charlot apud abromovay

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Abramovay (2003) refere como violncia na escola, e ns entendemos com violncia escolar: a) Violncia Fsica: de um indivduo ou grupo contra a integridade de outro (s) ou de grupo (s) e tambm contra si mesmo abrangendo desde os suicdios, espancamentos de vrios tipos, roubos, assaltos e homicdios. Alem das diversas formas de agresses sexuais. b) Agresso Fsica: homicdios, estupros, ferimentos, roubos, porte de armas que ferem, sangram e matam.

PRIOTTO, Elis Palma UNIOESTE [email protected] BONETI, Lindomar Wessler- PUCPR [email protected]://www.pucpr.br/eventos/educere/educere2008/anais/pdf/108_53.pdf 2008

PRIOTTO & BONETI apud . VIOLNCIA ESCOLAR: NA ESCOLA, DA ESCOLA E CONTRA A ESCOLA. Anais, 2008- p.4.

CHARLOT apud ABROMOVAY (2002, p. 69) define violncia como sendo:

Violncia: golpes, ferimentos, violncia sexual, roubos, crimes, vandalismo. - incivilidades: humilhaes, palavras grosseiras, falta de respeito; - violncia simblica ou institucional: compreendida como a falta de sentido de permanecer na escola por tantos anos; o ensino como um desprazer, que obriga o jovem a aprender matrias e contedos alheios aos seus interesses; as imposies de uma sociedade que no sabe acolher os seus jovens no mercado de trabalho; a violncia das relaes de poder entre professores e alunos. Tambm o a negao da identidade e satisfao profissional aos professores, a sua obrigao de suportar o absentesmo e a indiferena dos alunos.

ABRAMOVAY, Miriam, RUA, Maria das Graas. Violncias nas escolas. Braslia:

H violncia quando, em uma situao de interao, um ou vrios atores agem de maneira direta ou indireta, macia ou esparsa, causando danosa uma ou mais pessoas em graus variveis, seja em sua integridade fsica, seja em sua integridade moral, e, suas posses, ou em suas participaes simblicas e culturais (MICHAUD, 1989 apud WAISELFISZ, 2011, p. 10).WAISELFISZ, Julio Jacobo. Mapa da Violncia IV. Braslia, 2011.MICHAUD, Yves. A violncia. So Paulo: tica, 1989.

Segundo a Organizao Mundial da Sade (2002, p. 12), No h um fator nico que explique por que algumas pessoas se comportam de forma violenta em relao a outras, ou porque a violncia ocorre mais em algumas comunidades do que em outras. A violncia o resultado de com complexa interao de fatores individuais, de relacionamentos sociais, culturais e ambientais. Entender a violncia um dos passos importantes na abordagem de sade pblica para evitar a violncia.

ORGANIZAO MUNDIAL DA SADE. Relatrio mundial sobre violncia e sade. Disponvel em: . Acesso em: 5 out. 2010.

O relatrio da UNESCO (2002) sobre violncia considera que [...] alm dos danos fsicos, traumas, sentimentos de medo e insegurana que prejudicam o desenvolvimento pessoal dos alunos, a violncia impe graves consequncias para o desempenho escolar dos estudantes que, diante de um contexto de vulnerabilidade e insegurana, apresentam dificuldade de concentrao nos estudos e se sentem desestimulados a comparecer s aulas, alimentando situaes que favorecem o absentesmo, a reprovao, a repetncia e o abandono escolar, os quais configuram o que se conhece por fracasso escolar.

A ONU (2006, p. 17), em seu relatrio sobre o Estudo das Naes Unidas sobre a Violncia contra Crianas, observa que [...] a violncia nas escolas tambm assume a forma de brigas e atitudes intimidatrias de colegas. Em algumas sociedades, comportamentos agressivos, inclusive brigas, so amplamente percebidos como um problema disciplinar de pouca monta. A intimidao est frequentemente 20 associada discriminao de estudantes de famlias pobres, de grupos etnicamente marginalizados ou com caractersticas pessoais singulares (como, por exemplo, sua aparncia ou alguma deficincia fsica ou mental). Na maioria dos casos, a intimidao verbal, mas ela pode tambm envolver violncia fsica. As escolas tambm so afetadas por eventos ocorridos na comunidade maior, como, por exemplo, por uma maior incidncia de cultura de gangues e de atividades criminosas relacionadas a gangues, particularmente envolvendo drogas.ORGANIZAO DAS NAES UNIDAS. Declarao e Programa sobre uma Cultura de Paz. Resoluo aprovada por Assemblia Geral em 6 de outubro de 1999, n 53/243. Disponvel em: . Acesso em: 16/09/2010. ORGANIZAO DAS NAES UNIDAS PARA A EDUCAO, A CINCIA E A CULTURA. Observatrio de Violncias nas Escolas. Brasil, 2006. O

p.217

Adolescncia e violncia: aes comunitrias na preveno "conhecendo ...Por David Lo Levisky

A violncia simblica uma forma de dominao que se apoia em expectativas coletivas que produzem a necessidade de obedecer s normas, regras e hierarquias sociais sem contestao. A violncia simblica se baseia na fabricao de crenas no processo de socializao que fazem com que as pessoas se enxerguem e se avaliem de acordo com os critrios definidos por algum com maior poder. Essas crenas socialmente construdas induzem os indivduos a se posicionarem no espao social seguindo padres do discurso dominante, que d mais ou menos poder a determinadas categorias sociais a depender da estrutura social, p.25.

Primeiramente, a estrutura simblica aquela que d condio de inteligibilidade para o mundo. O poder simblico um poder de construo da realidade, todo o poder que consegue criar significaes e imp-las como legtimas. Os smbolos (mito, linguagem, arte, cincia) so 26 instrumentos de coeso social que tendem a estabelecer um consenso sobre o sentido do universo social. Em segundo lugar, a comunicao sempre marcada por relaes de poder. Alguns atores sociais ou instituies podem estar comprometidos com a manuteno dessas relaes, e o apelo s estruturas comunicativas e de conhecimento, aos sistemas simblicos, que cumprem a funo de imposio ou legitimao da dominao, mantm as relaes assimtricas de poder. Os smbolos afirmam-se, assim, como os instrumentos por excelncia de integrao social, tornando possvel a reproduo da ordem estabelecida (BOURDIEU, 1989). Segundo Abramovay (2006, p.18), Bourdieu utiliza o conceito de violncia simblica para enfatizar a recorrncia a smbolos, em particular linguagem, que seduzem, que fazem dos vitimizados cmplices da violncia que sofrem discutindo a escola como stio de reproduo de violncias. Para Bourdieu (1989) os sistemas simblicos se estruturam por relaes de poder. Portanto, as violncias simblicas operam por smbolos de poder legitimados, que do fora sem que necessariamente se tenha que empregar a fora para conseguir a dominao no caso da escola, o poder da autoridade, do conhecimento e fazem parte de um projeto de classe, p.26.

r Miriam Abramovay. VioLncias nas escolas O b--b da intolerncia e da discriminao.

O que caracterizado como violncia escolar varia em funo do estabelecimento, de quem fala (professores, diretores, alunos etc.), da idade e provavelmente do sexo. No existe consenso em torno do seu significado, p. 30.

Para entender o fenmeno da violncia nas escolas, preciso levar em conta fatores externos e internos instituio de ensino. No aspecto externo, influem as questes de gnero, as relaes raciais, os meios de comunicao e o espao social no qual a escola est inserida. Entre os fatores internos, deve-se levar em considerao a idade e a srie ou o nvel de escolaridade dos estudantes, as regras e a disciplina dos projetos pedaggicos das escolas, assim como o impacto do sistema de punies e o comportamento dos professores em relao aos alunos (e vice-versa) e a prtica educacional em geral. P.31

(...) h violncia quando, numa situao de interao, um ou vrios atores agem de maneira direta ou indireta, macia ou esparsa, causando danos a uma ou vrias pessoas em graus variveis, seja em sua integridade fsica, seja em sua integridade moral, em suas posses, ou em suas participaes simblicas e culturais (MICHAUD, 1989: p.11).

ODLIA, Nilo. O que violncia. 2 ed. So Paulo. Brasiliense. 1983.

Para Nilo Odlia (1983), a violncia est presente em cada um dos passos e gestos do homem moderno. Tanto verdade, que a violncia deixou de ser um ato circunstancial, para se transformar numa forma do modo de ver e de viver o mundo do homem (ODLIA, 1983: p.9) e principalmente daquele que habita as grandes cidades, onde se encontram as grandes aglomeraes humanas. A violncia urbana passou a ser destaque dos media devido ao aumento de sua ocorrncia e de sua intensidade, tanto nos bairros sofisticados, como nas favelas brasileiras, nos bairros de classe mdia, nos campos de futebol, tornando-se, ironicamente, um fenmeno democratizado. Todavia, ser que a violncia represent

Abramovay (2005): Apresentar um conceito de violncia requer uma certa cautela, isso porque ela , inegavelmente, algo dinmico e mutvel. Suas representaes, suas dimenses e seus significados passam por adaptaes medida que as sociedades se transformam. A dependncia do momento histrico, da localidade, do contexto cultural e de uma srie de outros fatores lhe atribui um carter de dinamismo prprio dos fenmenos sociais (p. 53).

Odalia (2004) assim expe: Nem sempre a violncia se apresenta como um ato, como uma relao, como um fato, que possua estrutura facilmente identificvel. O contrrio, talvez, fosse mais prximo da realidade. Ou seja, o ato violento se insinua, freqentemente, como um ato natural, cuja essncia passa despercebida. Perceber um ato como violento demanda do homem um esforo para superar sua aparncia de ato rotineiro, natural e como que inscrito na ordem das coisas (p. 22-23).

Alm dessa diviso, pode-se separar a violncia escolar em duas categorias: agresses verbais, que compreendem xingamentos, desrespeito, ofensas, modos grosseiros de se expressar e discusses (Abramovay, 2005) e violncia no verbal (agresses fsicas, destruio de material, roubo, etc.). Uma outra maneira comum de categorizao por violncia direta ou violncia indireta e emocional (Neto & Saavedra, 2003). A violncia direta engloba aes que podem ser fsicas (como chutar, bater, empurrar, roubar) ou verbais (apelidos, insultos). J a violncia indireta diz respeito a aes com o objetivo de fazer com que uma pessoa seja discriminada e/ou excluda de seu grupo social, como por rumores ou disseminao de boatos.

Abramovay, M. (2003). Escola e violncia. Braslia: UNESCO no Brasil. Abramovay, M. (2005). Cotidiano das escolas: entre violncias. Braslia: UNESCO no Brasil. Disponvel em: Acesso em: 13 abril 2007. Abramovay, M., & Avancini, M. F. (2000). A violncia e a escola: O caso Brasil. Disponvel em: Acesso em: 13 maio 2007. Abramovay, M., Rua, M. das G. (2002). Violncias nas escolas. Braslia: UNESCO no Brasil.

Para Nilo Odlia (1983), a violncia est presente em cada um dos passos e gestos do homem moderno. Tanto verdade, que a violncia deixou de ser um ato circunstancial, para se transformar numa forma do modo de ver e de viver o mundo do homem (ODLIA, 1983: p.9) e principalmente daquele que habita as grandes cidades, onde se encontram as grandes aglomeraes humanas. A violncia urbana passou a ser destaque dos media devido ao aumento de sua ocorrncia e de sua intensidade, tanto nos bairros sofisticados, como nas favelas brasileiras, nos bairros de classe mdia, nos campos de futebol, tornando-se, ironicamente, um fenmeno democratizado. Todavia, ser que a violncia representa um modo de ser do homem moderno? Alis, viver em sociedade sempre foi uma forma de vida violenta. Isto dito por que ao fazer o recuo no tempo, percebe-se que a violncia sempre comps o cotidiano do homem. Dito com outras palavras, Embora seja verdade que posso ver a um dos traos obsessivos de nossa poca, a violncia, no se pode deixar de reconhecer que uma das condies bsicas da sobrevivncia do homem, num mundo natural hostil, foi exatamente sua capacidade de produzir violncia numa escala desconhecida pelos outros animais (ODLIA, 1983: p.14). Trata-se de um comportamento assumido pelo homem primitivo no exerccio e na defesa de sua sobrevivncia frente a um universo hostil e, medida que ele desenvolveu tecnologias adequadas, a hostilidade da natureza foi diminuindo ou tomando novas caractersticas. Aos poucos, a violncia perde sua forma natural de defesa para ser uma decorrncia da maneira pela qual o homem passa a organizar sua vida em comum com 81 outros homens (ODLIA, 1983: p.14). Desta forma, ela foi perdendo a conotao de uma agressividade necessria frente a um universo hostil. Por outro lado, a violncia no caracterstica tpica de uma poca, assim como a inteligncia e a racionalidade no o de outras. Com referncia a violncia, (...) no devemos jamais esquecer, contudo, que a tradio clssica greco-romana, onde orgulhosamente a cultura ocidental vai buscar suas razes, to carregada de violncia quanto os imprios que a precederam. Um espirito to superior como o de Aristteles to presa de sua poca como o mais humilde dos artesos, e por isso, que no titubeia em justificar a escravido como um instrumento necessrio para que os verdadeiros cidados atenienses pudessem usufruir do cio e do lazer, para se dedicarem s coisas mais sublimes do esprito (ODLIA, 1983: p.18). Tanto que, no caso dos escravos, a sujeio se d atravs de seus corpos que so submetidos s atividades mais pesadas, difceis e consideradas indignas e, tambm, porque so classificados por suas potncias fsicas e desclassificados enquanto seres que possuem um esprito. Paralelamente, a situao dos escravos da Grcia clssica se repetiu em vrias outras partes do planeta e em pocas diferentes como, por exemplo, no perodo do Brasil colonial, onde, (...) para que o ndio pudesse ser considerado um ser humano, houve a necessidade de uma bula papal, declarando ser ele possuidor de uma alma. E que os negros at 1888 foram considerados como coisas que podiam ser compradas, vendidas, trocadas, permutadas, gastas de acordo com a vontade soberana de seu senhor (ODLIA, 1983: p.18). Estes

(BOURDIEU, 1998, p. 22-23). Para caracterizar, sinteticamente, a violncia simblica, tomaremos como base o trabalho de Rosa (2007, p. 40), segundo o qual,

a violncia simblica representa uma forma de violncia invisvel que se impe numa relao do tipo subjugao-submisso, cujo reconhecimento e a cumplicidade fazem dela uma violncia silenciosa que se manifesta sutilmente nas relaes sociais e resulta de uma dominao cuja inscrio produzida num estado dxico das coisas, em que a realidade e algumas de suas nuanas so vividas como naturais e evidentes. Por depender da cumplicidade de quem a sofre, sugere-se que o dominado conspira e confere uma traio a si mesmo.ROSA, A. R. (O) Brao forte, (a) mo amiga: um estudo sobre a dominao masculina e violncia simblica em uma organizao militar. Lavras: UFLA, 2007.

A violncia na escola aquela que se produz dentro do espao escolar, sem estar ligada natureza e s atividades da instituio escolar: quando um bando entra na escola para acertar contas das disputas que so as do bairro, a escola apenas o lugar de uma violncia que teria podido acontecer em qualquer outro lugar. A violncia escola est ligada natureza e s atividades da instituio escolar: quando os alunos provocam incndios, batem nos professores ou os insultam, eles se entregam a violncias que visam diretamente a instituio e aqueles que a representam. Essa violncia contra a escola deve ser analisada junto com a violncia da escola: uma violncia institucional, simblica, que os prprios jovens suportam atravs da maneira como a instituio e seus agentes os tratam (modos de composio das classes, de atribuio de notas, de orientao, palavras desdenhosas dos adultos, atos considerados pelos alunos como injustos ou racistas...) (CHARLOT, 2002, p. 434 e 435).

CHARLOT, B. A violncia na escola: como os socilogos franceses abordam essa questo. Sociologias, Porto Alegre, n.8, p. 432-443, 2002.

O poder simblico como poder de construir o dado pela enunciao, de fazer ver e fazer crer, de confirmar ou de transformar a viso do mundo e, desse modo, a ao sobre o mundo, portanto o mundo, poder quase mgico que permite obter o equivalente daquilo que obtido pela fora (fsica ou econmica) graas ao efeito especfico de mobilizao, s se exerce se for reconhecido, quer dizer, ignorado como arbitrrio. Isto significa que o poder simblico no reside nos sistemas simblicos em forma de uma illocutionary force mas que se define numa relao determinada e por meio desta entre os que exercem o poder e os que lhe esto sujeitos, quer dizer, isto , na prpria estrutura do campo em que se produz e se reproduz a crena. O que faz o poder das palavras e das palavras de ordem, poder de manter a ordem ou de a subverter, a crena na legitimidade das palavras e daquele que as pronuncia, crena cuja produo no da competncia das palavras (BOURDIEU, 2007b, pp. 14-15).BOURDIEU, P. O poder simblico. 10 ed. Rios de Janeiro: Bertrand Brasil, 2007b.

[...] este classificou a violncia na escola em trs nveis: a violncia- golpes, deferimentos, violncia sexual, roubos, crimes, vandalismo; a incivilidades- humilhaes, palavras grosseiras, falta de respeito; a violncia simblica ou institucional falta de sentido em permanecer na escola por tantos anos; o ensino como um desprazer que obriga o jovem a prender matrias e contedos alheios aos seus interesses; as imposies de uma sociedade que no sabe acolher os seus jovens no mercado de trabalho; a violncia das relaes de poder entre professores e alunos; a negao da identidade e satisfao profissional aos professores, a sua obrigao de suportar o absentismo e a indiferena dos alunos. (CHARLOT, 1997 apud ABRAMOVAY, 2003, p. 95)

Violncia na escola aquela que se produz dentro do espao escolar, sem estar ligada natureza e as atividade da instituio escolar: quando um bando entra na escola para acertar contas das disputas que so as do bairro, a escola apenas o lugar de uma violncia que teria podido acontecer em qualquer outro local. Violncia da escola esta ligada natureza e s atividades da instituio escolar: quando os alunos provocam incndios, batem nos professores ou os insultam, eles se entregam a violncia que visam diretamente instituio e aqueles que a representam. Essa violncia contra a escola deve ser analisada com a violncia da escola: uma violncia institucional, simblica, que os prprios jovens suportam atravs da maneira como a instituio e seus agentes os tratam (modos de composio das classes, de atribuio de notas, de orientao, palavras desdenhosas dos adultos, atos considerados pelos alunos como injustos ou racistas). (CHARLOT, 2002, p. 434).

ABRAMOVAY, Mirian et al. Escola e violncia. Braslia: Unesco, 2003. ______. (Org.). Violncia nas escolas: situao e perspectiva. Boletim 21, Unesco, v. 1, p. 3-12, 2005.CHARLOT, Bernard; MIN, Jellab, Aziz (Coord.). Violences lcole: tat des savoirs. Paris: Mason 7 Armand Colin, 1997. ______. A violncia na escola: como os socilogos franceses abordam essa questo. Sociologias, Porto Alegre, ano 4, p. 432-442, 2002.

Caracterizar a violncia escolar no uma tarefa fcil. Charlot (1997, p. 1) j nos advertia da dificuldade de se definir a violncia no cotidiano das 40 Universidade da Amaznia escolas, pois para ele, este um fenmeno heterogneo, difcil de delimitar e de ordenar devido complexidade do ato em si, dos envolvidos nele e do juzo de valor que se emite em relao s suas consequncias. Esta constatao nos leva a buscar o conceito de violncia, procurando identificar onde reside a diferena entre violncia, incivilidades e agressividade humana. Para Abramovay apud Freire e Fukui (2002, p. 75), a violncia o emprego desejado de agressividade com fins destrutivos. Assim sendo, agresses fsicas, brigas, conflitos podem ser expresses da agressividade humana, mas no necessariamente manifestaes da violncia. A violncia ocorre quando h desejo de destruio.

Odalia (2004) assim expe: Nem sempre a violncia se apresenta como um ato, como uma relao, como um fato, que possua estrutura facilmente identificvel. O contrrio, talvez, fosse mais prximo da realidade. Ou seja, o ato violento se insinua, freqentemente, como um ato natural, cuja essncia passa despercebida. Perceber um ato como violento demanda do homem um esforo para superar sua aparncia de ato rotineiro, natural e como que inscrito na ordem das coisas (p. 22-23).

A violncia atualmente um tema recorrente na imprensa mundial, nas Polticas Pblicas dos governos e uma das principais preocupaes da sociedade. Para Abramovay (2002, p. 49), a violncia um fenmeno que vem tendo destaque cada vez maior no mundo contemporneo, sendo cotidianamente discutido, o que leva necessidade de se analisar o contexto em que ele se inscreve. A violncia pode apresentar trs dimenses. A primeira, nos casos que envolvem danos fsicos que indivduos podem cometer contra si prprios ou contra os outros; a segunda o conjunto de restries que se d no plano das instituies e que impede que os indivduos usufruam plenamente de seus direitos fundamentais, abrangendo, portanto, as modalidades da violncia simblica e institucional; a ltima corresponde s incivilidades e microviolncias, que costumam ser as modalidades mais recorrentes de violncia e comuns no cotidiano. Em seu Relatrio Mundial sobre a Violncia e a Sade, a OMS, (2002, p. 5), a Organizao Mundial de Sade define violncia como:

Violncia uso intencional da fora fsica ou o poder, real ou por ameaa, contra a pessoa mesma, contra outra pessoa, ou contra um grupo ou comunidade que possa resultar em ou alta probabilidade de resultar em morte, leso, dano psicolgico, problemas de desenvolvimento ou privao.

MICHAUD, Yves. A violncia. So Paulo. tica. 1989.