cibercultura coletivo de homens antipatriarcais

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  • 8/16/2019 Cibercultura Coletivo de Homens Antipatriarcais

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    Título do artigo

    A identidade e o

    imaginário construídoem “Coletivo deHomensAntipatriarcais”: umaperspectiva demasculinidade

    segundo a ciberculturaResumoA cibercultura como campo de atuação é uma rica perspectiva sobre a realidade, demodo que possibilita recortes e análises sobre questões comuns ao cenário material.Assim, este estudo dedica-se a explorar a ormação da identidade de g!neromasculina e o imaginário que o cerca. "ais especi#camente, o ob$eto de análise sãoas vinculações de discurso do per#l do %&oletivo de 'omens Antipatriarcais( e aorma de construção das relações de ideologias, valores e conceitos com outrospersonagens e anpages virtuais, direcionando para uma masculinidade bastanteespecí#ca e renovada. &om um método te)rico analítico, se a* uso dos constructos

    da netnogra#a como lin+a condutora para a reali*ação da pesquisa. A base te)ricadeste estudo parte dos pressupostos sobre identidade de 'all /0, imaginário de"a1esolli 20, cibercultura de 34diger 220 e das análises em redes sociais de3aquel 3ecuero 250.

    Palavras-chave6dentidade de g!nero. 6maginário &ibercultura. &oletivo de +omens Antipatriarcais."asculinidades.

    1 ntrodu!"o

    A cibercultura é um espaço de revelação, no qual as identidadespodem ser narradas e descritas a partir do enga$amento com temáticas econexão com outros textos identitários - processo que contribui para aconstrução de um imaginário. 7ste imaginário é muito ortementein8uenciado pelas características normativas da cultura. 9o entanto, astentativas de construção do imaginário na cibercultura podem ser, também,

    uma oportunidade de renovação da doxa, abrindo-se mais acilmente ao novo: uma ve* que estão pautadas em uma possibilidade mais democrática de

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    Título do artigoexist!ncia e representação, se comparado aos demais espaços midiáticos docontexto material. ;artindo destes pressupostos, o ob$etivo deste artigo édescrever as características identitárias masculinas e deste imaginário

    propostos pelo grupo argentino %&oletivo de +omens Antipatriarcais( &'A0, apartir do conte@do divulgado na 6nternet, no per#l do grupo no =aceboo .

    ;ara o desenvolvimento dessa re8exão, se tem como ponto de partidao seguinte questionamentoB Cual é a identidade masculina e seu re eridoimaginário construída pelo &'AD &om vista a responder esta problemática, épreciso analisar as construções identitárias de g!nero e do imagináriomasculino, a partir do conte@do disponível na rede social =aceboo docoletivo. 9esta análise serão considerados, principalmente, os lin s 2 entre oper#l com outros movimentos ideol)gicos relacionados na aba %curtir(.

    ?endo a cibercultura um produto da sociedade, torna-se importanterecon+ecer que so re dos padrões estruturantes e normati*adores da culturana qual está inserida. 9eles, a autoridade masculina e a supremacia+eteronormativa quase sempre estão instauradas como um padrão, regendotanto uncionalidades, como laEouts e, consequentemente, discursos"A&FA3A9 et alia , 50. Gutra questão importante é o comportamento de

    usuários brasileiros na 6nternet, que re orçam estes pontos culturais,comprovando a concordHncia das percepções de g!nero e normatividades noespaço virtual e o real .

    G método escol+ido para o desenvolvimento desta pesquisa é deundamento te)rico e analítico, aplicando o marco te)rico desenvolvido comobase para um estudo de caso dos conte@dos vinculados na aba %&urtir( noper#l do %&oletivo de 'omens Antipatriarcais( na rede =aceboo .

    A netnogra#a é considerada a base metodol)gica para o

    desenvolvimento deste artigo, uma ve* que reali*a uma análise de processosculturais que acontecem na 6nternet, mais especi#camente, no per#l do &'Ado =aceboo . Iung e "ontardo J0 percebem estes processos como

    2 ;ara construir este arte ato de análise oram considerados os per#s e an pages que o per#l&'A curte. 7stas in ormações estão disponíveis e agrupadas no seguinte lin B+ttpsBKKLLL. aceboo .comKcolectivodevarones.antipatriarcalesKli esDpnre Ml+c Nordini e ?perb 2 0 analisam os discursos de $ovens sobre questões de g!nero sob

    plata orma on line de comunicação. ?eus estudos apontam que, mesmo estando em umambiente mais aberto e com maior possibilidade para o %novo(, ainda persistem discursospautados em obrigatoriedades em atributos ísicos, +ipossexuali*ação da mul+er e+iperssexuali*ação do +omem. 3e er!nciaB NG3O696, >abrielaP ?;73N, Tania. &oncepções deg!nero nas narrativas de adolescentes. 6nB Psicologia: Refexão e Crítica , vol. J, nQ5. ;ortoAlegreB 3?, 2 .

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    Título do artigomateriali*ações da cibercultra e destacam o papel do %local( daanáliseKpesquisador como um ponto relativo e variável.

    eert* sobre a análise dos en menos da &ultura.

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    Título do artigoOados os direcionamentos te)ricos apresentados para o

    desenvolvimento deste artigo, é importante deixar claro que não existe umcompromisso direto da análise das identidades individuais. G oco principal

    está no compartil+amento de uma aura imaginal entre os integrantes docoletivo, construída por sua ideologia e toda a carga sub$etiva presente nela,incluindo a esta a cultura.

    ;ensar na identidade de g!nero é uma orma de recon+ecer asrelações entre sexualidade e construção do sel 5. ?cott 2URU0J apresenta oestabelecimento do g!nero a partir de uma percepção social a partir dasdi erenças corporais entre os sexos. 9o entanto, é necessário um certocuidado na aplicação desta relação corpo e identidade, uma ve* que nãopossibilita a quebra dicot mica, opositiva e binária. A manutenção dospadrões sociais que estabelecem +omem versus mul+er contribui para aspráticas de preconceito, +ierarqui*ação, marginali*ação, entre outros / .

    ?ilva /0, inclusive, aborda o mal estar masculino vivido nacontemporaneidade a partir da crise do masculino padrão. 7m síntese, muitosdos casos de viol!ncia percebidos +o$e são consequ!ncia deste padrãoidentitário de g!nero estabelecido exclusivamente pelos ormatos do corpo

    ísico externoV

    - que acabam por legitimar o patriarcado, as +ierarquias, asexpectativas e as normatividades, su$eitando direta ou indiretamente todosos indivíduos.

    ender and t+e politics o +istorE. 9eL Xor , &olumbia raduação - =eevale. 9ovo'amburgoB =eevale, 25.V Wer &G?TA, 3onaldo ;amplona da. Gs on*e sexosB as m@ltiplas aces da sexualidade +umana.?ão ;auloB 7ditora >ente, 2UU5.

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    Título do artigocomposição : corpo externo, glHndulas, comportamento sexual, pre er!nciase questões comportamentais : se relaciona com cultura no qual está inserido.

    7sta discussão comprova não somente a crise da masculinidade, mas

    também a crise das identidades que se encontram em um momento detransição. 'all 2UU 0 comenta sobre a concepção sociol)gica da identidade ecomo ela se estabelece a partir de uma orte relação entre o pessoal e op@blico. A pro$eção se destaca como um termo undamental para esta visão.9o entanto, sob a perspectiva da identidade p)s moderna, se estabelece umaquebra com a estrutura ísica e concreta, abrindo camin+o para uma conexãomais 8exível e ragmentada. &oncordando com esta abordagem, a identidadede g!neros também precisa ser entendida como transit)ria e em constanteormação. ;ortanto, sempre em busca de discursos signi#cativos para a suaconstituição : mesmo que de orma momentHnea.

    As identidades também de g!nero0 passam a ser construídas a partirde apropriações com determinados valores, implícitos ou explícitos nosdiscursos, para que possam ser entendidas por outras identidades : que $ánão estão necessariamente ligadas ao corpo ísico.

    A anatomia divide os seres +umanos em dois tipos ísicosdistintos quanto Z sua genitalidade e ao seu corpo,estabelecendo no meio sociocultural, inclusive, qual aimagem de +omem e mul+er que se deve tomar comorealidade @nica possível. A anatomia, portanto, o corpo,vai ser tomado como parte da constituição da identidadesexual e de g!nero do su$eito, mas %é preciso analisar asidéias que uma sociedade cria acerca do corpo e osdiscursos que sustentam não somente acerca do corpodos +omens e das mul+eres, como também o discursosobre a sexualidade e um discurso da sexualidade(AF"76OA, 2UUJ, p. 2SR apud ?6FWA, /, p. 2 S0.

    A apropriação destes discursos passa a construir um imaginário sobreas identidades de g!nero. 7ste imaginário poderia ser entendido como umaversão sub$etiva das identidades criadas de orma real ou concreta.Apresentando a visão de "a1esolli 20 sobre a proposta de imaginário, sedemonstra o papel das construções mentais em detrimento do que estámaterialmente estabelecido.

    A identidade de g!nero masculina, por exemplo, sempre esteveocupada por um con$unto de exig!ncias que ultrapassavam tanto questões

    ísicas, quanto da cultura. ?ilva 2UU/0 trata das questões de ordenação damasculinidade pautadas nas relações de poder, de produção tare as de

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    Título do artigotrabal+o0 e da catexia energia emocional vinculada a um ob$eto com g!nerode#nido0. 9o entanto, a partir da concepção de imaginário proposta por"a1esolli, ser masculino ultrapassa todas estas questões, mas se estabelece

    através delas, uma ve* queB

    G imaginário permanece uma dimensão ambiental, umamatri*, uma atmos era, aquilo que [alter Nen$aminc+ama de aura. G imaginário é uma orça social deordem espiritual, uma construção mental, que semantém ambígua, perceptível, mas não quanti#cável"A==7?GFF6, 2, p. J0.

    Oe orma muito adequada, o imaginário consegue tradu*ir a atmos erada masculinidade, uma ve* que se re ere ao coletivo e não somente Zs

    identidades : que, na verdade, são mutáveis e inconsistentes. G imaginário é%cimento social \...] une em uma mesma atmos era( "A==7?GFF6, /, p.

    20.?ob outra perspectiva, o conceito de imaginário também pode ser

    aplicado Z cibercultura e a partir de uma visão mais culturalista destes doisconceitos. 7sta análise é desenvolvida por =elinto /0 que também seapoia nos estudos de 34diger para o trabal+ar com o conceito tecnol)gico.

    6maginário tecnol)gico é uma espécie de orça social quepro$eta sobre a tecnologia determinadas imagens,expectativas e representações coletivas. A ciberculturapoderia, assim, ser de#nida como um imagináriotecnol)gico ecundado a partir do paradigma e visão demundo0 digital =7F69TG, /, p.J0.

    ;artindo do pressuposto de que toda a tecnologia é uma invençãocultural =7F69TG, /0, torna-se pr)xima a relação da cibercultura com ascondições das culturas de orma particular e que, inclusive, contribui oupossibilita novas relações culturais e sociais.

    A cultura inerente ao contexto da cibercultura retoma as construçõesidentitárias e o imaginário sobre os g!neros, trans ormando suas relações eabrindo para novas possibilidades de estruturação na sociedade : material oudigital. A construção dos conceitos de identidade e imaginário estariam,portanto, pautadas dentro da cibercultura, a partir do domínio das práticas evisões sociais comunicacionais que envolvem as tecnologias digitaisP dasrepresentações baseadas na presença de elementos #ccionais como os

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    Título do artigotropos R e mitemas U especí#cos do mundo ciberculturalP bem como, dasapreensões a respeito das mani estações da cibercultura =7F69T3G, /0.

    As identidades e o imaginário masculino criados no ambiente virtual se

    constroem a partir das mesmas bases #ccionais da realidade concreta.=undamental para a vida social, a #ccionalidade se dá através da vinculaçãocom discursos identitários, que contribuem no desenvolvimento de umanarrativa coerente, marcada pela vinculação com diversos discursos, porve*es, inclusive contradit)rios.

    9esse sentido, a cibercultura se mani esta como umimaginário no qual o paradigma digital c+ega parareali*ar um son+o imemorial da +umanidadeB a

    transcend!ncia das limitações +umanas, a manipulaçãoda realidade convertida em padrões de in ormação, aconquista absoluta da nature*a e das leis do cosmos :em uma palavra, a divini*ação do #omo ci$erneticus?6FWA, /, p. V0.

    Oigitais ou concretas, estas amplitudes e manipulações estão baseadasem vinculações com discursos. Oessa orma, a construção identitária passapor um processo de signi#cação, edi#cando mensagens e criando novoscontextos : imaginários : das relações entre os sistemas de signos. 7mcontraponto, tais vínculos comunicacionais buscam inserção no meio social,através de dinHmicas muito pr)ximas Zs desenvolvidas pelas +ierarquias+egem nicas e não digitais, nas quais o novo é colocado como superior eonde o ob$etivo é conquistar o máximo de p@blico possível.

    Curtir: a identidade e o imaginário como capital social dacibercultura

    7studar as relações culturais do contexto ci$er é colocar Z lu* osconte@dos produ*idos pelos su$eitos e relacioná-los a partir de suasigni#cação. ?ob este Hngulo está dada a importHncia da ação e da práticacomo insumo para análises, concordando, inclusive, com a importHncia daconsideração dos atos cotidianos como construtores das identidades p)s-modernas. A +armonia entre as perspectivas dos estudos identitáriospropostos por 'all 2UU 0 e 34diger 220 Z cibercultura, garantem umacoer!ncia analítica na relação destes campos de estudos.R Tropos tem o mesmo sentido de ret)rica, narrativa.U "itemas são as narrativas ortalecidas pelos mitos ou olclores, a*em uso de padrões deret)rica internali*ados pelas culturas.

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    Título do artigo34diger 220 também ressalta que a cibercultura, na verdade, ainda

    re8ete em demasia os comportamentos sociais. ?ob a mesma perspectiva,3ecuero 250 desenvolve as relações entre o comportamento dos usuários

    na rede =aceboo com as práticas sociais vigentes na cultura contemporHnea,colocando a ação digital como correlacionada Zs mani estações culturais.

    G pressuposto básico para o uso de redes como o =aceboo é a buscapor oportunidades de comunicação. 9este sentido, 3ecuero 250 coloca oato comunicacional como uma possibilidade de interação e vinculação comdeterminados conte@dos, bem como, com a signi#cação construída em outrossu$eitos aqui representados por per#s de usuários e de %an pages 0.

    ?obre a base undamental de uncionamento das redes sociais,aplicando-se a elas, o caso do site =aceboo , a autora estabeleceB

    7sses sites são compreendidos como aqueles quepermitem i0 que os atores sociais criem per#sindividuali*ados, que vão uncionar como representaçõesde siP ii0 que suas redes sociais se$am publici*adas pelaserramentas NoEd e 7llison, V0P e iii0 que esses

    atores possam ainda utili*ar esses sites comoplata ormas de conversação e interação uns com osoutros 37&7F, R apud3^O6>73, 22, p. J/0.

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    Título do artigoenvolvidos. &urtir é também legitimar a ace e apoiar amensagem e aquele que a divulgou0 37&

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    Título do artigoFevantando a bandeira %9em mac+os, nem ascistas( 2 , o auto

    denominado &oletivo de 'omens Antipatriarcais ormado em Fa ;lata, naArgentina, re@ne +omens que questionam a estrutura patriarcal vigente.

    ?egundo a entrevista pelo &'A dada Z 3evista >eni 250, a sub$etividadeestá entre os pontos centrais do trabal+o de militHncia. G grupo se mostracom uma certa ormação +eterog!nea, com integrantes que atuam emplata ormas sociais di erentes, como academia, organi*ações sociais e, atémesmo, em movimento operário.

    A motivação pelo movimento também está calcada na ormação doimaginário sobre o masculino contemporHneo. ?egundo o que a#rma o grupoB

    _ preciso desmontar todos os parHmetros culturais quenos determinam como +omens, centrali*adosbasicamente na genitalidade. 7stamos destinados a, emuma sociedade patriarcal, ter supostos bene ícios. "astambém +á situações nas que não nos sentimosrepresentados, e por isso nos organi*amos comocoletivoB para en rentar essa a ronta do patriarcado>796, 250.

    ;ercebendo o corpo como um territ)rio político, o grupo luta por causasque quebram as naturali*ações de padrões comportamentais que oramestabelecidos pela sociedade patriarcal. 7ntre elas, estão a legali*ação doaborto, a quebra do paradigma de supremacias masculinas, da genitali*açãosexual, dos mitos sobre o corpo masculino e eminino0 e, até mesmo, a visãoexclusivamente capitalista do mercado de consumo.

    G interesse pela quebra da masculinidade padrão está na percepçãosobre a viol!ncia gerada pela normatividade +eterossexual e patriarcal. ;arao grupo, alguns tipos de masculinidade também so rem de su$eição. ?egundoos integrantes, não é necessário ser +omossexual para so rer preconceitos,

    %não ser o +eterossexual que esperam que voc! se$a $á é o su#ciente( >796,250.

    ?ob os aspectos de preconceito, agressividade e viol!ncia consideramque não existe uma +ierarquia de su$eição a#rmando que %o so rimentorecon+ece a dor como ponto de in8exão, independente do g!nero. A viol!ncianão recon+ece g!nero(. ?egundo a perspectiva do coletivo, o mac+ismo criaum modelo comportamental, ao qual todas as pessoas precisam se encaixar.

    Assim, &oletivo de 'omens Antipatriarcais demonstra que existem

    exceções para a proposta te)rica de 34diger que a#rmaB %a cibercultura2 Tradução livre reali*ada pelo autor para %9i mac+os, ni ac+os(.

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    Título do artigorepresenta uma atuali*ação dos modelos de utopia imaginária que prometemnão apenas a renovação e entrega das categorias mas, também, o nossocontrole social e racional sobre o espaço, a in ormação e a identidade(

    3^O6>73, 22, p. JU0. A proposta do coletivo é voltada Z aplicação social enão exclusivamente ao status, uma ve* que tem amplo investimento emações materiali*adas em propostas de lei, pro$etos igualitários, mani estaçõese congressos em universidades.

    7m primeiro ponto, é necessário destacar que o trabal+o desenvolvidopelo &oletivo de 'omens Antipatriarcais não pode ser considerado umativismo digital, uma ve* que seu per#l na rede social =aceboo éexclusivamente usado para divulgar as ações que $á oram reali*adas pelogrupo, recebendo caráter de registro e não com oco no enga$amento. 9oentanto, con orme Natista e `ago /0 existe um personagem comunicadorper#l do coletivo0 que unciona como um líder de opinião, que se trata de%um indivíduo enga$ado com um determinado assunto que a* a ligação entreos meios de comunicação de massa e os demais indivíduos(. 7stá dado,portanto, o caráter de ativismo político do coletivo, uma ve* que v! naquebra da estrutura patriarcal uma relação de transgressão aos padrões

    normativos vigentes e uma solidariedade com relação aos grupos e g!nerossu$eitados 2S.A pesquisa netnográ#ca aplicada ao %&oletivo de 'omens

    Antipatriarcais( oi elaborada entre os dias V de Oe*embro de 25 Z 2 de Ianeiro de 2J e nela reali*ou-se o levantamento de alguns pontos

    undamentais para a aplicação do marco te)rico aqui apresentado. ;ara aescol+a do método, tomou-se como base os estudos desenvolvidos por 3ebse `ago 220 25, Amaral e "onteiro 2S0 2J e 3ecuero S0, adaptando

    suas abordagens metodol)gicas Zs características do ob$eto de análise desteestudo. Assim, oram seguidos os seguintes passosB

    13

    &om base em Iordan 0, o ativismo político seria caracteri*ado pelas ações coletivas quedemandam transgressão e solidariedade. ;or transgressão se entende a oposição a certacondição social com vistas a sua trans ormação, e por solidariedade o sentido coletivo desuporte m@tuo em busca dessa transgressão. Gs dois aspectos ormariam o pressupostoessencial ao ativismoB o caráter coletivo-solidário guiado Z mudança social( NAT6?TAP `A>G,2 0.

    25 37N?, 3ebeca 3ecueroP `A>G, >abriela. As potenciais ormas de interação em ambientes

    virtuais. &$ser'at!rio (&)S*+ , v. J, p S : 2, 22. Oisponível em+ttpBKKobs.obercom.ptKindex.p+pKobsKarticleKvieLK5J2. Acesso em V de Oe*embro de 25.2J A"A3AF, AdrianaP "G9T763G, &amila. 7sses roqueiro não curtem. F, C&S , ;orto Alegre,3?, v. , n. , pp. 55/-5V2, maioKagosto 2S.

    6ntexto, ;orto Alegre, ?, n. x, p. - , m!s ano. 1#

    http://obs.obercom.pt/index.php/obs/article/view/451http://obs.obercom.pt/index.php/obs/article/view/451

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    Título do artigo20 Wisita Z cada página curtida para recon+ecer a temática ou

    ideologia ali presente.0 &ategori*ação por grupo semHntico de cada página curtida.S0 Análise e descrição da ormação ideol)gica como ormadora de um

    imaginário sobre a masculinidade50 &onstrução de um parecer @nico sobre as características identitárias

    de g!nero e imaginário re erente Z proposta de masculinidade docoletivo

    G per#l do &'A apresenta uma lista com 2 5 páginas curtidas. 7stas%an pages oram divididas entre os campos semHnticos apresentados noquadro 2, a seguir.

    uadro 1 : &ampos semHnticos e respectivas descrições

    Campo 2em3ntico 4escri!"o

    Aborto2/ Agrupa an pages de grupos de discussão etrabal+o de militHncia a avor da legalidadedo aborto.

    Anticapitalismo Grgani*ações político e midiática que buscamestabelecer estratégias sociais contra ocapitalismo.

    Arte K Artista ;er#s p@blicos e %an pages de artistas,bandas, expressões de arte, decoração edivulgação de obras.

    &entro 7studantil >rupos de estudantes, diret)rios acad!micose coletivos vinculados Zs universidades.

    7ducação ;rogramas de educação.

    7studos cientí#cos Oivulgação de pesquisas e investigaçãocientí#ca.

    2/ Para esta análise, distinguir a temática “aborto” de “feminismo” é importante, uma vez que estão estabelecidos na relação que abortoé um discurso feminista, mas nem todo discurso feminista trata ou concorda com a legalização do aborto.

    6ntexto, ;orto Alegre, ?, n. x, p. - , m!s ano. 1(

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    Título do artigo=eminismo "ovimentos eministas individuais e

    coletivos.

    Futa de >!neros K

    ?exualidade

    &omposto por %an pages que questionam as

    +ierarquias e discutem sobre a viol!ncia deg!nero. Também estão presentes espaços dedesmisti#cação da sexualidade.

    "ídia K ;rograma K Weículo ;rogramas de rádio ou televisão, canais eveículos de comunicação.

    "ovimento ;olítico 3elaciona %an pages que discutem questõessociais, políticas, religiosas, mas sem relaçãopartidária declarada.

    Grgani*ação política K;artidário K ;olítico

    Agrupa os per#s de políticos, partidos ecausas declaradamente partidárias.

    ;restação de ?erviços &orresponde Z divulgação de pro#ssionaisque desenvolvem trabal+os voluntários.

    ;rograma K ;rogramação&ultural K &asa de &ultura

    ;ro$etos culturais que envolvem a divulgaçãode mostras, exposições, s+oLs, estivais,casas de cultura.

    3epartição ;@blica Fan page de per#s de )rgãos p@blicos.

    !nero K ?exualidade 2JGrgani*ação ;olítica K

    ;artidária K ;olítico2S

    "ovimento ;olítico 2=eminismo U

    =onteB 7laborado pelo autor

    6ntexto, ;orto Alegre, ?, n. x, p. - , m!s ano. 1)

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    Título do artigo&om vista a criar mais um viés de discussão, também oi desenvolvido

    um quadro que apresenta um agrupamento 2V dos campos %Futa deg!neroKsexualidade(, %=eminismo( e %Aborto( denominado %"acro >rupo

    ?emantico 2(0P %ArteKArtista( e %;rograma K ;rogramação &ultural K &asa de&ultura( denominado %"acro >rupo ?emantico (0. 9esta outra organi*açãoda análise, as relações estão estabelecidas con orme o quadro S.

    uadro ( : &ampos semHnticos agrupados e representatividade

    Agrupamentos dos campossem3nticos

    56mero de 7anpages

    "acro - grupo semHntico 2 S"acro - grupo semHntico V

    Grgani*ação ;olítica K ;artidária K;olítico 2S

    "ovimento ;olítico 2"ídia K ;rograma K Weículo U

    =onteB 7laborado pelo autor

    A partir das análises dos conte@dos de cada %an page , oi possívelperceber que existe um con$unto de práticas discursivas orientadas emdeterminados sentidos. As relações entre os sentidos de discurso a$udam aestabelecer um imaginário tecnol)gico =7F69TG, /0 a partir da vinculaçãocom determinados textos aqui representados pelas %an pages curtidas0.7stas vinculações acabam por re8etir ou corresponder Zs práticas sociais,con orme =elinto /, p. /0 a#rmaB

    G imaginário tecnol)gico compreende, portanto, osprocessos por meio dos quais características, pro$etos eson+os de determinadas época e sociedade se plasmamem aparatos materiais, bem como o impacto que essesaparatos ense$am, uma ve* convertidos em realidadesdo cotidiano, na imaginação coletiva da cultura no seioda qual oram concebidos.

    &ompreender os valores e os sentidos discursivos aos quais o coletivoestá vinculado é, de certa orma, uma estratégia de penetrar na proposta deimaginário prevista para este +omem antipatriarcal. _ possível a#rmar,portanto, que o imaginário do &'A está pautado nos discursos, valores esentidos apresentados no quadro 5.

    2V s agrupamentos estão baseados na pro!imidade entre as temáticas de discussão, mas que não podem ser considerados id"nticosuma vez que apresentam vis#es e abordagens espec$ficas %ainda que coerentes entre si&.

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    Título do artigouadro ) : &ampos semHnticosB discursos, valores ou sentidos 2R

    Agrupamentosdos campos

    sem3nticos 4iscursos& valores ou sentidos

    "acro - gruposemHntico 2

    Gs discursos estão ortemente in8uenciadospor uma relação emancipat)ria do eminino, dabusca por uma quebra de +ierarquias e dasbarreiras da viol!ncia e preconceito de g!nero. Gesclarecimento sobre a sexualidade édemonstrado como uma erramenta @til detrans ormação social. G aborto é uma dasbandeiras levantadas, colocando o corpo como umespaço político, mas também individual. A visão deidentidade de g!nero é um conceito c+ave para aprodução de conte@do.

    ;alavras c+aveB eminismo : igualdade :biopolítica - liberdade

    "acro - grupo

    semHntico

    7xiste uma orte direção para a valori*açãodas raí*es étnicas latino americanas. As bandasque estão apresentadas são, principalmente,produtoras de conte@dos e obras alternativos, ouse$a, ora do mercado mainstream 2U."a$oritariamente, as expressões de arte possuemum apelo político-social, vinculado ao eminismo,não consumismo e orgul+o racial. 9este sentido,os espaços de exposição e reali*ação de

    espetáculos demonstram um claro en oque emoportunidades para novos artistas e quebra dospadrões normativos. Aqui o discurso da arteadquire orte papel de militHncia social em buscade uma realidade mais igualitária.

    ;alavras c+aveB valori*ação étnicaKracial :arte alternativa : igualdade : militHncia

    Grgani*ação;olítica K ;artidária K;olítico

    'á uma grande presença de partidos autointitulados %de esquerda(, com bandeiras quede endem regimes socialistas e de democraciasmais igualitárias. Algumas an pages pertecem agrupos de estudantes que a*em militHncia políticapartidária do mesmo posicionamento político.Wantagens para classes operárias parecem a*erparte de grande parte das preocupações.

    ;alavras c+aveB esquerda : socialismo :democracia : classe operária : enga$amentoestudantil

    "ovimento ;olítico Oiscursos com en oque na trans ormaçãosocial. 'á uma certa presença de grupos quecobram mudanças dos )rgãos p@blicos. Gutrosgrupos desenvolvem pro$etos através de

    2R Por uma questão de organização e viabilidade de coer"ncia nos sentidos, optou'se por realizar as descriç#es de discursos, valores ousentidos a partir dos agrupamentos dos campos sem(nticos.2U Mainstream é um termo em ingl"s que se refere ao gosto ou pensamento que é recorrente para grande parte da população.

    )ormalmente, é usado para se referir aos produtos de marcas universais apoiadas no consumo de passa. conceito é antagonista aocenário alternativo, mais aberto *s novas refer"ncias estéticas, com menos apoio financeiro de grandes marcas e empresas.

    6ntexto, ;orto Alegre, ?, n. x, p. - , m!s ano. 1+

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    Título do artigoorgani*ações não governamentais. Trabal+am comvalores relacionados Zs discussões de g!nero,eminismo, igualdade racial e consci!ncia política.

    ;alavras c+aveB direitos sociais : igualdade :

    luta de classes : consci!ncia política : comunidade

    "ídia K ;rograma KWeículo

    &ampo ortemente ormado por mídias eprogramações voltadas ao p@blico $ovem. Tambémdemonstra a presença de um $ornalismo crítico.7xiste uma sutil in8u!ncia de textos maisartísticos, reportagens em ormatos narrativos eprogramações de rádio com oco cultural. 7stãopresentes os discursos de igualdade, preocupaçãocom o contexto social e abertura para propostasde canais mais criativos e inovadores.

    ;alavras c+aveB $uventude : crítica social :criatividade : divulgação de práticas sociais

    =onteB 7laborado pelo autorGs discursos apresentados pelos campos semHnticos e agrupamentos

    estão construídos a partir de uma identidade comunicacional desenvolvidapor cada %an page . 9este momento, se percebe uma converg!ncia deorientações de valores e sentidos, revelando uma ideologia. "a1esolli 20demonstra a proximidade entre a ideologia e a ormação do imaginário de umgrupo. ;ara o autor, a ideologia não é o imaginário, mas ela é uma parte queo compõe, mesmo que de orma mais racional.

    \...] se retomamos o que era ideologia para Oestutt de TracE, ainda no início do século 6 , trata-se de umcon$unto orgHnico de ideias \...] 7xistem muitos conceitosde ideologia. ;ode ser, por exemplo, o que está por trásde um discurso político explícito. 7n#m, uma ideologia\...] não está longe da ideia de imaginário "A==7?GFF6,

    2, p. V/0G ato de curtir e de estar vinculado Z uma %an page é uma orma de

    criar um discurso identitário 37&73, /0 e entendendo o per#l de&'A como comunicador `A>G, /0, rea#rma-se o papel do per#l docoletivo como um produtor de conte@do midiático, portanto, voltado a umoutro e, consequentemente, auxiliar na ormação de um imaginário.

    A proposta de imaginário resultante nessa análise está, portanto,baseada nos discursos ideol)gicos apresentados, mas combinando-os com osconte@dos resultantes dos processos comunicacionais apresentados naspáginas curtidas do per#l. ?ob esta perspectiva, é possível di*er que o &'A

    busca desenvolver uma reorgani*ação dos processos sociais, principalmente,na recon#guração da ordem normativa.

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    Título do artigoA presença requente de discursos de igualdade racial, de g!nero, de

    classes0 é uma orma de promover a quebra dos padrões culturais+egem nicos, direcionando para um imaginário menos conservador do que

    tem apresentado a masculinidade tradicional . Oesenvolver uma identidademasculina que não somente abra mão dos seus privilégios, mas também lutacontra eles, é uma orma de demonstrar a inadequação da #gura do +omem+egem nico Zs necessidades do contexto social contemporHneo.

    Oesenvolver discursos emininistas a partir de vo*es exclusivamentemasculinas, dá ao %&oletivo de 'omens Antipatriarcais( o tom de curiosidadepromovida pela sua paradoxal construção ideol)gica. G imaginário sobre amasculinidade resultante deste %texto( passa a assumir o papel do +omemcomo igual, quebrando +ierarquias e su$eições. 7ste direcionamento estácomprovado no ato de o %"acro grupo semHntico 2( : composto pelosdiscursos eministas, de g!nero e sexualidades : encontra-se em primeirolugar no con$unto de interesses do per#l do coletivo.

    G imaginário masculino proposto está, portanto, não direcionado apartir do corpo externo, mas na visão política sobre as corporalidades. Cue,por sua ve*, desprendem a identidade de g!nero da materialidade ísica. 7ste

    +omem, portanto, não se constr)i a partir da genitália, mas sim poridenti#cação com determinado comportamento : não mais exclusivamentesexual.

    A $uventude parece ter um papel undamental para o discursoidentitário do coletivo, demonstrando a acilidade e o en oque neste tipo dep@blico. 9o entanto, é preciso atentar para a relação requente estabelecidaentre $ovens e militHncia. &ontestador, este +omem ainda é construído comoum $ovem %rebelde(, mas com uma precisa visão e posicionamento políticos.

    G caráter de inovação, criatividade e luta pela igualdade em todos osaspectos parece ser o elo de ligação entre as mais diversas identidadesmasculinas aqui construídas : que corroboram para uma visão coletiva sobreesta proposta de +omem na contemporaneidade. A total eliminação dassu$eições e +ierarquias parecem ser a %aura( da ideologia "A==7?GFF6,

    20 do &'A, uma ve* que estão presentes quase que integralmente nosdiscursos percebidos nos campos semHnticos. ?obre este %cimento social(,"a1esolli 2, p. VV0 explicaB

    +onforme demonstrado nos estudos á desenvolvidos pelo autor e citados anteriormente em nota de rodapé.

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    Título do artigo'á sempre uma parte de ra*ão de ideologia, deconte@do, no processo descrito, mas também umaalquimia um tanto misteriosa que detona, em certassituações, uma interação. 7sse momento de vibração

    comum, essa sensação compartil+ada, eis que constituium imaginário. Agrupando todas as características descritas nas análises dos campos

    semHnticos, é possível perceber o orte interesse político de posicionamentoesquerdista e com base em regimes socialistas. G posicionamento decontestação incorpora ao imaginário desta masculinidade um papel do+omem como agente social para a trans ormação do meio : mesmo que, paraisso, precise abrir mão de todos as suas vantagens, também socialmente

    estabelecidas. G con$unto de identidades que negam o consumo, que buscamdar vo* Zs minorias, que desenvolvem ações contrárias ao padrão coloni*adodas nações latino americanas, a$uda a construir uma nova visão sobre omasculino sob uma )tica enga$ada.

    ;or #m, o ponto de maior concordHncia percebido oi o de igualdadenas mais diversas plata ormas. Assim, não existe uma maior coer!nciaquando o pr)prio coletivo tra* uma proposta de cultura não patriarcal,abrindo mão das vantagens masculinas : tais como avorecimento em

    detrimento das mul+eres ou masculinos não padrão, autonomia, maiorliberdade, entre outros - em busca de um novo cenário. A igualdade, paraeste imaginário, está construída não somente no empoderamento de outrosgrupos, mas, principalmente, na disposição em negar direitos cultural enaturalmente estabelecidos pela +egemonia normativa social. A questão maisimportante desta proposta ideol)gica vem do ato que é um grupo de pessoas: +omens +eterossexuais, estudantes ou pro#ssionais : que go*am de algumaorma de privilégios sociais, mas que lutam por outros grupos menos

    avorecidos.A masculinidade sob estas novas rotas cria para si ou recebe0 um

    imaginário novo, no entanto, ainda presente dentro do mesmo contextocultural de imaginários de outras masculinidades. 7ssas perspectivas podemimpactar não somente nas relações com os demais g!neros, mas na revisãode +omens sobre a sua pr)pria masculinidade, como um processo end)geno.7ste processo, por sua ve*, também tira certos pesos e compromissos dosombros masculinos, supostamente, criando uma menor importHncia sobrepadrões corporais, gan+os #nanceiros, virilidade entre outros. 9este cenáriode novas relações, o g!nero por si s) perde a unção social, legitimando a

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    Título do artigoidentidade : mutável e +ist)rica : como a orma mais pr)xima do que secon+ece por categori*ação social.

    ) Considera!8es 9nais

    G contexto da cibercultura $á é intrínseco a maior parte doscomportamentos sociais contemporHneos, sendo impensável distinguirintegralmente o que tem onte e consequ!ncias exclusivamente reais oudigitais. Assim, é preciso criar oportunidades de atenção sobre as novaspossibilidades de ormação de identidades e imaginários que estão regidos

    por esta multiplicidade de l)gicas e dinHmicas.;ensar o imaginário construído a partir dos textos desenvolvidos por

    per#s virtuais é assumir a articulação clara e quase automática entre amaterialidade e a imaginação cibercultural. As dinHmicas coletivas presentesnos discursos vinculados ao per#l do &'A retomam a identi#cação dasdinHmicas coletivas e, consequentemente, uma visão mais romHntica do queé c+amado de realidade.

    A democracia de acesso criada pela cibercultura através da 6nternetpossibilita, neste caso, acompan+ar as trans ormações do imaginário sobre %oque é ser +omem(, é ser testemun+a de um momento de extremaimportHncia para a cultura ocidental e principalmente com impulso por partede regiões como a América Fatina0. Abrir mão de conceitos e imaginaçõessobre questões tão naturali*adas pela sociedade atual é ser testemun+a deuma ação trans ormadora, que tende a in8uenciar direta ou indiretamenteoutros aspectos da contemporaneidade.

    Através da construção desta nova identidade masculina, o %&oletivo de'omens ;atriarcais( quebra a condição original de de esa do patriarcado. Asbases de dominação são destituídas uma a uma, vinculando-se a outrosconte@dos discursivos, que, por sua ve*, estão associados a outrasidentidades : retomando o esquema em rede cultural. A visão culturalistasobre a cibercultura rea#rma o aspecto p)s moderno de seu contexto, com asmesmas características dos seus %+abitantesKusuários(, +istoricamentemutáveis.

    A marca ideol)gica do &'A pode ser considerada um dos pontos maisclaros do seu imaginário. 9o entanto, um ato inegável é que a vinculação

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    Título do artigoFGuacira Fopes. ;edagogias da sexualidade. 6nB jjjjjj. = corpoeducado B pedagogias da sexualidade. Nelo 'ori*onteB Aut!ntica, 2.

    "A&FA3A9, ;auline \et alia]. >ender, Tec+nologE and &omputer-"ediated

    &omunications in &onsumption-3elated Gnline &ommunities. 6nB 7Y?T3/",Yarin "P N37"N7&Y ed.0 lusive Consumption: >rac ing 5eD ResearchPerspecti'es . Gx ordB Nerg, 5.

    "A==7?GF6, ". G imaginário é uma realidade. .A@ C=2; ;orto AlegreB7dipucrs, nk 2J, ago.-de*., 2.

    97" mac+istas, nem ascistasB +omens patriarcais na Argentina. Revista$eni . Oisponível em +ttpBKKrevistageni.orgK VKnem-mac+istas-nem- ascistas-+omens-antipatriarcais-da-argentinaKh. Acesso em V de Oe*embro de 25.

    37&73, =rancisco. A re8exão te)rica em cibercultura e a atualidade dapol!mica sobre a cultura de massas. atri0es , ?ão ;aulo, ano J, nQ 2 $ul.Kde*.,22. Oisponivel em

    +ttpBKKLLL.matri*es.usp.brKindex.p+pKmatri*esKarticleKvieL=ileK 2Kpd h.Acesso em S de Oe*embro de 25.

    ?6FWA, ?ergio >omes da. A crise da "asculinidade. Psicologia& Ci%ncia ePro9ss"o . Ioão ;essoa, vol. /, n. 2, p. 22R-2S2, /.

    The identities and imaginarity buildt on “Coletivo de Homens

    Antipatriarcais: a manhood’s perspective according to thecyberculture.

    Abstract

    &Eberculture as a plaEing #eld is a ric+ perspective on realitE, so t+at alloes analEsisabout common questions on t+e material scenario. T+us, t+is studE is dedicated toexploring t+e ormation o male gender identitE and t+e imaginarE t+at surrounds it.

    T+e ob$ect o studE is more speci#callE t+e pro#le speec+ bindings %&oletivo de'omens Antipatriarcais( and t+e LaE o construction o relations o ideologies, valuesand concepts Lit+ ot+er c+aracters and virtual anpages, leading to a verE speci#cand neL man+ood. 6t uses t+e netnograp+E constructs as a t+eoretical and analEticalmet+od and a conducting line to t+e researc+. T+e t+eoretical basis to t+is studE o assumptions about identitE rom 'all /0, imaginarE rom "e1esolli 20,cEberculture rom 34diger 220 and t+e social netLor analEsis rom 3aquel3ecuero 250.

    .

    EeFDords>ender 6dentities. 6maginarie. &iberculture. &ibercultura. &oletivo de +omensAntipatriarcais. "an+ood.

    6ntexto, ;orto Alegre, ?, n. x, p. - , m!s ano. ##

    http://www.matrizes.usp.br/index.php/matrizes/article/viewFile/201/pdfhttp://www.matrizes.usp.br/index.php/matrizes/article/viewFile/201/pdf

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