claudia bilobran o transporte público em discussão da edu-cação, não é muito bem assim que a...

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Jornal-laboratório do Curso de Jornalismo da Facinter Ano III Número14 Curitiba, setembro de 2011 Claudia Bilobran Você sabe quem são os candidatos a prefeito de Curitiba? (p. 4 e 5) A luta por um sonho Conheça a história da cantora paraibana cega que conseguiu realizar seu sonho em Curitiba (p. 3) O transporte público em discussão Será que Curitiba tem infraestrutura para receber mais ônibus circulando pelo centro da cidade? E o metrô, trará mais tranquilidade e conforto para quem utiliza o transporte público ou apenas mais transtornos? (p. 6 e 7) MARCO ZERO Divulgação

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Page 1: Claudia Bilobran O transporte público em discussão da edu-cação, não é muito bem assim que a Justiça vê o caso. Em Minas Gerais, a greve foi consi-derada ilegal pelo Tribunal

Curitiba, setembro de 2011 MARCO ZERO 1

Jornal-laboratório do Curso de Jornalismo da Facinter • Ano III • Número14 • Curitiba, setembro de 2011Claudia Bilobran

Você sabe quem são os candidatos a prefeito de Curitiba? (p. 4 e 5)

A luta por um sonhoConheça a história da cantora paraibana cega que conseguiu realizar seu sonho em Curitiba (p. 3)

O transporte públicoem discussão

Será que Curitiba tem infraestrutura para receber mais ônibus circulando pelo centro da cidade? E o metrô, trará mais tranquilidade e conforto para quem utiliza o transporte público ou apenas mais transtornos? (p. 6 e 7)

MARCO ZERO

Divulgação

Page 2: Claudia Bilobran O transporte público em discussão da edu-cação, não é muito bem assim que a Justiça vê o caso. Em Minas Gerais, a greve foi consi-derada ilegal pelo Tribunal

MARCO ZERO Curitiba, setembro de 20112

EDITORIAL

Ao leitor

Expediente

ARTIGO

O jornal Marco Zero é umapublicação feita pelos alunos doCurso de Jornalismo da Faculdade Internacional de Curitiba (Facinter)

* Melhor jornal-laboratório do Paranáem 2010: primeiro lugar no Prêmio Sangue Novo no Jornalismo Paranaense, promovido pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná

Coordenador docurso de Jornalismo:Tomás Barreiros

Professores responsáveis:Roberto NicolatoTomás Barreiros

Diagramação:André Halmata (7º período)

Facinter: Rua do Rosário, 147CEP 80010-110 • Curitiba-PRE-mail: [email protected] Telefones: 2102-7953 e 2102-7954.

Boca no trombone!

Esta edição do Jornal Marco Zero trata dos principais problemas existente no transporte público da capital paranaense. A reportagem aborda temas polêmicos, como super lotação, atrasos e acidentes que vêm acontecendo no transporte coletivo.

Também nesta edição, uma matéria mostra os estilos dos curitibanos frente às variações climáticas da cidade, com depoimentos de várias pessoas e dicas das estilistas Natalia Canalli e Karla Pereira para se vestir de maneira prática e com estilo.

O leitor irá também conhecer Luciene Pereira, uma cantora paraibana cega que veio tentar a vida em Curitiba, após diversas dificuldades. Além disso, são revelados mistérios e curiosidades dos bares e restaurantes subterrâneos do centro da cidade. Esta edição mostra ainda o projeto arquitetônico da mesquita de Curitiba, uma construção antiga e rica em detalhes.

Assim está o Marco Zero nesta edição, com variedade de assuntos e um conteúdo desenvolvido especialmente para você.

Boa Leitura.

Para buscar maior valorização, melhores salários e melho-res condições de trabalho, de

norte a sul, as greves de professores vãos surgindo e se prolongam dia após dia. Uma novela que vai adian-do um final feliz. Nessa verdadeira batalha en-tre governo e professores, os docen-tes querem ganhar mais, e o governo, pagar menos. Se os educadores não têm respeito nem dentro das próprias salas de aula, vão conseguir alguma coisa fora? Em Planaltina-GO, por exem-plo, cerca de 40 professores que de-ram início a uma manifestação foram interrompidos por policiais civis, que dispararam uma artilharia de ofensas em cima dos educadores. Por mais que a greve seja justa para os pro-fissionais da edu-cação, não é muito bem assim que a Justiça vê o caso. Em Minas Gerais, a greve foi consi-derada ilegal pelo Tribunal de Justiça (TJ), mas, mesmo assim, os professores permaneceram sem trabalhar, completando mais de cem dias de paralisação. Para alguns professores, não basta simplesmente alcançar um au-mento no piso salarial. Eles querem também melhores condições de traba-lho, valorização e reconquista de algo que está muito além do que havia se perdido: o respeito. De fato, isso mostra que, no ano em que as paralisações se evidenciaram com grande força, de norte a sul do país, uma das preocu-pações dos professores, e também dos estudantes, é também uma re-viravolta no calendário escolar e a reposição das aulas. Será nas férias ou aos sábados? É por causa de impasses como esses que nossa educação pode estar tão longe de ser conside-rada como educação de excelência nos parâmetros mundiais, mantendo-

se atrás de países como Paraguai, Equador e Bolívia. No entanto, temos que confessar que, aos trancos e bar-rancos, a educação vai sendo cons-truída. Mas não com a excelência que todos gostariam de ver. E enquanto essa briga con-tinuar, lá estão os estudantes sem aulas, vendo a horas passarem sem ao menos estarem com um livro nas mãos enquanto as inúmeras reuniões entre professores e as secretarias, prefeituras e governos mostram que o impasse está longe de agradar as duas esferas. E lá se vão as férias dos es-tudantes. Passeios, nem pensar. E o descanso forçado, fora de época, aca-ba não sendo descanso. Com isso, no ano em que as paralisações se evidenciaram de norte a sul do país, a maior preocupação dos professores e também dos estudantes

é sobre a reposição das aulas. Será nas férias ou aos sába-dos? As reposições das aulas após as paralisações se tornam um gran-de desafio para os

gestores que buscam desenvolver um ensino de qualidade. Para recuperar o tempo perdido, a retomada das ativi-dades faz com que sejam improvisa-das. Mesmo assim, há uma tentativa de levar certo ânimo aos estudantes, depois de meses parados. Para a estudante Taynara Cris-tina, aluna da rede estadual em Curiti-ba-PR, além das mudanças do calen-dário escolar, geradas pelas greves, há prejuízos como a não abordagem de determinados conteúdos essen-ciais para o Ensino Médio, por exem-plo. “Dependendo de quanto tempo dure uma greve, pode atrasar conte-údos, e podemos ficar sem aprender por falta de tempo”, lamenta. Porém, por parte do gover-no federal, parece que eles estão cumprindo o seu papel. Pelo menos, alguns cursos disponibilizados pelo MEC foram oferecidos, e concursos para divulgar o bom trabalho dos pro-fessores foram criados.

Você notou alguma diferença nosnovos ônibus?

“Sim, os novos ônibus têm mais espaço, os bancos preferenciais são confortáveis e estofados e consequentemente

cabem mais passageiros”.Rodrigo dos Santos Custodio, estagiário, 22 anos

“Sim, eles mudaram totalmente o design, trazendo mais conforto e espaço para as pessoas e assim deixaram a cidade

sorriso ainda mais bonita.”Débora Cruz, estudante, 21 anos

“Sim, o ônibus é espaçoso, é muito mais rápido; portanto, diminui o tempo para chegar no centro, já que ele não pára em

todos os pontos. Eles ficaram mais bonitos e modernos”.Michele Rosana Hubie Borges, estudante, 23 anos

“Sim. Por ganhar tempo para chegar, o número de passageiros dobra. Dessa forma, se ganha tempo e perde-se conforto. E também

parece que foram retirados os ônibus antigos, porque o horário de espera aumentou”.Gilles Bruno Benício,analista de Marketing, 28 anos

“Não, porque eles só circulam em um determinado ponto da cidade e não é o meu caminho”.

William Kasprsak,estudante, 26 anos

E quando a greve acabar?

“Dependendo de quanto tempo dure uma greve,

pode atrasar conteúdos, e podemos ficar sem apren-

der por falta de tempo”

Cláudia Hein

Hamilton Zambianck

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Curitiba, setembro de 2011 MARCO ZERO 3

PERFIL

Pelos bares da vidaÉ na noite curitibana que a cantora paraibana Luciene Pereira busca firmar-se na profissão

Nas casas noturnas curitiba-nas, em casamentos e for-maturas, Luciene Pereira

de Oliveira encontra espaço para mostrar seu trabalho. Cantora desde pequena, a paixão de Luciene pela música e seu talento foram desco-bertos quando ela tinha apenas três anos, em 1981, durante a primeira visita do Papa João Paulo II ao Bra-sil, quando cantou “A Benção, João de Deus”. O sucesso foi tal que Lu-ciene não parou mais.

Em Lagoa Seca na Paraíba, ci-dade onde nasceu, Luciene cantou em bandas de forró, gravou CDs e alcançou reconhecimento regional. Mas foi em Curitiba, para onde se mudou em 2003, que ela finalmente conseguiu dedicar-se à carreira solo e à sua grande paixão: a Música Po-pular Brasileira. Hoje, ela conta com músicos contratados para a acompa-nhar nos shows.

“Sempre gostei de MPB, mas como na Paraíba comecei cantan-do em bandas de forró, não conse-gui me dedicar a esse estilo musical como sempre sonhei. Claro que não posso reclamar, pois a música regio-nal me proporcionou a oportunidade de conseguir me dedicar à MPB. Sem dúvida, me sinto agora mais realiza-da”, declara Luciene.

“Canta aí, fia, pro pessoal ou-

vir”. Quem sempre dizia isso era seu pai, o agricultor Antônio Ferreira de Oliveira, gran-de incentivador do sonho de artista da filha. A cada mú-sica nova que Lu-ciene aprendia, ele já queria mostrar a todo mundo, orgu-lhoso dos dotes da filha.

Nascida deficiente visual, Lu-

ciene passou por muitas dificulda-des, mas isso não a impediu de se-

guir seus anseios: “Quando eu era criança, tinha ape-nas um tio com boas condições financeiras. Nos finais de sema-na, após saber do

meu talento, ele ia até minha casa e montava um palco, me pagando pe-quenas quantias para que eu fizesse um show para a família. Eu achava aquilo maravilhoso, e meu sonho só aumentava”, lembra a cantora.

Era nesses shows que Lucie-ne deixava os pais babando. Até aí, tudo normal. Mas os tios também? Sim, eles ficavam tão animados quanto os pais e, logo que chega-vam à casa de Luciene, já pergunta-vam: “E aí, já aprendeu uma música do Roberto Carlos?”

Os limites musicais da casa em que vivia foram ultrapassados quando Luciene foi morar no Instituto de Ce-gos de Campina Grande, na Paraíba, aos oito anos. Lá, ela conseguiu uma coisa inesperada: “Eu fui a primeira

criança a fazer parte do coral, antes composto apenas por adultos”.

A paixão pela música era ta-manha que, no Instituto, Luciene também aprendeu a tocar violão, teclado e flauta para acompanhar quando cantasse.

“Eu comecei a cantar pro-fissionalmente em 1995, na ban-da Nova Geração, do Instituto de Cegos da Paraíba. Em 1996, gravei meu primeiro CD, com a banda de forró paraibana Anjos e Demô-nios, na qual fiquei por quatro anos e gravei quatro CDs. Somente em 2000 saí da banda para me dedicar à MPB”, conta.

Em suas apresentações, Lu-ciene passou por situações no mí-nimo hilárias. “Eram engraçadas demais as coisas que aconteciam! Um dia, em um show, percebi que tinha caído algo líquido no meu pé... Achei estranho, mas conti-nuei cantando. No final, descobri que era um rapaz que tinha jogado cerveja na minha perna. Quando minha amiga perguntou para ele porque fez aquilo ele disse: ‘Sua amiga canta bem, mas é muito me-tida. Fiquei o show inteiro falan-do com ela, e ela nem me olhou’”, conta a cantora.

Ela recorda outra ocasião em que, ao final do show, um menino foi falar com ela e disse que gosta-va muito do seu show, que a achava muito bonita, mas que a coisa que ele mais gostava era quando ela virava o “zóinho”. “É muito engraçada a re-ação das pessoas quando descobrem que sou cega”, comenta Luciene.

Luciene Pereira em show no Restaurante Beto Batata, em Curitiba

Luciene cantando em show beneficente em prol do Instituto Paranaense de Cegos

Luciene Pereira ao lado de André Deschamps e da atriz Letícia Sabatela em show beneficente

Hamilton Zambiancki

Regiane Silva

Regiane Silva

Regiane Silva

Luciene passou por muitas dificuldades, mas

isso não a impediu de seguir seus anseios

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MARCO ZERO Curitiba, setembro de 20114

A corridajá começou

Faltando um ano para as eleições municipais de 2012, a corrida eleitoral na capital paranaense

já começou. A disputa para coman-dar a cidade sempre mexe com muitas forças e interesse políticos. Mesmo porque se trata do segundo maior or-çamento do estado e um dos maiores do país. Até o momento, oito nomes despontam como pré-candidatos à prefeitura. O atual prefeito Luciano Ducci será o nome do PSB. Já o PT apresenta ainda uma indefinição nos seus quadros. O partido tem três no-mes como pré-candidatos: o deputado estadual Tadeu Veneri e os deputados Federais Dr. Rosinha e Ângelo Vanho-ni. O PPS promete sair com Rubens Bueno, caso não apóie Ducci. Outro velho conhecido do público curitiba-no também promete voltar: é Rafael Greca, que já foi prefeito e poderá ser lançado pelo PMDB, com o apoio do senador e ex-governador Roberto Requião. Outro nome muito popular que aparece é o de Ratinho Júnior (PSC), deputado federal mais votado no estado nas eleições de 2010. Por fim, um candidato que promete me-xer com a disputa: Gustavo Fruet (fi-lho do falecido ex-prefeito Maurício Fruet), que se filiou recentemente ao PDT e aparece como um dos favori-tos no pleito. Segundo o professor Ricar-do Costa Oliveira, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), a eleição de 2012 promete ser a mais disputada

A disputa para as eleições de 2012 na capital promete ser a mais acirrada desde 2000. Oito candidatos já se preparam para chegar à Prefeitura de Curitiba

desde 2000. Naquela ocasião, Cassio Taniguchi, do PFL, hoje Democratas, venceu Ângelo Vanhoni no segundo turno. O resultado foi apertado: Cas-sio ficou com 51,48% dos votos, e Va-nhoni atingiu 48,52%. Um ponto que Oliveira aponta é a polarização entre PSDB e PT, até porque as alianças acontecerão em torno desses partidos. Outro fator será o destino que Fruet poderá seguir. Ele será o ponto de de-sequilíbrio, pois se trata de um nome forte e com densidade eleitoral. O professor ressalta que o ex-deputado foi o candidato ao Senado mais vota-do em Curitiba em 2010. Com nomes como Ducci, Fruet, Ratinho Júnior e Vanhonhi, a pulverização dos votos é tida como quase certa. Todo o equilíbrio na disputa já pôde ser notado nas pesquisas divulga-das. Na consulta feita pelo Ibope para a rádio CBN, Fruet aparece com 34%, Ducci tem 23%, Greca tem 7%, e Dr. Rosinha atinge 6%. Foram ouvidas 812 pessoas na pesquisa estimulada. Já em outra pesquisa encomendada por um dos pré-candidatos, Ducci obteve 23%, Ratinho Júnior 22%, Fruet 18%, Vanhoni 10% e Greca ficou com 5%. Esses resultados fora divulgados em 30 de agosto. São números que já retratam a pulverização dos votos na capital. En-quanto a maioria dos curitibanos nem pensa em eleição, os candidatos já tra-vam uma verdadeira batalha para con-quistar o eleitorado e conseguir espaço na mídia. Até porque quem não é visto, não é lembrado, como reza um velho ensinamento da política.

Gilmar Sergio Pallar

Quem são os pré-candidatos?

Rafael Greca de Macedo nasceu em Curitiba em 17 de março de 1956. É filho de Terezinha Greca de Macedo e do engenheiro Euri-co Dacheux de Macedo e casado com a jornalista Margarita Pericás Sansone. É formado em Economia e Engenharia, com especialização em Urbanismo, e funcionário con-cursado do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba. Foi vereador, deputado estadual e prefeito de Curitiba e atualmente é deputado estadual

Veja quais são os os cidadãos quequerem conduzir o destino da capital

paranaense nos próximos anos

POLÍTICA

Gustavo Bonato Fruet nasceu em Curitiba em 1963. É filho de Ivete e Maurício Fruet, que foi deputado es-tadual, deputado federal constituinte e prefeito de Curitiba. Formado em Direito pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), possui os títulos de mestre em Direito Público e doutor em Direito das Relações Sociais, também pela UFPR. Foi vereador e deputado federal pelo Paraná. Recentemente, filiou-se ao PDT para disputar as elei-ções em Curitiba

Ratinho Júnior Nascido a 19 de abril de 1981, em Jandaia do Sul, Região Norte do Paraná, Carlos Roberto Massa Júnior, mais conhecido por Ratinho Júnior, veio para Curitiba, junto com a família, ainda peque-no, em 1984. Filho de Solange e do famoso apresentador e hoje empresário dos meios de comu-nicação Carlos Ratinho Massa, foi deputado estadual e federal.

Gustavo Fruet

O Partido dos Trabalhadores vive um dilema. Não sabe ainda se vai lançar candidato próprio (os nomes cogitados são Tadeu Veneri, Dr. Rosinha e Ângelo Vanhoni) ou se apoiará Gustavo Fruet já no pri-meiro turno. A partir do momento em que o partido apontar seu nome à disputa, terá espaço para divulgação do perfil do candidato.

Rafael Greca

PT

Divulgação

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Curitiba, setembro de 2011 MARCO ZERO 5

TRILHAS DO TEMPO

Tire os sapatose coloque o véuMesquita Imam Ali Ibn Abi Tálib reune comunidade islâmica em Curitiba

A curiosidade bate à porta de quem passa em frente à mesquita. Al-guns dão uma olhadinha de fora, mas não entram. Perdem a oportunidade de conhecer uma história fantásti-ca, contada com detalhes, à quem se atreve a entrar, pelo vice-presidente da Sociedade Mulçumana do Paraná, Gamal Fouaad El Oumairi. Ele trata logo de deixar bem claro que a mes-quita é aberta à todos. “Nossa reli-gião é aberta, ela não esconde nada de ninguém. Muita gente vem nos visitar. Temos turistas quem vêm de Santa Catarina para conhecer nosso templo”, diz ele.

A mesquita foi construída em 1972. Ela segue em um estilo arqui-tetônico islâmico e possui em sua estrutura uma cúpula central e duas torres na lateral, todas em tons de verde, o que identifica a mesquita de longe. Dentro, os visitantes podem caminhar, sempre descalços, por ta-petes persas. O uso do véu dentro da mesquita é obrigatório para as mu-lheres, mas Gamal conta que as vi-sitantes não se sentem incomodadas com isso. Pelo contrário, gostam de tirar fotos como uma forma de re-cordação. “Aqui as pessoas se sentem à vontade. Nós só queremos o res-peito dos visitantes para com a nossa religião. E nunca tivemos problemas

com isso. Todos obedecem às regras da casa”, ressalta.

A mesquita fica localizada próxima ao Largo da Ordem, bem próximo ao coração de Curitiba, tem mais de 40 anos, e é uma ho-menagem ao líder espiritual, primo de Maomé. Dentro da Mesquita, pode-se encontrar um acervo de li-vros que contam um pouco sobre a religião muçulmana, e um quadro da cidade de Meca com seus milhões de

visitantes. A mesquita Imam Ali Ibn Abi

Tálib é uma referência não só para a comunidade islâmica de Curitiba e para os cerca de cinco mil muçulma-nos que existem na capital. Ela recebe muçulmanos de todo o Sul do País, Interior de São Paulo e até do exte-rior, além de milhares de turistas e estudantes, anualmente. Gamal conta com orgulho sobre o que é repassado aos turistas que visitam a Mesquita. “É uma satisfação poder contar um pouco sobre a nossa história e nos-sos costumes. Isso é importante para tirar as más impressões que muita gente, ainda tem, em relação à nossa religião” afirma ele.

Vale à pena conhecer esse local. Saber mais sobre o povo, suas cren-ças, costumes e fazer da Mesquita Imam Ali Ibn Abi Tálib um novo ponto turístico de Curitiba.

Serviço: A Mesquita Imam Ali Ibn Abi Tálib fica na Rua Kellers, 383, São Francisco, em Curitiba. Quem tiver interesse também pode acessar o site da Comunidade Mu-çulmana do Paraná no http://www.ibeipr.com.br/ e saber mais sobre a religião e os costumes.

Juliana RodriguesRubens Bueno nasceu em Serta-nópolis, em 1948. Deputado fe-deral em seu terceiro mandato, é professor. Além de secretário de Justiça, Trabalho e Ação Social do Estado do Paraná (1987-1990), foi duas vezes deputado esta-dual (1983-1987 e 1987-1991), deputado federal (1991-1995) e prefeito de Campo Mourão-PR (1993-1996).

Luciano Ducci

Luciano Ducci é o atual prefeito de Curitiba. É filiado ao PSB e herdou a prefeitura quando Beto Richa foi eleito governador do Estado, pois era o vice-prefeito. Nasceu em Curitiba em 23 de março de 1955. É casado e pai de dois filhos. Ducci já foi deputado estadual, vice-prefeito e secretá-rio municipal de saúde da capital paranaense. Formado em Medi-cina pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), é servidor de carreira na Prefeitura Municipal há 22 anos.

A imponência e o estilo arquitetônico característico da mesquita chamam a atenção

Interior da Mesquita: grandes espaços e luminosidade natural

Rubens Bueno

Em consulta feita peloIbope para a rádio CBN,

Gustavo Fruet aparece com 34% das intenções de voto, Luciano Ducci tem 23%, Rafael Greca tem 7%, eDr. Rosinha atinge 6%

Juliana Rodrigues

Juliana Rodrigues

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MARCO ZERO Curitiba, setembro de 20116ESPECIAL

Em maio deste ano, o consultor do governo Obama e cientis-ta político Parag Khanna veio

a Curitiba e andou de ônibus para co-nhecer o festejado sistema de trans-porte público e integrado da cidade, o RIT. Eram 9 horas da manhã, e o convidado, com esposa, filha e babá, teve a oportunidade de dar uma volti-nha da Praça Carlos Gomes até o Bo-queirão com poucos passageiros para disputar o espaço. O visitante ficou maravilhado com o que viu. Da mesma forma que algumas semanas antes, quando já ha-via escrito um artigo favorável sobre o transporte público de Curitiba para a revista Times, Parag Khanna foi só elogios e comparou o serviço com o de cidades como Nova York e Lon-dres, onde, segundo ele, “você não consegue nem entrar na estação em alguns momentos”. No entanto, muitos curitibanos que usam o sistema de transporte coleti-vo com regularidade não compartilham da opinião de Parag. A cabeleireira Marlene Pereira, de 49 anos, utiliza quatro ônibus diferentes por dia em seu trajeto de casa até o trabalho, do bairro Boa Vista até o Re-bouças. Segundo Marlene, não exis-tem conexões neste trajeto. “E com o preço atual da passagem, pago 10 reais de ônibus todo dia”. Ainda quando o assunto é transporte público, sobra espaço para opiniões divergentes. Para quem tem acesso ao sistema integrado, como o empresário Gerson Garcia, de 43 anos, a satisfação é maior: “O valor da passagem em Curitiba é barato, se se considerar a possibilidade de conexão e o tamanho do trajeto percorrido, sem falar no preço da passagem aos domingos, que é 1 real. Segundo levantamento feito neste ano pelo instituto Paraná Pes-quisas, 31% dos curitibanos avaliam o transporte da cidade como regular

O biarticulado em discussãoO sistema de transporte público e integrado de Curitiba foi comentado, estudado e copiado emvárias cidades, no Brasil e no Exterior, mas hoje vive um impasse: ainda há espaço para expansão?

Simone LimaGuilherme Barchik

e 20% como ruim ou péssimo, ou seja, mais da metade das pessoas que realmente utilizam o sistema em seu dia a dia está com algum grau de in-satisfação. “Considero muito complica-do pegar ônibus, pois atravesso a cida-

de para trabalhar. Tem dias que levo mais de duas ho-ras para chegar em casa. Esperar ôni-bus é estressante. Vivem atrasados e

super-lotados”, desabafa Marlene, que não se sente incluída no tão propa-gandeado sistema integrado e rápido de transporte curitibano, um modelo para o mundo.

Possíveis soluçõespara o transportepúblico de Curitiba

Segundo a Companhia de Ur-banização e Saneamento de Curiti-ba (Urbs), empresa responsável pelo transporte público de Curitiba e re-gião metropolitana desde 1963, com uma frota operante de 2.284 veículos (1.915 integrado e 369 do metropo-litano não integrado), transportando, por dia útil, em torno de 2,3 milhões de passageiro. No início da década de 70,

mais de 70% da população curitibana andava regularmente de ônibus, hoje este número diminuiu. Isso se deve em parte ao aumento da frota de car-ros das grandes cidades brasileiras e, ao mesmo tempo, ao esgotamento do transporte público da cidade, que precisa se remodelar para atender às necessidades de 1,678 milhões de ha-bitantes (conforme dados do IBGE de 2010), sem contar a Região Metro-politana. Segundo o Departamento Na-cional de Trânsito (Denatran), a cida-de de Curitiba possui 1,3 milhões de veículos, o que dá um índice de 0,77 carro para cada habitante da cidade. Esse número elevado de veículos par-ticulares enche as ruas, principalmente no centro e suas imediações, e provo-ca diariamente os engarrafamentos em horários de pico. Para o engenheiro Garro-ne Reck, ex-diretor de operações da Urbs e professor do Departamento de Transportes da UFPR, uma das soluções para desobstruir o trânsito da cidade nesses horários é impor gra-dativamente restrições ao transporte privado, dando maior prioridade ao transporte público, com a proibição de estacionamento de carros em vias congestionadas e a implantação de fai-xas exclusivas para ônibus. Outra solução vista como “mi-lagreira” por boa parte da população é a construção do metrô curitibano que,

Usuários criticam os atrasos e a

superlotaçãonos ônibus da capital paranaense

pelo menos a princípio, deve ser uma medida paliativa. Tanto que os investi-mentos iniciais liberados pelo Gover-no Federal (R$ 1 bilhão) de um total de R$ 2,25 bilhões a serem investidos na obra, dariam conta somente das obras da fase inicial do metrô, ligando a Cidade Industrial, na região Sul, ao centro da cidade. Segundo Garret, “se o metrô for implantado no corredor Norte-Sul (dos bairros Cidade Industrial até o Santa Cândida) completo, pode ob-ter sucesso, em função de já possuir-mos uma rede integrada de linhas que facilita a alimentação dos corredores. Contudo, se construído apenas no tre-cho sul até o centro, terá um resultado mais limitado, com uma elevada trans-ferência de passageiros na estação central, exigindo um novo terminal no local ou mais linhas de ônibus na região, fazendo mais conexões”. A Prefeitura de Curitiba pro-mete começar as obras em 2012 e, se-gundo o projeto inicial, assim que fi-car pronto, em 2016, o usuário poderá usar o metrô e fazer integração com as linhas de ônibus disponíveis com uma única tarifa.

A rotina diária de milhares de curitibanos é afetada pelos aumentos no preço das passagens de ônibus. Segundo estudos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Econômicos (Dieese), de 1994 a 2011, o valor das passagens na capital para-naense aumentou 519,71%. Nesses 17 anos, a inflação foi 257,44%. Esses reajustes chegam a ser de quase 10% do preço da passagem, enquanto o do salário mínimo não che-gou a 7%. Atitude abusiva, se pensar-mos que o transporte está entre os três maiores gastos da família brasileira, segundo o IBGE. Mas a qualidade do serviço continua a mesma de sempre: ruim e, às vezes, péssima. O sistema público de transporte é alvo de crítica pelos usuários. Os diversos aumentos no pre-

ço das passagens, a ausência de ôni-bus para atender à população, a baixa qualidade da frota, dentre outros pro-blemas, são resultado da privatização do transporte. As empresas de ônibus estão nas mãos de empresários cujo principal objetivo é garantir seus lucros e não um transporte de qualidade. No Brasil inteiro, todo o transporte cole-tivo está nas mãos de empresários, que determinam o valor das tarifas de acordo com suas próprias vontades. Se o transporte não fosse utili-zado com o único objetivo de gerar lu-cro para meia dúzia de famílias, você não acha que a passagem seria mais baixa? Que os cobradores e motoris-tas receberiam salários justos? Que teríamos passe-livre para estudantes? Pense bem... Guilherme Barchik

De casa para o trabalho...

As filas para entrar em algumas estações tubos são imensas nos horários de pico

Claudia Bilobran

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Curitiba, setembro de 2011 MARCO ZERO 7ESPECIAL

Em 1928, começaram a circular os pri-meiros ônibus da Companhia Força e Luz Paraná.

A primeira etapa foi a implantação das canaletas exclusivas, onde circulavam os ônibus convencionais.

Primeiros expressos Em setembro de 1974, entram em funcionamento experimental os 20 pri-meiros expressos.

Em 1980, os ônibus articulados, com capacidade 80% maior, começaram a substituir gradativamente os antigos expressos.

Linha do tempo

ço das passagens, a ausência de ôni-bus para atender à população, a baixa qualidade da frota, dentre outros pro-blemas, são resultado da privatização do transporte. As empresas de ônibus estão nas mãos de empresários cujo principal objetivo é garantir seus lucros e não um transporte de qualidade. No Brasil inteiro, todo o transporte cole-tivo está nas mãos de empresários, que determinam o valor das tarifas de acordo com suas próprias vontades. Se o transporte não fosse utili-zado com o único objetivo de gerar lu-cro para meia dúzia de famílias, você não acha que a passagem seria mais baixa? Que os cobradores e motoris-tas receberiam salários justos? Que teríamos passe-livre para estudantes? Pense bem... Guilherme Barchik

De casa para o trabalho...

BiarticuladosEm outubro de 1991, a Volvo come-çou a desenvolver o primeiro ônibus biarticulado brasileiro. Batizado de “Metrobus”, ele tinha 25 metros de comprimento e capacidade para transportar até 270 passageiros.

Em 1999, o Sistema Expresso come-morou 25 anos com a inauguração da linha Biarticulado Circular Sul.

Em 2000, houve a substituição de 87 veículos articulados por 57 de maior porte e capacidade.

Dois milhões de passageiros utilizam diariamente o Sistema Integrado de Transporte Coletivo, composto por 1.980 ônibus que atendem 395 linhas.

Se os usuários reclamam, quem vem mostrando cada vez mais insatisfação com os atuais problemas de circulação em Curitiba são aqueles que ganham a vida no trânsito da cida-de: os motoristas e cobradores de ôni-bus, representados pelo Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Curitiba e Região Metropolitana, o Sindimoc. Hoje são várias as reivindica-ções que a categoria tenta negociar com o sindicato patronal (Setransp), a Urbs e a prefeitura: mais segurança, melhores condições de trabalho, cance-lamento das multas disciplinares consi-deradas abusivas (como a que multou funcionários por usar mantas em dias frios), o fim das tabelas de horários im-possíveis de serem cumpridas nos ho-rários de pico, uniforme adequado ao clima da cidade e a questão de dupla função (sobre o caso dos motoristas que também são cobradores, que já chegou a ser votada pelos vereadores curitibanos). Segundo o Sindimoc, esse mo-torista-cobrador recebe um aumento na folha de pagamento de 70 centavos por

Tudo na vida épassageiro, menos o motorista e o cobrador...

hora, o que está longe de ser uma re-muneração justa, além de representar um profissional a menos com carteira de trabalho assinada. Um motorista de ônibus com dez anos de profissão, atualmente de licença médica por estresse (e que preferiu não se identificar), revela que as pressões do trânsito, dos usuários e do baixo salário o levaram a um es-tado psicológico tão deplorável que há mais de um ano o impede de trabalhar. “Na verdade, só entrar em um ônibus, mesmo como passageiro, me deixa em pânico”, conta. O presidente do Sindimoc, Anderson Teixeira, revela que esse problema é bem mais comum do que o divulgado, tanto que o sindicato possui consultório próprio para atender esses casos específicos, e o levantamento de motoristas e cobradores parados por estresse está sendo realizado pela entidade de classe. Até o fechamento desta repor-tagem, a Urbs e o Setransp, procurados pelo Marco Zero, não se posicionaram sobre os pontos aqui informados.

OPINIÃO

Em 1980, Curitiba foi a primeira capital a adotar a tarifa social.

No início da década de 90, já existiam 80 linhas alimentadoras para os usu-ários se deslocarem nos cinco eixos atendidos pelos expressos, com 239 linhas em todo o sistema.

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MARCO ZERO Curitiba, setembro de 20118

Estilo para qualquer tempo

Aimprevisibilidade climática é uma marca registrada da cidade de Curitiba. Em um

só dia, é possível sentir o frio do in-verno e o calor do verão e, muitas vezes, correr o risco de se molhar com uma chuva repentina. Por mais que seja possível conferir a previsão do tempo para os próximos dias, o clima incerto da capital paranaense exige precaução na hora de sair de casa, o que significa estar sempre carregando uma blusa e um guarda-chuva na bolsa ou mochila. No en-tanto, enfrentar as intempéries da cidade pode ser resultado de uma mistura de roupas costumeira aos curitibanos. Estar precavido tam-bém pode ser sinônimo de ter estilo em qualquer situação. Na hora de escolher as rou-pas, que podem ser usadas tanto num dia frio como num dia mais quen-te, várias pessoas recorrem a peças como o cardigan, de origem ingle-sa, que cada vez mais ganha adep-tos masculinos. O subgerente Tom Alves, 24 anos, que trabalha com moda, é um exemplo: “Para os dias frios, uso muito uma jaqueta de cou-ro, mas não tem como fugir de algu-ma peça de lã por baixo. Com este

Rodrigo dos Santos

frio que anda fazendo, eu morreria congelado” diz ele, bem humorado. Tom acha que Curitiba é uma cida-de que possibilita várias maneiras de usar peças que caem bem juntas, disseminando uma maneira de vestir que pode ser vista em várias pesso-as na cidade. “Vejo muitos meninos se vestirem melhor no inverno que no verão, porque há possibilidade de usar peças coringas, como a camisa xadrez, e outras meio militares, que estão bem em moda”, completa. Para os estilistas curitibanos, criar para uma cidade que possui tempo instável é um desafio, mas há possibilidade de desenhar peças funcionais e que estão dentro das propostas da marca. A estilista Na-tália Canalli, da marca Canalli, expli-ca que as peças precisam ser versá-teis. “Camisas de manga longa que podem ser dobradas e virar mangas três-quartos, casaquinhos de botão para serem abertos ou fechados, calças com corte de alfaiataria que podem ser usadas tanto com bota quanto com sapatilha, coletes e xales para as horas mais frias completam o look e podem ser tirados com faci-lidade durante o dia”, diz. Natália, que tem sua marca presente no line-up dos desfiles da Semana de Moda de Curitiba no Centro Histórico da Cidade, reali-

zados duas vezes ao ano, tenta não se prender às características climá-ticas da capital paranaense porque vende para todo o Brasil, mas diz que é possível imprimir um estilo próprio, mesmo com as condições climáticas oscilantes de Curitiba. “Se fosse pensar em uma coleção voltada para o curitibano, fundiria o clássico com detalhes modernos, em cores mais fechadas, mas aca-bo pensando logo em uma coleção de inverno com casacos pesados e saias curtas”, conclui. As peças funcionais e até mesmo as comuns se tornam as mais usadas por muitas pessoas que saem de casa de manhã para voltar só à noite. É o caso da atriz e produtora Ana Martha Sá, de 31 anos, que aca-ba transformando o próprio carro em um guarda-roupa. “Saio às sete da manhã de casa, então, nunca dá para saber se vai fazer frio, calor ou chuva. Por isso, tenho sempre que ter alguma coisa no carro, na verda-de, várias coisas”, brinca. Entre suas medidas provi-sórias, estão casacos de lã, guarda-chuva e um par de tênis a mais. No entanto, ela tem uma peça que aca-ba usando sempre, principalmente

quando está frio: “Uso este maca-cão o tempo todo. Gosto muito dele porque ensaio minhas peças com mais conforto e acabo usando sem-pre por baixo de vestidos”, conta, mostrando seu macacão. A praticidade nas roupas também se reflete no que marcas jovens, como a Hype, tem criado.

Raffo Corrêa, 25 anos, produtor e maquiador: “Na bolsa, levo sempre um casaco a mais, que uso com jeans e algo estampado. Se o tempo varia durante o dia, há a oportunidade de trocar a roupa e poder adaptar diferentes peças”.

Eloísa Flores, 25 anos, fotografa: “Minha peça favorita é a legging, que dá para usar com tudo, independentemente da temperatura. Uso mui-to com All-star, a coisa que mais amo no meu guarda-roupa”

Eduardo Murph, 22 anos, estudante de cinema: “Meu estilo é o mais básico possível, sempre je-ans e moleton, mas todos os dias antes de sair de casa eu jogo luvas e guarda-chuvas na mala”

Tom Alves, 24 anos, subgerente de loja: “Uma peça que uso sempre, por ser bem prática, é a jaqueta de couro”.

Victor Marchesi, 20 anos, professor de inglês: “Sempre estou de jeans, camisa e jaqueta de couro, mas na bolsa carrego sempre um cache-col de lã e um suéter extra”

Quando o tempo parece não se firmar, a melhor saída é investir em roupas funcionais e práticas,que se adequem ao estilo de vida do curitibano, sujeito diariamente a todo tipo de variação climática

ESPECIAL

Regiane Silva

Regiane Silva

Regiane Silva

Regiane SilvaRegiane Silva

Regiane Silva

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Curitiba, setembro de 2011 MARCO ZERO 9

Cabe no Bolso

Ana Martha Sá, 32 anos, atriz e produtora: “Como trabalho muito com figurinos das peças que produzo, acabo levando muita roupa no car-ro, mas estou sempre com roupas bem confor-táveis, como este macacão que uso por baixo de vestidinhos leves”

Talita Rosa, 21, estagiária: “Meu estilo é básico, mas com uma pegada retrô, meio boneca.”André Santi, 24 anos, gerente de Recursos Humanos: “Sempre estou de jeans e blazer, mas quando bate um vento gelado eu pego um cachecol de lã que sempre carrego no carro.”

• Num dia em que chove e faz frio e calor, como acontece frequen-temente em Curitiba, é possível usar jaquetas de tecido mais leve e sintético, que isole a temperatu-ra, sobrepondo uma malha de te-cido natural, como o algodão, que não retém a transpiração. Deve-se optar por peças mais práticas e versáteis, como jaquetas que vi-ram coletes, por exemplo. [Dica de Karla Pereira, da Hype].

• A principal dica para os curiti-

Dicas para enfrentar o frio e a chuva em um só dia

ESPECIAL

A estilista Karla Pereira, proprie-tária da grife, diz que é preciso ter um mix de produtos que atendam às necessidades dos consumidores em geral, oferecendo peças com materiais mais leves e também com tecidos mais pesados, dependendo ainda da proposta da coleção. “Op-tando por tais peças, o estilo do curitibano se torna mais diversifi-cado, assim como em toda grande capital”, destaca.

banos é a sobreposição, criando o chamado “efeito cebola”. Você veste várias camadas de roupas: primeiro, uma regata; depois, uma blusinha de fio e uma ja-quetinha. Joga um lenço no pes-coço para o friozinho e a calça jeans ou uma saia com meia cal-ça. Mantendo harmonia de tons entre todos eles, não tem muito erro! E tentar estar sempre esti-loso, desde a regata básica até a capa de chuva. [Dica de Natália Canalli, da marca Canalli].

Cláudia Hein

As dicas para a coluna “Cabe no Bolso” deste mês são culturais, come-çando pela indicação de um tour pelas livrarias virtuais, sebos e museus. As op-ções de livros bons e baratos são muitas, já que os sebos apostam na praticidade e na qualidade. Se antigamente havia livros quase impossíveis de encontrar, hoje isso mudou, já que vários sebos de Curitiba trabalham com grande diversidade de autores e títulos. O da Praça Osório oferece mais de cinco mil títulos e facilita a forma de pagamento e também oferece a comodidade da compra online, além de muitas promoções nos livros, CDs, DVDs e revistas.

Exposições no Museu Oscar Niemayer

Para quem quer se manter informado e abrir o leque para novas idéias, o Museu Oscar Niemayer (MON) é uma ótima pedida, já que a entrada custa R$ 4 e estudante paga meia e no primeiro domingo de cada mês a entrada é gratuita. Neste mês, uma das atrações é a Coleção Brasiliana Itaú (foto), considerada uma das mais completas relacionadas à cultura brasileira. São mais de 30 itens em ex-posição. Também há a exposição Marc Riboud, com 61 fotografias, algumas delas conhecidas no mundo inteiro, como, por exemplo, uma na qual uma mulher com uma flor nas mãos enfrenta soldados com baionetas, em 1967, em Washington, durante uma manifestação contra a guerra do Vietnã.

Opções de livros na internet

Se o seu foco é a leitura, vale uma conferida no sebo da Praça Osório (foto) e na Estante Virtual, que disponibiliza on-line mais de oito milhões de livros de diversos preços e com descontos que chegam até 80%. Os mais vendidos são os clássicos, e o acervo é bastante variado. A Estante Virtual reúne os acervos de diversos sebos em todo o Brasil. O endereço virtual que coloca à disposição do usuário é: www.estantevirtual.com.br.

Regiane Silva

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Cláudia Hein

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Os porões de CuritibaA cidade esconde boas opções de lazer em seu subterrâneo

As pessoas que procuram por algo diferente para fa-zer nas noites curitibanas

têm opções bastante variadas. Os restaurantes temáticos no subsolo da cidade podem ser uma boa pe-dida para aqueles que desejam des-frutar de um ambiente confortável e tranquilo. O restaurante A Sacristia, situado na Rua João Manoel, 197, no bairro São Francisco, conta com um ambiente rústico que remete às antigas sacristias. Os vitrais e a luz de velas tornam o espaço românti-co e agradável. Para a funcionária pública Marilda Sudol Plinta, que visitou o lugar com a família, o res-taurante oferece pratos variados e de boa qualidade, acompanhados de um preço razoável e bom aten-dimento. Para ela, a experiência foi marcante. “O ambiente é aconche-gante, e ser em um porão torna o restaurante diferente dos outros”, ressalta Marilda. Outra opção é O Calabou-ço, que fica na Rua Mateus Leme, 1.000, no Centro Cívico. O restau-rante conta com decoração medieval desde a entrada, na qual os clientes passam por um corredor que lem-bra os calabouços da idade média. Segundo a dona do local, Jucimara Kolinowski, antes o espaço era uma garagem, que precisou ser escavada

para cumprir com a altura mínima obrigatória para os restaurantes. Ju-cimara conta que a decoração foi feita em grande parte pela própria família, mas algumas peças são pre-sentes ou compradas na Europa. A música clássica e a luz de velas tornam o ambiente românti-co para os casais, mas faz com que todos os clientes passem um perío-do agradável enquanto fazem suas refeições. Para a dentista Vanessa Stramandinoli, a decoração antiga deixa o local muito bonito, e o car-dápio é de boa qualidade.

BALADAS Para aqueles que preferem uma balada, Curitiba também traz boas opções em porões. Uma delas é o Blood Rock Bar, num imóvel

de mais de 100 anos de idade, lo-calizado na Rua Presidente Carlos Cavalcanti, 1.212, no bairro São Francisco. A entrada e o pub localizam-se no porão da estrutura, no estilo de bares europeus. A decoração é baseada nos ícones do terror, e a fachada da casa lembra as mais es-tigmatizadas mansões mal-assom-bradas de filmes e livros clássicos. O cardápio traz diversas opções de bebidas e porções com preços acessíveis. Além disso, o local ainda conta com a apresentação de ban-das de rock, na maioria curitibanas. Outra boa opção é o Wonka Bar, na Rua Trajano Reis, 326, no Centro da cidade. O nome foi dado em homenagem ao filme “A Fantás-tica Fábrica de Chocolates”. A casa reúne estilos musicais que vão des-de os clássicos do jazz e da MPB até o rock alternativo, além de oferecer apresentações de teatro e exposição de obras de artistas plásticos. O Wonka conta com diver-sos ambientes, sendo um deles o porão, onde tocam os ritmos mais agitados. A iluminação especial no bar e na pista de dança são um dife-rencial na noite dos seus frequenta-dores. Nesse espaço, destaca-se um piano que ajuda a compor a decora-ção do ambiente.

Patrícia Strogenski

Abraham Maslow, famoso psi-cólogo americano já falecido, clas-sificou a interação social como um dos principais fatores na pirâmide de necessidades dos seres humanos. Po-rém, os números cada vez maiores de diagnósticos de pessoas com casos de depressão, estresse e distúrbios de ansiedade indicam que essa troca de experiências não está acontecendo com a frequência que deveria.

A psicóloga Cristiane Correa afirma que todas as pessoas têm ne-cessidade de serem ouvidas: “É ne-cessário alguém que nos escute. Es-cutar é diferente de ouvir. O primeiro garante a compreensão e a atenção total do que foi falado, enquanto o segundo, geralmente, não garante in-teresse por parte da outra pessoa”. Segundo ela, o fato de alguém com-partilhar seus problemas com outros faz com que o indivíduo sinta-se capaz de superar suas dificuldades, assim como também pode permitir que ele, sozinho, ache um modo para solucioná-los.

Mesmo que ser escutado seja fundamental, muitas pessoas não têm acesso ao ouvido amigo. Como modo de oferecer apoio emocional e gratuito a essas pessoas, em 1962, foi fundado na cidade de São Pau-lo o Centro de Valorização da Vida (CVV), que tem como objetivo pre-venir o suicídio e valorizar a vida. O CVV é uma Organização Não-Go-vernamental e, como tal, depende do trabalho de vários voluntários, que, por telefone, chat, e-mail, correspon-dência ou pessoalmente, oferecem ajuda a quem precisa de “escuta”.

Adriana é uma dessas voluntá-rias e diz que aprendeu muito ao lon-go dos 13 anos em que trabalha no CVV: “Todas as pessoas me marca-ram pelo modo como me contaram seus problemas. Cada uma reagia de modo desigual frente aos diferentes atritos que possuíam. Para mim, a reação delas não era justificável para problemas simples do dia a dia, mas isso me fez ver que a minha visão de mundo não é única”, conta.

O CVV possui postos distri-buídos por todo o Brasil. A pes-soa que sentir a necessidade de ter alguem que a “escute” pode ligar para o telefone 144 ou participar do chat disponível no site da CVV: www.cvv.org.br.

“E necessário que alguém nos escute”Larissa Corumbá

Interior do restaurante Calabouço, um subterrâneo com decoração medieval

A sugestiva entrada do restaurante Calabouço

O restaurante Sacristia: vitrais e velas no interior remetem ao ambiente religioso da Idade Média

ENTRETENIMENTO

Regiane Silva

Regiane Silva

Regiane Silva

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TÁ NA WEBRESENHA

Lixo Extraordinário

Criar uma nova cor: uma faça-nha para os artistas, impossível para os leigos e um desafio para os explorado-res. Uma nova cor poderia ser símbolo de um futuro inalcançável ou até um so-nho nunca antes imaginado. Uma nova cor mudaria os estudos cromáticos do nosso “ver” e revelaria um novo mundo. Um novo mundo que ainda per-manece preso no antigo sistema, em que os burgueses gastam, e os pobres vivem do que resta. Afirmar que ainda estamos no velho mundo pode soar exagero, pode até criar um sensaciona-lismo, mas vale a pena lembrar que vi-vemos no exagero: exagero do dinheiro, do consumo e, infelizmente, o exagero do lixo. E foi no meio desses milhares de exageros que Vik Muniz, artista bra-sileiro conceituado no exterior, desco-briu um novo modo de criar a arte. Ele utiliza diver-sos objetos para compor fotografias s u r p r e n d e n t e s , t r a n s f o r m a n d o uma massa “heterogênea” num singelo conceito “homogêneo”. Além disso, suas fotos, quando vistas bem de perto, reve-lam ao espectador uma série de objetos ou materiais. Em “Lixo Extraordinário”, do-cumentário premiado em Sundance e Berlim, o artista realiza um trabalho com catadores de materiais recicláveis do aterro de Jardim Gramacho, em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, conside-rado um dos maiores da América Latina. Vik conhece o lixão e seus catadores, escolhe modelos e tira suas fotos. Nou-tro momento, ele realiza a transposição de objetos sobre as fotos selecionadas, gerando imagens inigualáveis e cheias de vida. Mas o detalhe neste trabalho e que percorre todos os outros de Vik é que os objetos escolhidos para compor suas imagens são intimamente relacio-

Natanael Lucas Chimendes nados a elas. No caso do trabalho exibi-do no documentário Lixo Extraordinário, o artista elabora imagens a partir de ob-jetos do próprio lixão, objetos antes con-siderados lixo se transformam em arte. A primeira visão que temos dos catadores é de que eles possuem mais consciência ambiental do que os mora-dores da Barra e do Leblon. Nos seus depoimentos, eles relatam o quanto é desperdiçado e quanta coisa poderia ser reaproveitada. Um exemplo no filme são os livros, jogados fora e recuperados pe-los catadores. A trilha sonora ficou por conta de Moby, cantor e artista de música ele-trônica, embasando ao extremo a sen-sibilidade das cenas e gerando efeitos sensacionais. Após as fotos e suas transposi-ções em objetos, os catadores acabam descobrindo que tudo é arte e relatam que foram transformados completamen-

te a partir do lixo que os prendia, brincam dizendo que até viraram “celebridades”. Alguns podem exergar o filme como um chamado cívico para os ci-

dadãos enxergarem a reciclagem como o melhor meio de impedir o exagero crescente do lixo. Mas outros, se forem além, sentirão que o documentário Lixo Extraordinário consegue transformar nosso modo de ver o lixo, assim como transformou os catadores do aterro de Jardim Gramacho, e isso não se res-tringindo somente a eles: o próprio Vik, em certo momento, confessa que sentiu uma transformação. Assim como uma obra de arte, o filme vislumbra utopicamente um futuro ainda inalcançável, ou um sonho pouco compartilhado. Seus personagens al-cançam também um novo mundo, que antes permanecia obscuro e preso no lixo. Vik pode não ser considerado um explorador, mas como artista atingiu uma façanha que, sem exageros, todo artista sonha em atingir: conseguiu criar uma nova cor.

Claudia Bilobran

Que existem diferenças entre os cérebros masculino e feminino todo mundo sabe, isso não é novidade. O pastor e palestrante Mark Gungor mostra num vídeo, de forma bem hu-morada, por que os homens às vezes parecem se “desligar” da realidade e por que essa “mania” deixa muitas mulheres com os nervos à flor da pele. Já as mulheres não conseguem a façanha de se desligar do mundo ao seu redor. Muito pelo contrário, con-seguem pensar no almoço e logo em seguida pensar na roupa que vai usar naquela festa de família, que tem que

Cérebro masculino e cérebro feminino: há diferenças?

Quem já não ouviu, ou pelo menos sabe de alguém que tenha ouvido a clásica frase autoritária: “Você sabe com quem está falan-do?” Pretensão? Pedantismo? Um ego superinflado? Seja quem for a “criatura” que usa essa “ferramen-ta” para impor respeito, jamais o terá, não verdadeiramente.

O filósofo brasileiro Mario Sér-gio Cortella, mestre e doutor em Edu-cação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, fala sobre isso em uma das muitas palestras dadas pelo Brasil. Ele consegue colocar o mais arrogante dos homens em seu lugar: o de apenas mais um em meio a 7 bilhões de indivíduos da mesma espécie, no caso, o Homo sapiens, que é apenas mais um em meio a três bi-

Você sabe com quem está falando?

lhões de seres vivos classificados, e pelo menos mais 30 bilhões de seres vivos ainda não classificados. E tem gente que ainda se acha a última Coca-cola gelada do deserto. Assista ao ví-deo no endereço: www.youtube.com/watch?v=P3NpHryB-fQ.

levar o cachorro ao veterinário, ligar a uma amiga para contar a última fofoca do trabalho e por aí vai. A explicação do pastor é hilária, e cada um dos dez minutos do vídeo vale a pena ser as-sistido.

A mulherada vai ficar mais tran-quila quando falar com seu precioso “objeto amoroso” e ele não responder de imediato. E os homens terão (ou pelo menos tentarão ter) mais paci-ência com as suas digníssimas “fala-deiras”. Confira o vídeo no endereço: http://www.youtube.com/watch?v= RLbOuHX8rMA.

Lixo Extraordinário consegue transformar nosso modo de ver o lixo, assim como

transformou os catadores do aterro de Jardim Gramacho

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MARCO ZERO Curitiba, setembro de 201112

Textos e fotosRonaldo Freitas

ENSAIO FOTOGRÁFICO

Na menor avenida do mundo

Pequena em extensão, grande em encanto e história. Esses podem ser atributos da Ave-

nida Luiz Xavier, no centro de Curi-tiba. Formada em meados da década de 1880, a via resume-se a uma só quadra, o que lhe concede o posto de “menor avenida do mundo”. O nome é uma referência a Luiz Antô-nio Xavier, quarto prefeito eleito de Curitiba. Registros históricos relatam que a administração de Xavier era ex-tremamente aberta à população, fato que angariava o afeto dos curitibanos. A avenida, entre o Palácio Avenida e a Praça Osório, é frequentada por ar-tistas de rua, empresários, engraxates e cidadãos em geral, e nela localiza-se um dos espaços mais democráticos da cidade: a Boca Maldita.