ciÊncia e sociedade pressupostos caracterÍsticas e limites da investigaÇÃo cientÍfica –...
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Os limites e possibilidades da investigação científica e especificidade das ciências sociais e humanas.TRANSCRIPT
CIÊNCIA E SOCIEDADE:
PRESSUPOSTOS, CARACTERÍSTICAS E LIMITES DA
INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA – ESPECIFICIDADE DAS
CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS
Prof. Dr. Paulo Gomes Lima
Prof. Adjunto da Faculdade de Educação – FAED
Docente do Mestrado em Educação [PPGEdu/UFGD]
Universidade Federal da Grande Dourados – UFGD
Mato Grosso do Sul – MS - Brasil
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I. CIÊNCIA E SOCIEDADE: REVELAÇÃO DO MUNDO E DO HOMEM
Séculos XVI/ XVII – Divisor de águas
Revolução científica - Revolução do pensamento
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Giordano Bruno Galileu Galilei Isaac Newton
Martinho Lutero Thomas HobbesNicolau Maquiavel
João Amós Comênio
(1592-1670)
René Descartes
(1596-1650)
O naturalismo de
Jean Jacques
Rousseau
(1712-1778)
O idealismo
alemão
de Immanuel Kant
(1724-1804)
Michel de Montaigne
(1533-1592)François Rabelais
(1495-1553)
Erasmo de Roterdã
(1469-1536)
O empirismo de
Francis Bacon (1561-
1626)
O pensamento
liberal
de John Locke
(1632-1704)
O pensamento
liberal de Condorcet
(1743-1794)
1.1. Expoentes do pensamento científico e educacional moderno.
© Prof. Dr. Paulo Gomes Lima - 2010
1.2. Ciência e sociedade: a ilustração e a sociedade contratual –
uma sociologia pré-científica
Nova etapa do pensamento
burguês
• Conhecimento
• Empreendedorismo
• Surto de idéias (ilustração)
• Proposição de formas de governo baseadas na legitimidade popular.
A filosofia social dos séculos XVII e
XVIII
• Economia regida por leis naturais de oferta e de procura;
• Descartes – a razão como essência do ser humano
• Rousseau –Desenvolve a idéia de pacto social – os homens renunciam suas vontades particulares em favor de toda a comunidade.
• John Locke –Defende o liberalismo político
Adam Smith: o nascimento da
ciência econômica
• O trabalho/ produtividade –fonte das riquezas das nações
• A função da moeda e dos bancos.
• Defensor do liberalismo econômico.
Legitimidade e Liberalismo
• As teorias sociais da ilustração foram o início da análise científica da sociedade;
• Lançam as bases do Estado capitalista,
• Bases da constituição norte-americana de 1787 (três poderes) – 1ª república liberal democrática burguesa.
• Nascem os ideais político liberais e democráticos modernos.
A religião aos poucos deixa de ser o foco central na compreensão
do homem e do mundo...
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1.3. A crise das explicações religiosas e o triunfo das ciências
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II. CIÊNCIA E SOCIEDADE: PRESSUPOSTOS, CARACTERÍSTICAS E
LIMITES DA INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA
Contexto
Contexto
Contexto
• Alterações no processo produtivo;
• Utilização crescente do trabalho assalariado (homens, mulheres, crianças) – sistema fabril.
• Consolidação do sistema capitalista na Europa
• Revolução americana
• Revolução francesa
• Reflexões sobre a sociedade (Saint-Simon, Hegel, David Ricardo)
• Augusto Comte (positivismo)
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2.1. Primeira corrente dos pensamento sociológico: o positivismo
A obra que marca as característicasdiretrizes das idéias positivistas: Curso deFilosofia Positiva (1830-1842) e Sistema dePolítica Positiva ou Tratado de Sociologiaque Institui a Religião da Humanidade(1851-1854).
Através dessa “fé” na ciência é que a visãopositivista nasce e esparrama seu conteúdobaseado na objetividade do mundo dos fatos, quetem como instrumento maior a quantificação, amensurabilidade na investigação científica o que aposteriori seria introduzido também na educação eem suas formas possíveis de investigação.
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2.1.1. A sistematização da sociologia: Émile Durkheim – prisma positivista
A sociologia emergente do século XIX comparava a sociedade à um organismo
vivo e como tal era “constituído de partes integradas e coesas e que
funcionavam harmonicamente, segundo um modelo físico ou mecânico; por isso o positivismo foi chamado também de
organicismo”.
Augusto Comte
Ciência natural da sociedade
Este conceito foi introduzido na sociologia na sua formação e
desenvolvimento na obra La division dutravail social - uma analogia da
sociedade como um ser vivo, justificando que assim como um corpo é
composto por um sistema de órgãos diferentes mas que funcionam para uma
única finalidade, assim é a sociedade composta de vários setores, mas assim como um corpo funciona naturalmente, importa que a sociedade se desenvolva
natural, funcional e inevitavelmente (Löwy, 1988, p.27).
Émile Durkheim
Sistematizador da sociologia como ciência
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Francês, filho de uma família de rabinos, Émile Durkheim (1858-1917),
pode-se afirmar que foi o sistematizador da sociologia ou ainda o “Pai do realismo sociológico”, cuja orientação era explicar o social pelo
social e o social como um fato mensurável, observável de acorda
com a linha positivista que representava
Para Durkheim os fatos sociais devem ser
considerados como coisas. Este é um pressuposto de uma regra metodológica da sociologia sistematizada por
ele.
Características dos fatos sociais:
1. Coercitividade – conformação dos indivíduos
2. Exterioridade – existência exterior ao indivíduo
3. Generalidade – estado comum ao grupo.
Defendia o método sociológico para compreensão dos fatos sociais – experimentação.
Obra – “As regras do método sociológico”.
2.1.2. Algumas pressupostos do positivismo:
1) a realidade é composta por partes isoladas
2) Não existe outra realidade a não ser a dos fatos e estes sempre passíveis de observação.
3) Somente através dos fatos observáveis é que as relações entre as coisas podem se efetuar
4) o conhecimento científico deve ser neutro, a influência humana não pode alterá-lo;
5) o positivismo rejeita tudo que está além do físico.
6) o princípio da verificação deve ser o agente norteador da investigação científica, será aceito como verdadeiro o que é empiricamente verificável;
7) emprego do termo variável possibilitando a quantificação dos dados (mensurabilidade das relações entre os fenômenos, teste de hipóteses, estabelecimento de generalizações, etc.)
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2.2.A sociologia compreensiva ou interpretativa de Max Weber
Weber argumenta que as ciências sociais só podem ser compreendidas
através do contexto do objeto de estudo e de suas relações, portanto,
a seu ver a investigação científica deverá ter como objetivo principal a
compreensão interpretativa da realidade.
O método compreensivo permite a elaboração de HIPÓTESES sobre o
sentido da ação
A SIGNIFICAÇÃO CULTURAL DE UM ACONTECIMENTO SÓ PODE SER
ESTABELECIDA QUANDO SE PRODUZ UMA RELAÇÃO COM
VALORES...
Para Weber a sociedade não é apenas uma “coisa” exterior e coercitiva que
determina o comportamento dos indivíduos, mas o resultado de inúmeras
interações interindividuais.
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2.3. A sociologia em Karl Marx
Marx em seus estudos tem como de partida aconcepção materialista histórica e dialética do real. Ahistória do homem, neste sentido, não é derivada deum conjunto de idéias ou de uma idéia universal, masde uma realidade material, concreta construída nasrelações de produção do homem, dos fatos e das lutasde classes sociais.
Marx & Engels (1987, p.25-26) vão afirmar que a “produção deidéias, de representações e da consciência está em primeirolugar direta e intimamente ligada à atividade material e aocomércio material dos homens; é a linguagem da vida real (...)Não é a consciência que determina a vida, mas a vida quedetermina a consciência.”
Método materialista histórico para compreensão da realidade social:
Necessário se faz enfatizar que Marx e Engels concebiam a“matéria” ou o “materialismo” como “todos os fenômenos,coisas e processos que existem fora e independentemente daconsciência do homem” – Tese/Antítese/Síntese.
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2.3.1. Estudo da ciência e sociedade para Marx - pressupostos
1º) Tudo se relaciona
(princípio da totalidade)
2º) Tudo se transforma (princípio do
movimento) –prisma
“negação da negação”.
3º) Mudança qualitativa
(princípio da mudança
qualitativa) – a passagem da quantidade à
qualidade
4º) Unidade e luta dos
contrários (princípio da contradição)
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2.3.2. Estudo da ciência e sociedade para Marx - características do método
A fluidez do fato A lógica do
desenvolvimento
O esquema do
desenvolvimento
Os níveis de
desenvolvimento
O papel da
consciência na
dialética
Os critérios do
pensar dialético
- Distinção das
diversas fases da
natureza do
objeto e
reconhecimento
dessas como
momentos
integrantes de um
processo
unificador e
sinóptico.
- A constatação do
objeto faz-se
mediante uma
referência
objetiva, de uma
conexão
sistemática e
significativa e
mais profunda,
assim, o
conteúdo do
conhecimento e a
forma do mesmo
são inseparáveis.
- Deriva do
conflito e
oposição que
constituem uma
situação dialética.
- Princípio da
negação da
negação.
- Síntese
produtiva dos
elementos
conflitivos do
objeto.
- Percepção e
leitura de
condições
objetivas (teses),
das necessidades
e desejos
humanos
(antítese) para a
produção de uma
ação sujeita ao
mesmo processo.
- O pensamento
dialético é regido
pelo processo
dialético e deve
basear-se
sobretudo ma
coerência,
portanto variam,
segundo o objeto
de aplicação,
entretanto,
respeitando o
rigor dos
princípios ou leis
dialéticas.
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III. ESPECIFICIDADE DAS CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS
1) A partir das tendências observadas – qual é a especificidade das ciências humanas e sociais ?
2) Na utilização de métodos das ciências naturais no estudos dos fenômenos sociais, de fato há o encontro de verdades científicas incontestáveis ? Este caminho é suficiente ?
3) Os critérios e classificações das ciências favorecem a utilização de um conjunto de tendências paradigmáticas no estudo do objeto neste campo ?
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3.1. Classificação das ciências – surgimento das ciências humanas
A primeira classificação da ciência foi feita por Aristóteles, compreendida por 3 critérios que vigoraram
até o século XVII:
Mas ainda não foi aqui que surgiria as ciências humanas
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No século XIX, filósofos franceses e alemães elaboraram três critérios que
resultaram classificação das ciências, válidas até a contemporaneidade:
Tipo de objeto estudado Tipo de método empregado Tipo de resultado obtido
CIÊNCIAS NATURAIS
(Física, química, biologia, geologia, astronomia, geografia
física, paleontologia, etc)
CIÊNCIAS EXATAS
(Aritmética, geometria, matemática, álgebra,
trigonometria, lógica, física pura, astronomia pura, etc)
CIÊNCIAS HUMANAS
(Psicologia, sociologia, antropologia, geografia humana,
economia, linguistica, psicanálise, arqueologia, história,
etc)
CIÊNCIAS APLICADAS
(Todas as ciências que conduzem à invenção de
tecnologias para intervir na natureza, na vida do homem e
na sociedade.
Classificação das ciências
3.2. Constituição das ciências humanas como ciências específicas
A constituição das ciências humanas deu-se entre os anos de 1920 e 1950 do século XX, a
partir de 3 (três) correntes de pensamento que provocaram uma ruptura no campo das
humanidades:
• Ciência - veículo para a compreensão e interpretação dos fenômenos como prerrogativa da consciência, isto é, da atenção, da percepção e da atitude reflexiva que o fenômeno desperta.
FENOMENOLOGIA
• A concepção estruturalista que os fatos humanos são estruturas contextualizadas, segundo princípios. Uma estrutura é uma totalidade dotada de sentidos, daí a importância de métodos específicos para estudo do homem.
ESTRUTURALISMO
• Permitiu compreender que os fatos humanos são instituições sociais e históricas, produzidas por condições objetivas nas quais a ação e o pensamento humano deve realizar-se – plano psicológico e social.
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3.3. Especificidade das ciências humanas e sociais
HOMEM
Psicologia
Economia
Antropologia
SociologiaHistória
Lingüística
Psicanálise
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