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“Ntkozo” Anushka Virahsawmy

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“Ntkozo” Anushka Virahsawmy

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Protocolo de Género da SADC 2015 Barómetro • Moçambique 49

• A pontuação de 53% no SGDI para os recursos produtivos e emprego, empoderamentoeconómico coloca Moçambique em último lugar, muito abaixo da média regional de 71%.

• Os cidadãos, usando o cartão de classificação do cidadão (CSC) classificaram melhor odesempenho de Moçambique em 59%, colocando país em nono lugar, três pontos percentuaisacima da média regional de 56%.

• Moçambique continua a ter baixas proporções de mulheres nas posições de tomada dedecisões económicas dentro do sector publico, com uma representação de apenas 15%; umaqueda de 3% em comparação com a avaliação feita no barómetro de 2011.

• As mulheres constituem a maioria da população empregada no país (54%).• As mulheres dominam o sector informal, possuindo ou operand 58.5% dos negócios no

sector informal.• 78.5% da população Moçambicana está empregada no sector da agricultura. 87.3% da

mulheres estão na agricultura enquanto que os homens constituem 68% nesta categoria.Este é o único sector empregatício onde as mulheres superam os homens.

Pontos principais

CAPÍTULO 4

Artigos 15-19

Recursos produtivos,emprego e

empoderamentoeconómico

Mulher empreendedora. Foto: Mauro Vombe

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50 Protocolo de Género da SADC 2015 Barómetro • Moçambique

A tabela 4.1 mostra que a pontuação do SGDI é 6%mais baixa que a pontuação dada pelos cidadãos.

O SGDI, baseado em dados empíricos, é um compostodos seguintes indicadores: a porção das mulheres dasposições de tomada de decisões económicas; o rácio daparticipação das mulheres na força do trabalho emrelação à participação dos homens na força do trabalho;a taxa de desemprego mulheres/homens; a porção dasmulheres no trabalho não agrícula e a duração dalicença de maternidade.

Quando os cidadãos classificam o governo podem tomarem conta indicadores qualitativos, tais como os níveisde pobreza, acesso aos recursos produtivos, e a educaçãoeconómica das mulheres, baseando-se no cartão declassificação do cidadão.

De acordo com alguns dos cidadãos entrevistados,Moçambique está apenas um pouco acima da metadede onde deve estar até 2015. A taxa de desempregodas mulheres continuam mais alta que a dos homens,e elas dominam o sector informal. Há mais mulherespobres comparado com os homens, especialmente naszonas rurais.

A maioria das políticas do governo reconhecem quecombater a pobreza requer apoiar as mulheres a terememprego no sector formal.

CSC53%15

Table 4.1: Recursos produtivos e emprego,empoderamento económico

PontuaçãoClassificação

SGDI59%

8

Formacao sobre pesquisa do mercado, Municipio de Mandlakazi. Foto: Gender Links

O impacto da Política Macroeconómica no género

De acordo com o documento do Orçamento de Estado2014, o país teve um crescimento do PIB estimado em7,5%, revelando um abrandamento da actividadeeconómica em 1,6pp relativamente ao trimestrehomólogo. O desempenho da actividade económica noprimeiro trimestre ficou marcado também pelas quedasnos movimentos de hóspedes e nos índices do volumede negócios em comparação com o último trimestre doano passado. Simultaneamente, a importação decombustível, de veículos e de equipamento diversoreduziu relativamente ao último trimestre de 2013. AInflação acumulada no primeiro trimestre reduziu em0,53pp quando comparada à registada em igual períodode 2013, tendo se fixado nos 2,29%. A divisão deAlimentação e bebidas não alcoólicas contribuiu paraesta tendência com cerca de 2,03pp.

Ao nível da SADC, a inflação homóloga do conjuntodos países membros registou uma ligeira subida ao sesituar em 6,23%. Refira-se porém, que no trimestreanterior esteve situada em 6,20%.· As taxas de juromédias nominais do mercado bancário para as operaçõesactivas e passivas com maturidade de um ano subiramem relação ao último trimestre de 2013 para magnitudesde 20,81% e 9,41%, respectivamente.

O transporte aéreo de passageiros cresceu 15,3% emrelação ao período homólogo de 2013. Entretanto otransporte de carga experimentou uma tendênciacontrária ao decrescer 2,7%.O transporte ferroviário decarga aumentou em 64,5%, contrariando a queda notransporte de passageiros na ordem de 13,5%. Aprodução de energia eléctrica cresceu 29,6%, porém,em relação ao trimestre anterior, registou uma quedade 4,0%. A oferta total de energia (produção +importação) cresceu 16,8% face a igual período de 2013.O desempenho da actividade económica foi sustentadopela evolução positiva dos ramos do Comércio e Serviçosde Reparação (15,1%), Electricidade, Gás e Água (12,6%),Indústria Transformadora (6,4%), Hotéis e Restaurantes(5,1%) e pela Indústria extractiva (4,9%). Os sectoresda Agricultura e Pescas, à semelhança do que aconteceuem 2013, apresentaram um desempenho negativo noprimeiro trimestre, com as taxas estimadas em 2,0% e8,9%, respectivamente. Igualmente, os ramos daConstrução, e dos transportes e comunicações,apresentaram um decréscimo, contrariando a tendênciaregistada no trimestre homólogo de 2013.

Moçambique tem conhecido um assinalável crescimentoeconómico, desde o fim da Guerra Civil. Este rápidocrescimento é reconhecido por organizaçõesinternacionais, tais como o Banco Mundial e o FundoMonetário Internacional, mas os vários relatórios dedesenvolvimento humano do PNUD, ainda colocam opaís como um dos mais pobre do mundo. A Constituiçãoda República ainda estabelece que a agricultura é a

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Protocolo de Género da SADC 2015 Barómetro • Moçambique 51

base da economia do país, embora o sector mineiroparece estar a conduzir os destino da economia do país,tornando este sector o maior contribuinte no ProdutoInterno Bruto (PIB).

O sector da agricultura tem apresentado fracosdesempenhos desde a altura da independência, e istose acentou durante o período em que o país esteveimerso na guerra durante 16 anos, reduzindodrasticamente a sua contribuição para o PIB. Os váriosdocumentos estratégicos, nomeadamente o PES e osProgramas Sectoriais, enfatizam a necessidade dediversificação da economia para estimular o crescimentonoutros sectores, tais como a agricultura, o turismo,bem como a banca e a indústria.

A diversificação da esconomia poderia aumentar asoportunidades económicas para as mulheres no sectorinformal e na agricultura. Porém, as políticas macro-económicas não são sensíveis ao género. A políticas deprocurement e o do investimento doméstico nãoabordam com clareza como é que as mulheres podemparticipar no desenvolvimento das actividadescomerciais.

Nos últimos anos, a economia moçambicana temregistado desenvolvimentos significativos na área dosrecursos minerais e energéticos. Em 2004, iniciou-se aprodução e exportação de gás natural em Pande eTemane, na província de Inhambane. Em 2007 arrancouem Moma, na província de Nampula, a exportação deminérios produzidos a partir de areias pesadas. Em 2007,o Governo assinou com a brasileira Companhia Vale doRio Doce (CVRD) um contrato mineiro para a exploraçãode grandes quantidades de carvão de Moatize, naprovíncia de Tete. Ainda em 2007, o governo rubricou,com várias companhias multinacionais, contratos depesquisa e produção de petróleo, com particulardestaque para a zona da Bacia do Rovuma, na provínciade Cabo-Delgado.

O quadro legislativo do sector também tem vindo amelhorar. Em 2007 a Assembleia da República (AR)aprovou nova legislação fiscal para as áreas mineira epetrolífera. De acordo com um estudo apresentado naConferência Inaugural do IESE (Bucuane e Muelder,2007), Moçambique possui quantidades consideráveisde recursos naturais, dos quais a maior parte ainda nãoforam efectivamente explorados. E, em função dessaconstatação, o Governo está determinado em facilitara extracção e exportação dos seus recursos naturais omais rapidamente possível, supondo que estes irãocontribuir positivamente para o crescimento económicoe redução da pobreza.

Moçambique está, na verdade, a tornar-se um “novorico” em matéria de hidrocarbonetos, mas a abundânciaem recursos naturais não é um passaporte automáticopara a prosperidade. Muitos países ricos em recursos

naturais continuam extremamente pobres, apesar deterem já percorrido longos anos de exploração. Estasituação - a abundância de recursos naturais emconvivência estreita com um lento crescimentoeconómico e bolsas de extrema pobreza - é conhecidacomo o “paradoxo da abundância”, ou por outraspalavras, “a maldição dos recursos”. CIP, 2009

Portanto, Moçambique é ainda um dos países maispobres do mundo, com muitos indicadores sociais, comoo acesso à água potável, abaixo da média da África sub-saariana. Olhando para o acesso à água comofundamental para a vida e as mulheres são as maioresutilizadoras deste recurso, o acesso pobre e controleaté mesmo por elas limita a realização de seus direitoshumanos. Apesar de mais de uma década de crescimentoeconómico alto, a economia de Moçambique não sofrequalquer alteração estrutural significativa, limitando asua capacidade de reduzir de forma sustentável apobreza e promover o desenvolvimento humano, quepossui ainda uma das mais baixas taxas do mundo, naposição 178, o décimo pior da posição.

Moçambique tem sido alvo de muito investimentoestrangeiro devido à sua riqueza em terra arável, recursosflorestais, recursos minerais e energéticos como gás,carvão, pedras preciosas, entre outros. Com a altademanda por terra para explorar os recursos, existemvárias empresas que, em coordenação com o Governotomaram as famílias de suas terras, com a promessa dereassentá-las em outras áreas, proporcionando melhorescondições de vida. Essas famílias, são na sua maioriachefiadas por mulheres que usam a terra para a práticada agricultura familiar, o que eles e suas famílias mantémdesde os primeiros dias de sua existência.

Nas áreas rurais, o trabalho de 87% no setor agrícola.O percentual da população que vive abaixo da linha dapobreza é ainda muito alta, estimada em 54,7%.Mulheres em Moçambique constituem cerca de 52%dos cerca de 21 milhões de habitantes. De acordo como censo de 2007, 30% são chefes de família. No entanto,elas se encontram em pior situação em comparação aohomem, uma vez que elas não têm autonomia sobre ocontrole do destino final de sua renda. As mulheres sãoas mais pobres, analfabetas (64%) e mais afetados peloHIV e SIDA, resultando na feminização da pobreza.

O uso inadequado da terra tem sido uma das principaiscausas de conflitos entre as comunidades rurais, governoslocais, provinciais e centrais em Moçambique. Principaisprojetos como ProSavana agrícola, de mineração comominas de carvão de Moatize, a Vale Moçambique,projetos florestais e muitos outros exemplos mostramcomo as mulheres rurais têm enfrentado grandesdesafios sociais, ambientais, económicos e políticos.Segundo Mauelele, 2014 ocorreu em Maputo aConferência Internacional Camponesa, nos dias 1 e 2

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52 Protocolo de Género da SADC 2015 Barómetro • Moçambique

Mulheres e homens na tomada de decisões económicas

O protocolo afirma que os estados parte devem, até 2015, garantir a participação igualde mulheres e homens na formulação e implementação de políticas económicas.

Emprego formal

As mulheres dominam o sector do Mercadoinformal, controlando 58.5% nos negócios do sectorinformal. O sector informal é ariscado, instável evulnerável, limitando as chances do empoderamentoeconómico (ODMs 2010). O acesso e controlo dosrecursos produtivos e às oportunidades de empregoé desigual e favorece aos homens.

As famílias chefiadas por mulheres são mais pobresque as chefiadas por homens.

A proporção das mulheres no Mercado formal detrabalho é mais baixa que dos homens, e as mulheresdominam nos sectores de emprego menosremunerados, principalmente na agricultura e comoempregadas domésticas. A posse da terra, o acessoàs tecnologias e serviços financeiros - estão inclinadosa favor dos homens.

Ao longo dos últimos anos tem havido progressossignificativos em termos da participação dasmulheres nas posições de tomada de decisão nosector público e privado.

de Outubro, sob organização da União Nacional deCamponeses (UNAC). A mesma exaltou o facto de quea comida é um direito básico produzido principalmentepor mulheres, mas que paradoxalmente elas são as maispobres. As mulheres são a maioria e as que mais usama terra no país, no entanto, as desigualdades de génerono acesso e uso da terra persistem. Segundo IsabelCasimiro, esse facto traduz-se numa autêntica violaçãode direitos humanos, visto que a Constituição daRepública de Moçambique (CRM) assim como a Lei deTerras, estabelecem respectivamente, a igualdade degénero e o direito de uso e aproveitamento da terrapor mulheres e homens (comunidades locais).Em Moçambique, mulheres e homens camponesesreiteram que a existência de uma soberania alimentaré possível através do investimento da agriculturapraticada pelos agricultores locais. No entanto, aconcessão de terras a empresas multinacionais tem sidoum entrave ao alcance da soberania na produção dealimentos para as comunidades locais.

É sabido que a Constituição da República estabelece aAgricultura como sendo a base para o desenvolvimento.Contudo, mulheres e homens camponeses têm sido“empurrados” para trabalhar nas multinacionais onderecebem salários miseráveis. Sabe-se ainda que aagricultura é a fonte primária de subsistência no meiorural, em contrapartida, camponesas e camponesesenfrentam a falta de espaço para a prática daquelaactividade de forma autónoma.

Para Isabel Casimiro, Presidente da Fórum Mulher e daMarcha Mundial das Mulheres em Moçambique(MMMM) não faz sentido que o país através do Estado,permita que as comunidades locais sofram a usurpaçãoe sejam deslocados das suas terras de origem pararegiões sem condições naturais e sociais. Apresentoucomo exemplos, as províncias de Tete e Cabo delgado,locais onde as populações sofrem com osreassentamentos.

Liderança na justiça econômica: Empreendedora do município de Chibuto.Foto: Gender Links

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Protocolo de Género da SADC 2015 Barómetro • Moçambique 53

Gráfico 4.1: Mulheres na tomada de decisão na SADC

Moçambique

50%

45%

40%

35%

30%

25%

20%

15%

10%

5%

0%

Angola

África do Sul

Tanzania

NamíbiaLesoto

Swazilândia

Maurícias

ZâmbiaMalawi

Botsuana

MadagascarRDC

200920112012

Seychelles

Zimbabwe

2123

33

0

3333

4443

38

20

35

33

14

0

30

40

3030

19

24

29

1718

27

20

23

26

18

21

25

33

2322

25

2321

18

0

30

10

13

10

23 23

9

Fonte: Barómetro do Protocolo do Género da SADC de 2012.

Mulheres na tomada de decisão no sector privado

Percentagem de mulheres em posições decisóriase de liderança no sector privado

O sector empresarial privado é um dos dois sectorescom a menor percentagem de mulheres em posiçõesde tomada de decisões. Foram examinadas as 30empresas privadas no topo do Índice da KPMG e ainda

10 bancos, onde se procurou olhar para a posição queas mulheres ocupam nas estruturas de governação egestão dessas empresas, nomeadamente a posição dePresidente do Conselho de Administração, membro doConselho de Administração e membro da DirecçãoGeral/Executiva.

No geral as mulheres constituem 22% dos Conselhosde Administração das empresas deste sector, masolhando mais proximamente para onde estão essasmulheres nessas estruturas, constata-se que elas temainda menos representatividade na presidência dosConselhos de Administração. Apenas 10.5% dos PCAsda empresas examinadas são mulheres.

A representação das mulheres no sector privado é maisbaixa no sub-sector bancário. Apenas 13.3% dosmembros dos Conselhos de Administração deste sub-sector são mulheres, comparados com 22% no resto dasempresas privadas examinadas, embora sejam 20% doscargos de PCA nos bancos examinados.As mulheresaparecem ainda em menor número nas posições deDirectores Geral/Executivo com apenas 3.4% nestacategoria.

Gráfico 4.1: Mulheres na tomada de decisão no sector privado

Fonte: EISA 2013, Estudo de Base sobre Mulheres em órgãos de tomadade decisão.

O gráfico 4.2 Mostra que Moçambique classifica-se emdécimo terceiro lugar quando se calcula a percentagemde mulheres nas posições de tomada de decisõeseconómicas, uma descida brusca quando comparadocom o ano anterior.

A tabela 4.2 apresenta de forma desagregada a posiçãodas mulheres e homens nas posições de tomada de

decisões económicas. As mulheres escasseam nasestruturas de tomada de decisões relacionadas com aeconomia no sector público. Elas aparecem apenas comoSecretárias Permanentes, posição que não lhes conferemuito poder para influenciar as decisões que sãotomadas nesta área. A única mulher que esta em posiçãode interferir nas decisões é a Vice-Mininstra daPlanificação e Desenvolvimento.

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54 Protocolo de Género da SADC 2015 Barómetro • Moçambique

Orçamentação de género

O protocolo estabelece que os Estados parte devem garantir a orçamentação responsivaao género nos níveis micro e macro, incluindo acompanhamento, monitoria e avaliação.

O Ministério da Mulher e da Acção Social é o órgãoresponsável pela integração do género nas políticassectoriais do governo coordenando as acções doConselho Nacional para o Avanço da Mulher responsávelpela coordenação inter-sectorial para a igualdade degénero. O Governo de Moçambique destaca a integraçãodo género como uma das acções prioritárias para o anode 2011 (PES 2011), em parte em resposta doscompromissos internacionais assumidos no âmbito doProtocolo da SADC sobre Género e Desenvolvimento,entre outros. Mas procurando a expressão financeiradessas intenções dificilmente conseguimos ver aintegração do género reflectida no orçamento.

A orçamentação do género tem sido mais avançadapelo governo e ONU Mulher, do que pelas ONGs eapenas se aplica ao nível nacional.A orçamentação degénero em Moçambique tem sido conduzida peloMinistério das Finanças, desde 1998, com o apoiofinanceiro da Corporação Sueca de Desenvolvimento,ONU Mulher e PNUD. Foi criado um Grupo Especial deInteresse do Género, constituído por doadores, governoe Sociedade Civil, com o objectivo de integrar o génerono orçamento de estado e no Plano de Acção de Reduçãoda Pobreza.

O Ministério das Finanças definiu os indicadores atravésdos quais os sectores podem especificar as despesas por

género no orçamento dos recursos humanos e deinvestimento, mas apenas os sectores da educação,saúde e acção social é que tem feito progressos naintegração do género nos seus orçamentos. Outrosministérios como o do trabalho, das obras públicasmostraram interesse em integrar o género naorçamentação dos seus programas.

De entre as poucas tentativas de integrar o género noPARP, o melhor exemplo é a análise do acesso ao ensinoprimário. Ela demonstra que as raparigas de todos osgrupos nas zonas rurais são desprivilegiadas.

Impacto

Desde que o Ministério das Finanças inciaram aorçamentação em 1998, os sectores da educação, saúdee acção social tem desenvolvido a análise do génerodos seus orçamentos. Para além destes três sectores, hámuito poucas iniciativas de orçamentação de géneronos outros sectores.

Olhando para o orçamento geral do estado não épossível aliar os compromissos expressos no PES e aexpressão financeira, o orçamento de estado. No geralo orçamento não é construído com lentes de género,esta preocupação parece estar apenas no discursopolítico.

Mulher�

880%

Tabela 4.2: Mulheres e homens na tomada de decisão económica

Ministro de Economia e FinançasVice-Ministro de Economia e FinançasSecretário Permanente/DGMinistro de Recursos Minerais e EnergiaSecretário Permanente/DGMinistro da Indústria e ComercioVice- Ministro do Comércio e IndústriaSecretário Permanente/Governador do Banco CentralVice-Governador do Banco CentralTOTALPERCENTAGEM

Homen

220%

NomeAdriano MalehaneAmelia NakharePaulo Bernardo ManhiquePedro Conceicao CoutoSalim ValáErnesto TonelaOmar MithaCerina BanúErnesto GoveAntónio P. Abreu

10100%

Fonte: Barómetro do Protocolo do Género da SADC de 2012.

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Protocolo de Género da SADC 2015 Barómetro • Moçambique 55

1 Política estratégia Industrial - Aprovada pelo Conselho de Ministros através da Resolução Nº.23/97 de 19 de Agosto.

Uso de tempo

O Protocolo estabelece que até 2015 os Estados parte devem realizar estudos de usode tempo e adoptar medidas políticas para aliviar o fardo das múltiplas funções exercidaspelas mulheres.

Não encontramos evidências de estudos desta natureza em Moçambique.

Empoderamento económico

O protocolo estabelece que até 2015 os estados parte devem adoptar políticas e aprovarleis que garantam o acesso, benefícios e oportunidades iguais para as mulheres e homensno comércio e empreendimento, tomando em conta a contribuição das mulheres nossectores formal e informal; Rever a política nacional de comércio e empreendimentos,para torná-los responsivos ao género; Introduzir medidas de acção afirmativa paragarantir que as mulheres beneficiam igualmente das oportunidades económicas, incluindo

aquelas criadas através dos processos de procurement público.

Comércio e empreendedorismoEm Moçambique se tem exaltado um discurso políticoque incentiva o empreendedorismo no país, mas essediscurso não está traduzido em política específicasobre empreendedorismo. Facto importante de realçaré que o governo criou uma Escola Superior deEmpreendedorismo, uma tentativa de destacar aimportância que o governo dá a esta questão.

A dificuldade de acesso ao financiamento tem sido umdos grandes obstáculos para o desenvolvimento deatividades deste cariz. Aliada ao facto de que as grandesempresas, com posição protegida e fortes incentivospressionam e atrasam o progresso das iniciativas degoverno destinadas a melhorar a infraestruturainstitucional dos mercados.

A corrupção, aliada a um sistema legal fraco e arbitrário,sustenta as empresas protegidas em prejuízo daspotencialmente mais competitivas. As empresasprotegidas recebem tratamento preferencial do governo,o que lhes permite preservar a sua posição, reduzindoo incentivo à inovação e redução de preços.

Apesar dos esforços de estabelecer uma economia deMercado, o ambiente legal e os procedimentosregulamentares continuam muito complicados eburocráticos. A Administração pública precisa de muitaeficiência. Uma excessiva burocracia e ineficiênciasignifica perda de tempo, e aumenta os cursos para onegócio e limita os investimentos no sector industrial.1

A Política Estratégica Industrial refere de forma muitosuperficial às mulheres, quando sugere que “oMulher empreendedora. Foto: Mauro Vombe

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56 Protocolo de Género da SADC 2015 Barómetro • Moçambique

estabelecimento de linhas de crédito específicas paraa indústria pelos bancos comerciais poderia reduzir oos riscos e canalizar o crédito para áreas e objectivosespecíficas (pequenas e médias indústrias, micro-negócios, reabilitação, empreendedores jovens emulheres, etc.)

Comércio informal

O sector do comércio informal é encontrado em todoo país, sendo que tem maior concentração nos principaiscentros urbanos. O sector, contribui para a geração deemprego, o que constitui uma razão mais do quesuficiente para se prestar mais atenção a este sector,através do uso de mecanismos apropriados que possamencorajar a sua passagem gradual para o sector formal.O governo reconhece a importância da economia

informal, no seu Plano de Acção para Redução daPobreza 2011-2014 destaca que “zonas urbanas, aactividade económica informal (da qual depende amaioria dos pobres) é dominante, sendo o acesso aoemprego formal ainda muito restrito, particularmentepara as mulheres.”

O Instituto Nacional de Estatística realizou, em 2004, oprimeiro Inquérito Nacional do sector Informal (INFOR2004), que revelou que existiam no país 7.659.200trabalhadores informais com mais de sete anos de idade,dos quais 4.480.400 eram mulheres, o correspondentea 58.5%.

De acordo com o estudo do INE (2004) a maior partedos trabalhadores informais estão nas zonas rurais(6.965.900), dos quais 3.483.700 são mulheres.

O Protocolo da SADC estabelece que até 2015 os Estados parte deverão rever todas aspolíticas e leis que determinam o acesso, controlo e benefícios dos recursos produtivospelas mulheres.

Propriedade e recursos

Embora não haja medidas do governo específicasdireccionadas às mulheres, temos conhecimento deiniciativas que tem como alvo as mulheres. Dessaspodemos mencionar a Kukula, (Project Hope e HungerProject) que tem cerca de 9035 mulheres que beneficiamdos seus projectos de microfinanças.

A posição das mulheres e homens na sociedademoçambicana, amplamente determinada pelos factoresculturais e tradicionais, determinam a distribuiçãodos bens económicos e dos recursos produtivos. Nogeral, as relações de género em Moçambique sãocaracterizadas pela subordinação das mulheres.

Género e posse de terra

Os dados sobre a posse de diferentes tipos de terra pormulheres não estão disponíveis. Moçambique aprovoue tem estado a fazer a divulgação da Lei de Terra (1997).Esta lei encoraja o investimento privado na terra eprotege o acesso do camponês agricultor à terra.Também declara explicitamente que a mulher temdireitos a terra, iguais aos do homem incluindo osdireitos de sucessão e o direito ao título de terra emseu nome.

Em Moçambique a terra não pode ser vendida, o Estadoé o proprietário exclusivo da terra. A Constituição daRepública reconhece que a mulher tem um papelimportante no desenvolvimento do país, e sendo estegrupo o que constitui a maioria da população e oprincipal grupo de trabalha a terra, o Estado dedicaespecial atenção a questão do acesso à terra pelasmulheres. Existem várias iniciativas e grupos quetrabalham na protecção dos direitos da mulher emrelação à terra, e o seu encorajamento para se envolvernas actividades produtivas, incluindo a sua organizaçãoem cooperativas.

Mulheres no fazendo negócio informal. Foto: Rúben Covane

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Protocolo de Género da SADC 2015 Barómetro • Moçambique 57

2 Relatório Alternativo da Sociedade Civil, sobre a Implementação do CEDAW em Moçambique 2007.

O Protocolo estabelece que até 2015 os Estados parte deverão rever, emendar e aprovarleis e políticas que garantem às mulheres e homens o acesso igual a emprego assalariadoem todos os sectores da economia. Estabelece também a remuneração igual pelo trabalhoigual; a erradicação da segregação ocupacional; benefícios de maternidade e paternidade.

Emprego

Auto-empregados

Tabela 4.3: Mulheres e homens no emprego

No mulheresNo homensTotal% mulheres% homens

56.568.7

Desempregados

1.081.707570.457

1.652.16465.534.5

Empregados

3.891.9523.300.1807.192.132

54.145.9

Fonte: INE-IFTRAB 2005.

A Constituição da República de Moçambique consagrao direito ao trabalho como um dever e um direito decada cidadão. Estabelece ainda o princípio de igualdadedo género e de direitos e oportunidades entre homense mulheres, a remuneração em função da quantidadee qualidade do trabalho prestado.

“A igualdade de remuneração, estabelecida por lei esalientada no relatório do governo, é posta em causade forma muito subtil. Em termos reais o salário baseé igual para homens e mulheres na mesma categoria.Contudo, quando se consideram os pagamentossuplementares tais como subsídios de renda de casa,assistência médica e medicamentosa extensiva aosmembros do agregado familiar do trabalhador, é comumdizer-se que porque a mulher vive em casa do pai oudo marido, não tem direito ao pagamento da renda decasa. Por outro lado, frequentemente, a assistênciamédica e medicamentosa no caso do trabalhador cobrea sua esposa e filhos, no caso das trabalhadoras cobreapenas os seus filhos deixando de fora o marido”.2

A tabela 4.3 acima indica que a grande maioria dapopulação desempregada consiste de mulheres (65.5%),enquanto que os homens desempregados constituiem34.5%. É interessante notar porém, que da populaçãoempregada, as mulheres constituem uma relativamaioria, com 54.1% enquanto que os homensrepresentam 45.9%.

Não foi possível aceder aos número absolutos dapopulação auto-empregada, mas os dados do InstitutoNacional de Estatística indicam que 68.7% dos homens

são auto-empregados, e 56.5% das mulheres estão nestacategoria. Acredita-se que a maioria das mulheres nestacategoria está envolvida no sector informal.

A Constituição da República de Moçambique define aagricultura como a base da economia nacional, e nestesector onde a maioria da população se encontraenquadrada. 78.5% da população Moçambicana estáempregada no sector da agricultura. 87.3% da mulheresestão na agricultura enquanto que os homensconstituem 68% nesta categoria. Este é o único sectorempregatício onde as mulheres superam os homens.

O sector da indústria no geral emprega poucas pessoas,isto resulta do fraco desenvolvimento, resultante emparte na longa guerra civil e má gestão, que destruirgrande parte do parque industrial do país. As mulheresaparecem em números bastante reduzido no sectorindustrial, e para o caso da indústria extractiva nãoexiste nenhuma referência de mulheres a trabalharneste sector.

Existe uma nítida divisão de trabalho por género entrehomens e mulheres. Enquanto as mulheres são enviadaspara trabalhar nas machambas, os homens podemescolher entre trabalhar nas minas ou outros sectoresda indústria, comércio e energia.

% homens

Tabela 4.4: Níveis de emprego das mulherese homens em todas as ocupações

Agricultura, florestas e pescaIndústria extractivaIndústria transformadoraEnergia, água, construçãoComércio e reparação de veículosTransporte e comunicaçõesServiçosAdministraçãoEducaçãoSaúde e acção social

68.00.65.42.6

11.71.63.92.92.30.8

% mulheres

87.30.01.20.17.00.12.00.71.00.5

TOTAL

78.50.33.11.29.20.82.91.71.60.7

Fonte: INE-IFTRAB 2005.

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58 Protocolo de Género da SADC 2015 Barómetro • Moçambique

No geral a legislação laboral Moçambicana é sensívelao género; incorpora muitos dos dispositivos que sãorecomendados pelos diversos instrumentos legaisinternacionais e regionais a que o país aderiu e ratificou.

O governo desenvolveu a Estratégia de Emprego eFormação Profissional (EEFP), cuja meta era de beneficiar260.000 pessoas em diversas áreas, tendo formado até2009, 171.228 pessoas, dos quais 119.350 homens e51.938 mulheres. A segunda fase da EEFP ambicionaformar 1.000.000 pessoas até 2015. A EEFP tem comoacções previstas praa realização:

• Promoção da protecção legal das mulherestrabalhadoras do sector formal contra recrutamentosdiscriminatórios, transferências, despedimentos eoutros;

• Recolha de informação laboral sobre a participaçãoda mulher no sector formal para ser utilizada natomada de decisões em relação a programas deemprego e necessidades de formação em benefícioda mulher;

• Desenvolvimento de programas de emprego demulheres para o sector informal tanto no meio ruralcomo no urbano;

• Sensibilização dos intervenientes no programa atravésde acções formativas onde serão utilizados, entreoutros, os pacotes de capacitação institucional da OITsobre o Género e Emprego;

• Promoção da formação profissional de raparigas emulheres.

A formação profissional para o emprego e autoemprego, promovida no âmbito da EEFP, tem diversosintervenientes, quer no sector público quer no sectorprivado.

DisposiçõesSIM

SIM

SIM

SIM

NÃO

Tabela 4.5: Condição de emprego

Licença maternidade

Licença paternidade

Assédio sexual

Trabalho noturno

Mesma idade de aposentação e mesmos benefíciospara mulheres e homens

Sim/NãoA Lei do Trabalho garante à mulher parturiente uma licença maternidade porum período de 60 dias, a contar do dia do parto. Findo o período da licençamaternidade a mulher tem o direito de levar até uma hora por dia paraamamentar, durante um ano, a não ser que outra orientação seja dada por ummédico.

O pai tem direito a uma licença por paternidade de um dia, de dois em doisanos, que deve ser gozada no dia imediatamente a seguir ao nascimento dofilho.

O artigo 66 da Lei do Trabalho estabelece que o assédio, incluindo o assédiosexual, praticado no local de trabalho ou fora dele, que interfira na estabilidadeno emprego ou na progressão profissional do trabalhador ofendido, constituiuma infracção disciplinar.

O artigo 11 da Lei do Trabalho garante à mulher durante o period de gestação,o direito a não prestar trabalho nocturno, excepcional ou extraordinário, ou sertransferida do local habitual de trabalho, a partir do terceiro mês de gravidez,salvo a seu pedido ou se tal for necessário para a sua saúde ou a do nascituro.

Existe uma diferença na idade de reforma para as mulheres e para os homens,sendo 65 para os homens e 60 anos para as mulheres.

Fonte: Lei do Trabalho 2007.

Disposição

Virginia Mucocane, Vendedeira no mercado Municipal da Manhiça.Foto: Rúben Covane

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Protocolo de Género da SADC 2015 Barómetro • Moçambique 59

Tabela 4.6: Proposed revised targets and indicators for...

Areas Temáticas/Meta

Proposta de IndicadoresPos 2015

Objectivos doDesenvolvimento

Sustentavel

5.8 Garantir a participaçãoplena, igual e eficaz eliderança das mulheres emtodos os níveis de tomadade decisão nas esferaspúblicas e privadas.

5.10 Promover a disponibilidadede dados desagregadospor sexo para melhorar aspolíticas de igualdade degênero, incluindo aorçamentação sensível aogénero.

8.12 Melhorar a infra-estruturaregional e transfronteiriçopara promover a efetivaintegração económicaregional e facilitar ocomércio.

1. Percentagem de mulheresOcupando lugares de CEOs eConselhos de Administração nosector privado.

2. Percentagem de mulheres nasposições de liderançao e tomada dedecisão (ministras e vice-ministrasde finanças, planificação, bancocentral).

3. Que as prioridades de gênero serefletem nos orçamentos nacionais.

4. Percentagem de mulheres premiadopropostas a nível local, regional enacional.

5. Proporção de empresaspertencentes a mulheres naspequenas, médias e grandessectores de actividade de escala.

6. Estabelecer medidas que facilitamo comércio transfronteiriço.

7. Proporção de mulheres em missõescomerciais.

Metas Proposta deobjectivos Pos 2015

1. Até 2030 assegurar igualparticipação das mulheres ehomens na formulação eimplementação de e políticaseconómicas nos sectorespúblicos e privados.

2. Assegurar orçamentaçãosensível ao género aos níveismacro e micro através dadisponibilização de dadosdesagregados por sexo,seguimento, monitoria eavaliação.

3. Em relação as provisos deacção afirmativa do artigo 5,introduzir medidas paraassegurar que as mulheresbeneficiem igualmente deoportunidades económicas,incluindo aquelas criadasatravés do processo deprocurement publico.

4. Adoptar políticas e promulgarleis que asseguram igualacesso, benefícios eoportunidades para mulheres ehomens no comércioempresariado, tomando emconta a contribuição dasmulheres nos sectores formal einformal.

SGP Pos 2015

Justica Economica pos 2015

Orçamentação em áreas de género

Decisão EconómicaAssegurar a igualdade departicipação de homense mulheres naformulação eimplementação depolíticas econômicaspolítica.

Assegurar queorçamentos sensíveis aogénero a nível micro emacro, incluindorastreamento,monitoramento eavaliação.ProcurementNo que diz respeito àsdisposições de açãoafirmativa no artigo 5,introduzir medidas paragarantir que as mulheresse beneficiam igualmentede oportunidadeseconômicas, incluindoaquelas criadas atravésde processos deadjudicação de contratos

Adoptar políticas eaprovar leis quegarantam acesso iguais,benefícios eoportunidades entremulheres e homens nocomércio eempreendedorismo,tendo em conta acontribuição dasmulheres nos setoresformais e informais.Rever as políticas decomércio eempreendedorismonacionais, para torná-losàs questões de género.

Comércio e empreendedorismo

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60 Protocolo de Género da SADC 2015 Barómetro • Moçambique

Areas Temáticas/Meta

Proposta de IndicadoresPos 2015

Objectivos doDesenvolvimento

Sustentavel

Metas Proposta deobjectivos Pos 2015

8. Igual percentagem de mulheres amanter uma conta bancária eminstituições financeiras.3

9. Proporção da população com acessoao crédito institucional, por género.4

10. Igualdade de posse de propriedadede bens por homens e mulheres eos dados desagregados por sexo.5

11. Proporção de recursos destinadosà agricultura vão os pequenosagricultores desagregados por sexo.6

12. Percentagem Igual de homens emulheres ao acesso e posse daterra.7

13. Percentagem de mulhereslicenciadas nas áreas deContabilidade, Economia eComércio.

14. Percentagem de mulheres empresasde propriedade do sector edimensão.

15. Percentagem de mulheres naliderança de mineração.

16. Existência e aplicação da legislaçãode igualdade de oportunidades deemprego.8

17. Tempo/peródo de licença depaternidade

18. A licença de maternidade ebenefícios (% dos salários pagos)

19. Percentagem de mulheres que sãoparte do trabalho assalariado não-agrícola.9

18. Percentagem de mulheres quepodem decidir como gastar o seurendimento.10

19. Nível de disparidades salariais entrehomens e Mulheres.11

20. Percentagem de mulhereslicenciadas absorvidos pelo mercadode trabalho.

21. Execução da agenda "trabalhodecente.

5. Assegurar que até 2030mulheres e homens possamigualmente aceder aos serviçosbásicos, tenham posse depropriedade ou imóvel, tenhamacesso aos serviços financeirosapropriados e a programas deformação em negócios parapromover crescimento denegócios das mulheres naregião.

6. Assegurar igual acesso,controle e propriedade deactives de recursos naturais eprodutivos (Draft SDG 5.7)

7. Assegurar igual acesso demulheres a homens aoportunidades de financiamentode empresas a todos os níveisde atividade até 2030.

8. Assegurar que até 2030,mulheres, incluindo aquelas dosgrupos indígenas beneficiemigualmente dos recursos daindústria extractiva.

9. Até 2030 rever, emendar epromugar leis e políticas quemulheres e homens tenham aoemprego remunerado em todosos sectores da economia.

10. Assegurar igual acesso demulheres ao emprego produtivoefectivo e decente e pagamentoigual pelo service do mesmovalor.

Recursos produtivosRever todas as políticase leis que determinam oacesso, controle, ebeneficiar, recursosprodutivos a mulheres.

EmpregoRever, emendar eaprovar leis e políticasque garantam quemulheres e homens têmacesso igual ao empregoassalariado em todos ossetores da economia.

3 Oportunidade econômica das mulheres, SIGI.4 Estatísticas Mudiais de gênero banco de dados, as oportunidades econômicas das mulheres, SIGI.5 Indicadores de desenvolvimento mundial, oportunidade econômica das mulheres, SIGI.6 Indicadores de desenvolvimento mundial, oportunidade econômica das mulheres, SIGI.7 Indicadores de desenvolvimento mundial, oportunidade econômica das mulheres, SIGI.8 l Estatísticas mundial de gênero banco de dados, ec da Mulher.9 OIT, OIT, World Development Indicators.10 Oportunidade econômica das mulheres, SIGI11 Estatísticas mundial de gênero banco de dados, as oportunidades econômicas das mulheres, SIGI

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Protocolo de Género da SADC 2015 Barómetro • Moçambique 61

12 OIT, OIT, Indicadores do desenvolvimento mundial.13 OIT, OIT, Indicadores do desenvolvimento mundial.14 Indicadores de desenvolvimento mundial15 Indicadores de desenvolvimento mundial, levantamento demográfico.

Areas Temáticas/Meta

Proposta de IndicadoresPos 2015

Objectivos doDesenvolvimento

Sustentavel

Metas Proposta deobjectivos Pos 2015

5.6 Reduzir e redistribuircuidado não remuneradoe trabalho domésticoatravés daresponsabilidadecompartilhada

11.1 Ate 2030, garantir o acessouniversal à habitação eserviços básicosadequados e acessíveispara todos, eliminar oprecario e assentamentosinformais.

5. Garantir o direito dasmulheres igual ao acessode meios de controlo erecursos produtivos.

5. Até 2030 alcançar oacesso universal às TICpara as mulheres ehomens para promover oempoderamento dasmulheres.

22. Proportion of the population invulnerable employment, by sex.12

23. Número médio semanal de horasgastas em trabalho não remunerado,por sexo.13

24. Percentagem de mulheres quepossuem suas próprias casas.

25. Percentagem de pessoas comacesso à tecnologia por sexo.14

26. Percentagem de pessoas comacesso a tecnologia móvel a preçosacessível e acesso à internet porsexo.15

11. Conduzir estudos de uso detempo e adoptar medidaspolíticas para reduzir o fardo dev'ariso papeis desempenhadospela mulher incluindo cuidadose responsabilidade pelascrianças até 2030.

12. Asegurar igual acesso apropriedade de habitação eterra, incluindo a protecção detodas as mulheres incluindoviúvas, de leis discriminatóriassobre a propriedade imóvel até2030 (Draft SDG 11.1 and 5a).

13. Rever, emendar e promulgarleis e politicas que asseguramcom que Mulheres e Homenstenham Igual ACESSO aoemprego pago, ao uso das TICse as decisões da Economia ate2030.

14. Assegurar que mulheres tenhamigual acesso a internet, einfraestrutura das TICs até 2030.

Vários papéis de mulheresRealizar estudos de usodo tempo e adotarmedidas políticas paraaliviar a carga dosmúltiplos papéisdesempenhados pelasmulheres.

Habitação

TICs

• Moçambique precisa adoptar a orçamentação dogénero como parte do processo da alocação dosrecursos em todos os ministérios;

• O governo precisa de realizar pesquisas anuais e darmais apoio às mulheres que dominam o sectorinformal. Esta é uma oportunidade para asorganizações empresariais femininas advogarem porleis e políticas do comércio mais sensíveis ao género;

Passos a seguir

• As organizações da sociedade civil devem fortaleceros seus programas económicos para apoiar asmulheres a entrarem nos negócios não tradicionais eeconomicamente viáveis;

• Deve-se melhorar o acesso das mulheres as facilidadesde crédito;

• O governo deve introduzir uma abordagem queconcilia o empreendedorismo feminino com aresolução de problemas sociais comunitários;

• Estabelecer uma meta favorável para aumentarnúmero de mulheres com pequenas, médias e grandesempresas até 2030;

• Criar políticas que garantam a inclusão das mulheresno aproveitamento e gestão dos recursos mineraisdo país.

Fonte: Gender Links e o Aliança do Protocolo de Género da SADC, 2014.