-se, de forma que estas
pessoas tenham acesso e permanência assegurada na escola, através das salas de
apoio à aprendizagem da qual contamos até o momento de uma turma no matutino
e uma no vespertino e não dispomos de nenhuma sala de recursos.
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5. MARCO CONCEITUAL
O momento histórico em que vivemos tem recebido várias denominações de
sociedade: pós-moderna, do conhecimento, da informação, pós-industrial e
tecnológica. Conforme o sociólogo francês LOURRAINE (1995), estamos vivendo
presentemente a passagem da sociedade industrial para a informacional onde se
destaca a produção e a difusão de bens culturais, especialmente a informação.
No campo político, ressalta-se a diminuição da crença na ação pública, na
solução de problemas, formas comunicacionais de representação política, aumento
do individualismo e da insensibilidade social. Tais características levam a novas
formas de fazer política, destacando movimentos sociais e formas de organização
que mostram novos caminhos de controle público sobre o estado.
Estes fatos lançam novas perspectivas sobre o sentido da formação da
cidadania, uma vez que se faz necessário educar para a participação social, para o
reconhecimento das diferenças entre os vários grupos sociais, para a diversidade
cultural e para os valores e direitos humanos. Isso significa também, que menor ou
maior acesso à educação escolar e a outros bens culturais, determina a qualidade
da participação popular nos processos decisórios existentes na sociedade civil.
Para LIBÂNEO (2004, p. 52): “a escola de hoje não pode se limitar a passar
informações sobre as matérias, a transmitir o conhecimento do livro didático. Ela é
uma síntese entre a cultura experienciada que aconteceu na cidade, na rua, nas
praças, nos pontos de encontro, nos meios de comunicação, na família, no trabalho,
etc. e a cultura formal que é o domínio do conhecimento, das habilidades do
pensamento. A escola precisa articular sua capacidade de receber e interpretar
informação, como a de produzí-la, considerando-se o aluno sujeito do seu próprio
conhecimento”. Portanto, para que a nossa escola seja qualitativa, democrática,
inclusiva, interativa, participativa, flexível, criativa e colegiada precisamos conhecer o
que fazemos e acreditar no que fazemos, assim fazendo diferença em nossa escola
e na vida de nossos alunos.
Segundo PEREIRA (2004, p. 16), ressalta:
“A escola trabalha o conhecimento humano e é esse conhecimento que manifesta a consciência que o ser humano tem do mundo que o rodeia. A partir daí é possível distinguir o mundo concreto do mundo dos sonhos, aprender a pensar de maneira crítica e dar sentido às coisas. Os professores devem ajudar o aluno a identificar o seu talento, engajar-se no seu projeto de vida, fazê-lo viver os seus sonhos. A escola é responsável
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pelo poder do capital intelectual. Não se pode negar que o mundo atual necessita de pessoas com uma formação mais diversificada para enfrentar uma sociedade na qual a mudança é constante e o futuro se apresenta cada vez mais imprevisível”. (PEREIRA, 2004, pág. 16).
Diante das considerações descritas, mudanças vêm ocorrendo visando a
construção de novas políticas, demonstrando que a sociedade possui em sua
imagem uma nova dimensão, voltada à participação efetiva dos envolvidos para uma
verdadeira construção de cidadania, onde democracia e educação são processos
que caminham juntos, possibilitando uma vida melhor para todos, independente de
condição social, econômica, raça, religião e sexo. Segundo BOELTER1, “depois da
família, a escola é a instituição na qual se inicia a socialização entre as pessoas.
Nela, pelo convívio, crianças e jovens aprendem limites que permitem situar o seu
direito individual em relação ao direito do outro”.
Sendo a escola um dos espaços que se destina a formação de cidadãos e é
por meio da própria história de vida, do cotidiano, resolvendo questões, descobrindo,
tentando, fazendo interferências, pensando e representando que o sujeito que
aprende chega ao conhecimento, a Deliberação n.º 07/99 – CEE destaca a
Avaliação como um dos aspectos do Ensino pelo qual o professor estuda e
interpreta os dados da aprendizagem e de seu próprio trabalho, com as finalidades
de acompanhar e aperfeiçoar o processo de aprendizagem dos alunos, bem como
diagnosticar seus resultados e atribuir-lhes valor. Considera que deverão
preponderar os aspectos qualitativos e para que a Avaliação cumpra sua finalidade
educativa, deverá ser contínua, permanente e cumulativa.
Para LUCKESI (2005, p. 172):
“A avaliação da aprendizagem escolar é um ato amoroso, no sentido de que a avaliação por si só é um ato acolhedor, integrativo, inclusivo. A avaliação como ato diagnóstico, tem por objetivo a inclusão e não a exclusão; a inclusão e não a seleção (que obrigatoriamente conduz à exclusão). O diagnóstico tem por objetivo aquilatar coisas, atos, situações, pessoas, tendo em vista tomar decisões no sentido de criar condições para obtenção de uma maior satisfatoriedade daquilo que se esteja buscando ou construindo”.
Pensar a gestão democrática implica ampliar os horizontes históricos,
políticos e culturais em que se encontram as instituições educativas, objetivando
alcançar a cada dia mais autonomia. Quando falamos em autonomia, estamos
defendendo que a comunidade escolar tenha um grau de independência e liberdade
para coletivamente pensar, discutir, planejar, construir, executar, bem como
1 Professor da Escola Estadual de Ensino Médio. Bento Gonçalves – RS. Gestão nº 68, Abril 2006.
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estabelecer os processos de participação no dia-a-dia da escola.
O conceito de autonomia, segundo Barroso (2001, p. 16),
“Está etimologicamente ligado à idéia de autogoverno, isto é, à faculdade que os indivíduos (ou as organizações) têm de se regerem por regras próprias. Contudo, se a autonomia pressupõe a liberdade (e capacidade) de decidir, ela não se confunde com a ‘independência’. A autonomia é um conceito relacional (somos sempre autônomos de alguém ou de alguma coisa), pelo que a sua ação se exerce sempre num contexto de interdependência e num sistema de relações. A autonomia também é um conceito que exprime sempre um certo grau de relatividade: somos mais, ou menos, autônomos; podemos ser autônomos em relação a umas coisas e não ser em relação as outras”.
Desse modo, é possível concluir que autonomia precisa ser cotidianamente
construída, sendo, portanto, processual e articulada ao esforço mais amplo de
democratização da escola, priorizando o funcionamento das instâncias participativas,
como o Conselho Escolar, Grêmio Estudantil, Conselho de Classe, Associação de
Pais, Mestres e Funcionários, objetivando, facilitar a participação de todos os
segmentos, os quais elegem seus representantes, dando-lhes legitimidade que
permitem uma melhor organicidade na ação.
De acordo com LIBÂNEO (2004, p. 123): “a gestão democrática acentua a
importância da busca de objetivos comuns assumidos por todos. Defende uma forma
coletiva de tomada de decisões, sem, todavia, desobrigar as pessoas da
responsabilidade individual”.
O Conselho Escolar é um órgão colegiado, representativo da comunidade
escolar, de natureza deliberativa, consultiva, avaliativa e fiscalizadora, sobre a
organização e a realização do trabalho pedagógico e administrativo da instituição
escolar, em conformidade com as políticas e diretrizes da educação da SEED, sendo
regido por estatuto próprio.
O bom funcionamento do Conselho Escolar, permite que os problemas que
surgem sejam tratados pelo coletivo e as soluções sejam encontradas com mais
facilidade, fazendo com que todos se sintam responsáveis pelas decisões tomadas e
avanços obtidos.
A APMF é um órgão de representação dos Pais, Mestres e Funcionários do
Estabelecimento de Ensino, não tendo caráter político-partidário, religioso, racial e
nem fins lucrativos, não sendo remunerados os seus dirigentes e conselheiros,
constituído por prazo determinado, sendo regida por estatuto próprio.
O Conselho de Classe é um órgão colegiado de natureza consultiva e
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deliberativa em assuntos didáticos pedagógicos, tendo como objetivo avaliar o
processo ensino-aprendizagem na relação professor-aluno, possibilitando uma
avaliação ampla dos aspectos educativos, onde cada um dos membros, professores,
pedagogos e direção devem ter consciência clara de todo o processo, da
potencialidade do aluno, assumindo papel responsável pela exposição de suas
opiniões.
O Grêmio Estudantil é a organização dos estudantes na escola. Ele é
formado apenas por alunos, de forma independente, desenvolvendo atividades
culturais e esportivas, produzindo jornal, organizando debates sobre os assuntos de
interesse dos estudantes, que não fazem parte do currículo escolar e também
organizando reivindicações. O grêmio é órgão reconhecido de apoio à direção
escolar e não terá caráter político-partidário, religioso, racial e também não deverá
ter fins lucrativos.
Quanto à Matriz Curricular, concebem a Base Nacional Comum como sendo
o “conjunto de conteúdos mínimos das áreas de conhecimento articulados aos
aspectos da vida cidadã de acordo com o art. 26 – LDB. Por ser a dimensão
obrigatória dos currículos nacionais – certamente âmbito privilegiado da avaliação
nacional do rendimento escolar – a Base Nacional Comum deve preponderar
substancialmente sobre a dimensão diversificada”. (Parecer CEB n.º 4/98).
O Ensino Religioso, na forma do art. 33 da Lei 9394 de 20 de dezembro de
1996 será ministrado nas 5ª e 6ª séries do Ensino Fundamental e os temas sociais
contemporâneos serão trabalhados em cada disciplina.
Em relação à parte diversificada, a lei prescreve a inclusão, a partir da 5ª
série, do ensino de pelo menos uma Língua Estrangeira Moderna, assegurando a
escolha à comunidade escolar dentro das possibilidades da instituição (parágrafo 5º,
artigo 26).
Segundo a Lei n.º 10.639 de 09 de janeiro de 2003, no artigo 26 – tornou
obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira nos estabelecimentos de
Ensino Fundamental e Médio assegurando assim, o direito à igualdade de condições
de vida e cidadania, também garantindo igual direito às histórias e culturas que
compõem a nação brasileira, além do acesso às diferentes fontes de cultura nacional
a todos os brasileiros.
Considerando a instrução 006/2009 a qual orienta os procedimentos do
Estágio dos Estudantes e no uso de suas atribuições declara o estágio como ato
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educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, cujas
atividades devem estar adequadas às exigências pedagógicas relativas ao
desenvolvimento cognitivo, pessoal e social do educando, de modo a prevalecer
sobre o aspecto produtivo.
Sob esta perspectiva Kuenzer, (1988 p. 62), diz:
“É através da relação teoria/prática que o homem modifica as circunstâncias humanas (relações sociais, econômicas) e as circunstâncias materiais (natureza, instrumento de trabalho) estabelecendo controle sobre elas, ao mesmo tempo que transforma a própria consciência, através de um processo educativo que se instala ao nível das relações sociais. Daí ser fundamental, para o ensino em todos os níveis, a relação entre teoria e prática como forma metodológica, com vistas a instrumentalizar o homem para construir e controlar as circunstâncias, ao mesmo tempo em que se educa de modo permanente e contínuo, de modo a produzir, acompanhar e controlar o processo de transformação da realidade.”
Dessa forma consideramos que deve estar articulado o mundo do trabalho
com a escola, mas em sua dimensão real e concreta que tem significado para o
aluno, por ser a expressão de suas condições de subsistência e para a escola por
ser um ato educativo.
Com relação ao Currículo, SACRISTÃN (2004, p. 170) define currículo
como: “uma ligação entre a cultura e a sociedade exterior à escola e à educação;
entre o conhecimento e cultura herdados e aprendizagem dos alunos; entre teoria
(idéias, suposições e aspirações) e a prática possível, dadas, determinadas
condições”.
Para Sacristãn, o papel da escola se realiza por meio do currículo e para que
isso aconteça, é preciso não ver o planejamento como uma atividade
eminentemente burocrática e esvaziada de sentido, mas sim, como uma
necessidade de um bom trabalho pedagógico que efetivamente fará a transformação
da realidade onde estão inseridos, contribuindo para o trabalho educativo
organizado para uma ação pedagógica mais eficiente, integrando a comunicação
entre os professores e alunos, racionalizando o tempo, ajudando a não desperdiçar
atividades e oportunidades, evitando a rotina viciada e a improvisação. Neste
sentido, LUCKESI (2005, pág. 164) adverte que “aquilo que foi planejado necessita
ser executado com as mesmas habilidades: conhecimentos, entrega, ato coletivo.
Os conhecimentos utilizados no planejamento são os mesmos que devem no
cotidiano, traduzir-se em prática; caso contrário, serão letras mortas”.
Acreditamos que só através da efetiva participação de todos os envolvidos
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nesse processo, professores, alunos, funcionários, comunidade em geral, equipe
pedagógica e direção, conseguiremos uma melhoria na qualidade do ensino,
buscando coerência na ação para ser possível alcançar uma transformação.
6. MARCO OPERACIONAL
A organização e a gestão da escola adquirem um significado bem mais
amplo, para além de referir-se apenas a questões administrativas e burocráticas.
Elas são entendidas como práticas educativas, pois passam valores, atitudes,
modos de agir, influenciando na aprendizagem de professores e alunos.
Acatando sugestões colhidas em nossa organização escolar procuraremos:
Buscar sempre uma gestão democrática influente e participativa com
grande interação escola-comunidade, através de reuniões bimestrais
com pais de alunos.
Fazer um trabalho de conscientização para que nossos alunos
permaneçam na escola, envolvendo o diálogo permanente com pais,
incentivando-os a participar dos eventos da comunidade escolar como:
palestras referentes a temas sociais contemporâneos, festa junina,
formatura, interagindo sempre com a APMF, Conselho Escolar, Grêmio
Estudantil e voluntários que atuam no cotidiano da escola.
Dar atendimento aos pais da maneira mais atenciosa possível, com
delicadeza e respeito.
Estimular a organização da escola, priorizando o trabalho coletivo,
solidário, negociado e compartilhado.
Investir em projetos de grande relevância como: FERA, Com Ciência,
Festival da Canção, Jogos Colegiais, Teatros, para valorizar o aluno
formando-o cidadão consciente, crítico e atuante na sociedade.
Manter todos os Profissionais da Educação e a comunidade em geral
informados quanto a simpósios, cursos, grupos de estudos, eventos,
pautas de reuniões, prestação de contas (Fundo Rotativo, PDDE) e
promoções da APMF.
Melhorar a qualidade do ensino e os resultados de aprendizagem,
realizando com seriedade e comprometimento a avaliação contínua e
recuperação concomitante, adotando métodos diferenciados de ensino,
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tendo como foco a aprendizagem de todos os alunos.
Preparar e distribuir a merenda, envolvendo atitudes e modos de agir
que poderão influenciar a educação das crianças de forma positiva,
incluindo na mesma, frutas, através do Programa Escola Cidadã.
Destacamos ainda, que trabalharemos de forma articulada com as diversas
áreas do conhecimento, por meio de diferentes linguagens, dentre os quais o
Programa Nacional de Educação Fiscal, que tem como objetivo propiciar o bem-
estar social, pois, segundo DEMO “participação é conquista social” e a Educação
Fiscal é uma ponte que nos leva a essa fonte do saber, uma porta que se abre para
construção de um verdadeiro processo de participação popular, desenvolvendo
valores e atitudes, competências e habilidades necessárias ao exercício de direitos e
deveres na relação recíproca entre cidadão e o Estado.
Sabendo que a presença ou ausência de certas características
organizacionais da escola, tais como estilo de direção, o grau de responsabilidade
de seus profissionais, a liderança organizacional compartilhada, a participação
coletiva, o currículo, a estabilidade profissional, o nível de preparo profissional dos
professores, etc., são mecanismos determinantes para subsidiar a qualidade no
processo educacional, portanto, ficaremos atentos para que tudo isso se faça
presente em nossas ações no dia-a-dia da escola.
O prédio escolar é fator sumamente importante para o êxito do trabalho
escolar. Para que seja totalmente adequado aos objetivos escolares, necessita de
mais salas de aula, sala de reuniões, quadra coberta, uma cozinha mais ampla com
refeitório para os alunos. Como se trata de projetos de altos custos financeiros,
buscaremos parcerias com o Governo Estadual.
O material didático-pedagógico deverá ser adequado e suficiente para
assegurar aos alunos, funcionários, pedagogos e professores, todas as condições
para o desenvolvimento do trabalho garantindo a qualidade de ensino.
Compreendendo que nossos jovens alunos são o verdadeiro sentido da
escola de Ensino Médio, dentro das possibilidades pedagógicas, desenvolveremos
as práticas comunicativas tais como:
Incentivo e conscientização quanto à importância da realização do ENEM.
Ao cursarem a 3ª série, nossos alunos serão informados quanto aos cursos pós-
médio e vestibulares existentes na região, tendo oportunidade de visitarem
algumas universidades.
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A escola estará sempre informada quanto ao número de aprovados e
matriculados em cursos superiores ou pós-médio.
Devido o município ser essencialmente agrícola, em parceria com o SENAR
o Estabelecimento neste ano de 2009 oferecerá o curso “Jovem Agricultor Aprendiz”
que consiste em suprir os problemas rurais, melhorando o desempenho no trabalho,
incrementando sua produtividade e valorizando o trabalho agropecuário junto ao
público jovem.
Alunos maiores de 16 anos regularmente matriculados no Ensino Médio
poderão estagiar em empresas conveniadas com o CIEE, amparados no Regimento
Escolar artigos 64,65 e 66.
Sabendo que a educação aparece claramente como um universo de
contradições e desafios, e que só teoria não transforma a educação, precisamos
adquirir consciência e desejos de propiciar melhorias à nossas crianças e jovens.
Portanto, nossa escola trabalhará projetos coletivos e reais dentro da comunidade,
situações do cotidiano, da família e da escola, através da viabilização da Feira do
Conhecimento, Reciclagem de Lixo, Palestras, Atividades Esportivas e Culturais,
como: teatro, dança e música, com objetivo de descobrir talentos, trabalhar a
criatividade e a capacidade de reinventar e favorecer a integração social mantendo
vínculo permanente entre escola e comunidade. Acreditamos que estes são fatores
essenciais para um bom desenvolvimento e formação do aluno, tornando-o um
cidadão ético e humano para a sociedade.
7. AVALIAÇÃO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
É fundamental avaliar nossas ações para garantir à Instituição e ao Projeto
Político Pedagógico um melhor redirecionamento do trabalho. Sendo este um
instrumento valioso para construção do conhecimento num processo dinâmico de
competências técnicas e políticas em todos os campos, nos avaliaremos
bimestralmente envolvendo Pais, Professores, Alunos, Funcionários, Equipe
Pedagógica, Direção, APMF, Grêmio Estudantil e Conselho Escolar. Sabendo que é
por meio da avaliação que se sustenta a qualidade de ensino, se estimula a reflexão
sobre a organização e a prática pedagógica como condição de aprimorá-la,
buscaremos através da leitura, de questionamentos, de troca de idéias e relatos,
verificar onde erramos e fazer desses erros degraus para acertos, tomando novas
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decisões para melhoramentos.
Outro encaminhamento importante visando a melhoria da Educação Básica
do Estado do Paraná, é a realização da Avaliação Institucional, envolvendo alunos,
pais, todos os profissionais da educação e instâncias colegiadas para um amplo
movimento de mobilização, a fim, de refletirmos, discutirmos e debatermos a
qualidade da nossa escola. As informações positivas e negativas resultantes das
análises das cinco dimensões nos fornecerão subsídios para buscarmos novas
formas de decidir, planejar e reorientar as ações promovendo, assim, a contínua
melhoria do trabalho e das condições ambientais e pedagógicas, de modo a criar
experiências educacionais estimulantes e mobilizadoras que oportunizem à
comunidade escolar, o aprendizado e a promoção humana.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa para o Ensino Médio. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação. Julho – 2006.
FREINET, Célestin. Pedagogia do bom senso. Tradução de J. Batista. 7ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2004.
GANDIN, Danilo. Planejamento como Prática educativa. 13ª ed. São Paulo: edições Loyola, 1983.
GASPARIN, João Luiz. Uma didática para a pedagogia histórico crítica. 2ª ed. Campinas – São Paulo: Autores Associados, 2003.
LIBÂNEO, José Carlos. Organização e Gestão da Escola: teoria e prática. 5ª ed. Revista e ampliada. Goiânia: Editora Alternativa, 2004.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da Aprendizagem Escolar: estudos e proposições. 17ª ed. São Paulo: Cortez, 2005.
NISKIER, Arnaldo. LDB: A nova lei da educação: tudo sobre a lei de diretrizes e bases da educação nacional. Rio de Janeiro. Consultor, 1996.
PEREIRA, Esther Cristina. Escola e família: uma parceria que dá certo. Curitiba: E. C. Pereira, 2004.
Programa Nacional de Educação Fiscal. Educação Fiscal no contexto social. ESAF, 2004.
Revista Gestão em Rede. nº 37 junho/julho – 2002 e nº 40 – outubro 2002; nº 59 –março 2005; nº 63 – agosto 2005, nº 54 – Junho 2004; nº 68 – Abril 2006; nº 69 –Maio 2006; nº 70, Junho 2006.
WERNECK, Hamilton. Ensinamos demais, aprendemos de menos. 19ª ed. Petrópolis – RJ: Editora Vozes, 2002.
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O presente Projeto Político Pedagógico foi aprovado pelo Conselho Escolar
do Colégio Estadual Duque de Caxias – Ensino Fundamental e Médio, do município
de Antonio Olinto.
Antonio Olinto, 09 de março de 2009.
SANDRA ANDRÉIA SIQUEIRA MAZZADiretora – Res. n.º 5.909/2008